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Mandado de Segurança Sinasempu - voto STFTRANSCRIPT
MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 31.982 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
IMPTE.(S) :SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - SINASEMPU
ADV.(A/S) :RUDI MEIRA CASSEL IMPDO.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
DECISÃO
MANDADO DE SEGURANÇA – CONTRADITÓRIO – REGRA – LIMINAR – EXCEÇÃO – RISCO RELATIVO – INDEFERIMENTO.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União – SINASEMPU impetra mandado de segurança coletivo contra ato praticado pelo Procurador-Geral da República, consubstanciado na Portaria PGR/MPU nº 122, de 2013.
Consoante informa, congrega os servidores públicos
ativos e inativos e os pensionistas vinculados ao Ministério Público da União. Aduz que, mediante a portaria, foram alteradas as funções dos cargos das carreiras de Analista e Técnico do referido órgão, repercutindo de forma concreta na esfera jurídica dos substituídos.
Argui a ilegalidade do ato, por terem as atribuições das
carreiras do Ministério Público da União balizamento legal.
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3838669.
MS 31982 MC / DF
Narra a sucessão dos estatutos versando o quadro de pessoal do órgão, anotando a regência atual pela Lei nº 11.415/06. Argumenta que, embora o artigo 3º, parágrafo único, do diploma disponha que as atribuições dos cargos, as áreas de atividade e as respectivas especialidades devam ser estabelecidas em regulamento, o preceito não legitima modificação substancial no regime de competências, previsto originalmente em lei, por ato administrativo, conforme teria assentado o Supremo. Evoca, em abono à tese, os pronunciamentos formalizados nos Mandados de Segurança nº 26.740, da relatoria do ministro Ayres Britto, e nº 26.955, da relatoria da ministra Cármen Lúcia.
Esclarece inserir-se a portaria em um plano de
reestruturação do quadro do Ministério Público da União. Sustenta agrupar o ato cargos de cada qual das carreiras, fixando-lhes atribuições idênticas e modificando as competências das respectivas especialidades, permitindo a migração de servidores estáveis por diferentes áreas de atividades e especialização. Alega que o estabelecimento de ocupações comuns a ambas as carreiras possibilita a ascensão e o desvio funcional, por permitir aos servidores desempenharem tarefas que exigem níveis de conhecimento superiores ou diversos dos avaliados no momento do ingresso no serviço público.
Articula com a irredutibilidade de vencimentos dos
agentes públicos e a necessária correlação entre os padrões remuneratórios e os graus de responsabilidade e complexidade, os requisitos de investidura e as peculiaridades das posições, atentando a portaria contra os artigos 37, inciso XV, e 39, § 1º, da Constituição Federal. Sublinha, por fim, violação à segurança jurídica, decorrente de alteração radical na situação funcional dos servidores.
Sob o ângulo do risco, alude à realização, pelos
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3838669.
MS 31982 MC / DF
substituídos, de tarefas estranhas àquelas para as quais se mostraram aptos em concurso público. Busca o deferimento de medida acauteladora para suspender a eficácia da Portaria PGR/MPU nº 122, de 2013, expedida pelo Procurador-Geral da Republica, até a resolução de mérito da demanda, assim como para determinar à autoridade coatora que se abstenha de impor aos servidores o exercício de atribuições outras que não as estabelecidas na Portaria PGR/MPU nº 68, de 2010.
No mérito, requer a confirmação da cautelar, com a
anulação do ato, a declaração do direito dos substituídos de terem preservado regime de atribuições vinculado ao previsto para as carreiras quando do respectivo ingresso no serviço público, e a determinação de devolução de valores glosados da remuneração, caso algum agente sofra redução nos salários em razão do pronunciamento atacado.
Postula a concessão do benefício da gratuidade de justiça. O processo encontra-se concluso para apreciação do
pedido de liminar.
2. A regra é observar o contraditório, ouvindo a parte contrária, e, só depois, implementar decisão. A ordem jurídica contempla exceção, ou seja, o deferimento de medida acauteladora a partir da formalização do mandado de segurança, mas, para tanto, mostra-se indispensável a existência de quadro que revele risco acentuado, que possa provocar, de imediato, prejuízo substancial. Isso não ocorre na espécie no que se argui possível desvio de função e enriquecimento ilícito do Poder Público, acrescentando-se, sem uma demonstração efetiva, o argumento da redução remuneratória.
3. Indefiro a liminar.
4. Solicitem informações à autoridade impetrada.
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5. Vindo ao processo a manifestação, colham o parecer da Procuradoria Geral da República.
6. Publiquem.
Brasília – residência –, 17 de maio de 2013, às 10h50.
Ministro MARCO AURÉLIORelator
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