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Subsídios para o Departamento de

Deveres Cívicos

&

Liberdade Religiosa

Abril 2001

4

APRESENTAÇÃO

Caros colegas do Ministério dos Deveres Cívicos e da Liberdade Religiosa, da União CentralBrasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Face ao grande número de consultas e a necessidade de que o grupo de departamentais estejaapto para, não só orientar mas também auxiliar nossos irmãos, principalmente o grupo dos maisjovens da Igreja, é que fomos estimulados a atualizar este trabalho que teve sua primeira ediçãopreparada em 1991, pelo estimado amigo e hoje advogado da Divisão Sul Americana, Dr. Misaelde Lima Barreto.

É evidente que não é um tratado ou um trabalho que encerra em si mesmo o assunto, muitopelo contrário, nossa intenção é abrir espaço para um trabalho melhor, com a colaboração doscolegas.

Trata-se, no momento, de uma coletânea de documentos importantes, modelos sugestivos eoutras matérias necessárias a um melhor desempenho de nossa missão.

Quando forem utilizar os modelos de requerimentos e outros, não podem esquecer-se de queo papel deverá ser timbrado da UCB, da Associação ou mesmo da igreja ou ainda do pastor. Nãousar papel timbrado da Instituição Central, da Instituição Paulista ou outra, de escolas, do IAE, daASA, ou outro qualquer que não seja das entidades religiosas, dentro da estrutura legal da UCB.

Aproveito o ensejo desta ocasião para apresentar aos colegas nossos agradecimentos peloempenho que vem sendo dispensado no sentido de levar segurança aos nossos queridos irmãos,quando pressionados a dar prova de sua fé.

Temos que reconhecer o lindo trabalho que os desbravadores vem desenvolvendo, marcandopresença em desfiles oficiais e em inúmeras outras oportunidades onde tem se apresentado.

Também devemos ser reconhecidos ao trabalho que vem sendo desenvolvido nas escolas,através dos Centros Cívicos e em participação em desfiles.

É importante que os filhos de nossa igreja sejam ensinados quanto aos valores culturais ecívicos, valorizando os símbolos nacionais.

Especialmente chamamos a atenção dos colegas para o uso mais marcante da Bandeira Bra-sileira, em primeiro lugar em nossas próprias salas, e em nossa sede, em segundo lugar em nossasinstituições e estabelecimentos e finalmente em nossas próprias igrejas, em respeito a soberanianacional. Há instituições que possuem o mastro mas nunca hastearam o símbolo nacional mesmoporque jamais adquiriram uma.

O dar a César o que é de César começa com respeito à dignidade do “Estado.”

Portanto, é importante que dediquemos tempo para manter contato com autoridades políti-cas, civis e militares, além de eclesiásticas de outras denominações pois todas estas tem interesse einfluência na manutenção da liberdade religiosa, este bem que tanto gostamos de usufruir.

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Desejo ainda ressaltar neste trabalho a importância de se promover nas igrejas e nas Associ-ações, Cursos Preparatórios para Habilitação ao Serviço Militar Obrigatório, tais como: Curso deFormação de Socorristas Padioleiros, Cursos para cozinheiros, Cursos de Preparo de Operadoresde Computação e outros mais.

Porém, o assunto que mais nos tem preocupado no momento é o que está ocorrendo com osnossos alunos das universidades e os vestibulandos. Estes últimos tem sido deixados de lado semnossa presença maior em suas tensões próprias do momento dos exames de ingresso nas faculda-des.

Algum trabalho de preparação de terreno tem que ser desenvolvido com bastante antecedên-cia, antes que sejam fixadas as datas nos calendários escolares. Na última hora o trabalho é infrutí-fero pois já haverá toda uma estrutura montada, difícil de ser alterada.

Bem colegas, eis aí o início de um trabalho que juntos poderemos desenvolver e entregar nasmãos do Senhor, para que através de seu Espírito Santo os frutos brotem em seu devido tempo.

Ao concluir este trabalho estou orando a Deus pelo seu resultado e pelas bênçãos que elepoderá gerar a nós e aos nossos queridos irmãos.

Alcides CoimbraDeveres Cívicos e Liberdade Religiosa

União Central Brasileira IASD

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................ 4LÍDERES DE DEVERES CÍVICOS E LIBERDADE RELIGIOSA ........................................................................... 7OBSERVÂNCIA DO SÁBADO - ORIENTAÇÕES - 108/906 DOCUMENTO ASSOCIAÇÃO GERAL ............... 8POR QUE OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA SÃO NÃO-COMBATENTES .................................................. 21OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E O GOVERNO CIVIL .............................................................................. 30O ESPÍRITO DE PROFECIA E O SERVIÇO MILITAR ........................................................................................... 39OS ADVENTISTAS E A POLÍTICA .......................................................................................................................... 54OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, O VOTO E A POLÍTICA .......................................................................... 63ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E VOTAÇÃO.................................................................................................... 68TEXTOS CONSTITUCIONAIS ................................................................................................................................. 74DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM ............................................................................... 78DECLARAÇÃO DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA A PROPÓSITO DO 50º ANIVERSÁRIO

DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................... 83DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DE

DISCRIMINAÇÃO FUNDADAS NA RELIGIÃO OU CRENÇA DE 25.11.1981 ............................................. 84LEI ESTADUAL N.º 10.066/98 • PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NAS ENTIDADES CIVIS

E MILITARES DE INTERNAÇÃO COLETIVA ................................................................................................. 85DECRETO N.º 44.395/99 • REGULAMENTA APRESENTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

DE QUE TRATA A LEI N.º 10.066 ....................................................................................................................... 87LEI Nº LEI 9.982/00 • PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NAS ENTIDADES

HOSPITALARES PÚBLICAS E PRIVADAS, BEM COMO NOS ESTABELECIMENTOSPRISIONAIS CIVIS E MILITARES .................................................................................................................... 90

EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 16 • REELEIÇÃO ............................................................................................ 91LEI N.º 4898/65 • ABUSO DE AUTORIDADE......................................................................................................... 92LEI N.º 7.437/85 • DEFINE COMO CONTRAVENÇÃO PRECONCEITOS DE RAÇA, COR, SEXO ................. 97LEI N.º 9.459/97 • DEFINE PUNIÇÕES CONTRA OS CRIMES RESULTANTES DE

PRECONCEITOS DE RAÇA OU DE COR ......................................................................................................... 99LEI N.º 1.784/97 • FIXA HORÁRIOS PARA CONCURSOS E EXAMES NO D.F. .............................................. 100LEI ESTADUAL N.º 10.435/72 • SEGUNDA CHAMADA PARA EXAMES E

PROVAS NOS CASOS QUE ESPECIFICA ....................................................................................................... 101LEI N.º 8239/91 • REGULA O SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO .................................................................. 102PORTARIA N.º 111, DE 13/02/2001 • ESTABELECE CONDIÇÃO PARA O

SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO ............................................................................................................... 104LEI N.º 1.110/50 • CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL ................................................................. 106LEI N.º 6015/73 • REGISTROS PÚBLICOS ........................................................................................................... 107MODELOS DE REQUERIMENTOS E OUTROS .................................................................................................. 108DECRETO N.º 4 – DE 19 DE NOVEMBRO DE 1889 • ESTABELECE OS DISTINTIVOS

DA BANDEIRA E ARMAS NACIONAIS ......................................................................................................... 121LEI 5700/71 • APRESENTAÇÃO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS ....................................................................... 122DESENHO DA BANDEIRA NACIONAL .............................................................................................................. 130DESENHO MODULAR DA BANDEIRA NACIONAL ......................................................................................... 131A BANDEIRA BRASILEIRA .................................................................................................................................. 132NORMAS SOBRE A APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA NACIONAL............................................................... 133NORMAS E APRESENTAÇÃO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS ......................................................................... 134HINO À BANDEIRA ............................................................................................................................................... 146AS ARMAS NACIONAIS ........................................................................................................................................ 144O SELO NACIONAL ............................................................................................................................................... 148O HINO NACIONAL ............................................................................................................................................... 149DATAS SUGESTIVAS PARA O HASTEAMENTO DA BANDEIRA EM NOSSAS SEDES

ESTABELECIMENTOS E INSTITUIÇÕES ...................................................................................................... 150

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LÍDERES DE DEVERES CÍVICOSE LIBERDADE RELIGIOSA

• DSA Pr. Siloé de Almeida

• UCB Dr. Alcides Coimbra

• ABC Pr. Lins Alves de Miranda

• APaC Pr. Edson Caravelli

• APL Pr. Enildo do Nascimento

• APO Pr. Luiz Carlos de Araújo

• APS Pr. Sérgio Octaviano

• AP Pr. Valdir Carlos

• APlaC Dr. Daniel Fiuza

• MMT Prof. Evaldo Zorzim

Apostila preparada pelo Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa da UCB

Expediente:

Presidente: Pr. Tercio SarliSecretário: Pr. Getúlio Ribeiro de FariaEcônomo: Pr. André Marcos PasiniDepto. Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa: Dr. Alcides CoimbraSecretária: Marilene Maran A. SerainCapa e Diagramação: Edimar Oliveira VelosoTiragem: 250 exemplares

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OBSERVÂNCIA DO SÁBADOORIENTAÇÕES - 108/906

DOCUMENTO ASSOCIAÇÃO GERAL

90-321

VOTADO registrar o voto DSA 90-639 como segue:

VOTADO registrar o seguinte documento da Associação Geral, Observância do Sábado-Orientações:

A presente orientação, junto com a Bíblia e o Espírito de Profecia pode servir de pauta paraatender algumas das perguntas que tem surgido, contudo de nenhum modo impede o direito pesso-al de seguir os ditames da própria consciência desde que dirigida pelo Espírito Santo.

Propósito e Perspectiva

O principal objetivo deste documento sobre a observância do sábado é oferecer conselhos oudiretrizes aos membros da igreja que desejam uma experiência mais rica e significativa de obser-vância do sábado. Espera-se que se produza um estímulo para uma genuína reforma quanto àguarda do sábado em âmbito mundial.

Conhecendo-se o fato de que a comunidade mundial de adoradores encontra numerosos pro-blemas quanto à observância do sábado, originários de determinados contextos culturais e ideoló-gicos, tentou-se tomar essas dificuldades em consideração. Não pretende este documento abrangertodas as questões relativas à guarda do sábado, mas apresentar princípios bíblicos e diretrizes doEspírito de Profecia que ajudem os membros da igreja em seu esforço por seguir a orientação doSenhor.

Espera-se que os conselhos dados neste documento sejam úteis, em última análise, entretan-to, as decisões feitas sob circunstâncias críticas devem ser motivadas pela fé e confiança pessoal noSenhor Jesus Cristo.

Sábado - Salvaguarda de Nosso Relacionamento com Deus

O sábado engloba toda a nossa relação com Deus. É uma indicação dos atos de Deus emnosso favor no passado, presente e futuro. O sábado protege a amizade do homem com Deus eproporciona o tempo essencial para o desenvolvimento dessa relação. O sábado esclarece o relaci-onamento entre Deus e a família humana, pois aponta a Deus como Criador numa época em que osseres humanos gostariam de usurpar a posição de Deus no universo.

Nesta era de materialismo, o sábado conduz homens e mulheres àquilo que é espiritual epessoal. São sérias as consequências de esquecer o dia de sábado para o santificar. Esse esqueci-

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mento produzirá uma distorção e final destruição do relacionamento de uma pessoa com Deus.

Quando é guardado o sábado, ele torna-se testemunha do repouso que advém de confiarapenas em Deus como sustentador, como base de nossa salvação e como o fundamento de nossaesperança no futuro. Como tal, o sábado é um deleite porque entramos no descanso de Deus eaceitamos o convite para comungar com Ele.

Quando Deus pede que nos lembremos do dia de sábado, Ele o faz porque deseja que noslembremos dEle.

Princípios e Teologia da Observância do Sábado

Natureza e Propósito do Sábado. A origem do sábado encontra-se na Criação, quando Deusdescansou de Sua obra no sétimo dia (Gên. 1-3). O sábado tem importância como sinal perpétuo doconcerto eterno entre Deus e Seu povo a fim de que soubessem Quem os criou (Êxo. 31:17) e ossantifica (Êxo. 31:13, Eze. 20;12), e para que O reconhecessem como o Senhor seu Deus (Eze.20:20).

O caráter Singular do Sábado. O sábado é uma ocasião especial para adoração de Deuscomo Criador e Redentor, e como o Senhor da Vida, com quem toda a família humana se reunirápor ocasião do segundo advento. O mandamento do sábado forma o centro da lei moral como oselo da autoridade de Deus. Sendo que constitui um símbolo do relacionamento de amor de Deuscom Seus filhos terrestres, os seres humanos são obrigados a respeitar este dom no sentido de quefarão o possível para promover e envolver-se em atividades que ajudem a estabelecer e reforçar umrelacionamento duradouro com Deus. Assim, Seu povo se envolverá apenas em atividades volta-das para Deus e seus semelhantes e não naquelas que se inclinam para a gratificação do próprio euou dos próprios interesses.

A Universalidade do Sábado. A universalidade tem sua raiz na Criação. Dessa maneira seusprivilégios e obrigações são vigentes para todas as nações, classes ou setores. (ver Êxo. 20:11,23:12; Deu. 5:13; Isa. 56:1-8). A observância do sábado diz respeito a todos os membros da casa,incluindo as crianças, e estende-se até mesmo ao estrangeiro que está dentro das tuas portas (Êxo.20:10).

Os Limites de Tempo do Sábado. Dados bíblicos: o sábado começa no final do sexto dia dasemana e dura um dia, de anoitecer a anoitecer (Gên. 1; Mar. 1:32). Esse tempo coincide com otempo do ocaso do sol. Nos lugares onde for difícil determinar claramente a hora do pôr-do-sol, oguardador do sábado começará o sábado no final do dia marcando pela diminuição da luz.

Princípios que orientam a Observância do Sábado. Embora a Bíblia não trate diretamentede muitas questões específicas que podemos ter atualmente quanto à observância do sábado, elanos apresenta princípios gerais aplicáveis hoje (Ver Êxo. 16:29, 20:8-11, 34:21; Isa. 58:13; Nee.13:15-22).

“A lei proíbe trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que constitui o ganha-pãodeve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito mundanos é lícito nesse dia; mas comoDeus cessou Seu labor de criar e repousou ao sábado, e o abençoou, assim deve o homem deixar asocupações da vida diária, e devotar essas sagradas horas a um saudável repouso, ao culto e as boasobras.” (O Desejado de Todas as Nações, p.186)

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Esse conceito, entretanto, não apoia a inatividade total. O Antigo e Novo Testamentos nosconvidam a cuidar das necessidades e aliviar os sofrimentos dos outros, pois o sábado é um bomdia para todos, particularmente para os humildes e oprimidos (Êxo. 23:12; Mat. 12:10-13; Mar.2:27; Luc. 13:11-17; Joã. 9:1-21).

Contudo, nem mesmo as boas obras devem obscurecer a principal característica bíblica daobservância do sábado, a saber, o repouso (Gên. 2:1-3), Isso inclui tanto o repouso físico (Êxo.23:12), como o espiritual em Deus (Mat. 11:28). O último leva o observador do sábado a procurara presença de Deus e a comunhão com Ele no culto (Isa. 48:13) tanto na meditação silenciosa (Mat.12:1-8), como na adoração pública (Jer. 23:32; II Rei. 4:23, 11:4-12; I Crô. 23:30; Isa. 56:1-8). Seuobjetivo é reconhecer a Deus como Criador e Redentor (Gên. 2:1-3; Deu. 5:12-15), e é comparti-lhado pela família isoladamente e pela comunidade maior (Isa. 56:1-8).

O Sábado e a Autoridade da Palavra de Deus. Ellen White assinala que o mandamento dosábado é único pois contém o selo da lei de Deus. Unicamente ele apresenta não só o nome mas otítulo do Legislador. Declara ser Ele o Criador dos céus e da Terra e mostra assim, o Seu direito àreverência e culto, acima de todos. Afora este preceito, nada há no decálogo para mostrar por queautoridade a lei é dada. (O Grande Conflito, pp. 451-452)

O sábado, como sinal do Criador aponta para Sua autoridade e direito de propriedade. Umasignificativa observância do sábado, portanto, indica a aceitação de Deus como Criador e Possui-dor e reconhece Sua autoridade sobre toda a Criação, inclusive o próprio ser. A observância dosábado baseia-se sobre a autoridade da Palavra de Deus. Não há para ela outra razão lógica.

Os seres humanos tem a liberdade de entrar em relacionamento com o Criador do universocomo um amigo pessoal.

Os guardadores do sábado podem ter de enfrentar resistências por vezes devido a seu com-promisso com Deus no sentido de santificar o sábado. Para aqueles que não reconhecem a Deuscomo seu Criador, parece arbitrário ou inexplicável que alguém deixe seu trabalho no dia de sába-do meramente por motivos religiosos. A observância significativa do sábado testifica do fato deque escolhemos obedecer ao mandamento de Deus. Assim reconhecemos que nossa vida é agoravivida em obediência à Palavra de Deus. O sábado constituirá uma prova especial no tempo do fim.O crente terá de fazer uma escolha, submeter-se à Palavra de Deus ou à autoridade humana (Apoc.14:7, 12).

A Vida no Lar e na Família e sua Relação com o Sábado

Introdução. A vida doméstica é a pedra angular da apropriada observância do sábado. So-mente quando as pessoas observam o sábado conscienciosamente no lar assumem suas correspon-dentes responsabilidades como membros da família, a Igreja como um todo revelará ao mundo asalegrias e privilégios do santo dia de Deus.

Diferentes tipos de Lares. No século XX há vários tipos de lar; por exemplo, o lar onde hámarido, esposa e filhos; o lar onde há marido e esposa, sem filhos; o lar onde há apenas um pai (ouuma mãe) com filhos (onde devido a um falecimento ou divórcio o pai ou mãe precisam atuar comopai e mãe ao mesmo tempo); o lar em que uma pessoa nunca tenha se casado ou em que a morte ou

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o divórcio tenha deixado alguém sozinho, sem filhos; ou o lar em que apenas o pai ou a mãe sejamembro da Igreja. Ao levar em conta as necessidades e os problemas dessas categorias, deve-seentender que alguns dos princípios e sugestões enunciados se aplicarão a todos os grupos, e algunsserão mais especializados.

Duas Instituições Sagradas. O lar e o sábado. ‘No princípio’ Deus colocou um homem euma mulher no Jardim do Éden, seu lar. Também ‘no princípio’ Deus deu o sábado aos sereshumanos. Essas duas instituições, o lar e o sábado andam juntas. Ambas são dons de Deus. Portan-to, ambas são sagradas, sendo que a última fortalece e enriquece de maneira única os laços daprimeira.

O companheirismo íntimo é um elemento importante do lar. O companheirismo íntimo comoutros seres humanos também é elemento importante do sábado. Ele aproxima as famílias a Deuse os indivíduos uns dos outros. Vista à partir dessa perspectiva, a importância do sábado para o larnão pode ser superestimada.

Responsabilidade dos adultos como mestres. Ao escolher Abraão como o pai do povo esco-lhido, Deus disse: “Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele” (Gên.18:19). Parece claro, então, que foi dada aos adultos uma enorme responsabilidade no lar comvistas ao bem-estar espiritual dos filhos. Tanto por preceito como por exemplo, devem eles propor-cionar o tipo de estrutura e atmosfera que torne o sábado um deleite e uma parte tão vital da vidacristã que, mesmo muito tempo depois de deixar o lar, os filhos continuem os costumes que lhesforam ensinados na infância.

Em harmonia com a injunção “Tu as inculcarás (as palavras e mandamentos de Deus) a teusfilhos” (cf. Deu. 6:4-9), os membros adultos da família devem ensinar os filhos a amarem a Deus eguardarem Seus mandamentos. Devem ensiná-los a serem leais a Deus e a seguir Sua direção.

Desde a mais tenra infância, as crianças devem ser ensinadas a participar do culto familiar afim de que o culto na casa de Deus se torne uma extensão do costume da família. Também desde ainfância as crianças devem ser ensinadas sobre a importância da assistência à igreja aprendendoque a verdadeira observância do sábado envolve ir à casa de Deus para o culto e o estudo da Bíblia.Os adultos da família devem dar o exemplo, assistindo aos cultos de sábado; formando um padrãoque será visto como importante quando os filhos tomarem decisões sobre aquilo que tem valor navida. Através de discussões, enquanto as crianças crescem e se tornam mais maduras, e através doestudo da Bíblia deve-se-lhes ensinar o significado do sábado, sua relação com o viver cristão e suanatureza permanente.

Preparação para o Sábado. Se o sábado deve ser observado devidamente, a semana inteiradeve ser programada de tal maneira que todos os membros estejam prontos para receber o santo diade Deus quando ele chegar. Isso significa que os membros adultos da família farão planos para queas tarefas domésticas - a compra e o preparo de alimentos, o preparo das roupas e todas as outrasnecessidades da vida diária - sejam completadas antes do pôr-do-sol de sexta-feira. O dia de repou-so deve tornar-se o eixo em torno do qual gira a roda da semana inteira. Quando se aproximar opôr-do-sol e o anoitecer de sexta-feira, adultos e crianças poderão saudar o sábado com tranquilidadede mente, tendo concluído todos os preparativos e com a casa pronta para passar as 24 horasseguintes com Deus e uns com os outros.

As crianças podem ajudar nesse sentido assumindo responsabilidades de preparo para o sá-bado de acordo com seu grau de maturidade. A maneira como a família se aproxima do início do

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sábado ao pôr-do-sol de sexta-feira e a maneira como é passada a noite de sexta-feira, constituirãoo cenário para o recebimento das bênçãos que o Senhor tem em reserva para todo o dia que segue.

Vestuário apropriado para o Sábado. Onde há crianças no lar, ao vestir-se a família nosábado de manhã para ir à Igreja, os adultos podem por preceito e exemplo ensinar os filhos queuma forma de honrar a Deus é ir à Sua casa com roupas limpas que representem apropriadamentea cultura em que vivem.

A Importância da hora do Estudo da Bíblia. Nos lugares onde as crianças não tem a vanta-gem de frequentar escolas adventistas, a Escola Sabatina torna-se o mais importante meio de ins-trução religiosa fora do lar. Não se pode superestimar o valor desta hora de estudo da Bíblia. Ospais, portanto, devem assistir aos cultos de sábado de manhã e fazer todo o possível para levar osfilhos consigo.

Atividades da Família no Sábado. Na maioria das culturas, a refeição de sábado ao meio-diaquando a família se reúne em torno da mesa para o almoço no lar é um ponto alto da semana. Oespírito de sagrada alegria e companheirismo, iniciado na hora de levantar e continuado durante aprogramação da manhã na igreja, intensifica-se. Sem as distrações de uma atmosfera secular, afamília pode conversar sobre temas de interesse mútuo e manter a disposição espiritual do dia.

Quando é compreendida a natureza do sábado e existe um relacionamento de amor entre paise filhos, todos procurarão evitar a intromissão nas horas sagradas de música secular, rádio, progra-mas de televisão e vídeo, jornais, livros e revistas.

As tardes de sábado, tanto quanto possível serão empregadas em atividades de família -explorar a natureza, fazer visitas missionárias a doentes ou pessoas de resguardo ou a outras quenecessitem de encorajamento - e assistir às reuniões da igreja. À medida que as crianças crescem,as atividades se ampliarão para abranger outros membros de sua faixa etária na Igreja, sempre coma pergunta em mente: “Esta atividade me leva compreender melhor a verdadeira e sagrada naturezado sábado?” Assim, a devida observância do sábado no lar exercerá uma influência duradoura parao tempo e a eternidade.

A Observância do Sábado e as Atividades Recreativas

Introdução. A observância do sábado inclui o culto e a comunhão. É amplo e generoso oconvite para desfrutar ambos. O culto sabático dirigido a Deus geralmente ocorre numa comunida-de de crentes. A mesma comunidade provê comunhão. Tanto o culto como a comunhão oferecemum potencial ilimitado de louvor a Deus e enriquecem a vida dos cristãos. Quando o culto sabáticoou a comunhão são distorcidos ou abusados, o louvor a Deus e o enriquecimento pessoal ficamameaçados. Como o dom de Si mesmo que Deus nos faz, o sábado traz genuíno gozo no Senhor. Éuma oportunidade para que os crentes reconheçam e atinjam o potencial que receberam de Deus.Assim, para o crente, o sábado é um deleite.

Fatores alheios à observância do Sábado. O sábado pode ser facilmente invadido por ele-mentos alheios ao seu espírito. Na experiência do culto e da comunhão o crente deve estar semprealerta em relação com fatores que prejudiquem a sua percepção da natureza sagrada do sábado. Osenso da santidade do sábado é ameaçado particularmente por tipos errados de comunhão e ativida-des. Por contraste, a santidade do sábado é exaltada quando o Criador permanece como centrodesse dia santo.

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Fenômenos culturalmente condicionados na observância do sábado. É importante com-preender porque os cristãos prestam obediência a Deus e, dessa maneira, observam o sábado nolugar histórico e cultural onde vivem. É possível que tanto a história como a cultura nos condicionemde maneira falsa e produzam a distorção de nossos valores. Ao apelar para a cultura, podemos serculpados de dar-nos a desculpa ou licença de condescender com esportes e atividades recreativasincompatíveis com a santidade do sábado. Por exemplo, o exercício físico intenso e várias formasde turismo não se harmonizam com a verdadeira observância do sábado.

Qualquer tentativa de regulamentar a observância do sábado além dos princípios bíblicospreparando listas de proibições para o dia de sábado serão contraprodutivas para uma experiênciaespiritual sólida. O cristão submeterá a sua experiência sabática ao teste do princípio. Ele sabe queo principal objetivo do sábado é fortalecer o elo de união entre si mesmo e Deus. Dessa forma, sãoaceitáveis as atividades guiadas por princípios bíblicos e as que contribuem para esse fortalecimen-to.

Visto que ninguém pode avaliar corretamente os motivos pessoais dos outros, o cristão deveser muito cuidadoso para não criticar seus irmãos que vivem em contextos culturais diferentes doseu próprio.

Em viagem, os turistas adventistas devem fazer todo esforço no sentido de observar o sábadojuntamente com seus irmãos daquela região. Por respeito à santidade do sétimo dia, recomenda-seque os adventistas evitem usá-lo como dia livre para passeios turísticos e atividades seculares.

Igrejas e Instituições da Igreja

Ao estabelecer diretrizes e praxes específicas para a Igreja como um todo e para as institui-ções da igreja, a organização está apresentando um exemplo da guarda do sábado para os membrosem geral. É responsabilidade dos membros a aplicação dos princípios da verdadeira observânciado sábado à sua própria vida. A igreja pode ajudar apresentando princípios sobre a guarda dosábado encontrados na Bíblia e no Espírito de Profecia, mas não pode ser consciência para osmembros.

Igrejas - O papel da igreja e da família nas atividades de sábado à tarde. O pastor e oslíderes da igreja local tem a responsabilidade de oferecer atividades sabáticas cuidadosamenteplanejadas para crianças, jovens, adultos e idosos, bem como para famílias e pessoas que vivemsozinhas, enfatizando a importância de tornar o sábado um dia de alegria, adoração e repouso. Asatividades da igreja devem complementar e não substituir as atividades da família e do lar.

Igrejas - Música de sábado. A música produz um impacto poderoso sobre a disposição deespírito e as emoções da pessoa. Os líderes da igreja selecionarão a música e os músicos querealçarão a atmosfera reverente do repouso sabático e o relacionamento do adorador com Deus. Osensaios do coral no sábado devem ser evitados durante os horários de reuniões sabáticas regular-mente programadas.

Igrejas - Penetração na comunidade. Embora os cristãos possam participar de certos tiposde obra social em favor de estudantes, jovens e pobres nos subúrbios e favelas devem tomar cuida-do de exercer uma influência exemplar de guarda coerente do sábado. Quando envolvidos numaclasse de extensão ou escola especial para crianças e jovens, devem escolher assuntos e classes que

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sejam diferentes das matérias seculares normais ou aulas da semana e incluir atividades que contri-buam para a cultura espiritual. Passeios pela vizinhança ou junto à natureza podem substituir osrecreios; caminhadas ou excursões junto à natureza que exijam apenas esforço mínimo podemsubstituir matérias ou aulas seculares.

Igrejas - Recolta. O procedimento geral das igrejas adventistas do sétimo dia é realizar arecolta em dia que não seja o sábado. Nos lugares onde for costume recoltar no sábado, a atividadedeve ser executada de modo a fazer benefícios espirituais a todos os participantes.

Igrejas - Arrecadação de fundos no sábado. A doutrina da mordomia cristã encontra-se emtodas as Escrituras. O ato de dar tem lugar definido nos cultos de adoração. Quando se fazemapelos para ofertas, devem ser feitos de tal maneira que preservem a santidade do culto e do sába-do.

Igrejas - Casamentos aos sábados. A cerimônia matrimonial é sagrada e em si mesma nãoestaria em desacordo com o espírito da guarda do sábado. Contudo, a maioria dos casamentosenvolve um considerável trabalho e quase inevitavelmente se cria uma atmosfera secular duranteos preparativos e a recepção. A fim de que não se perca o espírito do sábado, deve-se desaconselhara realização de casamentos aos sábados.

Igrejas - Funerais aos sábados. Em geral, os adventistas devem tentar evitar os funerais aossábados. Em alguns climas e sob certas condições, entretanto, pode ser necessário realizar os fune-rais sem demora, apesar do dia de sábado. Nesses casos, devem ser feitos arranjos antecipados comagentes funerários e funcionários do cemitério para que realizem suas tarefas de rotina antes do diade sábado reduzindo assim o trabalho. Em alguns casos, a cerimônia fúnebre pode ser realizada nosábado deixando-se o sepultamento propriamente dito para mais tarde.

Instituições médicas adventistas. As instituições médicas adventistas constituem o únicocontato que muitas pessoas tem com a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os hospitais adventistasdevem ser mais do que meramente sistemas de atendimento médico. Tem eles a oportunidade únicade dar um testemunho cristão 24 horas por dia junto às comunidades a que servem. Além disso, temo privilégio de apresentar a mensagem do sábado pelo exemplo cada semana.

Na cura dos enfermos e na libertação dos portadores de debilidade físicas, mesmo no sábado,Cristo deixou um exemplo que consideramos a base para o estabelecimento e funcionamento dasinstituições médicas adventistas. Portanto, uma instituição que ofereça atendimento médico aopúblico, deve estar preparada para ministrar as necessidades dos enfermos e sofredores indepen-dente de horas ou dias.

Esse fato coloca uma grande responsabilidade sobre as instituições no sentido de elaborareme executarem regulamentos que reflitam o exemplo de Cristo e apliquem os princípios da obser-vância do sábado encontrados nas Escrituras e ensinados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Osadministradores tem a responsabilidade especial de cuidar para que todos os departamentos mante-nham o verdadeiro espírito da guarda do sábado, instituindo procedimentos apropriados e evitandoa frouxidão na observância do sétimo dia.

Recomenda as seguintes aplicações dos princípios de observância do sábado:

1. oferecer atendimento médico de emergência sempre que necessário com boa disposição,ânimo e alto nível de profissionalismo. Entretanto, nem as instituições nem os médicos e dentistasadventistas devem oferecer os mesmos serviços de clínica ou consultório que oferecem nos outrosdias da semana.

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2. suspender todas as atividades rotineiras que podem ser adiadas. Geralmente, isso significafechar completamente os departamentos e instalações que não tenham relação direta com o atendi-mento aos pacientes e manter um número mínimo de pessoas qualificadas em outros departamen-tos para tratar das emergências.

3. adiar serviços eletivos de diagnósticos de terapia. O médico de plantão deve decidir o queé necessário ou de natureza emergencial. Se ele abusar desse direito, os casos devem ser tratadospela administração do hospital. Os funcionários da instituição que não trabalham na administraçãonão devem envolver-se nas decisões nem serem obrigados a enfrentar o(s) médico(s) de plantão.Pode-se evitar mal-entendidos deixando claro em estatutos para a equipe médica que somenteserão realizados procedimentos cirúrgicos, terapêuticos ou de diagnóstico que não possam ser adi-ados devido a condição do paciente. Um atendimento claro com todos os que são designados paraa equipe no momento da admissão fará muito para evitar mal-entendidos e abusos.

4. fechar os escritórios administrativos para atendimentos de rotina. Embora possa ser neces-sário admitir ou dar alta a pacientes no sábado, recomenda-se que seja evitada a apresentação decontas e o recebimento de dinheiro. Jamais deve a guarda do sábado ser motivo de irritação paraaqueles que procuram servir e salvar, mas sim constituir o sinete dos “filhos da luz” (Efé. 5:8, AA260).

5. fazer do sábado um dia deleitoso para os pacientes, um dia em que intensa atividade derotina seja posta de lado e a equipe esteja livre para passar mais tempo com os pacientes, instruí-los, aconselhá-los e familiarizá-los com o maravilhoso amor de Deus. Essa atividade missionáriaserá uma lembrança do testemunho cristão que jamais será esquecida. A guarda significativa dosábado será conseguida muito mais facilmente em uma instituição que empregue uma equipe pre-dominantemente adventista. A apresentação do sábado sob um prisma favorável pode ser conseguidapelos obreiros encarregados do atendimento aos pacientes, e pode constituir uma influência con-vincente na vida dos que não pertencem à nossa fé.

6. o atendimento aos enfermos é uma atividade dos sete dias da semana. A doença não conhe-ce calendário, entretanto, ao escalar os funcionários, as instituições médicas devem tomar em con-sideração as crenças, observâncias e práticas sinceras dos empregados ou futuros empregados. Ainstituição deve dar margem razoável a essas crenças a menos que se demonstre que essa acomoda-ção reconhece que a consciência das pessoas varia em relação com a conveniência do trabalho aossábados. Nem a igreja nem suas instituições pode atuar como consciência para seus empregados.Em vez disso, deve-se dar margem razoável para a consciência individual.

7. resistência às pressões para afrouxar as normas adventistas. Algumas instituições tem sidopressionadas por comunidades, equipes médicas e/ou empregados (quando a maioria se compõe denão-adventistas) no sentido de abandonar ou enfraquecer os princípios quanto à guarda do sábadoe suas práticas, de modo que o sábado seja tratado como qualquer outro dia. Em alguns casos, tem-se feito pressão para manter os serviços completos no sábado, reduzindo-se então no domingo.Essa atitude deve ser vigorosamente combatida. A aquiescência levaria a um sério reexame dorelacionamento dessa instituição com a igreja.

8. instruir os empregados que não são adventistas, quanto aos princípios de guarda do sábadopraticados pela instituição. Todos os não-adventistas no momento da admissão em uma instituiçãomédica adventista devem tomar conhecimento dos princípios adventistas do sétimo dia, especial-mente praxes institucionais relativas à observância do sábado. Embora os não-adventistas possam

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não crer como nós, eles devem saber desde o início como se espera que se encaixem no programada instituição para ajudá-la a atingir seus objetivos.

9. estimular uma atitude de contínuo testemunho cristão entre os empregados adventistas. Oúnico contato que muitos funcionários não-adventistas poderão ter com os adventistas do sétimodia, será na instituição que os emprega. Todos os relacionamentos devem ser cordiais, bondosos erepresentativos do amor exemplificativo na vida e obra do Grande Médico. A compaixão para comos enfermos, a abnegada consideração para com os semelhantes, a solícita disposição para servir euma irrestrita lealdade para com Deus e a Igreja podem bem construir um cheiro de vida para avida. A guarda do sábado é privilégio e honra, bem como dever. Jamais deve tornar-se pesada outediosa para os que a observam ou para os que nos rodeiam.

O trabalho aos sábados em hospitais não-adventistas. Embora seja essencial nas institui-ções médicas que constantemente se realize um mínimo de trabalho para manter o bem-estar econforto dos pacientes, os empregados adventistas em instituições não-adventistas onde as horasdo sábado não trazem diminuição dos deveres rotineiros, encontram-se sob a obrigação de recordaros princípios que regem as atividades sabáticas. Para evitar situações em que os membros da igrejaenfrentem problemas com a guarda do sábado em instituições não-adventistas, recomenda-se que:

1. quando os adventistas aceitam emprego num hospital não-adventista, tornem conhecidosseus princípios de guarda do sábado e solicitem um horário de trabalho que os isente dos deveresno dia de sábado.

2. nos lugares onde os horários de trabalho ou outros fatores não permitam esse arranjo, osadventistas devem identificar claramente as tarefas, se houver alguma que poderão realizar consci-enciosamente no sábado bem como sua frequência.

3. nos casos em que não for possível acomodar-se aos arranjos acima, os membros devemtornar supremas as exigências de lealdade a Deus e abster-se de tarefas rotineiras.

Instituições educacionais adventistas. As escolas adventistas de segundo grau com interna-to desempenham um papel importante na formação de hábitos de observância do sábado das futu-ras gerações de membros da igreja, e os colégios e universidades adventistas fazem muito paramolar o pensamento do ministério e da classe profissional da igreja. É importante, portanto, que ateoria e a prática sobre como maximizar as deleitosas bênçãos do sábado se aproximem o máximodo ideal nessas instituições.

A aplicação desse princípio deve incluir:

1. preparo adequado para o sábado.

2. demarcação do início e final das horas sabáticas.

3. atividades apropriadas para o lar e a escola: culto, grupos de oração, trabalho missionário,etc.

4. deveres necessários reduzidos ao mínimo. De preferência, devem ser confiados a pessoasque os realizem como serviço voluntário e não às que recebem pagamento pelo mesmo trabalhodurante a semana.

5. cultos inspiradores de preferência servindo como modelo daquilo que se espera caracteri-ze os cultos nas igrejas das escolas.

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6. atividades variadas e apropriadas para as tardes de sábado.

7. estruturação do programa semanal de modo que o sábado represente uma alegria quepermanece além do clímax da semana, em vez de ser um prelúdio para atividades contrastantes nosábado à noite.

a. Vendas no refeitório. Os refeitórios são destinados a servir os estudantes e os pais que os visi-tam, bem como os hóspedes autorizados; não devem abrir ao público no sábado. Para evitartransações desnecessárias durante as horas sagradas, a instituição deve tomar providências paraque os pagamentos sejam feitos fora das horas do sábado.

b. Participação do corpo docente em reuniões de profissionais. Em alguns países, os adventistas dosétimo dia tem o privilégio de assistir a encontros de profissionais a fim de manter-se a par doprogresso em sua área de especialização. Pode ser tentador justificar a assistência a essas reuni-ões no sábado. Recomenda-se entretanto, que o pessoal acadêmico participe do culto junto comos outros membros da igreja, em vez de unir-se aos colegas profissionais à trabalho.

c. Estações de rádio. As estações de rádio dos colégios podem ser uma bênção para a comunidade.Para maximizar essas bênçãos, a programação durante as horas do sábado deve refletir a filoso-fia da igreja. Se durante o sábado forem feitos apelos quanto à arrecadação de fundos, elesdevem ser feitos de tal maneira que exaltem a santidade do dia.

d. Viagens promocionais. A fim de manter a natureza de reverência do dia de sábado, as viagenspromocionais devem ser planejadas de forma que reduzam ao mínimo as viagens aos sábados,proporcionando o máximo de tempo para o culto com os irmãos. As horas do sábado não devemser usadas em viagem com o objetivo de que haja tempo livre para um programa no sábado ànoite.

e. A observância do sábado na educação para o Ministério. Os pastores tem a grande responsabili-dade de moldar a vida espiritual da igreja por seu exemplo pessoal. Portanto, as instituições quepreparam os pastores e as esposas de pastores precisam ensinar seus alunos a formar uma sólidafilosofia de observância do sábado. A devida orientação recebida na escola pode ser um instru-mento na experiência de um genuíno reavivamento das alegrias do sábado em sua própria vida,bem como na vida de sua Igreja.

f. Exames no sábado. Os adventistas do sétimo dia que enfrentam o caso de exames aos sábadosem escolas não-adventistas, ou que prestam exames para receber autorização por parte dos con-selhos profissionais para o exercício da profissão, encontram problemas especiais. Ao lidaremcom essas situações, recomenda-se que façam arranjos com a administração para poderem pres-tar os exames em oras que não sejam do sábado. A Igreja deve incentivar os membros quanto àcuidadosa observância do sábado e, sempre que possível, interceder junto às autoridades com-petentes para que possibilitem a reverência para com o dia de Deus e o acesso aos exames.

Muitos empregadores em assim chamadas áreas de serviços essenciais estão dispostos a fa-zer concessões aos guardadores do sábado. Quando essas não forem feitas, os membros devemrever cuidadosamente os princípios bíblicos sobre a guarda do sábado e, sob essa luz, examinar otipo de atividades, ambiente, exigências do trabalho e motivos pessoais antes de envolver-se nostrabalhos aos sábados. Devem perguntar ao Senhor como o fez Paulo na estrada de Damasco:“Senhor, que queres que eu faça?” Quando prevalece essa atitude de fé, somos persuadidos de queo Senhor levará o crente a discernir Sua vontade e suprirá a força e sabedoria para segui-la.

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Decisões morais relativas à observância do sábado. Os privilégios sabáticos são algumasvezes negados ou restringidos por organizações militares, educacionais, políticas ou outras. Paraevitar e/ou reduzir essas situações lamentáveis, devem-se considerar as seguintes sugestões:

Um administrador competente da Igreja, de preferência o diretor do departamento de Deve-res Cívicos e Liberdade Religiosa, deve ser designado para manter-se informado quanto a circuns-tâncias que poderiam minar a liberdade de culto aos sábados. Quando necessário, esse oficial pro-curará as autoridades responsáveis para interceder no caso da possibilidade de um impacto adversosobre os adventistas do sétimo dia como consequência de alguma legislação ou medida em pers-pectiva. Essa linha de ação pode evitar a promulgação de leis que restrinjam ou neguem os privilé-gios sabáticos.

Os membros adventistas devem ser encorajados a defender pela fé o princípio da guarda dosábado independentemente das circunstâncias, descansando na certeza de que Deus honrará a leal-dade para com Ele.

Os membros da igreja devem oferecer ajuda espiritual, moral e, se necessário, material paraoutros membros que estejam passando por problemas por causa do sábado. Esse apoio servirá parafortalecer a dedicação ao Senhor, não só da pessoa que está enfrentando os problemas relativos aosábado, mas da Igreja como um todo.

Compra de Bens e Serviços no Sábado

1. O sábado foi designado para prover liberdade e gozo espiritual para todas as pessoas (Êxo.20:8-11). Como cristãos, devemos apoiar esse direito humano básico que o Criador concedeu atodos. Como regra geral, comprar produtos, comer em restaurantes e pagar por serviços a seremprestados por terceiros são coisas que devem ser evitadas por estarem em desarmonia com o prin-cípio e a prática da guarda do sábado.

2. Além disso, as atividades comerciais mencionadas acima desviarão a mente da santidadedo sábado (ver Nee. 10:31, 13:15). Com o devido planejamento, podem-se tomar com antecedên-cia medidas apropriadas referentes a necessidades previsíveis do sábado.

Viagens aos sábados. Embora possa ser necessária uma viagem no sábado em conexão comatividades sabáticas, não se deve permitir que as viagens aos sábados se tornem um evento secular;portanto, os preparativos devem ser feitos com antecedência. O combustível do veículo e outroselementos necessários devem ser providenciados antes do início do sábado. Devem ser evitadasviagens em transportes comerciais para atender a assuntos particulares ou de trabalho.

Como tratar um problema específico de trabalho. Quando um membro da igreja acha ne-cessário renunciar a um trabalho ou perde seu emprego por causa de problemas de guarda dosábado, e é admitido pela denominação numa atividade semelhante; e quando o novo trabalho, porsua natureza, requer que o membro trabalhe no sábado, recomenda-se as seguintes sugestões:

1. dar-se-á ao membro uma cuidadosa explanação sobre a natureza essencial do trabalho.

2. a organização deve fazer todos os esforços no sentido de certificar-se de que somente osaspectos essenciais do novo trabalho sejam executados no sábado. Os administradores tambémdevem explicar ao novo empregado os propósitos religiosos e objetivos básicos da organizaçãoempregadora.

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3. adotar-se-á um programa de rodízio para que o membro que conscienciosamente aceitaesse trabalho aos sábados, possa com frequência participar de uma comemoração mais completado dia do sábado.

Trabalho em turno. Quando um adventista do sétimo dia trabalha onde existe o sistema deturnos, o empregador poderá solicitar-lhe que trabalhe no sábado ou em parte do sábado. Nessascircunstâncias, encoraja-se o membro envolvido a considerar o seguinte:

1. o membro deve esforçar-se por ser o melhor funcionário que puder, um empregado devalor, a quem o empregador não se dê ao luxo de perder.

2. se surge um problema, o membro deve procurar resolvê-lo através de entendimento diretocom o empregador, solicitando-lhe um arranjo baseado em boa vontade e justiça.

3. o membro deve ajudar o empregador sugerindo-lhe arranjos como:

a. trabalhar com um horário flexível

b. aceitar um turno indesejável

c. trocar de turno com outro empregado

d. trabalhar nos feriados

4. se o empregador resiste à idéia de um arranjo, o membro deve imediatamente procurar aajuda do pastor e do departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa nos países ondehouver envolvimento nessas atividades.

Emprego e Comércio Secular Relacionados com o Sábado

Declaração de Princípio. A visão bíblica do sábado inclui uma dimensão divina e humana(Mat. 12:7). A partir da perspectiva divina, o sábado convida o crente a renovar seu compromissocom Deus, cessando o trabalho diário para adorar a Deus mais plena e livremente (Êxo. 20:8-11,31:15-16; Isa. 58:13-14). Na perspectiva humana, o sábado convoca o crente a comemorar o amorcriador e redentor de Deus, revelando misericórdia e solicitude para com o próximo (Deu. 5:12-15,Mat. 12:12, Luc. 13:12, Joã. 5:17). O sábado, assim, abrange a cessação do trabalho secular com opropósito de honrar a Deus, e a realização de atos de amor e bondade para com os semelhantes.

Trabalho Essencial e de Emergência. A fim de exaltar a santidade do sábado, os adventistasdo sétimo dia devem fazer escolhas sábias na questão do emprego, guiados por uma consciênciailuminada pelo Espírito Santo. A experiência tem demonstrado que há riscos na escolha de voca-ções que não permitam a adoração do Criador no sábado, livre de envolvimento com trabalhosecular. Isso significa que evitarão tipos de emprego que, embora essenciais para o funcionamentode uma sociedade tecnologicamente avançada, possam oferecer problemas quanto à observânciado sábado.

As Escrituras e o Espírito de Profecia são explícitos quanto aos nossos deveres como cristãospara com os semelhantes, mesmo no dia de sábado. No contexto moderno, muitos empregados emocupações relacionadas com a salvação de vidas e propriedades são chamados a tratar de emergên-cias. Arranjar trabalho regular de fim de semana que requeira o uso emergencial, ou aceitar traba-

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lho nos fins de semana em ocupações de emergência para aumentar a renda familiar, não se harmo-niza com os princípios de observância do sábado apresentados por Cristo. Atender situações deemergência que envolvam risco de vida e segurança é diferente de ganhar o sustento por envolver-se rotineiramente nessas ocupações durante o sábado, já que frequentemente são acompanhadaspor atividades comerciais, seculares ou rotineiras. (Ver os comentários de Cristo sobre o resgate debois e ovelhas caídos em valetas e sobre a ajuda a pessoas em necessidade - Mat. 12:11, Luc.13:16). Ausentar-se da casa de Deus e negar-se à comunhão com os outros membros no sábadopode exercer um efeito desanimador sobre a vida espiritual.

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POR QUE OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIASÃO NÃO-COMBATENTES

Esta declaração foi oficialmente aprovada pela Mesa Administrativa da Associação Geral, em Wa-shington-DC., aos 11 de outubro de 1943 , depois de haver sido submetida a cuidadoso estudo porum período de muitos meses.

Antes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, entrou em vigor umalegislação concedendo completa isenção ao combate e ao porte de armas a todos os que a isso seopusessem conscientemente. Essa lei favorece as organizações não-combatentes. Portanto, pordecisão do Congresso, os Adventistas do Sétimo Dia estão incluídos entre os que tem garantida suaisenção ao combate durante a guerra, com base em crença religiosa.

Os Adventistas do Sétimo Dia tem sido não-combatentes através de sua história. Declararamsua posição durante a Guerra Civil. Tem-na reafirmado sucessivamente através dos anossubsequentes. O reconhecimento governamental dos Adventistas do Sétimo Dia como não-comba-tentes também remonta aos dias da Guerra Civil. Esse “status” lhes tem sido concedido nos confli-tos armados em que nossa nação tem estado envolvida desde aquele tempo.

Considerando que os Adventistas do Sétimo Dia são frequentemente solicitados a explica-rem as razões de sua crença na não-combatividade, foi publicada esta declaração com a esperançade lhes prestar auxílio ao dar uma resposta inteligente.

Foi adotado o seguinte pronunciamento oficial, pela Mesa Administrativa da Divisão Norte-Americana dos Adventistas do Sétimo Dia, numa reunião celebrada em Huntsville, Alabama, dia18 de abril de 1917:

Às autoridades:

Em nome dos Adventistas do Sétimo Dia nos Estados Unidos da América, a Mesa Adminis-trativa da Divisão Norte-Americana dos Adventistas do Sétimo Dia respeitosamente apresenta aseguinte declaração:

“Cremos que o governo civil é ordenado por Deus e que, no exercício de suas legítimasfunções, deve receber o apoio de seus cidadãos. Cremos no princípio sobre o qual este governo foifundado. Somos leais à Constituição baseada nos princípios da democracia, garantindo liberdadecivil e religiosa a todos os seus cidadãos.

Deploramos o fato de que nossa nação tenha sido envolvida pelos horrores da guerra, e ora-remos continuamente para que o Deus do céu possa muito em breve trazer paz a nosso país. Temossido não-combatentes através de nossa história. Durante a Guerra Civil nosso povo declarou ofici-almente:

Que reconhecemos o governo civil como ordenado por Deus; que a ordem, justiça e a calmapossam ser mantidas em nossa terra; que o povo de Deus possa viver vida pacífica e sossegada emtoda piedade e honestidade.

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De acordo com esse fato, reconhecemos a justiça de prestar tributo, honra e reverência aopoder civil, como prescrito no Novo Testamento. Enquanto nós, alegremente, damos a César ascoisas que as Escrituras mostram a ele pertencerem, somos compelidos a declinar de toda partici-pação em atos de guerra e derramamento de sangue, como sendo inconsistentes com os deveres anós ordenados por nosso divino Mestre em relação aos nossos inimigos e para com toda a humani-dade.

Nós, por meio desta, reafirmamos a declaração anterior. Pedimos que nossas convicçõesreligiosas sejam reconhecidas por aqueles em posição de autoridade, e que sejamos solicitados aservir nosso país apenas em atividades que não violem nossa obediência consciente à lei de Deuscontida no decálogo interpretada nos ensinos de Cristo e exemplificada em Sua vida.”

Guerra nos Tempos do Velho Testamento

Uma das primeiras perguntas feitas aos que requerem isenção dos deveres de combate combase na religião, é : “Se vocês crêem que é errado tirar a vida humana em guerras, como explicamas guerras do Antigo Testamento, nas quais Deus ordenava que Israel se envolvesse?”

Em resposta a isso é necessário observar a forma especial de governo do povo de Israel.Quando Deus conduziu a Israel para fora do Egito, organizou o povo numa nação que devia ser Seureino exclusivo. Seus dirigentes eram designados por Deus e suas leis foram enviadas do céu. Essaforma de governo - é conhecida como uma “teocracia” - uma nação em que Deus governa direta-mente sobre os súditos. Não houve jamais outro semelhante desde então - e não há sobre a terragoverno como esse agora.

A Teocracia de Israel

O governo de Israel foi único na história humana, no sentido de que foi uma tentativa deDeus de governar Seu povo sobre a Terra, diretamente. Ele seria Seu Governador, Legislador eJuiz. Além disso, jamais foi propósito de Jeová que Israel, Seu povo, se transformasse num reino,ou estado ou governo como as nações a seu redor. Esse povo deveria ser separado para Deus “detodos os povos que há sobre a face da terra” (Êxo. 33:16). “Eis que este povo habitará só, e entre asgentes não será contado” (Núm. 23:9).

Esta era uma nação que também era uma igreja, chamada no Novo Testamento “a igreja nodeserto” (Atos 7:38). Esse aspecto é bem apresentado num trabalho Adventista do Sétimo Dia:

Israel seria agora tomado em uma relação íntima e peculiar para com o Altíssimo - sendoincorporado como uma igreja e nação sob o governo de Deus. A mensagem dada a Moisés, para opovo, foi:

‘Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe aMim; então sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a Terra éMinha. E vós Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.’

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‘Moisés voltou ao acampamento, e, tendo convocado os anciãos de Israel, repetiu-lhes amensagem divina. Sua resposta foi: ‘Tudo o que o Senhor tem falado, faremos.’ Assim entraramem um concerto solene com Deus, comprometendo-se a aceitá-lo como seu Governador, pelo quese tornavam, em sentido especial, súditos sob Sua autoridade’ (Ellen G. White, Patriarcas e Profe-tas, p. 309)

‘O governo de Israel caracterizou-se pela organização mais completa, maravilhosa tanto peloseu acabamento como pela sua simplicidade. A ordem, tão admiravelmente ostentada na perfeiçãoe arranjo de todas a obras criadas de Deus, era manifesta na economia hebréia. Deus era o centro daautoridade e do governo, o Soberano de Israel.’ (Idem, 389)

‘O governo de Israel era administrado em nome e pela autoridade de Deus. O trabalho deMoisés, o dos setenta anciãos, dos príncipes e juízes, era simplesmente pôr em execução as leis queDeus dera; não tinham eles autoridade para legislar para a nação. Esta foi, e continuou a ser acondição da existência de Israel como nação. De tempos em tempos homens inspirados por Deuseram enviados para instruírem o povo, e guiá-lo na execução das leis.’ (Idem, 645)

Mas o povo de Israel fracassou ao executar o plano de Deus. Finalmente pediram um rei, paraque pudessem ser semelhantes às nações a seu redor. E embora esse pedido fosse atendido, osprincípios sobre os quais estava fundada a teocracia deveriam ser mantidos. Deus devia ser reco-nhecido como o Chefe da Nação, e Sua lei executada como a lei suprema do país.’ (Idem)

Está claro, portanto, que a teocracia de Israel era um governo cujos poderes derivavam dire-tamente e imediatamente de Deus.

Por sinais, maravilhas e poderosos milagres, Deus os havia livrado da escravidão do Egito;havia-os livrado da destruição no Mar Vermelho; conduzido através do deserto; alimentadomiraculosamente; protegido da destruição por seus inimigos; havia expulsado as nações pagãs parafora da Terra Prometida; havia-os estabelecido em sua possessão. Eles eram Seu povo; Ele era seuDeus.

Deve-se dizer aqui, entretanto, que Deus não ordenou nem tampouco sancionou todas asguerras nas quais Israel se envolveu. Como já foi indicado, Israel falhou ao desempenhar o glorio-so propósito de Deus, como Sua nação escolhida. Mas Deus não mudou imediatamente a formateocrática de governo por causa desse fracasso, mas Ele foi paciente com suas transgressões atéque não houvesse mais remédio. Várias vezes os puniu por sua desobediência. Serviu-se até mes-mo de reis pagãos como instrumentos de punição para Seu povo. A história da nação hebraica,conforme registro do Velho Testamento, teria sido muito diferente se o povo tivesse apreciadointeiramente o plano de Deus e vivido em obediência aos princípios de sua lei.

Jeová, às vezes, instruía a Israel quanto às guerras com seus inimigos, assegurando-lhes osucesso nesses empreendimentos. Um notável exemplo é registrado no décimo capítulo do livro deJosué. Relata-se que cinco reis se uniram para aniquilar as hostes de Israel.

“E o Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão: nenhum delesparará diante de ti. ...E o Senhor os conturbou diante de Israel e os feriu de grande ferida emGibeom. ...O Senhor lançou sobre eles, do céu, grandes pedras até Azeca, e morreram; e forammuitos mais os que morreram das pedras de saraiva do que os que os filhos de Israel mataram àespada. Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus na mão dos filhos deIsrael, e disse aos olhos dos israelitas: sol, detém-te em Gibeom, e tu lua no vale de Ajalom. O solse deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos.” (Jos. 10:8-13)

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Quando a nação saía para a batalha sob a interposição direta de Deus, até mesmo as agênciassobrenaturais eram usadas contra os inimigos - pois as batalhas eram as batalhas do Senhor.

Por outro lado, houve muitas ocasiões em que Seu povo esqueceu que era apenas instrumen-to nas mãos de Deus para cumprir Seus propósitos na terra. Nessas ocasiões tomavam o problemaem suas próprias mãos e faziam decisões sem a direção ou liderança divinas. Um exemplo disso foia presunção de Israel de lutar contra Amaleque em direta desobediência ao conselho de Deus. Amensagem de Deus transmitida por Moisés foi: ‘Não subais, pois o Senhor não estará no meio devós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos. ...Contudo, temerariamente, tentaramsubir ao cume do monte. ...Então desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam na mon-tanha, e os feriram, derrotando-os até Horná.’ (Núm. 14:42-45)

Dessa forma Israel frequentemente se envolvia em batalhas sem a orientação divina, e sem-pre com resultados desastrosos.

A Teocracia é subvertida

A teocracia, governo direto de Deus, não mais existe na terra. Que aconteceu com ela? Deusnão nos deixa sem uma resposta. Ao rei Zedequias, o último rei de Judá, o rei que quebrou oconcerto, Deus disse: ‘E tu, é profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia virá no tempo da extremamaldade, assim diz o Senhor Jeová: tira o diadema, e levanta a coroa; esta não será a mesma, exaltaao humilde, e humilha ao soberbo. Ao revés a porei, e ela não será mais, até que venha aquele aquem pertence de direito e a ele a darei.’ (Eze. 21:25-27)

Assim o reino de Israel teve de sujeitar-se a Babilônia. Essa foi a remoção do diadema e dacoroa. Depois disso, Israel tornou-se sucessivamente cativo da Medo-Pérsia, Grécia e Roma, cum-prindo acuradamente a profecia. Durante o reinado de Roma foi quebrado o último vestígio dopoderio de Israel e sua nação foi inteiramente destruída.

Por divina predição, a teocracia foi limitada em duração ao tempo do primeiro advento deCristo. Quando Cristo foi a julgamento, o povo declarou dEle: ‘Não queremos que este reine sobrenós’ (Luc. 19:14). Pilatos perguntou aos judeus: ‘Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam osprincipais dos sacerdotes: Não temos rei, senão a César’ (Joã. 19:14). Ao escolher um governantepagão, a nação judaica renunciava completamente a teocracia. Havia finalmente rejeitado a Deuscomo Rei e portanto Deus fora compelido a rejeitá-la como Sua nação peculiar. A teocracia haviachegado ao fim e a ordem divina era de que não mais existiria até que Cristo viesse e estabelecesseo Seu reino literal e visível na terra. Isso não acontecerá, entretanto, até o Segundo Advento deCristo. Então Ele sentará no trono de Seu pai Davi e reinará para todo o sempre (Luc. 1:32,33; Apo.11:15).

Este é o reino vindouro de glória, que será estabelecido por Cristo quando Ele anular todaautoridade e quando reinar de oriente a ocidente, enchendo a terra com a glória do Senhor (Ver Zac.9-10, e Núm. 14:21). Até aquele tempo, consequentemente, Deus não administra diretamente ogoverno de qualquer nação como fez nos dias de Israel.

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Estabelecendo um reino espiritual

Hoje o reino de Deus neste mundo é um reino espiritual, não temporal. Não há nação hoje emque todos os cidadãos pertençam ao reino espiritual de Deus. De modo semelhante, não há naçãohoje, da qual todos os cidadãos sejam inimigos de Deus. O trigo e o joio crescem juntos até a ceifa,e a ceifa é o fim do mundo (Ver Mat. 13:29, 30, 39).

Verdadeiramente, Deus hoje está juntando de todo o mundo um povo para o Seu reino deglória por vir, mas Ele o está juntando de todos os reinos da terra e não de outra nação (Ver Apo.14:6; Mat. 28:18; Atos 10:34,35).

O reino de Deus é hoje invisível. Indivíduos tornam-se Seus súditos ao se renderem volunta-riamente a Sua direção. E “Deus não faz acepção de pessoas, mas ...lhe é agradável aquele que, emqualquer nação, O teme e obra o que é justo” (Atos 10:34,35).

“Se meu reino fosse deste mundo” declarou Jesus, “pelejariam os meus servos, ...mas agorao meu reino não é daqui” (João 18:36).

Se, consequentemente, os verdadeiros súditos do reino espiritual de Deus se envolvessem emcombate, estariam lutando um contra o outro. Sendo que se encontram espalhados entre todas asnações, seriam encontrados em todos os exércitos. Portanto, cristãos estariam matando cristãos.

O povo de Deus recebeu a ordem de pregar o evangelho de Cristo a todos os povos, e batizaros crentes em todas as nações (Mat. 28:18-20). Se, contudo, começam a matar as pessoas dessasnações, como então as salvarão da pregação do evangelho?

Nos dias de Israel, Deus usou Seu povo como instrumento de punição e destruição de certasnações, porque tais nações haviam rejeitado por completo a justiça e haviam enchido a taça de suainiquidade (Gên. 15:16; Deu. 9:4). Quando, por conseguinte, o povo de Deus se lançava a essadestruição, faziam-no sob a ordem direta de Deus e agiam inteiramente como Seus agentes escolhi-dos.

Mas desde a derribada da teocracia e o estabelecimento do reino espiritual de Cristo na terra,Deus não mais administra diretamente os negócios das nações como fazia e acontecia com Israel,e por isso não são recebidas ordens dEle quanto à destruição de certos povos.

Nos dias da teocracia, Israel deveria primeiro consultar a Deus e esperar Suas ordens, antesde sair para a batalha. Hoje, porém, Deus não comanda os exércitos da terra. Consequentemente, ocristão jamais teria certeza, ao destruir vidas humanas, de que estaria fazendo a vontade de Deus.Seguramente, nunca poderia fazer isso com a convicção de que estava cumprindo uma ordemdireta de Deus. Considerando a ausência de uma tal ordem direta, os Adventistas do Sétimo Diaconscienciosamente crêem que não devem portar armas nem tomar parte em missões de destrui-ção, mas sim, crêem que sua missão é a mesma de seu Mestre conforme Ele mesmo declarou: “OFilho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Luc. 9:56). E“porque, qual Ele é, somos nós também neste mundo” (I João 4:17).

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Ensinos e exemplo de Cristo

Os ensinos e o exemplo de Cristo constituem a orientação do cristão. Isso é tão verdade emrelação à guerra, como a tudo o mais.

É por causa disso que os Adventistas do Sétimo Dia, na Assembléia da Divisão Norte-Ame-ricana, realizada em Huntsville, Alabama, em abril de 1917, adotaram a declaração mencionada noinício deste artigo, e a apresentaram ao Governo dos Estados Unidos como a posição histórica deseu povo. Nessa apresentação é feito um requerimento ao Governo, para “que nossas convicçõesreligiosas sejam reconhecidas por aqueles em posição de autoridade, e que sejamos solicitados aservir nosso país apenas em atividades que não violem nossa obediência consciente à lei de Deuscontida no decálogo, interpretada nos ensinos de Cristo e exemplificados em Sua vida.” Com basenessa declaração, os Adventistas do Sétimo Dia buscam a isenção dos serviços de combate, porqueos ensinos e o exemplo de seu Mestre, os quais são os ensinos e a interpretação da lei de Deus,foram tanto em palavras como em ação opostos a tal procedimento.

Cristo veio ao mundo para salvar vidas, não para destruí-las (Luc. 9:56). Quando Pedrodesembainhou sua espada para defender o seu Senhor, “Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tuaespada, porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão (Mat. 26:52).

Ele resumiu Seu ensino em duas declarações estupendas. A primeira delas é conhecida comoa Regra Áurea.

“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porqueesta é a lei e os profetas” (Mat. 7:12).

A segunda ensina o amor supremo a Deus e o amor inesgotável para com todos os homens.

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o seupensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás oteu próximo como a ti mesmo” (Mat. 22:37-39).

Esse amor deve ser manifesto por todo seguidor de Cristo, até mesmo para com seus inimi-gos.

“Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vosdigo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e oraipelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus,porque faz que o Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”(Mat. 5:43-45).

A busca da paz deve ser o compromisso dos cristãos. O mal não deve ser pago com o mal,mas vencido com o bem.

“A ninguém torneis mal por mal, procurai as coisas honestas perante todos os homens. Se forpossível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos,amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança, eu recompensarei, diz oSenhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber;porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal,mas vence o mal com o bem” (Rom. 12:17-21).

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Embora os seguidores de Cristo não possam em sentido algum, tomar parte em Seu trabalhoexpiatório, poderão ser chamados a ser “obreiros juntamente com Ele” ao levar as bênçãos de Seuevangelho aos homens perdidos. Isso não pode ser feito à força. Deve ser feito da maneira comoSeus seguidores foram instruídos, “como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo:na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nostumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benig-nidade, no Espírito Santo, no amor não fingido” (II Cor. 6:4-6).

Nessa lista, nada existe que sugira o uso da força. Jesus é apresentado como um “exemplopara que sigais as Suas pisadas: ...o qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia nãoameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente” (I Ped. 2:21-23).

Dupla lealdade

Dessa maneira, a vinda de Cristo ao mundo fez diferença. Não uma diferença em Deus, emCristo, na moralidade, na ética, na verdade básica. É uma diferença no relacionamento, na atitude,na obrigação, na responsabilidade, da parte dos seguidores de Deus. Não há diferença em seurelacionamento com Deus. Mas há uma evidente diferença em sua relação para com o governo.

Quando a teocracia existia, os seguidores de Deus tinham tão somente uma lealdade, aquelacom Deus. Nesse aspecto não poderia haver conflito entre as exigências de sua religião e as de seugoverno, pois ambos tinham um único Cabeça. Era Deus.

Depois da teocracia, os seguidores de Deus tem dupla lealdade: a primeira, e mais importan-te, é para com Deus, cujo trono está no céu; a segunda, e subordinada, é ao governo terrestre.

Além de reconhecer a autoridade de Deus, Cristo dirige Seus seguidores ao reconhecimentoe respeito dos direitos e poder do estado. Cada verdadeiro filho da igreja, cada leal seguidor deCristo, será um leal servo do estado. O cristão, portanto, deve uma dupla fidelidade; a saber: a Deuse também ao estado.

Sua submissão a Deus está em primeiro lugar, suprema, sem reservas. Sua submissão aoestado é alterada somente por sua submissão a Deus. É, por conseguinte, secundária, mas divina-mente requerida.

Nada, no relacionamento de um cristão com Cristo, requer dele que se oponha ao governo,recuse ajuda ao governo, desobedeça ordens, mesmo na guerra, a não ser onde tal obediência ocolocaria em conflito com as exigências de Deus.

Em caso de qualquer conflito entre as exigência dos dois, o cristão deve sempre seguir oprincípio “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Ato. 5:29).

Muitas pessoas pensam que os homens devem obedecer a toda e qualquer ordem que asautoridades constituídas resolvam dar. Há homens que não hesitam em defender o ponto-de-vistade que - se surgir um conflito entre a consciência individual e as exigências do estado - a consciên-cia deve ceder o lugar para que se cumpra a ordem do estado. A esses, parece presunção colocar asconvicções pessoais contra as convicções das autoridades. Mas o direito é independente das maio-rias; a consciência pessoal é mais importante que a aprovação pública; a lealdade a Deus é maiorque a lealdade ao governo civil; e quando surge um conflito entre as demandas do governo e as de

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Deus, Deus deve ser o primeiro. Com isso também concordam as palavras de Hughes, Chefe deJustiça da Suprema Corte dos Estados Unidos, pronunciadas a 25 de maio de 1931, a respeito docaso Estados Unidos vs. Douglas Clyde MacIntosh.

“Muito tem sido falado sobre o supremo dever para com o estado, um dever a ser reconheci-do mesmo que esteja em conflito com convicções relacionadas a Deus. Sem dúvida alguma, essedever para com o estado existe dentro do domínio do poder, pois o governo pode forçar a obediên-cia a leis, desconsiderando escrúpulos. Quando a crença de alguém colide com o poder do estado,este é supremo dentro de sua esfera, seguindo-se a submissão e a punição. Mas, no fórum daconsciência, o dever para com um poder moral mais alto que o estado tem sido sempre mantido. Aguarda dessa ‘suprema obrigação’, como questão de princípio, seria inquestionavelmente mantidapor muitos de nossos cidadãos conscienciosos. A essência da religião é a crença numa relação comDeus, envolvendo deveres superiores àqueles que surgem de qualquer relação humana.”

Reconhecimento dos deveres da consciência

É gratificante saber que, nesse aspecto, alguns governos concedem o devido reconhecimentoaos direitos de consciência. Referimo-nos, por exemplo, às medidas de “Selective Trianing andService Act” de 1940, nos Estados Unidos da América. A seção 5, subseção “g” desse voto, estabe-lece que:

“Nada, nestes estatutos, deve ser interpretado como querendo de qualquer pessoa aobrigatoriedade de prestar serviços e treinamento de combate, nas forças terrestres ou navais dosEstados Unidos, se, por razão de crença religiosa, conscientemente se opuser à participação emguerra em qualquer forma. E tal pessoa requerendo isenção de treinamento de combate e serviçopor causa de suas objeções de consciência, cujo pedido for sustentado pela comissão local, deverá,no caso de ser alistada nas forças terrestres ou navais, ser designada para serviços de não-combatividade, conforme definição do Presidente.”

É este princípio que tem sido reconhecido em relação com os participantes na guerra e emserviço de guerra pelos líderes do Governo dos Estados Unidos, e mui claramente expressos peloGeneral Lewis B. Hershey, diretor do Sistema Nacional do Serviço de Seleção, em seu primeirorelatório ao Presidente Roosevelt. O General Hershey diz:

“Reconhecemos os direitos que um indivíduo tem de abraçar crenças em oposição à guerrase de se recusar a prestar formas de serviço militar em conflito com tais crenças.”

Diz ele mais adiante, no mesmo relatório:

“É parte desses amplos conceitos de liberdade e personalidade humana, em jogo nesta guer-ra, que o julgamento da consciência individual oposta à vontade nacional receba consideração e lheseja permitida uma forma de cooperação em acordo com seus julgamentos, se estes resultarem decrença e experiência religiosa” (Selective Service in Peacetime, p. 188 - agosto de 1942)

“Reconhecemos, na base da objeção de consciência, aquela simples declaração do NovoTestamento: ‘Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.’ Pode ser invencível ignorância,má compreensão ou emoção, mas se o indivíduo considera os seus atos como sua resposta a umchamado de Deus ou da vontade de Deus, então, a Nação, de acordo com suas tradições, sente-seobrigada a reconhecê-lo” (Idem, p. 256, 3 de abril de 1943).

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São esses os princípios sobre os quais os Adventistas do Sétimo Dia tem tomado sua posição.É por causa desses princípios que se colocam a serviço de seu país nas fileiras da não-combatividade,sentindo que, ao assim fazer, estão verdadeiramente servindo a seu Deus.

Nos vários “fronts” de batalha nesta terra, encontram-se jovens Adventistas do Sétimo Diaque não participam na luta, que não destroem vidas, que se esforçam por não causar danos, mas quenão procuraram evitar as linhas de frente. Sua missão é unir, é trazer alívio aos desamparados. Elesvão a lugares de maior perigo, em missão de misericórdia e cura. Em lugar de espada e aço, carre-gam seu equipamento de alívio e salvação. Não portam armas. Sua primeira preocupação não é suaprópria segurança. Arriscam suas vidas, sem qualquer arma de defesa, confiando na armaduracelestial. Eles ministram aos seres humanos sofredores, muitos como enfermeiros treinados, e mi-lhares em outras linhas do serviço médico, tendo recebido treinamento por oficiais de suas igrejas,os quais os capacitaram especialmente para essa fase de serviço.

A posição de não-combatividade, tomada pelos Adventistas do Sétimo Dia, é portanto, base-ada em profunda convicção religiosa. Nenhum homem que sinceramente mantém, procurará esca-par ao dever e à responsabilidade patrióticos que são a obrigação e o alto privilégio de todo cidadãofisicamente capaz à cooperação para o bem-estar comum de seu país. Sua posição não é covardiafísica ou moral. Ao contrário, ela exige coragem e lealdade. Mantém os homens fiéis ao cumpri-mento do dever mesmo com o risco da própria vida, mesmo porque, esse dever tanto para com osseus semelhantes como para o governo, é visto como sendo o dever para com Deus. Sobre a plata-forma dessa dupla lealdade para com Deus e o país, encorajamos nossos membros em toda parte amanterem firme sua suprema lealdade a Deus, enquanto mantêm sua devotada lealdade a seusgovernos e a seus semelhantes.

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OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIAE O GOVERNO CIVIL

Esta declaração foi autorizada pela Mesa Administrativa da Associação Geral dos Adventistas doSétimo Dia, aos 25 de setembro de 1940, em Takoma Park, Washington-DC

Os Adventistas do Sétimo Dia, através de sua história, tem sido advogados constantes dosprincípios de liberdade civil e religiosa, princípios sobre os quais a grande República Americana ecertos outros governos foram fundados. Esta igreja tem crido e ensinado que o primeiro e maiselevado dever do cristão está relacionado com sua comunhão com Deus, que ele deve também naspalavras do apóstolo Paulo, estar sujeito às “potestades”, ou seja, ao governo civil; e que deveráexecutar suas obrigações para com o governo civil, não por causa de temor, mas “pela consciência”(Rom. 13:1-5).

Sujeito a poderes mais altos

O cristão viverá uma vida de lealdade ao governo sob o qual vive. Pagará seus impostos, nãode má vontade ou com hesitação, mas alegremente e com gratidão pela proteção que o governoconcede na preservação da vida e da propriedade. Procurará obedecer às leis do país, mesmo que,por desvios, pudesse aumentar seu próprio ganho. Para ilustrar, ele não trará para o país artigostributáveis sem pagar a devida taxa. Não violará os regulamentos do trânsito feitos para a proteçãodo público em geral. Não acenderá fogueiras em acampamentos, quando sabe que colocará emperigo a propriedade pública e quando as leis do seu estado ou país o proibirem estritamente. Serácuidadoso em extinguir fogueiras que a lei não proíbe acender. Falamos disso apenas como exem-plos das mil e uma exigências em prática para o controle da sociedade.

O cristão é leal e fiel a seu governo nas questões atinentes à vida civil. Em harmonia com aexortação da Escritura, ele procurará a paz da cidade onde vive (ver Jer. 29:7). Através de sua vidapiedosa, de devoção ao serviço de Deus e o bem da humanidade, ele demonstra seu espírito bondo-so para com todos os homens. Ele prova, por uma vida de sobriedade e calma que não é um agita-dor ou um revolucionário.

O dever para com Deus - o primeiro e mais importante

O cristão não pode, conscientemente, obedecer a qualquer ordem humana que o leve a violara lei de Deus. O governo de Deus é supremo. Os mandamentos de Deus vem em primeiro lugar.Isso tem sido atestado através dos séculos pelos leais mártires que foram ao suplício mas nãorenunciaram às suas convicções religiosas.

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O relacionamento do cristão com o governo terrestre

Os deveres do cristão com referência ao governo sob o qual vive, são esclarecidos na Sagra-da Escritura:

“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores, porque não há potestade que não venhade Deus, e as potestades que há, foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à potestade,resiste à ordenação de Deus...” (Rom. 13:1-2).

Cristo reconheceu e ensinou a existência da linha divisória que separa a autoridade do gover-no civil da esfera de relações espirituais. Àqueles que vieram perguntar-lhE se era lícito pagartributo a César - ao governo civil - o Mestre, depois de lhes chamar a atenção para o fato de que elesestavam reconhecendo o governo de César ao usar as moedas com sua efingie, respondeu: “Daipois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mat. 22:16-21).

Há uma esfera dentro da qual César pode, com todo o direito, exercer poder. No campo dasrelações civis ele pode se mover livremente. Deve ser um terror para as más obras, “um vingadorpara castigar o que faz o mal”, nisso ele “é ministro de Deus”, sendo o cristão sujeito a essa auto-ridade civil “não somente pelo castigo, mas também pela consciência” (Rom. 13:3-6).

O cristão deve dar a cada um o que deve: “a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto;a quem temor, temor; a quem honra, honra.” “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amorcom que vos ameis uns aos outros, porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rom. 13:7-8). Oapóstolo, então, passa a mencionar os cinco últimos mandamentos, que definem as relações civisdos homens. Ele nada menciona sobre a primeira tábua da lei, porque os primeiros quatro manda-mentos se referem à relação do homem para com Deus e pertencem somente à esfera do governo eda jurisdição de Deus. Nessa esfera, o governo civil não tem o direito de entrar.

Limite da autoridade dos governos humanos

Com que autoridade tem Deus investido os governos civis? É inconcebível que ele lhes tenhaconferido poder ilimitado. Isso tornaria o governo terrestre, na extensão da capacidade humana,igual ao governo de Deus. Seria colocar o trabalho de Deus na terra - Seu evangelho, Sua igreja, osnegócios da humanidade - física, social, civil e espiritualmente sob o controle do governo humanosem referência a sua atitude para com os problemas e princípios envolvidos. Não podemos crer queo grande Governador do universo faria isso.

Somos, por conseguinte, forçados a concluir que a jurisdição do governo humano é limitadaà esfera das relações civis, à decisão de questões que governam o relacionamento do homem comseus semelhantes. Há uma esfera - a relação pessoal do homem com seu Criador - dentro da qual ogoverno civil não tem nenhum direito conferido por Deus ou ordenado por Deus, de se intrometer.

Jurisdição Civil - não espiritual

Nem é possível, pela natureza do caso, que o governo civil lide com a segunda tábua da lei deDeus no sentido espiritual dos mandamentos dessa tábua. Esse campo espiritual pertence somente

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a Deus. Com a relação civil definida nos seis últimos mandamentos, o governo civil pode agir. Temo direito de punir o assassino, o adúltero, o ladrão; não porque eles tenham cometido um erromoral, mas porque violaram a lei da ética civil. O governo lida com atos abertos. Deus, entretanto,olha para trás do ato descoberto e observa os pensamentos do coração, os motivos e propósitos davida. Em Sua maneira de ver, o homem que odeia seu irmão, mesmo que não cometa o ato, éassassino (I João 3:15). O homem sensual, de modo semelhante viola o mandamento mesmo quenão tenha, exteriormente, ofendido a lei da castidade (Mat. 5:28).

Lealdade ao governo

Quando o governo civil, consciente ou inconscientemente, passa por cima dos limites queDeus estabeleceu para ele, e, procura regular ou controlar as relações espirituais e pessoais existen-tes entre o homem e seu Criador, qual deveria ser a atitude do cristão em relação ao governo?

Deus é o Ser Supremo e Suas exigências estão acima das outras. A Ele, o cristão devefidelidade sem reservas. Ele não pode exercer essa fidelidade por ordem de qualquer mestre huma-no. E quando as leis de seu governo requerem que viole as leis de Deus, não tem outra alternativaa não ser obedecer a Deus. Acima de qualquer temor que possa ter do homem, que pode destruirsomente seu corpo, ele deve temer o grande Deus do céu, que é poderoso para destruir tanto ocorpo como a alma (Mat. 10:28).

A atitude do cristão deveria sempre ser a de lealdade a seu governo, até onde não haja confli-to com seu dever para com Deus. Como deverá manifestar lealdade quando as leis do governoentrarem em conflito com as exigências de Deus? Deve obedecer a seu Deus custe o que custar,mas ele pode ao mesmo tempo esforçar-se por colocar diante do público e dos legisladores osprincípios envolvidos. Ele pode procurar fazer com que a lei seja revogada. Pode tentar modificá-la por seu próprio esforço e ajuda de outros, por todas as formas ilícitas. O cristão nunca poderárecorrer à violência pessoal para atingir esse fim. Não se envolverá em brigas nem promoverárebeliões e alvoroços. Em lugar disso, sofrerá mansamente a penalidade da lei, embora injusta,deixando com Deus a vingança de sua causa. Através dessa conduta e no espírito de trabalhar parareparar o mal, o cristão está dando a maior prova de sua lealdade ao governo. Ele está ao lado deprincípios fundamentais e, ao procurar induzir o governo a restringir suas atividades àquela esferaque Deus, com justiça lhe designou, estará prestando o mais alto serviço.

Posição dos Adventistas do Sétimo Dia diante da guerra

Em harmonia com sua profissão de seguidores do Príncipe da Paz, podem os Adventistas doSétimo Dia se envolver na destruição de seus semelhantes? Essa é uma pergunta que os Adventistastem encarado desde o início de sua história. De seu estudo sobre a vida e o exemplo de Cristo, Seusensinos do evangelho, declararam-se não-combatentes desde o tempo de sua organização. O queentendem sobre os princípios evangélicos de não-combatividade pode ser expresso brevementecomo segue:

1. O reino de Cristo não é deste mundo. Disse Cristo a Pilatos: “Se meu reino fosse destemundo, pelejariam os meus servos” (João 18:36).

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2. Recebemos a ordem de amar até mesmo nossos inimigos. Declara o Salvador: “Amai avossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vosmaltratam e vos perseguem” (Mat. 5:44).

3. “O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Luc.9:56). Devemos levar avante o trabalho do Mestre. Foi-nos dito: “Mas se alguém não tem o espíritode Cristo, esse tal não é dEle” (Rom. 8:9).

4. Disse mais o Mestre: “Não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita,oferece-lhe também a outra” (Mat. 5:39).

5. Quando Pedro quis defender seu Senhor com a espada, Cristo lhe disse: “Mete no seu lugara tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mat. 26:52).

6. O apóstolo Pedro apresenta esta descrição do caráter de Cristo, nosso grande Exemplo:“Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplopara que sigais as suas pisadas; o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, oqual, quando o injuriavam e quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julgajustamente” (I Ped. 2:21-23).

Nosso registro histórico sobre não-combatividade

1864 - Na data de 2 de agosto de 1864, em Battle Creek, Michigan, então sede da Igreja, aMesa Administrativa da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia endereçou uma carta aogovernador do estado de Michigan, na qual foi feita a seguinte declaração:

“A denominação de cristãos que se chamam Adventistas do Sétimo Dia, tomando a Bíbliacomo sua regra de fé e prática, são unânimes em seu ponto-de-vista de que seus ensinos são contrao espírito e a prática da guerra; daí, objetarem sempre conscienciosamente ao porte de armas.”

Com uma declaração de lealdade ao Governo, solicitaram ao governador do estado ondeestava localizado o escritório central, que endossasse seu pedido de reconhecimento como não-combatentes, com voto do Congresso. No dia seguinte, dia 3 de agosto, o governador Austin Blair,emitiu a declaração que segue:

“Estou satisfeito por encontrar correta a anterior declaração dos Adventistas do Sétimo Diaquanto a seus princípios e práticas. Eles tem direito a todas as imunidades garantidas por lei àque-les que conscientemente se opõem ao porte de arma e ao envolvimento em guerras.”

A declaração anterior, com o endosso do governador de Michigan, foi apresentada dia 30 deagosto de 1864 ao Governo de Washington. Dia 1º. de setembro, o Marechal se manifestou quantoao método de estabelecer o ‘status’ de não-combatentes.

1865 - O seguinte voto foi tomado pela Associacão Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, emAssembléia Geral realizada em Battle Creek, Michigan, dia 17 de maio de 1865:

“Resolvido que reconheçamos o governo civil como ordenado por Deus; que a ordem, ajustiça e a paz sejam mantidas na terra e que o povo de Deus possa viver vidas sossegadas epacíficas em toda piedade e honestidade.

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De acordo com esse fato, reconhecemos a justiça de render tributo, honra e reverência aopoder civil como prescrito no Novo Testamento. Enquanto alegremente damos a César as coisasque as Escrituras nos mostram a ele pertencerem, somos compelidos a declinar de toda participa-ção em atos de guerra e derramamento de sangue, como sendo inconsistentes com os deveres a nóscomissionados por nosso divino Mestre, em relação a nossos inimigos e para com toda a humani-dade.”

1917 - Esta declaração dos dias da Guerra Civil foi reafirmada pela Mesa Administrativa daDivisão Norte-Americana dos Adventistas do Sétimo Dia, em reunião realizada em 18 de abril de1917, em Huntsville, Alabama, como segue:

“Nós, por meio desta, reafirmamos a declaração anterior. Solicitamos que nossas convicçõesreligiosas sejam reconhecidas por aqueles em posição de autoridade, e que sirvamos nosso país ematividades que não violem nossa obediência consciente à lei de Deus contida no decálogo, interpre-tada nos ensinos de Cristo e exemplificada em Sua vida.”

Em maio de 1934, a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia aprovou um documen-to de instrução aos jovens da igreja, sendo que dois dos parágrafos se referiam à não-combatividade,como segue:

“Os não-combatentes - Embora reconhecendo ser inevitável a guerra num mundo de pecado,os não-combatentes conscientemente se opõem a tirar a vida humana. Crêem eles que, dessa ma-neira, podem prestar um serviço maior a seus semelhantes e exercer mais ampla influência pelacausa da justiça do que tomando parte ativa nos combates, na destruição de vidas humanas, nãocondenam, entretanto, os que tomam parte na guerra. Por outro lado, os não-combatentes estãodispostos a ajudar o governo de qualquer maneira, em tempo de guerra, que não seja a destruiçãode vidas humanas. Ajudarão a alimentar e vestir o Exército, ajudarão no cuidado dos doentes eferidos; ajudarão a enterrar os mortos; ajudarão no transporte de homens, alimento, vestuário, etc;armarão os acampamentos; irão aos campos, às minas e fábricas sob a ordem do governo; ajudarãoa fortificar as posições e de qualquer outra forma proteger a vida humana. Retirarão os feridos daslinhas de frente. O não-combatente não é um covarde, ele simples e conscientemente se opõe, comcoragem, a tirar a vida humana no que se refere a sua participação.

Os Adventistas do Sétimo Dia dos Estados Unidos estão registrados, no Governo, como não-combatentes. Estão sempre prontos a servir sem reservas, exceto portarem armas em combate efazer trabalho desnecessário no dia de sábado. No que se refere a dever e lealdade ao governohumano, como ordenado por Deus, permanecerão leais e patrioticamente ao lado de seu Governo.”

Ao assim declarar a posição da igreja, esse estatuto tornou claro que a convicção do membrodeve ser o último fator nessa questão de consciência. O estatuto declara mais adiante:

“A igreja não tenta impor coisa alguma a seus membros, individualmente, mas cada pessoadeve ficar ao lado de suas próprias convicções de consciência.”

Notáveis exemplos bíblicos da fidelidade a princípios

O cristão tem o apoio das Escrituras Sagradas quanto a se manter fiel a suas convicções.Quando se requereu de Daniel, sob pena de morte, que obedecesse à lei dos Medos e Persas,contrária ao mandado expresso de Deus, ele firmemente prestou obediência a Deus. E, quando foi

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jogado na cova dos leões, Deus operou por ele um maravilhoso milagre de livramento aprovando aposição que ele havia tomado (Ver Dan. 6). E, mesmo que essa aprovação não se tivesse manifes-tado nesta vida e Daniel tivesse morrido nas covas dos leões, a aprovação teria sido manifesta navida por vir. A preocupação do cristão não está primariamente colocada neste breve espaço de vidana terra, mas na vida eterna.

Uma experiência semelhante ocorreu com Sadraque, Mesaque e Abednego, no reino deNabucodonosor (Dan. 3). Esse rei erigiu na planície de Dura uma grande imagem de ouro e reuniu,para sua inauguração, os principais homens de seu extenso império. Sadraque, Mesaque e Abednegoforam à planície de Dura e, como os outros, estiveram na presença da imagem dourada. Até esseponto, obedeceram à lei de Nabucodonosor. Mas, quando se lhes ordenou que se prostrassem emadoração à imagem de ouro, esses três homens não puderam obedecer ao editorial. Sabiam queseria violação direta da lei de Deus. Nas palavras do Salvador, eles temiam, não àquele que poderiadestruir seus corpos, mas ao que era capaz de destruir tanto o corpo como a alma. Por causa de suaposição, foram lançados na fornalha ardente, mas Deus vindicou sua atitude livrando-osmiraculosamente.

Obedecer a Deus em primeiro lugar

Tais exemplos não estão restritos apenas ao Antigo Testamento. O apóstolo Pedro e seuscompanheiros foram colocados em circunstâncias semelhantes. Ordenado a não pregar em nomede Jesus, o apóstolo respondeu: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Ato. 5:29).Deus mostrou Sua aprovação através do grande poder de Seu espírito, que os acompanhou em seuslabores.

De todos os homens, o cristão não deveria ser aquele que ofendesse. Deve ser pacífico,ordeiro, honesto, bom vizinho, cumpridor da lei. Cada relação na vida deveria ser regulada porsincera devoção a Deus e a seus semelhantes. Deveria amar a Deus supremamente e a seu próximocomo a si mesmo. Amor a Deus e ao homem, é sobre estes dois grandes princípios que estão a leie os profetas.

Instrução para nossa igreja

As seguintes declarações foram feitas durante os dias da Guerra Civil entre os Estados Ame-ricanos:

“Devemos agir com grande cautela. ‘Se for possível, quanto estiver em vós tende paz comtodos os homens.’ Podemos obedecer a essa admoestação e não sacrificar um princípio de nossa fé.Satanás e suas hostes estão em guerra contra os guardadores dos mandamentos e trabalhará paracolocá-los em posições tentadoras. Não devem eles, por falta de discernimento, deixar-se levar”(Testimonies, vol. 1, p. 356).

“Aqueles que estariam mais bem preparados para sacrificar até mesmo a vida, se necessário,em vez de se colocarem numa posição em que não pudessem obedecer a Deus, são os que menosfalam. Não se ufanam. Sentem e meditam mui profundamente, e suas sinceras orações ascendemao Céu, pedindo sabedoria para agir e graça para resistir. Aqueles que sentem que, no temor de

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Deus, não podem conscientemente se envolver nesta guerra, ficarão quietos e quando interrogados,simplesmente declararão o estritamente necessário para responder à pergunta do interlocutor, dan-do a entender que não simpatizam com a rebelião” (Idem, p. 357).

“Vi que é nosso dever em todas as circunstâncias obedecer às leis de nossa terra, a menos queentrem em conflito com a lei mais alta, que Deus falou com voz audível no Sinai, e mais tardegravou em pedra com Seu próprio dedo” (Idem, p. 361).

Em anos posteriores foram dados os seguintes conselhos à igreja:

“Ensinai o povo a se conformar em todas as coisas às leis de seu estado quando assim pude-rem fazer sem conflito com a lei de Deus” (Idem, vol.9, p. 238).

“A bandeira da verdade e da liberdade religiosa desfraldada pelos fundadores da igreja evan-gélica e pelas testemunhas de Deus durante os séculos decorridos desde então, foi, neste últimoconflito, confiada às nossas mãos. A responsabilidade deste grande dom repousa com aqueles aquem Deus abençoou com o conhecimento de Sua palavra. Temos de receber essa Palavra comautoridade suprema. Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designadapor Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera.Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer aDeus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acimade toda legislação humana. Um ‘Assim diz o Senhor’ não deve ser posto à margem por um ‘Assimdiz a Igreja’ ou um ‘Assim diz o Estado’. A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademasde potentados terrestres.”

“Não se nos exige que desafiemos as autoridades. Nossas palavras, quer faladas, quer escri-tas, devem ser cuidadosamente consideradas, para que não sejamos tidos na conta de proferir coi-sas que nos façam parecer contrários à lei e à ordem. Não devemos dizer nem fazer coisa algumaque vos venha desnecessariamente impedir o caminho. Temos de avançar em nome de Cristo,defendendo as verdades que nos foram confiadas. Se somos proibidos pelos homens de fazer essaobra, podemos então dizer como os apóstolos: ‘Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vosantes a vós do que a Deus; por que não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” (Atosdos Apóstolos, p. 68-69)

“Não é sábio apontar continuamente faltas naquilo que é feito pelos governantes. Não énosso trabalho atacar indivíduos ou instituições. Devemos ter muito cuidado para que não sejamosacusados de oposição às autoridades civis. É verdade que nossa guerra deve ser agressiva, masnossas armas devem ser encontradas num simples ‘Assim diz o Senhor’. Nosso trabalho é prepararum povo que permaneça de pé no grande dia de Deus.” (Testimonies, vol.6, p. 394)

“Os fariseus sempre se tinham sentido irritados sob a exação do tributo por parte dos roma-nos. Sustentavam que o pagamento do tributo era contrário à lei divina. Viram então ensejo dearmar uma cilada a Jesus. Os espias foram ter com ele e, com aparente sinceridade, como desejan-do conhecer seu dever, disseram: ‘Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e quenão consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. É-nos lícitodar tributo a César ou não?”

“A resposta de Cristo não foi uma evasiva, mas uma réplica sincera. Segurando a moedaromana sobre que se achavam inscritos o nome e a imagem de César, declarou que, uma vez queestavam vivendo sob a proteção do poder romano, deveriam prestar àquele poder o apoio que lhesexigia, enquanto isso não estivesse em oposição a um mais elevado dever. Mas, conquanto pacifi-

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camente sujeitos às leis da Terra deviam em todos os tempos manter primeiramente lealdade paracom Deus.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 449)

Os Adventistas do Sétimo Dia definem a não-combatividade cristã

Não combatividade não é pacifismo.

O pacifismo mantém uma organização substancial e poderosa que promove agitações contraa guerra. A não-combatividade não mantém organizações, não promove agitações, não faz propa-ganda, não faz campanha para conseguir adeptos. Meramente mantém sua fé cristã. A não-combatividade não é oposição consciente à guerra, mas mantém a atitude e a convicção de que aguerra não altera a obrigação cristã de obedecer a Deus.

Os cristãos não-combatentes participarão de qualquer serviço que contribua para a salvação,manutenção e bem-estar da vida humana, defendendo a idéia de que a fidelidade a Deus não permi-te que se tire a vida humana.

A não-combatividade cristã não é antimilitarismo, que baniria a instituição militar, os unifor-mes e bandeiras, opondo-se a ordens militares, manobras, insígnias, atividades, procedimentos eapropriações.

A não-combatividade cristã se refere apenas à honestidade do indivíduo em sua relação paracom Deus. Sempre, em toda parte, em cada condição e circunstância, o indivíduo cristão não-combatente colocará a vontade de Deus em primeiro lugar. Um cristão não-combatente não serecusará a participar do serviço militar nem de usar a farda do país, ele saudará a bandeira de seupaís e ajudará seu país em sua necessidade.

A não-combatividade cristã não é covardia. É uma convicção sem referência a perigo ousegurança pessoal. Os que advogam não escapam do perigo. Não procuram evitar a linha de ação.Irão a qualquer parte para fazer trabalhos de não-combatividade.

Os não-combatentes cristãos solicitarão ao governo, quando convocados, que sejam postosem ramos de serviço, ou civil ou militar, nos quais possam prestar o serviço que desejam prestar.

Quando convocados, voluntária e lealmente executarão qualquer dever militar que contribuapara a preservação, manutenção, bem-estar e sustento da vida humana. Gastar-se-ão até a últimareserva de energia em trabalhos de médicos, enfermeiros, padioleiros, motoristas de ambulâncias,cozinheiros, dentistas, encarregados do vestuário e outros ramos de serviço de não-combatividadedo setor militar.

Tanto na guerra como na paz, o cristão obedece a Deus e guarda os preceitos de Cristo. É porcausa disso que o cristão que crê no princípio da não-combatividade, solicita que lhe seja permitidocumprir sua obrigação para com o governo em tempo de guerra ou preparação para ela, em qual-quer serviço compatível com sua obediência a Deus.

A Guarda do sábado

Nossos crentes que forem convocados para serviços militares, acharão, sem dúvida, maisdifícil observar o sábado no exército do que em outros tempos, mas assim mesmo temos certeza de

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que todos reconhecerão que as exigências da guerra não mudam a obrigação do cristão - guardar osanto dia de Deus.

Com o fim de minimizar essa dificuldade, o não-combatente guardador do sábado, ao serchamado para o serviço, deverá pedir que lhe seja indicado algum posto de dever no qual nãoapenas esteja isento do porte de armas, como também possa trabalhar conscienciosamente naslinhas de atividade que sejam compatíveis com a observância do sábado.

Há certos tipos de serviço que podem ser feitos no sábado sem quebra do mandamento, e emtais linhas podemos trabalhar alegremente.

Nosso Salvador nos deu o exemplo de fazer obras de misericórdia e absoluta necessidade nosábado. Pediu ao doente curado no sábado que tomasse sua cama e fosse para sua casa. Os escribase fariseus acusavam a Cristo de fazer no sábado muitas coisas por eles consideradas ilícitas. MasJesus lhes respondeu: “Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem ou fazermal, salvar a vida ou matar?” (Luc. 6:9) Em outra ocasião o Salvador respondeu a Seus acusadores:“Quem dentre vós, tendo uma ovelha, e se ela cair num poço no dia de sábado, não a tirará? Não éum homem melhor do que uma ovelha? Portanto, é lícito fazer o bem no dia de sábado.”

O Salvador apresentou alguns amplos princípios sobre o que se constitui uma própria obser-vância do sábado em tempos de necessidade e perplexidade. Esses princípios são dignos de nossoestudo agora.

Por seu exemplo em curar os doentes e ministrar aos necessitados no dia de sábado, Cristoindicou que é próprio de Seus seguidores prestar o mesmo tipo de serviço nesse dia.

Os comandantes militares geralmente têm sido muito considerados ao enfrentarem este pro-blema com seu pessoal Adventista do Sétimo Dia. Em consideração às convicções daqueles sobseu comando, tem expedido ordens dispensando tais indivíduos do trabalho, do pôr-de-sol de sex-ta-feira ao pôr-de-sol do sábado. Esta é a melhor solução para o caso dos Adventistas do SétimoDia em serviço, pois os livra da rotina do trabalho, livrando a ele e ao oficial de qualquer embaraçoque poderia surgir se ele se mantivesse no lugar de trabalho. Mesmo em tempo de guerra tem sidodada, aos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, essa considerada atenção.

Deveríamos estar dispostos a submeter-nos a tudo que não seja pecado. A lealdade para comprincípios morais é o dever supremo na vida de qualquer indivíduo.

Cada pessoa deverá responder diante de Deus por suas convicções, e prestará contas de seusatos no último dia. Ninguém pode decidir por outro as questões supremas da eternidade. Cadaindivíduo deve decidir a grande questão da diferença entre o certo e o errado. Devemos interpretarnossas idéias religiosas sobre a observância do sábado, não segundo o exemplo e os ensinos dosfariseus, mas à luz do exemplo da vida e dos ensinos de Cristo. Devemos ser capazes de discernira diferença entre norma e princípio mantendo-nos leais ao princípio. Devemos ser coerentes. Nãopodemos ser conscienciosos em alguns pontos e insinceros em outras coisas de igual importância.Não devemos transferir a outros uma responsabilidade que de direito nos pertence.

Essas palavras de conselho são oferecidas na esperança de que possam ajudar nossos jovens,tanto com respeito a seus deveres para com Deus e suas obrigações religiosas, como para com seussemelhantes. Devemos estudar não sobre qual é o mínimo que podemos fazer pela humanidadesofredora em tempos de emergência nacional, mas qual o máximo. Nós, sobre todos os povos, queadvogamos as reformas de saúde e a vivência de uma religião que se deleita em obras de misericór-dia, deveríamos colocar-nos na linha de frente desse serviço.

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O ESPÍRITO DE PROFECIA E O SERVIÇO MILITAR

Documento preparado por W.C. White, D.E. Robinson e A.L. White(*)

Durante os anos de 1860 a 1863, enquanto se davam os últimos passos em direção à organi-zação da igreja, os líderes de nossa denominação enfrentavam, com crescente intensidade, outrasnovas e graves perplexidades. A luta política nos Estados Unidos, culminando com a Guerra Civil,trouxe ao “front” um grande número de problemas cuja solução afetou não somente sua relaçãopara com os problemas comuns, mas que deveriam moldar a política da igreja durante temposainda mais turbulentos de conflitos internacionais. Naturalmente, ao se desenvolver a crise daGuerra Civil, os membros da igreja olhavam para os líderes, particularmente a Tiago e Ellen White,esperando algum pronunciamento concernente à atitude que deveriam tomar quanto às novas situ-ações.

Felizmente não havia divisões ou seitas entre os adventistas guardadores do sábado. Enquan-to seu trabalho se havia expandido rapidamente de leste a oeste, não havia, antes da Guerra Civil,penetrado nos estados sulistas, pró-escravatura. Aqueles que haviam aceito a mensagem estavamunidos em sua oposição aos princípios da escravidão humana. Tinham patriótica simpatia pelacausa dos estados do Norte e pelo governo da União, em Washington. Sua atitude era tal que, nosúltimos anos da guerra, puderam declarar às autoridades civis que “os Adventistas do Sétimo Diasão rigidamente contrários à escravidão, leais ao governo e simpatizantes com ele contra a rebe-lião.” (The Views of Seventh-day Adventists Relative to Bearing Arms, p. 7, 1864)

A despeito de seu ponto-de-vista comum, haviam perigos esperando pela nova e crescenteigreja. Havia o perigo de que as mentes do povo se tornassem tão absorvidas em questões políticas,que se afastassem de seu trabalho de proclamar a mensagem. E havia o perigo de que o públicoperdesse o interesse na mensagem, ao dirigir sua atenção às questões nacionais.

Ambos os perigos foram previstos por Tiago White. No fim do verão de 1860, quando estavano clímax a excitação motivada pela eleição presidencial, ele apresentou uma nota editorial deadvertência contra o deixar-se levar por controvérsias políticas. Aconselhou os ministros a condu-zir seus esforços “em lugares pequenos, longe do calor das lutas políticas,” ou a suspendê-losdurante a época da campanha. Ele sabiamente evitou condenar ou advogar a causa do exercício dovoto, declarando:

“Não estamos preparados para provar, pela Bíblia, que seria errado um cristão fiel àterceira mensagem angélica, de maneira compatível com sua profissão de fé, apresen-tar seu voto. Não o recomendamos nem a isso nos opomos.” Review and Herald, 21 deagosto de 1860 (1)

Abraão Lincoln, o candidato republicano à presidência, ao passo em que não interferia noassunto da escravidão onde ela já existia, comprometeu-se a se opor a ela, evitando que se alastras-se em novos territórios. Era natural que os eleitores, entre nosso povo, dessem a ele seu voto. E suaeleição, em novembro, foi seguida, em poucas semanas, pelo início da secessão dos estados sulinos.

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A Carolina do Sul aprovou a secessão dia 20 de dezembro de 1860. Votos semelhantes foramaprovados em três dias sucessivos - 9, 10 e 11 de janeiro - em Mississipi, Flórida e Alabama,respectivamente, e a 1º. de fevereiro, Georgia, Louisiana e Texas se haviam unido a eles nohasteamento da bandeira dos “Estados Confederados da América.” Desta forma, sete estados sehaviam separado antes da posse de Lincoln, a 4 de março de 1861.

Visão em Parkville

Haviam sido marcadas reuniões para 11 e 12 de janeiro de 1861 em Parkville, Michigan.Estiveram presentes Tiago e Ellen White e os pastores J. H. Waggoner, Urias Smith e J. N.Loughborough. No sábado, dia 12 de janeiro, depois de haver falado, a irmã White foi tomada emvisão.

Nessa visão foi lhe revelado que outros estados se uniriam a Carolina do Sul e que umaguerra ainda mais terrível seguia-se. Ela viu cenas dos exércitos em conflito com terrível carnifici-na. Viu os campos de batalha cobertos com mortos e moribundos. Ela testemunhou cenas de sofri-mento em prisões superlotadas e viu lares onde reinava a angústia e aflição por causa da perda demaridos, filhos ou irmãos.

Ao sair da visão, ela olhou em volta e disse tristemente: “Nesta casa há pessoas que perderãofilhos nesta guerra.” (2)

Na época em que essa visão foi dada, nem o Norte nem o Sul esperavam que uma grandeguerra se seguisse. Os políticos sulistas argumentavam que “poderiam sair-se melhor fora da Uniãodo que dentro dela.” Seu pensamento era de “temporariamente retirar-se do governo federal até quelhes fossem dadas as garantias próprias para a observância” do que eles consideravam seus direitose interesses. “Eles não criam que as autoridades dos Estados Unidos realmente tentassem” umatarefa tão tremenda, como a ocupação de seu vasto território, num esforço por conquistá-los àforça.” (Ver Enciclopédia Britânica, art. “United States”)

Quanto ao Governo Federal, suas limitadas expectativas quanto a uma guerra são indicadaspelo fato de que mesmo depois da primeira agressão em Fort Sumter, dia 12 de abril, quando aguerra foi considerada inevitável, o presidente, em 15 de abril, expediu uma convocação paraapenas 75.000 homens, e isso por um período de três meses.

Convocação para voluntários

Esta convocação de 75.000 voluntários para o exército federal foi rápida e entusiasticamenterecebida. Quando se preencheram as quotas determinadas para cada estado, região e município,foram recusadas novas inscrições. Em Battle Creek, após concentração de massa em 20 de abril,presenciada por mais de 1.000 cidadãos, 71 voluntários se alistaram. Na manhã seguinte vieramoutros, que foram desapontados porque o número já havia sido completado.

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Primeiros contratempos e seu significado

O presidente Lincoln convocou o Congresso para uma reunião especial no dia 4 de julho de1861. O Congresso imediatamente se dedicou à organização da guerra, suas finanças, e autorizou aformação de um exército de 500.000 voluntários. Antes do término da sessão especial, as forças donorte e do sul se encontraram em combate, a 21 de julho de 1861, na Batalha de Bull Run, emManassas, Virginia, umas 30 milhas ao sul de Washington. A desencorajadora derrota das forças doNorte enfatizou sua falta de preparo para a guerra. Mas havia outras razões para esse fracasso e afalta de uma vitória decisiva para ambos os lados. A cortina foi afastada para Ellen White, numavisão em Roosevelt, New York, dia 3 de agosto, exatamente duas semanas após o conflito deManassas, e se lhe permitiu ver o que aconteceu. Acerca desses episódios ela escreveu um artigointitulado “A Escravidão e a Guerra”, publicado em Review, dia 27 de agosto de 1861 e reimpressoem Testimonies, vol.1:

“Tive uma visão da desastrosa batalha em Manassas, Virgínia. Foi uma cena muitocomovente e confrangedora. O exército do Sul tinha tudo a seu favor e estava prepara-do para um combate terrível. O exército do Norte avançava em triunfo, sem nenhumadúvida de que seria o vencedor. Muitos eram arrojados e marchavam arrogantementecomo se a vitória já fosse sua.

Ao se aproximarem do campo de batalha, muitos já estavam desmaiando por causa docansaço e da necessidade de refrigério. Não esperavam um encontro tão feroz. Corre-ram para a luta e batalharam brava e desesperadamente. Os mortos e moribundos esta-vam em ambos os lados. Tanto o Norte como o Sul sofriam severamente. Os homenssulistas sentiam a batalha e por um pequeno período de tempo foram forçados a recuar.Os nortistas estavam pressionando, embora a destruição em seu meio fosse muito gran-de.

Exatamente então, um anjo desceu e acenou sua mão para trás. Instantaneamente hou-ve confusão nas fileiras. Parecia aos homens do Norte que suas tropas se estavam reti-rando, quando na verdade não era assim, e uma retirada começou precipitadamente.Isto me pareceu maravilhoso.

Então ficou claro que Deus tinha esta nação em Suas próprias mãos e não permitiriaque vitórias fossem ganhas com mais rapidez do que Ele ordenava, e que não permiti-ria mais perdas aos homens do Norte do que em Sua sabedoria Ele julgasse necessário,para puni-los por seus pecados. ...Esse repentino retrocesso das tropas do Norte é ummistério para todos. Não sabem que a mão de Deus interveio na questão.” (Testimonies,vol.1, pp. 266-267)

Os “pecados” do Norte, aqui referidos, significam o fato de ser tolerada a escravidão e osesforços por apenas confiná-la aos estados onde já existia, em vez de libertar todos os escravos.

Recompensas para encorajar o alistamento

Enquanto a guerra prosseguia, foram proclamadas convocações pelo Presidente para maissoldados. Requereu-se que cada estado fornecesse uma certa quota de homens para cada convoca-ção sendo, por sua vez, apresentada uma quota a cada região, cidade e distrito. Se o número dos que

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se apresentavam voluntariamente não alcançava a quota referida, seria necessário instituir umaconvocação. Para evitar isso, precisavam encontrar alguma maneira de encorajar o alistamento dehomens para preencher o número requerido. Como um modo de promover o alistamento, foramformadas comissões de cidadãos em muitas municipalidades, eles resolveram oferecer uma recom-pensa aos recrutas. Começando com $25,00; a importância foi logo aumentada para $100,00 aoserem convocados mais e mais homens para a linha de frente.

Como os Adventistas do Sétimo Dia estavam particularmente ansiosos por evitar a ameaçada convocação que envolveria os guardadores do sábado, Tiago White participou de todo o coraçãono trabalho de levantar fundos, dos quais uma liberal recompensa seria paga a voluntários. En-quanto, com regra, nossos irmãos eram conscienciosamente não-combatentes, ainda assim sentiamser seu dever unir-se para juntar dinheiro para o pagamento do bônus oferecido aos voluntários quenão tinham escrúpulos religiosos contra o serviço do exército.

Tiago White e outros líderes adventistas ajudaram, tomando parte em certo número de reuni-ões públicas dos cidadãos de Battle Creek, onde havia livre discussão sobre as várias atividades daguerra, mas particularmente sobre o problema de fornecer a quota de homens, se possível sem anecessidade de convocação. Ele tornou claro que seus irmãos guardadores do sábado não se absti-nham de apresentar-se voluntariamente por serem covardes ou preguiçosos. Embora fossem geral-mente pobres, de boa vontade, contribuiriam tão livremente quanto os abastados.

Tiago White relatou à sua esposa algumas de suas experiência nessas reuniões de massa.Vários de seus associados o apontaram como representante para oferecer seus compromissos aofundo, em tempo oportuno. Assim, ele diria na reunião: “Em nome de meu amigo, A.B., sujeito àconvocação, estou autorizado a creditar ___ dólares. Também em nome de meu amigo, C.D., nãosujeito à convocação, mas que de boa vontade deseja participar do levantamento de fundos para obônus, estou autorizado a creditar ___ dólares.”

A 20 de outubro de 1862, foi realizada uma grande reunião de guerra em Battle Creek “paradar os passos preliminares para o preenchimento da quota de homens da cidade, sob o apelo doGoverno, referente a 600.000 homens.” O plenário recusou a proposta da comissão, de recomendaruma recompensa de $ 100,00 para cada voluntário, e a substituiu por uma oferta de $ 200,00. Umacomissão composta por nove membros foi indicada para levantar os fundos, dentre os quais seencontravam no mínimo dois guardadores do sábado, J.P. Kellogg e o pastor Tiago White, repre-sentando o segundo e terceiro distritos de Battle Creek (Battle Creek Journal, 24/10/1862).

Ao passo que a guerra prosseguia, esse procedimento foi questionado por alguns. Sua atitudee de outros irmãos líderes foi apresentada em resposta a um grande número de perguntas recebidaspelo pastor Tiago White “quanto à validade de contribuir para o levantamento de fundos para arecompensa, objetivando o alistamento.” A resposta a isso foi: “Cremos que é válido, e o temosfeito em Battle Creek.” (Review and Herald, 30 de agosto de 1864)

Dificuldades no campo

E assim as perplexidades intrínsecas à guerra cresceram, à medida que se aumentava o valorda recompensa, requerendo ainda maiores empregos de recursos de nosso povo. Os relatórios dosobreiros no campo indicavam dificuldades relacionadas à proclamação da mensagem. O pastorInsgraham relatou que a tenda de Illinois fora dobrada porque “era inútil erguer a tenda em novos

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campos enquanto durasse a excitação da guerra.” Em Iowa, os pastores J.H. Waggoner e B.F.Snook foram presos sob a lei marcial e detidos até conseguir um certificado do juiz da comarca,“declarando sua residência, ocupação atual e profissão. O juiz os aconselhou a imediatamente pôrem ordem suas casas, já que estariam mais e mais sujeitos, diariamente, a problemas e dificulda-des.” De Rochester, New York, o pastor _______ relatou:

“O excitamento da guerra era tão grande que tivemos que suspender as reuniões por duas noites.Nossa tenda foi usada para reuniões sobre a guerra. Nunca vi tanta excitação como desta vez, emRochester. As ruas estão bloqueadas com as tendas de recrutamento de oficiais. As lojas estão todasfechadas das 3 às 6 da tarde, e todos estão tentando convencer homens a se alistarem. Há reuniõesde debate sobre a guerra todas as noites.” (Review and Herald, 26 de agosto de 1862)

Contudo, apesar das dificuldades em manter esforços públicos, houve condiçõescompensadoras. Os problemas e as perplexidades tornaram mais sóbrios os corações de nossosirmãos. Procuraram o Senhor fervorosamente, tornaram-se mais zelosos nas atividades missionáriasdentro das comunidades em que viviam. O Senhor os abençoou, acrescentando muitas almas.

Enfrentando a convocação

O ano de 1862 testemunhou contínuos e inexplicáveis reveses para as forças do Norte, e maise mais homens se tornaram necessários. Até esse tempo, o exército da União fora inteiramentesuprido com homens recrutados em base de alistamento. Os Adventistas do Sétimo Dia, com seuspontos de vista sobre a guarda do sábado e a não-combatividade, não se haviam alistado e issolevou alguns observadores a questionar sua lealdade ao governo. Ellen White escreveu:

“A atenção de muitos se voltou para os guardadores do sábado, porque não manifesta-vam grande interesse na guerra e não se apresentavam como voluntários.” (Testimonies,vol.2, p. 356)

E ela comentou:

“Era necessário agir com sabedoria, para desfazer a suspeita levantada contra osguardadores do sábado. Devemos agir com grande cautela. ‘Se possível, quanto estiverem vós, vivei em paz com todos os homens.’ Podemos obedecer a essa admoestação,sem sacrificar um princípio de nossa fé. Satanás e suas hostes estão em guerra contra osguardadores dos mandamentos e trabalhará para levá-los a posições probantes. Elesnão devem, por falta de discrição, deixar-se levar até lá.” (Testimonies, vol.1, p. 356,janeiro de 1863)

Todos podiam perceber que uma convocação era inevitável e não muito distante. Como de-veriam os Adventistas do Sétimo Dia relacionar-se com a convocação, quando esta chegasse, era apergunta nas mentes de quase todos.

Nessa conjuntura, numa tentativa de dar orientação aos que achavam difícil chegar a umaconclusão, o pastor White publicou em Review and Herald de 12 de agosto de 1862 um editorialintitulado “A Nação”. Aqui, depois de declarar as razões por que os Adventistas do Sétimo Diasimpatizavam com a causa do governo na guerra que estava sendo travada, e por que não podiamconscientemente apresentar-se como voluntários para o serviço bélico, diz ele, falando de umapossível convocação por parte do governo:

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“Seria loucura resistir. Aquele que resistisse contra a administração da lei militar, efosse executado, iria muito longe, cremos, assumindo a responsabilidade do suicídio.No momento, gozamos da proteção de nossos direitos civis e religiosos, concedidapelo melhor governo debaixo dos céus. ...É cristianismo honrar as boas leis de nossaterra. Disse Jesus: ‘Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus’ (Mat.22:21). Aqueles que desprezam a lei civil, deveriam fazer as malas e partir para algumlugar onde não exista lei civil.

Quando isso acontecer, ou seja, quando decretos civis forem impostos para nos afastarda obediência à lei de Deus e nos colocar em rebelião contra o governo do Céu (VerApo. 13:15-17), então teremos probabilidades de nos tornarmos mártires. Mas tentarresistir às leis do melhor governo debaixo do céu, o qual está agora tentando subjugara rebelião, ...repetimos, seria loucura.

Aqueles que são leais ao governo do Céu, fiéis à constituição e às leis do Governadordo Universo, serão os últimos a desertar para o Canadá, para a Europa, ou a ficaremtremendo de medo de uma convocação militar.

Este artigo causou em alguns distritos uma tormenta de críticas e sua natureza pode ser inferidado seguinte trecho, publicado na Review duas semanas mais tarde:

“Vários irmãos se referiram a nossas observações sob esta legenda(A Nação), há duassemanas, em estilo um tanto febril. Convidamo-los a ler o artigo novamente e a seassegurarem de que entenderam nossa posição, antes de se oporem a ela. Contenham-se, irmãos! Não é tempo para que cavalheiros cristãos dêem lugar a sentimentos depreconceito e virtualmente nos acusem de apregoar o homicídio e a quebra do sábado.Seria melhor que todos levassem o assunto a Deus, pedindo um espírito humilde emoldável; então, se algum for convocado, e escolher fazer um pacto com Tio Sam emvez de obedecer, poderá tentá-lo. Não discutiremos com essa pessoa, a menos quealguns de vocês, não-resistentes, suscitem uma guerrinha antes de serem chamados alutar por seu país. Qualquer artigo bem escrito, com o propósito de lançar luz sobrenosso dever como um povo, em referência à presente guerra, receberá imediata aten-ção” (Review and Herald, 26 de agosto de 1862)

Seguiu-se nas colunas da Review uma discussão aberta quanto às perguntas referentes aosdeveres dos guardadores do sábado em face da convocação, com o resultado de que finalmente seconseguiu unanimidade de ação. Há divergência nos pontos de vista por algum tempo, contudo, éindicada numa observação na última página da Review, de 09/09/1862, no sentido de que TiagoWhite seria incapaz de assumir certos compromissos “em consequência da época desfavorável, doexcitamento da guerra, do temor aos índios (indubitavelmente sem fundamento), sentimentos agi-tados em relação a nosso artigo intitulado ‘A Nação’, e a proximidade da Associação Geral.”

A atitude geral dos irmãos em relação às exigências do governo e à guerra foi refletida porH.E. Carver em sua resposta à posição de Tiago White, conforme artigo publicado na Review:

“Devemos fidelidade ao governo sob o qual vivemos. É nosso dever apoiar o governoaté que ele exija que desobedeçamos a Deus e então não poderemos hesitar quanto aquem serviremos ... Confio em que Deus nos livrará dessa grande provação, mas se aprovação tiver de vir, peço a Deus que nos dê sabedoria e força para glorificá-lo atravésda guarda de Seus mandamentos.” (Review and Herald, 21/10/1862)

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Instruções através do Espírito de Profecia

A essa altura, a Igreja recebeu orientação por meio do Espírito de Profecia. Em janeiro de1863 foi anunciado na Review o “Testimony for the Church”, nº. 9, com a declaração de que contin-ha instruções referentes “à guerra e o nosso dever em relação a ela.”

Este não foi o primeiro artigo dos testemunhos fazendo referência à Guerra Civil, mas foi oprimeiro a dar conselho específico relacionado à convocação, ao alistamento, etc. Um artigointitulado “O Norte e o Sul” (Vol. 1, pp. 253-260), publicado um ano antes (janeiro de 1862),ajudou a esclarecer, na mente dos Adventistas do Sétimo Dia, os verdadeiros problemas da guerra.E houve também um segundo artigo, intitulado “A Escravidão e a Guerra”, apresentando a visão de3 de agosto de 1861.

Mas foi nesse capítulo, “A Rebelião”, publicado em janeiro de 1863 e agora incluído nosTestimonies, Vol.1, que entrou em discussão o recrutamento que parecia inevitável. Foi revelado àSra. White que Deus considerava a nação responsável pelo pecado da escravatura, e que tanto oNorte como o Sul seriam punidos. Com referência ao desfecho da guerra, disse ela:

“Deus não está ao lado do Sul, e ele o punirá terrivelmente no final. ...Vi que Deus nãoentregaria o exército do Norte inteiramente nas mãos de um povo rebelde, para serdestruído por seus inimigos. ...Vi que tanto o Sul como o Norte estavam sendo castiga-dos.

Com relação ao Sul, minha atenção foi voltada a Deu. 32:35-37 ‘Minha é a vingança ea recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé, porque o dia da sua ruína está próximo,e as cousas que lhes hão de suceder, se apressam a chegar.” (Testimonies, Vol.1, pp.359, 365, 368)

Com respeito a alguns que ousadamente asseveraram que prefeririam morrer a submeter-seao recrutamento, e que haviam criticado a posição tomada por Tiago White e outros líderes, oTestemunho declarou:

“Vi que aqueles que haviam falado tão decididamente sobre a sua recusa em obedecera um recrutamento, não entendem de que estão falando. Se na realidade fossem convo-cados e, recusando-se a obedecer, fossem ameaçados com aprisionamento, tortura oumorte, voltariam atrás e então, veriam não estarem preparados para tal emergência.Não suportariam a prova de sua fé. O que julgavam ser fé era apenas fanática presun-ção.” (Testimonies, Vol.1, p. 357)

A seguinte excelente advertência foi dada contra o manter uma atitude ousadamente confian-te em relação à maneira de enfrentar a futura crise:

“Aqueles que estão mais bem preparados para sacrificar inclusive a própria vida, senecessário, em vez de se colocarem numa posição na qual poderiam não obedecer aDeus, são os que menos tem a dizer. Não se vangloriariam, meditariam muito e suassinceras orações ascenderiam ao Céu, suplicando sabedoria para agir, e graça parasuportar. Aqueles que sentem que no temor de Deus não podem conscienciosamente seenvolver nesta guerra, ficarão bem quietos, e quando interrogados, simplesmente de-clararão o que tem obrigação de dizer para responder à pergunta do inquiridor, e entãodeixarão claro que não simpatizam com a Rebelião.” (Testimonies, Vol.1, p. 357)

46 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

A inveja e a falta de unidade entre os líderes do exército nortista foram declaradas nestetestemunho como sendo grandemente responsáveis pelo prolongamento da luta e pelas muitasbaixas nas forças federais.(3)

Conselho relativo ao Alistamento

Ellen White volta-se para certas fases muito práticas da crise dos tempos. Com referência ànossa lealdade para com o governo, ela escreveu:

“Vi que era nosso dever em cada caso obedecer às leis de nossa terra, a menos que elasestejam em conflito com a lei mais alta que Deus proferiu com voz audível no Sinai, edepois gravou em pedra com Seu próprio dedo. ‘Porei as minhas leis em suas mentes eas escreverei em seus corações; eu lhes serei Deus e eles serão para mim um povo.’

‘Aquele que tem a lei de Deus escrita no coração, obedecerá a Deus e não aos homens,e mais prontamente desobedecerá a todos os homens do que se desviará dos manda-mentos de Deus. O povo de Deus, ensinado pela inspiração da verdade e guiado poruma boa consciência para viver através de cada palavra de Deus, tomará Sua lei, escritaem seus corações, como a única autoridade a quem reconhecem obedecer. A sabedoriae autoridade da lei divina são supremas.” (Testimonies, Vol.1, p. 361)

Com o princípio estabelecido de que o cristão deve obedecer às leis do país, a menos queestejam em conflito com a lei mais alta de Deus, Ellen White chega a um ponto muito crítico,aquele do recrutamento que não prevê a liberdade da consciência. Citamos o seguinte parágrafo dotestemunho:

“Foi-me mostrado que o povo de Deus, que é Seu peculiar tesouro, não pode se envol-ver nesta desconcertante guerra, pois ela se opõe a todos os princípios de sua fé. Noexército não podem obedecer à verdade e ao mesmo tempo obedecer às exigências deseus oficiais. Haveria uma contínua violação da consciência. Homens mundanos sãogovernados por princípios mundanos. ...Mas o povo de Deus não pode ser governadopor esses motivos...

Aqueles que amam os mandamentos de Deus, concordarão com todas as boas leis daterra. Mas se as exigências dos governantes são tais, que entrem em conflito com asleis de Deus, a única pergunta a ser feita é: -Obedeceremos a Deus ou aos homens?”(Testimonies, Vol.1, pp. 361-362; grifo nosso)

O leitor deve ter em mente que quando esta declaração foi publicada, em janeiro de 1863,ainda não havia sido promulgada a convocação. Todo o serviço militar nas forças da União erafeito em base de alistamento simplesmente. Um homem entrava no exército através de apresenta-ção voluntária de seus serviços e ao mesmo tempo se colocava, sem reservas, às ordens de seusoficiais. Havia um agudo conflito com o quarto e sexto mandamentos da lei de Deus. Nada estavaprevisto quanto à guarda do sábado e a não-combatividade. “No exército” não podiam “obedecer àverdade e ao mesmo tempo obedecer às exigências de seus oficiais.”

Deveríamos fazer uma pausa para observar nessa conjuntura que muitos interpretam essadeclaração de que “no exército”, (os Adventistas do Sétimo Dia) “não podem obedecer à verdade eao mesmo tempo obedecer às exigências de seus oficiais” (Testimonies, vol. 1, p. 361) como signi-ficando que em tempo algum e sob nenhuma circunstância pode um Adventista do Sétimo Dia ser

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leal a Deus e envolver-se com serviço militar. Deve-se reconhecer que Ellen White estava falandode circunstâncias em conexão com “esta desconcertante guerra”, a Guerra Civil, no período em queo serviço militar estava apenas em base de alistamento, e não haviam sido previstos os casos deconvicção individual de consciência.(4)

A primeira Lei de Alistamento e o Recrutamento

Em março de 1863, um pouco menos de 3 meses depois da publicação do artigo mencionadoacima, com seus orientadores conselhos, o Congresso dos Estados Unidos promulgou um ato parao “alistamento de todos os cidadãos do sexo masculino, fisicamente capazes, entre as idades de 18e 45”e o presidente foi autorizado a fazer os recrutamentos para o serviço militar.

Nesse recrutamento de março de 1863, foi estabelecido que um recruta poderia ser dispensa-do, ou através da apresentação de um substituto ou através do pagamento de $ 300,00. Essa provi-são foi recebida pelos Adventistas como providencial meio de evitar serviços combativos e confli-tos com a observância do sábado, mas também trazia consigo a ameaça de um novo e crescenteperigo. Com tal exigência de recursos para a compra de substitutos, o interesse financeiro da Causaestava em perigo. Reconhecendo esse perigo, Tiago White, escreveu:

“O avanço da mensagem do terceiro anjo é o mais alto objetivo pelo qual podemostrabalhar nesta terra. Seja qual for o sofrimento que possa existir em qualquer parte,esta causa deveria ser a última a sofrer por causa da falta de recursos. No caso denossos irmãos serem recrutados, deveriam, se possível, amortizar suas propriedadespara levantar os $ 300,00 dólares, em vez de aceitar meios que deveriam ir para aTesouraria do Senhor. Diríamos isto inclusive a nossos ministros.” (Review and Herald,24/11/1863)

Ao insistir em que o dinheiro levantado pela Benevolência Sistemática não deveria ser dimi-nuído ou desviado do sustento do ministério, ele citou sua própria prática. Sem diminuir seu costu-meiro pagamento anual para esse fundo, ele havia posto de lado uma quantia igual para ajudarministros, no caso de serem convocados. Um ano mais tarde ele considerou “um privilégio” opagamento de “dez dólares a cada eficiente ministro que for recrutado dentre nós, para ajudá-lo apagar os $ 300,00.” (Review and Herald, 27/09/1864)

Desse modo ele estabeleceu um exemplo de fidelidade na manutenção da causa e na ajudaàqueles que poderiam ser envolvidos pela convocação. Um espírito semelhante foi manifestado emtodo o campo. Um de nossos ministros, pastor Isaac Sanborn, na iminência de pagar uma nota queestava por vencer, inseriu uma nota da Review and Herald declarando que ele havia tomado em-prestados $ 150,00 para livrar um outro irmão do recrutamento, e solicitando a ajuda de qualquerpessoa que pudesse auxiliá-lo nessa “empresa”. Foi esse espírito de ajuda mútua em prover fundospara o pagamento de taxas e isenções que tornou possível, na maioria dos casos, que nossos irmãosevitassem sérios conflitos quanto à questão do porte de armas.

Providências básicas para os não-combatentes

Na “Lei do Alistamento”, de março de 1863, a primeira lei de conscrição aprovada peloCongresso dos Estados Unidos, foi feita provisão pelo Governo Federal para que “os membros de

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denominações religiosas, que por julgamento ou afirmação declararem ser conscienciosamenteoponentes ao porte de armas” serão, quando recrutados, “considerados não-combatentes”. Pode-rão, então, ser designados para hospitais, para o cuidado de recém-libertos ou poderiam garantir-seo privilégio da isenção concedida àqueles que pagassem os $ 300,00.

Enquanto vigorou a provisão geral para a libertação de qualquer recruta ao serviço militaratravés do pagamento de $ 300,00, nenhum passo foi tomado pelos Adventistas do Sétimo Dia paraobter o reconhecimento como não-combatentes. Nossa denominação era nova e seus membrosrelativamente poucos e desconhecidos. Assim, por mais de um ano, a maior parte de nossos ho-mens, quando recrutados, conseguiam a isenção através do pagamento dos $ 300,00.

Mas uma nota assinada em 4 de julho de 1864 revogou “a cláusula comumente conhecidacomo a cláusula da isenção dos $ 300,00”, exceto para aqueles “conscienciosamente contrários aoporte de armas.” Essa decisão precipitou a crise, pois se os Adventistas do Sétimo Dia queriamassegurar os continuados benefícios da isenção, ou assegurar o status de não-combatentes no casode serem convocados, deveriam agora publicamente declarar sua posição e atitude.

Prontamente foram dados passos para enfrentar a questão. Dia 3 de agosto foi colocada dian-te de Austin Blair, governador de Michigan, uma declaração de princípios, assinada pela MesaAdministrativa da Associação Geral, dando as razões pelas quais os Adventistas do Sétimo Dia“não se sentiam livres para se alistarem no serviço”, e querendo o endosso do governador para adeclaração de que “como um povo, nos colocamos sob o último voto do Congresso, no que respeitaàqueles que conscienciosamente se opõem ao porte de armas, e tem direito aos benefícios dasmencionadas leis” (grifo nosso).

O governador de Michigan prontamente deferiu esse requerimento.

Passos semelhantes foram dados e outros estados, como Wisconsin, Illinois e Pennsylvania,com igualmente satisfatórias respostas dos governadores. Esses endossos, juntamente com cartasde recomendação de certos oficiais militares, foram levados a Washington-DC, pelo pastor J.N.Andrews que os entregou ao Marechal James B. Fry.

Os Adventistas do Sétimo Dia

são reconhecidos como não-combatentes

O Sr. Fry declarou ao pastor Andrews que ele interpretava a cláusula de isenção da lei doalistamento como aplicando-se a qualquer denominação que mantivesse pontos de vista de não-combatividade, e expediu ordens a todos os marechais de acordo com essa interpretação da cláusu-la de isenção. Deu instruções pormenorizadas quanto à maneira em que nossos irmãos deveriamagir, se convocados, a fim de receberem o privilégio da isenção através do pagamento de $ 300,00ou serem designados a serviço de não-combatividade. Muitos dos convocados tiraram proveito dacláusula de isenção pelo pagamento dos $ 300,00. Mas alguns dos que foram recrutados requere-ram uma designação para trabalhos de não-combatividade.

Para não faltar à verdade, declaramos que certo número de irmãos, tendo sido convocados,entraram no exército em fins de 1864 e foram tratados injustamente pelos oficiais locais, que serecusaram a reconhecer a provisão feita na lei. Sob as mais probantes circunstâncias, nossos jovenspermaneceram leais ao Deus do céu, enquanto cumpriam seus deveres para com os semelhantes.

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Esforçaram-se para deixar brilhar a sua luz no exército. Atendendo ao seu pedido de literatura, foilevantado um fundo para a compra de folhetos, a fim de que eles recebessem material de leitura aser distribuído entre seus colegas. Muitas cartas foram recebidas desses homens recrutados, cujopedido de isenção do porte de armas foi irritadamente recusado. Duas dessas cartas foram publicadasnuma edição de Review and Herald, com uma nota de Tiago White como segue:

“A experiência que eles apresentam não parece ser a exceção, mas a regra. Ainda nãosoubemos de qualquer que, apesar de sua posição de não-combatente ter sido referen-dada pelos marechais de seus distritos, com os devidos certificados, tenha conseguidoalguma posição em hospitais ou no cuidado com os recém-libertos. E até mesmo osmarechais algumas vezes recusam endossar requerimentos de nossos irmãos, apesar detodas as evidências como não-combatentes.” (Review and Herald, 24/01/1865)

Luz especial com respeito ao Recrutamento

Nessas circunstâncias foi levantada uma pergunta, e com razão: “Deu o Senhor luz a EllenWhite a respeito da orientação a ser dada aos líderes da igreja quanto aos passos tomados em 1863e 1864, relativamente ao serviço militar, ou aprovando o procedimento seguido?”

Essa pergunta é vitalmente importante para nós hoje, pois a posição da denominação comrespeito ao serviço militar está baseada na “posição histórica” tomada nos dias da Guerra Civil.

Nos conselhos de “Testomonies for the Church”, vol. 1, onde se trata desse período de nossahistória, não há informação direta quanto a esse ponto. Depois de janeiro de 1863 não há pronunci-amentos relativos à Guerra Civil ou ao recrutamento. Não tivesse a guerra terminado num períodode tempo tão curto depois da efetivação do recrutamento com todos os seus problemas, e semdúvida teria sido publicado algum conselho. É lógico concluir por inferência que, ao sentirem oslíderes da obra sua preocupação sobre essa questão crucial, mantiveram estreito contato com a Sra.White, e que foram guiados pela luz que ela recebeu do Senhor. É igualmente lógico concluir que,se na ausência de qualquer luz eles tomaram uma posição com referência ao serviço militar, emdesarmonia com a vontade de Deus, o Senhor lhes teria enviado uma mensagem quanto a isso, e oprocedimento teria sido alterado por conselhos corretivos. Tudo isso parece razoável e lógico.

Mas não fomos deixados apenas com inferências e conclusões lógicas sobre o assunto detanto interesse e vital importância para nossos rapazes ao redor do mundo. É realmente gratificanteobservar que os líderes da igreja foram avante com cuidado e oração, enfrentando as crises à medi-da que surgiam, encontrando “posições históricas” que nós, como denominação, adotamos comreferência à convocação. Eles assim fizeram em harmonia com a luz dada por Deus através doEspírito de Profecia. Ellen White fez referência direta a isso, umas duas décadas após o término daGuerra Civil, numa carta a líderes da igreja, pastores G.I. Butler, presidente da Associação Geral, eS. N. Haskell, pioneiro executivo e evangelista. Ellen White, então na Europa, tinha diante delacertas perguntas que esses irmãos lhe haviam formulado e, ao responder, olha para trás e comenta,com referência à conveniência de os líderes da igreja procurarem uma saída para medidas opressi-vas:

“Os irmãos perguntam com respeito à atitude adequada para assegurar os direitos denosso povo quanto ao culto, de acordo com os ditames de sua consciência. Isto temsido um fardo sobre minha alma por algum tempo, quer fosse uma negação da nossa fé,

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quer uma evidência de que nossa confiança não estava firme em Deus. Mas relembromuitas coisas que Deus me mostrou no passado com relação a assuntos de naturezasimilar, como recrutamento e outros pontos. Posso falar no temor de Deus; é corretousarmos todo poder no sentido de evitar a pressão trazida sobre nosso povo.” (EllenWhite, carta 55, 1886 - grifo nosso)

Dessa forma temos a resposta certa. O Senhor deu a Ellen White luz direta e definida, ajudan-do os líderes da igreja a chegarem à posição que tomaram naquela ocasião, a qual ainda mantémcom relação ao serviço militar dos Adventistas do Sétimo Dia.

Um convite à Oração

Ao continuar, em 1865, o conflito entre as forças do Norte e do sul, o presidente Lincoln fezoutra convocação e desta vez para 300.000 homens. Os líderes adventistas estão consternados.Sobre o significado que isso teria sobre a igreja, escreveu o pastor White:

“Conta-se que no próximo recrutamento será alistado um entre cada três homens fisi-camente aptos. Supõe-se que essa proporção de Adventistas do Sétimo Dia será envol-vida, isto é, um em três. Nesse caso, se cada um pagasse os $ 100,00, isso seria sufici-ente para pagar $ 300,00 por todos os convocados no próximo recrutamento.” (Reviewand Herald, 24 de janeiro de 1865.)

Depois de encabeçar a lista, com seu próprio compromisso de doar cem dólares para umfundo em benefício especialmente de seus coobreiros, Tiago White instou com outros para que seunissem a ele, e concluiu com estas palavras: “Se esta guerra continuar, somente Deus saberá o quepode acontecer mesmo com os não-combatentes.”

Num enfático editorial, na semana seguinte, o pastor White expressou sua convicção pessoal,dizendo que a impressionante petição do anjo de Apocalipse 7:3: ‘Não danifiqueis a terra, nem omar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas aos servos do nosso Deus’, simbo-lizava a fervorosa oração da parte do leal povo de Deus naquele período da terrível guerra america-na. Recomendou ele aos membros da igreja:

“Que a oração e ação de graças por aqueles em autoridade constituam uma parte ade-quada do serviço sabático e outros tipos de culto público, bem como das devoçõesfamiliares e particulares.

O segundo sábado de cada mês seja preparado especialmente para jejum e oração,tendo em vista esta atual guerra, terrível, e as relações peculiares que não-combatentessustentam com o governo, para que continuem gozando de liberdade de consciência,vivendo vidas pacíficas e tranqüilas em toda piedade e honestidade.” (Review andHerald, 31 de janeiro de 1865.)

Essa recomendação pessoal foi formalmente adotada pela Mesa Administrativa da Associa-ção Geral, que fez especialmente um apelo para a dedicação do segundo sábado de fevereiro comoum dia de jejum e oração pelos objetivos especificados no artigo do pastor White. Algumas sema-nas mais tarde outro apelo para a humildade e oração foi feito pela Mesa Administrativa, numartigo de duas colunas, intitulado “Chegou o tempo para o Cumprimento de Apocalipse 7:3.” Osirmãos foram incentivados a colocarem de lado quatro dias, de quarta-feira, 1º. de março, a sábado,

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4 de março, como dias de “oração fervorosa e importuna.” O trabalho secular deveria ser suspenso,os serviços da igreja seriam realizados todos os dias, iniciando as 13 horas, e duas reuniões seriamfeitas no sábado. A sinceridade e confiança dos irmãos que assinaram esse compromisso é refletidaneste parágrafo conclusivo:

“O número dos servos de Deus será selado, pois o profeta assim o declara; mas nãoantes de que um sincero trabalho seja efetuado por parte da igreja. Cremos firmementeque chegou o tempo de agirmos, e então se seguirá o trabalho de selamento, ou o altoclamor da terceira mensagem, e então o triunfo; a transladação e a vida eterna. Amém.”(Review and Herald, 21/02/1865.)

Entre as condições que seriamente afetaram a Causa, estava a grande e crescente carga finan-ceira para levantar fundos para a isenção dos não-combatentes do recrutamento. Estimou-se quepara assegurar a isenção daqueles que seriam convocados, da igreja de Battle Creek, haveria umgasto de uma quantia maior que a de seu dízimo durante os quatro anos precedentes, ou para todaa causa, de 25 a 40 mil dólares. Milhares de pessoas que poderiam estar ouvindo e aceitando averdade, estavam sendo arrastadas para os campos de carnificina. E enquanto a mente da naçãoestava tão absorta na pavorosa luta, era quase impossível chamar a atenção de suas mentes paraassuntos religiosos.

Com esses efeitos retardatários sobre a disseminação da mensagem, causados pela guerra, aMesa Administrativa da Associação Geral em seu apelo declarou que a denominação fora trazidapara um ponto onde “se a guerra continuar, seremos obrigados a parar.” Então, confiantemente, suaesperança e fé foram expressas:

“Descansando em Deus, e tendo confiança na eficácia da oração, e nas indicações deSua palavra profética, cremos que o trabalho de Deus não pode ser impedido. ...Otrabalho de Deus nestes últimos dias não deve, não irá parar.” (Review and Herald, 21de fevereiro de 1865.)

E foi assim que no dia de sábado, 4 de março de 1865, quando Abraão Lincoln tomou possepela segunda vez como presidente dos Estados Unidos(5), dez mil Adventistas do Sétimo Diaestavam rogando ao céu pelo bem da causa da verdade, que estava sendo impedida e que a guerrapudesse terminar em breve. Dia 9 de abril de 1865, o General Lee rendeu-se e a longa e desastrosaguerra se encerrava literalmente. Escreveu Tiago White:

“No ar retumbavam gritos: Richmond foi tomada! Lee rendeu-se! Cidades e vilas seiluminaram. Fogueiras e rojões iluminavam o céu, enquanto vivas a Lincoln, Grant,Sherman e Sheridan soavam repetidamente. Mas o leal povo de Deus se encontrava dejoelhos, bendizendo o céu pela resposta a suas orações, e chorando de alegria por causada fidelidade de Deus em cumprir Sua palavra.” (Review and Herald, 25 de abril de1865)

Pouco percebemos hoje o quanto devemos aos pioneiros que naqueles dias de perplexidadeforam levados a adotar uma atitude em relação ‘a guerra, a qual os capacitou a manter o respeitodos oficiais do governo, por sua lealdade aos poderes constituídos, e isso sem comprometer sualealdade a Deus em obediência a Seus mandamentos. A história que eles relataram naquele tempopossibilitou nossos jovens a serem reconhecidos, não como pacifistas, mas como não-combaten-tes, prontos a dar completo apoio a seus governantes terrestres, enquanto não violassem suas cons-ciências em assim fazendo.

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Reconhecimento de Leis de Serviço Militar européias

Quando Ellen White, em atendimento ao convite da Associação Geral, passou dois anostrabalhando na Europa (1885-1887), viu-se face a face com os problemas que nossos rapazes de láprecisavam enfrentar no que dizia respeito ao serviço militar. Enquanto vivia no edifício-sede emBasiléia, Suíça, erigido para servir como centro de onde nossa obra na Europa devia ser dirigida,três dos rapazes empregados na tipografia, no andar térreo, foram convocados para prestar suas trêssemanas no exercício militar compulsório, requeridas anualmente de cada rapaz da Suíça. Nãohavia sido dado nenhum conselho para que os rapazes resistissem ou desconsiderassem tal convo-cação, nem que recusassem vestir os uniformes do país, requeridos em tal serviço. A referênciafeita por Ellen White naquela época, em relação à experiência, é esclarecida:

“Demos adeus a três jovens de responsabilidade no nosso escritório, e que foram con-vocados pelo governo para três semanas de treino. Estávamos numa importante fase denosso trabalho na casa publicadora, mas o chamado do governo não se acomoda àsnossas conveniências. As ordens exigem que os jovens aceitos como soldados nãonegligenciem o exercício de treino essencial para o serviço militar. Estávamos conten-tes por ver que esses três homens em seu regime tinham insígnia de honra pela fidelida-de em seu trabalho. Eram jovens leais. Não foram porque queriam ir, mas porque asleis de sua nação assim exigiam. Demo-lhes uma palavra de encorajamento a seremfiéis soldados da Cruz de Cristo. Nossas orações acompanharam a estes jovens, a fimde que anjos de Deus fossem com eles e os guardassem da tentação.” (Ellen White,carta 23, 1886)

“Chegamos à conclusão lógica, pois, que através dos anos, a senhora White reconheceu odever dos jovens de servirem seu país, quando convocados para o serviço militar.”

Quando explodiu a I Guerra Mundial, Ellen White tinha idade bem avançada e não deuinstrução alguma por escrito quanto aos deveres de nossos homens para com as exigências doserviço militar. Em conversa pessoal ela aconselhou contra a atitude de desafiar as autoridadesmilitares.

Assim, através dos anos, encontramos uma consistência na instrução e nos conselhos, quenos dão a certeza de a igreja, ao encontrar a solução para o problema relacionado à atitude que seusjovens deveriam tomar durante o serviço militar, fê-lo em harmonia com os conselhos do Espíritode Profecia, dados por Deus para orientar e guardar Seu povo.

Publicações E.G. WhiteWashington 12, DC.

15/06/1956

(*) Manuscrito preparado por W.C. White, D.E. Robinson e A.L. White, dando conta pormenoriza-da e cuidadosamente documentada de como os Adventistas do Sétimo Dia enfrentaram acrise da Guerra Civil, no que se relacionava à convocação, ao sábado e ao porte de armas - eampliado por A.L. White para incluir todos os trechos disponíveis da pena de Ellen G. Whiterelacionados ao assunto. Extratos do esboço original apareceram em Review and Herald, 26de novembro de 1936, como parte de uma série de artigos intitulada “Sketches and Memoriesof James and Ellen White”. (Esboços e Memórias de Tiago e Ellen White)

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(1) Em uma reunião de oração na igreja de Battle Creek, realizada na noite de domingo, 6 de marçode 1859, com a presença de Tiago e Ellen White, chegou-se à conclusão de que seria aconse-lhável que os adventistas observadores do sábado votassem na eleição municipal do dia se-guinte, emprestando seu apoio aos candidatos que estivessem ao lado dos princípios de tem-perança. (Ver Temperança, pp 255-256)

(2) Para pormenores adicionais sobre essa visão e seu exato cumprimento, ver o Livro The GreatSecond Advent Movement, pp. 337-340.

(3) Poucas semanas depois da publicação deste Testemunho, apareceu em Review uma longa cartado irmão Otis Nichols, contendo, anexos, recortes de jornal que confirmavam as declaraçõesconcernentes à conduta da guerra, e também àqueles membros do exército do Norte, traido-res da causa pela qual deveriam estar lutando. Ele fez referência à declaração positiva da Sra.White, no sentido de que “eles (o Sul) não triunfarão por completo sobre os exércitos doNorte.”

(4) Com referência a alguns desses conselhos que deveriam ser estudados em relação às circuns-tâncias, Ellen G. White declarou em ocasião posterior: “Com respeito aos testemunhos, nadaé ignorado; nada colocado à parte; mas o tempo e o lugar devem ser considerados.” (Writingand Seding Out of the Testemonies, p. 25)

(5) Em seu discurso de posse, o presidente Lincoln disse: “Ansiosamente esperamos e fervorosa-mente oramos para que este grande flagelo da guerra passe em breve. Contudo, se Deusquiser que ele continue até que se dissipe toda a riqueza acumulada pelo labor não remunera-do dos escravos, durante duzentos e cinquenta anos, e até que cada gota de sangue sejaderramada pelo açoite seja paga com outra gota vertida pela espada, como foi dito há três milanos, ainda assim deve-se dizer que os juízos do Senhor são justos e verdadeiros.” (Citadoem Review and Herald, 21 de março de 1865)

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OS ADVENTISTAS E A POLÍTICA

Em Colossensses 2:16,17 (RSV), Paulo diz, (ler o texto)

Nenhum Adventista do Sétimo Dia deveria ficar só nesta passagem, porém deveria insistirem analisá-la e avaliá-la à luz, de Lev. 23, do Sermão do Monte e do completo corpo das cartas dePaulo. Quando isto é feito, é revelado que, em Col. 2:16-17, nem tudo significa o que a primeiravista parece significar. Embora pareça significar que Paulo proscrevesse completamente o sábadodo sétimo dia, um estudo mostra que ele está falando apenas de certos sábados anuais, cerimoniais(Lev. 23) e que em realidade, Paulo (juntamente a Cristo) fortemente endossa e estabelece os dezmandamentos, com seu Sábado semanal (Rom. 3:31; Mat. 5:17-18; Rev. 14:12, 12:17, etc.).

Em FÉ pág. 82, Ellen White, diz;

“Tendes pensamentos que não ousais exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturasda grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberativos elegislativos, cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessasaspirações.”

Não é difícil ver agora, tomando-se só este texto, que poderia parecer significar para algunsque Ellen White endossa uma carreira em política e que os jovens adventistas poderiam de maneiracorreta aspirarem ser congressistas e senadores. Contudo, como no caso de Col. 2:16-17, estaafirmação, quando tomada no contexto complexo dos escritos de Ellen White, não é encontrado aquerer dizer o que parece significar a primeira vista, antes porém todos os outros diferem-se doEspírito de Profecia e visto a rogar a todos os adventistas a não entrarem em política, mas deixá-lade lado.

Sentar-se ao estar em pé

Como será? Examinemos as evidências.

Primeiro comparemos a citação acima (Fé, 82) com cinco outras que são similares em con-teúdo e contexto porém significativamente diferentes em palavras:

(1) “O êxito em qualquer coisa que empreendamos exige um objetivo definido. Aquele que desejaralcançar o verdadeiro êxito na vida deve conservar firmemente em vista o alvo digno de seusesforços. Tal alvo acha-se posto diante da mocidade de hoje. O propósito, indicado por Deus,de dar o evangelho ao mundo nesta geração, é o mais nobre que possa apelar para qualquerser humano. Abre um campo aos esforços de todo aquele cujo coração foi tocado por Cristo.O propósito de Deus para com os filhos que crescem ao lado de nossas lareiras, é mais amplo,mais profundo, mais elevado, do que o tem compreendido a nossa visão restrita. Aqueles emquem Ele viu fidelidade, tem sido, no passado, chamado dentre as mais humildes posições navida, afim de testificar d’Ele nos mais elevados lugares do mundo. E muitos jovens de hoje,

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que crescem como Daniel no seu lar judaico, estudando a palavra e as obras de Deus, eaprendendo as lições do serviço fiel, ainda se levantarão nas assembléias legislativas, nascortes de justiça, ou nos paços reais, como testemunhas do Rei dos reis. Multidões serãochamadas para um ministério mais amplo. O mundo todo se está abrindo para o evangelho.(Educação, 262, publicado em 1903)

(2) “Os membros da igreja serão individualmente provados. Serão colocados em circunstâncias emque se verão forçados a dar testemunho da verdade. Muitos serão chamados a falar diante deconcílios e em tribunais de justiça, talvez separadamente e sozinhos. A experiência que oshaveria ajudado nesta emergência, negligenciaram obter, e sua alma se acha opressa de re-morsos pelas oportunidades desperdiçadas e os privilégios que negligenciaram.” (TS, vol. II,164/5, publicado em 1882)

(3) “O Senhor deseja que obtenhamos toda instrução possível, com o escopo em vista de partilharcom outros nosso conhecimento. Ninguém pode saber onde nem como será chamado paralabutar ou falar para Deus. Somente nosso Pai celeste vê o que pode fazer do homem. Háperante nós possibilidades que nossa fraca fé não discerne. Nossa mente deve estar tão ades-trada que, se necessário, possamos expor as verdades da palavra de Deus perante as maisaltas autoridades terrenas, de maneira tal que glorifique Seu nome. Não devemos perderoportunidade alguma de nos prepararmos intelectualmente para a obra de Deus.” (Parábolasde Jesus, 333/4, publicado em 1900)

(4) “Ignorais aonde vos poderão convidar a ser testemunhas da verdade. Muitos terão de se apre-sentar nas cortes legislativas, alguns perante reis e diante dos doutores da Terra, para respon-derem por sua fé. Os que não tem senão um superficial conhecimento da verdade, não serãocapazes de expor claramente as Escrituras e dar razões definidas da fé que possuem. Ficarãoconfusos, e não serão obreiros que não tem de que se envergonhar. Que ninguém imagine nãoprecisar estudar” (FE, 217, originalmente publicado na RH. 14/02/93)

(5) “Se jamais necessitamos de manifestar bondade e genuína cortesia, é agora. Talvez tenhamosde pleitear mui diligentemente com os conselhos legislativos pelo direito de adorar a Deussegundo os ditames da consciência. Assim designou Deus em Sua providência que as reivin-dicações de Sua lei sejam levadas perante homens em posições de mais alta autoridade. Aonos encontrarmos, porém, em presença desses homens, não devemos manifestar sentimentosamargos. Devemos orar constantemente por auxílio divino. Unicamente Deus é que podesegurar os quatro ventos até que Seus servos estejam selados na fronte.” (2ME, 375, publica-do originalmente na RH. 11/02/1904)

Duas coisas são enfatizadas nestas citações

1- O comparecimento diante de concílios e assembléias legislativas com as quais Ellen White estátratando são ocasiões quando os homens necessitaram levantar-se pela verdade de Deus e liber-dade religiosa. Não como legisladores de carreiras ligados a questões políticas ordinárias.

2- Sua grande preocupação com respeito a estes futuros acontecimentos é a preparação agora.“Que ninguém imagine não precisar estudar.” “O êxito em qualquer coisa que empreendamosexige um objetivo definido.” “Se nós quisermos evitar remorso pelas oportunidadesdesperdiçadas.” “Não devemos perder oportunidade alguma de preparar-nos intelectualmentepara a obra de Deus.”

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Um cuidadoso estudo de FE. 82, revela que o item 2, preparação completa para o serviçofuturo, é sua preocupação ali também. Ela está se dirigindo aos estudantes do Battle Creek College(em 15/11/83-ver RH 19/08/84) e ela quer que eles estudem e se preparem para o desafio futuro.

“Todos os seus dons são outorgados a nós para serem usados ao máximo. Ele requer quetodos nós cultivemos nossas faculdades e atinjamos a mais alta capacidade possível para sermosúteis a fim de que realizemos um nobre trabalho para Deus e sejamos uma bênção para a humani-dade.”

“Vossas faculdades intelectuais e morais são dons divinos, talentos a vós confiadospara sábio desenvolvimento, e não tendes a liberdade de deixá-los improdutivos porfalta de devido cultivo, ou serem danificados ou apoucados pela inanição.” (FE, 85-86)

“Cingi o vosso entendimento e lançai-vos ao trabalho com todas as fortes energias devossa vontade. É o sábio aproveitamento de vossas oportunidades, o cultivo dos talen-tos que vos foram dados por Deus, que vos tornará homens e mulheres que possam seraprovados pelo Senhor e uma bênção para a sociedade. Tende uma norma elevada, ecom indomável energia tirai o máximo proveito de vossos talentos e oportunidades eavançai para o alvo.” (FE, 87 § 2)

O Grande peso de sua mensagem aos jovens de Battle Creek College, era a obrigação de sedesenvolver a mente e o caráter para a utilidade futura. Suas palavras sobre “Assentar-se em As-sembléias Legislativas”, devem ser vistas como numericamente acidental, isto é, enquanto que osermão completo como publicado na Review (19 e 26/08/84) tinha cerca de 3150 palavras, a afir-mação, “de poderdes assentar-se em conselhos deliberativos e legislativos para a elaboração de leispara a nação” consiste de apenas 18 palavras, apenas um pouco mais da metade de um por cento.Obviamente então esta afirmação não é considerada o clímax de um discurso mais extenso ou deuma pesquisa sobre envolvimento em política. Isto não é nada mais do que uma referência passa-geira a uma futura responsabilidade num sermão que jamais repete o assunto outra vez.

Porém, não é cada palavra do profeta inspirada?

Num sentido amplo, sim, e convenientemente, também em um sentido mais individual, ver-bal e palavra por palavra, não. A própria Ellen White diz da Bíblia e de seus escritos:

“A Bíblia é escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e exprimir-sede Deus. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Oshomens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Sepôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritos da Bíblia foramos instrumentos de Deus, não Sua pena. Olhai os diversos escritores.”

É a tese deste artigo que quando a Sra. White falou de “Assentar-vos em conselhos deliberativose legislativos cooperando para a elaboração de leis para a nação”, ela disse tudo certo, porém nãoqueria dizer o que alguns pensam que ela dizia. O que ela quis dizer aqui (em FE, 82) é o mesmoque ela quis dizer em todos os outros lugares onde referiu-se à necessidade de presente preparaçãoem vista das futuras experiências em concílios legislativos, isto é, que um jovem deveria preparar-se hoje para que quando no futuro, chamarem-no a estar de pé em Assembléias Legislativas eleesteja pronto para servir a Deus honrosamente. “Como uma testemunha do Rei dos reis.”

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Ele não está endossando uma carreira ordinária em política, porém, está falando da prepara-ção para um tempo quando os adventistas serão “chamados a...apresentar as verdades de Sua pala-vra diante das mais altas autoridades da terra.” “Para estar de pé diante de reis para responder porsua fé.” E as leis da terra que ajudaram a promulgar não são leis ordinárias, mas regulamentospreservando a liberdade religiosa. “Talvez tenhamos de pleitear mui diligentemente com os conse-lhos legislativos pelo direito de adorar a Deus segundo os ditames da consciência.”

Construir uma tese para defender uma carreira política baseado em uma única frase: “sentar-se em assembléias legislativas” é enganar-se em um obscuro fundamento que faz violência aoprocesso divino de revelação. Deus não prometeu ditar cada palavra que um profeta usa. Porém,prometeu ver se suas idéias são transmitidas suficientemente claras, para que todos possamcompreendê-las e que estejam dispostos a estudar o contexto geral, antes do que uma ou duaspalavras aqui e ali.

O contexto até aqui analisado neste artigo, inclui as 3150 palavras do sermão, no qual acláusula sob a discussão aparece, e várias passagens paralelas em que frases similares porém, são,significativamente diferentes. Também ocorrem (a saber, “levantar-se como testemunhas...parapleitear...pela correta adoração a Deus” em vez de “assentar-se...para ajudar a promulgar as leis àsnações”) e tem sido enfatizado que estas passagens mostram o que Ellen White estava dizendo emFE, 82.

Porém, para demonstrar além de toda dúvida que ela não estava positivamente endossandocarreira política em FE, 82, examinemos agora uma enfática passagem na Rwal. Ela trata direta eextensivamente com a específica questão de política e os adventistas.

Devem os adventistas entrar em política?

Essa passagem é naturalmente, o “testemunho especial acerca de política”. (Um manuscritodatado de 16/06/1899) o qual foi publicado em FE, 475-484. (O mesmo material um tanto abrevi-ado também aparece em DE 391-396). Aqui, a especial mensageira do Senhor para o nosso povodiz:

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos osilêncio é eloquência. (FE, 475)

“Não devem gastar seu tempo a falar de política e agir em favor dela.” (FE, 483)

“Os filhos de Deus tem de separar-se da política e de toda aliança com os incrédulos.”(FE, 483)

E há muito mais desse mesmo assunto nestas nove páginas. Porém, a quem é isto dirigido? Otestemunho não inicia “aos professores e diretores de nossas escolas.” Então, isto não significasimplesmente que professores e diretores, e talvez ministros e outros obreiros denominacionais,não deveriam engajar-se em política, enquanto que leigos consagrados cujos talentos são-lhes umaaptidão especial são deixados livres para correrem ao congresso?

A única maneira de responder esta questão é ler o Testemunho cuidadosamente:

1- “Os que ensinam a Bíblia em nossas igrejas e escolas, não se acham na liberdade de se unir aosque manifestam seus preconceitos a favor ou contra homens e medidas políticas.” (FE, 475)

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2- “O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas.” (FE, 475)

3- “Cristo convida Seus seguidores a chegarem à unidade nos puros princípios evangélicos que sãopositivamente revelados na Palavra de Deus. Não podemos com segurança votar por partidospolíticos, pois não sabemos em quem votamos. Não podemos com segurança tomar parte emnenhum plano político.” (FE, 475)

4- “O povo de Deus não deve votar para colocar tais homens em cargos oficiais, pois assim fazen-do, são participantes nos pecados que eles cometem enquanto investidos desses cargos.” (FE,475)

5- “Os que são deveras cristãos, são ramos da videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela.Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo.”(FE. 476)

6- “Deus emprega as mais vigorosas imagens para mostrar que não deve haver união entre partidosmundanos e aqueles que estão buscando a justiça de Cristo.” (FE, 476)

7- “Como um povo, devemos colocar-nos sob o estandarte de Jesus Cristo. Devemos consagrar-nos a Deus como um povo distinto, separado e peculiar.”

8- “Os que ocupam o lugar de educadores, de ministros, de colaboradores de Deus em qualquersentido, não tem batalhas a travar no mundo político.” (FE, 478)

09- “Os filhos de Deus tem de separar-se da política.” (FE, 483)

10- “Pois, esta obra Deus não deu nem a elevados nem a humildes dentre o seu povo.” (FE 483)

11- “Todos quantos receberam a Cristo, ministros e membros leigos, devem levantar-se e resplan-decer, pois grandes perigos se acham eminentes sobre nós.” (FE, 483)

A evidência é que este testemunho especial não foi dirigido a ministros e professores apenas,ou a denominações como um todo, mas a cada membro consagrado, individualmente em toda aorganização.

Mas por quê? O que há de errado na política? Uma análise revelará várias razões:

1- “...Alguns que serão incitados a exprimir seus sentimentos e suas preferências políticas, demaneira que se introduzirá na igreja a divisão.” (FE, 475)

2- “Cristo chama Seus seguidores a chegarem a unidade nos puros princípios evangélicos que sãopositivamente revelados na palavra de Deus.” (FE, 475)

3- “Como povo devemos colocar-nos sob o estandarte de Jesus Cristo.” (FE, 478)

4- “Seu povo tem de prevenir os elementos de reconciliação.” (FE, 479)

5- “Tem de ter a responsabilidade de uma obra especial e de uma mensagem especial.” (FE, 479)

6- “Temos uma responsabilidade individual.” (FE, 479)

7- “Deus não nos pede que ampliemos nossa influência misturando-nos com a sociedade, ligando-nos com os homens em questões políticas, mas ficando como partes individuais.” (FE, 479)

8- “Cumpre-nos realizar a obra que nos foi designada.” (FE, 479)

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9- “Não deve haver disputas partidárias na família de Deus.” (FE, 479)

10- “Nossa cidadania está no Céu.” (FE 481)

11- “...essa obra (ser político) Deus não deu nem a elevados nem a humildes dentre o Seu povo.” (FE, 481)

12- “Deus pede a Seu povo que mantenha acima de tudo a bandeira que apresenta a mensagem doterceiro anjo.” (FE, 483)

Em suma, Deus ordena aos Adventistas do Sétimo Dia a esquivarem-se da política, paraevitar conflito e impróprias uniões mundanas (de um lado) e (por outro lado) para manterem-selivres para fazer a grande obra que nos foi designada: sustentar a mensagem do terceiro anjo.

Conselho temporário ou princípio permanente?

Isto nos traz a uma questão fundamental; deve este testemunho ser meramente tomado comoum conselho temporário ligado a uma circunstância especial no passado ou é a expressão de umprincípio permanente?

O próprio testemunho tem muito que soa com um “princípio permanente”, porém para umacompreensão correta e útil examinar uma afirmação de Ellen White, relacionada ao assunto, escritapor volta da mesma data. (DN, foi publicado em 1898)

O governo sob o qual Jesus viveu era corrupto e opressivo, chamavam de todo lado os abu-sos/extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhumareforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem a administração dos que se achavam nopoder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-se afastado dos governos terrestres. Não porquefosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramentehumanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente eregenerar o coração.

Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembléias legislativas, não pelopatrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação deSua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito Santo. “A todos quantos O receberam,deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome, os quais não nasce-ram do sangue, nem da vontade do varão, mas de Deus.” Aí está o único poder capaz de erguer ahumanidade. E o instrumento humano para a realização dessa obra é o ensino e a observância dapalavra de Deus.

Quando o apóstolo Paulo começou seu ministério em Corinto, populosa, rica e ímpia cidade,poluída pelos inomináveis vícios do paganismo, disse: “Nada me propus saber entre vós, senão aJesus Cristo, e Ele crucificado.” Escrevendo posteriormente a alguns que foram corrompidos pelosmais vis pecados, pôde dizer: “Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveissido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito de nosso Deus.” “Sempre dou graças aomeu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.”

Hoje, como no tempo de Cristo, a obra do reino de Deus não se acha a cargo dos que recla-mam o reconhecimento e apoio dos dominadores terrestres e das leis humanas, mas dos que estão

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declarando ao povo, em Seu nome, as verdades espirituais que operarão, nos que as recebem, aexperiência de Paulo: “Já estou crucificado com Cristo, e vivo não mais eu, mas Cristo vive emmim.” Então eles trabalharão, como Paulo, em benefício dos homens. Disse ele: “De sorte quesomos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos pois da partede Cristo que vos reconcilieis com Deus.”

Uns poucos anos depois, ela escreveu:

“Repetidamente, Cristo foi solicitado a decidir questões políticas e legais. Mas elerecusou interferir em assuntos temporais. Ele sabia que na política mundial haviaações inimigas e grande tirania. Porém sua única posição era a proclamação da Verda-de Bíblica à grande multidão que seguia Seus passos. Ele apresentou os puros, santosprincípios da Lei de Deus, e falou das bênçãos achadas em obedecer-lhes, e falou dasbênçãos encontradas em obedecer estes princípios da Lei de Deus. Com a autoridadedo alto, Ele enfatizou a importância de justiça e misericórdia. Porém, Ele não se emba-raçou em disputas pessoais.” (9T, 218)

Uma pequena perspectiva histórica nos ajudará. Quando a Sra. White estava escrevendo DNe FE 475-484, as maiores denominações Americanas estavam rapidamente adotando o evangelhosocial para aproximarem-se dos problemas de nossas cidades (EUA), igual as igrejas Britânicasestavam fazendo a várias décadas. Os problemas nos anos de 1880 não envolvia guetos de negros,mas envolviam conflitos de raças, de direitos e greves, assim como hoje. A revolução industrialincrementava o surgimento de nossas grandes cidades, e para prover (abastecer) barato custooperacional para empresas monopolistas, inábeis operários foram atraídos para a América compromessas de altos salários. Os poloneses, italianos e tchecos e outros que responderam encontra-ram os mais altos salários que eles tinham visto, porém, o custo de vida também era muito alto, equase inacreditáveis, as más condições de trabalho. Mesmo crianças, pela necessidade econômicaforam compelidas a trabalhar 12 horas diárias em perigosas fábricas, sete dias por semana semdescanso, e se eles faltavam um dia para alguma causa, eram comumente demitidos sem considera-ção ou misericórdia. Conflitos seguiam-se tais como o sangrento “Haymarket” em 1886 (em quenumerosos policiais foram mortos) em Chicago, a greve rural de 1892 (marcada por uma acirradabatalha), a greve Pullman de 1894 (quando as estradas de ferro de New York a Chicago foramiluminadas pelos vagões de carga fechados queimando) e a guerra “Cripple Creek” nas jazidas decarvão do Colorado.

Os líderes das maiores denominações perderam a confiança no poder do simples evangelho.Os Seminários estavam vazios como outrora estudantes do ministério deixavam Teologia paraestudar cursos de Assistência Social. Todo púlpito sofisticado no país, tornou-se em propaganda daluta por melhores condições de trabalho e legislações para reforeá-las, e quaisquer livros que con-tinham a palavra social no título tornaram-se Best Sellers.

O Evangelho social como era chamado por seu mais hábil expositor (e seu mais hábil expo-sitor foi indubitavelmente Rauschenbusch, que escreveu “A Theology for the Social Gospel”), foide alguma maneira arraigando-se na teoria da evolução. Mas depois, como resultado da primeiragrande guerra, revelando o que fizera a maldade inerente no homem, foi grandemente reduzido oentusiasmo dos evangelistas sociais (como eram chamados) durante a década de 1920. Osfundamentalistas, como é sabido, guardaram reservas quanto ao evangelho social nos seusprimórdios. Durante a depressão de 1930 o evangelho social aumentara em força. Na década de 50(depois da segunda guerra) ele aumentou muito mais, e atualmente desde os anos 60 é tão prevale-

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cente que mesmo os neo-fundamentalistas (os “evangelísticos conservadores”) têm-no adotado,ainda que com alguma teologia melhorada. Hoje, uma vez mais, os conflitos de raças, de direitos egreves ameaçam nossas maiores cidades, e hoje, uma vez mais, as igrejas olham para o ativismosocial e político como cura para estes problemas.

Assim a história se repete. E, uma vez mais, os adventistas preocupam-se em envolver-se emassuntos políticos para aliviar os problemas da raça humana.

A resposta que Deus nos deu é: Não. Não há nada essencialmente novo acerca de conflitos deraças, de direitos e greves. Eles causaram grandes problemas, mesmo nos dias de Cristo. Porém,Jesus que é o nosso exemplo, não atentou para reformas civis, diz o DN, 509. Porque? Porque eraindiferente aos infortúnios dos homens? “Não porque fosse indiferente as misérias do homem, masporque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a curadeve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração.”

Deus nos chama a ser pensantes e não meros refletores do pensamento de outros homens. Éfácil numa época de pânico nacional adotar o pensamento de outros e fazê-lo nosso próprio. Se osoutros estão dizendo, “Gastos Federais”, “Legislação de Direitos Civis”, “Marcha da Paz”, nos éfácil repetir os mesmos ‘slogans’ sem pensarmos por nós mesmos.

Pensar por si mesmo, o que significa? Pensar verazmente significa procurar os pensamentosde Deus. Qualquer questão menor do que esta não é digna de ser pensada. E pensar por si mesmosignifica permanecer firmemente pela verdade de Deus, quando todos os outros ao redor estãodiscordando. Qualquer outro ato não é lealdade, porém rebelião. “Pensar por si mesmo”, então, nomais alto sentido, não significa ser um individualista, mas um cristão perseverante nas escrituras.

E que pensamentos Deus nos chama a “pensarmos por nós mesmos”, num tempo como este?Por um motivo, Ele prefigurou-nos em profecia (Apo. 14:6-12) e chamou-nos a fazer uma obraespecial: preparar o coração dos homens para sua segunda vinda, e desde que sua segunda vinda éa última solução para os problemas de nossas cidades, a melhor coisa que podemos fazer para anossa nação e ao povo pobre não é construir residências, mas construir crentes no Senhor JesusCristo; não elaborar leis, mas procurar assegurar aliança à lei de Deus; não confiar em doaçõesfederais, mas inspirar ilimitada fé em Deus.

Isto significa que devamos ficar sem fazer nada na hora da crise? Claro que não! Significaque Deus nos chama a palmilhar em tudo.

Nossos pobres necessitam de melhores casas, melhores empregos, melhores condições devida e melhores chances para desenvolverem-se como cidadãos. Graças a Deus há muitas pessoasternamente dispostas que obram em realizar estas coisas por eles.

Deus tem agentes (não conversos) em nosso governo que Ele usa como seus instrumentos empromulgar boas leis. (Vide 1T, 203). E há Billy Grahams também, que estão trabalhando nas cida-des, trazendo os perdidos de todas as raças a um conhecimento de Cristo. Porém, com quem estácontando para trazer os não iluminados de todas as raças a um conhecimento da salvadora plenitu-de do conhecimento de Cristo, e que também possuem o direito da vida eterna? Esta tarefa foiconfiada a nós. Deus não permite que nos tornemos envolvidos em úteis, contudo superficiaissoluções propostas por nossos profundamente interessados cidadãos, e que esqueçamos a comis-são especial que Deus, em sua inescrutável sabedoria, tem confiado a nossas pobres e freqüentementeindispostas mãos.

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Estudemos acuradamente para podermos estar preparados para estarmos de pé em assem-bléias legislativas como testemunha do Rei dos reis, e ao mesmo tempo demonstrar ao mundo pelanossa fé e ação que nós cremos ter um remédio mais efetivo para todos estes males do que meralegislação humana e doação de dólares.

Tornemo-nos profundamente envolvidos com as necessidades dos homens, mas não com suapolítica.

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OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA,O VOTO E A POLÍTICA

Embora os adventistas tenham através de sua história tido o privilégio de votar, para poderdeste modo influir nos acontecimentos, (especialmente aqueles que se relacionavam com o fabricoe venda de bebidas alcoólicas e a liberdade religiosa), os líderes da Igreja e Ellen G. White tem comclareza aconselhado a Igreja a não se envolver em política partidária ou em controvérsia de nature-za política. Somos apolíticos. Em 1856, o Pastor Uriah Smith, declarou a posição dos adventistascomo sendo de “neutralidade em política.”

Neste particular devemos seguir o exemplo de Cristo. “Por mais de uma vez, Cristo foi soli-citado a decidir questões políticas e jurídicas, mas recusava-se a interferir em assuntos temporais....Ele ocupava no mundo o lugar de cabeça do grande reino espiritual para cujo estabelecimentoaqui viera, o reino da justiça.” (OE, 396 § 2). Para tal, lançaria mão dos recursos celestiais.

No entanto, no sentido de garantir a liberdade religiosa e de favorecer a causa de Deus, emgeral não devemos dispensar a influência dos que tem poder temporal. Procurando ao fazê-lo, nãomisturar religião com política.

“O Senhor ainda toca no coração dos reis e governadores em favor do Seu povo, ecompete aos que estão tão profundamente interessados na questão da liberdade religi-osa não dispensar quaisquer favores ou eximir-se do auxílio que Deus tem movido oshomens a dar para o avanço de Sua causa.” (TN, 202)

Num editorial que apareceu na Review and Herald, de 13 de setembro de 1928, o Pastor F. M.Wilcox, escreveu:

A Igreja e a Política

“É privilégio de cada indivíduo exercer o direito de voto. Ninguém tem autoridade paranegar-lhe este privilégio. A Igreja Adventista do Sétimo Dia não procura ditar a seusmembros como devem votar, ou se devem votar. Isto é deixado a critério de cada umagir dentro de seu próprio julgamento no temor de Deus.” (extraído de Publicações deEllen G. White, Associação Geral da IASD. Washington 12, DC. - 14 de agosto de 1952- Arthur L. White)

“Embora o membro individual da Igreja tenha o direito, se assim ele quiser, de votar, aIgreja em si deve manter-se inteiramente fora de política. É uma coisa os membrosindividuais da igreja votarem, e outra coisa estes mesmos indivíduos em suas capaci-dades da Igreja procurarem influenciar medidas políticas.” (Idem)

Em 1859, nossos pioneiros, em Battle Creek, ao se defrontarem com determinados proble-mas locais em época de eleições, procuraram encontrar o caminho quando preocupados com suas

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responsabilidades como cidadãos de uma comunidade. O Pastor Tiago White e o irmão Andrews,segundo registro feito no diário de Ellen G. White em 1859, “consideraram melhor por sua influên-cia a favor do direito e contra o erro.” Acharam que deviam votar a favor dos melhores homens quese candidataram a cargos oficiais na cidade, “em vez de, por seu silêncio, correrem o risco de viremos intemperantes ocuparem os postos.” (Ver Temperança, 255)

Quanto aos problemas nacionais que afetavam nosso povo nos dias dos pioneiros, eles con-cluíram que deveriam votar em candidatos que fortalecessem a causa da temperança e da liberdadereligiosa.

Em 1865, a Associação Geral, em sua Terceira Sessão, registrou a questão de Adventistas doSétimo Dia votarem. Sob o título “Votação”, encontramos o seguinte:

“Resolvido: Que em nossa concepção, a ação de votar quando exercida em favor dajustiça, humanidade e daquilo que é certo, é em si inatacável, e pode ser em algumasocasiões altamente próprio; mas que a apresentação de qualquer voto que fortaleça acausa de crimes tais como intemperança, insurreição e escravidão, é considerada pornós como altamente criminosa à vista dos céus. Mas nós reprovamos qualquer partici-pação no espírito de controvérsia entre partidos.” (Relatório da Terceira Sessão Anualda Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, publicado na Review and Herald,23 de maio de 1865.

No Brasil, o voto é considerado não somente um privilégio do cidadão, mas um dever cívicoregulado por lei.

Os conselhos sobre votação que podemos extrair da pena inspirada são os seguintes:

1- Escolher entre os melhores candidatos

“Quantos desmerecem sua prerrogativa como cidadãos de uma república, compradospor um copo de uísque para dar seu voto a algum candidato infame.” (Review andHerald, 08/11/1881)

2- Utilizar bem a prerrogativa de cidadão, escolhendo aqueles que fortalecerão a causa daliberdade religiosa

“Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência parareprimir a liberdade religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar oucompelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia dasemana não é um dia para ser reverenciado. É um sábado espúrio, e os membros dafamília do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a Leide Deus, pisando Seu sábado. O povo de Deus não deve votar para colocar tais homensem cargos oficiais; pois assim fazendo, são participantes nos pecados que eles come-tem enquanto investidos desses cargos.” (FEC, 475 § 2)

3- Os melhores estão entre os temperantes

“Homens intemperantes não devem, por voto do povo, ser colocados em posições deconfiança.” (Signs of the Times, 08 de julho de 1880)

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4- Votar no homem por suas qualidades morais e preparo para o exercício do cargo e nãopelo partido a que pertence

“Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos, pois não sabemos em quemvotamos.” (OE, 391)

(Quando o voto é vinculado, fica um pouco mais difícil seguir esta orientação, contudonão somos obrigados a votar em candidatos para todos os cargos eletivos)

5- Votar em quem achar melhor sem proclamar pela pena ou pela voz em quem votou.Manter secreto o voto

“Sejam quais forem as opiniões que tenhais em relação a dar o vosso voto em questõespolíticas, não as deveis proclamar pela pena ou pela voz.” (II ME, 336 § 1)

6- Ninguém tem o direito de induzir a outro a votar neste ou naquele candidato. Cada um élivre para votar em quem achar melhor

“Mantende secreto o vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo o mundopara fazer como fazeis.” (Carta 4, 1898 - II ME, 337)

Quanto às ações do âmbito político as orientações são:

1- Os templos que edificamos são para o louvor de Deus e Sua adoração. É local sagrado. Nasdependências de nossos templos e salões não há lugar para nenhuma ação a não ser as de caráterreligioso. Ali não deve ocorrer nenhuma promoção de ordem política, não devem circular vo-lantes, nem material de propaganda política; em tempo algum.

“No lugar em que o povo se reúne para adorar a Deus não seja pronunciada nenhumapalavra que desvie a mente do grande interesse central - Jesus Cristo, e Este crucifica-do.” (TM, 331)

2- Enquanto a política se refere a assuntos terrenos, temporais, a religião está no âmbito do sacro.A primeira está na esfera do que “é de César”, a segunda no que “é de Deus.” Uma cuida dosvalores da terra, a outra do que é eterno. Não misturemos o sacro com o profano. Não misture-mos fogo comum com o sagrado.

“O Senhor Deus do Céu não pode aprovar muito do que é trazido ao púlpito pelos queprofessam estar falando a Palavra do Senhor. Quando o orador, de maneira descuidadase intromete em qualquer parte, tomado pela fantasia, quando fala de política ao povo,está misturando fogo comum com o sagrado. Ele desonra a Deus. (TM, 337)

3- É desaconselhável o uso de distintivos políticos.

“Os que são deveras cristãos são ramos da Videira Verdadeira, e darão o mesmo frutoque ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos,mas os de Cristo.” (FE, 392)

4- Os ministros do Evangelho devem se apartar das disputas políticas

“Aqueles, entre os ministros, que desejam ser políticos, devem perder suas credenci-ais; pois essa obra Deus não deu a elevados nem a humildes dentre Seu povo.” (OE,395)

66 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

“Os que ocupam o lugar de educadores, de ministros, de colaboradores de Deus emqualquer sentido, não tem batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se achanos Céus.” (FEC, 478 § 3)

“O dízimo não deve ser empregado para pagar ninguém para discursar sobre questõespolíticas. Todo mestre, ministro ou dirigente em nossas fileiras, que é agitado pelodesejo de ventilar suas opiniões sobre questões políticas, deve-se converter pela crençana verdade, ou renunciar à sua obra. Sua influência deve ser a de um coobreiro de Deusno conquistar almas para Cristo, ou devem ser-lhe cassadas as credenciais. Se ele nãomuda, há de ser nocivo, apenas nocivo.” (FEC, 477)

5- O cristão como indivíduo deve cumprir seus deveres de cidadão evitando contudo os embatesdas lutas político-partidárias. Sobretudo, deve evitar que sejam trazidas tais discussões para oâmbito da Igreja.

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, osilêncio é eloquência.” (OE, 391 e FEC, 475)

“Deus emprega as mais vigorosas imagens para mostrar que não deve haver uniãoentre partidos mundanos e aqueles que estão buscando a justiça de Cristo.” (FEC, 476§ 2)

“Os filhos de Deus tem de separar-se da política, de toda aliança com os incrédulos.Não devem ligar seus interesses aos do mundo.” (FEC, 485 § 2)

Quando os temas políticos são trazidos à Igreja:

a) Se introduz “na igreja a divisão” (FEC, 475)

b) Há o perigo de disputas e “cismas no corpo de crentes” (FEC, 479)

c) Traz “contendas e perturbações” às igrejas” (FEC, 483 § 2)“Não deve haver disputas partidárias na família de Deus, pois o bem-estar de cada um é afelicidade de outros.” (FEC, 479)

Trabalhemos para manter a concórdia

“Não haja pois nenhuma sombra de contenda entre os Adventistas do Sétimo Dia.”(FEC, 480)

O Evangelho une

“Cristo chama Seus seguidores a chegarem a unidade nos puros princípios evangélicosque são positivamente revelados na Palavra de Deus.” (FEC, 475 § 2)

“Como povo devemos colocar-nos sob o estandarte de Jesus Cristo. Devemos consa-grar-nos a Deus como um povo distinto, separado e peculiar.” (FEC, 478)

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 67

Nosso compromisso é com a Tríplice Mensagem Angélica

“Tem de ser a responsabilidade de uma obra especial e de uma mensagem especial.”(FEC, 479)

“Deus não nos pede que ampliemos nossa influência ligando-nos com homens em ques-tões políticas, mas ficando com partes individuais de Seu grande todo, tendo Cristocomo nossa cabeça. Cristo é nosso Príncipe, e, como súditos Seus, cumpre-nos realizara obra que nos foi designada por Deus.” (FEC, 479)

“Nossa cidadania está no Céu.” (FEC, 481)

“Deus pede a Seu povo que mantenha acima de tudo a bandeira que apresenta a Men-sagem do Terceiro Anjo.” (FEC, 483)

Em ocasiões especiais, Deus permitiu que homens como José e Daniel (Gên. 41:40, 6:02),chegassem a ocupar altos postos na administração de grandes impérios. Um chegou a ser o segun-do homem no Egito e o outro foi um dos três presidentes que supervisionavam os cento e vintesátrapas que administravam o império de Dario. Foi primeiro ministro, “fiel estadista nas cortes deBabilônia” (FEC, 205). Sadraque, Mesaque e Abede-nego (Dan. 3:12), cuidaram da Província deBabilônia como governadores.

Certamente um cargo desta natureza na administração e governo de um país pode conferir aoseu ocupante certa parcela de influência política. Todavia, não podemos usar estes personagensbíblicos como exemplos de políticos visto que eles não o foram. As formas de governo naqueletempo eram outras logicamente. O próprio executivo acumulava as funções legislativas. Eles fo-ram convidados a ocupar cargos na administração do país, porque os supremos mandatários confi-avam neles e sobretudo porque no grande plano salvador de Deus, havia espaço para que elesdesempenhassem altas funções na administração de impérios. Certamente, enfeixaram grande par-cela de poder nas mãos, todavia não eram políticos na acepção moderna do termo. Não disputaramcargos eletivos. Foram guindados a cargos de confiança. Foram instrumentos nas mãos de Deuspara benefício do Seu povo e execução dos Seus planos. Defenderam os interesses do povo deDeus em momentos especiais da história. Daniel não procurou o cargo e Deus certamente permitiuque ali estivesse, contudo sua posição não era invejável, segundo Ellen G. White.

“A posição de Daniel não era invejável. Dirigia um gabinete desonesto, prevaricador eímpio, cujos membros o observavam com olhos perspicazes e aguçados; a fim de en-contrar alguma falha em sua conduta.” (YI, nov. 1, 1900 - SDABC, 4º. vol., 1171)

Na execução dos Seus planos salvíficos, Deus usa a homens influentes dentre os Seus filhos,bem como a outros (Ciro, por exemplo) que não estão nas fileiras do Seu povo e a alguns que virãofuturamente.

“Muitos dos dominadores pertencem ao número dos dirigidos por Satanás, mas vi queDeus tem os Seus agentes mesmo entre os dominadores. E alguns deles se converterãoainda à verdade.” (ITS, 74)

A nós, portanto, compete guardar distância das lutas pelo poder temporal, não permitindoque controvérsias políticas invadam os nossos arraiais, para evitar com isso conflitos e divisões.Conservemo-nos unidos e livres para a proclamação da última mensagem de advertência ao mun-do.

Pr. Jorge Lucien Burlandy

68

ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E VOTAÇÃO

Arthur L. White, SecretárioPublicações de Ellen G. White

Nem Ellen White no Espírito de Profecia aconselha contra, nem a Associação Geral, pelosseus votos, tem negado aos Adventistas do Sétimo Dia o privilégio de votarem. Porém, consisten-temente através dos anos, os líderes da igreja e Ellen G. White tem vez após vez apontado o perigodo nosso povo envolver-se na política em si ou em controvérsia política. Guiados e admoestadospelo Espírito de Profecia, nós, Adventistas do Sétimo Dia, encontramos o nosso caminho quandoatravessamos os dias tensos das questões de escravidão, as perplexidades relacionadas com a op-ção local de licenciar a venda de licor, os problemas com relação à professa Emenda Cristã àConstituição Federal e a questão monetária. Isto nos dá o fundo histórico para termos uma imagemclara da nossa atitude sobre votação.

Em 1856, o Pastor Uriah Smith declarou a posição dos adventistas que guardam o sábadocomo sendo a de “neutralidade em política”, com a recusa por parte do nosso povo “em tomar partena competição tão excitante como a que está agitando esta nação.” Ao concluir o seu editorial eledeclara as razões:

“A questão por que nós, com nossos votos e influência, não lutamos contra a tendênciaao mal do nosso tempo, respondemos que os nossos pontos de vista de profecia nosdirigem à conclusão de que as coisas não serão melhoradas. ...E nós sentimos que énosso dever limitar os nossos esforços ao preparo de nós mesmos e outros, tanto quan-to nos é possível, para a grande e final questão que já com urgência está sobre nós: arevelação do Filho do Homem dos Céus, a destruição de todos os governos terrestres, oestabelecimento do reino glorioso, universal e eterno do Rei dos reis, e a redenção elibertação de todos os Seus súditos.” (Review and Herald, 11 de setembro de 1856.)

De questões nacionais que parecia fútil ajustar, vamos três anos mais tarde a uma situaçãolocal em Battle Creek, em 1859. Então observamos os pioneiros encontrarem o caminho ao seremconfrontados com sua responsabilidade como cidadãos da comunidade. Para nossa informação,vamos a um registro feito no diário de Ellen G. White em 1859:

“Assisti à reunião ao anoitecer. Tivemos uma reunião franca, interessante. À hora determinar, a questão de votar foi considerada demoradamente. Tiago falou primeiro,depois o irmão Andrews, e foi por eles considerado melhor pôr sua influência a favordo direito e contra o erro. Acham ser justo votar a favor dos homens da temperança queocupam lugares oficiais em nossa cidade em vez de, por seu silêncio, correrem o riscode verem os intemperantes ocuparem os postos. O irmão Hewett conta sua experiênciade alguns dias antes, e acha que é direito dar o seu voto. O irmão Hart fala a favor. Oirmão Lyon opõe-se. Ninguém mais faz objeção, mas o irmão Kellog começa a acharque é direito. Há entre todos os irmãos sentimentos cordiais. Oh, que todos procedamno temor de Deus.”

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 69

“Homens favoráveis à intemperança estiveram no escritório hoje, exprimindolisonjeadoramente sua aprovação à atitude de observadores do sábado que não vota-vam, e exprimiram esperanças de que eles ficassem firmes a sua orientação e, como osquakers, não dessem seu voto. Satanás e seus anjos maus estão atarefados neste tempo,e ele tem obreiros na Terra: Oxalá seja ele decepcionado, é a minha oração.” (Ellen G.White em seu diário, no domingo 6 de março de 1859-Temperança, pp. 255, 256)

Subseqüentemente, os Adventistas do Sétimo Dia estavam bem claros em seu dever de votara favor da proibição, ou da restrição do tráfico de licor. Uma questão sobre este ponto, porém, foiapresentada em uma reunião campal em Des Moines, Iowa, no início de 1881. Um voto propostofoi apresentado aos delegados, dizendo:

“Resolvido: Que expressemos nosso profundo interesse no movimento pró-temperan-ça ora em andamento neste Estado; e que instruamos todos os nossos ministros a usa-rem sua influência entre nossas igrejas e junto ao povo em geral para induzi-los aenvidar todo esforço coerente, pelo trabalho individual e na urna eleitoral, em favor daemenda proibitória à Constituição, a qual os amigos da temperança estão procurandoconseguir.” (Review and Herald, 5 de junho de 1881 - Temperança, p. 255)

Alguns, porém, objetaram à cláusula que pedia ação à “urna eleitoral” e insistiam em suasupressão. A Sra. White, que assistia à reunião campal, retira-se, mas foi chamada a dar seu conse-lho.

Escrevendo sobre isto naquele tempo, diz ela: “Preparei-me e achei que devia falar sobre oassunto se nosso povo devia votar pela proibição. Disse-lhes: ‘Sim’, e falei por vinte minutos.”(Carta 6, 1881 - Temperança, p. 255)

Na Review and Herald de 15 de outubro de 1914, um artigo reproduzido no livro ObreirosEvangélicos, pp. 384-388, Ellen White enfatizou novamente a responsabilidade de cada cidadãoexercer toda influência dentro do seu poder para refrear o tráfico de licor, incluindo seu voto:

“Ao passo que não devemos de maneira alguma envolver-nos em questões políticas, écontudo nosso privilégio tomar decididamente posição em todas as questões relativas àreforma pró-temperança. Tenho dado a esse respeito muitas vezes, um claro testemu-nho. Em um artigo publicado na Review and Herald de 8 de novembro de 1881, escre-vi:

“Há uma causa para a paralisia moral que há na sociedade. Nossas leis mantêm um malque está minando seus próprios fundamentos. Muitos deploram os erros que sabemexistir, mas consideram-se isentos de qualquer responsabilidade na questão. Não podeser assim. Todo indivíduo exerce uma influência na sociedade. Em nossa terrafavorecida, todo votante tem alguma voz no determinar que leis hão de reger a nação.Não devem essa influência e esse voto ser lançados ao lado da temperança e da virtu-de?

“Podemos chamar os amigos da causa da temperança a unirem-se para o conflito ebuscar repelir a onda do mal que está desmoralizando o mundo; de que proveito, po-rém, serão todos os nossos esforços enquanto a venda de bebidas alcoólicas for mantidapor lei? Deve a maldição da intemperança repousar para sempre sobre nossa terra comouma praga? Deve ela cada ano assolar, qual fogo devorador, milhares de lares felizes?

“Falamos dos resultados, trememos pelos resultados, e cogitamos o que podemos fazer

70 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

com os terríveis resultados, ao passo que, com freqüência, toleramos e mesmo sancio-namos a causa. Os defensores da temperança deixam de cumprir seu inteiro dever amenos que exerçam sua influência por preceito e exemplo - pela voz e pela pena e pelovoto - em favor da proibição e da abstinência total. Não necessitamos esperar queDeus opere um milagre para efetuar essa reforma, removendo assim a necessidade deesforçar-nos. Cumpre-nos agarrar-nos com esse gigante inimigo, tendo como divisa,nenhuma transigência e nenhuma cessação de esforços de nossa parte até que sejaobtida a vitória.” (Review and Herald, 15 de outubro de 1914 - Veja Obreiros Evangé-licos, pp. 387, 388; Temperança, pp. 253, 254) (Grifo nosso).

A Responsabilidade do Cidadão em sua Comunidade

A verdade de Deus faz um homem ou uma mulher um bom cidadão. Em Atos dos Apóstolos,p. 69, lemos: “Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada porDeus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera.”

Em uma afirmação já mencionada, Ellen White reconhecia que: “Todo indivíduo exerce umainfluência na sociedade. Em nossa terra favorecida, todo votante tem alguma voz no determinarque leis hão de reger a nação.”

Damos alguns breves excertos que dão mais ênfase à responsabilidade do cidadão individual:

“Homens intemperantes não devem, por voto do povo, ser colocados em posições deconfiança.” (Signs of the Times, 8 de julho de 1880 - Temperança, p. 255)

“Quantos desmerecem sua prerrogativa como cidadãos de uma república - compradospor um copo de uísque para dar seu voto a algum candidato infame.’ Como classe, osintemperantes não hesitarão em usar de engano, suborno, e mesmo violência contra osque recusam ilimitada licença ao apetite pervertido.” - Review and Herald, 8 de no-vembro de 1881 (Temperança, p. 254)

“Muitos emprestam sua influência ao grande destruidor, ajudando-o pela palavra epelo voto a destruir a imagem moral de Deus no homem, não pensando nas famíliasque são degradadas por causa de um apetite pervertido para a bebida.” Manuscrito 87,1898 (Temperança, pp. 254, 255)

“E aqueles que, mediante seu voto, sancionam o comércio das bebidas espirituosas,serão considerados responsáveis pela perversidade praticada pelos que se encontramsob a influência da bebida forte.” Carta 234a, 1905 (Temperança, 255)

Votação em Eleições Nacionais

Por volta do ano 1860, a Igreja Adventista do sétimo Dia estava crescendo e a organizaçãotomando forma. Ao se aproximarem as eleições nacionais, Tiago White viu claramente os danosque a controvérsia política podia causar à obra crescente, e escreveu:

“A excitação política de 1860 provavelmente continuará elevada como tem sido pormuitos anos, e nós advertimos os nossos irmãos a não serem atraídos a ela. Não estamos

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 71

preparados para provar através da Bíblia que seria errado para um que crê na terceiramensagem, ir em uma maneira condizente com sua profissão, e votar. Não recomenda-mos isto, mas tampouco nos opomos. Se um irmão escolhe votar, não podemos condená-lo, e queremos a mesma liberdade se não votarmos.

“Porém, cremos que aquele que entra no espírito da competição que se aproxima, per-de o espírito da verdade presente e põe em perigo sua própria alma. Nossos irmãos comas tendas provavelmente verão a necessidade de se afastarem para lugares menores,fora do calor da controvérsia política, ou deixarem de realizar conferências de tendasdurante esta ocasião.” (Review and Herald, 21 de agosto de 1860)

É claro que alguns Adventistas do Sétimo Dia votaram nesta eleição, de acordo com umartigo do Pastor White intitulado “A Nação”, que apareceu na Review and Herald de 12 de agostode 1862. Tiago White comenta de uma forma que indica que não houve censura contra aqueles quevotaram nas eleições de 1860: “Aqueles do nosso povo que votaram na última eleição presidencial,votaram a favor de Abraão Lincoln.”

Em 1865, a Associação Geral em sua Terceira Sessão, registrou a questão de Adventistas doSétimo Dia votarem. Sob o título “Votação” encontramos o seguinte voto:

“Resolvido: Que em nossa concepção, a ação de votar quando exercida em favor dajustiça, humanidade e daquilo que é certo, é em si inatacável, e pode ser em algumasocasiões altamente próprio; mas que a apresentação de qualquer voto que fortaleça acausa de crimes tais como intemperança, insurreição, e escravidão, é considerada pornós como altamente criminosa à vista dos Céus. Mas nós reprovamos qualquer partici-pação no espírito de controvérsia entre partidos.” (Relatório da Terceira Sessão Anualda Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, publicado na Review and Herald,23 de maio de 1865)

Poderíamos relatar aqui afirmações feitas por obreiros individuais através dos anossubsequentes. Mas todas seguiram a mesma linha, dando a entender claramente que o indivíduoestava livre para seguir o seu julgamento na questão de votar. Entretanto, devia ter em mente, aodar seu voto, que carregaria uma parte da responsabilidade dos atos do homem para quem votou, eadmoestando contra agitação política e controvérsia.

Conselho de Ellen G. White sobre Política

Mais freqüentemente usado hoje, ao citar os conselhos de E.G. White que tem que ver compolítica e votação, é a comunicação que aparece em Fundamentos da Educação Cristã, pp. 475-484. Esta é somente uma das comunicações escritas em meados e fins da década 1890-1900, emuma ocasião quando alguns obreiros Adventistas do Sétimo Dia estavam profundamente preocupa-dos com a questão monetária. Uma dessas comunicações é encontrada agora no livro Testemunhopara Ministros, pp. 331-340, e esta é endereçada “À Conferência Geral de 1897.” Nela a agitaçãodos nossos obreiros sobre a questão política da “mudança da moeda circulante,” foi mencionada, eela aconselhou que “Não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele”que agradamos a Deus. (Testemunhos para Ministros, p. 331)

“Surpreendi-me,” diz ela, “ao ver homens que entendem crer na verdade para estetempo, todos excitados com algumas questões - questões que se relacionavam com o

72 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

Senhor Jesus e os interesses eternos? Não, mas pareciam estar maravilhosamente exci-tados quanto ao dinheiro. Alguns ministros distinguiam por entremear estes assuntosem seus discursos. Estavam-se excitadamente envolvendo, tomando partidos quanto aestas questões, sobre as quais o Senhor não lhes deu a responsabilidade de nelas seempenhar.” (Testemunhos para Ministros, p. 332)

Ela admoestou que, “Há nessa agitação justamente o que separa os que são da mesma fé.”(Testemunhos para Ministros, p. 333). E depois esclareceu que “Os que tem andado humildementediante de Deus, não se absorverão em advogar tanto um como o outro lado desta questão.” (Ibid., p.334)

Nos conselhos escritos durante este período existem três que se destacam:

1. Qualquer agitação política deve ser evitada, pois isto trará diferenças entre os mem-bros da igreja.

2. Nossos ministros e professores devem manter silêncio sobre questões que não temrelação à mensagem do terceiro anjo, pois a agitação política seria um impedimentopara que alguns de nossos obreiros alcançassem algumas pessoas que devem ouvira mensagem.

3. Se votarmos, “Mantenha sua votação para si. Não sinta como seu dever insistir paraque todos façam como você.” (Carta 4, 1898)

E agora chegamos ao estudo de um artigo, como publicado em Fundamentos da EducaçãoCristã, tendo o título de “Testemunho Especial acerca da Política.” Isto é uma carta endereçada“Aos Mestres e Diretores de Nossas Escolas,” escrita em 16 de junho de 1899. Recomendamos aleitura cuidadosa deste artigo. Em primeiro lugar, será notado que não há proibição do indivíduoquietamente votar. O conselho é dirigido a obreiros Adventistas do Sétimo Dia, e são admoestadosa que não devem usar sua influência em promoção de sentimentos políticos.

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, osilêncio é eloquência. ...Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos;pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte emnenhum plano político.” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 475)

“Os que ocupam o lugar de educadores, de ministros, de colaboradores de Deus emqualquer sentido, não tem batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se achanos Céus. O Senhor pede-lhes que permaneçam como um povo separado e peculiar.Ele não quer que haja cismas no corpo de crentes. Seu povo tem de possuir os elemen-tos de reconciliação. É porventura sua obra fazer inimigos no mundo político? - Não,não! Eles tem de permanecer como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira emque se acha inscrito: ‘Os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus.” (Ibid., pp. 478, 479)

Poderíamos resumir as advertências do artigo inteiro como segue:

1- A expressão de sentimentos políticos por parte dos nossos irmãos resultará em divi-são na igreja. (p. 475)

2- Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos desconsiderando os prin-cípios dos homens nestes partidos. (p. 475)

3- Deve-se exercer cuidado em escolher o homem para quem damos o nosso voto, pois

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 73

o votante torna-se participante com aquele colocado no posto, pelos seus atos en-quanto estiver no posto. (p. 475)

4- Não devemos usar emblemas políticos. (p. 476)

5- O dízimo não deve ser usado para pagar qualquer pessoa para fazer discursos sobrequestões políticas. (p. 477)

6- Nenhuma parede de separação deve ser erigida entre homem e homem. ( p. 479)

7- Nossos ministros e professores devem abster-se de trazer para dentro da igreja ouescola idéias que levarão à contenda ou desordem. (p. 483)

Podemos muito bem concluir esta apresentação citando uma parte de um editorial que apare-ceu na Review and Herald de 13 de setembro de 1928. O Pastor F.M. Wilcox escreve:

“A Igreja e a Política”

“É o privilégio de cada indivíduo exercer o direito de voto. Ninguém tem autoridadepara negar-lhe este privilégio. A Igreja Adventista do Sétimo Dia não procura ditar aseus membros como devem votar, ou se devem votar. Isto é deixado a critério de cadaum para agir dentro do seu próprio julgamento no temor de Deus. Foi-nos dito pelaserva do senhor que não devemos unir-nos a partidos políticos, que não devemos agitarquestões políticas em nossas escolas e instituições. Por outro lado, temos sido instruí-dos pela mesma autoridade que quando certas questões morais, como a proibição, es-tão envolvidas, os ‘defensores da temperança deixam de cumprir seu inteiro dever amenos que exerçam sua influência por preceito e exemplo - pela voz e pela pena e pelovoto - em favor da abstinência total’. Esta instrução não é obrigatória; ainda é deixadoa critério de cada um determinar por si mesmo o que ele deve fazer.”

“Embora o membro individual da igreja tenha o direito, se assim ele quiser, de votar, aigreja em si deve manter-se inteiramente fora de política. É uma coisa os membrosindividuais da igreja votarem, e outra coisa estes mesmos indivíduos em suas capaci-dades da igreja procurarem influenciar medidas políticas.”

Publicações de Ellen G. WhiteAssociação Geral da IASD

Washington 12, DC.14 de agosto de 1952

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TEXTOS CONSTITUCIONAIS

...Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quais-quer outras formas de discriminação.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercíciodos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civise militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicçãofilosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta erecusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, inde-pendentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocadapara o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

LXVIII – conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado desofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não am-parado por “habeas corpus” ou “habeas data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso depoder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do PoderPúblico;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funciona-mento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadoratorne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ànacionalidade, à soberania e à cidadania;

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 75

LXXVII – são gratuitas as ações de “habeas corpus” e “habeas data”, e, na forma da lei, osatos necessários ao exercício da cidadania.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regimee dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa doBrasil seja parte.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de suacondição social:

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatrosemanais, facultada a compreensão de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou con-venção coletiva de trabalho;

Art. 13. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selonacionais.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, comvalor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II – facultativos para

a) os analfabetos

b) os maiores de setenta anos

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art.5º VIII;

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamen-to ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, resvalada, naforma da lei, a colaboração de interesse público;

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I- zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conser-var o patrimônio público;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

§2º A competência da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementardos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa

76 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

plena, para atender a suas peculiaridades.

Art. 30. Compete aos Municípios:

II - suplementar a legislação federal e estadual no que couber;

Art. 37. I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham osrequisitos estabelecidos em lei;

Art. 58. § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência cabe:

IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contraatos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

Art. 60. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

IV – os direitos e garantias individuais.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar adelegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os decompetência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à leicomplementar, nem a legislação sobre:

II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra aConstituição Federal e, especialmente contra:

III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

Art. 102. Parágrafo único. A argüição de descumprimento de preceito fundamental decorrente des-ta Constituição será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da Lei.

Art. 103. § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva normaconstitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessáriase, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organis-mo internacional;

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Esta-do, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais eindividuais indisponíveis.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aosdireitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 77

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão sertomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

IV – suspensão da liberdade de reunião;

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo depaz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente decrença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráteressencialmente militar.

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz,sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedada à União, aosEstados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI – instituir impostos sobre:

b) templos de qualquer culto;

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, arenda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

Art. 209. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normaisdas escolas públicas de ensino fundamental.

Art. 220 § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos eterapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá,sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, comabsoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além decolocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade eopressão.

V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiarde pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têmo dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência e enfermidade.

Art. 230 § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seuslares.

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DECLARAÇÃO UNIVERSALDOS DIREITOS DO HOMEM

APROVADA EM RESOLUÇÃO DA IV SESSÃO ORDINÁRIA DA

ASSEMBLÉIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS,

EM 10 DE DEZEMBRO DE 1948

PREÂMBULO

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da famíliahumana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz nomundo.

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atosbárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que oshomens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e danecessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum.

Considerando ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei,para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opres-são.

Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as na-ções.

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitosfundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dohomem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vidaem uma liberdade mais ampla.

Considerando que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação comas Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a obser-vância desses direitos e liberdades.

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta im-portância para o pleno cumprimento desse compromisso.

Agora portanto

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 79

A ASSEMBLÉIA GERAL

Proclama

A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM como o idealcomum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com objetivo de que cada indivíduo ecada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino eda educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidasprogressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua obser-vância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre ospovos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo I. Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados derazão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo II. 1 – Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabeleci-dos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualqueroutra condição.

2 – Não será também, feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ouinternacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território inde-pendente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo III. Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo IV. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico deescravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo V. Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano oudegradante.

Artigo VI. Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoaperante a lei.

Artigo VII. Todos são iguais perante a lei e têm o direito, sem qualquer distinção, a igualproteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a pre-sente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo VIII. Todo homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédioefetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constitui-ção ou pela lei.

Artigo IX. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo X. Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência porparte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do funda-mento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo XI. 1 – Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumidoinocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento públi-co no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

80 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

2 – Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não cons-tituam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais fortedo que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo XII. 1 – Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, noseu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo homem tem direitoà proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo XIII. 1 – Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro dasfronteiras de cada Estado.

2 – Todo homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo XIV. 1 – Todo homem vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozarasilo em outros países.

2 – Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada porcrimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XV. 1 – Todo homem tem direito a uma nacionalidade.

2 – Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar denacionalidade.

Artigo XVI. 1 – Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça,nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam deiguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

2 – O casamento não será válido senão com livre e pleno consentimento dos nubentes.

3 – A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito a proteção dasociedade e do Estado.

Artigo XVII. 1 – Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.

2 – Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo XVIII. Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essareligião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamen-te, em público ou em particular.

Artigo XIX. Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui aliberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações eidéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo XX. 1 – Todo homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.

2 – Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo XXI. 1 – Todo homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamen-te ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.

2 – Todo homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 81

3 – A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa emeleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalenteque assegure a liberdade de voto.

Artigo XXII. Todo homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, e àrealização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização erecursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignida-de e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

Artigo XXIII. 1 – Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condi-ções justas e favoráveis do trabalho e à proteção contra o desemprego.

2 – Todo homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

3 – Todo homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lheassegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a quese acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

4 – Todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seusinteresses.

Artigo XXIV. Todo homem tem direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável dashoras de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo XXV. 1 – Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à suafamília saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os ser-viços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez,viuvez ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

2 – A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crian-ças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo XXVI. 1 – Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menosnos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

2 – A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade huma-na e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. Ainstrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciaisou religiosos, e coadjuvará as atividades das facções Unidas em prol da manutenção da paz.

3 – Os pais tem prioridade do direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada aseus filhos.

Artigo XXVII. 1 – Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural dacomunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.

2 – Todo homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes dequalquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo XXVIII. Todo homem tem direito a uma ordem social e internacional em que osdireitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

82 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

Artigo XXIX. 1 – Todo homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e plenodesenvolvimento de sua personalidade é possível.

2 – No exercício de seus direitos e liberdades, todo homem estará sujeito apenas às limita-ções determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento erespeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordempública e do bem estar de uma sociedade democrática.

3 – Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma ser exercidos contrariamenteaos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XXX. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como oreconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade oupraticar qualquer ato destinado à destruição de qualquer dos direitos e liberdades aqui estabeleci-dos.

A NOVA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL inspirou-se e exalta em suas disposições a DECLARA-ÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM, pelo que a publicamos na íntegra.

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DECLARAÇÃO DA IGREJA ADVENTISTADO SÉTIMO DIA A PROPÓSITO DO50º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃOUNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Desde seu inicio, na metade do século XIX, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem se empe-nhado por apoiar os direitos humanos. Inspirada nos valores bíblicos, os primeiros adventistas seenvolveram na luta contra a escravidão e a injustiça. Eles reivindicavam o direito de cada pessoaescolher a crença, de acordo com sua consciência, e a livre prática e ensino religioso, semprerespeitando a igualdade de direitos dos outros. Os adventistas do sétimo dia estão convencidos deque o exercício da força na área religiosa é contrária aos princípios eternos de Deus.

Ao promoverem a liberdade religiosa, a vida familiar, a educação, saúde e assistência mútua,e ao buscar atender as necessidades humanitárias daqueles que os cercam, os adventistas do sétimodia reconhecem e afirmam a dignidade de cada pessoa criada à imagem de Deus.

Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi escrita e adotada por indivíduosque haviam saído de uma destruição, desorientação e sofrimento sem precedentes decorridos daSegunda Guerra Mundial. Essa dolorosa experiência deu-lhes a compreensão e o desejo de ummundo futuro de paz e liberdade. Surgida das mais nobres aspirações do coração humano, a Decla-ração Universal dos Direitos Humanos é um documento fundamental que se posiciona fortementeem favor da dignidade, liberdade, igualdade humana e da não discriminação das minorias. O Arti-go 18, que enaltece incondicionalmente a liberdade e a prática religiosas, é de especial importânciaporque a liberdade religiosa é um direito humano fundamental que sustenta e defende todos osdireitos humanos.

Hoje, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é muitas vezes violada, especialmente oArtigo 18. A intolerância, com muita freqüência, ergue sua cabeça ameaçadora, a despeito do avan-ço dos direitos humanos alcançados por muitas nações. A Igreja Adventista insta em que as NaçõesUnidas, as autoridades governamentais, os líderes religiosos e os crentes, e as organizações nãogovernamentais consistentemente trabalhem pela implementação dessa Declaração. Os políticos,líderes sindicais, professores, empregadores, representantes dos órgãos de comunicação e impren-sa, e todos os formadores de opinião devem dar um forte apoio aos direitos humanos. Tal apoioajudará a reduzir o crescimento dos extremismos religiosos violentos, da intolerância, dos crimesodiosos e da discriminação com base na religião ou no secularismo anti-religioso. Desta forma, aDeclaração Universal dos Direitos Humanos crescerá em importância e magnificência práticas enunca se tornará um documento irrelevante.

Documento aprovado em 17 de novembro de 1998, Washington-USA

Comissão Administrativa da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Brasília 10 de dezembro de 1998.

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DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DETODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DE

DISCRIMINAÇÃO POR CAUSA DERELIGIÃO OU CRENÇA DE 25.11.1981

INTRODUÇÃO

Um dos objetivos básicos das Nações Unidas conforme consta em sua Carta, é a promoção eestímulo ao respeito quanto aos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem dis-tinção de raça, sexo, língua ou religião.

Liberdade de crença é um dos direitos proclamados na Declaração Universal dos Direitos Huma-nos, adotado pela Câmara Legislativa do Congresso, em 1948, e na Convenção Internacional dosDireitos Civis e Políticos, adotados em 1966.

O Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos declara que “a vinda de um novomundo no qual os seres humanos possam gozar de liberdade de expressão e crença, e libertação dotemor e da pobreza, tem sido proclamado como a mais alta aspiração do povo comum.”

O artigo dois declara que: Estes direitos e liberdades contidos nesta Declaração são concedidos àtodas as pessoas, sem distinção de qualquer espécie, tais como raça, cor, sexo, língua, religião,política ou outra opinião, origem nacional ou social, posses, nascimento ou condição social.

O artigo dezoito da Declaração Universal dos Direitos Humanos declara que: “Todas as pessoastêm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui liberdade de mu-dar sua religião ou crença e liberdade de, sozinho ou em comunidade, em público ou em particular,manifestar sua religião ou crença, no ensino, na prática, no culto e na observância.

Esse direito foi transformado numa obrigação legal para os Estados que o aprovaram no artigo 18do Convênio Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que declara o seguinte:

“1. Todas as pessoas terão o direito de liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direitoincluirá a liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha e liberdade de,individualmente ou em comunidade, em público ou em particular, manifestar sua religião ou cren-ça em culto, observância, prática e ensino.

2. Nenhuma pessoa será submetida à coação que prejudique sua liberdade de ter ou adotar umareligião ou crença de sua escolha.

3. A liberdade de manifestar religião ou crença pode estar sujeita apenas à certas limitações previs-tas pela lei, necessárias à defesa de segurança pública, ordem, saúde, moral ou direitos fundamen-tais e liberdade dos outros.

4. A representação dos Partidos dos Estados na presente Convenção compromete-se a respeitar aliberdade dos pais e, na falta destes, os tutores legais, de assegurarem a religião e educação moralde seus filhos em conformidade com suas próprias convicções.”

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LEI N.º 10.066 - DE 21 DE JULHO DE 1998

Dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nasentidades civis e militares de internação coletiva

situadas no território do Estado

(Projeto de Lei n.º 468/96, do Deputado Walter Feldman - PSDB)

O VICE-GOVERNADOR, EM EXERCÍCIO NO CARGO DE GOVERNADOR DOESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

ART. 1 - A presente lei regulamenta a prestação de assistência religiosa nas entidades civis emilitares de internação coletiva situadas no território do Estado de São Paulo.

ART. 2 - É garantida a livre prática de culto para todas as crenças religiosas.

Parágrafo único. A liberdade de religião fica condicionada às limitações impostas pela pre-sente lei e seu regulamento, em favor do interesse prevalecente da coletividade.

ART. 3 - A assistência religiosa somente poderá ser ministrada se houver opção dos interessadosnesse sentido.

ART. 4 - A assistência religiosa de que trata a presente lei é constituída pelos serviços de capelania,prestados por quaisquer ministros de culto religioso.

Parágrafo único. A atuação religiosa será feita sem ônus para os cofres públicos.

ART. 5 - Constituem dentre outros “serviços de capelania”:

I - trabalho pastoral;

II - aconselhamento;

III - orações;

IV - ministério de comunhão cristã;

V - unção bíblica e

VI - unção dos enfermos.

86 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

ART. 6 - A assistência religiosa poderá ser ministrada:

I - aos pacientes internados em hospitais da rede pública ou privada; e

II - aos reclusos internados em estabelecimentos penitenciários do Estado.

ART. 7 - A assistência religiosa poderá ser prestada fora dos horários normais de visita e os minis-tros de culto religioso terão acesso às dependências dos hospitais e estabelecimentos penitenciári-os, onde lhes será prestada a colaboração necessária ao desempenho de suas atribuições.

ART. 8 - O acesso às dependências dos hospitais e estabelecimentos penitenciários fica condicio-nado à apresentação, pelo ministro de culto religioso, de credencial específica, fornecida pela Se-cretaria de Estado da Administração Penitenciária ou pela Secretaria de Estado da Saúde.

ART. 9 - Somente poderá ser expedida credencial mediante apresentação de termo de identifica-ção, apresentação, idoneidade e responsabilidade, subscrito pelo órgão competente ou majoritáriode representação da associação religiosa a que pertença o interessado.

Parágrafo único. A associação religiosa deverá ter sido legalmente instituída, obedecidos osrequisitos e limites de atuação impostos pela legislação vigente.

ART 10 - Deverá ser criado e mantido um registro de identificação das pessoas que foremcredenciadas.

ART. 11 - O credenciamento, bem como os demais termos desta lei, serão regulamentados pordecreto no prazo de 60 (sessenta ) dias, contados da data de sua publicação.

ART. 12 - Na regulamentação a ser feita pelo Poder Executivo deverão ser consideradas as condi-ções de desenvolvimento das visitas, obedecido o respeito à liberdade de religião dos demais inter-nos.

ART. 13 - O regulamento da presente lei deverá ser afixado, de forma visível, nos locais de acessodo público aos estabelecimentos, preferencialmente nas portarias.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo importará na imposição aoresponsável pelo estabelecimento de multa na valor de 100 (cem) UFIRs.

ART. 14 - As despesas decorrentes da aplicação da presente lei correrão por conta de dotaçõesorçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

ART. 15 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrá-rio.

GERALDO ALCKMIN FILHO

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DECRETO N.º 44.395, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999

Regulamenta a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internaçãocoletiva de que trata a Lei n.º 10.066, de 21 de julho de 1998

MÁRIO COVAS, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

Decreta:

ART. 1 - A prestação de assistência religiosa nos hospitais da rede pública e privada, manicô-mios e estabelecimentos penitenciários do Estado é garantida aos representantes de todas as cren-ças, atendidos os requisitos previstos neste regulamento.

§ 1.º A prática de culto envolvendo cerimônias coletivas somente será realizada em localapropriado dos hospitais e estabelecimentos penais.

§ 2.º Em situações urgentes, a assistência religiosa poderá ser prestada fora dos horáriosnormais de visita.

§ 3.º A atuação religiosa não poderá implicar em ônus para os cofres públicos.

ART. 2 - Nenhum paciente acolhido nos hospitais da rede pública ou privada e nenhum presoou internado nos estabelecimentos penais do Estado será obrigado a participar de atividade religi-osa ou a aceitar os serviços religiosos.

Parágrafo único Na impossibilidade de manifestação da própria vontade, a autorização paraa prestação dos serviços deverá ser providenciada pelos familiares.

ART. 3 - Fica garantido o acesso dos representantes credenciados às dependências dos hos-pitais, manicômios e penitenciárias para fins de prestação de assistência religiosa.

§ 1.º Para o acesso às dependências dos estabelecimentos previstos neste artigo e para arealização das atividades religiosas os representantes dos cultos contarão com a colaboração dosfuncionários e servidores.

§ 2.º Na ausência de colaboração do servidor público e se o fato constituir infração aosdeveres funcionais, será ele apurado na forma prevista nos Estatutos.

88 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

§3.º Salvo autorização especial a ser dada pelo responsável da unidade hospitalar, não épermitido o uso de instrumentos musicais durante as atividades religiosas.

§ 4.º Ficarão suspensos os serviços religiosos nos estabelecimentos hospitalares durante aassepsia dos pacientes ou nos momentos em que lhes estiverem sendo aplicados medicamentos,devendo ser aguardada a liberação do local pelo serviço de enfermagem.

§ 5.º O acesso dos representantes religiosos nos setores de terapia intensiva dos hospitaisficará condicionado às determinações da autoridade médica de plantão.

§ 6.º As restrições contidas nos parágrafos anteriores não se operam no caso de unção dosenfermos.

§ 7.º Fica facultado ao paciente internado em hospital da rede privada, de orientação religi-osa distinta daquela por ele professada, solicitar ao responsável pelo estabelecimento, a presençade membro de sua crença, para prestação de serviços de assistência espiritual.

§ 8.º O acesso aos estabelecimentos penais deverá obedecer às normas de segurança e disci-plina interna, respeitadas as peculiaridades da instituição.

ART. 4 - Para fins de credenciamento de seus representantes, as entidades religiosas, deve-rão cadastrar-se junto à Secretaria da Saúde ou da Administração Penitenciária, conforme o caso,mediante a apresentação de cópia autenticada de seus atos constitutivos, devidamente registrados.

§ 1.º O credenciamento dos representantes dos cultos religiosos cadastrados será realizadomediante a apresentação do documento de identidade pessoal e de declaração da entidade relativaà sua filiação, expedindo-se carteira de identificação.

§ 2.º Os requisitos para expedição da carteira de identificação de que trata o parágrafoanterior serão indicados em resolução a ser editada respectivamente pelo Secretário da Administra-ção Penitenciária.

§ 3.º A resolução indicará ainda os locais e horários para realização das cerimônias religio-sas, e a forma de sua distribuição entre as entidades cadastradas.

ART. 5 - Os prestadores de assistência religiosa já cadastrados junto aos estabelecimentospenais do Estado deverão requerer credenciamento na forma deste regulamento.

Parágrafo único - Será mantido cadastro das entidades religiosas e dos credenciamentos ou-torgados a seus representantes contendo os documentos que possibilitaram o registro, nos órgãospróprios das Secretarias da Saúde e da Administração Penitenciária.

ART. 6 - No caso de comportamento incompatível do religioso com as finalidades docredenciamento, a autorização poderá ser suspensa pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, ga-rantido o direito de defesa ao imputado.

§ 1.º Na mesma suspensão poderá incorrer o representante religioso que provocar disputa ouconfronto durante as celebrações com membros de outra comunidade religiosa.

§ 2.º A suspensão do credenciamento será comunicada à entidade à qual pertença o religioso.

§ 3.º O prazo da suspensão poderá ser interrompido por ato do Secretário da respectiva Pastamediante requerimento da entidade religiosa.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 89

§ 4.º Na hipótese de reincidência, o credenciamento poderá ser cancelado.

ART. 7 - Este regulamento deverá ser afixado, de forma visível, nos locais de acesso dopúblico aos estabelecimentos, preferencialmente nas portarias.

Parágrafo único - Pelo descumprimento do disposto neste artigo será aplicada ao responsávelpela instituição multa no valor de 100 (cem) Ufirs que deverá ser recolhida aos cofres do Tesourodentro do prazo de 30 (trinta) dias a contar de sua notificação.

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LEI 9.982 DE 14/07/2000 - DOU 17/07/2000

Dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares públicas e privadas,bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares.

ART.1 - Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da redepública ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais civis ou militares, para dar atendi-mento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou com seus familiares nocaso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais.

Parágrafo único. (VETADO)

ART.2 - Os religiosos chamados a prestar assistência nas entidades definidas no art.1 deve-rão, em suas atividades, acatar as determinações legais e normas internas de cada instituição hospi-talar ou penal, a fim de não pôr em risco as condições do paciente ou a segurança do ambientehospitalar ou prisional.

ART.3 - (VETADO)

ART.4 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias.

ART.5 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de julho de 2000.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

José Gregori

Geraldo Magela da Cruz Quintão

José Serra

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EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 16 (REELEIÇÃO)

Dá nova redação ao § 5.º do art. 14, ao caputdo art. 28, ao inciso II do art. 29, ao caput doart. 77 e ao art. 82 da Constituição Federal.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3.º do art. 60 da Cons-tituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Art. 1.º O § 5.º do art. 14, o caput do art. 28, o inciso II do art. 29, o caput do art. 77 e o art.82 da Constituição Federal passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 14........................................................................................................................................

§ 5.º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefei-tos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para umúnico período subseqüente.

.............................................................................................................................................................

“Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatroanos, realizar-se-á no primeiro Domingo de outubro, em primeiro turno, e no último Domingo deoutubro, segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores,e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o dis-posto no art. 77.

.............................................................................................................................................................

“Art. 29......................................................................................................................................

II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro Domingo de outubro do anoanterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso deMunicípios com mais de duzentos mil eleitores.

.............................................................................................................................................................

“Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultane-amente, no primeiro Domingo de outubro, em primeiro turno, e no último Domingo de outubro, emsegundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.

.............................................................................................................................................................

“Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro dejaneiro do ano seguinte ao da sua eleição.”

Art. 2.º. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 4 de junho de 1997

Mesa da Câmara dos Deputados Mesa do Senado Federal Deputado MICHEL TEMER Senador ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES Presidente Presidente

92

LEI 4898 DE 09/12/1965 - DOU 13/12/1965

Regula o Direito de Representação e o Processo deResponsabilidade Administrativa Civil e penal nos casos de abuso de autoridade

ART.1 - O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal,contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pelapresente Lei.

ART.2 - O direito de representação será exercido por meio de petição:

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil oumilitar culpada, a respectiva sanção;

b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crimecontra a autoridade culpada.

Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivodo abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol detestemunhas, no máximo de três, se as houver.

ART.3 - Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;

b) à inviolabilidade do domicílio;

c) ao sigilo da correspondência;

d) à liberdade de consciência e de crença;

e) ao livre exercício de culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;

h) ao direito de reunião;

i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

• Alínea j acrescentada pela Lei nº 6.657, de 5 de junho de 1979.

ART.4 - Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais oucom abuso de poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizadoem lei;

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 93

c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquerpessoa;

d) deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;

e) levar à prisão e nela deter quem quer se proponha a prestar fiança, permitida em lei;

f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ouqualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie, querquanto ao seu valor;

g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a títulode carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado comabuso ou desvio de poder ou sem competência legal;

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando deexpedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

•Alínea i acrescentada pela Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989.

ART.5 - Considera-se autoridade, para os efeitos desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou funçãopública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

ART.6 - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido econsistirá em;

a) advertência;

b) repreensão;

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 (cinco) a 180 (cento e oitenta) dias, comperda de vencimentos e vantagens;

d) destituição de função;

e) demissão;

f) demissão, a bem do serviço público.

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de umaindenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penale consistirá em:

a) multa de cem cruzeiros a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por 10 (dez) dias a 6 (seis) meses;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até3 (três) anos.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativa-mente.

94 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquercategoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercerfunções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de 1 (um) a 5 (cinco) anos.

ART.7 - Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, aautoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.

§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estadu-ais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.

§ 2º Não existindo no Município, no Estado ou na legislação militar normas reguladoras doinquérito administrativo serão aplicadas, supletivamente, as disposições dos artigos 219 a 225 daLei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).

§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão daação penal ou civil.

ART.8 - A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.

ART.9 - Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou indepen-dentemente dela, poderá ser promovida, pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ouambas, da autoridade culpada.

ART.10 - (Vetado).

ART.11 - À ação civil serão aplicáveis as normas do Código do Processo Civil.

ART.12 - A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação, pordenúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.

ART.13 - Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de 48(quarenta e oito) horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, erequererá ao juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.

§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.

ART.14 - Se o ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendidoou o acusado poderá:

a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas qua-lificadas;

b) requerer ao juiz, até 72 (setenta e duas) horas antes da audiência de instrução e julgamento, adesignação de um perito para fazer as verificações necessárias.

§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente,ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.

§ 2º O caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de maisduas testemunhas.

ART.15 - Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquiva-mento da representação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, faráremessa da representação ao procurador-geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro ór-gão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá ojuiz atender.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 95

ART.16 - Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta Lei, seráadmitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá porém aditar a queixa, repudiá-la eoferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todotempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

ART.17 - Recebidos os autos, o juiz, dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, proferirádespacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.

§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o juiz designará, desde logo, dia e hora para a audi-ência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro de 5 (cinco)dias.

§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência deinstrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que será acompanhado da segunda via darepresentação e da denúncia.

ART.18 - As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentadas em juízo, independente-mente de intimação.

Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação detestemunhas ou, salvo o caso previsto no art.14, b, requerimentos para a realização de diligências,perícias ou exames, a não ser que o juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis taisprovidências.

ART.19 - À hora marcada, o juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiçadeclare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representantedo Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor doréu.

Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o juiz.

ART.20 - Se até meia hora depois da hora marcada o juiz não houver comparecido, os presentespoderão retirar-se devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.

ART.21 - A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser ojuiz, e realizar-se-á em dia útil, entre 10 (dez) e 18 (dezoito) horas, na sede do juízo ou, excepcio-nalmente, no local que o juiz designar.

ART.22 - Aberta a audiência o juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.

Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o juiz nomeará imediatamentedefensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.

ART.23 - Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o juiz dará a palavra, sucessivamente, aoMinistério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor doréu, pelo prazo de 15 (quinze) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério dojuiz.

ART.24 - Encerrado o debate, o juiz proferirá imediatamente a sentença.

ART.25 - Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo juiz, termo queconterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e,por extenso, os despachos e a sentença.

96 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

ART.26 - Subscreverão o termo o juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado quehouver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.

ART.27 - Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observânciados prazos fixados nesta Lei, o juiz poderá aumentá-los, sempre motivadamente, até o dobro.

ART.28 - Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal, sempre quecompatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta Lei.

Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstasno Código de Processo Penal.

ART.29 - Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI 7.437 DE 20/12/1985 - DOU 23/12/1985

Inclui, entre as contravenções penais, a prática de atos resultantes de preconceito de raça, decor, de sexo ou de estado civil, dando nova redaçaõ à Lei no 1390 de 3 de julho de 1951 -Lei Afonso Arinos

ART.1 - Constitui contravenção, punida nos termos desta lei, a prática de atos resultantes de pre-conceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

•Vide Lei nº 7.716, de 05/01/1989, sobre crimes resultantes de preconceito.

ART.2 - Será considerado agente de contravenção o diretor, gerente ou empregado do estabeleci-mento que incidir na prática referida no art.1 desta lei.

ART.3 - Recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento de mesma finalida-de, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 3 (três) a 10 (dez) vezes o maiorvalor de referência (MVR).

ART.4 - Recusar a venda de mercadoria em lojas de qualquer gênero ou o atendimento de clientesem restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, abertos ao público, por preconceito deraça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - Prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes omaior valor de referência (MVR).

ART.5 - Recusar a entrada de alguém em estabelecimento público, de diversões ou de esporte, porpreconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes omaior valor de referência (MVR).

ART.6 - Recusar a entrada de alguém em qualquer tipo de estabelecimento comercial ou de presta-ção de serviço, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes omaior valor de referência (MVR).

ART.7 - Recusar a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, porpreconceito de raça, de cor, de sexo, ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maiorvalor de referência (MVR).

Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda do cargopara o agente, desde que apurada em inquérito regular.

98 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

ART.8 - Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público civil ou militar, por preconceito deraça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o funci-onário dirigente da repartição de que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candida-tos.

ART.9 - Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economia mista, empre-sa concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito de raça, de cor, de sexoou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maiorvalor de referência (MVR), no caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pelarecusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e empresa concessionária de serviçopúblico.

ART.10 - Nos casos de reincidência havidos em estabelecimentos particulares, poderá o juiz deter-minar a pena adicional de suspensão do funcionamento, por prazo não superior a 3 (três) meses.

ART.11 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

ART.12 - Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI 9.459 DE 13 DE MAIO DE 1997

Define punições contra os crimes Resultantes de Preconceitos de Raça ou de Cor.

Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes depreconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto - lei nº 2.848, de 7de dezembro de 1940.O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:ART 1º - Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com aseguinte redação:“ART. 1 - Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconcei-to de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”

“ART. 20 - Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religiãoou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1.º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivosou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2.º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunica-ção social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3.º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou apedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:

I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;

II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.

§ 4.º Na hipótese do § 2.º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, adestruição do material apreendido.”

ART. 2 - O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte parágrafo:

“Art. 140. .............................................................................................................................................

§ 3.º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou ori-gem:

Pena: reclusão de um a três anos e multa.”

ART. 3 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

ART. 4 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o art. 1.º da Lei n.º 8.081, de 21de setembro de 1990, e a Lei n.º 8.882, de 3 de junho de 1994.

Brasília, 13 de maio de 1997; 176º da Independência e 109º de República

Fernando Henrique CardosoMilton Seligman

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LEI Nº 1.784 DE 24 DE NOVEMBRO DE 1.997

Fixa horários para realização de concursos e exames no Distrito Federal

ART. 1 - As provas de concursos públicos e os exames vestibulares de instituições públicas ouprivadas serão realizados no Distrito Federal no período de Domingo a Sexta-feira, ao horáriocompreendido entre as oito e as dezoito horas.

§ 1º Quando inviável a promoção dos certames em conformidade com o caput, a entidadeorganizadora poderá realizá-los no Sábado, devendo permitir ao candidato que alegue e proveconvicção religiosa a alternativa de realização das provas após as dezoito horas.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o candidato ficará incomunicável desde o horárioregular previsto para os exames até o início do horário alternativo para ele estabelecido previamen-te.

ART. 2 - Os estabelecimentos de ensino da rede pública e particular do Distrito Federal ficamobrigados a abonar as faltas de alunos que, por crença religiosa estejam impedidos de frequentar asaulas ministradas às sextas-feiras após as dezoito horas e aos sábados até as dezoito horas.

§ 1º Para beneficiar-se do disposto neste artigo, o aluno apresentará ao estabelecimento deensino declaração da congregação religiosa a que pertence, com firma reconhecida, atestando suacondição de membro da Igreja.

§2º Na hipótese prevista neste artigo, o estabelecimento exigirá do aluno a realização datarefa alternativa que supra a falta abonada.

ART. 3 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

ART. 4 - Revogam-se as disposições em contrário.

101

LEI N.º 10.435 – DE 10 DE JULHO DE 1972

Estabelece critérios para segunda chamada de exames e provas na Rede Estadual de ensino noEstado de São Paulo

ART. 1 - Conceder-se-á Segunda chamada de exames e provas a alunos de estabelecimentos esta-duais de ensino secundário e normal, que, tendo faltado à primeira, a requeiram, no prazo de 8(oito) dias, contados da data do exame ou prova, mediante a comprovação de um dos seguintesmotivos:

I – doença;

II – gala;

III – nojo;

IV – obrigações militares;

V – serviço público obrigatório;

VI – doação de sangue;

VII – motivos religiosos;

VIII – interrupção de transporte.

§ 1.º Os motivos constantes do inciso VII, se for o caso, poderão ser comprovados, de antemão, porocasião da matrícula do aluno.

§ 2.º A direção e o corpo docente dos estabelecimentos estaduais de ensino secundário e normal, naorganização do calendário de exames ou provas, deverão levar em considerações os impedimentosdecorrentes do inciso VII.

ART. 2 - Esta lei entrará em vigor no dia 1.º de janeiro de 1972.

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SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO NACONSTITUIÇÃO FEDERAL

...ART.143 - O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempode paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrentede crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráteressencialmente militar.

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo depaz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

• LEI Nº 8.239 - DOU 05/10/1988 191-A

Regulamenta o art. 143, §§ 1º e 2º da Constituição Federal, que dispõem sobre a Prestação deServiço Militar Obrigatório

ART.1 - O serviço Militar consiste no exercício de atividades específicas, desempenhadas nasForças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica.

ART.2 - O Serviço Militar inicial tem por finalidade a formação de reservas, destinadas a atenderàs necessidades de pessoal das Forças Armadas, no que se refere aos encargos relacionados com aDefesa Nacional, em caso de mobilização.

ART.3 - O Serviço Militar inicial é obrigatório a todos os brasileiros, nos termos da lei.

§ 1º Ao Estado-Maior das Forças Armadas compete, na forma da lei e em coordenação com osMinistérios Militares, atribuir Serviço Alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alega-rem imperativo de consciência decorrente de crença religiosa ou de convicção filosófica ou políti-ca, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.

§ 2º Entende-se por Serviço Alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo,assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às atividades de caráter essencial-mente militar.

§ 3º O Serviço Alternativo será prestado em organizações militares da ativa e em órgãos deformação de reservas das Forças Armadas ou em órgãos subordinados aos Ministérios Civis, medi-ante convênios entre estes e os Ministérios Militares, desde que haja interesse recíproco e, também,sejam atendidas as aptidões do convocado.

ART.4 - Ao final do período de atividades previsto no § 2º do art.3 desta Lei, será conferidoCertificado de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório, com os mesmos efeitos jurídi-cos do Certificado de Reservista.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 103

§ 1º A recusa ou o cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer pretexto, pormotivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não fornecimento do Certificadocorrespondente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período estabelecido.

§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o Certificado só será emitido após a decreta-ção, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá,a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas.

ART.5 - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do Serviço Militar Obrigatório em tempo depaz, sujeitos, porém, de acordo com suas aptidões, a encargos do interesse da mobilização.

ART.6 - O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas baixará, no prazo de cento e oitenta diasapós a sanção desta Lei, normas complementares à sua execução, da qual será coordenador.

ART.7 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

ART.8 - Revogam-se as disposições em contrário.

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PRESTAÇÃO ALTERNATIVAAO SERVIÇO MILITAR INICIAL

CONVOCAÇÃO PARA 2002

O MINISTÉRIO DA DEFESA baixou a PORTARIA nº 111, de 13/02/2001, DOU de 19/02/2001, que trata da convocação para o Serviço Militar Obrigatório (Inicial), e que estabelece acondição para o SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO do qual transcrevemos parte, para co-nhecimento e divulgação.

2. RECRUTAMENTO

2.4 - Condições Gerais

m. o convocado que, após alistado, alegar imperativo de consciência, entendo-se como tal o decor-rente de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, para eximir-se de atividades decaráter essencialmente militar, deverá ser encaminhado, normalmente, à seleção geral da classe.Somente após ter sido considerado apto naquela seleção, receberá designação para a prestação doServiço Alternativo, conforme as normas reguladoras daquele Serviço;

n. ninguém será privado de direito por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica oupolítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cum-prir prestação alternativa, fixada em lei (Constituição da República Federativa do Brasil, incisoVIII, art. 5o).

2.10 - Serviço Alternativo

2.10.2 - Em MT.

b. tendo o alistado manifestado o desejo de prestar o Serviço Alternativo, o secretário deverá:

1) antes de entregar ao optante pelo Serviço Alternativo o modelo de Requerimento de Vaga para aPrestação do Serviço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório e da Declaração de Imperativo deConsciência, ler para o interessado, em voz alta, os seguintes textos:

“O NÃO CUMPRIMENTO DO SERVIÇO ALTERNATIVO OU DOS DEVERES,OBRIGAÇÕES E DISPOSIÇÕES REFERENTES AOS OPTANTES POR ESTAMODALIDADE DE SERVIÇO, IMPLICARÁ NA SUSPENSÃO DE SEUS DIREI-TOS POLÍTICOS, O QUE SIGNIFICA QUE NÃO PODERÁ VOTAR, NEM SERCANDIDATO A QUALQUER CARGO EFETIVO”;

“A DURAÇÃO DO SERVIÇO ALTERNATIVO É DE 18 MESES, PORTANTO, 6MESES A MAIS DO QUE O SERVIÇO MILILTAR OBRIGATÓRIO”; e

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 105

“EM QUALQUER OCASIÃO, PODERÁ APRESENTAR UM REQUERIMENTOPARA PRESTAR O SERVIÇO MILITAR, PASSANDO A CONCORRER À PRIMEI-RA SELEÇÃO GERAL QUE VIER A OCORRER. NESTE CASO, ESTARÁ DESIS-TINDO DEFINITIVAMENTE DE PRESTAR, NO FUTURO, O SERVIÇO ALTER-NATIVO”;

2) Preencher o Requerimento de Vaga para a prestação do Serviço Alternativo ao Serviço MilitarObrigatório, de acordo com o modelo fornecido, a ser assinado pelo optante;

3) determinar ao alistado que preencha a Declaração de Imperativo de Consciência, de acordo como modelo fornecido.

2.10.3 - De acordo com o § 7º do art. 15 do RLPSA, os Comandantes de DN, RM ou COMARpoderão, a qualquer tempo, DETERMINAR INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA OU SOLI-CITAR DOCUMENTO, QUE BEM ESCLAREÇAM AS CONVICÇÕES DOS OPTANTES.(NOSSO DESTAQUE PARA ATENÇÃO A ESTE DETALHE)

2.10.7 - Não será concedido adiamento do Serviço Alternativo.

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LEI 1.110 DE 23/05/1950 - DOU 27/05/1950.

Regula o Reconhecimento dos Efeitos Civis do Casamento Religioso

ART.1 - O casamento religioso equivalerá ao civil, se observadas as prescrições desta Lei (Consti-tuição Federal, art.163, parágrafos 1º e 2º).

ART.2 - Terminada a habilitação para o casamento perante o oficial do registro civil (Código Civil,artigos 180 e 182 e seu parágrafo) é facultado aos nubentes, para se casarem perante a autoridadecivil ou ministro religioso, requerer a certidão de que estão habilitados, na forma da lei civil, dei-xando-a, obrigatoriamente, em poder da autoridade celebrante, para ser arquivada.

ART.3 - Dentro nos 3 (três) meses imediatos à entrega da certidão, a que se refere o artigo anterior(Código Civil, art.181, § 1º), o celebrante do casamento religioso ou qualquer interessado poderárequerer a sua inscrição, no registro público.

§ 1º A prova do ato do casamento religioso, subscrita pelo celebrante, conterá os requisitosconstantes dos incisos do art.81 do Decreto nº 4.857, de 9 de novembro de 1939, exceto o de nº 5(Lei dos Registros Públicos).

§ 2º O oficial do registro civil anotará a entrada no prazo do requerimento e, dentro em 24 (vintee quatro) horas, fará a inscrição.

ART.4 - Os casamentos religiosos, celebrados sem a prévia habilitação perante oficial do registropúblico, anteriores ou posteriores à presente Lei, poderão ser inscritos, desde que apresentadospelos nubentes, com o requerimento de inscrição, a prova do ato religioso e os documentos exigi-dos pelo art.180 do Código Civil.

Parágrafo único. Se a certidão do ato do casamento não contiver os requisitos constantes dosincisos do art.81 do Decreto nº 4.857, de 9 de novembro de 1939, exceto o de nº 5 (Lei dos Regis-tros Públicos), os requerentes deverão suprir os que faltarem.

ART.5 - Processada a habilitação dos requerentes e publicados os editais, na forma do disposto noCódigo Civil, o oficial do registro certificará que está findo o processo de habilitação, sem nadaque impeça o registro do casamento religioso já realizado.

ART.6 - No mesmo dia, o juiz ordenará a inscrição do casamento religioso, de acordo com a provado ato religioso e os dados constantes do processo, tendo em vista o disposto no art.81 do Decretonº 4.857, de 9 de novembro de 1939 (Lei dos Registros Públicos).

ART.7 - A inscrição produzirá os efeitos jurídicos a contar do momento da celebração do casamento.

ART.8 - A inscrição no Registro revalida os atos praticados com omissão de qualquer das formali-dades exigidas, ressalvado o disposto nos artigos 207 e 209 do Código Civil.

ART.9 - As ações, para invalidar efeitos civis de casamento religioso, obedecerão exclusivamenteaos preceitos da lei civil.

ART.10 - São derrogados os artigos 4 e 5 do Decreto-lei nº 3.200, de 19 de abril de 1941, e revogadasa Lei nº 379, de 16 de janeiro de 1937, e demais disposições em contrário.

107

EXCERTOS DA LEI DOS REGISTROS PÚBLICOSLEI 6015 DE 31/12/1973 - DOU 31/12/1973REP 16/09/1975 E RET 30/10/1975NA PARTE EM QUE SE REFEREAO CASAMENTO CIVIL.

...ART.71 - Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhes forneça arespectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando oprazo legal de validade da habilitação.

ART.72 - O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou ministro que ocelebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do art.70, exceto o 5.

ART.73 - No prazo de 30 (trinta) dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessadopoderá, apresentando o assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficialdo cartório que expediu a certidão.

§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome docelebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões,residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes.

§ 2º Anotada a entrada do requerimento, o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro)horas.

§ 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habilitação que lhe foi apresen-tada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento.

ART.74 - O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação perante o oficial de registropúblico, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento deregistro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles even-tual falta de requisitos no termo da celebração.

Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistênciade impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato eos dados constantes do processo, observado o disposto no art.70.

ART.75 - O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento.

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MODELOS DE REQUERIMENTOS E OUTROS

EXMO SR. DIRETOR DA ESCOLA ESTADUAL DE 1.º e 2.º GRAUS

JOSÉ AMARO RODRIGUES

Cleunice Cardoso Machado Moraes, brasileira, casada, auxiliar de limpeza, portadora da Cédulade Identidade com RG. n.º 22.154.112 (SSP/SP), residente à Rua Biagio Mauro, n.º 316, ParqueResidencial Itamarati, nesta cidade de Artur Nogueira, SP, aluna regularmente matriculada no 1.ºColegial, nesta conceituada escola, VEM, mui respeitosamente ante V.S.ª, nos termos dos incisosVI e VIII do art. 5.º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 deoutubro de 1988, REQUERER que digne-se facultar à requerente a prestação alternativa de seusdeveres escolares como preceituam os dispositivos constitucionais supra, posto que a requerente émembro da Igreja Adventista do Sétimo Dia e tem adotado a santidade do dia de sábado desde opor do sol da sexta-feira até o ocaso no sábado, separando-o exclusivamente para cultuar ao Cria-dor, como um imperativo de consciência religiosa.

Termos em que

Pede e Espera Deferimento

São Paulo, 21 de maio de 1999

Cleunice Cardoso Machado Moraes

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 109

ILMO. SR. PROFESSOR VICENTE DI GRADODD. DIRETOR DA FACULDADE DE BELAS ARTES DE SÃO PAULO

___________________________________, aluna da ____________________ Série/Ano, vem muirespeitosamente expor as razões em que fundamenta sua solicitação de lhe ser deferido, por extre-ma equidade, a justificativa de seu não comparecimento às aulas e provas nos dias de Sábado.

A peticionária é cristã fundamentalista, criacionista, aceitando como única norma de fé edoutrina, os dogmas, princípios e ensinos exarados na Sagrada Escritura. Razão porque adotou emsua profissão de fé e batismo, manter obediência e fidelidade aos preceitos, ordenanças e princípi-os outorgados por Deus, como revelação de seu amor e interesse pelo bem estar da humanidade,através de Sua Palavra. A inspiração da conduta e a motivação para sua adoção encontram-seamparadas nos seguintes preceitos bíblicos, entre outros similares:

“...e abençoou Deus o dia sétimo e o santificou...porque nele descansou de toda a Suaobra...” Gênesis 2:3.

“Lembra-te do dia do Sábado, para o santificar, seis dias trabalharás e farás toda a tua obra,mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus. Nele não farás obra alguma... portanto abençoouo Senhor o dia de Sábado e o santificou.” Êxodo 20:8-10.

“Se desviares o teu pé de profanar o Sábado e de fazer a tua vontade no Meu santo dia...nempretendendo fazer a tua vontade nem falar as tuas próprias palavras...Então...te sustentarei com aherança de teu pai Jacó;...” Isaías 58:13,14.

“Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eusou o Senhor vosso Deus.” Ezequiel 20:20

“...Assim o Filho do Homem, até do Sábado é Senhor...” Marcos 2:28.

“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos...”. João 13:15.

“...disse Jesus...se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra; quem não me ama, não guar-dará Minha Palavra...”. João 24:3.

“Aqui está a paciência dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e tem a fé deJesus.” Apocalipse 12:17.

“Aquele que guardar toda a lei e tropeçar num só ponto, tornou-se culpado de todos.” Tiago2:10.

Por aceitar a Bíblia como sua única regra de fé e prática, a requerente se dedica à guarda doSanto Sábado, como prescrito pelo seu Deus e Criador. A Escritura ensina claramente que o DiaSanto deve ser guardado do pôr-do-sol de Sexta-feira ao pôr-do-sol de Sábado. E, nele, diz a Bíblia– não farás obra alguma...nem fazer a tua própria vontade... nem falar as tuas próprias pala-vras...!

110 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

Nasceu aí o costume adotado pela aluna, desde sua infância de dedicar as horas do Sábadopara louvor e adoração a Deus, com estudo e meditação sobre Sua Palavra, Seu amor, Sua salvaçãoe Redenção, quer em seu lar como com os demais membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

É a guarda do Sábado uma questão de fé. Uma questão de opção pessoal adotada no fundo desua consciência, como um sagrado voto para com o Ser Supremo. Supera a guarda do Sábado umasimples questão de crença ou obediência a dogma de uma determinada religião. É a questão daguarda do Sábado, uma magna decisão entre o indivíduo e o seu Deus, o seu Criador, o seu Reden-tor. É uma decisão a ser tomada no íntimo da consciência.

O espaço da liberdade religiosa não se circunscreve ao próprio indivíduo. A natureza socialhumana leva consigo, incluso, a associação neste terreno, por ser o santuário das relações pessoaisdo homem com seu Deus, Criador e Redentor. A liberdade de consciência religiosa surge como aconcretização das liberdades de pensamento nas relações com o Ser Absoluto.

É certo ser a liberdade de consciência religiosa a faculdade interior que exige espaços exteri-ores de liberdade para a associação e a expressão. Por isso deve interessar ao Estado, em seuordenamento, garantir a liberdade religiosa, tanto na esfera pessoal como na social, na família e nasociedade. A plena liberdade religiosa da pessoa humana se materializa em dois âmbitos distintos:

•na comunidade religiosa, o da liberdade dentro das igrejas e;

•na sociedade civil, a LIBERDADE DENTRO DO ESTADO.

Por ocasião do 30º aniversário da ONU, o Papa João Paulo II, em mensagem enviada ao Sr.Secretário Geral, enalteceu e destacou que nos direitos e deveres que, indiscutivelmente,estão na base da dignidade humana, tem que ser priorizada a liberdade maior:

“...Quero me referir sobre a questão da liberdade religiosa que é a base de todas as demaisliberdades, que está inseparavelmente unida a todas elas em razão, precisamente, de seresta dignidade que constitui a pessoa humana...

Queria solenemente que, para todos e por todos...a liberdade religiosa seja respeitada a todos,e a cada indivíduo, e a todos os povos...”.

O direito fundamental que assegura a toda a pessoa o princípio da INVIOLABILIDADE daliberdade de consciência, está consubstanciada na Declaração Universal dos Direitos do Ho-mem; no texto do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e do Pacto Internacio-nal sobre Direitos Econômicos (aprovados pela XXIª Assembléia Geral das Nações Unidas);na Declaração sobre Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação porCausa de Religião ou Crença (aprovada por unanimidade, em 25 de novembro de 1981, pelaCâmara Legislativa das Nações Unidas).

Para estes organismos internacionais, o conceito fundamental que reflete a essência da liber-dade de consciência e religiosa, IMPLICA:

• um profundo respeito à liberdade de consciência dos demais, quer sejam representados pelamaioria ou minoria do agrupamento social; o direito de crer, professar, de ensinar e de viversuas convicções sem nenhum impedimento exterior, não poderá servir de escusa para dene-grir, atacar livremente igrejas ou seus adeptos, estimulando preconceitos ou ferindo a digni-dade do próximo;

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 111

• no respeito da transcendência, do caráter absoluto e da soberania de Deus; o que pressupõepoder a liberdade de Deus que atuar no ser humano; de responder este, unicamente no foroíntimo de sua consciência perante o Ser Supremo por suas crenças, convicções e suaexteriorização;

• no impedimento da sociedade e do próprio Estado imiscuir-se nas convicções religiosas deseus cidadãos, atuando como fator limitante, capaz de restringir direitos individuais ou redu-zir ao silêncio, à opressão moral ou interior os crentes de qualquer confissão religiosa.

A inviolabilidade da liberdade de consciência, de crença e culto, como direito fundamental,universalmente consagrado, foi protegido pelo constituinte na elaboração da Lei Maior em1988. Insculpiu-a no Artigo 5º, VI, ao dispor:

“VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença...”.

Consagra o absoluto respeito, reconhece a intocabilidade, a inviolabilidade da liberdade deconsciência, não sujeitando-a a parâmetros, conceitos ou restrições de qualquer natureza. Oconstituinte, na questão de “consciência” adotou o princípio absoluto do respeito e acata-mento à sua invocação.

Face à justificativa aqui exposta, espera e confia a aluna, no espírito de solidariedade humanade V.S., que se manifestará, certamente, no deferimento do pedido submetido à sua elevadaapreciação, que promoverá e respeitará o sagrado direito da solicitante em poder vivenciar osditames e convicções de sua consciência, além de permitir que possa livremente e sem coa-ções reverenciar e prestar culto a seu Deus através da santificação e guarda do Santo Sábado.

Respeitosamente,

112 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

ILMO(A) SR(A). DIRETOR(A) DO(A)

(Nome da Escola)_________________________________________________________________

(Cidade, Estado)_________________________________________________________________

(Curso, Período, Série)____________________________________________________________

DECLARAÇÃO

Declaramos para os devidos fins, que _____________________________________, filho(a) de___________________________________________________, residente à (endereço completo,cidade, estado) aluno(a) deste conceituado Estabelecimento de Ensino, sente-se impossibilitado(a),por motivo de convicção pessoal e religiosa, de exercer quaisquer atividades profissionais ou aca-dêmicas, no período que se encontra entre o pôr-do-sol de Sexta-feira ao pôr-do-sol de Sábado,pois por livre arbítrio guarda o Sábado bíblico, preceituado na Sagrada Escritura.

Por ser membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o(a) referido(a) aluno(a) solicita a V. Excia. Sedigne a atendê-lo(a) dando-lhe a oportunidade de realizar as provas que serão realizadas no Sába-do, em uma data posterior.

Certos de vosso liberal espírito de boa vontade em atender à solicitação deste(a) aluno(a), expres-samos nossos sinceros e profundos agradecimentos.

(nome do Departamental de)Diretor do Departamento de Deveres Cívicos e

Liberdade Religiosa daIgreja Adventista do Sétimo Dia(nome da Associação/Missão)

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 113

ILMO. SR. OFICIAL DO CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DEPESSOAS NATURAIS DE ARTUR NOGUEIRA

JOSÉ CARVALHO DA SILVA, brasileiro, casado, religioso, portador da Cédula de Identidadecom RG nº. 9.678.436-8/SSP-SP, residente e domiciliado à Av. José Bonifácio, 493, nesta cidade,na qualidade de Ministro de Confissão Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia e com base no§ 2º. do Art. 226 da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubrode 1988, Lei nº. 1110 de 23 de maio de 1950 e Arts. 71 a 75 da Lei nº. 6015 de 31 de dezembro de1973, VEM, mui respeitosamente diante de V.Sa. para REQUERER que digne-se a providenciaros procedimentos de rotina, para celebração do casamento do Sr. Mário Otávio da Costa com a Sta.Lourdes Ribeiro de Souza, em ato religioso a ser celebrado no templo da Igreja Adventista doSétimo Dia do Jardim Rezek II, localizado à Av. Profª. Magdalena Sanseverino Grosso, 850, paraque produza os efeitos civis pretendidos, expedindo a competente “Certidão de Habilitação”, apóscumprida as formalidades do art. 180 da Lei nº. 3071 de 1º. de janeiro de 1916, corrigida pela Leinº. 3725 de 15 de janeiro de 1919.

Termos em que

Pede e Aguarda Deferimento

Artur Nogueira/SP, 12 de setembro de 1999.

José Carvalho da SilvaMinistro de Confissão Religiosa da

Igreja Adventista do Sétimo Dia

114 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

(DADOS QUE DEVEM CONSTAR NO “PROCLAMAS”)

EDITAL DE PROCLAMAS - (sugestivo)

JOSÉ DE CARVALHO DA SILVA, Ministro de Confissão Religiosa da Igreja Adventista do Séti-mo Dia, usando dos poderes que lhe são confiados pela Ordenação ao Santo Ministério e comfundamento no § 2º. do art. 226 da Constituição da República Federativa do Brasil, combinadocom a Lei nº. 1110/50 e com os arts. 71 a 75 da Lei nº. 6015/73, faz saber que no dia 30 de junho de1999, neste templo, será celebrado a Cerimônia de Casamento Religioso com efeito Civil de MárioOtávio da Costa, brasileiro, solteiro, contador, domiciliado na Rua Jesuíno Maciel, 743, nesta cida-de, natural de Caxias-MA, nascido aos 18 dias do mês de setembro de 1970, filho de Jessé RibeiroCosta e de Maria de Jesus Costa, com Lourdes Ribeiro Souza, brasileira, solteira, professora,domiciliada na Av. Andrade Neves, 347, nesta cidade, natural de Cratos-CE, nascida aos 25 dias domês de agosto de 1971, filha de Themistocles André Souza e de Terezinha Christiane Souza, ha-vendo cumpridas as formalidades legais junto ao Cartório do Registro Civil de Pessoas Naturais,de Artur Nogueira, pelo que, havendo qualquer impedimento que seja do conhecimento de quemdos termos deste edital ficar ciente, oponha-o munido de provas, até quinze dias da data da suaafixação.

Artur Nogueira, 12 de fevereiro de 1999.

José Carvalho da SilvaMinistro de Confissão Religiosa da

Igreja Adventista do Sétimo Dia

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 115

ILMO. SR. OFICIAL DO CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS

NATURAIS DE ARTUR NOGUEIRA

JOSÉ CARVALHO DA SILVA, casado, religioso, portador da Cédula de Identidade com Rg nº.9.678.436/81/SSP-SP, residente e domiciliado à Av. José Bonifácio, nesta cidade, na qualidade deMinistro de Confissão Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, havendo celebrado, em atoreligioso, a cerimônia de casamento do Sr. Mário Otávio da Costa com Sra. Lourdes Ribeiro deSouza Costa, com base no § 2º. do art. 226 da Constituição da República Federativa do Brasil,promulgada em 05 de outubro de 1988, VEM, mui respeitosamente, diante de V.Sa., para RE-QUERER, nos termos do art. 73 (caput) da Lei nº. 6015 de 31 de dezembro de 1973, alteradaspelas Leis nºs. 6140/74 e 6216/75, o assento do casamento dos acima referidos, pelo que anexa o“Termo de Casamento Religioso”, com as informações de praxe.

Termos em quePede e Aguarda Deferimento

Artur Nogueira, 02 de julho de 1999.

José Carvalho da SilvaMinistro de Confissão Religiosa da

Igreja Adventista do Sétimo DiaOFICIANTE

116 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

EXMO. SR. DIRETOR DA FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DEEMPRESAS DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

SAMUEL PEREIRA MENDES, brasileiro, solteiro, estudante, portador da Cédula de Identidadecom RG nº. 5.146.256/SSP-SP, residente à Av. Duque de Caxias, nº. 418, apartamento 706, nestacapital, aluno regularmente matriculado no Curso de Ciências Contábeis, nesta conceituada escola,sob prontuário nº. 18471, VEM, mui respeitosamente ante V.Sa., nos termos dos incisos VI e VIIIdo art. 5º. da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de1988, REQUERER que digne-se facultar ao requerente prestar exame de Estrutura e Análise deBalanço marcado para o dia 22 de junho, sábado, em outro dia, posto que o requerente é membroda Igreja Adventista do Sétimo Dia e tem adotado conscientemente como norma bíblica de fé asantidade do dia do sábado desde o pôr-do-sol da sexta-feira até o ocaso no sábado, separandoexclusivamente para cultuar ao Criador, como um imperativo de consciência religiosa.

Termos em que

Pede e Aguarda Deferimento

São Paulo, 12 de julho de 1.999.

Samuel Pereira Mendes

.

PS.: ANEXAR DECLARAÇÃO DO PASTOR.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 117

ILMO. SR. DIRETOR ADMINISTRATIVO DA INDÚSTRIA ECOMÉRCIO J. J. RIBEIRO S.A.

ANTÔNIO CARLOS MACHADO, brasileiro, casado, eletricista de manutenção, portador daCTPS n.º 52427, Série 142, residente à R. Javali, 34, bairro de Engenho de Fora, nesta cidade,funcionário desta conceituada empresa desde 14/02/1978, VEM, diante de V.Sa. nos termos dosincisos VI e VIII do art. 5.º combinado com o inciso XIII do art. 7.º da Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, § 2º. e caput do art. 59 do Decreto-Lein.º 5452 de 1º. de maio de 1943 - CLT, REQUERER lhe seja facultado celebrar convenção indivi-dual em aditamento a seu contrato de trabalho para compensação das horas da jornada do dia dosábado, em acréscimo às jornadas dos demais dias da semana, por razões de consciência religiosa,havendo abraçado a fé e os princípios bíblicos adotados como regra de fé pelos Adventistas doSétimo Dia, especialmente no tocante à observância da santidade do dia do sábado, separando-odesde o pôr-do-sol da sexta-feira até o mesmo ocaso no dia do sábado exclusivamente ao SenhorDeus, dedicando-se aos serviços religiosos de sua igreja, em respeito ao Criador.

Reafirmo ainda meu desejo de continuar servindo a esta empresa, como o fiel obreiro e cumpridordas obrigações, como sempre foi meu procedimento.

Termos em que

Pede e Aguarda Deferimento

Cuiabá, 12 de setembro de 1999.

Antônio Carlos MachadoCTPS n.º 52427 / Série 142

118 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

(PARA ANEXAR AO REQUERIMENTO PARA SERVIÇO MILITARALTERNATIVO)

DECLARAÇÃO

LUIZ CARLOS DE MELO, brasileiro, casado, religioso, portador da Cédula de Identidade, comRG nº. 3.582.934/7/SSP-MT, residente à R. Basílio da Gama, nº. 784, em Goiânia-GO, na qualida-de de Ministro de Confissão Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, sob as penas da lei,DECLARO, a quem possa interessar e especialmente para fins do § 1º. do art. 143, combinadoscom os incisos VI e VIII do art. 5º. ambos da Constituição da República Federativa do Brasilpromulgada em 05 de outubro de 1988 que MANOEL RODRIGUES LIMA, portador da Cédulade Identidade com RG nº. 6.482.975-4/SSP-SP, é um fiel membro da Igreja Adventista do SétimoDia, tendo abraçado a fé e os princípios bíblicos adotados por sua igreja, especialmente quanto àobservância da santidade do dia do sábado, separando-o desde o pôr-do-sol da sexta-feira até omesmo ocaso no dia do sábado exclusivamente ao Senhor Deus, e que por um imperativo de cons-ciência religiosa reserva-se o direito de dedicar este Santo dia às atividades religiosas, em respeitoao Criador.

Goiânia/GO, 12 de setembro de 1999.

Luis Carlos de MeloMinistro de Confissão Religiosa da

Igreja Adventista do Sétimo Dia

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 119

EXMO. SR. COMANDANTE DA JUNTA DE ALISTAMENTOMILITAR DAS FORÇAS ARMADAS DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Manoel Rodrigues de Lima, brasileiro, solteiro, estudante, portador da Cédula de Identidade comRG n.º 6.482.975 SSP/SP, residente à Rua Amador dos Reis, 351, Jardim Bela Vista, Osasco, SP, VE M à presença de V. Ex.a, com fundamento no § 1º do art. 143 da Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, e regulamentado pela Lei 8239 de 04de outubro de 1991, REQUERER a prestação do “SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO” previs-to nos citados dispositivos legais, em decorrência de crença religiosa, e ser membro regular daIgreja Adventista do Sétimo Dia e haver adotado como regra de fé os princípios Bíblicos quanto asantidade do dia de sábado, pelo que anexa declaração, informando ainda, que possui habilidadesna área de computação.

O Requerente coloca-se à disposição para trabalhos em qualquer dia ou hora da semana, exceto operíodo identificado por razões de consciência, amparado que está, além do citado dispositivo,também, nos incisos VI e VIII do Art. 5º, do capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais damesma Carta Magna.

Requer ainda a suspensão de qualquer sanção disciplinar decorrente do não comparecimento aoserviço no período identificado como “Sábado Bíblico”, por manifesta infringência aos elencadosdispositivos constitucionais.

Termos em que

Pede e Espera deferimento

Osasco, 12 de setembro de 1999

Manoel Rodrigues de LimaAlistamento Militar n.º 524.197, Série Q

14º CSM - 2º RM - ME

120 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

ILMO. SR. OFICIAL COMANDANTE DO 26º. BATALHÃO DEINFANTARIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

BENEDITO COELHO RODRIGUES, brasileiro, solteiro, em cumprimento de Serviço MilitarObrigatório, locado na Companhia de Comando e Serviços, desta conceituada corporação, SD nº.677, VEM, mui respeitosamente ante V.Sa., com fundamento nos incisos VI e VIII do art. 5º.,combinado com o art. 143 e seu § 1º., da Constituição da República Federativa do Brasil, promul-gada em 05 de outubro de 1991, combinado com o disposto na Lei 8.239 de 04 de outubro de 1.991,REQUERER dispensa da prestação de serviço aos sábados, por motivo de crença religiosa, postoque, tendo abraçado a fé e os princípios bíblicos quanto a santidade do sábado, adotados pela IgrejaAdventista do Sétimo Dia, separando-o exclusivamente para cultuar o Criador, desde o pôr-do-solda sexta-feira até o ocaso do dia do sábado, conforme mandamento bíblico e imperativo de consci-ência religiosa, deseja dedicá-lo ao Senhor, com norma de fé, pelo que anexa declaração.

Termos em que

Pede e Aguarda Deferimento

Paragominas/TO, 12 de setembro de 1999.

Benedito Coelho RodriguesSD 677 – CCS – 26.º BI - ME

PS.: ANEXAR DECLARAÇÃO DO PASTOR.

121

DECRETO Nº 4 – DE 19 DE NOVEMBRO DE 1889

Estabelece os distinctivos da bandeira e das armas nacionais, e dos sellos e sinetes da República.

O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brazil:

Considerando que as côres da nossa antiga bandeira recordam as luctas e as victórias glo-riosas do Exército e da Armada na defesa da pátria;

Considerando, pois, que essas côres, independentemente da forma de governo, symbolisam aperpetuidade e integridade da Pátria entre as outras nações:

Decreta:

Art. 1º A bandeira adaptada pela República mantém a tradição das antigas côresnacionaes – verde e amarella – do seguinte modo: um losango amarello em campo verde, tendo nomeio a esphera celeste azul, atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendenteda esquerda para a direita, com a legenda -–Ordem e Progresso – e ponteada por vinte e umaestrellas, entre as quaes a da constellação do Cruzeiro, disposta na sua situação astronomica,quanto à distancia e ao tamanho relativos, representando os vinte Estados da República e o Muni-cípio Neutro; tudo segundo o modelo debuxado no anexxo n. 1.

Art. 2º As armas nacionais serão as que se ligaram na estampa annexa n. 2.

Art. 3º Para os sellos e sinetes da República servirá de symbolo a esphera celeste, qualse debuxa no centro da bandeira, tendo em volta as palavras – República dos Estados Unidos doBrazil.

Art. 4º Ficam revogadas as disposições em contrário.

Sala das sessões do Governo Provisório, 19 de novembro de 1889, 1º da República.

Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do Governo Provisório. - Q. Bocayuva.– Aristides da Silveira Lobo. – Ruy Barbosa. – M. Ferraz de Campos Salles. – Benjamin ConstantBotelho de Magalhães. – Eduardo Wandenkolk.

122

LEI 5700 DE 01/09/1971 - DOU 02/09/1971

Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos Nacionais, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDisposição Preliminar

ART.1 - São Símbolos Nacionais:

I - a Bandeira Nacional;

II - o Hino Nacional;

III - as Armas Nacionais; e

IV - o Selo Nacional.

* art.1 com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.

Parágrafo único. São também Símbolos Nacionais, na forma da lei que os instituiu:

I - as Armas Nacionais;

II - o Selo Nacional.

CAPÍTULO IIDa Forma dos Símbolos Nacionais

SEÇÃO IDos Símbolos em Geral

ART.2 - Consideram-se padrões dos Símbolos Nacionais os modelos compostos de conformidadecom as especificações e regras básicas estabelecidas na presente Lei.

SEÇÃO IIDa Bandeira Nacional

ART.3 - A Bandeira Nacional, adotada pelo Decreto nº 4, de 19 de novembro de 1889, com asmodificações da Lei nº 5.443, de 28 de maio de 1968, fica alterada na forma do Anexo I desta Lei,devendo ser atualizada sempre que ocorrer a criação ou a extinção de Estados.

* art.3, “caput”, com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.

§ 1º As constelações que figuram na Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu, nacidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do dia 15 de novembro de 1889 (doze horassiderais) e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 123

* § 1º com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.

§ 2º Os novos Estados da Federação serão representados por estrelas que compõem o aspectoceleste referido no parágrafo anterior, de modo a permitir-lhes a inclusão no círculo azul da Ban-deira Nacional sem afetar a disposição estética original constante do desenho proposto pelo Decre-to nº 4, de 19 de novembro de 1889.

* § 2º com redação dada pela Lei nº 8.421 de 11/05/1992.

§ 3º Serão suprimidas da Bandeira Nacional as estrelas correspondentes aos Estados extintos,permanecendo a designada para representar o novo Estado, resultante de fusão, observado, emqualquer caso, o disposto na parte final do parágrafo anterior.

• § 3º com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.

ART.5 - A feitura da Bandeira Nacional obedecerá às seguintes regras

I - Para cálculo das dimensões, tomar-se-á por base a largura desejada, dividindo-se esta em 14(quatorze) partes iguais. Cada uma das partes será considerada uma medida ou módulo.

II - O comprimento será de vinte módulos (20 M).

III - A distância dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de um módulo e setedécimos (1,7 M).

IV - O círculo azul no meio do losango amarelo terá o raio de três módulos e meio (3,5 M).

V - O centro dos arcos da faixa branca estará dois módulos (2 M) à esquerda do ponto doencontro do prolongamento do diâmetro vertical do círculo com a base do quadro externo (ponto Cindicado no Anexo número 2).

VI - O raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos (8M); o raio do arco superior dafaixa branca será de oito módulos e meio (8,5 M).

VII - A largura da faixa branca será de meio módulo (0,5 M).

VIII - As letras da legenda Ordem e Progresso serão escritas em cor verde. Serão colocadas nomeio da faixa branca, ficando, para cima e para baixo, um espaço igual em branco. A letra P ficarásobre o diâmetro vertical do círculo. A distribuição das demais letras far-se-á conforme a indicaçãodo Anexo número 2. As letras da palavra Ordem e da palavra Progresso terão um terço de módulo(0,33 M) de altura. A largura dessas letras será de três décimos de módulo (0,30 M). A altura daletra da conjunção E será de três décimos de módulo (0,30 M). A largura dessa letra será de umquarto de módulo (0,25 M).

IX - As estrelas serão de 5 (cinco) dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quintagrandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros são: de três décimos de módulo(0,30 M) para as de primeira grandeza; de um quarto de módulo (0,25 M) para as de segundagrandeza; de um quinto de módulo (0,20 M) para as de terceira grandeza; de um sétimo de módulo(0,14 M) para as de quarta grandeza; e de um décimo de módulo (0,10 M) para a de quinta grande-za.

X - As duas faces devem ser exatamente iguais, com a faixa branca inclinada da esquerda paraa direita (do observador que olha a faixa de frente), sendo vedado fazer uma face como avesso daoutra.

ART.6 - O Hino Nacional é composto da música de Francisco Manoel da Silva e do poema deJoaquim Osório Duque Estrada, de acordo com o que dispõem os Decretos número 171, de 20 dejaneiro de 1890, e número 15.671, de 6 de setembro de 1922.

Parágrafo único. A marcha batida, de autoria do mestre de música Antão Fernandes, integrará asinstrumentações de orquestra e banda, nos casos de execução do Hino Nacional, mencionados no

124 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

inciso I do art.25 desta Lei, devendo ser mantida e adotada adaptação vocal, em fá maior, domaestro Alberto Nepomuceno.

ART.7 - As Armas Nacionais são as instituídas pelo Decreto nº 4, de 19 de novembro de 1889 coma alteração feita pela Lei nº 5.443, de 28 de maio de 1968 .

ART.8 - A feitura das Armas Nacionais deve obedecer à proporção de 15

(quinze) de altura por 14 (quatorze) de largura e atender às seguintes disposições:

I - O escudo redondo será constituído em campo azul-celeste, contendo cinco estrelas de prata,dispostas na forma da constelação Cruzeiro do Sul, com a bordadura do campo perfilada de ouro,carregada de estrelas de prata em número igual ao das estrelas existentes na Bandeira Nacional.

* Inciso I com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.

II - O escudo ficará pousado numa estrela partida-gironada, de 10 (dez) peças de sinopla e ouro,bordada de 2 (duas) tiras, a interior de goles e a exterior de ouro.

III - O todo brocante sobre uma espada, em pala, empunhada de ouro, guardas de blau, salvo aparte do centro, que é de goles e contendo uma estrela de prata figurará sobre uma coroa formadade um ramo de café frutificado, à destra, e de outro de fumo florido, à sinistra, ambos da própriacor, atados de blau, ficando o conjunto sobre um resplendor de ouro, cujos contornos formam umaestrela de 20 (vinte) pontas.

IV - Em listel de blau, brocante sobre os punhos da espada, inscrever-se-á, em ouro, a legendaRepública Federativa do Brasil, no centro, e ainda as expressões “15 de Novembro”, na extremida-de destra, e as expressões “de 1899”, na sinistra.

ART.9 - O Selo Nacional será constituído, de conformidade com o Anexo número 9, por um círcu-lo representando uma esfera celeste, igual ao que se acha no centro da Bandeira Nacional, tendo emvolta as palavras República Federativa do Brasil. Para a feitura do Selo Nacional observar-se-á oseguinte:

I - Desenham-se 2 (duas) circunferências concêntricas, havendo entre os seus raios a proporçãode 3 (três) para 4 (quatro).

II - A colocação das estrelas, da faixa e da legenda Ordem e Progresso no círculo interior obede-cerá às mesmas regras estabelecidas para a feitura da Bandeira Nacional.

III - As letras das palavras República Federativa do Brasil terão de altura um sexto do raio docírculo interior, e, de largura, um sétimo do mesmo raio.

CAPÍTULO III

Da Apresentação dos Símbolos Nacionais

ART.10 - A Bandeira Nacional pode ser usada em todas as manifestações do sentimento patrióticodos brasileiros, de caráter oficial ou particular.

ART.11 - A Bandeira Nacional pode ser apresentada:

I - Hasteada em mastro ou adriças, nos edifícios públicos ou particulares, templos, campos deesporte, escritórios, salas de aula, auditórios, embarcações, ruas e praças, e em qualquer lugar emque lhe seja assegurado o devido respeito.

II - Distendida e sem mastro, conduzida por aeronaves ou balões, aplicada sobre a parede oupresa a um cabo horizontal ligando edifícios, árvores, postes ou mastros.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 125

III - Reproduzida sobre paredes, tetos, vidraças, veículos e aeronaves.

IV - Compondo, com outras bandeiras, panóplias, escudos ou peças semelhantes.

V - Conduzida em formaturas, desfiles, ou mesmo individualmente.

VI - Distendida sobre ataúdes, até a ocasião do sepultamento.

ART.12 - A Bandeira Nacional estará permanentemente no topo de um mastro especial plantado naPraça dos Três Poderes de Brasília, no Distrito Federal, como símbolo perene da Pátria e sob aguarda do povo brasileiro.

§ 1º A substituição dessa Bandeira será feita com solenidades especiais no 1º domingo de cadamês, devendo o novo exemplar atingir o topo do mastro antes que o exemplar substituído comecea ser arriado.

§ 2º Na base do mastro especial estarão inscritos exclusivamente os seguintes dizeres:

“Sob a guarda do povo brasileiro, nesta Praça dos Três Poderes, a Bandeira sempre no alto -visão permanente da Pátria”.

ART.13 - Hasteia-se diariamente a Bandeira Nacional:

I - No Palácio da Presidência da República e na residência do Presidente da República.

II - Nos edifícios-sede dos Ministérios.

III - Nas Casas do Congresso Nacional.

IV - No Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores, nos Tribunais Federais de Recur-sos e nos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

* Inciso com redação dada pela Lei nº 5.812, de 13/10/1972.

V - Nos edifícios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos Estados, Territórios eDistrito Federal.

VI - Nas Prefeituras e Câmaras Municipais.

VII - Nas repartições federais, estaduais e municipais situadas na faixa de fronteira.

VIII - Nas Missões Diplomáticas, Delegações junto a Organismos Internacionais e RepartiçõesConsulares de carreira, respeitados os usos locais dos países em que tiverem sede.

IX - Nas unidades da Marinha Mercante, de acordo com as Leis e Regulamentos da navegação,polícia naval e praxes internacionais.

ART.14 - Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Nacional, nos dias de festa ou de luto nacional,em todas as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos.

Parágrafo único. Nas escolas públicas ou particulares, é obrigatório o hasteamento solene daBandeira Nacional, durante o ano letivo, pelo menos uma vez por semana.

ART.15 - A Bandeira Nacional pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia ou da noite.

§ 1º Normalmente faz-se o hasteamento às 8 horas e o arriamento às 18 horas.

§ 2º No dia 19 de novembro, Dia da Bandeira, o hasteamento é realizado às 12 horas, comsolenidades especiais.

§ 3º Durante a noite a Bandeira deve estar devidamente iluminada.

ART.16 - Quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas simultaneamente, a Bandeira Nacio-nal é a primeira a atingir o tope e a última a dele descer.

126 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

ART.17 - Quando em funeral, a Bandeira fica a meio-mastro ou a meia adriça. Nesse caso, nohasteamento ou arriamento, deve ser levada inicialmente até o tope.

Parágrafo único. Quando conduzida em marcha, indica-se o luto por um laço de crepe atadojunto à lança.

ART.18 - Hasteia-se a Bandeira Nacional em funeral nas seguintes situações, desde que não coin-cidam com os dias de festa nacional:

I - Em todo o País, quando o Presidente da República decretar luto oficial.

II - Nos edifícios-sede dos poderes legislativos federais, estaduais ou municipais, quando deter-minado pelos respectivos presidentes, por motivo de falecimento de um de seus membros.

III - No Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores, nos Tribunais Federais de Recur-sos, nos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e nosTribunais de Justiça estaduais, quando determinado pelos respectivos presidentes, pelo falecimen-to de um de seus ministros, desembargadores ou conselheiros.

* Inciso com redação dada pela Lei nº 5.812, de 13/10/1972.

IV - Nos edifícios-sede dos Governos dos Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios,por motivo do falecimento do Governador ou Prefeito. Quando determinado luto oficial pela auto-ridade que o substituir.

V - Nas sedes de Missões Diplomáticas, segundo as normas e uso do país em que estão situadas.

ART.19 - A Bandeira Nacional, em todas as apresentações no território nacional, ocupa lugar dehonra, compreendido como uma posição:

I - Central ou a mais próxima do centro e à direita deste, quando com outras bandeiras, pavi-lhões ou estandartes, em linha de mastros, panóplias, escudos ou peças semelhantes.

II - Destacada à frente de outras bandeiras, quando conduzida em formaturas ou desfiles.

III - À direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho.

Parágrafo único. Considera-se direita de um dispositivo de bandeiras a direita de uma pessoacolocada junto a ele e voltada para a rua, para a platéia ou, de modo geral, para o público queobserva o dispositivo.

ART.20 - A Bandeira Nacional, quando não estiver em uso, deve ser guardada em local digno.

ART.21 - Nas repartições públicas e organizações militares, quando a Bandeira é hasteada emmastro colocado no solo, sua largura não deve ser maior que 1/5 (um quinto) nem menor que 1/7(um sétimo) da altura do respectivo mastro.

ART.22 - Quando distendida e sem mastro, coloca-se a Bandeira de modo que o lado maior fiquena horizontal e a estrela isolada em cima, não podendo ser ocultada, mesmo parcialmente, porpessoas sentadas em suas imediações.

ART.23 - A Bandeira Nacional nunca se abate em continência.

SEÇÃO IIDo Hino Nacional (artigos 24 e 25)

ART.24 - A execução do Hino Nacional obedecerá às seguintes prescrições:

I - será sempre executado em andamento metronômico de uma semínima igual a 120 (cento evinte).

II - É obrigatória a tonalidade de si bemol para a execução instrumental simples.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 127

III - Far-se-á o canto sempre em uníssono.

IV - Nos casos de simples execução instrumental, tocar-se-á a música integralmente, mas semrepetição; nos casos de execução vocal, serão sempre cantadas as duas partes do poema.

V - Nas continências ao Presidente da República, para fins exclusivos do Cerimonial Militar,serão executados apenas a introdução e os acordes finais, conforme a regulamentação específica.

ART.25 - Será o Hino Nacional executado:

I - Em continência à Bandeira Nacional e ao Presidente da República, ao Congresso Nacional eao Supremo Tribunal Federal, quando incorporados; e nos demais casos expressamente determina-dos pelos regulamentos de continência ou cerimônias de cortesia internacional.

II - Na ocasião do hasteamento da Bandeira Nacional previsto no parágrafo único do art.14.

§ 1º A execução será instrumental ou vocal de acordo com o cerimonial previsto em cada caso.

§ 2º É vedada a execução do Hino Nacional em continência, fora dos casos previstos no presenteartigo.

§ 3º Será facultativa a execução do Hino Nacional na abertura de sessões cívicas, nas cerimôni-as religiosas a que se associe sentido patriótico, no início ou no encerramento das transmissõesdiárias das emissoras de rádio e televisão, bem assim para exprimir regozijo público em ocasiõesfestivas.

§ 4º Nas cerimônias em que se tenha de executar um Hino Nacional Estrangeiro, este deve, porcortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.

SEÇÃO IIIDas Armas Nacionais

ART.26 - É obrigatório o uso das Armas Nacionais:

I - No palácio da Presidência da República e na residência do Presidente da República.

II - Nos edifícios-sede dos Ministérios.

III - Nas Casas do Congresso Nacional.

IV - No Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores e nos Tribunais Federais de Recur-sos.

V - Nos edifícios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos Estados, Territórios eDistrito Federal.

VI - Nas Prefeituras e Câmaras Municipais.

VII - Na frontaria dos edifícios das repartições públicas federais.

VIII - Nos quartéis das forças federais de terra, mar e ar e das Polícias Militares e Corpos deBombeiros Militares, nos seus armamentos, bem como nas fortalezas e nos navios de guerra;

* Inciso VIII com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.

IX - Na frontaria, ou no salão principal das escolas públicas.

X - Nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal.

SEÇÃO IVDo Selo Nacional

ART.27 - O Selo Nacional será usado para autenticar os atos de governo e bem assim os diplomase certificados expedidos pelos estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos.

128 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

CAPÍTULO IV

Das Cores Nacionais

ART.28 - Considera-se cores nacionais o verde e o amarelo.

ART.29 - As cores nacionais podem ser usadas sem quaisquer restrições, inclusive associadas aazul e branco.

CAPÍTULO V

Do Respeito Devido à Bandeira Nacional e ao Hino Nacional

ART.30 - Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apre-sentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devemtomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descobertae os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações.

Parágrafo único. É vedada qualquer outra forma de saudação.

ART.31 - São consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional, e portanto proibi-das:

I - Apresentá-la em mau estado de conservação.

II - Mudar-lhe a forma, as cores, as proporções, o dístico ou acrescentar-lhe outras inscrições.

III - Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento detribuna, ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar.

IV - Reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.

ART.32 - As Bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues a qualquer UnidadeMilitar, para que sejam incineradas no Dia da Bandeira, segundo o cerimonial peculiar.

ART.33 - Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no País sem que esteja ao seu ladodireito, de igual tamanho e posição de realce, a Bandeira Nacional, salvo nas sedes das representa-ções diplomáticas ou consulares.

ART.34 - É vedada a execução de quaisquer arranjos vocais do Hino Nacional, a não ser o deAlberto Nepomuceno; igualmente não será permitida a execução de arranjos artísticos instrumen-tais do Hino Nacional que não sejam autorizados pelo Presidente da República, ouvido o Ministé-rio da Educação e Cultura.

CAPÍTULO VI - Das Penalidades (artigos 35 e 36)

ART.35 - A violação de qualquer disposição desta Lei, excluídos os casos previstos no art.44 doDecreto-lei nº 898, de 29 de setembro de 1969, é considerada contravenção, sujeito o infrator àpena de multa de 1 (uma) a 4 (quatro) vezes o Maior Valor de Referência vigente no País, elevadaao dobro nos casos de reincidência.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 129

• Redação dada pela Lei nº 6.913, de 27/05/1981.

ART.36 - O processo das infrações a que alude o artigo anterior obedecerá ao rito previsto para ascontravenções penais em geral.

ART.37 - Haverá nos Quartéis-Generais das Forças Armadas, na Casa da Moeda, na Escola Naci-onal de Música, nas embaixadas, delegações e consulados do Brasil, nos museus históricos ofici-ais, nos comandos de unidades de terra, mar e ar, capitanias de portos e alfândegas, e nas prefeitu-ras municipais, uma coleção de exemplares-padrão dos Símbolos Nacionais, a fim de servirem demodelos obrigatórios para a respectiva feitura, constituindo o instrumento de confronto para aaprovação dos exemplares destinados à apresentação, procedam ou não da iniciativa particular.

ART.38 - Os exemplares da Bandeira Nacional e das Armas Nacionais não podem ser postos àvenda, nem distribuídos gratuitamente sem que tragam na tralha do primeiro e no reverso do se-gundo a marca e o endereço do fabricante ou editor, bem como a data de sua feitura.

ART.39 - É obrigatório o ensino do desenho e do significado da Bandeira Nacional, bem como docanto e da interpretação da letra do Hino Nacional em todos os estabelecimentos de ensino, públi-cos ou particulares, dos primeiro e segundo graus.

ART.40 - Ninguém poderá ser admitido no serviço público sem que demonstre conhecimento doHino Nacional.

ART.41 - O Ministério da Educação e Cultura fará a edição oficial definitiva de todas as partiturasdo Hino Nacional e bem assim promoverá a gravação em discos de sua execução instrumental evocal, bem como de sua letra declamada.

ART.42 - Incumbe ainda ao Ministério da Educação e Cultura organizar concursos entre autoresnacionais para a redução das partituras de orquestras do Hino Nacional para orquestras restritas.

ART.43 - O Poder Executivo regulará os pormenores de cerimonial referentes aos Símbolos Naci-onais.

ART.44 - O uso da Bandeira Nacional nas Forças Armadas obedece à normas dos respectivosregulamentos, no que não colidir com a presente Lei.

ART.45 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas a de número 5.389,de 22 de fevereiro de 1968, a de número 5.443, de 28 de maio de 1968, e demais disposições emcontrário.

Emílio G. Médice - Presidente da República

ANEXOS

1- Desenho da Bandeira Nacional

2- Desenho modular

130

ANEXO Nº 1

DESENHO DA BANDEIRA NACIONAL

131

ANEXO Nº 2

DESENHO MODULAR DA BANDEIRA NACIONAL

OBS.: (1) Este desenho modular obedece ao estabelecido no artigo 5º da Lei(2) Os números entre parenteses indicam a grandeza das estrelas.

132

Ordem de Cristo Real (1495)

D. João IV (1640) Reino Unido de PortugalBrasil e Algarves (1816)

D. João III (1521-1616) D. Pedro II (1669)

Constitucional (1821) Império (1822)

A BANDEIRA BRASILEIRA

Nossa Bandeira é símbolo máximo da nacionalidade. É a imagem do Brasil. Nela se encerrao culto ao passado, às tradições, ao patriotismo dos heróis que souberam manter nossa integridadee soberania.

As cores da Bandeira do Brasil lembram nossas belezas de nação tropical. Contemplemoscom entusiasmo o pavilhão auriverde, sentinela de nossa autonomia, aliada aos anseios de paz,cooperação e fraternidade, hasteado aqui, ali, atingindo os nossos limites geográficos.

Externe com orgulho o seu amor ao Brasil.

133

NORMAS SOBRE A APRESENTAÇÃODA BANDEIRA NACIONAL

• Nas escolas públicas ou particulares é obrigatório o hasteamento solene da Bandeira Nacional,pelo menos uma vez por semana durante o ano letivo.

• A Bandeira Nacional pode ser hasteada ou arriada a qualquer hora do dia ou da noite, mas, nor-malmente, faz-se o hasteamento às 8 horas e o arriamento às 18 horas.

• Hasteada à noite, ela deve estar sempre iluminada.

1 • Conduzida em desfile.

2 • Posição de descansar.

3 • Ombro armas.

4 • Em continência

5 • Saudação civil:em pé, em silêncio, e os homens com a cabeça descoberta.

1 2

4 5

3

134

SUAS CORES

Cada cor de nossa Bandeira representa uma par-te de nossa Pátria, ou seja:O verde simboliza as nossas florestas;O amarelo simboliza as nossas riquezas mine-rais;O azul simboliza o nosso céu;O branco simboliza a paz que deve ser o frutoda justiça e do amor.

SUA APRESENTAÇÃO

A Bandeira Nacional pode ser usada em todasas manifestações do sentimento patriótico dosbrasileiros, de caráter oficial ou particular.

1 – Ela pode ser hasteada em mastros nos edifí-cios públicos e particulares, templos, escritóri-os, campos de esporte, salas de aula, auditórios,embarcações, ruas e praças e em qualquer lugarque lhe seja assegurado o devido respeito.

NORMAS E APRESENTAÇÃO DOSSÍMBOLOS NACIONAIS

A BANDEIRA NACIONAL

“A Bandeira é a imagem da Pátria. Devemosamá-la com carinho e reverenciá-la com digni-dade. Vamos fazê-la flutuar, altaneira e respei-tada, para engrandecimento cívico do Brasil”.

A Bandeira Nacional representa o nosso céu, onosso lar, o nosso mar, o povo brasileiro, os nos-sos antepassados, a nossa língua, os nossos cos-tumes, a nossa cultura, enfim, a nossa Pátria.

Todos esses valores são representados e lembra-dos pela Bandeira Nacional. Por isso, ela deveser homenageada, respeitada e amada por todosos brasileiros. A Bandeira em sua totalidade, re-presenta a nossa Pátria, e defendê-la é uma for-ma simbólica de defender a terra em que vive-mos.

SUA FORMA

A Bandeira Nacional é composta por um retân-gulo verde, formando o fundo da Bandeira, umlosango amarelo sobre o centro do retânguloverde, uma esfera azul sobre o centro do losangoamarelo, uma faixa branca que atravessa a esfe-ra azul, contendo os dizeres “Ordem e Progres-so”, escritos na cor verde, e 23 estrelas brancasespalhadas sobre a esfera azul.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 135

2 – Reproduzida sobre paredes, tetos, vidraças,veículos e aeronaves.

A BANDEIRA NACIONAL TAMBÉMPODE SER APRESENTADA:

1 – Conduzida em desfiles, formaturas, ou mes-mo individualmente.

3 – Destacada a frente de outras bandeiras, emdesfiles ou formaturas.

4 – À direita de tribunas, púlpitos, mesas de reu-nião ou de trabalho, desde que a mesma não te-nha impedida a sua completa visualização.

136 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

5 – Durante a noite, a Bandeira deve estar devi-damente iluminada.

6 – Quando conduzida em desfiles e formatu-ras, a Bandeira deverá ser mantida na posiçãovertical e, em nenhuma situação, poderá ser aba-tida (posição horizontal) nem inclinada para afrente.

7 – Compondo, com outra bandeira.

Observações:

A pessoa que hasteia a bandeira deve estar sem-pre de frente para o público. Sempre que houver2 mastros, a Bandeira Nacional deve ficar à di-reita de quem hasteia, e à esquerda para quemestiver olhando, ou seja o “público”.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 137

8 – Compondo com outras bandeiras.

Observação:

Sempre que houver 3 mastros, a Bandeira Naci-onal deve ficar no centro das três bandeiras e aPaulista à direita para quem estiver hasteando.

Sempre que hasteada com outras, a Bandeira Na-cional deve subir e alcançar o topo com ligeira

vantagem sobre as demais. Ao ser arriada, eladeve descer mantendo a mesma distância dasoutras, de modo a chegar por último ao chão.

Na composição de quatro bandeiras, a BandeiraNacional deve ocupar o terceiro mastro, olhan-do da direita para a esquerda e o segundo lugar,olhando da esquerda para a direita. Desta for-ma, ela ocupa um lugar de destaque perante asdemais bandeiras e aproxima-se mais do centro.

138 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

uma da entidade (por exemplo, a da E.A., queserá a última).

• O modo mais prático para se estabelecer a po-sição de cada bandeira em relação à Nacional éo seguinte:

Verifica-se o número de bandeiras que partici-parão do dispositivo, inclusive a nacional.

Se o número de bandeiras for par, a de priorida-de 1 ficará à esquerda da nacional, a de priori-dade 2 à direita, alternando-se as demais à es-querda e à direita.

Se o número de bandeiras for ímpar a de priori-dade 1 ficará à direita da nacional, a de priorida-de 2 à esquerda, alternando-se as demais à di-reita e à esquerda.

A Bandeira estrangeira só poderá ser hasteadaisoladamente na embaixada e/ou consulado dorespectivo país.

Obs.: Não esquecer que direita e esquerda deum dispositivo é a direita e a esquerda de umapessoa colocada de costas para o prédio ou pal-co, onde estão as bandeiras, e de frente para arua, platéia ou público.

Os desenhos a seguir ilustram as diversas dis-posições.

DISPOSIÇÃO DE BANDEIRAS

• Nenhuma bandeira de outra nação poderá serusada sem que a nacional esteja ao seu lado di-reito e seja de igual tamanho, salvo nas sedesdas embaixadas e consulados.

• Num dispositivo de bandeiras (mastros ouadriças), as estrangeiras deverão ser distribuí-das à direita e à esquerda da nacional, por or-dem alfabética dos países. Tratando-se de ban-deiras dos estados e territórios da União, a or-dem é determinada pela constituição históricadessas entidades, a saber: Bahia, Rio de Janeiro,Maranhão, Pará, Pernambuco, São Paulo, Mi-nas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande doSul, Ceará, Paraíba, Espírito Santo, Piauí, RioGrande do Norte, Santa Catarina, Alagoas,Sergipe, Amazonas, Paraná, Acre, Mato Grossodo Sul, Distrito Federal, Rondônia, Tocantins, eterritórios do Amapá, Fernando de Noronha eRoraima.

• Num dispositivo em que, além de bandeirasestrangeiras, participa a estadual, ela deverá es-tar logo após a estrangeira de primeira priorida-de.

Caso participe também a municipal, esta ficaráem última prioridade ou penúltima, se houver

Brasil

eira

São

Paulo

Brasil

eira

Estran

geira

Duas bandeiras, podendo ser uma estrangeira.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 139

País B

Brasil

eira

País C

País A

São

Paulo

Brasil

eira

País B

País A

País A

ou

B

Brasil

eira

São

Paulo

País A

Brasil

eira

País B

Três bandeiras, podendo ser até as estrangeiras A e B, nesta prioridade.

Quatro bandeiras, podendo ser até 3 estrangeiras A, B e C, nesta prioridade.

São

Paulo

Brasil

eira

Mun

icíp

io

São

Paulo

Brasil

eira

E

.A.

140 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

São

Paulo

Brasil

eira

Paran

á

País C

Paran

á

Brasil

eira

E.A.

São

Paulo

País D

País B

Brasil

eira

País A

País C

País C

São

Paulo

Brasil

eira

País A

País B

Cinco bandeiras, podendo ser até 4 estrangeiras, A, B, C e D, nesta prioridade.

São

Paulo

Brasil

eira

Mun

icíp

io

País B

São

Paulo

Brasil

eira

E

.A.

País C

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 141

Observação:

Sempre que o número de bandeiras for par, inclusive a nacional,haverá uma bandeira a mais do lado esquerdo. A bandeira nacionalestará sempre no centro ou à direita, o mais próximo possível docentro do prédio, palco ou qualquer local.

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142 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

DIAS DE LUTO

Em dias de luto nacional, todas as bandeiras de-verão ser hasteadas a meio mastro.

Observações:

Em dias de luto, para hastear a Bandeira Nacio-nal a meio mastro devemos “antes” alcançar otopo do mastro e “depois” arriá-la até o meio.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 143

Para arriá-la em dias de luto, devemos “antes”atingir o topo do mastro novamente e “depois”arriá-la.

Descer até o fim do mastro, impedindo-a de to-car o solo.

144 Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa

DIA DA BANDEIRA

19 de novembro é o “Dia da Bandeira”. Nestedia ela é hasteada às 12 horas e arriada às 18horas, hasteando-se, também, todas as Bandei-ras do dispositivo.

DIAS DE HASTEAMENTODA BANDEIRA

Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Naci-onal nos dias de Festa ou de Luto Nacional, emtodas as repartições públicas, nos estabelecimen-tos de ensino, nas empresas de economia mista,nas autarquias e nos sindicatos. Nas escolas, pelomenos uma vez por semana.

DIAS DE FESTA NACIONAL

01 de janeiro – dia da confraternização Universal21 de abril – morte de Tiradentes

01 de maio – dia do Trabalho07 de setembro – proclamação da Independência15 de novembro – proclamação da República25 de dezembro – dia de Natal

Outras datas:

- aniversário do município local, - dia devisitas oficiais (presidentes, governadores,secretários, prefeitos),

- dia de luto nacional (quando decretado porautoridade competente).

HORÁRIO DE HASTEAMENTO

Normalmente hasteia-se a Bandeira Nacional às8:00 horas e arria-se às 18:00 horas.

Observação:Quando a Bandeira permanecer hasteada no perí-odo noturno, deverá estar devidamente iluminada.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 145

DESRESPEITO À BANDEIRA

Apresentá-la em mau estado de conservação, ras-gada, furada, descorada.

Usá-la como roupagem, pano de boca, guarni-ção de mesa, revestimento de tribuna, ou cober-tura de placas, retratos, painéis ou monumentosa inaugurar.

Reproduzí-la em rótulos ou invólucros de pro-dutos expostos à venda.

INCINERAÇÃO DE BANDEIRA

As Bandeiras em mau estado de conservação de-vem ser entregues na Unidade Militar mais pró-xima, para que sejam incineradas, no Dia da Ban-deira, segundo formalidades próprias.

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 145

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I

Salve, lindo pendão da esperança!Salve, símbolo augusto da paz!Tua nobre presença, à lembrança,A grandeza da Pátria, nos traz!

EstribilhoRecebe o afeto que se encerraEm nosso peito juvenil,Querido símbolo da terra,Da amada terra do Brasil!

IIEm teu seio formoso, retratasEste céu de puríssimo azul,A verdura sem par destas matasE o esplendor do Cruzeiro do Sul!

IIIContemplando o teu vulto sagrado,Compreendemos o nosso dever.E o Brasil, por seus filhos, amado,Poderoso e feliz há de ser!

IVSobre a imensa Nação brasileira,Nos momentos de festa ou de dor,Paira sempre, Sagrada Bandeira,Pavilhão da Justiça e do Amor.

HINO À BANDEIRALETRA: OLAVO BILAC

MÚSICA: FRANCISCO BRAGA

HINO À BANDEIRA

146

147

AS ARMAS NACIONAIS

Armas Nacionais é o escudo que deve figurar nos edifícios oficiais do Governo Federal, bem comonos papéis oficiais. Constituído por uma grande estrela de cinco pontas, nas cores verde e amarela,apoiada sobre uma espada. Dentro da estrela se encontra uma esfera azul, em cuja volta se situamas estrelas correspondentes aos estados do Brasil. No seu interior há uma esfera menor, onde seencontram as cinco estrelas que formam o Cruzeiro do Sul.

Rodeando a estrela grande, pelo lado de fora, aparecem dois ramos, na cor verde, um de café eoutro de fumo. Ao pé da estrela, sobre uma fita, está a legenda “República Federativa do Brasil” ea data “15 de novembro” (na extremidade direita) “de 1889” (na extremidade esquerda).

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O SELO NACIONAL

O Selo Nacional é constituído por um círculo representando uma esfera celeste, igual ao que seacha no centro da Bandeira Nacional, tendo em volta os dizeres “República Federativa do Brasil”.

O Selo Nacional é usado para autenticar os atos do Governo e também os diplomas e certificadosexpedidos pelos estabelecimentos de ensino, oficiais ou reconhecidos.

Os Símbolos Nacionais (Bandeira, Hino, Armas e Selo)representam o nosso sentimento de amor e responsa-bilidade para com a Pátria , sendo, portanto, nosso

dever protegê-los para que não sejam desrespeitados.

149

O HINO NACIONAL

O Hino Nacional, assim como a Bandeira, é também um dos símbolos Nacionais.

Foi escrito por Joaquim Osório Duque Estrada e sua música foi composta por Francisco Manoel da Silva.

O Hino Nacional fala de nosso passado heróico, da nossa Independência, da beleza do céu, da grandeza denossas terras, do nosso futuro e também de que estamos sempre dispostos a trabalhar e a lutar pela nossaPátria. Portanto, o vigilante, assim como qualquer outra pessoa, quando estiver participando de uma comemo-ração em que seja executado o Hino Nacional, deverá manter-se em silêncio, de pé, em postura respeitosa ecom a cabeça descoberta (sem chapéu, boné, capacete), demonstrando assim, o respeito para com a Pátria.

HINO NACIONAL BRASILEIRO

Letra de Joaquim Osório Duque EstradaMúsica de Francisco Manoel da Silva

I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante.E o sol da liberdade em raios fúlgidos,Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte

Em teu seio, ó Liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adoradaEntre outras mil,És tu Brasil,Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

II

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garridaTeus risonhos, lindos campos têm mais flores;

“Nossos bosques têm mais vida”“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve!Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula-Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge‘a lutaNem teme, quem te adora, a própria morte.Terra adoradaEntre outras mil,És tu Brasil,Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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DATAS SUGESTIVAS PARA O HASTEAMENTODA BANDEIRA EM NOSSAS SEDES

ESTABELECIMENTOS E INSTITUIÇÕES

Voto – UCB: 90 – 260

Dias Nacionais comemorativos em que devemos hastear a Bandeira Nacional em nossas sedesadministrativas e Instituições. (sugestões)

Janeiro

01 – Dia da Confraternização Universal07 – Dia da Liberdade de Cultos21 – Dia Mundial da Religião

Fevereiro

18 – Dia do início da Semana Nacional Contra Alcoolismo24 – Dia da Promulgação da Primeira Constituição Republicana

Março

07 – Dia Mundial da Oração21 – Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial31 – Dia da Páscoa

Abril

07 – Dia Mundial da Saúde08 – Dia do Desbravador21 – Dia de Tiradentes28 – Dia da Educação

Maio

01 – Dia do Trabalho13 – Dia da Fraternidade Brasileira15 – Dia da Assistência Social

Subsídios para o Departamento de Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa 151

Agosto

05 – Dia Nacional da Saúde25 – Dia do Soldado

Setembro

07 – Dia da Proclamação da Independência30 – Dia da Bíblia

Outubro

15 – Dia do Professor25 – Dia da Democracia

Novembro

15 – Dia da Proclamação da República19 – Dia da Bandeira28 – Dia Nacional de Ação de Graças

Dezembro

10 – Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos25 – Dia do Natal

Obs.: Acrescentar as datas Estaduais e Municipais