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Raízes, valores e tradições CARTILHA 1 SUGESTÕES AOS COMANDANTES DE OM VERSÃO PROVISÓRIA

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Raízes, valores e tradições

CARTILHA 1

SUGESTÕES AOS

COMANDANTES DE OM

VERSÃO

PROVISÓRIA

DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO EXÉRCITO

P R E F Á C I O

Prezado comandante/chefe/diretor,

A Constituição Federal de 1988 dispõe que as Forças Armadas brasileiras são

instituições nacionais permanentes. Em contrapartida, vivemos em um mundo no qual a

transformação é uma constante incontornável. Emerge, então, o seguinte desafio: manter

a instituição Exército Brasileiro permanente frente à sempiterna mudança do mundo.

O Exército Brasileiro, portanto, ciente desse postulado, apresenta por intermédio

da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, sugestões para nortear o

chefe militar na condução de ações que busquem preservar a essência da Instituição, em

outros termos, aquilo que é o mais básico e o mais central: suas mais importantes

características.

Tais características surgem da síntese do conhecimento: de suas raízes históricas e

geográficas, que trazem à memória a gênese da nossa Instituição, com suas contribuições

para a formação da nacionalidade brasileira, inspirando com seus exemplos pretéritos as

ações futuras de seus integrantes; das tradições castrenses que distinguem o espírito

militar que nos anima; e dos valores morais que iluminam o caminho na direção da ética e

da justiça.

A presente cartilha disponibilizará ideias para a sistematização da internalização

das raízes, dos valores e das tradições do Exército Brasileiro junto ao público interno,

cujas ações são, via de regra, conduzidas de forma assistemática pelos comandantes de

organizações militares. Tem, ainda, a auspiciosa pretensão de contagiar a sociedade ao

resgate de valores morais atemporais, marcos civilizatórios hoje tão relativizados no seio

da população brasileira.

Constitui-se, para o comandante/chefe/diretor em todos os níveis, uma ferramenta

útil para o exercício da liderança, permitindo valorizar a dimensão humana, estimular o

espírito de corpo, emular a operacionalidade da tropa e consolidar a integração do

Exército com a sociedade a qual defende.

GENERAL DE DIVISÃO RIYUZO IKEDA

Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército

“É fácil a missão de comandar homens livres, basta mostrar-lhes o caminho do dever.’’ Marechal Luis Osorio

DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO EXÉRCITO

Cartilha 1

SUGESTÕES AOS COMANDANTES DE OM

ÍNDICE

1. Sistemática da internalização das raízes histórico-culturais, dos valores e da

ética castrenses e das tradições militares................................................................ 3

a. Conceitos básicos......................................................... .......................................... 3

b. Fontes de consulta: as cartilhas.................................... .......................................... 5

c. Articulação das publicações......................................... .......................................... 6

d. Boas práticas................................................................ .......................................... 7

2. Temas fundamentais..................................................... .......................................... 11

a. A organização militar e o município de sua sede........ .......................................... 11

b. Patronos, heróis e personalidades militares................ .......................................... 13

c. O Exército e a Nação Brasileira.................................. .......................................... 14

d. Valores e ética militares.............................................. .......................................... 17

3. Acervos históricos e espaços culturais da OM........... .......................................... 18

4. Considerações finais..................................................... .......................................... 19

ANEXO A - Leitura a ser recomendada aos comandados..................................... 20

ANEXO B – Legislação do Exército acerca de espaços e acervos culturais......... 40

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade

suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (grifo nosso)

Constituição Federal/1988, Art. 142

3

SISTEMÁTICA DA INTERNALIZAÇÃO DAS RAÍZES HISTÓRICO-

CULTURAIS, DOS VALORES E DA ÉTICA CASTRENSES E DAS TRADIÇÕES

MILITARES

Conceitos básicos

Raízes histórico-culturais e cultura militar

Os dicionaristas genericamente conceituam o termo “raízes” como componente

vegetal que funcionalmente se presta à fixação, à absorção ou, no sentido figurado, algo

que remete à base, princípio, origem, algo que prende, vínculo ou elo. O termo “cultura”

recebe variadas conceituações que estabelecem um conjunto de conhecimentos

adquiridos, instruções, saberes, símbolos e rituais praticados e valores de uma

organização.

Já a cultura militar é definida como uma forma específica de cultura que serve

para desenvolver a identidade, a sensibilidade, a visão de mundo próprias dos militares e

os valores e atitudes afins às atividades profissionais que são realizadas nas instituições

militares.

Logo, lastreando-se nessas definições, é possível afirmar que as raízes histórico-

culturais alicerçam os conhecimentos construídos, adquiridos e praticados por um povo,

isto é, o início, algo que produz um vínculo originário, representando a gênese de um

elemento cultural de uma nação. As raízes histórico-culturais são as fundações, os pilares

de uma cultura. São os elementos constitutivos da construção histórica e cultural de uma

nação. O termo raízes histórico-culturais remete à história da construção dos elementos

culturais ou das manifestações da cultura da sociedade de uma região ou de um ente,

órgão ou instituição.

Por conseguinte, são as raízes histórico-culturais de nosso Exército que conferem

o significado e o fundamento aos valores ético-morais e às tradições de nossa Instituição.

Tradição e memória

A memória é imprescindível na preservação das raízes culturais, pelo fato de que

os indivíduos necessitam manter viva na mente toda a cultura primordial de seu povo e

está diretamente relacionada ao sentimento de identidade. Aquilo que se constitui em

lembrança virtuosa, positiva, é lembrado e venerado, enquanto as ruins ou pouco

significativas são olvidadas.

No bojo do estudo da memória, há o conceito de tradição, no qual são valorizadas

as práticas ou valores, cujas crenças são conservadoras e invariáveis ao longo do tempo.

4

O historiador Eric Hobsbawm atesta que as tradições podem ter a finalidade de

estabelecer ou simbolizar a coesão social ou as condições de admissão de um grupo;

estabelecer ou legitimar instituições ou relações de autoridade; e buscar a socialização, a

internalização de ideias, sistemas de valores e padrões de comportamento.

Nesse contexto estão as tradições militares, que são construções consagradas pelo

uso e se prestam a manterem vivos os valores morais e cívico-militares como

contrapartida às mudanças de costumes e ideias insurgentes, cujos valores são contrários

aos preconizados pela Instituição.

As raízes histórico-culturais e as tradições militares do Exército serão abordadas

na cartilha 3 - PATRONOS, PATRIARCAS, HERÓIS E PERSONALIDADES

MILITARES e na cartilha 4 - DATAS HISTÓRICAS REPRESENTATIVAS PARA O

EXÉRCITO BRASILEIRO.

Valores

São princípios éticos a partir dos quais as pessoas julgam as situações e as

condutas, e experimentam determinados sentimentos e emoções. Exemplos: civismo,

patriotismo, espírito de corpo, disciplina, hierarquia, lealdade, honestidade, honra. Serão

abordados na cartilha 2 - VALORES E ÉTICA PROFISSIONAL MILITAR.

Internalização

Consiste na adoção ou incorporação inconsciente de certos padrões, ideias,

atitudes, práticas ou valores institucionais, que o indivíduo passa a considerar como seus,

incorporando-os ao modo de ser.

Relações entre os conceitos

Nossas raízes histórico-culturais conferem o firme sustentáculo de nossas tradições

e valores. São elas que mantêm vivas e saudáveis as tradições que nos distinguem como

“brasileiros em armas” e fundamentam a bússola moral internalizada em nossa

personalidade.

5

Fontes de consulta: as cartilhas

Para atuar na internalização das raízes históricas, dos valores e tradições

castrenses, o comandante de OM/instrutor de estabelecimento de ensino dispõe de 5

cartilhas (incluindo esta):

FUNÇÃO CARTILHA DESTINAÇÃO DESCRIÇÃO OBJETIVO

PRO

CEDI

MEN

TAL

Cmt O

M

CARTILHA 1

PROCEDIMENTO:

APLICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS

SUGESTÕES AOS COMANDANTE DE OM

Apresentar um rol de sugestões e boas

práticas para divulgação/internalização dos

valores, raízes históricas e tradições militares

do EB, tanto no âmbitos interno da OM quanto

na circunvizinhança de sua influência. É a

cartilha introdutória e orientadora do uso das

demais.

Cmt O

M

CARTILHA 5

PROCEDIMENTO:

SUGESTÃO DE MODELO

MODELO DE DIVULGAÇÃO DAS RAÍZES,

VALORES E TRADIÇÕES DA OM

Apresentar um modelo de informativo ou

folder para divulgação das RVT da OM e sua

ligação à sociedade local, tanto aos seus

integrantes recém-ingressos quanto Às

comitivas militares e civis em visita à OM.

Complementa a CARTILHA 1.

CON

TEU

DIST

A

Cmt O

M

inst

roto

res

Estb

Ens

CARTILHA 2

CONTEÚDO:

VALORES

VALORES E ÉTICA PROFISSIONAL

MILITAR

Pormenorizar os conceitos acerca de valores

e ética emitidos no Manual de Fundamentos

EB20-MF-10.101: “O Exército Brasileiro” e no

Vade-Mécum de Cerimonial Militar do Exército

“Valores, Deveres e Ética Militares” (VM 10).

Cmt O

M

inst

roto

res

Estb

Ens

CARTILHA 3

CONTEÚDO:

RAÍZES E TRADIÇÕES

PATRONOS, PATRIARCAS, HERÓIS E

PERSONALIDADES MILITARES

Disponibilizar sinopses biográficas dos

patronos, patriarcas e de uma seleção

representativa de heróis e personalidades do

Exército Brasileiro com seus principais feitos,

bem como, a título de sugestão, sua

associação a um conjunto de valores

depreendidos da narrativa histórica dos vultos

apresentados.

Cmt O

M

inst

roto

res

Estb

Ens

CARTILHA 4

CONTEÚDO:

RAÍZES E TRADIÇÕES

DATAS HISTÓRICAS REPRESENTATIVAS

PARA O EXÉRCITO BRASILEIRO

Disponibilizar sínteses de efemérides a serem

proferidas em palestras, elocuções alusivas e

consultas diversas ao longo do ano letivo/de

instrução.

6

Articulação das publicações

Por intermédio desta cartilha, o comandante de OM tem a oportunidade de

consultar sugestões e práticas consagradas na internalização das raízes, valores e

tradições (RVT), para aplicação junto ao público interno, à família militar, à sociedade e

às instituições privadas e públicas de todos as esferas da administração. Essa publicação

articula o uso das demais, que são eminentemente conteudistas. Enquanto a cartilha 2 tem

como tema central os VALORES, as cartilhas 3 e 4 abordam as RAÍZES históricas e as

TRADIÇÕES militares.

A cartilha 5 constitui-se em um apenso da presente cartilha, ao sugerir, baseada em

suas orientações, um modelo de produto de comunicação social para divulgação de sua

OM aos públicos-alvo mencionados anteriormente.

7

Boas práticas

A seguir, serão pontuadas algumas práticas consagradas no âmbito dos instrutores

e comandantes de frações e OM para divulgação e internalização das RVT.

Contextualização

O comandante de organização militar, ao trabalhar com datas e fatos importantes

para o Exército e para sua OM, deverá contextualizá-los segundo seus aspectos históricos.

É essencial que o soldado compreenda a história militar brasileira desde os seus

primórdios, bem como os valores e os princípios arraigados aos grandes heróis e vultos

nacionais, além da gênese de sua OM e onde ela se insere na história do EB e do Brasil.

Incentivo ao hábito de leitura

Cada comandante deve orientar seus subordinados a desenvolver o hábito da

leitura, a fim de capacitá-los à reflexão e à crítica acerca de acontecimentos pretéritos e

atuais, além de aprimorar a oratória.

Na Era do Conhecimento, a disponibilidade de variados meios eletrônicos facilita

sobremaneira o acesso à leitura. Entretanto, faz-se necessário orientar os subordinados na

seleção de obras, a fim de que os enriqueçam no exercício da atividade militar, bem

como, na sedimentação de valores.

É necessária uma seleção criteriosa do rol de obras literárias que vão compor os

“programas de leitura”. Especificamente nessa atividade, é de suma importância planejar

a exposição das resenhas dos textos lidos pelos militares. Tal empreendimento permite

que, no quartel, os subordinados discutam e se posicionem ante a variados temas.

Devidamente orientado, o soldado torna-se um potencial formador de opinião e vetor de

difusão dos valores castrenses, dentro e fora dos aquartelamentos, constituindo-se, nessa

atividade, em eventual multiplicador do poder relativo de combate. No anexo A desta

cartilha, encontra-se disponível um rol de obras sugeridas para os programas de leitura

nas OM.

8

Instruções de História Militar

É fundamental a previsão de instruções de história militar no período de Instrução

de Quadros, visando preservar e divulgar os feitos militares do Brasil, para ampliar o

conhecimento sobre a história da Força e reforçar a coesão e a motivação da tropa. A

história da OM, em particular, deverá ser de conhecimento obrigatório de todos os seus

integrantes. Caso a OM possua denominação histórica, o conhecimento acerca das

pessoas, locais e fato histórico que justifiquem tal denominação devem também ser

conhecidos por seus integrantes.

Fonte: Sítio eletrônico da AMAN ( disponível em http://www.aman.eb.mil.br/).

Preservação do patrimônio histórico-cultural

Os acervos históricos e o patrimônio edificado sob sua administração são por

vezes relegados a uma importância secundária. Entretanto, o patrimônio histórico-cultural

é um valioso instrumento de divulgação da história das OM e do Exército Brasileiro. De

forma silente, informa sobre feitos heroicos e fatos relevantes de nossa história, evocando

nossos valores castrenses. No anexo B desta cartilha consta a lista da legislação vigente

sobre o tema ora tratado.

A criação de espaços culturais nas OM sistematiza a gestão de bens culturais e

facilita a preservação e a divulgação dos valores e das tradições peculiares àquela

unidade, tanto para o público interno quanto externo. É sempre promissora a divulgação

dos espaços culturais junto às escolas e outras instituições culturais, mostrando-se

promissora, inclusive, a adoção de visitas guiadas a essas dependências. Mais à frente, os

espaços culturais serão especificamente abordados.

Espaço Cultural Vasco Alves, do 7º Regimento de Cavalaria Mecanizado (disponível em http://www.portaldacultura.eb.mil.br/conheca-os-espacos-culturais).

9

Linha do tempo

Sugere-se ainda que cada OM apresente (em complemento às sinopses históricas

de suas organizações militares constantes dos seus sítios eletrônicos) uma linha do

tempo, na qual constem seus principais fatos históricos e datas, a saber:

- data da criação, com respectivo nome histórico, documento de criação e sede (se

houver);

- datas de mudanças de sede;

- datas dos conflitos armados (internos ou externos) que porventura tenha

participado;

- datas de mudança de denominação e menção do documento que determinou;

- datas das efemérides que tenha participado;

- datas de mudança de subordinação e menção do documento que determinou; e

- outras datas importantes para OM dignas de nota.

A proposta em pauta pode ser complementada, conforme a viabilidade, com a

exposição da linha do tempo fisicamente no seu espaço cultural, por intermédio de

painéis, quadros, etc.

Em ambos os casos, recomenda-se privilegiar a facilidade de acesso pelo visitante

e a intuitiva comunicação visual da história da OM, conforme a sugestão a seguir:

10

Circuitos culturais

Realizar “circuitos culturais” com seus subordinados nas cidades-sede das OM é

uma forma eficaz de contribuir para a adaptação dos militares transferidos e recém-

chegados à guarnição. Sugere-se a realização uma visita guiada, com a participação da

família do militar, no intuito de informar a importância histórica de sua OM, por

intermédio da verificação in loco dos principais sítios e monumentos históricos da sede.

Fonte: Sítio eletrônico do Exército Brasileiro (disponível em: http://

http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/escola-dinamarquesa-visitou-o-forte-de-copacabana-em-busca-de-conhecimento-historico-sobre-o-brasil).

Estreitamento de laços com estabelecimentos de ensino civis

A simples presença de alunos e professores de escolas públicas e privadas em

eventos cívicos nos quartéis, já se constitui em poderoso intrumento de divulgação de

valores. Devem ser incentivadas as ligações com estabelecimentos de ensino que se

localizam na circunvizinhança da OM, convidando-os à participação em visitas e em

eventos no quartel. Tal empreendimento, quando conduzido de forma adequada, provoca

um impacto positivo, tanto nos docentes, quanto nos alunos de todas as idades.

Fonte: Sítio eletrônico do Exército Brasileiro (disponível em: http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/9-bi-mtz-sd-por-um-dia)

Para tanto, o oficial de comunicação social da OM deverá ser orientado no sentido

de que deve incorporar a transmissão de valores e o conhecimento acerca das raízes

históricas às atividades previstas no Plano de Comunicação Social da OM. Passeios de

estudantes do tipo “um dia no quartel” são sempre muito eficazes nesse intento. Os

valores “civismo” e “patriotismo” podem ser explorados nessas oportunidades.

11

TEMAS FUNDAMENTAIS

A organização militar e o município de sua sede

Todo comandante tem como dever, inerente ao cargo que ocupa, conhecer a

história de sua organização militar e do município onde sua OM está sediada.

Tal conhecimento redundará em ações que farão com que seus comandados

exaltem os feitos daqueles que participaram da construção de tal história, criando laços de

pertencimento à organização e, por via de consequência, ao Exército Brasileiro.

Conhecer a história da OM começa pela compreensão da sequência dos

acontecimentos históricos que a conformaram. A principal fonte é encontrada nos

boletins internos da OM. O levantamento dos fatos narrados nos periódicos locais

também são de grande valia. Feito isto, passa-se à etapa seguinte, que é a composição da

narrativa histórica da organização, síntese dos principais feitos e fatos. Esta narrativa

normalmente encontra-se disponível em um documento de poucas páginas intitulado

“histórico da OM”. Não confundir com o documento oficial que em determinada

periodicidade é enviado ao Arquivo Histórico do Exército (AHEx) e que relata os

acontecimentos relevantes, mas normalmente corriqueiros, ocorridos no período.

Concluído o estudo do histórico da OM, o passo subsequente é a sua apresentação

por símbolos, que podem ser expressos no distintivo de organização militar (DOM), na

bandeira-insígnia (Band-Insig) do comandante e na canção. Algumas organizações

possuem, ainda, denominação e estandarte históricos.

A denominação histórica (DH), para as OM que satisfizerem as condições para tê-

la, liga a OM ao contexto histórico da nação brasileira, contribuindo para o fortalecimento

do sentimento de nacionalidade nos seus integrantes.

O estandarte histórico (EH) contém os principais símbolos que levam os integrantes

da OM a recordarem os aspectos mais significativos que compõem a sua existência,

prestando-se à internalização dos valores institucionais, a saber: amor à profissão, espírito

de corpo, civismo, coragem, aprimoramento técnico-profissional, patriotismo e fé na

missão. A composição heráldica de seus elementos artísticos, ligada aos valores e

tradições ali representados, deve ser esclarecida pelo comandante aos seus subordinados.

E a canção da OM, com sua linguagem poética, relembra os feitos e fatos passados

e abre um campo de possibilidades para o futuro, a inspirar a ação de seus

integrantes. Em conjunto com os demais elementos citados, consubstanciará o espírito da

organização. A memorização da melodia e o entendimento de sua letra remeterão à

massificação de valores e à memorização das passagens mais emblemáticas de sua

missão, características e história, concorrendo para a evocação de exemplos a serem

explorados na disseminação de valores castrenses. As canções das OM constituem-se, em

última análise, em um valioso instrumento para sedimentação do espírito de corpo no

âmbito de seus integrantes.

12

Ao longo da carreira, deparamo-nos, com ex-militares que demonstram o orgulho

que têm das organizações em que prestaram serviço militar obrigatório pela lembrança

das suas canções, as quais efusivamente entoam nas solenidades dedicadas aos

reservistas.

A obtenção oficial dessas honrarias (nas quais se pode incluir a autorização do uso

de uniformes históricos) são decorrentes da concessão do comandante do Exército, após a

realização de estudo fundamentado a cargo da OM. Sua tramitação se faz via canal de

comando, sendo tecnicamente apreciada pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural

do Exército (DPHCEx), segundo critérios e exigências previstos em portarias específicas

para essas outorgas.

Independentemente do tempo em que uma OM esteja sediada em dado município,

sua integração à comunidade local é um fator de importância capital na eficácia da

transmissão de nossos valores à sociedade. As organizações militares são os principais

agentes multiplicadores dos valores do Exército nos mais recônditos rincões de nosso

país.

Uma parte significativa dos homens que integram os pelotões especiais de fronteira e outras organizações militares espalhadas pela Amazônia brasileira é constituída por soldados de origem indígena. (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=XiimXLxJL-w).

Cavaleiros do Piquete "Alma Gaúcha", representados pelos militares do 29º BIB, na cerimônia da chegada da Chama Crioula, que simboliza o apego do gaúcho a sua terra (disponível em http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/29-bib-busca-da-chama-crioula).

13

TEMAS FUNDAMENTAIS

Patronos, heróis e personalidades militares

A evocação dos feitos de patronos, heróis e personalidades militares desperta, nos

corações e mentes, a persecução dos bons exemplos. A máxima castrense “a palavra

convence, o exemplo arrasta” constitui-se em verdade insofismável e em autêntico

princípio da liderança militar. Os feitos heroicos desses personagens naturalmente nos

remetem à exaltação de nossas raízes históricas, conferem fundamentos sólidos às

tradições da caserna e projetam no futuro os nossos mais caros valores morais.

São esses personagens, homens de sua época, de todas as classes sociais, raças e

credos, brasileiros, luso-brasileiros e até de outras origens, que corporificam e dão alma

aos valores militares, garantindo ao homem comum que é possível agir segundo os

valores, os deveres e a ética militar.

Dito isso, espera-se que o comandante de OM aproveite todas as oportunidades em

que se dirigir a sua tropa, durante as leituras de elocuções alusivas a efemérides, para

explorar os personagens ligados à data, seus feitos relevantes e, sobretudo, os valores

morais e éticos que se podem depreender da data festiva em questão.

Nesse sentido, o comandante de OM pode subsidiar sua consulta prévia nos demais

compêndios do PRVT, a saber:

- cartilha 3 - Patronos, heróis e personalidades; e

- cartilha 4 - Datas históricas representativas para o Exército Brasileiro.

Particularmente em relação à cartilha 3, o comandante de OM disporá de uma

síntese histórica para cada um dos patronos, patriarcas, e de uma seleção representativa de

heróis e personalidades, cujas trajetórias servem de estímulo e exemplo à formação e ao

constante aperfeiçoamento das características do profissional das armas. Destaque-se,

ainda, ao final de cada síntese biográfica, o conjunto de valores consolidados pela

narrativa histórica de cada um dos vultos apresentados.

O comandante pode, ainda, determinar aos comandantes de subunidade e chefes de

seção que incentivem, no âmbito de seus subordinados, a realização de pesquisas a serem

apresentadas para a fração considerada acerca da vida e dos feitos desses vultos históricos

militares, no intuito de que, em todos os níveis de seu comando, seja promovida a

massificação dos valores militares e a divulgação das nossas raízes históricas.

Além do desenvolvimento de valores morais e éticos, a constante lembrança dos

patronos, dos heróis e das personalidades militares permite consolidar a memória do

Exército Brasileiro e prestar o devido preito àqueles militares que, pelos seus atos

relevantes, hoje figuram no Panteão de Heróis da Pátria e de nosso Exército.

14

TEMAS FUNDAMENTAIS

O Exército e a Nação Brasileira

No processo contínuo de inculcação de valores e preservação da memória, é sempre

oportuno que o comandante esclareça aos seus comandados que as formações da Nação

Brasileira e de seu Exército não se deram de maneira estanque. Pelo contrário, são

processos históricos indissociáveis, que começaram ainda no Brasil Colônia e

progrediram ao longo de cerca de quatro séculos, nos quais o “povo em armas” sempre

esteve intimamente relacionado.

Alguns eventos históricos, dentre tantos, que robustecem essa assertiva são

indeclináveis e devem ser abordados nesse respeitante:

A Batalha dos Guararapes – berço do Exército e forja da nacionalidade

Deve-se sempre rememorar a passagem histórica da expulsão holandesa, em maio de

1645, nos Montes Guararapes, na qual 18 líderes luso-brasileiros assinaram um

compromisso de lutar pela incolumidade de seu território e utilizaram pela primeira vez

no Brasil a palavra “Pátria”. Nesse episódio, ficou patente o papel da caserna como

internalizadora das características nacionais, da formação cívica do povo e da coesão das

etnias formadoras da nacionalidade.

Guararapes, portanto, deve ser evidenciado como marco fundamental da formação de

nossa pátria e de nosso Exército, intimamente amalgamados desde o nascimento e ao

longo de sua história. Como precisamente afirmou o general Lira Tavares: “A

nacionalidade brasileira já nascera na luta contra os holandeses”.

Fonte: História do Brasil.net - A Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela por Victor Meirelles de Lima, (disponível em https://www.historiadobrasil.net/resumos/batalha_guararapes.htm).

A Independência – manutenção da integridade nacional e pacificação

Outro marco histórico da participação de nosso Exército na gênese nacional se deu no

episódio de nossa independência, mais precisamente na pacificação das revoltas que

ocorreram após o Grito do Ipiranga. A integridade nacional foi mantida graças ao poder

aglutinador do Exército capilarizado por todo o território e imbuído do espírito nacional.

O sabre invicto e pacificador de Caxias atuou como construtor e garantidor da unidade

nacional, debelando revoltas e acolhendo os sublevados.

15

A Abolição da Escravatura – por um Exército de homens livres

Já em Guararapes, a presença de negros e índios, ombreando nos combates da “Guerra

Brasílica” contra os holandeses, prenunciava o posicionamento do Exército contra a

escravatura.

Nos campos do Paraguai, a liberdade dos negros foi clamada pela sua bravura,

heroísmo, sangue e vidas imoladas no altar da Pátria, ao lutarem valorosamente, ombro a

ombro com os pardos e brancos, em uma penosa e longa guerra em defesa da integridade

e da soberania brasileiras. Tal fato, contundentemente, influenciou o ideal abolicionista

do Exército.

O próprio Duque de Caxias mostrou-se como destacado pioneiro abolicionista, ao

assegurar a liberdade de 120 lanceiros negros que lutaram durante a Farroupilha (43 anos

antes da Lei Áurea), contrariando determinações imperiais.

Fonte: Blog História Militar - DAROZ, Carlos - LANCEIROS NEGROS: A HISTÓRIA DA TRAIÇÃO FARROUPILHA AOS ESCRAVOS LIBERTOS (disponível em http://darozhistoriamilitar.blogspot.com/2016/12/lanceiros-negros-historia-da-traicao.html).

A contribuição das Forças Armadas foi decisiva para apressar a Lei Áurea. A

Abolição da Escravatura tornou-se inevitável, em 26 de outubro de 1887, em

consequência da petição do Clube Militar à princesa Isabel, no sentido de eximir o

Exército do encargo de capturar escravos fugidos. Esta histórica petição redundou na

recusa do Exército em desempenhar as funções de “capitão do mato” estatal. Joaquim

Nabuco expressa sua repulsa ao posicionamento do Império e em defesa do Exército, com

as célebres afirmações:

A escravidão ainda se reflete sobre o modo pelo qual o governo trata o Exército Brasileiro. O

governo está empregando o nosso Exército em um fim completamente estranho a tudo o que

há de mais nobre para o soldado. O Governo quer empregar os soldados brasileiros como

capitão-do-mato na pega de negros fugidos! Existe profissão mais honrosa do que a do

soldado? Existe profissão mais degradante do que a de capitão-do-mato?

Após essa sucessão de fatos, a escravidão perdeu a sustentação política, como

registrou o marechal Rondon: “E depois disso a Abolição da Escravatura se fez!”

16

A Proclamação da República

Dentre os fatores que concorreram para a Proclamação da República, os mais agudos

orbitavam o posicionamento abolicionista do Exército e a chamada Questão Militar. Este

marco na queda do Império envolveu a punição imposta ao tenente-coronel Sena

Madureira, então comandante da Escola de Tiro de Campo Grande, por ter homenageado

um jangadeiro cearense, Francisco Nascimento, líder de um movimento dos jangadeiros

que se recusava a transportar escravos do Ceará para outras províncias.

Os episódios de proibição de manifestações pela imprensa ao presidente da província

e comandante das Armas do Rio Grande do Sul, general Deodoro da Fonseca, bem como

o caso envolvendo o coronel Cunha Matos evidenciavam a maneira desrespeitosa que a

Coroa tratava o estamento militar da sociedade. Tais fatos se somavam ao desprestígio do

imperador D. Pedro II em relação aos ex-combatentes do Prata.

Enquanto a insatisfação militar crescia, ganhava força no seio da tropa o ideal

republicano. O apoio público dos alunos da Escola Militar da Praia Vermelha a Deodoro

e a Sena Madureira, juntamente ao posicionamento republicano e abolicionista do Clube

Militar, enfraqueciam contundentemente o Império.

Finalmente, em 11 de novembro de 1889, em meio a mais uma crise, personalidades

civis e militares, entre as quais Rui Barbosa, Benjamin Constant, Aristides

Lobo e Quintino Bocaiúva, tentaram convencer Deodoro, figura conservadora e de

prestígio, a liderar o movimento contra a monarquia.

Mais uma vez o Exército Brasileiro, na figura insigne do marechal Deodoro da

Fonseca, alinhado às aspirações de nosso povo, proclamou a República.

Outros eventos de igual magnitude para história e para contínua transformação de

nosso país foram protagonizados pelo Exército Brasileiro, desde o início da República até

os dias atuais, evidenciando que os destinos do Exército e do Brasil sempre estiveram

irremediavelmente entrelaçados (vide cartilhas 3 e 4).

Fonte: Pátria, Honra, Homem e Dever, óleo sobre tela de Jorge Cunha. Disponível em: Revista Verde-Oliva nº 208 – Out/Nov/Dez 2010.

17

TEMAS FUNDAMENTAIS

Valores e ética militares

Os povos que desdenham as virtudes e não se preparam para uma eficaz defesa do seu

território, de seus direitos e de sua honra, expõem-se às investidas dos mais fortes e aos danos

e humilhações consequentes da derrota (Barão do Rio Branco).

Os valores militares são referenciais fixos e axiomáticos, fundamentos imutáveis e

universais. Como manifestações essenciais dos integrantes do Exército, são eles que

embasam o caráter permanente da Força.

A profissão militar, caracterizada pela exigência de inúmeros sacrifícios dos seus

integrantes (inclusive o imperativo de doar a própria vida ou tirar a de outrem, em nome

do estado, para defesa da Pátria) não pode ser exercida sem que seus integrantes estejam

pautados sob a égide de certos princípios que lhes são imprescindíveis: os valores, os

deveres e a ética militares. Esses são conceitos indissociáveis, convergentes e que se

complementam para a obtenção de objetivos institucionais.

Nesse contexto, a preservação dos valores e da ética militares emerge como um

desafio posto ao Exército Brasileiro, inserido em uma sociedade que cada vez mais

relativiza seus próprios valores, códigos éticos e comportamento moral.

Assim, o conjunto das cinco cartilhas RAÍZES, VALORES E TRADIÇÕES

objetiva orientar e sensibilizar os comandantes, por intermédio do aprofundamento do

estudo da história militar e dos elementos subjetivos característicos da vida castrense, ao

contínuo aprimoramento de seus comandados e, subsidiariamente, à influência positiva

nas mentes e corações dos brasileiros em geral. As cartilhas 3 e 4 fornecem o conteúdo

básico para exploração de fatos e personagens históricos dos quais pode se depreender a

evocação de exemplos da aplicação prática dos valores e do cumprimento dos deveres

militares. A cartilha 2, especificamente, apresenta uma base teórica dos fundamentos que

irão servir para construir os conteúdos dos discursos e ações executivas aplicadas ao

discente e à tropa, objetivando a sistematizar o ensino e proporcionar a internalização dos

valores e da ética profissional militar e complementa os conceitos emitidos no:

- Manual de Fundamentos EB20-MF-10.101: “O Exército Brasileiro”; e

- Vade-Mécum de Cerimonial Militar do Exército - Valores, Deveres e Ética

Militares (VM 10).

O preparo do soldado, capacitando-o como instrumento militar, não pode

prescindir da árdua missão de incorporar ao seu comportamento as manifestações

essenciais dos valores militares, bem como fortalecimento das suas convicções

patrióticas, da preservação do seu civismo e do desenvolvimento incansável do apego

ao cumprimento dos deveres e da irrepreensível conduta ética.

Nesse sentido, cada comandante deve atuar incessantemente na introjeção dos

valores morais e éticos, a fim de que esses sejam impassíveis de sofrerem degradações

nos seus significados.

18

ACERVOS HISTÓRICOS E ESPAÇOS CULTURAIS DA OM

Muitas Unidades do Exército são detentoras de acervos históricos como espadas,

canhões, bandeiras, documentos, pinturas, estátuas, entre outros objetos que possuem

forte ligação com a história da OM, e porque não dizer, com a história do Brasil.

Nessa perspectiva, avulta de importância o cuidado com a gestão desse material. O

desconhecimento do valor cultural desses objetos representa indiscutível risco para a

preservação da identidade do Exército e do País. Para tanto, faz-se mister a correta

organização e a exposição do acervo, a fim de conferir uma visibilidade positiva a esse

material, e contribuir para a preservação do patrimônio histórico-cultural, material e

imaterial do Exército Brasileiro. O Plano Estratégico do Exército (PEEx) tem contemplado o desenvolvimento de

projetos de divulgação da cultura institucional, voltado para os públicos interno e externo,

com ênfase no fortalecimento dos valores e tradições por intermédio da pesquisa, estudo e

divulgação da história militar do Brasil. A disseminação de espaços culturais concorre

para que os objetivos de tais projetos sejam alcançados, prestando-se à preservação das

tradições, da memória e dos valores morais, culturais e históricos do Exército e das suas

OM, além de estimular e concretizar o intercâmbio cultural com a sociedade brasileira.

A correta gestão dos acervos históricos e espaços culturais deve ser um objetivo

perseguido por todos os comandantes das OM detentoras desses patrimônios. Como

legatárias e guardiãs de bens tão singulares, essas OM, nas pessoas de seus comandantes,

devem conhecer e aplicar os preceitos da legislação da área cultural e ligar-se, sempre que

necessário, à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx), para

obter o devido assessoramento técnico.

Futuramente, todo acervo histórico, material e imaterial, será catalogado em

plataforma digital do Sistema de Gestão Logística.

Nesse respeitante, vale observar que muitos espaços culturais não são oficializados

perante o Sistema Cultural do Exército (SisCEx). Tal entrave administrativo dificulta sua

gestão, impedindo o recebimento de recursos financeiros específicos para sua

manutenção. Por tal motivo, é necessário que cada comandante de OM envide os

necessários esforços para regularizar, junto ao SisCEx, a existência de acervos e espaços

culturais, segundo a legislação vigente disponível nos sítios eletrônicos desse sistema

(Portal da Cultura e página eletrônica da DPHCEx). À guisa de orientação, segue, no

anexo B desta cartilha, um rol contendo a legislação sobre o tema em questão.

Os militares designados para trabalhar nesses locais, e que estabelecerão contato

com os visitantes, devem ser instruídos e treinados tanto no conhecimento histórico do

local e do acervo quanto no sentido de tratar o visitante com urbanidade, respeito e

cortesia. Sua atuação deve estar em perfeita sinergia com as seções de Comunicação

Social das OM, a fim de que sempre haja a projeção das imagens positivas da OM e do

Exército.

19

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda Instituição busca ser perene no tempo. Esta busca consiste, principalmente,

na manutenção da ordem que foi estabelecida no momento de sua fundação. Não é uma

tarefa fácil, uma vez que esta ordem original está em permanente tensão com a ordem das

situações sociais cambiantes e concretas.

Entende-se por momento de fundação a síntese das formas ordenadoras da

existência, ou seja, das raízes, dos valores e das tradições. Raízes unindo o organismo

verde-oliva ao espaço geográfico Brasil e ao seu povo. Valores, os representativos dos

princípios que chamam à existência e que inspiram os feitos e acontecimentos da ação

futura. E as tradições, o “tesouro” entregue de geração para geração e que harmoniza o

futuro com o passado.

Cabe destacar duas circunstâncias que devem ser computadas em qualquer plano

de ação que tenha por objetivo tornar uma instituição permanente: o tempo e o traço da

psique humana do esquecimento. O tempo é o terreno do movimento e da mudança. Em

outros termos, é inerente ao tempo o processo da mudança, da transformação. O Exército

Brasileiro vive continuamente este processo. Quanto à segunda circunstância, os homens

e mulheres que constituem o corpo do Exército, caso não sejam continuamente postos a

recordar, esquecem o modelo de ordem que estava presente no momento da sua fundação.

Nesse contexto, verifica-se que, basicamente, duas ações destinadas a tornar o

Exército Brasileiro uma instituição permanente devem ser postas em prática,

especialmente pelos comandantes de OM: preservar e recordar. Preservar especificamente

o modelo de ordem original, como identidade existente no passado que se atualiza no

presente e no futuro. E recordar continuamente as raízes, os valores e a tradição que

constituem tal modelo. Em suma, a busca constante da perenização da memória

institucional.

Com o objetivo de sistematizar a internalização das raízes, dos valores e das

tradições do Exército Brasileiro, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do

Exército disponibilizou, nesta e nas 4 outras cartilhas acerca do tema em questão,

sugestões aos comandantes das organizações militares do EB para essa audaciosa

empreitada.

Nesse sentido, a presente cartilha constitui-se em uma ferramenta para desenvolver

o exercício da liderança, valorizar a dimensão humana, fortalecer o espírito de corpo e

consolidar a integração do Exército Brasileiro com a sociedade.

20

Anexo A

LEITURA A SER RECOMENDADA AOS COMANDADOS

Como foi mencionado anteriormente, o incentivo à prática da leitura é uma ação

de comando que trará inúmeros benefícios institucionais. Dentre esses, destaca-se a

ampliação da capacidade crítico-reflexiva, que é fundamental ao exercício da profissão

das armas.

Entretanto, é imperativo que, nesse intento, o comandante de OM oriente seus

subordinados no sentido de que busquem obras literárias capazes de instruir tanto pelo

viés técnico-profissional, quanto nos aspectos ligados aos valores morais e éticos do

soldado. O rol sugerido no presente anexo possibilita o atingimento dos seguintes

objetivos por parte do comandante de OM:

4) Estimular o aprimoramento da competência profissional de seus subordinados,

proporcionando-lhes um contínuo aperfeiçoamento em história geral e da instituição, com

destaque para valores e tradições, servindo de referencial para o cumprimento da missão, seja

individual ou coletiva.

5) Incentivar o hábito da leitura de obras relevantes da literatura nacional, a fim de aperfeiçoar

a oratória através da reflexão sobre acontecimentos passados e presentes, transformando o

público interno em formadores de opinião e vetores de difusão de conhecimento, dentro e fora

do aquartelamento. (PORTARIA Nº 255-EME, DE 4 DE JULHO DE 2016).

A título de sugestão para uso em programas de leitura nas OM, estão listadas,

neste anexo, 84 obras editadas pela Biblioteca do Exército, cujos teores mostram-se

vocacionados aos seguintes públicos:

PÚBLICO-ALVO Nº TEMÁTICA

OFICIAIS-GENERAIS 1

GRANDE

ESTRATÉGIA e

PLANEJAMENTO

OPERACIONAL

VA

LO

RE

S

CORONÉIS COM CPAEX

CORONÉIS SEM CPAEX

2 TENENTES-CORONÉIS

MAJORES AÇÕES TÁTICAS

e

AÇÕES DE COMBATE CAPITÃES COM CAO 3

CAPITÃES SEM CAO 4

AÇÕES DE COMBATE

e

BIOGRAFIAS

OFICIAIS SUBALTERNOS (EXCETO QAO)

OFICIAIS QAO 5

SUBTENENTES COM CHQAO

SUBTENENTES SEM CHQAO

6 1º SGT

2º SGT COM CAS

2º SGT SEM CAS 7

3º SGT

ALU ESTB ENS DE FORMAÇÃO (NÍVEL

OFICIAL) 8

ALU ESTB ENS DE FORMAÇÃO (NÍVEL

PRAÇA), CABOS e SOLDADOS 9

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Ação das pequenas unidades alemãs na Campanha da Rússia(*) Estados Unidos. Army (1939-1945) Esta pequena coletânea de operações militares executadas por batalhões, companhias e frações menores, em ações geralmente isoladas com ou sem o reforço e apoio, permanece válida para estudo, apesar das modificações doutrinárias dos últimos quarenta anos.

1 3 6 8 9

A Arte da Guerra(*) Sun-Tzu 2003 (2. ed.) O maior tratado de guerra de todos os tempos em sua versão completa em português. 'A Arte da Guerra' é sem dúvida a ―bíblia‖ da estratégia, sendo hoje utilizada amplamente no mundo dos negócios, conquistando pessoas e mercados e constantemente aplicada para solucionar os mais recentes conflitos do nosso dia a dia. Conheça um dos maiores ícones da estratégia dos últimos 2.500 anos.

1 2 3

A arte de ser chefe(*) Courtois, Gaston 2012 Obra-prima da literatura, voltada para o incentivo ao estudo e a prática da liderança. Destinado, sobretudo, ao universo dos leitores militares de todos os postos e graduações, o presente trabalho é um verdadeiro manual sobre a arte de chefiar. O autor, Gaston Courtois, renomado romancista e poeta francês, legou uma obra de profundo interesse para os que se dedicam ao estudo da aplicação, desempenho e dedicação das regras, ou da teoria, da arte de ser um verdadeiro chefe, seja ele civil ou militar e em qualquer nível de comando.

1

2 3 4 5 6 7 8 9

Cannæ e nossas batalhas: ensaios à luz das ideias schieffenianas Wiederspahn, Henrique Oscar 2002 (2. ed.) O autor analisa aspectos doutrinários da guerra, refletindo que os preceitos existidos na Europa não se aplicam aos sul-americanos. A obra compara a Batalha Cannæ (206 A.C) com as batalhas de Tuiuti e de Avaí, objetivando evidenciar a aplicação de princípios fundamentais. Os ensaios que compõem o livro valem como estudos informativos e inteligentes de campanhas militares.

1 2 3 8

Um Capitão de Infantaria da FEB(*) Campello, Ruy Leal 1999 O livro relata o desempenho do capitão Valdir Moreira Sampaio, determinado condutor de homens, em toda a Campanha da FEB na Itália, destacando a sua atuação em combate na tomada de Monte Castello.

2 3 8 9

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Cenas da nova ordem mundial Coutinho, Sergio Augusto de Avelar 2010 Trata-se de uma recapitulação sucinta do Movimento Comunista Internacional e da atuação de suas correntes no Brasil. Oferece-nos um diagnóstico das maneiras pelas quais, atualmente, elas vêm avançando pela denominada ―via pacífica‖, aproveitando-se da passividade da sociedade brasileira, a fim de tomar o poder. Obra adequada em razão do atual momento político pelo qual atravessa o Brasil.

2 3

Missão Militar Francesa de Instrução junto ao Exército Brasileiro Malan, Alfredo Souto 2018 O sucesso francês na Primeira Guerra Mundial motivou o governo brasileiro a promover a Missão Militar Francesa, consistente na vinda de oficiais franceses, estudiosos da doutrina militar, chefiados pelo general Gamelin, para fundar as bases de reestruturação/modernização da organização e emprego do Exército Brasileiro. O coronel Malan registra a evolução da doutrina militar brasileira no período (1920-1940), conectando-a aos acontecimentos históricos do período.

1 2 3

O choque do Islã: Séculos XVIII – XXI (*) Ferro, Marc 2008 Será este choque um desafio que o Islamismo lança ao Ocidente ou, de modo mais abrangente, o regresso de um Islã que nunca imaginamos ou conhecemos? Esta é a questão a que Marc Ferro se propõe responder em um ensaio esclarecedor e muito atual que dialoga com diversas vozes do Islão e as confronta. Atentando na dicotomia modernizar o Islã/islamizar a modernidade, Ferro analisa em profundidade o medo do futuro tal como é sentido pelas sociedades islâmicas (provocado sobretudo pela mundialização e pelos perigos que o Ocidente representa) e os diversos caminhos percorridos pelos Estados árabes para o combaterem.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Comando supremo: soldados, estadistas e liderança em tempo de guerra Cohen, Eliot A. 2004 A obra estuda características gerais dos líderes e enfatiza as relações entre a liderança política e a militar. Retrata também, o proceder de Lincoln, Clemenceau, Churchill, Ben Gurion, analisando seus relacionamentos com suas lideranças militares. O autor aborda momentos contemporâneos, culminando com as guerras do Vietnã, do Golfo, da Somália e do Kosovo.

1 2 3 8

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Combate de paz Moreira, Luciano Rodrigues 2011 Obra muito interessante por registrar de maneira informal a rotina do autor no comando de um pelotão integrante do contingente brasileiro de Forças de Paz da ONU, no Haiti. Trata-se de uma leitura digna de atenção particularmente para o público jovem, graduados e tenentes. Apresenta no seu fecho uma profissão de fé militar.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Combinação das armas: a guerra no século XX House, Jonathan M. O autor trata da evolução doutrinária e organizacional das Forças Terrestres, ao longo do século XX. Trata-se de uma abrangente e instigante análise sobre a evolução do emprego das armas no campo de batalha.

1 2 3 8

A Conduta da Guerra (*) Fuller, John Frederick Charles 2002 A obra faz uma análise das influências e impressões que os fatos políticos, econômicos e sociais exercem sobre as conflagrações. O autor examina o modo pelo qual as guerras foram conduzidas em relação às grandes revoluções, que se produziram no mundo depois de 1789. Tem relevo neste trabalho, a apresentação das teorias de Clausewitz e análise das figuras de Moltke, Foch, Bloch e os apêndices que são documentos preciosos.

1 2 3

Construtores da Estratégia Moderna Paret, Peter 2015 - 2016 2 v. Obra constituída de 28 ensaios que cobrem a construção da estratégia desde a Renascença; passando por Frederico, o Grande, Napoleão, Clausewitz, Liddell Hart e De Gaule; para desaguar no estudo das guerras convencionais e revolucionárias em plena era nuclear. O trabalho ora reeditado foi considerado o marco inicial na evolução e na aceitação da arte estratégica como disciplina acadêmica.

1 2 3

Das virtudes militares(*) Schirmer, Pedro 2007 (2. ed.) Discorrendo com desenvoltura e em estilo escorreito e agradável à leitura, apresenta, de forma simples, uma enumeração didática das virtudes militares, acompanhada de cuidadosa apreciação explicativa, onde bem caracteriza o significado de cada uma delas. Completa tão perfeito quadro com fatos citações históricas selecionadas com a sensibilidade de poeta e de conhecedor profundo da história.

1 2

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Da Casa do trem à AMAN Braga, Gustavo Lisboa 2011 Obra cujo objetivo, nas palavras do autor, ―visa à preservação da história da Escola Militar, tanto a do passado – Casa do Trem, Largo de São Francisco, Praia Vermelha e Realengo – quanto da atual Academia Militar das Agulhas Negras". Aqueles que um dia foram cadetes, ao examinarem essa obra, substituirão as suas próprias lembranças pelas narradas e vivenciadas pelo autor.

1 2 3 4 8

Democracia pela força Hippel, Karin Von 2003 O livro examina quatro intervenções patrocinadas pelos EUA (Panamá, Somália, Haiti e Bósnia), focalizando os esforços para a reconstrução do Estado depois da intervenção militar. A presente publicação pretende proporcionar um melhor entendimento dos sucessos e fracassos da política dos EUA, estratégias de reconstrução e condições de intervenção e da formação da nacionalidade bem-sucedidas.

1 2 3

O Dia D: 6 de junho de 1944(*) Ambrose, Stephen E. 1997 Este livro foi baseado em relatos orais e escritos a partir de fatos verídicos, testemunhados por homens que participaram da invasão da Normandia (6 de junho de 1944), constituindo-se na mais completa coleção de memórias de que se tem notícia e foi baseado nos 1.400 relatos compilados pelo Eisenhower Center for American Studies. O desejo de Ambrose foi concluir o livro a tempo de coincidir com o 50º aniversário da invasão da Normandia. O então general Eisenhower, comandante Supremo das Forças Aliadas, ao ser entrevistado por Ambrose, declarou que a batalha do Dia D demonstrou ao mundo o triunfo da democracia sobre o nazismo e o fascismo.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Diálogos sobre o comando Maurois, André 1996 Fundamenta-se na histórica odisseia da França na Primeira Guerra Mundial, colocando em foco as complexas e delicadas questões de comando e liderança, do exercício da autoridade e da liberdade no âmbito das nações. Temas relevantes como governo civil em tempo de crise, chefia militar em tempo de paz e relacionamento entre civis e militares, tornam a obra uma valiosa contribuição para a formação da mentalidade dos futuros chefes militares e líderes políticos.

1 2 3

A diplomacia do interesse nacional Cíntia Vieira Souto 2013 Fundamentado em ampla pesquisa documental, com destaque para as principais conquistas da diplomacia brasileira durante o governo do presidente Médici, o livro apresenta a descrição analítica da política externa formulada naquele período. Constitui-se em valiosa contribuição para o restabelecimento da verdade histórica no que se refere aos extraordinários serviços prestados à nação, pelos principais condutores das relações exteriores brasileiras, no período de 1969 a 1974.

1 2 3 8

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Do Recôncavo aos Guararapes Souza Júnior, Antônio de 1998 – 2 ed. Obra reeditada em comemoração aos 350 anos da vitória das armas brasileiras sobre as holandesas na Primeira Batalha dos Guararapes. O livro é de fundamental interesse para os estudiosos de história militar brasileira. Descreve as estratégias e táticas empregadas na Batalha, apresentando de maneira detalhada os efetivos em confronto, bem como documentos e relatórios nacionais e holandeses sobre as duas Batalhas de Guararapes.

4 5 6 7 8 9

Duque de Ferro: novos aspectos da figura de Caxias Moraes, Eugenio Vilhena de 2003 A Biblioteca do Exército reuniu nesta obra duas outras do mesmo autor que retratou a vida e as ações militares de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. É composta por textos escritos em diferentes momentos, guardando, entretanto, sua unidade, a qual é facilitada pela própria temática. Não se trata de uma biografia, mas de episódios da vida de Caxias, corretamente inseridos no conjunto de sua época.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

ECEME – A Escola do Método. Um século pensando o Exército(*) Escola de Comando e Estado-Maior do Exército 2005 Esta obra trata do surgimento dos estados-maiores no mundo e no Brasil, preenche uma lacuna de inestimável valor na bibliografia castrense e será de imenso significado para todos os brasileiros que desejarem conhecer a vida na Escola, como se processou a evolução do ensino na formação dos oficiais de Estado-Maior, dos assessores da alta administração do Exército, bem como dos comandantes, chefes e diretores dos órgãos de direção-geral e setorial e das organizações militares que integram a Força Terrestre.

1 2 3

Estratégia: a lógica da guerra e da paz Luttwak, Edward N. 2009 O autor aborda o campo da estratégia militar, nível por nível, do combate tático à grande estratégia. Examina o papel do apoio aéreo na Guerra do Golfo e táticas da Guerra de Kosovo. Explica também como a vitória se transforma em derrota pela superextensão, como a guerra provoca a paz pela exaustão, como a lógica linear comum é destruída. A obra revela a enigmática lógica do fracasso e do sucesso militar, da guerra e da paz.

1 2 3 8

Estudos sobre o combate Picq, Ardantdu 2000 Clássico da história militar francesa. O autor demonstra como a força moral pode exercer influência decisiva no desenrolar das batalhas. A mensagem transmitida é nítida e atual: evoluem os instrumentos de combate, permanece imutável o combatente, e nele o instinto de conservação, o medo. O papel do chefe militar consiste em gerenciar estes instintos, fazendo do homem um soldado.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Exercício do Comando: a chefia e a liderança militares Coutinho, Sérgio Augusto de Avelar 1997 A obra trata da evolução das forças regulares, sua natureza, legislação, transformações ocorridas na organização, na instrução, no armamento e na ordem das batalhas. O livro traz outros fatores distintivos, como a cadeia hierárquica; o processo de promoções; referenciais doutrinários (regulamentos, instruções, manuais); as missões das forças, o profissionalismo militar, a ética, e o preparo dos quadros e da tropa para o cumprimento de seu papel legal e institucional.

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A face da batalha Keegan, John 2000 O objetivo desta obra é mostrar, com a maior fidelidade possível, os horrores do campo de batalha, independentemente dos efeitos do armamento empregado - arco e flecha, armas de fogo, agentes químicos ou outros engenhos bélicos - e como e por que os participantes das refregas nelas ocorridas controlaram o medo, suportaram ferimentos e enfrentaram a morte.

2 3 5 8 9

A FEB pelo seu comandante Moraes, João Baptista Mascarenhas de 2005 Este título nos fornece segundo um plano de conjunto e no quadro da verdade histórica, um relatório da atuação da FEB em território italiano. Revive acontecimentos com a exata delimitação dos feitos militares e justa caracterização de seu papel na manobra geral do V Exército. O zelo linguístico do professor Daltro Santos, pela revisão feita, a torna uma peça literária de elevado valor.

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A FEB por um soldado Silveira, Joaquim Xavier da 2001 A obra esclarece como um jovem e inexperiente soldado viu a guerra de perto, com todas as suas implicações de natureza político-econômica e militar, estratégico-operacionais e táticas, que envolveu o mundo, inclusive o Brasil, no mais complexo fenômeno global do século XX. A obra dispensa maiores apreciações por já pertencer à historiografia sobre a participação da FEB na Campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.

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Frederico o Grande, na arte da guerra Luvaas, Jay - 2001 A obra pretende preencher lacunas ao apresentar uma seleção dos pensamentos e ensinamentos de Frederico o Grande sobre a guerra. Frederico II escreveu para classificar seus próprios pensamentos, para instruir seus subordinados, transmitir a seus sucessores as lições aprendidas pela experiência. A obra é um clássico que dispensa avaliação e sua publicação é de grande valia para a historiografia militar.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Ganhando a guerra Alexander, John B. 2007 O renomado escritor relata na presente obra os novos equipamentos bélicos, alguns já dotados, outros ainda em fase de desenvolvimento, que poderão desempenhar papel determinante nos

conflitos armados do futuro. A principal preocupação do autor é com a guerra contra o

terror, ou o ―mundo pós-onze de setembro,‖ como denomina. Também faz questão de frisar a

―importância da definição do conflito‖, capítulo com que fecha seu livro.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

As grandes decisões estratégicas: II Guerra Mundial EstadosUnidos. Army. Department of the Army. Office of the Chief of Military History 2004 (2. ed.) Desde o início da Segunda Guerra Mundial e após sua conclusão, uma equipe de pesquisadores trabalhava na reunião e seleção de documentos que relatassem a participação do Exército dos EUA no conflito. Com base nas pesquisas, a obra divide-se em vinte capítulos, cada um abordando uma decisão importante da II Grande Guerra. Fonte de inigualável importância e amplitude, o livro constrói uma história para historiadores.

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A Guerra da Coreia: nem vencedores, nem vencidos Sandler, Stanley 2009 Trata-se de um livro de História Militar, que apresenta os antecedentes, as razões e os diferentes procedimentos das forças norte-americanas e norte-coreanas em cada uma das fases da guerra. Discorre, ainda, sobre as conseqüências daquele conflito para a doutrina militar dos EUA e para a história, após a segunda metade do século XX, com destaque para a condução das operações militares.

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A guerra do futuro Alexander, Bevin 1999 Este livro pode ser dividido em duas partes. Na primeira, o autor delineia os caminhos que devem ser trilhados pela única superpotência hegemônica, fornecendo elementos para uma nova doutrina militar norte-americana. Na segunda, recupera as experiências e desventuras da Guerra dos Bôeres, Rebelião Árabe, Revolução Comunista na China, Guerra da Coréia e Guerra do Vietnam, conflitos que resultaram em mudanças significativas nas estratégias militares.

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A Guerra do Iraque Keegan, John 2005 Após a Guerra do Iraque, surgiram duas dúvidas, as quais o autor, procura responder. A primeira é por que a fase militar foi tão rápida? E, a segunda, é como se venceu a estrutura militar de Saddam Hussein com facilidade, uma vez que as forças militares iraquianas já combatiam em guerras contra o Irã e contra a coalizão liderada pelos EUA, na Guerra do Golfo? Acrescente-se, ainda, o emprego de tropa iraquiana em conflitos internos contra as minorias curdas.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

A guerra (que foi possível) pelas Falklands/ Malvinas Souza, César Augusto Nicodemusde 2014 Oferece muitas informações não reveladas ao público em geral, que ajudarão a reformular determinados estereótipos implantados pela mídia de cada um dos contendores à época do conflito. O autor, mais do que elencar cronologicamente os fatos acontecidos, pretende mostrar os motivos pelos quais eles ocorreram.

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A guerra irregular moderna em políticas de defesa e como fenômeno militar(*) Heydte, Friedrich August von der 1990 A narração do autor, dividida em seis partes, se apresenta como uma das mais completas exposições já delineadas sobre o assunto. A guerra irregular, segundo o autor, vem substituindo a guerra convencional, portanto não se prende às leis e às normas internacionais já estabelecidas e que pode eclodir a qualquer momento em qualquer parte do mundo.

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História concisa da Revolução Russa Pipes, Richard 2012 A obra analisa os períodos anteriores e posteriores à Revolução Russa, revendo o assassinato da família Romanov e a política soviética de sufocar etnias, nacionalidades e combater religiões. Resultado de anos de pesquisa, destaca os principais eventos que culminaram na Revolução Russa e os desdobramentos deste importante fato na história do século XX. O livro destaca os principais eventos do sórdido e trágico movimento — tal como foi na realidade e não como parece ter sido, segundo a imaginação daqueles intelectuais, que o consideram uma nobre tentativa de aperfeiçoar a humanidade — e ensina que a autoridade política nunca deve visar os fins ideológicos.

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Homens ou fogo? Marshall, Samuel LymanAtwood 2003 (2. ed.) Neste trabalho pautado em entrevistas a soldados americanos, que participaram da Segunda Guerra Mundial, o autor comprova que apesar da evolução tecnológica dos meios de combate, em casos de guerra, as condições humanas permanecem imutáveis. Demonstra que o controle do medo exige condicionamento do comportamento humano, treinamento, disciplina e comunicação, com a finalidade de sobrepujar o efeito paralisante do combate moderno.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

O Império e os Novos Bárbaros(*) Rufin, Jean-Christophe 1996 A obra enfatiza as relações políticas entre os países e a racionalização da economia mundial. Afirma os sacrifícios que a guerra ideológica e a consolidação dos novos blocos econômicos impuseram à comunidade subdesenvolvida, em consequência da reedição dos fluxos comerciais e financeiros mundiais. O autor desenha um novo mapa do mundo, fornecendo uma chave indispensável para a compreensão da ordem mundial do século XXI.

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A infantaria ataca Rommel, Erwin 2007 O então tenente Rommel combateu em três teatros de operações importantes da Primeira Guerra Mundial: com sua primeira unidade, o 6º Regimento de Infantaria Württemberg, lutou na Bélgica e na França, participando tanto da guerra de movimento quanto da de trincheiras, em especial no combate travado na Floresta da Argonne. Por sua atuação e méritos em combate, Rommel foi condecorado com a Cruz de Ferro, condecoração exclusiva de tempos de guerra.

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Instituto Militar de Engenharia: uma ponte para o futuro Amarante, José Carlos Albano do 2013 Assuntos relacionados com ciência, tecnologia e inovação, aplicados ao ensino, à pesquisa, ao desenvolvimento, à produção e à logística, são expostos nesse livro, cujo ponto focal situa o Instituto Militar de Engenharia (IME), escola considerada como uma das melhores do país, no passado,no presente e no futuro. A obra compõe-se de artigos publicados ao longo dos últimos 20 anos, que espelham o modo de pensar dos autores e coautores. Relata a trajetória do ensino militar de engenharia desde o Brasil Colônia até os dias atuais.

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Iraque: um conflito polêmico Gordon, Michael R.; Trainor, Bernard E. 2010 É um impressionante relato jornalístico investigativo e descreve com fascinantes detalhes como a corrida americana a Bagdá propiciou a oportunidade para a insurgência que se seguiu. Apresenta, ainda, como a consequência brutal não era inevitável, causando surpresa para os generais de ambos os lados. Escrito com o intuito de propiciar uma visão interna das razões que levaram uma campanha militar tão bem-sucedida a criar as condições as quais geraram a insurreição eclodida em seguida. Impõe-se como valiosa contribuição para a historiografia dos conflitos recentes.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Jihad Kepel, Gilles - 2003 O objetivo do autor foi apresentar a história do movimento islâmico, sua organização e principais atividades políticas e militares. Trata-se de um estudo pormenorizado dos últimos quarenta anos da história dos principais países muçulmanos. Gilles Kepel dedica longo capítulo a Osama bin Laden, tornando-o o assunto de maior interesse para o leitor. A obra é extremamente instrutiva e a leitura é agradável, certamente é um dos melhores livros do gênero.

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MacArthur - Lições de Estratégia e de Liderança Kinni, Theodore 2008 Os autores realizaram um ensaio biográfico a partir de outras obras sobre o General Douglas Mac Arthur, além de pesquisas feitas em fontes primárias. O principal atrativo da obra é permitir que as gerações mais novas conheçam um dos mais afamados e competentes chefes militares do século XX, um nome incluído na lista dos grandes capitães da história. A obra ressalta alguns princípios de liderança e chefia ainda válidos nos tempos recentes.

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Manstein - Campanhas e julgamento Paget, Reginald T(*) 1999 Paget através das alternativas do julgamento do marechal de campo Erich Von Manstein, que faz preceder dos aspectos mais relevantes de sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial, convence o leitor, usando uma argumentação repassada de lógica admirável e contundente, sobre a farsa ostensivamente preparada como vindita de vencedores sobre vencidos.

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Marechal Castello Branco: seu pensamento militar Santos, Francisco Ruas 2004 É obra que ressalta a importância de difusão do pensamento militar do marechal Castello Branco, insigne personagem de nossa história militar. Longe de ser definitivo, o presente trabalho traz um apanhado sintético dos principais aspectos da vida daquele que foi, talvez, uma das mais importantes personalidades do século XX, no Brasil.

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A Máscara do Comando(*) Keegan, John - 1999 A Máscara do Comando é um livro acerca de generais: quem foram, como se comportavam, que tipo de liderança assumiram e de que modo é que influenciaram o mundo onde vivemos? Traçando o perfil de quatro generais de indiscutível importância histórica - Alexandre, o Grande, o herói arquetípico, Wellington, o anti-herói, Ulysses Grant, o não-herói, e Adolf Hitler, o falso herói - John Keegan coloca o heroísmo bélico em estreita relação com as exigências políticas de cada época e lugar.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Memórias de um soldado Silva Ernani Ayrosa da 2013 – 2ª ed Os fatos selecionados e narrados pelo autor são experiências de vida que não podem ser esquecidas. O principal objetivo foi narrar suas recordações para os jovens militares ávidos por experiências e estímulos. Pretendeu ainda homenagear os amigos e companheiros de longa jornada vivida intensamente na paz e na guerra. No ano de 1945, o então capitão Ayrosa foi o primeiro oficial brasileiro agraciado com a medalha Silver Star, do Exército americano, por ter, mesmo ferido, continuado em combate na Segunda Guerra Mundial.

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Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil Goes Filho, Synesio Sampaio 2000 Ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil, a crédito de três grandes agentes que definiram, com operosa dedicação, o mapa atual de nossa Pátria. É uma valiosa contribuição à historiografia brasileira. O capítulo sobre os Bandeirantes é síntese notável do que atualmente se conhece sobre o assunto.

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Obsessões patrióticas: origens e projetos de duas escolas de pensamento político do Exército Brasileiro Trevisan, Leonardo N. 2011 A obra é um profundo e lúcido estudo da evolução do ensino militar no Brasil, das suas origens coloniais até a Revolução de 1930, por meio do qual vão surgindo os cenários e os acontecimentos mais importantes da nossa história. Tem indiscutível valor como trabalho acadêmico sobre um tema já abordado por inúmeros autores nacionais e estrangeiros. O autor é graduado em História pela Universidade de São Paulo, além de Mestre e Doutor em História Econômica e Ciências Políticas.

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Uma orientação especial: a política externa norte-americana e sua influência Mead, Walter Russell - 2006 Retrospecto da tradição da política externa dos Estados Unidos da América, tomando como eixo da discussão o motivo pelo qual o seu significado foi tantas vezes minimizado na história do país e no exterior em contraste com evidências de intensa ação. A obra baseia-se em um eixo interpretativo, o de que a sua política externa até o final da guerra fria fundamenta-se em quatro escolas básicas, cada uma delas identificada com o líder político que melhor a simbolizou.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

As Origens da Guerra no Ocidente Dawson, Doyne 1999 A obra traz uma contribuição definitiva à compreensão de um dos aspectos mais preocupantes da cultura ocidental. A abordagem gira em torno de três temas maiores: - o aspecto moral, com a guerra sendo um instrumento da justiça humana e divina; o aspecto internacional, encarando-a como instrumento da política externa; e o aspecto constitucional, em que a guerra aparece como instrumento da política interna.

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Osório: síntese de seu perfil histórico Magalhães, João Batista de 2008 (2. ed.) Edição especial, que contribuirá para a preservação da memória nacional, permitindo a divulgação da vida de um verdadeiro herói nacional, o marechal Osório, com narrativa de seus feitos na sociedade brasileira, em comemoração ao bicentenário de seu nascimento. A grandeza e a magnitude do insigne patrono da Arma de Cavalaria são abordadas neste trabalho literário, por meio de uma narrativa minuciosa e fundamentada em ampla pesquisa e de grande relevância histórica para o Exército.

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Poder mundial: a tecnologia e o domínio dos Estados Unidos no século XXI Friedman, George; Friedman, Meredith 2009 Trata das modificações acarretadas pelo avanço da tecnologia digital na arte da guerra. O ponto central da obra reside na tese de que o encerramento da Primeira Era marca, também, o final de longo período em que armas de fogo de trajetória balística dominou a arte da guerra e constituíram os fundamentos de toda cultura militar, descartando a ideia de que a globalização tornou a guerra inviável. O novo tipo de guerra condenará ao desaparecimento as armas que simbolizam, em terra, mar e ar o apogeu dos meios bélicos da era das munições balísticas.

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Por um Exército Profissional Gaulle, Charles de - 1996 Obra muito citada e, na verdade, pouco conhecida. O autor, então coronel do Exército francês, nela propunha antes a Segunda Guerra Mundial, uma alternativa de organização para o seu Exército - a ―qualidade‖ de uma força profissional, altamente adestrada e bem equipada e a ―qualidade‖ de forças de reserva e orienta a formação do serviço militar obrigatório, para mobilização.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Psicologia militar Kennedy, Carrie H.; Zillmer, Eric A. (Org.) 2009 Obra de grande atualidade, pois analisa os conflitos das duas últimas décadas e os seus desdobramentos psicológicos. Considera os novos desafios colocados aos militares após o fim da Guerra Fria e da Guerra do Golfo, notadamente os ataques terroristas, o uso de armas químicas e biológicas, as missões de paz, mostrando que com essa mudança de paradigma, "o panorama do campo da psicologia militar mudou igualmente".

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Querido Haiti: uma missão de paz Kettner, Joanine 2013 A obra é um registro de impressões e sensações da autora, 1º tenente do Quadro de Saúde do Exército, no desempenho de funções junto ao 13º contingente da Companhia de Engenharia, no Haiti. compõe-se de relatos criativos, inteligentes, sensíveis e estimulantes para a leitura, além de contribuir significativamente para o número de integrantes do segmento feminino cada vez maior na Força Terrestre.

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Quinhentos anos de história do Brasil Frota, Guilherme de Andrea 2000 Esta obra faz a síntese dos episódios que marcaram a evolução da nação brasileira, desde as origens portuguesas à atualidade, acessível ao grande público, procurando interpretar o passado para melhor entender o presente e construir uma consciência democrática.

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A rebelião das massas Ortega y Gasset, José 2006 Obra que marcou época e provocou críticas, comentários e reflexões. É um diagnóstico das mazelas da sociedade industrial. O autor afirma que ela preexiste à associação, à convivência, ao contrato. Por isso, prevê a formação da coletividade europeia – antecipando-se à União Europeia. A denúncia de uma ―rebelião das massas‖ fez com que Ortega fosse acusado de elitista e individualista, afirmações que se invalidarão após a leitura cuidadosa de sua obra.

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A restauração de Portugal e do Brasil José Gerardo Barbosa Pereira 2004 A obra apresenta a biografia de Francisco Barreto de Menezes no contexto das guerras de restauração e de expulsão dos holandeses, bem como, seu desempenho no Governo do Estado do Brasil e na presidência da Junta de Comércio do Reino. O trabalho abrange um conjunto de perfis de governadores, chefes políticos e militares da administração portuguesa. Apresenta um apêndice contendo textos documentais relevantes para conhecimento de seu biografado.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

A Revolução Gramscista no Ocidente Coutinho, Sérgio 2012 Síntese didática da teoria Gramscista para a implantação da nova ordem socialista Marxista. Apresenta um extrato seletivo do exposto por Gramsci no seu livro ―Cadernos do Cárcere‖ de onde extraiu e colocou em uma linguagem mais clara os trechos pertinentes da sua estratégia e táticas revolucionárias. O valor do trabalho está no fato de colocar ao alcance do leitor comum uma teoria revolucionária de difícil compreensão, embora lógica. Trata-se de um estudo inédito cujo valor aumenta extraordinariamente se considerarmos que a tese Gramscista vem orientando a tomada do poder em várias partes do mundo.

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Rondon conta sua vida Viveiros, Esther del 2010 Obra fundamentada nos depoimentos orais feitos pelo próprio marechal Rondon até poucos meses antes do seu falecimento, no ano de 1958, e de seus diários pessoais. Trata-se da biografia do ilustre brasileiro que, em meio século, percorreu 40 mil quilômetros de terras do então temido, inóspito e desconhecido sertão da Região Oeste brasileira. O marechal foi descrito pelo cientista Edgar Roquette Pinto como ―o ideal feito homem‖. A reedição dessa obra traz a oportunidade de se comemorar o centenário do Serviço de Proteção ao Índio (1910-2010).

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A Sociedade Militar: de 1815 até nossos dias Girardet, Raoul - 2000 Poucas obras terão abordado os variados aspectos da vida militar com igual abrangência, realismo e isenção. E não perde de vista a necessidade que tem a instituição militar de acompanhar a evolução social, política e tecnológica de seu tempo, tanto do preparo para a guerra como nas situações de paz. Em suma, mais do que nunca é o conhecimento a primeira arma do militar moderno.

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Soldados cidadãos: do desembarque do Exército Americano nas praias da Normandia à Batalha das Ardenas. Ambrose, Stephen E. - 2010 Obra onde o autor procura apresentar a Segunda Guerra Mundial, na Frente Ocidental, sob a ótica dos soldados, sargentos e oficiais subalternos norte-americanos que combateram no Teatro de Operações Europeu. Trata da apresentação dos "soldados cidadãos" que se transformaram nos vitoriosos capitães, tenentes, sargentos e soldados. Quem eram? Como combateram? Como sobreviveram? Por que triunfaram?

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Soldados da Pátria: História do Exército Brasileiro, 1889-1937 McCann, Frank D. 2009 Soldados da Pátria enfoca quase meio século da história do Exército Brasileiro, em uma narrativa que começa com a queda do Império, percorre toda a República Velha e vai até a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937. As campanhas de Canudos, na Bahia (1897), do Contestado, em Santa Catarina/Paraná (1912-15), as rebeliões Tenentistas da década de 1920, a Coluna Prestes (1925/27), a Revolução de 1930 e o levante paulista de 1932 são alguns dos eventos discutidos pelo autor.

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Terrorismo: um retrato Whittaker, David J. (Org.) 2005 Introdução ao estudo do novo fenômeno que preocupa a humanidade: o TERRORISMO INTERNACIONAL. A obra reúne significativa matéria oriunda de estudiosos desse complexo tema que, ora, aflige a humanidade. O autor explora definições, consequências sociológicas e psicológicas, legais e éticas. O título oferece aos leitores novas informações dos processos de atuação do terrorismo mundial em sua tentativa para desgastar a autoridade do Estado constituído.

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Os treze momentos: análise da obra de Sun Tzu Cardoso, Alberto Mendes 1987 O livro é uma prova do valor do Exército para os destinos de sua nação, mais objetivamente, o valor de um general para a eficiência de seus comandos na guerra. Abrange todos os assuntos básicos da preparação para a guerra e de sua condução. Aspectos como o estilo literário, os termos empregados, os costumes mencionados na condução política da guerra, a referência a reinos inimigos e a compreensão das ideias de Sun Tzu.

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O único sobrevivente: o testemunho do soldado que perdeu toda a sua equipe em confronto com a Al-Qaeda nas montanhas do Afeganistão Luttrell, Marcus; Robinson, Patrick 2011 É o testemunho emocionante de um militar de elite da Marinha dos Estados Unidos que enfrentou terroristas nas montanhas do Afeganistão e perdeu todos os companheiros de sua equipe. O livro contém exemplos de virtudes próprias de um soldado, tais como: coragem, camaradagem, lealdade, patriotismo, persistência e dedicação. O tema da obra é especialmente voltado para público jovem de militares dos primeiros postos e graduações.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Sem Rendição: minha guerra de trinta anos Onoda, Hiroo 2016 Trabalho em que o autor narra uma quase epopeia, da qual é o próprio protagonista, com surpreendente detalhamento. Mostra a cultura do povo japonês, a ordem e a disciplina reinante em suas Forças Armadas em meados do século XX e o apego ao cumprimento da missão, a ponto de, no caso em questão, se aproximar de um fanatismo capaz de bloquear o exercício da razão. É um texto único, repleto de peripécia e de aventuras.

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Curso de Ciência Política e Teoria Geral do Estado - Teoria Constitucional e Relações Internacionais Friede, Reis 2015 A formação, o aperfeiçoamento e a capacitação do profissional militar para o desempenho dos cargos de comando, chefia ou direção na estrutura organizacional do Exército Brasileiro, bem como para o assessoramento de alto nível, compreendem, em seu amplo espectro, o aprendizado dos principais preceitos da ordem jurídica vigente insertos na Lei Fundamental e Suprema do Brasil, os quais servem de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas. É uma obra fundamental nos cursos de formação, aperfeiçoamento, altos estudos e política, estratégia e alta administração do Exército.

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Em busca do poder McNeil,William H. 2014 Exposição analítica da evolução da arte da guerra, considerando as diferentes formas de organização política das principais sociedades a partir do ano 1000 D.C. e o extraordinário desenvolvimento do ―negócio da guerra‖ na Europa (até o ano de 1600), culminando na penúltima década do século XX. Expõe, com invulgar profundidade, todos os aspectos relativos às forças armadas ao longo da história.

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Dilemas morais da guerra moderna: Tortura, assassinato e chantagem na era do conflito assimétrico Gross Michael L, 2014 Livro escrito com base na vivência direta do autor na Guerra do Líbano, como civil sob fogo. Levanta questões e dilemas sobre as guerras assimétricas contemporâneas, tais como as contra ocupação, contra o terror e contra regimes desqualificados, cujo contexto se caracteriza pelo emprego de pequenos exércitos em áreas com população civil. Busca responder as questões morais e legais colocadas por líderes políticos, formuladores de políticas, militares, jornalistas, filósofos, advogados, estudantes e cidadãos, quando confronta as diferentes táticas, armas e práticas.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Violência e pacificação no Caribe Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes 2015 Aborda relevantes aspectos da participação de contingentes militares nas operações de paz no Haiti e na República Dominicana e suas consequências para as Forças Armadas. O livro tem como escopo principal o estabelecimento da relação entre diferentes conjunturas políticas com a decisão governamental de participar de ambas as operações e conclui apresentando as aspirações da política externa brasileira em cada um dos casos estudados.

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A paz territorial Gibler,Douglas M. 2015 Importante produção que valoriza o aspecto da ―paz territorial‖ na análise das relações internacionais. Baseia-se em procedimentos da ciência política, inclusive técnica de mensuração quantitativa no gênero das ―matemáticas sociais‖, e dialoga com outros trabalhos apresentados em eventos científicos da área. O livro está no âmbito das estruturas metodológicas e não chega à análise de situações concretas nas quais a teoria pode ser aplicada. Ao fazer referências exaustivas a outras publicações na mesma linha, demonstra, como se trata de um tema em aberto, que a obra em tela se constitui em mais um work in progress.

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Sob Fogo - A morte como hipótese de trabalho Goya, Michael 2016 Obra cujo escopo é o estudo das informações sobre o comportamento do soldado quando submetido às tensões, fadigas e perigos inerentes à guerra. São relatos de quem viveu as condições reais de combate e as estudou metodicamente. A sua publicação aponta para a atualidade dos estudos sobre psicologia do combatente quando submetido à violência do combate.

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A ética do decisor Hude, Henri 2015 Obra que interessa sobremaneira do decisor nos dias de hoje. Ostentar uma ética não é muito difícil; colocá-la em prática, outra história. O desafio para um futuro comandante e dirigente é procurar usá-la, de alto a baixo, em toda a cadeia de comando. O primeiro motivo que vai permitir e fortalecer a realização desse elo é, sem dúvida, uma calma, resoluta e bem fundamentada convicção. O livro foi traduzido do original em francês.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

A Retirada da Laguna Taunay, Visconde de

Em A Retirada da Laguna (1871), o autor reconstitui o célebre episódio da Guerra do Paraguai. Escrito em francês, foi traduzido para o português por seu filho Affonso d' Escragnolle Taunay, historiador e lexicógrafo. O autor escreve no prólogo: "É o assunto deste volume a série de provocações por que passou a expedição brasileira, em operações ao Sul de Mato Grosso, no recuo efetuado desde a Laguna, a três e meia léguas do rio Apa, fronteira do Paraguai, até o Rio Aquidauana, em território brasileiro."

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O passado como prólogo: a importância da história para a profissão militar Murray, Williamson e Sinnreich, Richard Hart 2017 O livro enfatiza a utilidade da história militar para os estrategistas contemporâneos, mesmo considerando a rapidez das mudanças tecnológicas e estratégicas atuais e a visão global do presente.

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Um céu cinzento - A história da aviação na Revolução de 1932 Daróz, Carlos 2017 Em 1932 irrompia em São Paulo um levante político-militar contra o governo de Getúlio Vargas. Sob a bandeira da constitucionalização do país, unidades do Exército Brasileiro sediadas no estado, todo o efetivo da Força Pública de São Paulo e milhares de voluntários partiram para a luta. Nesse cenário, uma nova arma se impunha no seio das Forças Armadas brasileiras: a Aviação. E foi nesse episódio que os aviões de combate foram empregados com intensidade, até então nunca vistas no Brasil.

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A Frente Oriental - do desastre de Dardanelos à vitória final: 1915-1918 Schiavon, Max 2017 Análise dos acontecimentos na Frente Oriental, no contexto da Primeira Guerra Mundial, desde a sua irrupção até o armistício. As operações nessa região foram importantes para vitória dos aliados em seu conflito direto com os alemães na Frente Ocidental.

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OBRAS LITERÁRIAS SUGERIDAS

Revisão da Lei da Anistia - Um contraponto Friede, Reis O livro trata de aspectos históricos, políticos e jurídicos relativos ao controvertido tema da anistia e suas consequências. É um estudo aprofundado e completo sobre a questão, que é bastante discutida no momento atual, em face da constitucionalidade da Lei nº 6.683/79.

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Segurança e Guerra Cibernéticas: o que todos precisam saber Singer, Peter W. e Friedman, Allan 2017 Assunto de grande importância no mundo atual, a guerra cibernética é uma realidade em todos os campos. A defesa contra ela interessa aos agentes do Estado, às empresas, aos estudiosos do tema e até mesmo aos cidadãos comuns.

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Palavras de soldados: os franceses em guerra – 1983-2015 Le Roux, Hubert e Sabbagh, Antoine 2017 Contém diversos relatos sobre o Exército Francês após a Segunda Guerra Mundial, colhidos de combatentes em numerosas operações realizadas no exterior, longe dos olhos da maioria dos cidadãos franceses. Os elementos de tensão, perigo, medo da morte, fadiga física e mental, entre outros, surgiram de forma variada, durante situações de combate recentes e em contextos bem diferentes dos das guerras convencionais. Apresenta as guerras como um fenômeno qualitativamente muito diferente entre si, quando observadas em seu cotidiano e em relação à demais atividades dos militares.

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Dias de Guerra e de Sertão Taunay, Visconde de 2018 O Visconde de Taunay conseguiu, de maneira elegante e clara, transformar um fato histórico e trágico da Guerra da Tríplice Aliança, a expedição que redundou na memorável Retirada da Laguna, em algo fascinante e comovente. Sua riqueza de escrita, própria dos grandes literatos da língua portuguesa, leva o leitor a ter os mais diversos sentimentos, da alegria à tristeza, ao verificar, quando da leitura desta obra, as diversas realidades que Taunay e seus companheiros de farda encontraram, desde sua saída do Rio de Janeiro, então capital do Império, até o longínquo Mato Grosso, para fazerem frente à invasão paraguaia.

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Anexo B

LEGISLAÇÃO DO EXÉRCITO ACERCA DE ESPAÇOS E ACERVOS

CULTURAIS

1 Portaria n° 1.030, de 11 de outubro de 2013 - Instruções Gerais para a Criação,

Denominação, Organização, Funcionamento, Preservação e Extinção de Espaços

Culturais no âmbito do Exército Brasileiro (EB10-IG-01.009).

2 Portaria nº 144 - DECEx, de 18 de agosto de 2015 - Glossário de Termos e

Expressões de Educação e de Cultura do Exército - Edição 2015 (EB60-G-05.001).

3 Portaria nº 463, de 1º de agosto de 2011 - Instruções Gerais para a Destinação de

Material de Emprego Militar de Valor Histórico do Comando do Exército (IG 20-

15).

4 Portaria nº 167 - DECEx, de 12 de setembro de 2016 - Normas para Elaboração,

Aprovação e Execução de Projetos Culturais de Interesse do Exército - habilitação

para o Programa MECENAS (EB60-N-10.001).

5 Portaria nº 1.721 - Cmt Ex, de 26 de dezembro de 2016 - metas globais institucionais

(informação sobre a visitação de espaços culturais).

6 Concessão de honrarias castrenses e de símbolos da cultura militar:

- Denominação Histórica (DH): Port nº 580, de 25 Out 99;

- Estandarte Histórico (EH): Port nº 580, de 25 Out 99;

- Distintivo de OM - Histórico (DOM-H): Port nº 580, de 25 Out 99;

- Uniforme Histórico (UH): Port nº 1424, de 08 Out 15;

- Designação (numeração) Histórica: Port Min. nº 264, de 13 Maio 99;

- Distintivo de OM - Básico (DOM-B): Port nº 530, de 22 Set 99;

- Distintivo de OM - Especial: Port Cmt Ex nº 336, de 11 Jul 07;

- Bandeira-Insígnia: Normas para Feitura das Insígnias de Comando, Chefia ou

Direção - Port Min nº 793, de 4 Jul 80;

- Obra Musical Militar (OMusMil): Port Cmt Ex nº 708, de 22 Jun 16; e

- Denominação Histórica de Local sob a Administração do Exército: Port nº 039, de 12

Jan 96.