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Sumário
Idade Moderna/História Moderna ............................................................................................ 3
As Grandes Navegações....................................................................................................... 5
Pioneirismo Português .................................................................................................. 7
Mercantilismo ......................................................................................................................... 11
O Estado Absolutista ............................................................................................................... 13
Teóricos Do Absolutismo ........................................................................................................ 14
Colonização Da América .................................................................................................... 16
Renascença – Séculos Xiv Ao Xvi ......................................................................................... 19
Renascimento Científico ..................................................................................................... 26
Iluminismo – Século Xviii ......................................................................................................... 33
Fisiocratas E Liberalismo ................................................................................................... 35
Independência Dos Eua...................................................................................................... 38
Revolução Industrial ................................................................................................................. 41
Socialismo Utópico ............................................................................................................... 47
Socialismo Cristão ................................................................................................................ 48
Socialismo Científico Ou Dialético ..................................................................................... 49
Anarquismo ........................................................................................................................... 49
Guerra Da Secessão ............................................................................................................ 50
Unificação Italiana ................................................................................................................ 54
Unificação Alemã .................................................................................................................. 56
Independência Na América Espanhola ................................................................................. 58
Cronologia Das Independências: ....................................................................................... 59
História Do Brasil .................................................................................................................. 61
Brasil Pré – Colonial ............................................................................................................. 61
Capitanias Hereditárias ....................................................................................................... 63
Governos Gerais ................................................................................................................... 64
Invasões Holandesas No Brasil ......................................................................................... 66
Entradas E Bandeiras .......................................................................................................... 68
A Ocupação Do Sul .................................................................................................................. 70
Administração Pombalina .................................................................................................. 71
O Brasil Colônia E A Mão-De-Obra Escrava. .............................................................. 76
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Rebeliões Nativistas ............................................................................................................. 77
Transferência Da Corte Portuguesa Para O Brasil ............................................................. 83
Primeiro Reinado ...................................................................................................................... 89
Reconhecimento Da Independência ................................................................................. 89
Constituição Da Mandioca .................................................................................................. 90
Constituição De 1824 ........................................................................................................... 91
Abdicação De Pedro I .......................................................................................................... 94
Regências .................................................................................................................................. 95
Rebeliões Regenciais ........................................................................................................... 98
Retorno Dos Liberais Ao Poder ...................................................................................... 105
Política De Conciliação ...................................................................................................... 106
A Era Mauá ............................................................................................................................ 107
Imigração ................................................................................................................................. 108
Colonos No Rio Grande Do Sul ........................................................................................... 109
A Queda Do Segundo Império ............................................................................................. 112
Material De Apoio ............................................................................................................... 117
Exercícios De História ....................................................................................................... 118
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ETAPA 2
Fonte: http://cinemahistoriaeducacao.files.wordpress.com/2011/04/davinci.jpg
IDADE MODERNA/HISTÓRIA MODERNA
O termo Idade Moderna, apesar de identificar algo novo ou atual, não se
refere aos nossos tempos, ao século XXI. Ele se refere, historicamente, ao
período compreendido entre os séculos XV e XVIII e foram os europeus desse
tempo que se autodenominaram modernos.
Para alguns historiadores, a Idade Moderna foi um grande período de
transição do mundo medieval feudal para o mundo capitalista e burguês, o qual
se inaugurou entre o fim do século XVIII e início do século XIX.
Assim, na chamada Idade Moderna, coexistiram permanências do mundo
medieval e elementos que formaram as bases do sistema capitalista. A
economia agrária, a persistência das relações de servidão, os privilégios da
nobreza, os valores sociais baseados na tradição, no sangue, e a apropriação
privada do Estado eram aspectos do mundo medieval. Mas, paralelamente,
profundas transformações sociais e culturais ocorriam nesse período de
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transição: mudaram as relações entre os diferentes grupos sociais, as visões
do mundo e as crenças, outras formas de trabalho, de poder.
A Idade Moderna não era essencialmente capitalista e já não era mais
medieval. Mas nada disso aconteceu de repente; os elementos típicos do
feudalismo ainda persistiram, com maior ou menor intensidade e durabilidade,
nas diferentes regiões da Europa, mas as mudanças foram atingindo todos os
campos e trazendo a modernidade.
Mas o que significava ser moderno naquela época?
Ser moderno, segundo os intelectuais dos séculos XV e XVI, era estar em
sintonia com os avanços das ciências e das novas mentalidades.
Era, portanto, não mais acreditar apenas na transcendência, ou seja, na
divindade, mas também na materialidade e individualidade do ser humano;
concebê-lo, enfim, como um ser que possui sonhos, desejos e paixões.
Havia um lugar para Deus naquele mundo, mas o homem agora exigia
também o seu espaço de liberdade para aprender, crescer, enriquecer,
descobrir novas verdades.
A cidade foi o cenário ideal de todas essas transformações. Ali, as
pessoas sentiam-se fortes e livres para alterar o rumo das próprias vidas, longe
da servidão do campo. Ali era possível acompanhar, a cada dia, o ritmo das
mudanças que iam se acelerando, ganhando um novo dinamismo.
Para o homem moderno, sentindo-se no centro de todas as coisas, até o
tempo parecia correr mais depressa, ao contrário daquela visão quase estática
do Período Medieval. Tudo agora parecia possível e realizável.
Constituem aspectos fundamentais desse mundo moderno os processos
de formação dos Estados Nacionais e do absolutismo real: o Renascimento
Cultural e as reformas religiosas; a expansão do comércio e das manufaturas e
a formação de impérios coloniais europeus com a expansão marítima.
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Fonte:
http://antigo.rainhadapaz.com.br/projetos/historia/linha_tempo/moderna/renascimento/textos/esquema/esquema.gif
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Fonte: http://historiacem01.weebly.com/4-bim1.html
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No final da Idade Média, o mundo que os europeus conheciam resumia-
se ao Oriente Médio ao norte da África e às Índias, nome genérico pelo qual
designavam o Extremo Oriente, isto é, leste da Ásia.
Grande parte dos europeus conhecia apenas o Extremo Oriente por meio
de relatos, como o do viajante veneziano Marco Polo, que partiu de sua cidade
em 1271, acompanhando seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.
A América e a Oceania eram totalmente desconhecidas pelos europeus.
Mesmo as informações de que os europeus dispunham sobre muitas das
regiões conhecidas eram imprecisas e estavam repletas de elementos
fantasiosos.
Durante os séculos XV e XVI, exploradores europeus, mas principalmente
portugueses e espanhóis, começaram a aventurar-se pelo “mar desconhecido”,
isto é, pelo Oceano Atlântico e também pelo Pacífico e Índico dando início à
chamada Era das Navegações e Descobrimentos Marítimos.
Fonte: http://historiacem01.weebly.com/4-bim1.html
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Os objetivos
No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias
(pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer
aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes
produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os
burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente.
O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o
Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para
as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha
desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também
lucrar com este interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era
a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso
para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não
encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste
empreendimento, pois significaria novos fiéis.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande
parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio,
poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos.
Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época.
Pioneirismo português
Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a
uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência
em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal.
As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período,
eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal
contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da
burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio
poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos
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náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo um centro de
estudos: a Escola de Sagres.
O processo da expansão marítimo português conjugava os interesses dos
nobres (que buscavam conquistar terras) e da burguesia (ávida por ampliar
seus ganhos).
Cronologia das Conquistas Portuguesas
Em1415 conquistaram Ceuta no Marrocos
Em 1425 conquistaram Ilha da Madeira
Em 1427 conquistaram Açores
Em 1434 conquistaram Guiné e Cabo Bojador.
No reinado de D.João II (1481 – 1495), Bartolomeu Dias dobrou o cabo
da Boa Esperança (1488) e Vasco da Gama chegava finalmente em Calicute
na Índia (1498).
Expansão Marítima Portuguesa
Centralização do poder político nas
mãos do Rei
Nobres ociosos em Portugal, buscam
terras e honra
Monopólio comercial com o Oriente em mãos
dos italianos.
Burguesia forte, aliada do rei –
Revolução de Avís – l385
Portugal banhado por dois mares,
Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo.
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Os portugueses ambicionavam chegar à Índia, terra das especiarias, fonte
de riquezas dos comerciantes italianos de Gênova, Milão e outros centros
comerciais, até então nas mãos de italianos que detinham o controle da
navegação pelo Mar Mediterrâneo.
Os portugueses se valendo do Oceano Atlântico chegavam à mesma
região das especiarias, esse feito dos portugueses foi resultante da
combinação de forças entre o rei e a burguesia, apoiados pela igreja e pela
nobreza.
Em 1492 Cristovão Colombo chegava à América a serviço dos reis de
Espanha, marcando o início do processo de colonização do continente
americano pelos europeus, no Haiti.
A chegada dos espanhóis na América gerou atritos diplomáticos entre a
Espanha e Portugal, a cerca da posse das novas terras, o primeiro tratado a
respeito dos domínios americanos foi a Bula Intercoetera determinada pelo
Papa Alexandre IV (1493), porém Portugal não aceitou a determinação devido
ao fato do Papa ser espanhol e haver prejudicado Portugal.
Em 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas que estabelecia:
“As terras que estiverem a 370 léguas da Ilha da Madeira, serão
propriedade de Portugal, as demais serão da Espanha”. Assim chegava-se a
um acordo entre as duas metrópoles europeias a cerca das colônias na
América
Em 1500 Pedro Álvares Cabral chegava ao Brasil e estabelecia a
posse da terra em nome de Portugal, isso ficou conhecido como
“achamento”. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta",
Cabral continuou o percurso em direção às Índias.
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Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal
potência econômica da época.
Fonte:http://mariliacoltri.blogspot.com.br/2012/08/grandes-navegacoes-e-expansao-maritima.html
Navegações Espanholas
A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste
período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência.
Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a
África, os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês
Cristovão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às
Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas
partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo
tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém
desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de
outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha
atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o
navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um
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continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os
índios da América ( maias, incas e astecas ), os espanhóis começaram
um processo de exploração destes povos, interessados na grande
quantidade de ouro. Além de retirarem as riquezas dos indígenas
americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.
MERCANTILISMO
Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica
adotada na Europa durante o Antigo Regime. O governo absolutista
interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes
governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento
econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade
de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e
respeito internacional.
Podemos citar como principais características do sistema
econômico mercantilista :
Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma
nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo
para os acumular. Além do comércio externo, que trazia moedas para a
economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era
incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico que a
Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da
América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.
Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de
indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais
caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar
manufaturados era certeza de bons lucros.
Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas
para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era
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uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de
moedas para outros países.
Pacto Colonial: as colônias europeias deveriam fazer comércio
apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e
comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa.
Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no
Brasil Colonial.
Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais
do que importar, desta forma entrariam mais moedas do que sairiam,
deixando o país em boa situação financeira.
Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4399/1/ABSOLUTISMO-E-
MERCANTILISMO/Paacutegina1.html
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O ESTADO ABSOLUTISTA
Transformações ocorridas no final da Idade Média:
- Peste Negra;
- Guerra dos cem 100 anos;
- Cruzadas e a abertura do Mar Mediterrâneo ao comércio Ocidental pelos
europeus;
- Crescimento da burguesia e das cidades;
- Enfraquecimento da nobreza;
- Renascença resgatando o homem e a vida terrena;
- Reformas religiosas, enfraquecimento do poder católico sobre a Europa;
- Grandes Navegações, contato com outras culturas;
- Centralização do poder político nas mãos do rei, Portugal, França,
Inglaterra.
Diante destas transformações, que marcaram o início da Idade Moderna,
era necessário o poder político centralizado, para garantir a continuidade das
mudanças em curso, assim surgiram os teóricos do poder absoluto dos reis,
intelectuais, que defendiam o completo controle e poder do rei sobre seus
súditos.
A nobreza havia perdido força e prestígio ao longo dos anos finais da
Idade Média, assim como seus soldados, que passaram a compor o exército
nacional submetido à autoridade do rei. Na França, a igreja católica foi
submetida à autoridade do rei, baseado no princípio de Nação submetida a
uma única autoridade: o rei.
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TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
- Nicolau Maquiavel (1469- 1527) – Escreveu obras em que critica as
divisões e lutas que dilaceraram a Itália: Mandrágora, Discursos sobre a
Década de Tito Lívio e O Príncipe.
Maquiavel defende a centralização
do poder nas mãos dos reis “todos
os fins justificam os meios, os
interesses do Estado devem
sobrepor-se a tudo e a todos”. “Na
política não há ética moral ou
religiosa, há uma ética própria, onde
tudo é válido para garantir o poder”.
Fonte:
http://digitalblue.blogs.sapo.pt/602036.html
- Thomas Hobbes (1588 – 1619) - Em sua obra Leviatã, defende o
princípio de que o Estado deve ser o detentor da autoridade absoluta sobre a
sociedade civil, pois segundo Hobbes, “o homem é o lobo do próprio homem”,
assim - para evitar o caos - é necessário que o Estado detenha todos os
poderes em suas mãos.
- Jacques Bossuet (1627 – 1704) - Autor de Política Resultante da
Sagrada Escritura, apresenta o direito divino dos reis, isto é: “o poder dos reis
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emana de Deus”, assim rebelar-se contra o rei é o mesmo que se rebelar
contra Deus.
- Jean Bodin (1530 – 1596) - Autor de A República, onde segundo esse
teórico, a autoridade do rei não pode ser partilhada, o rei não deve sofrer
restrições de nenhuma outra instituição política, social ou eclesiástica, pois sua
autoridade emana das leis de Deus.
- Hugo Grotius (1583 – 1645) - Escreveu o Direito da Paz e da Guerra,
onde defende o poder ilimitado do rei sobre a sociedade, sem o qual não
haveria paz, mas sim turbulência política e lutas intermináveis pelo poder.
A consolidação do poder absoluto dos reis contou com o apoio
incondicional da burguesia, que tinha a necessidade de uma autoridade forte e
centralizada capaz de submeter os nobres e a igreja, e assim criar as
condições para o desenvolvimento comercial livre das restrições feudais.
Os nobres falidos vão
formar o grupo palaciano (a
corte), dependendo dos
favores do rei, que os
recebe e doa cargos
administrativos a esses
nobres, agora dóceis e
obedientes à autoridade
legítima do rei.
Fonte: http://professor-romeu.zip.net/
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COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
As grandes navegações pelo Atlântico iniciadas pelos portugueses e
seguidas pelos espanhóis, e posteriormente pelos franceses, holandeses e
ingleses, foram inicialmente voltadas para o Oriente, terra das especiarias.
Posteriormente foram direcionadas para a América, devido a descoberta de
ouro no México e depois prata na Bolívia, o que atiçou a corrida colonial dos
europeus para a América.
Colonização Espanhola
Os espanhóis ocuparam toda a América de sul, à norte. Com a
descoberta de ouro no México e prata no Peru, esses pontos passaram a ser o
centro de dominação espanhola durante os séculos XVI e XVII.
A produção colonial foi organizada com mão de obra indígena,
explorando-a de duas formas distintas:
A mão de obra escrava africana na América espanhola ocorreu no Caribe,
onde foi introduzida a escravidão negra para produzir tabaco, algodão e
açúcar.
Organização social da América Espanhola
Chapetones – eram os espanhóis, nascidos na Espanha, ocupavam os
principais cargos administrativos e clericais da colônia;
Criollos – filhos de espanhóis, nascidos na América, grandes
fazendeiros, comerciantes, mineradores, elite intelectual da colônia;
Mestiços – ocupavam cargos intermediários entre os criollos e os índios,
como capataz de uma fazenda de criollo;
1)Mita – índios sorteados na tribo para trabalhar 4 meses nas minas em troca de um salário miserável.
2)Encomienda – índios caçados em tribos distantes, que eram entregues ao colonizador com a função de educá-los, mas os índios passavam a trabalhar como servo nas fazendas e minas.
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Índios – maioria da população, eram explorados e massacrados pelos
colonizadores, os índios eram vistos como animais pelos espanhóis;
Negros – usados nas Antilhas e Caribe, eram a mão de obra em regiões
onde o índio já havia sido dizimado (Cuba, Haiti e São Domingos).
Organização Política e Administrativa da Colônia
Adelantados – Concessões de grandes áreas de terra aos nobres
espanhóis com a missão de colonizar e tornar produtivas suas terras.
Casa de Contratação – Órgão oficial da coroa, com a função de
centralizar a administração e submeter os Capitães Adelantados ao poder do
rei, estabelecidas em Sevilha (1503) e Cádiz (1777), exerciam o controle sobre
o porto único, porto por onde deveriam entrar todas mercadorias trazidas da
América.
Vice-Reino – órgão administrativo com a função de controlar o
contrabando, estava submetido ao Conselho das Índias na Espanha. A
América espanhola foi dividida em 4 Vice–Reinos e 4 Capitanias Gerais, todos
ligados ao governo da Metrópole.
Cabildos e Ayuntamientos – eram Câmaras Municipais, formadas pelos
Criollos, encarregados da administração de vilas e cidades.
Todo o processo de colonização da América ocorreu dentro do sistema
Mercantilista, onde as áreas coloniais produziram artigos tropicais
complementares à economia da Metrópole. Ex: cacau, açúcar, tabaco, ouro
etc.
Colonização Inglesa da América do Norte
O processo de ocupação colonial inglês na América foi retardado devido
as guerras internas, assim como as lutas religiosas, que trouxeram os
Puritanos, expulsos da Inglaterra a se instalarem no norte, onde fundaram a
colônia Nova Inglaterra, no atual estado de Massachusetts, em 1620.
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O processo colonial inglês na América ocorreu de forma distinta em
relação aos sistemas português e espanhol, os ingleses adotaram dois
sistemas muito específicos:
Colônias do Norte ou Colônias de Ocupação:
Formadas por puritanos e outras religiões protestantes, exilados da
Europa, se constituíram de pequenos grupos, produzindo para o autossustento,
que logo passaram a produzir artigos manufaturados. Essas colônias tinham
autonomia administrativa e escolhiam seus administradores entre os colonos. A
coroa inglesa não tinha interesse comercial neste local.
Colônias do Sul ou Colônias de Exploração:
Desenvolveram-se dentro do sistema de Plantation, com mão de obra
escrava negra, produzindo produtos complementares à economia da Inglaterra,
como: algodão, tabaco, açúcar e anil. No sul, a produção se enquadrava dentro
do Sistema Mercantilista.
Colonização Francesa na América
Os franceses iniciaram o processo colonial da América só depois de
resolvidos os conflitos religiosos entre católicos e huguenotes (calvinistas
franceses), assim em 1605 fundaram Port Royal e em 1608 fundaram Quebec
no Canadá.
Todo o processo colonial francês foi coordenado pelos ministros Colbert e
o Cardeal Richelieu (1° ministro). Em 1648 foram enviados 4.000 colonos
católicos para o Canadá. Os protestantes foram proibidos de vir para a
América, com essa medida político–religiosa o governo afastou os colonos com
mais capital e condições de desenvolver a colonização.
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O Canadá não oferecia boas condições climáticas, os colonos desceram
para o sul na busca de terras mais quentes, ocupando terras pertencentes à
coroa inglesa, onde fundaram a Luisiana, gerando choques com os ingleses,
que resultaram nas guerras inter–coloniais:
RENASCENÇA – Séculos XIV ao XVI
Renascimento Cultural
O renascimento cultural surgiu dentro das universidades, com o estudo da
cultura greco-romana, o que desenvolveu uma mentalidade de crítica à cultura
feudal de caráter teocêntrico.
Foi um movimento que caracterizou a transição do feudalismo para a
idade moderna no campo intelectual e artístico, assim observamos que a
cultura renascentista por mais que tenha buscado valorizar o homem
(antropocentrismo) nunca foi um movimento pagão ou ateu, isso fica claro nas
obras, que embora apresentem um caráter dessacralizado, tem como temas
motivos religiosos.
Origens da Renascença
Decadência do sistema feudal - peste negra, rebeliões camponesas,
centralização do poder político, sujeição da igreja ao Estado (França), falência
da nobreza
Cruzadas - crescimento das cidades e da burguesia, economia monetarizada
Escolas Laicas - fora do controle da igreja
Êxodos de Intelectuais Bizantinos - contato com outras culturas; árabe e
bizantina
Desenvolvimento Científico
Invenção da Imprensa – tipógrafo de Gutenberg
A Renascença foi um movimento urbano, onde o desenvolvimento de
uma nova cultura se opunha aos valores feudais ultrapassados.
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A Itália foi o centro e o iniciador desse movimento que ganhou força com
a burguesia como maior agente criador e difusor da nova cultura.
Nas ricas cidades italianas de Gênova, Pisa, Florença, Milão, Veneza e
Roma, onde haviam grandes mercadores ligados ao comércio com o Oriente
pelo Mar Mediterrâneo, se desenvolveu a renascença italiana.
Assim a burguesia rica passa a patrocinar o trabalho dos artistas
renascentistas como forma de impor seus valores estéticos e culturais, esses
patrocinadores ficaram conhecidos como Mecenas.
Renascença Feudalismo
Antropocentrismo Teocentrismo
Individualismo Coletivismo
Razão Fé
Humanismo Espiritualismo
Apego à Vida Fatalismo
Urbano Rural (feudo)
Artistas da Renascença
Giotto – São Francisco Pregando aos Pássaros, Lamento ante Cristo
Morto.
Petrarca – De África, Odes à Laura.
Giovanni Boccaccio – Fiametta, Filiastro e Decameron.
Massaccio - Expulsão de Adão e Eva do Paraíso, Tributo, Distribuição de
Esmolas por São Pedro e Histórias de Ananias.
Sandro Botticelli - Nascimento da Vênus, Alegoria da Primavera, Fallade
e o Centauro.
Leonardo da Vinci - Gioconda (Monalisa), Santa Ceia e Virgem das
Rochas.
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Nicolau Maquiavel - O Príncipe, História de Florença, Discurso sobre a
primeira década de Tito Lívio, Arte da Guerra e Mandrágora.
Rafael Sanzio - Escola de Atenas, Madona Sistina, Retrato de Leão X e
Os Cardeais.
Michelangelo – Capela Sistina, Juízo Final (pintura), Moisés, David,
Escravo acorrentado e Pietá (escultura) e Cúpula da Igreja de São Pedro
(arquitetura).
Donatello – (escultura) Condottiere Gattamelata e David Sobre Golias
Morto.
Renascença Fora da Itália
Com o desenvolvimento das grandes navegações pelo Oceano Atlântico,
a Itália perde sua hegemonia de comércio com a Índia e o Oriente, passando a
sofrer a concorrência de outros países europeus, com isso os mecenas
italianos abandonam a proteção e o financiamento dos artistas. Por outro lado
a Renascença ganha expressão nos demais países burgueses, pois a
renascença só se desenvolveu em países burgueses.
Holanda
Brueguel – O Alquimista, Banquete Nupcial e Os Cegos.
Jeronimus Bosh – As Tentações de Santo Antão, Carroça de Feno,
Jardim das Delícias e A Nave dos Loucos.
Jann e Hubert Der Weyden – O Casal Arnolfi.
Rogier Van Der Eyck – A Descida da Cruz.
Rembrandt - Bom Samaritano e Lição de Anatomia.
Erasmo de Rotherdan – Elogio da Loucura, Adágios e Colóquios.
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Espanha
El Greco - O Enterro do Conde de Orgas, Pentecostes.
Tirso de Molina - Don Juan (teatro).
Miguel de Cervantes – Don Quixote de La Mancha.
Velásquez – As Fiandeiras, As Meninas, Rendição de Breda e Os
Bêbados.
Portugal
Gil Vicente – Auto da Visitação, Auto dos Reis Magos (teatro).
Luis Vaz de Camões – Os Lusíadas.
França
François Rabelais – Gargântua e Pantagruel.
Michel de Montaigne – Ensaios.
Inglaterra
Thomas Morus – Utopia.
Francis Bacon – Nova Atlântida, Novum Organum.
William Shakespeare – Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, Júlio César,
Sonhos de uma Noite de Verão, Rei Lear, Otelo e Henrique VI (teatro).
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A Arte Renascentista
Na medida em que o Renascimento resgata a cultura clássica, greco-
romana, as construções foram influenciadas por características antigas,
adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs
adotando os padrões clássicos e a construção de palácios e mosteiros
seguindo as mesmas bases.
Arquitetura
Os arquitetos renascentistas
perceberam que a origem de construção
clássica estava na geometria euclidiana,
que usava como base de suas obras o
quadrado, aplicando-se a perspectiva,
com o intuito de se obter uma
construção harmônica. Apesar de
racional e antropocêntrica, a arte
renascentista continuou cristã, porém as
novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e -
portanto - pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz
grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base
o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central,
quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas
Escultura
Pode-se dizer que a escultura é a forma de
expressão artística que melhor representa o
renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se
da perspectiva e da proporção geométrica,
destacam-se as figuras humanas, que até então
estavam relegadas a segundo plano, acopladas às
paredes ou capitéis. No Renascimento a escultura
"Praça do castelo de
Vigiano" Bramante --
Lombardia, Itália
"Estátua Equestre"
Donatello -- Piazza
do Santo, Pádua
“Busto de Lourenço de
Médicis" Michelangelo
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ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser
apreciada de todos os ângulos.
Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio,
revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de
proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos.
Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado
refletindo o naturalismo.
Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o
Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e
papas.
Pintura
Duas grandes novidades
marcam a pintura renascentista: a
utilização da perspectiva, através
da qual os artistas conseguem
reproduzir em suas obras,
espaços reais sobre uma
superfície plana, dando a noção
de profundidade e de volume,
ajudados pelo jogo de cores que
permitem destacar na obra os
elementos mais importantes e
obscurecer os elementos
secundários, a variação de cores
frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que
parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, que
possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase
à realidade e maior durabilidade às obras.
Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no
sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que
não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos
"Adão de Albrecht
Dürer, Museu do
Prado -- Madri
MONALISA "Monalisa"
de Leonardo da Vinci,
Museu do Louvre - Paris
25
Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens,
fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou
resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
As obras abaixo são de Antonio Allegri (Corregio) e refletem bem o
espírito do renascimento, caracterizadas por elementos que remontam ao
passado clássico, elementos religiosos e por grande sensualidade, destacando
a perfeição das formas e a beleza do corpo, junto a presença de anjos.
"Danae" Galeria Borghese
"Júpiter e Io"
Kunsthistoric
hes Museum
-- Viena
"Nossa Senhora da
Cesta" national Gallery --
Londres
"Noli me Tangere" Museu
do Prado -- Madri
26
RENASCIMENTO CIENTÍFICO
Com o desenvolvimento da arte, da literatura, um grupo de humanistas
partiu para a pesquisa científica, utilizando a experimentação, a observação,
enfim todas os meios disponíveis de sua época para alargar os conhecimentos
a cerca da natureza, do homem e da astronomia.
A ciência avançou com a Renascença, a religião e as crenças medievais
não conseguiam mais apresentar explicações satisfatórias sobre o universo e
as transformações de seu tempo.
Galileu Galilei - lei da queda dos corpos, princípio da inércia, inventou a
luneta.
Nicolau Copérnico - Sistema heliocêntrico
Johann Kepler – movimento dos planetas
Isaac Newton – leis a cerca da difusão da luz e sobre a gravitação
Giordano Bruno – precursor do materialismo e da liberdade de idéias
André Vesálio – escreveu o primeiro livro de anatomia “Sobre a estrutura
do Corpo Humano”
Miguel Servet e William Harvey – circulação pulmonar, pelas artérias,
retorno do sangue ao coração pelas veias.
O Renascimento científico consagrou o método experimental como
caminho para o conhecimento da realidade. O avanço da pesquisa científica
levou o homem de ciência ao empirismo, ao racionalismo nos séculos XVII e
27
XVIII, promovendo o avanço tecnológico em diversas áreas, onde não era mais
possível explicar a realidade por meio do misticismo medieval.
REFORMA RELIGIOSA
A reforma religiosa representou a primeira ruptura na hegemonia da
igreja católica europeia, abrindo espaço para o surgimento de novas religiões
cristãs.
Fatores da Reforma:
A centralização política, os reis não aceitam a supremacia católica
dentro de seus estados nacionais (França).
Desenvolvimento da burguesia, que passa a rejeitar o princípio de “justo
preço”, estabelecido pelo Tomismo (São Tomás de Aquino), que condenava o
lucro dos banqueiros e dos comerciantes.
A cultura renascentista de valorização do homem e do individualismo
desenvolvido pela burguesia entra em choque com os fundamentos católicos.
A ambição dos nobres feudais sobre terras da igreja, a maior detentora
de terras na Europa.
Religiosos germânicos ressentiam-se do autoritarismo praticado pelos
abades italianos.
Comportamento imoral da igreja.
Venda de indulgências e relíquias sagradas, prática considerada
mundana por algumas ordens religiosas.
A reforma religiosa representou uma resposta teológica às
transformações políticas, sociais e econômicas de seu tempo.
Reforma Luterana - Alemanha
A Alemanha era uma região feudal e atrasada em relação à Itália e à
Espanha no século XVI, uma reunião de 27 estados governados pelo Sacro
28
Império Romano – Germânico, cujo rei Carlos V era espanhol, os nobres
germânicos tinham interesse em afastar o poder político estrangeiro da
Alemanha.
Em l515 o Papa Leão X autorizou a venda de indulgências na Alemanha,
pelo monge Tetzel, com a intenção de arrecadar fundos para construir a
Basílica de São Pedro em Roma.
Martinho Lutero, monge da ordem de Santo Agostinho, iniciou o
movimento de reforma na Alemanha, quando fixou suas 95 teses na catedral
de Wittenberg, repudiando as práticas consideradas
mundanas por Lutero.
Lutero defendia a autoridade dos príncipes e o
direito deles se apoderarem das terras da igreja, isso fez com que um grande
número de cavaleiros e camponeses aderisse a causa defendida por Lutero, os
nobres viam nessa pregação uma forma de se opor ao poder externo (Sacro
Império Romano – Germânico).
Quando surgiram grupos radicais, que defendiam a divisão das terras da
igreja com os camponeses pobres, o caso dos Anabatistas de Thomas Münzer,
Lutero ficou ao lado dos príncipes e incentivou-os a combater os camponeses,
o que resultou em 100 mil camponeses e artesãos mortos, além de Thomas
Münzer, que foi decapitado.
Teses de Wittenberg
Salvação da alma pela fé Negava a autoridade do Papa Negava o culto aos santos Negava a venda de indulgências pela igreja Condenava o celibato clerical Defendia o culto em idioma nacional Defendia a tradução bíblia Defendia o livre arbítrio do homem sobre as escrituras Abolia a confissão com padre Defendia a autoridade dos príncipes
MARTINHO LUTERO
Fonte:
http://educarparacrescer.abril.com.
br/pensadores-da-
educacao/martinho-lutero.shtml
29
O Papa condenou Lutero à excomunhão como herege, o imperador
Carlos V do Sacro Império, convocou a Dieta de Worms, exigindo que Lutero
viesse a se retratar, porém Lutero não cedeu, reafirmou as teses de Wittenberg
perante o rei, contando com o apoio dos príncipes e de grande parte da
população do norte da Alemanha, sendo obrigado pelo rei a se fixar na
Saxônia, onde traduziu a bíblia para o alemão.
O rei do Sacro Império proibiu a expansão do luteranismo na Alemanha
na Dieta de Spira (1529), o que levou os príncipes germânicos a organizar a
Liga Smalkalde de caráter militar, passando a lutar contra o rei, sendo por isso
chamados de protestantes.
Para por fim aos conflitos que mergulharam a Alemanha num banho de
sangue, em 1555 foi assinada a Paz dos Augsburgo, onde o novo rei do Sacro
Império, Fernando VII permitiu a liberdade de credo (religião) na Alemanha.
Consequências da Reforma Luterana
Reforçou a autoridade feudal na Alemanha, onde os príncipes haviam
anexado terras da igreja católica, aumentando seus domínios e poder pessoal.
Fortaleceu a burguesia, que suspendeu o envio de dinheiro para Roma.
Favoreceu o desenvolvimento do luteranismo na Escandinávia.
Incentivou a ação de outros reformadores na Europa.
A Reforma na Suíça
A Suíça havia conquistado sua independência em 1499 em relação ao
Sacro Império Romano-Germânico, foi quando o seguidor de Lutero conhecido
como Ulrich Zwinglio radicalizou sua luta, quando passou a defender a
participação popular no governo, o que resultou em guerra entre católicos e
protestantes encerrada em 1531 com a paz de Kappel, que garantia liberdade
de religião no país.
João Calvino, padre francês, perseguido por defender as ideias luteranas
em seu país de maioria católica, refugiou-se na Suíça onde iniciou sua
30
pregação e lançou as bases de suas ideias no livro “Instituições da Religião
Cristã”.
O calvinismo, como ficou conhecida a pregação do padre João Calvino,
tem como base as teses luteranas, porém o princípio de predestinação passou
a ser apresentado como uma característica da burguesia, onde Calvino
defende: o lucro, o trabalho, a riqueza, a prosperidade como sinais de Deus
para serem seguidas pelos fiéis.
A burguesia de Genebra, onde iniciou a pregação calvinista, rapidamente
aderiu à nova religião, que se identificava com suas práticas econômicas, pois
Calvino era o único reformador, que justificava a acumulação de capitais como
sinal de predestinação ao reino de Deus.
O calvinismo logo encontrou seguidores fora da Suíça como;
Holanda – Calvinismo
Escócia – Presbiterianos
França – Huguenotes
Inglaterra – Puritanos e Quakers
Na Holanda, o calvinismo foi utilizado para justificar as
lutas de independência em relação á Espanha (1581) de
Felipe II, rei católico e seus Tribunais da Inquisição.
O calvinismo foi a primeira religião capitalista, na
medida em que defendia a riqueza, foi a responsável pela
base teológica que incentivou o desenvolvimento econômico
da burguesia que aderiu essa religião.
Reforma Anglicana – Inglaterra
Na Inglaterra do século XVI, o rei Henrique VIII era um rei Absolutista,
porém o Parlamento era o grande árbitro nacional de questões importantes,
31
esse Parlamento era constituído de um grande número de prósperos
burgueses, que se sentiam contrariados em mandar grandes somas em
dinheiro ao Papa em Roma.
Causas da Reforma Anglicana.
A burguesia queria autonomia em relação aos limites impostos pela
igreja católica (censura, justo preço, etc).
Nobres ambicionavam as terras e riquezas da igreja católica na
Inglaterra
O rei Henrique VIII, casado com Catarina de Aragão (espanhola), queria
o divórcio para casar com Ana Bolena.
Nobres e burgueses temiam que a Inglaterra viesse a ser governada
pela Espanha.
Henrique VIII encaminhou seu pedido de divórcio ao Papa Clemente VII,
que o negou, para não perder os benefícios que obtinha da Espanha. Diante da
negação do Papa, o rei da Inglaterra submeteu a votação do Parlamento, os
Atos de Supremacia da Inglaterra, que foram aprovados da seguinte forma:
1) A igreja na Inglaterra seria administrada pelo rei, não cabendo mais se
submeter a autoridade do Papa.
2) Todos os bens materiais como, terras, tributos foram confiscados da
igreja católica, pela coroa da Inglaterra (rei).
3) A nova igreja inglesa, submetida à autoridade única do rei, passa se
chamar Anglicana.
Com a morte de Henrique VIII, subiu ao trono seu filho Eduardo (1547-
1553), que aproximou a igreja Anglicana aos Calvinistas.
Maria Tudor, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão, tentou
restabelecer o catolicismo no país, período marcado por massacres religiosos
(1553-1558).
32
Elizabeth I, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, consolidou a igreja
Anglicana, resultado de elementos católicos e calvinistas (1558-1603).
A reforma anglicana na Inglaterra não seguiu os preceitos teológicos de
outros reformadores, atendeu aos interesses do rei Henrique VIII, à burguesia e
à nobreza que buscavam autonomia em relação as restrições do Papa.
Contra Reforma Católica
A contra reforma católica ganhou forma no Concílio de Trento (1545-l563),
representou a reação da igreja católica diante do crescimento de inúmeras
religiões protestantes por toda a Europa. Os Papas que se destacaram no
processo da contra reforma foram; Paulo II, Paulo IV e Pio V, que passaram a
defender a igreja católica como a única igreja verdadeira de cristo.
Consequências da Contra Reforma Católica
1)Divisão da igreja
2)Fortalecimento dos príncipes protestantes na Alemanha
3)Desenvolvimento da burguesia e do Mercantilismo
4)Guerras religiosas na Europa (1618- 1648)
A contra reforma católica, na medida em que reafirma seus princípios e
negava qualquer verdade nas críticas protestantes, abriu um abismo entre as
igrejas que não aceitam seus dogmas, resultando em guerras e massacres
com justificativa religiosa de ambas as partes.
Assim o Concílio de Trento definiu os dogmas católicos a serem seguidos por
seus fiéis:
Supremacia do Papa Mantém todos os sacramentos condenados pelos protestantes Mantém o celibato clerical Mantém a hierarquia do clero Mantém o culto aos santos, uso de imagens (ícones), venda de indulgências e
obras para a salvação da alma. Criou o Index Prohibitorum Criou os seminários
Cria a Cia. de Jesus – catequese
33
ILUMINISMO – Século XVIII
O Iluminismo foi um movimento intelectual desenvolvido ao longo do
século XVIII pela burguesia na Europa, resultante das transformações em
marcha durante esse período.
A burguesia era a classe social rica e culta da Europa, mas permanecia
marginalizada da participação política devido ao sistema Absolutista de
governo, que garantia todos os direitos e privilégios políticos e sociais aos
nobres e à igreja católica.
Outro aspecto que levou a burguesia a buscar mais participação nas
decisões era a permanência do sistema Mercantilista e a intervenção do
Estado na economia, onde os reis determinavam os preços das mercadorias,
os salários a serem pagos, a qualidade dos produtos e os métodos de
produção.
Segundo a burguesia essa intervenção do Estado na economia só evitava
o avanço e o desenvolvimento da própria sociedade.
O que defendiam os pensadores Iluministas?
1)Restrições do poder real sobre a sociedade.
2)Defendiam um governo regido pelos 3 poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário.
3)Liberdade econômica, sem qualquer intervenção do Estado (governo).
4)Igualdade de direitos jurídicos para todos os homens.
5)Restrições aos privilégios da Igreja.
Os iluministas tinham uma crença: a Razão, como única forma do homem
entender a realidade e assim poder transformá-la.
Com o Iluminismo nasceu o Deísmo, isso é: A crença em Deus, mas por
outro lado o ódio à religião e à igreja, que segundo os iluministas era um
34
instrumento de controle sobre a sociedade para manter o sistema Absolutista e
a resignação do povo.
Foi na Inglaterra que o Iluminismo ganhou forma e seus primeiros
difusores, o mais conhecido foi o filósofo John Locke.
John Locke – escreveu a obra – Segundo Tratado de
Governo Civil, nesta obra o autor defende os direitos
naturais do homem: a vida, a liberdade e a propriedade.
Quanto ao Estado (governo), este só tem uma função,
garantir o funcionamento da sociedade sem ir contra ela,
portanto para Locke o direito de rebelião do povo contra um
governo tirânico é legítimo, é um direito natural.
Embora o Iluminismo tenha nascido na Inglaterra, foi na França, país
Absolutista, que essa filosofia se desenvolveu e ganhou o maior número de
pensadores.
Montesquieu – escreveu Cartas Persas e Espírito das
Leis, onde sistematizou os limites e atribuições dos 3 poderes:
Executivo, Legislativo e Judiciário. Defendia a ideia segundo o
princípio de equilíbrio entre os três poderes e um governo que
respeitasse esse equilíbrio, teríamos assim uma sociedade
onde haveria liberdade e igualdade para todos.
Voltaire – poeta, dramaturgo e crítico, escreveu muitas obras, mas foi
em Cartas Inglesas, onde critica a igreja, chamada por ele de “a infame”, além
das desigualdades sociais reinantes na França dos reis Bourbon.
35
Jean Jacques Rousseau – ao contrário dos demais
iluministas, é um defensor da pequena propriedade e um
crítico da alta burguesia e dos ricos em geral. Rousseau será
o modelo adotado pelos Jacobinos durante a Revolução
Francesa, no período mais radical, conhecido como Terror.
Em sua obra “Do Contrato Social” defende a ideia que o
governante deverá representar a vontade geral da sociedade, segundo o autor
o governante deveria ser escolhido (eleito), assim estaria garantida a liberdade
de escolha.
Essas ideias ganharão seguidores nas camadas populares de Paris, por
serem democráticas.
Jean D´Lambert e Denis Diderot – foram os organizadores da
Enciclopédia, um resumo do pensamento iluminista em todas as áreas do
conhecimento, com 35 volumes, criticava a sociedade e o governo de seu
tempo, foi proibida pelo rei da França, mas continuou sendo editada
clandestinamente.
FISIOCRATAS E LIBERALISMO
As teorias econômicas que surgiram dentro da filosofia Iluminista refletem
os anseios da burguesia do século XVIII e se divide em duas correntes
distintas:
1)Fisiocratas – movimento surgido na França, criticavam o
Mercantilismo e a intervenção do estado no livre jogo da
economia. Os fisiocratas defendiam os agricultores como a única
classe produtiva e a terra como a única fonte de renda permanente.
Os Fisiocratas mais conhecidos foram; Quesnay, Turgot e Gournay, esses
economistas defendiam o seguinte lema; “Deixai fazer, Deixai passar, que o
mundo anda por si”.
2)Liberalismo – desenvolvido por Adam Smith na Inglaterra, considerado
o fundador da economia moderna, era contrário ao Mercantilismo e a qualquer
36
forma de controle do Estado sobre a economia. Considerava o trabalho e não a
terra como a verdadeira fonte de riqueza, em sua obra – Riqueza das Nações,
desenvolveu os fundamentos do capitalismo liberal.
Despotismo Esclarecido
Alguns reis absolutistas de países atrasados da Europa na segunda
metade do século XVIII adotaram alguns aspectos do pensamento iluminista,
promoveram algumas reformas em seus países, mas nunca abriram mão de
seus direitos e privilégios, por outro lado essas reformas tinham a intenção de
garantir a gratidão de seus súditos e evitar revoltas contra seus governos
autoritários.
Prússia – Frederico I promoveu reformas como:
Liberdade de cultos
Ensino de primeiro grau obrigatório
Atraiu os jesuítas, que haviam sido expulsos do reino português, para
acelerar o sistema educacional.
Criou o código jurídico padronizado para toda a Prússia
Proibiu a tortura em todo o país
Promoveu reformas para o desenvolvimento industrial
Rússia – Catarina II, quase nada fez além de muito
prometer, a única liberdade aprovada em seu reinado foi a
religiosa.
Áustria – José II
Aboliu a servidão
Garantiu a igualdade de todos perante a lei
37
Uniformizou a administração
Liberdade de cultos, controle do Estado sobre as religiões
Direito de empregos aos não católicos
Criou universidades
Os déspotas esclarecidos também ficaram conhecidos como Reis
Filósofos, devido as medidas adotadas por eles em seus governos ou pelos
laços de amizade que mantinham com alguns filósofos iluministas.
38
INDEPENDÊNCIA DOS EUA
As 13 colônias, atual EUA, não eram área de interesse da política inglesa
em termos econômicos até século XVIII, foi colonizada no norte por
protestantes radicais, expulsos da Inglaterra e aí passaram a produzir para o
autossustento.
Com o tempo essas colônias tornaram-se concorrentes em relação ao
comércio inglês, aí o início dos choques que resultaram no processo de
independência.
Com o final da Guerra dos 7 anos ( 1756 – 1763) entre Inglaterra e
França, os ingleses saíram vitoriosos e passaram a controlar o Canadá e a
Índia, antigos domínios franceses, mas os cofres ingleses estavam vazios
devido ao esforço de guerra.
Para se recuperar da crise econômica a Inglaterra passou a criar uma
série de impostos e medidas restritivas em relação as suas colônias
americanas.
Decretos ingleses;
Proibição das colônias de produzirem ferro
Proibição das colônias de produzirem tecidos
Taxação de impostos sobre as colônias como; selo, vidro, papel, chá etc.
Limitava a navegação aos limites colônias, para acabar com o comércio
triangular desenvolvido pelas colônias
Proibição da ocupação colonial do Oeste
Sujeição total das colônias ao Pacto Colonial
Centralização da política nas colônias, interventores ingleses como
administradores.
Diante desse clima opressivo os colonos se reuniram em 1774 no
Primeiro Congresso Continental de Filadélfia onde decidiram: “Nenhum imposto
39
sem representação”. Os colonos exigiam o direito de ter um representante no
Parlamento inglês.
O rei George III não aceitou o pedido dos colonos alegando que eles
tinham obrigações como colônia em relação à Metrópole (Mercantilismo).
As tensões aumentaram e alguns incidentes levaram ao início da guerra,
como:
- Massacre de Boston, colonos foram mortos por tropas inglesas.
- Colonos jogaram a carga de chá dos ingleses ao mar, como protesto
pela cobrança do imposto do chá.
- O porto de Boston foi fechado pela marinha inglesa.
Diante da intolerância inglesa e a total falta de diplomacia do governo
britânico, em 1775 ocorreu o Segundo Congresso Continental de Filadélfia,
onde foi decidida a guerra pela independência como única solução aos
problemas, George Washington foi destacado para comandar as tropas
americanas contra a Inglaterra.
Em 04 de Julho de 1776, Thomas Jefferson declarou a independência das
13 colônias americanas, que teria de ser conquistada com a guerra.
Benjamin Franklin foi a Paris pedir auxílio à França, os franceses
entraram na guerra em 1780, quando as tropas do Marquês de Lafayete se
encontraram com George Washington no rio Delavare e redefiniram o rumo do
conflito a favor dos colonos.
Em 1781 na batalha de Yorktown os ingleses foram vencidos e afastados
do território americano.
Em 1783, no Tratado de Paris, a Inglaterra reconhecia
formalmente a independência de sua antiga colônia americana,
que passou a chamar-se Estados Unidos da América, além
disso os ingleses entregaram o Senegal para a França e a
Flórida aos espanhóis, que haviam lutado ao lado dos colonos
contra o domínio inglês.
40
O novo país surgiu com uma concepção política completamente diversa
da antiga metrópole inglesa, assim os americanos adotaram o seguinte sistema
político administrativo:
República
Presidencialismo
Estabelecimento dos 3 poderes; executivo, legislativo e judiciário
Garantia de Federalismo, autonomia dos estados
Porém as decisões ficavam restritas aos ricos, pois a maioria da
população não teve direitos assegurados, colonos, mulheres, índios e escravos
não foram incluídos na cidadania.
Diante das pressões da sociedade foi criada a
Constituição de 1787, que estabeleceu o direito de
participação política para todo homem branco e livre.
A escravidão continuou, assim como os índios, as
mulheres também não garantiram direitos políticos e os
índios passaram a ser massacrados ou confinados em
reservas sem nenhum tipo de direito.
41
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial, que surgiu na Inglaterra, representou o triunfo da
burguesia, a classe social, que havia chegado ao poder em 1689 com a
Revolução Gloriosa e estabeleceu o sistema de Monarquia Constitucional,
onde o poder do rei passou a ser meramente formal.
Ao longo do século XVIII essa burguesia desenvolveu as condições
necessárias à expansão do sistema produtivo e industrial, consolidando assim
uma nova ideologia de caráter liberal, onde o estado passou a incentivar a
ciência, a pesquisa e o progresso de forma constante.
Origens da Revolução Industrial
O acúmulo de capitais, resultantes do mercantilismo inglês desenvolvido
ao longo do século XVII, quando os ingleses passaram a dominar os mares e o
comércio mundial.
A burguesia forte que controlava o Parlamento e passou a desenvolver
suas ideias econômicas tendo como base o liberalismo, ao contrário da Europa
que permanecia mercantilista.
A condição geográfica da Inglaterra, alheia aos conflitos do continente
europeu.
O acesso às matérias primas ao desenvolvimento do processo industrial,
como: carvão, ferro e algodão.
A mão de obra disponível, resultante dos cercamentos dos campos, que
liberou grande número de camponeses, provocando o êxodo rural.
O aumento populacional em virtude de novas vacinas e de maior
produção de alimentos, melhorias que resultaram na redução de epidemias.
Um mercado consumidor, resultante de:
Abertura de rotas comerciais ligando continentes
Abolição da escravidão ampliando o trabalho assalariado
As independências na América Latina, gerando o contato direto entre
42
o fornecedor (Inglaterra) e os consumidores (Repúblicas Latinas).
Incentivo do Estado à pesquisa e a novos inventos para acelerar o
sistema produtivo
Ética protestante que enaltece o trabalho e condena o ócio, incentiva
o processo produtivo como forma de representar um agente transformador na
sociedade, assim estaria cumprindo uma função ditada por Deus (Puritanos).
As primeiras invenções surgidas dentro da Revolução Industrial em sua
fase inicial (1733 – 1860) estavam relacionadas à produção de tecidos,
mineração e transportes.
A Inglaterra conheceu um surpreendente surto de máquinas e
equipamentos que garantiram a passagem de um estágio artesanal para a
indústria e a produção em série de artigos e bens capazes de atender tanto o
mercado interno, quanto o mundo, com produtos “made in England”.
Principais Invenções da Revolução Industrial
Data Invenção Características Inventor
1733 Lançadeira
Volante
Tear manual: produção de tecidos mais
largos.
John Kay
1767 Spinning -
Jenny
Fiandeira mecânica: produção de vários
fios simultâneos
James
Hargreaves
1768 Máquina a
Vapor
Aperfeiçoamento da máquina de T.
Newcomen para bombear água nas minas
de carvão.
James Watt
1769 Water Frame Máquina movida à água, que produzia fios
grossos.
Richard
ArkWrihgt
1779 Mule Combinação da Spinning Jenny com a
Water Frame resultando na produção de
fios finos e resistentes.
Samuel
Crompton
43
O desenvolvimento industrial permitiu um avanço nos transportes, na
siderurgia e na indústria de tecidos; aspectos que marcaram a Primeira
Revolução Industrial (1760 – 1860) na cidade de Manchester que passou a ser
conhecida como “a oficina do mundo”.
Todo esse progresso apresentou como resultado uma maior integração
entre o mundo urbano e rural, devido ao desenvolvimento de tecnologia que foi
modernizando também a produção agrícola paralelo ao desenvolvimento
industrial das cidades, desta forma tivemos a consolidação do sistema
capitalista.
A Inglaterra passou a produzir artigos
para todas as classes sociais do mundo,
assim os nobres e burgueses consumiam
têxteis de qualidade e preços altos, assim
como os pobres e escravos da América
vestiam roupas baratas feitas na Inglaterra
ou Escócia.
1785 Tear Mecânico Máquina a vapor adaptada à
produção de tecidos
Edmund
Cartwrigth
1792 Descaroçador
mecânico
Separava o caroço da fibra do
algodão
Eli Whitney
1807 Navio a vapor Mais velocidade nos
transportes marítimos
Robert Fulton
1814 Locomotiva a Vapor Grande impulso nos
transportes terrestres
George
Stephenson
1860 Transformação do
ferro em aço
Acelerou os processos
siderúrgicos
Henry
Bessemer
44
Questão Social
O progresso industrial gerou a euforia
dos industriais, banqueiros e burgueses
envolvidos no processo de produção e
circulação das riquezas, geradas ao longo do
século XIX, mas por outro lado haviam os
enjeitados, os deserdados do sistema, o
trabalhador.
A condição do operário dentro da Revolução Industrial era de miséria e
exploração, onde toda riqueza gerada se deu graças a mais cruel degradação
humana em condições terríveis como:
jornadas diárias de trabalho – 16 a 18 horas
Não havia nenhum tipo de benefícios sociais como férias, aposentadoria
etc.
Baixos salários
Exploração do trabalho infantil e feminino pagando salários inferiores
aos dos homens
greves eram reprimidas pela polícia
Locais de trabalho insalubres
faltas e atrasos eram punidas com multas para os adultos e castigos
físicos para as crianças
bairros operários que surgiram junto às fábricas eram imundos, sem
saneamento básico.
doenças, miséria, acidentes e mortalidade faziam parte do cotidiano da
classe operária.
Diante da brutal exploração a que eram submetidos, além dos baixos
salários, os operários conviviam com o avanço tecnológico, onde muitas vezes
eram substituídos por máquinas. Isso resultou no movimento desesperado dos
operários de Manchester, conhecido como Ludismo, em 1813.
Ned Ludman, operário da indústria têxtil de Manchester, percebeu que as
45
máquinas (teares) iriam substituir os homens na indústria têxtil, assim
organizou o movimento dos quebradores de máquinas, como forma de garantir
o trabalho aos homens (Ludismo).
O governo inglês fixou leis que puniam com a morte ou exílio aos
quebradores de máquinas, como forma de proteger os empresários e a
burguesia contra a reação dos trabalhadores.
Fases da Revolução Industrial
1)1760 – 1860: Indústria Têxtil, uso de carvão, ferro, algodão e
desenvolvimento da siderurgia.
2)1860 – 1950: Indústria de Diversidades – eletricidade, petróleo, motores
à combustão interna.
3)1950 - até hoje: Indústria microeletrônica, robótica, informatização de
serviços, biotecnologia.
Com a segunda fase da revolução industrial também se desenvolveram
novas formas de acumulação de capitais, quando ocorreram as associações
entre indústria e bancos de investimentos, que resultaram em:
Holdings _ empresas financeiras que passam a controlar as indústrias
pelo controle de suas ações na bolsa de valores.
Trustes _ Grandes empresas que monopolizam a produção de
determinados artigos e assim dominam o mercado.
Cartéis _ Grandes empresas que se associam para evitar concorrência,
definindo preço e áreas de atuação para cada empresa pertencente ao cartel.
A revolução industrial promoveu o desenvolvimento tecnológico, garantiu
a supremacia da burguesia na ordem econômica, consolidou o meio urbano
como o habitat dos trabalhadores e a arena das lutas de classe entre operários
e patrões.
Por outro lado, o crescimento constante do sistema capitalista resultou no
colonialismo afro-asiático e nas bases do mundo contemporâneo com suas
46
ideologias político-sociais como o socialismo e o anarquismo no século XIX,
além de promover o surgimento de novas formas de arte como o cinema, tv,
vídeo etc.
A Revolução Industrial que surgiu na Inglaterra no século XVII e se
consolidou ao longo do século XIX, levou ao seu desenvolvimento em outros
países como: Bélgica, França, Alemanha, Japão, EUA e Rússia. Gerando
concorrência econômica, que resultaram na Primeira Guerra Mundial no início
do século XX.
AS TEORIAS SOCIAIS DO SÉCULO XIX
Com o desenvolvimento do capitalismo e da Revolução Industrial, além
dos movimentos políticos e rebeliões que marcaram o século XIX, surgiram as
teorias sociais, que se caracterizaram como críticas a condição dos
trabalhadores.
Essas teorias sociais criticavam a miséria, a exploração a que estavam
submetidos os operários, por outro lado esta condição resultou na riqueza dos
banqueiros e burgueses.
Foi dentro deste panorama de grandes transformações tecnológicas que
surgiram as primeiras obras teóricas e tentativas concretas para encontrar uma
alternativa ao mundo do trabalho e suas desigualdades.
Condições dos trabalhadores:
Jornadas de trabalho de 16 a 18 horas diárias
Baixos salários
Não havia férias
Não havia aposentadoria
Mulheres e crianças ganhavam menos que os homens
Greves e organizações operárias eram reprimidas pela polícia
Bairros operários sem nenhum saneamento, eram imundos e insalubres.
Alcoolismo, prostituição e degradação humana.
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Socialismo Utópico
Corrente de pensadores que identificavam o capitalismo como a origem
de todos os males dos trabalhadores, porém não apresentavam uma solução
eficiente para superar a exploração a que estavam sujeitos os operários, seus
principais representantes foram:
1.Robert Owen – foi o pioneiro entre os socialistas, dono de uma fábrica
de confecções na Escócia, estabeleceu uma colônia entre seus operários com
as seguintes normas:
Jornadas de trabalho de 10 horas
Criou escolas e creches paras as crianças, que não
trabalhavam em suas fábricas
Pagava salários muito maiores que os concorrentes
Criou um sistema de créditos para os funcionários com
juros baixos
Owen foi combatido pelos empresários ingleses, que não pretendiam
favorecer os trabalhadores, acabou emigrando para os EUA, onde tentou
reproduzir o mesmo sistema em Indiana onde fundou a colônia Harmonia, mas
foi impedido pela burguesia americana que também não tinha interesse neste
tipo de concessão aos trabalhadores.
2.Saint Simon – defendia o assistencialismo do Estado, ou seja, o
governo deveria prestar assistência aos operários, a partir dos impostos
cobrados da comunidade.
3.Charles Fourier – defendia a criação dos Falanstérios, comunidades de
até dois mil homens onde haveria um fundo comum, resultante do trabalho de
todos, onde o dinheiro seria distribuído de forma igual entre todos.
4.Joseph Proudhon – defendia uma república de pequenos produtores
independentes e livres de um patrão.
48
5.Louis Blanc – Idealizador das Oficinas Nacionais, que segundo Blanc
deveriam ser financiadas pelo Estado, o lucro deveria ser dividido em três
partes:
Uma parte seria para pagar o Estado;
Uma parte seria dividida entre os associados;
Uma parte seria destinada para o amparo aos operários, velhos e
doentes.
Essas ideias e tentativas de superar a miséria dos trabalhadores nunca
conseguiram se impor ou mesmo vigorar por muito tempo, foram impedidas
pela burguesia, interessada em aumentar seus lucros explorando os
trabalhadores de forma brutal.
A exploração da classe operária na Europa do século XIX sempre contou
com o apoio dos governos e das igrejas, que defendiam a conciliação e a
resignação dos operários diante das desigualdades sociais.
Socialismo Cristão
A igreja católica também desenvolveu uma teoria e uma postura diante
das crises geradas no mundo do trabalho, onde cresciam as tensões entre
operários e patrões.
A solução segundo a igreja seria encontrada dentro da conciliação entre
operários e patrões, sem o uso violência.
A doutrina social da igreja ou socialismo cristão ganhou sua forma
definitiva na encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XII, que pregava a
conciliação e o fim dos enfrentamentos como greves operárias, ou o uso da
polícia para reprimir as ações dos trabalhadores.
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Socialismo Científico ou Dialético
Teorias desenvolvidas por teóricos como Karl
Marx e Friederich Engels, em obras como “O
Manifesto Comunista”, “O Capital”, segundo esses
teóricos a única saída dos operários para superar a
miséria e a exploração a que estavam submetidos,
seria a luta de classes e o estabelecimento da
ditadura do proletariado, ou seja: a organização
dos trabalhadores em sindicatos, partidos políticos
e toda forma de união de sua classe com a
finalidade de substituir a sociedade capitalista por outra forma, que ele chamou
de sociedade socialista, mais justa, mais humana, assim os trabalhadores
construiriam uma sociedade igualitária.
Max defendia o fim da desigualdade social, mas dizia que isso só seria
possível quando os operários se unissem e lutassem por seus direitos.
As teorias marxistas vão influenciar os movimentos e revoluções mais
radicais do século XX como; Revolução Russa de 1917; Revolução Chinesa de
1949 e Revolução Cubana de 1959.
As teorias marxistas serviram de base para o desenvolvimento dos
partidos socialistas e comunistas no mundo todo.
Anarquismo
Corrente do pensamento político e social, que assim como as diversas
formas de socialismo, também surgiu como teoria durante o século XIX, o
anarquismo foi a mais radical de todas pois pregava o fim de qualquer forma de
poder como: Estado, exército, polícia, religiões e partidos políticos.
Segundo o anarquismo, a sociedade deveria funcionar pela associação
dos indivíduos produzindo para o bem comum.
A teorias sociais surgidas ao longo do século XIX refletem a
efervescência e as tensões que se multiplicavam na Europa, onde as
50
transformações tecnológicas e econômicas promoviam mudanças no cotidiano
das pessoas, onde o urbano se sobrepôs ao mundo rural, onde surgiram os
defensores do tecnicismo, da ciência elevada ao status de ícone máximo para
alguns.
Por outro lado haviam os excluídos, que eram os verdadeiros geradores
da riqueza e do avanço tecnológico, os operários.
As várias correntes de anarquismo e de socialismo tinham como fim
apresentar soluções diante das desigualdades sociais criadas pelo capitalismo.
GUERRA DA SECESSÃO (1861 – 1865)
A guerra civil americana, conhecida como guerra da secessão, que levou
ao conflito armado os estados do sul e do norte, resultou do escravismo
defendido pelo sul em oposição ao trabalho livre (assalariado) do norte.
Com a independência consolidada em 1783 no Tratado de Versalhes,
onde a Inglaterra reconhecia oficialmente que sua antiga colônia na América
(os EUA) tornava-se independente, a jovem nação passou a desenvolver uma
política que se caracterizava por:
Isolacionismo em relação aos problemas europeus;
Expansão interna, comprando territórios como a Flórida da Espanha,
Oregon da Inglaterra, ou por meio de guerras, Texas, Califórnia, Utah, Arizona,
conquistados do México.
Na mesma medida em que o país crescia, as regiões do norte, sudeste e
noroeste se desenvolviam dentro do sistema de mão de obra assalariada com
grande expansão industrial, por outro lado os estados do sul permaneciam
agrários, escravistas e atrasados.
O movimento abolicionista cresceu incentivado pelos estados do norte
que buscavam ampliar seu mercado de consumo, onde a escravidão se
apresentava como um entrave a esse projeto. Em 1860 foi criado o Partido
51
Republicano no norte do país, que defendia o fim da escravidão, assim como a
criação de barreiras alfandegária aos produtos fabricados nos EUA, essas
ideias ganharam adesão dos estados do sudeste e noroeste, regiões onde a
escravidão não existia.
Assim pode-se dizer que as causas da guerra foram:
Alto desenvolvimento industrial do norte, leste e Noroeste do país;
Estados do sul permaneciam agrários e atrasados;
Norte formado por uma população culta e moderna;
Estados do sul defendiam a permanência do livre comércio, sem taxas
alfandegárias para produtos importados;
Norte defendia as taxas alfandegárias como forma de proteger a
indústria nacional contra a concorrência estrangeira;
Norte defendia a expansão para o oeste com a construção de portos e
estradas de ferro como forma de integrar o país;
Sul defendia a modernização dos portos do sul para garantir o
escoamento de sua produção de algodão e tabaco;
Norte era abolicionista;
Sul era escravista.
Essas divergências eram canalizadas para o
Congresso, que se tornou o palco dessas
desavenças e oposições de interesses políticos das
regiões do país, representados pelos seus
senadores.
Nas eleições de 1860, Abraham Lincoln do Partido Republicano ganhou
as eleições presidenciais e passou a pôr em prática sua política, o que levou o
sul a reagir.
52
Em dezembro de 1860 a Carolina do Sul declarou-se desligada da união,
seguida de mais dez estados, que formaram os estados confederados da
América, com capital em Richmond na Virgínia.
A guerra iniciou em 1861 quando as tropas do sul atacaram o forte federal
de Sunter, as operações de guerra se desenvolveram no sul e mantiveram-se
relativamente equilibradas até 1863, quando o Presidente Lincoln aboliu a
escravidão no sul.
Como resultado da abolição, um grande número de negros se alistou
como voluntários nas tropas do norte, fato que mudou os rumos da guerra.
A marinha do norte bloqueou todos portos que poderiam receber armas
no sul, vindas da Europa, o que aniquilou a capacidade de resistência do sul.
Em 09 de abril de 1865 as tropas do norte invadiram Richmond,
obrigando o alto comando do sul a render-se, estava terminada a guerra.
Consequências da Guerra:
Destruição do modelo escravista do sul;
Poder político dos capitalistas do norte se estendeu ao sul;
Desenvolvimento industrial em todo o país;
Construção da maior malha ferroviária do mundo;
Grande marcha para o oeste;
No sul surgiram organizações racistas como a Ku-Klux-Klan, que
passaram a perseguir e matar negros.
A guerra civil desmontou o modelo
escravista do sul, por outro lado não foi
desenvolvido nenhum programa de integração
do ex-escravo a sociedade.
Um grande número de ex-escravos
migrou para outras áreas do país, quer seja
53
por fugir da perseguição dos grupos racistas, ou para buscar melhores
condições de vida em regiões mais desenvolvidas.
Os negros americanos só conquistaram direitos civis e igualdade social
em 1964, como resultado das grandes marchas pacifistas do pastor Martin
Luther King.
54
UNIFICAÇÃO ITALIANA
Durante o período de dominação napoleônica a Itália havia sido unificada
e entregue ao irmão de Napoleão, José Bonaparte, que governou a Espanha
também dominada pelas tropas francesas.
Com o Congresso de Viena, após a derrota de Napoleão em 1815, o
território italiano foi dividido em sete regiões:
Reino do Piemonte e Sardenha sob o controle da dinastia de Savoia;
Reino das duas Sicílias entregue à dinastia Bourbon;
Reino Lombardo – Veneziano, anexado aos domínios do império
austríaco;
Estados pontifícias entregues ao Papa;
Além de três ducados semi – autônomos.
Nesses reinos e ducados foram restabelecidos os princípios do
Absolutismo como previa o Congresso de Viena, todas liberdades individuais e
qualquer forma de oposição foram reprimidas.
As primeiras tentativas nacionalistas de unificação política ocorreram na
década de 1830, liderados por Giuseppe Mazzini e os carbonários, grupo que
defendia a unificação e a instauração de uma república, porém Mazzini foi
preso e exilado.
A onda revolucionária da década de 1840, iniciada na França, trouxe
novas esperanças de unificação política dentre de princípios nacionalistas.
Mazzini de volta à Itália fundou o grupo paramilitar Jovem Itália e passou
a luta armada contra os austríacos, mas devido ao aspecto violento de suas
ações, não ganhou apoio popular e foi derrotado em 1853, quando fugiu. Essa
revolta foi sufocada pelas tropas da Áustria e França.
55
O único reino que mantinha uma constituição liberal era o Piemonte e
Sardenha no norte do país, onde o rei Vitor Emanuel era considerado um
governante moderado, que convivia com ideias contrárias ao Absolutismo.
Com o fim das lutas revolucionárias, o rei Vitor Emanuel nomeou Camilo
Cavour como primeiro ministro do Piemonte e Sardenha, representante do
Partido Moderado, Cavour empreendeu algumas reformas como:
Desenvolvimento industrial do norte;
Construção de ferrovias modernas;
Re-aparelhou o exército do Piemonte;
Ampliação de áreas comerciais do norte;
Buscou apoio militar externo por meio de diplomacia com a França;
Participação na Guerra da Criméia ao lado da França contra a Rússia;
Guerra contra a Áustria, a França apoiou o Piemonte.
Os austríacos foram derrotados em 1859 e assinaram o Tratado de
Zurique que estabelecia os seguintes pontos:
Veneza ficava sob o controle da Áustria;
A Lombardia ficava sob o controle da França;
Toscana, Parma e Módena voltavam a ter reis absolutistas.
Em 1860 Giuseppe Garibaldi comandando um exército dominou o reino
das Duas Sicílias e entregou-os ao Piemonte, o passo seguinte dos
guerrilheiros de Garibaldi foi tentar dominar Roma, mas foram rechaçados
pelas tropas leais ao Papa e aos austríacos.
Em 1866 a Áustria foi derrotada pela Prússia e foi obrigada a entregar
Veneza ao Piemonte, que se fortalecia a cada dia contando com o apoio de
outras regiões fora de seu controle.
A França colocou tropas em Roma para impedir um novo ataque das
forças de Garibaldi, isso atendia aos apelos do Vaticano e dos católicos
56
franceses, que não queriam ver a cidade sagrada nas mãos de
Garibaldi, visto como ateu e ligado à monarquia do Piemonte.
A França entrou em guerra contra a Prússia, Guerra
Franco-Prussiana de 1870 – 1871, que obrigou os franceses a
se retirarem de Roma para enfrentar os prussianos, assim
Garibaldi invadiu Roma e garantiu que em 1870 o rei Vitor Emanuel fosse
coroado rei de toda a Itália unificada.
As únicas áreas que permaneceram sob o controle austríaco foram
Trentino, Trieste e Istria, conhecidos como Territórios Irredentos, que só
passaram ao controle italiano em 1919 com os tratados do final da Primeira
Guerra Mundial.
UNIFICAÇÃO ALEMÃ
Pelo Congresso de Viena, a Alemanha ou Confederação dos Estados
Germânicos ficava sob o domínio da Áustria, tendo a Prússia como principal
representante da Confederação perante o governo austríaco.
Em 1834 a Prússia conseguiu da Áustria o direito de Zollverein, assim os
prussianos passavam a determinar o destino da arrecadação dos impostos,
além de unificar todas as taxas e tributos em toda a Confederação Germânica.
A Prússia iniciou assim a revolução Industrial na Germânia acelerando o
processo de modernização tecnológica e militar da região.
Em 1862, o rei da Prússia nomeou Otto Von Bismarck como primeiro
ministro, este passou a modernizar ainda mais a economia, dotando a Prússia
de vias férreas, telégrafos e um exército moderno, além de fábricas de armas.
Em 1864 a Prússia lutou ao lado da Áustria contra a Dinamarca na
Guerra dos Ducados, foi quando a Prússia anexou Höllstein e Slevig aos
territórios germânicos.
Diante do crescimento da Prússia, os austríacos criaram uma série de
atritos, o que resultou em guerra aberta em 1866, vencida pela Prússia em
57
Sadowa, os austríacos foram obrigados a entregar Hanover e Frankfurt ao
controle prussiano.
O passo seguinte de Bismarck foi a criação da Confederação Germânica
do Norte onde vários principados livres e cidades ficavam sob o controle da
Prússia, agora era preciso criar uma política para anexar o sul.
A França, temendo o crescimento da Prússia passou a apoiar os
estados do sul da Germânia, contrários a anexação sob o domínio da Prússia.
A corte espanhola convidou o príncipe prussiano Leopoldo Hohenzallen,
para ocupar o trono vago, a França se opôs e o governo francês passou a
criticar Bismarck e as pretensões da Prússia no contexto europeu. Os estados
do sul passaram a apoiar Bismarck movidos pelo princípio de nacionalismo.
A França declarou guerra à Prússia, depois de várias acusações entre
Bismarck e Napoleão III da França, isso atendia às estratégias dos prussianos,
que apareciam como agredidos pelos franceses.
O exército prussiano avançou rápido sobre o território francês, em
Sedan os franceses foram derrotados, o que resultou na prisão de Napoleão III
pelos prussianos.
Em 1871 o Kaiser (Imperador) da Prússia foi coroado como Kaiser de
toda a Alemanha unificada e Bismarck foi nomeado primeiro ministro de toda a
Alemanha.
A Alemanha que surgiu unificada em 1871 nasceu como um país
industrializado e moderno, com um exército bem treinado e concorrendo com a
Inglaterra no campo comercial e na busca de colônias africanas, o que vai
resultar em atritos que desaguaram na Primeira Guerra Mundial em 1914
58
INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA ESPANHOLA
Causas:
1)O modelo colonial espanhol não permitia mobilidade social ou política
aos criollos;
2) A Inglaterra buscava novos consumidores para seus produtos diante do
Bloqueio Continental imposto por Napoleão Bonaparte, imposto aos ingleses;
3) A França domina a Espanha, obrigando o rei espanhol Fernando VII a
refugiar-se em Cadiz. Juntas, de Cadiz, permitem o comércio intercolonial e
com os EUA, país neutro;
4) Os EUA incentivam as independências na América Latina, buscam
parceiros comerciais e aliados políticos diante das pretensões europeias;
5) As transformações que vinham ocorrendo no mundo como;
Independência dos EUA, filosofia Iluminista, Revolução Francesa,
desenvolvimento industrial inglês e o liberalismo acabaram por influenciar os
criollos a buscar autonomia diante da Espanha.
As lutas de independência na América espanhola foram conduzidas pelos
Criollos, elite agrária e intelectual, constituída por descendentes de espanhóis,
limitados a administrar os Cabildos e Ayuntamientos, espécies de Câmaras
municipais secundárias.
Os primeiros movimentos pela independência ocorreram no México e no
Peru, mas por se constituírem em movimentos populares, não contaram com o
apoio dos Criollos, que se aliaram aos espanhóis para sufocar o movimento
dos índios no México comandados pelo Padre Morellos.
No Peru também ocorreu um movimento liderado por Tupac Amaru,
chefiando os índios contra o domínio colonial, mas foram sufocados pela
aliança de espanhóis e criollos.
No século XIX as lutas pela autonomia em relação a Espanha foram
comandadas pelos criollos chefiando os mestiços e índios com a promessa de
uma vida melhor após o afastamento das forças espanholas do continente
americano.
As lutas de autonomia política na América foram bem sucedidas graças
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às desordens geradas com as guerras napoleônicas, que depuseram a
autoridade do rei Fernando VII, obrigado a refugiar-se em Cadiz.
Cronologia das Independências:
1811 – Paraguai – José Gaspar Francia
1816 – Argentina – San Martin
1818 – Chile – Bernardo O’Higgins
1821 – Equador – Simon Bolívar
1821 – Peru – Simon Bolívar
1821 – Venezuela – Sucre
1822 – Brasil – Dom Pedro I
1824 – México – Sant’Anna
1825 – Bolívia – Simon Bolívar
Logo depois de consumadas as independências na América, Simon
Bolívar passou a defender o princípio de Pan-americanismo, ou seja; “América
deverá continuar unida, formando um grande país rico e diversificado, capaz de
fazer frente aos interesses da Europa.”
Porém a Inglaterra e os EUA passaram a convencer os criollos dentro do
princípio do “localismo”, a fragmentação da América em várias repúblicas
crioulas independentes, essa foi a ideia que acabou vencendo e o continente
foi dividido em várias repúblicas sob o governo de seus libertadores,
fazendeiros criollos.
A América mergulhou no século XIX na instabilidade de lutas internas nas
recém criadas repúblicas, onde se colocavam em campos opostos criollos e
mestiços, que não foram atendidos na promessa de terras.
Dentro dessas repúblicas não ocorreram transformações econômicas
permaneceram exportadores de produtos primários e importadores de
60
industrializados da Europa, aprofundando sua dependência em relação ao
capital externo vindo da Inglaterra e dos EUA.
A grande exceção foi o Paraguai, onde ocorreram reformas profundas no
campo social e econômico fazendo do país um concorrente da Inglaterra, esse
desenvolvimento foi liquidado pelo Brasil na Guerra do Paraguai (1865 – 1870),
quando o território paraguaio foi destruído pelo exército brasileiro a serviço da
Inglaterra.
61
HISTÓRIA DO BRASIL
Fonte: http://lonkpedia.blogspot.com.br/2008/01/pr-histria-idade-antiga-idade-mdia-etc.html
Brasil Pré – Colonial (l500 – l532)
O Brasil ficou 30 anos abandonado, para Portugal era importante
continuar o comércio com o Oriente, que garantia lucro de 600% ao rei
Português.
As primeiras expedições de reconhecimento da costa brasileira foram
realizadas em 1501 e 1502, contaram com a presença de Américo Vespúcio, o
maior cartógrafo europeu da época. O único produto importante encontrado foi
o pau-brasil, que foi colocado no regime de Estanco Real (propriedade do rei).
Em 1503 foram fundadas feitorias na costa brasileira para extração do
pau-brasil, no sistema de Escambo (trocas) com os índios.
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Fonte: http://historiacem01.weebly.com/4-bim1.html
Colonização do Brasil (1532)
Fatores:
Pirataria francesa na costa do Brasil – pau-brasil
Espanhóis haviam encontrado ouro no México
Perda do monopólio português sobre o comércio oriental devido á
concorrência espanhola e francesa.
O rei da França não reconhece o Tratado de Tordesilhas assinado entre
Portugal e Espanha.
Igreja incentiva a colonização para conversão dos índios ao catolicismo.
Solo do nordeste brasileiro próprio ao cultivo da cana de açúcar.
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Açúcar, produto de alto valor comercial na Europa.
Portugal adotou como sistema colonizador no Brasil, o Plantation
Açucareiro, que já havia sido implantado com sucesso nas colônias
portuguesas da África.
Inicialmente os portugueses tentaram utilizar o índio como mão de obra
escrava para trabalhar nos canaviais, mas não funcionou, esse tipo de trabalho
era totalmente incompatível com a cultura indígena nativa, por outro lado o
índio passou a contar com a proteção da igreja, que era contrária a
escravização do indígena.
Assim o governo português adotou o modelo já estabelecido em suas
colônias na África, o da mão de obra escrava negra, o que representava um
grande “negócio” para os diversos seguimentos como;- igreja, Estado e
traficantes envolvidos no comércio de escravos.
Capitanias Hereditárias
O a colonização do Brasil por meio de Capitanias Hereditárias também foi
uma experiência transplantada das colônias africanas para a América
portuguesa.
O Brasil foi dividido em 14 Capitanias Hereditárias entregues a 12
Donatários (proprietários), por meio de documentos emitidos pelo rei de
Portugal.
Carta de Doação – estabelecia a extensão da Capitania e os direitos do
Donatário
Carta de Foral- determinava os tributos e impostos que os colonos
deveriam pagar ao Donatário e ao rei, ( obrigações para com o rei).
O sistema de capitanias hereditárias não funcionou como esperava o rei
de Portugal, os fatores do fracasso foram vários:
Distância da colônia em relação á metrópole (Portugal)
Insegurança dos colonos frente aos ataques dos índios.
Falta de recursos de alguns donatários.
64
Falta de interesse de outros donatários, pois o Brasil era desconhecido e
incerto para um investimento e capitais.
Das 14 Capitanias, apenas duas prosperaram e atingiram os objetivos da
coroa portuguesa, foram elas: São Vicente no litoral de São Paulo e a de
Pernambuco.
Essas áreas prosperaram devido ao fato de seus donatários conseguirem
capitais junto aos banqueiros holandeses e italianos, nessas duas áreas
iniciou-se o cultivo da cana e açúcar e a produção de açúcar, produto de alto
valor no mercado europeu da época.
Governos Gerais - 1548
As capitanias hereditárias não atingiram o resultado esperado pela coroa
portuguesa, diante das reclamações dos donatários, o rei estabeleceu no Brasil
o sistema de Governos Gerais, já implantado nas colônias portuguesas da
África com sucesso.
O governador geral tinha a função de coordenar a colonização,
fortalecer as capitanias e resolver disputas entre donatários, alem de limitar
seus poderes
O governador geral chegou trazendo algumas instituições que tinham a
finalidade de auxiliá-lo nas funções administrativas como.
Ouvidor Mor – encarregado da justiça
Provedor Mor – encarregado da cobrança de tributos e impostos
Capitão Mor – encarregado da defesa militar da colônia
Tome de Souza – 1549 – 1553
Elevação de Salvador como primeira capital da colônia
Chegada dos primeiros jesuítas liderados pelo padre Manuel da Nóbrega
com a função de catequizar os índios.
Instalação das primeiras fazendas de gado
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Chegada de 5.000 colonos além de plantas como laranja, arroz, etc...
Inicio do cultivo de cana de açúcar no Recôncavo Bahiano
Primeiras Entradas para o interior com a função de encontrar ouro.
Duarte da Costa – 1553 – 1557
Primeira invasão francesa no Rio de Janeiro (França Antártica)
Padre Anchieta e a pacificação dos índios Tamoyos na Bahia.
Conflitos entre o governador geral e a igreja – Bispo Sardinha.
Conflitos entre colonos e a igreja (jesuítas) a cerca da escravização de
índios.
Mem de Sá – 1557 – 1572
Expandiu a agricultura na colônia, trazendo novas culturas agrícolas.
Promoveu a fundação de novos engenhos
Comandou a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, auxiliado por
seu sobrinho Estácio de Sá
Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
Fim da Confederação dos Tamoyos, graças á intervenção dos jesuítas.
Conseqüências:
Portugal acompanhou a Espanha em várias guerras, o que foi nocivo aos
Portugueses.
Perderam colônias africanas e asiáticas aos inimigos da Espanha.
Perderam o controle do comércio de especiarias do Oriente aos
concorrentes.
Perderam o controle do comércio de escravos africanos aos holandeses.
Autonomia das províncias do Maranhão e Grão – Pará.
Invasões holandesas no nordeste brasileiro.
Anulação do Tratado de Tordesilhas
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Invasões predatórias no Brasil de ingleses e franceses, inimigos da
Espanha.
Em 1640 Portugal libertou-se do domínio espanhol, mas os portugueses
haviam perdido quase todas as suas colônias africanas aos inimigos da
Espanha.
Fonte: http://historiacem01.weebly.com/4-bim1.html
Invasões Holandesas no Brasil
Em 1581 a Holanda havia se libertado do domínio político da Espanha,
Felipe II, rei da Espanha, proibiu o comércio com os holandeses em todos os
seus domínios, como Portugal e suas colônias faziam comércio com os
mercadores de Amsterdã e grande parte do sistema açucareiro havia sido
financiado por bancos holandeses, diante da proibição de comércio decretada
pelo rei espanhol, que agora detinha o domínio sobre Portugal e o Brasil (União
das Coroas Ibéricas), não restou outra alternativa aos holandeses alem da
guerra de conquista (invadir) o nordeste brasileiro para recuperar os
investimentos feitos junto aos donos de engenho no Brasil.
A primeira tentativa holandesa de invadir o nordeste ocorreu em Salvador
em 1624 e 1625, mas foram derrotados pela superioridade militar dos
portugueses aquartelados na Bahia.
67
Os holandeses voltaram a atacar o nordeste, porem desta vez o alvo foi
Recife no Estado de Pernambuco, a vitória holandesa contou com o apoio de
brasileiros, que foram vitais nesta campanha de ocupação de Pernambuco. Os
holandeses permaneceram de 1630 até 1654 no nordeste brasileiros onde
chegaram a controlar vários pontos produtores de açúcar. Os holandeses
criaram a Cia. Das Índias Ocidentais, uma companhia de comércio para
controlar a produção e comercialização do açúcar extraído do Brasil.
Em 1637 chegou a Recife o novo administrador da região, Maurício de
Nassau, que ficou até 1644, promovendo grandes transformações na região
como:
Saneamento da cidade de Recife
Urbanização de Recife com obras públicas e construção de pontes.
Tolerância religiosa
Manutenção da Câmara Municipal do Recife
Incentivo a modernização, ciência e pesquisa.
Vinda de delegações de cientistas e artistas da Holanda para estudar a
fauna e flora do Brasil.
Desenvolveu uma política econômica junto aos produtores de açúcar
muito mais tolerante que os portugueses, isso explica em parte o fato da
permanência holandesa na região durante o período da administração de
Nassau
Em 1644 Maurício de Nassau entrou em desacordo com a Cia, das Índias
Ocidentais e voltou para a Europa, e o substituto mandado para administrar as
colônias holandesas do nordeste não manteve a mesma política de tolerância
com os colonos, passou a cobrar as contas atrasadas, confiscar engenhos e
canaviais dos devedores, isso gerou a revolta, conhecida como Insurreição
Pernambucana, evoluindo para guerra aberta, que durou até 1654 com a vitória
final das tropas portuguesas e a assinatura de rendição holandesa, no Tratado
de Taborda, onde os holandeses se comprometiam a abandonar o nordeste
brasileiro.
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Consequências das Invasões Holandesas
Concorrência holandesa na produção de açúcar, engenhos nas Antilhas.
Aumento do número de Quilombos e escravos fugidos como resultado
das guerras entre holandeses e portugueses.
Controle holandês do fluxo de escravos africanos para o Brasil, o Brasil
ficou privado do fluxo de africanos após a expulsão dos holandeses.
Entradas e Bandeiras
Expedições que partiam de São Vicente (SP), em direção ao sul, oeste e
interior da colônia com a função de encontrar ouro e conhecer a região, além
de ocupar a área fundando vilas e povoados no interior.
Entradas:
Expedições oficiais, organizadas pelas autoridades portuguesas, com a
função específica de procurar riquezas (ouro e prata) a exemplo dos espanhóis
que haviam encontrado ouro no México, além disso, as entradas tinham a
função de fundar vilas e povoar o interior da colônia.
Bandeiras:
Eram expedições particulares desenvolvidas em São Vicente devido a
estagnação econômica da região, os bandeirantes além de buscar riquezas e
fundarem vilas no interior também se dedicavam a caça de índios para vende-
los nos engenhos do nordeste como escravos, devido ao controle holandês
sobre as rotas de africanos.
Outra atividade dos bandeirantes ficou conhecida como bandeirantismo
de Contrato ou Sertanismo: á serviço de particulares os bandeirantes passam a
lutar contra quilombos e índios rebeldes.
Monções:
Eram expedições destinadas a abastecer as vilas do interior.
O bandeirantismo conheceu seu apogeu em 1694 com a descoberta de
ouro na região de Minas Gerais.
69
Consequências do Bandeirantismo
Alargamento das fronteiras portuguesas na América
Fundação de vilas e povoados no interior do Brasil
Descoberta de ouro em MG, GO e MT.
Desenvolvimento da pecuária no sul a partir de Laguna (1684).
Com a expulsão dos holandeses do nordeste e o fim da União das Coroas
Ibéricas, o tráfico de escravos africano foi restabelecido com o Brasil, aí o
apresamento de índios pelos bandeirantes perdeu o sentido.
70
A OCUPAÇÃO DO SUL
Fonte:http://santarosadeviterbo.wordpress.com/2013/03/
A coroa portuguesa queria o controle do Rio da Prata, devido ao comércio
de couro e carne, a Inglaterra queria o controle do contrabando de prata, que
vinha da minas de Potosi na Bolívia.
Em l680 os portugueses fundaram a Colônia de Sacramento em terras
espanholas da América, (atual Uruguai), os espanhóis reagiram, o que resultou
na assinatura de vários tratados de limites territoriais.
71
Tratado de Madrid – l750 – (Uti Possidetis):
Neste tratado Portugal devolvia a região de Colônia de Sacramento aos
espanhóis e recebia os 7 Povos das Missões e a bacia do Amazonas.
Esse tratado resultou nas Guerras Guaraníticas, onde jesuítas e índios
armados lutaram contra os portugueses e espanhóis, essa guerra durou 17
anos e resultou na morte de 30 mil índios, além de grande número que acabou
escravo dos bandeirantes (bandeirantismo de preação de índios).
Outro fato que marcou esse período, foi a Guerra dos 7 anos na Europa,
onde a Inglaterra apoiava Portugal e a França apoiava a Espanha, que acabou
invadindo a Colônia de Sacramento e Santa Catarina.
Tratado de Santo Idelfonso –1777
A assinatura de um novo tratado estabelecia que, os espanhóis ficavam
com a colônia de Sacramento e os Sete Povos das Missões e os portugueses
ficariam com Santa Catarina e o resto do RS.
Tratado de Badajós – 1801
Foi o último tratado assinado entre Portugal e Espanha e definiu os limites
finais dos domínios destes países a cerca de suas colônias na América.
Reafirmava os limites estabelecidos em Madrid (1850), ou seja: Os Sete
Povos das Missões ficavam com Portugal e a Colônia de Sacramento com a
Espanha, encerrando assim em longo período de conflitos entre esses dois
países.
Administração Pombalina – 1750 – 1777
1755 – Criação das Cias. Privilegiadas de Comércio, que tinham a
finalidade de controlar o contrabando nas regiões de Maranhão e Grão-Pará.
72
Aumento de impostos sobre o Brasil para reconstrução de Lisboa, que
havia sido destruída por um terremoto em 1755 (100 arrobas de ouro) pagas
aos cofres portugueses anualmente.
1757- Extinguia a escravização de índios no Brasil, a intenção era
integrar os nativos a sociedade do reino português, cabendo aos jesuítas
catequiza-los. Elevação de aldeias a condição de vilas e povoados.
1758- Expulsão dos jesuítas de todo reino português, motivos:
1)Autonomia e riqueza dos jesuítas em relação ao estado português
2)Monopólio do comércio das drogas do sertão na região do Maranhão e
Amazonas em mãos dos jesuítas.
3)Controle e desenvolvimento das Missões e Reduções indígenas em
mãos dos Jesuítas, que estavam desenvolvendo um Estado dentro do Estado
português.
4)Guerras guaraníticas, por 17 anos os índios lutaram no sul do Brasil
contra o domínio espanhol e português com o apoio dos jesuítas.
5)Atentado contra o Rei Don José I de Portugal foi atribuído aos jesuítas,
o que resultou na sua expulsão de todos os domínios portugueses.
1759- Extinção das Capitanias Hereditárias, que passariam a ser
administradas por funcionários da coroa portuguesas, com isso o Marquês de
Pombal queria submeter a colônia ao controle da Metrópole, diminuindo o
contrabando e a sonegação na colônia.
1763- Transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de
Janeiro, isso tinha a finalidade de aumentar o controle da coroa sobre a colônia
e estabelecer uma fiscalização rígida sobre a circulação do ouro vindo de
Minas Gerais. A educação passava para o controle do Estado, saindo assim
das mãos dos Jesuítas.
Com a morte do rei Don José I em 1777, os inimigos de Pombal aliados
a herdeira, dona Maria (a louca), passaram a conspirar conta o Marquês de
Pombal, que foi afastado no mesmo ano.
73
Mineração
Com a concorrência holandesa na produção de açúcar, o Brasil
empobrecia rapidamente e com ele Portugal, com isso o rei de Portugal
incentivava as entradas e bandeiras na esperança de encontrar uma alternativa
a decadência econômica da Metrópole e da colônia.
Organização da Mineração
Com a descoberta de ouro no Brasil a coroa portuguesa tratou de criar um
sistema de controle e administração da área de produção de ouro.
1702 – Intendência das Minas, contava com a presença de um
representante da coroa portuguesa com a função de organizar e garantir a
cobrança de tributos.
1718 – Foi estabelecida a cobrança das Fintas (30 arrobas anuais de
ouro)
1720 – Foram criadas as Casas de Fundição, que proibia a circulação de
ouro em pó, todo ouro deveria ser fundido e aí o governo cobrava o Quinto
(20%) do ouro.
1735- Criado o Imposto de Capitação, todo minerador deveria pagar 17g
de ouro por cabeça de escravo que estivesse trabalhando na mineração.
1755 – Foi decretada a cobrança de 100 arrobas anuais de ouro, a serem
pagas por todas pessoas residentes na área de mineração (Marquês de
Pombal).
1760 – Estabelecida a cobrança da Derrama, cobrança de todos impostos
atrasados a serem pagos por todos os residentes dentro da área de
mineração.
Direito de Entrada – imposto cobrado sobre qualquer mercadoria que
entrava na área de mineração.
74
Formas de Mineração
Faiscação – era o trabalho do garimpeiro solitário nas margens dos rios,
essa forma garimpo é também conhecida como garimpo de lavagem.
Lavra ou Data – Eram veios de garimpo onde existia grande quantidade
de ouro, se caracterizavam por áreas vendidas pela coroa e o garimpeiro aí
instalado deveria ter 40 escravos no mínimo, renda e condições de explorar a
Lavra.
Distrito Diamantino
Em 1729 foi criada a intendência dos diamantes, que estabelecia o
“despejo” de todos os habitantes da área dos diamantes, um rígido controle
militar e o arrendamento para novos mineradores, que deveriam pagar uma
fortuna para a coroa portuguesa e assim garantir o direito de explorar a
mineração de diamantes.
Em 1739 a cora firmou o primeiro contrato de exploração de diamantes
com João Fernandes de Oliveira, o primeiro contratador do distrito diamantino.
O contratador podia admitir associados, formando Cias, de exploração
dos diamantes, que chegaram a ter mais de 600 escravos.
O contratador era a autoridade máxima dentro de seus domínios ou área
de exploração, esses contratadores eram também os maiores traficantes de
escravos.
Uma das obrigações do contratador era vender os diamantes para
Portugal com exclusividade, porém eles contrabandeavam os diamantes para
vendê-los aos ingleses, franceses ou holandeses, que pagavam mais que a
coroa portuguesa.
Em l772 o Marquês de Pombal criou o sistema de Real Extração,
acabando com os contratadores, assim o distrito diamantino passou a ser
administrado pelo Intendente Diamantino, a exemplo da mineração.
75
Com o estabelecimento da Intendência Diamantina, aumentou a miséria e
os abusos das autoridades sobre a população local, a mineração de diamantes
durou 100 anos.
Consequências da Mineração
1)Aumento da população de 300 mil no início da mineração séc. XVII para
3.300.000 no século XVIII.
2)O povoamento da região desenvolveu-se com caráter urbano ao
contrário do nordeste onde a ocupação populacional seguiu um modelo rural.
3)Deslocamento do centro econômico do nordeste para a região centro-
sul.
4)Transferência da capital de Salvador para o Rio de janeiro (1763).
5)Mudança na estrutura social da colônia: artesãos, comerciantes,
pequenos proprietários, intelectuais, padres, funcionários públicos.
6)Desenvolvimento da arte barroca mineira (Aleijadinho).
7)Integração de Minas Gerais com o resto da colônia (RS, Bahia, RJ, PE):
mercadorias para a área mineradora e a formação de um mercado interno
articulado ás minas.
76
O BRASIL COLÔNIA E A MÃO-DE-OBRA ESCRAVA.
Força motriz da economia
colonial do Brasil a mão de
obra escrava se espalhou por
todos os cantos da colônia
resultando em uma grande
presença de homens e
mulheres negras no território
brasileiro. Trabalhando
principalmente na mineração,
nas plantações de café e cana-
de-açúcar e nos engenhos os
escravos eram mantidos sob
torturas e condições precárias
em todos os aspectos,
aprisionados nas senzalas de onde saíam apenas para trabalhar e apanhar.
Nas fazendas, principalmente, o escravo trabalhava de 12 a 16 horas por dia e
dormiam em
acomodações coletivas
chamadas senzalas ou
mesmo em palhoças. Sua
alimentação consistia
basicamente de farinha
de mandioca, aipim,
feijão e banana. O tempo
de vida média útil de um
escravo era de 10 a 15
anos, segundo muitos
estudiosos.
Fonte: http://historiacem01.weebly.com/4-bim1.html
77
Apesar das fugas e
da formação dos
quilombos, dos quais se
destacou Palmares no
século 17, os escravos
africanos ou afro-brasileiros
como um todo não tiveram
condições de abolir por
conta própria o sistema
escravocrata. Com a
Independência, embora a
questão da abolição tenha
sido levantada, a escravidão continuou a vigorar no país até a promulgação da
Lei Áurea, em 13 de maio de 1888 - como coroação de uma ampla campanha
abolicionista.
Contudo, a abolição não significou o fim da exploração do negro no Brasil, nem
a sua integração - em pé de igualdade - na sociedade brasileira, que ainda tem
uma enorme dívida para com os descendentes dos escravos.
REBELIÕES NATIVISTAS
Aclamação de Amador Bueno – 1641 – SP.
Com a restauração, fim da União das Coroas Ibéricas (1640), os
comerciantes de São Vicente temiam perder as vantagens econômicas
conquistadas no período anterior, quando esses comerciantes tinham o direito
de fazer comércio em território espanhol.
Aclamaram Amador Bueno como rei de São Paulo, na esperança de com
isso garantir vantagens, porém Amador Bueno não aceitou o cargo, assim o
movimento se acabou.
Fonte: http://historiacem01.weebly.com/4-
78
Revolta dos Irmãos Beckman – Maranhão – (1684).
O Maranhão estava submetido as Cias. Privilegiadas de Comércio, que
deveriam.
1)Fornecer 500 escravos africanos por ano à região.
2) Fornecer gêneros importados a preço justo para a região.
3)Comprar toda produção agrícola da região a preço justo.
As Cias. De Comércio não cumpriam suas funções, além de:
Fraudar pesos e medidas
Entregar mercadorias da pior qualidade com preços exorbitantes
Jamais entregar a quantidade de escravos estabelecidos pelos contratos
com a coroa portuguesa.
Em 1684 os fazendeiros Manuel Beckman e Jorge Sampaio passaram a
liderar um movimento que contou com o apoio dos demais fazendeiros da
região, que tinha por finalidade.
Acabar com o monopólio comercial da Cia. De Comércio do Maranhão,
seus dirigentes foram expulsos da região e seus armazéns foram saqueados
pelos fazendeiros.
Expulsaram os jesuítas do Maranhão, pois estes se opunham a
escravização de índios.
Tomás Beckman foi enviado a Lisboa com missão de mostrar ao rei a
realidade do Maranhão.
O rei extinguiu as Cias, de Comércio do Maranhão, mas assim que o
movimento perdeu força, os líderes – Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram
executados sob a alegação de crime contra a coroa portuguesa.
79
Guerra dos Emboabas – MG – (1707 – 1709)
Os bandeirantes paulistas haviam encontrado ouro na região das MG,
logo a notícia atraiu milhares de forasteiros, chamados pelos paulistas de
Emboabas.
Os portugueses se dedicavam ao comércio e a agricultura, os
mineradores foram se endividando com os portugueses e perdendo suas
propriedades.
Em 1707 iniciaram os conflitos entre mineradores paulistas e
comerciantes portugueses, os paulistas foram massacrados no Capão da
Traição pelos portugueses comandados pelo fazendeiro Nunes Viana em 1709.
O governo colonial criou a Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro,
os paulistas envolvidos nos confrontos foram expulsos para MT e Goiás, onde
também encontraram ouro.
Guerra dos Mascates (PE – 1710)
Olinda era a capital da província do Pernambuco, era também a
residência dos senhores de engenho e dos canaviais, estavam decadentes e
falidos devido á concorrência holandesa na produção de açúcar com centro
nas Antilhas.
Recife era a cidade dos comerciantes portugueses, que pagavam
impostos à Olinda e emprestavam dinheiro aos senhores de engenho falidos.
Em 1709 os recifenses conquistaram sua autonomia, quando Recife foi
elevada a condição de Vila, com isso ficavam livres de pagar impostos à
Olinda.
Os olindenses invadiram o Recife com a intenção de anular a autonomia
dos recifenses, dando início a Guerra dos Mascates em 1710.
O governo colonial enviou tropas para Recife, garantindo assim á
autonomia da vila, que logo a seguir foi elevada a condição de capital da
Província. O termo Mascate tem um sentido pejorativo e refere-se aos
comerciantes portugueses.
Revolta de Felipe dos Santos –(1720)
Em 1720 foi estabelecido na área de mineração (MG) a instalação de
casas de fundição pelo Conde de Assumar, com a finalidade de acabar com o
80
contrabando de ouro e essa medida proibia a circulação de ouro em pó, com
isso o governo colonial procurava garantir a cobrança do “quinto”, 20% do valor
de todo ouro encontrado.
Todo contrabandista encontrando com ouro em pó seria exilado para a
África e perderia todos os seus bens, o denunciante do contrabando, teria
direito a metade dos bens do denunciado.
Felipe dos Santos era minerador e fazendeiro, que se levantou liderando
2.000 mineradores contra a instalação das casas de fundição, o conde
Assumar não tinha condições de submeter os mineradores em superioridade
numérica, prometeu revogar a lei das casas de fundição.
Tão logo o movimento dos mineiros terminou, Felipe dos Santos foi preso
e executado por ordem da coroa portuguesa por crime contra a coroa.
As rebeliões nativistas não foram movimentos que pretendiam a
independência do Brasil em relação a Portugal, foram movimentos regionais
que buscavam resolver conflitos localizados entre portugueses e brasileiros.
Inconfidência Mineira – 1789
Causas:
Dependência de Portugal em relação a Inglaterra, resultando no
aumento de impostos sobre o Brasil para pagar as dívidas portuguesas.
Em 1750 o Marquês de Pombal instituiu a cobrança de 100 arrobas
(l500kg) de ouro por ano a serem pagas por todos os habitantes da área de
mineração.
Em 1765 foi instaurada a cobrança da Derrama,
que obrigava a população a pagar o que faltava para
completar 100 arrobas de ouro, sob pena de
expropriação de seus bens.
Em 1785 a rainha de Portugal Dona Maria (a
louca) decretou o alvará de proibição a cerca de
manufaturas na colônia, assim todos os produtos
deveriam ser importados encarecendo ainda mais a
vida dos mineradores.
Dívidas dos mineradores com a coroa portuguesa
81
Influência dos ideais Iluministas
Influência da Independência dos EUA
Esgotamento dos principais veios de ouro
A grande quantidade de impostos cobrados sobre os mineradores
Em 1788 – chegada do Visconde de Barbacena, temido por sua
crueldade, encarregado de cobrar a Derrama.
Os Inconfidentes
Cláudio Manuel da Costa – poeta e rico minerador
Luiz Vieira da Silva – padre e rico minerador
Alvarenga Peixoto – ouvidor (juiz) e minerador
Tomás Antonio Gonzaga –ouvidor (juiz) e
minerador
Carlos Torres de Melo – padre e minerador
Francisco de Paula Freire – tenente coronel, comandante militar e
minerador.
José da Silva Xavier - alferes e Tiradentes (dentista)
Programa dos Inconfidentes.
Defendiam a independência do Brasil em relação a Portugal
A instalação de um sistema republicano de governo aos moldes dos EUA
Defendiam a instalação de indústrias no Brasil
A construção de universidades
O programa dos inconfidentes não previa a abolição da escravidão, todos
os inconfidentes eram donos de escravos, esse movimento ficou restrito as
reuniões realizadas nas casas dos inconfidentes, nunca procuraram atrair a
população a sua causa.
Joaquim Silvério dos Reis, um militar, que participou de algumas reuniões
dos inconfidentes, traiu o movimento, quando fez um acordo com o Visconde
de Barbacena, entregando o nome dos conspiradores em troca do perdão de
suas dívidas com a coroa.
82
O Visconde de Barbacena suspendeu a cobrança da Derrama e prendeu
os acusados, logo a seguir foi instaurada a Devassa, processo para apurar a
culpa dos acusados.
Todos os envolvidos foram condenados ao desterro (exílio), por tratar-se
de homens ilustres, a grande exceção foi Tiradentes, que foi enforcado e
esquartejado para servir de exemplo a sociedade colonial.
Conjuração Carioca – 1794 – 1795- RJ
No Rio de Janeiro surgiu a Sociedade Literária, ponto de encontro de
intelectuais, que se reuniam para discutir teorias políticas, essas discussões
evoluíram para a possibilidade de uma rebelião antiportuguesa, mas tudo
ficava restrito ao plano teórico.
Os intelectuais foram presos e libertos em 1795, por falta de provas.
Inconfidência Baiana – 1798
Origens:
1)Aumento da exploração – renascimento do açúcar, devido ás lutas no
Haiti, mas os beneficiados com essa reativação do comércio foram os senhores
de engenho.
2)Aumento da área dos canaviais, diminuição da área destinada ao
plantio de gêneros de subsistência, resultando o aumento dos preços.
3)Idéias da Revolução Francesa chegaram á Bahia, motivando o
desenvolvimento de organizações como os Cavaleiros da Luz e as idéias de
independência.
Programa dos Conspiradores.
Abolição da escravidão – liberdade e igualdade de todos
Aumento de salários dos soldados
Liberdade de comércio aos brasileiros
Instalação de uma República igualitária
83
Os conspiradores colocaram cartazes por toda a cidade de Salvador,
conclamando o povo a lutar pela independência, ganhando a adesão de muitos
brancos pobres e mulatos.
O comando do movimento estava nas mãos dos alfaiates João de Deus
Nascimento e Manuel Faustino dos Santos, devido ao aspecto radical do
movimento, a elite branca, temendo uma insurreição escrava se afastou do
movimento, que acabou sendo traído.
Os principais líderes (4) foram executados, os demais implicados (38)
foram exilados.
A conjuração baiana ou dos alfaiates como ficou conhecido este
movimento, tinha um ideário democrático, igualitário, abolicionista e
republicano, que ia muito além do programa dos inconfidentes de Minas
Gerais, que não questionavam questões sociais por isso a repressão da coroa
portuguesa foi mais intensa sobre os alfaiates.
TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL
1806
França decreta o Bloqueio Continental à Inglaterra, era o bloqueio
econômico imposto por Napoleão Bonaparte, imperador francês contra o
comércio com os ingleses pelos países europeus, após a derrota francesa na
batalha de Trafalkar, frente amarinha inglesa.
1807
França e Espanha assinam o tratado de Fontainebleau, que estabelecia a
divisão dos domínios coloniais portugueses, caso Portugal não aderisse ao
Bloqueio Continental.
Portugal era um país dependente da Inglaterra, pois havia assinado uma
série de tratados com os ingleses, que resultaram prejudiciais a Portugal
(Tratado de Methuen - l703), assim o governo português estava numa situação
difícil, pois os ingleses ameaçavam dominar as colônias portuguesas caso o
governo seguisse as imposições de Napoleão.
84
A corte portuguesa na eminência de uma invasão francesa e por outro
lado ameaçada pela Inglaterra de perder suas colônias, incluindo o Brasil, que
passaria ao domínio inglês, acabou por aceitar a proposta do governo inglês de
transferir a corte (governo) portuguesa para o Brasil até os conflitos europeus
terminarem.
Assim todo o governo português foi transferido para o Brasil sob a escolta
e navios ingleses, Don João VI e 15 mil funcionários chegaram em duas
cidades diferentes, Salvador e Rio de Janeiro, devido a uma tempestade
durante a viagem que dividiu a escolta.
Don João chegou a Salvador, que passou a ser a sede do governo
português no Brasil por pouco tempo, pois o governo se transferiu para o Rio
de Janeiro,capital do Brasil.
1808
Abertura dos portos do Brasil (comércio) com as nações amigas Inglaterra
e EUA.
Alvará de 1 de Abril de l808 – revogava o alvará de 1785, que proibia a
produção de manufaturas no Brasil.
1810
Tratado de Aliança e Amizade com a Inglaterra:
Direito de extraterritorialidade aos ingleses
Proibia o funcionamento dos Tribunais da Inquisição no Brasil
Direito dos ingleses no corte de madeira brasileira para fabricação de
navios
1810
Tratado de Comércio e Amizade com a Inglaterra:
Os produtos ingleses pagariam 15% nas alfândegas do Brasil
Os produtos portugueses pagariam 16% nas alfândegas brasileiras
Os produtos de outros países pagariam 24% nas alfândegas brasileiras
A gradual extinção do tráfico de escravos para o Brasil
85
Esses tratados tiravam o Brasil da órbita mercantilista portuguesa (pacto
colonial) e assim passamos a dependência do capitalismo liberal inglês, esse
foi o primeiro passo para a independência do Brasil em relação a Portugal.
Período Joanino – 1808- 1821
A política de D.João VI buscou conciliar os
interesses da elite rural brasileira e dos comerciantes
portugueses aqui instalados.
Distribuição de títulos de nobreza a elite
brasileira, o que não representava vantagens especiais
a quem recebia esses títulos.
Criada a casa da moeda, emissão de dinheiro.
Criado o Banco do Brasil (1808) com a finalidade de arrecadar fundos
para sustentar a corte portuguesa instalada no RJ
Criado o Jardim Botânico
Criadas as escolas de medicina do RJ e Bahia
Criado o Teatro Real, Imprensa real, Biblioteca Nacional e a academia
militar do RJ.
Criadas as primeiras siderúrgicas MG (1809) e em SP (1818)
Vinda da missão artística de Jean Batiste Debret.
Domínio da Guiana Francesa (Caiena) 1809 – 1815
Domínio da Cisplatina –1816 – 1828
Brasil elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves, para garantir a
presença de Portugal no Congresso de Viena em 1815.
Revolução Pernambucana de 1817
Origens
1)Nordeste perdia importância política com a transferência da capital para
o RJ
2)Grande seca de 1816 agravou as crises agrárias da região.
3)Queda dos preços do açúcar e algodão devido á concorrência
internacional
86
4)Aumento de impostos sobre áreas de exportação, decretados por
D.João.
5)Monopólio de comércio em Recife nas mãos dos portugueses
6)Proprietários rurais (brasileiros) endividados com os portugueses
7)Influência das independências dos EUA e na América espanhola
8)Influência da Revolução Francesa (República) e da filosofia Iluminista
9)Desenvolvimento das sociedades secretas como Areópago de Itambé,
Seminário de Olinda.
A revolta iniciou em 6 de março de 1817 quando o capitão José de Barros
Lima matou o brigadeiro Barbosa de Castro e o tenente Mariano Albuquerque,
encarregados de prender o Capitão José.
No dia 7 de março os revoltosos declararam o governo, de caráter
provisório, que seria regido pela Lei Orgânica, até que se elaborasse uma
constituição.
Lei Orgânica.
Liberdade de comércio
Liberdade de imprensa
Tolerância religiosa
Elaboração de uma constituição
Fim de impostos sobre Artigos de primeira necessidade
Mantinha a escravidão
O movimento se propagou por outras províncias do nordeste como
Paraíba, Rio Grande do Norte. No Rio de Janeiro, D.João comandou os
preparativos militares para reprimir a rebelião de Pernambuco.
A repressão do governo colonial sobre os rebeldes foi implacável, os
principais líderes foram executados, em 1818 D.João anistiou 117 presos sem
culpa formada.
87
Revolução do Porto – 1820
Com a fuga da família real para o Brasil, Portugal ficou sob domínio das
tropas francesas, em 1809, os ingleses expulsaram os franceses e instalaram a
ditadura de Lord Beresford.
Em 1820 na cidade portuguesa do Porto iniciou o movimento
nacionalista com a finalidade de afastar os ingleses de Portugal, essa revolta
foi coordenada pelo Sidério, formado por 13 líderes, que conseguiram a
liberação do território português e promoveram profundas mudanças como:
O fim da Monarquia Absolutista e adoção de um sistema de Monarquia
Representativa onde o país seria governado pelas Cortes (parlamento).
Decidiram recolonizar o Brasil, que seria reintegrado dentro do sistema
mercantilista.
Reorganizar a economia com a finalidade de recuperar o país falido.
Exigia a volta de D.João para Portugal, agora como um rei sem poderes.
Essas medidas adotadas
pelas Cortes de Portugal
estabeleciam na prática que o
Brasil voltaria a ser uma colônia
e como tal deveria se submeter
ao Pacto Colonial mercantilista, sem nenhum tipo de direitos, portanto todas as
medidas adotadas por D.João no Brasil, foram anuladas.
Dentro da política de recolonizar o Brasil D.João deveria voltar para
Portugal com toda a sua corte, em seu lugar deveria assumir a administração
do Brasil um novo Governador Geral com a função de manter a colônia dentro
do sistema Mercantilista.
D.João voltou para Portugal em 26.04.1821, mas antes de partir nomeou
seu filho D.Pedro como príncipe regente do Brasil.
D.João sabia que Portugal queria retomar o controle sobre o Brasil e
anular todos os acordos firmados com a Inglaterra, por outro lado havia o
perigo de lutas pela independência a exemplo de outros países da América
88
Latina, que haviam conquistado suas independências como o Paraguai (1811),
Argentina (1816).
Com a partida de D.João para Portugal, cresceu no Brasil as
divergências entre brasileiros e portugueses partidários da re-colonização do
Brasil, nesse panorama de divergências surgiram três partidos políticos.
Partido Português – formado por comerciantes portugueses e militares,
eram favoráveis a re-colonização do Brasil por Portugal.
Partido Brasileiro – formado pela elite agrária brasileira, eram favoráveis
a Independência do Brasil com D.Pedro como imperador.
Partido Liberal Radical – formado pela classe média urbana, defendia a
Independência, uma república, o fim da escravidão.
Em dezembro de 1821 começaram a chegar os decretos vindos de
Portugal, com a finalidade de recolonizar a antiga colônia e limitar e até anular
os poderes de D.Pedro.
1)Abolia a regência de D.Pedro e exigia seu retorno para Portugal
2)Estabelecia que as províncias deveriam se submeter as ordens de
Lisboa e não as ordens de D. Pedro no RJ.
3)Decretavam a extinção de tribunais e órgãos públicos em
funcionamento no RJ.
Esses decretos levaram o Partido Brasileiro a se mobilizar diante do
perigo da re-colonização do Brasil por Portugal, no RJ organizaram o Clube da
Resistência e passaram a colher assinaturas pedindo ao príncipe D.Pedro que
ficasse no Brasil.
Em 9 de Janeiro de 1822 D.Pedro recebeu o documento com 8 mil
assinaturas e se decidiu a ficar no Brasil (Dia do Fico), o que representou um
passo importante no processo de independência do Brasil, uma vez que D.
Pedro sendo português, optava em ficar ao lado dos Brasileiros.
Em maio de 1822 as relações entre D.Pedro e Portugal se desfaziam
rapidamente, o príncipe decretou.
89
“A partir de hoje, qual quer decreto de Portugal, só poderá ter valor
quando eu assinar o cumprasse”.
Novas ordens vindas de Portugal desqualificavam a autoridade de
D.Pedro, assim em 07 de setembro de 1822, quando voltava de São Paulo,
D.Pedro proclamou a independência do Brasil em relação a Portugal, apoiado
pelo Partido Brasileiro, principal grupo de apoio no processo de emancipação
do Brasil em relação a Portugal.
PRIMEIRO REINADO – 1822 - 1831
Com a proclamação da independência do Brasil em
relação ao domínio colonial português tivemos a vitória do
Partido Brasileiro, dos grandes proprietários rurais. Esse
partido comandou o processo de emancipação por estar
muito próximo de Don Pedro, onde os irmãos Andrade de
São Paulo, ricos fazendeiros foram os grandes
articuladores do Dia do Fico.
A maioria das províncias aceitou o novo governo do Rio de Janeiro,
porém as Províncias do Pará e da Bahia continuaram leais as ordens de
Portugal, isso levou Don Pedro a contratar mercenários ingleses com a
finalidade de submeter ás regiões rebeldes ao poder do governo de D.Pedro I,
isso ficou conhecido como “Pacificação das Províncias”.
Reconhecimento Da Independência
O Brasil precisava de reconhecimento internacional como país
independente, esse processo se efetivou mediante negociações com governos
estrangeiros.
O primeiro país a reconhecer nossa independência forma os EUA –
Doutrina Monroe
90
O segundo país foi Portugal, mediante o pagamento pelo Brasil aos
portugueses de dois milhões de libras esterlinas, além do reconhecimento de
D.João VI como imperador perpétuo do Brasil, um título simbólico.
O terceiro país foi a Inglaterra, mediante a manutenção das taxas
comerciais estabelecidas por D.João em 1810 (15%) nas alfândegas do Brasil
para produtos importados da Inglaterra.
Constituição da Mandioca
O Brasil carecia de uma constituição para regulamentar a vida da jovem
nação, assim em 1823 foi estabelecida a Assembléia Constituinte com essa
finalidade, ocorre que o critério de participação política adotado foi altamente
elitista, foi adotado o seguinte critério:
O eleitor para ter o direito de votar em um deputado, deveria comprovar
ser dono de 150 alqueires de mandioca.
O eleitor apto a votar em um senador deveria comprovar ser dono de
500 alqueires de mandioca.
Para ser candidato ao cargo de deputado o candidato deveria comprovar
ser dono de 500 alqueires de mandioca.
Para ser candidato ao senado, o candidato deveria comprovar ser dono
de 1000 alqueires de mandioca.
Esse critério afastava os candidatos do Partido Liberal Radical, que
queriam reformas políticas que contrariavam os planos das elites agrárias e
escravistas, que não tinham intenções de mudar a estrutura vigente do período
colonial, essa elite queria garantir a sua presença junto ao poder e manter tudo
como estava, assim esse critério de renda afastava qualquer possibilidade de
gente da classe média participar da Constituição.
Os constituintes do Partido Brasileiro queriam D.Pedro como imperador
do Brasil, mas submetido à autoridade do Congresso e das instituições que
caracterizaria uma Monarquia Representativa a exemplo da Inglaterra ou de
Portugal, mas D.Pedro não aceitou a idéia de limitar seus poderes, que ele
queria Absolutos.
91
Diante dos choques entre o imperador e os constituintes, em 12 de
novembro de 1823, D.Pedro dissolveu a Assembléia Constituinte, episódio
conhecido como “Noite da Agonia”.
O passo seguinte foi a convocação de 10 homens de confiança de
D.Pedro, com a finalidade de elaborar uma nova constituição, que foi
coordenada pelo próprio imperador, como ele mesmo alegou;
“ A constituição deve ser digna da minha pessoa e depois do Brasil”
Assim em 1824 foi apresentada à nação a primeira constituição do Brasil,
que não foi votada pela sociedade, mas foi Outorgada pelo imperador.
Constituição de 1824
Criava o Poder Moderador, de uso exclusivo do imperador
caracterizando uma Monarquia Absolutista.
Criação o Senado Vitalício
Voto censitário – somente para quem tivesse renda suficiente
Regalismo – submetia a igreja ao controle do imperador, ficando a igreja
católica como oficial, o Regalismo se caracterizava da seguinte forma:
Padroado – o imperador nomeava os bispos e cardeais, assim como se
responsabilizava pelo pagamento dos salários dos religiosos em todo o país.
Beneplácito – O imperador tinha o direito de anular decretos e normas
do Vaticano no Brasil.
Voto descoberto (não secreto)
Presidentes de Províncias (estados) – seriam nomeados pelo imperador
Poder
Moderador
Poder Executivo Poder Judiciário Poder Legislativo
92
A constituição garantia os direito e privilégios das elites existentes antes
da independência, os homens do Partido Brasileiro, que buscavam garantir
autonomia em suas províncias foram frustrados pelo texto constitucional, que
concentrava todos os poderes nas mãos do imperador limitava a sociedade a
meros súditos, sujeitos a suas ordens.
Por meio do poder moderador, D. Pedro tornava-se um imperador com
características Absolutistas, a exemplo das monarquias européias do século
XVIII.
Confederação do Equador 1824
Causas:
Constituição de 1824, outorgada, marginaliza a
sociedade – Poder Moderador x Federalismo.
Crises econômicas no Nordeste – O açúcar devido á
concorrência.
Impostos crescentes nas áreas de exportação
Influência das Independências na América
Espanhola (Repúblicas)
Privilégios aos portugueses no comércio (monopólio)
A nomeação de um novo presidente para a província de Pernambuco e
sua política agressiva contra os interesses locais desencadeou a luta pela
independência da província
Lideres
Manuel Paes de Andrade
Frei Caneca – editor do jornal Tífis Pernambucano
Cipriano Barata – editor do jornal Sentinela da Liberdade
93
O movimento rebelde ganhou a adesão de outros estados (províncias) do
nordeste como, RN, PB, CE e Maranhão.
O programa dos rebeldes era avançado para seu tempo e assustou a elite
agrária do nordeste, pois apresentava a possibilidade de mudanças profundas
como:
Independência em relação ao Brasil
Instauração de uma República.
A garantia de Federalismo, cada província poderia eleger seu próprio
governante.
Abolicionismo, o fim do tráfico de escravos para o porto de Recife.
A Constituição provisória seria a da Colômbia.
Don Pedro contratou mercenários ingleses e franceses para reprimir os
rebeldes da Confederação, uma vez que o Brasil não dispunha exército até
então, a repressão aos rebeldes foi violenta, foram quase todos executados.
Guerra da Cisplatina – 1825 - 1828
Região da Cisplatina havia sido incorporada ao Brasil em 1816, no
período de D.João, mas a população não aceitava o fato de ser governada por
uma autoridade brasileira, assim em 1825 o general argentino Lavajeda
desembarcou na região da Cisplatina comandando uma tropa militar para
garantir a autonomia da região em relação ao Brasil.
D.Pedro mandou tropas para a região com a finalidade de expulsar os
argentinos, o conflito evoluiu até 1828.
Para o Brasil era vital garantir a liberdade de navegação do Rio da Prata,
se a região ficasse em mãos dos argentinos essa via de acesso ao Mato Groso
ficaria fechada ao Brasil, assim em 1828 a Inglaterra entrou como mediadora
no conflito.
94
Assim ficou estabelecida a autonomia da região, a Cisplatina não ficaria
com o Brasil e nem com a Argentina, dando origem a um novo país, o Uruguai,
garantindo assim que o Rio da Prata continuaria um rio internacional.
Abdicação de Pedro I – 1831
Causas
A manutenção do sistema Absolutista, que inviabilizava a possibilidade
do Federalismo para as províncias.
A repressão aos rebeldes da Confederação do Equador, havia sido
violenta.
As diversas crises econômicas do Brasil, concorrência internacional.
Guerra da Cisplatina, que havia consumido grandes somas e vidas e
resultou na perda daquele território.
Envolvimento de D.Pedro na sucessão do trono português e as revoltas
resultantes.
O assassinato do jornalista Líbero Badaró, editor do jornal Observador
Constitucional, o maior crítico da política de D.Pedro.
Noite das Garrafadas – portugueses x brasileiros.
Nomeação do ministério dos marqueses (portugueses)
Militares na oposição devido aos benefícios dispensados aos militares
estrangeiros, mercenários contratados pelo imperador.
D.Pedro caiu no vazio de poder, pois não podia mais contar com as forças
que o haviam levado ao poder, sem apoio da classe dos grandes fazendeiros,
abdicou do poder em 7 de Abril de 1831 a favor de seu filho Pedro de Alcântara
que tinha 5 anos de idade e não poderia governar o Brasil, que seria
governado pelo sistema de Regentes até a maioridade do herdeiro.
95
REGÊNCIAS – 1831 – 1840
O período regencial é considerado o momento em que finalmente o Brasil
passava a ser administrado por um governo brasileiro, constituído pela elite
agrária do país.
Partidos Políticos
Partido Liberal Moderado (Chimangos) defendiam a monarquia
representativa
Partido Liberal Exaltado (farroupilha) defendiam o federalismo das
províncias
Partido Restaurador (Caramuru) defendiam a volta de D. Pedro I
Regência Trina Provisória – 1831
1)Ministros brasileiros readmitidos
2)Anistia aos presos políticos
3)O poder político ficava nas mãos das Câmaras de deputados
4)Expulsão dos estrangeiros do exército
5)O Poder Moderador ficaria suspenso até a maioridade de D.Pedro II
6)O regente não poderia dissolver a câmara dos deputados, declarar
guerra ou criar impostos sem aprovação da câmara.
Regência Trina Permanente – 1831-1835
Padre Diogo Antonio Feijó - nomeado ministro da justiça
Criação da Guarda Nacional, marginalização do exército.
A Guarda Nacional foi criada para defender os interesses da elite agrária,
uma vez que o exército não era confiável, pois participou de rebeliões e
agitações ao lado do povo no Rio de Janeiro, que resultaram na abdicação de
D.Pedro I. A Guarda Nacional ficava subordinada ao ministro da Justiça e era
formada por fazendeiros e seus agregados.
96
1832 – Código de Processo Criminal, estabelecia, que os juízes das
províncias seriam eleitos e não mais nomeados pelo poder central como antes.
1834 - Ato Adicional - Buscava conciliar as divergências entre exaltados e
moderados ligados ao governo;
Criava as Assembléias Legislativas provinciais com amplos poderes, o
presidente da província continuava sendo indicado pelo poder central (regente).
A cidade do Rio de Janeiro (capital) - elevada a município neutro
Substituía a regência Trina pela Regência Una, que seria eleita pelas
Assembléias das Províncias.
Mandato do regente – 4 anos
Padre Feijó foi eleito o primeiro regente.
Regência Una de Feijó – 1835 – 1837
Durante a regência do padre Feijó ocorreram várias
rebeliões em todo o país, que buscavam reformas mais
profundas na ordem social e econômica, tais como;
Cabanagem no Pará, Farroupilha no RS, Sabinada na
Bahia, Balaiada no Maranhão.
Os partidos políticos deste período se caracterizaram
por dois grupos constituídos da mesma classe social, os
grandes proprietários rurais.
Liberais ou Progressistas
Conservadores ou Regressistas.
A Regência do padre Feijó foi marcada por conflitos internos, relacionados
aos grupos no poder, como por exemplo:
Os conservadores negavam verbas ao regente para combater as
rebeliões regenciais e o acusavam de ser fraco diante dos rebeldes.
97
O regente envolveu-se em conflitos com a igreja ao defender: o fim do
celibato clerical e das ordens religiosas de padres e freiras no Brasil.
Outro problema do regente foi: os atritos com o exército devido á fuga de
Bento Gonçalves (líder farroupilha), de uma prisão na Bahia.
Em 1837, o padre Feijó isolado e sem apoio, renunciou a favor de Araújo
Lima, encerrando o período dos liberais dentro do governo regencial.
Regência de Araújo Lima – 1837 – 1840
A regência de Araújo Lima é também conhecida como o período do
retrocesso conservador, que se caracterizou pelo afastamento dos liberais do
poder.
“Temos que acabar com a descentralização, para garantir os privilégios
do latifúndio escravista”
Esse período foi marcado pelo centralismo político nas mãos do regente,
que entendia como essa a única forma de acabar com as rebeliões regenciais.
98
REBELIÕES REGENCIAIS
Cabanagem – Pará – 1834 –1840
O Pará era controlado pelos portugueses, o imperador D.Pedro I para
garantir a união ao Brasil enviou o mercenário inglês Grenfell para a região em
1823, a reação dos paraenses contra os mercenários foi comandada pelo
padre Batista de Campos ao lado dos cabanos (população pobre, que vivia nas
regiões ribeirinhas), o resultado foi um massacre, (Navio Palhaço – 300
mortos).
A independência não melhorou a vida da população paraense, sujeitos ao
controle comercial dos portugueses e discriminados pelas autoridades
imperiais.
Em 1833 o governo regencial nomeou Bernardo Lobo de Souza como o
novo presidente da província do Pará, o novo governante, logo que chegou do
Rio de Janeiro, iniciou uma política repressiva, que se caracterizou por;
99
Perseguição aos inimigos políticos
Recrutamento forçado de inimigos, que eram enviados ao RS, para lutar
contra os Farrapos ao lado das tropas regenciais.
Exílio de inimigos políticos
Benefícios aos portugueses, que detinham o monopólio de comércio na
região.
As perseguições e humilhações que a população sofria foi gerando um
sentimento de ódio e rancor contra o governo provincial, assim os cabanos do
interior passaram a se organizar para a luta.
Em 07 de Janeiro de 1834, os cabanos dominaram Belém do Pará e
fuzilaram Lobo de Souza, o líder dos cabanos Clemente Melcher ao invés de
desenvolver uma política autônoma, como muitos esperavam, ao contrário,
declarou-se aliado do governo regencial do RJ, em 19 de Fevereiro de 1834
acabou sendo fuzilado pelos cabanos, acusado de traição.
O novo líder do movimento, Francisco Vinagre seguiu a mesma política de
aliança com o governo regencial, foi afastado pelos cabanos.
Em 1836 Eduardo Angelim passou a comandar os cabanos e tomou
medidas autonomistas como;
Proclamou a República do Pará – separado do Brasil
Extinguiu o tráfico de escravos para o Pará, os fazendeiros que
apoiavam o movimento se afastaram e passaram a trair os cabanos.
Dividiu as terras dos portugueses com os cabanos (reforma agrária)
O governo regencial do Rio de Janeiro organizou a repressão aos
rebeldes mandando tropas sob o comando do Barão de Caxias com a ordem
de não fazer prisioneiros, o resultado desse conflito que terminou em 1840,
registrou a morte de 30.000 cabanos e a reintegração do Pará ao Brasil.
100
Revolução Farroupilha – RS – 1835 – 1845
O Rio Grande do Sul era uma província sem grande importância
econômica aos olhos do governo regencial, produzia charque com mão de obra
escrava, que se destinava a alimentar os escravos envolvidos na produção de
açúcar, mineração e café e outros produtos importantes à economia do país.
O RS se enquadrava dentro de uma economia complementar em relação
aos produtos de exportação. O charque gaúcho era caro, pois era produzido
com mão de obra escrava. Outros fatores tornavam o charque gaúcho um
produto caro, como por exemplo, impostos sobre o sal.
O governo regencial passou a comprar charque argentino, mais barato,
era produzido pelos “saladeros”, que possuíam mão de obra assalariada, isso
possibilitava garantir preços mais baixos para o café brasileiro no mercado
internacional.
Em 1834 ocorre a primeira
eleição para a Assembléia Legislativa
no RS e crescem as divergências
entre os estancieiros, charqueadores
em relação ao presidente da
província Antonio Rodrigues Borges
nomeado pelo governo regencial, os
conflitos políticos tiveram início
quando o presidente da província
acusou o fazendeiro Bento
Gonçalves de contrabandista por levar gado do RS para o Uruguai.
Em 1835 Bento Gonçalves comandou um grupo de estancieiros e
invadiram Porto Alegre, depuseram o presidente da província, que fugiu para
Rio Grande e a seguir para o RJ. Em 1836 foi proclamada a República do
Piratini ou Rio-grandense (separatista).
101
Entre 1836 e 1837 Bento Gonçalves ficou preso numa prisão da Bahia,
de onde fugiu apoiado pelos rebeldes da Sabinada, outro movimento de
oposição ao governo central, que surgiu em Salvador.
Em 1839 – David Canabarro e Giuseppe Garibaldi dominaram Santa
Catarina, fundando a República Juliana.
No ano de 1839 o comando das operações militares do governo
regencial foi entregue a Caxias, que vinha pra o RS com a função de dominar
os rebeldes gaúchos, usando de vários informantes contrários aos farroupilhas,
Caxias fechou o fornecimento de artigos que garantiam a resistência dos
farroupilhas, provenientes do Uruguai.
As tropas regenciais foram ganhando terreno e somando vitórias, em
1840 o governo do RJ ofereceu anistia aos farroupilhas, que não aceitaram e
continuaram lutando até a derrota final em 1845, quando foi assinado o tratado
de paz conhecido como Tratado do Ponche Verde, entre David Canabarro e o
representante do governo central, esse tratado garantiu imensas vantagens
aos estancieiros e charqueadores gaúchos, tais como:
Anistia total aos farrapos, que não seriam julgados ou punidos.
Indenização aos fazendeiros envolvidos no conflito
Incorporação dos farrapos no exército imperial, nos mesmos postos que
exerciam no exército farroupilha, exceto o de general.
Garantia de Federalismo ao RS, isso é – o RS poderia eleger seu próprio
presidente de província, que não seria mais nomeado pelo governo central.
Taxação do charque argentino, garantindo assim a venda do charque
gaúcho no Brasil.
Liberdade aos negros gaúchos que haviam lutado ao lado dos
farroupilhas.
Todas essas vantagens garantidas á elite agrária do RS, tinha como
objetivo evitar que o RS viesse a se separar do Brasil e ligar-se ao Uruguai ou
a Argentina, onde os estancieiros gaúchos tinham negócios e muitas vezes até
fazendas.
102
Assim por meio de um tratado altamente vantajoso aos estancieiros
gaúchos (Ponche Verde) o governo central afastava o fantasma da
fragmentação territorial (separatismo).
Os negros que lutaram ao lado dos farrapos, não foram libertados
como previam os acordos e promessas, foram traídos pelos farrapos, depois de
desarmados foram massacrados pelas tropas do exército imperial, os
sobreviventes foram vendidos como escravos no Rio de Janeiro, esse episódio
ficou conhecido como “Traição de Porongos”.
Sabinada – Bahia – 1837 –1838
A Província da Bahia vivia em crises permanentes como o monopólio do
comércio em mãos dos portugueses, que só empregavam filhos de
portugueses marginalizando os brasileiros em relação ao comércio, a isso se
soma.
Carestia dos gêneros de primeira necessidade
Altos impostos pagos pela população por tratar-se de região de produção
exportadora (açúcar, algodão).
Perseguições políticas aos adversários do governo central.
Recrutamento forçado da população para lutar no sul contra os
farroupilhas.
Em 1837 o doutor Sabino, médico de Salvador comandou um movimento
que levou o seu nome (Sabinada), contra o governo provincial, que foi deposto.
Proclamaram a República da Bahia até a maioridade de D. Pedro prevista
para 1843 e prometeram libertar todos os escravos nascidos no Brasil, que
apoiassem o movimento.
Os fazendeiros escravistas percebendo que não seriam indenizados
quando da libertação de seus escravos, passaram a trair o movimento em favor
do governo Regencial, assim em 1838 as tropas regenciais contando com o
apoio dos senhores de engenho da Bahia liquidaram com o movimento, que
resultou em 2.000 mortos e 3.000 prisioneiros, que foram anistiados em 1840
pelo imperador D. Pedro.
103
Balaiada – Maranhão – 1838 – 1841
O Maranhão era outra província pobre e atrasada do Brasil, onde também
havia o monopólio de comércio nas mãos dos portugueses e a mesma
discriminação em relação à maioria da população pobre.
A Balaiada não se constituiu num movimento organizado como foram a
Cabanagem no Pará ou os Farrapos no RS, surgiu de forma espontânea,
resultado do rancor e ódio de alguns homens de realidades diferentes como:
Raimundo Gomes – Vaqueiro, que atacou uma delegacia e libertou seu
irmão.
Manuel Francisco dos Anjos – fabricante de balaios
Cosme Bento – líder dos negros fugido, que tinha idéia de formar uma
sociedade constituída somente por negros e afro – descendentes.
Esse grupo sem um programa político ou social definido, chegou a
dominar uma cidade (Caxias) no interior do Maranhão, mas por falta de
unidade e de apoio popular acabaram sendo derrotados pelas tropas do Barão
de Caxias, foram anistiados em 1841 pelo Imperador.
Golpe da Maioridade de D.Pedro
Os liberais afastados do poder durante a Regência de
Araújo Lima, fundaram o Clube da Maioridade de D. Pedro com
a intenção de;
Garantir a volta dos liberais ao poder, afastando os
conservadores.
1) A presença do imperador no trono acabaria com as rebeliões.
2) Afastaria o fantasma da fragmentação territorial defendida pelos
separatistas.
104
A campanha da maioridade de D Pedro correu o
país e ganhou adeptos, a maioria cansados com a
centralização do poder nas mãos dos conservadores,
os liberais esperavam com isso garantir mais
autonomia as províncias.
Essa campanha acabou vitoriosa, assim em 23
de setembro de 1840. D. Pedro de Alcântara com
apenas 14 anos de idade foi coroado como D. Pedro II,
dando início ao segundo reinado, que durou até l889.
Segundo Reinado –1840 - 1889
Com o golpe da maioridade de D. Pedro, os liberais chegavam ao poder
novamente encerrando o período conservador da Regência de Araújo Lima,
formou-se o ministério dos irmãos liberais Andradas e Cavalcanti que estiveram
no poder em 1840 e 1841, esse período é marcado por fraudes eleitorais,
violência política dos liberais para garantir o poder e a eleições de
correligionários, esse processo ficou conhecido como eleições do Cacete.
Em 1842 D. Pedro II afastou os liberais e nomeou um ministério formado
por conservadores de confiança do imperador, essa troca foi chamada de
retrocesso Conservador.
Revolta dos Liberais (1842)
Afastados do poder os liberais, não aceitavam o fato de serem
substituídos pelos conservadores, partiram para a luta armada contra o
governo, inicialmente o movimento ganhou forma em São Paulo com o apoio
do Padre Feijó, foram vencidos pelas tropas de Caxias, a seguir o movimento
se desenvolveu em Minas Gerais com o exaltado Teófilo Otoni, mas acabaram
vencidos também, todos os rebeldes foram anistiados em 1844 por ordem do
Imperador.
105
Medidas adotadas pelos conservadores;
Restauração do conselho de estado, para assessorar o imperador
(portugueses).
Reforma do Código de Processo Penal – acabava com a eleição dos
juízes nas províncias, seriam nomeados pelo imperador.
Defendiam o restabelecimento do poder Moderador, de uso exclusivo do
imperador.
Retorno dos Liberais ao Poder – 1844
Tarifa Alves Branco – 1844 – as medidas adotadas pelo ministro da
economia Alves Branco aumentavam as taxas de produtos importados para
20% e todo o produto que já tivesse similares sendo produzidos no Brasil
sofreriam aumentos de 20% até 60%, essa medida tinha por finalidade
promover o desenvolvimento da indústria brasileira.
Lei Bill Aberdeen – 1845 - A Inglaterra reagiu a essas medidas
protecionistas adotadas pelo Brasil, a lei Bill Aberdeen, que dava direitos aos
navios ingleses cassar navios negreiros nos 7 mares, o Brasil nunca cumpriu
acordos anteriores com os ingleses no sentido de diminuir o tráfico de
escravos, por outro lado os ingleses queriam acabar com a escravidão no
mundo, buscando com isso aumentar o mercado consumidor a base de
salários. A lei Bill Aberdeen tinha por finalidade garantir o desenvolvimento do
capitalismo inglês e a Revolução Industrial em marcha na Europa, portanto a
escravidão tornava-se um entrave a esses planos.
Revolução Praieira – 1847 – 1850 – Pernambuco
Origens
Controle político de Pernambuco nas mãos de Conservadores e Liberais.
Comércio controlado por portugueses, que não empregavam brasileiros.
Corrupção e benefícios aos mesmos grupos no poder (liberais e
Conservadores)
106
Em 1842 foi fundado o Partido da Praia e seu jornal Diário Novo na rua da
praia em Recife, que apresentava um programa moderno, prometendo acabar
com os benefícios e os vícios da administração pública.
No ano de 1844 os praieiros conseguiram que o governo no Rio de
Janeiro nomeasse um presidente para a província de Pernambuco, aliado dos
praieiros, Chichorro da Gama.
Uma vez no poder, os praieiros passaram a fazer a mesma política de
seus adversários, a mesma corrupção, os mesmos benefícios conseguidos
com verbas públicas, enfim a mesma receita dos conservadores e liberais.
Em 1848 os conservadores voltam ao poder, os praieiros não aceitaram o
resultado das eleições e partiram para a luta armada, usando seus engenhos
como bases militares juntamente com seus agregados.
Parlamentarismo as Avessas - 1847
Para evitar os constantes choques e disputas entre liberais e
conservadores, foi criado em 1847 o Parlamentarismo no Brasil, porém esse
sistema foi completamente alterado em relação ao seu original inglês.
Aqui o poder Legislativo ficava submetido ao controle do Imperador, que
se valia da prerrogativa do Poder Moderador, assim o próprio imperador
nomeava o primeiro ministro, que não passava de um subordinado do próprio
imperador.
Política de Conciliação – 1848 – 1853
Foi á medida de conciliação adotada pelo imperador, garantindo um
governo partilhado com políticos liberais e conservadores atuando no governo,
essa medida tinha por finalidade garantir a paz e promover o desenvolvimento
do país.
107
Lei de Terras de 1850
Essa lei proibia a doação de terras públicas (devolutas) a particulares,
essas terras somente poderiam ser vendidas, essa medida favoreceu aos
latifundiários ligados a exportação, que mesmo pagando caro pela terra logo
teriam o retorno do capital garantido pela exportação, com isso se evitava que
pobres livres e estrangeiros tivessem a cesso a terra.
A ERA MAUÁ – 1850 – 1873 - INDUSTRIALIZAÇÃO
Fatores
Tarifa Alves Branco de 1844 – reduziu as
importações
Abolicionismo – mercado de consumo
Investimentos de capitais ingleses
Cafeicultores do Oeste paulista favoráveis a
modernização
Desenvolvimento urbano e diversidade de
consumo
O Barão de Mauá desenvolveu vários projetos modernizantes como:
1)Sistema de iluminação a gás no Rio de Janeiro
2)Primeiro sistema de barcos a vapor pelo rio Amazonas
3)Estaleiros no Rio de Janeiro
4)Fundou bancos no Brasil e Uruguai
5)Financiou a instalação de novas indústrias no Brasil
Mesmo com todo o seu dinamismo o Barão de Mauá acabou falido devido
á oposição dos conservadores aliados a certos setores da indústria inglesa que
não queria o desenvolvimento industrial do Brasil.
108
Imigração
Em 1847 chegaram os primeiros colonos alemães para trabalhar na
fazenda de café do senador Vergueiros em São Paulo, essa imigração atendia
a vários interesses como;
Colonos sem terra na Europa buscavam um país sem guerras para
recomeçar a vida.
Governo brasileiro queria evitar que o Brasil tivesse um número
exagerado de negros no território, medo do Haitianismo.
Governo defendia abertamente a teoria racista de “branqueamento do
Brasil”.
O que ocorreu aí foi uma tentativa de explorar esses colonos como
escravos o que resultou em revoltas, outro aspecto das revoltas foi o
estabelecimento de uma forma de exploração conhecida como Colonato ou
parceria, ou seja;
O colono (ou parceiro) era obrigado a comprar tudo o que necessitava na
fazenda do cafeicultor com preços aumentados, dessa forma os colonos
estavam sempre endividados com o dono das terras e não poderiam
abandonar a fazenda sem antes quitar suas dívidas.
O colonato nada mais é que uma forma de escravidão disfarçada, em
1857 ocorreram as grandes revoltas de colonos, o que resultou na proibição
dos governos europeus de mandarem novos colonos ao Brasil.
O Brasil criou um novo sistema de imigração em 1870 devido á
dificuldade de mão de obra escrava, (Lei Euzébio de Queirós 1850) esse novo
sistema ficou conhecido como Imigração Subvencionada, que se caracterizava
pelo pagamento do estado com os custos de transportes dos colonos da
Europa para o Brasil e proibia a prática do Colonato.
O transporte de escravos africanos para o Brasil foi dificultado pela
marinha inglesa que cumpria as determinações a Lei Bill Aberdeen, caçar
navios negreiros nos sete mares e proibir o uso de escravos na América.
109
Colonos no Rio Grande do Sul
A vinda de imigrantes alemães e italianos para o RS atendia a uma
realidade diferente do sistema cafeicultor de São Paulo, aqui era necessário
ocupar áreas sem povoamento ou produção, assim em 1824 chegaram os
primeiros colonos alemães na região de São Leopoldo, que ganharam do
estado 25 hectares de terra por família, ficando proibido comprar escravos e
participar da vida política.
Em 1875 chegaram ás famílias de colonos italianos, que foram instalados
em Farroupilha e ganharam 25 hectares de terra por família.
A grande diferença dos sistemas de imigrante trazidos para SP onde
deveriam trabalhar para os cafeicultores, no RS esses colonos vieram para
trabalhar numa terra que era sua, tratava-se de um modelo diferente de
colonização, similar ao ocorrido no norte dos EUA, (ocupação da terra por
famílias).
Política Externa do segundo Reinado
Questão Christie
As relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra vinham se
deteriorando ao longo dos tempos, o Brasil não cumpria os acordos que
assinava com o governo inglês quanto á questão de diminuir ou acabar com o
tráfico de escravos (1810, 1845, 1850)
A aprovação da tarifa Alves Branco resultou na diminuição das
exportações inglesas para o Brasil. Em 1861 o navio inglês Príncipe de Gales
naufragou na costa do RS e foi saqueado, o embaixador inglês no Brasil,
William Christie exigiu a imediata indenização da carga perdida, o governo
brasileiro atendeu a exigência.
O segundo incidente ocorreu quando dois marinheiros ingleses
completamente bêbados foram detidos no RJ por estarem promovendo
desordem, logo a seguir foram liberados.
110
O embaixador inglês exigiu, que os policiais brasileiros fossem punidos,
como o governo brasileiro se negou a cumpri tal exigência, a marinha inglesa
aprisionou cinco navios brasileiros ancorados no RJ.
O caso foi levado a um tribunal internacional, julgado pelo rei Leopoldo da
Bélgica, que foi favorável ao Brasil, como a Inglaterra não apresentou
desculpas diplomáticas, em 1863 o Brasil rompeu relações com o governo
inglês, que só foram reatadas em 1865, quando a Inglaterra apresentou as
desculpas formais
Guerra contra Oribe no Uruguai e Rosas da Argentina
Em 1850 chegava ao poder na Argentina o general Rosas
depois de violenta guerra pela unificação do país. Rosas queria
restabelecer o antigo Vice Reino do Prata, que uniriam
Argentina, Uruguai e Paraguai, para isso Rosas estabeleceu
uma aliança com o presidente Oribe do Uruguai, o Brasil não
aceitou o acordo dos dois presidentes, pois temia:
A criação de um poderoso estado no sul, unindo Argentina e Uruguai.
O fechamento da navegação pelo Rio da Prata
O levante de caudilhos gaúchos aliados de uruguaios contra o império
O renascimento do separatismo no RS
O Brasil uniu-se ao Partido Colorado no Uruguai contra os Blancos, que
eram aliados da Argentina, e passou a apoiar o general Urquiza inimigo de
Rosas.
Usando essa política de alianças em 1852 o Brasil colocou Frutuoso
Rivera no poder do Uruguai enquanto na Argentina garantiu a vitória de
Urquiza, que derrubou Rosas, assim o governo brasileiro garantia a livre
navegação pelo Rio da Prata e evitava a fragmentação territorial do país.
111
Guerra contra Aguirre – 1864 – 1865 – Uruguai
Aguirre do partido Blanco uruguaio havia chegado ao poder e fez uma
aliança com o Paraguai, o que passou a preocupar o Brasil devido a atitude do
governo uruguaio diante de vários atritos surgidos na fronteira com o RS.
Razões do conflito:
Perseguição aos brasileiros estabelecidos no Uruguai.
Invasão de fazendas brasileiras por uruguaios.
Indiferença do governo uruguaio diante dos protestos brasileiros.
Em 1850 o Almirante Tamandaré colocou a esquadra brasileira diante do
porto de Montevidéu no Uruguai, levando Aguirre a renunciar, assim o Brasil
garantiu a ascensão de Venâncio Flores do partido colorado, aliado do Brasil
ao poder.
Guerra do Paraguai – 1865 – 1870
O Paraguai havia conquistado sua independência em 1811 e desenvolveu
um modelo político – econômico diferente dos demais países latino-
americanos.
Erradicou o analfabetismo
Desenvolveu fábricas de armas
Indústria siderúrgica
Estradas de ferro
Telégrafos
Estâncias da Pátria – reforma agrária e o fim do latifúndio.
Pequenas propriedades controladas pelo estado
Controle do estado sobre a economia
Exportador de erva mate
Desenvolveu o maior exército da América do Sul
112
Quando o Brasil derrubou o presidente Aguirre do Uruguai, aliado do
Paraguai, o governo paraguaio protestou temendo perder o acesso ao mar pelo
Rio da Prata. As tropas paraguaias invadiram Dourados no MT e prenderam o
navio Marquês de Olinda com o governador do MT.
A Inglaterra não queria o desenvolvimento
do Paraguai e levou o Brasil, Uruguai e
Argentina a assinarem a Tríplice Aliança (1865),
contra o Paraguai.
Em 1868 o Brasil obteve importantes
vitórias contra ass tropas paraguaias nas
batalhas de; Itaboraí, Avaí, Angosturas e Lomas
Valentinas, nessa altura da guerra, o Paraguai já
não dispunha de armas e combatentes para
conseguir a vitória. Em 1870 o presidente
paraguaio Francisco Solano Lopez morreu e a
guerra chegou ao fim.
O exército brasileiro promoveu o maior genocídio da história da América
do Sul, matando 75% da população, 600 mil pessoas em sua maioria adultos, o
país ficou reduzido a uma população de velhos e crianças.
No Paraguai foram restabelecidos o latifúndio, as desigualdades sociais e
a completa destruição da indústria. O Brasil saiu da guerra completamente
endividado com a Inglaterra.
A QUEDA DO SEGUNDO IMPÉRIO
Origens:
Abolicionismo:
1)Tarifa Alves Branco de 1844 – taxas alfandegárias de 20% a 60%
2)Lei Bill Aberdeen – 1845 – reação inglesa, caçar navios negreiros nos 7
mares
3)Lei Euzébio de Queirós – 1850 – fim do tráfico negreiro para o Brasil
resultou no tráfico interno.
4)Colonos de parceria – 1847 – 1857 – vale do Paraíba
113
5)Lei do Ventre Livre – 1871 – Lei Visconde do Rio Branco
6)Greve dos Jangadeiros no Ceará – 1881 – negavam-se a transportar
escravos
7)Organização dos Caifazes – SP – 1881 – abolicionistas (Antonio Bento)
8)Lei dos Sexagenários – 1885 – Saraiva Cotegipe
9)Ceará e Amazonas aboliram a escravidão em 1884 e 1885
10)Exército se negava a caçar escravos fugidos –1887
11)Lei Áurea – 1888 – abolia a escravidão em todo o Brasil, sem
indenizações aos antigos donos e escravos.
Além dos movimentos abolicionistas brasileiros, havia as pressões da
Inglaterra e de todo o mundo pelo fim da escravidão no Brasil.
Os grandes fazendeiros donos de escravos não foram indenizados
quando da abolição da escravidão (Lei Áurea 1888), assim esses senhores de
escravos, que eram a base de sustentação do segundo reinado, sentiram-se
traídos e passaram a fazer oposição ao imperador e ao regime monárquico,
muitos deles passaram a apoiar o movimento republicano que estava surgindo
no país.
Questão Religiosa
A Constituição de 1824 estabelecia a sujeição da igreja ao Estado, pelo
Padroado e o Beneplácito, medidas incluídas na cláusula Regalismo, onde o
imperador tinha o direito de veto em decisões do Vaticano a serem aplicadas
no Brasil, que só seriam aplicadas após aprovação do Imperador.
Em 1864 o Papa Pio IX havia lançado a Bula Sylabus, onde proibia a
aproximação da igreja católica com os maçons, D. Pedro II ignorou a Bula,
afirmando que no Brasil essa medida não seria seguida pelo clero, porém o
Bispo de Olinda Don Vidal e Don Macedo, bispo do Pará seguiram as ordens
do Papa e passaram a punir padres ligados a maçonaria assim como se
negava de realizar casamento de maçons.
D. Pedro decretou a prisão por 4 anos dos dois bispos, que foram
submetidos a trabalhos forçados, humilhando os religiosos, esse episódio ficou
114
conhecido como questão religiosa, a igreja passou a apoiar o movimento
republicano assim como aos abolicionistas, afastando-se do Imperador.
Questão Militar
1) 1883 – Tenente Coronel Sena Madureira critica o governo na imprensa,
pelo não pagamento de indenizações e aposentadorias de combatentes da
Guerra do Paraguai, o imperador proibiu os militares de se manifestarem na
imprensa.
2) 1884 – Militares se recusam a caçar escravos fugidos, o jangadeiro
Francisco do Nascimento foi condecorado pelos militares por se negar a
transportar escravos para os navios, que os trariam para o sul, ministros civis
convencem o imperador a demitir Sena Madureira, o alto comando do exército
intercedeu junto ao imperador para revogar a demissão.
3) O coronel Cunha Matos foi detido (1885) ao constatar irregularidades
no Piauí, onde os infratores eram aliados de políticos corruptos.
Esses incidentes levaram grande parte do alto escalão do exército á
oposição em relação ao imperador, aproximando-os do nascente movimento
republicano, por outro lado a Guerra do Paraguai havia aproximado
combatentes brancos e negros, além do contato entre oficiais do exército
brasileiro e do Uruguai e da Argentina, que eram republicanos e anti-
escravistas.
O exército brasileiro que voltou da Guerra do Paraguai, está diferente
daquele de antes do conflito, os militares voltaram com consciência de que a
monarquia não tinha mais condições de garantir progresso ou modernidade ao
Brasil como vinha ocorrendo em outros países América.
115
Movimento Republicano
Em 1870 surgiu o “Manifesto Republicano” no Rio de Janeiro, em 1873 foi
fundado o Partido Republicano Paulista, pelos cafeicultores de São Paulo, que
buscavam reformas políticas e o direito de Federalismo, já conquistado pelos
gaúchos em 1845 (Tratado o Ponche Verde).
O movimento republicano se dividia em dois grupos distintos:
1) Republicanos Históricos ou evolucionistas, que defendiam a transição
da monarquia para a república de forma pacífica, sem violência.
2) Republicanos Revolucionários – pregavam o uso da força para
derrubar a monarquia e assim implantar a república no Brasil.
3) Positivistas – era um grupo ligado a filosofia de Augusto Comte, que
ganhou muitos seguidores dentro das forças armadas, onde Benjamim
Constant era o maior defensor desta filosofia.
Com as diversas crises geradas durante o segundo reinado, (Questão
Religiosa, Abolicionismo – Lei Áurea, Questão Militar) somado ao
conservadorismo de D. Pedro II, os descontentes vão buscar abrigo no Partido
Republicano, contra a decadente monarquia, a proclamação da república foi o
resultado da união entre a elite civil e os militares, representando a insatisfação
dos:
Latifundiários não indenizados pela abolição (Lei Áurea)
Militares, descontentes com os políticos (casacas), corruptos e
conservadores.
Classe Média urbana - não via futuro para suas aspirações com a
monarquia
Igreja – havia sido humilhada na questão religiosa
Empresários – buscavam ampliar seus negócios, porém a monarquia era
arcaica e não possibilitava nenhum avanço tecnológico.
116
Assim, quando em 15.11.1889 foi proclamada a república, tivemos o
resultado da união das elites com os militares. A proclamação da república foi
um golpe de Estado, organizado pelos militares em aliança com a elite agrária
ligada ao movimento Republicano.
117
MATERIAL DE APOIO
FILMES SOBRE A IDADE MODERNA
1- Elizabeth - A Era de Ouro
2- The Tudors
3- A Outra
4- Maria Antonieta
5- Lutero
6- O Patriota
7- Elizabeth
8- Elizabeth I
9- 1492 - A Conquista do Paraíso
10- O Homem da Máscara de Ferro
11- The Tudors - 3ª Temporada
12- The Tudors - 4ª Temporada
13- Homem Que Não Vendeu Sua Alma
14- The Tudors - 2ª Temporada
15- A Rainha Margot
16- Henrique IV
17- Danton - O Processo da Revolução
18- O Enigma do Colar
19- Morte ao Rei
20- Vatel - Um Banquete para o Rei
21- Casanova e a Revolução
22- Revolução
23- Cristóvão Colombo - A Aventura do Descobrimento
24- Giordano Bruno
118
ETAPA 2
EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA MÓDULO 1 HISTÓRIA GERAL
01. No início dos tempos modernos, assistimos a uma série de grandes
transformações que atuaram na desestruturação do mundo feudal e também se
refletiam na diminuição do poder da Igreja, na expansão comercial e marítima,
no desenvolvimento da burguesia, no Renascimento e na reforma religiosa.
Também está ligada a este período histórico:
a) a descentralização política e administrativa do Estado;
b) a formação das repúblicas federativas;
c) a ascensão das ditaduras pelas elites militares;
d) a ascensão das ditaduras lideradas pelas classes trabalhadoras;
e) a formação das monarquias nacionais absolutistas.
02. Leia as seguintes afirmações sobre as transformações ocorridas entre a
Alta e a Baixa Idade Média:
1. A descentralização e a fragmentação política deram lugar à unificação
territorial e às monarquias nacionais.
2. A produção rural autossuficiente foi substituída pela agricultura comercial.
3. O surgimento e o desenvolvimento da camada burguesa reforçaram os laços
da suserania e vassalagem.
4. Os valores medievais e a cultura teocêntrica foram substituídos pelas idéias
iluministas e liberais.
Assinale:
a) se todas as afirmações forem corretas;
b) se todas as afirmações forem incorretas;
c) se apenas as afirmações 1, 2 e 3 forem corretas;
d) se apenas as afirmações 1, 2 e 4 forem corretas;
e) se apenas as afirmações 1 e 2 forem corretas.
119
03. A aliança entre Rei e Burguesia no final da Idade Média e início da Idade
Moderna não teve como objetivo:
a) o fortalecimento da centralização política contra o particularismo feudal
vigente até então;
b) a unificação de moedas, pesos e medidas, a fim de facilitar as transações
comerciais;
c) a definição de fronteiras e, ao mesmo tempo, de mercados internos e
externos;
d) a valorização das autoridades religiosas e a submissão do Estado à Igreja;
e) a imposição de código único de leis para o país em lugar do direito
consuetudinário feudal.
04. Um dos fenômenos marcantes da Renascença foi o surgimento de novas
teorias políticas e conômicas baseadas em fundamentação secular e não mais
teológica. Nesse passo:
a) foi rompida a tradição das explicações religiosas, morais e filosóficas ditadas
pela Igreja Católica;
b) ganha espaço o conceito de que economia, política e sociedade devem se
subordinar à religião;
c) cresceu a importância do clero secular, um dos principais pilares da Igreja;
d) foi negada a secularização do Estado, que até então mostrava-se
fortalecido;
e) os pensadores renascentistas passaram a atacar a acumulação capitalista.
120
05. Ao final da Idade Média, a necessidade de novas rotas de comércio gerou a
expansão mercantil e marítima desenvolvida pelos países atlânticos. Até então,
a principal via comercial européia era o Mediterrâneo, cujo monopólio estava
concentrado nas mãos dos comerciantes:
a) venezianos e franceses
b) espanhóis e muçulmanos
c) venezianos e mouros
d) italianos e árabes
e) italianos e ibéricos
06. Apresentam-se como características da transição do feudo-capitalista,
exceto:
a) a formação das monarquias nacionais;
b) o surgimento da burguesia;
c) o aumento do poder da Igreja Católica;
d) o Renascimento Comercial;
e) o desenvolvimento da vida cultural.
07. A crise europeia dos séculos XIV e XV constituiu um bloqueio ao
desenvolvimento da economia de mercado. A superação desse processo foi
realizada por meio:
a) da isenção de tributos para as cidades;
b) do fortalecimento das corporações de ofício;
c) da Expansão Marítima;
d) de incentivo à lavoura feudal;
e) das Cruzadas.
121
08. As rotas marítimas do Mediterrâneo, do Norte e do Báltico revitalizaram o
comércio europeu a partir do século XI. No continente europeu, essa
revitalização deu-se com:
a) as rotas terrestres que ligavam as cidades francesas e Constantinopla;
b) a expansão mercantil dos muçulmanos a partir da Espanha;
c) a participação dos mercadores vikings;
d) com as feiras medievais que surgiram ao longo das rotas de comércio;
e) a fundação das feitorias árabes na Península Ibérica.
09. A Expansão Marítima e Comercial é produto de um conjunto de fatores que
marcam a época de transição por que passava a Europa. Essa transição
caracteriza a passagem de um modo de produção em crise para outro, isto é:
a) do escravista para o feudal;
b) do capitalista para o escravista;
c) do feudal para o capitalista;
d) do feudal para o escravista;
e) do escravista para o capitalista.
10. (FUVEST) À época da expansão Marítima e Comercial, a Europa passava
por profundas transformações. Entre elas, podemos destacar, exceto:
a) o advento das monarquias nacionais;
b) a desintegração do escravismo;
c) o processo de formação do capitalismo;
d) a ascensão da burguesia mercantil;
e) o Renascimento Comercial.
122
11. Ao contrário dos portugueses, que buscavam atingir as Índias contornando
a costa africana, Colombo:
a) concentrou suas navegações na parte Norte da América, em busca de uma
passagem ao Noroeste para o continente asiático;
b) dirigiu-se para o Oeste em busca da passagem Sudeste para o continente
asiático;
c) planejou atingir o Leste, onde se encontravam as Índias, viajando no sentido
Oeste;
d) Navegou pelo Oceano Atlântico em direção ao Canal da Mancha e Mar do
Norte, seguindo as instruções do Rei de Portugal;
e) concentrou suas navegações na parte Leste, em busca de uma passagem
Noroeste para as Índias.
12. (UNIP)
"... Diziam os mareantes, que depois desse cabo não há nem gente nem
povoado algum; a terra não é menos arenosa que os desertos da Líbia, onde
não há água, nem árvores, nem erva verde; e o mar é tão baixo, que a uma
légua da terra não há fundo mais que uma braça."
O texto faz referência à época:
a) das Grandes Navegações no início da Idade Média;
b) da Revolução Industrial na Idade Contemporânea;
c) do expansionismo marítimo lusitano;
d) das navegações fenícias;
e) do neocolonialismo.
123
13. A esquadra enviada por D. Manuel, rei de Portugal, às Índias, sob o
comando de Pedro Álvares Cabral, tinha como objetivo:
a) estabelecer uma sólida relação comercial e política com os povos do
Oriente;
b) procurar outro caminho que conduzisse ao Oriente sem utilizar o
Mediterrâneo;
c) combater a pirataria nas Colônias portuguesas na costa oeste da África;
d) confirmar a existência de minas de metais preciosos no sul da Ásia;
e) verificar as possibilidades de exploração de mão-de-obra escrava.
14. Associe corretamente:
(A) Caboto I. Dinastia que iniciou as navegações francesas.
(B) Valois II. A serviço da Inglaterra, atingiu a região do Labrador.
(C) Francis Drake III. Fundador da Nova França.
(D) Walter Raleig IV. Realizou a segunda viagem de circunavegação.
(E) Jacques Cartier V. Criador da colônia da Virgínia.
a) A - I; B - III; C - IV; D - V; E – II
b) A - IV; B - II; C - III; D - V; E – I
c) A - II; B - I; C - IV; D - V; E – III
d) A - V; B - IV; C - II; D - III; E - I;
e) A - IV; B - V; C - II; D - I; E – III
124
15. (UNIFENAS) Destaca-se como resultado das descobertas e da expansão
luso-espanhola nos tempos modernos a:
a) diminuição do comércio entre Europa e Novo Mundo, com a hegemonia do
mar Mediterrâneo;
b) formação de novos impérios na África e na Ásia, com a ampliação do
comércio entre os dois continentes;
c) defesa das culturas nativas das Américas pelo Clero e pelo Estado;
d) abertura de uma nova era de navegação e comércio, não mais concentrada
no Mediterrâneo e sim no Oceano Atlântico;
e) preservação da autonomia política das nações conquistadas, a exemplo do
México e do Peru.
16. "O apoio financeiro da classe mercantil foi decisivo para o sucesso do
movimento revolucionário, que faz surgir um novo Estado Nacional, mais forte
e mais centralizado, e eminentemente mercantilista."
O movimento revolucionário mencionado no texto e referente à História de
Portugal está ligado:
a) à Reconquista cristã do território português aos árabes;
b) à atuação de Afonso Henrique de Borgonha, fundador do Reino de Portugal;
c) à ascensão do Mestre de Avis ao trono português;
d) à dominação dos Felipes sobre Portugal;
e) à Restauração Portuguesa, que marca o fim da dominação espanhola.
125
17. Sobre as Navegações e os Descobrimentos, assinale a alternativa falsa:
a) Com os Descobrimentos, o eixo-econômico transferiu-se do Mediterrâneo
para o Atlântico.
b) O Canadá foi explorado principalmente pelos franceses.
c) O que melhor explica o pioneirismo luso nas navegações é a posição
geográfica de Portugal.
d) A Espanha retardou a sua participação na Expansão Marítima porque estava
ainda em luta com os mouros e em processo de unificação política.
e) A primeira viagem de circunavegação foi realizada pelo português Fernão de
Magalhães.
18. Entre as principais consequências da Expansão Marítima, encontramos,
exceto:
a) o descobrimento de metais preciosos no Novo Mundo e a aceleração da
acumulação capitalista;
b) a descoberta de novos mercados, fornecedores de matérias-primas e
consumidores de produtos industrializados;
c) a mudança do eixo econômico europeu, do mar Mediterrâneo para os
oceanos Atlântico e Índico;
d) a formação dos impérios coloniais, vinculados ao Sistema Colonial
Tradicional e ao processo de europeização do mundo;
e) o renascimento da escravidão em bases capitalistas e o desenvolvimento do
mercantilismo.
126
19. (FGV) Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que:
a) os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa paleolítica do
desenvolvimento humano;
b) os índios brasileiros não aceitaram trabalhar para os colonizadores
portugueses na agricultura não por preguiça, e sim porque não conheciam a
agricultura;
c) os índios brasileiros falavam todos a mesma "língua geral" tupi-guarani;
d) os tupis do litoral não precisavam conhecer a agricultura porque tinham
pesca abundante e muitos frutos do mar de conchas, que formavam os
"sambaquis";
e) os índios brasileiros, como um todo, não tinham homogeneidade nas suas
variadas culturas e nações.
20. Os povos pré-colombianos, maias, astecas e incas, já apresentavam uma
notável organização. O estágio de desenvolvimento em que se encontravam
era:
a) a selvageria
b) a barbárie
c) a transição de selvagem para barbárie
d) a civilização
e) o Paleolítico
Resolução:
01 – E
02 – E
03 – D
04 – D
05 – D
06 – C
07 – C
08 – C
09 – C
10 – B
11 – C
12 – C
13 – A
14 – C
15 – D
16 – C
17 – C
18 – B
19 – A
20 – D
127
ETAPA 02
EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA MÓDULO II HISTÓRIA DO BRASIL
01. (FATEC) A única forma de ocupação do Brasil por Portugal era através da
colonização. Era necessário colonizar simultaneamente todo o extenso litoral.
Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
a) criação do sistema de governo geral;
b) criação e distribuição de sesmarias;
c) criação das capitanias hereditárias;
d) doação de terras a colonos;
e) sistema de parceria.
02. (UFAL) A implantação em 1548, no Brasil, do sistema de Governo-Geral
tinha objetivo:
a) legislar e executar as decisões das Câmaras Municipais;
b) iniciar o processo de colonização da costa brasileira;
c) promover e desenvolver atividades no mercado de consumo;
d) expandir a ocupação do interior do território nacional;
e) coordenar e centralizar a administração das Capitanias.
03. (UFAL) O reconhecimento da terra e a garantia de sua posse, foram
objetivos principais das:
a) feitorias instaladas no Brasil na fronteira entre o sertão e o litoral;
b) entradas e bandeiras paulistas financiadas por Portugal após 1530;
c) encomendas organizadas pelos navegadores portugueses instalados no
Brasil;
d) expedições enviadas por Portugal ao Brasil nos primeiros trinta anos;
e) missões jesuíticas incentivadas por Portugal no Período Colonial.
128
04. (MACKENZIE) O sistema de capitanias, criado no Brasil em 1534, refletia a
transição do feudalismo para o capitalismo, na medida em que apresentava
como característica:
a) a ausência do comércio internacional, aliada ao trabalho escravo e economia
voltada para o mercado interno;
b) uma economia de subsistência, trabalho livre, convivendo com forte poder
local descentralizado;
c) ao lado do trabalho servil, uma administração rigidamente centralizada;
d) embora com traços feudais na estrutura política e jurídica, desenvolveu uma
economia escravista, exportadora, muito distante do modelo de subsistência
medieval;
e) uma reprodução total do sistema feudal, transportada para os tópicos.
05. (UCSAL) Ao estabelecer o Sistema de Capitanias Hereditárias, D. João III
objetivava:
a) demonstrar que as sugestões feitas por Cristóvão Jacques, alguns anos
antes, eram extraordinárias;
b) repetir em territórios brasileiros uma experiência bem-sucedida nas ilhas do
Oceano Atlântico e no litoral oriental da África;
c) povoar o litoral brasileiro em toda sua extensão concomitantemente,
impedindo assim novas incursões estrangeiras;
d) incentivar o cultivo da cana-de-açúcar por meio de doação de terras a
estrangeiros, modernizando assim a produção;
e) fortalecer o poder da nobreza portuguesa que se encontrava em declínio,
oferecendo-lhe vastas áreas de terras no Brasil.
06. (USP) O pelourinho, a Igreja, o Forte e a Cadeia são elementos que
caracterizam a função de uma vila colonial. A primeira vila assim fundada no
Brasil foi a de:
a) São Vicente
b) Salvador
c) Olinda
d) Porto Seguro
129
e) n.d.a.
07. Das alternativas abaixo, uma delas apresenta as bases jurídicas do regime
de capitanias hereditárias. Assinale:
a) Regimento e Lei das Sesmarias
b) Carta de Doação e Regimento
c) Lei das Sesmarias e Carta de Doação
d) Carta de Doação e Carta Foral
e) Carta Foral e Regimento.
08. (FUVEST) Na administração do Brasil colonial, a Igreja desempenhava
papel de grande importância, igualando-se muitas vezes à administração civil.
Isto se devia ao seguinte:
a) pelas decisões do Concílio de Trento, acatadas por Portugal, o poder
eclesiástico tinha voz ativa nos assuntos temporais;
b) a excomunhão religiosa afastava o indivíduo de todas as atividades da vida
colonial;
c) a identidade de interesses e propósitos da Igreja e Estado tornava a
colaboração indispensável à Administração;
d) a autonomia gozada pela Igreja em Portugal transferiu-se para o Brasil por
decisão Papal;
e) os negócios eclesiásticos no Brasil estavam sempre dissociados dos
problemas econômicos dos colonos.
09. Complete as lacunas:
"Oficializada pelo Papa Paulo III, a ______________ teve um papel destacado
no Concílio de Trento, responsável pela reforma da Igreja Católica. Como arma
da _____________, os jesuítas viriam para a América, onde atuariam na
_____________ do gentio."
a) Inquisição - Companhia de Jesus – Reforma
b) Contra-Reforma - Companhia de Jesus – Catequese
c) Catequese - Contra-Reforma – reforma
d) Companhia de Jesus - Contra-Reforma – Catequese
e) reforma - Inquisição – Catequese
130
10. (UnB) Pelos dados do mapa abaixo, entendemos tratar-se:
a) do roteiro de Martin Afonso de Sousa;
b) da viagem de Cabral;
c) da expedição exploradora de Gaspar de Lemos;
d) de uma das expedições guarda-costas de Cristóvão Jacques;
e) n.d.a.
11. (GV) Quais as características dominantes da economia colonial brasileira?
a) propriedade latifundiária, trabalho indígena e produção monocultura;
b) propriedades diversificadas, exportação de matérias-primas e trabalho servil;
c) monopólio comercial, latifúndio e trabalho escravo de índios e negros;
d) pequenas vilas mercantis, monocultura de exportação e trabalho servil;
e) propriedade minifundiária, colônias agrícolas e trabalho escravo.
131
2. (FUVEST) No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente:
a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador;
b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros;
c) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base
econômica da sociedade;
d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e mais leves aos índios;
e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
13. (FUVEST) No século XVII, contribuíram para a penetração do interior
brasileiro:
a) o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e a cultura de algodão;
b) o apresamento de indígenas e a procura de riquezas minerais;
c) a necessidade de defesa e o controle aos franceses;
d) o fim do domínio espanhol e a restauração da monarquia portuguesa;
e) a Guerra dos Emboabas e a transferência da capital da colônia para o Rio
de Janeiro.
14. (FATEC) Bandeiras eram:
a) expedições de portugueses que atraíam as tribos indígenas para serem
catequizadas pelos jesuítas;
b) expedições organizadas pela Coroa com o objetivo de conquistar as áreas
litorâneas e ribeirinhas do país;
c) expedições particulares que aprisionavam índios e buscavam metais e
pedras preciosas;
d) movimentos catequistas liderados pelos jesuítas e que pretendiam formar
uma nação indígena cristã;
e) expedições financiadas pela Coroa cujo objetivo era exclusivamente
descobrir metais e pedras preciosas.
132
15. (UNIP) Após a restauração Portuguesa, ocorrida em 1640:
a) as relações entre Portugal e o Brasil tornaram-se mais liberais;
b) a autonomia administrativa do Brasil foi ampliada;
c) o Pacto Colonial luso enrijeceu-se;
d) os capitães-donatários forma substituídos pelos vice-reis;
e) a justiça colonial passou a ser exercida pelos "homens novos".
GABARITO
01 - C
02 - E
03 - D
04 - D
05 - C
06 - A
07 - D
08 - C
09 - D
10 - A
11 - C
12 - C
13 - B
14 - C
15 - C