suplemento jco n° 90 - 9/12/2013

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SUPLEMENTO GRATUITO DO SEMANÁRIO NACIONAL OPERÁRIO E SOCIALISTA CAUSA OPERÁRIA Leilões do Pré-Sal: O PETRÓLEO NAS MÃOS DOS TUBARÕES, PARA OS BRASILEIROS NADA R ecentemente aconteceu o leilão do mega-campo Li- bra, que marcou a mais escan- dalosa privatização promovida pelo governo do PT, no melhor estilo Fernando Henrique Car- doso. Para onde vai o dinheiro? O governo vai usar o di- nheiro obtido com o leilão do pré-sal para cobrir o superá- vit primário (os recursos do orçamento federal destinado ao pagamento dos juros da dívida pública), pois, devido ao aprofundamento da crise capitalista no País, não tinha condições de fazê-lo. O di- nheiro que entrará no Brasil com o leilão vai voltar dire- tamente para os bolsos dos banqueiros, especuladores e grandes capitalistas. Precisamos dos monopólios estrangeiros? Os monopólios não fa- rão praticamente nada, pois a operadora dos campos do Pré-Sal é a Petrobras. Em outras palavras, a função dos monopólios será simples- mente levar os lucros embora do Brasil. PELA ESTATIZAÇÃO DO NOSSO PETRÓLEO! Pela realização de um ple- biscito nacional pela estatiza- ção da Petrobras e de todos os monopólios petrolíferos, sem indenização, que contemple o cancelamento das ações emi- tidas na Bolsa de Nova Iorque e na Bovespa, assim como de todas as concessões. Pelo controle da Petrobras pelos trabalhadores. A Pe- trobras deve ser colocada a serviço da população e não da especulação financeira. A venda do nosso petróleo não deverá ser feita por meio das bolsas de energia. Pelo cancelamento dos marcos regulatórios de 1997 e do Pré-Sal e a elaboração de um novo marco regulató- rio sob o controle dos traba- lhadores. Pela formação de um fundo que seja aplicado em progra- mas sociais. Pelos investimentos que permitam a autossuficiência em combustíveis e matérias primas para as petroquímicas. Pela Estatização do setor petroquímico que ficará como uma divisão da Petrobras, com auditoria das principais privatizações que acontece- ram no setor, especialmente da Copene e da Quattor, do projeto do polo petroquímico Comperj, no Rio de Janeiro. Pelo investimento em no- vas tecnologias e a estatiza- ção da produção de álcool. Pela priorização do desen- volvimento de tecnologias próprias no Cenpes (Centro de Pesquisas) da Petrobras, com auditoria, sob o con- trole dos trabalhadores, do repasse tecnológico feito às multinacionais. Pela extinção e auditoria da ANP (Agência Nacional de Petróleo e Biocombustí- veis). ANO XI, Nº 90, 9 DE DEZEMBRO DE 2013 - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL - INTERNET: WWW.PCO.ORG.BR - ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected] QUANTO VALE O PRÉ-SAL? O Pré-Sal tem um po- tencial aproximado de 50 bilhões de barris o que re- presenta uma riqueza apro- ximada de 5 trilhões de dó- lares. Os lucros seriam 2,5 trilhões de dólares. No úl- timo leilão, o mega-campo Libra imposto sob as balas da Força Nacional no Rio de Janeiro, valendo 1,5 tri- lhões de dólares foi vendido por 15 bilhões de dólares, ou 1% do valor. Dos 15 bilhões recebidos, 6 bilhões de dóla- res foram pagos pela própria Petrobras, que também será a operadora. Em rede nacional de Rádio e TV às 20h no Rádio

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Suplemento do jornal Causa Operária

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Page 1: Suplemento JCO n° 90 - 9/12/2013

SUPLEMENTO GRATUITO DO SEMANÁRIO NACIONAL OPERÁRIO E SOCIALISTA

CAUSA OPERÁRIALeilões do Pré-Sal: O PETRÓLEO NAS MÃOS DOS TUBARÕES, PARA OS BRASILEIROS NADARecentemente aconteceu o

leilão do mega-campo Li-bra, que marcou a mais escan-dalosa privatização promovida pelo governo do PT, no melhor estilo Fernando Henrique Car-doso.

Para onde vai o dinheiro?

O governo vai usar o di-nheiro obtido com o leilão do pré-sal para cobrir o superá-vit primário (os recursos do orçamento federal destinado ao pagamento dos juros da dívida pública), pois, devido ao aprofundamento da crise capitalista no País, não tinha

condições de fazê-lo. O di-nheiro que entrará no Brasil com o leilão vai voltar dire-tamente para os bolsos dos banqueiros, especuladores e grandes capitalistas.

Precisamos dos monopólios estrangeiros?

Os monopólios não fa-rão praticamente nada, pois a operadora dos campos do Pré-Sal é a Petrobras. Em outras palavras, a função dos monopólios será simples-mente levar os lucros embora do Brasil.

PELA ESTATIZAÇÃO DO NOSSO PETRÓLEO!

• Pela realização de um ple-biscito nacional pela estatiza-ção da Petrobras e de todos os monopólios petrolíferos, sem indenização, que contemple o cancelamento das ações emi-tidas na Bolsa de Nova Iorque e na Bovespa, assim como de todas as concessões.• Pelo controle da Petrobras pelos trabalhadores. A Pe-trobras deve ser colocada a serviço da população e não da especulação fi nanceira. A venda do nosso petróleo não deverá ser feita por meio das bolsas de energia.• Pelo cancelamento dos marcos regulatórios de 1997 e do Pré-Sal e a elaboração de um novo marco regulató-rio sob o controle dos traba-lhadores.• Pela formação de um fundo que seja aplicado em progra-mas sociais.• Pelos investimentos que

permitam a autossufi ciência em combustíveis e matérias primas para as petroquímicas.• Pela Estatização do setor petroquímico que fi cará como uma divisão da Petrobras, com auditoria das principais privatizações que acontece-ram no setor, especialmente da Copene e da Quattor, do projeto do polo petroquímico Comperj, no Rio de Janeiro.• Pelo investimento em no-vas tecnologias e a estatiza-ção da produção de álcool.• Pela priorização do desen-volvimento de tecnologias próprias no Cenpes (Centro de Pesquisas) da Petrobras, com auditoria, sob o con-trole dos trabalhadores, do repasse tecnológico feito às multinacionais.• Pela extinção e auditoria da ANP (Agência Nacional de Petróleo e Biocombustí-veis).

ANO XI, Nº 90, 9 DE DEZEMBRO DE 2013 - DISTRIBUIÇÃO NACIONAL - INTERNET: WWW.PCO.ORG.BR - ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected]

QUANTO VALE O PRÉ-SAL?O Pré-Sal tem um po-

tencial aproximado de 50 bilhões de barris o que re-presenta uma riqueza apro-ximada de 5 trilhões de dó-lares. Os lucros seriam 2,5

trilhões de dólares. No úl-timo leilão, o mega-campo Libra imposto sob as balas da Força Nacional no Rio de Janeiro, valendo 1,5 tri-lhões de dólares foi vendido

por 15 bilhões de dólares, ou 1% do valor. Dos 15 bilhões recebidos, 6 bilhões de dóla-res foram pagos pela própria Petrobras, que também será a operadora.

Em rede nacional de Rádio e TV

às 20h no Rádio

Page 2: Suplemento JCO n° 90 - 9/12/2013

Participe do curso sobre a monumental obra de Karl Marx, “O Capital”, na Universidade de Férias do PCO

Duas vezes por ano o Par-tido da Causa Operária e a Aliança da Juventude Revo-lucionária organizam a Uni-versidade de Férias do PCO e o Acampamento de Férias da AJR. Nela é ministrado um curso aprofundado de formação marxista destacan-do sempre algum tema rele-vante da atualidade ou para a formação política e teórica dos militantes e simpatizan-tes do partido e da juventude.

A próxima atividade, que será realizada em janeiro de 2014, o tema não poderia ser mais pertinente para a situa-ção atual de crise capitalista: uma análise extensa da obra-prima de Karl Marx, O Ca-pital.

O curso apresentado pelo companheiro Rui Costa Pi-menta, presidente nacional do PCO e vários o utros diri-gentes e militantes do partido terá como eixo fundamental a exposição das análises e conclusões presentes em O

Capital. O curso, com dura-ção de 18 dias será formado de duas partes. De um lado, uma introdução de todos os aspectos essenciais do livro de Marx, que tem como ob-jetivo introduzir, mesmo os que nada conhecem da obra às suas ideias fundamentais. A segunda, explorará em profundidade alguns temas de maior relevância ou com-plexidade.

Participe da Universi-dade de Férias do PCO e do Acampamento da AJR, entre em contato com os militantes do PCO ou da AJR em sua universidade ou setor de trabalho. Você também pode se inscre-ver na atividade entrando em contato na página do Partido no Facebook, pelo e-mail pco@pco. org.br ou ainda pelo telefone (11) 5584-9322. Maiores infor-mações na pagina da ativi-dade em www.pco.org.br/blog/acampamentodeferias

A ditadura em ação:

Em SP, 116 manifestantes serão indiciados

A Polícia Civil de São Paulo indiciou 31% das pes-soas presas nas manifesta-ções deste ano. Pelo menos 116 das 374 pessoas presas nos protestos responderão a processos criminais.

As acusações são todas de crimes comuns, como furto, dano ao patrimônio e “asso-ciação criminosa”, uma for-ma abrandada da acusação de formação de quadrilha. Além dessas, outras duas pessoas já foram denuncia-das pelo Ministério Público, acusadas de lesão corporal, desacato e dano ao patrimô-nio.

Os advogados dos detidos

concordam e afirmam que as prisões foram arbitrárias e os indiciamentos condu-zidos de forma aleatória. A ação do Estado, no entanto, mostra o contrário: a Secre-taria de Segurança Pública afirma que já liberou os de-tidos contra os quais “não há indício de prática de cri-mes”.

A transformação dos in-quéritos em processos judi-ciais e, consequentemente, dos indiciados em réus, de-pende ainda do parecer do Ministério Público Estadual.

O que está ocorrendo é particularmente alarmante em função da ação repres-

siva desatada pelo Estado contra os protestos de rua. Leis contra as máscaras es-tão sendo aprovadas no Rio e em São Paulo. Um preso, indefeso, o caso do morador de rua Rafael Vieira, já foi condenado a cinco anos de prisão em regime fechado.

As coisas não acontecem por acaso. A ação policial procura dar a entender que um terço das pessoas que saíram às ruas para protestar em junho e nos meses se-guintes o fizeram, na verda-de, para cometer crimes. E assim, a ditadura da direita burguesa contra o povo se aprofunda.

Rafael Vieira, 23 anos, 5 anos de cadeia por portar uma garrafa de Pinho Sol

Rafael Braga Vieira, morador de rua do Rio de Janeiro de 23 anos, parti-cipou de uma manifesta-ção no dia 20 de junho e foi detido pela polícia, que o acusou de portar coque-téis molotovs. Segundo a defesa de Rafael Vieira, ele portava apenas duas garra-fas que continham desinfe-tante e água sanitária.

Não há crime algum em portar nada. Menos ainda água sanitária e desinfetan-te. No entanto, mesmo sem

qualquer prova, o rapaz foi condenado e isso em um prazo recorde.

O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal, aplicou uma pena e agora Rafael Vieira deverá cumprir cin-co anos e dez meses em re-gime fechado.

A condenação de Rafael está sendo apontada como a primeira ocorrida em ra-zão das manifestações que se iniciaram em junho.

Tal ato representa mais

um passo no recrudesci-mento da repressão. De ju-nho até agora, a legislação e as ações policiais foram mais rígidas contra os cida-dãos que de alguma forma manifestaram seu descon-tentamento e suas reivin-dicações. O primeiro preso foi justamente um morador de rua, que contou apenas com a defensoria pública para se defender.

Exigimos a anulação da sentença e imediata li-beração de Rafael Vieira!

Suplemento do Semanário Nacional Operário e Socialista CAUSA OPERARIA •Ano XI - nº 90 • 9 de dezembro de 2013 • Distribuição nacional gratuita • Editor - Rui Costa Pimenta - Tiragem - 100 mil exemplares • Sede Nacional - Distrito Federal - SCS Quadra 2, Edifício São Paulo, sala 310, CEP 70314-900, Fone (61) 3036-6158 • Correspondência e assinaturas - Todas as cartas, pedidos de assinaturas ou de informações sobre as publicações Causa Operária devem ser enviadas para a redação ou para o endereço eletrônico - [email protected], página na internet - www.pco.org.br/causaoperaria. Impresso por: Digiartegraphics Gráfica LTDA. -ME