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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
ENGENHARIA AGRÍCOLA
ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UMA
GRANJA DE FRANGO CAIPIRA MELHORADO, NA REGIÃO DE
ANÁPOLIS
Áthina Bárbara Medeiros e Souza
ANÁPOLIS – GO
2012
ÁTHINA BÁRBARA MEDEIROS E SOUZA
ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UMA
GRANJA DE FRANGO CAIPIRA MELHORADO, NA REGIÃO DE
ANÁPOLIS
ANÁPOLIS-GO
2012
Monografia apresentada à Universidade Estadual
de Goiás-UnUCET, para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agrícola.
Área de concentração: Engenharia de Sistemas
Agrícolas.
Orientador: Prof. DSc. Ricardo Caetano Rezende.
ÁTHINA BÁRBARA MEDEIROS E SOUZA
ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UMA GRANJA DE FRANGO CAIPIRA MELHORADO, NA REGIÃO DE ANÁPOLIS
Aprovada em: ____/____/____
Banca examinadora
______________________________________________Prof. DSc. Ricardo Caetano Rezende
Universidade Estadual de GoiásOrientador
______________________________________________Profª DSc. Alzirene Vasconcelos Milhomem
Universidade Estadual de GoiásMembro avaliador
______________________________________________Profª DSc. Roberta Passini
Universidade Estadual de GoiásSupervisora de TCC
Monografia apresentada à Universidade Estadual
de Goiás-UnUCET, para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agrícola.
Área de concentração: Engenharia de Sistemas
Agrícolas.
Orientador: Prof. DSc. Ricardo Caetano Rezende.
Aos meus pais Durcégio José de Souza e Cleonice Medeiros dos Santos Souza, aos meus irmãos Lucas Brenno e Durcégio Filho, ao meu namorado Lênio Urzêda, dedico com muito
carinho.
Foi difícil e sem vocês teria sido impossível!
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, força e amparo.
Aos meus pais, Durcégio e Cleonice pelo apoio em todos os momentos, pelo amor,
apoio, exemplo de vida e pela oportunidade de chegar onde estou. Amo vocês e devo tudo a
vocês!
Aos meus irmãos Lucas Brenno e Durcégio Filho pelo carinho e compreensão.
Ao meu namorado Lênio Urzêda, a quem admiro muito, pelo companherismo e
paciência, por apoiar minhas escolhas e por sua amizade incomparável. Obrigada por existir
em minha vida. A meus sogros Denilson e Cida, aos meus cunhados Wilker, Denny e Hávilla.
Aos meus amigos de Santa Helena de Goiás, pelo companheirismo nos momentos de
convivência.
Aos meus amigos Sandriane e Juvêncio que estão comigo desde o início da
graduação e me acompanharam na transferência para Anápolis.
Aos meus queridos amigos formandos, pela amizade, carinho e apoio incondicional,
especialmente na pessoa do Gustavo Mendes que foi essencial na reta final.
Aos meus amigos Emmanuel, Wanessa, Bárbara, Kelle, Séfora, Daniel e Arlindo
pelo carinho e apoio sempre, por sua compreensão e por sua disposição em ajudar o próximo
e a todos os meus colegas de graduação que de certa forma contribuíram para essa jornada.
Às minhas amigas Ana Cláudia, Jéssica, Larissa e Camila pela alegria
proporcionada.
Ao João Asmar Júnior por ceder sua propriedade para a realização desse trabalho.
Ao professor Ricardo Caetano Rezende, pela orientação, amizade e paciência.
Às professoras Alzirene Milhomem e Roberta Passini por fazerem parte de minha
banca avaliadora e contribuir na execução de meu TCC.
A todos os professores que contribuíram para a minha formação acadêmica.
A UEG, pela oportunidade e pelo curso de Engenharia Agrícola.
Às minhas amigas Ludimila, Sarah, Patrícia Coelho e Patrícia Pagotto, pela amizade.
Vocês farão parte em minha vida sempre!
Aos meus amigos do laboratório de apoio da Fitotecnia e ao Doutor Mabio Chrisley
Lacerda da Embrapa Arroz e Feijão pelos bons momentos, confiança e amizade.
iv
“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro se chama amanhã,
portanto hoje é o dia certo para
amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.
Dalai Lama
v
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................viii
LISTA DE TABELAS................................................................................................................ix
RESUMO......................................................................................................................................x
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11
2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................................13
2.1 PANORAMA DA AVICULTURA..................................................................................13
2.2 FORMAS DE CRIAÇÃO.................................................................................................16
2.2.1 Criação Convencional / Industrial.........................................................................16
2.2.2 Criação Caipira........................................................................................................16
2.2.3 Caipira melhorado...................................................................................................17
2.3 ANÁLISE DO INVESTIMENTO....................................................................................19
2.3.2 Investimentos............................................................................................................19
2.3.3 Receitas.....................................................................................................................20
2.3.4 Custos........................................................................................................................20
2.3.5 Taxa Mínima Atrativa - TMA................................................................................20
2.3.6 Imposto de Renda....................................................................................................21
2.3.7 Capital de Giro.........................................................................................................22
2.3.8 Depreciação..............................................................................................................23
2.4 AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA..........................................................................24
2.4.1 Payback.....................................................................................................................24
2.4.2 Valor Presente Líquido (VPL)................................................................................24
2.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)..............................................................................25
2.4.4 Índice de Lucratividade (IL)...................................................................................25
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................26
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE...................................................................26
3.2 CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DO NEGÓCIO.................26
3.3 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS ECONÔMICOS – CÁLCULOS..................26
3.3.1 Fluxo de Caixa..........................................................................................................26
3.3.2 Valor Presente Líquido (VPL)................................................................................27
3.3.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)..............................................................................28
3.3.4 Payback Descontado (PBD)....................................................................................28
3.3.5 Índice de Lucratividade (IL)...................................................................................29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................30
4.1 DESCRIÇÃO....................................................................................................................30
vi
4.2 COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA....................................................................33
4.2.1 Definição do horizonte de análise...........................................................................33
4.2.2 Análises em diferentes situações tributárias e de produção................................33
4.2.3 Estimativas das receitas...........................................................................................34
4.2.4 Estimativas dos custos.............................................................................................34
4.3 CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA.......................................................................37
4.3.1 Situação 1..................................................................................................................37
4.3.3 Situação 3..................................................................................................................42
4.3.4 Situação 4..................................................................................................................42
4.4 ANÁLISE DOS INDICADORES.....................................................................................45
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................................47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................48
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Três maiores produtores mundiais de carne de frango em 2010 e 2011..............14
FIGURA 2- Ranking das exportações mundiais de carnes avícolas de 2002 a 2011...............15
FIGURA 3- Participação dos estados brasileiros nas exportações de carne de frango............15
FIGURA 4- Esquematização do Fluxo de Caixa......................................................................19
FIGURA 5- Representação aerofotográfica da propriedade.....................................................26
FIGURA 6a- Círculo de proteção para pintinhos de 1 dia; b- Interior do Galpão....................30
FIGURA 7a- Cortinas de lona para controle do microclima; b- Equipamentos de suporte.....31
FIGURA 8- Organograma da criação.......................................................................................31
FIGURA 9a- Piqueteamento do pasto; b- Acomodação das aves no abrigo; c- Estruturação do
abrigo........................................................................................................................................32
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Produção de carnes no Brasil no período de 2008 a 2011........................................16
Tabela 2. Tabela do Simples Nacional, categoria Comércio....................................................22
Tabela 3. Depreciações autorizadas, Tabela reduzida..............................................................23
Tabela 4. Consumo de ração de acordo com a idade e conversão alimentar das aves.............33
Tabela 5. Custos fixos mensais para a produção de aves na propriedade.................................35
Tabela 6. Custos variáveis mensais com utilização de ração comercial, sem formalidade
tributária....................................................................................................................................35
Tabela 7. Custos variáveis mensais com utilização de ração fabricada sem formalidade
tributária....................................................................................................................................35
Tabela 8. Custos variáveis mensais com utilização de ração comercial com formalidade
tributária....................................................................................................................................36
Tabela 9. Custos variáveis com utilização de ração fabricada com formalidade tributária......36
Tabela 10. Investimentos realizados para implantação da criação...........................................37
Tabela 11. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração comercial, sem formalidade
tributária....................................................................................................................................39
Tabela 12. Investimentos realizados para implantação da criação...........................................40
Tabela 13. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração fabricada na propriedade, sem
formalidade tributária................................................................................................................41
Tabela 14. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração comercial, com formalidade
tributária....................................................................................................................................43
Tabela 15. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração fabricada na propriedade, com
formalidade tributária................................................................................................................44
Tabela 16. Comparação entre os indicadores econômicos para as situações analisadas..........45
ix
RESUMO
O aumento da demanda por produtos avícolas impulsionaram investimentos em
melhoramento genético e diversos aspectos zootécnicos. As aves caipiras melhoradas reúnem
características sensoriais aliadas a alta produtividade e suprem a nova tendência do mercado
visando o bem estar animal. Com isso, o objetivo desse trabalho foi analisar a viabilidade
econômica da implantação de uma granja de frangos caipira melhorado, na região de
Anápolis, Goiás. Foi construído um fluxo de caixa para quatro situações diferentes de criação
e tributação, sendo elas: criação utilizando ração formulada comercialmente com e sem
formalidade tributária, criação utilizando ração fabricada na propriedade com e sem
formalidade tributária. O horizonte de análise do projeto compreendeu um período de 24
meses, suficiente para a análise econômica pelos principais indicadores: PBD, VPL, TIR e IL.
O diagnóstico informou que o investimento se mostrou inviável para a situação em que se
utilizou ração formulada comercialmente e com formalidade tributária. As demais situações
demonstraram viabilidade, entretanto a situação 2, caracterizada pela fabricação da ração na
propriedade sem formalidade tributária, obteve melhores resultados de acordo com os índices
utilizados, apresentando VPL de R$ 34.157,68, TIR de 7,09% a. m., PBD de 12,90 meses e
IL de 2,95.
Palavras-Chave: avicultura alternativa, investimento, fluxo de caixa
x
1 INTRODUÇÃO
O mercado avícola brasileiro tem alcançado cada vez mais importância no
agronegócio, conquistando sua fatia no mercado internacional e gerando divisas para o país
além de promover emprego para milhares de pessoas. Como efeito do aumento da demanda
por produtos desse gênero houve significativos investimentos em pesquisas que envolvem
melhoramento genético, nutrição animal e ambiência (COSTA et al., 2005).
A criação de frangos caipiras é considerada como avicultura alternativa e tem como
objetivo principal o aumento do padrão econômico da agricultura familiar além de resgatar a
tradição desta criação (BARBOSA et al., 2007). Inicialmente, a avicultura caipira pode
remeter-se à concepção de aves criadas com pouca tecnologia, porém este tipo de atividade
visa atender uma demanda crescente e exclusiva do mercado avícola e não objetiva suprimir o
modelo de produção industrial estabelecido no Brasil (ZANUSSO e DIONELLO, 2003).
Esta atividade tem aumentado na última década, no Brasil e no mundo, tornando-se
lucrativa e interessante para pequenos e médios produtores rurais. Esse crescimento deve-se
ao maior interesse do consumidor pela qualidade dos alimentos em suas dietas, e pelo
consumo de carne de frango com sabor diferenciado e menor teor de gordura na carcaça
(CARRIJO et al., 2002).
As atividades no meio rural, antigamente, restringiam-se à subsistência humana.
Com o desenvolvimento social, tornou-se necessária a tecnificação e o enquadramento destas
atividades como oportunidades de negócios sujeitas à mesma dinâmica dos demais setores
econômicos (SEBRAE, 2008).
Neste sentido, uma empresa rural mantém contato direto com o ambiente de negócios
e, sabendo dos riscos que envolvem a atividade agropecuária, como mudanças climáticas,
doenças, inflação entre outros fatores que impedem a realização precisa de uma estimativa de
produtividade (MATARAZZO, 2003), a realização de um plano de negócios é de suma
importância para a introdução e permanência de uma empresa rural no agronegócio.
Este plano deve conter todas as informações sobre as características, condições e
necessidades do empreendimento. O planejamento não garante que a empresa tenha sucesso,
porém permite ao empreendedor analisar suas oportunidades e avaliar a viabilidade do
negócio.
Um dos principais gargalos na comercialização dos produtos avícolas caipiras é a
constância no fornecimento além da padronização. Uma solução para esse problema é o
11
planejamento da produção para garantir regularidade no fornecimento e nível de qualidade
adequado às exigências do mercado (SIQUEIRA, 2006).
A partir desse planejamento é que surgem as estimativas de receitas e de custos que
compõem o fluxo de caixa financeiro do projeto de investimento, onde se identificam os
benefícios futuros para compará-los com os investimentos e os custos associados, a fim de
verificar a viabilidade econômica de implantação.
Face ao exposto, objetivou-se analisar a viabilidade econômica da implantação de
uma granja de frangos caipira melhorado, na região de Anápolis, efetuando-se diagnóstico da
atividade e seu mercado, levantamento das estimativas relevantes, construção e avaliação do
fluxo de caixa para quatro situações distintas caracterizadas pelo modo de criação e tributação
sendo elas: criação utilizando ração formulada comercialmente com e sem formalidade
tributária, criação utilizando ração fabricada na propriedade com e sem formalidade tributária.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 PANORAMA DA AVICULTURA
Não há informação da época em que iniciou-se a domesticação de galináceos.
Possivelmente esse processo ocorreu de forma gradativa, com a aproximação das aves à
periferia das florestas próximas às habitações humanas (LANA 2000).
Segundo o Relato Setorial (BNDES, 1995) nos primórdios, a avicultura era praticada
de forma caipira ou colonial, onde os animais eram criados em liberdade e com baixa
tecnificação, com simples objetivo de subsistência. A partir da Segunda Guerra Mundial, de
1939 a 1945, a avicultura recebeu incentivo necessário para o aprimoramento e consolidação
de sistemas de produção.
Houve crescente demanda de carnes vermelhas para soldados em combate, portanto
buscou-se aumentar a produção de carnes alternativas para suprir a necessidade do mercado
interno. Optando-se por animais de pequeno porte, de fácil preparo e alta produtividade em
tempo reduzido fazendo com que Países da Europa e principalmente os Estados Unidos da
América começassem a desenvolver pesquisas no âmbito do melhoramento genético, sanidade
e nutrição animal (BNDES, 1995).
Segundo Tavares e Ribeiro (2007) analogamente no Brasil, com o fim da guerra e
com os avanços zootécnicos oriundos de investimentos em pesquisas somados à escassez de
carne vermelha ocasionada pelo confronto, a avicultura foi amplamente difundida. No fim dos
anos 50 e início dos anos 60, houve notável desenvolvimento da avicultura, haja vista as
importações de tecnologia dos EUA, o que promoveu o mercado avícola a níveis competitivos
quanto ao preço e características qualitativas.
Desde os anos 70, a avicultura brasileira começou a atuar no mercado externo
estabelecendo-se como uma atividade econômica geradora de fluxo de capital. Isso fez com
que o Brasil tornasse o maior exportador do mundo, devido ao menor custo de produção em
relação ao dos EUA, principalmente de milho e soja, além de mão de obra, instalações e
equipamentos, bem como custos regulatórios. Inicialmente, o frango brasileiro conquistou o
mercado árabe, pelo seu sabor e coloração amarela, resultados de uma dieta à base de milho
(TAVARES e RIBEIRO, 2007). Atualmente, o Brasil exporta para todos os continentes,
sendo os principais países importadores de carne de frango brasileira o Japão, a Arábia
Saudita, Hong Kong, Emirados Árabes, Venezuela, Rússia e países da Europa (MDIC, 2008).
O setor avícola representa um dos principais pesos nas exportações brasileiras
demonstrando que a carne de frango passou de um produto de consumo ocasional a um 13
produto de consumo diário (VIEIRA, 2011). Segundo Schmidt et al. (2005), o mercado
avícola é dinâmico, sempre acompanha as novas tendências e está evoluindo de maneira
acelerada, sendo que o crescimento do mercado está ligado diretamente às mudanças no
hábito alimentar e poder aquisitivo dos consumidores.
A produção de carne de frango chegou a 12,62 milhões de toneladas em 2011, em
um crescimento de 4,13% em relação a 2010, quando foram produzidas 12,12 milhões de
toneladas. Com este desempenho, o Brasil se aproxima da China, hoje o segundo maior
produtor mundial, cuja produção de 2011 teria somado 13 milhões de toneladas, abaixo
apenas dos Estados Unidos, com 16,64 milhões de toneladas (Figura 1).
2010 20110
5000
10000
15000
Estados Unidos
China
Brasil
FIGURA 1. Três maiores produtores mundiais de carne de frango em 2010 e 2011.Fonte: Anualpec (2011).
O crescimento em 2011 foi impulsionado principalmente pelo aumento de consumo
de carne de frango. Do volume total de frangos produzido pelo país, 72% foi destinado ao
consumo interno, e 28% para exportações. Com isto, o consumo per capita de carne de frango
foi de 42 quilos no ano passado.
Os embarques de 3,71 milhões de toneladas em 2011 representaram um aumento de
2,2% em relação a 2010. No caso da receita cambial, de US$ 6,305 milhões, o incremento foi
de menos de 1%, em 2010 esse incremento foi de 17%. Com esses dados, o Brasil é o maior
exportador mundial de carnes avícolas. O segundo lugar pertence aos Estados Unidos, que
exportaram em 2011, 3,016 milhões de toneladas. A China, apesar de ser o segundo maior
produtor de carne de frango, é o quinto da lista dos maiores exportadores mundiais no
segmento (Figura 2).
14
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
0
1000
2000
3000
4000
BrasilEstados UnidosUnião EuropéiaTailândiaChinaArgentina
FIGURA 2. Ranking das exportações mundiais de carnes avícolas de 2002 a 2011.Fonte: Anualpec (2011).
Dentro do mix de produtos, as exportações de cortes somaram embarques 2,012
milhão de toneladas (+1,98%) e receita cambial de US$ 3,500 milhões (-0,96%). As vendas
de frango inteiro totalizaram 1,525 milhão de toneladas (+2,49%) com receitas de US$ 2,308
milhões (+2,35%). As exportações de frango industrializado, de 171 mil toneladas (+1,18%),
representaram receita de US$ 4,98 milhões (+7,10%).
Segundo Vieira (2011), as exportações brasileiras seguem crescendo mesmo com os
custos de produção relativamente parecidos com o dos EUA. Os principais estados brasileiros
produtores e exportadores de frango concentram-se na região sul do país (Figura 3), porém,
devido ao aumento na produção de milho e soja na região centro-oeste, os estados que
compõem essa região mostrou participação na produção de frangos além de contribuir no
mercado avícola internacional.
26%
26%22%
9%
5%
4%4%
2% 2%
Santa CatarinaParanáRio Gr. do SulSão PauloGoiásMato Gr.do SulMinas GeraisMato GrossoOutros Estados
FIGURA 3. Participação dos estados brasileiros nas exportações de carne de frango.Fonte: MDIC (2008).
15
Apesar do arrefecimento com a crise econômica mundial ocorrida em 2008 a
produção de carnes no Brasil aumentou. Entretanto a carne de frango apresentou maiores
taxas de crescimento no período de 2008 a 2011 (Tabela 1), correspondendo a um aumento
anual de 3,2%. Já o crescimento projetado para a carne bovina para esse mesmo período é de
1,78% ao ano. O acréscimo da produção de carne suína será de 1,52% ao ano o que representa
um menor aumento em relação às carnes bovina e de frango.
Tabela 1. Produção de carnes no Brasil no período de 2008 a 2011.
AnoCarnes
Frango Bovina Suína
2008 11,13 7,83 3,19
2009 11,62 8,02 3,24
2010 12,12 8,21 3,31
2011 12,62 8,40 3,39
Fonte: MAPA (2010)
2.2 FORMAS DE CRIAÇÃO
2.2.1 Criação Convencional / Industrial
A avicultura convencional é o sistema empregado por granjas comerciais, com
linhagens selecionadas para obter alta taxa de crescimento e eficiência alimentar por meio de
um modelo de manejo que utiliza antibióticos e promotores de crescimento com o objetivo de
aumentar a produtividade, criados em sistemas intensivos obedecendo a normas sanitárias
vigentes (AVAL, 2011).
2.2.2 Criação Caipira
A criação de frangos caipiras no Brasil foi regulamentada pelo Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA, 1999) através do Ofício Circular Nº 007/99 da
Divisão de Operações Industriais (DOI), do Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal (DIPOA). O documento aprova o emprego da designação "Frango Caipira ou
Frango Colonial" ou "Frango Tipo ou Estilo Caipira" ou "Tipo ou Estilo Colonial" na
identificação de frangos em cuja produção, nas suas diversas fases, seja fielmente observadas
condições como alimentação exclusivamente de origem vegetal sendo totalmente proibido o
uso de promotores de crescimento. Até os 25 (vinte e cinco) dias a criação deverá ser
16
intensiva, sendo doravante sua criação extensiva utilizando no mínimo 3 metros quadrados de
pasto por ave. O abate deve ocorrer, no mínimo aos 85 (oitenta e cinco) dias de vida, e as
linhagens utilizadas devem ser de raças exclusivas para esse fim sendo terminantemente
proibido o uso de linhagens comerciais específicas para frango de corte.
A produção de frangos caipiras no Brasil correlaciona-se com a agricultura familiar,
sendo ainda o principal responsável pela viabilidade econômica das propriedades rurais, dos
assentamentos da reforma agrária e de alguns pequenos municípios em vários estados
brasileiros (FIGUEIREDO et al., 2007).
Segundo Siqueira (2006), a criação de frangos e galinhas caipiras pode ser
considerada como uma atividade produtiva que oferece grande oportunidade a pequenos
produtores rurais. É uma atividade que possui mercado promissor, uma vez que a oferta desse
produto é menor do que a demanda. Além disso, a comercialização pode ser efetuada de modo
direto produtor/consumidor, tornando compensadores e atrativos os preços dos produtos.
A criação de ave caipira é uma atividade simples e no contexto atual, em que se
enfatiza a produção de alimentos saudáveis e naturais, a criação de ave caipira desponta como
uma atividade rentável, devido ao valor dos alimentos produzidos sem agredir o meio
ambiente, sem causar sofrimento às aves, sem utilização de produtos químicos na sua criação
(SOUZA et al., 2009).
2.2.3 Caipira melhorado
Segundo Perissoto et al. (2001), o aumento demográfico e a preocupação por uma
dieta mais saudável foram fatores significativos que impulsionaram a tecnificação da
avicultura. Devido a grande importância do setor na economia existem inúmeros
investimentos na área de genética animal, buscando linhagens mais resistentes, com melhor
conversão alimentar, que apresente rápido ganho de peso com menor quantidade de ração, que
resulte em maior produtividade, além de novas alternativas para produção.
O frango caipira melhorado é oriundo de melhoramento genético através de
cruzamentos entre diversas raças de frango entre elas o índio, raças europeias e
principalmente o caipira comum (pé-duro). Esse melhoramento surgiu da necessidade de se
obter uma linhagem de frango que reunisse características sensoriais e modo de criação aliado
aos altos níveis de produtividade (PRAVEL, 2012).
Ainda segundo o mesmo autor, as aves caipiras melhoradas são criadas soltas e são
abatidas somente após atingida a maturidade sexual. Possuem crescimento uniforme podendo
17
ainda se reproduzir, já que diferentemente de outras raças não se tratam de aves híbridas.
Portanto o caipira melhorado foi desenvolvido com o intuito de otimizar os índices produtivos
do caipira comum, sem a perda da qualidade característica do produto final como sabor,
consistência da carne e criação menos intensiva que os industriais.
Camardelli (2003) observou que nos últimos anos a procura por alimentos mais
naturais e a preocupação com o bem estar das aves nos sistemas de produção levou o mercado
a se interessar novamente por galinhas criadas no sistema caipira.
A galinha caipira tradicional é uma má produtora de carne e ovos. Suas
características produtivas não foram selecionadas e se tornaram menos lucrativas que
“galinhas industriais”. A galinha caipira melhorada é uma complexa combinação genética de
carijós legítimos, remanescentes dos primeiros plymouth rock introduzidos no país com outras
raças rústicas, como a new hampshire e rhode island red (responsáveis pela transmissão da
cor vermelha) e outras raças de frango de corte. Essas raças são excelentes para corte, pois
chegam a pesar até 2,50 kg aos 60 dias de idade, além de boa produtividade de ovos,
chegando a cerca de 200 ovos por ano (KISHIBE, 1998).
As caipiras melhoradas são um ponto de equilíbrio entre a rusticidade e a
produtividade, compreendendo características determinantes na viabilidade da criação
retornando significativos lucros ao produtor. Dentre as galinhas caipiras melhoradas pode-se
citar as Label Rouge e Paraíso Pedrês. A produção da linhagem Label Rouge aumentou quatro
vezes em 20 anos, sendo comercializada essencialmente como carcaças inteiras
(CASTELLINI et al., 2008).
Segundo Gessulli (1999) a linhagem Label Rouge é uma linhagem francesa de
frangos caipira de corte, onde procuraram aliar a produtividade do frango de granja, com a
rusticidade e sabor diferenciado da carne de frango caipira. Esta linhagem tem como
característica principal a rusticidade e ganho de peso. A exigência no manejo é mínima,
podendo ser criadas em quintais totalmente soltas ou em semi-confinamento em galinheiros
simples, construídos com os próprios materiais disponíveis na propriedade.
A carne da caipira melhorada está conquistando o gosto do consumidor por causa de
suas propriedades nutricionais. O sabor da carne, com baixo teor de gordura, apesar das
modernas técnicas introduzidas no sistema da criação, continua com as mesmas características
das galinhas caipiras tradicionais (VITA, 2003).
2.3 ANÁLISE DO INVESTIMENTO
18
O processo de avaliação de investimentos de capital é compreendido em: construção
dos fluxos de caixa, aplicação de técnicas de avaliação e seleção de alternativas viáveis. O
processo decisório parte de uma reflexão, que desperta uma expectativa. Em investimento de
capital, a materialização dessa expectativa tem início na identificação das entradas e saídas de
caixa que ocorrerão futuramente. Essa identificação passa a constituir a base de todo o estudo
(SOUSA, 2007).
2.3.1 Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa resume as entradas (+) e saídas (-) efetivas de dinheiro ao longo do
tempo, permitindo dessa forma, conhecer a rentabilidade e a viabilidade econômica do
projeto, representando então, a renda econômica gerada pelo projeto ao longo de sua vida útil.
Portanto, a partir do fluxo de caixa consegue-se estimar o valor de uma empresa, medir a
rentabilidade de um projeto de investimento, planejar as operações ou estabelecer a
capacidade de pagamento de uma dívida (SAMANEZ, 2007).
FIGURA 4. Esquematização do Fluxo de Caixa.
Cupertino (2005) diz que o fluxo de caixa é um instrumento de controle financeiro,
pois auxilia nas decisões de uma organização visando sempre atingir os objetivos esperados,
dando certeza ao fluxo dos recebimentos e pagamentos da empresa. Promove informações
aproximadas das atividades operacionais, atividades de investimentos sendo, portanto, uma
ferramenta gerencial para auxiliar e evitar problemas de liquidez.
2.3.2 Investimentos
Entende-se por investimento o desembolso feito visando gerar um fluxo de
benefícios futuros. A decisão por investir é parte de um processo que envolve a geração e a
avaliação das diversas alternativas que atendam às especificações técnicas dos investimentos
(SOUZA e CLEMENTE, 2009).
19
2.3.3 Receitas
São todos os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de
serviços, porém nem todos são oriundos de vendas ou prestação de serviços, como por
exemplo: aluguéis, rendimentos de uma aplicação financeira, juros etc. É o valor das vendas
ou serviços prestados por uma empresa (LAPPONI, 2000).
A receita bruta compreende o produto da venda de bens nas operações de conta
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido na operação de conta alheia,
excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais
concedidos e os impostos não cumulativos cobrados, destacadamente do comprador ou
contratante, e dos quais o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário
(RECEITA FEDERAL, 2012 a).
Segundo Lapponi (2000), as receitas num determinado período de tempo depende
das quantidades de unidades vendidas e do preço unitário. A receita é uma variável que
depende do binômio preço-quantidade.
2.3.4 Custos
Segundo Andrade (2008), o que não é investimento gasto pela empresa é
denominado custo. São os gastos realizados pela empresa necessários para a produção do
produto ou para a realização de prestação de serviços.
Os custos podem ser classificados ou agrupados de diferentes maneiras. A maneira
mais simples de classificá-los são: Custos Fixos, que não dependem da quantidade de
unidades produzidas durante um certo período de tempo, como por exemplo o aluguel do
prédio, os salários, o imposto de renda etc; e Custos Variáveis, que dependem somente das
unidades produzidas, como por exemplo as matérias primas e a mão de obra direta
(LAPPONI, 2000).
2.3.5 Taxa Mínima Atrativa - TMA
A escolha entre alternativas nas quais investir os fundos limitados disponíveis,
envolve custos de oportunidade, pois comprometer-se com um investimento pode significar
rejeitar outros (SAMANEZ, 2007).
É imprescindível verificar a atratividade financeira do projeto, levando-se em
consideração a Taxa de Mínima Atratividade (TMA) que pode ser considerada como a melhor
20
taxa, com baixo grau de risco, disponível para aplicação do capital em análise sendo utilizada
para comparar investimentos.
A base para estabelecer uma estimativa da TMA são as taxas de juros praticada no
mercado como: Taxa Básica Financeira (TBF); Taxa Referencial (TR); Taxa de Juros de
Longo Prazo (TJLP) e Taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) (SOUZA
e CLEMENTE, 2009).
Segundo Brito (2010), a TMA é uma taxa que pode ser definida de acordo com a
política de cada empresa. No entanto, a determinação ou escolha da TMA é de grande
importância na decisão de alocação de recursos nos projetos de investimento. Para Galesne et
al., (1999) citado por Brito (2010), a taxa de desconto, ou a TMA mais apropriada para
decisões de investimento é a taxa do custo de capital.
Gitman (2001) considera o custo de capital como o retorno exigido pelos
financiadores de capital e, portanto, a TMA que a empresa deveria considerar em seus
projetos de investimento.
2.3.6 Imposto de Renda
De acordo com a Receita Federal (2012 b), no Brasil o imposto sobre a renda teve
início em 1534 quando foi criada as Provedorias da Fazenda Real, em que parte dos tributos
eram destinados a coroa Portuguesa, chamado de “décima secular” ou “directa”. Em 1922,
com a Lei nº 4.625, chamada Lei do Orçamento, instituiu-se o Imposto Geral sobre a renda, e
no Governo de Getúlio Vargas o imposto passou a ser agregado na Constituição Federal de
1934.
Segundo Carrazza (2009), o imposto de renda é cobrado mensalmente. No ano
seguinte o contribuinte prepara uma declaração de ajuste anual de quanto deve do imposto (ou
tem restituição de valores pagos a mais), sendo que esses valores deverão ser homologados
pelas autoridades tributárias. Os contribuintes se dividem em:
Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF)
Imposto sobre Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)
As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma
das seguintes formas (RECEITA FEDERAL 2012 b):
Simples
Lucro Presumido
Lucro Real
21
Lucro Arbitrado
A forma de tributação “Simples” é a mais utilizada e inclui vários impostos,
subdividindo-se em várias categorias como Indústria, Comércio, Prestação de Serviços entre
outras atividades. A alíquota na forma Simples difere conforme a renda bruta anual do
contribuinte em relação à categoria enquadrada (Tabela 2).
Tabela 2. Tabela do Simples Nacional, categoria Comércio.
Receita Bruta em 12 meses (R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%Fonte: Receita Federal (2012).
2.3.7 Capital de Giro
O capital de giro é um investimento relevante que deve ser incluído no fluxo de caixa
do projeto de investimento e é utilizado para financiar as vendas a prazo, o estoque de
produtos acabados, os custos fixos e variáveis do processo de operação etc (LAPPONI, 2000).
O Capital de Giro (CG), que também pode ser considerado como Capital Circulante
Líquido (CCL), é calculado como a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante,
sendo positivo quando o ativo circulante é maior que o passivo circulante de acordo com
Nogueira (2002) citado por Aguiar e Resende (2010).
22
Uma das variáveis do capital de giro é a Necessidade do Capital de Giro (NCDG).
Através da análise da NCDG será possível verificar quanto a empresa necessita, em volume
financeiro, para a sua atividade operacional (OLIVEIRA, 2007).
2.3.8 Depreciação
A depreciação econômica é a perda de valor dos bens de uma empresa devido à
utilização no decorrer do tempo (MATOS, 2004). A depreciação contábil consiste na dedução
anual do valor calculado dos resultados da empresa antes da apuração do imposto de renda e,
desta forma, os efeitos do uso e do tempo sobre o bem são refletidos nos resultados
financeiros anuais da empresa. Para fins fiscais, a depreciação dos ativos das empresas é
regulada através da legislação do imposto de renda (LAPPONI, 2000).
Em termos contábeis, o cálculo da depreciação deverá obedecer aos critérios
determinados pelo governo, através da Secretaria da Receita Federal, sendo o método de
cálculo utilizado por este órgão o método da depreciação linear (MATOS, 2004).
A legislação da depreciação realizada pela Receita Federal, permite que a
depreciação dos ativos sejam aceleradas em alguns casos:
se o ativo utilizado em mais de um turno de trabalho de oito horas mantendo o
método linear de depreciação, Artigo 312.
para incentivar a renovação ou modernização de instalações e equipamentos, a
depreciação pode ser acelerada, Artigo 313.
Segundo a Instrução Normativa SRF n° 162, de 31 de dezembro de 1998 no seu
Artigo 1, a quota de depreciação a ser registrada na escrituração da pessoa jurídica, como
custo ou despesa operacional, será determinada com base nos prazos de vida útil e nas taxas
de depreciação constantes dos anexos (Tabela 3).
Tabela 3. Depreciações autorizadas, Tabela reduzida.
BensPrazo de vida útil
(anos)Taxa anual de depreciação
Instalações 10 10%Edificações 25 4%
Construções pré-fabricadas 25 4%Máquinas e equipamentos 10 10%
Instrumentos e aparelhos de medição 10 10%Móveis e utensílios 10 10%
Veículos para transportes de mercadorias
4 25%
Automóveis de passageiros 5 25%Sistema de Processamento de dados 2 50%
23
Fonte: Adaptação de LAPPONI (2000) à Tabela da Receita Federal.
2.4 AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Segundo Souza e Clemente (2009), após relacionadas as alternativas viáveis
tecnicamente é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente. É nessa última parte
que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório.
Existem inúmeras metodologias para a avaliação do investimento, dentre essas
destacam-se o método do Payback, do Valor Presente Líquido (VPL), do Índice de
Lucratividade (IL) e o método da Taxa Interna de Retorno (TIR).
2.4.1 Payback
De acordo com Lapponi (2000) é o tempo necessário para recuperar o capital
investido. Existem duas variações desse método, denominadas payback simples e payback
descontado.
Payback simples (PBS)
É um método simples que calcula o tempo necessário para a soma das receitas se
equipararem com o valor do capital investido, porém é um método deficiente uma vez que
não considera o valor do dinheiro no tempo.
Payback descontado (PBD)
É um método que assim como no payback simples calcula o tempo de retorno do
investimento, entretanto apresenta como vantagem a correção do valor da variação do
dinheiro no tempo.
Basicamente o método do payback descontado consiste na realização do somatório dos
fluxos de caixa até que se iguale ao valor do investimento.
2.4.2 Valor Presente Líquido (VPL)
É o método mais utilizado na análise de investimentos de projetos e consiste na
concentração de todos os valores esperados de um fluxo de caixa futuro na data zero (SOUZA
e CLEMENTE, 2009).
24
O VPL proporciona uma comparação entre o investimento e os retornos esperados
com todos os valores no momento atual. Quando o VPL ≥ 0, pode-se concluir que o projeto
analisado pode ser considerado, pois o capital investido e a TMA serão cobertas e ainda
gerará ganho líquido ao investidor. Se o VPL < 0, o projeto é considerado economicamente
inviável, pois o capital investido não será recuperado, o projeto não irá remunerar e tão pouco
gerar lucro extra, portanto rejeita-se o projeto de investimento (BROM e BALIAN, 2007).
2.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)
É a taxa que iguala o fluxo de caixa operacional ao valor a ser investido no projeto.
O método da TIR não tem a finalidade de avaliar a rentabilidade absoluta a determinado custo
de capital, como o VPL; seu objetivo é encontrar uma taxa intrínseca de investimento
(LEMES JÚNIOR et al., 2010; SAMANEZ, 2007).
2.4.4 Índice de Lucratividade (IL)
É o índice que mede o número de vezes que a soma das entradas de caixa
descontadas cobre o investimento realizado no projeto e considera o fluxo de caixa
descontado (LEMES JÚNIOR et al., 2010).
25
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE
A propriedade analisada denomina-se Fazenda Capão do Carirú, localiza-se nas
coordenadas 16°01’30,23”S e 48°51’31,50”O (Figura 5), próximo à rodovia GO 338, km 27,
no sentido da cidade de Planalmira à cidade de Pirenópolis, com altitude de aproximadamente
1066m, no município de Abadiânia, Goiás. É uma propriedade familiar com área de 45,76 ha,
sendo a produção de frangos caipiras a principal atividade econômica desenvolvida.
FIGURA 5. Representação aerofotográfica da propriedade.Fonte: Google Earth®, 2012.
3.2 CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DO NEGÓCIO
A partir dos dados coletados foi possível realizar as estimativas de receitas e custos,
além da depreciação do capital físico, FCO, capital de giro e a TMA utilizada no projeto. Com
isso foi possível à construção do fluxo de caixa financeiro que foi avaliado por indicadores de
viabilidade econômica como Payback Descontado (PBD), Valor Presente Líquido (VPL),
Taxa Interna de Retorno (TIR), Índice de Lucratividade (IL) e análise da sensibilidade.
3.3 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS ECONÔMICOS – CÁLCULOS
3.3.1 Fluxo de Caixa
Para a construção do Fluxo de Caixa, é necessário o levantamento de dados como:
Investimentos, Receitas, Custos, Depreciações, Capital de Giro, Investimento em Capital de
Giro e Valor Residual.
26
A depreciação pode ser calculada pela Equação 1 (NORONHA, 1987):
Dep=Valor inicial−Valor finaln
[1]
Em que:
Dep = depreciação linear (R$/ano) e
n = tempo de planejamento.
O capital de giro necessário é proporcional a 23,3% das receitas, calculado
considerando-se as estimativas referentes às vendas a receber, estoque de produtos acabados e
matérias primas, produtos em processos e pagamento de fornecedores.
O Investimento CG é calculado subtraindo o capital de giro dos meses do projeto,
pegando o Mês próximo – Mês anterior do capital de giro e assim sucessivamente até o último
mês.
Para o cálculo do Valor Residual, no último mês de análise, foram considerados os
valores de mercado e contábil, o ganho de capital e o Imposto de Renda sobre esse valor.
Por fim o Fluxo de Caixa (FC) pode ser calculado por meio da Equação 2:
FC=R−C−Investimento CG−IR [2]
Em que:
FC= Fluxo de caixa;
R= Receitas;
C= Custos;
Investimento CG= Investimento do capital de giro;
IR = Imposto de Renda.
3.3.2 Valor Presente Líquido (VPL)
Após a determinação do valor presente de todos os fluxos positivos e negativos,
realiza-se a diferença entre eles e o Investimento inicial, descontados a uma taxa mínima de
atratividade (TMA) para resultar no valor presente líquido (Equação 3) (GITMAN, 2001).
27
VPL=−I+∑t=1
n FCt
(1+K )t [3]
Em que:
VPL = valor presente líquido, em reais;
I = Investimento de capital na data zero, registrado com sinal negativo, em reais;
n = prazo de análise do projeto;
t = ano referente ao FC;
FCt = fluxo de caixa no período t;
k = taxa mínima de atratividade (TMA), em decimal.
3.3.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR será calculada pelo processo de tentativa e erro, utilizando o modelo
matemático do VPL para procurar a taxa de juros que zera o VPL (Equação 4) (SAMANEZ,
2007).
VPL=−I+∑t=1
n FC t
(1+TIR)t =0 [4]
Em que:
TIR = Taxa que zera o VPL(decimal)
3.3.4 Payback Descontado (PBD)
O PBD será calculado utilizando o método do valor presente. Primeiramente deve se
achar o VP, que é o valor presente através da Equação 5 (NORONHA, 1987):
VP= F
(1+k )n [5]
Em que:
VP = valor presente, em reais;
F = capital, em reais;
k = taxa mínima requerida, em decimal;
n = Ano em que está sendo feito o VP.
28
Em seguida faz-se o VP acumulado dos anos. O valor do VP acumulado no Ano 0
será o próprio VP do Ano 0, nos outros VP acumulados soma se o VP acumulado do ano 0 +
VP do Ano 1 e assim vai fazendo para os anos subsequentes, até o último ano do projeto.
Quando o VP acumulado ficar positivo, pega o último Ano do VP acumulado negativo e o
primeiro Ano do VP acumulado positivo. O exemplo de cálculo do PBD é descrito pela
Equação 6 (NORONHA, 1987):
PBD−Ano1Ano 2−Ano 1
= 0−V 1V 2−V 1
[6]
Em que:
PBD = Payback descontado;
Ano 1 = último ano do valor presente negativo;
Ano 2 = primeiro ano do valor presente positivo;
V1 = último valor presente positivo;
V2 = primeiro valor presente positivo.
O modelo matemático do PBD, pelo procedimento do valor presente, pode ser
reescrita através da expressão matemática 7 (LAPPONI, 2000):
I=∑t=1
T FC t
(1+K )t [7]
Em que:
I = investimento inicial;
FCt = o fluxo de caixa no período t;
K = custo de capital e
T = tempo final
3.3.5 Índice de Lucratividade (IL)
Segundo Lemes Júnior et al. (2010) o IL pode ser encontrado através da seguinte
fórmula:
IL= VP dosretornos¿ Investimentos∨¿¿ [8]
29
Em que: VP = Valor presente dos retornos.
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 DESCRIÇÃO
O primeiro lote com 170 pintinhos de um dia de idade, da raça Label Rouge pescoço
pelado da empresa Paraíso Genética®, foi adquirido no dia 24 de abril de 2012. Para finalidade
de predição da produção, adotou-se 5% como índice de mortalidade. Carbone (2004) ao
estudar o desempenho de duas amostras de aves caipiras, encontrou índices de 2 e 7% de
mortalidade. Já a Embrapa (2003), avaliou o desempenho de lotes de frangos de corte e
considerou 3% como taxa de mortalidade.
Os pintinhos são alojados em círculo de proteção medindo 2,50 m de diâmetro,
contendo casca de arroz como cama de frango, dois comedouros, dois bebedouros e duas
campânulas para aquecimento (Figura 6a). O círculo de proteção localiza-se no interior de um
galpão de 10,00 x 4,50 m, localizam-se ainda três cercados de telas para o alojamento de lotes
com diferentes idades, com medidas de 3,60 x 2,60 m (Figura 6b).
FIGURA 6a- Círculo de proteção para pintinhos de 1 dia; b- Interior do Galpão.Fonte: Fotos retiradas na propriedade.
O galpão é equipado com cortinas de lona, que podem ser facilmente manuseadas de
forma a controlar a entrada de luz e vento na instalação (Figura 7a). Utilizou-se campânulas
com lâmpadas para aquecimento, uma campânula para 100 aves, lâmpadas para iluminação,
um comedouro para cada 35 aves e sistema hidráulico capaz de abastecer bebedouros do tipo
“pendular automático” com capacidade de suprir as necessidades de aproximadamente 100
animais por bebedouro (Figura 7b).
31
a b
FIGURA 7a- Cortinas de lona para controle do microclima; b- Equipamentos de suporte.Fonte: Fotos retiradas na propriedade.
A cada semana são adquiridos lotes de aproximadamente 170 pintinhos e a cada
semana, os lotes já existentes na instalação são remanejados sucessivamente nos cercados, de
forma a haver um escalonamento de aves dentro do galpão.
Os frangos permanecem no galpão por quatro semanas e posteriormente são
remanejados para piquetes localizados no exterior do galpão, onde se alimentam de pastagem
e permanecem livres, como é o propósito da linhagem Label Rouge (Figura 8).
FIGURA 8- Organograma da criação.Fonte: Dados de pesquisa.
O pasto foi dividido em piquetes de 15 x 30m (Figura 9a) de forma a comportar os
animais até completar os 85 dias de vida ou atingir o peso mínimo exigido pelo mercado,
aproximadamente 2,4 kg. Cada piquete contém um abrigo móvel em estrutura metálica
(Figura 9b), coberto por telhas “gavalon” (alumínio galvanizado) (Figura 9c), bebedouros e
comedouros para complementar a alimentação. Os lotes de aves são acomodados nos piquetes
sucessivamente garantindo-se a continuidade na produção.
32
a b
FIGURA 9a- Piqueteamento do pasto; b- Acomodação das aves no abrigo; c- Estruturação do abrigo.Fonte: Fotos retiradas na propriedade.
33
a
b
c
A arraçoamento é realizado integralmente nas primeiras 4 semanas e
complementarmente ao pastejo nas semanas restantes. Nos piquetes há uma forragem de
“braquiarinha” (Brachiaria decumbens) que é manejada de acordo com a intensidade do
pastejo e conseguintes necessidades culturais. O consumo de ração é estimado mediante o
sugerido na Tabela 4 de acordo com a idade das aves.
Na criação de aves, a ração compreende de 60 a 70% do custo total de produção,
evidenciando a importância sobre a mesma (ENGLERT, 1998). O abate é realizado na
propriedade, assim como a depenação e limpeza dos frangos.
Tabela 4. Consumo de ração de acordo com a idade e conversão alimentar das aves.
Idade (dias) Peso vivo (g)Ganho de peso
semanal (g)Consumo de ração (g) Conversão alimentar
Viabilidade %
Semanal Acumulado Semanal Acumulado
0 40 40 100
7 120 80 96 96 1,20 1,20 98,60
14 260 140 169 265 1,21 1,21 98,40
21 455 195 340 605 1,74 1,33 98,20
28 680 225 450 1055 2,00 1,55 97,90
35 925 245 540 1595 2,20 1,72 97,70
42 1180 255 615 2210 2,41 1,87 97,50
49 1440 260 690 2900 2,65 2,01 97,30
56 1703 263 745 3645 2,83 2,14 97,10
63 1968 265 795 4440 3,00 2,26 96,90
70 2228 260 825 5265 3,17 2,36 96,70
77 2483 255 870 6135 3,41 2,47 96,50
84 2728 245 900 7035 3,67 2,58 96,30
91 2963 235 925 7960 3,94 2,69 96,00Fonte: Figueiredo (2007).
4.2 COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA
4.2.1 Definição do horizonte de análise
A viabilidade da propriedade foi analisada para um horizonte de 24 meses. Tendo em
vista a dinâmica da atividade desenvolvida e o ciclo da criação analisada, esse período é
suficiente para se realizar a análise econômica e financeira, sendo adequado para a atividade
avícola.
4.2.2 Análises em diferentes situações tributárias e de produção
34
Analisou-se a viabilidade do empreendimento considerando-se formalidade e
informalidade quanto à situação tributária. Na prática da informalidade, desconsiderou-se os
dispêndios referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Quanto ao Imposto de Renda, a renda do proprietário enquadra-se na categoria de isenção
(RECEITA FEDERAL, 2012 b).
Considerando-se a formalidade nas atividades econômicas, a alíquota de ICMS foi
proporcional a 4% das receitas brutas mensais, enquadrando-se na categoria de comércio, com
renda bruta anual menor que R$ 180.000,00.
Foi analisada ainda a viabilidade do empreendimento utilizando-se ração
comercialmente formulada e ração fabricada na propriedade. A ração formulada
comercialmente é adquirida em embalagens de 40 kg, pelo preço de R$ 0,82 o kilograma. A
ração fabricada na propriedade utilizando-se de milho em grão e concentrado (premix),
preparada mediante trituração e homogeneização, equivale ao preço de aproximadamente R$
0,53 o kilograma.
4.2.3 Estimativas das receitas
Na propriedade, as receitas são obtidas da venda semanal dos frangos caipiras onde o
alvo principal abrange os feirantes da região, que possuem a tradição na comercialização
desse tipo de produto. Atualmente os frangos limpos, desviscerados e depenados, são
vendidos pelo preço de aproximadamente R$ 14,00 a unidade.
Serão ofertados 646 frangos por mês, sendo aproximadamente 162 frangos por
semana, desconsiderando possíveis imprevistos como epidemias, acidentes, entre outros.
Espera-se que a receita mensal advinda da venda dos frangos seja de R$ 9.044,00, sendo R$
2.2621,00 por semana. O primeiro lote será comercializado no terceiro mês após a
implantação, portanto, nos dois primeiros meses, não haverá receitas.
4.2.4 Estimativas dos custos
As despesas da propriedade são divididas em: Custos Fixos e Custos Variáveis. No
projeto analisado considerou-se como custos fixos as despesas relacionadas à criação de
frango na propriedade, desprezando-se eventuais despesas decorrentes de outras atividades
produtivas.
35
Dos custos fixos, destacam-se as despesas com transporte que se refere às viagens
que o proprietário realiza de sua residência no município de Anápolis até a propriedade e por
vez, aquisição de insumos (Tabela 5).
Tabela 5. Custos fixos mensais para a produção de aves na propriedade.Custos Fixos Preço unitário R$ Unidades Total/mês
ITR 130,00 - 10,83
Transporte - - 250,00
Energia elétrica - - -
Dispêndios de residência 0,12158 246,75 30,00
Total 290,83Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
Dentre os custos variáveis, destacam-se as despesas com ração e aquisição de
pintinho. Quando se utiliza ração formulada comercialmente o custo mensal com ração
equivale a R$ 3922,72 (Tabela 6), ao passo que produzindo-se a ração na propriedade esses
custos são de R$ 2621,52 (Tabela 7). A aquisição de pintinhos para as duas situações
permanecerão em R$ 1020,00 por mês.
Os custos variáveis são alterados com a formalização do empreendimento, pois
adiciona-se aos custos 4% das receitas brutas mensais (Tabela 8 e Tabela 9).
Tabela 6. Custos variáveis mensais com utilização de ração comercial, sem formalidade tributária.Custos Variáveis Preço unitário R$ Unidades Total/mês
Pintinhos de 1 dia 1,50 680,00 1.020,00
Ração 0,82
*4º mês 0,82 4.783,80 3.922,72
Cama (casca de arroz) 20,00
Vacina 0,15 680,00 102,00
Energia elétrica
Lâmpadas (aquecimento) 0,12158 691,20 84,0361
Iluminação 0,12158 4,80 0,58
Depenadeira (1/4 cv) 0,12158 0,2525 1,96
Bombeamento de água 0,12158 69,02 8,39
Freezer 0,12158 253,80 30,86
Funcionário
Salário 700,00
Atribuições complementares 1,00 646,00 646,00
Subtotal 6.536,55
Manutenção geral 653,65
Total 7.190,20*Quando funciona 100% da capacidade instalada.Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
36
Tabela 7. Custos variáveis mensais com utilização de ração fabricada sem formalidade tributária.Custos Variáveis Preço unitário R$ Unidades Total/mês
Pintinhos de 1 dia 1,50 680,00 1020,00
Ração 0,55
*4º mês 0,55 4.783,80 2.621,52
Cama (casca de arroz) 20,00
Vacina 0,15 680,00 102,00
Energia elétrica
Misturador (3 cv) 0,12158 232,00 28,21
Triturador (10 cv) 0,12158 755,20 91,82
Lâmpadas (aquecimento) 0,12158 691,20 84,0361
Iluminação 0,12158 4,80 0,58
Depenadeira (1/4 cv) 0,12158 0,2525 1,96
Bombeamento de água 0,12158 69,02 8,39
Freezer 0,12158 253,80 30,86
Funcionário
Salário 700,00
Atribuições complementares 1,00 646,00 646,00
Subtotal 5.355,38
Manutenção geral 535,54
Total 5.890,92*Quando funciona 100% da capacidade instalada.Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
Tabela 8. Custos variáveis mensais com utilização de ração comercial com formalidade tributária.Custos Variáveis Preço unitário R$ Unidades Total/mês
Pintinhos de 1 dia 1,50 680,00 1.020,00
Ração 0,82
*4º mês 0,82 4.783,80 3.922,72
Cama (casca de arroz) 20,00
Vacina 0,15 680,00 102,00
Energia elétrica
Lâmpadas (aquecimento) 0,12158 691,20 84,0361
Iluminação 0,12158 4,80 0,58
Depenadeira (1/4 cv) 0,12158 0,2525 1,96
Bombeamento de água 0,12158 69,02 8,39
Freezer 0,12158 253,80 30,86
Funcionário
Salário 700,00
Subtotal 5.890,55
37
Manutenção geral 589,05
ICMS 310,08
Total 6.789,68*Quando funciona 100% da capacidade instalada.Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.Tabela 9. Custos variáveis com utilização de ração fabricada com formalidade tributária.Custos Variáveis Preço unitário R$ Unidades Total/mês
Pintinhos de 1 dia 1,50 680,00 1.020,00
Ração 0,55
*4º mês 0,55 4.783,80 2.621,52
Cama (casca de arroz) 20,00
Vacina 0,15 680,00 102,00
Energia elétrica
Lâmpadas (aquecimento) 0,12158 691,20 84,0361
Iluminação 0,12158 4,80 0,58
Depenadeira (1/4 cv) 0,12158 0,2525 1,96
Bombeamento de água 0,12158 69,02 8,39
Freezer 0,12158 253,80 30,86
Funcionário
Salário 700,00
Subtotal 4.589,36
Manutenção geral 458,94
ICMS 310,08
Total 5.358,37*Quando funciona 100% da capacidade instalada.Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
4.3 CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa foi construído com a finalidade de verificar a rentabilidade do
negócio em questão. Contudo, como houve a análise de diferentes situações foi necessário a
construção de um fluxo de caixa para cada situação, totalizando quatro fluxos de caixa.
4.3.1 Situação 1
A primeira situação corresponde à utilização de ração formulada comercialmente e
sem formalidade tributária (Tabela 11). No período inicial (data zero) o investimento foi de
R$ 10.806,70, correspondente aos gastos com a construção do galpão para as aves, aquisição
dos equipamentos de criação (bebedouros, comedouros e campânulas), estruturas e
componentes do sistema de criação (cercas, mourões, círculo de proteção) e materiais para a
construção dos abrigos (Tabela 10).
38
Tabela 10. Investimentos realizados para implantação da criação.INVESTIMENTOS TOTAL R$
Instalações – Galpão 3.000,00
Equipamentos de criação
Comedouros 256,00
Campânulas 144,00
Bebedouros 216,00
Divisórias
Telados 25 m2 125,00
Postes 12 24,00
Círculo de proteção 26,70
Abrigos móveis (8) 1.500,00
Piquetes
Mourões (30) 315,00
Telados 2.200,00
Freezers (3) 3.000,00
TOTAL 10.806,70Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
A alíquota do Imposto de Renda foi zero, pois como sugerido na situação 1, o
proprietário trabalhará na informalidade e não pagará impostos. Para o início das atividades
foi estimado um Investimento em Capital de Giro para os dois primeiros meses da atividade
num valor de R$3.000,00, uma vez que nesse período não haverá receitas. O Capital de Giro
(CG) considerado para os demais meses foi de 23,3% das receitas mensais.
As depreciações dos bens de capital foram calculadas conforme o sugerido pela
Receita Federal adaptado por Lapponi (2000). O Valor Residual foi calculado levando-se em
conta o valor de mercado, o valor contábil, o ganho de capital e o imposto de renda da
construção e dos equipamentos de criação em geral, totalizando R$5.200,00 ao final do prazo
de análise.
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) foi embasada na Taxa do Sistema Especial
de Liquidação e Custódia (SELIC) para o dia 17 de junho de 2012 que apresentava-se igual a
8,5% ao ano correspondendo a aproximadamente 0,68% ao mês.
O Fluxo de Caixa foi calculado a partir das Receitas, dos Custos e do Investimento
em Capital de Giro, apresentando saldo positivo a partir do quarto mês de análise (Tabela 11).
39
40
Tabela 11. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração comercial, sem formalidade tributária.(-)Investimento 10806,70
Alíquota IR 0
Meses 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
(+) Receitas 0,00 0,00 2.261,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00
(-) Custos 3.813,14 5.401,75 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04
Depreciação 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73
(-) Capital da Giro 3.000,00 3.000,00 527,57 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27
(-) Invest. C. G. 3.000,00 0,00 -2.472,43 1.582,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(+) Valor Residual
FC -13.806,70 -3.813,14 -2.929,31 -6.802,74 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96
Meses 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
(+) Receitas 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00
(-) Custos 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04 7.481,04
Depreciação 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73
(-) Capital da Giro 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27
(-) Invest. C. G. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -2.110,27
(+) Valor Residual 5.200,00
FC 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 1.562,96 8.873,23
Taxa Requerida a. m. 0,68%
VPL 8.928,24
PBD 20,49 meses
TIR 2,75% a. m.
IL 1,18Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade
41
4.3.2 Situação 2
A segunda situação corresponde à utilização de ração fabricada na propriedade e sem
formalidade tributária (Tabela 13). Na data zero o investimento foi de R$ 13.806,70,
correspondente aos gastos com a estruturação da atividade e aquisição de equipamentos para
fabricação da ração (triturador e misturador) (Tabela 12).
Tabela 12. Investimentos realizados para implantação da criação.Investimentos TOTAL R$
Instalações – Galpão 3.000,00
Fábrica de ração
Misturador 1.200,00
Triturador 1.800,00
Equipamentos de criação
Comedouros 256,00
Campânulas 144,00
Bebedouros 216,00
Divisórias
Telados 25 m2 125,00
Postes 12 24,00
Círculo de proteção 26,70
Abrigos móveis (8) 1.500,00
Piquetes
Mourões (30) 315,00
Telados 2.200,00
Freezers (3) 3.000,00
TOTAL 13.806,70Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
O Valor Residual foi calculado da mesma forma que a situação 1 incluindo-se os
equipamentos para fabricação da ração, totalizando R$ 6.900,00 ao final do prazo de análise
(Tabela 13).
42
Tabela 13. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração fabricada na propriedade, sem formalidade tributária.(-)Investimento 13.806,70
Alíquota IR 0
Meses 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
(+) Receitas 0,00 0,00 2.261,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00
(-) Custos 3.730,52 4.792,18 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75
Depreciação 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47
(-) Capital da Giro 3.000,00 3.000,00 527,57 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27
(-) Invest. C. G. 3.000,00 0,00 -2.472,43 1.582,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(+) Valor Residual
FC -16.806,70 -3.730,52 -2.319,74 -5.503,45 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25
Meses 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
(+) Receitas 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00 9.044,00
(-) Custos 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75 6.181,75
Depreciação 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47 309,47
(-) Capital da Giro 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27 2.110,27
(-) Invest. C. G. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -2.110,27
(+) Valor Residual 6.900,00
FC 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 2.862,25 11.872,52Taxa Requerida a. m. 0,68%
VPL 34.157,68
PBD 12,90 meses
TIR 7,09% a. m.
IL 2,95
Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
43
4.3.3 Situação 3
A terceira situação corresponde à utilização de ração formulada comercialmente e
com formalidade tributária (Tabela 14). No período inicial (data zero) o investimento foi de
R$ 10.806,70, correspondente aos gastos para a implantação da criação, conforme a situação 1
(Tabela 10). Nesse caso, foram acrescidos 4% das receitas mensais aos custos variáveis,
referentes ao ICMS pago pelo proprietário para comercialização dos produtos (Tabela 8). Há
ainda dispêndios com Imposto de Renda, cuja alíquota é 4%, de acordo com a renda anual da
atividade. Essas considerações foram levadas em conta na construção do fluxo de caixa.
Para que o empreendimento se torne formal é necessário que o abate se realize em
abatedouro credenciado, tornando irregular o abate na propriedade. Portanto foram
diminuídas, nos custos variáveis, as atribuições complementares pagas ao funcionário para
realizar o abate. O preço dos frangos também sofreu um decréscimo já que o mesmo será
comercializado vivo, de R$14,00 (frango limpo) para R$12,00 (frango vivo).
O Valor Residual foi calculado, conforme a situação 1, resultando num valor de
R$5.192,93 ao final do prazo de análise (Tabela 14).
4.3.4 Situação 4
A quarta situação corresponde à utilização de ração fabricada na propriedade e com
formalidade tributária (Tabela 15). Na data zero o investimento foi de R$ 13.806,70,
conforme a situação 2 (Tabela 12).
Conforme a situação 3, foram acrescidos 4% das receitas mensais aos custos
variáveis, referentes ao ICMS pago pelo proprietário para comercialização dos produtos
(Tabela 9) e dispêndios com Imposto de Renda, cuja alíquota é 4%, de acordo com a renda
anual da atividade. Houve ainda a diminuição nos custos das atividades complementares
pagas ao funcionário para realizar o abate, que conforme a situação 3, não será realizada nessa
situação (Tabela 15). Para essa situação o Valor Residual foi de R$ 1.685,60 ao final do prazo
de análise.
44
Tabela 14. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração comercial, com formalidade tributária.
(-)Investimento 10.806,70
Alíquota IR 4%
Meses 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
(+) Receitas 0,00 0,00 1.938,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00
(-) Custos 3.102,54 4.691,15 6.847,96 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52
Depreciação 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73
IR 0,00 0,00 77,52 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08
(-) Capital da Giro 3.000,00 3.000,00 4.52,20 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80
(-) Invest. C. G. 3.000,00 0,00 -2.547,80 1.356,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(+) Valor Residual
FC -13.806,70 -3.102,54 -2.143,35-
6.344,08 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40
Meses 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
(+) Receitas 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00
(-) Custos 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52 7.080,52
Depreciação 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73 139,73
IR 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08
(-) Capital da Giro 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80
(-) Invest. C. G. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -1.808,80
(+) Valor Residual 5.192,93
FC 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 361,40 7.363,13Taxa Requerida a. m. 0,68%
VPL -12.364,69
PBD 0
TIR -2,97% a. m.
IL 0,99
Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
45
Tabela 15. Fluxo de caixa do investimento utilizando ração fabricada na propriedade, com formalidade tributária.(-)Investimento 13.806,70
Alíquota IR 4%
Meses 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
(+) Receitas 0,00 0,00 1.938,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00
(-) Custos 2.887,90 3.949,55 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64
Depreciação 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73
IR 0,00 0,00 77,52 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08
(-) Capital da Giro 3.000,00 3.000,00 452,20 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80
(-) Invest. C. G. 3.000,00 0,00 -2.547,80 1.356,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(+) Valor Residual
FC -16.806,70 -2.887,90 -1.401,75 -4.912,76 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28
Meses 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
(+) Receitas 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00 7.752,00
(-) Custos 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64 5.416,64
Depreciação 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73 154,73
IR 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08 310,08
(-) Capital da Giro 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80 1.808,80
(-) Invest. C. G. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -1.808,80
(+) Valor Residual 1.685,60
FC 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 2.025,28 5.519,68Taxa Requerida a. m. 0,68%
VPL 15.799,20
PBD 15,83 meses
TIR 4,45% a. m.
IL 1,45
Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
46
4.4 ANÁLISE DOS INDICADORES
Analisando os indicadores de viabilidade econômica, gerados de acordo com cada
situação (Tabela 16), pode-se observar que o projeto proposto na situação 3, caracterizada
pela utilização de ração formulada comercialmente com formalidade tributária, foi inviável e
deve ser rejeitado, uma vez que, proporcionou um VPL no valor de R$ -12.364,69. De acordo
com Lapponi (2000), quando VPL for menor que zero indica que o projeto é inviável, não
remunera à taxa requerida (0,68% a. m.) e gera prejuízo no valor do VPL, devendo-se
portanto rejeitar o projeto proposto para tal situação.
Tabela 16. Comparação entre os indicadores econômicos para as situações analisadas.Indicadores
VPL TIR PBD ILSituação 1 8.928,24 2,75% 20,49 1,18Situação 2 34.157,68 7,09% 12,90 2,95Situação 3 -12.364,69 -2,97% 0 0,99Situação 4 15.799,20 4,45% 15,83 1,45
Fonte: Elaborada a partir de dados coletados na propriedade.
Ainda na situação 3, o projeto não apresentou PBD, ou seja, para o horizonte de
análise o projeto não trará retorno do investimento. A TIR calculada foi de -2,97% a. m., o
que favorece a rejeição do projeto pois a TMA é de 0,68% a. m. (TIR<TMA). O IL do projeto
foi de 0,99, portanto o investimento não será recuperado e nem remunerado.
A situação 2, caracterizada pela fabricação da ração na propriedade e sem a
formalidade tributária, apresentou maior VPL (R$ 34.157,68), que de acordo com Lapponi
(2000) por ser um valor maior que zero indica que o projeto é rentável podendo ser aceito. A
TIR calculada foi de 7,09% a. m., o que favorece a aceitação do projeto, pois a TMA é de
0,68% a. m. (TIR>TMA). O projeto apresentou um PBD de 12,90, que significa dizer que o
retorno do investimento se dará em pouco mais de um ano após sua aplicação. O IL foi de
2,95, o que significa que a cada R$ 1,00 investido no projeto o produtor terá um lucro de R$
1,95. Portanto a situação 2 pode ser aceita.
As demais situações apresentaram viabilidade econômica, de acordo com os
indicadores gerados, podendo serem aceitas para a instalação da criação na propriedade.
A situação 1, caracterizada pela utilização da ração formulada comercialmente e sem
a formalidade tributária, apresentou VPL no valor de R$ 8.928,24, que de acordo com
Lapponi (2000) por ser um valor maior que zero indica que o projeto é rentável podendo ser
47
aceito. A TIR calculada foi de 2,75% a. m., o que favorece a aceitação do projeto, pois a
TMA é de 0,68% a. m. (TIR>TMA). O projeto apresentou um PBD de 20,49, que significa
dizer que o retorno do investimento se dará em pouco mais de 20 meses após sua aplicação. O
IL foi de 1,18, o que significa que a cada R$ 1,00 investido no projeto o produtor terá um
lucro de R$ 0,18. Portanto a situação 1 pode ser aceita.
A situação 4, caracterizada pela fabricação da ração na propriedade e com a
formalidade tributária, apresentou VPL no valor de R$ 15.799,20, que de acordo com Lapponi
(2000) por ser um valor maior que zero indica que o projeto é rentável podendo ser aceito. A
TIR calculada foi de 4,45% a. m., o que favorece a aceitação do projeto, pois a TMA é de
0,68% a. m. (TIR>TMA). O projeto apresentou um PBD de 15,83, que significa dizer que o
retorno do investimento se dará em pouco mais de 15 meses após sua aplicação. O IL foi de
1,45, o que significa que a cada R$ 1,00 investido no projeto o produtor terá um lucro de R$
0,45. Portanto a situação 4 pode ser aceita.
48
5 CONCLUSÃO
A produção de frangos caipira melhorado na região de Anápolis foi inviável quando
se utilizou ração formulada comercialmente em situação de formalidade tributária.
Nas demais situações, os indicadores analisados mostraram que o empreendimento é
viável, acumulando riquezas e apresentando lucratividades atrativas para a TMA adotada.
O preço da ração e carga tributária são fatores decisivos para a viabilidade do
negócio.
O projeto que se baseou na fabricação da ração na propriedade e na informalidade
tributária obteve prazo de retorno de investimentos menor que os demais e VPL mais
significativo.
O planejamento das atividades mostrou-se uma ferramenta indispensável a quem se
deseja investir em um empreendimento, auxiliando na tomada de decisões.
49
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