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UNIOESTE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA MAICO RODRIGO BREUNIG HOFFMANN CONTROLE DO CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM POR Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii E ÓLEO ESSENCIAL DE LARANJA EM FEIJOEIRO SUSCETÍVEL E MODERADAMENTE RESISTENTE MARECHAL CÂNDIDO RONDON MAIO/2012

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UNIOESTE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

MAICO RODRIGO BREUNIG HOFFMANN

CONTROLE DO CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM POR Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii E ÓLEO ESSENCIAL DE LARANJA EM

FEIJOEIRO SUSCETÍVEL E MODERADAMENTE RESISTENTE

MARECHAL CÂNDIDO RONDON

MAIO/2012

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MAICO RODRIGO BREUNIG HOFFMANN

CONTROLE DO CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM POR Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii E ÓLEO ESSENCIAL DE LARANJA EM

FEIJOEIRO SUSCETÍVEL E MODERADAMENTE RESISTENTE

Monografia apresentada à Universidade

Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE,

como parte das exigências do curso de

Agronomia, para obtenção do titulo de

Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Profº Dr. Odair J. Kuhn

MARECHAL CÂNDIDO RONDON

MAIO/2012

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À meus pais, Ademir Luis Hoffmann (in

memorian) e Lisete Marli Breunig pelo exemplo,

incentivo e apoio durante mais essa etapa.

À Jair Luis Wastowski e meus irmãos Frantielo

e Luana pela amizade e carinho.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Oeste de Paraná pela oportunidade de

realização do Curso de Agronomia.

Ao meu Orientador Prof. Dr. Odair José Kuhn pela orientação, confiança, e

credibilidade em mim depositados.

Ao Professor Dr. José Renato Stangarlin pelos conhecimentos de pesquisa

transferidos.

Ao Professor Dr. Affonso Celso Gonçalves Junior pela amizade e

ensinamentos transmitidos.

Aos integrantes do Grupo de Estudos em Solos e Meio Ambiente (Gesoma)

e Integrantes do Grupo de Estudos em Controle Biológico e Alternativo em

Fitossanidade (Cobalfi).

Aos membros componentes da banca examinadora, pela avaliação do

trabalho, orientação, sugestões e contribuições fornecidas.

Em especial a Cristiane Claudia Meinerz, André Gustavo Battistus e Jullian

Luis Stülp pela amizade e auxílio na condução do experimento.

Aos Funcionários e Pesquisadores da Unioeste, pela viabilização da

realização do experimento.

Aos amigos e colegas pela convivência, amizade e toda ajuda que recebi

durante o decorrer desta graduação.

E a todos aqueles que não foram citados, mas que direta ou indiretamente

contribuíram na realização desse trabalho.

Page 5: Tcc Maico Definitiva

“Lá está o futuro,

não sabemos o que nos espera,

que surpresas estão por vir.

Não adianta pensar

nem se preocupar...

Você não pode resolver

o que não aconteceu.

Por isso viva o aqui e o agora,

faça as coisas acontecerem já.

O futuro se faz hoje...

O passado já se foi!

Não se prenda a coisas

que já não existem

e que não mais voltarão.

O passado é bom como referência.

Assim, cada dia

será uma aventura, um desafio,

uma experiência

que sempre valerá a pena viver.”

Nuno Cobra

A Deus

OFEREÇO

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RESUMO

HOFFMANN, M. R. B. CONTROLE DO CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM POR Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii E ÓLEO ESSENCIAL DE LARANJA EM FEIJOEIRO SUSCETÍVEL E MODERADAMENTE RESISTENTE. Orientador: Prof. Dr. Odair José Kuhn

O objetivo do trabalho foi verificar a ocorrência de indução de resistência em

feijoeiro suscetível e moderadamente resistente com o uso do indutor abiótico acibenzolar-S-metil (ASM) e bióticos (S. cerevisae, S. boulardii e Óleo de laranja (Orobor®)) contra X. anoxopodis pv. phaseoli em casa de vegetação e em campo; Os tratamentos foram dispostos da seguinte forma: Tratamento A – Óleo de Laranja (Orobor® 5 mL L-1), Tratamento B – Saccharomices cerevisiae ( 2 g L-1), Tratamento C – Saccharomices boulardii (2 g L-1), Tratamento D - Acibenzolar-S-metil (100 mg i.a. L-1) e Tratamento E - Água destilada. As aplicações dos tratamentos foram efetuadas sobre duas cultivares, IPR – 139, resistente à doença e IAPAR-81, suscetível) aos 14, 28 e 42 dias após a emergência e, em casa de vegetação. Quatro dias após a aplicação dos tratamentos, realizou se a inoculação com suspensão bacteriana nas plantas com pulverizador manual até o ponto de escorrimento. Em condições de campo não foi efetuada inoculação, pois é comum a ocorrência do patógeno. Foram observadas diferenças estatísticas entre tratamentos. De maneira geral, as plantas tratadas com indutores bióticos quando comparadas com a testemunha, bem como as plantas pré-tratadas com ASM, apresentaram: a) maior produtividade; b) maior massa de grãos e c) menor severidade de doença. O mesmo padrão ocorreu com relação às variáveis avaliadas em casa de vegetação, porém não ocorrendo diferença estatística. Plantas tratadas com leveduras reduzem a severidade do crestamento bacteriano comum do feijoeiro e aumentam sensivelmente a produtividade. Em condições de campo sob estresse hídrico, a aplicação de ASM proporciona custo metabólico, reduzindo a produtividade. ASM não reduziu a severidade do crestamento bacteriano comum. Óleo essencial de laranja não reduziu a severidade do crestamento bacteriano comum, porém, não interferiu nos parâmetros de produção.

PALAVRAS-CHAVE: Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli, Indutores bióticos, Custo adaptativo

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ABSTRACT

HOFFMANN, M. R. B. CONTROL OF THE COMMON BACTERIAL BLIGHT BY Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii AND ORANGE ESSENTIAL OIL IN SUSCEPTIBLE AND RESISTANT BEAN PLANTS. Advisor: Prof. Dr. Odair José Kuhn

The objective of this work was to verify the occurrence of the resistance induction in susceptible and in resistant beans with the use of abiotic inductor acibenzolar-S-methyl (ASM) and biotics (S. cerevisiae, S. boulardii and orange oil (Orobor®)) against X. axonopodis pv. Phaseoli in greenhouse and in field; The treatments were: Treatment A – orange oil (Orobor® 5 mL L-1), Treatment B - Saccharomices cerevisiae ( 2 g L-1), Treatment C - Saccharomices boulardii (2 g L-1), Treatment D - Acibenzolar-S-methyl (100 mg a.i. L-1) and Treatment E – Distilled water. The applications of the treatments were performed in two cultivars (IPR -139, resistant to the disease and IPR-81, susceptible) at 14, 28 and 42 days after emergence and, in greenhouse. Four days after the application of the treatments, was performed the inoculation with bacterial suspension (Xal the point of dripping. In field was not performed the inoculation, because it is common the occurrence of the pathogen. Were observed statistical differences between the treatments. In general, the plants treated with biotic inductors when compared with the control and the plants treated with ASM, presented: a) higher productivities; b) higher grain mass; c) less severity to the disease. The same pattern occurred in relation to the evaluated variables in greenhouse, but without statistic difference. Plants treated with yeast reduce the severity of bacterial blight of bean and significantly increase productivity. In the field under water stress, the ASM provides application metabolic cost, reducing productivity. ASM did not reduce the severity of bacterial blight. Orange essential oil did not reduce the severity of bacterial blight, however, did not affect the production parameters.

KEY-WORDS: Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli, biotic inductors, adaptive cost

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Sistema de auto-irrigação por capilaridade. .............................................. 25

Figura 2 – Precipitação pluvial durante a condução do experimento (22 de setembro a 15 de dezembro de 2011). ..................................................... 28

Figura 3 - Avaliação da severidade do crestamento bacteriano comum causado por Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli em plantas de feijão cv. IPR-139 (CV(%)=9,97) e IAPAR-81(17,87). Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatísticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. Dados transformados por √(x + 0,5). .......................................................................................................... 35

Figura 4 - Massa de mil grãos das cultivares de feijoeiro IPR-139 e IAPAR-81, tratadas com Óleo de Laranja (Orobor® 5 mL L-1), Saccharomices cerevisiae (2 g L-1), Saccharomices boulardii (2 g L-1), Acibenzolar-S-metil (Bion® 100 mg i.a. L-1) e Água destilada (200 L ha-1). Aplicação de tratamentos realizada aos 14, 28 e 42 dias após a emergência. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatísticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. ............................................................................................. 37

Figura 5 - Produtividade das cultivares de feijoeiro IPR-139 e IAPAR-81, tratadas com Óleo de Laranja (Orobor® 5 mL L-1), Saccharomices cerevisiae (2 g L-1), Saccharomices boulardii (2 g L-1), Acibenzolar-S-metil (Bion® 100 mg i.a. L-1) e Água destilada (200 L há-1). Aplicação de tratamentos realizada aos 14, 28 e 42 dias após a emergência. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatísticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. ............................................................................................. 37

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características químicas da mistura de solo utilizada como substrato no experimento ......................................................................... 24

Tabela 2 - Análise química do solo coletado na Fazenda Experimental “Profº Dr. Antonio Carlos dos Santos Pessoa’’ da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon ..................................................................................................... 27

Tabela 3 – Dias após a emergência (DAE) e dias do calendário (DC) em que os estádios fenológicos foram caracterizados. .................................. 30

Tabela 4 – Altura de planta; comprimento de raiz; número de grãos por vagem; número de vagens por planta, massa seca de raiz, massa seca de parte aérea, massa seca de vagens e massa seca de grãos em função do tratamento em aplicação foliar de Óleo de Laranja (5 ml L-1), Saccharomyces cerevisiae (2 g L-1), Saccharomyces boulardii (2 g L-1), Acibenzolar- S- Metil (100 mg i.a. L-1) e água nas cultivares IPR-139 e IAPAR-81. ........................... 32

Tabela 5 – Dias após a emergência (DAE) e dias do calendário (DC) em que os estádios fenológicos foram caracterizados. .................................. 33

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 13

2.1. A CULTURA DO FEIJOEIRO ......................................................................... 13

2.1.1. Importância econômica ................................................................................... 13

2.2. CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM ..................................................... 14

2.2.1. Etiologia .......................................................................................................... 14

2.2.2. Disseminação ................................................................................................. 15

2.2.3. Sintomas ......................................................................................................... 15

2.2.4. Controle .......................................................................................................... 16

2.3. INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA ........................................................................ 16

2.3.1. Aspectos gerais da indução de resistência ..................................................... 16

2.3.2. Mecanismos de resistência ............................................................................. 17

2.3.3. Custo da resistência induzida ......................................................................... 18

2.4. PRODUTOS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE DOENÇAS ........... 18

2.4.1. Acibenzolar-S- metil ........................................................................................ 18

2.4.2. Saccharomyces cerevisiae ............................................................................. 19

2.4.3. Saccharomices boulardii ................................................................................. 19

2.4.4. Óleo de laranja ............................................................................................... 20

2.5. AVALIAÇÃO DE DOENÇAS ........................................................................... 20

2.5.1. Severidade ...................................................................................................... 20

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 22

3.1. OBTENÇÃO DOS MICROORGANISMOS FITOPATOGÊNICOS .................. 22

3.2. OBTENÇÃO DE CÉLULAS DE S. boulardii e S. cerevisiae ........................... 22

3.3. PRODUÇÃO DAS PLANTAS EM CASA DE VEGETAÇÃO ........................... 23

3.3.1. Localização ..................................................................................................... 23

3.3.2. Implantação e condução do experimento ....................................................... 23

3.3.3. Avaliações ...................................................................................................... 25

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3.4. CULTIVO EM CONDIÇÕES DE CAMPO ....................................................... 26

3.4.1. Localização ..................................................................................................... 26

3.4.2. Implantação e condução do experimento ....................................................... 26

3.4.3. Avaliações ...................................................................................................... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 30

4.1. CULTIVO DO FEIJOEIRO PARA ANÁLISES DA SEVERIDADE E DOS

PARÂMETROS DA PRODUÇÃO EM CASA DE VEGETAÇÃO ..................... 30

4.1.1. Avaliação da severidade do crestamento bacteriano comum ......................... 30

4.1.2. Parâmetros da produção ................................................................................ 32

4.2. CULTIVO DO FEIJOEIRO PARA ANÁLISES DA SEVERIDADE E DOS

PARÂMETROS DA PRODUÇÃO EM CAMPO ............................................... 33

4.2.1. Avaliação da Severidade do Crestamento Bacteriano Comum ...................... 34

4.3. 4.3 PARÂMETROS DE PRODUÇÃO ............................................................. 35

4.3.1. Massa de mil grãos e produtividade ............................................................... 35

5. CONCLUSÕES .................................................................................................. 39

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 40

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1. INTRODUÇÃO

O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um alimento tradicional na dieta do

brasileiro, pois é constituído de nutrientes essenciais ao ser humano, como

proteínas, ferro, cálcio, magnésio, zinco, vitaminas, carboidratos e fibras

(BARAMPAMA e SIMARD, 1993; BORÉM e CARNEIRO, 1998; KUTOS et al., 2003;

RIBEIRO et al., 2008).

O Brasil está entre os principais produtores mundiais, ocupando anualmente,

uma área de 4,5 milhões de hectares (IBGE, 2008). Cultivada em regiões com

diferentes condições edafoclimáticas, a cultura pode atingir um rendimento superior

a 3.000 kg.ha-1 (BORÉM e CARNEIRO, 1998; BACKES et al., 2005).

O consumo per capita de feijão é de 16,3 kg por habitante ano, sendo uma

cultura de grande importância, com cultivo em grande parte do território nacional,

nas mais variadas condições, sejam elas climáticas ou tecnológicas (PEREIRA et al.,

2010).

Apesar do destaque na produção mundial de feijão, a produtividade

brasileira é considerada baixa, com uma produção média de aproximadamente 900

kg ha-1 (IBGE, 2008). Dentre os fatores que podem interferir no rendimento de

grãos destacam-se os bióticos (pragas, doenças e plantas daninhas) e abióticos

(disponibilidade de água no solo, clima e fertilidade do solo) (BORÉM e CARNEIRO,

1998).

As doenças são um dos principais fatores responsáveis da queda de

produtividade no feijoeiro, podendo provocar perdas de até 100% da produção,

resultando na diminuição das qualidades fisiológicas, nutricionais e sanitárias do

produto colhido, afetando o preço e sua comercialização (BIAZON, 2003). A cultura

é afetada por um grande número de doenças cujos agentes causais são vírus,

bactérias, fungos e nematóides (RAVA, 2002; BIANCHINI et al., 2005). Dentre as

várias doenças que prejudicam o feijoeiro, o crestamento bacteriano comum

(Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli), que ocorre principalmente nas regiões

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úmidas e quentes, é considerado uma das doenças de maior importância desta

cultura, podendo causar grande redução na produtividade (VIEIRA, 1998;

SARTORATO e RAVA, 1994).

Em razão da ineficácia do controle químico da doença, e com o objetivo de

causar baixo impacto ambiental, uma alternativa é o controle ecológico, que pode

fazer uso das mesmas tecnologias adotadas para aplicação de fungicidas, porém,

através do controle biológico ou da indução de resistência em plantas com uso de

microorganismos e produtos naturais com atividade antimicrobiana e/ou indutora de

resistência. (SCHWAN-ESTRADA et al., 2003; BIANCHINI et al., 2005).

Considerando o exposto acima, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito

de leveduras Saccharomyces cerevisiae e Saccharomyces boulardii e óleo essencial

de casca de laranja no controle do crestamento bacteriano comum em cultivares de

feijoeiro suscetível e moderadamente resistente.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A CULTURA DO FEIJOEIRO

O feijão comum (Phaseolus vulgaris), pertencente à família Fabaceae,

subfamília Faboideae, adaptando-se a vários países. O feijoeiro é cultivado sob as

mais variadas condições edáfoclimáticas (BACKES et al., 2005; SOUZA e LORENZI,

2005). Uma caractirística importante é o ciclo anual, podendo apresentar hábito de

crescimento determinado ou indeterminado que pode variar de 60 a 120 dias, o que

permite o melhor planejamento da época de semeadura e da utilização racional do

campo de produção agrícola (BORÉM e CARNEIRO, 1998; ZIMMERMANN et al.,

1996).

O feijão comum possui de 18 a 30% de proteína bruta (LEMOS et al., 2004).

É uma importante fonte de proteína das populações de baixa renda, além de ser um

dos alimentos mais tradicionais na dieta alimentar do brasileiro, sendo uma fonte de

proteína e caloria bastante significativa. A proteína encontrada no feijão é de boa

qualidade, pois várias cultivares de feijão, disponíveis no Brasil, apresentam

elevados teores de aminoácidos essenciais sendo superior ao padrão considerado

adequado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

(SOARES, 1996).

2.1.1. Importância Econômica

No Brasil, a importância econômica da cultura do feijoeiro é evidenciada, por

representar uma importante fonte protéica na dieta alimentar da população e pelo

grande número de pequenos produtores envolvidos na sua produção, embora tenha

havido nos últimos anos crescente interesse de produtores

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14

de outras classes do agronegócio, adotando técnicas avançadas, incluindo a

irrigação e a colheita mecanizada (PATERNIANI, 2001; LEMOS et al., 2004). O

Brasil é um grande consumidor mundial de feijão, com um consumo diário per capita

de 182,9 g/dia (CONAB, 2009). Um estudo do IBGE indica uma relação entre as

condições de alimentação e a renda familiar per capita do brasileiro. De acordo com

o levantamento, alimentos considerados saudáveis como o feijão são mais

consumidos entre a população de menor renda (IBGE, 2011). No entanto, esse

consumo tem caído nos últimos anos, em razão da preferência da população pelos

alimentos do tipo fast food.(SCHLINDWEIN e KASSOUF, 2006; BEZERRA e

SICHIERI, 2010).

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão, com uma produção que supera

3,5 milhões de toneladas (IBGE, 2008). Borém e Carneiro (1998) explicam as baixas

produtividades devido ao esgotamento dos recursos do solo e a problemas

fitossanitários como o crestamento bacteriano comum.

2.2. CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM

A doença é causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli.

Devido à sua ampla distribuição e de díficil controle, tem grande capacidade de

reduzir a produção de forma significativa, ocorrendo em regiões de clima quente e

úmido, principalmente na safra das águas (BIANCHINI et al., 2005).

2.2.1. Etiologia

X. axonopodis pv. phaseoli é uma bactéria baciliforme, Gram-negativa.

Quando cultivada em meio nutriente ágar (NA) contendo glicose ou sacarose,

apresenta colônias amareladas, de bordos lisos, brilhantes e circulares. Sobrevive

em diferentes formas. Em sementes, pode sobreviver por períodos variáveis de 2 a

15 anos, no estado hipobiótico, podendo estar localizada interna ou externamente,

sem perder sua patogenicidade (SARTORATO e RAVA, 1994; KUHN, 2007).

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15

2.2.2. Disseminação

A semente do feijoeiro é um veículo importante para a disseminação de X.

axonopodis pv. phaseoli. O patógeno pode ser transmitido interna e externamente

pela semente, sendo esta a fonte principal de inóculo primário da doença (VALARINI

e MENTEN, 1992). Devido à suscetibilidade à doença da maioria das cultivares

comercializadas, tem se recomendado várias medidas de controle, como o uso de

sementes certificadas, tratamento de sementes, uso de variedades resistentes,

manejo da irrigação, incorporação ou queima dos restos culturais, rotação de

culturas e controle de insetos vetores (MARINGONI & LAURETTI, 1999; BIANCHINI

et al., 2005; TORRES et al., 2009).

2.2.3. Sintomas

A doença manifesta os sintomas em toda parte aérea da planta do feijoeiro,

como folhas, caule, vagens e sementes. Nas folhas, se observam pequenas lesões

encharcadas, e com a evolução da doença os tecidos afetados tornam-se secos e

quebradiços e circundados por halos cloróticos. No caule, é possível observar lesões

deprimidas iniciando como manchas aquosas que se tornam secas, deprimidas e

avermelhadas com o avanço da doença. As lesões podem ser caracterizadas por

riscos avermelhados longitudinais no caule, cuja superfície pode rachar e acumular

exsudato bacteriano. Nas vagens são observadas manchas aquosas, as quais

aumentam com o progresso da doença, freqüentemente cobertas por incrustações

amarelas. Na medida que estas lesões evoluem o tecido afetado perde sua

aparência aquosa, tornando-se seco, deprimido e avermelhado. O patógeno penetra

nas sementes freqüentemente através do funículo que em decorrência de infecção

severa pode-se observar a seca e as mortes das vagens e sementes (BIANCHINI et

al., 2005).

Page 17: Tcc Maico Definitiva

16

2.2.4. Controle

A eficácia do controle químico do crestamento bacteriano comum do

feijoeiro, através de pulverização das plantas com produtos bactericidas, tem sido

muito contraditória (BIANCHINI et al., 2005). Sendo assim, o método de controle é a

adoção de várias práticas simultaneamente como o uso de sementes certificadas,

tratamento de sementes, uso de variedades resistentes, manejo da irrigação,

incorporação ou queima dos restos culturais, rotação de culturas e controle de

insetos vetores (MARINGONI e LAURETTI, 1999; BIANCHINI et al., 2005; TORRES

et al., 2009).

Percebe-se, que em lavouras de subsistência, onde é utilizado baixo nível

tecnológico, o agricultor utiliza as sementes produzidas para um novo plantio,

implicando na disseminação, aumento do inóculo inicial e sobrevivência do patógeno

no campo de produção (BIANCHINI et al., 2005; KUHN, 2007). Como a maioria das

cultivares é susceptível à doença, o uso de sementes certificadas é de extrema

importância como medida de controle (VALARINI e MENTEN, 1992; BIANCHINI et

al., 2005).

2.3. INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA

2.3.1. Aspectos gerais da indução de resistência

Quando se utiliza agentes externos para aumentar o nível de resistência das

plantas, ou seja, quando não se altera o genoma da planta, utiliza-se o termo

‘’resistência induzida’’ (VAN LOON et al., 1998). Os diferentes mecanismos de

defesa de uma planta dependem da expressão dos genes de resistência, que

podem ser estruturais ou bioquímicos (PASCHOLATI e LEITE, 1995). Tal resistência

é efetiva contra um amplo espectro de patógenos e parasitas, incluindo fungos,

bactérias, vírus e nematóides (KUHN, 2007).

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17

Os mecanismos de defesa estrutural da planta podem ser: cutícula, tricoma,

estômatos, fibras e vasos condutores, e os bioquímicos podem ser os fenóis,

alcalóides glicosídicos, lactonas insaturadas, glicosídeo fenólicos e cianogênicos,

inibidores protéicos, fototoxinas, quitinases e β-1,3-glucanase (KUHN, 2007;

FAULIN, 2010). A indução de resistência envolve a ativação de mecanismos de

defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes

bióticos ou abióticos.

Entre os compostos abióticos que tem a capacidade de induzir a resistência,

estudos tem sido realizados com silício (Si) (FAUTEUX et al., 2005), cloreto férrico,

fosfato de potássio dibásico (MANANDHAR et al., 1998; BÉCOT et al., 2000), ácido

salicílico (AS)( MANANDHAR et al., 1998; ZHANG, 2002), acibenzolar-S-metil (ASM)

(SOYLU et al., 2003) e ácido jasmônico (AJ) (CIPOLLINI, 2002; UEEDA et al., 2006).

Estudos realizados com S. cerevisiae, S. boulardi, Bacillus subtilis, frações

de parede celular de plantas, extratos vegetais, extratos de fungos, extratos de

bactérias (rizobactérias), extratos vegetais e óleos essenciais tem mostrado

eficiência no controle de doenças. Diante da possibilidade de utilização de diferentes

tipos de indutores de resistência, torna se possível evidenciar que não ocorre uma

forma única na atividade dos elicitores (STANGARLIN et al., 1999).

2.3.2. Mecanismos de resistência

Como vimos, tem sido demonstrado que a indução de resistência ocorre em

diferentes interações hospedeiro-patógeno, ativando genes envolvidos em diversas

respostas de defesa (RIVERO et al., 2001; HAMMERSCHMIDT, 2005a), provocando

alterações estruturais da parede celular vegetal pelo depósito de calose e lignina

(HE et al., 2002), formação de papila (BESSER et al., 2000), síntese de compostos

fenólicos e fitoalexinas (STANGARLIN et al., 1999; BONALDO et al., 2004) e

proteínas relacionadas a patogênese (VAN LOON, 1985; DURNER et al., 1997).

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18

2.3.3. Custo da resistência induzida

Para promover crescimento, ou indução de resistência, as plantas devem

balancear seus gastos energéticos nesses processos (KUHN, 2007; FAULIN, 2010).

Com a evolução do reino vegetal, as plantas desenvolveram um sistema de defesa

latente, com finalidade de economizar energia. Quando em contato com o patógeno,

este sistema investe sua reserva energética em defesa.

Sendo assim, pode se afirmar que em condições naturais, o custo da

indução de defesa será gerado apenas na presença do patógeno (HEIL e BOSTOK,

2002; CIPOLLINI et al., 2004). Porém, se ocorrer indução de resistência em plantas

em que não há presença de patógeno, poderá resultar em redução de produtividade,

pois as plantas investirão seus recursos em indução de defesa, desnecessariamente

(KUHN, 2007; GOMES et al., 2008; KUHN e PASHOLATI, 2010; FAULIN, 2010).

Também é importante considerar que existe variação de custos em plantas

sadias e plantas doentes. No primeiro caso, supõe-se ser a alocação de recursos

menor, visto que a expressão dos mecanismos de defesa é menor (LATUNDE-

DADA e LUCAS, 2001). Quando a planta expressa um gene de resistência,

representa um custo energético para a planta (WALTERS e HEIL, 2007).

2.4. PRODUTOS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE DOENÇAS

2.4.1. Acibenzolar-S- metil

Descoberto por Kessmann et al. (1994), o acibenzolar-S-metil, também

denominado pelas siglas ASM, BTH (Bion®, Actigard®) é um produto considerado de

baixa toxicidade e sistêmico, o qual é rapidamente absorvido e translocado através

das plantas (OOSTENDORP et al., 2001), apresentando um modo de ação

inespecífico, o que diminui o risco de seleção de isolados resistentes dentro de uma

população de patógenos (PASCHOLATTI et al., 2005; SILVA et al., 2003).

Page 20: Tcc Maico Definitiva

19

No Brasil, o ASM é mais conhecido como Bion® (Syngenta Ltda), registrado

para as culturas de tomate, cacau e citros, enquadrado na definição de um indutor

de resistência, pois fornece proteção a um amplo espectro de patógenos

(KESSMAN et al., 1994; CAVALCANTI et al., 2006; DEBONA et al., 2009).

Diversas pesquisas evidenciam a capacidade de o ASM induzir a resistência

em plantas, porém, percebe-se que há poucos estudos relacionados aos efeitos dos

indutores em plantas livres de doenças.

2.4.2. Saccharomices cerevisiae

Saccharomyces cerevisiae é um fungo ascomiceto que produz ascos sem a

produção de ascocarpos e o crescimento da colônia se dá por brotação das células,

não produzindo micélio (AGRIOS, 2005). Esta levedura é habitante da superfície

vegetal, encontrada principalmente em cascas de frutos, com capacidade de

crescer, se multiplicar e até penetrar nas primeiras camadas de células de um órgão

vegetal (BEHNAMOU e GARAND, 2001).

Suspensões de células e outras preparações obtidas a partir de S.

cerevisiae são capazes de protegerem plantas de café contra Hemileia vastatrix

(ferrugem do cafeeiro) (MARTINS et al., 1986). Lopez (1991) observou redução

significativa na produção de conídios do patógeno de Colletotrichum sublineolum em

plantas de sorgo.

2.4.3. Saccharomices boulardii

A levedura S. boulardii, isolada de frutas silvestres tropicais, é uma levedura

não patogênica, termotolerante (cresce na temperatura de 37ºC) (MCFARLAND &

BERNASCONI, 1993). Também pode ser encontrada na forma liofilizada no

medicamento Floratil (Merck), muito utilizado como auxiliar na restauração da flora

intestinal e possui antagonismo a Escherichia coli, Shigella sp., Salmonella sp.,

Page 21: Tcc Maico Definitiva

20

Pseudomonas sp., Staphylococcus sp. e Candida albicans (STANGARLIN et al.,

2010).

2.4.4. Óleo de laranja

Trabalhos desenvolvidos com extrato bruto ou óleo essencial de plantas

medicinais e aromáticas, obtidos a partir da flora nativa, têm indicado o potencialde

controle de fitopatógenos, tanto pela ação fungitóxica direta, inibindo o crescimento

micelial e a germinação de esporos, quanto pela indução de fitoalexinas, indicando a

presença de composto(s) com característica(s) de elicitor(es) (STANGARLIN et

al.,1999; SCHWAN-ESTRADA et al., 2000; CUNICO et al., 2004; BONALDO et al.,

2004; BASTOS e ALBUQUERQUE, 2004).

Stülp et al. (2011) demonstraram que o óleo essencial de laranja

representado pelo produto Orobor® apresentou bons resultados no controle de

doenças em sementes de trigo, mostrando que conforme a concentração do produto

aumenta na solução, aumenta a eficácia de controle de patógenos na semente.

2.5. AVALIAÇÃO DE DOENÇAS

De acordo com Bergamin Filho e Amorin (1996), de nada adianta se

conhecer o patógeno causador de uma determinada doença se não for possível

quantificar os sintomas provocados pelo mesmo.

2.5.1. Severidade

Por severidade entende-se como sendo a porcentagem da área ou do

volume de tecido coberto por sintomas. Este é um dos parâmetros mais apropriados

para medir doenças foliares, como ferrugens, oídios, míldios e manchas. Nesses

Page 22: Tcc Maico Definitiva

21

casos, a porcentagem da área de tecido coberto por sintomas retrata melhor a

quantidade de doença que a incidência. A contagem de lesões, com posterior

medida de seu comprimento e largura para determinação da área, só é executável

em trabalhos experimentais, quando se requer alta precisão. Mesmo assim, quando

o número de amostras é elevado e quando as lesões são numerosas e irregulares a

avaliação tornar-se impraticável (BERGAMIN FILHO et al., 1995). Para contornar

este inconveniente, várias estratégias têm sido propostas para a avaliação da

severidade de doenças, dentre as quais merecem destaque: as chaves descritivas e

as escalas diagramáticas, estes dois métodos têm sido os mais utilizados. As chaves

descritivas utilizam escalas arbitrárias com certo número de graus para quantificar

doenças, enquanto que, as escalas diagramáticas são representações ilustradas de

uma série de plantas, folhas ou partes de plantas com sintomas em diferentes níveis

de severidade. Escalas diagramáticas têm sido ferramentas muito úteis para

minimizar a subjetividade das estimativas de severidade e também auxiliar o

avaliador. Entretanto, devem ser de fácil uso, aplicáveis em diferentes condições e

produzir resultados reprodutíveis, além de apresentarem níveis suficientes que

representem todos os estádios de desenvolvimento da doença (BERGAMIN FILHO

e AMORIN, 1996).

Page 23: Tcc Maico Definitiva

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. OBTENÇÃO DOS MICROORGANISMOS FITOPATOGÊNICOS

A bactéria Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli, gentilmente cedida pelo

Dr. José Renato Stangarlin, foi cultivada em placas de petri contendo meio de

cultura nutriente-ágar (NA) e mantida a 25 ºC. Para a inoculação, foi preparada

suspensão bacteriana com concentração ajustada a 108 ufc mL-1, com base em

curva de absorbância a 580 nm (GONÇALVES et al., 2007).

3.2. OBTENÇÃO DE CÉLULAS DE S. BOULARDII E S. CEREVISIAE

Células de S. boulardii foram obtidas a partir do produto comercial Floratil

(Merck), bem como células de S. cerevisiae foram obtidas do fermento de

panificação, marca Fleischmann®. Posteriormente, as leveduras foram cultivadas

em meio YEPG, contendo 10 g de extrato de levedura, 20 g de peptona, 20 g de

glicose, 20 g de ágar, 1000 mL de água e mantidas em constante agitação (100 rpm)

por sete dias. Após esse período, os meios foram centrifugados a uma rotação de

2000 (rpm). Efetuou-se o descarte da parte sobrenadante e ajustou se a

concentração com auxilio de espectofotômetro para 1 x 105 células mL-1, com base

em curva de absorbância a 580 nm.

Page 24: Tcc Maico Definitiva

23

3.3. PRODUÇÃO DAS PLANTAS EM CASA DE VEGETAÇÃO

3.3.1. Localização

O experimento foi conduzido em casa de vegetação com cobertura plástica,

na Estação de Horticultura e Cultivo Protegido “Professor Mário César Lopes’’,

pertencente ao Núcleo de Estações Experimentais da Universidade Estadual do

Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de Marechal Cândido Rondon – PR. O

município está localizado no extremo Oeste do Estado do Paraná sob as

coordenadas geográficas 54º 22’ W longitude, latitude 24º 46’ S e altitude média de

420 metros.

3.3.2. Implantação e condução do experimento

O solo, matéria orgânica e areia foram misturados com auxílio de uma

betoneira, misturando-se, na proporção de 2:2:1. Posteriormente, foi realizada

análise química do solo e com base na interpretação dos resultados (Tabela 1),

sendo necessária a realização de adubação de correção, resultando na aplicação de

15,2 g dm-3 de P e 5,3 g dm-3 de K, na forma de superfosfato triplo e cloreto de

potássio, respectivamente.

A semeadura foi realizada no dia 16/09/2011, utilizando-se as cultivares de

feijão IAPAR - 81 (suscetível) e IPR – 139 (moderadamente resistente). Semeou-se

seis sementes de feijão por vaso, sendo que nove dias após a germinação realizou-

se desbaste deixando duas plantas por vaso. O experimento foi implantado e

conduzido em vasos com capacidade para 8 dm3 de solo.

Page 25: Tcc Maico Definitiva

24

Tabela 1 - Características químicas da mistura de solo utilizada como substrato no

experimento

Ca(2)

Mg(2)

K(1)

Al(2)

H+Al(3)

SB CTC MO(4)

V m P(1)

pH

*********************** cmolc dm-3 ***********************************

g dm-3

**** % **** mg/dm-3

CaCl(2)

4,76 1,65 0,58 0,06 4,67 7,03 11,7 14,36 60,27 0,51 9,41 5,13

(1)Extrator Mehlich

-1;

(2) Extrator KCl 1 mol L

-1;

(3)pH SMP (7,5);

(4)Método Walkey-Black. *Análise

realizada pelo Laboratório de Química Agrícola e Ambiental da UNIOESTE.

O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com esquema

fatorial (2 x 5) considerando duas cultivares (IAPAR 81 e IPR – 139), quatro

repetições e cinco tratamentos que foram dispostos da seguinte maneira:

Tratamento A – Óleo de Laranja (Orobor® 5 mL L-1), Tratamento B –

Saccharomyces cerevisiae ( 2g L-1), Tratamento C – Saccharomyces boulardii (2g L-

1), Tratamento D - Acibenzolar-S-metil (100 mg i.a. L-1) e Tratamento E - Água

destilada. As aplicações dos tratamentos foram efetuadas aos 14, 28 e 42 dias após

a emergência e, quatro dias após, realizou se a inoculação com suspensão

bacteriana (X. axonopodis pv. phaseoli) nas plantas com pulverizador manual até o

ponto de escorrimento.

A fertilização nitrogenada foi realizada aos em duas etapas, a primeira 22

dias após a emergência (estádio V3) e a segunda 28 dias após a emergência

(estádio V4), as quais perfizeram um total de 10,7 g dm-3 de N adicionado como

uréia (CO(NH2)2). Esta adubação foi realizada na forma liquida e diretamente em

cada vaso, para facilitar e uniformizar a aplicação.

O controle da umidade do solo foi efetuado por um sistema auto-irrigante

subsuperficial via capilaridade, onde a base dos vasos ficava imersa em uma lâmina

de água, que permitia a reposição automática conforme a evapotranspiração da

planta (Figura1).

Page 26: Tcc Maico Definitiva

25

Figura 1– Sistema de auto-irrigação por capilaridade.

3.3.3. Avaliações

Ao final do ciclo do feijoeiro foram coletados dados como massa seca de

parte aérea, raiz, vagens, grãos, altura de planta, comprimento de raiz, número de

grãos por vagem e número de vagens por planta.

A massa seca foi obtida pela pesagem dos restos culturais de cada vaso

após permanência do material em estufa de circulação forçada à 65 ºC até peso

constante.

A avaliação da severidade do crestamento bacteriano comum, não foi

realizada neste experimento, pois as plantas não apresentaram sintomas da doença.

Esse experimento foi conduzido entre 16 de setembro a 15 de dezembro de

2011.

Page 27: Tcc Maico Definitiva

26

3.4. CULTIVO EM CONDIÇÕES DE CAMPO

3.4.1. Localização

O experimento foi desenvolvido em condições de campo, na fazenda

experimental “Prof. Dr. Antonio Carlos dos Santos Pessoa”, pertencente ao núcleo

de estações experimentais do Campus Marechal Cândido Rondon, da Universidade

Estadual do Oeste Paraná. O município de Marechal Cândido Rondon está

localizado na região Oeste do Paraná, sob latitude 24º 33' 22'' S e longitude 54º 03'

24'' W, com altitude aproximada de 400 m. O clima local, classificado segundo

Koppen, é do tipo Cfa, subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e

verões quentes (ROLIM et al., 2007).

3.4.2. Implantação e condução do experimento

Anteriormente a implantação do experimento, se fez necessário a

dessecação da área com o herbicida Glifosato (Roundup Original®) na dose de

3,0 L ha-1.

O experimento foi implantado em um Latossolo Vermelho eutroférrico

(EMBRAPA, 2006). A semeadura foi realizada no dia 22/09/2011, utilizando-se as

cultivares de feijão IAPAR - 81 e IPR – 139.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com o

arranjo fatorial de 5x2 (cinco tratamentos e duas cultivares) em quatro repetições,

totalizando quarenta unidades experimentais.

Previamente à implantação do experimento, foi realizada análise de solo

(Tabela 2) e, através da interpretação, constatou-se que não era necessária

aplicação de corretivos ou fertilizantes agrícolas.

Semearam-se uniformemente, 14 sementes por metro linear, com

espaçamento de 0,45 m entrelinhas, sendo a área útil do experimento constituída

Page 28: Tcc Maico Definitiva

27

das três linhas centrais da parcela, desconsiderando 0,5 m da extremidade de cada

linha, correspondendo a 5,4 m2.

Na adubação de semeadura foram aplicados 400 kg há-1 da formula 00-25-

18, de forma a fornecer 90 kg ha-1 de P2O5 e 60 kg ha-1 de K2O. Aos 25 dias após a

emergência de plantas (estádio V4), foi realizada aplicação nitrogenada de cobertura

com 100 kg ha-1 de ureia (CO(NH2)2), de forma a fornecer 40 kg ha-1 de N.

Tabela 2 - Análise química do solo coletado na Fazenda Experimental “Profº Dr.

Antonio Carlos dos Santos Pessoa’’ da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –

Campus de Marechal Cândido Rondon.

Ca(2)

Mg(2)

K(1)

Al(2)

H+Al(3)

SB CTC MO(4)

V m P(1)

pH

*********************** cmolc dm-3 ***********************************

g dm-3

**** % **** mg/dm-3

CaCl(2)

4,06 1,60 0,47 0,08 3,42 6,13 9.55 16,78 64,19 0,83 36,50 5,32 (1)

Extrator Mehlich-1

; (2)

Extrator KCl 1 mol L-1

; (3)

pH SMP (7,5); (4)

Método Walkey-Black. *Análise realizada pelo Laboratório de Química Agrícola e Ambiental da UNIOESTE.

Foram os seguintes tratamentos: Tratamento A – Óleo de laranja (Orobor® 5

mL L-1), Tratamento B – Saccharomyces cerevisiae ( 2g L-1), Tratamento C –

Saccharomyces boulardii (2g L-1), Tratamento D - Acibenzolar-S-metil (100 mg i.a. L-

1) e Tratamento E - Água destilada.

As aplicações dos tratamentos foram efetuadas ao entardecer, com intuito

de promover uma melhor condição de aplicação e menor fotodegradação dos

tratamentos, realizou-se a aplicação aos 14, 28 e 42 dias após a emergência.

Utilizou-se um pulverizador manual, com volume de calda de 200 L ha-1.

Não foi efetuada inoculação de patógenos, pois em condições de campo é

comum a ocorrência de crestamento bacteriano (Xanthomonas axonopodis pv.

phaseoli) na região Oeste do Paraná (TORRES et al., 2009).

Durante o cultivo do feijoeiro, houve a necessidade de controle de plantas

daninhas, cujo método adotado foram duas capinas manuais, aos 14 e 28 dias após

a emergência. Também se fez necessário o controle da larva minadora (Liriomyza

huidobrensis) e percevejo marron (Euschistus heros) com aplicação de lambda-

cialotrina (piretróide) + tiametoxam (neonicotinóide) (Engeo Pleno®) na dose de 200

ml há-1. Por outro lado, a lavoura foi prejudicada por veranicos no final de ciclo

Page 29: Tcc Maico Definitiva

28

(primeira quinzena de dezembro) (Figura 2), interferindo na produtividade da cultura

e também, possivelmente, interferindo na ação dos tratamentos sobre a cultura.

Os dados climáticos referentes ao período experimental (Figura 2) foram

obtidos em estação meteorológica do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade

Estadual do Oeste do Paraná – Campus Marechal Cândido Rondon, distante cerca

de 600 metros da área experimental.

0

20

40

60

80

100

120

140

V1 V2 V3 V4 R5 R6 R7 R8 R9

Pre

cip

itaçã

o (m

m)

Estádios Fenológicos

Figura 2 – Precipitação pluvial durante a condução do experimento (22 de setembro

a 15 de dezembro de 2011).

3.4.3. Avaliações

A doença do feijoeiro foi avaliada a partir de escalas diagramáticas para

crestamento bacteriano comum a partir da escala proposta por Diaz et al. (2001).

Após a colheita de cada parcela foi avaliada a massa de mil grãos e

produtividade da cultura do feijão. A massa de mil grãos foi obtida a partir de valores

médios de quatro subamostras de 100 sementes de cada parcela experimental. A

produção de cada parcela teve a umidade corrigida para 13% em base úmida e os

resultados expressos em kg ha-1.

Os dados de severidade do experimento para constatar indução de

resistência sistêmica foram avaliados por análise de variância geral e teste de Tukey

Page 30: Tcc Maico Definitiva

29

(5%) para distinguir os tratamentos com auxílio do programa computacional Sisvar v.

4.6 (FERREIRA, 2002).

A partir dos valores gerados pelos programas, foram construídos gráficos e

tabelas com o auxílio dos programas computacionais Excel v. 7 e Word v. 7

(MICROSOFT, 2007), com objetivo de um melhor entendimento do efeito dos

tratamentos em estudo.

Page 31: Tcc Maico Definitiva

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. CULTIVO DO FEIJOEIRO PARA ANÁLISES DA SEVERIDADE E DOS PARÂMETROS DA PRODUÇÃO EM CASA DE VEGETAÇÃO

4.1.1. Avaliação da severidade do crestamento bacteriano comum

Para uma possível análise comparativa, está representada na tabela 3 a

escala fenológica do feijoeiro do experimento em estudo, com base na proposta por

Fernadez et al. (1986).

Tabela 3 – Dias após a emergência (DAE) e dias do calendário (DC) em que os

estádios fenológicos foram caracterizados.

Estádio Descrição (1)

DAE DC

V1 Emergência 0 23/09

V2 Folhas primárias abertas 7 30/set

V3 Primeira folha trifoliolada aberta e plana 22 15/out

V4 Terceira folha trifoliolada aberta e plana 28 21/out

R5 Primeiro racimo floral nos nós inferiores – pré floração 42 04/nov

R6 Primeira flor aberta – floração 49 11/nov

R7 Formação de vagem 63 24/nov

R8 Enchimento de grãos 82 07/dez

R9 Maturação 94 19/dez (1)

A caracterização do estádio é definida quando 50% ou mais plantas da parcela ou amostra apresentam as características descritas.

Nas plantas tratadas e desafiadas com a bactéria X. axonopodis pv. phaseoli

não foi possível realizar as avaliações de severidade, pois as plantas não

apresentaram quaisquer sintomas da doença.

Page 32: Tcc Maico Definitiva

31

Adubação equilibrada, controle da temperatura, umidade relativa do ar baixa,

umidade do solo próxima a capacidade de campo, ausência de molhamento foliar e

ausência de pragas foram fatores responsáveis para uma ótima condição de

desenvolvimento da cultura, resultando em plantas sadias e vigorosas, que podem

ter oferecido resistência ao estabelecimento do patógeno, tanto na cultivar suscetível

(IAPAR-81) bem como na cultivar moderamente resistente (IPR-139).

De acordo com Chaboussou (1999), este fato pode ser explicado pela Teoria

da Trofobiose, que defende a idéia de que o organismo vegetal só será atacado por

algum inseto, ácaro, nematóide, fungos ou bactérias, quando estiver desequilibrado

em seu metabolismo, disponibilizando em sua seiva o alimento que eles necessitam,

principalmente aminoácidos. Estando em equilíbrio, o vegetal dificilmente será

atacado. O autor ainda salienta que a utilização de agrotóxicos no sistema

convencional provocaria algum desequilíbrio na planta, contribuindo assim para o

aumento do número de patógenos.

A resistência das plantas a pragas e doenças pode ser induzida pelo efeito

da nutrição mineral, causando alterações sobre as estruturas anatômicas, como

células epidérmicas e cutículas, parede celular e seu grau de silicificação,

suberização e lignificação. Além disso, a nutrição pode afetar as propriedades

bioquímicas, como redução de compostos fenólicos que atuam como inibidores do

desenvolvimento de pragas e doenças ou acúmulo de compostos orgânicos de baixo

peso molecular, como glicose, sacarose e aminoácidos, resultado da maior atividade

de enzimas decompositoras como amilase, celulase, protease e sacarase

(PERRENOUD, 1990; MARSCHNER, 1986). Com base nessas afirmações, a

doença pode não ter ocorrido devido à cultura estar sendo suprida com uma

adubação equilibrada.

Ainda, segundo Bergamim Filho et al. (1995) o uso em excesso de adubos

químicos pode favorecer o patógeno, por aumentar a suculência de tecidos e

retardar a maturação dos mesmos, prolongando a duração do período vegetativo.

Tecidos suculentos apresentam menor resistência à penetração e à colonização por

agentes patogênicos.

Como no experimento em casa de vegetação recebeu adubação equilibrada,

foi possível o pleno funcionamento dos processos da planta, sem interferir no

crescimento (MALAVOLTA, 2006). Sendo assim, se a ativação de defesa demanda

Page 33: Tcc Maico Definitiva

32

da síntese de proteínas, oriundas da absorção eficiente de nutrientes, a planta não

precisa deixar de investir em crescimento e reprodução para investir em defesa.

4.1.2. Parâmetros da produção

Todas unidades experimentais, não apresentaram diferença significativa em

nenhum dos parâmetros avaliados (altura de planta, comprimento de raiz, número

de grãos por vagem, número de vagens por planta, massa seca de raiz, massa seca

de parte aérea, massa seca de vagens e massa seca de grãos), contrariando as

descrições feitas por Kuhn (2007) e Faulin (2010).

Na Tabela 4 pode-se observar que não houve diferença significativa para

nenhuma variável avalida, porém, observa-se uma nítida tendência do favorecimento

aos parâmetros de produção nos tratamentos com indutores bióticos.

Tabela 4 – Altura de planta; comprimento de raiz; número de grãos por vagem;

número de vagens por planta, massa seca de raiz, massa seca de parte aérea,

massa seca de vagens e massa seca de grãos em função dos tratamentos Óleo de

Laranja (5 mL L-1), Saccharomyces cerevisiae (2 g L-1), Saccharomyces boulardii (2

g L-1), Acibenzolar-S-Metil (100 mg i.a. L-1), água nas cultivares IPR-139 e IAPAR-81

TRATAMENTO Altura de

planta (cm)

Comp. Raiz (cm)

Nº grãos por

vagem

Nº vagens por planta

Massa Seca de Raiz (g)

Massa seca parte aérea

(g)

Massa seca de vagens

(g)

Massa seca de

grãos (g)

Óleo de Laranja 131,00a 31,25a 4,36a 37,88a 5,02a 13,58a 10,19a 27,25a

H2O 134,25a 26,88a 4,45a 36,50a 4,86a 13,48a 10,49a 26,69a

S. cerevisiae 130,62a 30,50a 4,34a 37,00a 5,36a 14,56a 11,80a 30,44a

S. boulardii 129,86a 33,25a 3,92a 37,50a 6,08a 13,02a 11,20a 29,49a

ASM 124,25a 34,62a 4,32a 30,00a 4,69a 10,09a 8,78a 26,19a

CULTIVARES

IPR – 139 133,50a 31,80a 4,22a 36,25a 5,06a 13,51a 10,18ª 28,62a

IAPAR – 81 126,50a 30,80a 4,33a 35,30a 5,34a 12,38a 10,80ª 27,40a

EFEITO

Tratamento ns* ns* ns* ns* ns* ns* ns* ns*

Cultivar ns* ns* ns* ns* ns* ns* ns* ns*

Tratamento x Cultivar

ns* ns* ns* ns* ns* ns* ns* ns*

Coeficiente de variação CV (%)

4,62 15,11 7,20 11,36 24,78 18,55 14,39 15,4

Letras iguais não diferem entre si nos diferentes tratamentos, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns*: Dado não significativo.

Page 34: Tcc Maico Definitiva

33

As plantas mantêm latentes os mecanismos de resistência, com intuito de

poupar energia para a reprodução até a eventual chegada do patógeno (HEIL, 2002;

BOSTOCK, 2005). O custo de maior importância está nesse período, visto que, o

custo para proteger a planta, quando um patógeno ataca as mesmas, deve valer a

pena, e, as plantas induzidas serem beneficiadas (COLEY et al., 1985). Se energia é

alocada para proteção, onde não há condições para a ocorrência da doença, o

investimento pode não valer a pena e o custo ser muito maior do que simplesmente

o valor de aplicação de um indutor.

4.2. CULTIVO DO FEIJOEIRO PARA ANÁLISES DA SEVERIDADE E DOS PARÂMETROS DA PRODUÇÃO EM CAMPO

Para uma possível análise comparativa, está representada na Tabela 5, a

escala fenológica do feijoeiro do experimento em estudo, com base na proposta por

Fernadez et al. (1986).

Tabela 5 – Dias após a emergência (DAE) e dias do calendário (DC) em que os

estádios fenológicos foram caracterizados.

Estádio Descrição (1)

DAE DC

V1 Emergência 0 29/09

V2 Folhas primárias abertas 7 06/10

V3 Primeira folha trifoliolada aberta e plana 20 19/10

V4 Terceira folha trifoliolada aberta e plana 25 24/10

R5 Primeiro racimo floral nos nós inferiores – pré floração 38 06/11

R6 Primeira flor aberta – floração 46 14/11

R7 Formação de vagem 58 25/11

R8 Enchimento de grãos 67 04/12

R9 Maturação 78 15/12 (1)

A caracterização do estádio é definida quando 50% ou mais plantas da parcela ou amostra apresentam as características descritas.

Page 35: Tcc Maico Definitiva

34

4.2.1. Avaliação da severidade do crestamento bacteriano comum

Nas plantas de feijoeiro tratadas com os produtos bióticos (Óleo de laranja,

S. boulardii, S. cerevisiae), foi possível observar a redução na severidade da doença

em relação ao controle (Água), tanto para cultivar moderadamente resistente à

doença (IPR-139) bem como a suscetível (IAPAR-81) (Figura 3).

É possivel verificar que os tratamentos alternativos foram superiores à

testemunha e ocasionaram efeito positivo para redução da doença (Figura 3), massa

de mil grãos (Figura 4) e produtividade (Figura 5).

Não foi constatada diferença significativa para doenças entre as cultivares

avaliadas.

Observou-se uma menor severidade da doença para os indutores

biológicos, destacando-se S. boulardii e S. cerevisiae, que não diferiram

estatisticamente entre si.

Com exceção da aplicação de ASM para a cultivar Iapar 81, observou-se,

em todos os produtos testados, efeito na redução do crestamento bacteriano. Nota-

se que, estatisticamente, a menor severidade da doença, para ambas as cultivares,

ocorreu com pulverizações de Saccharomyces cerevisiae, seguido por

Saccharomyces boulardii. O extrato da levedura contém vários componentes que

podem eliciar respostas de defesa, como quitina, oligômeros de N-

acetilglucosamina, beta-glucanas, glicopeptídeos e ergosterol (BOLLER, 1995).

Diversos trabalhos mostraram o potencial de compostos eliciadores de células da

levedura S. cerevisiae, na ativação de repostas de defesa contra fitopatógenos e no

controle de doenças em plantas de milho, sorgo, eucalipto e maracujá

(PASCHOLATI, 1998).

Diversos trabalhos mostraram o potencial de compostos eliciadores de

células da levedura S. cerevisiae, na ativação de repostas de defesa contra

fitopatógenos e no controle de doenças em plantas de milho, sorgo, eucalipto e

maracujá (PASCHOLATI, 1998).

Zanardo et al. (2009) concluiram que a levedura comercial S. cerevisiae

contém frações indutoras de resistência conta a antracnose.

Bonaldo (2005) verificaram que preparações de S. cerevisiae (fermento

biológico) induziram o acúmulo de fitoalexinas em mesocótilos do sorgo.

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35

Stangarlin et al. (2010) verificaram que S. boulardii e derivados, como filtrado

de cultura e produto comercial à base de células desta levedura, induzem a síntese

das fitoalexinas gliceolina em soja e deoxiantocianidinas em sorgo.

Boava et al. (2010), em estudos sobre o efeito de Saccharomyces cerevisiae

na ativação de defesa do eucalipto contra ferrugem, observaram maiores níveis de

atividade da enzima peroxidase, evidenciando uma promissora alternativa para o

controle da doença através da indução de resistência, provocando expressivo

aumento na atividade de quitinases.

b

ab aba

ab

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Se

ve

rid

ad

e m

éd

ia (%

)

IPR-139

bc

ab

aba

c

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Se

ve

rid

ad

e m

éd

ia (%

)

IAPAR-81

Figura 3 - Avaliação da severidade do crestamento bacteriano comum causado por

Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli em plantas de feijão cv. IPR-139

(CV(%)=9,97) e IAPAR-81(17,87). Médias seguidas pela mesma letra não diferem

estatísticamente entre si pelo teste de Tukey a 5%. Dados transformados por √(x +

0,5).

4.3. PARÂMETROS DE PRODUÇÃO

4.3.1. Massa de mil grãos e produtividade

A produtividade foi seriamente afetada a campo especialmente pelo estresse

hídrico (Figura 2) a partir do enchimento de grãos (estádio R8), resultando na

produtividade média no experimento de 647,24 kg ha-1 para cultivar IAPAR-81 e

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36

787,98 kg ha-1 para IPR-139, sendo a produtividade maior se comparado ao

tratamento controle (água), cujas cifras médias resultam em 647,24 kg ha-1(IAPAR-

81) e 787,98 kg ha-1 (IPR-139).

A aplicação dos indutores bióticos (Saccharomyces cerevisiae,

Saccharomyces boulardii e óleo de laranja) resultou na produtividade de 888,9;

782,4 e 750 kg ha-1, respectiavamente, para cultivar IAPAR-81. Por outro lado, para

cultivar IPR-139, a produtividade média situou-se em 976,8; 958,4 e 907,4 kg ha-1,

respectivamente para Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces boulardii e óleo

de laranja.

Quanto à aplicação do ASM, a produtividade média se situou em 338 kg ha-1

para IAPAR-81 e 356,5 kg ha-1para IPR-139, não diferindo estatisticamente do

tratamento controle (água).

Não houve diferença estatística em relação à massa de mil grãos (Figura 4)

e produtividade (Figura 5) entre cultivares, porém, numericamente, se observou uma

leve tendência de maiores cifras em favor a cultivar IPR-139.

Também foi possível observar que a massa de mil grãos teve um

comportamento semelhante à produtividade, apresentando valores superiores para

grãos provenientes de plantas tratadas com leveduras e óleo de laranja e inferiores

para plantas grãos oriundos de plantas tratadas com ASM (Figura 4).

Desta forma os tratamentos bióticos diferiram significativamente tanto para

massa de mil grãos (Figura 4), bem como para produtividade (Figura5) do

tratamento com ASM, para ambas as cultivares.

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37

Figura 4 - Massa de mil grãos das cultivares de feijoeiro IPR-139 e IAPAR-81,

tratadas com Óleo de Laranja (Orobor® 5 mL L-1), Saccharomyces cerevisiae (2 g L-

1), Saccharomyces boulardii (2 g L-1), Acibenzolar-S-metil (Bion® 100 mg i.a. L-1) e

Água destilada (200 L ha-1). Aplicação de tratamentos realizada aos 14, 28 e 42 dias

após a emergência. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatísticamente

entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Figura 5 - Produtividade das cultivares de feijoeiro IPR-139 e IAPAR-81, tratadas

com Óleo de Laranja (Orobor® 5 mL L-1), Saccharomyces cerevisiae (2 g L-1),

Saccharomyces boulardii (2 g L-1), Acibenzolar-S-metil (Bion® 100 mg i.a. L-1) e Água

destilada (200 L há-1). Aplicação de tratamentos realizada aos 14, 28 e 42 dias após

a emergência. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatísticamente entre

si pelo teste de Tukey a 5%.

ab bc b c

ab ab a

a

ab a

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

IPR - 139 IAPAR - 81

Massa d

e m

il g

rãos (

kg

)

Cultivares

Água

ASM

Óleo de laranja

S. boulardii

S. cerevisiae

ab

ab

b b

a

a

a

a a

a

0

200

400

600

800

1000

1200

IPR - 139 IAPAR - 81

Pro

du

tivid

ad

e (

Kg

ha

-1)

Cultivares

Água

ASM

Óleo de laranja

S. boulardii

S. cerevisiae

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38

Faulin (2010) observou a redução no peso de grãos em plantas que

receberam aplicações sucessivas de ASM. Kuhn (2007) verificou que a

produtividade do feijoeiro com resistência induzida por ASM foi reduzida na medida

em que se aumentava o número de aplicações. Com redução na massa de gãos,

consequentemente, houve redução da produtividade em plantas tratadas com ASM.

Iriti e Faoro (2003) observaram uma pequena diferença na produtividade

devido a um menor número de vagens e menor massa grãos de plantas de feijão

tratadas com ASM.

A menor produtividade de plantas tratadas com ASM pode ser atribuída

principalmente pelo custo metabólico da alteração nos processos bioquímicos da

planta, que ocorre em maior intensidade em condições de estresse, principalmente

no que diz respeito à nutrição nitrogenada (DIETRICH et al., 2004). Cabe salientar

que este experimento não ocorreu em condições de cultivo consideradas ideais,

como demonstrados na Figura 2.

Por outro lado, as leveduras não causaram custo metabólico. Evidenciado

nestes resultados, o que de acordo com Kuhn et al., (2006) não foi encontrado

nenhum trabalho na literatura com uso de microorganismos que mostrasse a

evidencia de custo metabólico.

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5. CONCLUSÕES

Plantas tratadas com leveduras reduzem a severidade do crestamento

bacteriano comum do feijoeiro e aumentam sensivelmente a produtividade.

Em condições de campo sob estresse hídrico, a aplicação de ASM

proporciona custo metabólico e reduz a produtividade.

ASM não reduziu a severidade do crestamento bacteriano comum.

Óleo essencial de laranja não reduziu a severidade do crestamento

bacteriano comum, porém, não interferiu nos parâmetros de produção.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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