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MEDINDO A ESTRATÉGIA ATRAVÉS DO BALANCED SCORECARD José Américo de Carvalho Coutinho ¹ Orientador ² ¹ José Américo de Carvalho Coutinho Bacharel em Administração

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MEDINDO A ESTRATÉGIA ATRAVÉS DO BALANCED SCORECARD

José Américo de Carvalho Coutinho ¹

Orientador ²

¹ José Américo de Carvalho Coutinho

Bacharel em Administração

MBA em finanças

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RESUMO

Foi-se o tempo, em que avaliar se o faturamento da empresa estava aumentando ou se o lucro se mantinha dentro do esperado, objetivos estes que eram suficientes para garantir uma posição confortável junto ao mercado, ou até mesmo o seu domínio. Hoje, em tempos de globalização, em tempos de conectividade, em que os consumidores passaram a ser conhecedores dos seus direitos e com isso controlam o mercado de uma maneira geral, tempos em que os próprios colaboradores da empresa precisam estar alinhados com os objetivos estratégico do negócio, surge então a questão: Como medir, de maneira efetiva, se estamos caminhando em direção a nossa visão e aos nossos objetivos estratégico? Antes de respondermos a questão problema precisamos entender algumas coisas, quais sejam; Percebe-se que neste novo cenário, não basta mensurar o desempenho financeiro da empresa, é preciso mensurar também os indicadores “não financeiros” do desempenho empresarial, e como fazer isso? É aí que entra o BSC (Balance Scorecard). É uma metodologia desenvolvida por Robert Kaplan e David Norton em 1992 para avaliação de desempenho empresarial, mas que atualmente é muito usada também para gestão estratégica. Esta ferramenta torna possível à organização, com base no esclarecimento de sua visão e estratégias, a definição de ações que levem ao contínuo melhoramento de seu desempenho e resultados, através de quatro perspectivas: Quais seja; Perspectiva financeira; perspectiva do cliente; perspectiva do processo; perspectiva do treinamento e aprendizagem.

Palavras-chave: Estratégia. Planejamento. Balanced Scorecard

ABSTRACT

Gone is the time in which to assess whether the company's turnover was increasing or if the profit remained as expected , that these goals were enough to ensure a comfortable position in the market, or even your domain . Today , in times of globalization , in times of connectivity , where consumers have become knowledgeable of their rights and thereby control the market in general , the times when the company's employees need to be aligned with the strategic goals of the business, then the question arises : How to measure , effectively , if we are moving toward our vision and our strategic goals ? Before we answer the question we need to understand the problem a few things , namely ; noticed that this new scenario , not just measure the financial performance of the company , it is also necessary to measure the indicators " non-financial " business performance , and how? That's where the BSC , and Balance Scorecard . The Balanced Scorecard is a methodology developed by Robert Kaplan and David Norton in 1992 to assess business performance , but that is now widely used also for strategic management . This tool makes it possible for the organization , based in clarifying your vision and strategies , defining actions that lead to continuous improvement of its performance and results through four perspectives : What is ; financial perspective , customer perspective , process perspective ; perspective of training and learning.

Keywords: Strategy. Planning. Balanced Scorecard

.

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3

Introdução

Este artigo é baseado na metodologia de Kaplan e Norton (1997), em suas

experiências e percepções. Nossa ideia foi proporcionar um roteiro de

implantação, que seja simples, pratico e objetivo, no que diz respeito as

ferramentas de controle gerenciais. O sistema de informação gerencial deve

contribuir como suporte às estratégias adotadas para que elas possam ser

acompanhadas e venham a produzir retornos positivos para a empresa. O

sistema BSC preserva a ênfase nos resultados financeiros ao associar todas às

demais medidas a objetivos financeiros. Realistas, eles não se esquecem que os

resultados financeiros são, afinal de contas, os resultados decisivos. Existe a

necessidade de especificar a forma que os investimentos feitos nos funcionários,

as ações dirigidas para o aperfeiçoamento de processos e as medidas tomadas

para melhorar a qualidade do atendimento e dos serviços prestados aos clientes

se relacionam com crescimento dos volumes de vendas, aumento de margens

operacionais, redução de custos e maior rapidez no giro dos estoques. Um dos

postos-chaves do BSC é a questão da comunicação. É importante mostrar os

objetivos críticos a serem alcançados para que a estratégia seja bem-sucedida,

transmitindo-os à empresa por todos os meios de comunicação disponíveis.

Pretendemos com este artigo tornar mais claro a forma de implantação e

implementação desta ferramenta, a partir do conhecimento de seus pressupostos.

Definindo os modelos teóricos para a estratégia

Muito se tem falado em estratégia e planejamento estratégico, seria a mesma

coisa? É obvio que não. Segundo Tomas Sarano Martins, et. al., (2010),

O planejamento estratégico é um processo racional de operacionalização

da estratégia, que está relacionada com a criatividade. O Planejamento

estratégico são os passos que devem ser realizados para atingir um

objetivo. A estratégia é a ação de pensar, de encaixe interno com o

externo.(MARTINS et. al. ,2010, p. 18)

Recorremos a Whittington (2006) que ve a estratégia a partir de quatro

abordagens genéricas para estratégia ( clássica, evolucionista, processual e

sistêmica). Na abordagem clássica, o objetivo estratégico de uma empresa é

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obter retorno sobre o capital investido, uma vez que é a maximização do lucro o

principal objetivo a ser atingido.

Na abordagem evolucionista, que não se prende este modelo racional

adotado por certos gerentes, é aplicado o conceito biológico de seleção natural

para estudar como diferentes espécies de organismos, neste caso as

organizações, se adaptam ao meio ambiente. As espécies melhores adaptadas as

contingências do meio ambiente sobreviverão e prosperarão. Neste aspecto a

perfeita identificação das necessidades do meio ambiente, altamente competitivo

da era contemporânea e como são divididos os seus recursos são fundamentais

na elaboração da estratégia.

Já abordagem processual, para Whittington (2006) caracteriza-se por algo

que emerge passo a passo de forma ordenada, lidando com as contingencias e

surpresas que permeiam o mercado. Deste modo, o ambiente interno da

organização, é visto como algo complexo, limitando-se, assim, a racionalidade

dos gestores.

Por fim, a perspectiva sistêmica tem como base o contexto sociocultural em

que a organização esta inserida, para seus seguidores é a partir do sistema

político social que a estratégia deve ser definida, em que os tomadores de

decisão não são indivíduos imparciais e racionais, mas sim, membros de um

sistema social, que definirão a estratégia em função da analise das condições

sociopolíticas e situacionais ( Whittington, 2006).

A figura a seguir resume o enfoque das quatro abordagens apresentadas,

em que o eixo vertical representa os objetivos das organizações e o eixo

horizontal, seus processos de formulação das estratégias.

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Classica Evolucionista

Sistêmica Processual

Fatalidade da evolução biológica substitui a disciplina do mercado pela lei da selva.(custos baixos e opções abertas)O ambiente é imprevisível e competitivoConcentração na eficência operacional;Comum em pequenas empresas, setores emergentes

Abordagem evolucionista

Métodos de planejamento racional;Há distanciamento entre formulação;Há acesso suficiente a informações, capacidade suficiente de anlaise e controle organizacional;Comum em ambientes competitivos estáveis, intenso no uso de capital e monopólio.

Abordagem classica

Natureza imperfeita da vida humana, e acomoda pragmaticamente a estrtégia ao processo falivel tanto das organizações quanto dos pmercados;As habiliddes da organização não devem ser compradas e vendidas no mercado, precisam ser cuidadas e cultivadas como fonte de vantagem competitiva.

Abordagem processual

Relativista, considera fins e meios da estrtegia como ligados, sem escapatoria, às culturas e aos poderes dos sistemas sociais locais onde ela se desenvolve.Racionalidade sociológica predispões uma busca por outras fontes de poder no ambiente.

Abordagem sistêmica

Estratégias

Del

iber

ados

Emer

gent

es

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Figura 1- Abordagem da estratégia

Resultados

Maximização dos lucros

Pluralidade (outros objetivos)

Fonte: Adaptado de wittington,2006

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O cenário e seus atores

É preciso entender o cenário em que a organização está inserida, sob o

ponto de vista de seus principais atores, bem como seus respectivos interesses, e

uma maneira de entendermos melhor como isto funciona, é a partir do conceito de

stakeholders:

Freeman (1984) define que, Stakelholders, é qualquer indivíduo ou grupo

(por exemplo: acionistas, empregados, clientes, fornecedores, credores e a

sociedade) que afete a obtenção dos objetivos organizacionais ou que é afetado

pela organização na busca desses objetivos. Ainda segundo Freeman, os

stakeholder são grupos que tem direito legitimado sobre a organização. Para

Evan e Freeman (1993) “o verdadeiro propósito da empresa é servir de veículo

para coordenar os interesses dos stakeholders”. Outra característica dos

stakeholders é seu aspecto relacional, pois interliga indivíduos, comunidade,

empresa, instituições e o estado ( Pesqueux; Damak- ayad, 2005).

Já que existe muita distinção entre os interesses dos envolvidos com as

organizações, por exemplo, clientes desejam qualidade e preço justo;

colaboradores querem melhor remuneração e oportunidades de crescimento; a

comunidade, de outra forma, pode preocupar-se com o retorno que a organização

está dando a sociedade, em forma de algum benefício, sobre o lucro que tem

auferido; enquanto o governo espera que a organização cumpra com todas as

responsabilidades fiscais, trabalhistas e o cumprimento das leis; por fim, a

eficiência dos recursos, e capacidade de gerar lucro e retorno, bem como o

pagamento de seus passivos, é o que esperam, investidores, proprietários e

fornecedores, destas organizações.

Desta forma, para Whittigton (2006), o principal objetivo da analise dos

cenários, é tratar da possibilidade de obter resultados satisfatórios para a

organização em relação aos seus stakeholders, pelo menos dos mais influentes

neste relacionamento, da melhor maneira possível, e com possibilidades de

ajustes ao longo do tempo, a fim de equilibrar o padrão de relacionamento entre

eles.

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A ferramenta BSC

De acordo co Kaplan e Norton (1997), O BSC (Balanced ScoreCard), é um

instrumento para medir o desempenho organizacional, a partir de quatro

perspectivas distintas, mas que se inter-relacionam, permitindo assim o

monitoramento da estratégia e o acompanhamento do desempenho financeiro,

quais sejam:

Perspectiva financeira – Abrange o crescimento e o perfil da receita, a

melhoria da produtividade e a redução de custos, além da utilização de

ativos em relação a estratégia de investimento.

Perspectiva cliente – As empresas identificam os segmentos de clientes e

mercado nos quais deseja competir, alinha as medidas básicas

relacionadas a clientes, como: grau de satisfação, fidelidade, retenção,

captação e lucratividade, com segmentos específicos de clientes e

mercado.

Perspectiva processos internos – Os executivos procuram conhecer os

processos críticos que devem ser melhorados na empresa, buscando

assim a excelência, a fim de atender aos objetivos dos acionistas e dos

clientes.

Perspectiva aprendizagem crescimento - Trata das habilidades,

conhecimento organizacional, das capacidades e do comportamento

organizacional, os quais são indispensáveis para a organização se manter

competitiva.

Podemos visualizar melhor a dinâmica do processo do Balanced ScoreCard –

BSC, a partir da figura 02, a seguir

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Visão e Estratégia

FinanceiroPara ter sucesso Financeiro, como

devemos aparecer para nossos acionistas?

Processos internosPara satisfazer os clientes, em quais

processos devemos nos sobressair?

Aprendizado e crescimento

Para alcançar nossa visão , como sustentar

nossa habilidade de mudar e progredir?

ClientePara alcançar nossa

visão, como devemos ser vistos pelos nosso

cliente?

(Fonte: Adaptado de Kaplan, Norton, 1997)

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Figura 2 Perspectivas do BSC.

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Podemos perceber que a preocupação, além dos aspectos financeiros e de

qualidade, como a transformação com o aumento da concorrência, a necessidade

de produtos mais competitivos, a integração de processos e empresas, a

valorização do capital intelectual, entre outros, fizeram com que o ambiente

organizacional fosse repensado, (Kaplan,NORTON,1997), ainda segundo os

autores, o modelo tradicional contábil, não conseguiu incorporar os ativos

intangíveis, essenciais na era da informação, Kaplan e Norton (2006)b, p. 12),

Assim se referem a tais ativos, exemplificando-os, “ relacionamentos com os

clientes, produtos e serviços inovadores, tecnologia da informação e banco de

dados, vão além da capacidade, habilidade e motivação dos empregados .Há de

considerar que, nesses fatores estão as novas oportunidades de criação de

vantagens competitivas, com base no conhecimento de todos os envolvidos no

processo para a elaboração das estratégias.

A Perspectiva do Cliente

É praticamente impossível entendermos o cliente sem antes entendermos o

ambiente em que ele se encontra. Este ambiente recebe o nome de Marketing,

que de modo geral pode ser entendido com a atividade de lidar com o cliente, e,

de maneira mais específica, são todas as praticas de atração e manutenção de

clientes, estando direta ou indiretamente relacionadas a este. Este conceito vem

sofrendo alterações no decorrer da história e evoluindo sistematicamente,

podemos perceber, na tabela abaixo esta evolução.

Década Enfoque

1920 Comercialização de Produtos.

1950/ 1960 Começa a implementação mais efetiva do conceito de Marketing.

1970 Preocupação com o ambiente externo e as ações da

organização e o comportamento do consumidor

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1980 Marketing centrado no consumidor

1990 Elementos como, demografia, cultura, personalidade,

comportamento e psicologia, passam a ser levados em

consideração.

2000 Orientação voltada para o mercado, em que o cliente é o alvo,

porém, outros aspectos também são analisados e levados em

consideração, tais quais, concorrentes, atacadistas, varejistas,

fornecedores, entre outros.

2008 Na primeira década do século XXI, o conceito segue na linha de

alinhamento entre ambiente interno e externo, considerando o

consumidor como parte de um sistema socioambiental, sendo

assim, Marketing passa a ser visto como a atividade, conjunto de

instituições e processo para criar, comunicar, enregar e trocar

ofertas que tem valor para consumidores, clientes, parceiros e a

sociedade de modo geral.

Não é algo muito simples medir e avaliar as ações de Marketing, já que

são, basicamente, um reflexo da satisfação dos clientes com os produtos,

processos e serviços da organização. Neste cenário, sendo uma ferramenta de

avaliação e gestão multidisciplinar, O BSC mostra-se suficiente para a avaliação

do ponto de vista do cliente. A importância de se avaliar a perspectiva do cliente,

segundo Kaplan e Norton (1997), nos mercados em que se queira competir, é

justamente o alinhamento entre a estratégia e o desempenho obtido.

Dentre as avaliações possíveis desta perspectiva podemos destacar os

seguintes indicadores de desempenho: participação de mercado, captação de

clientes, retenção de clientes, satisfação de clientes e lucratividade de clientes.

A perspectiva de aprendizagem e crescimento

A perspectiva de aprendizagem e do crescimento estende a visão estratégica

para investimentos visando o futuro da organização, resultados financeiros

satisfatórios somente serão alcançados e mantidos ao longo do tempo, se a

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Fonte: O autor

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empresa investir em capacitação e treinamento, infraestrutura, sem se esquecer

de outras áreas com pesquias e desenvolvimento, por exemplo. Neste contexto

podemos afirmar que esta perspectiva, dentro do BSC, é formada por categorias,

que ao serem atingidas, trarão a base para o bom funcionamento da empresa e

sua estratégia consequentemente. Neste aspecto algum pontos precisam ser

levados em consideração, entre outros.

Pensar de maneira sistêmica é fundamental pra entender a

perspectiva de aprendizagem e crescimento. As pessoas são o foco desta

perspectiva, uma vez que são responsáveis por grande parte de todo ativo

intangível das empresas, desde que sua força de trabalho seja capacitada

constantemente, tenha a motivação necessária, bem como proficiência

tecnológica. Visualizamos este cenário na figura abaixo.

Perspectiva de crescimento e aprendizado

Capital humano

Competências

Treinamento

Conhecimento

Capital da Informação

Sistemas

Dados e redes

Capital Organizacional

Cultura

Liderança

Trabalho em equipe

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Figura 3: Perspectiva de aprendizagem e crescimento e seus capitais intangíveis

Fonte: Kaplan e Norton,(1997)

O desenvolvimento de competências Organizacionais adequadas, dos

colaboradores dos mais diversos níveis envolvidos no processo, é essencial para

a implementação de qualquer estratégia, e , é este o principal fator de sucesso a

ser alcançado, na implementação da estratégia, necessitando de cuidados

especiais , entre os quais, ser conduzido por pessoas com habilidades e

competências para tal. O desenvolvimento organizacional experimentou uma

evolução muito grande no decorrer dos séculos, com o intuito de acompanhar o

próprio desenvolvimento da sociedade em geral, que impôs mudanças radicais

consideráveis culminando com a chamada Era da informação ou pós-industrial .

De acordo com Kaplan e Norton (1997) “uma das mudanças mais radicais

no pensamento gerencial dos últimos anos foi a transformação do papel dos

funcionário”.

Por isso, em um mercado globalizado e dinâmico, como o atual, onde as

mudanças são constantes e até conturbadoras, por que não dizer, é preciso que

as organizações estejam atentas a tudo isto e percebam que o grande diferencial

que ainda resta o domínio e que é possível controlar, é o desenvolvimento de sua

equipe de trabalho, de todos os níveis, e que pode fazer frente com a

concorrência, com a capacidade de gerar vantagem competitiva e sustentável ao

longo do tempo.

A Era da Informação veio carregada de novos modelos de gestão, em que

a autonomia e autogerenciamento tem sido marcados fundamentais,

notadamente, exigindo muito mais preparação para que situações extremas de

estresse e mudanças, como resolução de conflitos, capacidade de adaptação,

comportamento humano, alcance de metas, estão muito mais presentes em

nosso dia a dia e tem uma relação direta na forma de reação da equipe bem

como do gerenciamento ou gestão .

Estas mudanças ocorridas nas organizações, a forma como se relacionam

os indivíduos e as empresas, acabaram por transformar todo o contexto do

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trabalho, levando a atual gestão de pessoas a buscar novas formas de atender

suas demandas, alinhando-as as demandas organizacionais a diversidade de

interesse das pessoas que compõe seu quadro funcional , diante disto, pergunta-

se: Como agir para superar todos estes desafios? Esta resposta realmente não é

simples, cada empresa terá desafios próprios, tempo de amadurecimento e

compreensão deste processo como um todo, todavia, o que é certo é que,

independente desta jornada ser mais longa para algumas e mais curtas para

outras empresas, o pensamento estratégico de nada adiantará se não tivermos

que faça a implementação da estratégia, neste sentido a estratégia de Recusrsos

Humanos, alinhada as demais áreas da organização e atuando com foco em

construir uma organização competitiva vai além dos processos , estruturas e

operações, devendo atuar no ajuste de questões relacionadas as suas fraquezas,

mediante o diagnóstico de se ambiente. Levar em consideração a missão, os

objetivos e valores da empresa, também é de fundamental importância, já que

esta perspectiva, do aprendizado e crescimento, tem na preparação para o futuro,

do seu quadro de colaboradores, a fim de capacitá-los a responder as

necessidades que o mercado impões, através de ferramentas que identifiquem e

possibilitem a manutenção de talentos nas organizações, ajudando assim a

construir a cultura organizacional adequada e pautada ne gestão do

conhecimento.

Perspectiva de Processos

Esta perspectiva trata exatamente da execução da estratégia, é neste

momento, quando serão realizados os planos estratégicos definidos, como

objetivo de aumentar o retorno para os clientes e consequentemente o valor

demercado da empresa, atingindo assim os retornos mínimos esperados. A

responsabilidade das equipes que atuarão em cada projeto, em cada processo

interno, sempre buscando deixar a empresa cada vez mais competitiva, a partir

da integração de seus processos . O maior desafio a ser alcançado é despertar

na liderança a responsabilidade necessária para que se identifique os processo

de negócios que estão atingindo seus objetivos, em relação a estratégia, bem

como seus gargalos.

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Segundo Herrero Filho (2005,p.120) os processo internos desempenham

três importantes papéis na implementação do BSC:

1. Concentram o foco da organização nas iniciativas que viabilizam a

proposição de valor pelo cliente;

2. Contribuem para a elevação da produtividade e geração de valor

econômico agregado;

3. Indicam os novos conhecimentos e as novas competências que os

empregados precisam dominar para gerar valor ao negócio.

Portanto, podemos perceber que o principal objetivo desta perspectiva é

identificar em quais as ações a empresa deve buscar melhorar seus resultados,

para a geração destes valores, que atenderão tanto ao acionista quanto ao

cliente, neste caso é preciso entender que estamos falando de clientes internos e

externos.

Clientes internos = funcionários e processos internos;

Clientes externos = acionistas, clientes, demais stakeholders.

A abordagem inicial, melhorada posteriormente ao longo dos tempos, de

Kaplan e Norton (2000) determina que para respondermos a seguinte

pergunta: “No que precisamos melhorar internamente, para sermos os

primeiros, satisfazendo assim, nossos acionistas e clientes?” Serão

necessárias quatro variáveis; tais como no exemplo:

1. Objetivos – Por exemplo, reduzir o prazo de entrega;

2. Medidas – Data da entrega - data do pedido;

3. Metas - Redução de 3 dias em 90% das entregas;

4. Iniciativas – Treinamento aos funcionários do setor.

Logo, podemos concluir que a identificação dos processo internos, a

definição de medidas de desempenho, para que se chegue ao melhor resultado, é

fruto de ações específicas dos gestores, revisão constante dos processos de

desenvolvimento internos da organização, geração de novos processos,

encerramento de processos obsoletos ou inadequados, e que, é a medição

correta, o fator decisivo nesta análise. Conforme Kaplan e Norton, (1997) estes

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são alguns exemplos de indicadores de desempenho, nesta perspectiva, é que

podem ser analisados:

Desenvolvimento de novos produtos / serviços;

Produção/serviços;

Manutenção;

Taxa de utilização da capacidade Instalada;

Produção diária média;

Giro de estoque;

Tempo de entrega;

Serviço de atendimento

Serviço de pós-venda;

Índice de satisfação interna/externa.

A perspectiva Financeira

Via de regra, como já vimos, a maioria das empresas, tem no alinhamento

das vantagens econômicas e financeiras as principais relações de alinhamento

entre as outras perspectivas, uma vez que, em tese, o principal objetivo da

organização estaria restrito a simples vantagem econômica. Com o aumento da

complexidade do mercado, e consequentemente da organização, esta perspectiva

passou a ser dividida entre as unidades de negócio, ou áreas que contribuam de

alguma forma para o atingimento das metas. Diante disso “a elaboração do BSC

deve ser um incentivo para as unidades de negócios vinculem seus objetivos

financeiros a estratégia da empresa” (Kaplan e Norton,1997, p.49), neste sentido

apresentaremos a perspectiva financeira do BSC, de forma a evidenciar sua

relação com as demais perspectivas, estabelecer alguns objetivos e estratégias, e

estabelecer alguns dos principais indicadores de desempenho financeiro, contábil

e econômico, dinamicamente, conforme a sequencia abaixo,

Objetivos financeiros da Organização;

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Obj

etivo

Estratégia 1

Indicador de Controle

Indicador de Controle

Indicador de Controle

Indicador de Controle

Estratégia 2

Indicador de Controle

Indicador de Controle

Indicador de Controle

Indicador de Controle

Indicador de Controle

16

Estratégia para alcançar os objetivos;

Indicadores de controle financeiro;

Neste sentido vale destacar que os indicadores de controle financeiros devem

estar alinhados as estratégias e aos objetivos financeiro da organização, em que,

se estabelece, uma relação de prioridade deste objetivo estratégico dependendo

de cada tipo de organização. Neste escopo, qual seria, então, a melhor forma de

se mensurar a estratégia financeira? Vale destacar que, de maneira emergente,

na maioria das organizações, e em baixo de muita insegurança ainda, nã se tem

consenso nesta resposta, cada caso é um caso, necessitando saber a relação

entre o tipo da organização, quais os tipos de objetivos estratégicos, para depois

se perceber quais os melhores indicadores à serem utilizados. É importe analisar

de maneira sistêmica a organização para se compreender totalmente o cenário,

para que se estabeleça então um sistema de controle das estratégias financeiras,

bem como qual a relação entre as demais perspectivam já adotadas, no BSC.

Este alinhamento precisa ser colocado de forma direta e entendimento facilitado,

através de quadros que facilitem a sua compreensão, como no exemplo abaixo.

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17

Podemos perceber, que nesta perspectiva, cada objetivo pode apresentar uma ou

mais estratégia, e estas pode se desdobrar em infinitos indicadores, possibilitando

assim controlar de forma efetiva o desempenho da estratégia financeira, boem

como seu alinhamento com a estratégia global da organização, Isto possibilita a

transparência da relação de controle da empresa com suas estratégias e

objetivos.

Indicadores da perspectiva financeira

Para mensurar esta perspectiva, dois grandes grupos de indicadores se

apresentam suficientes, são eles:

Indicadores de origem interna;

Indicadores de origem externa.

Os indicadores de origem externa são aqueles representados por dados

econômicos do comportamento financeiro de empresas de um mesmo setor. Já

os de origem interna, são representados por índices, de analise financeiras,

gerados a partir do negócio da própria empresa, ou seja , de sua atuação no

mercado, ou melhor ainda, na implementação de sua estratégia, conforme os

seus princípios de contribuição por relevância ou materialidade, devendo ser

mantidos apenas se houver relação entre seu custo e benefício.

Diante disso, é oportuno apresentar alguns dos principais indicadores de

origem interna, que podem ser utilizados pelas empresas na perspectiva

financeira, sem entrar na definição de cada um, já que não é este o foco deste

artigo. São estes os indicadores mais utilizados.

Indicadores de Liquidez;

Indicadores de atividade;

Indicadores de endividamento;

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Indicadores de rentabilidade;

Indicadores de retorno financeiro;

Indicadores administrativos.

Podemos perceber, que a mensuração da perspectiva financeira, alinhadas

as demais perspectivas, contribui, através de seus indicadores , ainda que

complexos, para a realização da analise de efetividade da estratégia da

organização, evidenciando a geração de valor monetário, apresentando o

alinhamento ou não, da expectativa dos sócios com a realidade do resultado e

patrimônio da organização.

Conclusão

Podemos perceber, que a estratégia de uma organização, não é algo

estático ou indefinido, também não pode ser considerada como algo alheio a

rotina diária da instituição, na verdade, a estratégia precisa refletir como ele lida

com o seu ambiente externo, assim uma boa estratégia tem seu inicio no perfeito

entendimento do micro e macro ambientes da organização. A partir deste ponto,

em que as ações são planejadas e os objetivos identificados, é preciso monitorar

o andamento da estratégia, e podemos perceber, que o Balanced Scorecard-

BSC, é uma ferramenta perfeitamente adequada e suficiente para mensurar o

resultado desta estratégia, podendo ainda destacar que a ferramenta segue as

tendências dos modernos sistemas de medição de desempenho balanceadas e

integradas para realizar o monitoramento do alcance dos objetivos estratégico.

Vale ressaltar também, que a proposta do BSC é de revisão continuada da

estratégia, adequando-a as constantes mudanças do ambiente externo. Outro

ponto que se mostra positivo, como vimos na perspectiva de treinamento e

aprendizagem é a possibilidade de integrar a estratégia à avaliação de

desempenho. Não pretendemos, contudo, esgotar este tema, e aguardamos

novas pesquisas e artigos sobre o mesmo assuntor.

Bibliografia

HERERRO, Filho, Emílio. Balanced Socorecard e a Gestão estratégica: Uma

abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005

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KAPLAN & NORTON. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Robert S.

Kaplan, David P. Norton. 13.ed. São Paulo: Campus, 1997.

MARTINS, T.S [ et al ]. Incrementando a Estratégia: Uma abordagem do

Balanced Scorecard. Tomas Sparano Martins, Roberto Ari Guindani, Júlio Adriano

Ferreira dos Reis, June Alisson Westarb Cruz. Curitiba: Ibepex, 2010.