tcc - vanderlei 2013-signed
TRANSCRIPT
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO
COORDENAÇÃO DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM
AGROECOLOGIA
HORTA AGROECOLÓGICA: UMA FERRAMENTA PARA REINSERÇÃO DE
PESSOAS COM SOFRIMENTO PSÍQUICO
PICUÍ – PB
2013
VANDERLEI ARAÚJO DE LIMA
HORTA AGROECOLÓGICA: UMA FERRAMENTA PARA REINSERÇÃO DE
PESSOAS COM SOFRIMENTO PSÍQUICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba, campus Picuí, em cumprimento às
exigências parciais para obtenção do título de
Tecnólogo em Agroecologia.
ORIENTADOR: Jandeilson Alves de Arruda
PICUÍ – PB
2013
VANDERLEI ARAÚJO DE LIMA
HORTA AGROECOLÓGICA: UMA FERRAMENTA PARA REINSERÇÃO DO
USUÁRIO COM SOFRIMENTO PSIQUICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba, campus Picuí, em cumprimento às
exigências parciais para obtenção do título de
Tecnólogo em Agroecologia.
Aprovado em: 26/08/2013.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Prof. MSc. Jandeilson Alves de Arruda
Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.
_________________________________________________________
Profª MSc. Maria das Graças Negreiros de Medeiros
Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.
__________________________________________________________
Esp. Martinho Sergio de Medeiros Casado
Centro de Atenção Psicossocial, Picuí Paraíba.
Vanderlei Araújo de Lima
Dedico esta monografia a minha família pela
fé e confiança demonstrada
Aos meus amigos pelo apoio incondicional
Aos professores pelo simples fato de estarem
dispostos a ensinar
Ao meu orientador pela paciência
demonstrada no decorrer do trabalho
Enfim a todos que de alguma forma
tornaram este caminho mais fácil de ser
percorrido.
Dedico!
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta
caminhada.
À minha esposa, Maria das Vitórias Cunha Lima, que de forma especial e carinhosa
me deu amor, força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, quero agradecer
também.
Aos meus filhos, Vagner Cunha Lima e Válbia Cunha Lima, que compreenderam
minha ausência nas reuniões familiar, mas iluminaram de maneira especial os meus
pensamentos me levando a buscar novos conhecimentos. E não deixando de agradecer de
forma grata e grandiosa.
Aos meus pais, Sebastião Ramos de Lima (in memória) e Aurora Araújo de Lima, a
quem eu rogo todas as noites a minha existência.
Aos meus irmãos, Orlando Araújo de Lima, Renivaldo Araújo de Lima e Alberto
Araújo de Lima, pelo incentivo desta conquista.
Aos professores, que fazem parte da minha vida acadêmica, meu muito obrigado, em
especial as Professoras Talita Freitas Filgueira de Sá e Maria das Graças Negreiros de
Medeiros, que juntos tivemos esta iniciativa e foi o primeiro projeto de extensão do IFPB,
Campus Picuí – PB. Agradeço por todos os ensinamentos.
Aos meus colegas da turma pioneira do Curso de Tecnologia em Agroecologia, pelo
apoio, companheirismo, compreensão e amizade.
Ao meu orientador e professor Jandeilson Alves de Arruda, por seu apoio e inspiração
no amadurecimento dos meus conhecimentos e conceitos que me levaram a execução e
conclusão deste TCC.
Aos usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que me recebera de forma
tão cariosa e não mediram esforços para estar me ajudando sempre que eu solicitava.
A todos servidores do CAPS e o Prefeito Acácio Araújo Dantas pelo apoio e
dedicação a esse Projeto.
Dados Internacionais de Catalogação
Biblioteca – IFPB, Campus Picuí
L732h Lima, Vanderlei Araújo de.
Horta agroecológica: uma ferramenta para reinserção de pessoas
com sofrimento psíquico / Vanderlei Araújo de Lima. – Picuí, 2013.
108 f. 49: il.
Monografia (Graduação – Tecnologia em Agroecologia) –
Instituto Federal de Educação Tecnológica da Paraíba, IFPB –
Campus Picuí/Coordenação de Tecnologia em Agroecologia, 2013.
Orientador: MSc. Jandeilson Alves de Arruda
1. Agroecologia. 2. Saúde mental. 3. Reforma psiquiátrica. 4. Oficina
ocupacional. I. Título
CDU 631.95
RESUMO
O sofrimento psíquico é uma condição que gera um efeito adverso no habitual das pessoas,
com influência direta na capacidade de exercer atividades da vida diária, como atividades de
autocuidado, higiene, alimentação, lazer, além de atingir no convívio familiar e social. Na
reabilitação psicossocial a oficina ocupacional através de hortas agroecológicas assume
atitude de extrema importância, pois produz formas de contribuir com a reinserção do usuário
com sofrimento psíquico, baseado nos ensinamentos da agroecologia, que vem trazendo
avanços renovadores na ciência e tecnologia, principalmente no lado sócio cultural da
humanidade. Respeitando as limitações de cada um e através das atividades exercidas neste
projeto, temos a esperança de contribuir para que os usuários assistidos tenha oportunidade de
fortalecer os laços familiares e sociais no tratamento alternativo que vem substituindo o
modelo dos hospitais psiquiátricos com recursos centrados na comunidade, a exemplo do
Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I), que trabalha em uma perspectiva de
desenvolvimento de autonomia e cidadania dos usuários, sendo assim CAPS e Agroecologia
configura-se em novo paradigma no campo da saúde mental. O presente trabalho fornece uma
leitura desenvolvida em um trabalho de conclusão de curso realizado no Centro de Atenção
Psicossocial I do município de Picuí - Paraíba.
Palavras-chave: Agroecologia, Saúde mental, Reforma psiquiátrica, Oficina ocupacional.
ABSTRACT
The psychological suffering is a condition that causes an adverse effect on normal people,
with direct influence on the ability to perform activities of daily living, such as self-care,
hygiene, food, leisure, in addition to achieving the social and family life. Workshop on
psychosocial rehabilitation through occupational agroecological gardens takes attitude of
extreme importance because it produces ways to contribute to the reintegration of the user
with psychological distress, based on the teachings of agroecology, which is bringing
renovators advances in science and technology, especially on the social culture of humanity.
Respecting the limitations of each, and through the activities carried out in this project, we
hope to contribute to that users have watched an opportunity to strengthen family ties and
social treatment alternative that is replacing the model of psychiatric hospitals with resources
focused on community such as the Psychosocial Care Center I (CAPS I), working in a
development perspective of autonomy and citizenship of users, so CAPS and Agroecology
sets up a new paradigm in the field of mental health. This paper provides a reading developed
into a work of completion held at the Center for Psychosocial I the municipality of Picuí -
Paraíba.
Keywords: Agroecology, Mental Health, Psychiatric reform, occupational workshop.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Quadro funcional do CAPS I / Picuí – PB. ........................................................ 12
FIGURA 2 - Percentual de usuários em atendimento, por modalidade: Intensivo, semi-
intensivo e não intensivo. . ....................................................................................................... 13
FIGURA 3 - Localização da horta agroecológica nas dependências do CAPS I/Picuí – PB .. 14
FIGURA 4 - Percentual de usuários em atendimento por sexo .............................................. 17
FIGURA 5 - Perfil dos usuários em atendimento, por faixa etária ........................................ 17
FIGURA 6 - Perfil socioeconômico dos usuários em atendimento ......................................... 18
FIGURA 7 - Manifestações iniciais dos sintomas do sofrimento mental .............................. 19
FIGURA 8 - Avaliação dos usuários sobre o projeto horta agroecológica no CAPS. ............ 19
FIGURA 9 – Bom Dia CAPS ................................................................................................. 20
FIGURA 10 - Construção dos canteiros de bases agroecológica A e B ................................. 20
FIGURA 11- Escarificação de sementes, (A), Preparo do adubo (B), Semeadura (C), e
Irrigação (D), realizado pelos usuários do CAPS I do município de Picuí, PB. ..................... 21
FIGURA 12 – Cultura da cebola mulatinha na horta agroecológica do CAPS ...................... 22
FIGURA 13 – Percentual de usuários que acharam proveitoso aprender a cultivar hortaliças
.................................................................................................................................................. 22
FIGURA 14 – Percentual de usuários que acharam satisfatória a inserção de hortaliças nas
refeições oferecida no CAPS ................................................................................................... 23
FIGURA 15 - Usuários e pedagoga com rabanete (A) colheita do coentro (B), hortaliças
produzidas na horta agroecológica (C e D). ............................................................................. 23
FIGURA 16 - Percentual de usuários que modificou o hábito alimentarem após a participação
no projeto ................................................................................................................................. 24
FIGURA 17 - Percentual de usuários que começaram a cultivar hortaliças em casa após
participação no projeto ............................................................................................................ 25
FIGURA 18 - Percentual de familiares que aprovaram a realização do projeto como oficina
ocupacional para os usuários CAPS ......................................................................................... 26
FIGURA 19 - Percentual de avaliações dos profissionais do CAPS ...................................... 26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO. .................................................................................................................... 1
1.2 OBJETIVO .......................................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 2
1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 2
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 4
2.1 AGROECOLOGIA ........................................................................................................... 4
2.2 Relações Homem x Agroecologia x meio ambiente ............................................................ 4
2.3 Pessoas com sofrimento psíquico e exclusão social ............................................................ 5
2.4 Inclusões sociais por meio da educação ambiental .............................................................. 6
2.5 Hortas agroecológica e inclusão social ................................................................................. 7
2.6 Centros de Atenção Psicossocial – CAPS ............................................................................ 8
2.6.1 As funções dos CAPS. ..................................................................................................... 10
2.6.2 Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I) de Picuí - Paraíba. ...................................... 10
2.6.3 Relação de nomes e cargos dos funcionários do CAPS I de Picuí - PB ......................... 11
2.6.4 Tipos de atendimentos no Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I) de Picuí – PB .. 12
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 14
3.1 LOCALIZAÇÕES DO ESPAÇO LABORAL: A HORTA OCUPACIONAL DE
BASE AGROECOLÓGICA .................................................................................................. 14
3.2 Público-participante ............................................................................................................ 15
3.3 Desenvolvimentos das atividades ...................................................................................... 15
3.4 Coletas de dados e análise de dados .................................................................................. 16
4. RESULTADOS ................................................................................................................... 17
4.1 PERFIS DOS USUÁRIOS DO CAPS I DE PICUÍ - PB ............................................... 17
4.2 Os sintomas iniciais dos sofrimentos psíquico que acontecem aos usuários. .................... 18
4.3 Efeitos das atividades laborais na hora sobre o comportamento e qualidade de vida dos
usuários do CAPS. .................................................................................................................... 19
4.4 Relatos dos familiares sobre a horta agroecológica .......................................................... 26
4.5 Visões dos profissionais do CAPS da utilização da horta agroecológica .......................... 26
5. CONCLUSÕES. .................................................................................................................. 29
REFERÊNCIAS. .................................................................................................................... 30
APÊNDICES 34
ANEXO 38
1
1 INTRODUÇÃO
A humanidade é marcada pela presença de diferenças entre os seres, seja de cor, etnia,
sexo, ideologia religiosa, orientação sexual, dentre outros. Apesar disso, no decorrer da
existência das civilizações, essas diferenças nunca foram vistas e entendidas como normais.
Aqueles que não se enquadram nos padrões de normalidade impostos pela sociedade
geralmente são rotulados, discriminados e excluídos, sendo tratados muitas vezes de maneiras
agressiva, seja física, moral ou mentalmente.
Nesse contexto encontram-se as pessoas com sofrimento psíquico. O conceito de
sofrimento psíquico é muito complexo, pois envolve discussões de cunho social e médico,
gerando controversas entre psicólogos e psiquiatras. A despeito disso, de maneira geral, se
aceita a pessoa com sofrimento psíquico que apresenta exagerado e duradouro desconforto
emocional, angústia, tristeza, falta de expressão afetiva, esgotamento emocional, isolamento
social entre outros sintomas.
A reforma Psiquiátrica no Brasil é a ampla mudança do atendimento público em Saúde
Mental, que garante o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e
liberdade. É amparada pela lei 10.216/2001, conquista de uma luta social que durou 12 anos.
Significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com
a família e a comunidade. O atendimento é feito em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),
Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais, Centros de Convivência. As
internações, quando necessárias, são feitas em hospitais gerais ou nos CAPS/24 horas. Os
hospitais psiquiátricos de grande porte vão sendo progressivamente substituídos.
Em conformidade nesta reforma, o município de Picuí-Paraíba adotou o CAPS I, no
modelo renovador a saúde mental por apresentar elevado número de pessoas com sofrimento
psíquico. Essas pessoas que antes eram consideradas inválidas pela sociedade, rotuladas como
incapazes perigosas e que deveriam permanecer isoladas.
O CAPS I de Picuí, atualmente atende pessoas com sofrimento psíquico do município
e região polarizada. Trabalha uma equipe multiprofissional que desenvolve atividades
diversificadas como atendimentos individuais e/ou em grupo, acompanhamento em atividades
externas, atendimento aos familiares dos usuários, oficinas terapêuticas, atividades físicas,
lúdicas, além da assistência medicamentosa, que antes era considerada a principal forma de
tratamento. Eles recebem também atendimento psiquiátrico, psicológico e social.
2
A Terapia Ocupacional vem sendo utilizada de forma dinâmica, que tem a relação aos
princípios estabelecidos pela trilogia terapeuta–usuário–atividades compõe um campo
transicional no qual é possível ao usuário, construir e reconstruir sua história, tendo estes
princípios servindo base para o seu funcionamento na reforma psiquiátrica.
Outros trabalhos realizados nas cidades de Uberlândia-Minas Gerais e Dracena-São
Paulo com recursos naturais têm mostrado que o envolvimento de pessoas com sofrimento
psíquico com utilização de recursos naturais resulta em melhoria da qualidade de vida dos
mesmos. Uma das melhores maneiras de possibilitar isso tem sido por meio de oficinas
ocupacionais, que além de cumprir com esse propósito ainda contribui na qualidade vida das
pessoas com sofrimento psíquico.
As oficinas ocupacionais se apresentam como mais uma ferramenta, que somada a
outras colaboram para reabilitação psicossocial da pessoa com sofrimento psíquico.
Valorizando a história de vida com suas características de forma que esta pessoa sinta-se
acolhido, neste contexto, entende-se que as oficinas possibilitam esta ponte entre o sofrimento
psíquico e a lucidez, respeitando o compasso de cada um.
Este trabalho visa à construção de horta agroecológica como uma ferramenta para a
reinserção da pessoa com sofrimento psíquico. Nela os usuários CAPS I, Picuí – PB
participarão de oficinas ocupacionais ligadas às atividades laborais de condução na horta
estimulando sua percepção como componente do ambiente e estreitando as relações sociais
com membros familiares. Dessa forma espera-se que essas atividades possam contribuir para
melhoria de vida dos usuários do CAPS com sofrimento psíquico, seus familiares e ajudar a
introduzir na reinserção social, porque esta é uma das metas da agroecologia.
1.2 OBJETIVO
1.2.1 Objetivo Geral
Utilizar de vivências agroecológica, através da produção de hortaliças, como elemento
de reinserção da pessoa com sofrimento psíquico como atividade ocupacional auxiliando no
tratamento.
1.2.2 Objetivos Específicos
I. Implantar uma horta diversificada de base agroecológica no Centro de Atenção
Psicossocial do município de Picuí - PB;
3
II. Traçar o perfil socioeconômico dos usuários que frequentam o CAPS I de Picuí e
identificar os principais sofrimentos psíquicos que acometem os mesmos;
III. Avaliar o efeito das atividades realizadas na horta no comportamento dos usuários do
CAPS I de Picuí;
IV. Identificar o papel das ações desenvolvidas na horta como atividade ocupacional
auxiliando no tratamento do sofrimento psíquico;
V. Identificar melhorias da qualidade de vida dos usuários do CAPS I de Picuí e seus
familiares em função das atividades desenvolvidas na horta agroecológica.
4
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 AGROECOLOGIA
A agroecologia, segundo (ALTIERI,2002) é a ciência ou disciplina que apresenta uma
série de princípios, conceitos e metodologias para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar
agroecossistemas, com o propósito de permitir a implantação e o desenvolvimento de estilos
de agricultura com maiores níveis de sustentabilidade. Ela nos reporta à noção de agricultura
menos agressiva ao meio ambiente – promovendo a inclusão social e proporcionando
melhores condições econômicas para os agricultores; tem caráter multidisciplinar e apresenta
uma série de princípios de natureza sustentável.
O conceito de agroecologia vem sendo muito utilizado para identificar a
sustentabilidade no meio agrícola e como referência às práticas agrícolas que buscam obter
boa produtividade animal e vegetal, trabalho e moradias decentes, diversidade de alimentos,
de técnicas, de métodos e de experiências criadas e desenvolvidas, utilizando técnicas não
degradantes aos meios físico, atmosférico e biológico (TEDESCO, 2006).
Como prática, a agroecologia contempla o uso adequado dos recursos naturais. Porém,
a agroecologia é mais que isso, como ciência ela atua na modificação do meio ambiente e
relações sociais, fortalecendo o papel de todos como atores sociais ativos na sociedade; ela
dignifica a pessoa humana quando valoriza o conhecimento empírico e modo de vida inerente
de cada população ou grupo social.
Assim sendo, a agroecologia deve ser vista como uma ciência importante não só para
o meio agrário ou ligada ao campo; cada vez mais ela está presente no cotidiano de pessoas
residentes em zonas urbanas e periurbanas, tornando-se um dos meios pelos quais grupos
excluídos ou marginalizados pela sociedade ganham força e voz, tendo em vista os próprios
fundamentos científicos da agroecologia e a busca incessante pela sustentabilidade, aqui
entendida em suas seis dimensões (ecológica, econômica, cultural, social, política e ética)
como bem explanaram (COSTABEBER E CARPORAL, 2003).
2.2 Relações Homem x Agroecologia x meio ambiente
A forma de compreender o ambiente, a relação do agricultor (ser humano) com a
produção e a sua qualidade de vida, a relação produção e venda a valorização da cultura local,
as organizações da classe em torno de associações, entre outros fatores, fazem da
agroecologia muito mais que uma prática agrícola diferenciada capaz de gerar inúmeras
5
modificações no espaço gerado pelo agricultor familiar, tanto nas relações diretas com o
espaço rural, quanto com a anuência desse processo no espaço urbano e na composição da
totalidade do espaço geográfico (ALTIERI, 2002).
A descrição dos conhecimentos e sentimentos da população em relação ao ambiente
em que vive no entendimento de (BEZERRA et. al. 2007), pode representar uma ferramenta
estratégica para monitorar e fomentar mudanças de atitudes nos grupos socioculturais.
A compreensão de que somos parte do meio ambiente, e como tal interagimos com
diversos componentes (plantas e animais, solos, água, ar, etc.) é essencial para fortalecer
nosso papel como membros ativos e atuantes da sociedade. Quando atingimos esse nível de
compreensão nos vemos como iguais a todas as outras pessoas, com os mesmos direitos e
deveres na sociedade e na relação com o meio ambiente.
2.3 Pessoas com sofrimento psíquico e exclusão social
Durante muitos anos o sofrimento psíquico foi tido como doença mental ou loucura.
Essa visão acarretou e acarreta ainda hoje a exclusão de pessoas com sofrimento psíquico,
tanto no âmbito familiar como da comunidade que está inserida (REINALDO, 2012).
Do ponto de vista psiquiátrico, o sofrimento mental pode ser entendido, segundo Belo
(1998), como aquilo que portam as pessoas enquadradas nos vários rótulos ou níveis de
desordem ou desabilidades dados pela quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-IV). Nesses são incluídos:
• Eixo I: transtornos clínicos (transtornos mentais, bem como problemas do
desenvolvimento e aprendizado);
• Eixo II: Transtornos de personalidade ou invasivos, bem como retardo mental;
• Eixo III: Condições médicas agudas ou desordens físicas;
• Eixo IV: Fatores ambientais ou psicossociais contribuindo para desordens;
• Eixo V: Avaliação Global das Funções.
De modo geral, o sofrimento psíquico pode ser caracterizado por um exagerado e
duradouro desconforto emocional, angústia, tristeza, falta de expressão afetiva, esgotamento
emocional, isolamento social entre outros sintomas.
Essas características fazem com que os portadores de sofrimento mental não se
enquadrem no perfil de normalidade tratado pela sociedade, resultando na exclusão dessas
pessoas do convívio social cotidiano.
6
Segundo (SZASZ 1978) esse processo de exclusão foi efetivado pela hospitalização
em asilos; pelo surgimento da psiquiatria e dos psiquiatras, os quais passaram a serem os
tutores dos considerados insanos e incapazes de convívio social. A lógica da exclusão, para
retirar o problema – no caso a pessoa com sofrimento psíquico – sempre esteve presente nos
espaços destinados ao referido “tratamento”, que em muitas vezes era na forma de correção,
como é o caso do chamado “berço de contenção de loucos” (AMARANTE, 2009).
Porém, é válido ressaltar que, como bem afirmou (PAVEZI, 2010), a família
geralmente é a primeira a excluir a pessoa com sofrimento psíquico ao isolá-lo da sociedade.
A autora lembra ainda que a mídia é grande reforçadora de estereótipos do portador, que
levam os indivíduos que estão sob esta influência a criarem preconceitos sobre os mesmos.
(GOFFMAN, 1982) referem que a discriminação e a exclusão são estigmas, atributos
profundamente depreciativos para muitas categorias de pessoas marcadas com algum sinal
que as diferencie daquelas tidas como “normais”. Para (BADER, 2002) esse quadro fica mais
preocupante quando há uma naturalização da exclusão social, ou seja, há aceitação do próprio
excluído e da sociedade, gerando uma atmosfera social de conformismo, compreendendo a
condição de exclusão como fatalidade.
Para (WANDERLEY, 1999) o processo de exclusão, embora atingindo o sujeito e sua
subjetividade, não pode ser visto como um processo individual de culpabilização do sujeito,
mas, numa perspectiva mais ampla, envolvendo as várias formas de relações econômicas,
sociais, culturais e políticas da sociedade. Ela inclui não apenas a pobreza, mas também a
discriminação, a subalternidade, a não equidade, a não acessibilidade e a não representação
pública.
2.4 Inclusões sociais por meio da educação ambiental
A inclusão é um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus
sistemas sociais, pessoas consideradas diferente da comunidade a que pertença (SASSAKI,
1999). Ela ocorre num processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas e a sociedade
buscam junta, equacionar problemas, discutir soluções e equiparar oportunidades para todos
(VERÍSSIMO, 2005).
Segundo (STAINBACK e STAINBACK, 1999) a inclusão é uma atitude, uma
convicção. Não é uma ação ou um conjunto delas. É um modo de vida, um modo de viver
juntos fundados na convicção que cada indivíduo é estimado e pertence a um grupo. Inclusão
7
é uma consciência da comunidade, uma aceitação das diferenças e uma corresponsabilização
para obviar às necessidades dos outros.
Incrementar a diversidade é promover a igualdade de chances para que todos possam
desenvolver seus potenciais (ETHOS, 2002). No caso das pessoas com sofrimento psíquico
devemos garantir-lhes os direitos de acesso aos bens da sociedade, entre estes, à saúde e o
bem-estar.
Segundo (REIGOTA, 1998), a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas
centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de
competências, capacidade de avaliação e participação dos envolvido. Para (JACOBI, 2003)
pode ser entendida, num contexto mais amplo, como a educação para a cidadania,
configurando-a como elemento determinante para a consolidação de sujeitos cidadãos,
fortalecendo a cidadania para a população como um todo, e não para um grupo restrito,
concretizando-se pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres, e de se
converter, portanto, em ator corresponsável na defesa da qualidade de vida.
O principal eixo de atuação da educação ambiental busca, acima de tudo, a
solidariedade, a igualdade, a inclusão social e o respeito, diminuindo a diferença através de
formas democráticas de atuação baseadas em práticas interativas e dialógicas. Isto se
concretiza no objetivo de criar novas atitudes e comportamentos diante do consumo na
sociedade e de estimular a mudança de valores individuais e coletivos (JACOBI, 1997).
(GRANDESSO, 2000) afirma que o restabelecimento da capacidade de negociação de
novas formas de conceber o mundo e a si mesmo é promotor de bem-estar psíquico. Ela diz
que o sujeito alcança este estado quando readquire a capacidade de autoria de suas próprias
narrativas, entendendo autoria “tanto como o fazer escolhas como a participação nas escolhas
possíveis, podendo ser entendida como ter voz e ser livre para usá-la ou não.”.
2.5 Hortas Agroecológica e inclusão social
O desenvolvimento do ser humano se dá pela interação com o outro, portanto a
acentuação dos problemas decorrentes do sofrimento psíquico pode ser analisada a partir das
relações que se dão no meio social (PAVEZI, 2010).
As relações sociais benéficas são essenciais para o bem-estar do portador de
sofrimento mental, tendo em vista que o melhor "remédio" contra o sofrimento mental é, e
sempre será, o contato humano (DITTRICH, 1998).
8
A Horta Agroecológica e Educação Ambiental, em seu plano de ação, visam trabalhar
a preservação ambiental e a inclusão de pessoas com sofrimento psíquico, tendo como polo
irradiador à percepção ambiental, o contato direto com a natureza, as relações sociais de
cooperação mútua, as vivências do dia-a-dia e os reflexos da relação antrópica local,
permitindo, dessa forma, a sensibilização e as mudanças comportamentais necessárias para a
busca constante de crescimento dos seres humanos, membros de um planeta vivo.
Diferentes estudos têm mostrado que o contato com a natureza influencia na saúde
física e mental das pessoas, gerando uma maior capacidade de fantasiar, desenvolvendo uma
maior coordenação motora e melhor capacidade de concentração e diminuição do estresse
(FUNDAÇÃO GAIA, 1995; GRAHAN, 1996).
Ao realizarem oficinas terapêuticas no projeto “Hortas Terapêutica”, um projeto do
Programa de educação Tutorial do curso de Agronomia da Universidade Federal de
Uberlândia, (SILVEIRA et. al. 2005) identificaram os efeitos positivos das atividades sobre o
comportamento e autoestima dos portadores de sofrimento psíquico os usuários do CAPS-Sul
no município de Uberlândia-MG. Os autores verificaram que 80% dos usuários se sentiam
mal antes da realização do projeto e que após as atividades na horta todos os usuários ficam
mais tranquilos e em paz em contato com a natureza, além de terem melhorado sua
alimentação. Metade dos usuários se sentia mais feliz em estar fora da sede do CAPS
enquanto que a outra metade se sentia insegura. Além disso, os usuários relataram sentirem-se
úteis ao participarem da oficina, esquecendo-se da doença por algumas horas e aprendendo
coisas novas. Os autores verificaram ainda que metade dos usuários se dizia plenamente
satisfeito com as atividades realizadas pelo projeto e a outra metade pediu para que fosse
ampliada a horta e a frequência semanal das atividades.
Outro projeto desenvolvido pelo Núcleo de Operações Sustentáveis – NOS, grupo de
estudos em agroecologia formado por alunos e professores da UNESP, Campus de Dracena.
A assistência ao CAPS de Dracena consistiu de adequar e ampliar a horta que já existia no
CAPS, assistindo no cultivo das hortaliças e demais atividades agrícolas, com visitas
semanais dos integrantes do NOS.
Os autores tiveram os seguintes resultados com realizações de palestras para os
usuários do CAPS abordando temas como cultivar hortaliças e quais são os benefícios
oriundos da ingestão de produtos saudáveis. Houve a participação dos pacientes, tanto nas
palestras quanto no manejo diário da horta orgânica. As atividades propostas contribuíram
9
para o processo de reabilitação dos usuários do CAPS, inclusive na melhoria da qualidade dos
alimentos consumidos pelo os mesmos, (CAMARGO et. al. 2011).
2.6 Centro de Atenção Psicossocial - CAPS
Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e
a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e
fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à
saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação
desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico
no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem
atendimento diário.
Na Portaria do Ministério da Saúde nº 336-02, em seu artigo 1º Estabelece que os
Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de serviços:
CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad definidos por ordem crescente de
porte/complexidade e abrangência populacional, conforme disposto nesta Portaria.
Os CAPS I são os Centros de Atenção Psicossocial de menor porte, capazes de
oferecer uma resposta efetiva às demandas de saúde mental em municípios com população
entre 20.000 e 50.000 habitantes - cerca de 19% dos municípios brasileiros, onde residem por
volta de 17% da população do país. Estes serviços têm equipe mínima de 9 profissionais,
entre profissionais de nível médio e nível superior, e têm como clientela adultos com
sofrimento psíquico severos e persistentes e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras
drogas. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm capacidade para o
acompanhamento de cerca de 240 pessoas por mês.
Os CAPS II são serviços de médio porte, e dão cobertura a municípios com mais de
50.000 habitantes - cerca de 10% dos municípios brasileiros, onde residem cerca de 65% da
população brasileira. A clientela típica destes serviços é de adultos com sofrimento psíquico
severos e persistentes. Os CAPS II têm equipe mínima de 12 profissionais, entre profissionais
de nível médio e nível superior, e capacidade para o acompanhamento de cerca de 360
pessoas por mês. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana.
Os CAPS III são os serviços de maior porte da rede CAPS. Previstos para dar
cobertura aos municípios com mais de 200.000 habitantes, os CAPS III estão presentes hoje,
em sua maioria, nas grandes metrópoles brasileiras – os municípios com mais de 500.000
10
habitantes representam apenas 0,63 % por cento dos municípios do país, mas concentram boa
parte da população brasileira, cerca de 29% da população total do país. Os CAPS III são
serviços de grande complexidade, uma vez que funcionam durante 24 horas em todos os dias
da semana e em feriados. Com no máximo cinco leitos, o CAPS III realiza, quando
necessário, acolhimento noturno (internações curtas, de algumas horas a no máximo 7 dias).
A equipe mínima para estes serviços deve contar com 16 profissionais, entre os profissionais
de nível médio e superior, além de equipe noturna e de final de semana. Estes serviços têm
capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 450 pessoas por mês.
Os CAPSi, especializados no atendimento de crianças e adolescentes com sofrimento
psíquico, são equipamentos geralmente necessários para dar resposta à demanda em saúde
mental em municípios com mais de 200.000 habitantes. Funcionam durante os cinco dias
úteis da semana, e têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 180 crianças e
adolescentes por mês.A equipe mínima para estes serviços é de 11 profissionais de nível
médio e superior.
Os CAPSad, especializados no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de
álcool e outras drogas, são equipamentos previstos para cidades com mais de 200.000
habitantes, ou cidades que, por sua localização geográfica (municípios de fronteira, ou parte
de rota de tráfico de drogas) ou cenários epidemiológicos importantes, necessitem deste
serviço para dar resposta efetiva às demandas de saúde mental. Funcionam durante os cinco
dias úteis da semana, e têm capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 240
pessoas por mês. A equipe mínima prevista para os CAPSad é composta por 13 profissionais
de nível médio e superior.
O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o
planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de Centros
de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas
como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local,
articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas
para definir os equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu
município.
2.6.1 As funções dos CAPS.
Prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em
hospitais psiquiátricos;
11
Acolher e atender as pessoas com sofrimentos mentais severos e persistentes,
procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território;
Promover a inserção social das pessoas com sofrimentos mentais por meio de ações
intersetoriais;
Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de
atuação;
Dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;
Organizar a rede de atenção às pessoas com sofrimentos mentais no município;
Articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado
território;
Promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer,
exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
2.6.2 Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I) de Picuí - Paraíba
O CAPS I de Picuí - Paraíba teve suas portas abertas para o público em 07 de julho de
2009, na gestão do prefeito Rubéns Germano Costa e da secretária de saúde a Sra. Maria
Lúcia Dantas Xavier. Hoje dando seguimento na atual gestão do prefeito Acácio Araújo
Dantas, conforme preconiza a Lei 10.216 de janeiro de 2001. MS, Brasil, 2001.
Como a criação do CAPS I, iniciou-se no município de Picuí um serviço de referência
ao tratamento para pessoas com sofrimento psíquico, cuja gravidade e persistência justificam-
se seu atendimento em um local de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e que
promove a qualidade de vida dos seus usuários.
Formou-se uma equipe multidisciplinar composta por médico psiquiatra, psicólogo,
assistente social, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e auxiliar de enfermagem, visando à
reinserção social, o fortalecimento dos laços familiares, comunitários, lazer e exercício dos
direitos civis dos seus usuários. A equipe de profissionais acolhe, avalia e propõe um projeto
terapêutico, intensivo, semi-intensivo e não intensivo em saúde mental.
2.6.3 Relação de nomes e cargos dos funcionários do CAPS I de Picuí – PB.
Para atender as pessoas com sofrimento psíquico que são usuários do CAPS I de Picuí,
a Prefeitura Municipal designou vários profissionais (Figura 1) que prestam serviços de
grande relevância a estes seres humano que antes eram excluídos da sociedade, considerados
inúteis e sem perspectiva de vida promissora, em surto eram internados em hospitais
12
psiquiátricos distantes, ficando sem o convívio de seus familiares e amigos, mas com o
trabalho desenvolvido por estes profissionais a realidade começou a mudar quando suas
portas foram abertas ao público. Com a formação desse corpo abriram-se novos horizontes na
vida daquelas pessoas e hoje reconhecidos por toda população Picuiense e região, pelo avanço
na atenção da saúde mental.
Os CAPS entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental têm valor estratégico
para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a
organização de uma rede substitutiva aos Hospitais Psiquiátricos.
Figura 1 - Quadro funcional do CAPS I / Picuí – PB.
NOME CARGO
Wellington Sousa Silva Médico Generalista
Flávia Serra Galdino Médica Psiquiatra
Adriana Rabelo Loureiro Costa Psicóloga Clinica
Cícera Gomes de Medeiros Oliveira Assistente Social (diretora)
Maria das Graças Dantas Cavalcante Farmacêutico
Maria da Conceição Azevedo Dias Oficineira
Maria Domarice Nogueira Bezerra Pedagoga
Cláudia Cirne Martins de Oliveira Educador Físico
Sabrina Gabriela Oliveira de Farias Auxiliar Administrativo
Anna Paula Medeiros Souza Enfermeira
Martinho Sérgio de Medeiros Casado Enfermeiro
Sarah Cristine Silva Macedo Terapeuta Ocupacional
Francisco Veríssimo da Silva Neto Agente de Segurança
Marineu Nogueira da Silva Motorista
Marilene dos Santos Oliveira Auxiliar de Serviços Gerais
Maria Cacilda de Souto Cozinheira
Francisca Santos de Souza Auxiliar de Serviços Gerais
2.6.4 Tipos de atendimentos no Centro de Atenção Psicossocial I de Picuí – PB.
O CAPS I de Picuí oferece três modalidades de tratamento subdivididos em intensivo,
semi-intensivo e não intensivo, que varia de acordo com a necessidade do indivíduo, sendo:
13
Figura 2 - Percentual de usuários em atendimento, por modalidade: Intensivo, semi-intensivo
e não intensivo.
- Atendimento intensivo: trata-se de atendimento em cinco turnos ou dois dias e meio
oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise
ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse
atendimento pode ser domiciliar, se necessário;
- Atendimento semi-intensivo: o usuário pode ser atendido até três turnos ou um dia e
meio, sendo que essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação
psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento. Deve-se
ressaltar, porém, que a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe do serviço para se
estruturar e recuperar sua autonomia;
- Atendimento Não intensivo: é oferecido quando a pessoa não precisa de suporte da
equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e, ou, no trabalho,
podendo ser atendido em um turno por semana.
14
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 LOCALIZAÇÕES DO ESPAÇO LABORAL: A HORTA OCUPACIONAL DE
BASE AGROECOLÓGICA
A horta de Base Agroecológica foi implantada no Centro de Atenção Psicossocial,
localizado na Rua São Sebastião, s/n, centro da cidade de Picuí – PB.
Para confecção dos canteiros foi utilizada uma área de aproximadamente 52 m². Nesta
área foram demarcados e confeccionados oito canteiros com dimensões úteis de 1,0 m de
largura e 2,0 m de comprimento. Foi confeccionada, ainda, sementeira vertical para produção
de mudas de hortaliças. As hortaliças produzidas foram do grupo das folhosas, raízes e
tuberosas, e hortaliças de fruto, tais como: alface, cebolinha, coentro, cenoura, beterraba,
tomate, pimentão. Além destas hortaliças, foram cultivadas, também, mudas do maracujazeiro
com finalidade de barreira de contenção física.
Figura 3 - Localização da horta agroecológica nas dependências do CAPS I de Picuí – PB.
15
3.2 Público-participante
O público-participante contemplado com as ações deste Projeto foi composto de 91
usuários do CAPS I de Picuí – Paraíba. Estes usuários recebem três modalidades de
atendimentos: Intensivo, semi-intensivo e não intensivo.
3.3 Desenvolvimentos das atividades
Inicialmente o projeto foi apresentado à administração do CAPS para discussão e
planejamento didático e operacional, tendo em vista que há outras atividades ocupacionais
desenvolvidas pela equipe de acompanhamento da instituição. Foi traçado o perfil dos
usuários do CAPS, por meio da análise de dados socioeconômicos e caracterização do
sofrimento mental dos usuários CAPS a fim de identificar limitações e informações que
auxiliaram na condução das atividades.
No planejamento citado, ficaram definidos os dias e horários das atividades laborais
dinâmicas na horta e de oficinas expositivas e participativas sobre temas de interesse para
bom andamento das atividades. Na fase expositiva das oficinas, foram apresentadas temáticas
teóricas sobre importância alimentar das hortaliças, principais hortaliças, preparo de canteiros,
adubos orgânicos, manejo de hortas, noções de pragas e doenças, colheita, rendimento,
comercialização e conservação de hortaliças. Estas oficinas foram preparadas em linguagem
simples e clara, adaptada às limitações dos diferentes grupos envolvidos nas atividades.
Na fase prática e participava das oficinas realizaram-se atividades de medição dos
canteiros, incentivando a realização de operações matemáticas simples e adaptação de
unidades de medidas (p.ex. braço, passada, pé, palmo, etc.), práticas de conhecimento de solo
(dureza, retenção de água, cor, etc.), sementes (formato, tamanho, etc.), água (medidas de
água a ser aplicada), bem como de insumos de base agroecológica, como adubos orgânicos,
defensivos naturais, dentre outros.
A construção dos canteiros, adubação e confecções da tela de proteção ficou a cargo
do autor e dos usuários; já na semeadura houve participação do Professor Dr. José Lucínio de
Oliveira Freitas e dos alunos matriculados na disciplina Olericultura e Plantas Medicinais, no
semestre letivo 2013.1, do Curso Superior de Agroecologia do IFPB – campus Picuí, que na
oportunidade tiveram aula prática da referida disciplina.
Após implantação da horta, pelos usuários do CAPS com ajuda de um servidor da
Prefeitura Municipal de Picuí. Foram realizadas regas diárias além de práticas de controle de
vegetação espontânea, Escarificação da área, dentre outras práticas. Quando as espécies
16
atingiram o ponto de colheita, as mesmas foram colhidas, incrementas nas refeições do CAPS
e divididas entre os participantes para utilização na alimentação dos mesmos e seus
familiares.
3.4 Coleta e análise dos dados
Além dos dados referentes ao perfil por sexo, faixa etária, socioeconômico dos
usuários e dos principais sofrimentos psíquico que acompanham os usuários, foi realizada a
aplicação de questionários para 30 usuários, com 10 profissionais do CAPS e com 30
familiares de usuários, para avaliar a efetividade das atividades desenvolvidas na horta como
atividade ocupacional auxiliando no tratamento dos usuários. Essa coleta foi realizada 60 dias
após o início das atividades. O espaço amostral foi de 33% entre os usuários CAPS, familiares
e com 58,% servidores membros da equipe técnica daquela instituição.
Foram realizados registros escritos, de áudio e de imagens (fotografias e vídeos) para
verificar alterações no comportamento das pessoas de sofrimento psíquico após início da
realização das atividades na horta.
Após coleta dos dados os mesmos foram tabulados, e posteriormente realizada análise
descritiva, com confecção de gráficos e tabelas.
17
4 RESULTADOS
4.1 PERFIS DOS USUÁRIOS DO CAPS I DE PICUÍ - PB
O município de Picuí - PB tem como base no atendimento de assistência a saúde
mental o Centro de Atenção Psicossocial I, visando atender as pessoas com sofrimento
psíquico de ambos os sexos, faixa etária e nível socioeconômico, que residam no município
sede ou municípios vizinhos.
Após a coleta de dados constatou-se que em relação ao sexo dos usuários a maioria é
do sexo feminino representando 57 % dos usuários, enquanto o sexo masculino teve como
representação 43 % (Figura 4).
As estatísticas, de acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde/
Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS, 2008), indicam que o risco do homem adquirir
sofrimento psíquico é 11 %, ao passo que na mulher pode chegar a 18,6 %.
Figura 4 – Percentual dos usuários em atendimento por sexo
No que diz respeito à faixa etária (Figura 5), constatou-se que a maior parte dos
usuários do CAPS tem entre 31 e 40 anos (25 %), seguidos dos usuários com idade entre 51 e
60 anos, (24 %), enquanto que os usuários com idades de 0 a 18 anos, 19 a 20, 41 a 50 anos e
acima de 60 anos representaram 9 %, 14 %, 19 % e 9 % respectivamente.
Figura 5 – Percentual de usuários em atendimento, por faixa etária.
18
O quadro requer atenção e mostra-se preocupante, pois grande parcela de usuários
encontra-se na faixa de idade produtiva (62 %), considerando a idade entre 19 e 60 anos. Piccoloto
et al. (2003) afirma que os transtornos do humor, como a depressão, deixaram de ser exclusividade
de populações mais idosas surgindo, com grande incidência, na população mais jovem, constituindo
assim, parcial ou total incapacidade de trabalho na faixa etária mais produtiva.
Com relação ao perfil socioeconômico dos usuários em atendimento (Figura 6) a
maioria dos usuários apresenta como renda aposentadoria, pensão ou auxilio doença (46 %),
seguido de agricultores (38 %), recursos recebidos por profissão autônimos (9%), dependentes
dos pais (6 %) e servidor público (1 %).
Figura 6 – Perfil socioeconômico dos usuários em atendimento
4.2 Os sintomas iniciais dos sofrimentos psíquicos que acometem aos usuários
As manifestações psicopatológicas podem ser classificadas de diversas maneiras, por
etiologia a exemplo das orgânicas e psicológicas por tipo de alteração a exemplo da neurose e
psicose que considera a relação com a consciência perda de contato com a realidade na
concepção psicanalítica desta. A categoria de classificação possui fins estatísticos, ou seja, de
tabulação de prontuários em serviços de saúde, atestados, declarações de óbito. Entre as mais
conhecidas estão a CID (Classificação Internacional das Doenças e de Problemas relacionados
à Saúde que está na 10ª revisão e se iniciou em 1893) e o DSM (referente ao Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma publicação da American Psychiatric
Association, Washington D.C., sendo a sua 4ª edição conhecida pela designação “DSM-IV-
TR6”).
Quanto às manifestações iniciais dos sintomas do sofrimento psíquico que ocasiona
nos usuários do CAPS I de Picuí, conforme dados coletados nos prontuários daquela unidade
municipal são os seguintes: Ansiedade, nervosismo, inquietação e delírio. Posteriormente
19
analisados como mostra a figura 7. Foi verificado que 30% dos usuários iniciam-se com
ansiedade, 28% nervosismo, 25% inquietação e 17% delírio, o quadro mais preocupante.
Figura 7 - Manifestações iniciais dos sintomas do sofrimento psíquico
4.3 Efeitos das atividades laborais na horta sobre o comportamento e qualidade de vida dos
usuários do CAPS.
Após a tabulação dos dados coletados pela aplicação dos questionários aos 33 % dos
usuários, organizou-se a visão que os mesmos tiveram no envolvimento participativo em
todas as atividades, ocupacionais, práticas e teóricas, com a horta agroecológica e melhorias
no comportamento e qualidade de vida dos mesmos.
Para 99 % dos usuários a participação nas atividades do projeto foi avaliada como
ótima e 1% como boa. (Figura 8). A realidade do cotidiano ocupacional foi modificada, pois
eles passaram a ter contato com um ambiente CAPS, inovador. Exemplo do Bom dia CAPS
(figura 8) que agora é realizado ao ar livre. O bom dia CAPS é o acolhimento diário feito aos
usuários, e tem como objetivo fazer com que os participantes externem suas necessidades,
ansiedades e angústias.
Figura 8 – Avaliação dos usuários sobre o projeto horta agroecológica no CAPS
20
O Bom Dia CAPS é um acolhimento diário feito aos usuários, e tem como objetivo
esclarecer o funcionamento do CAPS e fazer com que os participantes expressem suas
necessidades, ansiedades e angústias. O Bom Dia CAPS é feito pela a equipe técnica que
obedecem a um cronograma determinado pela direção. Onde o projeto horta agroecológica
teve várias participações nas temáticas.
Esse acolhimento é feito desde que o CAPS de Picuí teve suas portas com os usuários
de forma a proporcionar os mesmos um momento em que eles possam falar o que estão
pensando, sentindo, é o momento em que eles podem desabafar sem nenhum ressentimento.
Figura 9 – Bom Dia CAPS
Os usuários tinham a percepção de que as plantas dependiam dos cuidados deles
(Figura 10) para crescerem e se desenvolverem e que todo o resultado do Projeto estava sob
suas imputações.
Figura 10 - Construção dos canteiros de bases agroecológicos
A B
21
Figura 11 - Escarificação de sementes (A), Preparo do adubo (B), Semeadura (C) e Irrigação
dos canteiros (D), realizado pelos usuários do CAPS I do município de Picuí, PB.
A
B
C D
Foi identificados que os usuários sentiam-se mais felizes e úteis ao realizar as
atividades diárias na horta (Figura 09 b e Figura 10). Esse foi um fato importante, pois quebra
o estigma de que a pessoa com sofrimento psíquico é “inútil”.
Isso foi comprovado quando os usuários foram questionados se acharam importantes
aprender a cultivas hortaliças (figura 12). Os resultados mostraram 100% dos usuários achou
proveitoso aprender a plantar hortaliças, dominando os princípios básicos de plantio e
cuidados com as mesmas. O empenho dos usuários, que adotaram a causa com prudência de
responsabilidade.
Foi realizado o manejo e o cultivo de diversas hortaliças e vegetais como alface,
rabanete, couve, cenoura, cebola de cabeça, beterraba, tomate e algumas ervam medicinais:
Caldo santo, hortelã e mastruz. Entre essas hortaliças teve como destaque o plantio da cebola
22
mulatinha para incentivar no resgate dessa hortaliça que é oriunda da agricultura familiar
nordestina a qual estar em extinção. A cebola mulatinha (Allium cepa) é usada na culinária,
tem uso fitoterápico e influência econômica. O agricultor usa as folhas no seu consumo
próprio e comercializa os frutos. Foram realizadas palestras para os usuários do CAPS
abordando temas como cultivar hortaliças e quais são os benefícios do consumo de produtos
saudáveis. Houve a participação dos usuários, tanto nas palestras quanto no manejo diário da
horta agroecológica. As atividades propostas contribuíram para o processo de reabilitação dos
usuários do CAPS, inclusive na melhoria da qualidade dos alimentos consumidos.
Figura 12 – Cultura da cebola mulatinha na horta agroecológica do CAPS
Figura 13 – Percentual de usuários que acharam proveitoso aprender a cultivar hortaliças
No que diz respeito à contribuição na mudança dos hábitos alimentares dos usuários
após a participação no projeto os resultados foram satisfatórios.
A produção de hortaliças durante as atividades do projeto puderam ser utilizadas nas
refeições do CAPS e também consumidas nas residências dos mesmos. Para 98 % dos
usuários a horta contribuiu para a melhoria das refeições que foram oferecidas pelo CAPS.
(Figura 10) e apenas 2 % acharam que não. A diversificação de sabores das hortaliças, bem
como a contribuição que as mesmas têm no tocante à nutrição, pode ser destacada nesse
23
ponto, pois favorece a elevação do status nutricional dos usuários que muitas vezes sofrem de
outros problemas de saúde como diabetes, hipertensão etc.
O momento da colheita e do consumo das hortaliças por parte dos usuários foram
momentos em que se podia verificar na face dos usuários a felicidade de vivenciarem aquele
momento e de terem a oportunidade de consumirem alimentos que ele mesmo tinha
produzido.
Figura 14 – Percentual de usuários que acharam satisfatória a inserção de hortaliças nas
refeições oferecida no CAPS
Figura 15 - Usuários e pedagoga com rabanete (A) colheita do coentro (B), hortaliças
produzidas na horta agroecológica (C e D).
A B
C D
24
Sobre a influência exercida pelo Projeto na mudança de hábito alimentar (Figura 15),
98 % dos entrevistados afirmaram sim e 2 % não se sensibilizaram com isso.
Atribui-se ao Projeto um ponto positivo de influenciar o consumo de hortaliças. Isto
era o que almejava, haja vista que o contato diário com a horta, as oficinas e os debates, além
da vivência e da doutrina do trabalho, possibilitou a produção de hortaliças para consumo no
próprio CAPS e o excedente da produção foi distribuído para os usuários e servidores do
CAPS consumirem em suas casas, juntos com seus familiares. Isso despertou o interesse nos
mesmos em consumirem essas hortaliças, favorecendo assim que seus familiares adotassem o
consumo das mesmas em suas residências.
Figura 16 – Percentual de usuários que modificou o hábito alimentarem após a participação
no projeto
Com isso, supõe-se que o Projeto colaborou para intensificar com a formação dos
usuários no referente à educação alimentar (figura 8 A, B, C e D), pois agora, com mais
informações, eles poderão avaliar o que devem e precisam usar na alimentação para hábitos
mais saudáveis. O intuito de plantar hortaliças no CAPS, além de promover aos usuários o
contato com o meio ambiente, a diversificação nas refeições, os ensinamentos sobre o valor
nutricional das hortaliças, promovendo a difusão da ideia para os participantes do CAPS a
respeito de uma alimentação saudável é que ajuda também na saúde, o excedente produzido
possa ser comercializado gerando renda.
O consumo mais frequente de hortaliças e o aprendizado adquirido durante o projeto
despertou o interesse de alguns em produzirem hortaliças em suas próprias residências. Dos
33 usuários entrevistados, 32% responderam que plantaram hortaliças em suas residências
após o início do projeto enquanto que 68 % não tiveram essa iniciativa (figura 16).
Compreende-se que boa parte dos usuários reside na zona urbana e não tem um local
favorável para edificação de uma horta em sua residência. Uma nova ação poderá ser
25
desenvolvida com esses usuários estudando métodos adaptados à agricultura urbana, dando a
esses usuários uma alternativa para que os mesmos possam produzir hortaliças em pequenos
espaços.
Figura 17 – Percentual de usuários que começaram a cultivar hortaliças em casa após
participação no projeto
Entrevista sobre a importância do projeto na vida dos usuários segue abaixo a visão de
um usuário quando foi perguntado a respeito do Projeto Horta agroecológica, fizemos a
seguinte pergunta: Queremos saber de você, qual a importância que este projeto teve para o
desenvolvimento na sua saúde?
É um projeto muito bom, que eu limpo a mente, é cultivando as hortaliças ou
aguando, ou plantando seja como for, é um projeto que eu recomendo a todas
as prefeituras para apoiar esse projeto que esse projeto foi de essencial
qualidade para a vida dos participantes dele.
Erivan de Lima Dantas usuário do CAPS (informação verbal)†.
Erivan de Lima Dantas (informação verbal) lembrou-se do início do projeto sobre a
criação da horta agroecológica: “para atender aos usuários do CAPS no que se refere à
ocupação dos mesmos, que a partir do mês de Junho de 2013 já estava sendo instalada no
espaço interno do CAPS, onde iniciou o processo de construção dos canteiros da horta, em
sua recomendação ele fala que seja instalada outras hortas nos CAPS de outros municípios”.
(informação verbal)†.
__________________________________
† Entrevista concedida por Erivan de Lima Dantas. Entrevista I. [ago. 2013].
Entrevistador: Vanderlei Araújo de Lima. Picuí - PB, 2013. 1 arquivo. DVD (1 min.). A
entrevista na íntegra encontra-se em anexo desta monografia.
26
4.4 Relatos dos familiares sobre a horta agroecológica
Nos questionamentos dos entrevistados, 95% consideraram ótima a ideia da horta
agroecológica como ferramenta ocupacional relacionado à produção agroecológica de
hortaliças, enquanto 5% analisaram como boa a iniciativa. Nas reuniões com familiares eles
Confirmaram que seus entes têm mais prazer de ir ao CAPS para cuidar das hortas, e dar
continuidade ao tratamento. Eles falam das atividades das hortas, chegam comentando o que
foi realizado nas oficinas está que mudou o comportamento deles em nossos lares, vendo que
estão mais serenos e fazem o pedido de verduras e legumes nas refeições, quando antes não
era feita esta cobrança.
Figura 18 – Percentual de familiares que aprovaram a realização do projeto como oficina
ocupacional para os usuários CAPS
4.5 Visões dos profissionais do CAPS da utilização da horta agroecológica
Na opinião dos profissionais do CAPS entrevistados (oito profissionais) as
realizações das oficinas agroecológica como oficina ocupacional auxiliaram aos tratamentos
dos usuários e classificaram como uma importante ferramenta, (figura 18) visto que 100 %
deles responderam que sim.
Figura 19 – Percentual de avaliações dos profissionais do CAPS
27
Para Maria Domarice Nogueira Bezerra, Pedagoga do CAPS em sua concepção sobre
a execução do projeto.
As hortas agroecológica são constituídas com o objetivo ocupacional, isto é,
rompendo com a terapia ocupacional tradicional, mas construindo efetivas
responsabilidades sociais e ambientais. Por um lado, o trabalho na horta
surge como construção real da reinserção social para pessoas com
sofrimento psíquico as quais o mundo possa ver com bons olhos e possam
oferecer oportunidades. Surge como espaço de construção de possibilidades
subjetivas e objetivas, de validação e reprodução social dos sujeitos
envolvidos neste projeto (depoimento verbal).
(MORIN, 1999). Se nos fixarmos numa concepção determinista do ser humano, não
existe possibilidade de liberdade e assim ela aparece como uma simples ilusão. Se adotarmos
uma visão espiritualista de liberdade, ela será independente das condições físicas, biológicas,
sociológicas. Propomos conceber as possibilidades de liberdade humana nas e pelas
dependências ecológicas, sociais, culturais, históricas. Tentamos ir além do geneticismo, do
culturalismo, do sociologismo, integrando o gene, a cultura, a sociedade.
A agroecologia trilha nesse novo horizonte tratando-se, então de reconhecer que
estamos diante de uma realidade complexa, cujo entendimento requer um enfoque
paradigmático capaz de unir os conhecimentos de diferentes ideais profissionais, científicos e
tecnológicos.
Os profissionais afirmaram, unanimemente, que perceberam um melhor
comportamento após as atividades realizadas na horta. “Os usuários às vezes se” antecipavam
da hora das atividades devido à responsabilidade com os seus afazeres perguntando quando se
era o dia deles trabalhar na horta, até porque é uma forma nova de atividade e a horta tem
espaço físico diferenciado, é uma forma de sair de quatro paredes: Na horta é onde o usuário
se sente com mais liberdade, vejo isso todas às vezes que venho aqui com eles para contribuir
com as atividades do projeto, afirmou Adriana Rabelo Loureiro Costa psicóloga do CAPS.
Foi perguntado aos profissionais se as oficinas ocupacionais trabalhadas com a
temática da horta contribuíram para a recuperação dos usuários. Para 100% dos entrevistados,
observou-se uma mudança comportamental com relação à educação ambiental. As ações em
outras oficinas haviam mudado até mesmo que não havia mais sujeiras no pátio interno do
CAPS e sempre eles conversavam a respeito da necessidade de manter o ambiente limpo.
“Sem contar que as atividades das hortas despertou nos usuários o trabalho cooperado, com
responsabilidade e percebendo que um dependia do outro para que o serviço ficasse bem
feito”, afirmou um profissional. Essa ação reflete o que Lucena et. al. (1999) pontuaram que
28
o emprego de métodos e ferramentas para o trabalho cooperativo chega também à esfera
educacional, tornando usuais as expressões trabalho cooperativo em educação ou aprendizado
cooperativo como termos correntes e significando atividades similares. Recentemente, o
termo aprendizado cooperativo tem sido bastante difundido.
Questionados com os profissionais. Como você vê a produção de hortaliças no CAPS,
onde parte do público atendido é agricultor ou filho de agricultores, 100 % aprovaram e
achavam excelente a propagação dos ideais desse Projeto em outras instituições. Para eles,
essa iniciativa, além de ensinar os usuários a produzirem, estava demonstrando aos usuários a
importância da profissão dos pais deles, embora muitos não considerassem a agricultura como
ofício.
Ao serem questionados se recomendariam esta modalidade de oficina ocupacional a
outras instituições de recuperação de saúde mental, 100 % deles responderam que sim. O
depoimento abaixo reflete bem a impressão dos profissionais do CAPS sobre a importância
desse tipo de ação como auxiliar ao tratamento dos usuários do CAPS.
Sou convicto ao afirmar que no contexto de uma concepção social o Projeto
Horta agroecológica surge como uma plataforma estratégica para
intervenções renovadoras, de caráter humanitário, educativo ou terapêutico.
Martinho Sérgio de Medeiros Casado- Enfermeiro do CAPS (depoimento
verbal).
Na coletânea das informações contidas nos formulários, os profissionais narraram
que a atividade desenvolvida na horta melhorou expressivamente a qualidade de vida e o
comportamento dos usuários, pelo crescente prazer em que os mesmos tinham em cuidar das
hortas e que eles passaram a relacionar as demais atividades ocupacionais realizadas no CAPS
com a horta agroecológica.
29
5 CONCLUSÕES
1. A horta diversificada de base agroecológica foi implantada no Centro de Atenção
Psicossocial I do município de Picuí – PB;
2. Verificou-se que a maioria dos usuários é mulher com idade entre 31-60 anos,
aposentando, pensionista ou recebe auxílio doença e que estes usuários sofrem
principalmente de ansiedade, inquietação delírio e nervosismo;
3. A realização de atividades ocupacionais em hortas agroecológicas pode ser uma
ferramenta efetiva na melhoria de qualidade de vida dos usuários, do seu
comportamento e amenizador dos sofrimentos psíquicos que os acompanha, além
de possibilitar melhoria na alimentação dos usuários e seus familiares.
30
REFERÊNCIAS
1. ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba-
RS: Agropecuária, 2002, 592 p.
2. AMARANTE, P. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.
3. AMARANTE, Paulo (org.). Loucos Pela Vida: A Trajetória da Reforma Psiquiátrica no
Brasil. Rio de Janeiro. Panorama/ENSP, 1995.
4. AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. 2. ed. Rio de Janeiro, Ed.
Fiocruz, 2008. 117 p.(Coord.). Saúde mental, políticas e instituições: Programa de
Educação a Distância. Rio de Janeiro. Módulo. 7. Fiotec/Fiocruz, EAD/Fiocruz. 2009. 90
p. 7
5. BEZERRA Filho, J. G., L. R. Pontes, L. Mina Dde e M. L. Barreto. [Infant mortality and
sociodemographic conditions in Ceara, Brazil, 1991 and 2000]. Rev Saude Publica, 41, 6,
1023‐1031. 2007.11.
6. BRASIL, http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=33929.
Acesso em 02 de agosto de 2013.
7. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS. Saúde Mental
no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília : Ministério da Saúde, 2004.
8. BUELONI, C. S. S. Terapia Ocupacional e cotidiana: em busca da essência. In: Temas –
São Paulo, v.24, n.47, p.114-22, 1994.
9. Camargo Z, Rusilo LC, Madureira S. Evaluating speech samples designed for the Voice
Profile Analysis Scheme for Brazilian Portuguese. In: Botinis A, editor. Proceedings of the
Fourth ISCA Tutorial and Research Workshop on Experimental Linguistics. 2011 Mai 25-
27; Paris. Paris: ISCA; 2011. p. 55-8.
10. CAMARGO, Carolina Maria Olim Nóbrega (Campus Experimental de Dracena, UNESP,
Dracena), Willian Paulino Fernandes (Campus Experimental de Dracena, UNESP,
Dracena), Aurã Ferreira Martins (Campus Experimental de Dracena, UNESP, Dracena),
31
Juliana Andréia de Oliveira (Campus Experimental de Dracena, UNESP, Dracena), Daniel
Nicodemo (Campus Experimental de Dracena, UNESP, Dracena, 2011).
11. CARVALHO, Rosita Edler. Temas em educação especial. Ed. 2. , R. de Janeiro, WVA
Editora,1998. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política nacional de alimentação e nutrição.
Brasília, 1997.
12. COSTABEBER, J. A.; CAPORAL, F. R. “Possibilidades e alternativas do
desenvolvimento rural sustentável”. In: VELA, H. (Org.). Agricultura Familiar e
Desenvolvimento Rural Sustentável no Mercosul. Santa Maria: Editora da UFSM/Pallotti,
2003. p.157-194.
13. DITTRICH, Alexandre. Psicologia, Direitos Humanos e Sofrimento Mental: Ação,
Renovação e Libertação. In: Psicologia Ciência e Profissão. Ano 18, n° 1, 1998. p. 38-55.
14. E. MORIN, (1999). Antropologia da liberdade pag. 10, texto traduzido, La Méthode 4,
Paris, Seuil, 1991. Em arquivo PDF.
15. ETHOS, Instituto. O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com
deficiência. São Paulo: 2002.
16. FERRARI, S. M. Indagações sobre a concepção de cenário em Terapia Ocupacional. In:
Revista do Centro de Estudos de Terapia Ocupacional, n.4, p.6-10, set. 1999.
17. GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4.ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
18. GRANDESSO, M. A. (2000), Sobre a Reconstrução do significado: Uma Análise
Epistemológica e Hermenêutica da Prática Clínica, São Paulo: Casa do Psicólogo.
19. INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL,
<http://www.ethos.org.br>. Acesso em: ago. 2013.
20. JACOBI, P. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago. 2005
21. JACOBI, P. Meio ambiente urbano e sustentabilidade: alguns elementos para a reflexão.
In: CAVALCANTI, C. (Org.). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas
públicas. São desenvolvimento sustentável e políticas públicas. Paulo: Cortez Editora,
1997.
32
22. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política nacional de alimentação e nutrição. Brasília, 1997.
23. OMS. São Paulo: BIREME / OPAS / OMS, Julho 2008. 150 p. 1.
24. PAVEZI, caminho dos cantos: morar e intersetorialidade na saude mental. Fractal: Revista
de Psicologia, vol.22, n.3, Rio de Janeiro, 2010.
25. REIGOTA, M.A.S. (1991). O meio ambiente e suas representações no ensino em São
Paulo, Brasil. Uniambiente. Brasília, ano 2, 1, 27-30.
26. REINALDO, A. M. S.; ROCHA, R. M. Visita domiciliar de enfermagem em saúde
mental: idéias para hoje e amanhã. Revista Eletrônica de Enfermagem. v. 4, n. 2, p. 36-41,
2002.
27. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão construindo uma sociedade para todos.3 ed. Rio de
Janeiro: WVA, 1999. 174p.
28. SILVA, Reinaldo. Teorias da Administração, 2002. p. 153.
29. SILVEIRA, D. L. ; MORAIS, T. P. ; RUFINO, M. A. ; BORGES, M. ; GOUVEIA, R. ;
LUZ, J. M. Q. . Atividade de horta terapêutica no auxilio ao tratamento de pacientes
portadores de sofrimento mental grave. In: 47º Congresso Brasileiro de Olericultura e IV
Simpósio Brasileiro Sobre Cucurbitáceas, 2007, Porto Seguro. Horticultura Brasileira,
2007. v. 25.
30. STAINBACK, S.; STAINBACK, W.; EAST, K.; SHEVIN, M. A inclusão e o
desenvolvimento de uma auto-identidade positiva em pessoas deficientes. In:
STAINBACK, S.; STAINBACK, W. (Org.). Inclusão: um guia para educadores. Porto
alegre: Artes Médicas Sul, 1999. pág. 407-413.
31. SZASZ, T. 1978 "Contra o caso intervenções psiquiátricas obrigatórias" The Lancet
13/05/1978.
32. TEDESCO José Carlos. Agrodiversidade, agroecologia e agricultura familiar: velhas e
novas faces de um processo de desenvolvimento na região de Passo Fundo – Pós-anos 90.
Porto Alegre: Editora da Universidade de Passo Fundo, 2006.
33. VERÍSSIMO, Hildemar. (2005) “Inclusão: a educação da pessoa com necessidades
educativas especiais – velhos e novos paradigmas”. Disponível em:
33
http://200.156.28.7/Nucleus/media/common/Nossos_Meios_RBC_RevAbr2001_Artigo%
202.rtf. Acesso em jul. de 2013.
34. WANDERLEY, M. Refletindo sobre a noção de exclusão. In: Sawaia, B. (Org.). As
artimanhas da exclusão - análise psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis:
Vozes, 1999, pp.16-26
34
Apêndices
35
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA
E TECNOLOGIA DA PARAÍBA - CAMPUS PICUÍ.
Projeto: Horta Agroecológica: Uma ferramenta para
reinserção do portador de sofrimento mental
Apêndice A: Questionário para os usuários do CAPS
Nome do usuário __________________________________ Idade ______
1. O que você achou do projeto horta agroecológica?
( ) ruim ( ) regular ( ) bom ( ) ótimo
2. Você tem o hábito de consumir hortaliças?
( ) sim ( ) não
3. Você passou a consumir mais hortaliças depois dos ensinamentos nas
oficinas sobre as propriedades dos mesmos?
( ) sim ( ) não
4. Foi proveitoso para você aprender a plantar hortaliças?
( ) sim ( ) não
5. Você acha que a horta no CAPS contribui para a melhoria das
refeições que são oferecidas para vocês?
( ) sim ( ) não
6. Depois dos ensinamentos e da experiência vivenciada nas hortas, você
plantou hortaliças em casa?
( ) sim ( ) não
36
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA
E TECNOLOGIA DA PARAÍBA - CAMPUS PICUÍ
Projeto: Horta Agroecológica: Uma ferramenta para
reinserção do portador de sofrimento mental
Apêndice B: Questionário para os profissionais do CAPS
Nome do Entrevistado (a)________________________________________
Função que exerce _____________________________________________
01. Você acha que as oficinas ocupacionais trabalhada com a temática das
hortas contribuíram para a recuperação dos usuários?
( ) sim ( ) não
02. Você acha que a horta no CAPS contribuiu para a melhoria das
refeições dos usuários?
( ) sim ( ) não
03. Você notou interesse dos usuários pelas oficinas na horta?
( ) sim ( ) não
04. Você acha que o projeto da horta ocupacional proporcionou uma
conscientização nos usuários no tocante ao meio ambiente?
( ) sim ( ) não
05. Como você vê a produção de hortaliças no CAPS, onde a maioria do
público alvo são agricultores e filhos de agricultores?
( ) ruim ( ) boa ( ) ótima
06. Você recomendaria esta modalidade de oficina ocupacional a outras
instituições de recuperação de saúde mental?
( ) sim ( ) talvez ( ) não
37
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA
E TECNOLOGIA DA PARAÍBA - CAMPUS PICUÍ
Projeto: Horta Agroecológica: Uma ferramenta para
reinserção do portador de sofrimento mental
Apêndice C: Questionário para os familiares dos usuários do CAPS
Nome do Entrevistado (a) ____________________________ Idade______
01. Você tem horta em Casa?
( ) sim ( ) não
02. Como você vê a iniciativa da implantação de hortas no CAPS como ferramenta de
ocupação para o seu familiar?
( ) ruim ( ) regular ( ) boa ( ) ótima
03. Você notou alguma mudança no habito alimentar do seu familiar no que diz
respeito ao consumo de hortaliças?
( ) sim ( ) não
04. Você acha que consumir hortaliças faz bem à saúde?
( ) sim ( ) não
05. Com que frequência é consumida hortaliças em sua casa?
( ) às vezes ( ) diariamente ( ) nunca
38
ANEXO
39
ESTADO DA PARAÍBA PREFEITURA MUNICIPAL DE PICUÍ/PB
SECRETARIA DE SAÚDE CNPJ 08.619.650/0001-21
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial
Anexo A: EXERCÍCIO TEORICO DA HORTA AGROECOLÓGICA
Pedagoga: Maria Domarice Nogueira Bezerra
Nome usuário: ____________________________________________________
Data: ____/____/___________
Tabela de convenção de medidas
Braça 2,20 metros
Pé 33 centímetro
Palmo 22 centímetro
1. Marque com um x as respostas corretas:
Se o espaço ocupado pela horta agroecológica no terreno do CAPS tem 240 metros²,
quanta braças ela ocupa?
( ) 180 braças²
( ) 310 braças²
( ) 109 braças²
2. Os canteiros da horta têm 2 metro², quantos pés eles tem?
( ) 6,06 pés²
( ) 10,03 pés²
( ) 8, 04 pés²
3. Plantamos nas entre linhas dos canteiros 1 palmo, este espaço ficou com quantos
centímetros?
( ) 41 centímetros²
( ) 28 centímetros²
( ) 22 centímetros²