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ATA Nº 38, DE 18 DE OUTUBRO DE 2011 - SESSÃO EXTRAORDINÁRIA - SEGUNDA CÂMARA APROVADA EM 19 DE OUTUBRO DE 2011 PUBLICADA EM 20 DE OUTUBRO DE 2011 ACÓRDÃOS Nºs 9724 a 9922 e 9924 Tribunal de Contas da União Secretaria das Sessões

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ATA Nº 38, DE 18 DE OUTUBRO DE 2011

- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA -

SEGUNDA CÂMARA

APROVADA EM 19 DE OUTUBRO DE 2011 PUBLICADA EM 20 DE OUTUBRO DE 2011

ACÓRDÃOS Nºs 9724 a 9922 e 9924

Tribunal de Contas da União Secretaria das Sessões

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 2

ATA Nº 38, DE 18 DE OUTUBRO DE 2011 (Sessão Extraordinária da Segunda Câmara)

Presidência do Ministro Aroldo Cedraz Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e

Silva Secretária da Sessão: AUFC Elenir Teodoro Gonçalves dos Santos Com a presença dos Ministros Raimundo Carreiro e José Jorge, dos Ministros-substitutos

Marcos Bemquerer Costa (convocado para substituir o Presidente, Ministro Augusto Nardes) e André Luís de Carvalho, bem como da Representante do Ministério Público, Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva, o Ministro Aroldo Cedraz, na Presidência, invocando a proteção de Deus, declarou aberta a Sessão Extraordinária da Segunda Câmara às dezesseis horas, havendo registrado as ausências do Presidente, Ministro Augusto Nardes, em missão oficial e do Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti, por estar exercendo as funções de ministro na Primeira Câmara (Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, artigos 33, 55, inciso I, alíneas a e b, II, alíneas a e b e III, 133, incisos I a IV, VI e VII, 134 a 136 e 140).

HOMOLOGAÇÃO DE ATA

A Câmara homologou a Ata n.º 37, da Sessão Extraordinária realizada em 11 de outubro

corrente (Regimento Interno, artigos 33, inciso X, e 95, inciso I).

PUBLICAÇÃO DA ATA NA INTERNET Esta Ata, bem como seu Anexo, está publicada na página do Tribunal de Contas da União

(Resolução TCU nº 184/2005).

PROCESSOS RELACIONADOS A Segunda Câmara aprovou as relações de processos apresentadas pelos respectivos

Relatores, bem como os Acórdãos de nºs 9724 a 9885, a seguir transcritos (Regimento Interno, artigos 137, 138, 140 e 143 e Resoluções TCU nº164/2003 e nº 184/2005).

a) Ministro Aroldo Cedraz (Relação nº 31);

ACÓRDÃO Nº 9724/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “d”, do Regimento Interno, c/c o enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência predominante do Tribunal, ACORDAM, por unanimidade, em retificar, por inexatidão material, o Acórdão 3010/2011 – TCU – 2ª Câmara, prolatado na sessão de 17/5/2011, Ata 16/2011, de modo que, onde se lê: “1. Processo: TC 006.035/2005-“, leia-se: “1. Processo: TC 006.035/2005-4”; e onde se lê: “contra o acórdão 527/2008-2ª Câmara”, leia-se: “contra o acórdão 884/2010 – 2ª Câmara”, mantendo-se inalterados os demais termos do Acórdão ora retificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-006.035/2005-4 (PEDIDO DE REEXAME EM APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Altamiro Jose da Costa (014.130.231-34) 1.2. Entidade: Universidade Federal de Goiás – UFG. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 3 1.4. Advogados constituídos nos autos: Denise Silva Dias de Pina (OAB/GO 22.437), Ivan Ricardo Dias (OAB/GO 11.635), Ivanisa Cristina Dias (OAB/GO 20.884) e Maria Isabel Silva Dias (OAB/GO 13.796).

ACÓRDÃO Nº 9725/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92; artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno; e §§ 1º e 2º do art. 6º da Resolução 206/2007, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, fazendo-se a determinação sugerida nos pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-014.017/2009-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Francisco das Chagas Moreira (043.629.503-20); Franklin Sydnei Cesar Fernandes Maciel (113.902.983-53); Jose Miguel da Costa (065.990.442-04); Jose Pessoa de Sousa (058.496.753-53); José Francisco Pinheiro (089.320.006-97) 1.2. Entidade: Departamento de Polícia Rodoviária Federal - MJ 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar a correção das informações constantes no sistema Sisac, relativamente à discriminação dos tempos de serviço dos servidores acima nominados, de acordo com o exposto na instrução de fls. 78/81 dos autos.

ACÓRDÃO Nº 9726/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V; 39, inciso II, da Lei 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II; 260, §§ 1º e 2º, todos do Regimento Interno; e §§ 6º e 7º do art. 3º da Resolução 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame do ato de aposentadoria de Airton Andrade Correia, e legais, para fins de registro, os atos de concessão referentes aos demais interessados identificados no item 1.1., de acordo com o parecer do Ministério Público junto ao TCU.

1. Processo TC-022.959/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Ailton Teixeira Amaral (150.257.806-91); Airton Andrade Correia (041.470.143-72); Aldo Vitorino de Menezes (015.855.683-68); Antonio Lazaro Dantas (012.607.404-63); Francisca Celestina de Albuquerque (058.612.093-91); Francisco Benedito da Silva (026.509.914-53); Francisco Ezequiel de Araújo (002.038.661-34); Francisco Moura Bezerra (051.943.183-91); Joao Alves de Souza Filho (034.483.635-53); Joao Peixoto Filho (024.356.244-68); Joaquim Ribeiro Filho (021.387.943-34); Jose Bezerra da Silva (014.778.384-49); Jose Jurandir Reis de Aragão (050.990.645-15); Jose Rodrigues da Cruz (009.050.034-20); Luiz Aires de Barros (036.978.194-53); Luiz de Souza (012.550.454-34); Manoel Cândido de Melo (031.172.194-04); Manoel Teodoro de Araujo (028.262.914-91); Maria Gonçalves Moreira (193.139.423-72); Pedro Evangelista de Medeiros (041.070.634-53); Raimundo Alves da Silva (051.938.423-72); Raimundo Ferreira (052.878.713-68); Raimundo Formiga de Andrade (134.545.523-20); Raimundo Nonato da Silva (120.488.283-53); Roberto Morse de Souza (037.353.463-91); Valdemar Ferreira Gomes (052.096.093-91); Valmir Ribeiro de Amorim (035.601.043-00); Waldir da Silva Reis (011.351.123-04); Walfredo Elpidio da Silva (027.065.555-72); Zilton Teixeira de Oliveira (016.567.083-53) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 4 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI que:

1.5.1.1. no prazo de 60 (sessenta) dias, providencie o encaminhamento, por intermédio do sistema Sisac, nos termos da Instrução Normativa TCU 55/2007, de novos atos de aposentadoria em favor do servidor Airton Andrade Correia, para apreciação por este Tribunal, corrigindo as falhas de preenchimento ora identificadas no parecer do Ministério Público; 1.5.1.2. observe o correto preenchimento do formulário de concessão no sistema Sisac, fazendo constar todas as informações necessárias ao correto exame do ato, bem como garantindo a consistência dos dados fornecidos, sob pena de aplicação das sanções previstas no art. 6º da IN TCU 55/2007.

ACÓRDÃO Nº 9727/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443; art. 143, inciso V, alínea “a”, do Regimento Interno; e art. 7º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação para fins de registro dos atos de concessão a seguir relacionados, por força da cessação dos respectivos efeitos financeiros, motivada pelo falecimento dos respectivos beneficiários ou pelo advento do termo final das condições objetivas necessárias à sua continuidade, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-024.487/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Antonio Sousa de Almeida (034.198.433-72) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9728/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443; art. 143, inciso V, alínea “a”, do Regimento Interno; e art. 7º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação para fins de registro dos atos de concessão a seguir relacionados, por força da cessação dos respectivos efeitos financeiros, motivada pelo falecimento dos respectivos beneficiários ou pelo advento do termo final das condições objetivas necessárias à sua continuidade, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-024.493/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Manoel Eloino Rabelo (034.922.815-91); Manoel Eufrasio da Silva (044.571.374-72); Manoel Gilson Carneiro (011.626.033-56); Manoel Gonçalves da Silva (067.293.394-20); Manoel Juarez Noronha (033.424.333-53); Manoel Maximiano Carneiro (041.083.964-72); Manoel Messias Bernardino (029.567.303-63); Manoel Monteiro da Silva (055.224.124-53); Manoel Muniz de Albuquerque (092.640.004-53); Manoel Pereira (011.636.125-53); Manoel Pereira Lima (143.410.003-06); Manoel Pereira Lima (143.410.003-06); Manoel Rocha (025.855.964-00); Manoel de Luna Soares (016.142.233-00); Marcel Faraday Bastos (032.800.473-15); Marciano Cassimiro da Silva (019.706.903-72); Maria Eglantine de Sales Lopes Soares (015.641.293-49); Maria Zilmar Cavalcante (016.492.303-97); Maria das Dores Silva de Souza (416.592.603-53); Maria do Carmo Barbosa (059.035.563-53); Mario Araujo Almeida (023.178.851-72); Mauricio de Paula Miranda (003.653.433-15); Maurino Faustino dos Santos (033.378.805-25); Messias Carvalho de Souza (036.816.293-15); Miguel Pereira de Carvalho (024.358.374-53); Milton Lopes Galvao (011.417.244-72); Moacir Souza Guedes (005.884.663-87); Napoleao Lopes de Alencar (058.383.714-04); Natalício Vieira da Silva (024.070.604-82); Nelson Martins dos Santos (039.118.104-15); Nicanor Baltazar de Oliveira (019.590.263-72);

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 5 Nivaldo Correia de Andrade (022.248.794-15); Noel Fonseca da Silva (101.427.627-68); Odilon Antonio da Silva (031.156.154-34); Olinto da Silva Uchoa (023.795.703-53); Onofre Nunes de Oliveira (018.347.893-20); Onofre Teixeira de Carvalho (095.526.346-87); Osmar Baltazar de Queiroz (000.392.683-49); Osvaldo Moreira Mota (002.595.513-68); Otavio Cabral Sobrinho (011.854.114-53); Otavio Pereira da Rocha (054.532.083-68); Ozivan Cavalcanti de Araújo (009.939.564-91); Paulo Cavalcanti de Lucena (007.026.504-63); Paulo de Brito Guerra (000.299.633-20); Pedro Dionisio (067.301.754-00); Pedro Pereira de Souza (115.418.226-68); Pedro Pereira dos Santos (160.168.903-91); Pedro Pinheiro Galvao (010.780.974-53); Pedro de Brito Lima (031.670.463-68); Pedro dos Santos Feitosa (036.140.423-91) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9729/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V; 39, inciso II, da Lei 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II; 260, §§ 1º e 2º, todos do Regimento Interno; e dos arts. 3º, §§ 6º e 7º, e 7º da Resolução 206/2007, alterada pela Resolução 237/2010, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame do ato de aposentadoria de fls. 2/5 (Jurema Maciel); prejudicado, por perda de objeto, o exame do ato de aposentadoria de fls. 6/9, (Lindolfo Ponciano Gomes dos Santos); e legais, para fins de registro, os atos de concessão referentes aos demais interessados identificados no item 1.1., de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-024.809/2010-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Jurema Maciel (077.810.919-49); Lindolfo Ponciano Gomes dos Santos (050.135.770-04); Lourdes Deli Peres (483.718.669-68) 1.2. Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Santa Catarina. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9730/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-024.811/2010-6 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Maria Antônia Vendrame Rosa (289.579.389-15); Maria Araci da Silva (246.006.109-97); Maria Bernardete Sandrini May (289.304.609-68); Maria da Graça Cunha (341.969.519-53); Maria da Graça de Espíndola Garcia (223.293.909-04); Neusa Regina Josten Conrat (245.879.909-49); Valdionira Batista (016.296.599-08) 1.2. Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Santa Catarina. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 6

ACÓRDÃO Nº 9731/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-024.814/2010-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Maria Helena Lopes Silva (178.597.789-04); Maria Helena Simao (224.551.409-20); Maria Isabel Schlichiting Minatto (542.793.809-53); Maria Isabel da Silva Domingos (154.785.309-30); Maria Marilena Porto (245.827.789-68) 1.2. Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Santa Catarina. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9732/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-024.816/2010-8 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Maria Felisbino Albino (245.951.959-15); Maria de Lourdes Rohden Flores (454.736.929-15); Marlete Maria Peixoto (376.821.489-34); Marluce Aparecida da Silva (200.275.919-72); Marta Maria Joaquim Peres (221.362.239-68) 1.2. Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Santa Catarina. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9733/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-026.750/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Therezinha Neves Marino (193.010.227-53) 1.2. Entidade: Controladoria-geral da União - PR 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9734/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 7 para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-027.152/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Antonio Guerra Lima (001.431.115-15) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9735/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, incisos II e V, alínea “a”, do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, em reiterar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde na Paraíba/PB a determinação contida no item 9.4 do Acórdão 6784/2010 – TCU – 2ª Câmara, no sentido cadastrar no Sisac novo ato concessório em favor de Amália Bazílio da Silva, tornando-o disponível para apreciação por este Tribunal.

1. Processo TC-027.310/2010-8 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Amália Bazílio da Silva (059.642.374-87) 1.2. Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde na Paraíba. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9736/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-030.727/2010-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Maria Lídia Santos Cassimiro da Silva (110.612.864-87) 1.2. Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde na Paraíba. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9737/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443; art. 143, inciso V, alínea “a”, do Regimento Interno; e art. 7º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação para fins de registro dos atos de concessão a seguir relacionados, por força da cessação dos respectivos efeitos financeiros, motivada pelo falecimento dos respectivos beneficiários ou pelo advento do termo final das condições objetivas necessárias à sua continuidade, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-031.804/2011-0 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Jose Alves dos Santos (058.069.684-72) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 8 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9738/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno, em determinar o destaque do ato de Roberto de Queiroz Padilha (798.457.038-87), para cumprimento das medidas propostas no parecer da Sefip; e considerar legais, para fins de registro, os atos de admissão de pessoal referentes aos demais interessados identificados no item 1.1, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-010.440/2008-7 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Cassia Regina Rodrigues Varga (085.440.618-26); Roberto de Queiroz Padilha (798.457.038-87); Roseli Ferreira da Silva (028.392.078-50); Sissi Marilia dos Santos Forghieri Pereira (083.519.408-60); Valeria Vernaschi Lima (015.499.668-80) 1.2. Entidade: Fundação Universidade Federal de São Carlos - MEC 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9739/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.455/2011-6 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Bruno Mariano Pimenta (325.995.198-96); Camila Vitorino Carvalho (302.607.128-50); Caroline Amado de Luiggi (352.688.208-85); Christian Santos de Santana (192.781.848-61); Cláudio Antonio Teixeira Bastos (744.510.902-10); Daniel Gomes Ruiz (278.360.158-31); Danilo Furtado dos Santos (351.712.828-70); Denis de Barros Antunes (301.930.588-80); Diego Alves Lima (368.818.418-17); Diego Mello Marcondes (358.645.698-01); Diego Rodrigues da Silva (368.770.178-62); Dirceu Costacurta Neto (302.265.078-74); Edielma Rocha Dutra (271.333.808-54); Elen Yumi Suuti Amâncio (150.303.038-55); Erika Cadenazzi Vergine (353.581.988-14); Gabriela Barros Gonçalves (399.212.008-28); Gilvanildo Lima de Vasconcelos (097.747.928-58); Heloiza Cristina Souza Nascimento (368.392.068-82); Henrique Sobrinho D'alessandro Assaf (384.095.948-97); Hilton Takedi Miyashiro (405.635.878-81); José Fernando Conte (333.901.118-40); Karl Dantas Filho (624.092.554-34); Laine Cristina Firmo (298.974.098-82); Leandro do Nascimento (362.806.728-67); Lucas Soares de Faria (395.156.848-89); Luciana Gonçalves Mota (338.298.178-51); Marcelo Gonzalez Pereira (294.500.858-03); Marcos Castro Alves (159.208.128-26); Maria Luiza de Oliveira Castro (080.126.656-46); Márcio Cruz Leite (283.170.398-03); Márcio Ricardo Silva Félix (318.085.568-10); Percival Moreira Rocha Junior (052.479.328-03); Saulo de Paula Machado (369.138.788-85); Suzanni Santana Lima Floriano (371.607.848-47); Tassiane Bento Bispo (395.488.508-50); Tássia Edith Furquim Fernandes (373.232.578-40); Veralucia Joaquina de Brito (621.512.906-20); Victória Estella Nascimento dos Santos (424.939.098-52); Wilson Porto de Oliveira Netto (037.861.916-03) 1.2. Entidade: Companhia Docas do Estado de São Paulo 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 9

ACÓRDÃO Nº 9740/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo 7º, inciso II, da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por perda de objeto, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, por força da cessação dos respectivos efeitos financeiros, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-027.023/2011-7 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Marcos Antonio de Aquino Junior (127.435.678-48); Rosenilde Brito Campos (520.654.802-20) 1.2. Entidade: Empresa Brasil de Comunicação. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9741/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-029.694/2011-6 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessado: Jaqueline Rodrigues Costa (875.870.921-53) 1.2. Entidade: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9742/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo §§ 6º e 7º do artigo 3º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, e fazer as determinações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-030.515/2011-4 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Cicero Antonio Cavalcante de Araujo (036.993.253-69); Denise Barros de Oliveira (640.502.623-04) 1.2. Órgão: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que cadastre no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta dias), novos atos de admissão relativos aos servidores acima nominados, corrigindo as falhas ora identificadas, ou detalhando a situação concreta no campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 10 1.5.2. orientar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada no sentido de que o encaminhamento de atos de admissão ou concessão contendo omissões e inconsistências injustificadas, pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei 8443, de 1992.

ACÓRDÃO Nº 9743/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo §§ 6º e 7º do artigo 3º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, e fazer as determinações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-030.523/2011-7 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessado: Edenilson Jose Medeiros de Souza (539.206.191-53) 1.2. Entidade: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - Infraero 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que cadastre no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta dias), novos atos de admissão relativos aos servidores acima nominados, corrigindo as falhas ora identificadas, ou detalhando a situação concreta no campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”; 1.5.2. orientar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada no sentido de que o encaminhamento de atos de admissão ou concessão contendo omissões e inconsistências injustificadas, pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei 8443, de 1992.

ACÓRDÃO Nº 9744/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo §§ 6º e 7º do artigo 3º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, e fazer as determinações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-030.593/2011-5 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessado: Bernarda Maria Neta Rodrigues (044.910.874-07) 1.2. Entidade: Hospital das Forças Armadas - Md 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que cadastre no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta dias), novos atos de admissão relativos aos servidores acima nominados, corrigindo as falhas ora identificadas, ou detalhando a situação concreta no campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”; 1.5.2. cientificar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que o encaminhamento de atos de admissão ou concessão contendo omissões e inconsistências injustificadas, pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei 8443, de 1992.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 11

ACÓRDÃO Nº 9745/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo §§ 6º e 7º do artigo 3º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, e fazer as determinações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-030.599/2011-3 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessado: Walter Antonio Desidera Neto (059.432.619-23) 1.2. Entidade: Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - PR 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que cadastre no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta dias), novos atos de admissão relativos aos servidores acima nominados, corrigindo as falhas ora identificadas, ou detalhando a situação concreta no campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”; 1.5.2. dar ciência ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que o encaminhamento de atos de admissão ou concessão contendo omissões e inconsistências injustificadas, pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei 8443, de 1992.

ACÓRDÃO Nº 9746/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo §§ 6º e 7º do artigo 3º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, e fazer as determinações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-030.614/2011-2 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Rodrigo Ascenso Reis Ribeiro (024.840.901-88); Vicente Cavalcanti Ibiapina Parente (004.873.071-86) 1.2. Órgão: Ministério da Integração Nacional (vinculador) 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que cadastre no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta dias), novos atos de admissão relativos aos servidores acima nominados, corrigindo as falhas ora identificadas, ou detalhando a situação concreta no campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”; 1.5.2. orientar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada no sentido de que o encaminhamento de atos de admissão ou concessão contendo omissões e inconsistências injustificadas, pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei 8443, de 1992.

ACÓRDÃO Nº 9747/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso V; e 39, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII; 143, inciso II, do Regimento Interno, e artigo §§ 6º e 7º do artigo 3º da

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 12 Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicado, por inépcia, o exame dos atos de admissão a seguir relacionados, e fazer as determinações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-030.679/2011-7 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Artur Henrique Callegari (955.236.420-53); Igor Menezes Sampaio (805.441.423-49); Maira Sayuri Gadanha (271.216.468-70); Marco Antonio Rodrigues Pieroni (053.263.717-82); Maria da Conceição Soares Moura (394.908.153-49); Renato Feitoza Aragão Junior (273.481.028-08); Sayonara Pinheiro Carizzi (907.595.161-20); Tatiana Cabral Xavier Accioly (040.620.924-33) 1.2. Órgão: Advocacia-Geral da União - PR 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada que cadastre no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta dias), novos atos de admissão relativos aos servidores acima nominados, corrigindo as falhas ora identificadas, ou detalhando a situação concreta no campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”; 1.5.2. orientar ao órgão de pessoal da unidade jurisdicionada no sentido de que o encaminhamento de atos de admissão ou concessão contendo omissões e inconsistências injustificadas, pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei 8443, de 1992.

ACÓRDÃO Nº 9748/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443; art. 143, inciso V, alínea “a”, do Regimento Interno; e art. 7º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação para fins de registro dos atos de concessão a seguir relacionados, por força da cessação dos respectivos efeitos financeiros, motivada pelo falecimento dos respectivos beneficiários ou pelo advento do termo final das condições objetivas necessárias à sua continuidade, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-025.423/2011-8 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Aluiza Divanilda Sobrinho (935.136.744-49); Ana Camelo Damasceno (787.317.713-00); Cecilia Carmelia de Oliveira (058.632.363-53); Clessy Ellen Sobrinho (062.031.824-43); Elisângela Duarte da Silva (615.888.573-87); Elvira Simoes de Azevedo Siqueira (478.315.884-34); Gilda Vieira Lima Silva (180.902.063-87); Jose Evilázio Viriato da Costa (039.941.863-66); João Vicente de Menezes Filho (073.232.354-13); Luciana Henrique da Silva (218.533.068-35); Maria Alexandrina Conceiçao de Souza (865.182.085-20); Maria Amália de Lira (774.650.324-15); Maria Firmina Martina (286.562.884-15); Maria Lacerda dos Santos (025.450.624-05); Maria Lourdes de Queiroga Lima (007.816.454-09); Maria Luiza de Almeida Tavares (007.354.874-05); Maria Socorro Ferreira Silva (454.586.003-63); Maria de Lourdes Batista (024.872.894-65); Osvaldina de Oliveira Santos (888.126.424-20); Samuel Mendes Monte (007.126.083-89); Severina de Lima Goes (965.973.304-63); Zilda Gomes do Nascimento Lima (641.750.495-68) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9749/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443; art. 143, inciso

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 13 V, alínea “a”, do Regimento Interno; e art. 7º da Resolução TCU 206/2007, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação para fins de registro dos atos de concessão a seguir relacionados, por força da cessação dos respectivos efeitos financeiros, motivada pelo falecimento dos respectivos beneficiários ou pelo advento do termo final das condições objetivas necessárias à sua continuidade, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-031.885/2011-0 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Francisco Fabiano de Almeida (051.651.674-45); Francisco Fabio de Almeida (009.742.744-61); Jose Wildson Hermínio Tavares Almeida (051.353.334-60) 1.2. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - MI 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9750/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, considerando que, ao julgar as presentes contas regulares com ressalvas, com os ajustes das determinações sugeridas pela unidade instrutiva ao posicionamento do Ministério Público, ocorreram diversos erros de natureza material no Acórdão 1617/2011 – TCU – 2ª Câmara, ACORDAM, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “d”, do Regimento Interno, c/c o enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência predominante do Tribunal, ACORDAM, por unanimidade, em:

1. Processo TC-021.068/2008-4 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2007) 1.1. Responsáveis: Carlos Augusto Nunes Rodrigues (164.833.243-91); Enilson da Silva Parente (218.985.293-53); Fernando Henrique Monteiro Carvalho (143.038.763-72); Francisco Antonio Alves Lopes (117.767.143-34); Francisco Ferreira Neto (031.768.273-34); Francisco Jairo Praciano (194.282.943-49); Francisco da Silva Reis (119.672.423-72); Francisco das Chagas Fernandes (210.611.303-04); Jesualdo Pereira Farias (112.745.143-04); Joana Darc Cabral Figueiredo (204.911.743-49); Jose Paulo de Lima (116.245.233-15); Kecia Maria Mendes (511.534.593-53); Lucia Leda Rodrigues Lima (232.156.073-87); Luis Alberto Rodrigues (122.927.293-34); Luis Carlos Uchoa Saunders (001.149.103-59); Rene Teixeira Barreira (018.207.963-53); Ícaro de Sousa Moreira (090.783.123-00) 1.2. Entidade: Universidade Federal do Ceará - MEC 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. retificar, por inexatidão material, o Acórdão 1617/2011 – TCU – 2ª Câmara, prolatado na sessão de 22/3/2011, Ata 8/2011, de modo que: 1.5.1. no subitem 1.4.1.9, onde se lê: “adote medidas para a correção de posicionamento na carreira de catorze servidores, desde o enquadramento da Lei nº 11.091/2005, levantando valores eventualmente pagos a maior, com vistas à reposição dos valores ao erário, na forma do art. 46 da Lei nº 8.112/90; (item: 1.1.5.1 do Relatório CGU/CE 208.483); xiv) identificar e excluir registros em duplicidade lançados no SISACNET de atos de admissão, aposentadoria e pensão; (item 1.1.5.2 do Relatório CGU/CE 208.483); xv) dar cumprimento ao disposto na Instrução Normativa TCU nº 005/94 e na Lei nº 8.730 em relação à entrega das declarações de bens e rendas dos servidores ocupantes de cargos de direção e funções gratificadas, referentes aos anos-base de 1998 a 2003; (item: 1.1.5.6 do Relatório CGU/CE 208.483);”, leia-se: “adote medidas para a correção de posicionamento na carreira de catorze servidores, desde o enquadramento da Lei nº 11.091/2005, levantando valores eventualmente pagos a maior, com vistas à reposição dos valores ao erário, na forma do art. 46 da Lei nº 8.112/90; (item: 1.1.5.1 do Relatório CGU/CE 208.483);”;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 14 1.5.2. no subitem 1.4.1.15, onde se lê: “efetue pagamento a contratadas somente após regularização da respectiva situação junto ao INSS e ao FGTS, conforme determinação constitucional, art. 195 da Constituição Federal de 1988 (item: 1.1.9.16 do Relatório CGU/CE 208.483); xxvii) planejar as aquisições, evitando realizar compra de bens com base no inc. IV, art. 24, Lei n° 8.666/93 sem comprovada situação emergencial (item: 1.3.3.1 do Relatório CGU/CE 208.483);”, leia-se: “efetue pagamento a contratadas somente após regularização da respectiva situação junto ao INSS e ao FGTS, conforme determinação constitucional, art. 195 da Constituição Federal de 1988 (item: 1.1.9.16 do Relatório CGU/CE 208.483);”; 1.5.3. no subitem 1.4.1.22 [item de determinações], onde se lê: “adote medidas de controle na movimentação dos veículos oficiais, registrando nos mapas de controle os requisitos estabelecidos na IN/MP 1, de 21/6/2007 (item: 4.3.1.1 do Relatório CGU/CE 208.483);”, modifique-se para: “reveja o valor do contrato de Concessão de Uso de Imóvel S/N, com o Parque de Desenvolvimento Tecnológico – PADETEC, uma vez que não guarda consonância com o "Laudo de Avaliação de Aluguel" emitido pela PLANOP – Superintendência de Planejamento Físico e Operações, o qual deveria ter sido tomado como base para o valor da prestação” ; 1.5.4. no subitem 1.4.2.17 [item de alerta], onde se lê: “rever o valor do contrato de concessão de Uso de Imóvel S/N, com o Parque de Desenvolvimento Tecnológico – PADETEC, uma vez que não guarda consonância com o "Laudo de Avaliação de Aluguel" emitido pela PLANOP – Superintendência de Planejamento Físico e Operações, o qual deveria ter sido tomado como base para o valor da prestação (item: 4.2.1.8 do Relatório CGU/CE 208.483);” modifique-se para: “identificar e excluir registros em duplicidade lançados no SISACNET de atos de admissão, aposentadoria e pensão; (item: 1.1.5.2 do Relatório CGU/CE 208.483);”; 1.5.5. no subitem 1.4.2.18 [item de alerta], onde se lê: “rever o valor do contrato de concessão de uso firmado com a Associação dos Professores de Ensino Superior do Ceará – APESC, uma vez que não guarda consonância com o "Laudo de Avaliação de Aluguel", o qual deveria ter sido tomado como base para o valor da prestação, cumprindo a determinação contida no item 9.2.2 do Acórdão n° 451/2007-TCU- 2a Câmara (item: 4.2.1.9);”, modifique-se para: “dar cumprimento ao disposto na Instrução Normativa TCU 5/94 e na Lei 8.730/93 em relação à entrega das declarações de bens e rendas dos servidores ocupantes de cargos de direção e funções gratificadas, referentes aos anos-base de 1998 a 2003; (item: 1.1.5.6 do Relatório CGU/CE nº. 208.483);”; 1.5.6. incluir subitem de determinação sob sequencial numérico 1.4.1.23, em face da modificação do subitem 1.4.2.18, com a seguinte redação: “1.4.1.23. reveja o valor do contrato de concessão de uso firmado com a Associação dos Professores de Ensino Superior do Ceará – APESC, uma vez que não guarda consonância com o "Laudo de Avaliação de Aluguel", o qual deveria ter sido tomado como base para o valor da prestação, cumprindo a determinação contida no item 9.2.2 do Acórdão n° 451/2007-TCU- 2a Câmara (item: 4.2.1.9 do Relatório CGU/CE nº. 208.483);”; 1.5.7. incluir os seguintes subitens: “1.4.2. 22. adotar medidas de controle na movimentação dos veículos oficiais, registrando nos mapas de controle os requisitos estabelecidos na IN/MP n° 1, de 21/6/2007 (item: 4.3.1.1 do Relatório CGU/CE 208.483); 1.4.2.23. planejar as aquisições, evitando realizar compra de bens com base no inc. IV, art. 24, Lei 8.666/93 sem comprovada situação emergencial (item: 1.3.3.1 do Relatório CGU/CE 208.483)” ; e 1.5.8. manter inalterados os demais termos do acórdão ora retificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 15

ACÓRDÃO Nº 9751/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, com fundamento nos artigos 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso I; 143, inciso I, alínea “b”; 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno, em julgar regulares as contas a seguir relacionadas e dar quitação plena aos responsáveis, de acordo com o parecer do Ministério Público junto ao TCU.

1. Processo TC-031.535/2010-0 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsáveis: Augusto Cesar Elihimas de Carvalho (095.835.054-04); João Paulo Baccara Araújo (097.966.816-68); Luiz de Melo Amorim Filho (173.039.664-04); Roberto Francisco Vianna (204.581.506-49); Romulo Maciel Fillho (142.718.264-72) 1.2. Entidade: Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – Hemobrás – MS. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9752/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, em deferir os pedidos de prorrogação de prazo solicitados por Ildary Mesquita Machado, José Vitor Pereira, Regina Maria de Aquino Xavier e Volume Construções e Participações Ltda., e conceder 60 (sessenta) dias adicionais ao prazo anteriormente fixado para que os responsáveis apresentem suas alegações de defesa nos autos do processo adiante relacionado, de acordo com o parecer da Secex-RJ.

1. Processo TC-017.862/2005-3 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2004) 1.1. Apensos: 006.204/2005-9 (REPRESENTAÇÃO) 1.2. Responsáveis: Augusto Elias Zaffalon Bozza (009.185.047-91); Carlos Scherr (550.209.927-04); Ildary Mesquita Machado (433.827.207-44); Ivana Rahal Pinzan (468.846.967-53); Jadiel Pires Nogueira da Silva (387.219.537-91); Lucy Therezinha Castro (667.243.927-72); Regina Maria de Aquino Xavier (296.974.687-53); Ronaldo Ramalho de Oliveira (375.125.017-49); Valdemar da Silva Fagundes (222.083.561-87); Volume Construcões e Participacões Ltda (34.265.298/0001-83) 1.3. Entidade: Instituto Nacional de Cardiologia - MS 1.4. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.5. Advogado constituído nos autos: André Brandão Nery Costa (OAB/RJ 169.161).

ACÓRDÃO Nº 9753/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “d”, do Regimento Interno, c/c o enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência predominante do Tribunal, ACORDAM, por unanimidade, em retificar, por inexatidão material, o Acórdão 5559/2011 – TCU – 2ª Câmara, prolatado na sessão de 9/8/2011, Ata 28/2011, de modo a suprimir, em sua parte expositiva, a expressão “e acrescidas dos devidos encargos legais”, mantendo-se inalterados os demais termos do acórdão ora retificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-001.204/2004-8 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Licínio Leal Barbosa (004.484.601-06); Pedro Meneses Nunes (198.267.291-91) 1.2. Entidade: Universidade Federal de Goiás – MEC. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 16 1.4. Advogados constituídos nos autos: Amparo Mariz S. de Figueiredo Couto (OAB/GO 17.418), Liliane S. C. Figueiredo (OAB/GO 11.217), Nelson Figueiredo (OAB/GO 10.950), Pamôra Mariz S. de Figueiredo (OAB/GO 18.237) e Santiago Lopes de Figueiredo (OAB/GO 19.747).

ACÓRDÃO 9754/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “d”, do Regimento Interno, c/c o enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência predominante do Tribunal, ACORDAM, por unanimidade, em retificar, por inexatidão material, os Acórdãos 2906/2010 – TCU – 2ª Câmara e 2870/2011 – TCU – 2ª Câmara, e modo que onde neles se lê: “Ycal Participações Ltda. (CNPJ 33.343.425/0001-88)”, leia-se: “Ycal Participações Ltda. (CNPJ 35.343.425/0001-88)”, mantendo-se inalterados os demais termos dos acórdão retificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-003.767/2004-4 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Francisco Jácomo de Araújo (145.743.304-49); Ycal Participacoes Ltda (35.343.425/0001-88) 1.2. Entidade: Município de Barra de Guabiraba/PE. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogados constituídos nos autos: Irapuan J. Emerenciano (OAB/PE 5.731), Marcos André Marques Cavalcanti (OAB/PE 14.881), Antônio Eduardo de França Ferraz (OAB/PE 16.101), Waldemar de Andrada Ignácio de Oliveira (OAB/PE 16.105), Larissa Sampaio Leitão Carneiro (OAB/PE 20.764), Cláudia Caldas Pinto (OAB/PE 22.117), Renata Maria Pires Lopes (OAB/PE 24.651) e André Luiz Pereira de Azevedo (OAB/PE 26.099).

ACÓRDÃO Nº 9755/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, considerando o pedido de parcelamento solicitado pelo responsável, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no artigo 26 da Lei 8.443/92, c/c o artigo 217, §§ 1º e 2º; e 218, parágrafo único, do Regimento Interno, em autorizar o parcelamento da multa imputada ao Sr. Marcos Fábio Spironelli, CPF (014.019.418-50), por intermédio do subitem 9.2 do Acórdão 426/2010 – TCU – 2ª Câmara, em 24 (vinte e quatro) parcelas mensais, atualizadas monetariamente, fixando o vencimento da primeira em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, na forma prevista na legislação em vigor, alertando ao responsável que a falta do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-008.616/2009-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Federação Paulista de Beach Soccer (05.018.837/0001-81); Marcos Fábio Spironelli (014.019.418-50) 1.2. Entidade: Federação Paulista de Beach Soccer. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9756/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “d”, do Regimento Interno, c/c o enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência predominante do Tribunal, ACORDAM, por unanimidade, em retificar, por inexatidão material, o Acórdão 5794/2011 – TCU – 2ª Câmara, prolatado na sessão de 9/8/2011, Ata 28/2011, relativamente ao subitem “9”, de modo que onde se lê: “irregularidade na execução do convênio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 17 561/2003, firmado entre o Ministério da Saúde e o Ministério de Guajará-Mirim/RO”, leia-se: “irregularidade na execução do convênio 3475/2001, firmado entre o Ministério da Saúde e o Ministério de Guajará-Mirim/RO”, mantendo-se inalterados os demais termos do acórdão ora retificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.517/2009-6 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), Maria Loedir de Jesus Lara (CPF 890.050.741-91), Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72), Antônio Bento do Nascimento (CPF 204.187.602-68) e Santa Maria Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 03.737267/0001-54). 1.2. Entidade: Prefeitura de Guajará-Mirim/RO. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogados constituídos nos autos: Augusto Assumpção (OAB/MT 13.279), Ronaldo Viana (OAB/RO 598-E) e Valber da Silva Melo (OAB/MT 8.927).

ACÓRDÃO Nº 9757/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, em:

1. Processo TC-021.440/2009-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Luiz Antônio Trevisan Vedoin (594.563.531-68); Luizmar Mielke (975.066.057-91); Maria Loedir de Jesus Lara (890.050.741-91); Prefeitura Municipal de Vila Valério - ES (01.619.232/0001-95); Santa Maria Comércio e Representações Ltda (03.737.267/0001-54) 1.2. Entidade: Prefeitura de Vila Valério – ES. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: Valber da Silva Melo (OAB/MT 8.927). 1.5. acatar as alegações de defesa apresentadas por Maria Loedir de Jesus Lara (CPF 890.050.741-91), excluindo-a da relação processual; 1.6. acatar as alegações de defesa apresentadas pelo gestor municipal, Sr. Luizmar Mielke (CPF 975.066.057-91), que aproveitam, também, à empresa Santa Maria Comércio e Representação Ltda., e ao Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin, e, com fundamento nos artigos 1º, inciso I; 16, inciso II; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso I; 143, inciso I, alínea “a”; 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno, julgar as contas regulares com ressalva, dando-lhe quitação; e 1.7. remeter cópia da presente deliberação, acompanhada de reprodução das fls. 655/662 dos autos, ao Fundo Nacional de Saúde – FNS e à Secretaria Executiva da CGU, para conhecimento.

ACÓRDÃO Nº 9758/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 8º da Lei 8.443/92 c/c os arts. 143, inciso V, alínea “a”; 169, inciso II; e 212 do Regimento Interno/TCU, em determinar o arquivamento do processo a seguir indicado, sem julgamento de mérito, em face da ausência de pressupostos de sua constituição e de seu desenvolvimento válido e regular, sem prejuízo de dar ciência desta deliberação ao responsável e à Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-031.598/2010-2 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsável: Antonio Augusto Gobbi (020.595.068-08) 1.2. Entidade: Prefeitura de Igarapava - SP 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 18 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9759/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, considerando o pedido de prorrogação de prazo formulado pela Secretária Nacional de Segurança Pública para atendimento às determinações proferidas por intermédio do Acórdão 2827/2011 – TCU – 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea “e”, do Regimento Interno, em fixar a data de 15/05/2012 como limite para o atendimento integral às determinações constantes dos subitens 1.4.2 e 1.4.3 do Acórdão 2827/2011 – TCU – 2ª Câmara.

1. Processo TC-023.300/2010-8 (RELATÓRIO DE AUDITORIA) 1.1. Responsáveis: Francisco Narbal Alves Rodrigues (082.294.490-15); Marcos Antonio Ronchetti (338.992.580-53); Ricardo Brisolla Balestreri (354.472.810-91); Ronaldo Teixeira da Silva (416.935.580-68) 1.2. Entidades: Secretaria Nacional de Segurança Pública - Senasp/MJ, Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal, Oscip Saber - Soluções Eficazes e Criativas em Políticas Públicas, Prefeitura Municipal de Canoas/RS 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9760/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no artigo 43 da Lei 8.443/92; c/c os artigos 1º, inciso XXIV; 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, § 2º, 2ª parte; 235 e 237, todos do Regimento Interno, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la improcedente, bem como determinar o seu arquivamento, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-017.588/2011-1 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Secretaria de Controle Externo no Estado do Acre. 1.2. Entidade: Prefeitura de Rio Branco - AC 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. comunicar ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Estado do Acre que há indícios de declaração falsa da Sra. Micaelle Maia Coelho (CPF: 444.176.242-91), registrada no CREA sob número 7.992-D, referente aos serviços de execução de dique, muro e alambrado descritos na Anotação de Responsabilidade Técnica 8207037925, uma vez que tais serviços não foram constatados em diligência realizada pelo CREA/AC, conforme descrito na instrução constante da peça 9 do Processo TCU 017.588/2011-1; e 1.5.2. encaminhar ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Estado do Acre cópia integral do Processo TCU 017.588/2011-1, para as providências que julgar cabíveis.

ACÓRDÃO Nº 9761/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no artigo 113, § 1º, da Lei 8.666/93; c/c os artigos 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei 8.443/92; artigos 1º, inciso XXVI; 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, 235 e 237, todos do Regimento Interno, em conhecer do expediente encaminhado pela empresa G.M. dos

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 19 Santos Carvalho ME (05.857.346/0001-24) como representação, e mandar fazer as seguintes determinações, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-019.555/2011-3 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Representante: G.M. dos Santos Carvalho ME (CNPJ 05.857.346/0001-24). 1.2. Entidades: Secretaria Adjunta de Compras e Licitações Públicas do Acre e Fundação Hospital Estadual do Acre. 1.4. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há. 1.6.1. determinar à Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) que: 1.6.1.1. caso o julgamento final dos recursos interpostos pelas licitantes no âmbito do Pregão Presencial para Registro de Preços 523/2011 – CPL/04 decida pela manutenção da decisão adotada na sessão inicial do certame, realizada em 11/07/2011, de desclassificar as empresas G.M. dos Santos Carvalho – ME, Premier Comercio e Serviços Ltda. – ME, N. F. Nascimento – ME, A. A. C. Rocha – ME, e C. Com. Informática Imp. Exp. e Com. Ltda., pelo descumprimento ao subitem 9.8 do termo de referência do edital licitatório, se abstenha de fazer aquisições, com recursos federais, dos produtos licitados no referido certame, haja vista que a exigência de apresentação de comprovação da procedência dos produtos ofertados em fase de licitação, estabelecida nos subitens 9.8 e 9.11 do termo de referência, e como condição de aceitabilidade das propostas de preços, configura-se cláusula restritiva à competitividade do certame, em desacordo com o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993 e com a jurisprudência desta Corte de Contas (Acórdão 1227/2009 Plenário, Acórdão 112/2007 Plenário, Acórdão 539/2007 Plenário, Acórdão 110/2007 Plenário); 1.6.1.2. encaminhe a este Tribunal, imediatamente após a conclusão do procedimento licitatório relativo ao Pregão Presencial para Registro de Preços 523/2011 – CPL/04, a decisão final da análise dos recursos interpostos pelos licitantes, bem como o termo de homologação do certame; 1.6.2. dar ciência ao Governo do Estado do Acre sobre a seguinte impropriedade verificada no Pregão Presencial para Registro de Preços 523/2011 – CPL/04: 1.6.2.1. inclusão da exigência de que os licitantes comprovem a procedência dos produtos ofertados em fase de licitação, e como condição de aceitabilidade das propostas de preços, configurando fator de restrição ao caráter competitivo do certame, em desacordo com o artigo 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/93 (itens 9.8 e 9.11 do termo de referência do Pregão 523/2011 – CPL/04); 1.6.3. determinar à Secex-AC que monitore o cumprimento da determinação constante do subitem 1.6.1 precedente; e 1.6.4. dar ciência da presente deliberação à representante e ao Tribunal de Contas do Estado do Acre, juntamente com o envio de cópia da peça 27 do autos.

ACÓRDÃO Nº 9762/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Câmara, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no artigo 43 da Lei 8.443/92; c/c os artigos 1º, inciso XXIV; 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, § 2º, 2ª parte; 235 e 237, todos do Regimento Interno, em conhecer da representação adiante relacionada; acatar as razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Amaury de Souza ao Ofício 234/2011 – TCU/Sefip; no mérito, considerar a representação improcedente; e determinar o arquivamento do feito, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-027.549/2008-3 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Responsável: Amaury de Souza (932.360.938-20) 1.2. Entidade: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – MEC. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 20

ACÓRDÃO Nº 9763/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de 2ª Câmara,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, incisos III e V, alínea “a”, 234, 235 e 237, do Regimento Interno/TCU, em conhecer da representação adiante relacionada, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente, fazer as determinações a seguir indicadas, e arquivar o processo, de acordo com os pareceres emitidos.

1. Processo TC-027.930/2010-6 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas – Secex/AL. 1.2. Entidade: Prefeitura de Dois Riachos – AL. 1.3. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.5.1. determinar à Controladoria Geral da União que, no prazo de 90 (noventa) dias, comunique as providências efetivamente adotadas pelos órgãos e entidades a seguir enumerados para apuração dos fatos concernentes às supostas irregularidades ocorridas na gestão dos recursos de transferências fundo a fundo, tratados no Relatório de Fiscalização CGU/AL 406, de 14/4/2005, visando à identificação dos responsáveis, quantificação e ressarcimento dos eventuais danos, e instauração das tomadas de contas especiais que se fizerem necessárias: 1.5.1.1. Ministério da Educação (MEC): repasses do Programa Nacional de Alimentação Escolar, exercício de 2004 (item 3 do Relatório de Fiscalização CGU/AL 406); 1.5.1.2. Ministério da Saúde (MS): repasses do Piso de Atenção Básica (PAB-Fixo), exercício de 2004 (item 4 do Relatório de Fiscalização CGU/AL 406); e 1.5.1.3. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS): 1.5.1.3.1. repasses do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), exercício de 2004 (item 1 do Relatório de Fiscalização CGU/AL 406); e 1.5.1.3.2. repasses do Programa de Proteção Social à Criança, ao Adolescente e à Juventude, exercício de 2004 (item 2 do Relatório de Fiscalização CGU/AL 406). 1.5.2. determinar à Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas que monitore o cumprimento das determinações constantes do subitem 1.5.1 precedente, mediante a abertura de processos específicos para cada entidade/órgão repassador de recursos; 1.5.3. autorizar a Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas, com fundamento nos arts. 37 e 38 da Resolução TCU 191/2006, a constituir processo apartado, da mesma natureza, para tratar separadamente as irregularidades envolvendo a gestão Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), exercício de 2004, apontadas nos itens 42, 48 e 49 do Relatório de Fiscalização 406 CGU, de 14/4/2005, programas do Ministério da Educação.

b) Ministro Raimundo Carreiro (Relação nº 34);

ACÓRDÃO Nº 9764/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Aposentadoria, instituída por ex-servidores do Departamento de Polícia Rodoviária Federal - MJ, encaminhados a este Tribunal para apreciação, na sistemática definida na Instrução Normativa nº 55/2007, por intermédio do sistema Sisac.

Considerando o cruzamento com o sistema Sisac e/ou o sistema Siape e/ou o sistema Sisobi

comprova que houve falecimento do interessado, exclusão por falta de recadastramento há mais de um ano ou reversão da concessão, razão pela qual o ato está prejudicado por perda do objeto, conforme dispõe o art. 7º da Resolução TCU nº 206/2007,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 21

Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, e com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, em:

Considerar prejudicada a apreciação de mérito dos atos a seguir discriminados, por perda de

objeto, conforme dispõe o art. 7º da Resolução TCU nº 206/2007.

1. Processo TC-027.156/2011-7 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Adeuvaldo Barbosa Veras (191.488.101-00); Antão Fernandes da Costa (012.788.601-00); Ivan Santana (065.569.734-91); Sidnei Bossardi (203.307.150-20); Unaldo Caetano Iglessias (059.921.685-91); Waldir Teodoro dos Santos (126.395.831-15) 1.2. Unidade: Departamento de Polícia Rodoviária Federal - MJ 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9765/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Aposentadoria, instituída por ex-servidor da Fundação Nacional do Índio - MJ, encaminhados a este Tribunal para apreciação, na sistemática definida na Instrução Normativa nº 55/2007, por intermédio do sistema Sisac.

Considerando o cruzamento com o sistema Sisac e/ou o sistema Siape e/ou o sistema Sisobi

comprova que houve falecimento do interessado, exclusão por falta de recadastramento há mais de um ano ou reversão da concessão, razão pela qual o ato está prejudicado por perda do objeto, conforme dispõe o art. 7º da Resolução TCU nº 206/2007,

Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, e com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, em:

Considerar prejudicada a apreciação de mérito do ato a seguir discriminado, por perda de

objeto, conforme dispõe o art. 7º da Resolução TCU nº 206/2007.

1. Processo TC-030.005/2011-6 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Benedito Jose da Silva (111.397.301-34) 1.2. Unidade: Fundação Nacional do Índio - MJ 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9766/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 260, §§ 1º e 2º, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 22 concessão a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-031.762/2011-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Ademir Jose Euzebio Peres (032.415.802-53); Alvaro Andrade da Silva (306.743.017-49); Angelo Remo Talarico (225.459.481-87); Antonio Americo Pedroso (416.760.096-04); Antonio Carlos Cardoso Rayol (386.610.987-34); Antonio Pereira Neves (221.351.701-00); Aparecida Gualberto dos Reis (032.419.618-00); Aparicio Humberto de Sousa (113.378.261-20); Arsenio Valmir Soares da Silva (288.477.509-97); Benedito Heleodoro dos Reis Gomes (100.905.923-87); Claudenir Santos Martins (100.061.252-04); Cleobulo de Lima Teixeira (002.241.701-04); Clovis da Silva Cunha (234.043.374-68); Edmar Antonio Costa (058.511.061-15); Eduardo Teixeira (139.829.660-00); Fabio Silva Ramos (007.283.448-07); Francisco Clairton Vieira Nobrega (191.278.803-97); Francisco Leandro Filho (193.316.301-15); Francisco das Chagas Rodrigues Monção (138.505.473-53); Geraldo Antonio Barbosa (146.861.634-04) 1.2. Unidade: Departamento de Polícia Federal - MJ 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9767/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso II; 143, inciso II e 260, § 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-029.635/2011-0 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Alex Borges da Silva (075.667.216-31); Andrey Esteves Moreira (140.820.587-45); Bruno do Nascimento Silva (406.923.338-51); Fabio Handreuson de Almeida (095.566.914-64); Fernando Douglas Costa de Oliveira (092.596.174-48); Gabriel Cardeal de Miranda (057.431.497-04); Gleison Ferreira Nunes (033.808.363-46); Jonathan Nazareth Cotrim (127.962.977-05); Kaio Cesar Santana Santos (050.564.085-65); Leosmar da Silva Rodrigues (132.023.037-75); Matheus Aparicio Pereira da Silva (147.985.797-18); Nilber Rosa Lago (125.597.127-41); Rafael Andrade Santos da Rosa (131.984.767-63); Reonan Azedo Germano da Silva (135.633.627-26); Ronaldo Vieira de Albuquerque (089.125.254-17); Venício de Araujo Nascimento (132.830.447-75); Wallace Rodrigues da Silva (036.009.721-97) 1.2. Unidade: Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9768/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso II; 143, inciso II e 260, § 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legal para fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-029.679/2011-7 (ATOS DE ADMISSÃO)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 23 1.1. Interessado: Antonio Marcus Miranda da Costa (943.397.084-53) 1.2. Unidade: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Eletrobrás - Mme 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9769/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Admissão, de servidores da Petróleo Brasileiro S.A. - MME, encaminhados a este Tribunal sob o manto da IN TCU nº 55, de 2007.

Considerando que para todos os atos de admissão constantes deste processo foi detectada a

existência do respectivo desligamento, conforme se verifica da documentação anexada, seja na base do Sisac ou Siape;

Considerando que o desligamento do servidor dos quadros do órgão ou entidade para o qual

foi admitido, tem como consequência imediata a suspensão dos pagamentos recebidos a título de salários; e

Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, II; 62, III; 137, IV; 143, II e 260, do RI/TCU, em:

Considerar prejudicada por perda de objeto, os atos de admissão abaixo relacionados,

tendo em vista não produzem mais efeitos financeiros, por força do art. 7º da Resolução TCU nº 206, de 2007.

1. Processo TC-030.131/2011-1 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Adalton Damazio Goncalves Freitas (086.051.756-05); Americo de Araujo Pastor (565.387.157-53); Claudia Ferreira da Cruz (001.540.805-19); Derlei dos Santos (098.963.757-39); Diogo da Mota Figueiredo (006.055.760-50); Fabiana de Oliveira (092.951.507-24); Fernando Augusto Baptista de Assis (115.336.187-63); Fernando Mendonca Soares Filho (105.050.747-96); Hugo Leonardo de Oliveira Cartaxo (056.724.587-00); Jeferson Zeferino dos Santos (053.246.217-30); Lucas de Avila Chaves Borges (067.679.276-60); Luciano do Carmo de Souza (105.045.697-16); Marcio Severo Martins (631.066.470-00); Murilo Alves do Amaral (649.133.507-06); Rafael da Silva Ferreira (110.821.447-97); Sandro Farias de Sousa (758.936.901-25); Sergio Neves Magdaleno (743.522.297-68); Victor Dornelles Vargas Duarte (105.822.457-37); Victor Lima Touma (053.631.927-80); Viviane Fernandes Barros (071.517.887-38) 1.2. Undiade: Petróleo Brasileiro S.A. - MME 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9770/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Admissão, de servidores da Petrobras Distribuidora S.A. - MME, encaminhados a este Tribunal sob o manto da IN TCU nº 55, de 2007.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 24

Considerando que após análise eletrônica feita pela Sefip, foram identificadas as inconsistências de informações detalhadas no relatório;

Considerando que esse tipo de falha impossibilita a apreciação da legalidade desses atos por

essa Corte posto que não há esclarecimento do gestor de pessoal que venha justificar o erro apontado; Considerando que o parecer do órgão de Controle Interno pela legalidade pressupõe que os

documentos constantes do processo físico não corroboram os dados cadastrados no Sisac, indicando que as inconsistências detectadas nos atos em apreciação podem decorrer de falha no preenchimento das informações constantes do sistema Sisac;

Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, II; 62, III; 137, IV; 143, II e 260, do RI/TCU, e no 3º, §§ 6º e 7º, da Resolução TCU nº 206/2007:em:

a) considerar prejudicados por inépcia os atos constantes deste processo, pela

impossibilidade de formulação de juizo sobre sua legalidade, seja pela existência de inconsistência entre informações prestadas, seja pela falta de esclarecimentos pelo órgão gestor de pessoal dessas inconsistências;

b) Determinar ao Órgão de Pessoal que cadastre novos atos no sistema Sisac, no prazo máximo de 15 (quinze) dias a contar da notificação, e encaminhe-os via Controle Interno, corrigindo as falhas apontadas por esse Tribunal ou preenchendo o campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”, detalhando a situação concreta, caso as falhas aqui apontadas sejam confirmadas pelo gestor de pessoal;

c) orientar ao Órgão de Pessoal no sentido de que o encaminhamento de atos Sisac a este Tribunal com omissões e inconsistências injustificadas pode ensejar a aplicação de multa ao responsável, nos termos do inciso II, art. 58, da Lei nº 8443, de 1992.

1. Processo TC-030.604/2011-7 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Adben Jomil Trevizoli de Carvalho (309.014.658-44); Adenor Cardoso (852.806.589-87); Adriano Fernando Sturaro (222.825.388-03); Alan Marques da Silva Santana (023.426.105-64); Alcione Koster (056.809.847-17); Alexandre Valadares (035.172.656-08); Ana Paula Grether de Mello Carvalho (072.724.987-81); Ana Paula Santos Nascimento (293.766.578-02); Anderson Teixeira Corrêa (989.071.316-00); Anderson da Silva Viana (672.426.502-91); André Alessandro Ribeiro Borges de Olive (024.402.987-35); André Coutinho Bueno (674.376.306-30); André Luiz Gonçalves Gama (071.043.467-75); André Machado de Lira (011.992.791-88); Angelo Rafael Fregadolli Cerqueira Reis (041.313.539-03); Anselmo Ferraz Oliveira Ramos (052.855.017-92); Artur Nascimento Costa (039.152.216-78); Balhmann Rebelo Pessoa (504.414.267-00); Bianca Figueiredo Gama (102.663.467-90); Bruno Borges de Sousa (060.726.436-55); Bruno Leonardo de Sales Norte (114.818.167-99); Caio Vinicius Santos Santana (016.974.485-00); Camilo Oliveira Pinho de Jesus (009.366.035-93); Carla dos Anjos de Oliveira Gomes (013.700.834-16); Carlos Antonio Silva de Lima (688.037.532-49); Carlos Eduardo Mangini (342.385.758-73); Carlos Eduardo Ruiz Teixeira (369.230.998-89); Carlos Henrique Dabrins de Araujo (108.728.057-51); Carlos Henrique Silva dos Santos (094.028.877-09); Carlos Lima Dias (964.984.477-53); Caroline Archanjo (046.026.969-02); Cassio Luiz Lima da Silva (062.759.849-88); Cesar Pantuza Menezes (013.892.436-80); Clarissa Lino Passos Machado (094.505.417-36); Cleberson Jaco da Silva (214.418.708-81); Cláudio Luiz Brito dos Reis (944.667.935-49); Conrado Gornic (056.567.587-70); Cristiano Xavier da Silva (033.041.397-02); Cristina Sobrinho Cavalcanti (076.622.307-83); Célio Silva Franco (879.141.317-68); Daiane Maria Nobre (726.221.052-15); Dalila Fiuza Rabelo (098.971.956-10); Daniel Alex Sperb Calliari (970.119.670-87); Daniel Chanca Silverio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 25 (122.364.247-01); Daniel Drumond Campos e Silva (014.855.966-29); Daniel Moreira de Souza (079.229.767-98); Daniel Romero Menon (698.990.291-49); Daniela Cunha Lima (759.832.573-15); Danielle Costa Peixoto (078.897.827-64); Danielli Cristine Gonçalves da Silva (342.930.478-40); Danilo de Faria Sardinha (023.554.411-62); Denis Alcardi da Silva (341.124.408-98); Diego Cerqueira Montes (012.542.225-37); Diego Marcial Torales Palacios (011.158.871-57); Diego Silva do Nascimento (098.672.027-59); Diovani Raimundo Hoehene (017.132.427-70); Douglas Cordeiro Parente (822.202.395-00); Dárcio Pereira Damaceno (992.099.183-04); Débora Fernandes Martini (128.192.417-27); Dêmes Pereira Batista (074.446.026-38); Edileuza de Arruda Correa (689.610.657-34); Edilon Pantaleâo da Silva Oliveira (071.551.507-11); Edson Felix da Silva (025.068.728-33); Eduardo Dutra (282.207.888-28); Edvaldo Carvalho Rodrigues de Souza (287.301.038-00); Eizi Nogui Junior (011.064.557-03); Eleonora Alves Manhães de Andrade (085.219.457-95); Emília Cristina Luciano de Azevedo (442.274.184-53); Erica Vaccari Rodrigues Bertelli (250.022.828-22); Ernani Cavalin (036.807.729-20); Everton Cesar Barros da Silva (075.834.966-16); Ewerton Barbosa (194.345.758-18); Fabio Cardoso Fontana (031.981.027-58); Fabio Sebastião Pereira da Silva (082.775.777-88); Fabrício Silva de Souza (104.385.067-82); Felipe Francisco Cavalheiro (001.216.370-85); Fernando Mangili de Abreu (221.092.068-02); Filipe Maia Gomes (088.461.007-19); Filipe Oliveira Pires (057.774.206-05); Flaviana Martins Caffer (916.966.662-87); Flávio Ludi Almeida Gomes (082.071.996-01); Francileuda Rodrigues Lima (414.841.852-34); Francisco Jose Raposo Ladeira (005.925.587-03); Fredson Alves Pinho (018.296.761-13); Fábio Araújo Brandão (800.189.804-06); Gabriel Menezes Barreto de Oliveira (055.150.647-47); Gabriela da Cruz Mello (124.642.157-75); Geraldo Magela Alves (049.980.596-88); Geraldo da Silva (016.049.507-57); Gilberto Pinto Correia (824.028.687-91); Gildney de Andrade Lima (006.117.307-07); Gilson Afonso Gabardo (048.871.379-07); Gisela Imbrosio Stahnke (006.037.397-09); Givanildo Pereira Barros (014.828.775-11); Glaucia Souza da Silva (087.186.457-63); Godofredo Resende Cunha (035.901.816-56); Guilherme Rigon Pedrini (900.059.100-72); Guilherme Santos de Matos (051.536.917-99); Guilherme de Jesus Rafael (055.194.687-37); Gustavo Andrade Damasceno (110.090.857-94) 1.2. Unidade: Petrobras Distribuidora S.A. - MME 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9771/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Admissão, de servidor da Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. -, encaminhados a este Tribunal sob o manto da IN TCU nº 55, de 2007.

Considerando que por intermédio de verificação eletrônica, a Sefip identificou que o ato

constante desse processo foi cadastrado em duplicidade no sistema Sisac, posto que há outro ato na base do sistema com o mesmo CPF e a mesma data de admissão, conforme se verifica da documentação anexada;

Considerando que em ocasiões anteriores, a Sefip procedeu à exclusão do ao duplicado, por

meio de transação existente no sistema Sisac; Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, II; 62, III; 137, IV; 143, II e 260, do RI/TCU, em:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 26

Considerar o ato constante do presente processo com a chancela de excluídos, por haver sido cadastrado em duplicidade, sendo essa informação registrada no sistema Radar, com base no Acórdão nº 2100/2010 – Plenário e no art. 169, inciso IV do RI-TCU, com posterior arquivamento do presente feito.

1. Processo TC-031.098/2011-8 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessado: Rafael Pereira de Carvalho (721.847.521-34) 1.2. Unidade: Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Grupo Eletrobras - Mme 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9772/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Admissão, de servidores do Departamento de Polícia Federal - MJ, encaminhados a este Tribunal sob o manto da IN TCU nº 55, de 2007.

Considerando que por intermédio de verificação eletrônica, a Sefip identificou que os atos

constantes desses processos foram cadastrados em duplicidade no sistema Sisac, posto que existam outros atos na base do sistema com o mesmo CPF e a mesma data de admissão, conforme se verifica da documentação anexada;

Considerando que em ocasiões anteriores, a Sefip procedeu à exclusão do ao duplicado, por

meio de transação existente no sistema Sisac; Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, II; 62, III; 137, IV; 143, II e 260, do RI/TCU, em:

Considerar os atos constantes do presente processo com a chancela de excluídos, por haverem

sido cadastrados em duplicidade, sendo essa informação registrada no sistema Radar, com base no Acórdão nº 2100/2010 – Plenário e no art. 169, inciso IV do RI-TCU, com posterior arquivamento do presente feito.

1. Processo TC-031.103/2011-1 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Alberto da Silva Dantas (024.748.947-64); Jose de Oliveira Brandao (442.845.191-15); Julio Coelho Ferreira de Souza (309.470.491-34); Sandro Paes Sandre (509.296.901-68); Silas Lemos Vilarins (239.754.311-72) 1.2. Unidade: Departamento de Polícia Federal - MJ 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9773/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Admissão, de servidor da Empresa Gerencial de Projetos Navais - MD/CM, encaminhados a este Tribunal sob o manto da IN TCU nº 55, de 2007.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 27

Considerando que o ato de admissão constante deste processo foi detectado a existência do respectivo desligamento, conforme se verifica da documentação anexada, seja na base do Sisac ou Siape;

Considerando que o desligamento do servidor dos quadros do órgão ou entidade para o qual

foi admitido, tem como consequência imediata a suspensão dos pagamentos recebidos a título de salários; e

Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, II; 62, III; 137, IV; 143, II e 260, do RI/TCU, em:

Considerar prejudicada por perda de objeto, o ato de admissão abaixo relacionado,

tendo em vista não produzir mais efeitos financeiros, por força do art. 7º da Resolução TCU nº 206, de 2007.

1. Processo TC-031.105/2011-4 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessado: Aristoteles Gomes Ribeiro (995.508.307-72) 1.2. Unidade: Empresa Gerencial de Projetos Navais - MD/CM 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9774/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de Admissão, de servidor da Petróleo Brasileiro S.A. – MME, encaminhados a este Tribunal sob o manto da IN TCU nº 55, de 2007.

Considerando que por intermédio de verificação eletrônica, a Sefip identificou que o ato

constante desse processo foi cadastrado em duplicidade no sistema Sisac, posto que há outro ato na base do sistema com o mesmo CPF e a mesma data de admissão, conforme se verifica da documentação anexada;

Considerando que em ocasiões anteriores, a Sefip procedeu à exclusão do ao duplicado, por

meio de transação existente no sistema Sisac; Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, com fulcro nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, II; 62, III; 137, IV; 143, II e 260, do RI/TCU, em:

Considerar os atos constantes do presente processo com a chancela de excluídos, por haverem

sido cadastrados em duplicidade, sendo essa informação registrada no sistema Radar, com base no Acórdão nº 2100/2010 – Plenário e no art. 169, inciso IV do RI-TCU, com posterior arquivamento do presente feito.

1. Processo TC-031.116/2011-6 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Altamir Santos Filho (622.366.952-68); Angelo Balduino Borgatte (053.987.267-90); Bruno Jose Barreto Nassar (092.664.927-28); Fabio Henrique Botelho de Oliveira Lima

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 28 (039.434.834-60); Fabio Junji Kaihami (326.213.008-71); Fabio Luiz Biagini (021.498.977-17); Fabio Pereira Feletto (287.019.438-20); Fabio Vasconcelos Siqueira (719.603.765-00); Fabricio Alves Lemos Marcenes (038.996.656-86); Laura Patricia Soares Lopes (048.342.656-33) 1.2. Unidade: Petróleo Brasileiro S.A. - MME 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9775/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso II; 143, inciso II e 260, § 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-031.657/2011-7 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Alexandre Ezechiello (028.555.817-02); Aline Braz Miranda Sá (097.352.377-84); Aline Palhares da Rocha (091.982.017-43); Ana Carolina de Oliveira (092.027.417-00); Andrea Tavares Klayn do Couto (052.920.247-67); Bruno Moura Araujo (087.786.907-30); Estefania Neiva de Mello (088.830.537-02); Evelyn Catharino Barbosa (096.569.427-52); Flavia de Barros Gonçalves Dias de Souza (078.623.667-19); Glaucy Dourado dos Santos (101.179.877-86); Gustavo Dias Motta (106.846.557-30); Isabela da Hora Figueiredo (088.107.257-51); Joana Soares Slivak (011.887.187-03); Lucia Eli da Silva Martins (074.589.907-24); Marcos Moyses da Cunha (762.907.357-72); Mariana do Carmo de Almeida Peixoto (080.814.407-39); Renata do Amaral (710.721.522-15); Rodrigo da Silva Almeida (032.169.757-03); Samanta Katia de Oliveira Evaristo (012.325.547-31) 1.2. Unidade: Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - MME 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9776/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso II; 143, inciso II e 260, § 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-031.695/2011-6 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Braulio Souza Santos (060.505.786-99); Carlos Andre Andrade Tavares (763.877.204-00); Eduardo Hiroshi Murata (150.241.788-07); Fabio de Andrade (135.055.628-90); Francisco Aldo Mendes de Lima (730.530.663-00); Gustavo Luchese Unfer (031.345.309-88); Helion Barbosa Pedrosa (762.725.244-04); Hsueh Yi Ming (153.947.748-70); Iria Marcia do Espirito Santo Sandonato (792.139.877-49); Jairo Batista Silva Santos (931.365.605-15); Jorge Francisco dos Santos (708.417.994-15); Jose Luis da Silva Franco (288.392.518-63); Lecio Machado Gregorio (792.110.897-00); Luciana Lopes Fernandes Metzker (543.727.805-59); Maiana Lins de Faria Lopes (631.094.175-53); Marcelo Panta da Silva (037.620.087-10); Marcio Adriano Batista Marques (591.030.272-87); Maria Laura Pires Rabello (044.587.497-06); Maximino Lopes Ferreira Neto (278.560.202-10); Paulo Tenorio Cerqueira (793.178.047-72); Roberto Simoes de Souza Antunes (052.985.227-69) 1.2. Unidade: Petróleo Brasileiro S.A. - MME

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 29 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9777/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 260, §§ 1º e 2º, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de concessão a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-011.883/2011-1 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Elizabete Wolker Mulhmann (091.746.999-20); Margarida Diniz Camara (027.030.337-53); Maria Amelia Baptista Rabello (003.884.137-19); Vandecir Afonso Guerra (511.577.647-20) 1.2. Unidade: Ministério da Justiça (vinculador) 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9778/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 260, §§ 1º e 2º, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de concessão a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-025.644/2011-4 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Irece de Albuquerque Montarroyo (428.364.921-04); Izabel Marques de Lima (447.680.283-49); Maria da Penha Ribeiro da Silva (597.217.667-04) 1.2. Unidade: Ministério de Minas e Energia (vinculador) 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9779/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 260, §§ 1º e 2º, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legal para fins de registro o ato de concessão a seguir relacionado, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-025.730/2011-8 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessado: Maria Armanda Coutinho da Silva (006.708.907-07) 1.2. Unidade: Departamento de Polícia Federal - MJ 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 30

ACÓRDÃO Nº 9780/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 260, §§ 1º e 2º, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legais para fins de registro os atos de concessão a seguir relacionados, conforme os pareceres emitidos nos autos pela Sefip e pelo Ministério Público.

1. Processo TC-031.931/2011-1 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Abigail Jesus Lima Luna (681.593.902-20); Carmen Ferreira Gonçalves (312.931.407-59); Helvecio Jesus (105.101.847-15); Maria Meireles Crivel (094.425.947-29); Nilza Ribeiro de Andrade (619.180.597-72); Orlando de Queiroz (352.056.797-00); Rodrigo Simião Soares de Oliveira (057.963.657-70); Rosana Soares Moura de Oliveira (058.981.817-17); Vausti de Lima Batista (058.725.454-87); Yvonne Marques de Azevedo (071.373.347-09) 1.2. Unidade: Diretoria do Pessoal Civil da Marinha 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

ACÓRDÃO Nº 9781/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos estes autos de concessões de Pensões Civis em favor de beneficiários de ex-servidores do Serviço de Inativos e Pensionistas da Marinha, cujos atos foram encaminhados a este Tribunal, por intermédio do sistema Sisac, para apreciação, conforme a sistemática definida na Instrução Normativa nº 55/2007.

Considerando o cruzamento dos sistemas Sisac e Siape, notou-se o falecimento dos

beneficiários; Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, diante das razões expostas pelo

Relator, e com fulcro no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1.988; c/c nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, ambos da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os 1º, inciso VIII; 17, inciso III; 143, inciso II e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, c/c o artigo 7º, da Resolução TCU 206/2007, em:

Considerar prejudicada a apreciação de mérito dos atos a seguir discriminados, por perda de

objeto, tendo em vista o falecimento dos beneficiários, conforme dispõe o art. 6º da Resolução TCU nº 206/2007.

1. Processo TC-020.860/2011-0 (PENSÃO MILITAR) 1.1. Interessado: Maria Olympia de Souza Ferreira (074.899.727-01) 1.2. Unidade: Serviço de Inativos e Pensionistas da Marinha 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 31

ACÓRDÃO Nº 9782/2011 - TCU - 2ª Câmara

VISTOS, relacionados e discutidos este Pedido de Reexame em Representação, que trata de representação formulada pela empresa Tecnisan - Técnica de Serviço e Comércio Ltda., fls. 2/10, com fulcro no art. 113, § 1º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, em face de supostas irregularidades no Pregão Eletrônico nº 2/2010, realizado pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST, tendo como objeto a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de apoio administrativo, envolvendo o fornecimento de mão-de-obra para os cargos de recepcionista, supervisor, copeira, mensageiro, reprografista e motorista. O Acórdão guerreado julgou improcedente a representação e arquivou o processo. A Representante interpôs contra o Acórdão 6.235/2010 (f. 228, v. 1) - 2ª Câmara - itens recorrido 9.1.

Considerando que ante a ausência de legitimidade e interesse recursal, bem como pela

impropriedade da representação como meio de tutela de interesse individual; Considerando o parecer do Ministério Público; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, por unanimidade, com

fundamento no art. 32, parágrafo único, ou 35 da Lei 8.443/92 c/c os arts. 143, III e 277, II, do RI/TCU; em:

a) não conhecer o Pedido de Reexame, nos termos do art. 48 da Lei 8.443/92, em razão da ausência de legitimidade e interesse recursal;

b) dar ciência deste Acórdão ao interessado; 1. Processo TC-019.632/2010-0 - PEDIDO DE REEXAME (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Recorrente: Tecnisan – Técnica de Serviços e Comércio Ltda. 1.2. Unidade: Museu de Astronomia e Ciências Afins - MCT 1.3. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 1.4. Relator da deliberação recorrida: Ministro André Luís De Carvalho 1.5. Ministério Público: Cristina Machado da Costa e Silva - Subprocuradora-Geral 1.6. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RJ (SECEX-RJ). 1.7. Advogados constituídos nos autos: Gustavo Antonio Lannes Diaz (OAB/RJ 134.740),

Melina Moreira Amato (OAB/RJ 165.581), Luís Carlos Vasconcelos dos Santos Júnior (OAB/RJ 109.161), Daniella Martins Carvalho de Souza (OAB/RJ 106.487), Evilásio Alves e Sousa (OAB/RJ 144.924)

c) Ministro José Jorge (Relação nº 32); e

ACÓRDÃO Nº 9783/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 93 da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso V, "a", e 213 do Regimento Interno, bem como nas disposições da Instrução Normativa TCU nº 56/2007, aprovada pelo Acórdão nº 2.647/2007 - Plenário, em determinar, desde logo, por economia processual, o arquivamento do processo a seguir relacionado, sem o cancelamento da dívida, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada quitação, sem prejuízo da inscrição do nome do responsável no Cadastro Informativo dos Débitos não Quitados de órgãos e entidades federais - Cadin, dando-se ciência desta deliberação ao responsável e à Caixa Econômica Federal - CEF, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-005.626/2011-0 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 32 1.1. Responsável: José Donato de Araújo Neto (141.964.843-87) 1.2. Entidade: Município de Canavieira/PI 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo – PI (Secex/PI) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9784/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos arts. 143, 169, inciso II, e 212 do Regimento Interno/TCU, em determinar o arquivamento do processo a seguir relacionado, sem julgamento do mérito, por ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, sem prejuízo de se fazer as comunicações sugeridas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-005.790/2011-5 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsável: Murilo Antonio Paes Landim (046.716.861-04) 1.2. Entidade: Município de São João do Piauí/PI 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PI (Secex/PI) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9785/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea d, do Regimento Interno, c/c o enunciado n.º 145 da Súmula da Jurisprudência predominante do Tribunal de Contas da União, em retificar, por inexatidão material, o Acórdão nº 6696/2011 - TCU – 2ª Câmara, prolatado na Sessão de 23/8/2011 - Extraordinária, Ata nº 30//2011 - 2ª Câmara, relativamente ao subitem 9.1 do Acórdão nº 6796/2010 - TCU – 2ª Câmara, prolatado na Sessão de 16/11/2010 - Extraordinária, Ata nº 39//2010 - 2ª Câmara, mantendo-se os demais termos do Acórdão ora retificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos: Onde se lê: “9.1 (...)

Data de ocorrência Valor (R$)

Data de ocorrência

Valor (R$)

Data de ocorrência

Valor (R$)

21/08/2002 21,00 20/11/2002 168,00 15/04/2003 142,40 22/08/2002 94,50 21/11/2002 126,00 16/04/2003 242,65 23/08/2002 168,00 22/11/2002 84,00 17/04/2003 192,15 26/08/2002 52,50 25/11/2002 147,00 22/04/2003 32,10 27/08/2002 73,50 26/11/2002 31,50 23/04/2003 162,50 28/08/2002 31,50 27/11/2002 189,00 24/04/2003 310,60 29/08/2002 63,00 28/11/2002 94,50 25/04/2003 286,95 30/08/2002 63,00 29/11/2002 84,00 28/04/2002 184,35 02/09/2002 73,50 02/12/2002 115,50 29/04/2003 291,20 03/09/2002 73,50 03/12/2002 105,00 30/04/2003 206,30 04/09/2002 84,00 04/12/2002 73,50 02/05/2003 137,70 05/09/2002 84,00 05/12/2002 63,00 05/05/2003 10,50 06/09/2002 31,50 06/12/2002 21,00 07/05/2003 169,65 09/09/2002 94,50 09/12/2002 105,00 08/05/2003 286,95 10/09/2002 94,50 10/12/2002 189,00 09/05/2003 38,95 11/09/2002 105,00 11/12/2002 105,00 12/05/2003 42,60

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 33

12/09/2002 126,00 12/12/2005 136,50 13/05/2003 458,85 13/09/2002 63,00 13/12/2002 126,00 15/05/2003 177,55 24/09/2002 105,00 12/02/2003 63,00 16/05/2003 202,05 25/09/2002 94,50 13/02/2003 136,50 19/05/2003 134,65 26/09/2002 84,00 14/02/2003 42,00 20/05/2003 137,70 27/09/2002 94,50 17/02/2003 115,50 21/05/2003 119,60 30/09/2002 168,00 18/02/2003 73,50 22/05/2003 213,40 01/10/2002 42,00 19/02/2003 42,00 23/05/2003 102,55 02/10/2002 73,50 20/02/2003 168,00 26/05/2003 166,75 03/10/2002 94,50 21/02/2003 168,00 27/05/2003 134,05 04/10/2002 73,50 24/02/2003 115,50 28/05/2003 304,60 07/10/2002 84,00 25/02/2003 63,00 29/05/2003 134,65 08/10/2002 52,50 26/02/2003 126,00 30/05/2003 337,75 09/10/2002 94,50 27/02/2003 136,50 02/06/2003 205,10 10/10/2002 115,50 28/02/2003 52,50 03/06/2003 236,25 11/10/2002 63,00 05/03/2003 94,50 04/06/2003 258,20 14/10/2002 94,50 06/03/2003 115,50 05/06/2003 279,50 15/10/2002 63,00 07/03/2003 241,50 06/06/2003 223,80 16/10/2002 210,00 10/03/2003 126,00 09/06/2003 241,45 17/10/2002 21,00 11/03/2003 425,40 10/06/2003 360,85 18/10/2002 31,50 12/03/2003 121,00 11/06/2003 190,95 21/10/2002 147,00 13/03/2003 38,50 12/06/2003 144,55 22/10/2002 52,50 14/03/2003 73,50 13/06/2003 183,80 23/10/2002 136,50 17/03/2003 63,00 16/06/2003 310,35 24/10/2002 84,00 18/03/2003 52,50 17/06/2003 329,65 25/10/2002 84,00 19/03/2003 178,50 18/06/2003 351,50 28/10/2002 73,50 20/03/2003 73,50 20/06/2003 119,90 29/10/2002 136,50 21/03/2003 63,00 23/06/2003 478,65 30/10/2002 52,50 24/03/2003 105,00 24/06/2003 340,65 31/10/2002 31,50 25/03/2003 163,00 25/06/2003 297,00 01/11/2002 63,00 26/03/2003 42,00 26/06/2003 215,60 04/11/2002 115,50 27/03/2003 52,50 27/06/2003 448,00 05/11/2002 84,00 28/03/2003 73,50 30/06/2003 358,15 06/11/2002 105,00 31/03/2003 80,50 01/07/2003 368,95 07/11/2002 178,50 01/04/2003 42,00 02/07/2003 454,40 08/11/2002 199,50 02/04/2003 10,50 03/07/2003 194,60 11/11/2002 105,00 03/04/2003 52,50 04/07/2003 313,90 12/11/2002 136,50 04/04/2003 31,50 07/07/2003 519,65 13/11/2002 94,50 07/04/2003 31,50 08/07/2003 403,65 14/11/2002 147,00 09/04/2003 94,50 09/07/2003 167,95 18/11/2002 199,50 10/04/2003 286,10 - - 19/11/2002 105,00 14/04/2003 73,50 Total 24.815,70

’’ Leia-se: “9.1 (...)

Data de ocorrência Valor (R$)

Data de ocorrência

Valor (R$)

Data de ocorrência

Valor (R$)

21/08/2002 21,00 20/11/2002 168,00 15/04/2003 142,40 22/08/2002 94,50 21/11/2002 126,00 16/04/2003 242,65 23/08/2002 168,00 22/11/2002 84,00 17/04/2003 192,15 26/08/2002 52,50 25/11/2002 147,00 22/04/2003 32,10 27/08/2002 73,50 26/11/2002 31,50 23/04/2003 162,50 28/08/2002 31,50 27/11/2002 189,00 24/04/2003 310,60 29/08/2002 63,00 28/11/2002 94,50 25/04/2003 286,95 30/08/2002 63,00 29/11/2002 84,00 28/04/2003 184,35

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 34

Data de ocorrência Valor (R$)

Data de ocorrência

Valor (R$)

Data de ocorrência

Valor (R$)

02/09/2002 73,50 02/12/2002 115,50 29/04/2003 291,20 03/09/2002 73,50 03/12/2002 105,00 30/04/2003 206,30 04/09/2002 84,00 04/12/2002 73,50 02/05/2003 137,70 05/09/2002 84,00 05/12/2002 63,00 05/05/2003 10,50 06/09/2002 31,50 06/12/2002 21,00 07/05/2003 169,65 09/09/2002 94,50 09/12/2002 105,00 08/05/2003 286,95 10/09/2002 94,50 10/12/2002 189,00 09/05/2003 38,95 11/09/2002 105,00 11/12/2002 105,00 12/05/2003 42,60 12/09/2002 126,00 12/12/2002 136,50 13/05/2003 458,85 13/09/2002 63,00 13/12/2002 126,00 15/05/2003 177,55 24/09/2002 105,00 12/02/2003 63,00 16/05/2003 202,05 25/09/2002 94,50 13/02/2003 136,50 19/05/2003 134,65 26/09/2002 84,00 14/02/2003 42,00 20/05/2003 137,70 27/09/2002 94,50 17/02/2003 115,50 21/05/2003 119,60 30/09/2002 168,00 18/02/2003 73,50 22/05/2003 213,40 01/10/2002 42,00 19/02/2003 42,00 23/05/2003 102,55 02/10/2002 73,50 20/02/2003 168,00 26/05/2003 166,75 03/10/2002 94,50 21/02/2003 168,00 27/05/2003 134,05 04/10/2002 73,50 24/02/2003 115,50 28/05/2003 304,60 07/10/2002 84,00 25/02/2003 63,00 29/05/2003 134,65 08/10/2002 52,50 26/02/2003 126,00 30/05/2003 337,75 09/10/2002 94,50 27/02/2003 136,50 02/06/2003 205,10 10/10/2002 115,50 28/02/2003 52,50 03/06/2003 236,25 11/10/2002 63,00 05/03/2003 94,50 04/06/2003 258,20 14/10/2002 94,50 06/03/2003 115,50 05/06/2003 279,50 15/10/2002 63,00 07/03/2003 241,50 06/06/2003 223,80 16/10/2002 210,00 10/03/2003 126,00 09/06/2003 241,45 17/10/2002 21,00 11/03/2003 425,40 10/06/2003 360,85 18/10/2002 31,50 12/03/2003 121,00 11/06/2003 190,95 21/10/2002 147,00 13/03/2003 38,50 12/06/2003 144,55 22/10/2002 52,50 14/03/2003 73,50 13/06/2003 183,80 23/10/2002 136,50 17/03/2003 63,00 16/06/2003 310,35 24/10/2002 84,00 18/03/2003 52,50 17/06/2003 329,65 25/10/2002 84,00 19/03/2003 178,50 18/06/2003 351,50 28/10/2002 73,50 20/03/2003 73,50 20/06/2003 119,90 29/10/2002 136,50 21/03/2003 63,00 23/06/2003 478,65 30/10/2002 52,50 24/03/2003 105,00 24/06/2003 340,65 31/10/2002 31,50 25/03/2003 163,00 25/06/2003 297,00 01/11/2002 63,00 26/03/2003 42,00 26/06/2003 215,60 04/11/2002 115,50 27/03/2003 52,50 27/06/2003 448,00 05/11/2002 84,00 28/03/2003 73,50 30/06/2003 358,15 06/11/2002 105,00 31/03/2003 80,50 01/07/2003 368,95 07/11/2002 178,50 01/04/2003 42,00 02/07/2003 454,40 08/11/2002 199,50 02/04/2003 10,50 03/07/2003 194,60 11/11/2002 105,00 03/04/2003 52,50 04/07/2003 313,90 12/11/2002 136,50 04/04/2003 31,50 07/07/2003 519,65 13/11/2002 94,50 07/04/2003 31,50 08/07/2003 403,65 14/11/2002 147,00 09/04/2003 94,50 09/07/2003 167,95 18/11/2002 199,50 10/04/2003 286,10 - - 19/11/2002 105,00 14/04/2003 73,50 Total 24.815,70

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 35 1. Processo TC-011.725/2009-0 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsável: Maria Rita Libardi Paganine (342.763.277-68) 1.2. Entidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT/MC 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo – ES (Secex/ES)

1.5. Advogados constituídos nos autos: Arlete Barreto de Araújo Silveira (OAB/RJ nº 4.742; OAB/ES nº 448-A); Christiane de Mattos Woodrow Rodrigues (OAB/DF nº 80.216); Francisco Malta Filho (OAB/ES nº 173-B); José Oliveira da Silva (OAB/ES nº 12.486); Marcelo Rodrigues Lanzana Ferreira (OAB/RJ nº 105.246); Matheus Guerine Riegert (OAB/ES nº 11.652); Núbia Lemos Guasti (OAB/ES nº 12.077); Vinícius Rieth de Moraes (OAB/ES nº 16.676).

1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9786/2011 - TCU – 2ª Câmara Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso III, 235, 237, e 250 do Regimento Interno, em conhecer da representação a seguir relacionada, por preencher os requisitos de admissibilidade, para, no mérito, considerá-la procedente, e arquivar o processo, sem prejuízo de fazer a comunicação abaixo transcrita, dando-se ciência desta deliberação à representante, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-013.629/2010-7 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Representante: Câmara Municipal de São João da Barra/RJ 1.2. Entidade: Município de São João da Barra/RJ 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo – RJ (Secex-RJ) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Dar ciência ao Município de São João da Barra/RJ quanto à seguinte impropriedade: descumprimento de medidas obrigatórias de publicidade das transferências estatuídas no art. 2º da Lei nº 9452, de 20 de março de 1997, contrariando também o princípio da publicidade, consoante o disposto no art. 3, caput, da Constituição Federal.

ACÓRDÃO Nº 9787/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento nos artigos 143, inciso V, alínea e, e 183, inciso I, alínea d, do Regimento Interno, em autorizar, excepcionalmente, a prorrogação de prazo solicitada pela Universidade Federal de Viçosa, por mais 90 (noventa) dias, a contar da ciência desta deliberação, para cumprimento das determinações contidas no Acórdão nº 4972/2011 - TCU - 2ª Câmara, de acordo com a proposta da Unidade Técnica: 1. Processo TC-015.727/2011-4 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Representante: Work - Services Conservação e Limpeza Ltda (10.393.694/0001-28) 1.2. Entidade: Fundação Universidade Federal de Viçosa 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MG (Secex/MG) 1.5. Advogado constituído nos autos: Gilson Alves Ramos (OAB/MG 74315) 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 36

ACÓRDÃO Nº 9788/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei n.º 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso II, 17, inciso IV, 143, inciso III, 235, 237, inciso II, e 250, inciso I, do Regimento Interno, em conhecer da representação adiante relacionada, por preencher os requisitos de admissibilidade, e arquivar o processo, sem prejuízo de encaminhar cópia destes autos ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará e ao Tribunal de Contas do Estado Pará para adoção das providências que entender cabíveis, dando-se ciência desta deliberação ao Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb em São Miguel do Guamá/PA, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-016.476/2010-7 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Representante: Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb em São Miguel do Guamá/PA 1.2. Entidade: Município de São Miguel do Guamá/PA 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo – PA (Secex/PA) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9789/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com

fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n.º 8.666/1993, c/c os arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei n.º 8.443, de 16 de julho de 1992, e os arts. 1º, inciso XXIV, 17, inciso IV, 143, inciso III, 234, 237, inciso VII, e 250, inciso I, do Regimento Interno, em conhecer da representação adiante relacionada, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente, indeferir o pedido de medida cautelar formulado pela empresa Basis Tecnologia da Informação S.A, por não estarem presentes os pressupostos necessários à sua concessão, e arquivar o processo, sem prejuízo de se fazer as comunicações devidas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-020.951/2011-6 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Representante: Empresa Basis Tecnologia da Informação S.A. (11.777.162/0001-57) 1.2. Entidade: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-Inep 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: 6ª Secretaria de Controle Externo (6ª Secex) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Dar ciência ao Inep que a não aceitação de recursos protocolados dentro do prazo regulamentar desobedece ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, bem como ao mandamento instituído no art. 26 do Decreto nº 5.450/2005.

ACÓRDÃO Nº 9790/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei n.º 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 17, inciso IV, 143, inciso III, e 237 do Regimento Interno, em conhecer da representação a seguir relacionada, por preencher os requisitos de admissibilidade, para, no mérito, considerá-la procedente, e arquivar o processo, sem prejuízo das medidas abaixo transcritas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos: 1. Processo TC-031.013/2011-2 (REPRESENTAÇÃO)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 37 1.1. Representante: Secretaria de Controle Externo - Secex/RN 1.2. Entidade: Hospital Universitário Julio Muller 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo – MT (Secex/MT) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações:

1.6.1. ao Hospital Universitário Júlio Müller que passe a alimentar o Banco de Preços em Saúde em cada uma das compras de medicamentos realizadas pelo hospital, em cumprimento ao princípio da publicidade preconizado no caput do art. 37 da Constituição Federal, devendo comprovar, no prazo de 90 (noventa) dias, a adoção desta medida junto ao TCU;

1.6.2. à Controladoria-Geral da União em Mato Grosso que informe, no relatório referente às contas de 2011 da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso, sobre o cumprimento da determinação supra;

1.7. Dar ciência ao Hospital Universitário Júlio Müller sobre as seguintes impropriedades: 1.7.1. falta de previsão do desconto para os medicamentos contemplados com isenção de ICMS, de

acordo com o Convênio CONFAZ n.º 87/02, nos editais dos Pregões Eletrônicos 36/2010 e 60/2010; 1.7.2. ausência de previsão de aplicação do Coeficiente de Adequação de Preço - CAP, em caso de medicamento sujeito a esse desconto, nos editais dos Pregões Eletrônicos 36/2010 e 60/2010, podendo ter gerado aquisições com afronta ao preconizado nos arts. 1º e 2º da Resolução n.º 4/2006 da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que obriga as distribuidoras e as empresas produtoras de medicamentos de aplicar tal coeficiente nas vendas destinadas a entes da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sob pena de incidirem nas sanções previstas na Lei nº 10.742, de 6 de outubro de 2003 (art. 8º da Resolução CMED n.º 4/2006);

1.8. Recomendar ao Hospital Universitário Júlio Müller que insira nos editais de licitação para aquisição de medicamentos, bem como nos contratos decorrentes desses certames, cláusula que trate especificamente da aplicação do Convênio ICMS Confaz n.º 87/2002;

ACÓRDÃO Nº 9791/2011 - TCU – 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n.º 8.666/1993, c/c os arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, e os arts. 1º, inciso II, 17, inciso IV, 143, inciso III, 235, 237, e 250, inciso I, do Regimento Interno, em conhecer da representação adiante relacionada, por preencher os requisitos de admissibilidade, para, no mérito, considerá-la improcedente, autorizando-se o arquivamento do processo, após ciência desta deliberação à representante e à Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, de acordo com os pareces emitidos nos autos:

1. Processo TC-031.276/2011-3 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Representante: Empresa Climatizadores Vitória Ltda. - ME (09.275.826/0001-38) 1.2. Entidade: Universidade Federal do Espírito Santo – UFES/MEC 1.3. Relator: Ministro José Jorge 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - ES (Secex/ES) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

d) Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa (Relação nº 3).

ACÓRDÃO Nº 9792/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 38 inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso I, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito do ato de concessão de aposentadoria da Sra. Anazélia Silva de Araújo, por perda de objeto, tendo em vista a sua reversão à atividade, e legal para fins de registro os demais atos, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.701/2008-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Anazélia Silva de Araújo (321.142.493-87); Eliude Vasconcelos Benevides (013.270.623-72); Margarida Maria Pereira Dantas (061.256.033-34); Maria Neusa Pordeus Maia (034.528.833-53); Maria Áurea Costa Tavares (313.794.513-53); Raimunda Soares Cavalcante Campos (073.689.253-20); Raimunda Soares Cavalcante Campos (073.689.253-20); Áurea Stela Araújo (048.960.093-04). 1.2. Órgão/Entidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Ceará – TRE/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9793/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.104/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Mara de Castro Sebastião Pereira (132.892.908-67). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS Em São Paulo Oeste. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9794/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-020.121/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Leonora Regina de Oliveira (449.357.069-53). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Florianópolis/SC – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 39

ACÓRDÃO Nº 9795/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.126/2011-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Elfriede Therezinha Ott Berger (112.755.100-00); Ercide Augusto Berger (003.571.540-53); Lisete Laux Machado (425.452.930-91); Lurdes Leite Guariente (062.042.790-68); Natalino Maccari (276.816.708-82); Paulo Sergio Moeller (004.572.480-68). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Novo Hamburgo/RS – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9796/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, e 7º da Resolução 206/2007-TCU, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação de mérito do ato de concessão de aposentadoria do interessado abaixo qualificado, em razão de seu falecimento, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.214/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: William de Carvalho Ferreira Lima (095.908.034-15). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Petrolina/PE – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9797/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, e 7º da Resolução 206/2007-TCU, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação de mérito do ato de concessão de aposentadoria do interessado abaixo qualificado, em razão de seu falecimento, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.262/2011-6 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Joao Pereira Soares (218.705.864-68). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual do INSS - João Pessoa/PB – INSS/MPS.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 40 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9798/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria do interessado abaixo qualificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.287/2011-9 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Paulo Armando Crescencio (043.502.338-14). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Santo André/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9799/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria do interessado abaixo qualificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-020.292/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Airton Aparecido Gomes (020.942.768-05). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Sorocaba/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9800/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-020.295/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Josue Ribeiro de Sa (823.373.498-53); Maria Aparecida Freire (775.309.268-53). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Campinas/SP – INSS/MPS.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 41 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9801/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-020.339/2011-9 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Doralice Porto de Oliveira (221.931.381-68); Josita Goes Martins Lopes (289.128.881-53); Maria Dolores Resende Nader (114.356.901-68); Silvania Paes das Virgens (179.758.597-53); Solange de Almeida Castro (401.464.567-34); Tereza de Jesus Sa Fernandes (106.812.483-00). 1.2. Órgão/Entidade: Instituto Nacional do Seguro Social – MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9802/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.393/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Alfredo Luiz Mello Pinto Martins (107.150.538-68); Genil Martos Miguel (650.152.158-00); Maria José Silva de Oliveira (046.641.988-09). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual do INSS - São Paulo/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9803/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 42

1. Processo TC-022.685/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Aldemir Barroso Albuquerque (149.924.421-53); Ana Nobre Damasceno (117.180.803-87); Eloah Andrade Benevides (002.101.373-04); Iolanda de Almeida Neves (081.525.193-91); José Maria Lopes (060.944.573-15); Lincoln Barbosa Lima (018.918.633-04); Lucineide Gomes Bezerra Ribeiro (053.673.363-53); Manoel Gomes Moreira Filho (810.058.908-97); Manoel Moraes da Silva (139.287.673-72); Maria Celia Avelino Cals (037.265.253-00); Maria Eliene de Queiroz (013.144.323-20); Maria Ivani Carneiro de Almeida (059.491.143-53); Maria Zelia Araujo de Oliveira (200.047.533-72); Mirian Oliveira de Melo (060.652.443-68); Raimundo Araujo Costa (054.194.093-72); Tadeu Coelho de Almeida (059.466.703-87). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Fortaleza/CE – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9804/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.702/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Candida Oliveira (031.936.403-87); Conceicao de Maria Lima da Silva (354.929.703-30); Pedro de Alcantara da Rocha Moreira (012.729.693-04); Roosevelt Coelho de Sousa (012.720.633-72); Wilma Rodrigues da Silva (068.910.803-63). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Imperatriz/MA – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9805/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-022.711/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Regina Eugenia Pasotti Deurighetto (126.079.198-00). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Marília/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 43

ACÓRDÃO Nº 9806/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria das interessadas abaixo qualificadas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.714/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessadas: Abigail Marques das Neves (793.724.498-49); Ana Carolina Favora Cesar Frohlich (795.136.038-49); Ana Maria Jardini Pereira (555.714.768-34). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Sorocaba/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9807/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.722/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Alcidea de Jesus Campos (484.230.927-04); Alice Maria Mafra Ferreira (268.659.987-15); Ana Maria da Silva (345.037.147-91); Antemar Bastos Ramos (385.012.527-00); Carlos Alberto do Nascimento (336.402.707-20); Celi Machado da Silva (513.633.807-53); Celio Rizo de Lourdes (253.209.637-34); Chirlei de Souza Oliveira (564.898.627-00); Clair Paraizo da Silva (459.461.087-00); Clara Chaves (600.374.157-00); Delmari da Cruz Fernandes (372.834.807-49); Demostros de Souza (356.224.317-00); Edevaldo Jose de Oliveira (205.402.727-87); Elenice Rosas Borges (385.945.017-49); Elsina Silva de Avellar (583.433.267-68); Ely Alves de Medeiros (221.354.997-49); Ester Mafra de Almeida (396.370.777-15); Felix Cecílio da Silva (159.998.237-49); Florencio Fernandes (501.119.817-00); Fluvia de Matos Azevedo (350.054.837-72); Gloria Maria Rosas Trindade (853.439.007-04); Helena da Silva Rocha (287.940.017-15); Ivan Andrade Silva (275.816.757-34); Jaime Fialho dos Santos (199.056.457-72); Jonas dos Santos de Souza (297.330.907-78); Jorge Fernandes Paz (379.076.387-04); Jorge Rosemberg Correa Pereira (407.096.637-49); Jorge Valentim Cargioffilli (338.905.877-04); Jorge de Aguiar Dantas (030.922.757-72); João Caminha de Freitas (255.932.777-53); Laura Hotz Dias (913.079.617-20); Lea Cezar da Silva (660.668.837-04); Leila Regina de Lima Rangel (331.243.457-20); Lenir de Sousa Cardoso (605.139.007-30); Lucia Proença Amaral (332.678.127-04); Lucy Souza Santos (383.226.847-20); Luiz Flavio da Silva Henrique (429.314.527-34); Lujan de Andrade (410.559.187-87); Luzia Campos da Silva (446.446.207-34); Magdala Pimenta Arcanjo (365.685.897-72); Manoel Ignacio da Silva Neto (375.172.877-53); Marcílio Dias de Oliveira (182.804.717-15); Maria Amelia da Silva (277.367.847-87); Maria Angela dos Santos de Carvalho (508.766.007-04); Maria Aparecida Lima da Luz (398.579.487-15); Maria Aparecida dos Santos de Almeida (372.150.197-72); Maria Darci Pereira Passos (337.298.837-04); Maria da Graça de Souza Neto

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 44 (348.328.827-91); Maria das Graças Travassos de Barros (157.710.837-04); Maria de Fatima Barbosa de Freitas (400.767.337-34). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS No Rio de Janeiro/Norte. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9808/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.727/2011-6 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Augusto Fernandes do Sacramento (122.201.836-53); Paulo Roberto Gomes da Silva (192.487.926-34). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Varginha/MG – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9809/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-022.732/2011-0 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Maria de Jesus Albuquerque Terra (048.715.702-82). 1.2. Órgão/Entidade: Gerencia Executiva do INSS - Uberlândia/MG – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9810/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 45 1. Processo TC-022.855/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Abelardo Barbosa Espíndola (007.257.734-72); Ademir Leite dos Santos (210.874.824-53); Airam Guimarães Minho (033.171.884-72); Antonia Maria de Araújo Pereira (111.147.974-72); Aurea Maria Branco Simões (016.946.772-49); Carmem Lucia de Souza Oliveira (111.117.634-53); Claudia Correia da Silva (260.243.654-20); Fatima Lucia Michaello Macedo Dias (079.550.224-91); Floraci Gomes Damasceno (228.873.344-68); Helenize Rodrigues dos Santos (068.089.804-20); Jandira Mello de Almeida Cahet (078.990.334-20); Jorge Nunes Leite (210.168.444-68); Jose Reinaldo Domingos da Costa (354.844.974-34); José Cordeiro da Silva (039.705.744-04); Ligia Maria da Silva Barros (111.207.464-34); Manoel Oliveira da Silva (148.204.984-87); Marcos Fernando Costa (163.077.044-20); Maria Estefânia de Mendonça Araújo (129.410.264-87); Maria Lucia dos Santos Souza (239.707.234-34); Maria Nilda de Oliveira Freitas (411.284.784-04); Marlene Albuquerque Ferreira (049.525.614-53); Marlene Santos e Silva (148.651.064-72); Olga Marilene Costa (106.460.514-15); Petrucio Silva Oliveira (039.700.864-34); Renilzia Maria Santos de Santanna (111.179.584-34); Ronilda Leite Silva (133.823.574-53); Rosa Maria Lima Rosa (078.977.904-87); Rosa Maria Salgueiro de Almeida Cruz (164.825.814-04); Rosimar Maria Cabral (045.494.574-49); Sebastião Manoel de França (382.206.524-20); Solange Maria Araujo Leopoldino (140.452.734-68); Vania Maria Wanderlei Buarque (087.922.754-00); Vera Lucia Celerino de Moraes (228.167.474-68). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual do INSS - Maceió/AL – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9811/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.899/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Adélia Ramos de Azevedo (782.006.018-20); Evaldo Francisco Zemann (004.833.899-00); Ivonete Terezinha Rosa (058.641.359-68); Jorge Roberto Batista (202.815.017-34); Libra Geni Gotardo Gerber (234.415.429-91); Oswaldo Neri Pacheco (110.613.169-04); Therezinha Pereira Tonet (866.501.069-68). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Joinville/SC – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9812/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 46 ato de concessão de aposentadoria do interessado abaixo qualificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.913/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Valdivino Alves da Silva (058.308.001-44). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Anápolis/GO – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9813/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.933/2011-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Maria Edite Nunes Dias (182.606.164-91); Rosalvo Moreira da Silva (016.416.465-00). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Juazeiro/BA – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9814/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.941/2011-8 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Alvaro Polido Lopes (001.935.346-49); Esperança Nogueira Soares (241.724.056-49); Fernando Salgado (155.473.886-53); Geralda Adilsa Vieira Menezes (232.943.616-53); Ivanilde Prata Ribeiro (455.663.726-00); Lidia Dora Windenguer Zavala (120.522.056-91); Maria Eterna Martins de Oliveira (201.100.906-59); Maria Martins Alvarenga (425.508.586-20); Mauricio Ferreira Moura (014.741.626-49); Neuzi Ferreira Nunes (269.367.126-49); Sebastião Lucio da Silva (023.295.656-15); Wania Bicalho Pinto (099.941.736-34); Wilson dos Reis (091.614.816-53); Zelia Gonçalves (080.592.418-34). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Belo Horizonte/MG – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 47

ACÓRDÃO Nº 9815/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.944/2011-7 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Aldedoque Bernardino (113.680.127-87); Ana Maria Martins Muniz (208.841.337-53); Angela Maria Marinho Caldeira Cavalcante (278.531.367-49); Angela Rosa da Silva Graciano (422.558.647-20); Antonio Roberto Guimarães Porto (284.278.907-53); Armando Leal Chaves (112.995.257-68); Benita Correia do Carmo (285.105.777-49); Bernardete Fontenelle de Mayrinck (354.248.507-15); Carlos Artur de Oliveira Martins (112.889.737-72); Cecília Miranda Pontes (358.136.797-15); Celuta Angélica Lira de Almeida (660.048.537-04); Claudia Mello Barbosa (435.710.937-04); Cleozo Nery de Sá (077.806.997-49); Conceição Macedo do Amor Divino (069.903.917-74); Denize Pereira dos Santos Nessrallah (447.719.757-87); Dilma Batista dos Santos (391.842.007-82); Elizabeth Ribeiro Fraga dos Santos (259.070.697-91); Elzira Goese (339.030.267-00); Evaldo Vieira dos Santos (075.688.517-53); Geraldo Goulart (305.879.807-53); Helena Matias dos Santos (377.780.647-15); Ivanice Tenorio Cordeiro (354.813.747-49); Ivonete Rosa Dias (519.764.557-15); Jane Almeida Batista (490.797.357-87); Jane Maria da Silva Coyunji (222.032.577-68); Jesse Soares Souto Filho (461.976.137-00); José da Silva Alves (075.695.727-34); João Luiz Gonçalves Ferreira (444.208.117-49); Jupira de Jesus Ferreira (312.831.797-68); Lia Ferreira Guzzon (259.803.007-91); Ligia Silva Araújo (323.591.797-72); Lourivan Feres de Sá (711.045.007-44); Lucia Helena Cardoso Novo (391.462.867-72); Luiza Helena de Rezende Machado (812.805.647-68); Lysabeth Ramalho de Figueiredo Rosas (463.617.407-06); Maria Aparecida Calixto (173.768.157-91); Maria Celia Mendes do Prado (531.665.157-04); Maria Delba dos Santos Monteiro (055.074.055-49); Maria Luiza Fonseca Ferreira de Souza (788.262.177-34); Maria Luiza de Moura Teixeira (210.869.667-91); Maria Nazareth da Silva Moreira (407.571.457-87); Maria Teresa de Jesus de Lima Póvoas (692.354.227-87); Maria Terezinha Magalhães Siqueira (069.418.697-04); Maria das Graças Lopes da Silva (444.384.007-91); Maria de Lourdes Bernardo Alexandre (423.053.497-34); Marilce Figueiredo Luz (957.975.807-72); Marilza Mascarenhas e Souza (371.548.777-15); Marinoni Nicoláo (503.693.507-15); Mario Garofalo (045.887.037-49); Mary Ivone da Silva Fernandes (278.277.397-68). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Niterói/RJ – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9816/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria das interessadas abaixo qualificadas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.951/2011-3 (APOSENTADORIA)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 48 1.1. Interessadas: Maria Eliene de Sá Gimino (024.983.082-53); Maria Jose de Paula (318.660.269-68). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Porto Velho/RO – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9817/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-023.142/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Donizeti Muglia (018.509.618-24); Francisco Felizardo de Souza (077.936.341-87). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Dourados/MS – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9818/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-023.146/2011-7 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Antonio Silveira dos Santos (045.984.580-20); Edison Delduque Franquine (090.233.480-87); Jose Edson Simoes (143.407.200-20). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Santa Maria/RS – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9819/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 49 atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-023.150/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Adalgisa Tavares Dantas (113.218.224-72); Carlos Fernando Vieira Figueiroa (028.718.584-20); Rita de Cássia Cavalcanti Couto (080.801.604-06). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Recife/PE – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9820/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-023.170/2011-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Nilvana Augusto Gregorio (055.711.818-26). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Santo André/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9821/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-023.176/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Adhemar Modena (050.762.938-87); Ernesto Barreto de Menezes (244.894.178-53); Ismael Gobbo (313.133.538-68). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Araçatuba/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9822/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 50 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de aposentadoria da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-023.180/2011-0 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Maria Célia Rezende Silva (183.339.236-15). 1.2. Órgão/Entidade: Gerencia Executiva do INSS - Uberaba/MG – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9823/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-023.182/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Adail Fontes (277.820.697-34); Adnalva Maria Santos Ferreira (138.385.985-04); Ailton Francisco dos Santos (113.020.037-04); Alcione Gonçalves Pessoa (322.034.627-87); Aldemar Alves Crespo Filho (323.520.697-34); Amaziles Rodrigues dos Santos Kano (306.205.547-20); Arlete Souza dos Santos (907.333.987-15); Aurea Pereira Rosa (414.861.107-20); Carlos Alberto dos Santos (373.771.167-49); Cecília Maria Marins Pinheiro (209.711.257-91); Clelio Antonio Massena Fortuna (187.090.447-87); Cleusa Maria de Miranda Maia (395.957.817-20); Conceição de Maria Tinoco Ribeiro Gomes (380.844.227-15); Debora Noemia Silva de Oliveira (003.843.407-50); Delma da Encarnação Fernandes (515.294.087-68); Deusomar dos Santos Camacho (452.417.837-68); Ecila da Cruz Ferreira (305.999.897-34); Edir da Paixão e Silva (485.004.377-15); Edmo Pinto Pache de Faria (615.441.837-04); Elias Barros Sobrinho (130.918.327-91); Eulina Lima de Freitas (977.108.817-34); Eunice Almeida Gomes (051.895.807-84); Francisco Metaxas Nunes Guerra (197.880.617-53); Getulio da Conceição Torres (284.911.067-15); Guaracy Monteiro de Souza (031.721.717-87); Hilma Oliveira Santos (102.113.577-15); Hozana Vianna Costa Gomes de Carvalho (045.395.167-87); Iracema Lopes Duarte (639.287.877-72); Ivaldo Jaime de Lima (245.223.097-91); Izabel Mascoto de Almeida (054.271.077-38); Jacyra Carneiro dos Santos (113.435.677-34); Jandira Dias da Silva Silveira (039.929.697-20); Jocy Teixeira Maia (035.418.607-82); Jorge Marques de Almeira (312.363.757-34); Jorge Miranda Pinto da Fonseca Filho (180.376.407-44); José Carlos Alves da Silva (184.235.907-04); José Carlos Pessanha Damasceno (278.840.317-87); José Carvalho (039.925.357-20); João Baptista da Silva (232.161.077-87); João Rogério do Rego Medeiros (029.794.547-53); João de Mattos (278.324.147-15); Leilá Ramalho da Silva (638.995.587-15); Leonina Rodrigues Macedo (572.687.547-87); Livia Feloni Sabino (551.523.338-72); Lucia Helena Blanc (572.206.387-87); Luis Henrique Dias de Sa (475.977.637-00); Luiz Carlos Alves Lobato (209.773.527-49); Luiz Fernando Raposo Félix (235.529.307-44); Luiza Aguiar Pinto (745.228.687-15); Luiza Dreux de Almeida (458.432.367-49). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Niterói/RJ – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 51

ACÓRDÃO Nº 9824/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-023.188/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Alvaro Reinaldo de Souza (155.584.959-87); Carmen Walsh (203.349.667-87); Clovis Glicerio (024.516.707-20); Cosmo Mota de Oliveira (437.868.987-15); Cyro Moura Pimenta (050.050.357-53); Gilclea Maria Lima de Oliveira Sena (435.818.117-15); Inalda Tinoco Barros Paschoal (434.823.847-20); Iraceni Clementina de Oliveira (287.588.387-91); Jurandir Almeida Araujo (069.333.867-91); Marcia Mattos dos Santos (260.211.027-20); Maria Zelia Paiva de Holanda (348.835.257-91); Marilane Luiza Martins (271.160.857-34); Mary Desiderio Valverde (495.067.307-68); Mauro Carvalho Mangeth (859.432.907-53); Nadja Carneiro da Cunha (030.489.424-91); Othon Paulo Brandão Sant´anna (055.176.807-04); Rita de Farias Pinheiro (406.517.977-72); Roberto Pessoa Roloff (028.899.517-15); Sergio Moreira de Azevedo Lima (041.932.027-04); Sonia Maria Tavares de Carvalho (528.488.257-15); Suely Mendes Ferreira (316.064.587-87). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Rio de Janeiro-sul/RJ – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9825/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-023.195/2011-8 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Carlos Fernando Gardani (114.475.080-68); Iara Maria Segu (192.137.860-34); Lydio Maturano Dias (030.223.660-00); Norma Soares de Lima Xisto (165.400.850-87); Paulo Rossato (078.574.540-87); Roberto Vanderlan Saraiva de Azevedo (006.717.030-72); Rosa Maria da Silva (135.268.800-00). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Rio Grande do Sul – SRTE/RS. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9826/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 52 inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-023.501/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessadas: Maria Helena Gomes dos Santos (001.695.438-62); Raimunda Luzia da Silva (244.299.451-87). 1.2. Órgão/Entidade: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9827/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-023.616/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Darlan Alves Correa (114.235.527-68); Idalina Silva de Alcântara (978.570.767-91); Núbias Maria Evangelista Gualtieri (382.470.626-15). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Espírito Santo – SRTE/ES. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9828/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso I, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito dos atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, por perda de objeto, tendo em vista o falecimento da interessada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-024.294/2011-0 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Mirian Soares Lima (106.070.054-91). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Rio Grande do Norte – SRTE/RN. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 53

ACÓRDÃO Nº 9829/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso I, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito do ato de concessão de aposentadoria a seguir relacionado, por perda de objeto, tendo em vista o falecimento da interessada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-024.460/2011-7 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Sonia Mara Oliveira Ribeiro Clement (289.084.495-15). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado da Bahia – SRTE/BA. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9830/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso I, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito dos atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, por perda de objeto, tendo em vista o falecimento dos interessados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-024.500/2011-9 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Joaquim Francelino Barros Nogueira (052.953.270-00); Yara Teresinha Silva (266.750.210-87); Zaida Ferreira Barcellos (302.131.000-10). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Rio Grande do Sul – SRTE/RS. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9831/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso I, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito dos atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, por perda de objeto, tendo em vista o falecimento dos interessados ou reversão das concessões, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-024.556/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Jose Nolasco Bittencourt (050.864.426-72); Lúcio Eustáquio Murta (009.975.956-04); Marcos Antônio Guimarães (195.266.876-04); Vanessa Fraga Cury (455.926.676-04). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Minas Gerais – SRTE/MG.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 54 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9832/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão de aposentadoria a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-025.898/2011-6 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Antonio Padilha Nesi (267.202.487-15). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Rio de Janeiro – SRTE/RJ. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9833/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-025.899/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Carmen Carvalho Passos (204.330.935-87); Maria Luiza Silveira Vilanova Ribeiro (066.055.595-68); Maria Ruth Melo de Souza (106.127.695-34); Maria das Graças Silva Cerqueira (140.818.495-87); Marta Souza Figueiredo Pinto (183.679.335-91). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Feira de Santana/BA – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9834/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-027.119/2011-4 (APOSENTADORIA)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 55 1.1. Interessados: Assis dos Santos Brasil (069.406.250-20); Maria de Lourdes Correa da Silva (091.980.830-15); Zeny Maria Silva Lemos (108.086.040-15). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Canoas/RS – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9835/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-027.160/2011-4 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: João Raymundo Ferreira Filho (016.878.833-00); Manoel Moura da Costa (043.981.653-04). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Maranhão – SRTE/MA. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9836/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de aposentadoria dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-027.187/2011-0 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Alzira Oliveira de Aquino (602.964.371-15); Celso Marcos Vieira de Souza (054.407.857-87); Jocely Gomes de Araujo (033.226.961-20). 1.2. Órgão/Entidade: Ministério das Relações Exteriores (Vinculador). 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9837/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 3º, §§ 6º e 7º, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação da concessão de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 56 aposentadoria a seguir relacionada, por inépcia do ato, sem prejuízo de fazer a seguinte determinação, de acordo com o parecer do Ministério Público/TCU:

1. Processo TC-027.189/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Margarete Franca Ribeiro (303.494.789-53). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Santa Catarina – SRTE/SC. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação: 1.6.1. à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Santa Catarina que, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da ciência desta deliberação, encaminhe, por intermédio do sistema Sisac, nos termos da IN/TCU n. 55/2007, novo ato de aposentadoria devidamente corrigido, para apreciação por este Tribunal, de maneira a fazer constar todas as informações necessárias ao seu correto exame, esclarecendo, em especial, o fundamento legal da concessão e o valor inicial dos proventos, sob pena de aplicação das sanções previstas no art. 6º da IN/TCU n. 55/2007.

ACÓRDÃO Nº 9838/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-027.194/2011-6 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Marinesio Justino dos Santos (058.548.734-00); Pedro Targino de Castro (003.443.464-04). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado da Paraíba – SRTE/PB. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9839/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão de aposentadoria a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-029.842/2011-5 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessada: Ednete Franca Passos Oliveira (102.428.995-87). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Sergipe – SRTE/SE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 57 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9840/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão de aposentadoria a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-029.892/2011-2 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Aldemir da Silva Regis (009.386.532-53); Terezinha Marinho Teixeira (193.945.862-53). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Amazonas – SRTE/AM. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9841/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão de aposentadoria a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-029.918/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: Odil de Almeida Campos (139.603.421-87). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Mato Grosso – SRTE/MT. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9842/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, e 7º da Resolução 206/2007-TCU, em considerar prejudicada, por perda de objeto, a apreciação de mérito dos atos de concessão de aposentadoria dos inativos abaixo qualificados, em razão de seus falecimentos, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-029.970/2011-3 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessados: Apparecido Natal Felisbino (606.460.638-04); Isabela Kubli Doria Vieira (120.574.445-20); Maria Aparecida da Silva Mantovani (673.105.248-53). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS Em São Paulo/Sul.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 58 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9843/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso I, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito do ato de concessão de aposentadoria a seguir relacionado, por perda de objeto, tendo em vista o falecimento do interessado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-029.999/2011-1 (APOSENTADORIA) 1.1. Interessado: José Murilo Levy Bomfim (001.933.642-04). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Amazonas – SRTE/AM. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9844/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de admissão de pessoal dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos, sem prejuízo da determinação adiante consignada.

1. Processo TC-005.686/2010-5 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Eduardo Oliveira Prates (805.846.755-34); Giovana Oliveira Silva (003.545.507-13); Jose Newton de Seixas Pereira Filho (458.858.345-04); Lauro Antonio Porto (009.144.951-00); Leonardo Augusto Kister de Toledo (967.309.005-04); Maria Solenar Rodrigues do Nascimento (167.579.715-34); Marinalva Dias Quirino (399.376.158-87); Patricia Maria Fernandes Marback (615.618.785-53); Samuel Santana Vida (465.653.455-20); Valdenir Almeida da Silva (972.304.645-87). 1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal da Bahia – MEC. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogados constituídos nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.6.1. Determinar à Universidade Federal da Bahia que acompanhe os trâmites da ação judicial referente à admissão de José Newton de Seixas Pereira Filho e que, caso não tenha sido mantida, disponibilize o respectivo desligamento no SISAC.

ACÓRDÃO Nº 9845/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 59 inciso II, 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 7º, inciso II, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação do mérito dos atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, por perda de objeto, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-010.822/2005-6 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Alberto Martins de Oliveira (242.857.732-87); Alexei Leite Maia (444.021.981-00). 1.2. Órgão/Entidade: Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região/AM. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9846/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de admissão de pessoal dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-022.083/2011-1 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Daniele Paulo Sobrinho (322.695.818-65); Edijan Ferreira Chaves (113.536.748-51); Jose Aparecido da Silva (302.850.678-50); Vanessa Cleto Rigo (022.890.179-06). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Osasco/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9847/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de admissão de pessoal dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.126/2011-2 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Rosalvo Fernandes Bomfim (088.004.298-23); Rose Marie Meinicke (038.833.099-66); Roselene Mitsue Yoza (464.655.531-04); Rosemary Malatesta Delegido Guerra (162.319.278-14); Rosilene de Oliveira Souza (597.622.255-20); Rute Zeca Brasil (058.504.614-00); Sadi Roberto Menta (526.984.320-04); Samir Abdala (222.071.218-44); Sandra Cristina Lima e Silva (035.335.466-08); Sara Regina Castanheira Fernandes (279.137.488-42); Saulo Edward Oliveira Menezes (778.412.205-53); Saulo da Silva Oliveira (614.805.760-34); Sebastiao Eustaquio Lara Leao (125.667.991-72); Sebastião Thiago Carvalho Dultra Filho (352.715.038-28); Sergio Raphael Fusari Filho (008.846.558-65); Shirley Myashiki Silva (063.868.218-58); Silvia Valeria Santiago Gomes da Rocha (796.419.205-10); Simone Uler Lavorato (474.614.621-72); Solange Cechin (570.082.640-20);

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 60 Suellyn Mattos de Aragão (042.501.239-52); Suzane da Cunha Ferreira (041.918.437-61); Tales Rocha Aguiar (001.033.343-60); Talyta Temoteo da Silva (665.063.363-15); Tania Raquiel Oliveira de Mello (473.160.710-87); Tassila Giselle Sousa Conceição (807.811.365-04); Tatiana Silva Barbosa (715.421.591-72); Tatiane Higa Froes (958.484.951-49); Terezinha Angela Aguiar Nogueira (102.106.618-44); Thaiane Araujo Leite (028.563.735-50); Thais Cristina Cleto Millani Bertolotte (035.523.569-24); Thais de Oliveira Marques (344.071.888-39); Thiago Luis de Oliveira Albuquerque (946.982.443-15); Thiago de Oliveira Matos (997.707.411-91); Tiago Bezerra dos Santos (041.707.004-73); Tiago Cavalcanti Alves (008.490.854-89); Tiago Christian de Lima (005.819.996-90); Tiago de Oliveira Borges (282.898.778-70); Tonia Abdoulmessih Razouk (046.594.859-60); Tony Kleber de Jesus Santana (901.027.385-72); Valdiane Alves Leal (045.549.596-35); Valeria Virginia Oliveira Pereira (052.597.854-28); Valmir Carlos da Silva Souza (689.156.755-68); Valter Martiniano da Silva Junior (009.411.564-86); Vanessa Alessandra Scaranello F M Leal (254.141.568-08); Vanessa Carra (951.715.500-00); Vanessa Garcia Monteiro (812.421.315-15); Vanessa Jackel (069.301.564-00); Vania Moroni Felici (097.440.448-96); Vanildo Barbosa Bayer Junior (933.744.964-15); Vanina Ávila de Carvalho Melo (007.530.994-70); Veruska Batista Carlos (815.782.883-04); Victor Andre da Cunha Lau (108.560.837-98); Vinicius Misael Policarpio de Magalhaes (000.347.685-56); Vinincius Oliveira Rios Silva (019.752.045-65); Vitor Moreira Camilo da Silva (106.994.097-64); Viviane Rodrigues Melo (566.872.903-63); Wanessa Sousa de Assis Telles (979.110.380-15); Wesley Costa Santos (077.811.896-71); Wilson Jose Valadão Junior (006.281.081-25); Yuri Holanda Cruz (636.788.453-04). 1.2. Órgão/Entidade: Instituto Nacional do Seguro Social – MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9848/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de admissão de pessoal dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.219/2011-0 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Andrea Souza Magalhaes dos Santos (727.604.005-49); Murilo Savio Galvao Tavares (004.288.133-13); Ranier Antunes Peres (026.820.464-01). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Boa Vista/RR – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9849/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de admissão de pessoal da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 61

1. Processo TC-022.459/2011-1 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessada: Marilene Andrade Silva (130.518.808-09). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Osasco/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9850/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de admissão de pessoal dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-022.508/2011-2 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Ademir Antonio Salatin (404.792.001-06); Alessandro Campos Rocha (047.629.339-10); Alice Tremarin da Rocha (699.801.870-34); Ana Célia Pimentel de Andrade (888.517.884-72); Andreia Rocha dos Santos (746.302.459-87); Andreia Simone de Lima (009.291.849-20); Antonio Pereira Cardozo (235.695.570-49); Arlete Terezinha da Silva (581.525.980-20); Carla Patrícia Uliano (888.581.979-68); Carolina Fernandes Amancio Pucci (218.915.878-89); Christian Almeida Wandscher (648.000.240-72); Daniele Moraes Carneiro (074.500.477-64); David Rogério Fiori (469.460.802-97); Denise Aparecida Brocardo Darella (506.332.609-91); Edgar Antonio Pizoni (005.184.657-80); Edi Galvani Uliano Junior (951.399.079-68); Edina Rodrigues do Amaral (923.418.459-91); Edinaldo Warmling (020.526.419-04); Eduardo Andre Bracci Walczewski (956.338.399-00); Eduardo Daniel de Carli (965.101.020-72); Elton Silveira Galarz (750.398.429-53); Erico Djan Corte de Alencar (021.591.414-70); Everton Luis Graff (618.703.070-20); Ezequiel Moraes (027.877.449-07); Fabiana Sandi da Cunha (004.483.240-08); Fabiana Zanette (823.532.809-78); Fabio Alexandre Messer (605.229.179-68); Fabio Valente Gomes (723.741.950-15); Fabio Vieira de Araujo (766.778.189-34); Fabiola Rabelo de Freitas (479.542.213-34); Fernanda Giordani Kretzmann (003.726.100-21); Fernanda Gomes Torres (086.825.787-78); Fernando Rios Fonseca (738.993.306-25); Flavia Soares Lara Segura Gimenez (345.308.678-38); Francielli Inacio de Souza (052.677.849-07); Gavroche Bezerra Toscano de Mendonça (032.079.524-10); Gilberto Pereira de Mendonca (073.086.778-18); Gilson Jeronimo Soares Dorneles (462.043.504-04); Graziela Gonçalves Porto (822.856.750-20); Guilherme Azevedo (439.357.029-49); Janaina Vieira Melo (445.260.672-53); Joao Vicente Bozzetti (399.445.900-10); Jossime Maria Parente (561.368.709-91); José Antônio Sanches (786.190.098-34); Juliana Neumeister Dalcin (922.341.780-53); Juliana Paludo (022.512.549-86); Juliano Zampeze (919.459.849-53); Jusan Serafim (007.046.209-79); Karina Hennemann Moreira de Souza (018.877.599-48); Leonidas Nuernberg de Oliveira (615.117.309-00); Leticia de Bittencourt Soares (709.322.980-87); Lilian Raimundini Rodrigues de Souza (009.438.929-29); Lise Carvalho Rocha Freire (881.411.443-91); Luciana de Amorim Alves (615.494.365-20); Luciano Chaves Pozza (017.204.639-48); Luis Taddeo Filho (039.107.898-46); Lurdes Rizzo Seco (717.941.820-04); Marcelo da Silveira Chagas (485.532.390-04); Marcelo de Souza Guerra (099.363.908-90); Marcia da Conceição Marques Correa (567.236.280-04); Marcia da Rosa de Oliveira (889.005.509-00); Marco Aurelio Borges (592.104.439-34); Margarete Fatima Gebing (602.754.480-53); Mariana Piuco Doneta (044.657.639-56); Mariangela Trindade Carbunck (023.855.359-04); Marileia Sperling (837.970.849-00); Mario Ouriques de Oliveira Filho (170.681.504-20); Marlene Rodrigues (682.834.159-72); Miramar Beltrame (490.419.750-04); Patricia Padilha Pires (778.139.014-87); Rodrigo Aldaher Magalhães (081.633.297-50); Rodrigo Jacques

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 62 Zarpellon (019.302.169-20); Romualdo Vieira Junior (750.392.149-87); Roseane Bertolin (029.218.496-40); Rosemeri Consorte de Souza (970.611.749-00); Saul Pereira Junior (029.165.359-69); Sebastião Renildo de Freitas Bandeira (825.332.703-00); Silvana da Silva Rufino Vicente (021.974.859-46); Suellen Cristina Alves da Silva (005.550.191-52); Terezinha Iracema dos Anjos Aron (450.317.976-49); Thais Casagrande Correa (026.594.439-20); Thais Maria Lousada (340.586.688-06); Thiago Feliphe Torres do Nascimento (074.022.324-09); Thiago Pedrosa Cortez (067.152.124-14); Vanessa Scarduelli (029.949.169-24). 1.2. Órgão/Entidade: Instituto Nacional do Seguro Social – MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9851/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legais para fins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-029.680/2011-5 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Christian Carvalho Liberato de Matos (916.468.805-44); Cristina Rosa Lopes (972.109.786-15); Eldiber Antonio Inácio (881.935.606-63); Letícia Barbosa (854.099.017-20). 1.2. Órgão/Entidade: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9852/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 3º, §§ 6º e 7º, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação dos atos constantes deste processo, por inépcia, sem prejuízo de fazer a seguinte determinação, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-030.510/2011-2 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Adriana de Melo Silva (008.609.511-03); Adriano Ribeiro Furtado (320.907.208-67); Alessandra Gilibert de Oliveira (021.865.207-02); Alex Muniz Santos (762.863.631-49); Alexandre Carvalhaes Neffa (098.205.627-32); Alexandre Rodrigo Teixeira da Cunha Lyra (263.221.531-53); Alice de Gouvea Ramos (003.631.775-66); Alison Carneiro Santos (026.072.915-93); Ana Carolina Timo Alves (013.561.476-74); Ana Costa da Fonseca (059.923.236-60); Ana Cristina dos Santos Auad Alves (264.866.103-44); Ana Gracy Canto Salgado Pedrosa Santos (030.916.624-11); Ana Ligia Regnani Dal Bem (216.960.858-37); Ana Lucia Ungaro Chaves (106.187.278-50); Ana Paula Furlan Sales (122.323.797-44); Andre Luiz Guirardi (903.867.011-72); Andreas Benke (022.979.799-75); André Esposito Roston (320.460.368-75); André Faria Salomé (062.083.296-71); André Luis Ruschel Finger (006.270.190-80); André Luiz Graciano Alonso (171.452.358-62); André Luiz de Aguiar (184.228.758-37); André Tavares de Lima (035.103.484-60); André Wagner Dourado dos Santos (799.861.705-59);

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 63 André de Nóbrega Azzini (286.695.058-51); Angelica Ribeiro Figueiredo (025.449.777-28); Anne Rodrigues Lucchini (347.600.788-00); Antonio Alves Mendonça Júnior (082.572.176-89); Antonio Eduardo Souza Correia (105.066.807-38); Arthur Emilio Araujo (047.537.094-50); Ary Cordeiro de Souza (393.307.021-04); Audileia Batista Rodrigues (031.014.927-42); Breno Silva Veloso (013.796.466-85); Bruna Romero Malheiro (095.005.917-07); Bruna Vasconcelos de Carvalho (022.108.663-32); Bruno Costa Ribeiro (941.536.205-72); Bruno Pontes Sales (098.691.877-65); Caio Cesar Poltronieri (228.455.248-03); Carla Gabrieli Galvão de Souza (826.500.125-87); Carla Régia Teixeira Sales (024.636.594-32); Carlos Ubirajara Lima Asfor (780.058.843-20); Carolina Fiorito de Almeida (344.985.298-12); Carolina Vanderlei Castro de Almeida (057.430.494-08); Caroline da Silva Rodrigues (043.975.046-60); Celso José Galheiro Violin (036.516.159-44); Charle Antoni Domingos (046.439.183-06); Clara de Araújo Bezerra (051.395.574-79); Claudia de Campos Almeida (791.488.916-49); Cleberson da Cunha Silva (740.336.622-00); Cristiane Marise Cabral Carrijo (515.724.511-49); Cristine Mendes de Almeida (559.640.102-10); Cynthia Maria Alencar de Carvalho (631.257.813-53); Cíntia Bastos Bemerguy (891.282.652-20); Daniel Ernesto Engelbrecht Ferreira (082.337.357-60); Daniel Mely Vasconcelos Fernandes (657.506.086-20); Daniela Araujo de Brito (012.048.996-14); Debora Rita Mavel Candido (059.811.516-17); Dema Andrade Esmeraldo (788.897.153-91); Diana de Oliveira Cerqueira (051.923.514-21); Diego Marcel Alfaro (007.702.609-85); Diego Pinto de Barros Leal (013.101.963-54); Doralice Leme Gonçalves Panissa (001.493.668-25); Douglas Dimi Demarch (021.112.089-81); Douglas Ferreira Santos (352.325.768-95); Débora Moraes de Souza (012.911.697-17); Edilene Araújo dos Santos (774.849.837-72); Ednaldo de Azevedo Silva Júnior (076.624.987-51); Edson Lustosa Cantarelli de Moraes Guerra (040.985.924-95); Eduarda Tirelli Ennig (013.802.620-38); Eduardo Belarmano Cunha de Azevedo (645.667.063-20); Eduardo Costa Zini (221.119.328-50); Eferson Gonçalves Gomes (030.113.525-85); Ekatierina Cardoso de Souza (919.263.781-72); Elenimar dos Santos Mattos (121.248.837-71); Elisa da Fonseca Bonates (087.745.097-80); Eugenio Santana Marques (063.431.526-95); Eva Patricia Gonçalo Pires (017.168.981-02); Everson Machado Alves (558.261.560-15); Fabiana Aguilar Guimarães (945.820.763-00); Fabiane Araújo Melo (014.141.065-56); Fabio Lacorte da Silva (959.894.470-00); Fabio Tetsuo Gondo (070.453.217-40); Fabricio Dzierva (007.220.789-27); Fernanda Cristina Oliveira Bucker (097.379.677-47); Fernanda Fagundes da Silva Avila (068.857.006-22); Fernanda Fernandes de Lima Melo (601.364.482-91); Fernando Cesar da Mata Reis (014.287.516-37); Fernando Galego Dias (250.270.788-97); Fhrederico Pereira Sabino da Silva (007.708.071-86); Flavia Maria Costa de Almeida Maia (007.789.735-81); Flavio Hiroshi Itano (007.466.869-27); Francisca Paiva Brandão (873.767.503-63); Francisco Breno Barreto Cruz (023.460.913-32); Francisco Carlos Brito Vercosa (979.908.173-49); Francisco Clezio de Souza Júnior (010.071.863-99); Francisco Jabel Inojosa França Segundo (882.193.214-15); Francisco José Treno Rita (023.367.038-66); Francisco Manoel Pacifico Moreira Mota (744.753.983-04); Francisco Resende Fonseca Soares (078.756.746-97); Frank Marques da Silva (069.122.076-00). 1.2. Órgão/Entidade: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação: 1.6.1. à Unidade de Pessoal do Ministério do Trabalho e Emprego que cadastre novos atos de admissão no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da ciência desta deliberação, e encaminhe-os via Controle Interno, corrigindo as falhas apontadas por este Tribunal ou preenchendo o campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”, detalhando a situação concreta, caso as falhas aqui apontadas sejam confirmadas pelo gestor de pessoal, sob pena de aplicação das sanções previstas no art. 6º da IN/TCU n. 55/2007.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 64

ACÓRDÃO Nº 9853/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, e no art. 3º, §§ 6º e 7º, da Resolução/TCU n. 206/2007, em considerar prejudicada a apreciação dos atos constantes deste processo, por inépcia, sem prejuízo de fazer a seguinte determinação, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-030.511/2011-9 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Gabriela Cristina Goçalves Carneiro (057.209.217-29); Gentil Gondim Vilarouca (779.388.523-68); Gentil Roberto de Laet Santana (774.962.569-00); Gerson Luis Sanchesde Jesus Pina (017.190.785-05); Gerusia de Souza Barros (959.053.325-68); Giuliano Gullo (201.718.738-07); Glaucia Cristina Leão Silva (068.370.406-00); Guilherme da Hora Pereira (012.543.690-40); Gustavo de Moura Melo (026.044.823-04); Henrique Ascenção Gouvea (053.349.656-02); Hilana Carvalho Pereira (856.516.642-20); Idario Lopes Pereira (160.111.028-67); Isaac José Brito Gonçalves Pereira (681.250.973-68); Isis de Goes Tavares (008.482.255-46); Ismênia Maria Lima de Oliveira (210.838.783-87); Ivina Morgana Tomaz Alves (025.202.563-62); Jamile Freitas Virginio (005.905.893-50); Jeferson Soares Marinho de Souza Junior (992.499.523-68); Jeronymo Marcondes Pinto (309.665.958-31); Jose Roberto Teixeira (400.493.028-68); José Camillo Ribeiro da Silveira (851.477.103-53); José Luiz Zacharias de Queiroz (031.069.209-12); José Valdir Haluch Júnior (026.413.159-20); João Evaristo Pereira Neto (484.714.101-68); João Luis Sanches Tannus (158.702.128-55); João Paulo Reis Ribeiro Teixeira (077.456.536-57); João Victor Menezes de Araújo (034.207.385-01); Juliana Tavares Borges (078.479.437-51); Kênia de Andrade Souza (051.937.896-25); Larissa Fonseca Landulfo Jorge (016.564.965-85); Larissa de Abreu da Cruz Silva (017.219.663-90); Leandro Kuster Valentim (084.971.287-45); Leif Raoni de Alencar Naas (341.460.188-54); Leonardo Augusto Cabral (012.113.016-99); Leonardo Ivan da Paz Araújo (964.219.243-87); Leonardo Perisse Rocha (100.590.657-29); Leonardo Vargas de Souza (007.386.780-23); Liane Durão de Carvalho Gomes (834.292.125-53); Lidiane de Araújo Barros (025.285.745-33); Lisliene de Freitas Faria Viegas (050.734.236-40); Livia Cristina de Melo Moreira (014.775.805-06); Livia Macedo Limeira Lima (914.626.143-53); Livia Villas Boas Campos (060.413.006-67); Livia dos Santos Ferreira (087.757.597-56); Livio Cavalcanti Gomes (009.870.924-05); Louise Santos Fernandes (066.322.924-37); Luana Francesca Badalotti de Geroni (813.907.420-91); Lucenilde Pereira Sá (585.610.302-59); Luciana Kyomi Horie (291.421.698-01); Luciana Santini da Silva Pereira (013.805.736-29); Luciana Suete Guimaraes (117.235.707-29); Luis Gustavo Manfre (007.637.859-46); Luisa Rodrigues Bittencourt (056.702.937-97); Luiz Campos Ribeiro (342.386.542-34); Luiz Felipe Carvalho Silva (006.163.411-56); Luiz Felipe Lima Vilas Boas (008.034.534-42); Marcela Jane Dsa Silva Mota (924.358.232-15); Marcela Lopes Frate (010.896.135-47); Marcelo Augusto Duarte Paes (436.441.122-15); Marcelo Mokfianski (042.778.039-03); Marcelo Orso (306.654.618-79); Marcia Maria Pinheiro de Melo (456.337.203-00); Marciléia Alves Teixeira (052.005.906-98); Marcio Vicente Teixeira (042.577.616-60); Marcio dos Santos Vidal (054.712.818-53); Marcos Lazaro Calixto (092.592.807-02); Marcos Vinicius Crepaldi de Almeida Barros (018.824.451-47); Margarida Castricini de Mello (637.669.577-91); Maria Isabel Ribeiro Santiago Herculano (689.155.357-15); Maria Rita Abritta Paula Rocha (070.420.106-20); Mariana Albuquerque de Souza Oliveira (163.532.098-43); Mariana Camargo Campos de Souza (002.157.291-70); Marianna Valente Borges (883.815.956-49); Marina Nicoli Borges (060.048.296-09); Mario Rodrigues Pinheiro (006.803.459-81); Marlon Nunes Barreto da Silva (829.468.175-04); Mateus Silva de Castro (025.688.673-37); Maurita Sartori Gomes Ferreira (044.504.206-08); Milton Luciano Cavalcante Gomes Neto (021.701.704-56); Milton Takeshi Kawafhara (531.585.801-44); Márcia Gondim de Oliva (018.708.795-46); Natalia Maria de Oliveira Papaleo (014.258.713-30); Nayara Cristina da Silva Oliveira (881.081.121-68); Neuma de Cassia Oliveira Araujo (497.956.945-53); Noelle Carvalho Castro (005.769.961-57); Patrícia de Paula Carvalho (284.753.398-24); Paula Moreira Neves Pereira

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 65 (640.750.443-00); Paula Silva de Vasconcellos (081.171.417-95); Paulo Lasaro de Carvalho Filho (243.273.443-20); Paulo Sillas Freitas Pinheiro (800.843.702-20); Pedro Paulo Fontes Garcia (106.325.767-07); Priscila Brasil de Castro (024.773.563-99); Priscila Coelho Dias (105.358.507-19); Priscila Pompermaier (051.523.229-78); Rafael Lucio Mateus Miranda (941.698.371-34); Rafael Trigueiro de Brito Marques (038.102.114-94); Raquel Pinto Studart Gomes (647.069.743-72); Renata Silva Nunes Pereria (695.460.964-15); Roberta Moreira Camara Fernandes (665.644.093-20); Rodrigo Caldas de Oliveira (311.574.748-96). 1.2. Órgão/Entidade: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação: 1.6.1. à Unidade de Pessoal do Ministério do Trabalho e Emprego que cadastre novos atos de admissão no sistema Sisac, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da ciência desta deliberação, e encaminhe-os via Controle Interno, corrigindo as falhas apontadas por este Tribunal ou preenchendo o campo de “Esclarecimentos do Gestor de Pessoal”, detalhando a situação concreta, caso as falhas aqui apontadas sejam confirmadas pelo gestor de pessoal, sob pena de aplicação das sanções previstas no art. 6º da IN/TCU n. 55/2007.

ACÓRDÃO Nº 9854/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 3º, §§ 6º e 7º, da Resolução-TCU nº 206/2007, em considerar prejudicados por inépcia os atos dos interessados abaixo qualificados, de acordo com a proposta da Unidade Técnica.

1. Processo TC-030.665/2011-6 (ATOS DE ADMISSÃO) 1.1. Interessados: Carmen Gisele Batista Nunes (714.263.612-20); Clarice de Oliveira Ferreira (207.361.692-53); Gleidson da Costa Campos (523.045.822-49); Jurema de Jesus Gonçalves Sodré (207.890.922-04); Pedro Paulo Pinto Pinheiro (577.809.782-49); Sergio Ferreira Sarmanho (746.040.822-00). 1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual do INSS - Belém/PA – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9855/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de pensão civil da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.628/2011-0 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessada: Maria Francisca Freire (322.848.101-87). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Anápolis/GO - INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 66 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9856/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de pensão civil dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.645/2011-2 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Judith dos Santos Costa (025.568.906-30); Sinval Serafim de Figueiredo (099.676.806-87). 1.2. Órgão/Entidade: Gerencia Executiva do INSS - Teófilo Otoni/MG – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9857/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de pensão civil da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.650/2011-6 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessada: Vera Lucia Barcellos de Moraes Jardim (071.327.148-56). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Ribeirão Preto/SP – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9858/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de pensão civil dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

1. Processo TC-020.653/2011-5 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Luiz Antonio Diniz (032.267.498-03); Lurdes Barros Alves Pereira (014.099.318-54); Roberto Baldim (052.549.978-42); Wilson Silva Alves Filho (373.569.748-86). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Taubaté/SP – INSS/MPS.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 67 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9859/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legal, para fins de registro, o ato de concessão de pensão civil da interessada abaixo qualificada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-020.659/2011-3 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessada: Elza Borges Nastrini (750.700.306-04). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Poços de Caldas/MG – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9860/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado,

ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155, de 4 de dezembro de 2002, em considerar legais, para fins de registro, os atos de concessão de pensão civil dos interessados abaixo qualificados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos. 1. Processo TC-025.715/2011-9 (PENSÃO CIVIL) 1.1. Interessados: Maria Stela de Oliveira Paschoal (847.769.787-68); Maria da Ponte Pacheco Pereira (698.903.407-63); Nely Regina Dantas Baiao (522.108.477-53); Vera Lúcia de Moraes Barrilhas Marques Fernandes (079.555.007-33). 1.2. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - Petrópolis/RJ – INSS/MPS. 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9861/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão de pensão militar a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-020.727/2009-3 (PENSÃO MILITAR) 1.1. Interessadas: Elza Nair Portela (730.315.507-49); Izabel Coelho Noleto (674.112.317-20).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 68 1.2. Órgão/Entidade: Primeira Região Militar – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9862/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão de pensão militar a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-020.966/2009-2 (PENSÃO MILITAR) 1.1. Interessada: Ana Regina de Souza Correa (833.224.697-00). 1.2. Órgão/Entidade: Primeira Região Militar – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9863/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, alínea e, e 183, inciso I, alínea d, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em prorrogar o prazo, por mais 30 (trinta) dias, a contar da notificação desta deliberação, para que o Serviço de Inativos e Pensionistas da Marinha cumpra a determinação constante do subitem 9.3 do Acórdão n. 5.349/2011 – 1ª Câmara:

1. Processo TC-029.729/2008-0 (PENSÃO MILITAR) 1.1. Interessados: Ivete Sousa Perre (029.115.557-08); Maria Rita Simões Costa (484.190.445-04). 1.2. Órgão/Entidade: Serviço de Inativos e Pensionistas da Marinha – MD/CM. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9864/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, 143, inciso II, 259, inciso II, e 260 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão de pensão militar a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-030.019/2007-0 (PENSÃO MILITAR) 1.1. Interessados: Maria Nau (445.420.209-59); Silvania Hoffmann (004.693.627-07); Solange Hoffmann (773.792.097-87); Suzana Hoffmann (747.089.457-87). 1.2. Órgão/Entidade: Serviço de Inativos e Pensionistas da Marinha – MD/CM. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 69 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9865/2011 - TCU - 2ª Câmara Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, incisos I e II; 16, incisos I e II ; 17, 18 e 23, incisos I e II; da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea “a”; 207, 208 e 214, incisos I e II; do Regimento Interno do TCU, e de conformidade com os pareceres emitidos nos autos, em julgar regulares com ressalva as contas do Sr. Naomar Monteiro de Almeida Filho, Magnífico Reitor da Universidade Federal da Bahia no exercício de 2008 e do Sr. Wagner Miranda Gomes, Superintendente Administrativo da Universidade Federal da Bahia no exercício de 2008, dando-lhes quitação, sem prejuízo da determinação abaixo, e regulares contas dos demais responsáveis, dando-lhes quitação plena.

1. Processo TC-015.977/2009-5 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2008) 1.1. Apensos: 023.464/2009-4 (REPRESENTAÇÃO); 018.321/2008-2 (RELATÓRIO DE AUDITORIA) 1.2. Responsáveis: Alamo Pimentel Gonçalves da Silva (593.880.645-34); Ana Regina Torres Ferreira Teles (241.164.835-91); Anderson Fraga do Carmo (835.369.905-25); Anderson da Anuciação Costa (007.222.395-21); Angela Tamiko Sato Tahara (131.884.025-20); Antonio Alberto da Silva Lopes (085.053.225-68); Antonio Rubens da Silva (270.051.865-91); Antonio Virgilio Bittencourt Bastos (118.672.645-87); Antonio Wilson Ferreira Menezes (071.536.355-72); Arthur Matos Neto (093.131.845-91); Aurelio Gonçalves de Lacerda (074.805.045-00); Carlos Alberto Caroso Soares (083.832.785-00); Carlos Roberto dos Santos Sousa (908.274.815-00); Catia Cristina Pereira Santana (010.944.777-88); Cecilia Maria Bacellar Sardenberg (018.861.168-14); Celi Nelza Zulke Taffarel (192.730.294-34); Dioneire Amparo dos Anjos (477.988.745-34); Dirceu Martins (015.412.088-03); Dulce Maria Carvalho Guedes (165.087.695-53); Dulce Tamara da Rocha Lamego da Silva (006.087.005-25); Eliene Benicio Amancio Costa (151.564.785-49); Eugenio de Avila Lins (118.229.705-63); Flavia Goulart Mota Garcia Rosa (195.121.125-15); Francisco José Gomes Mesquita (071.830.705-49); Francisco de Assis Portugal Guimarães (054.148.905-44); Giovandro Marcus Ferreira (809.787.387-72); Herbet Conceição (133.830.515-87); Horst Karl Schwebel (004.379.305-30); Ines Behrens Souza (316.732.955-68); Iracema Santos Veloso (084.626.235-53); Joana Angelica Guimarães da Luz (575.212.390-91); Jocelio Teles dos Santos (131.668.835-68); Jonhson Meira Santos (049.045.085-72); Jonival Barreto Costa (079.695.205-10); Joselita Nunes Macedo (002.176.465-49); José Tavares Carneiro Neto (539.620.957-72); José Vasconcelos Lima Oliveira (086.773.525-20); Katia Alcantara Leal Teixeira (209.083.425-00); Katia Maria Coelho de Carvalho Custodio (077.507.815-87); Lerley Clemant de Assis Ladeia (555.579.535-15); Ligia Jacobsen Alvares (107.393.785-20); Lina Maria Brandão de Aras (254.145.425-20); Luis Edmundo Prado de Campos (238.287.065-68); Luis Sergio Barbosa Marinho Vieira (289.664.225-00); Luiz Rogerio Bastos Leal (398.739.275-49); Lídia Maria Batista Brandão Toutain (048.252.175-91); Maerbal Bittencourt Marinho (049.294.895-04); Marco Antonio Nogueira Fernandes (110.257.195-49); Maria Celestina Pinto Nascimento (107.552.845-34); Maria Edite Jesus Brandão (121.458.745-34); Maria Isabel Pereira Vianna (239.864.765-04); Maria José Laborda Portela Povoas (262.106.305-53); Maria Luiza Dias dos Santos (275.004.975-04); Maria Thereza Barral Araújo (061.555.375-34); Maria da Gloria Lima Cruz Teixeira (069.705.595-72); Maria das Graças Mirinda Ribeiro (071.839.415-15); Marlene Campos Peso de Aguiar (061.810.825-49); Mirabeau Levi Alves de Souza (000.839.335-49); Monica Almeida Neri (466.463.105-72); Nadia Andrade de Moura Ribeiro (104.042.875-49); Naomar Monteiro de Almeida Filho (060.177.035-87); Nelia Maria Dourado Lima (059.877.415-72); Nelson Almeida e Silva Filho (050.324.315-91); Nelson de Luca Pretto (095.914.005-00); Olga Veronica Montenegro de Souza (217.866.825-91); Ordep José Trindade de Serra (076.916.455-20); Paula Cristina da Silva (244.511.695-34); Paulo Fabio Dantas Neto (121.346.435-87); Paulo Marcio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 70 de Matos Brito (176.101.175-87); Reginaldo Souza Santos (063.966.155-68); Roaleno Ribeiro Amancio Costa (309.542.405-10); Rosamaria Rodrigues Viana (297.323.955-91); Rosauta Maria Galvão Fagundes Poggio (164.759.415-49); Rute Nunes de Oliveira (767.321.935-20); Silvana Soares Ribeiro (567.002.295-53); Solange Souza Araújo (081.284.805-53); Sudário de Aguiar Cunha (006.834.005-25); Wagner Miranda Gomes (488.074.195-72) 1.3. Órgão/Entidade: Universidade Federal da Bahia – MEC. 1.4. Relator: Ministro Augusto Nardes 1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado da Bahia (SECEX-BA) 1.6. Advogado constituído nos autos: não há. 1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.7.1. Recomendar à Universidade Federal da Bahia, que envide esforços no sentido de evitar a reincidência das seguintes impropriedades constatadas: 1.7.1.1.cobrança de valor acima do permitido na legislação para aquisição do edital de licitação relativo à Concorrência nº 27/2007, em afronta ao disposto no art. 32, § 5º da Lei nº 8.666/93; 1.7.1.2.ausência de justificativa ou justificativa inadequada para pagamentos de diárias em finais de semanas, informação sobre o meio de transporte utilizado e de bilhete de viagem ocorridos no exercício de 2008, em descumprimento ao art. 5º, § 2º do Decreto nº 5.992/2006. 1.7.1.3.descumprimento, no exercício de 2008, do art. 7º, inciso II da Instrução Normativa TCU nº 55/2007 no preenchimento dos formulários e anexos do sistema SISAC – Sistema de Apreciação de Atos de Admissão e Concessões. 1.7.1.4.falta de informações relevantes no Relatório de Gestão da Entidade relativo ao exercício de 2008, tais como falta de detalhamento das despesas, dos recursos utilizados, da análise sobre os repasses de recursos, projetos desenvolvidos pelas fundações de apoio, assim avaliações com relação às metas estipuladas a indicadores de eficiência, contrariando assim o disposto na Decisão Normativa TCU nº 94/2008 que regia o tema. 1.7.2. Determinar à Universidade Federal da Bahia que, no prazo de 60 dias, encaminhe à Secretaria de Controle Externo do TCU na Bahia cópia dos processos contendo os relatórios, pareceres conclusivos, memórias de cálculos, além das providências adotadas ou propostas pelas comissões instituídas pela Portaria nº 420, de 02 de maio de 2011 e nº 460, 23 de maio de 2011, para apurar os possíveis pagamentos indevidos efetuados respectivamente à empresa Visão Turismo Ltda. (decorrente do Pregão nº 96/2007) e à empresa Alencar Construções e Projetos Ltda.(decorrente da Concorrência Pública 27/2007), nos termos do art. 18 da lei 8.443/92 c/c Portaria Segecex nº 13/2011. 1.7.3. Determinar à Secretaria de Controle Externo do TCU no estado da Bahia que monitore o cumprimento da determinação supra.

ACÓRDÃO Nº 9866/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea a, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em julgar as contas a seguir indicadas regulares e dar quitação plena ao responsável, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-021.479/2010-0 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsável: Maynard Marques de Santa Rosa (000.683.572-49). 1.2. Órgão/Entidade: Departamento-Geral de Pessoal – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 71

ACÓRDÃO Nº 9867/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea a, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em julgar as contas a seguir indicadas regulares e dar quitação plena aos responsáveis, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-021.492/2010-7 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsáveis: Fernando Storte (568.707.107-59); Marcelo Paiva de Oliveira (247.852.104-00). 1.2. Órgão/Entidade: Hospital Geral de São Paulo – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9868/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea a, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em julgar as contas a seguir indicadas regulares e dar quitação plena ao responsável, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-021.576/2010-6 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsável: Claudio Luiz de Oliveira (469.745.047-72). 1.2. Órgão/Entidade: Colégio Militar do Rio de Janeiro – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9869/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea a, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em julgar as contas a seguir indicadas regulares e dar quitação plena aos responsáveis, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-022.138/2010-2 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsáveis: João Carlos de Jesus Correa (415.834.007-10); Paulo Davi de Barros Lima (394.315.767-91). 1.2. Órgão/Entidade: Comando da 11ª Região Militar – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 72

ACÓRDÃO Nº 9870/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea a, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em julgar as contas a seguir indicadas regulares com ressalva e dar quitação aos responsáveis, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-022.517/2010-3 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsáveis: Archias Alves de Almeida Neto (224.514.207-15); Nilson Caldas Ananias (318.262.107-68). 1.2. Órgãos/Entidades: Comando da 7ª Região Militar e 7ª Divisão de Exército – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9871/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 143, inciso I, alínea a, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em julgar as contas a seguir indicadas regulares e dar quitação plena ao responsável, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-022.806/2010-5 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsável: Paulo Hortênsio Albuquerque e Silva (282.970.408-87). 1.2. Órgão/Entidade: Caixa de Financiamento Imobiliário da Aeronáutica – MD/CA. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9872/2011 - TCU - 2ª Câmara

Considerando que as falhas e impropriedades cometidas pela gestão do responsável no exercício de 2009 não resultaram em prejuízo à Fazenda Nacional. Considerando que o Ministro das Relações Exteriores determinou que se procedesse as correções necessárias visando atender as recomendações propostas pela Secretaria de Controle Interno. Considerando que o Controle Interno menciona, em seu Relatório de Auditoria, a intenção de verificar a eficácia das correções que vierem a ser adotadas. Considerando os pareceres uniformes no sentido de que seja atribuído à gestão do responsável pela Unidade, no exercício de 2009, o julgamento das contas pela Regularidade com Ressalva, sem prejuízo, no entanto, de determinar ao gestor, ou a quem o haja sucedido, que promova as correções que se fizerem necessárias. Os ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16; inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso I; 143, inciso I, alínea “a”; 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno do TCU, em julgar regulares com ressalva as contas do responsável pelo Escritório de Representação do MRE no Estado do Rio de Janeiro, Sr. Marcus Camacho Vincenzi, dar-lhe quitação, e fazer a seguinte recomendação, de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 73 1. Processo TC-033.306/2010-9 (TOMADA DE CONTAS - Exercício: 2009) 1.1. Responsável: Marcus Camacho Vincenzi (022.103.987-20) 1.2. Órgão/Entidade: Escritório de Representação do MRE no Rio de Janeiro 1.3. Relator: Ministro Augusto Nardes 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro (SECEX-RJ) 1.5. Advogado constituído nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.6.1. Recomendar ao responsável pelo Escritório de Representação do MRE no Estado do Rio de Janeiro, ou a quem o haja sucedido, que envide esforços no sentido de evitar a reincidência das falhas e impropriedades cometidas pela gestão do responsável no exercício de 2009, descritas na proposta da unidade técnica nos autos.

ACÓRDÃO Nº 9873/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 20 e 21 da Lei n. 8.443/1992, c/c o art. 211, § 1º, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em considerar as presentes contas iliquidáveis, ordenando o seu trancamento e o consequente arquivamento do processo, sem prejuízo de encaminhar cópia desta deliberação à Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, de acordo com o parecer emitido pela Secex/GO:

1. Processo TC-010.619/2011-9 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsável: Antenor de Amorim Nogueira (002.748.361-49). 1.2. Órgão/Entidade: Fundação de Defesa da Pecuária de Goiás – Fundepec. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em Goiás (Secex/GO). 1.5. Ministro que alegou impedimento na sessão: Aroldo Cedraz. 1.6. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9874/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, alínea a, 169, inciso II, e 212 do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em determinar o arquivamento dos presentes autos, sem julgamento de mérito, por ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, encaminhar cópia da instrução produzida pela unidade técnica e desta deliberação à Diretoria de Auditoria do Comando do Exército, sem prejuízo de fazer a seguinte determinação, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-017.066/2010-7 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Augusto Cesar de Lima (CPF 499.157.707-15), Marcelo Marrafa Macedo (CPF 007.619.967- 37), Jorgemar Berniz Fuly (CPF 120.681.668-60), André Luis Nunes Machado (CPF 012.351.117-84). 1.2. Órgão/Entidade: 8º Depósito de Suprimento – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 74 1.6.1. ao 8º Depósito de Suprimento que informe, no próximo Relatório de Gestão, sobre a implementação das recomendações formuladas nos itens 11.1.1 a 11.1.5. do Relatório de Auditoria de TCE n. 3/2009 – 8º Depósito de Suprimento.

ACÓRDÃO Nº 9875/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, com fundamento no art. 143, inciso V, alínea d, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, c/c o Enunciado n. 145 da Súmula de Jurisprudência predominante no Tribunal, ACORDAM, por unanimidade, em retificar, por inexatidão material, o Acórdão n. 6.181/2011 – TCU – 1ª Câmara, prolatado na Sessão de 9/8/2011, Ata n. 28/2011, relativamente ao seu item 3, onde se lê: “Marli Construções & Serviços Ltda. CNPJ 01.415.159/0001-00”, leia-se: “Marli Construções & Serviços Ltda., CNPJ 02.415.159/0001-00”, mantendo-se inalterados os demais termos do acórdão ora retificado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-029.349/2010-9 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsáveis: Germano de Azevedo Targino (839.850.854-04); Marli Construções & Serviços Ltda. (02.415.159/0001-00). 1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Lagoa D'Anta/RN. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Rio Grande do Norte (Secex/RN). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9876/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, alínea a, e 169, inciso IV, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em fazer a seguinte determinação, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, sem prejuízo de dar ciência desta deliberação à interessada, de acordo com o parecer da Secex/RN:

1. Processo TC-003.476/2010-3 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Controladoria-Geral da União – CGU. 1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Montanhas/RN. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Rio Grande do Norte (Secex/RN). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação: 1.6.1. à Controladoria-Geral da União que, consoante o determinado no subitem 1.5.1 do Acórdão n. 2275/2010 – 1ª Câmara, dê continuidade ao monitoramento das providências efetivamente adotadas para a apuração dos fatos tratados no Relatório de Fiscalização/CGU n. 1.224/2008, devendo, quando constatado o não saneamento das irregularidades, notadamente quanto à ausência de regularização dos terrenos destinados à construção dos imóveis residenciais objeto do Contrato de Repasse CR n. 0250.409-04/2008 (Siafi n. 623.906), ingressar com representação junto a este Tribunal, observando-se os requisitos estabelecidos nso arts. 235 e 237 do Regimento Interno/TCU, ou encaminhar ao TCU as competentes tomadas de contas especiais, se for o caso.

ACÓRDÃO Nº 9877/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, incisos III e V, alínea a, 237, inciso VI, e 250, inciso I, do Regimento

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 75 Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente, e encaminhar cópia desta deliberação ao Conselho Federal de Educação Física e ao Ministério Público do Trabalho, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1. Processo TC-003.971/2011-2 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: 1ª Secretaria de Controle Externo (Secex-1). 1.2. Órgão/Entidade: Conselho Federal de Educação Física – Confef. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa 1.4. Unidade Técnica: Secex-1. 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação/Recomendação/Orientação: não há.

ACÓRDÃO Nº 9878/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, c/c os arts. 143, incisos III e V, alínea a, 237, inciso VII, e 250, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la improcedente, e encaminhar cópia desta deliberação ao interessado, promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos autos, de acordo com o parecer da 3ª Secex: 1. Processo TC-016.372/2009-0 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Landtec Consultoria Ambiental e Serviços de Construção Civil Ltda. (08.454.836/0001-78). 1.2. Órgão/Entidade: Comissão Regional de Obras da 1ª Região Militar – CRO/1 – MD/CE. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex-3). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9879/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, alínea a, e 169, inciso IV, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em fazer a seguinte determinação, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo, sem prejuízo de dar ciência desta deliberação à interessada, de acordo com o parecer da Secex/RN:

1. Processo TC-022.696/2010-5 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Controladoria-Geral da União – CGU. 1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Jaçanã/RN. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Rio Grande do Norte (Secex/RN). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação: 1.6.1. à Controladoria-Geral da União que consoante o determinado no subitem 1.5.1. do Acórdão n. 6.717/2010 – 1ª Câmara, dê continuidade ao monitoramento das providências efetivamente adotadas no âmbito dos Ministérios do Turismo e das Cidades, devendo, quando constatada a ausência de saneamento das irregularidades apontadas, ingressar com representação junto a este Tribunal, observando os requisitos estabelecidos nos arts. 235 e 237 do Regimento Interno/TCU ou encaminhar ao TCU as competentes tomadas de contas especiais, se for o caso.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 76

ACÓRDÃO Nº 9880/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n. 8.666/1993 c/c os arts. 143, incisos III e V, alínea a, 237, inciso VII, e 250, inciso II, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente, e encaminhar cópia desta deliberação ao interessado, promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos autos, sem prejuízo de fazer a seguinte determinação, de acordo com o parecer da 5ª Secex:

1. Processo TC-028.197/2011-9 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessado: Planinvesti Administração e Serviços Ltda. (02.959.392/0001-46). 1.2. Órgão/Entidade: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senai/DN. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 5ª Secretaria de Controle Externo (Secex-5). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinação: 1.6.1. ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial que, nos próximos procedimentos licitatórios, abstenha-se de estabelecer número mínimo de atestados de capacidade técnica, a não ser que a especificidade do objeto o recomende, situação em que os motivos de fato e de direito deverão estar devidamente explicitados no processo administrativo da licitação, de acordo com jurisprudência desta corte (Acórdãos ns. 534/2011 e 1.948/2011, ambos do Plenário).

ACÓRDÃO Nº 9881/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n. 8.666/1993 c/c os arts. 143, incisos III e V, alínea a, 235, parágrafo único, 237, inciso VII, e 250, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em não conhecer da presente representação, tendo em vista a ausência de indícios de irregularidade ou ilegalidade com verbas federais, promovendo-se, em seguida, o seu arquivamento, sem prejuízo de encaminhar cópia da instrução produzida pela unidade técnica e desta deliberação ao interessado, de acordo com o parecer da Secex/SC:

1. Processo TC-028.672/2011-9 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Itajui Engenharia de Obras Ltda. (78.739.158/0001-75). 1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Tijucas/SC. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em Santa Catarina (Secex/SC). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: Bernardo Duarte Almeida Fonseca, OAB/PR n. 31.139. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9882/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, alínea e, e 183, inciso I, alínea d, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em prorrogar o prazo, por mais 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da notificação desta deliberação, para que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação cumpra a determinação constante do subitem 1.5.1 do Acórdão n. 4.511/2010 – 1ª Câmara, Relação n. 22/2010:

1. Processo TC-028.870/2008-8 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessado: Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia – TCM/BA.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 77 1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Campo Formoso/BA. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex/BA). 1.5. Ministro que alegou impedimento na sessão: Aroldo Cedraz. 1.6. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9883/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, incisos III e V, alínea a, art. 235, parágrafo único, e 250, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em não conhecer da presente representação, por não preencher os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 235, caput, e 237 do RI/TCU, e encaminhar cópia desta deliberação ao interessado, promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos autos:

1. Processo TC-029.049/2011-3 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessado: Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo – Sindsef/SP. 1.2. Órgão/Entidade: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Fundacentro. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em São Paulo (Secex/SP). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9884/2011 - TCU - 2ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, c/c os arts. 143, incisos III e V, alínea a, 237, inciso VII, e 250, inciso I, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la improcedente, e encaminhar cópia da instrução produzida pela unidade técnica e desta deliberação à interessada e ao Conselho Federal de Medicina, promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos autos, de acordo com o parecer da 4ª Secex:

1. Processo TC-029.329/2011-6 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Interessada: Empresa Priscila Vieira Alves da Silva – ME (13.066.331/0001-76). 1.2. Órgão/Entidade: Conselho Federal de Medicina – CFM. 1.3. Relator: Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa. 1.4. Unidade Técnica: 4ª Secretaria de Controle Externo (Secex-4). 1.5. Advogado(s) constituído(s) nos autos: não há. 1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.

ACÓRDÃO Nº 9885/2011 - TCU – 2ª Câmara

Considerando o teor do Acórdão nº 8.754/2011-2ª Câmara, prolatado na Sessão de 4/10/2011, inserido na Ata nº 36/2011-2ª Câmara, o qual declarou inidônea a empresa Beltech Construções e Instalações Ltda., com fulcro no art. 46 da Lei nº 8.443/92. Considerando que a supradita deliberação não consignou o prazo de duração da sanção, que deve ser de até cinco anos, no termos do dispositivo legal mencionado.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 78 Considerando que o referido decisum fora prolatado por colegiado cameral, que, por sua vez, consoante disposição legal, carece de competência para aplicar a sanção, a qual deverá ser declarada pelo Plenário. Considerando, ainda, que o aresto fora, equivocadamente, proferido em relação, haja vista que, na ocorrência de ilegalidade ou irregularidade, não caberia a apreciação de forma simplificada, mas, apenas, de forma unitária. Os Ministros do Tribunal de Contas da União, quanto ao processo a seguir relacionado, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso III, 174 e 175, do Regimento Interno do TCU, aprovado pela Resolução nº 155/2002, em tornar insubsistente o inteiro teor do Acórdão nº 8.754/2011-TCU-2ª Câmara, prolatado na Sessão de 4/10/2011, inserido na Ata nº 36/2011-2ª Câmara-Extraordinária, sem prejuízo da determinação abaixo consignada.

1. Processo TC-032.693/2010-9 (REPRESENTAÇÃO) 1.1. Responsável: Beltech Construcoes e Instalacoes Ltda (35.134.154/0001-50). 1.2. Interessado: Entidades/órgãos do Governo do Estado do Piauí (06.553.481/0001-49). 1.3. Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado do Piauí. 1.4. Relator: Ministro Augusto Nardes. 1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Piauí (SECEX-PI). 1.6. Advogados constituídos nos autos: Thalles Coutinho Nobre, OAB/PI 3.947/03; Tarcísio Coutinho Nobre, OAB/PI 5.455/07. 1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: 1.7.1. Determinar à Secex/PI que, após efetivar as comunicações devidas, restitua os autos ao gabinete do relator para prosseguimento.

PROCESSOS EXCLUÍDOS DA PAUTA

(a serem apreciados em relação)

Foram excluídos da pauta, ante requerimento formulado pelos respectivos Relatores, nos termos do artigo 142 do Regimento Interno, os seguintes processos:

a) nº 020.438/2007-4 (Ministro Augusto Nardes); e b) nºs 003.229/2011-4, 006.512/2011-9, 006.514/2011-1, 006.519/2011-3, 006.520/2011-1,

006.522/2011-4, 006.525/2011-3, 011.710/2011-0, 013.086/2011-1, 013.100/2011-4, 013.107/2011-9, 020.119/2011-9, 020.137/2011-7, 020.203/2011-0, 020.231/2011-3, 020.239/2011-4, 020.308/2011-6, 020.312/2011-3, 020.364/2011-3, 020.365/2011-0, 020.369/2011-5, 020.409/2011-7, 020.416/2011-3, 020.419/2011-2, 020.426/2011-9, 020.429/2011-8, 020.434/2011-1, 020.439/2011-3, 020.454/2011-2, 020.459/2011-4, 020.464/2011-8, 020.467/2011-7, 020.473/2011-7, 020.481/2011-0, 020.484/2011-9, 020.607/2011-3, 020.741/2011-1, 020.746/2011-3, 020.835/2011-6, 020.673/2011-0, 021.906/2011-4, 021.914/2011-7, 021.926/2011-5, 021.928/2011-8, 021.936/2011-0, 021.943/2011-7, 021.947/2011-2, 022.107/2011-8, 022.114/2011-4, 022.118/2011-0, 022.434/2011-9, 022.441/2011-5, 022.445/2011-0, 022.472/2011-8, 022.475/2011-7, 022.483/2011-0, 022.484/2011-6, 022.491/2011-2, 022.496/2011-4, 022.503/2011-0, 022.504/2011-7, 022.783/2011-3, 022.975/2011-0, 022.978/2011-9, 022.982/2011-6, 022.986/2011-1, 022.990/2011-9, 022.996/2011-7, 022.999/2011-6, 023.051/2011-6, 023.053/2011-9, 023.055/2011-1, 023.057/2011-4, 023.061/2011-1, 023.064/2011-0, 023.206/2011-0, 023.212/2011-0, 023.447/2011-7, 023.468/2011-4, 023.473/2011-8, 023.620/2011-0, 023.622/2011-3, 023.626/2011-9, 023.627/2011-5, 023.631/2011-2, 023.636/2011-4, 023.648/2011-2, 023.653/2011-6, 023.655/2011-9, 023.663/2011-1, 023.856/2011-4, 023.858/2011-7, 023.864/2011-7, 023.868/2011-2, 023.875/2011-9, 023.882/2011-5, 023.886/2011-0, 023.965/2011-8, 023.967/2011-0, 023.977/2011-6, 023.998/2011-3, 024.000/2011-6, 024.006/2011-4, 024.009/2011-3, 024.022/2011-0, 024.028/2011-8, 024.168/2011-4, 024.323/2011-0, 024.329/2011-8, 024.331/2011-2, 024.571/2011-3, 024.575/2011-9, 024.581/2011-9, 024.588/201-3, 024.591/2011-4, 024.599/2011-5, 024.601/2011-0, 024.812/2011-0, 024.823/2011-2, 024.827/2011-8, 024.829/2011-0, 024.832/2011-1, 024.836/2011-7, 024.839/2011-6, 024.841/2011-0,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 79 024.843/2011-3, 024.848/2011-5, 024.851/2011-6, 024.852/2011-2, 024.859/2011-7, 024.862/2011-8, 024.865/201-7, 024.868/2011-6, 024.871/2011-7, 024.878/2011-1, 024.880/2011-6, 024.887/2011-0, 024.889/2011-3, 024.918/2011-3, 024.920/2011-8, 024.924/2011-3, 024.972/2011-8, 025.004/2011-5, 025.020/2011-0, 025.027/2011-5, 025.028/2011-1, 025.034/2011-1, 025.048/2011-2, 025.051/2011-3, 025.069/2011-0, 025.072/2011-0, 025.083/2011-2, 025.093/2011-8, 025.099/2011-6, 025.104/2011-0, 025.109/2011-1, 025.116/2011-8, 025.480/2011-1, 025.523/2011-2, 025.524/2011-9, 025.536/2011-7, 025.657/2011-9, 025.659/2011-1, 025.665/2011-1, 025.748/2011-4, 025.755/2011-0, 025.757/2011-3, 025.761/2011-0, 025.777/2011-4, 025.786/2011-3, 025.819/2011-9, 025.821/2011-3, 025.828/2011-8, 025.876/2011-2, 025.931/2011-3, 025.936/2011-5, 025.968/2011-4, 025.973/2011-8, 025.981/2011-0, 025.985/2011-6, 026.762/2011-0, 027.047/2011-3, 027.055/2011-6, 027.058/2011-5, 027.072/2011-8, 027.077/2011-0, 027.081/2011-7, 027.083/2011-0, 027.115/2011-9, 027.175/2011-1, 027.198/2011-1, 027.206/2011-4, 027.273/2011-3, 027.310/2011-6, 027.314/2011-1, 027.319/2011-3, 027.368/2011-4, 027.369/2011-0, 027.376/2011-7, 027.383/2011-3, 027.388/2011-5, 027.393/2011-9, 027.447/2011-1, 027.471/2011-0, 027.473/2011-2, 027.538/2011-7, 027.581/2011-0, 027.591/2011-5, 027.596/2011-7, 027.642/2011-9, 027.643/2011-5, 029.641/2011-0, 029.644/2011-9, 029.646/2011-1, 029.649/2011-0, 029.672/2011-2, 029.676/2011-8, 029.678/2011-0, 029.698/2011-1, 029.701/2011-2, 029.704/2011-1, 029.705/2011-8, 029.708/2011-7, 029.710/2011-1, 029.712/2011-4, 029.715/2011-3, 029.716/2011-0, 029.717/2011-6, 029.720/2011-7, 029.722/2011-0, 029.725/2011-9, 029.733/2011-1, 029.735/2011-4, 029.738/2011-3, 029.739/2011-0, 029.792/2011-8, 029.796/2011-3, 029.799/2011-2, 029.801/2011-7, 029.802/2011-3, 029.803/2011-0, 029.819/2011-3, 029.840/2011-2, 029.846/2011-0, 029.850/2011-8, 029.894/2011-5, 029.896/2011-8, 029.897/2011-4, 029.901/2011-1, 029.902/2011-8, 029.909/2011-2, 029.913/2011-0, 029.938/2011-2, 029.939/2011-9, 029.941/2011-3, 030.004/2011-0, 030.006/2011-2, 030.011/2011-6, 030.028/2011-6, 030.031/2011-7, 030.037/2011-5, 030.041/2011-2, 030.073/2011-1, 030.083/2011-7, 030.096/2011-1, 030.097/2011-8, 030.104/2011-4, 030.105/2011-0, 030.109/2011-6, 030.113/2011-3, 030.116/2011-2, 030.118/2011-5, 030.120/2011-0, 030.123/2011-9, 030.144/2011-6, 030.147/2011-5, 030.149/2011-8, 030.204/2011-9, 030.226/2011-2, 030.227/2011-9, 030.244/2011-0, 030.246/2011-3, 030.317/2011-8, 030.323/2011-8, 030.325/2011-0, 030.330/2011-4, 030.335/2011-6, 030.358/2011-6, 030.469/2011-2, 030.476/2011-9, 030.481/2011-2, 030.483/2011-5, 030.505/2011-9, 030.530/2011-3, 030.534/2011-9, 030.537/2011-8, 030.543/2011-8, 030.551/2011-0, 030.553/2011-3, 030.558/2011-5 e 030.562/2011-2 (Ministro José Jorge).

PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA

Passou-se, em seguida, ao julgamento e à apreciação, de forma unitária, dos processos adiante

indicados, que haviam sido incluídos na Pauta sob o nº 38, organizada em 13 de outubro corrente, havendo a Segunda Câmara aprovados os Acórdãos de nºs 9886 a 9922 e 9924, que se inserem no Anexo desta Ata, acompanhados dos correspondentes Relatórios, Declaração de Voto e Votos ou Propostas de Deliberação (Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 134, 138, 141, §§ 1º a 7º e 10 e Resoluções TCU nºs 164/2003, 184/2005 e 195/2006):

a) Procs. nºs 856.996/1998-0, 012.832/2007-8, 008.666/2009-5, 011.003/2009-4,

020.564/2009-6, 021.420/2009-0, 021.446/2009-7, 005.936/2010-1, 007.361/2010-6, 018.026/2010-9, 027.978/2010-9, 028.311/2010-8, 033.586/2010-1, 004.667/2011-5 e 017.347/2011-4, relatados pelo Ministro Aroldo Cedraz;

b) Procs. nºs 008.305/2009-3 e 028.019/2009-0, relatados pelo Ministro Raimundo Carreiro; c) Procs. nºs 000.605/2000-0 (com o Apenso nº 775.112/1997-6), 011.485/2007-5,

019.547/2008-4, 004.273/2009-0, 025.155/2009-8, 018.120/2010-5, 018.526/2010-1, 030.095/2010-7, 010.465/2011-1, 013.608/2011-8, 014.505/2011-8, 015.321/2011-8, 015.323/2011-0, 015.324/2011-7, 015.327/2011-6, 015.328/2011-2 e 015.398/2011-0, relatados pelo Ministro José Jorge; e

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 80

d) Procs. nºs 009.025/2009-4, 011.172/2009-7, 028.384/2009-4, 029.169/2010-0 e

029.269/2011-3, relatados pelo Ministro-Substituto André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃOS PROFERIDOS

ACÓRDÃO Nº 9886/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 028.019/2009-0 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial 3. Responsáveis: Terezinha de Jesus Dumont Moraes (CPF 724.059.888-87) e Sanco Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ 02.546.894/0001-45) 4. Entidade: Município de Congonhas do Norte (MG) 5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva 7. Unidade Técnica: Secex/MG 8. Advogado constituído nos autos: Não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em decorrência da rejeição da prestação de contas relativa aos recursos repassados à Prefeitura Municipal de Congonhas do Norte (MG) por intermédio do Convênio nº 1188/1998, cujo objeto consistia na construção de sistema de abastecimento de água,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”, 19 e 23, inciso III, da Lei nº 8.443/1992, julgar irregulares as contas da Srª Terezinha de Jesus Dumont Moraes, condenando-a em débito, solidariamente com a empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda., nos valores a seguir discriminados, e fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno) o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir das datas especificadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

Valor Histórico (R$)

Data de ocorrência

50.000,00 02/09/1998 50.000,00 02/10/1998

9.2. aplicar à Sra. Terezinha de Jesus Dumont Moraes a multa prevista no art. 57 da Lei nº

8.443/1992, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, nos termos do artigo 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno/TCU, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na data do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92;

9.4. autorizar, desde já, com fundamento no art. 26 da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 217 do Regimento Interno do TCU, caso seja do interesse dos responsáveis, o parcelamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas, incidindo sobre cada uma delas, corrigida monetariamente, os correspondentes acréscimos legais;

9.5. encaminhar, com fundamento no art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443/92, cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o fundamentam, à Procuradoria da República no Estado de Minas

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 81 Gerais;

9.6. dar ciência do inteiro teor deste Acórdão aos responsáveis e à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9886-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9887/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 000.605/2000-0. 1.1. Apenso: 775.112/1997-6 2. Grupo I – Classe I - Assunto: Recurso de Reconsideração 3. Recorrente: Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira (208.685.022-00) 4. Entidade: Governo do Estado do Amapá e Município de Porto Grande/AP. 5. Relator: Ministro José Jorge. 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade: Secretaria de Recursos (Serur) e Secretaria de Controle Externo - AP (Secex-AP). 8. Advogados constituídos nos autos: Elcimara Albuquerque Sales (OAB/AP 586) e Deojan Waldeck Ribeiro (OAB/AP 952). 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração interposto pelo Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira contra o Acórdão nº 5306/2010-2ª Câmara, mantido pelo Acórdão 969/2011-2ª Câmara, que, apreciando tomada de contas especial, julgou ilegais suas contas, condenou-o em débito e aplicou-lhe multa.

ACÓRDÃO os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, em:

9.1. com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, conhecer do recurso de reconsideração, para, no mérito, negar-lhe provimento;

9.2. dar ciência da presente deliberação ao Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9887-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9888/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 004.273/2009-0 2. Grupo: I; Classe de Assunto: V – Pensão Civil 3. Interessado: Jorge Luiz da Costa (332.447.827-87)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 82 4. Órgão: Ministério das Comunicações 5. Relator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva 7. Unidade técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil em favor de Jorge Luiz da Costa (fls. 2/4), beneficiário de Jorge da Costa, ex-servidor do Ministério das Comunicações.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III, da Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992 e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal o ato de fls. 2/4, em favor de Jorge Luiz da Costa, recusando-lhe o registro; 9.2. dispensar o recolhimento das quantias indevidamente recebidas, de boa-fé, pelo interessado,

consoante o disposto na Súmula nº 106 deste Tribunal; 9.3. determinar à unidade jurisdicionada que: 9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes do ato impugnado,

contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desse recurso;

9.3.3. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação das determinações constantes do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9888-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9889/2011 - TCU – 2ª Câmara 1. Processo nº TC-010.465/2011-1 2. Grupo I; Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial 3. Responsável: Francisco da Mata Santana (ex-Prefeito, CPF nº 065.725.373-15) 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Vera Mendes/PI 5. Relator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Piauí– Secex/PI 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, instaurada pela Coordenadoria Regional no Piauí da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em razão da omissão do dever de prestar contas do Convênio nº 1.385/2001, celebrado entre a entidade e a Prefeitura Municipal de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 83 Vera Mendes/PI, no âmbito do Programa Alvorada, cujo objeto era a execução de Sistema de Abastecimento de Água nos Povoados Lagoa do Fogo, Sítio do Meio, Moradas e na Sede do Município.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, em: 9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443/1992, c/c os

arts. 19 e 23, inciso III, alínea “a”, da mesma Lei, julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Francisco da Mata Santana ao pagamento da quantia de R$ 149.900,00 (cento e quarenta e nove mil e novecentos reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, calculados a partir de 6/6/2002, até a efetiva quitação do débito, na forma prevista na legislação em vigor;

9.2. aplicar ao Sr. Francisco da Mata Santana a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo estabelecido até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, autorizar, caso solicitado, o parcelamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e os demais a cada trinta dias, devendo incidir sobre cada parcela, atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.4. alertar ao responsável de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 26, parágrafo único, c/c o § 2º do art. 217 do RITCU;

9.5. autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992;

9.6. comunicar à Fundação Nacional de Saúde os termos deste Acórdão, para que proceda, no sistema Siafi, conta “Diversos Responsáveis”, a baixa na responsabilidade em nome do Sr. José de Andrade Maia, CPF n. 011.539.513-04, inscrito pela Nota de Lançamento 2010NL600116, de 18/2/2010;

9.7. remeter cópia do presente Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentaram, à Procuradoria da República do Estado do Piauí, nos termos do § 6º do art. 209 do Regimento Interno, para ajuizamento das ações cabíveis. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9889-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9890/2011 – TCU – tag 2ª Câmara

1. Processo nº TC 011.485/2007-5. 2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria 3. Interessado: José Alves dos Santos (082.711.434-68). 4. Entidade: Fundação Nacional de Saúde – Coordenação Regional no Pernambuco – Funasa/PE. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 8. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 84 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de aposentadoria de Jose Alves dos Santos, ex-servidor da Fundação Nacional de Saúde – Funasa.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. julgar legal e determinar o registro do ato de concessão de aposentadoria de Jose Alves dos Santos;

9.2. dar ciência desta deliberação à unidade jurisdicionada e ao interessado; e 9.3. encerrar o processo e arquivar os presentes autos.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9890-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9891/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 013.608/2011-8 2. Grupo: I; Classe de Assunto: V – Pensão Civil 3. Interessada: Alda Ataíde Marinho Dias (CPF nº 099.215.911-34) 4. Entidade: Fundação Universidade de Brasília 5. Relator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin 7. Unidade técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil em favor de Alda Ataíde Marinho Dias, beneficiária de José Walter Marinho Dias, ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III, da Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992 e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal o ato de pensão civil concedido em favor de Alda Ataíde Marinho Dias, recusando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pela interessada, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Fundação Universidade de Brasília – FUnB que: 9.3.1. dê ciência à interessada da deliberação desta Corte de Contas, alertando-a de que a

interposição de eventual recurso não a eximirá da devolução dos valores recebidos indevidamente após a notificação desta deliberação, no caso desse recurso não ser provido;

9.3.2. em caso de sentença desfavorável à Sra. Alda Ataíde Marinho Dias, no âmbito do MS nº 25.678/DF, faça cessar os pagamentos da parcela referente à URP (26,05%), promovendo, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente a partir do mês subsequente ao do presente Acórdão;

9.3.3. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomar conhecimento da decisão desta Corte;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 85

9.4. encaminhar cópia da presente deliberação ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Advocacia-Geral da União, para que acompanhe a decisão judicial que atualmente assegura à Sra. Alda Ataíde Marinho o pagamento da parcela referente à URP (26,05%) – MS nº 25.678/DF, informando a este Tribunal o seu desfecho;

9.5. dar ciência desta deliberação à Consultoria Jurídica deste Tribunal. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9891-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9892/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC-014.505/2011-8 2. Grupo I; Classe de Assunto: V – Aposentadoria 3. Interessada: Maria de Fátima Teófilo Durans (CPF nº 075.975.253-20) 4. Entidade: Fundação Universidade Federal do Maranhão 5. Relator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé 7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de aposentadoria em favor de Maria de Fátima Teófilo Durans, ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Maranhão.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, incisos III, da Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, em:

9.1. considerar ilegal o ato de aposentadoria em favor de Maria de Fátima Teófilo Durans, negando-lhe registro;

9.2. dispensar o recolhimento das quantias indevidamente recebidas, de boa-fé, pela inativa, consoante o disposto na Súmula nº 106 deste Tribunal;

9.3. determinar à Fundação Universidade Federal do Maranhão que: 9.3.1 faça cessar, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU, no prazo de 15 (quinze) dias,

o pagamento decorrente da parcela ora impugnada, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 comunique à interessada acerca da presente deliberação, alertando-a de que o efeito suspensivo decorrente de eventual interposição de recurso não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, em caso de não provimento;

9.3.3. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.4. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação das determinações constantes do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 86 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9892-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9893/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.321/2011-8. 2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria. 3. Interessado: Alvani Batista da Silva (062.965.134-53). 4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sérgio Ricardo Costa Caribé. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 8. Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803). 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Alvani Batista da Silva (062.965.134-53), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Alvani Batista da Silva, negando-lhe o registro; 9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a

teor da Súmula TCU nº 249; 9.3 determinar à Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte que: 9.3.1 faça cessar, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do

Regimento Interno desta Corte, no prazo de 15(quinze) dias, os pagamentos decorrentes das parcelas referentes aos planos Verão e Bresser, contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão nº 2161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor deste Acórdão à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da determinação constante do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9893-38/11-2.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 87 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9894/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.323/2011-0. 2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria. 3. Interessado: Antonio Freire de Amorim (229.788.794-91). 4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 8. Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803). 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Antonio Freire de Amorim (229.788.794-91), ex-servidor da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Antonio Freire de Amorim, negando-lhe o registro; 9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a

teor da Súmula TCU nº 249; 9.3 determinar à Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte que: 9.3.1 faça cessar, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do

Regimento Interno desta Corte, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes das vantagens decorrentes da incorporação do Plano Collor, contados a partir da ciência desta deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão nº 2161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor deste Acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da determinação constante do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9894-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 88 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9895/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.324/2011-7. 2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria. 3. Interessado: Delvai Valdes de Murilo (090.371.104-44). 4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP). 8. Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Delvai Valdes de Murilo (CPF: 090.371.104-44), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Delvai Valdes de Murilo, negando-lhe o registro; 9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a

teor da Súmula TCU nº 249; 9.3 determinar à Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte que: 9.3.1 faça cessar, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do

Regimento Interno desta Corte, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes das vantagens decorrentes de planos econômicos (Plano Bresser - 26,05%, Plano Verão - 16,19%, Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da determinação constante do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9895-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 89 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9896/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.327/2011-6. 2. Grupo I – Classe V - Assunto: Aposentadoria 3. Interessado: Francisco das Chagas da Silva Espínola (067.101.744-68). 4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 8. Advogados constituídos nos autos: Vinicius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074); Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483); José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803). 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Francisco das Chagas da Silva Espínola, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Francisco das Chagas da Silva Espínola, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN, negando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN que: 9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem inquinada

(Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência desta deliberação, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

9.3.2. ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2.161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte; e

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência desta deliberação, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9896-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9897/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.328/2011-2.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 90 2. Grupo I – Classe V - Assunto: Aposentadoria 3. Interessado: Francisco das Chagas Nogueira (043.750.334-87). 4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 8. Advogados constituídos nos autos: Vinicius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074); Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483); José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803). 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Francisco das Chagas Nogueira, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Francisco das Chagas Nogueira, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN, negando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN que: 9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem inquinada

(Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência desta deliberação, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

9.3.2. ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2.161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência desta deliberação, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007; e

9.3.6. oriente o setor de gestão de pessoal de que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9897-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 91

ACÓRDÃO Nº 9898/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.398/2011-0. 2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria. 3. Interessado: Adelce Pinto de Queiroz (096.897.701-44). 4. Entidade: Fundação Universidade de Brasília – FUB. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico. 7. Unidade técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de ato de aposentadoria em favor do Sr. Adelce Pinto de Queiroz, ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília – FUB.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no art. 39, inciso II, da Lei n.º 8.443/1992, considerar ilegal o ato de aposentadoria em nome de Adelce Pinto de Queiroz, negando-lhe o respectivo registro;

9.2. dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Universidade de Brasília que: 9.3.1. no prazo de até 30 (trinta) dias, esclareça ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz sobre as seguintes

possibilidades: 9.3.1.1 comprovar o recolhimento das contribuições previdenciárias, de forma indenizada, do

período de atividade rural e comprovar o tempo averbado na condição de aluno aprendiz, por meio de certidão idônea e que atenda aos requisitos estabelecidos pelo Acórdão 2.024/2005-Plenário, hipótese em que a autoridade administrativa responsável poderá emitir novo ato, livre da irregularidade ora apontada, e submetê-lo a nova apreciação por este Tribunal, com fundamento nos artigos 262, § 2º, e 260, caput, do Regimento Interno desta Corte;

9.3.1.2. retornar à atividade para completar os requisitos legais para aposentadoria, alertando-o que esta dar-se-á pelas regras vigentes no momento da concessão;

9.3.1.3. caso não atendidas, alternativamente, as condições estabelecidas nos subitens anteriores, faça cessar, ao término do prazo fixado, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2. em caso de sentença judicial desfavorável ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz, faça cessar os pagamentos da parcela referente à URP (26,05%), promovendo, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente a partir do mês subsequente ao do presente Acórdão.

9.4. dar ciência deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao interessado alertando-o de que a interposição de eventual recurso não o eximirá da devolução dos valores recebidos indevidamente após a notificação desta deliberação, no caso desse recurso não ser provido;

9.5. encaminhar cópia da presente deliberação ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Advocacia-Geral da União, para que acompanhe a decisão judicial que atualmente assegura ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz o pagamento da referida parcela de URP, informando a este Tribunal o seu desfecho;

9.6. dar ciência desta deliberação à Consultoria Jurídica deste Tribunal.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9898-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 92 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9899/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 018.120/2010-5. 2. Grupo I – Classe de Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Joaquim Vicente da Costa (332.345.582-72). 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Nova Esperança do Piriá - PA (84.263.862/0001-05). 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico. 7. Unidade técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará – Secex/PA. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade do Sr. Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito do Município de Nova Esperança do Piriá/PA, no período de 1997 a 2000, instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE em decorrência da omissão no dever de prestar dos recursos repassados à municipalidade durante o exercício de 1998, no valor histórico total de R$ 164.482,00, por força do Convênio n.º 133/96 (fls. 26-31), cujo objeto era promover o atendimento do Programa de Alimentação Escolar – PAE aos alunos matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, da rede municipal, garantindo pelo menos uma refeição diária.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei n.º 8.443, de 1992, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, alínea “a”, da mesma Lei, julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito do Município de Nova Esperança do Piriá/PA, ao pagamento das quantias abaixo especificadas, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a", do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculada a partir das respectivas datas de ocorrência, até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor:

9.1.1. DATAS DAS OCORRÊNCIAS E VALORES HISTÓRICOS DOS DÉBITOS:

Data Valor R$ 12/03/1998 24.796,00 23/04/1998 15.705,00 19/05/1998 16.531,00 26/06/1998 16531,00 22/07/1998 11.571,00 20/08/1998 16.531,00 26/09/1998 17.357,00 21/11/1998 14.878,00 11/12/1998 16.531,00 23/12/1998 14.051,00

9.2. aplicar ao Sr. Sr. Joaquim Vicente da Costa a multa prevista nos arts. 19, caput, e 57 da Lei n.º

8.443, de 1992, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a", do Regimento Interno), o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 93 desde a data do presente Acórdão até a do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, desde logo, caso venha a ser requerido, o parcelamento do débito em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, esclarecendo que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com o que estabelece o § 2º do art. 217 do mencionado Regimento;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do disposto no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.5. remeter cópia do presente Acórdão, bem como do Voto e Relatório que o fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Pará, na pessoa de seu Procurador-Chefe, para as providências que julgar cabíveis.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9899-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9900/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 018.526/2010-1. 2. Grupo I – Classe de Assunto – VI: Representação. 3. Responsáveis: Dásio Lopes Simoes (634.308.947-00); João Marcelo Ramalho Alves (657.063.905-68). 4. Entidade: Hospital do Andaraí/RJ. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro – Secex/RJ. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos referente à Representação formulada pela Secex/RJ acerca da omissão na inserção no sítio eletrônico do TCU na internet do Relatório de Gestão do Hospital do Andaraí/RJ referente ao exercício de 2009, em que se apreciam as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis em face do descumprimento de determinação no Acórdão 242/2011 – 2ª Câmara (Relação nº 01/2011 – Gab. Ministro José Jorge).

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no art. 58, inciso IV, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o inciso VII do art. 268 do RI/TCU, aplicar ao Sr. Dásio Lopes Simões multa no valor R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do RI/TCU), o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, desde a data do presente Acórdão até a do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.2. autorizar, caso venha a ser requerido, o parcelamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, esclarecendo que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com o que estabelece o § 2º do art. 217 do mencionado Regimento;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 94

9.3. determinar à Direção do Hospital Federal do Andaraí que, no prazo de 30 (trinta) dias, encaminhe o Relatório de Gestão relativo ao exercício de 2009, contendo as alterações determinadas no item nº 1.5 do Acórdão 242/2011 - TCU - 2ª Câmara, sob pena de aplicação de nova multa por reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal de Contas da União, de acordo com o previsto no inciso VII, do art. 58, da Lei nº 8.443/1992;

9.4. restituir os autos à Secex/RJ, para que acompanhe o atendimento da determinação contida no subitem anterior. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9900-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9901/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 019.547/2008-4. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Prestação de Contas Simplificada – exercício 2007 3. Responsáveis: Antonio Cardoso (028.892.342-15); Antonio da Silva Ferro (004.206.542-91); Carlos Fernandes Xavier (017.341.485-00); Carlos Melo Junior (354.564.343-34); Edivaldo Oliveira Santos (225.099.681-49); Edson Ary de Oliviera Fontes (028.745.122-49); José Conrado Azevedo Santos (001.215.332-04); Jose Roberto Pontes do Espirito Santo (105.063.492-68); José Antônio de Freitas Garcia (171.757.552-87); João Antônio Correa Pinto (097.047.012-68); Luiz de Gonzaga da Costa Mascarenhas (043.833.202-44); Luz Marina Sena (174.729.702-04); Manoel Antonio Quaresma Rodrigues (086.151.602-87); Nehemias Medeiros de Oliveira (039.289.502-15); Regina Gloria Pinheiro de Oliveira Silveira (061.727.252-20); Rosangela Correa Moraes (236.673.702-53); Tayan Roberto Silva Martinez (639.446.772-34). 4. Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade: Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul – Secex/MS. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará, relativa ao exercício de 2007.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. Com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, 19, parágrafo único e 23, inciso III, todos da Lei nº 8.443, de 1992, julgar irregulares as contas do senhor Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA;

9.2. Com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso I, 17, caput e 23, inciso I, todos da Lei nº 8.443, de 1992, julgar regulares as contas dos demais responsáveis arrolados, dando-se-lhes quitação plena;

9.3. aplicar, com fulcro no art. 43, parágrafo único, e 58, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c o artigo 250, § 2º, e 268, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ao Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA, multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 95 desde a data do presente Acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não seja paga até o seu vencimento, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92;

9.5. determinar à CEFET/PA que adote as medidas necessárias ao ressarcimento ao erário, constituindo a competente tomada de contas especial, nos termos do art. 8º da lei 8.443/1992, caso reste comprovado dano ao erário na conclusão dos seguintes processos de sindicância: nºs 23051.001910/2005-00, 23051.000021/2006-35, 23051.001331/2005-59, 23051.002651/2005-44, 23051.002652/2005-25, 23051.002650/2005-63, 23051.000022/2006-16, 23051.000019/2006-10, 23051.000023/2006-05, 23051.000020/2006-54, 23051.000025/2006-69, 23051.0000563/2005-08 e 23051.000024/2006-88, cujos resultados deverão ser apresentados nas próximas contas da entidade;

9.6. dar ciência ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará quanto às seguintes impropriedades, comunicando-lhe que, caso seja verificada a reincidência das mesmas, os responsáveis pelos atos praticados poderão sujeitar-se a sanções, inclusive apenação de multa, nos termos do art. 58, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992:

9.6.1. que a ausência de registro da justificativa no documento de concessão de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002546/2007-14, 23051-002788/2007-07, 23051-000780/2007-34, 23051-002049/2007-43 e 23051-002278/2007-03, contraria o artigo 45, §6º, do Decreto nº 93.872/1986, com a redação dada pelo Decreto nº 6.370/2008, bem como o artigo 4º, §2º, da Portaria MPOG nº 41/2005;

9.6.2. que a ausência de prévio empenho, na dotação própria, para a concessão de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nas Ordens Bancárias nºs 2007OB901863, 2007OB902367, 2007OB902366, 2007OB902517, 2007OB902609, 2007OB902610, 2007OB902611, 2007OB902612 e 2007OB902613, contraria o art. 45, caput, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações posteriores do Decreto nº 6.370/2008;

9.6.3. que a aplicação dos recursos fora dos prazos estabelecidos nas respectivas concessões dos suprimentos de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002546/2007-14, 23051-002278/2007-03 e 23051-000911/2007-38, e as apresentações extemporâneas das prestações de contas pelos supridos, como se verificou nos Processos nºs 23051-002049/2007-43, 23051-001905/2007-43 e 23051-002546/2007-14, contrariam o disposto nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, assim como no artigo 45, §2º, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações posteriores do Decreto nº 6.370/2008;

9.6.4. que a ausência de datas nas notas fiscais emitidas para comprovação das despesas pagas por meio de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002734/2007-06 e 23051-000190/2007-20, contrariam os dispostos nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, e artigo 45 do Decreto nº 93.872/1986, com alterações pelo Decreto nº 6.370/2008;

9.6.5. que a falta de indicação da data para prestar contas e do período de aplicação dos recursos nas propostas de concessão de suprimento de fundos, mediante Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-001670/2007-53, 23051-001587/2007-39 e 23051-000190/2007-20, contrariam os dispostos no artigo 45, §2º, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações do Decreto nº 6.370/2008;

9.6.6. que o fracionamento de despesas, via dispensa de licitação, para contratação de empresas de prestação de serviços de manutenção e conservação de bens móveis, a exemplo das constantes nos Processos nºs 23051.002529/2007-13, 23051.002771/2007-50 e 23051.003222/2007-02, contraria o disposto no artigo 23, §§1º, 4º e 5º, da Lei nº 8.666/93;

9.6.7. que a contratação de empresas sem a verificação da comprovação da respectiva regularidade junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviços – FGTS, conforme verificado nos Processos nºs 23051.003862/2007-86 e 23051.002992/2007-00, contraria o art. 62 da Lei nº 8.666/93 e o art. 195, §3º, da Constituição Federal;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 96

9.6.8. que a falta de rubrica em todas as folhas e de assinatura do edital da licitação pela autoridade competente, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU no Processo nº 23051-002834/2007-79, contraria os dispostos no artigo 40, §1º, da Lei nº 8.666/93 e posteriores alterações;

9.6.9. que o descumprimento do prazo mínimo de 05 (cinco) dias entre o recebimento do convite/retirada do edital e a realização do certame, como verificado pela equipe da SFCI/CGU nos procedimentos licitatórios referentes ao Convite nº 02/2007 (Processo nº 23051.002834/2007-79), contraria os dispostos no artigo 21, IV, §3º, da Lei nº 8.666/93, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde “da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilização do edital ou do convite e respectivos anexos”;

9.6.10. que deverá ser cumprido o disposto no art. 26 da Lei nº 10.180/2001, evitando-se obstruir o livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, a exemplo do que ocorreu quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007;

9.7. dar ciência do presente Acórdão, assim como Relatório e Voto que o fundamentam, aos responsáveis ouvidos em audiência e ao Centro Federal de educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9901-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9902/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 025.155/2009-8. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial 3. Responsável: Eduardo Azevedo (014.473.512-15) 4. Unidade: Município de Jacareacanga/PA 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin 7. Unidade: Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará (Secex/PA). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada contra o Sr. Eduardo Azevedo, ex-Prefeito Municipal de Jacareacanga/PA, em decorrência da execução parcial do Convênio nº 366/2001, tendo por objeto a implantação de módulos de melhorias sanitárias em áreas indígenas no referido município.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, e com os arts. 1º, inciso I, 209, I, 210, do Regimento Interno, julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Eduardo Azevedo ao pagamento da importância de R$ 91.125,58 (noventa e um mil, cento e vinte e cinco reais e cinquenta e oito centavos), atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, calculados a partir de 7/3/2002 até a data do efetivo

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 97 recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde-Funasa;

9.2. aplicar ao Sr. Eduardo Azevedo a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992, no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada desde a data do presente Acórdão até a do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, caso venha a ser requerido, o parcelamento do débito em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, esclarecendo que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com o que estabelece o § 2º do art. 217 do mencionado Regimento;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do disposto no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.5. encaminhar cópia do presente Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Pará, na pessoa do seu Procurador-Chefe, na forma do disposto no art. 209, § 6º, do Regimento Interno.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9902-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9903/2011 - TCU – 2ª Câmara 1. Processo nº TC-030.095/2010-7 2. Grupo I; Classe de Assunto: I - Recurso de Reconsideração 3. Interessada: Vera Lúcia Espírito (Diretora da Divisão de Administração e Recursos Humanos, CPF nº 111.292.397-72) 4. Entidade: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Nacional – Senac/DN 5. Relator: Ministro José Jorge 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira 7. Unidades Técnicas: 5ª Secretaria de Controle Externo – 5ª Secex e Secretaria de Recursos - Serur 8. Advogados constituídos nos autos: Paula Cardoso Pires (OAB/DF nº 23.668), Antônio Perilo Teixeira (OAB/DF nº 21.359) e Guilherme Augusto Fregapani (OAB/DF nº 34.406) 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Prestação de Contas da Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Nacional – Senac/DN, relativas ao exercício de 2009, em que se examina Recurso de Reconsideração interposto pela Sra. Vera Lúcia Espírito, então Diretora da Divisão de Administração e Recursos Humanos da entidade, contra o Acórdão 901/2011-2ª Câmara, da Relação n. 3/2011 do Gabinete do Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti, que julgou regulares com ressalva as contas da responsável, dando-lhe quitação.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 98

9.1. com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, conhecer do Recurso de Reconsideração interposto pela Sra. Vera Lúcia Espírito para, no mérito, negar-lhe provimento;

9.2. dar ciência do presente Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, à interessada. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9903-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9904/2011 – TCU – 2ª CÂMARA

1. Processo nº TC 009.025/2009-4. 2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Paulo Celso de Bruin (CPF 173.265.618-50); Roberto Camanho (CPF 010.455.588-26); Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon (CNPJ 76.276.617/0002-87). 4. Entidade: Financiadora de Estudos e Projetos – Finep/MCT. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin. 7. Unidade: Secex/SP. 8. Advogados constituídos nos autos: Félix Ruiz Alonzo, OAB/SP 12.211; Fernanda Torres Araújo, OAB/SP 270.533; Camila Frias Fernandes, OAB/SP 229.011; Ian Henryk Barski, OAB/SP 283.535; Diego Pupo Elias, OAB/SP 212.930. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pela Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia, em desfavor da Sociedade Brasileira de Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, ante a omissão no dever de prestar contas dos recursos recebidos para execução do Convênio nº 56.94.0546.00, voltado à edição do projeto Guia Brasileiro de Computação Gráfica; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. considerar revel a entidade Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon e o Sr. Paulo Celso de Bruin, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992; 9.2. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo Sr. Roberto Camanho; 9.3. julgar irregulares as presentes contas, nos termos dos arts. 1º, inciso I e 16, inciso III, alínea “a”, e 19, caput, da Lei nº 8.443, de 1992, condenado os Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin, em solidariedade com a Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, a ressarcir a importância de R$ 17.925,88 (dezessete mil novecentos e vinte e cinco reais e oitenta e oito centavos), atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir de 9/1/1995, até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento aos cofres da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep/MCT da quantia devida, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a” da citada Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 99 9.4. aplicar aos Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin e à entidade Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, na forma da legislação em vigor; 9.5. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os subitens 9.3 e 9.4, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992; 9.6. autorizar, caso requerido, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno do Tribunal, o parcelamento das dívidas constante deste Acórdão em até 24 (vinte e quatro) parcelas, corrigidas monetariamente até a data do pagamento, esclarecendo aos responsáveis que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do Regimento Interno do Tribunal), sem prejuízo das demais medidas legais; e 9.7. enviar cópia deste Acórdão, do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, com fulcro no art. 209, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9904-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

ACÓRDÃO Nº 9905/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 011.172/2009-7. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Associação Nacional de Cooperação Agrícola - Anca (55.492.425/0001-57); José Mário Schons (213.656.959-72); Luis Antonio Pasquetti (279.425.620-34). 4. Órgão: Ministério do Meio Ambiente. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade: Secex/SP. 8. Advogado constituído nos autos: Giane A. Ambrósio Álvares, OAB/SP nº 218.434. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério do Meio Ambiente em razão da execução apenas parcial do objeto pactuado no Convênio nº 2001/CV/00066/SPOA/MMA, fls. 24/31, celebrado com a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – Anca, visando apoiar o Projeto de Formação e Educação Ambiental para Assentamento de Reforma Agrária; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. considerar revel a Associação Nacional de Cooperação Agrícola, com fulcro no art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1993; 9.2. excluir a responsabilidade do Sr. José Trevisol nestes autos; 9.3. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelos Srs. Luis Antonio Pasquetti e José Mário Schons; 9.4. julgar as presentes contas irregulares, nos termos dos arts. 1º, I; 16, III, alíneas “b” e “c”, 19 e 23, III, da Lei nº 8.443, de 1992, condenando, solidariamente, os Srs. José Mário Schons e Luis Antonio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 100 Pasquetti e a Associação Nacional de Cooperação Agrícola ao pagamento da importância abaixo discriminada, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data indicada, até a efetiva quitação do débito, deduzindo-se o valor do crédito e fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, para comprovarem, perante este Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, nos termos do art. 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 214, III, do Regimento Interno do TCU;

Valor Histórico (R$) Data da Ocorrência 286.414,87 (débito) 29/10/2001

57,80 (crédito) 17/4/2002

9.5. aplicar aos Srs. Luis Antonio Pasquetti e José Mário Schons, bem como, à Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA, individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 267 do Regimento Interno do TCU, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, na forma da legislação em vigor; 9.6. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os subitens 9.4 e 9.5, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992; 9.7. autorizar, caso requerido, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno do Tribunal, o parcelamento das dívidas constante deste Acórdão em até 24 (vinte e quatro) parcelas, corrigidas monetariamente até a data do pagamento, esclarecendo aos responsáveis que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do Regimento Interno do Tribunal), sem prejuízo das demais medidas legais; e 9.8. enviar cópia do Acórdão, do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9905-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

ACÓRDÃO Nº 9906/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 028.384/2009-4. 2. Grupo II – Classe de Assunto II: Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Fernando Lemos de Almeida (031.653.292-49). 4. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé. 7. Unidade: Secex/AM. 8. Advogados constituídos nos autos: Hamilton Sales Gomes (OAB/AM 6.784); Janne Sales Gomes (OAB/AM 3.045); Maria Auxiliadora Bicharra da S. Santana (OAB/AM 3.004). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq em desfavor do Sr. Fernando Lemos de Almeida, em razão do descumprimento do termo de compromisso firmado, em 6/12/1993, quando lhe foi

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 101 concedida bolsa de estudos no exterior, na modalidade de doutorado, para curso na Michigan State University, em Lansing–Michigan, nos Estados Unidos. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer do expediente acostado aos autos pelo responsável, às fls. 358/361, como mera petição com novos elementos de defesa, negando-lhe seguimento; 9.2. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta; ao responsável; e 9.3. restituir estes autos à Secex/AM para que efetue a devida instrução de mérito, retornando posteriormente o feito para julgamento, via Ministério Público. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9906-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

ACÓRDÃO Nº 9907/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 029.169/2010-0. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: José Gonzaga Barbosa (081.607.673-15). 4. Entidade: Município de Pindoretama/CE. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade: Secex/CE. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) contra o Sr. José Gonzaga Barbosa, ex-prefeito do município de Pindoretama/CE, em decorrência da omissão da prestação de contas dos recursos do Convênio nº 637/2006, que objetivava a execução de melhorias sanitárias domiciliares. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. julgar, com base nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, as presentes contas irregulares e em débito o Sr. José Gonzaga Barbosa, condenando-o ao pagamento das importâncias abaixo relacionadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados desde as datas especificadas até a efetiva quitação, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU – RITCU), o recolhimento das referidas quantias aos cofres da Fundação Nacional de Saúde – Funasa;

Valor (em R$) Data 60.000,00 20/7/2007 60.000,00 29/8/2007

9.2. aplicar ao Sr. José Gonzaga Barbosa, com base no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 102 da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso III, alínea “a”, do RITCU, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na forma da legislação em vigor; 9.3. autorizar, desde já, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, e no art. 217 do RITCU, o parcelamento das dívidas deste Acórdão em até 24 (vinte e quatro) prestações mensais e sucessivas, caso requerido, esclarecendo ao responsável que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do RITCU), sem prejuízo das demais medidas legais; 9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação; e 9.5. remeter cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta, à Procuradoria da República no Estado do Ceará, com fulcro no art. 209, § 6º, do RITCU. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9907-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

ACÓRDÃO Nº 9908/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 029.269/2011-3. 2. Grupo I – Classe VI – Assunto: Representação. 3. Interessado: Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. (CNPJ 11.451.932/0001-77). 4. Entidade: Universidade do Estado da Bahia – Uneb. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade: Secex/BA. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação formulada pela empresa Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. contra supostas irregularidades praticadas pelo pregoeiro que conduzia o Pregão Presencial nº 05/2011 no Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus VI, situado em Caetité/BA. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. não conhecer da presente representação, por não atender aos pressupostos legais e regimentais de admissibilidade; 9.2. dar ciência do inteiro teor desta deliberação à representante e ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA); e 9.2. arquivar os presentes autos. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9908-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 103 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

ACÓRDÃO Nº 9909/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 004.667/2011-5 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Francisco Fernandes do Nascimento, ex-prefeito (CPF 146.431.701-15), e CAM – Construção e Comércio Ltda. (CNPJ 00.986.699/0001-00). 4. Unidade: Prefeitura de Poço Branco/RN. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Norte – Secex/RN. 8. Advogado: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial decorrente da inexecução parcial do objeto do convênio 142/1999 (Siafi 387.215), celebrado entre o Ministério da Integração e a Prefeitura de Poço Branco/RN para reconstrução de 24 residências. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas b e c, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. julgar irregulares estas contas especiais; 9.2. condenar solidariamente Francisco Fernandes do Nascimento e CAM Construção e Comércio Ltda. a recolher ao Tesouro Nacional a importância de R$ 50.185,07 (cinquenta mil cento e oitenta e cinco reais e sete centavos), acrescida de encargos legais de 11/5/2000 até a data do pagamento: 9.3. aplicar a Francisco Fernandes do Nascimento e a CAM Construção e Comércio Ltda. multas individuais no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), a serem recolhidas ao Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente a contar da data deste acórdão, se pagas após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.4. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar das notificações para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.5. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.6. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Norte e à Secretaria de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9909-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9910/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 005.936/2010-1 (com 1 volume e 1 anexo) 2. Grupo I – Classe I – Recurso de Reconsideração. 3. Interessado: Henrique Antônio Fonseca da Mota (CPF 374.144.887-72) 4. Unidade: Município de Capistrano/CE.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 104 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade Técnica: Secex/CE e Serur. 8. Advogados constituídos nos autos: Paulo Napoleão Gonçalves Quezado (OAB/CE 3.183) 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, ex-prefeito do município de Capistrano/CE, contra a deliberação proferida por este Tribunal, mediante o Acórdão 1763/2011 – TCU – 2ª Câmara, que julgou as contas irregulares, condenando o recorrente, solidariamente com a empresa Oap Obras Assessoria Projetos e Serviços Ltda., em débito e multa, em razão do não cumprimento do objeto do convênio 212/2003, celebrado com a referida municipalidade com vistas à execução de sistema de abastecimento de água nas localidades de Cajuás, Mármore e Mazagão. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos arts. 32, I, e 33, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 285, parágrafo 2º, do RI/TCU em: 9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, para, no mérito, não conceder a ele provimento, mantendo-se em seus exatos termos o Acórdão 1763/2011 – TCU – 2ª Câmara; 9.2. dar ciência da presente deliberação ao recorrente. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9910-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9911/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 007.361/2010-6 2. Grupo II – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Sérgio Braz Cabeça (CPF 027.307.2009-0), Wilson Tavares von Paumgartten (CPF 029.828.622-04), Maria Francisca Tereza Martins de Souza (CPF 155.291.692-87), Maria Auxiliadora Souza dos Anjos (CPF 037.565.562-04), Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma (CPF 158.464.822-87). 4. Unidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – Cefet /PA. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: procurador-geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará – Secex/PA. 8. Advogados: Luiz Carlos dos Anjos Cereja (OAB/PA 6.977), Carla Ferreira Zahlouth (OAB/PA 5.719) e Cleide Cilene Abud Ferreira (OAB/PA 5.796). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial dos responsáveis acima indicados, em virtude o desvio de R$ 10.773,79 (dez mil setecentos e setenta e três reais e setenta e nove centavos), transferidos para contas paralelas do Cefet/PA e utilizados em finalidades distintas da prevista no empenho da despesa, que apontava como objetivo a realização de pagamento à Companhia de Saneamento do Pará pelo fornecimento de água.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 105 ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26 e 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. julgar irregulares estas contas especiais; 9.2. condenar solidariamente Sérgio Braz Cabeça, Wilson Tavares von Paumgartten, Maria Francisca Tereza Martins de Souza Maria Auxiliadora Souza dos Anjos e Maria Rita Vasconcelos Cruz Quaresma a recolher ao Tesouro Nacional a importância de R$ 10.773, 79 (dez mil setecentos e setenta e três reais e setenta e nove centavos), acrescida de encargos legais a contar de 10/7/1998 até a data do pagamento; 9.3. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.4. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.5. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram às seguintes Varas da Seção Judiciária do Estado do Pará, dada sua relação com as ações abaixo indicadas:

Vara Ação 5ª 2004.39.00.010130-9 5ª 2005.39.00.004304-7 5ª 2005.39.00.009748-4 3ª 2006.39.00.004570-9 3ª 2006.39.00.003.706-8 3ª 2006.39.00.009541-9 3ª 2006.39.00.009543-6 3ª 2007.39.00.005115-8 3ª 2008.39.00.002103-9 1ª 2009.39.00009.337-1 6ª 2009.39.00010.838-9

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9911-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9912/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 008.666/2009-5. 2. Grupo II – Classe V – Aposentadoria. 3. Interessados: Alberto Fernando de Araujo (113.553.874-34); Antonio Silas de Souza (119.469.201-00); Arnaldo Maul Lins Junior (782.370.688-15); Djalma Selistre Neto (217.320.190-53); Eduardo de Castro Ne (085.126.711-49); Francisco Claudio Bruno Sales (061.584.633-53); Godofredo Carneiro Coelho (071.679.703-87); Jose Aurelio Morais do Nascimento (062.192.684-15); Jose Carlos Maia de Oliveira (059.480.963-00); Jose Eliton Alves (152.883.234-53); Juscelino Peters Campos (236.675.671-20); Lucas Tadeu Rodrigues Viana (063.545.052-68); Ricardo Belisario da Silva (266.538.267-91); Rosemberg de Azevedo Oliveira (536.151.587-68); Washington do Nascimento Melo (144.367.791-49) 4. Unidade: Departamento de Polícia Federal – DPF/MJ. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip. 8. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 106 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de aposentadoria de servidores do Departamento de Polícia Federal – DPF. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Relator e com fundamento no art. 39, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 259, inciso II, do Regimento Interno, em: 9.1. julgar ilegais os atos de aposentadorias dos servidores indicados no item 3 deste Acórdão; 9.2. dispensar o ressarcimento das parcelas indevidamente percebidas de boa-fé pelos beneficiários, nos termos do Enunciado 106 da Súmula da Jurisprudência deste Tribunal; 9.3. determinar ao Departamento de Polícia Federal que: 9.3.1. com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal, e 262 do Regimento Interno, faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência desta deliberação, o pagamento decorrente dos atos ora considerados ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa; 9.3.2. comunique aos interessados o teor desta deliberação, alertando-os de que o efeito suspensivo de eventual recurso interposto não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso este não seja provido; 9.4. orientar ao Departamento de Polícia Federal que: 9.4.1. os servidores, cujos atos foram considerados ilegais por este Acórdão deverão retornar à atividade para implementar os requisitos necessários à aposentadoria, segundo as normas vigentes na data da nova concessão; 9.5. determinar à Sefip que proceda à verificação do cumprimento das medidas indicadas nos subitens 9.3 e 9.4. acima, representando a este Tribunal, caso seja necessário. 9.6. arquivar o presente processo. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9912-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9913/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 011.003/2009-4 2. Grupo II– Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Vera Lúcia Nemésio do Carmo, ex-prefeita (CPF 348.386.944-15). 4. Unidade: Prefeitura de Pindoba/AL. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: subprocuradora-geral Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas – Secex/AL. 8. Advogado: Henrique Correia Vasconcellos (OAB/AL 8.004). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de Vera Lúcia Nemésio do Carmo, ex-prefeita de Pindoba/AL, em virtude da não comprovação da correta aplicação dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE repassados nos exercícios de 1999 e 2000. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 107 9.1. declarar a insubsistência da condenação de Vera Lúcia Nemésio do Carmo ao recolhimento dos recursos referentes a 1999 imposta pelo acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara, ante sua condenação anterior ao pagamento do mesmo débito pelo acórdão 1.826/2006 – 2ª Câmara; 9.2. dar a seguinte redação aos itens 9.2 e 9.3 do acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara:

“9.2. condenar Vera Lúcia Nemésio do Carmo a recolher ao FNDE a importância de R$ 9.200,00 (nove mil e duzentos reais), acrescida de encargos legais de 1/8/2000 até a data do pagamento;

9.3. aplicar à responsável multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a contar da data deste acórdão se recolhida após o término do prazo abaixo fixado;”

9.3. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9913-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9914/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 017.347/2011-4 (processo eletrônico). 2. Grupo II – Classe I – Embargos de Declaração. 3. Embargante: Simbel Construções e Empreendimentos Ltda. 4. Unidade: Empresa Brasileira de InfraEstrutura Aeroportuária – Infraero. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 5.1. Relator da deliberação embargada: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva (manifestação oral). 7. Unidade Técnica: não atuou. 8. Advogados constituídos nos autos: Adriana Mourão Nogueira (OAB/DF 16.718), Antônio Fernando Guimarães Pinheiro (OAB/MG 23.719), Dáfini de Araújo Perácio Monteiro, (OAB/DF 25.987), Érica Bastos da Silveira Cassini (OAB/DF 16.124), Henrique César Mourão (OAB/MG 32.340), Maria de Lourdes Flecha de Lima Xavier Cançado (OAB/MG 80.050), Raul de Araújo Filho (OAB/MG 5.915) e Ulisses de Vasconcelos Raso (OAB/MG 31.044). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação, em fase de embargos de declaração opostos contra o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, inserido na relação 22/2011-2ª Câmara de minha relatoria. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão extraordinária de 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, com amparo nos arts. 32, inciso II, e 34 da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 277, inciso III, e 287 do Regimento Interno/TCU, em: 9.1. conhecer dos embargos de declaração opostos pela empresa Simbel Construções e Empreendimentos Ltda. contra o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, para, no mérito, dar-lhes provimento parcial, de modo a, atribuindo-lhes efeito infringente, modificar a redação da deliberação embargada, alterando para TC 013.710/2011-7 a referência ao processo ao qual este TC 017.347/2011-4 deve ser apensado;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 108 9.2. com fundamento na súmula/TCU 145, retificar, por inexatidão material, o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, excluindo a palavra “determinar”, indevidamente lançada ao final da referida deliberação; 9.3. dar ciência do presente acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à embargante e à Infraero. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9914-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9915/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 018.026/2010-9. 2. Grupo I – Classe I – Assunto: Pedido de Reexame em Auditoria 3. Recorrente: Adauto Aparecido Scardoelli (746.852.608-72) e Luiz Francisco Fernandes (384.030.648-53). 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Matão – SP. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade: Secretaria de Controle Externo – SP (Secex/SP). 8. Advogados constituídos nos autos: Eduardo Leandro de Queiroz e Souza – OAB/SP 109.013 e Rodrigo Pozzi Borba da Silva – OAB/SP 262.845. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Pedido de interposto por Adauto Scardoelli, Prefeito de Matão/SP, e Luiz Francisco Fernandes, Assessor Técnico Jurídico da Prefeitura Municipal de Matão, contra determinação exarada no Acórdão 5686/2010-TCU-2ª Câmara, que apreciou auditoria realizada na aplicação de recursos públicos federais repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE à Prefeitura Municipal de Matão/SP, por meio do convênio 830147/2007. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Cãmara, com fundamento no art. 48 da Lei 8.443/1992, em: 9.1. conhecer do pedido de reexame, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo em seus exatos termos a deliberação recorrida; 9.2. remeter cópia deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, aos recorrentes; 9.3. arquivar o presente processo. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9915-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9916/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 020.564/2009-6 (com 3 volumes e 2 anexos).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 109 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito (CPF 550.641.087-53), Luiz Antonio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), Leonildo de Andrade (CPF 154.695.258-64) Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72) e Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985.0001-88). 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Alto Paraguai/MT. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado 7. Unidade Técnica: 7ª Secex e 4ª Secex. 8. Advogados constituídos nos autos: Valber Melo (OAB/MT 8.927), Luiz Mário do Nascimento Junior (OAB/MT 12.886), Luiz Marcelo Dias Martins (Defensor Público Federal). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial, oriunda da conversão de processo de representação autuado no Tribunal a partir de relatório de fiscalização decorrente de auditoria realizada em conjunto pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), na Prefeitura Municipal Alto Paraguai/MT, com a finalidade de verificar a execução do convênio 1854/2002, celebrado com o Ministério da Saúde, no valor total de R$ 132.000,00 (cento e trinta e dois mil reais), sendo R$ 118.800,00 (cento e dezoito mil e oitocentos reais), transferidos pelo concedente, por meio das ordem bancária 2002OB408902, de 18/12/2002, e R$ 13.200,00 como contrapartida do município, cujo objeto foi a aquisição uma unidade móvel de saúde do tipo ônibus com consultório médico-odontológico (UMS). ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea c; 19, caput; 23, inciso III; e 57 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, em: 9.1. excluir da relação processual as Sra Enir Rodrigues de Jesus e o Sr. Leonildo Andrade; 9.2. . julgar irregulares as presentes contas; 9.3. condenar o Alcenor Alves de Souza, solidariamente com o Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin e com a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., ao pagamento da quantia de R$ 39.745,08 (trinta e nove mil setecentos e quarenta e cinco reais e oito centavos), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, a, do Regimento Interno), o recolhimento da quantia, aos cofres do Fundo Nacional de Saúde (FNS), acrescida dos encargos legais pertinentes, calculados a partir de 2/1/2003, até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor; 9.4. condenar o Alcenor Alves de Souza, solidariamente com o Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin, ao pagamento da quantia de R$ 8.663,41 (oito mil seiscentos e sessenta e três reais e quarenta e um centavos), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, a, do Regimento Interno), o recolhimento da quantia, aos cofres do Fundo Nacional de Saúde (FNS), acrescida dos encargos legais pertinentes, calculados a partir de 2/1/2003, até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor; 9.5. aplicar, individualmente, aos responsáveis Alcenor Alves de Souza, Luiz Antonio Trevisan Vedoin e a empresa Klass Comércio e Representação Ltda. a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, nos valores de R$ 10.000,00 (dez mil reais), 8.000,00 (oito mil reais) e R$ 8.000,00 (oito mil reais), respectivamente, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea a do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor; 9.6. autorizar, antecipadamente, caso seja requerido, o pagamento das dívidas decorrentes em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno/TCU, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada uma os encargos devidos, na forma prevista na legislação em vigor, alertando os responsáveis que a falta de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 110 comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno/TCU; 9.7. autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, caso não atendida a notificação; 9.8. com fundamento no § 3º do art. 16, da Lei 8.443/1992, encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso; 9.9. encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam ao Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso, ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso, ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e à Controladoria-Geral da União da Presidência da República (CGU/PR). 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9916-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9917/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 021.420/2009-0 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Jarbas Maya de Omena Filho, ex-prefeito (CPF 411.756.114-68), ex-prefeito; Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985/0001-88); Leonildo de Andrade, sócio administrador (CPF 154.695.258-64); e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, administrador de fato e procurador (CPF 594.563.531-68). 4. Unidade: Prefeitura de Messias/AL. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: procurador-geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: 4ª Secretaria de Controle Externo – Secex/4. 8. Advogados constituídos nos autos: Diogo Prata Lima (OAB/AL 8.222), Válber da Silva Melo (OAB/MT 8.927), Luiz Mário do Nascimento Júnior (OAB/MT 12.886) e Isabella Karen Araújo Simões (defensora pública da União). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de Jarbas Maya de Omena Filho, ex-prefeito de Messias/AL, em virtude de irregularidades na execução do convênio 844/2002 (Siafi 454.247), por intermédio do qual foram transferidos R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) do Fundo Nacional de Saúde – FNS, em 18/12/2002, para aquisição de uma UMS, do tipo ônibus, com consultório médico-odontológico. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. excluir deste processo Leonildo de Andrade; 9.2. julgar irregulares estas contas especiais; 9.3. condenar solidariamente Jarbas Maya de Omena Filho, Klass Comércio e Representação Ltda. e Luiz Antônio Trevisan Vedoin a recolher ao FNS a importância de R$ 18.093,18 (dezoito mil e noventa e três reais e dezoito centavos), acrescida de encargos legais a contar de 18/12/2002 até a data do pagamento;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 111 9.4. aplicar a cada um dos responsáveis multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional atualizada monetariamente a contar da data deste acórdão se paga após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.5. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.6. autorizar antecipadamente, caso venha a ser solicitado, o pagamento das dívidas em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais sucessivas; 9.7. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.8. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, ao Ministério Público do Estado de Alagoas, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas, ao FNS, ao Denasus e à CGU/PR. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9917-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9918/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 021.446/2009-7 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Ednaldo Almeida Costa, ex-prefeito (CPF 088.004.724-00); Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68); e Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72). 4. Unidade: Prefeitura de Porto das Pedras/AL. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: procurador-geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: 4ª Secretaria de Controle Externo – Secex/4. 8. Advogados constituídos nos autos: Válber da Silva Melo (OAB/MT 8.927) e Felipe Dezorzi Borges (defensor público da União). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de Ednaldo Almeida Costa, ex-prefeito de Porto das Pedras/AL, em virtude de irregularidades na execução do convênio 839/2002 (Siafi 454.249), por intermédio do qual foram transferidos R$ 80.000,00 do Fundo Nacional de Saúde – FNS, em 23/12/2002, para aquisição e aparelhamento uma UMS; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. excluir deste processo Enir Rodrigues de Jesus; 9.2. julgar irregulares estas contas especiais; 9.3. condenar solidariamente Ednaldo Almeida Costa e Luiz Antônio Trevisan Vedoin a recolher ao FNS a importância de R$ 19.902,06 (dezenove mil novecentos e dois reais e seis centavos), acrescida de encargos legais a contar de 23/12/2002 até a data do pagamento; 9.4. aplicar a cada um dos responsáveis mencionados no item anterior multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional atualizada monetariamente do dia seguinte ao do término do prazo abaixo estipulado até a data do pagamento; 9.5. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 112 9.6. autorizar antecipadamente, caso venha a ser solicitado, o pagamento das dívidas em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais sucessivas; 9.7. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.8. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, ao Ministério Público do Estado de Alagoas, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas, ao FNS, ao Denasus e à CGU/PR. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9918-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9919/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 027.978/2010-9 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Interessados/Responsáveis: 3.1. Interessado: Tribunal Superior Eleitoral – JE (CNPJ 00.509.018/0001-13) 3.2. Responsáveis: Nabi Abi Chedid, Presidente Nacional, falecido (CPF 013.905.118-04), Espólio, na pessoa do inventariante, Marco Antônio Nassif Abi Chedid (CPF 054.797.658-50); Sílvia Maria Kury de Souza, Tesoureira Nacional (CPF 022.224.768-10); Marco Antônio Nassif Abi Chedid, substituto (CPF 054.797.658-50); e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga, substituta (CPF 983.907.758-91). 4. Unidade: Partido Social Democrático/PSD (incorporado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB). 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin. 7. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex/3). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de responsabilidade dos Sres Nabi Abi Chedid (falecido), Sílvia Maria Kury de Souza, Marco Antônio Nassif Abi Chedid e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga, ex-dirigentes do Partido Social Democrático/PSD, incorporado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB, instaurada em virtude da não aprovação da prestação de contas das despesas realizadas com os recursos do fundo partidário do exercício financeiro de 2001, no valor original de R$ 18.434,03 (dezoito mil quatrocentos e quarenta e três reais e três centavos). ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alíneas b e c; 19, caput; 23, inciso III; e 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, em: 9.1. julgar irregulares as presentes contas e condenar, solidariamente, os Sres Marco Antônio Nassif Abi Chedid, Sílvia Maria Kury de Souza, Célia Rejane Neves Monteiro Fraga e o espólio do Sr. Nabi Abi Chedid, na pessoa do inventariante, Sr. Marco Antônio Nassif Abi Chedid, no limite do valor do patrimônio transferido, a recolherem aos cofres do Fundo Partidário, as quantias abaixo indicadas, acrescidas dos devidos encargos legais, nos termos da legislação vigente, a partir das respectivas datas até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias para comprovar o recolhimento, nos termos do art. 23, inciso III, alínea a, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 113

Valor (R$) Data da ocorrência 5.722,92 01/01/2001

57,24 02/01/2001 61,27 04/01/2001

1.658,85 22/01/2001 16,67 06/02/2001

1.758,76 15/02/2001 1.717,24 28/03/2001 1.744,70 18/04/2001 2.004,98 22/08/2001 1.914,06 24/09/2001 1.777,34 25/10/2001

9.2. aplicar, individualmente, aos responsáveis Sílvia Maria Kury de Souza, Marco Antônio Nassif Abi Chedid e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga a multa prevista no artigo 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea a do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, acrescidos dos encargos legais desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor; 9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9919-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9920/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 028.311/2010-8. 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Niusa Aparecida Marigheto (CPF 016.655.448-05). 4. Unidade Jurisdicionada: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: Secex/SP. 8. Advogados constituídos nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq contra a Srª Niusa Aparecida Marigheto, em decorrência do descumprimento ao compromisso de retorno ao Brasil por ela assumido perante o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq com vistas à concessão de bolsa de estudos no exterior na categoria doutorado, pelo período de cinquenta meses, com vigência de maio/1989 a junho/1993, tendo por escopo “Estudos de Propriedades Óticas de Polímeros Orgânicos”; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão extraordinária de 2ª Câmara, com fulcro nos arts. 1º, inciso I, 12, § 3º, 16, inciso III, alínea b, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992, em:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 114 9.1. declarar revel a Srª Niusa Aparecida Marigheto e julgar irregulares suas contas, condenando-a ao pagamento da quantia de R$ 122.771,59 (cento e vinte e dois mil setecentos e setenta e um reais e cinquenta e nove centavos), acrescida dos encargos legais calculados a partir de 2/8/1999 até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação deste acórdão, para que comprove, perante o tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do CNPq, nos termos do art. 23, inciso III, alínea a, da Lei Orgânica do TCU c/c o art. 214, inciso III, alínea a, de seu Regimento Interno; 9.2. autorizar, desde logo, nos termos dos arts. 26 e 28, inciso II, da Lei 8.443/1992: 9.2.1. o pagamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, se solicitado pela responsável, fixando-se o vencimento da primeira em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada uma delas os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor, sem prejuízo ao vencimento antecipado do saldo devedor em caso de não comprovação do recolhimento de qualquer parcela, conforme prevê o art. 217, § 2º, do Regimento Interno/TCU; 9.2.2. a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação; 9.3. dar ciência da presente deliberação ao CNPq e à Srª Niusa Aparecida Marigheto. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9920-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9921/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 033.586/2010-1 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Braz Dourado, ex-prefeito (CPF 607.752.468-91). 4. Unidade: Prefeitura de Magda/SP. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: subprocuradora-geral Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado de São Paulo – Secex/SP. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial decorrente da omissão de prestação de contas do convênio 90.183/1998, firmado entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e a Prefeitura de Magda/SP. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. julgar irregulares estas contas especiais; 9.2. condenar Braz Dourado a recolher ao FNDE a importância de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), acrescida de encargos legais de 3/6/1998 até a data do pagamento: 9.3. aplicar a Braz Dourado multa no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a contar da data deste acórdão, se paga após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.4. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento da dívida perante o Tribunal; 9.5. autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 115 9.6. determinar ao FNDE o envio ao TCU de informações acerca das medidas adotadas em relação ao convênio 750.365/2000, celebrado com a Prefeitura de Magda/SP em 30/6/2000, em especial no tocante à instauração da respectiva tomada de contas especial, tendo em vista que, em consulta ao sistema informatizado desta Corte, não foi constatado seu encaminhamento para julgamento; 9.7. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de São Paulo. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9921-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9922/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 856.996/1998-0. 2. Grupo II – Classe V – Aposentadoria. 3. Interessados: Francisco Aniceto Rocha (CPF 016.117.473-68), Maria Helena de Paiva Abreu (CPF 048.903.293-15), Ozires Almeida Ferreira (CPF 022.903.323-72) e Paula Ângela Maria Nery Arruda (CPF 032.385.128-20). 4. Unidade: Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social no Estado do Ceará – INSS/CE. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade Técnica: Sefip. 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de aposentadorias concedidas a servidores da Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social no Estado do Ceará – INSS/CE, parte delas consideradas ilegais pelo acórdão 951/2005-1ª Câmara. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão extraordinária da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal, 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei 8.443, de 16/7/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, e 259 a 263 do Regimento Interno/TCU, em: 9.1. considerar prejudicado, nestes autos, o exame da ilegalidade apontada pela Sefip, haja vista não estar ela inserida no escopo deste processo de aposentadoria; 9.2. determinar ao INSS/CE que: 9.2.1. emita e disponibilize no Sisac, nos termos da Instrução Normativa/TCU 55, de 24/10/2007, novos atos iniciais de aposentadoria em favor dos servidores Francisco Aniceto Rocha, Mara Helena de Paiva Abreu, Ozires Almeida Ferreira e Paula Ângela Maria Nery Arruda, escoimados das falhas que ensejaram sua impugnação à época do acórdão 951/2005-1ª Câmara; 9.2.2. estabeleça critérios rígidos de controle no cumprimento de decisões judiciais concessivas de parcelas remuneratórias, mantendo, em seus arquivos, cópias dessas decisões judiciais. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9922-38/11-2. 13. Especificação do quorum:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 116 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

ACÓRDÃO Nº 9924/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo 008.305/2009-3 2. Grupo I – Classe I – Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas Especial 3. Recorrente: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 4. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro José Jorge 5.2. Redator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico 7. Unidade Técnica: Secretaria de Recursos 8. Advogados constituídos nos autos: Luiz Paulo de Barros Correia Viveiros de Castro (OAB/RJ nº 73.146), Glória Regina Félix Dutra (OAB/RJ nº 81.959) e Pablo Felga Cariello (OAB/RJ nº 95.313) 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas Especial, interposto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), contra o Acórdão 4526/2009-TCU-2ª Câmara, que julgou regulares com ressalva, com quitação, as contas do ex-bolsista Manuel Augusto Pacheco Sanches, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Redator, em: 9.1. conhecer do Recurso de Reconsideração, com fundamento nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei no 8.443/92, para, no mérito, dar-lhe provimento;

9.2 com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea "b"; 19, caput e 23, inciso III, alínea "a" da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 214, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno, julgar irregulares as presentes contas e condenar o Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches ao pagamento da quantia correspondente a R$ 264.785,59 (duzentos e sessenta e quatro mil, setecentos e oitenta e cinco reais e cinqüenta e nove centavos), atualizada monetariamente a partir de 25/2/2003 até o dia do efetivo pagamento, e fixando-lhe o prazo de quinze dias desde a notificação para que comprove perante o TCU o recolhimento do montante ao CNPq; 9.3 autorizar desde logo a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação; 9.4. dar ciência do inteiro teor deste Acórdão ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9924-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro (Relator) e José Jorge (Redator). 13.2. Ministro com voto vencido: Raimundo Carreiro (Relator). 13.3. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.4. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 117

PEDIDOS DE VISTA Diante de pedido de vista formulado pelo Ministro Aroldo Cedraz (art. 112 do Regimento

Interno), foi suspensa a discussão e votação do processo nº 021.266/2010-7, de relatoria do Ministro Raimundo Carreiro.

Diante de pedido de vista formulado pelo Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e

Silva (art. 112 do Regimento Interno), foi suspensa a discussão e votação do processo nº 009.992/2009-6, de relatoria do Ministro José Jorge.

PROCESSOS EXCLUÍDOS DA PAUTA

A requerimento dos respectivos Relatores, foram excluídos da Pauta nº 38/2011 citada, nos

termos do artigo 142 do Regimento Interno, os seguintes processos: a) nºs 002.620/2008-0 (com o Apenso nº 027.126/2010-2), 017.655/2009-0 e 007.024/2011-8

(Ministro Raimundo Carreiro); e b) nºs 010.529/2011-8 e 014.781/2009-2 (Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa).

Foram proferidas, sob a Presidência do Ministro Raimundo Carreiro, as Deliberações quanto

aos processos relatados pelo Presidente, Ministro Aroldo Cedraz.

ENCERRAMENTO

A Presidência deu por encerrados os trabalhos, às dezessete horas e quinze minutos e eu, Elenir Teodoro Gonçalves dos Santos, lavrei e subscrevi a presente Ata que, depois de aprovada, será assinada pelo Presidente e homologada pela Segunda Câmara.

ELENIR TEODORO GONÇALVES DOS SANTOS Subsecretária

Aprovada em 20 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Na Presidência

ANEXO À ATA Nº 38, DE 18 DE OUTUBRO DE 2011

(Sessão Extraordinária da Segunda Câmara)

PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA Relatórios, Declaração de Voto, Votos ou Propostas de Deliberaçao emitidos pelos

respectivos Relatores, bem como os Acórdãos nºs 9886 a 9922 e 9924, aprovados pela Segunda Câmara em 18 de outubro de 2011 (Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 138, 140, 141, §§ 1º a 7º e 10; e Resoluções TCU nºs 164/2003, 184/2005 e 195/2006).

GRUPO I – CLASSE II – Segunda Câmara TC 028.019/2009-0 Natureza: Tomada de Contas Especial Entidade: Município de Congonhas do Norte (MG) Responsáveis: Terezinha de Jesus Dumont Moraes (CPF 724.059.888-87) e Sanco Engenharia e Construções Ltda.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 118

(CNPJ 02.546.894/0001-45) Advogado constituído nos autos: Não há SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA. IRREGULARIDADES NA APLICAÇÃO DOS RECURSOS. OBRA INCONCLUSA. AUSÊNCIA DE BENEFÍCIO À POPULAÇÃO. CONTAS IRREGULARES. CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA EM DÉBITO. APLICAÇÃO DE MULTA. AUTORIZAÇÃO PARA COBRANÇA JUDICIAL. COMUNICAÇÕES.

RELATÓRIO

Adoto, como parte deste Relatório — com fundamento no inciso I do § 3º do art. 1º da Lei nº 8.443/92 — a instrução elaborada pela Secretaria de Controle Externo no Estado de Minas Gerais – Secex/MG (Vol. Principal, fls. 174/178):

“1. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS FATOS

Trata-se de Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, em razão da rejeição da prestação de contas de recursos repassados à Prefeitura Municipal de Congonhas do Norte, mediante o Convênio nº 1188/1998, Siafi nº 353875, que teve por objeto a construção de sistema de abastecimento de água (fls. 10/16).

1.2 Após exame jurídico (fls. 21/25) e apresentação do projeto (fls. 39/47), foi celebrado o Convênio n. 1.188/1998 (Plano de Trabalho às fls. 48/50), cuja vigência foi prorrogada, de ofício (fls. 17/20), até 29/5/1999. As duas ordens bancárias, no valor individual de R$ 50.000,00, encontram-se às fls. 35/36.

1.3 De acordo com a Ata de Julgamento de Licitação, a empresa Alumatel Construção e Terraplenagem Ltda. venceu a Carta Convite n. 1/1998 (fls. 51). Nesse sentido, os despachos de homologação e de adjudicação (fls. 52/53) e o Contrato firmado entre a Prefeitura e a Alumatel (fls. 54/56). A empresa encaminhou requerimento à Prefeitura solicitando a sua substituição pela firma Nassoli – Engenharia e Construções Ltda. (fls. 57), conforme Termo de Cessão incompleto n. 1/1998 (fls. 58). Não consta manifestação do concedente. A prestação de contas foi examinada e rejeitada (fls. 59).

1.4 Posteriormente, foram, também, juntados: Ata de Julgamento da Carta Convite n. 12/1998 (fls. 61), de 5/10/1998, na qual sagrou-se vencedora a empresa Sanco – Engenharia e Construções Ltda. Nesse sentido, constam: despacho de adjudicação (fls. 62), relatório de execução físico-financeira (fls. 63), Relatório de Execução de Receita e de Despesa (fls. 64), relação de pagamentos (fls. 65), relação de bens (fls. 66), extratos (fls. 67/68), conciliação bancária (fls. 69), Termo de aceitação definitiva (fls. 70), Carta Convite n. 12/1998 (fls. 71/75), despacho de homologação (fls. 76), contrato entre a Prefeitura e a empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda. (fls. 76/79), Notas de Empenho (fls. 80 e 83), notas fiscais (fls. 81 e 84), recibos (fls. 82 e 85), relatório de atingimento do objeto (fls. 86), Carta Convite n. 1/1998 (fls. 87/95). Em 20/11/2000, foram ainda juntados: relatório de atingimento do objeto (fls. 97) e Plano de Trabalho (fls. 98/100).

1.5 De acordo com Parecer Técnico (fls. 102/105): a meta havia sido atingida em, aproximadamente, 15%; não foi apresentada qualquer justificativa para a inexecução da Estação de Tratamento de Água e do Reservatório; os materiais e os serviços estavam de acordo com as

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 119

recomendações da ABNT; a obra edificada não se prestava a beneficiar a população; e do ponto de vista técnico, recomendou-se a rejeição das contas.

1.6 Ademais, não houve saldo a restituir, os recursos não foram aplicados no mercado financeiro (imediata aplicação no objeto), o convenente ficou isento de aplicar contrapartida (fls. 106/109). A inadimplência do Município foi suspensa (fls. 116/117).

1.7 Em 16/5/2005, a responsável informou que: a obra não foi totalmente concluída, em decorrência de problemas técnicos da construtora Sanco vencedora da licitação; faltariam pequenos detalhes e que a empresa teria se comprometido a finalizar a obra (fls. 118). Em 10/5/2005, a empreiteira enviou solicitação à Prefeita para “modificar para ferro cimento, padrão Copasa, a ETA em questão” (fls. 119).

1.8 Esgotados os procedimentos administrativos para apresentação da prestação de contas pela responsável ou pela entidade beneficiária (art. 4º, incisos VIII e IX, da IN/TCU nº 56/2007), a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, instauradora, elaborou o Relatório de Tomada de Contas Especial (fls. 122/130 e 152/162), com indicação das providências adotadas pela autoridade administrativa e inscreveu o nome do responsável na conta “Diversos Responsáveis”, pelo valor de R$ 336.911,38, conforme Nota de Lançamento nº 2006NL600891 (fl. 150/151).

1.9 Examinando a documentação, o Parecer Financeiro conclui: a prestação de contas foi apresentada fora do prazo e devia ser rejeitada (fls. 138/139), noticiando-se o responsável (fls. 140).

1.10 O Relatório de Auditoria do Controle Interno (fls. 163/165) contém a manifestação sobre os quesitos mencionados no art. 4º, inciso V e § 1º, da IN/TCU nº 56/2007, tendo concluído pela irregularidade das contas (Certificado de Auditoria, fl. 166) e Parecer do Dirigente do Órgão de Controle Interno (fl. 167).

1.11 Em Pronunciamento Ministerial (fl. 168), o Ministro de Estado da Saúde, na forma do art. 52 da Lei n.º 8.443/92, atesta haver tomado conhecimento das conclusões do Controle Interno sobre as presentes contas.

1.12 Os documentos juntados evidenciam que a obra somente foi edificada no percentual de 15%, não se prestando a caracterizar qualquer benefício à população municipal. A declaração da alcaide de que a empreiteira prontificou-se a concluir os “pequenos detalhes” faltantes para a conclusão não pode elidir as irregularidades, dentre as quais a declaração da gestora municipal de que a obra tinha sido concluída a contento (fls. 86). Considerando que a empresa deve ter recebido a totalidade dos recursos transferidos (não constam os extratos bancários), cabe a responsabilização solidária da gestora e da empresa contratada.

1.13 Foi realizada a citação dos responsáveis Terezinha de Jesus Dumont Moraes e da firma Sanco Engenharia e Construções Ltda. (na pessoa de seu sócio Wiler Marques da Silva), em razão da ausência de demonstração da boa e regular aplicação dos recursos. Solicitou-se o recolhimento do débito ou a apresentação de alegações de defesa acompanhadas dos documentos como: notas fiscais, recibos, processos de pagamento, processos licitatórios, contratos, extratos bancários, cheques emitidos, dentre outros. Enviou-se, ainda, diligência ao Banco do Brasil (fls. 183, com AR às fls. 186).

2. EXAME DA CITAÇÃO

2.1 Em cumprimento ao Despacho da Sra. Secretária, às fls. 177, foi promovida a citação de Terezinha de Jesus Dumont Moraes, por meio dos Ofícios nºs 379 e 382, de 9/3/2010, às fls. 182 e 184; e da empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda., por meio do Ofício nº. 378, de 9/3/2010, às fls. 181.

2.2 A responsável Terezinha de Jesus Dumont Moraes tomou ciência dos ofícios, conforme documentos às fls. 187/188, e, transcorrido o prazo regimental fixado, não apresentou suas alegações de defesa quanto às irregularidades verificadas nem efetuou o recolhimento do débito.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 120

2.3 A empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda. tomou ciência do aludido ofício, conforme documento de fls. 185, tendo apresentado, tempestivamente, suas alegações de defesa (fls. 189/191).

2.3.1 - Questão 1

Responsável: Sanco Engenharia e Construções Ltda.

Irregularidade: não-comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais transferidos com finalidade específica.

2.3.2 Razões de Justificativa Apresentadas: A empresa inicia informando que optou por apresentar a sua versão dos fatos, acreditando no senso de justiça do Tribunal. Confirma participação na carta convite n. 12/1998, transcrevendo- lhe o objeto e noticiando que a fiscalização estaria a cargo do Departamento de Obras e Serviços Públicos do Município. A firma venceu o certame por apresentar o melhor preço global. Informa que a obra foi iniciada sem que o Departamento possuísse projeto básico ou memorial descritivo. A firma foi informada de que a água seria tratada na chegada da rede, antes do reservatório existente. Tal informação foi passada ao encarregado do Departamento pelo engenheiro que fez o projeto de tratamento da água, quando esteve em Congonhas do Norte levantando os dados.

2.3.3 A Sanco, à época carente de profissionais especialistas em engenharia sanitária, procurou auxílio na UFMG, instituição formadora de seu responsável técnico. Examinando a situação, um dos professores do Departamento de Engenharia Hidráulica sugeriu a realização de exame físico-químico da água, na captação. Considerando a ótima qualidade da água, evidenciada pelos exames, recomendou que a área de captação fosse cercada (alto da montanha com mata nativa nas proximidades), edificando-se uma casa de química para a completa desinfecção da água. Após visitas nas estações de tratamento de água nas cidades de Diamantina, Datas e Gouveia, com vistas a implantar o mesmo sistema em Congonhas do Norte, iniciou a construção da casa de química em novembro de 1998, a qual teria sido finalizada quatro meses depois.

2.3.4 Por ocasião da vistoria, a FUNASA atestou a execução somente de 15% do orçamento. Discorda de tal avaliação, pois uma edificação de alvenaria com 72 m2 de área construída, pé direito de 6m, mezanino de 24m2, 180m2 de paredes internas revestidas em azulejo branco 15x15, instalações elétricas e hidro-sanitárias completas não poderia representar somente 15% de uma obra de 100 mil reais. Ademais, o técnico da FUNASA não teria relatado os equipamentos instalados, quais sejam: equipamento para cloração, aplicação de flúor e correção dos níveis de PH.

2.3.5 Em meados de 2005, teria sido renovado o compromisso de administração e assistência técnica para as melhorias do sistema de abastecimento. Assevera que teria se dirigido à FUNASA imediatamente após a primeira comunicação da concedente à Prefeitura sobre irregularidades na execução. Recebido pelo chefe do Departamento de Engenharia, à época, Dr. Fábio Scatolino, acertou visita à cidade para verificar as possibilidades junto à Prefeitura. Em Congonhas não teriam sido recebidos pelo Prefeito nem teriam sido autorizados a visitar o sistema de abastecimento, o que evidenciaria questão de natureza política. Segundo comentários, o Prefeito sucessor, José Raimundo, desafeto da Prefeita signatária da avença, teria asseverado a seus correligionários que, durante seu mandato, a ex-prefeita iria pagar caro pela rejeição de suas contas pela FUNASA.

2.3.6 Na viagem, teria constatado que a água no período da chuva estaria barrenta. Ao verificar junto o proprietário da fazenda na qual a captação era realizada, este teria confirmado que, durante as chuvas, havia descido muita lama, alterando o quadro existente. Teria, então, estudado a implantação de um pré- filtro na captação e de um filtro lento na chegada da água bruta ao reservatório, sugestão que não teria sido aceita pela FUNASA. De acordo com experiência bem sucedida em todo o Estado, sugeriu à Prefeita que a estação fosse modificada para ferro-cimento.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 121

Esta hipótese teria sido rejeitada pelo alcaide sucessor, por motivação política, pois pretendia prejudicar sua antecessora, ainda que em detrimento da comunidade.

2.3.7 Finaliza afirmando que teria ficado refém de um projeto básico que o ente contratante desconhecia, tendo, inclusive, se queixado posteriormente (“falta de orientação técnica por parte de engenheiros da FUNASA, pois tais profissionais só aqui vieram para reprovar a respectiva prestação de contas da obra”). Assevera que teria demonstrado disposição e boa fé para solucionar o caso. Na primeira visita, alega que teria comparecido à FUNASA de muletas, por se encontrar em convalescência de acidente de carro que teria vitimado dois sócios, conduzido à decadência de sua empresa. Alega que a SANCO estaria inativa desde 2002, embora jamais tenha ignorado os compromissos da pessoa jurídica, nesse caso, assistir tecnicamente à Prefeitura, sem ônus, independentemente da corrente política prevalente. Coloca-se à disposição para eventual reunião e esclarecimentos adicionais.

2.3.8 Análise/fundamentação: Como o representante legal afirma, a fiscalização competia ao Departamento de Obras e Serviços Públicos do Município; evidenciando que a edificação caberia à vencedora do certame, sua empresa. Não se pode conceber que tenha apresentado o melhor preço global para uma obra que desconhecia, pois não teria elementos sequer para formular a proposta. Uma empresa, para contratar com a Administração, não pode basear o planejamento e a execução de obra em mera informação verbal nem pode se apresentar, como licitante em procedimento para escolha de sistema de abastecimento de água, sem a presença de especialista em engenharia sanitária. A solução técnica (exame físico-químico da água na captação, cerco da área e edificação de casa de química) estava a cargo de sua firma e não deveria depender de outras instituições (Departamento de Engenharia Hidráulica da UFMG).

2.3.9 Os relatórios dos técnicos da FUNASA, por terem sido produzidos por funcionário da Administração em regular exercício de sua função, gozam de presunção de veracidade (execução de 15%). O fato de ter se dirigido à FUNASA, tão logo surgiram os problemas, apresentando sugestões corretivas, não o exime das irregularidades detectadas, mesmo porque não houve solução satisfatória nem benefício à comunidade. Se a obra tivesse sido regularmente edificada, não haveria quaisquer questões de natureza política que pudessem conduzir à rejeição das contas.

2.3.10 Embora lamentáveis do ponto de vista profissional e mesmo laboral, os acontecimentos automobilísticos em que se envolveu são irrelevantes do ponto de vista da rejeição das contas. Não competia à FUNASA a orientação técnica, mas simples fiscalização da edificação regular das obras pactuadas. Os extratos enviados pelo Banco do Brasil evidenciam que a empresa recebeu a totalidade dos recursos federais transferidos com finalidade específica (fls. 192/200).

3. CONCLUSÃO

3.1 Tendo em vista que, transcorrido o prazo regimental fixado, a responsável não apresentou alegações de defesa quanto às irregularidades verificadas nem efetuou o recolhimento do débito, entendemos que a mesma deva ser considerada revel, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo com o art.12, inciso IV, § 3º, da Lei nº. 8.443/92. Diante da revelia da Responsável e estando afastada a hipótese de boa-fé, a presente Tomada de Contas Especial está em condições de ser, desde logo, apreciada no mérito, pelo que propomos que as contas sejam julgadas irregulares e a responsável condenada em débito, aplicando-se- lhe a multa prevista no art. 57 da Lei n.º 8.443/1992.

3.2 Tendo em vista a análise realizada nos itens 2.3.8 a 2.3.10, propõe-se rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda., uma vez que tais alegações não foram suficientes para elidir as irregularidades imputadas. Caracterizou-se a não-comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais recebidos infringindo a cláusula 1ª do Convênio n. 1188/1998 e o inciso XI do art. 7º da Instrução Normativa STN n. 1/1997.

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3.3 Apesar da execução de 15% da obra, opinamos pela imputação de débito no valor integral dos recursos repassados, pois o que foi edificado não se prestou a caracterizar qualquer benefício à população municipal (Parecer Técnico, fls. 102/105).

4. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

4.1 Ante o exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo a:

a) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea b, da Lei nº. 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inciso II, e § 4º, inciso II, 210, §1º, inciso I e 214, inciso III, do Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas da responsável, Terezinha de Jesus Dumont Moraes, CPF: 037.394.706-23, na ocasião Prefeita, e condená-la, solidariamente, com a empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda., CNPJ 02.546.894/0001-45 ao pagamento das quantias a seguir especificadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das notificações, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a data dos recolhimentos, na forma prevista na legislação em vigor:

Valor Histórico (R$)

Data de ocorrência

50.000,00 2/10/1998 (data do crédito em conta, fls. 67)

50.000,00 28/8/1998 (data da Ordem Bancária, fls. 35)

b) aplicar à responsável Sra. Terezinha de Jesus Dumont Moraes, CPF: 037.394.706-23, a multa prevista no art. 57 da Lei nº. 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do Acórdão que vier a ser proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor; e

c) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº. 8.443, de 1992, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações.”

2. O então Gerente e a Srª Secretaria da Secex/MG manifestaram concordância com a proposta apresentada (Vol. Principal, fl. 178).

3. Encaminhados os autos ao Ministério Público que atua junto a esta Corte, a ilustre Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva exarou a seguinte Parecer (Vol. Principal, fl. 179):

“Esta representante do Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta formulada pela Unidade Técnica à fl. 178 deste volume principal, sugerindo, entretanto, vez que os presentes autos traduzem hipótese de dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo e antieconômico, a mudança de fundamentação da alínea “b” para a alínea “c” do inciso III do art. 16 da Lei Orgânica do TCU, até porque, consoante o § 2.º do art. 16 da referida lei, tal mudança é condição de juridicidade à responsabilização solidária da empresa contratante.

2. Em tempo, com fulcro no § 3.º do art. 16 do multicitado dispositivo legal, propõe-se, outrossim, a remessa de cópia destes autos ao Ministério Público Federal da União para o ajuizamentos das ações civis e penais que entender cabíveis.”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 123

É o relatório.

VOTO

Em exame processo de Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em virtude da rejeição da prestação de contas dos recursos repassados à Prefeitura Municipal de Congonhas do Norte (MG), por intermédio do Convênio nº 1188/1998, cujo objeto consistia na construção de sistema de abastecimento de água (Vol. Principal, fls. 10/16).

2. Como visto no Relatório que precede este Voto, a Secretaria de Controle Externo em Minas Gerais (Secex/MG) e o Ministério Público que atua junto a esta Corte (MP/TCU) propõem, de forma unânime, que as contas sejam julgadas irregulares, com imputação de débito solidário aos responsáveis e aplicação de multa à ex-Prefeita Terezinha de Jesus Dumont Moraes.

3. Adicionalmente, o MP/TCU sugere que a fundamentação legal para o julgamento se dê na alínea “c” do inciso III do art. 16 da Lei nº 8.443/92, por entender que a hipótese dos autos configura dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo e antieconômico, “até porque, consoante o § 2.º do art. 16 da referida lei, tal mudança é condição de juridicidade à responsabilização solidária da empresa contratante” (Vol. Principal, fl. 179).

4. Acompanho a proposta uniforme exarada nos autos, com o acréscimo da sugestão oferecida pelo Parquet especializado, e adoto como razões de decidir a análise feita pela Secex/MG (Vol. Principal, fls. 175/178), que fiz reproduzir por inteiro no Relatório supra.

5. Teço, adicionalmente, breve comentário acerca das presentes contas.

6. No que refere à responsabilização da Srª Terezinha de Jesus Dumont Moraes, ex-Prefeita do Município de Congonhas do Norte (MG) durante a gestão 1997-2000, registro que apesar de ter recebido pessoalmente — em dois diferentes endereços — as citações expedidas pela Secex/MG (Vol. Principal, fls. 182, 184 e 187/188), a responsável optou por não apresentar alegações de defesa, configurando-se a revelia, situação que, nos termos do § 3º do art. 12 da Lei nº 8.443/92, autoriza o prosseguimento do processo.

7. Ao assim proceder, a responsável perdeu a oportunidade de trazer aos autos fatos e/ou documentos que, eventualmente, fossem capazes de justificar o motivo pelo qual o objeto do convênio, por não ter sido concluído, deixou de trazer aos munícipes os benefícios esperados.

8. A propósito da não realização do objeto do convênio, consigno que o Parecer Técnico firmado por engenheiro da Funasa — elaborado em 5/2/2001, portanto, após o término da vigência do convênio (29/5/99) e do prazo para prestação de contas (28/7/99) —, estima que o objeto pactuado foi atingido em apenas 15% e que, no entanto, “as obras realizadas não irão beneficiar em nada a comunidade”, e mais: “OS DOCUMENTOS APRESENTADOS PELA PREFEITURA (RELATÓRIO DE ATINGIMENTO DO OBJETO, RELATÓRIO DE EXECUÇÃO FÍSICO-FINANCEIRA E RELAÇÃO DE BENS) NÃO ESPELHAM A REALIDADE DA OBRA EXECUTADA, CONFORME PREVÊ O PLANO DE TRABALHO” (Vol. Principal, fls. 2 e 102/104).

9. Quanto à defesa apresentada pela empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ 02.546.894/0001-45), a instrução da Secex/MG demonstra que as alegações trazidas por seu representante legal não se mostraram suficientes para isentá-la de responsabilização, segundo o estabelecido na alínea “b” do § 2º do art. 16 da Lei Orgânica desta Corte, isto é, responsabilidade solidária “do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado.”

10. A esse respeito, assinalo que embora a obra objeto do convênio não tenha sido concluída a contento — uma vez que não trouxe benefícios à comunidade local —, os autos comprovam que a empresa contratada recebeu o valor integral dos recursos públicos transferidos. De fato, extratos bancários e cópias de cheques, obtidos após a realização de diligência ao Banco do Brasil, demonstram que a Sanco Engenharia e Construções Ltda. foi beneficiária de dois cheques no valor de R$ 50.000,00 cada um,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 124 totalizando a quantia de R$ 100.000,00 (Vol. Principal, fls. 193/200).

11. A propósito, não é demais lembrar que, de acordo com a Lei nº 4.320/1964, “o pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação” (art. 62) e que “a liquidação da despesa por (...) serviços prestados terá por base: (...) os comprovantes da (...) da prestação efetiva do serviço.” (art. 63, § 2º).

12. Essas as razões que me levam a propor que as presentes contas sejam julgados irregulares, com a condenação solidária em débito da Sr. Terezinha de Jesus Dumont Moraes e da empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda., aplicando-se, ainda, a ex-Prefeita a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, que estou estipulando em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

13. Por fim, acolho, com fundamento no § 3º do art. 16 da Lei Orgânica deste Tribunal, a proposição do MP/TCU de remessa de cópia dos autos ao Ministério Público Federal, no caso à Procuradoria da República no Estado de Minas Gerais.

Diante do exposto, ao acolher, no essencial, o encaminhamento proposto pela Unidade Técnica e, integralmente, o parecer do Ministério Público que atua junto a esta Casa, Voto por que esta Câmara aprove a minuta de acórdão que ora submeto à deliberação de meus pares.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

RAIMUNDO CARREIRO Relator

ACÓRDÃO Nº 9886/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 028.019/2009-0 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial 3. Responsáveis: Terezinha de Jesus Dumont Moraes (CPF 724.059.888-87) e Sanco Engenharia e

Construções Ltda. (CNPJ 02.546.894/0001-45) 4. Entidade: Município de Congonhas do Norte (MG) 5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva 7. Unidade Técnica: Secex/MG 8. Advogado constituído nos autos: Não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em decorrência da rejeição da prestação de contas relativa aos recursos repassados à Prefeitura Municipal de Congonhas do Norte (MG) por intermédio do Convênio nº 1188/1998, cujo objeto consistia na construção de sistema de abastecimento de água,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”, 19 e 23, inciso III, da Lei nº 8.443/1992, julgar irregulares as contas da Srª Terezinha de Jesus Dumont Moraes, condenando-a em débito, solidariamente com a empresa Sanco Engenharia e Construções Ltda., nos valores a seguir discriminados, e fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno) o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir das datas especificadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

Valor Histórico Data de ocorrência

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 125

(R$)

50.000,00 02/09/1998 50.000,00 02/10/1998

9.2. aplicar à Sra. Terezinha de Jesus Dumont Moraes a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, nos termos do artigo 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno/TCU, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na data do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92;

9.4. autorizar, desde já, com fundamento no art. 26 da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 217 do Regimento Interno do TCU, caso seja do interesse dos responsáveis, o parcelamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas, incidindo sobre cada uma delas, corrigida monetariamente, os correspondentes acréscimos legais;

9.5. encaminhar, com fundamento no art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443/92, cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o fundamentam, à Procuradoria da República no Estado de Minas Gerais;

9.6. dar ciência do inteiro teor deste Acórdão aos responsáveis e à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9886-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – 2ª Câmara TC 000.605/2000-0 [Apenso: TC 775.112/1997-6] Natureza: Recurso de Reconsideração Entidade: Governo do Estado do Amapá e Município de Porto Grande /AP. Recorrente: Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira (208.685.022-00) Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - MEC (00.378.257/0001-81) Advogados constituídos nos autos: Elcimara Albuquerque Sales (OAB/AP 586) e Deojan Waldeck Ribeiro (OAB/AP 952).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 126

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE ESCOLAR FORA DAS ESPECIFICAÇÕES. NÃO DEVOLUÇÃO DE SALDO DA CONTA DE CONVÊNIO. NÃO COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO EM TRANSPORTE ESCOLAR. CITAÇÃO. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. CONHECIMENTO. NÃO PROVIMENTO. CIÊNCIA AOS INTERESSADOS. RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução acostada à peça 23 dos presentes autos, com cujas conclusões manifestou-se de acordo o dirigente da 4ª Diretoria/Serur (peça 24):

“Trata-se de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira (fls. 1-3, anexo 3) contra o Acórdão 5306/2010 (fls. 182-183, vol.2), mantido pelo Acórdão 969/2011 (fl. 223, vol. 3), ambos da 2ª Câmara, que apreciou tomada de contas especial instaurada em virtude de irregularidades na aplicação dos recursos federais transferidos mediante Convênio 319/1996 celebrado entre a extinta Fundação de Assistência ao Estudante – FAE e o Estado do Amapá, tendo por intervenientes/executores os Municípios de Cutias, Itaubal, Porto Grande e Pracuúba, objetivando a aquisição de veículos automotores e embarcações para o transporte de estudantes da rede pública de ensino fundamental.

HISTÓRICO 2. Por meio do Acórdão ora recorrido, o Tribunal julgou as contas do Sr. Raimundo Nonato

de Nascimento Oliveira, dentre outros responsáveis, irregulares, bem como lhe imputou débito de R$ 26.860,00 (valor histórico de 30/12/1996) e lhe aplicou multa individual no valor de R$ 3.000,00.

3. Ressalte-se que o débito do ex-prefeito é composto por duas parcelas, sendo elas: (i) R$ 16.570,00 relativos ao recebimento de veículo em desacordo com as especificações técnicas, considerado inapropriado para o transporte escolar, e (ii) R$ 10.290,00 referentes à não devolução do saldo dos recursos do convênio.

4. Irresignado com a referida deliberação, o responsável acima listado interpôs recurso de reconsideração, o qual será analisado a seguir.

EXAME DE ADMISSIBILIDADE

5. Reitera-se o exame preliminar de admissibilidade (fls. 4-5, anexo 3), ratificado pelo Exmo. Ministro-Relator José Jorge (fl. 8, anexo 3), no sentido de conhecer do recurso de reconsideração, suspendendo os itens 9.3, 9.5 e 9.6 do Acórdão 5306/2010 (fls. 182-183, vol. 2), mantido pelo Acórdão 969/2011 (fl. 223, vol. 3), ambos da 2ª Câmara, eis que preenchidos os requisitos processuais aplicáveis à espécie.

EXAME TÉCNICO

6. A seguir serão apresentados os argumentos do recorrente, de forma sintética, seguidos das respectivas análises.

Argumento (fls. 1, anexo 3) 7. Aduz que já havia informado que o valor de R$ 10.290,00 foi devolvido à Secretaria de

Educação do Estado, conforme fls. 153-179, v.p..

8. Remete ao demonstrativo de fl. 179, v.p., e observa que o Secretário de Educação assinou o aludido documento.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 127

Análise 9. Frise-se que os documentos relativos à prestação de contas da Prefeitura de Porto Grande

são: ofício de encaminhamento da prestação de contas datado de 30/01/1997; balancete financeiro; demonstrativo de convênio; relação de bens adquiridos (fls. 176-180, v.p.), além do demonstrativo de receita e despesa do convênio (fl. 153, v.p.).

10. Observe-se que os documentos (i) demonstrativo da receita e despesa do convênio, assinado pelo então Secretário de Educação (fl. 153, v.p.), e (ii) demonstrativo de convênio (fl. 179, v.p.) não são hábeis a demonstrar que o saldo do convênio foi recolhido, uma vez que não há nos autos o comprovante de recolhimento, documento que sustentaria sua alegação.

11. Ressalte-se que, conforme declaração anterior (fls. 124-133, vol. 2), a quantia de R$ 10.290,00 não foi recolhida pelo ex-prefeito Elias de Freitas Trajano de Souza, mas sim pelo recorrente. Portanto, verifica-se que o documento questionado seria de fácil acesso ao recorrente.

12. Diante do exposto, a alegação do recorrente não merece acolhida.

Argumento (fls. 2, anexo 3) 13. Questiona também o posicionamento do Ministério Público do TCU (fls. 177-178) no que

tange à exclusão da ação do espólio do Sr. Elias de Freitas Trajano de Souza, em vista da dificuldade de citar os sucessores.

14. Ressalta que este posicionamento resulta na condenação de apenas um responsável, qual seja o recorrente.

15. Afirma que é ilegal excluir uma pessoa do pólo passivo tendo por motivação a dificuldade de citação.

Análise 16. O Ministério Público do TCU, em seu parecer, afirma que o principal responsável pelo

dano relativo à parcela correspondente aos R$ 16.570,00 foi o Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira, uma vez que recebeu 01 veículo em desacordo com o licitado.

17. Observa que cabia ao Sr. Raimundo Nonato adotar providências no sentido de obter toda a documentação da licitação e do convênio, de modo a verificar a conformidade do produto a ser recebido, afastando a possibilidade de eventual dano aos cofres públicos.

18. Frise-se que, uma vez verificado o equívoco, impunha-se ao ex-prefeito a adoção das medidas cabíveis, até mesmo judiciais, contra o licitante, a fim de resguardar a municipalidade.

19. Com relação ao prefeito antecessor, o Sr. Elias de Freitas Trajano de Souza, o Ministério Público do TCU identificou que não caberia a exclusão de sua responsabilidade, uma vez que o mesmo havia pago antecipadamente pelos veículos, assumindo o risco pelos danos decorrentes, de modo que deveria responder solidariamente com o prefeito sucessor.

20. Porém, em vista da ausência de inventário e da dificuldade para a identificação e citação dos sucessores do Sr. Elias de Freitas Trajano de Souza, o Ministério Público propôs a condenação apenas do Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira. Esta proposta foi acatada pela 2ª Câmara deste Tribunal.

21. Observe-se que o Tribunal pode responsabilizar solidariamente aqueles que deram causa ao dano ao erário conforme art. 16, § 2° da Lei 8.443/1992. Saliente-se que quando há a solidariedade passiva o credor tem a faculdade de exigir e obrigar de um ou de alguns ou ainda, de todos conjuntamente, o cumprimento parcial ou total da dívida comum. Desse modo, a exclusão de um dos devedores do polo passivo não altera a responsabilidade do recorrente pelos atos praticados.

22. Portanto a alegação do recorrente não merece prosperar.

Argumento (fls. 2-3, anexo 3) 23. Solicita a revisão do valor pago pela Kombi. Explica que a mesma não ficou inutilizada. O

veículo foi comprado, pago e utilizado pelo serviço público. Invoca o princípio da razoabilidade.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 128

24. Aduz que não utilizou o veículo para fins particulares. Defende que, já que o veículo foi utilizado para transporte de material didático (e não transporte escolar), no máximo, caberia uma multa de pequena monta. Observa que no fim das contas o bem foi utilizado dentro da área de educação.

25. Requer que as contas sejam julgadas regulares.

Análise 26. O recorrente afirma que utilizou o veículo para o transporte de material didático (e não

para o transporte escolar). Ressalta-se que, segundo sua alegação, destinou o veículo para finalidade diversa daquela prevista no instrumento de convênio.

27. Observa-se, porém, que os recursos do convênio teriam sido aplicados na área da educação, mesma área prevista no convênio.

28. A circunstância acima, segundo o Exmo. Ministro Relator poderia caracterizar a situação conhecida como desvio de finalidade ou desvio de objeto na aplicação dos recursos em que ensejaria a exclusão do débito e aplicação da multa (fls. 180-181, vol. 2).

29. Porém, como o recorrente não trouxe aos autos qualquer documento que corrobore sua alegação, qual seja, a de que o veículo foi utilizado para o transporte de materiais didáticos, não há como acolher sua alegação.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 30. Em vista do exposto, eleva-se o assunto à consideração superior, propondo:

a) conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira, com fundamento nos arts. 32, I, e 33 da Lei 8.443/92, e, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo-se em seus exatos termos o Acórdão 5.306/2010 mantido pelo Acórdão 969/2011, ambos da 2ª Câmara;

b) dar ciência às partes e aos órgãos/entidades interessados.”

2. O Ministério Público junto ao TCU, representado nos autos pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, anuiu ao encaminhamento proposto (peça 25).

É o relatório.

VOTO

Cuidam os autos de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira, ex-prefeito de Porto Grande/AP, em face do Acórdão 5.306/2010-2ª Câmara, mantido pelo Acórdão 969/2011 do mesmo colegiado, que, em sede de tomada de contas especial, julgou suas contas irregulares, condenou-o em débito e aplicou-lhe multa.

2. Preliminarmente, no que toca à admissibilidade, ratifico meu entendimento externado mediante despacho no sentido de conhecer do recurso por restarem preenchidos os requisitos intrínsecos à espécie.

3. Ainda de maneira preambular, rememoro que a tomada de contas especial foi instaurada em virtude de irregularidades na aplicação dos recursos transferidos por meio do Convênio 319/1996, celebrado entre a extinta Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) e o Estado do Amapá, tendo por intervenientes/executores municípios daquela unidade federada, dentre eles o de Porto Grande, beneficiado com R$ 60.000,00. Referido ajuste tinha por objeto a aquisição de veículos automotores e embarcações a serem utilizadas no transporte de estudantes da rede pública do ensino fundamental em tais municipalidades.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 129 4. Cumpre registrar, outrossim, que o débito imputado ao recorrente, no valor histórico de R$ 26.860,00, decorreu do recebimento, após realização de procedimento licitatório pelo município de Porto Grande, de um veículo inadequado ao transporte escolar de passageiros (R$ 16.570,00) e da não devolução do saldo remanescente dos recursos transferidos ao ente municipal (R$ 10.290,00).

5. Feita essa breve introdução, vejo que as razões recursais do Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira cingem-se aos seguintes pontos:

5.1. o saldo de R$ 10.290,00 teria sido devolvido à Secretaria de Educação do Estado do Amapá, consoante documento acostado à fl. 179 do vol. principal;

5.2. haveria ilegalidade na deliberação do Tribunal, pois o espólio de seu antecessor na prefeitura, Sr. Elias de Freitas Trajano de Souza, não integrou o pólo passivo da relação processual; e

5.3. embora um dos veículos adquiridos não fosse adequado ao transporte de estudantes, ele foi utilizado pela prefeitura em atividades afetas à educação, qual seja, transporte de material escolar, e por isso seria injusto o ressarcimento exigido.

6. Com efeito, assim como asseverado pela Serur, o documento mencionado pelo recorrente não é hábil a comprovar a devolução dos R$ 10.290,00 aos cofres do Estado do Amapá. Trata-se de documento denominado “demonstrativo de convênio”, integrante da prestação de contas apresentada pelo município. Tal comprovação deveria ser feita, conforme definido no ajuste celebrado com o estado, mediante “guia de recolhimento do saldo não aplicado” e “extrato bancário conciliado da conta específica”, os quais não foram apresentados pelo recorrente, seja na prestação de contas, seja nas diversas oportunidades de defesa a ele conferidas.

7. Não merece prosperar, igualmente, a alegação de vício no Acórdão 5.306/2010-2ª Câmara por não ter sido citado solidariamente pelo débito o espólio do Sr. Elias de Freitas Trajano de Souza. Não obstante o ajuste para o recebimento dos recursos tenha sido celebrado na gestão do prefeito que o antecedeu, os fatos que deram ensejo ao débito foram consumados após a investidura do Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira no cargo de prefeito. Assim, por não ter havido participação do Sr. Elias de Freitas Trajano de Souza no ato de recebimento do veículo, tampouco na não devolução dos valores repassados a maior, não há que se falar em responsabilidade do ex-gestor.

8. Por fim, no que toca à alegação de que o veículo estaria sendo utilizado para o transporte de material escolar, peço vênias para transcrever o seguinte excerto do voto condutor da deliberação guerreada:

“6. Com efeito, o emprego dos recursos em veículo de características inservíveis para o transporte de alunos, porém de emprego em outras atividades da prefeitura, ou mesmo no transporte de materiais de ensino/didáticos, poderia caracterizar a situação conhecida como desvio de finalidade ou desvio de objeto na aplicação dos recursos, circunstâncias em que, acaso comprovada a efetiva utilização em prol da municipalidade, ensejaria a exclusão da imputação de débito ao responsável, podendo sujeitá-lo à aplicação de multa, conforme jurisprudência deste Tribunal, além de ensejar a citação do município à devolução dos recursos de que se utilizou em seu proveito, nos termos da Decisão Normativa TCU 57/2004.

7. Entrementes, não há elementos nos autos que autorizem afirmar que o veículo de especificações não condizentes com os termos do convênio foi incorporado ao patrimônio municipal em face de sua aquisição com recursos do convênio para assim ser utilizado em benefício da municipalidade, nem o gestor fez prova de tais alegações.”

9. Registro que, novamente, não trouxe o recorrente qualquer elemento que pudesse confirmar tal fato, não merecendo, portanto, reforma o entendimento anteriormente firmado por este Tribunal.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 130 Antes tais ponderações, VOTO por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação desta Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9887/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 000.605/2000-0. 1.1. Apenso: 775.112/1997-6 2. Grupo I – Classe I - Assunto: Recurso de Reconsideração 3. Recorrente: Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira (208.685.022-00) 4. Entidade: Governo do Estado do Amapá e Município de Porto Grande/AP. 5. Relator: Ministro José Jorge. 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade: Secretaria de Recursos (Serur) e Secretaria de Controle Externo - AP (Secex-AP). 8. Advogados constituídos nos autos: Elcimara Albuquerque Sales (OAB/AP 586) e Deojan Waldeck

Ribeiro (OAB/AP 952).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração interposto pelo Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira contra o Acórdão nº 5306/2010-2ª Câmara, mantido pelo Acórdão 969/2011-2ª Câmara, que, apreciando tomada de contas especial, julgou ilegais suas contas, condenou-o em débito e aplicou-lhe multa.

ACÓRDÃO os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, em:

9.1. com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, conhecer do recurso de reconsideração, para, no mérito, negar-lhe provimento;

9.2. dar ciência da presente deliberação ao Sr. Raimundo Nonato do Nascimento Oliveira e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9887-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 131

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara TC-004.273/2009-0 Natureza: Pensão Civil Órgão: Ministério das Comunicações Interessado: Jorge Luiz da Costa (332.447.827-87) Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. BENEFÍCIO CONCEDIDO A FILHO INVÁLIDO. COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE LABORATIVA APÓS A CONCESSÃO. ILEGALIDADE DO ATO. NEGATIVA DO REGISTRO. RELATÓRIO

Adoto como Relatório a instrução da Auditora Federal de Controle Externo da Secretaria de

Fiscalização de Pessoal – Sefip, com cujas conclusões manifestou-se favoravelmente o corpo diretivo daquela unidade técnica:

“Trata-se de concessão de pensão civil, instituída por Jorge da Costa, no cargo de Agente de Portaria, com vigência a partir de 9/6/2000, em favor de Jorge Luiz da Costa, na condição de filho inválido.

A Diretoria de Auditoria de Pessoal e Tomada de Contas Especial – SFC/CGU emitiu o seu parecer pela ilegalidade do benefício, apresentando a justificativa a seguir (fl. 4):

‘Da análise da concessão em epígrafe, observamos que foi anexado o Atestado Médico do Instituto Nacional de Educação de Surdos, de 10/3/2004, à fl. 122, constando que o interessado é portador de deficiência auditiva desde o nascimento, bem como o despacho da CGRH/MC, à fl. 129, informando que o interessado em referência é portador de doença especificada em lei. Entretanto, em consulta aos Sistemas SIAPE e CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais, verificamos que o referido beneficiário possui vínculo empregatício na empresa PROJEL – PLANEJAMENTO ORG. E PESQ. LTDA., CNPJ nº 13.356.738/0009-95, durante o período de 2/5/2001 a 1/1/2005’.

Consoante o artigo 217, inciso II, alínea ‘a’, da Lei nº 8.112/1990, são beneficiários da pensão temporária ‘os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez’.

Todavia, considerando que o beneficiário em questão, de fato, exerceu atividade laborativa no período supracitado, de acordo com a informação do órgão de Controle Interno, negando assim o seu estado de invalidez, condição ‘sine qua non’ para fins de percepção do benefício, deve a presente concessão de pensão civil ser considerada ilegal com a recusa do seu registro.

Pela razão exposta e de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal e recusar registro ao ato de concessão (fls. 2/5), com as seguintes determinações:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 132

1. dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

2. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:

2.1. no prazo de quinze dias, fazer cessar os pagamentos decorrentes do ato impugnado por esta Corte, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

2.2. dar ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desse recurso; e

2.3. no prazo de trinta dias, encaminhar a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomar conhecimento da decisão desta Corte”.

2. O Ministério Público, representado nos autos pela Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva, manifestou-se favoravelmente à proposição da unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

Examina-se, nesta oportunidade, ato de pensão civil concedida no âmbito do Ministério das Comunicações, a Jorge Luiz da Costa, na condição de filho inválido.

2. O Controle Interno pronunciou-se pela ilegalidade do ato, ante a constatação de que, nada obstante a deficiência auditiva atestada em documentação anexada aos autos, o interessado exerceu atividade laborativa no período de 2/5/2001 a 1/1/2005, após, aliás, à concessão da pensão.

3. A Sefip e o Ministério Público corroboram esse entendimento, considerando que, pelo art. 217, inciso II, alínea “a”, da Lei nº 8.112/1990, são beneficiários da pensão temporária “os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez”.

4. Assiste razão aos pareceres.

5. Com efeito, levando-se em conta que o beneficiário teve vínculo empregatício no período supracitado, de acordo com a informação do órgão de Controle Interno, deve a presente concessão de pensão civil ser considerada ilegal com a recusa do seu registro.

Dessa forma, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9888/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 004.273/2009-0

2. Grupo: I; Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessado: Jorge Luiz da Costa (332.447.827-87)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 133 4. Órgão: Ministério das Comunicações

5. Relator: Ministro José Jorge

6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva

7. Unidade técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip

8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil em favor de Jorge Luiz da Costa (fls. 2/4), beneficiário de Jorge da Costa, ex-servidor do Ministério das Comunicações.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III, da Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992 e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal o ato de fls. 2/4, em favor de Jorge Luiz da Costa, recusando-lhe o registro;

9.2. dispensar o recolhimento das quantias indevidamente recebidas, de boa-fé, pelo interessado, consoante o disposto na Súmula nº 106 deste Tribunal;

9.3. determinar à unidade jurisdicionada que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte;

9.3.2. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desse recurso;

9.3.3. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação das determinações constantes do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9888-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 134

(Assinado Eletronicamente)

CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara TC-010.465/2011-1 Natureza: Tomada de Contas Especial Unidade: Prefeitura Municipal de Vera Mendes/PI. Responsável: Francisco da Mata Santana (ex-Prefeito, CPF nº 065.725.373-15) Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. FUNASA. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. APLICAÇÃO DE MULTA. RELATÓRIO

Adoto como parte do Relatório a instrução do Auditor Federal de Controle Externo da Secex/PI, com cujas conclusões manifestou-se de acordo o corpo diretivo daquela unidade técnica:

“INTRODUÇÃO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela então Coordenadoria Regional no Piauí da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em razão da omissão do dever de prestar contas do Convênio nº 1.385/2001 (Registro Siafi n. 450266), celebrado entre a Funasa e a Prefeitura Municipal de Vera Mendes/PI, no âmbito do Programa Alvorada, no valor de R$ 151.500,00 (cento e cinquenta e um mil e quinhentos reais), que tinha por objeto a execução de Sistema de Abastecimento de Água nos Povoados Lagoa do Fogo, Sítio do Meio, Moradas e na Sede do Município, conforme consta do respectivo Plano de Trabalho (peça 1, p. 15-19).

HISTÓRICO

2. Em 6/6/2002, por meio da Ordem Bancária 2002OB006030 (peça 1, p. 96), o repassador transferiu ao convenente a importância de R$ 149.900,00 (cento e quarenta e nove mil e novecentos reais), com prazo fixado para apresentação da respectiva prestação de contas na data de 1/3/2003, sendo que esse prazo fora prorrogado, até 5/8/2003, de acordo com o termo de prorrogação emitido pelo concedente em 2/10/2002, tendo em vista o atraso de 157 dias na liberação dos recursos (peça 1, p. 111).

3. Em 11/8/2003, por meio da Notificação n. 90/03 – DICON/SE/NE/MS/PI, do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Piauí (peça 1, p. 122-124), o Sr. Francisco da Mata Santana, prefeito municipal de Vera Mendes/PI, no período de 1/1/2001 a 31/12/2004, foi instado a apresentar as contas do sobredito convênio. Contudo, essa notificação não foi atendida pelo gestor, razão pela qual o processo foi restituído à Coordenação Regional da Funasa/PI em 6/10/2003 para instauração da competente tomada de contas especial (peça 1, p. 131), ante a omissão no dever de prestar contas. Em 28/7/2004, o Tomador de Contas da Funasa/PI oficiou ao Coordenador Regional daquela unidade sobre a instauração da TCE em apreço (peça 1, p. 7).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 135

4. Nada obstante a formalização da tomada de contas especial em 28/7/2004, o processo ficou sem movimentação no âmbito da Funasa/PI até 20/11/2008, quando o Sr. José de Andrade Maia, então prefeito municipal de Vera Mendes, solicitou à entidade concedente, por meio do Ofício n. 135/2008- GAB, a continuidade da TCE, tendo ali informado que o gestor do convênio era o seu antecessor, Sr. Francisco da Mata Santana (peça 1, p. 182).

5. Em 11/12/2008, Coordenação Regional da Funasa/PI expediu notificações aos Srs. Francisco da Mata Santana e José de Andrade Maia, no sentido da devolução dos recursos conveniados aos cofres da Funasa. No texto do expediente endereçado a este último, dada a sua condição de prefeito sucessor, houve referência quanto à necessidade de cumprimento das disposições contidas no Enunciado 230 da Súmula da Jurisprudência do TCU. Tais notificações, embora recebidas nos endereços dos destinatários, não foram por eles atendidas (peça 1, p. 141-155).

6. No Relatório de Tomada de Contas Especial, de 13/11/2009 (peça 1, p. 184-187), em que os fatos foram circunstanciados, imputou-se responsabilidade aos Senhores Francisco da Mata Santana e José de Andrade Maia, prefeitos municipais de Vera Mendes/PI nas gestões 2001/12004 e 2005/2008, respectivamente, em razão da omissão do dever de prestar contas do Convênio nº 1.385/2001, apurando-se como prejuízo o valor original de R$ 149.900,00 (cento e quarenta e nove mil e novecentos reais), correspondente ao valor repassado ao convenente. Em seguida, os responsáveis acima identificados tiveram seus nomes inscritos no SIAFI, na conta ‘Diversos Responsáveis’, consoantes Notas de Lançamentos n. 2010NL600115 2010NL600116, de 18/2/2010 (peça 1, p. 204 e 205).

7. Vale ressaltar que o nome do Sr. José de Andrade Maia, prefeito municipal de Vera Mendes/PI, na gestão 2005/2008, foi incluído na matriz de responsabilização, conforme consta do relatório do tomador de contas, na condição de co-responsável, sob justificativa de que o mesmo, embora notificado, não teria atendido ao que dispõe a Súmula n. 230 desta Corte de Contas, abaixo transcrita:

‘Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade’.

8. Ocorre que, de acordo com os elementos acostados aos autos, a gestão dos recursos do convênio em tela coube tão somente ao Sr. Francisco da Mata Santana (prefeito no período de 2001/2004). Conforme salientado na instrução precedente (peça 5, item 9), quando o Sr. José de Andrade Maia assumiu a gestão municipal, em janeiro/2005, a Funasa já havia instaurado a competente tomada de contas especial relativa ao convênio em tela, com vistas a apurar a omissão no dever de prestar contas dos recursos em tela. Portanto, não caberia outra providência do prefeito sucessor, senão aguardar o desenlace da TCE no âmbito do repassador.

9. Nesse diapasão, a inclusão do Sr. José de Andrade Maia no rol de responsáveis desta tomada de contas especial revelou-se equivocada, razão pela qual, na instrução precedente, peça 5, item 10, optou-se pela exclusão nome do prefeito sucessor da matriz de responsabilização, subsistindo no rol de responsáveis tão somente o nome do Sr. Francisco da Mata Santana, prefeito municipal de Vera Mendes/PI na gestão 2001/2004, executor do convênio em questão.

10. Nos termos da delegação de competência outorgada pelo Relator, Exmº Senhor Ministro José Jorge, o titular desta unidade técnica, consoante despacho de 1/6/2011, peça 7, promoveu, nos termos do inciso II do art. 179 do Regimento Interno/TCU, a citação do Sr. Francisco da Mata Santana, por meio do Ofício n. 938/2011-TCU/SECEX/PI, de 16/6/2011 (peça 10), cujo aviso de recebimento (AR) foi assinado em 28/6/2011 no domicílio do responsável constante no banco de dados da Receita Federal do Brasil (peça 11).

EXAME TÉCNICO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 136

11. Transcorrido o prazo regimental fixado, o Sr. Francisco da Mata Santana não apresentou suas alegações de defesa quanto à omissão no dever de prestar contas dos recursos do convênio em tela, tampouco efetuou o recolhimento do débito, permanecendo, até a presente data, silente. Por isso entendemos que deva ser considerado revel, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, inciso IV, § 3º, da Lei nº 8.443/1992.

12. Quanto ao exame previsto no art. 202, § 2º, do Regimento Interno/TCU, destacamos que não há nos autos elementos que configurem a boa fé do responsável, razão pela qual estas contas devem, desde logo, ser julgadas irregulares na forma do art. 202, § 6º, do mesmo Regimento.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

13. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, para posterior encaminhamento ao Exmº Senhor Ministro-Relator, através da Douta Procuradoria, propondo o seguinte:

13.1. Julgar irregulares as contas do Sr. Francisco da Mata Santana, ex-prefeito municipal de Vera Mendes/PI, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘a’, 19, caput, e 23, inciso III, alínea ‘a’, da Lei nº 8.443/1992, condenando-o ao pagamento do débito de R$ 149.900,00 (cento e quarenta e nove mil e novecentos reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir de 6/6/2002, até data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

13.2. Aplicar ao responsável indicado no item anterior a multa prevista no art. 57, caput, da Lei nº 8.443/1992, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante este Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), o recolhimento da multa ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do Acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação pertinente;

13.3. Autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, com fundamento no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992;

13.4 Comunicar à Fundação Nacional de Saúde, entidade instauradora da presente tomada de contas especial, para que proceda, no sistema Siafi, conta ‘Diversos Responsáveis’, a baixa na responsabilidade em nome do Sr. José de Andrade Maia, CPF n. 011.539.513-04, inscrito pela Nota de Lançamento 2010NL600116, de 18/2/2010 (peça 1, p. 119);

13.5. Autorizar o envio de cópia deste acórdão, acompanhada do relatório e do voto que o fundamentam, à Procuradoria da República do Estado do Piauí, na pessoa do seu Procurador-Chefe, com fulcro no art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443/1992”.

2. O Ministério Público, representado nos autos pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se favoravelmente à proposta da unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

Examina-se, nesta oportunidade, Tomada de Contas Especial instaurada pela Coordenadoria Regional no Piauí da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em razão da omissão do dever de prestar contas do Convênio nº 1.385/2001, celebrado entre a entidade e a Prefeitura Municipal de Vera Mendes/PI, no âmbito do Programa Alvorada, cujo objeto era a execução de Sistema de Abastecimento de Água nos Povoados Lagoa do Fogo, Sítio do Meio, Moradas e na Sede do Município.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 137 2. No âmbito da entidade concedente dos recursos, prevaleceu o entendimento de que a responsabilidade pela prestação de contas recaía tanto sobre o Sr. Francisco da Mata Santana, por ter os recursos sido repassados e utilizados em sua gestão, quanto sobre o Sr. José de Andrade Maia, por não ter apresentado a prestação de contas.

3. Contudo, a Secex/PI apurou que tanto a gestão quanto o prazo para apresentação das contas integrava o período em que o Sr. Francisco da Mata Santana esteve à frente da Prefeitura.

4. Regularmente citado por este Tribunal, o referido responsável não apresentou alegações de defesa tampouco recolheu o débito a ele imputado, restando, assim, caracterizada sua revelia. Sendo assim, deve-se dar prosseguimento ao feito, a teor do que dispõe o art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443/1992.

5. Nesse sentido, observo que as irregularidades atribuídas ao responsável estão devidamente demonstradas nos autos, razão pela qual acolho os pareceres da unidade técnica, endossados pelo Ministério Público, relativamente ao julgamento das contas pela irregularidade, condenando em débito o Sr. Francisco da Mata Santana e, ainda, aplicando-lhe a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992.

Pelo exposto, VOTO por que este Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à apreciação da 2ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9889/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC-010.465/2011-1

2. Grupo I; Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial

3. Responsável: Francisco da Mata Santana (ex-Prefeito, CPF nº 065.725.373-15)

4. Unidade: Prefeitura Municipal de Vera Mendes/PI

5. Relator: Ministro José Jorge

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Piauí– Secex/PI

8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, instaurada pela Coordenadoria Regional no Piauí da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em razão da omissão do dever de prestar contas do Convênio nº 1.385/2001, celebrado entre a entidade e a Prefeitura Municipal de Vera Mendes/PI, no âmbito do Programa Alvorada, cujo objeto era a execução de Sistema de Abastecimento de Água nos Povoados Lagoa do Fogo, Sítio do Meio, Moradas e na Sede do Município.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, alínea “a”, da mesma Lei, julgar as presentes contas irregulares e condenar o

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 138 Sr. Francisco da Mata Santana ao pagamento da quantia de R$ 149.900,00 (cento e quarenta e nove mil e novecentos reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, calculados a partir de 6/6/2002, até a efetiva quitação do débito, na forma prevista na legislação em vigor;

9.2. aplicar ao Sr. Francisco da Mata Santana a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo estabelecido até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, autorizar, caso solicitado, o parcelamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e os demais a cada trinta dias, devendo incidir sobre cada parcela, atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;

9.4. alertar ao responsável de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 26, parágrafo único, c/c o § 2º do art. 217 do RITCU;

9.5. autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992;

9.6. comunicar à Fundação Nacional de Saúde os termos deste Acórdão, para que proceda, no sistema Siafi, conta “Diversos Responsáveis”, a baixa na responsabilidade em nome do Sr. José de Andrade Maia, CPF n. 011.539.513-04, inscrito pela Nota de Lançamento 2010NL600116, de 18/2/2010;

9.7. remeter cópia do presente Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentaram, à Procuradoria da República do Estado do Piauí, nos termos do § 6º do art. 209 do Regimento Interno, para ajuizamento das ações cabíveis.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9889-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO – I CLASSE V – 2ª Câmara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 139

TC 011.485/2007-5 Natureza: Aposentadoria Entidade: Fundação Nacional de Saúde – Funasa – Coordenação Regional/PE - MS Interessado: José Alves dos Santos (082.711.434-68) Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: APOSENTADORIA. TEMPO DE ALUNO-APRENDIZ APÓS A EDIÇÃO DA LEI 3.552/1959. NÃO-ATENDIMENTO DOS REQUISITOS ESTABELECIDOS NO ACÓRDÃO 2024/2005-P. LONGO TEMPO DECORRIDO ENTRE A EDIÇÃO DO ATO E A APRECIAÇÃO PELO TCU. BOA-FÉ DO INTERESSADO. IDADE INCOMPATÍVEL COM O RETORNO DO INTERESSADO À ATIVIDADE. CASO EXCEPCIONAL. PREVALÊNCIA DA SEGURANÇA JURÍDICA. JURISPRUDÊNCIA DO STF. PRECEDENTES DO PRÓPRIO TCU. LEGALIDADE E REGISTRO DO ATO INICIAL, EM CARÁTER EXCEPCIONAL. CIÊNCIA AO INTERESSADO E AO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA CONCESSÃO. 1. É ilegal ato de aposentadoria de beneficiário cujo tempo de serviço computado na qualidade de aluno-aprendiz vem desacompanhado de comprovação, na respectiva certidão de tempo de serviço, do labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola. 2. Por se tratar de situação irreversível, a extrapolação do limite de idade para o retorno à atividade laboral, quando aliada ao transcurso de longo interregno entre a data de publicação e a de apreciação do ato concessório de aposentadoria, pelo TCU, sem que o beneficiário tenha contribuído para a ocorrência, constituem excepcionalidade capaz de possibilitar a aplicação do princípio da segurança jurídica em detrimento do princípio da legalidade. 3. Julga-se legal ato de aposentadoria eivado de vício. RELATÓRIO

Cuidam os autos de ato de aposentadoria do Sr. José Alves dos Santos, ex-servidor da Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde em Pernambuco – Core/Funasa/PE, autuados em 4/5/2007 neste Tribunal, para apreciação, na sistemática definida na Instrução Normativa TCU 44/2002, por intermédio do sistema SISAC, com parecer do órgão de Controle Interno pela legalidade.

2. A Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip, ao proceder à análise dos autos, manifestou-se, em uníssono, nos seguintes termos (fls. 07/09):

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 140

“Trata-se de ato de aposentadoria de servidor da Funasa – Coordenação Regional no Estado de Pernambuco, tendo o Órgão de Controle Interno opinado pela legalidade da concessão.

2. Consta do ato de fls. 02/07 a informação de que o interessado averbou tempo de aluno aprendiz para obter o benefício (v. fl. 05).

3. Diligenciada sobre esse tipo de averbação (v. fl. 08), a Funasa/PE encaminhou ao TCU cópia da respectiva certidão de tempo de serviço (v. fl. 10).

4. Ressalte-se que a jurisprudência desta Corte, inicialmente, assentava-se no sentido da impossibilidade de utilização desses períodos, após a publicação da Lei nº 3.552/1959, quando a remuneração dos alunos aprendizes passou a ser realizada com o pagamento das encomendas e não mais à conta do Orçamento da União, um dos requisitos essenciais do Enunciado nº 96 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal.

5. Contudo, por meio do Acórdão nº 2.024/2005 – TCU – Plenário, o Tribunal modificou esse entendimento de forma a considerar a possibilidade do aproveitamento de tempo de aluno aprendiz, após a vigência da citada Lei nº 3.552/1959, para fins de aposentadoria, desde que devidamente comprovado mediante certidão de tempo de serviço emitida com base em documentos comprobatórios do efetivo labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola, com a menção expressa do período trabalhado e da remuneração recebida, consoante a orientação presente no subitem 9.3 do referido decisum, in verbis:

‘9.3. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que oriente as diversas escolas federais de ensino profissionalizante no sentido de que:

9.3.1. a emissão de certidão de tempo de serviço de aluno-aprendiz deve estar baseada em documentos que comprovem o labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola e deve expressamente mencionar o período trabalhado, bem assim a remuneração percebida;

9.3.2. a simples percepção de auxílio financeiro ou em bens não é condição suficiente para caracterizar a condição de aluno-aprendiz, uma vez que pode resultar da concessão de bolsas de estudo ou de subsídios diversos concedidos aos alunos;

9.3.3. as certidões emitidas devem considerar apenas os períodos nos quais os alunos efetivamente laboraram, ou seja, indevido o cômputo do período de férias escolares;

9.3.4. não se admite a existência de aluno-aprendiz para as séries iniciais anteriormente à edição da Lei nº 3.552, de 16 de janeiro de 1959, a teor do art. 4º do Decreto-lei nº 8.590, de 8 de janeiro de 1946.’ (destacado)

6. Naquela assentada, em Voto revisor, o Ministro Benjamin Zymler assim destacou quanto ao reconhecimento do tempo de serviço em questão para efeito de aposentadoria:

“O que caracteriza o tempo de serviço do aluno-aprendiz não é o recebimento de alimentação, fardamento, material escolar ou mesmo de um auxílio financeiro, mas sim a execução de atividades com vistas a atender encomendas de terceiros. O pagamento por esses serviços, executados pelo aluno-aprendiz pode ser feito por meio de ‘salário’ em espécie – ou parcela da renda auferida com esses serviços, nos termos utilizados pela legislação da época – e ‘salário’ in natura – alimentação, fardamento, alojamento e material escolar, dentre outras possibilidades.

O traço que distingue o aluno-aprendiz dos demais alunos não é a percepção de auxílio para a conclusão do respectivo curso, mas a percepção de remuneração como contraprestação a serviços executados na confecção de encomendas vendidas a terceiros.” (destacado)

7. Nessa linha de compreensão seguiram-se diversas deliberações, tais como os Acórdãos nºs 3.025/2007 – TCU – 1ª Câmara, 3.051/2007 – TCU 1ª Câmara, 2.385/2007 – TCU – 2ª Câmara e 2.457/2007 – TCU – 2ª Câmara, entre vários outros).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 141

8. Sendo assim, a certidão relativa ao tempo de aluno aprendiz do Sr. José Alves dos Santos não atende aos requisitos constantes do supracitado Acórdão nº 2024/2005-TCU-Plenário.

9. Com a exclusão do tempo de serviço como aluno aprendiz (4 anos), o servidor ainda contaria com 33 anos e 2 meses de tempo de serviço total, podendo permanecer aposentado como proventos calculados na proporção de 33/35 avos (v. fls. 13/14).

Conclusão

10. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1.988; c/c os artigos 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno, na forma prevista no art. 260, caput, do RI-TCU, PROPONHO que seja:

a) julgado ilegal o ato de interesse de José Alves dos Santos (fls. 02/07);

b) aplicada a Súmula TCU nº 106, em relação às importâncias recebidas de boa-fé pelo interessado;

c) determinado à Funasa – Coordenação Regional no Estado de Pernambuco, com fulcro no art. 262, caput, do Regimento deste Tribunal, que faça cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de ressarcimento das quantias pagas após essa data pelo responsável;

- esclarecido ao senhor José Alves dos Santos que pode:

d.1) retornar à atividade para completar os requisitos legais para aposentadoria integral, a qual se dará pelas regras vigentes no momento da concessão; ou

d.2) permanecer aposentado, mas com proventos na proporção de 33/35 avos; e

e) determinado à Funasa/PE que comprove junto ao TCU que o servidor tomou conhecimento do julgamento pela ilegalidade de seu ato de aposentadoria.”

3. Ao se pronunciar nos autos, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, representado pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se de acordo com a proposta de encaminhamento oferecida pela unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

Cuidam os autos de ato de aposentadoria de José Alves dos Santos, ex-servidor da Fundação Nacional de Saúde – Funasa – Coordenação Regional no Estado do Pernambuco.

2. Conforme os termos do Acórdão 3.245/2010 – TCU – Plenário, recentemente confirmado pelo Acórdão 587/2011 – TCU – Plenário, deve ser garantido, aos beneficiários de aposentadoria cujos atos tenham sido autuados nesta Corte há mais de cinco anos, o direito ao exercício do contraditório e à ampla defesa. Nesse contexto, e considerando que o ato concessório em questão foi disponibilizado ao TCU em 18/8/2004, ou seja, há mais de 7 (sete) anos, a princípio, deveria ser garantida ao interessado a realização de tal procedimento.

3. Todavia, à vista dos elementos trazidos à colação, creio que o desfecho destes autos não acarretará qualquer prejuízo ao interessado, o que torna dispensável a sua participação nos autos do processo, para fim de exercer o contraditório e a ampla defesa. Senão, vejamos:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 142 4. Primeiramente, ressalto que corroboro o entendimento externado nos pareceres da Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip e do Ministério Público/TCU, no sentido de que considerar ilegal a inclusão, no cômputo do tempo de serviço do Sr. José Alves dos Santos, de período prestado como aluno-aprendiz, porquanto ausentes as exigências contidas no Acórdão 2.024/2005 – TCU – Plenário, especialmente, a documentação capaz de demonstrar o efetivo labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola.

5. Contudo, peço vênias por discordar da proposta de encaminhamento contida nos pareceres, uma vez que o presente caso, conforme demonstrarei a seguir, se reveste de peculiaridades especialíssimas suficientes a ensejar a excepcionalidade consistente na aplicação do princípio da segurança jurídica em detrimento do princípio da legalidade.

6. A princípio, cumpre destacar que a vigência do ato de aposentadoria em questão é de mais de 16 (dezesseis) anos (11/7/1995) e que inexiste, nestes autos, qualquer evidência de que o ex-servidor tenha dado causa à demora na apreciação do mesmo pelo Tribunal. Entretanto, importa relembrar que esta Corte, em diversos julgados tem se posicionado no sentido de que o simples transcurso do tempo não se presta a legalizar situações constituídas em desacordo com o ordenamento jurídico e que a aplicação do princípio da segurança jurídica deve cingir-se àquelas hipóteses em que há absoluta impossibilidade material de o interessado retornar à atividade, seja por já haver atingido o limite de idade para a aposentadoria compulsória (setenta anos), seja pela superveniência de doença incapacitante ao labor. A matéria foi tratada pelo Exmo. Ministro Aroldo Cedraz no voto condutor do Acórdão 713/2011. Na oportunidade, este Colegiado negou provimento a recurso interposto por ex-servidor com vistas a reformar deliberação que considerou ilegais os fundamentos de sua aposentadoria. Segue abaixo excerto do voto que fundamentou a decisão:

“5.6. No tocante à aplicação ao caso do princípio da segurança, em virtude do transcurso do período de mais de dez anos entre a emissão do ato e a apreciação deste pelo Tribunal, com as vênias de estilo por discordar da posição da Serur, acompanho as conclusões do Ministério Público, pelos motivos a seguir enumerados.

5.7. Há que se ressaltar, em primeiro lugar, que quase a totalidade da jurisprudência do STF apontada pela Unidade Técnica para apoiar sua defesa da aplicação do princípio da segurança jurídica não diz respeito a atos de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, mas sim a processos de fiscalização.

5.8. Naqueles julgados, a Corte Suprema de Justiça, de fato, reconheceu a impossibilidade de invalidação, pelo Tribunal, de situações pessoais constituídas há longo tempo. Tratava-se, todavia, de atos simples, aperfeiçoados há mais de cinco anos.

5.9. Esse entendimento, é óbvio, não se aplica a atos de natureza complexa, como é o caso do ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, que somente se aperfeiçoa após o registro por esta Corte de Contas, conforme reconhece a jurisprudência do próprio STF (MS 25.552 e outros).

5.10. Friso, também, que o Supremo Tribunal, ao apreciar mandados de segurança contra deliberações do TCU que consideraram ilegais atos de concessão publicados há mais de cinco anos, fez uso dos princípios da segurança jurídica, da boa-fé do administrado e da presunção de legalidade do ato administrativo não para considerar legais os atos apreciados, mas tão somente para justificar a necessidade de, antes da formação de um juízo sobre o mérito, ser promovida por este Tribunal a oitiva dos interessados, em homenagem também aos princípios do contraditório e da ampla defesa (MS 25.403, 25.116, 24.268, entre outros).

5.11. Por outro lado, consoante apontado pelo Ministério Público, existem diversos julgados do STF em que foi negado pedido de liminar para suspender os efeitos de decisão deste Tribunal que considerou ilegal aposentadoria em razão da utilização de tempo de aluno-aprendiz sem a

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 143

comprovação do labor do então estudante na execução de encomendas e da remuneração percebida, mesmo na hipótese em que o julgamento tenha ocorrido há mais de dez anos da concessão.

5.12. Conforme, ainda, assinalado pelo Parquet especializado, "No mesmo sentido, em diversos julgados, as decisões deste Tribunal pela ilegalidade de aposentadorias que envolvem o cômputo de tempo rural sem a respectiva contribuição previdenciária, ainda que tardias, são mantidas pelo STF, sob o fundamento de que a concessão de aposentadoria é ato complexo que não se aperfeiçoa enquanto não registrado pelo TCU".

5.13. Verifica-se, portanto, com base nos pronunciamento do próprio STF, que a aplicação do princípio da segurança jurídica não pode ter a extensão que pretende lhe emprestar a Serur e, com isso, legalizar, pelo simples transcurso do tempo, situações constituídas em franco desacordo com o ordenamento jurídico.

5.14. Reconheço que, sempre que possível, esta Corte deve procurar resguardar situações fáticas há muito consolidadas. Mas tal procedimento não deve ser adotado de forma indiscriminada ou absoluta, desvinculada das peculiaridades de cada caso concreto e da ponderação com o princípio da legalidade. É preciso também considerar, sempre, a reversibilidade ou não da situação examinada e a monta do prejuízo causado ao interessado, fatores que, em minha opinião, devem ser os principais critérios de aferição do recurso à segurança jurídica.

5.15. Assim, a aplicação do princípio da segurança jurídica em detrimento do princípio da legalidade, no exame de ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão há muito publicado, deve ocorrer apenas em caso extremo, quando for irreversível a situação fática do interessado ou insuportável o prejuízo a este causado. Seriam as hipóteses, apenas para citar alguns exemplos, de morte, de ultrapassagem de idade para retorno à atividade, de inviabilidade da subsistência em razão da perda de renda ou da absoluta impossibilidade de preenchimento de algum requisito legal.”

7. Dessa forma, cumpre verificar se o ato de aposentadoria ora em exame se adéqua às situações excepcionais.

8. Assim sendo, e tendo em conta que o beneficiário do ato concessório em tela, Sr. José Alves dos Santos, conta, hoje, com mais de 70 (setenta) anos, penso que sua situação fática, porquanto irreversível, deverá ser preservada mediante a aplicação do princípio da segurança jurídica, julgando-se legal seu ato de aposentadoria, autorizando-lhe o respectivo registro.

Pelo exposto VOTO por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação da 2ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9890/2011 – TCU – tag 2ª Câmara

1. Processo nº TC 011.485/2007-5.

2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria

3. Interessado: JosÉ Alves dos Santos (082.711.434-68).

4. Entidade: Fundação Nacional de Saúde – Coordenação Regional no Pernambuco – Funasa/PE.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 144 5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.

7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de aposentadoria de Jose Alves dos Santos, ex-servidor da Fundação Nacional de Saúde – Funasa.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. julgar legal e determinar o registro do ato de concessão de aposentadoria de Jose Alves dos Santos;

9.2. dar ciência desta deliberação à unidade jurisdicionada e ao interessado; e

9.3. encerrar o processo e arquivar os presentes autos.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9890-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara TC-013.608/2011-8 Natureza: Pensão Civil Entidade: Fundação Universidade de Brasília Interessada: Alda Ataíde Marinho Dias (099.215.911-34) Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. PAGAMENTO DESTACADO DE PERCENTUAL DECORRENTE DE PLANO ECONÔMICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 145

- É ilegal o pagamento, de forma destacada, de vantagens oriundas de planos econômicos, mediante sentenças judiciais que não preveem a continuidade do pagamento após os subsequentes reajustes salariais. RELATÓRIO

Adoto como Relatório a instrução do Auditor Federal de Controle Externo da Secretaria de

Fiscalização de Pessoal – Sefip, com cujas conclusões manifestou-se favoravelmente o corpo diretivo daquela unidade técnica:

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise do ato de concessão de pensão civil, instituído por José Walter Marinho Dias (CPF: 000.192.081-20), ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília, que tem por beneficiária a senhora Alda Ataide Marinho Dias (CPF: 099.215.911-34). O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU nº 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de concessão de pensão civil em epígrafe foi dissociado do TC - 014.451/2010-7 para constituir o processo em tela. Isto porque a data de entrada do ato no TCU se deu em 27/10/2006 e no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato em razão de erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da URP (26,05%), que consiste no pagamento dessa parcela sem considerar, para fins de absorção, as novas estruturas remuneratórias implantadas após o provimento jurisdicional.

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão 587/2011 TCU-Plenário, onde se firmou entendimento no sentido de que ‘o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação’.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta unidade técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva da beneficiária por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1633 de 24/5/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Fundação Universidade de Brasília em 6/6/2011, conforme ciente acostado na peça 7.

6. Em resposta à oitiva, a interessada apresentou suas razões, por meio da documentação acostada na peça 8.

EXAME TÉCNICO

Argumentos apresentados pela interessada (peça 8)

7. Em síntese a beneficiária sustentou que recebe sua pensão em valores baixos e que a cada dia lhe é retirada uma parte de seu benefício.

Análise dos argumentos

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 146

8. No mérito, os argumentos apresentados pela interessada não são hábeis a justificar a manutenção do pagamento da referida vantagem, pois não trazem elementos capazes de alterar o entendimento firmado por esta Corte no que tange à incorporação da URP.

9. No entanto, vale mencionar que, a despeito do entendimento prevalecente nesta Corte sobre a URP, os aposentados e pensionistas da UNB estão protegidos por decisão judicial, em caráter liminar, nos autos do MS nº 25.678/DF, que tramita no Supremo Tribunal Federal.

10. Sobre a segurança deferida, cabe destacar que o posicionamento predominante do TCU acerca da independência das instâncias administrativa e judiciária. É dizer que os entendimentos do TCU não estão vinculados àqueles exarados no âmbito do Poder Judiciário.

11. Sobre tal questão, o TCU se manifestou por meio do Acórdão 930/2008 – 2ª Câmara.

‘Na linha da jurisprudência dominante desta Corte, que entende que a existência de decisão judicial não impede a livre apreciação dos atos de concessão por parte do Tribunal de Contas da União, deve ser considerada ilegal a concessão de aposentadoria a Maria da Glória Sá Rodrigues da Silva, em razão do pagamento de quintos calculados com base no Adicional de Gestão Educacional. Nada obstante, não poderá ser determinada a suspensão dos pagamentos dos proventos, enquanto houver decisão judicial que o ampare os pagamentos dos quintos, da forma observada atualmente, nada obstante esta Corte os entenda indevidos’.

12. Assim, pode o TCU promover apreciação de mérito pela ilegalidade de ato de pessoal, em posição contrária ao decidido pelo Poder Judiciário, sem, contudo, determinar a suspensão do pagamento da verba tida por irregular, na medida em que ela se encontra protegida por decisão judicial transitada em julgado.

13. Contudo, a parcela referente à URP não poderá, por ora, ser alterada ou excluída dos proventos da beneficiária até que o mencionado Mandado de Segurança seja definitivamente apreciado pelo STF.

Considerações sobre a URP

14. Convém mencionar o entendimento do TCU sobre o percentual alusivo à URP (26,05%).

15. O Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC-019.074/2005-0 acerca de ‘Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos’, proferiu o Acórdão 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

‘9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 147

estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem’. (DOU de 23/12/2005).

16. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário. [TRF da 3ª Região: APELREE nº 371153; TRF da 4ª Região: MS 2003.04.01.000262-6/PR; TRF da 5ª Região: APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL; STJ: MS nº 11145/DF, EDcl no AgRg no RE nº 647.211/RJ]

17. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

18. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente aquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

19. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua não absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

20. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se não há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

21. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

‘É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração’.

22. No voto condutor do Acórdão 5.352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

‘19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela unidade técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 148

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional’.

23. No caso em análise, a continuidade do pagamento a título do percentual de 26,05 % (URP) revela-se sem fundamento a partir do advento da MP nº 431/2008, de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784/2009.

24. Além disso, o ato está em desacordo com o citado Acórdão 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desses valores por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

CONCLUSÃO

25. Ex positis, entendo ser possível propor o julgamento do ato em questão pela ilegalidade, em decorrência do erro de execução na sentença judicial que determina o pagamento da vantagem alusiva ao percentual de 26,05% (URP), que consiste no pagamento dessa parcela sem considerar, para fins de absorção, as novas estruturas remuneratórias implantadas após o provimento jurisdicional, em desconformidade com a orientação disposta no Acórdão 2.161/2005-Plenário. Contudo, não será possível determinar à entidade que faça cessar o pagamento decorrente do ato impugnado.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

26. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal e recusar registro ao ato de concessão de pensão civil instituído pelo Sr. José Walter Marinho Dias (CPF: 000.192.081-20), ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília, que tem por beneficiária a senhora Alda Ataide Marinho Dias (CPF: 099.215.911-34) em decorrência do erro de execução na sentença judicial que determina o pagamento da vantagem alusiva ao percentual de 26,05% (URP) com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade de Brasília que:

b.1) acompanhe o deslinde do MS nº 25.678 que se encontra pendente de julgamento no STF, e caso a decisão final seja desfavorável à interessada, faça cessar os pagamentos decorrentes do ato em tela, promovendo, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente;

b.2) dê ciência à interessada da deliberação desta Corte de Contas, alertando-a que a interposição de eventuais recursos não a eximirá da devolução dos valores recebidos indevidamente após a notificação desta deliberação, no caso desse recurso não ser provido;

b.3) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomar conhecimento da decisão desta Corte”.

2. O Ministério Público, representado nos autos pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se favoravelmente à proposição da unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 149

Acolho a proposta da Sefip e do Ministério Público no sentido da ilegalidade do ato de pensão

civil em exame, em virtude da incorporação, por decisão judicial, de percentual relativo a plano econômico (URP – 26,05%)

2. A jurisprudência deste Tribunal é pacífica no sentido de reconhecer como ilegais os atos que contêm a referida parcela, uma vez que foi absorvida em reajustes salariais subsequentes (Acórdãos 6.214/2009, 725/2010, 1.302/2010, 357/2011, 509/2011 e 312/2011, todos da 1ª Câmara; e Acórdãos nºs 1.828/2010, 2.887/2011, 3.394/2011 e 5.341/2011, todos da 2ª Câmara).

3. Ademais, como ressaltou a unidade técnica, “a continuidade do pagamento a título do percentual de 26,05 (URP) revela-se sem fundamento a partir do advento da MP nº 431/2008, de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784/2008.”, que alterou a estrutura de vencimentos da carreira, o que afasta a possibilidade de o interessado permanecer percebendo a parcela ora inquinada.

4. Entretanto, a parcela em tela encontra-se protegida por liminar concedida pelo STF, no âmbito do MS nº 25.678/DF. Nessas circunstâncias, este Tribunal, embora considerando ilegal o ato em exame, deve abster-se de determinar a suspensão de seu pagamento, em respeito à ordem judicial.

5. Quanto ao acompanhamento do deslinde do referido mandado de segurança, em consonância com a orientação expedida pela Questão de Ordem aprovada pelo Plenário em 8/6/2011, cópia da deliberação a ser adotada deve ser encaminhada ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Advocacia-Geral da União, dando-se, ainda, ciência à Consultoria Jurídica deste Tribunal e à UnB, essa para que, no caso de decisão desfavorável ao interessado, adote as medidas cabíveis com vistas a suspender o pagamento da parcela, assim como reaver os valores pagos indevidamente, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a partir do mês subsequente ao da prolação da presente decisão.

Ante o exposto, acolhendo os fundamentos da análise promovida pela unidade técnica, cuja proposta de encaminhamento foi ratificada pelo Ministério Público junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9891/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 013.608/2011-8

2. Grupo: I; Classe de Assunto: V – Pensão Civil

3. Interessada: Alda Ataíde Marinho Dias (CPF nº 099.215.911-34)

4. Entidade: Fundação Universidade de Brasília

5. Relator: Ministro José Jorge

6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin

7. Unidade técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip

8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 150

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil em favor de Alda Ataíde Marinho Dias, beneficiária de José Walter Marinho Dias, ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III, da Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992 e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:

9.1. considerar ilegal o ato de pensão civil concedido em favor de Alda Ataíde Marinho Dias, recusando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pela interessada, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Fundação Universidade de Brasília – FUnB que:

9.3.1. dê ciência à interessada da deliberação desta Corte de Contas, alertando-a de que a interposição de eventual recurso não a eximirá da devolução dos valores recebidos indevidamente após a notificação desta deliberação, no caso desse recurso não ser provido;

9.3.2. em caso de sentença desfavorável à Sra. Alda Ataíde Marinho Dias, no âmbito do MS nº 25.678/DF, faça cessar os pagamentos da parcela referente à URP (26,05%), promovendo, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente a partir do mês subsequente ao do presente Acórdão;

9.3.3. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomar conhecimento da decisão desta Corte;

9.4. encaminhar cópia da presente deliberação ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Advocacia-Geral da União, para que acompanhe a decisão judicial que atualmente assegura à Sra. Alda Ataíde Marinho o pagamento da parcela referente à URP (26,05%) – MS nº 25.678/DF, informando a este Tribunal o seu desfecho;

9.5. dar ciência desta deliberação à Consultoria Jurídica deste Tribunal.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9891-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 151

TC-014.505/2011-8 Natureza: Aposentadoria Entidade: Fundação Universidade Federal do Maranhão Interessada: Maria de Fátima Teófilo Durans (CPF nº 075.975.253-20) Advogado constituído nos autos: não há

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. INCLUSÃO INDEVIDA, NOS PROVENTOS, DE PERCENTUAL DE PARCELA REFERENTE À URP (26,05%). OITIVA DA INTERESSADA. ARGUMENTOS INCAPAZES DE ELIDIR A IRREGULARIDADE. ILEGALIDADE E NEGATIVA DE REGISTRO DO ATO. DETERMINAÇÕES. RELATÓRIO

Adoto como Relatório a instrução do Auditor Federal de Controle Externo da Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip, com cujas conclusões manifestou-se favoravelmente o corpo diretivo daquela unidade técnica:

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise de ato de aposentadoria de Maria de Fátima Teófilo Durans (CPF: 075.975.253-20), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Maranhão. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU nº 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC-010.257/2010-1 para constituir o processo em tela. Isto porque sua data de entrada no TCU se deu em 5/9/2006 e no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da URP (26,05%), que consiste no pagamento dessa parcela sem considerar, para fins de absorção, as novas estruturas remuneratórias implantadas após o provimento jurisdicional.

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão 587/2011 TCU-Plenário, onde se firmou entendimento no sentido de que ‘o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação’.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta unidade técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva da interessada por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1684 de 27/5/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Universidade Federal do Maranhão em 2/6/2011 conforme A.R. acostada na peça 7.

6. A interessada recebeu o ofício de oitiva em 28/6/2011, conforme ciente acostado na peça 9, e em resposta, apresentou suas razões nos termos da documentação acostada na peça 8.

EXAME TÉCNICO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 152

Argumentos apresentados pela interessada (peça 8)

7. Em síntese, a interessada apresentou as seguintes razões:

a) informou que no ano de 1991, ajuizou juntamente com outros 24 reclamantes, perante a 2ª Junta de Conciliação e Julgamento de São Luís, a reclamatória nº 1.330/91 pleiteando a recomposição salarial em virtude da corrosão dos salários durante os anos de 1987 e 1989, no percentual de 26,05% (URP);

b) aduziu que em 1/10/1991 os pedidos foram deferidos nos seguintes termos:

‘Diante do exposto, resolve a 2° Junta de Conciliação e Julgamento de São Luís - Maranhão, por unanimidade, julgar procedente a reclamação para condenar a reclamada a pagar aos reclamantes, o que for apurado em liquidação, na forma da fundamentação, decorrente da incidência dos índices de 26,06% correspondentes ao residual inflacionário de junho de 1987; 16,19% em cada mês de abril e de maio de 1988, referente a URPs suprimidas e residual inflacionário de 26,05%, de fevereiro de 1989, calculadas cumulativamente e com reflexo sobre férias, 13° salário, gratificações, horas extras e FGTS, tudo acrescido de juros e correção monetária, além de honorários advocatícios (...)’.

c) aduziu que a UFMA interpôs recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região e que o Tribunal confirmou a sentença nos seguintes termos:

‘Os fatos consumados sob vigência de uma lei continuam a produzir, sob a vigência de lei posterior, os efeitos que eram atribuídos por aquela. Em consequência, a supressão da URP instituída no Decreto-lei nº 2.335/1987 e cujo índice era obtido através da média mensal da variação do índice de preços ao consumidor, verificado no trimestre imediatamente anterior, para ser aplicado no trimestre seguinte, viola direito adquirido’.

d) alegou que a decisão de mérito transitou em julgado em 24/11/1992;

e) sustentou a decadência, com base no art. 54 da Lei nº 9.784/1999.

f) ad argumentandum¸ aduziu que, como já se passaram quase 20 anos que recebe a vantagem (URP) e que a sentença não limitou a incorporação da referida parcela, a desconstituição pelo TCU, vulneraria os princípios da segurança jurídica, da coisa julgada e do direito adquirido;

g) pugnou pela aplicação do princípio da boa fé, materializado na súmula TCU nº 106, uma vez que a interessada recebe a parcela em questão isenta de qualquer malícia ou dolo;

h) por fim, solicitou que o TCU se abstenha de praticar qualquer ato que determine ou implique suspensão, redução ou corte de parcelas relativas à URP e reflexos já incorporados ao seu patrimônio jurídico.

Análise dos argumentos

8. Os argumentos apresentados pela interessada não devem prosperar, pois não trazem elementos capazes de alterar o entendimento firmado por esta Corte no que tange à incorporação da URP.

9. Basicamente, como forma de sustentar o recebimento da parcela, a interessada alegou que: 1 - está amparada pela coisa julgada, nos autos da RT 1.330/91 que tramitou na 2ª JCJ de São Luis); 2 – se operou a decadência do direito de rever o ato;

‘Coisa julgada’

10. No que concerne à coisa julgada, esta Corte de fato não pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença, sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria, pensão e reforma, pode sim o TCU

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 153

se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal, atribuir interpretações que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão.

‘Decadência’

11. No que pertine à decadência sustentada pela interessada, tal alegação também não prospera. Isso porque o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer decadência contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

12. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

‘a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

‘APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa. (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26/8/1997- 2ª Turma)’

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei nº 9.784/1999 às atividades de controle externo, o prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF’. (...).

13. Por sua vez o mesmo STF, em acórdão proferido em 7/4/2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

‘EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada’.

Considerações sobre a URP

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 154

14. Ultrapassadas as considerações sobre os principais argumentos de defesa, convém mencionar o entendimento do TCU sobre o percentual alusivo ao percentual de 26,05% (URP).

15. O Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC-019.074/2005-0 acerca de ‘Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos’, proferiu o Acórdão 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

‘9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem’. (DOU de 23/12/2005).

16. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário. [TRF da 3ª Região: APELREE nº 371153; TRF da 4ª Região: MS 2003.04.01.000262-6/PR; TRF da 5ª Região: APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL; STJ: MS nº 11145/DF, EDcl no AgRg no RE nº 647.211/RJ]

17. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

18. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente aquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

19. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua não absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

20. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se não há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 155

2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

21. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

‘É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração’.

22. No voto condutor do Acórdão 5.352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

‘19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional’.

23. No caso em análise, a continuidade do pagamento a título do percentual de 26,05 % (URP) revela-se sem fundamento a partir do advento da MP nº 431/2008, de 14/5/2008, convertida na Lei nº 11.784/2009.

24. A tabela a seguir mostra as parcelas recebidas a título da vantagem denominada URP a partir de jan 2000 em comparação com o vencimento básico da servidora:

Data Maria de Fátima Teófilo Durans

Vencimento/Provento Básico Valor da parcela ‘URP’ Jan 2000 R$ 652,20 R$ 467,21 Jan 2001 R$ 652,20 R$ 467,21 Jan 2002 R$ 675,02 R$ 487,08 Jan 2003 R$ 794,28 R$ 573,13 Jan 2004 R$ 837,64 R$ 604,42 Jan 2005 R$ 756,87 R$ 547,69 Jan 2006 R$ 756,87 R$ 547,69 Jan 2007 R$ 997,38 R$ 613,41 Jan 2008 R$ 997,38 R$ 613,41 Jan 2009 R$ 2.482,42 R$ 613,41 Jan 2010 R$ 2.482,42 R$ 613,41 Jul 2011 R$ 2.482,42 R$ 613,41

Obs: a partir de 17/3/2004 (vigência do ato) a ex-servidora passou a receber proventos

25. Considerando os reajustes gerais concedidos aos servidores públicos federais desde 2000 o valor da parcela garantida em juízo deveria ser o seguinte:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 156

Reajustes gerais concedidos Maria de Fátima Teófilo Durans Valor da ‘URP’ considerando os

reajustes gerais concedidos Valor pago em Jan 2000 R$ 467,21 Reajuste linear, de 3,5%, concedido aos servidores públicos federais em 18/12/2001 pela Lei nº 10.331

R$ 483,56

Reajuste linear, de 1%, concedido aos servidores públicos federais em 1/7/2003 pela Lei nº 10.697

R$ 488,40

26. No que tange ao ato do Sr. Maria de Fátima Teófilo Durans, considerando o valor da

vantagem que deveria estar sendo pago no exercício de 2005 (R$ 488,40) e tendo em vista que a reestruturação dada pela MP nº 431/2008 elevou o salário base de R$ 997,38 para R$ 2.482,42 (diferença de R$ 1.485,04), a partir desse exercício, a parcela paga referente à ‘URP’ deveria ter sido totalmente absorvida. Portanto, o ato está em desacordo com o citado Acórdão 2.161/2005-Plenário que prevê a absorção desses valores por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

CONCLUSÃO

27. Do exposto, entendo ser possível propor o julgamento do ato em questão pela ilegalidade, em decorrência do erro de execução na sentença judicial que determina o pagamento da vantagem alusiva ao percentual de 26,05% (URP), que consiste no pagamento dessa parcela sem considerar, para fins de absorção, as novas estruturas remuneratórias implantadas após o provimento jurisdicional, em desconformidade com a orientação disposta no Acórdão 2.161/2005-Plenário. Ademais, entendo pertinente propor que seja determinado à UFMA que faça cessar o pagamento da vantagem referente à URP (26,05%), uma vez que a sentença judicial não especificou que o pagamento dessa vantagem deveria ser de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira, eternizando-se no tempo ad eternum.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

28. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal e recusar registro ao ato de concessão de aposentadoria de Maria de Fátima Teófilo Durans (CPF: 075.975.253-20) em decorrência do erro de execução na sentença judicial que determina o pagamento da vantagem alusiva ao percentual de 26,05% (URP) com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade Federal do Maranhão que:

b.1) faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem denominada URP, contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

b.2) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

b.3) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovantes da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 157

b.4) emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007”.

2. O Ministério Público, representado nos autos pelo Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé, manifestou-se de acordo com a proposição da unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

Em exame atos de concessão de aposentadoria em favor de Maria de Fátima Teófilo Durans, ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Maranhão.

2. Conforme consignado no Relatório precedente, em exame preliminar, no âmbito do TC 010.257/2010-1, identificou-se a inclusão irregular nos proventos da parcela alusiva à URP (26,05%).

3. Contudo, tendo em vista que o ato em apreço havia ingressado no TCU há mais de cinco anos, foi realizado seu destaque daquele processo com vistas a oportunizar o contraditório e a ampla defesa à interessada, consoante entendimento firmado pelo Pleno desta Corte no Acórdão 587/2011.

4. No tocante à preliminar suscitada pela inativa, acerca da aplicação da decadência, entendo que não há reparo a fazer na análise da unidade técnica, a qual incorporo integralmente como forma de decidir.

5. No tocante ao pagamento da parcela de 26,05%, é pacífico o entendimento deste Tribunal quanto à ilegalidade da incorporação ad aeternum de parcelas decorrentes de planos econômicos aos proventos dos servidores, após a data-base seguinte à que serviu de referência ao julgado. Nesse particular, cabe observar que a sentença judicial que estaria a embasar os pagamentos não especificou que o pagamento dessa vantagem deveria ser de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira. Como registrado na instrução, “a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão”.

6. Sendo assim, a aposentadoria em apreciação deve ser considerada ilegal, sendo-lhe negado o registro.

Ante o exposto, Voto no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9892/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC-014.505/2011-8 2. Grupo I; Classe de Assunto: V – Aposentadoria 3. Interessada: Maria de Fátima Teófilo Durans (CPF nº 075.975.253-20) 4. Entidade: Fundação Universidade Federal do Maranhão 5. Relator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé 7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal - Sefip

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 158 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de aposentadoria em favor de Maria de Fátima Teófilo Durans, ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Maranhão.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, incisos III, da Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, em:

9.1. considerar ilegal o ato de aposentadoria em favor de Maria de Fátima Teófilo Durans, negando-lhe registro;

9.2. dispensar o recolhimento das quantias indevidamente recebidas, de boa-fé, pela inativa, consoante o disposto na Súmula nº 106 deste Tribunal;

9.3. determinar à Fundação Universidade Federal do Maranhão que:

9.3.1 faça cessar, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente da parcela ora impugnada, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 comunique à interessada acerca da presente deliberação, alertando-a de que o efeito suspensivo decorrente de eventual interposição de recurso não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, em caso de não provimento;

9.3.3. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.4. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação das determinações constantes do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9892-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE V – 2ª Câmara. TC 015.321/2011-8

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 159

Natureza: Aposentadoria Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC Interessado: Alvani Batista da Silva (062.965.134-53) Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

SUMÁRIO: APOSENTADORIA. ATO DESTACADO EM FACE DO DISPOSTO NO ACÓRDÃO 587/2011. PAGAMENTO DE PLANOS ECONOMICOS EM FACE DE DECISÕES JUDICIAIS. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES. RELATÓRIO

Adoto como relatório, com os ajustes de forma que entendo aplicáveis, a instrução constante

da peça 14, com a qual anuíram o corpo diretivo da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) e o Ministério Público junto ao TCU:

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise do ato de aposentadoria de Alvani Batista da Silva (CPF: 062.965.134.53), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC - 009.095/2010-1 para constituir o processo em tela. Isto porque sua data de entrada no TCU se deu em 18/8/2004 e no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução das sentenças judiciais que determinaram o pagamento das parcelas referentes aos Planos Bresser (26,05%), Verão (16,19%).

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão n. 587/2011 TCU-Plenário, onde se firmou entendimento no sentido de que “o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação”.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta Unidade Técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva do interessado por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1762 de 1/6/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte em 30/6/2011, conforme ciente juntado na peça 10.

6. Em resposta à oitiva, o interessado, por intermédio de seu procurador constituído (procuração acostada na peça 8), apresentou suas razões por meio da documentação acostada na peça 11.

EXAME TÉCNICO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 160

Argumentos apresentados pelo interessado (peça 12)

7. O procurador constituído pelo interessado, assim se manifestou:

a) em relação ao pagamento referente ao Plano Bresser (26,05%) e Plano Verão (16,19%), informou que o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Rio Grande do Norte aforou perante a Justiça do Trabalho ação que logrou a incorporação dos referidos percentuais. Aduziu que tal ação transitou em julgado em 13/1/1993, nos autos do processo nº 2.227/91 que tramitou na 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, após confirmação da sentença de 1º Grau, por meio do Acórdão nº 304/92 do TRT da 21ª Região;

a.1) informou que, passado em julgado o decisum¸ expediram-se os Mandados de Incorporação nºs 45 e 46/93 (fls. 49/50, peça 11);

a.2) aduziu que a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, irresignada, propôs Ação Rescisória com vistas à rescindir o Acórdão nº 304/92 do TRT da 21ª Região, que foi rejeitada, nos termos do Acórdão 4.440/93;

b) aduziu que as decisões que vierem a ser proferidas pelo TCU, caso sejam pela ilegalidade, tem como empeço intransponível, os limites impostos pela coisa julgada. Sustentou que nos casos de atos judiciais, resta inobjetável que falece a competência às instâncias administrativas, como é o TCU, para, a pretexto de interpretá-los, pretender revisioná-los. Ad argumentandum, sustentou que o TCU não detém competência constitucional para revisar Decisões Judiciais;

c) citou o Acórdão nº 9/2011 – 2ª Câmara, que considerou legais atos de aposentadoria similares aos dos presentes autos.

d) por fim, sustentou a decadência administrativa, fundada no art. 54, da Lei 9.784/99.

Análise dos argumentos

8. A despeito dos argumentos consistentes apresentados pelo procurador do interessado, entendo que eles não são hábeis a justificar a manutenção do pagamento das rubricas em discussão.

“Coisa Julgada”

9. Inicialmente, importa destacar, no que concerne à coisa julgada, que esta Corte de fato não pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença, sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria, pensão e reforma, pode sim o TCU se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal, atribuir interpretações que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão.

“Reclamatória Trabalhista nº 2.227/91 (Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão – 16,19%)”

10. No que diz respeito à Reclamatória Trabalhista nº 2227/91 que tramitou na antiga 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, vale destacar que a referida ação há muito transitou em julgado. No entanto, não fere a coisa julgada materializada na mencionada ação o entendimento do Acórdão nº 2.161/2005-Plenário, no sentido de que os percentuais deferidos em ações judiciais devam ser absorvidos pelas novas estruturas remuneratórias criadas por lei. Vale mencionar que desde o provimento jurisdicional, várias foram as reestruturações ocorridas na carreira a que pertence a servidora, das quais se pode destacar a última promovida pela MP 431/2008, de 14/5/2008, convertida na Lei 11.784/2009.

“Acórdão TCU nº 9/2011 – TCU – 2ª Câmara”

11. No que concerne à alegação de que o Acórdão 009/2011-TCU-2ª Câmara teria julgado legal casos em que há o pagamento do percentual referente ao Plano Collor, esta Unidade Técnica

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 161

detectou equívoco na publicação do mencionado decisum. Isto porque os pareceres da Unidade Técnica e do MPjTCU foram pela ilegalidade uma vez que o entendimento pacífico nessa corte é o de que as parcelas referentes à planos econômicos, ainda que garantidas por sentença judicial transitada em julgado, quando não são absorvidas pelas reestruturações de carreira supervenientes, são consideradas ilegais. Ademais, o aludido julgamento se deu por relação, instrumento utilizado para agilizar os julgamentos quando os pareceres nos autos são todos pela legalidade, o que não foi o caso. A correção da mencionada decisão está sendo providenciada por esta Corte de Contas.

“Considerações sobre os Planos Econômicos - Bresser (26,05%) e Verão (16,19%)”

12. No que concerne ao recebimento indevido de parcelas referentes a Planos Econômicos (Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão - 16,19%), o Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC 019.074/2005-0, tratando de “Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos”, proferiu o Acórdão nº 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

“9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;” (DOU de 23/12/2005).

13. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário.

Do Superior Tribunal de Justiça:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.145 - DF (2005/0188765-7)

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LEI N. 10.475/2002. COISA JULGADA. PERCEPÇÃO DOS 26,05% DA URP DE 1989.

1. Não há ofensa à coisa julgada material quando ela é formulada com base em uma determinada situação jurídica que perde vigência ante o advento de nova lei que passa a regulamentar as situações jurídicas já formadas, modificando o status quo anterior.

2. Segurança denegada.” (DJe de 3/11/2008)

“EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 647.211 - RJ (2004/0031119-9)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 162

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA 343/STF. AFASTAMENTO. SERVIDORES PÚBLICOS. URP. FEVEREIRO/1989. 26,05%. REAJUSTE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS, COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS MODIFICATIVOS.

1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que, em se tratando de ação rescisória fundamentada no art. 485, V, do Código de Processo Civil, deve ser afastado do empeço da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal, quando a interpretação controvertida disser respeito a dispositivo da Constituição da República.

2. Inexiste direito adquirido à incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro de 1989, na remuneração dos servidores públicos, uma vez que a implantação do Plano Verão, efetivada pela Lei n.º 7.730/89, alterando a política monetária, deu-se antes do preenchimento dos requisitos necessários à percepção daquele reajuste, segundo a sistemática então vigente.

3. Embargos acolhidos, com atribuição de efeitos infringentes, para dar provimento ao agravo regimental e ao recurso especial.” (DJe de 5/5/2008)

Da Justiça Federal da 4ª Região:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2003.04.01.000262-6/PR

EMENTA

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.475/02. ABSORÇÃO DA URP. DECADÊNCIA.

- Em se tratando de obrigação de trato sucessivo, o prazo para impetração de mandado de segurança renova-se mês a mês. Decadência afastada.

- Ante a ausência de norma regulamentadora, o Diretor do Foro de Seção Judiciária, em face de sua qualidade de ordenador das despesas do órgão público, tem competência para determinar a forma de implementação da Lei nº 10.475/02 a bem de concretizar o pagamento das vantagens financeiras decorrentes no novo plano de cargos.

- A absorção de diferenças de URP pela referida lei não afronta a sentença judicial transitada em julgado.

- Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir.

- Segurança denegada.” (D.E. de 28/6/2007)

Do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“APELREE - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO - 371153

DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDORES PÚBLICOS - PRETENDIDO DIREITO A CONCESSÃO DOS REAJUSTES RELATIVOS À VARIAÇÃO DO IPC NOS MESES DE JUNHO DE 1987 NO PERCENTUAL DE 26,06%, FEVEREIRO/89 (26,05%) E MARÇO/90 (84,32%) - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. O direito à reposição salarial dos servidores públicos federais, decorrente do Decreto-Lei nº 2.302/86 relativo à variação do IPC de junho/87, no percentual de 26,06 (Plano Bresser) e do Decreto-Lei nº 2.335/87, relativo a URP de fevereiro de 1989, no percentual de 26,05% (Plano Verão), bem como o IPC de janeiro de 1989 (84,32%) não vem sendo reconhecido pela jurisprudência.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 163

2. O Supremo Tribunal Federal, através da ADIN nº 694, consagrou a tese de que os servidores públicos não teriam direito ao reajuste mensal instituído pelo Decreto-Lei nº 2.335/87 no percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989, face a incidência da Lei nº 7.730, de 31.01.1989, em vigor antes do transcurso do período aquisitivo a questionada reposição.

3. Apelação e remessa oficial providas, invertendo-se a sucumbência.” (DJF3 26/6/2009)

Do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL (2007.80.00.000379-7)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO DO PERCENTUAL DE 26,05% REFERENTE A URP DE FEVEREIRO DE 1989.

I. Os autores alegam que a supressão do pagamento da vantagem de 26,05%, em virtude da reestruturação remuneratória de vencimentos, a teor da Lei nº 10476/02, ofende a coisa julgada e o direito adquirido.

II. O entendimento dos Tribunais Federais é no sentido de que não há ofensa à coisa julgada ou ao direito adquirido na absorção de percentuais que vinham sendo percebidos pela reestruturação dos cargos, visto que não haver redução de vencimentos e sim fixação de novos padrões de remuneração.

III. Inexistência de direito adquirido ao reajuste de 26,05%, referente à URP de fevereiro de 1989.

IV. Apelação improvida. Agravo retido prejudicado.” (DJ de 22/10/2008)

14. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

15. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente aquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

16. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

17. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 164

18. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

“É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração.”

19. No voto condutor do Acórdão nº 5352/2009 da Segunda Câmara, o Exmo. Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

“19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional.”

20. Além disso, o ato em epígrafe está em desacordo com o citado Acórdão nº 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desse valor por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

21. Sobre o tema, rememore-se que, ao apreciar o MS-25009/DF, o Supremo Tribunal Federal deu provimento a Mandado de Segurança impetrado contra decisão desta Corte de Contas que impugnou o pagamento da URP. No voto proferido pelo Exmo. Ministro Carlos Velloso ficou consignado o seguinte:

“Um argumento sério foi utilizado pelo TCU, no caso, o de que a parcela da URP poderia ter sido absorvida num reajuste de vencimentos posterior. Cumpria ao TCU, entretanto, comprovar a ocorrência da alegada absorção, o que não fez. Limitou-se, no ponto, a presumir a ocorrência de tal fato”.

“Decadência”

22. No que concerne à decadência estabelecida no art. 54 da Lei 9784/99, cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

23. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

“a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

“APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 165

exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa.‟ (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26.08.97- 2ª Turma)”

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei 9.784/99 às atividades de controle externo, o prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF.” (...)

24. Por sua vez o mesmo STF, em acórdão proferido em 07.04.2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada.”

CONCLUSÃO

25. Por todo o exposto, entendo ser possível propor o julgamento dos atos de concessão de aposentadoria em tela pela ilegalidade, uma vez que o pagamento das parcelas referentes aos Planos Bresser (26,05%) e Verão (16,19%), da forma como tem sido feito desde o ato de concessão de aposentadoria, não encontram guarida na jurisprudência firmada nesta Corte de Contas. Ademais, entendo pertinente propor que seja determinado à UFERSA que faça cessar o pagamento das vantagens mencionadas, uma vez que as sentenças judiciais não especificaram que o pagamento dessas vantagens deveria ser de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

26. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal o ato de aposentadoria de Alvani Batista da Silva (CPF: 062.965.134.53), com a consequente recusa de seu registro, com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade Federal Rural do Semi Árido do Rio Grande do Norte - MEC que:

b.1) faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes das vantagens referenciadas (Plano Bresser - 26,05%, Plano Verão - 16,19%) contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

b.2) ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2161/2005 – Plenário;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 166

b.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

b.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

b.5) emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

b.6) oriente o setor de gestão de pessoal que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.

É o relatório.

VOTO

Conforme se verifica no relatório antecedente, cuida-se de ato de aposentadoria da senhora Alvani Batista da Silva, ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte, que recebeu inicialmente proposta de julgamento pela ilegalidade no âmbito do processo TC 009.095/2010-1. Contudo, constatado que havia ingressado nesta corte há mais de 5 (cinco) anos, foi determinado seu destaque para que fosse oportunizado o contraditório e a ampla defesa à interessada, conforme a disciplina do Acórdão 587/2011 – Plenário.

2. Instada a se manifestar sobre as falhas identificadas por este Tribunal no âmbito do processo TC 009.095/2010-1, a interessada, por intermédio de procuradores regularmente constituídos, apresentou diversos argumentos que, todavia, não afastaram as referidas irregularidades, concernentes à indevida interpretação das sentenças judiciais que determinaram o pagamento de parcelas referentes aos Planos Bresser (26,05%) e Verão (16,19%).

3. Com efeito, muito embora os pagamentos inquinados decorram de sentença judicial transitada em julgado, a jurisprudência deste Tribunal acerca do tema é pacífica e foi bem resumida pelo eminente Ministro Augusto Nardes, por ocasião da prolação do Acórdão nº 312/2011- 2ª Câmara, nos seguintes termos:

“3. Sobre o tema, é entendimento pacífico desta Corte que os pagamentos dos percentuais relativos às denominadas URPs e a outros planos econômicos não se incorporam aos salários em caráter permanente, pois têm natureza de antecipação salarial, sendo devidos somente até a reposição das perdas salariais havidas no ano anterior, o que ocorre na primeira data-base posterior ao gatilho, conforme o Enunciado nº 322 do Tribunal Superior do Trabalho - TST.

4. Assim, exceto quando expressamente determinado no comando da decisão judicial, os pagamentos dessa espécie devem ocorrer na forma de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI,sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, o que não ocorreu.

5. Isso porque, embora as parcelas questionadas estejam sendo pagas pelo valor nominal, e não sob a forma de percentual incidente sobre as demais rubricas constantes das folhas de pagamento dos ex-servidores, não foram realizadas as devidas absorções por ocasião de reestruturações das respectivas carreiras ou de legislações nesse sentido, a exemplo das Medidas Provisórias nºs 1.704,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 167

de 1998, e 2.225-45/2001, que estenderam, respectivamente, os referidos 28,86% e 3,17% a todos os servidores do Poder Executivo Federal (fls. 44/46). Portanto, não se cumpriu o Acórdão nº 2.161/2005-TCU-Plenário, ante a inobservância da providência prevista no subitem 9.2.1.2 da referida deliberação, in verbis:

"9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;"” (grifou-se)

4. Repise-se que não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior desta Casa que afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se tenha exaurido e que não tenham determinado explicitamente a incorporação definitiva de incorporações salariais resultantes de planos econômicos.

5. Nesse sentido, cito excerto do voto condutor do Acórdão 1.873/2010 – 1ª Câmara, proferido pelo Exmo. Ministro Walton Alencar Rodrigues, por meio do qual foi realizado minudente exame do tema. Veja-se:

“A Constituição Federal não confere à coisa julgada proteção maior do que a que atribui ao direito adquirido. Ambos os institutos estão amparados pelo mesmo regime de proteção que os resguarda dos efeitos da legislação superveniente, mas encontra limites na conhecida fórmula, tantas vezes reiterada pelo STF, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico.

Essa orientação aplica-se também em relação à coisa julgada, uma vez que esta nada mais é que uma das causas ou fontes geradoras do direito adquirido.

A coisa julgada é limitada pela situação jurídica sob cuja órbita se configurou. O STF expressamente reconhece a limitação temporal da eficácia da coisa julgada, em face à alteração do regime jurídico.

Nesse quadro, não há desrespeito à garantia da irredutibilidade de vencimentos, porque a coisa julgada não constituiu óbice à alteração do regime jurídico, sob pena de configurar direito adquirido a regime jurídico, o que sempre foi repelido, tanto pela doutrina, como pela jurisprudência.

O que há, na verdade, é grande confusão sobre tema que deveria ser simples. A panaceia decorre dos interesses em jogo. Mas seja qual for a forma da aquisição do direito, se decorrente de ato jurídico perfeito, de situação definitivamente constituída ou de coisa julgada, não é ele apto a impedir a pronta incidência do regime jurídico novo e os efeitos decorrentes da sua modificação superveniente.

Em recente decisão, no RE 559.019/SC, o Relator, Min. Cezar Peluso indeferiu o recurso extraordinário, por entender não constituir afronta à coisa julgada a limitação de seus efeitos, ante a posterior reorganização ou reestruturação da carreira.

Assim, a coisa julgada não é uma conquista do servidor, como pessoa, sobre a qual se montam as conquistas de toda a categoria, em todas as situações.”

Ante o exposto, acolhendo os fundamentos da análise promovida pela Unidade Técnica, cuja proposta de encaminhamento foi ratificada pelo Ministério Público junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 168

ACÓRDÃO Nº 9893/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.321/2011-8.

2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria.

3. Interessado: Alvani Batista da Silva (062.965.134-53).

4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC.

5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Sérgio Ricardo Costa Caribé.

7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Alvani Batista da Silva (062.965.134-53), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Alvani Batista da Silva, negando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 249;

9.3 determinar à Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte que:

9.3.1 faça cessar, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte, no prazo de 15(quinze) dias, os pagamentos decorrentes das parcelas referentes aos planos Verão e Bresser, contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão nº 2161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor deste Acórdão à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 169

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da determinação constante do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9893-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE V – Segunda Câmara TC 015.323/2011-0 Natureza: Aposentadoria Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC Interessado: Antonio Freire de Amorim (229.788.794-91) Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

SUMÁRIO: APOSENTADORIA. ATO DESTACADO EM FACE DO DISPOSTO NO ACÓRDÃO 587/2011. PAGAMENTO DE PLANO ECONOMICO EM FACE DE DECISÃO JUDICIAL. ILEGALIDADE DO ATO. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES. RELATÓRIO

Adoto como relatório, com os ajustes de forma que entendo aplicáveis, a instrução constante

da peça 16, com a qual anuíram o corpo diretivo da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) e o Ministério Público junto ao TCU:

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise do ato de aposentadoria de Antônio Freire de Amorim (CPF: 229.788.794-91), ex-servidor da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007.

HISTÓRICO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 170

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC - 009.095/2010-1 para constituir o processo em tela. Isto porque sua data de entrada no TCU se deu em 31/8/2006 e no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da parcela referente ao Plano Collor (84,32%).

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão n. 587/2011 TCU-Plenário, onde se firmou entendimento no sentido de que “o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação”.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta Unidade Técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva do interessado por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1765 de 1/6/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte em 30/6/2011, conforme ciente juntado na peça 11.

6. Em resposta à oitiva, o interessado, por intermédio de seu procurador constituído (procuração acostada na peça 8), apresentou suas razões por meio da documentação acostada na peça 12.

EXAME TÉCNICO

Argumentos apresentados pelo interessado (peça 12)

7. O procurador constituído pelo interessado, assim se manifestou:

a) no que concerne à rubrica referente ao Plano Collor (84,32%), informou que o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Rio Grande do Norte, na condição de substituto processual, propôs contra a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, a ação que restou autuada sob o nº 2.228/91 e distribuída à então única Vara do Trabalho de Mossoró;

a.1) informou que a pretensão restou acolhida pelo juízo de 1ª Instância sendo que o recurso ordinário interposto pela ESAM não foi conhecido pelo TRT da 21ª Região. Aduziu que o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região transitou em julgado na data de 20/10/92;

a.2) aduziu que, passado em julgado o decisum, o juízo de Primeiro Grau expediu o Mandado de Incorporação nº 339/92. Em cumprimento a tal mandado, os Servidores da ESAM passaram a partir de novembro de 1992 a perceberem a vantagem referente ao percentual de 84,32%;

a.3) informou que a ESAM propôs ação rescisória visando rescindir o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região e que tal ação teve sua inicial indeferida, decisão esta que também transitou em julgado;

b) aduziu que as decisões que vierem a ser proferidas pelo TCU, caso sejam pela ilegalidade, tem como empeço intransponível, os limites impostos pela coisa julgada. Sustentou que nos casos de atos judiciais, resta inobjetável que falece a competência às instâncias administrativas, como é o TCU, para, a pretexto de interpretá-los, pretender revisioná-los. Ad argumentandum, sustentou que o TCU não detém competência constitucional para revisar Decisões Judiciais;

c) citou o Acórdão nº 9/2011 – 2ª Câmara, que considerou legais atos de aposentadoria similares aos dos presentes autos.

d) por fim, sustentou a decadência administrativa, fundada no art. 54, da Lei 9.784/99.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 171

Análise dos argumentos

8. A despeito dos argumentos consistentes apresentados pelo procurador do interessado, entendo que eles não são hábeis a justificar a manutenção do pagamento das rubricas em discussão.

“Coisa Julgada”

9. Inicialmente, importa destacar, no que concerne à coisa julgada, que esta Corte de fato não pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença, sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria, pensão e reforma, pode sim o TCU se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal, atribuir interpretações que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão.

“Reclamatória Trabalhista nº 2.228/91 (Plano Collor 84,32%)”

10. No que diz respeito à Reclamatória Trabalhista nº 2228/91 que tramitou na antiga 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, vale destacar que a referida ação há muito transitou em julgado. No entanto, não fere a coisa julgada materializada na mencionada ação o entendimento do Acórdão nº 2.161/2005-Plenário, no sentido de que os percentuais deferidos em ações judiciais devam ser absorvidos pelas novas estruturas remuneratórias criadas por lei. Vale mencionar que desde o provimento jurisdicional, várias foram as reestruturações ocorridas na carreira do magistério superior, das quais se pode destacar a última promovida pela Lei n. 11.344/2006.

“Acórdão TCU nº 9/2011 – TCU – 2ª Câmara”

11. No que concerne à alegação de que o Acórdão 009/2011-TCU-2ª Câmara teria julgado legal casos em que há o pagamento do percentual referente ao Plano Collor, esta Unidade Técnica detectou equívoco na publicação do mencionado decisum. Isto porque os pareceres da Unidade Técnica e do MPjTCU foram pela ilegalidade uma vez que o entendimento pacífico nessa corte é o de que as parcelas referentes à planos econômicos, ainda que garantidas por sentença judicial transitada em julgado, quando não são absorvidas pelas reestruturações de carreira supervenientes, são consideradas ilegais. Ademais, o aludido julgamento se deu por relação, instrumento utilizado para agilizar os julgamentos quando os pareceres nos autos são todos pela legalidade, o que não foi o caso. A correção da mencionada decisão está sendo providenciada por esta Corte de Contas.

“Considerações sobre os Planos Econômicos - Collor (84,32%)”

12. No que concerne ao recebimento indevido de parcelas referentes a Planos Econômicos (Plano Collor - 84,32%; Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão - 16,19%), o Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC-019.074/2005-0, tratando de “Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos”, proferiu o Acórdão 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

“9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 172

devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;” (DOU de 23/12/2005).

13. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário.

Do Superior Tribunal de Justiça:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.145 - DF (2005/0188765-7)

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LEI N. 10.475/2002. COISA JULGADA. PERCEPÇÃO DOS 26,05% DA URP DE 1989.

1. Não há ofensa à coisa julgada material quando ela é formulada com base em uma determinada situação jurídica que perde vigência ante o advento de nova lei que passa a regulamentar as situações jurídicas já formadas, modificando o status quo anterior.

2. Segurança denegada.” (DJe de 3/11/2008)

“EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 647.211 - RJ (2004/0031119-9)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA 343/STF. AFASTAMENTO. SERVIDORES PÚBLICOS. URP. FEVEREIRO/1989. 26,05%. REAJUSTE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS, COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS MODIFICATIVOS.

1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que, em se tratando de ação rescisória fundamentada no art. 485, V, do Código de Processo Civil, deve ser afastado do empeço da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal, quando a interpretação controvertida disser respeito a dispositivo da Constituição da República.

2. Inexiste direito adquirido à incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro de 1989, na remuneração dos servidores públicos, uma vez que a implantação do Plano Verão, efetivada pela Lei n.º 7.730/89, alterando a política monetária, deu-se antes do preenchimento dos requisitos necessários à percepção daquele reajuste, segundo a sistemática então vigente.

3. Embargos acolhidos, com atribuição de efeitos infringentes, para dar provimento ao agravo regimental e ao recurso especial.” (DJe de 5/5/2008)

Da Justiça Federal da 4ª Região:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2003.04.01.000262-6/PR

EMENTA

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 173

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.475/02. ABSORÇÃO DA URP. DECADÊNCIA.

- Em se tratando de obrigação de trato sucessivo, o prazo para impetração de mandado de segurança renova-se mês a mês. Decadência afastada.

- Ante a ausência de norma regulamentadora, o Diretor do Foro de Seção Judiciária, em face de sua qualidade de ordenador das despesas do órgão público, tem competência para determinar a forma de implementação da Lei nº 10.475/02 a bem de concretizar o pagamento das vantagens financeiras decorrentes no novo plano de cargos.

- A absorção de diferenças de URP pela referida lei não afronta a sentença judicial transitada em julgado.

Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir.

- Segurança denegada.” (D.E. de 28/6/2007)

Do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“APELREE - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO - 371153

DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDORES PÚBLICOS - PRETENDIDO DIREITO A CONCESSÃO DOS REAJUSTES RELATIVOS À VARIAÇÃO DO IPC NOS MESES DE JUNHO DE 1987 NO PERCENTUAL DE 26,06%, FEVEREIRO/89 (26,05%) E MARÇO/90 (84,32%) - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. O direito à reposição salarial dos servidores públicos federais, decorrente do Decreto-Lei nº 2.302/86 relativo à variação do IPC de junho/87, no percentual de 26,06 (Plano Bresser) e do Decreto-Lei nº 2.335/87, relativo a URP de fevereiro de 1989, no percentual de 26,05% (Plano Verão), bem como o IPC de janeiro de 1989 (84,32%) não vem sendo reconhecido pela jurisprudência.

2. O Supremo Tribunal Federal, através da ADIN nº 694, consagrou a tese de que os servidores públicos não teriam direito ao reajuste mensal instituído pelo Decreto-Lei nº 2.335/87 no percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989, face a incidência da Lei nº 7.730, de 31.01.1989, em vigor antes do transcurso do período aquisitivo a questionada reposição.

3. Apelação e remessa oficial providas, invertendo-se a sucumbência.” (DJF3 26/6/2009)

Do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL (2007.80.00.000379-7)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO DO PERCENTUAL DE 26,05% REFERENTE A URP DE FEVEREIRO DE 1989.

I. Os autores alegam que a supressão do pagamento da vantagem de 26,05%, em virtude da reestruturação remuneratória de vencimentos, a teor da Lei nº 10476/02, ofende a coisa julgada e o direito adquirido.

II. O entendimento dos Tribunais Federais é no sentido de que não há ofensa à coisa julgada ou ao direito adquirido na absorção de percentuais que vinham sendo percebidos pela reestruturação dos cargos, visto que não haver redução de vencimentos e sim fixação de novos padrões de remuneração.

III. Inexistência de direito adquirido ao reajuste de 26,05%, referente à URP de fevereiro de 1989.

IV. Apelação improvida. Agravo retido prejudicado.” (DJ de 22/10/2008)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 174

14. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

15. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente aquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

16. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

17. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

18. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

“É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração.”

19. No voto condutor do Acórdão nº 5352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

“19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional.”

20. Além disso, o ato em epígrafe está em desacordo com o citado Acórdão nº 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desse valor por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

“Decadência”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 175

21. No que concerne à decadência estabelecida no art. 54 da Lei 9784/99, cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

22. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

“a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

“APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa.‟ (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26.08.97- 2ª Turma)”

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei 9.784/99 às atividades de controle externo, o prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF.” (...)

23. Por sua vez o mesmo STF, em acórdão proferido em 07.04.2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada.”

CONCLUSÃO

24. Por todo o exposto, entendo ser possível propor o julgamento do ato de concessão de aposentadoria em tela pela ilegalidade, uma vez que o pagamento da parcela referente ao Plano Collor (84,32%) da forma como tem sido feito desde o ato de concessão de aposentadoria, não encontram guarida na jurisprudência firmada nesta Corte de Contas. Ademais, entendo pertinente propor que seja determinado à UFERSA que faça cessar o pagamento da vantagem mencionada, uma vez que as sentenças judiciais não especificaram que seu pagamento deveria se dar de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira, eternizando-se no tempo.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 176

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

25. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal o ato de aposentadoria de Antônio Freire de Amorim (CPF: 229.788.794-91), com a consequente recusa de seu registro, com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade Federal Rural do Semi Árido do Rio Grande do Norte - MEC que:

b.1) faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem referenciada (Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

b.2) ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2161/2005 – Plenário;

b.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

b.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

b.5) emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

b.6) oriente o setor de gestão de pessoal que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.”

É o relatório.

VOTO

Conforme se verifica no relatório antecedente, cuida-se de ato de aposentadoria do senhor Antônio Freire de Amorim (CPF: 229.788.794-91), ex-servidor da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte, que recebeu inicialmente proposta de julgamento pela ilegalidade no âmbito do processo TC – 009.095/2010-1. Contudo, constatado que havia ingressado nesta corte há mais de 5 (cinco) anos, foi determinado seu destaque para que fosse oportunizado o contraditório e a ampla defesa ao interessado, conforme a disciplina do Acórdão 587/2011 – Plenário.

2. Instado a se manifestar sobre as falhas identificadas por este Tribunal no âmbito do processo TC 009.095/2010-1, o interessado, por intermédio de procuradores regularmente constituídos, apresentou diversos argumentos que, todavia, não afastaram as referidas irregularidades, concernentes à indevida interpretação das sentenças judiciais que determinaram o pagamento de parcelas referentes ao plano Collor (84,32%).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 177 3. Com efeito, muito embora os pagamentos inquinados decorram de sentença judicial transitada em julgado, a jurisprudência deste Tribunal acerca do tema é pacífica e foi bem resumida pelo eminente Ministro Augusto Nardes, por ocasião da prolação do Acórdão nº 312/2011- 2ª Câmara, nos seguintes termos:

“3. Sobre o tema, é entendimento pacífico desta Corte que os pagamentos dos percentuais relativos às denominadas URPs e a outros planos econômicos não se incorporam aos salários em caráter permanente, pois têm natureza de antecipação salarial, sendo devidos somente até a reposição das perdas salariais havidas no ano anterior, o que ocorre na primeira data-base posterior ao gatilho, conforme o Enunciado nº 322 do Tribunal Superior do Trabalho - TST.

4. Assim, exceto quando expressamente determinado no comando da decisão judicial, os pagamentos dessa espécie devem ocorrer na forma de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI,sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, o que não ocorreu.

5. Isso porque, embora as parcelas questionadas estejam sendo pagas pelo valor nominal, e não sob a forma de percentual incidente sobre as demais rubricas constantes das folhas de pagamento dos ex-servidores, não foram realizadas as devidas absorções por ocasião de reestruturações das respectivas carreiras ou de legislações nesse sentido, a exemplo das Medidas Provisórias nºs 1.704, de 1998, e 2.225-45/2001, que estenderam, respectivamente, os referidos 28,86% e 3,17% a todos os servidores do Poder Executivo Federal (fls. 44/46). Portanto, não se cumpriu o Acórdão nº 2.161/2005-TCU-Plenário, ante a inobservância da providência prevista no subitem 9.2.1.2 da referida deliberação, in verbis:

"9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;"”

4. Repise-se que não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior desta Casa que afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se tenha exaurido e que não tenham determinado explicitamente a incorporação definitiva de incorporações salariais resultantes de planos econômicos.

5. Nesse sentido, cito excerto do voto condutor do Acórdão 1.873/2010 – 1ª Câmara, proferido pelo Exmo. Ministro Walton Alencar Rodrigues, por meio do qual foi realizado minudente exame do tema. Veja-se:

“A Constituição Federal não confere à coisa julgada proteção maior do que a que atribui ao direito adquirido. Ambos os institutos estão amparados pelo mesmo regime de proteção que os resguarda dos efeitos da legislação superveniente, mas encontra limites na conhecida fórmula, tantas vezes reiterada pelo STF, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico.

Essa orientação aplica-se também em relação à coisa julgada, uma vez que esta nada mais é que uma das causas ou fontes geradoras do direito adquirido.

A coisa julgada é limitada pela situação jurídica sob cuja órbita se configurou. O STF expressamente reconhece a limitação temporal da eficácia da coisa julgada, em face à alteração do regime jurídico.

Nesse quadro, não há desrespeito à garantia da irredutibilidade de vencimentos, porque a coisa julgada não constituiu óbice à alteração do regime jurídico, sob pena de configurar direito adquirido a regime jurídico, o que sempre foi repelido, tanto pela doutrina, como pela jurisprudência.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 178

O que há, na verdade, é grande confusão sobre tema que deveria ser simples. A panaceia decorre dos interesses em jogo. Mas seja qual for a forma da aquisição do direito, se decorrente de ato jurídico perfeito, de situação definitivamente constituída ou de coisa julgada, não é ele apto a impedir a pronta incidência do regime jurídico novo e os efeitos decorrentes da sua modificação superveniente.

Em recente decisão, no RE 559.019/SC, o Relator, Min. Cezar Peluso indeferiu o recurso extraordinário, por entender não constituir afronta à coisa julgada a limitação de seus efeitos, ante a posterior reorganização ou reestruturação da carreira.

Assim, a coisa julgada não é uma conquista do servidor, como pessoa, sobre a qual se montam as conquistas de toda a categoria, em todas as situações.”

Ante o exposto, acolhendo os fundamentos da análise promovida pela Unidade Técnica, cuja proposta de encaminhamento foi ratificada pelo Ministério Público junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9894/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.323/2011-0.

2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria.

3. Interessado: Antonio Freire de Amorim (229.788.794-91).

4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC.

5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Antonio Freire de Amorim (229.788.794-91), ex-servidor da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Antonio Freire de Amorim, negando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 249;

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9.3 determinar à Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte que:

9.3.1 faça cessar, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes das vantagens decorrentes da incorporação do Plano Collor, contados a partir da ciência desta deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão nº 2161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor deste Acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da determinação constante do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9894-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE V – Segunda Câmara TC 015.324/2011-7 Natureza: Aposentadoria Entidade: Universidade Federal Rural do Semiárido /RN Interessado: Delvai Valdes de Murilo (090.371.104-44) Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

SUMÁRIO: APOSENTADORIA. ATO DESTACADO EM FACE DO DISPOSTO NO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 180

ACÓRDÃO 587/2011. PAGAMENTO DE PLANOS ECONOMICOS EM FACE DE DECISÕES JUDICIAIS. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES. RELATÓRIO

Adoto como relatório, com os ajustes de forma que entendo aplicáveis, a instrução constante

da peça 14, com a qual anuíram o corpo diretivo da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) e o Ministério Público junto ao TCU:

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise do ato de aposentadoria de Delvai Valdes de Murilo (CPF: 090.371.104-44), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC - 009.095/2010-1 para constituir o processo em tela. Isto porque sua data de entrada no TCU se deu em 18/8/2004 e no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução das sentenças judiciais que determinaram o pagamento das parcelas referentes aos Planos Bresser (26,05%), Verão (16,19%) e Collor (84,32%).

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão nº 587/2011 TCU-Plenário, onde se firmou entendimento no sentido de que ‘o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação’.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta Unidade Técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva da interessada por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1766 de 1/6/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte em 30/6/2011, conforme ciente juntado na peça 10.

6. Em resposta à oitiva, a interessada, por intermédio de seu procurador constituído (procuração acostada na peça 7), apresentou suas razões por meio da documentação acostada na peça 11.

EXAME TÉCNICO

Argumentos apresentados pela interessada (peça 11)

7. O procurador constituído pela interessada, assim se manifestou:

a) em relação ao pagamento referente ao Plano Bresser (26,05%) e Plano Verão (16,19%), informou que o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Rio Grande do Norte aforou perante a Justiça do Trabalho ação que logrou a incorporação dos referidos percentuais. Aduziu que tal ação transitou em julgado em 13/1/1993, nos autos do processo nº 2.227/91 que tramitou na 1ª Junta de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 181

Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, após confirmação da sentença de 1º Grau, por meio do Acórdão nº 304/92 do TRT da 21ª Região;

a.1) informou que, passado em julgado o decisum¸ expediram-se os Mandados de Incorporação nºs 45 e 46/93 (fls. 125/126, peça 11);

a.2) aduziu que a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, irresignada, propôs Ação Rescisória com vistas à rescindir o Acórdão nº 304/92 do TRT da 21ª Região, que foi rejeitada, nos termos do Acórdão 4.440/93;

b) no que concerne à rubrica referente ao Plano Collor (84,32%), informou que o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Rio Grande do Norte, na condição de substituto processual, propôs contra a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, a ação que restou autuada sob o nº 2.228/91 e distribuída à então única Vara do Trabalho de Mossoró;

b.1) informou que a pretensão restou acolhida pelo juízo de 1ª Instância sendo que o recurso ordinário interposto pela ESAM não foi conhecido pelo TRT da 21ª Região. Aduziu que o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região transitou em julgado na data de 20/10/92;

b.2) aduziu que, passado em julgado o decisum, o juízo de Primeiro Grau expediu o Mandado de Incorporação nº 339/92. Em cumprimento a tal mandado, os Servidores da ESAM passaram a partir de novembro de 1992 a perceberem a vantagem referente ao percentual de 84,32%;

b.3) informou que a ESAM propôs ação rescisória visando rescindir o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região e que tal ação teve sua inicial indeferida, decisão esta que também transitou em julgado;

c) aduziu que as decisões que vierem a ser proferidas pelo TCU, caso sejam pela ilegalidade, tem como empeço intransponível, os limites impostos pela coisa julgada. Sustentou que nos casos de atos judiciais, resta inobjetável que falece a competência às instâncias administrativas, como é o TCU, para, a pretexto de interpretá-los, pretender revisioná-los. Ad argumentandum, sustentou que o TCU não detém competência constitucional para revisar Decisões Judiciais;

d) citou o Acórdão nº 9/2011 – 2ª Câmara, que considerou legais atos de aposentadoria similares aos dos presentes autos.

e) por fim, sustentou a decadência administrativa, fundada no art. 54, da Lei 9.784/1999.

Análise dos argumentos

8. A despeito dos argumentos consistentes apresentados pelo procurador da interessada, entendo que eles não são hábeis a justificar a manutenção do pagamento das rubricas em discussão.

“Coisa Julgada”

9. Inicialmente, importa destacar, no que concerne à coisa julgada, que esta Corte de fato não pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença, sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria, pensão e reforma, pode sim o TCU se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal, atribuir interpretações que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão.

“Reclamatória Trabalhista nº 2.227/91 (Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão – 16,19%)”

10. No que diz respeito à Reclamatória Trabalhista nº 2227/91 que tramitou na antiga 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, vale destacar que a referida ação há muito

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 182

transitou em julgado. No entanto, não fere a coisa julgada materializada na mencionada ação o entendimento do Acórdão nº 2.161/2005-Plenário, no sentido de que os percentuais deferidos em ações judiciais devam ser absorvidos pelas novas estruturas remuneratórias criadas por lei. Vale mencionar que desde o provimento jurisdicional, várias foram as reestruturações ocorridas na carreira a que pertence a servidora, das quais se pode destacar a última promovida pela MP 431/2008, de 14/5/2008, convertida na Lei 11.784/2009.

“Reclamatória Trabalhista nº 2.228/91 (Plano Collor 84,32%)”

11. Em relação à Reclamatória Trabalhista nº 2228/91 que também tramitou na antiga 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, está ação também transitou em julgado há muitos anos. Valem, portanto, as mesmas considerações expendidas no subitem 10, ou seja, a aplicação do entendimento estabelecido no Acórdão nº 2.161/2005-Plenário não fere a coisa julgada.

“Acórdão TCU nº 9/2011 – TCU – 2ª Câmara”

12. No que concerne à alegação de que o Acórdão 9/2011-TCU-2ª Câmara teria julgado legal casos em que há o pagamento do percentual referente ao Plano Collor, esta Unidade Técnica detectou equívoco na publicação do mencionado decisum. Isto porque os pareceres da Unidade Técnica e do MP/TCU foram pela ilegalidade, uma vez que o entendimento pacífico nessa Corte é o de que as parcelas referentes à planos econômicos, ainda que garantidas por sentença judicial transitada em julgado, quando não são absorvidas pelas reestruturações de carreira supervenientes, são consideradas ilegais. Ademais, o aludido julgamento se deu por relação, instrumento utilizado para agilizar os julgamentos quando os pareceres nos autos são todos pela legalidade, o que não foi o caso. A correção da mencionada decisão está sendo providenciada por esta Corte de Contas.

“Considerações sobre os Planos Econômicos - Collor (84,32%), Bresser (26,05%) e Verão (16,19%)”

13. No que concerne ao recebimento indevido de parcelas referentes a Planos Econômicos (Plano Collor - 84,32%; Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão - 16,19%), o Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC 019.074/2005-0, tratando de “Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos”, proferiu o Acórdão nº 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

“9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;” (DOU de 23/12/2005).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 183

14. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário.

Do Superior Tribunal de Justiça:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.145 - DF (2005/0188765-7)

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LEI N. 10.475/2002. COISA JULGADA. PERCEPÇÃO DOS 26,05% DA URP DE 1989.

1. Não há ofensa à coisa julgada material quando ela é formulada com base em uma determinada situação jurídica que perde vigência ante o advento de nova lei que passa a regulamentar as situações jurídicas já formadas, modificando o status quo anterior.

2. Segurança denegada.” (DJe de 3/11/2008)

“EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 647.211 - RJ (2004/0031119-9)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA 343/STF. AFASTAMENTO. SERVIDORES PÚBLICOS. URP. FEVEREIRO/1989. 26,05%. REAJUSTE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS, COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS MODIFICATIVOS.

1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que, em se tratando de ação rescisória fundamentada no art. 485, V, do Código de Processo Civil, deve ser afastado do empeço da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal, quando a interpretação controvertida disser respeito a dispositivo da Constituição da República.

2. Inexiste direito adquirido à incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro de 1989, na remuneração dos servidores públicos, uma vez que a implantação do Plano Verão, efetivada pela Lei n.º 7.730/89, alterando a política monetária, deu-se antes do preenchimento dos requisitos necessários à percepção daquele reajuste, segundo a sistemática então vigente.

3. Embargos acolhidos, com atribuição de efeitos infringentes, para dar provimento ao agravo regimental e ao recurso especial.” (DJe de 5/5/2008)

Da Justiça Federal da 4ª Região:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2003.04.01.000262-6/PR

EMENTA

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.475/02. ABSORÇÃO DA URP. DECADÊNCIA.

- Em se tratando de obrigação de trato sucessivo, o prazo para impetração de mandado de segurança renova-se mês a mês. Decadência afastada.

- Ante a ausência de norma regulamentadora, o Diretor do Foro de Seção Judiciária, em face de sua qualidade de ordenador das despesas do órgão público, tem competência para determinar a forma de implementação da Lei nº 10.475/02 a bem de concretizar o pagamento das vantagens financeiras decorrentes no novo plano de cargos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 184

- A absorção de diferenças de URP pela referida lei não afronta a sentença judicial transitada em julgado.

- Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir.

- Segurança denegada.” (D.E. de 28/6/2007)

Do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“APELREE - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO - 371153

DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDORES PÚBLICOS - PRETENDIDO DIREITO A CONCESSÃO DOS REAJUSTES RELATIVOS À VARIAÇÃO DO IPC NOS MESES DE JUNHO DE 1987 NO PERCENTUAL DE 26,06%, FEVEREIRO/89 (26,05%) E MARÇO/90 (84,32%) - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. O direito à reposição salarial dos servidores públicos federais, decorrente do Decreto-Lei nº 2.302/86 relativo à variação do IPC de junho/87, no percentual de 26,06 (Plano Bresser) e do Decreto-Lei nº 2.335/87, relativo a URP de fevereiro de 1989, no percentual de 26,05% (Plano Verão), bem como o IPC de janeiro de 1989 (84,32%) não vem sendo reconhecido pela jurisprudência.

2. O Supremo Tribunal Federal, através da ADIN nº 694, consagrou a tese de que os servidores públicos não teriam direito ao reajuste mensal instituído pelo Decreto-Lei nº 2.335/87 no percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989, face a incidência da Lei nº 7.730, de 31.01.1989, em vigor antes do transcurso do período aquisitivo a questionada reposição.

3. Apelação e remessa oficial providas, invertendo-se a sucumbência.” (DJF3 26/6/2009)

Do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL (2007.80.00.000379-7)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO DO PERCENTUAL DE 26,05% REFERENTE A URP DE FEVEREIRO DE 1989.

I. Os autores alegam que a supressão do pagamento da vantagem de 26,05%, em virtude da reestruturação remuneratória de vencimentos, a teor da Lei nº 10476/02, ofende a coisa julgada e o direito adquirido.

II. O entendimento dos Tribunais Federais é no sentido de que não há ofensa à coisa julgada ou ao direito adquirido na absorção de percentuais que vinham sendo percebidos pela reestruturação dos cargos, visto que não haver redução de vencimentos e sim fixação de novos padrões de remuneração.

III. Inexistência de direito adquirido ao reajuste de 26,05%, referente à URP de fevereiro de 1989.

IV. Apelação improvida. Agravo retido prejudicado.” (DJ de 22/10/2008)

15. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

16. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente aquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 185

17. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

18. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

19. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

“É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração.”

20. No voto condutor do Acórdão nº 5352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

“19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional.”

21. Além disso, o ato em epígrafe está em desacordo com o citado Acórdão nº 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desse valor por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

“Decadência”

22. No que concerne à decadência estabelecida no art. 54 da Lei 9784/99, cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

23. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 186

“a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

“APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa.‟ (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26.08.97- 2ª Turma)”

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei 9.784/99 às atividades de controle externo, o prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF.” (...)

24. Por sua vez o mesmo STF, em acórdão proferido em 07.04.2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada.”

CONCLUSÃO

25. Por todo o exposto, entendo ser possível propor o julgamento do ato de concessão de aposentadoria em tela pela ilegalidade, uma vez que o pagamento das parcelas referentes aos Planos Bresser (26,05%), Verão (16,19%) e Collor (84,32%), da forma como tem sido feito desde o ato de concessão de aposentadoria, não encontram guarida na jurisprudência firmada nesta Corte de Contas. Ademais, entendo pertinente propor que seja determinado à UFERSA que faça cessar o pagamento das vantagens mencionadas, uma vez que as sentenças judiciais não especificaram que o pagamento dessas vantagens deveria ser de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira, eternizando-se no tempo.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

26. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal o ato de aposentadoria de Delvai Valdes de Murilo (CPF: 090.371.104-44), com a consequente recusa de seu registro, com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 187

b) determinar à Universidade Federal Rural do Semi Árido do Rio Grande do Norte - MEC que:

b.1) faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes das vantagens referenciadas (Plano Bresser - 26,05%, Plano Verão - 16,19%, Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

b.2) ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2161/2005 – Plenário;

b.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

b.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

b.5) emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

b.6) oriente o setor de gestão de pessoal que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.”

É o Relatório.

VOTO

Conforme se verifica no relatório antecedente, cuida-se de ato de aposentadoria da senhora Delvai Valdes de Murilo (090.371.104-44), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte, que recebeu inicialmente proposta de julgamento pela ilegalidade no âmbito do processo TC – 009.095/2010-1. Contudo, constatado que havia ingressado nesta corte há mais de 5 (cinco) anos, foi determinado seu destaque para que fosse oportunizado o contraditório e a ampla defesa à interessada, conforme a disciplina do Acórdão 587/2011 – Plenário.

2. Instada a se manifestar sobre as falhas identificadas por este Tribunal no âmbito do processo TC 009.095/2010-1, a interessada, por intermédio de procuradores regularmente constituídos, apresentou diversos argumentos que, todavia, não afastaram as referidas irregularidades, concernentes à indevida interpretação das sentenças judiciais que determinaram o pagamento de parcelas referentes aos Planos Bresser (26,05%), Verão (16,19%) e Collor (84,32%).

3. Com efeito, muito embora os pagamentos inquinados decorram de sentenças judiciais transitadas em julgado, a jurisprudência deste Tribunal acerca do tema é pacífica e foi bem resumida pelo eminente Ministro Augusto Nardes, por ocasião da prolação do Acórdão nº 573/2010-1ªC, nos seguintes termos:

"a) a perpetuação de parcelas de URP, bem como de outros planos econômicos, nos proventos de aposentadorias tem sido objeto de longos e judiciosos debates no âmbito desta Corte, dos quais nota-se a tendência de se verificar os exatos limites da coisa julgada, em cada caso concreto, coibindo eventual excesso decorrente de interpretação equivocada de decisão judicial por parte do administrador;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 188

b) esclarecimentos nesse sentido podem ser tomados do Voto condutor do Acórdão nº 1.857/2003-TCU-Plenário, da lavra do eminente Ministro Adylson Motta, que, em linhas gerais, pode ser traduzido nos seguintes termos:

b.1) o Tribunal reconhece o direito coberto pelo manto da res judicata; entretanto, é preciso verificar a exata extensão da decisão judicial;

b.2) não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior deste Tribunal que afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se tenha exaurido e que não tenham determinado, explicitamente, a incorporação definitiva da parcela concedida;

b.3) este Tribunal tem acolhido o entendimento, consubstanciado na Súmula nº 322 do TST, no sentido de que o pagamento dos direitos reconhecidos por sentença judicial, relativos a gatilhos salariais e URP, deve limitar-se, no tempo, à data-base seguinte à que serviu de referência ao julgado, ou seja, tais percentuais são devidos somente até o reajuste salarial deferido na data-base seguinte ao gatilho ou URP;

b.4) tal orientação deve prevalecer para a hipótese de não haver, nas decisões, nenhuma explicitação de limitação temporal, tendo em vista que o acerto na data-base decorre de disposição de ordem pública, inserida na própria lei salarial e calcada no princípio do non bis in idem;

b.5) excetuada a hipótese de a decisão judicial haver expressamente definido que a parcela concedida deva ser paga mesmo após o subsequente reajuste salarial, deve prevalecer a justa Súmula nº 322 do TST, cabendo a este Tribunal de Contas considerar ilegal o ato concessório, determinando a sustação dos pagamentos indevidos, o que não constitui afronta à tese reiteradamente defendida pelo e. STF, a exemplo do MS 23.665-5/DF, pois não se está excluindo direito efetivamente coberto pela coisa julgada; e

b.6) caso a decisão judicial disponha expressamente sobre a permanência das parcelas concedidas, mesmo após o reajuste salarial posterior, é aplicável a solução indicada no versado acórdão do STF, qual seja: "compete a este Tribunal negar registro ao ato, abstendo-se de determinar a suspensão do pagamento das verbas que considere indevidas, solução essa que melhor harmoniza a intangibilidade da coisa julgada com o exercício da atribuição constitucional desta Corte de Contas, de apreciar a legalidade dos atos sujeitos a registro, nos termos do art. 71, inciso III, da CF";

c) esta Corte de Contas vem se posicionando, reiteradamente, contra a incorporação de valores aos proventos dos inativos ou à remuneração dos ativos, de forma definitiva e permanente, além da data-base e em parcela destacada, a título de indenização de perdas geradas por planos econômicos, obtidos mediante sentença judicial (DC-0239-37/96-1, DC-0090-90/97-P, DC-0273-38/98-2, DC-0274-38/98-2, DC-0070-12/99-2, DC-0212-17/99-P, DC-0268-40/99-1, DC-0196-14/02-1, AC-0040-03/00-P, AC-0153-04/03-2, AC-0542-18/03-P, AC-0576-12/03-2, entre outros);

d) as parcelas mencionadas, quando imunes de absorção pelos reajustes salariais subsequentes, devem ser convertidas em VPNI, levando em conta os valores inicialmente devidos, consoante se pode ver a partir dos Acórdãos nºs 2.840/2007 e 2.843/2007, ambos da 1ª Câmara; e

e) nesse sentido, ao proferir o Voto condutor do Acórdão nº 1.754/2004-TCU- 2ª Câmara, o Relator, eminente Ministro Benjamin Zymler, a propósito da forma como hoje geralmente é efetuado o pagamento da vantagem relativa à URP/89 - 26,05%, assim se pronunciou:

‘Não há fundamento para se conferir a determinado servidor e seus futuros pensionistas o direito subjetivo de receber ad aeternum determinado percentual acima da remuneração ou salário da categoria, seja ele qual for e ainda que estipulado posteriormente, em decorrência da concessão de novas gratificações ou da formulação de novo plano de cargos e salários. Pois, se assim fosse, o julgador estaria subtraindo do legislador o direito de legislar sobre a matéria, de forma a estruturar uma nova carreira, de assegurar um mínimo de isonomia entre os servidores’.”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 189 4. Às deliberações indicadas na alínea "c" acima, incluo os Acórdãos 6.214/2009, 725/2010, 1.302/2010, 357/2011, 509/2011 e 312/2011, todos da 1ª Câmara; e Acórdãos nºs 1.828/2010, 2.887/2011, 3.394/2011 e 5.341/2011, todos da 2ª Câmara.

5. Ademais, como bem ressaltou a unidade técnica, a continuidade do pagamento a título do percentual de 26,05 (URP) revela-se sem fundamento a partir do advento da MP 431/2008, de 14/05/2008, convertida na Lei 11.784/2008, que alterou a estrutura de vencimentos da carreira, o que afasta a possibilidade de a interessada permanecer percebendo a parcela ora inquinada.

6. Repise-se que não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior desta Casa que afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se tenha exaurido e que não tenham determinado explicitamente a incorporação definitiva de incorporações salariais resultantes de planos econômicos.

Ante o exposto, acolhendo os fundamentos da análise promovida pela Unidade Técnica, cuja proposta de encaminhamento foi ratificada pelo Ministério Público junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9895/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.324/2011-7.

2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria.

3. Interessado: Delvai Valdes de Murilo (090.371.104-44).

4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi -ÁRIDO/RN - MEC.

5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).

8. Advogados constituídos nos autos: Vinícius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074), Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483) e José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803)..

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Delvai Valdes de Murilo (CPF: 090.371.104-44), ex-servidora da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Delvai Valdes de Murilo, negando-lhe o registro;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 190

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 249;

9.3 determinar à Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte que:

9.3.1 faça cessar, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes das vantagens decorrentes de planos econômicos (Plano Bresser - 26,05%, Plano Verão - 16,19%, Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2 ajuste o valor das mencionadas parcelas, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão à interessada, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que a interessada tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que acompanhe a implementação da determinação constante do item 9.3 do presente Acórdão.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9895-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE V – 2ª Câmara TC 015.327/2011-6 Natureza: Aposentadoria Entidade: Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN - MEC Interessado: Francisco das Chagas da Silva Espínola (067.101.744-68) Advogados constituídos nos autos: Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483); José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 191

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. PAGAMENTO DESTACADO DE PERCENTUAL DECORRENTE DE PLANO ECONÔMICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. É ilegal o pagamento, de forma destacada, de vantagens oriundas de planos econômicos, mediante sentenças judiciais que não preveem a continuidade do pagamento após os subsequentes reajustes salariais. RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução acostada na peça 14 dos presentes autos, com cujas conclusões manifestaram-se de acordo os titulares da Sefip (peças 15 e 16):

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise do ato de aposentadoria de Francisco das Chagas da Silva Espinola (CPF: 067.101.744-68), ex-servidor da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC - 009.095/2010-1 para constituir o processo em tela. Isso porque sua data de entrada no TCU se deu em 18/8/2004 e, no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da parcela referente ao Plano Collor (84,32%).

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão n. 587/2011 TCU-Plenário, em que se firmou entendimento no sentido de que ‘o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação’.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta Unidade Técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva do interessado por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1769 de 1/6/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte em 30/6/2011, conforme ciente juntado na peça 10.

6. Em resposta à oitiva, o interessado, por intermédio de seu procurador constituído (procuração acostada na peça 8), apresentou suas razões, por meio da documentação acostada na peça 11.

EXAME TÉCNICO

Argumentos apresentados pelo interessado (peça 11)

7. O procurador constituído pelo interessado, assim se manifestou:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 192

a) no que concerne à rubrica referente ao Plano Collor (84,32%), informou que o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Rio Grande do Norte, na condição de substituto processual, propôs contra a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM a ação que restou autuada sob o nº 2.228/91 e distribuída à então única Vara do Trabalho de Mossoró;

a.1) informou que a pretensão restou acolhida pelo juízo de 1ª Instância, sendo que o recurso ordinário interposto pela ESAM não foi conhecido pelo TRT da 21ª Região. Aduziu que o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região transitou em julgado na data de 20/10/92;

a.2) aduziu que, passado em julgado o decisum, o juízo de Primeiro Grau expediu o Mandado de Incorporação nº 339/92. Em cumprimento a tal mandado, os Servidores da ESAM passaram, a partir de novembro de 1992, a perceberem a vantagem referente ao percentual de 84,32%;

a.3) informou que a ESAM propôs ação rescisória visando rescindir o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região e que tal ação teve sua inicial indeferida, decisão essa que também transitou em julgado;

b) aduziu que as decisões que vierem a ser proferidas pelo TCU, caso sejam pela ilegalidade, tem como empeço intransponível os limites impostos pela coisa julgada. Sustentou que nos casos de atos judiciais, resta inobjetável que falece a competência às instâncias administrativas, como é o TCU, para, a pretexto de interpretá-los, pretender revisioná-los. Ad argumentandum, sustentou que o TCU não detém competência constitucional para revisar Decisões Judiciais;

c) citou o Acórdão nº 9/2011 – 2ª Câmara, que considerou legais atos de aposentadoria similares aos dos presentes autos;

d) por fim, sustentou a decadência administrativa, fundada no art. 54, da Lei 9.784/99.

Análise dos argumentos

8. A despeito dos argumentos consistentes apresentados pelo procurador do interessado, entendo que eles não são hábeis a justificar a manutenção do pagamento das rubricas em discussão.

‘Coisa Julgada’

9. Inicialmente, importa destacar, no que concerne à coisa julgada, que esta Corte de fato não pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença, sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria, pensão e reforma, pode sim o TCU se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal, atribuir interpretações que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão.

‘Reclamatória Trabalhista nº 2.228/91 (Plano Collor 84,32%)’

10. No que diz respeito à Reclamatória Trabalhista nº 2228/91 que tramitou na antiga 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, vale destacar que a referida ação há muito transitou em julgado. No entanto, não fere a coisa julgada materializada na mencionada ação o entendimento do Acórdão nº 2.161/2005-Plenário, no sentido de que os percentuais deferidos em ações judiciais devam ser absorvidos pelas novas estruturas remuneratórias criadas por lei. Vale mencionar que desde o provimento jurisdicional, várias foram as reestruturações ocorridas na carreira do magistério superior, das quais se pode destacar a última promovida pela Lei n. 11.344/2006.

‘Acórdão TCU nº 9/2011 – TCU – 2ª Câmara’

11. No que concerne à alegação de que o Acórdão 009/2011-TCU-2ª Câmara teria julgado legal casos em que há o pagamento do percentual referente ao Plano Collor, esta Unidade Técnica

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 193

detectou equívoco na publicação do mencionado decisum. Isto porque os pareceres da Unidade Técnica e do MPjTCU foram pela ilegalidade uma vez que o entendimento pacífico nessa corte é o de que as parcelas referentes à planos econômicos, ainda que garantidas por sentença judicial transitada em julgado, quando não são absorvidas pelas reestruturações de carreira supervenientes, são consideradas ilegais. Ademais, o aludido julgamento se deu por relação, instrumento utilizado para agilizar os julgamentos quando os pareceres nos autos são todos pela legalidade, o que não foi o caso. A correção da mencionada decisão está sendo providenciada por esta Corte de Contas.

‘Considerações sobre os Planos Econômicos - Collor (84,32%)’

12. No que concerne ao recebimento indevido de parcelas referentes a Planos Econômicos (Plano Collor - 84,32%; Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão - 16,19%), o Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC-019.074/2005-0, tratando de ‘Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos’, proferiu o Acórdão 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

‘9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;’ (DOU de 23/12/2005).

13. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário.

Do Superior Tribunal de Justiça:

‘MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.145 - DF (2005/0188765-7)

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LEI N. 10.475/2002. COISA JULGADA. PERCEPÇÃO DOS 26,05% DA URP DE 1989.

1. Não há ofensa à coisa julgada material quando ela é formulada com base em uma determinada situação jurídica que perde vigência ante o advento de nova lei que passa a regulamentar as situações jurídicas já formadas, modificando o status quo anterior.

2. Segurança denegada.’ (DJe de 3/11/2008)

‘EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 647.211 - RJ (2004/0031119-9)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 194

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA 343/STF. AFASTAMENTO. SERVIDORES PÚBLICOS. URP. FEVEREIRO/1989. 26,05%. REAJUSTE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS, COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS MODIFICATIVOS.

1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que, em se tratando de ação rescisória fundamentada no art. 485, V, do Código de Processo Civil, deve ser afastado do empeço da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal, quando a interpretação controvertida disser respeito a dispositivo da Constituição da República.

2. Inexiste direito adquirido à incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro de 1989, na remuneração dos servidores públicos, uma vez que a implantação do Plano Verão, efetivada pela Lei n.º 7.730/89, alterando a política monetária, deu-se antes do preenchimento dos requisitos necessários à percepção daquele reajuste, segundo a sistemática então vigente.

3. Embargos acolhidos, com atribuição de efeitos infringentes, para dar provimento ao agravo regimental e ao recurso especial.’ (DJe de 5/5/2008)

Da Justiça Federal da 4ª Região:

‘MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2003.04.01.000262-6/PR

EMENTA

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.475/02. ABSORÇÃO DA URP. DECADÊNCIA.

- Em se tratando de obrigação de trato sucessivo, o prazo para impetração de mandado de segurança renova-se mês a mês. Decadência afastada.

- Ante a ausência de norma regulamentadora, o Diretor do Foro de Seção Judiciária, em face de sua qualidade de ordenador das despesas do órgão público, tem competência para determinar a forma de implementação da Lei nº 10.475/02 a bem de concretizar o pagamento das vantagens financeiras decorrentes no novo plano de cargos.

- A absorção de diferenças de URP pela referida lei não afronta a sentença judicial transitada em julgado.

- Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir.

- Segurança denegada.’ (D.E. de 28/6/2007)

Do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

‘APELREE - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO - 371153

DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDORES PÚBLICOS - PRETENDIDO DIREITO A CONCESSÃO DOS REAJUSTES RELATIVOS À VARIAÇÃO DO IPC NOS MESES DE JUNHO DE 1987 NO PERCENTUAL DE 26,06%, FEVEREIRO/89 (26,05%) E MARÇO/90 (84,32%) - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. O direito à reposição salarial dos servidores públicos federais, decorrente do Decreto-Lei nº 2.302/86 relativo à variação do IPC de junho/87, no percentual de 26,06 (Plano Bresser) e do Decreto-Lei nº 2.335/87, relativo a URP de fevereiro de 1989, no percentual de 26,05% (Plano Verão), bem como o IPC de janeiro de 1989 (84,32%) não vem sendo reconhecido pela jurisprudência.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 195

2. O Supremo Tribunal Federal, através da ADIN nº 694, consagrou a tese de que os servidores públicos não teriam direito ao reajuste mensal instituído pelo Decreto-Lei nº 2.335/87 no percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989, face a incidência da Lei nº 7.730, de 31.01.1989, em vigor antes do transcurso do período aquisitivo a questionada reposição.

3. Apelação e remessa oficial providas, invertendo-se a sucumbência.’ (DJF3 26/6/2009)

Do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

‘APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL (2007.80.00.000379-7)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO DO PERCENTUAL DE 26,05% REFERENTE A URP DE FEVEREIRO DE 1989.

I. Os autores alegam que a supressão do pagamento da vantagem de 26,05%, em virtude da reestruturação remuneratória de vencimentos, a teor da Lei nº 10476/02, ofende a coisa julgada e o direito adquirido.

II. O entendimento dos Tribunais Federais é no sentido de que não há ofensa à coisa julgada ou ao direito adquirido na absorção de percentuais que vinham sendo percebidos pela reestruturação dos cargos, visto que não haver redução de vencimentos e sim fixação de novos padrões de remuneração.

III. Inexistência de direito adquirido ao reajuste de 26,05%, referente à URP de fevereiro de 1989.

IV. Apelação improvida. Agravo retido prejudicado.’ (DJ de 22/10/2008)

14. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

15. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente àquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

16. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

17. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 196

18. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

‘É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração.’

19. No voto condutor do Acórdão nº 5352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

‘19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional.’

20. Além disso, o ato em epígrafe está em desacordo com o citado Acórdão nº 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desse valor por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

‘Decadência’

21. No que concerne à decadência estabelecida no art. 54 da Lei 9.784/99, cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

22. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

‘a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

‘APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa.‟ (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26.08.97- 2ª Turma)’

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei 9.784/99 às atividades de controle externo, o

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 197

prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF.’ (...)

23. Por sua vez, o mesmo STF, em acórdão proferido em 7/04/2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

‘EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada.’

CONCLUSÃO

24. Por todo o exposto, entendo ser possível propor o julgamento do ato de concessão de aposentadoria em tela pela ilegalidade, uma vez que o pagamento da parcela referente ao Plano Collor (84,32%), da forma como tem sido feito desde o ato de concessão de aposentadoria, não encontra guarida na jurisprudência firmada nesta Corte de Contas. Ademais, entendo pertinente propor que seja determinado à UFERSA que faça cessar o pagamento da vantagem mencionada, uma vez que a sentença judicial não especificou que seu pagamento deveria se dar de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira, eternizando-se no tempo.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

25. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal o ato de aposentadoria de Francisco das Chagas da Silva Espinola (CPF: 067.101.744-68), com a consequente recusa de seu registro, com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade Federal Rural do Semi Árido do Rio Grande do Norte que:

b.1) faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem referenciada (Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

b.2) ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2.161/2005 – Plenário;

b.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

b.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

b.5) emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 198

b.6) oriente o setor de gestão de pessoal que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.”

2. O Ministério Público, representado nos autos pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, anuiu à proposta alvitrada (peça 17).

É o relatório.

VOTO

Aprecia-se ato de concessão de aposentadoria em favor de Francisco das Chagas da Silva Espínola, servidor inativo da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido/RN.

2. Conforme consignado no Relatório precedente, em exame preliminar, no âmbito do TC 009.095/2010-1, identificou-se a inclusão irregular nos proventos da parcela alusiva ao Plano Collor (84,32%).

3. Contudo, tendo em vista que o ato em apreço havia ingressado no TCU há mais de cinco anos, foi realizado seu destaque daquele processo com vistas a oportunizar o contraditório e a ampla defesa do interessado, consoante entendimento firmado pelo Pleno desta Corte no Acórdão 587/2011.

4. No tocante à preliminar suscitada pelo inativo, acerca da aplicação da decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/1999 ao caso em tela, entendo que não há reparo a ser feito na análise empreendida pela unidade técnica, a qual incorporo às minhas razões de decidir.

5. Com relação ao pagamento da parcela de 84,32%, referente ao Plano Collor, é pacífico o entendimento deste Tribunal quanto à ilegalidade da incorporação ad aeternum de parcelas decorrentes de planos econômicos aos proventos dos servidores, após a data-base seguinte à que serviu de referência ao julgado. Tal entendimento foi bem resumido pelo eminente Augusto Nardes, por ocasião da prolação do Acórdão nº 312/2011- 2ª Câmara, nos seguintes termos:

“3. Sobre o tema, é entendimento pacífico desta Corte que os pagamentos dos percentuais relativos às denominadas URPs e a outros planos econômicos não se incorporam aos salários em caráter permanente, pois têm natureza de antecipação salarial, sendo devidos somente até a reposição das perdas salariais havidas no ano anterior, o que ocorre na primeira data-base posterior ao gatilho, conforme o Enunciado nº 322 do Tribunal Superior do Trabalho - TST.

4. Assim, exceto quando expressamente determinado no comando da decisão judicial, os pagamentos dessa espécie devem ocorrer na forma de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI, sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, o que não ocorreu.

5. Isso porque, embora as parcelas questionadas estejam sendo pagas pelo valor nominal, e não sob a forma de percentual incidente sobre as demais rubricas constantes das folhas de pagamento dos ex-servidores, não foram realizadas as devidas absorções por ocasião de reestruturações das respectivas carreiras ou de legislações nesse sentido, a exemplo das Medidas Provisórias nºs 1.704, de 1998, e 2.225-45/2001, que estenderam, respectivamente, os referidos 28,86% e 3,17% a todos os servidores do Poder Executivo Federal (fls. 44/46). Portanto, não se cumpriu o Acórdão nº 2.161/2005-TCU-Plenário, ante a inobservância da providência prevista no subitem 9.2.1.2 da referida deliberação, in verbis:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 199

‘9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;’”

6. Repise-se que não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior desta Casa que afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se tenha exaurido e que não tenham determinado explicitamente a incorporação definitiva de incorporações salariais resultantes de planos econômicos.

7. Nesse sentido, cito excerto do voto condutor do Acórdão 1.873/2010 – 1ª Câmara, proferido pelo Exmo. Ministro Walton Alencar Rodrigues, por meio do qual foi realizado minudente exame do tema. Veja-se:

“A Constituição Federal não confere à coisa julgada proteção maior do que a que atribui ao direito adquirido. Ambos os institutos estão amparados pelo mesmo regime de proteção que os resguarda dos efeitos da legislação superveniente, mas encontra limites na conhecida fórmula, tantas vezes reiterada pelo STF, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico.

Essa orientação aplica-se também em relação à coisa julgada, uma vez que esta nada mais é que uma das causas ou fontes geradoras do direito adquirido.

A coisa julgada é limitada pela situação jurídica sob cuja órbita se configurou. O STF expressamente reconhece a limitação temporal da eficácia da coisa julgada, em face à alteração do regime jurídico.

Nesse quadro, não há desrespeito à garantia da irredutibilidade de vencimentos, porque a coisa julgada não constituiu óbice à alteração do regime jurídico, sob pena de configurar direito adquirido a regime jurídico, o que sempre foi repelido, tanto pela doutrina, como pela jurisprudência.

O que há, na verdade, é grande confusão sobre tema que deveria ser simples. A panaceia decorre dos interesses em jogo. Mas seja qual for a forma da aquisição do direito, se decorrente de ato jurídico perfeito, de situação definitivamente constituída ou de coisa julgada, não é ele apto a impedir a pronta incidência do regime jurídico novo e os efeitos decorrentes da sua modificação superveniente.

Em recente decisão, no RE 559.019/SC, o Relator, Min. Cezar Peluso indeferiu o recurso extraordinário, por entender não constituir afronta à coisa julgada a limitação de seus efeitos, ante a posterior reorganização ou reestruturação da carreira.

Assim, a coisa julgada não é uma conquista do servidor, como pessoa, sobre a qual se montam as conquistas de toda a categoria, em todas as situações.”

Isso posto, acolhendo os fundamentos da análise promovida pela unidade instrutiva, cuja proposta de encaminhamento foi ratificada pelo Ministério Público junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9896/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.327/2011-6.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 200 2. Grupo I – Classe V - Assunto: Aposentadoria

3. Interessado: Francisco das Chagas da Silva Espínola (067.101.744-68).

4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN - MEC.

5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin.

7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).

8. Advogados constituídos nos autos: Vinicius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074); Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483); José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Francisco das Chagas da Silva Espínola, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Francisco das Chagas da Silva Espínola, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN, negando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem inquinada (Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência desta deliberação, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

9.3.2. ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2.161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte; e

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência desta deliberação, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9896-38/11-2. 13. Especificação do quorum:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 201 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE V – 2ª Câmara TC 015.328/2011-2 Natureza: Aposentadoria Entidade: Universidade Federal Rural do Semi-Árido – Rio Grande do Norte Interessado: Francisco das Chagas Nogueira (043.750.334-87) Advogados constituídos nos autos: Vinicius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074); Alexandre Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483); José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. PAGAMENTO DESTACADO DE PERCENTUAL DECORRENTE DE PLANO ECONÔMICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. - É ilegal o pagamento, de forma destacada, de vantagens oriundas de planos econômicos, mediante sentenças judiciais que não preveem a continuidade do pagamento após os subsequentes reajustes salariais. RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução acostada na peça 14 dos presentes autos, com cujas

conclusões manifestaram-se de acordo os titulares da unidade (peças 15 e 16):

“INTRODUÇÃO

1. O presente processo trata de análise do ato de aposentadoria de Francisco das Chagas Nogueira (CPF: 043.750.334-87), ex-servidor da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN/TCU 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC - 009.095/2010-1 para constituir o processo em tela. Isso porque sua data de entrada no TCU se deu em 18/8/2004 e, no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da parcela referente ao Plano Collor (84,32%).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 202

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão n. 587/2011 TCU-Plenário, em que se firmou entendimento no sentido de que “o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação”.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta Unidade Técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva do interessado por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1771 de 1/6/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Fundação Universidade Federal do Semi-Árido – Rio Grande do Norte em 30/6/2011, conforme ciente juntado na peça 10.

6. Em resposta à oitiva, o interessado, por intermédio de seu procurador constituído (procuração acostada na peça 7), apresentou suas razões, por meio da documentação acostada na peça 11.

EXAME TÉCNICO

Argumentos apresentados pelo interessado (peça 11)

7. O procurador constituído pelo interessado, assim se manifestou:

a) no que concerne à rubrica referente ao Plano Collor (84,32%), informou que o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Rio Grande do Norte, na condição de substituto processual, propôs contra a Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM a ação que restou autuada sob o nº 2.228/91 e distribuída à então única Vara do Trabalho de Mossoró;

a.1) informou que a pretensão restou acolhida pelo juízo de 1ª Instância, sendo que o recurso ordinário interposto pela ESAM não foi conhecido pelo TRT da 21ª Região. Aduziu que o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região transitou em julgado na data de 20/10/92;

a.2) aduziu que, passado em julgado o decisum, o juízo de Primeiro Grau expediu o Mandado de Incorporação nº 339/92. Em cumprimento a tal mandado, os Servidores da ESAM passaram, a partir de novembro de 1992, a perceberem a vantagem referente ao percentual de 84,32%;

a.3) informou que a ESAM propôs ação rescisória visando rescindir o Acórdão nº 0247 do TRT da 21ª Região e que tal ação teve sua inicial indeferida, decisão essa que também transitou em julgado;

b) aduziu que as decisões que vierem a ser proferidas pelo TCU, caso sejam pela ilegalidade, tem como empeço intransponível os limites impostos pela coisa julgada. Sustentou que nos casos de atos judiciais, resta inobjetável que falece a competência às instâncias administrativas, como é o TCU, para, a pretexto de interpretá-los, pretender revisioná-los. Ad argumentandum, sustentou que o TCU não detém competência constitucional para revisar Decisões Judiciais;

c) citou o Acórdão nº 9/2011 – 2ª Câmara, que considerou legais atos de aposentadoria similares aos dos presentes autos;

d) por fim, sustentou a decadência administrativa, fundada no art. 54, da Lei 9.784/99.

Análise dos argumentos

8. A despeito dos argumentos consistentes apresentados pelo procurador do interessado, entendo que eles não são hábeis a justificar a manutenção do pagamento das rubricas em discussão.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 203

“Coisa Julgada”

9. Inicialmente, importa destacar, no que concerne à coisa julgada, que esta Corte de fato não pode desconstituí-la. Contudo, no que tange à execução do que foi determinado na sentença, sobretudo quando isso se reflete na apreciação da legalidade de atos de concessão de aposentadoria, pensão e reforma, pode sim o TCU se manifestar. Isso porque a coisa julgada se restringe ao que foi expressamente dito na decisão que a originou, não sendo possível nem legal, atribuir interpretações que tornem a decisão extra ou ultra petita. É que a coisa julgada está cingida expressamente ao que foi concedido na sentença não sendo possível ampliar ou reduzir o pedido que se materializou por meio da decisão.

“Reclamatória Trabalhista nº 2.228/91 (Plano Collor 84,32%)”

10. No que diz respeito à Reclamatória Trabalhista nº 2228/91 que tramitou na antiga 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Mossoró/RN, vale destacar que a referida ação há muito transitou em julgado. No entanto, não fere a coisa julgada materializada na mencionada ação o entendimento do Acórdão nº 2.161/2005-Plenário, no sentido de que os percentuais deferidos em ações judiciais devam ser absorvidos pelas novas estruturas remuneratórias criadas por lei. Vale mencionar que desde o provimento jurisdicional, várias foram as reestruturações ocorridas na carreira do magistério superior, das quais se pode destacar a última promovida pela Lei nº 11.344/2006.

“Acórdão TCU nº 9/2011 – TCU – 2ª Câmara”

11. No que concerne à alegação de que o Acórdão 009/2011-TCU-2ª Câmara teria julgado legal casos em que há o pagamento do percentual referente ao Plano Collor, esta Unidade Técnica detectou equívoco na publicação do mencionado decisum. Isto porque os pareceres da Unidade Técnica e do MPjTCU foram pela ilegalidade uma vez que o entendimento pacífico nessa corte é o de que as parcelas referentes à planos econômicos, ainda que garantidas por sentença judicial transitada em julgado, quando não são absorvidas pelas reestruturações de carreira supervenientes, são consideradas ilegais. Ademais, o aludido julgamento se deu por relação, instrumento utilizado para agilizar os julgamentos quando os pareceres nos autos são todos pela legalidade, o que não foi o caso. A correção da mencionada decisão está sendo providenciada por esta Corte de Contas.

“Considerações sobre os Planos Econômicos - Collor (84,32%)”

12. No que concerne ao recebimento indevido de parcelas referentes a Planos Econômicos (Plano Collor - 84,32%; Plano Bresser – 26,05% e Plano Verão - 16,19%), o Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC 019.074/2005-0, tratando de “Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos”, proferiu o Acórdão nº 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

“9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 204

provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;” (DOU de 23/12/2005).

13. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário.

Do Superior Tribunal de Justiça:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.145 - DF (2005/0188765-7)

EMENTA

MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LEI N. 10.475/2002. COISA JULGADA. PERCEPÇÃO DOS 26,05% DA URP DE 1989.

1. Não há ofensa à coisa julgada material quando ela é formulada com base em uma determinada situação jurídica que perde vigência ante o advento de nova lei que passa a regulamentar as situações jurídicas já formadas, modificando o status quo anterior.

2. Segurança denegada.” (DJe de 3/11/2008)

“EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 647.211 - RJ (2004/0031119-9)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA 343/STF. AFASTAMENTO. SERVIDORES PÚBLICOS. URP. FEVEREIRO/1989. 26,05%. REAJUSTE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS, COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS MODIFICATIVOS.

1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que, em se tratando de ação rescisória fundamentada no art. 485, V, do Código de Processo Civil, deve ser afastado do empeço da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal, quando a interpretação controvertida disser respeito a dispositivo da Constituição da República.

2. Inexiste direito adquirido à incidência do percentual de 26,05%, relativo à URP de fevereiro de 1989, na remuneração dos servidores públicos, uma vez que a implantação do Plano Verão, efetivada pela Lei n.º 7.730/89, alterando a política monetária, deu-se antes do preenchimento dos requisitos necessários à percepção daquele reajuste, segundo a sistemática então vigente.

3. Embargos acolhidos, com atribuição de efeitos infringentes, para dar provimento ao agravo regimental e ao recurso especial.” (DJe de 5/5/2008)

Da Justiça Federal da 4ª Região:

“MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2003.04.01.000262-6/PR

EMENTA

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 10.475/02. ABSORÇÃO DA URP. DECADÊNCIA.

- Em se tratando de obrigação de trato sucessivo, o prazo para impetração de mandado de segurança renova-se mês a mês. Decadência afastada.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 205

- Ante a ausência de norma regulamentadora, o Diretor do Foro de Seção Judiciária, em face de sua qualidade de ordenador das despesas do órgão público, tem competência para determinar a forma de implementação da Lei nº 10.475/02 a bem de concretizar o pagamento das vantagens financeiras decorrentes no novo plano de cargos.

- A absorção de diferenças de URP pela referida lei não afronta a sentença judicial transitada em julgado.

- Prequestionamento quanto à legislação invocada estabelecido pelas razões de decidir.

- Segurança denegada.” (D.E. de 28/6/2007)

Do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“APELREE - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO - 371153

DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDORES PÚBLICOS - PRETENDIDO DIREITO A CONCESSÃO DOS REAJUSTES RELATIVOS À VARIAÇÃO DO IPC NOS MESES DE JUNHO DE 1987 NO PERCENTUAL DE 26,06%, FEVEREIRO/89 (26,05%) E MARÇO/90 (84,32%) - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. O direito à reposição salarial dos servidores públicos federais, decorrente do Decreto-Lei nº 2.302/86 relativo à variação do IPC de junho/87, no percentual de 26,06 (Plano Bresser) e do Decreto-Lei nº 2.335/87, relativo a URP de fevereiro de 1989, no percentual de 26,05% (Plano Verão), bem como o IPC de janeiro de 1989 (84,32%) não vem sendo reconhecido pela jurisprudência.

2. O Supremo Tribunal Federal, através da ADIN nº 694, consagrou a tese de que os servidores públicos não teriam direito ao reajuste mensal instituído pelo Decreto-Lei nº 2.335/87 no percentual de 26,05% relativo à URP de fevereiro de 1989, face a incidência da Lei nº 7.730, de 31.01.1989, em vigor antes do transcurso do período aquisitivo a questionada reposição.

3. Apelação e remessa oficial providas, invertendo-se a sucumbência.” (DJF3 26/6/2009)

Do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL (2007.80.00.000379-7)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO DO PERCENTUAL DE 26,05% REFERENTE A URP DE FEVEREIRO DE 1989.

I. Os autores alegam que a supressão do pagamento da vantagem de 26,05%, em virtude da reestruturação remuneratória de vencimentos, a teor da Lei nº 10476/02, ofende a coisa julgada e o direito adquirido.

II. O entendimento dos Tribunais Federais é no sentido de que não há ofensa à coisa julgada ou ao direito adquirido na absorção de percentuais que vinham sendo percebidos pela reestruturação dos cargos, visto que não haver redução de vencimentos e sim fixação de novos padrões de remuneração.

III. Inexistência de direito adquirido ao reajuste de 26,05%, referente à URP de fevereiro de 1989.

IV. Apelação improvida. Agravo retido prejudicado.” (DJ de 22/10/2008)

14. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 206

diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

15. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente àquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

16. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

17. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

18. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

“É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração.”

19. No voto condutor do Acórdão nº 5352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

“19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional.”

20. Além disso, o ato em epígrafe está em desacordo com o citado Acórdão nº 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desse valor por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

“Decadência”

21. No que concerne à decadência estabelecida no art. 54 da Lei 9.784/99, cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 207

aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

22. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

“a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

“APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa.‟ (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26.08.97- 2ª Turma)”

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei 9.784/99 às atividades de controle externo, o prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF.” (...)

23. Por sua vez, o mesmo STF, em acórdão proferido em 7/4/2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada.”

CONCLUSÃO

24. Por todo o exposto, entendo ser possível propor o julgamento do ato de concessão de aposentadoria em tela pela ilegalidade, uma vez que o pagamento da parcela referente ao Plano Collor (84,32%), da forma como tem sido feito desde o ato de concessão de aposentadoria, não encontra guarida na jurisprudência firmada nesta Corte de Contas. Ademais, entendo pertinente propor que seja determinado à UFERSA que faça cessar o pagamento da vantagem mencionada, uma vez que a sentença judicial não especificou que seu pagamento deveria se dar de modo continuado, mesmo após superveniente reestruturação de carreira, eternizando-se no tempo.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

25. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal o ato de aposentadoria de Francisco das Chagas Nogueira

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(CPF: 043.750.334-87), com a consequente recusa de seu registro, com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade Federal Rural do Semi Árido do Rio Grande do Norte que:

b.1) faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem referenciada (Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência da deliberação do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

b.2) ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2.161/2005 – Plenário;

b.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;

b.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

b.5) emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência da deliberação que declarou a ilegalidade do ato original, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007;

b.6) oriente o setor de gestão de pessoal que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.”

2. O Ministério Público, representado nos autos pelo Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé, anuiu à proposta alvitrada (peça 17).

É o relatório.

VOTO

Aprecia-se ato de concessão de aposentadoria em favor de Francisco das Chagas Nogueira, servidor inativo da Fundação Universidade Federal do Semi-Árido/RN.

2. Conforme consignado no Relatório precedente, em exame preliminar, no âmbito do TC 009.095/2010-1, identificou-se a inclusão irregular nos proventos da parcela alusiva ao Plano Collor (84,32%).

3. Contudo, tendo em vista que o ato em apreço havia ingressado no TCU há mais de cinco anos, foi realizado seu destaque daquele processo com vistas a oportunizar o contraditório e a ampla defesa do interessado, consoante entendimento firmado pelo Pleno desta Corte no Acórdão 587/2011.

4. No tocante à preliminar suscitada pelo inativo, acerca da aplicação da decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/1999 ao caso em tela, entendo que não há reparo a ser feito na análise empreendida pela unidade técnica, a qual incorporo às minhas razões de decidir.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 209 5. Com relação ao pagamento da parcela de 84,32%, referente ao Plano Collor, é pacífico o entendimento deste Tribunal quanto à ilegalidade da incorporação ad aeternum de parcelas decorrentes de planos econômicos aos proventos dos servidores, após a data-base seguinte à que serviu de referência ao julgado. Tal entendimento foi bem resumido pelo eminente Augusto Nardes, por ocasião da prolação do Acórdão nº 312/2011- 2ª Câmara, nos seguintes termos:

“3. Sobre o tema, é entendimento pacífico desta Corte que os pagamentos dos percentuais relativos às denominadas URPs e a outros planos econômicos não se incorporam aos salários em caráter permanente, pois têm natureza de antecipação salarial, sendo devidos somente até a reposição das perdas salariais havidas no ano anterior, o que ocorre na primeira data-base posterior ao gatilho, conforme o Enunciado nº 322 do Tribunal Superior do Trabalho - TST.

4. Assim, exceto quando expressamente determinado no comando da decisão judicial, os pagamentos dessa espécie devem ocorrer na forma de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI, sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, o que não ocorreu.

5. Isso porque, embora as parcelas questionadas estejam sendo pagas pelo valor nominal, e não sob a forma de percentual incidente sobre as demais rubricas constantes das folhas de pagamento dos ex-servidores, não foram realizadas as devidas absorções por ocasião de reestruturações das respectivas carreiras ou de legislações nesse sentido, a exemplo das Medidas Provisórias nºs 1.704, de 1998, e 2.225-45/2001, que estenderam, respectivamente, os referidos 28,86% e 3,17% a todos os servidores do Poder Executivo Federal (fls. 44/46). Portanto, não se cumpriu o Acórdão nº 2.161/2005-TCU-Plenário, ante a inobservância da providência prevista no subitem 9.2.1.2 da referida deliberação, in verbis:

‘9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;’”

6. Repise-se que não representa afronta à coisa julgada a decisão posterior desta Casa que afaste pagamentos oriundos de sentenças judiciais cujo suporte fático de aplicação já se tenha exaurido e que não tenham determinado explicitamente a incorporação definitiva de incorporações salariais resultantes de planos econômicos.

7. Nesse sentido, cito excerto do voto condutor do Acórdão 1.873/2010 – 1ª Câmara, proferido pelo Exmo. Ministro Walton Alencar Rodrigues, por meio do qual foi realizado minudente exame do tema. Veja-se:

“A Constituição Federal não confere à coisa julgada proteção maior do que a que atribui ao direito adquirido. Ambos os institutos estão amparados pelo mesmo regime de proteção que os resguarda dos efeitos da legislação superveniente, mas encontra limites na conhecida fórmula, tantas vezes reiterada pelo STF, no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico.

Essa orientação aplica-se também em relação à coisa julgada, uma vez que esta nada mais é que uma das causas ou fontes geradoras do direito adquirido.

A coisa julgada é limitada pela situação jurídica sob cuja órbita se configurou. O STF expressamente reconhece a limitação temporal da eficácia da coisa julgada, em face à alteração do regime jurídico.

Nesse quadro, não há desrespeito à garantia da irredutibilidade de vencimentos, porque a coisa julgada não constituiu óbice à alteração do regime jurídico, sob pena de configurar direito adquirido a regime jurídico, o que sempre foi repelido, tanto pela doutrina, como pela jurisprudência.

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O que há, na verdade, é grande confusão sobre tema que deveria ser simples. A panaceia decorre dos interesses em jogo. Mas seja qual for a forma da aquisição do direito, se decorrente de ato jurídico perfeito, de situação definitivamente constituída ou de coisa julgada, não é ele apto a impedir a pronta incidência do regime jurídico novo e os efeitos decorrentes da sua modificação superveniente.

Em recente decisão, no RE 559.019/SC, o Relator, Min. Cezar Peluso indeferiu o recurso extraordinário, por entender não constituir afronta à coisa julgada a limitação de seus efeitos, ante a posterior reorganização ou reestruturação da carreira.

Assim, a coisa julgada não é uma conquista do servidor, como pessoa, sobre a qual se montam as conquistas de toda a categoria, em todas as situações.”

Isso posto, acolhendo os fundamentos da análise promovida pela unidade instrutiva, cuja proposta de encaminhamento foi ratificada pelo Ministério Público junto a este Tribunal, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9897/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.328/2011-2. 2. Grupo I – Classe V - Assunto: Aposentadoria 3. Interessado: Francisco das Chagas Nogueira (043.750.334-87). 4. Entidade: Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN - MEC. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip). 8. Advogados constituídos nos autos: Vinicius Victor Lima de Carvalho (OAB/RN 3.074); Alexandre

Magno Fernandes de Queiroz (OAB/RN 3.483); José Tarcísio Jerônimo (OAB/RN 1.803).

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam do ato de aposentadoria de Francisco das Chagas Nogueira, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, os artigos 1º, inciso VIII, 260, § 1º do Regimento Interno/TCU, em:

9.1 considerar ilegal o ato de aposentadoria de Francisco das Chagas Nogueira, servidor inativo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN, negando-lhe o registro;

9.2 dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Universidade Federal Rural do Semi-Árido/RN que:

9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, os pagamentos decorrentes da vantagem inquinada (Plano Collor - 84,32%), contados a partir da ciência desta deliberação, sob pena de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 211 responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;

9.3.2. ajuste o valor da mencionada parcela, mediante aplicação do procedimento estabelecido no item 9.2.1.2 do Acórdão n.º 2.161/2005 – Plenário;

9.3.3. dê ciência do inteiro teor do presente acórdão ao interessado, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não o exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não provimento desses recursos;

9.3.4. no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomou conhecimento da decisão desta Corte;

9.3.5. emita novo ato, livre da irregularidade apontada, e submeta-o à apreciação do Tribunal no prazo de trinta dias, a contar da ciência desta deliberação, nos termos do § 1º do art. 15 da IN/TCU nº 55/2007; e

9.3.6. oriente o setor de gestão de pessoal de que o valor decorrente de decisão judicial, quando expressamente imune de absorção pelos aumentos salariais subsequentes, deve ser considerado, desde o momento inicial em que devido, como vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI), sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo, sendo vedado o seu pagamento, de modo continuado, sob a forma de percentual incidente sobre quaisquer das demais parcelas integrantes da remuneração do beneficiário.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9897-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE V – Segunda Câmara TC 015.398/2011-0 Natureza: Aposentadoria Entidade: Fundação Universidade de Brasília – FUB. Interessado: Adelce Pinto de Queiroz (096.897.701-44) Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. PAGAMENTO DESTACADO DE PARCELA DE URP (26,05%). CONTINUIDADE DA

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 212

PERCEPÇÃO DA VANTAGEM ASSEGURADA POR DECISÕES JUDICIAIS. CÔMPUTO DE TEMPO RURAL SEM COMPROVAÇÃO DAS DEVIDAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. INCLUSÃO DE TEMPO DE ALUNO APRENDIZ SEM ATENDIMENTO DOS REQUISITOS DO ACÓRDÃO 2.024/PLENÁRIO. ILEGALIDADE DO ATO. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES. COMUNICAÇÃO. 1. O pagamento de vantagem decorrente de plano econômico deferida por sentença judicial não deve extrapolar a data-base seguinte à que serviu de referência ao julgado. 2. Vantagem decorrente de plano econômico não se incorpora à remuneração, a menos que orientação em sentido contrário esteja expressamente fixada na decisão judicial que a concedeu. 3. Quando sentença judicial determinar expressamente incorporação de vantagem decorrente de plano econômico à remuneração, tal parcela deve ser destacada da remuneração e paga sob forma de vantagem pessoal nominalmente identificada, sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo e sem incidência do respectivo percentual sobre qualquer outra parcela. 4. É ilegal o ato que inclui, na contagem para aposentadoria no serviço público, período de atividade rural sem a devida comprovação de recolhimento das contribuições previdenciárias à época do exercício da atividade rural ou em momento posterior, de forma indenizada, nos termos do art. 96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, c/c o art. 45, §§ 3º e 4º, da Lei nº 8.212/1991, conforme entendimento firmado no Acórdão 1.893/2006-TCU-Plenário. 5. Admite-se o cômputo de tempo de aluno-aprendiz somente com fundamento em certidão de tempo de serviço que esteja baseada em documentos que comprovem o labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola, com menção expressa ao período trabalhado e à remuneração percebida, em atendimento aos requisitos estabelecidos no Acórdão 2.024/2005-Plenário e na Súmula da Jurisprudência do TCU nº 96. RELATÓRIO

A matéria tratada nos autos foi examinada conclusivamente pela Secretaria de Fiscalização de

Pessoal (Sefip) nos termos a seguir consignados (peça 10):

“INTRODUÇÃO

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1. O presente processo trata de análise do ato de aposentadoria de Adelce Pinto de Queiroz (CPF: 096.897.701-44), ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília. O referido ato foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007.

HISTÓRICO

2. O ato de aposentadoria em epígrafe foi dissociado do TC - 028.228/2009-0 para constituir o processo em tela. Isto porque sua data de entrada no TCU se deu em 19/9/2006 e no âmbito do mencionado processo, a proposta elaborada foi no sentido de se considerar ilegal o ato de aposentadoria por conta de erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da URP (26,05%) e em função da contagem irregular de tempo de serviço rural, sem a comprovação das devidas contribuições previdenciárias.

3. Na análise do ato em questão, aplicou-se a sistemática definida no Acórdão n. 587/2011 TCU-Plenário, onde se firmou entendimento no sentido de que “o TCU, diante de constatação que possa levar à negativa de registro de ato de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, deve assegurar aos beneficiários a oportunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando da apreciação”.

4. Tendo em vista o caso em epígrafe e considerando o teor do mencionado decisum, esta Unidade Técnica constituiu processo novo para analisar o ato em questão, realizando a oitiva do interessado por intermédio do órgão de pessoal de sua vinculação, nos termos do Oficio SEFIP-D/1845 de 3/6/2011 (peça 3).

RESPOSTA À OITIVA

5. O ofício de oitiva foi recebido pela Universidade de Brasília em 8/6/2011, conforme ciente juntado na peça 6.

6. Em resposta à oitiva o interessado apresentou suas razões por meio da documentação acostada na peça 8.

EXAME TÉCNICO

Argumentos apresentados pelo interessado (peça 8)

7. Em síntese, o interessado por intermédio de sua procuradora apresentou os seguintes argumentos:

a) ab initio, aduziu que o pagamento da URP está assegurado por sentença transitada em julgado e que há liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança nº 25.678, impetrado perante o Supremo Tribunal Federal, determinando o pagamento da referida vantagem nos termos deferidos na sentença até a decisão de mérito do writ;

b) no que concerne ao tempo rural averbado, informou que trabalhou como técnico agrícola no Grupo Executivo de Reforma da Cafeicultura – GERCA, aduzindo que, como se tratava de um órgão público federal, deve evidentemente ter recolhido todas as contribuições não cabendo ao interessado averiguar a lisura dos procedimentos administrativos. Informou, ainda, que nasceu na zona rural, de parto assistido por parteira, e que viveu em fazendas até iniciar seus estudos em colégio agrícola. Sustentou, ademais, que o tempo de serviço averbado pelo INSS vale para todos os efeitos legais;

b.1) aduziu também que a EC nº 20/98 em seu artigo 4º, estabeleceu que, até que lei disciplinasse a matéria, o tempo de serviço seria contado como tempo de contribuição. Aduziu, por outro lado, que a certidão emitida pelo INSS estava em conformidade com o art. 58 do Decreto nº 611/92 que, em seu art. 8º, inciso X, prevê para a contagem para a aposentadoria, o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência de novembro de 1991, independentemente das contribuições;

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c) no que tange ao tempo averbado como aluno aprendiz, informou que permaneceu no então Colégio Técnico Agrícola de Pinha (hoje Espírito Santo do Pinhal), no Estado de São Paulo, por 7 anos nos quais executou todas as atividades mencionadas na Certidão de Tempo de Serviço de Aluno-aprendiz emitida pelo referido Colégio, aproveitando esse tempo para sua aposentadoria, em razão de estar de acordo com a norma legal vigente à época. Sustentou que decisões posteriores do TCU ou da própria justiça não podem retroagir em prejuízo de qualquer aluno-aprendiz, em obediência ao princípio da irretroatividade das leis;

d) por fim, sustentou nulidade da decisão do TCU, aplicando-se ao caso a decadência prevista no art. 54 da lei 9.784/99.

Análise dos argumentos

8. No mérito, o interessado não apresentou argumentos hábeis a alterar o entendimento firmado por esta Corte no que tange à incorporação da URP e nem no que diz respeito ao tempo rural averbado. Em relação ao tempo de aluno aprendiz, o interessado não juntou cópia da Certidão emitida pelo colégio.

“Do pagamento irregular da URP”

9. Vale mencionar que, a despeito do entendimento prevalecente nesta Corte sobre a URP, o interessado está protegido por decisão judicial, em caráter liminar, nos autos do MS nº 28.819/DF, que tramita no Supremo Tribunal Federal.

10. Contudo, sobre a segurança deferida, cabe destacar que o posicionamento predominante do TCU acerca da independência das instâncias administrativa e judiciária. É dizer que os entendimentos do TCU não estão vinculados àqueles exarados no âmbito do Poder Judiciário.

11. Sobre tal questão, o TCU se manifestou por meio do Acórdão 930/2008 – 2ª C.

“Na linha da jurisprudência dominante desta Corte, que entende que a existência de decisão judicial não impede a livre apreciação dos atos de concessão por parte do Tribunal de Contas da União, deve ser considerada ilegal a concessão de aposentadoria a Maria da Glória Sá Rodrigues da Silva, em razão do pagamento de quintos calculados com base no Adicional de Gestão Educacional. Nada obstante, não poderá ser determinada a suspensão dos pagamentos dos proventos, enquanto houver decisão judicial que o ampare os pagamentos dos quintos, da forma observada atualmente, nada obstante esta Corte os entenda indevidos.”

12. Assim, pode o TCU promover apreciação de mérito pela ilegalidade de ato de pessoal, em posição contrária ao decidido pelo Poder Judiciário, sem, contudo, determinar a suspensão do pagamento da verba tida por irregular, na medida em que ela se encontra protegida por decisão judicial transitada em julgado.

13. A despeito de tais considerações, a parcela referente à URP não poderá, por ora, ser alterada ou excluída dos proventos do interessado até que o mencionado Mandado de Segurança seja definitivamente apreciado pelo STF.

Considerações sobre a URP

14. Convém mencionar o atual entendimento do TCU sobre o percentual alusivo ao percentual de 26,05% (URP).

15. O Plenário desta Corte, ao apreciar a Representação formulada por esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal nos autos do TC-019.074/2005-0 acerca de “Irregularidades no processamento de pagamentos de ativos, inativos e pensionistas da Administração Pública Federal, no âmbito do sistema Siape, atinentes à concessão de parcelas salariais oriundas de planos econômicos”, proferiu o Acórdão 2.161/2005 que resolveu, entre outras medidas:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 215

“9.2.1. determinar à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRH/MP) para que, na qualidade de gestora do sistema integrado de recursos humanos do Poder Executivo Federal, em conjunto com as unidades pagadoras do Siape, envide esforços no sentido de:

9.2.1.1. alterar o sistema Siape a fim de que as rubricas referentes às sentenças judiciais sejam pagas em valores nominais, e não com base na aplicação contínua e automática de percentuais parametrizados sobre todas as parcelas salariais do servidor, lembrando que aquelas rubricas não devem incidir, inclusive, sobre vantagens criadas por novos planos de carreira após o provimento judicial;

9.2.1.2. recalcular, em cada caso, o valor nominal deferido por sentença judicial relativa a planos econômicos, de tal forma que a quantia inicial seja apurada, quando possível, na data do provimento jurisdicional, limitando-se essa revisão ao prazo de 5 anos anteriores. Acrescentar ao valor nominal calculado na data da sentença, apenas os reajustes gerais de salário do funcionalismo público federal ocorridos no período e subtrair as sucessivas incorporações decorrentes de novas estruturas remuneratórias criadas por lei, até a absorção integral dessa vantagem;” (DOU de 23/12/2005).

16. Tais determinações indicam o exato tratamento a ser dado às vantagens oriundas de decisões judiciais em face da implantação de novos planos de carreira instituídos por lei. Nesse sentido, a deliberação desta Corte encontra-se plenamente alinhada à jurisprudência do Poder Judiciário. [TRF da 3ª Região: APELREE nº 371153; TRF da 4ª Região: MS 2003.04.01.000262-6/PR; TRF da 5ª Região: APELAÇÃO CÍVEL Nº 451736-AL; STJ: MS nº 11145/DF, EDcl no AgRg no RE nº 647.211/RJ].

17. Por outro lado, as atividades que precedem o exame da legalidade de atos que contemplam parcelas judiciais devem, sempre que possível, ser objeto de racionalização no âmbito desta egrégia Corte de Contas, isto em razão do grande volume de atos da espécie pendentes de apreciação. Atualmente, há necessidade de se acostar a cada processo, por cópia, a sentença judicial concessiva, a petição inicial, a certidão de trânsito em julgado etc. Tais ações demandam inúmeras diligências que importam aumento considerável do tempo de apreciação dessas concessões, além de onerar a área de pessoal responsável na entidade de origem.

18. Sob este prisma, importante é conferir novo tratamento aos atos que contemplam parcelas relativas a sentenças judiciais, especialmente aquelas referentes a planos econômicos - URP, Plano Bresser, Plano Collor etc. – que traga maior celeridade e economia processual.

19. Nessa linha de raciocínio, torna-se desnecessário questionar a legitimidade de tais pagamentos, uma vez demonstrada a sua não absorção por superveniente modificação no regime de vencimentos do servidor. É que, a partir daí, a continuidade dos pagamentos reveste-se de ilegalidade, conforme a vasta jurisprudência dos Tribunais.

20. Em tais casos, torna-se dispensável acostar a cada processo a cópia da sentença, pois, se não há comprovação da absorção dos discutidos valores, o ato será considerado ilegal. Além disso, não é preciso retroagir aos anos de 1990 para comprovar o cálculo, situação que traz sérios problemas de ordem prática, em razão das diversas modificações da moeda nacional. Nos anos de 2008 e 2009, inúmeras carreiras foram beneficiadas com reestruturações, criação ou modificação de gratificações que trouxeram aumento significativo de vencimentos. A exclusão das parcelas judiciais, nesse contexto, não traz redução salarial. Ao contrário, após a melhoria promovida, os servidores que continuassem a perceber tais parcelas é que obteriam enriquecimento sem fundamento legal, pois as bases da concessão do provimento judicial restariam suprimidas do mundo jurídico ante o estabelecimento de novo plano de carreira, em situação que não mais daria ensejo ao prejuízo alegado pelos demandantes.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 216

21. Aliás, admitir-se o pagamento de tais parcelas após mudança de regime de vencimentos afrontaria inclusive o entendimento da Suprema Corte, como se verifica, por exemplo, do RE 241.884/ES, in verbis:

“É firme a jurisprudência do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido não impede a modificação para o futuro do regime de vencimentos do servidor público. Assim, e desde que não implique diminuição no quantum percebido pelo servidor, é perfeitamente possível a modificação no critério de cálculo de sua remuneração.”

22. No voto condutor do Acórdão 5.352/2009 da Segunda Câmara, o Exmº Ministro Relator Raimundo Carreiro, ao analisar proposta análoga de racionalização de trabalho à que ora se apresenta nos presentes autos, destacou:

“19. Compartilho dos argumentos aduzidos pela Unidade Técnica quanto a pouca efetividade do procedimento atualmente adotado, qual seja, a realização de diligências aos órgãos concedentes solicitando que encaminhem previamente cópias das sentenças judiciais transitadas em julgado.

20. Dada a materialidade da questão e a necessidade de uma atuação mais contundente por parte desta Corte de Contas, entendo que o novo procedimento proposto vai ao encontro dos anseios da sociedade, que espera que esta Corte de Contas cumpra com agilidade sua importante missão institucional.”

23. No caso em análise, vale destacar que o ato está em desacordo com o citado Acórdão 2.161/2005 - Plenário que prevê a absorção desses valores por novas estruturas remuneratórias criadas por lei.

“Da inclusão de tempo de serviço rural e como aluno aprendiz”

24. Em relação à inclusão de períodos laborados na atividade rural e na condição de aluno aprendiz no computo do tempo de serviço para aposentadoria, deve ser mencionado que o interessado não juntou às suas razões os documentos probatórios a sustentar suas alegações.

25. Inicialmente vale destacar as situações específicas envolvendo o período averbado:

Nome Data de

Nascimento - DN

Período rural averbado

(tempo total)

Período como aluno aprendiz

averbado (tempo total)

Tempo de serviço total na data da vigência do ato

de aposentadoria (considerando o tempo rural e de aluno aprendiz

averbado)

Tempo de serviço total na data da

vigência do ato de aposentadoria

(desconsiderando o tempo rural e de

aluno aprendiz averbado)

Adelce Pinto de Queiroz

DN: 7/10/1952 1a 7m 3d 6a 11m 6d 31a 8m 20d 23a 2m 16d

26. Também importa destacar a situação específica do interessado no momento da vigência do

ato e atualmente:

Nome Data de Nascimento - DN

Data de vigência do ato

Idade na vigência do ato

Idade Atual

Adelce Pinto de Queiroz DN: 7/10/1952

15/5/1996 43 58

“Do tempo rural”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 217

27. Convém mencionar, por oportuno que, inicialmente, a jurisprudência desta Corte assentava-se no sentido da impossibilidade de utilização de período rural averbado, sem a devida comprovação dos recolhimentos previdenciários, efetuados em épocas próprias, para fins de contagem recíproca de tempo de serviço na concessão de aposentadorias estatutárias, nos termos do Acórdão 740/2006-Plenário.

28. Este entendimento, contudo, foi modificado com a prolação do Acórdão 1.893/2006-Plenário, em que o Tribunal passou a considerar a viabilidade de recolhimento posterior à atividade rural, de forma indenizada. Nesse sentido as decisões proferidas nos Acórdãos 2.580/2006 e 2439/2006 da Segunda Câmara, 2.577/2006 da Primeira Câmara, entre diversas outras.

29. Recentemente, ao apreciar o MS-26.919/DF, o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, indeferiu mandado de segurança impetrado contra acórdão do TCU que, em sede de recurso, considerou ilegal aposentadoria, em face da exclusão do tempo de serviço rural por ausência de contribuição, ou seja, em situação análoga à que se observa nos presentes autos.

30. Na decisão que indeferiu o pedido, assim restou resumida a espécie:

“APOSENTADORIA – SERVIDOR PÚBLICO – TEMPO DE TRABALHO RURAL – CONTAGEM RECÍPROCA – CONTRIBUIÇÕES. Conforme disposto no § 9º do artigo 201 da Constituição Federal, a contagem recíproca do tempo de serviço rural pressupõe ter havido o recolhimento das contribuições.”

31. Naquela ocasião, o relator, Exmº Ministro Marco Aurélio Mello, citou os reiterados pronunciamentos daquele Tribunal afastando, na espécie, a incidência do disposto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, ante a ausência de homologação de ato de natureza complexa pela Corte de Contas.

32. Consignou que a contagem recíproca de período de atividade rural para fins de aposentadoria em cargo público pressupõe o recolhimento das respectivas contribuições, nos termos do disposto no § 9º do artigo 201 da Constituição Federal/1988, e anotou que esse enfoque foi sufragado pelo Judiciário, conforme decidiu, nos Recursos Especiais nº 497.143/RS e nº 315.701/RS, o Superior Tribunal de Justiça.

33. Em conclusão, a Suprema Corte ressaltou que a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais editou o Verbete nº 10, com o seguinte teor:

“O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei nº 8.213/91 pode ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias.”

34. Nesse sentido os julgamentos do MS 26.461, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, DJ nº 43/2009 e do MS 26.734, Relator Ministro Eros Grau, DJe nº 45/2009.

“Do tempo de aluno aprendiz”

35. Como já se disse, o interessado a despeito de ter citado que a documentação probatória de suas alegações foram anexadas em suas razões, não juntou aos autos os referidos documentos. Em consequência não pode esta Corte averiguar se a certidão de tempo de serviço na condição de aluno aprendiz satisfaz as exigências estabelecidas no Acórdão 2.024/2005-Plenário. Vale mencionar que cabe ao interessado provar suas alegações, não ao TCU.

36. No que concerne ao mencionado Acórdão, que trata dos requisitos para considerar a possibilidade do aproveitamento de tempo de aluno-aprendiz após a vigência da Lei nº 3.552/1959, para fins de aposentadoria, vale destacar que a certidão deve comprovar o tempo de serviço com base em documentos comprobatórios do efetivo labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola, com a menção expressa do período trabalhado e da remuneração recebida, consoante a orientação presente no seu item 9.3, in verbis:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 218

“9.3. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que oriente as diversas escolas federais de ensino profissionalizante no sentido de que:

9.3.1. a emissão de certidão de tempo de serviço de aluno-aprendiz deve estar baseada em documentos que comprovem o labor do então estudante na execução de encomendas recebidas pela escola e deve expressamente mencionar o período trabalhado, bem assim a remuneração percebida;

9.3.2. a simples percepção de auxílio financeiro ou em bens não é condição suficiente para caracterizar a condição de aluno-aprendiz, uma vez que pode resultar da concessão de bolsas de estudo ou de subsídios diversos concedidos aos alunos;

9.3.3. as certidões emitidas devem considerar apenas os períodos nos quais os alunos efetivamente laboraram, ou seja, indevido o cômputo do período de férias escolares;

9.3.4. não se admite a existência de aluno-aprendiz para as séries iniciais anteriormente à edição da Lei nº 3.552, de 16 de janeiro de 1959, a teor do art. 4º do Decreto-lei nº 8.590, de 8 de janeiro de 1946.”

“Exclusão dos tempos rural e de aluno aprendiz”

37. In casu, a exclusão dos períodos de 1 ano 7 meses e 3 dias, atinente ao tempo rural averbado sem comprovação dos devidos recolhimentos previdenciários e de 6 anos, 11 meses e 6 dias, referente ao tempo averbado como aluno aprendiz sem comprovação dos requisitos previstos no Acórdão 2.024/2005-Plenário, implica redução no tempo de serviço do servidor para 23 anos 2 meses e 16 dias, tornando ilegal a aposentadoria nos termos deferidos. Neste caso, resta ao interessado as seguintes possibilidades: 1) retornar à ativa para completar o tempo de contribuição faltante; 2) recolher as contribuições previdenciárias, referentes ao período rural averbado, e comprovar o tempo averbado como aluno aprendiz, por meio de certidão idônea, os requisitos estabelecidos pelo Acórdão 2.024/2005-Plenário, de forma a manter a aposentadoria nos termos atuais.

“Da certidão do INSS reconhecendo o tempo rural averbado”

38. No que concerne à validade da certidão fornecida pelo INSS, impende destacar que o fato da Universidade de Brasília ter averbado tempo de serviço rural com base em certidão regularmente emitida pelo INSS não vincula a análise do caso concreto. É que o ato de aposentadoria, por ser complexo, só se aperfeiçoa após a apreciação pelo TCU, momento em que, cabe a esta Corte analisar o caso concreto com base na legislação vigente.

“Da alegação de decadência”

39. Em relação à alegação de decadência sustentada pelo interessado, ela não é hábil a afastar a apreciação desta Corte de Contas. Isso porque não se aplica ao TCU o dispositivo previsto no art. 103-A da Lei nº 8.213/91. Ademais, o Supremo Tribunal Federal reconhece não ocorrer decadência contra decisão do TCU, visto tratar-se de ato complexo. Portanto não se pode falar em razoável duração do processo uma vez que a análise dos atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão se dão em diferentes instâncias administrativas culminando na apreciação final de mérito realizada pelo TCU, por força de disposição constitucional. Nesse sentido, não é demais ressaltar que o entendimento jurisprudencial, tanto no âmbito deste Tribunal quanto no do Poder Judiciário, é de que o referido dispositivo legal, ao ser aplicado aos atos de aposentadoria e pensão, conta seu prazo decadencial somente a partir do respectivo registro pelo Tribunal de Contas da União, visto que, em se tratando de ato complexo, só é aperfeiçoado quando de seu registro pelo TCU. Portanto o prazo decadencial não pode ser contado a partir da concessão administrativa, mas sim a partir do exame pelo TCU.

40. Ainda a esse propósito, veja-se o disposto na Decisão 1.020/2000-TCU-Plenário que, por sua vez, cita deliberações do Poder Judiciário:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 219

“a) apreciação da legalidade da aposentadoria, culminada com o respectivo registro, é essencial para que o ato se aperfeiçoe para todos os fins de direito. Negá-la seria negar a própria missão constitucional desta Corte de Contas. Em momento algum trata-se de mero registro mecânico.

b) encontra-se na jurisprudência, reiteradamente, o acolhimento da tese de que a aposentadoria é um ato complexo. Neste sentido, traz-se à colação aresto do Supremo Tribunal Federal – STF, cuja ementa assim declara:

“APOSENTADORIA – ATO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO DA MAGISTRATURA – NATUREZA – COISA JULGADA ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA. O ato de aposentadoria exsurge complexo, somente se aperfeiçoando com o registro perante a Corte de Contas. Insubsistência da decisão judicial na qual assentada, como óbice ao exame da legalidade, a coisa julgada administrativa.‟ (RE- 195861/ES, Relator Ministro Marco Aurélio, Julgamento em 26.08.97- 2ª Turma)”

c) admitindo-se ser complexo o ato de aposentadoria, conclui-se que o prazo para sua anulação começa a fluir a partir do momento em que ele se aperfeiçoa, com o respectivo registro pelo TCU. Assim, ainda que se admita a aplicabilidade da Lei 9.784/99 às atividades de controle externo, o prazo decadencial estabelecido pelo seu art. 54 não constitui um impedimento à apreciação contemplada pelo art. 71, inciso III, da CF.” (...)

41. Por sua vez o mesmo STF, em acórdão proferido em 07.04.2008, ao decidir sobre o MS 25.552, confirmou esse entendimento, conforme se pode verificar dos termos da respectiva ementa – in verbis:

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. APOSENTADORIA DE MAGISTRADO. (...) INAPLICABILIDADE DO ART. 250 DA LEI N. 8.112/1990. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA E OFENSA AO PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS NÃO CONFIGURADAS. 1. (...) 3. O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que, sendo a aposentadoria ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União, o prazo decadencial da Lei 9.784/99 tem início a partir de sua publicação. Aposentadoria do Impetrante não registrada: inocorrência da decadência administrativa. 4. A redução de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não ofende o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Precedentes. 5. Segurança denegada.”

CONCLUSÃO

42. Do exposto, entendo ser possível propor o julgamento do ato em questão pela ilegalidade, em decorrência do erro de execução na sentença judicial que determina o pagamento da vantagem alusiva ao percentual de 26,05% (URP), em razão da inclusão ilegal de tempo rural, para fins de aposentadoria, sem comprovação das devidas contribuições previdenciárias e por conta da inclusão de tempo na condição de aluno aprendiz sem comprovação dos requisitos previstos no Acórdão 2.024/2005-Plenário.

43. No que concerne à URP, não será possível determinar à entidade que faça cessar o pagamento decorrente do ato impugnado. Em relação aos tempos expurgados, averbados como rural e na condição de aluno aprendiz, cabe informar ao interessado as opções descritas no subitem 37 desta instrução.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

44. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegal e recusar registro ao ato de concessão de aposentadoria de Adelce Pinto de Queiroz (CPF: 096.897.701-44) em decorrência do erro de execução na sentença judicial que determina o pagamento da vantagem alusiva ao percentual de 26,05% (URP); em razão da inclusão de tempo rural sem comprovação das devidas contribuições previdenciárias e por conta

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da inclusão de tempo na condição de aluno aprendiz sem comprovação dos requisitos previstos no Acórdão 2.024/2005-Plenário, com a adoção das seguintes medidas:

a) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento, pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal;

b) determinar à Universidade de Brasília que:

b.1) acompanhe o deslinde do MS nº 28.819/DF que se encontra pendente de julgamento no STF, e caso a decisão final seja desfavorável à interessada, faça cessar os pagamentos decorrentes do ato em tela, promovendo, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente;

b.2) dê ciência ao interessado da deliberação desta Corte de Contas, alertando-o que a interposição de eventuais recursos não o eximirá da devolução dos valores recebidos indevidamente após a notificação desta deliberação, no caso desse recurso não ser provido;

b.3) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que o interessado tomar conhecimento da decisão desta Corte.

b.4) esclareça ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz sobre as possibilidades de:

b.4.1) comprovar o recolhimento das contribuições previdenciárias, de forma indenizada, do período de atividade rural e comprovar o tempo averbado na condição de aluno aprendiz, por meio de certidão idônea, os requisitos estabelecidos pelo Acórdão 2.024/2005-Plenário, hipótese em que a autoridade administrativa responsável poderá emitir novo ato, livre da irregularidade ora apontada, e submetê-lo a nova apreciação por este Tribunal, com fundamento nos artigos 262, § 2º, e 260, caput, do Regimento Interno desta Corte;

b.4.2) retornar à atividade para completar os requisitos legais para aposentadoria, alertando-o que esta dar-se-á pelas regras vigentes no momento da concessão.”

2. O Ministério Público junto ao TCU (peça 14) anuiu à proposta precedente.

É o Relatório.

VOTO

O ato de aposentadoria do Sr. Adelce Pinto de Queiroz, ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília – FUB, recebeu inicialmente proposta de julgamento pela ilegalidade no âmbito do processo TC – 028.228/2009-0, contudo, constatado que havia ingressado nesta corte há mais de 5 (cinco) anos, foi determinada sua desautuação para que fosse oportunizado o contraditório e a ampla defesa à interessada, a teor do que dispõe do Acórdão 587/2011 – Plenário.

2. Assim, foi o interessado instado a se manifestar acerca das seguintes irregularidades presentes no seu ato de aposentadoria:

1) erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento da URP (26,05%), o qual consiste no pagamento dessa parcela sem considerar, para fins de absorção, as novas estruturas remuneratórias implantadas após o provimento jurisdicional;

2) contagem irregular de tempo de serviço rural, sem a comprovação das devidas contribuições previdenciárias;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 221 3) inclusão irregular no tempo de serviço contado para aposentadoria, de tempo como aluno-aprendiz, sem atender aos requisitos constantes do Acórdão 2024/2005-Plenário.

3. Realizada a oitiva do interessado, o mesmo apresentou os argumentos que tem por necessários a justificar a concessão sob exame, as quais foram devidamente sintetizados pelo parecer integrante do relatório precedente, cujas conclusões ratifico e incorporo às minhas razões de decidir.

4. No tocante ao erro na execução da sentença judicial que determinou o pagamento de percentual relativo à URP (26,05%), este Tribunal tem, reiteradamente, decidido que os pagamentos dos percentuais oriundos de planos econômicos não se incorporam aos salários, em caráter permanente, pois têm natureza de antecipação salarial, sendo devido somente até a reposição das perdas salariais havidas no ano anterior, o que ocorre na primeira data-base posterior à antecipação concedida, salvo quando expressamente determinado no comando da decisão judicial e na forma de vantagem pessoal nominalmente identificada, sujeita exclusivamente aos reajustes gerais do funcionalismo.

5. No caso, a manutenção do pagamento da URP, após as mudanças remuneratórias ocorridas na carreira do ex-servidor, importa em verdadeiro bis in idem, de modo que, se corretamente aplicada a decisão judicial concessiva, a parcela inquinada há muito deveria ter sido extinta, razão por que ilegal a continuidade de sua percepção.

6. No entanto, como salientou a unidade técnica, o pagamento da vantagem em tela encontra-se protegido por força de decisão judicial, em caráter liminar, nos autos do MS n.º 28.819/DF, que tramita no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Ante essa circunstância, este Tribunal, embora possa considerar ilegal o ato em exame, deve abster-se de determinar a suspensão de seu pagamento, em respeito à ordem judicial.

7. Quanto à inclusão indevida de períodos laborados na atividade rural e na condição de aluno aprendiz no cômputo do tempo de serviço para aposentadoria, consoante salientou a unidade técnica, o interessado não logrou juntar aos autos documentos comprobatórios de suas alegações.

8. Em consequência, no tocante ao tempo rural, deve a ele ser esclarecido sobre a possibilidade de comprovar o recolhimento das contribuições previdenciárias, de forma indenizada, em consonância com o entendimento consagrado no Acórdão 1.893/2006 – Plenário e ratificado pelo Supremo Tribunal Federal (MS 26.919/DF). Da mesma forma, quanto ao tempo de aluno-aprendiz, a sua comprovação deve ser feita mediante certidão idônea e que atenda aos requisitos do Acórdão 2.024/2005 – Plenário.

9. Ainda, também deve ser esclarecido ao interessado da possibilidade de retornar à atividade para completar os requisitos legais para aposentadoria, caso não logre comprovar os períodos antes mencionados, vez que, desconsiderando-os, conta somente com 23 anos 2 meses e 16 dias de tempo de serviço, tempo insuficiente para a concessão da aposentadoria.

10. Pondero aqui que, na espécie, não há se falar em qualquer violação ao princípio da segurança jurídica, tendo em vista o longo prazo decorrido desde a aposentação do interessado, ocorrida em 15/5/1996, e a apreciação do seu ato por este Tribunal, sobretudo considerando que os atos de aposentadoria e pensão somente se tornam válidos com o seu registro pelo TCU, a teor do art. 71, inciso III, da Constituição Federal.

11. Com efeito, o entendimento que se firmou nesta Corte é de que o transcurso do tempo não motivo é suficiente para convolar atos ilegais em legais, sendo que tal conclusão somente pode ser afastada em situações excepcionais, a exemplo da impossibilidade de o interessado regressar à atividade para completar o tempo de serviço faltante. Não é o caso dos autos, já que atualmente conta o interessado com aproximadamente 59 (cinquenta e noventa) anos de idade, havendo, assim, possibilidade de retorno ao trabalho.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 222 12. Por oportuno, transcrevo excerto do Voto condutor do Acórdão 5159/2011 – 2ª Câmara, da minha relatoria, em que se questão semelhante foi travada:

“3. Com relação ao mérito, verifico que tanto a Serur quanto o Ministério Público, ratificando o entendimento do juízo a quo, atestam a insuficiência da documentação apresentada pelos interessados com vistas à averbação do tempo de aluno-aprendiz. Divergem, contudo, quanto à extensão da incidência do princípio da segurança jurídica aos casos em tela.

4. No entender da unidade técnica, o transcurso de mais de 10 anos entre a emissão dos atos em análise e a sua apreciação por este Tribunal seria motivo suficiente para convolá-los, sendo a solução mais adequada ao ordenamento jurídico vigente a manutenção das aposentadorias dos interessados nos moldes em que foram expedidas. Dessa forma, propugna pelo conhecimento e provimento dos recursos.

5. O Parquet especializado, por sua vez, sustenta que a aplicação do princípio da segurança jurídica em caso de registro de aposentadoria, convolando atos ilegais, não se deve dar de forma indiscriminada, justificando-se somente em casos especialíssimos, em que a ilegalidade e a negativa de registro do ato de concessão impliquem a total supressão de meios de subsistência do beneficiário. Nesse sentido, defende que somente o ato em favor do Sr. Luiz de Lourdes Bernardo Curado deva ser considerado legal, haja vista o beneficiário ter atualmente 72 anos, o que impossibilita seu retorno à atividade. Com relação aos demais, entende que deva ser mantido o julgamento anterior pela ilegalidade.

6. Com efeito, entendo que assiste razão à linha defendida pelo Ministério Público. Tal posicionamento reflete o entendimento majoritário vigente nesta Corte de Contas após longos debates acerca da aplicabilidade do princípio da segurança jurídica para fins de registro de atos de aposentadoria eivado de vícios.

7. Sobre o tema, muito embora considere que o referido princípio seja de grande importância em nosso ordenamento jurídico, entendo que sua aplicação deva ser ponderada frente a outros primados com assento constitucional, a exemplo dos princípios da legalidade e da isonomia.

8. Dessa maneira, o exame dos atos em apreço deve ser mais abrangente e, de maneira isonômica, seguir o disposto na pacífica jurisprudência desta Corte de Contas, de modo a permitir que o tratamento ora concedido aos recorrentes seja similar àquele concedido aos demais beneficiários cujos atos outrora foram submetidos ao descortino deste Tribunal, ou seja, devem ser observados o atendimento aos requisitos previstos no Acórdão 2.024/2005-Plenário e o tratamento dispensado aos atos antigos.

9. Ressalva a esse entendimento, como bem salientou o ilustre representante do Parquet, somente seria cabível nos casos em que o julgamento pela ilegalidade, com a consequente negativa de registro do ato, colocasse em risco a subsistência do ex-servidor.

10. A propósito, esse mesmo entendimento foi sustentado pelo Exmo. Ministro Walton Alencar Rodrigues no voto condutor do recente Acórdão 1.747/2011-1ª Câmara, que, por elucidativo, reproduzo a seguir:

‘No mérito, deixo de acolher a tese de que o transcurso de tempo entre a emissão do ato concessório e o seu julgamento por este Tribunal autoriza ou convalesce atos eivados de vícios, convolando atos ilegais em legais e permitindo a continuidade de pagamentos absolutamente irregulares.

Em casos especialíssimos, em que a ilegalidade e a negativa de registro do ato de concessão impliquem a total supressão dos meios de subsistência do beneficiário, as teses da segurança jurídica e da proteção da confiança do administrado podem incidir com mais rigor.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 223

Mas no caso concreto, os atos foram considerados ilegais pela Unidade Técnica e pelo Ministério Público, não se enquadrando na excepcional hipótese.

Se da recusa do registro dos atos concessórios resultar a exclusão de parcela dos proventos, ou, apenas, a sua redução, sem drástico comprometimento da sobrevivência dos ex-servidores, deve plenamente prevalecer o princípio da legalidade, observada a dispensa das importâncias indevidamente percebidas de boa fé pelos interessados, nos termos do Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU.

O Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU já alberga a proteção da segurança jurídica do interessado, que não agiu de má-fé no recebimento dos valores indevidos até o julgamento pela ilegalidade e negativa de registro do ato pelo TCU, ao dispensar a restituição, pelo beneficiário, das importâncias até então percebidas.

Por esse motivo, o Tribunal não deve apoiar-se na demora injustificada da apreciação para convolar em legais, de forma indiscriminada, atos ilegais. Esta ação do TCU agrava sobremaneira o déficit da previdência do serviço público, uma vez que as concessões irregulares de aposentadorias transformam-se em futuras pensões e perduram por gerações.

Ademais, admitir o pagamento de parcela ilegal, apenas em razão do longo tempo em que vem sendo paga, seria premiar o servidor que, por algum motivo, teve a análise de seu processo retardada, comparativamente àquele cuja análise do processo foi tempestiva.

11. Já no âmbito desta Câmara, dentre outros julgados, a matéria foi tratada com primazia pelo Exmo. Ministro Aroldo Cedraz no voto condutor do Acórdão 713/2011. Na oportunidade, este Colegiado negou provimento a recurso interposto por ex-servidor com vistas a reformar deliberação que considerou ilegais os fundamentos de sua aposentadoria. Segue abaixo excerto do voto que fundamentou a decisão:

‘5.6. No tocante à aplicação ao caso do princípio da segurança, em virtude do transcurso do período de mais de dez anos entre a emissão do ato e a apreciação deste pelo Tribunal, com as vênias de estilo por discordar da posição da Serur, acompanho as conclusões do Ministério Público, pelos motivos a seguir enumerados.

5.7. Há que se ressaltar, em primeiro lugar, que quase a totalidade da jurisprudência do STF apontada pela Unidade Técnica para apoiar sua defesa da aplicação do princípio da segurança jurídica não diz respeito a atos de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, mas sim a processos de fiscalização.

5.8. Naqueles julgados, a Corte Suprema de Justiça, de fato, reconheceu a impossibilidade de invalidação, pelo Tribunal, de situações pessoais constituídas há longo tempo. Tratava-se, todavia, de atos simples, aperfeiçoados há mais de cinco anos.

5.9. Esse entendimento, é óbvio, não se aplica a atos de natureza complexa, como é o caso do ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, que somente se aperfeiçoa após o registro por esta Corte de Contas, conforme reconhece a jurisprudência do próprio STF (MS 25.552 e outros).

5.10. Friso, também, que o Supremo Tribunal, ao apreciar mandados de segurança contra deliberações do TCU que consideraram ilegais atos de concessão publicados há mais de cinco anos, fez uso dos princípios da segurança jurídica, da boa-fé do administrado e da presunção de legalidade do ato administrativo não para considerar legais os atos apreciados, mas tão somente para justificar a necessidade de, antes da formação de um juízo sobre o mérito, ser promovida por este Tribunal a oitiva dos interessados, em homenagem também aos princípios do contraditório e da ampla defesa (MS 25.403, 25.116, 24.268, entre outros).

5.11. Por outro lado, consoante apontado pelo Ministério Público, existem diversos julgados do STF em que foi negado pedido de liminar para suspender os efeitos de decisão deste Tribunal que

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 224

considerou ilegal aposentadoria em razão da utilização de tempo de aluno-aprendiz sem a comprovação do labor do então estudante na execução de encomendas e da remuneração percebida, mesmo na hipótese em que o julgamento tenha ocorrido há mais de dez anos da concessão.

5.12. Conforme, ainda, assinalado pelo Parquet especializado, "No mesmo sentido, em diversos julgados, as decisões deste Tribunal pela ilegalidade de aposentadorias que envolvem o cômputo de tempo rural sem a respectiva contribuição previdenciária, ainda que tardias, são mantidas pelo STF, sob o fundamento de que a concessão de aposentadoria é ato complexo que não se aperfeiçoa enquanto não registrado pelo TCU’.

5.13. Verifica-se, portanto, com base nos pronunciamento do próprio STF, que a aplicação do princípio da segurança jurídica não pode ter a extensão que pretende lhe emprestar a Serur e, com isso, legalizar, pelo simples transcurso do tempo, situações constituídas em franco desacordo com o ordenamento jurídico.

5.14. Reconheço que, sempre que possível, esta Corte deve procurar resguardar situações fáticas há muito consolidadas. Mas tal procedimento não deve ser adotado de forma indiscriminada ou absoluta, desvinculada das peculiaridades de cada caso concreto e da ponderação com o princípio da legalidade. É preciso também considerar, sempre, a reversibilidade ou não da situação examinada e a monta do prejuízo causado ao interessado, fatores que, em minha opinião, devem ser os principais critérios de aferição do recurso à segurança jurídica.

5.15. Assim, a aplicação do princípio da segurança jurídica em detrimento do princípio da legalidade, no exame de ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão há muito publicado, deve ocorrer apenas em caso extremo, quando for irreversível a situação fática do interessado ou insuportável o prejuízo a este causado. Seriam as hipóteses, apenas para citar alguns exemplos, de morte, de ultrapassagem de idade para retorno à atividade, de inviabilidade da subsistência em razão da perda de renda ou da absoluta impossibilidade de preenchimento de algum requisito legal.’

12. Dessa forma, cumpre verificar se os atos de aposentadoria ora em exame se adéquam às situações excepcionais cuja não-aplicação do princípio da segurança jurídica poderá acarretar a total supressão dos meios de subsistência dos beneficiários.

13. Assim como asseverado pelo Ministério Público, diante do caso concreto, entendo que essa excepcionalidade deve abarcar somente a situação do Sr. Luiz de Lourdes Bernardo Curado. Consoante se verifica dos autos, o recorrente, que houvera averbado 3 anos, 4 meses e 2 dias como tempo de aluno-aprendiz, aposentou-se em 30/10/1998 com proventos proporcionais, no patamar mínimo de 30/35. A rigor, mesmo favorecido pela Súmula TCU 74, deveria retornar à atividade para completar o tempo de contribuição necessário à concessão do benefício. No entanto, o ex-servidor conta, hoje, com 72 anos, fato que inviabiliza essa medida e justifica a manutenção de sua situação fática, com esteio no princípio da segurança jurídica.

14. Em situação divergente encontram-se os demais interessados.

15. O Sr. Asael Andrade de Albuquerque, inativo desde 8/5/1998, possui, atualmente, 64 anos, sendo que o tempo de aluno-aprendiz averbado foi de 1 ano, 9 meses e 27 dias. Excluindo-se esse período de seu tempo de serviço para aposentadoria e se aplicando o entendimento da Súmula TCU 74, o interessado poderá continuar aposentado com proventos proporcionais da ordem de 32/35.

16. Situação análoga é verificada no caso do Sr. Francisco Augusto Pessoa, 62 anos, inativo desde 14/11/1997. Ao se desconsiderar os 3 anos, 9 meses e 6 dias averbados como tempo de aluno-aprendiz e aplicar a Súmula TCU 74, poderá o interessado permanecer aposentado proporcionalmente à razão de 30/35.

17. Com relação a esses dois responsáveis, cumpre registrar que constam do sistema SisacNet novos atos de aposentadoria a eles favoráveis emitidos pela Câmara dos Deputados, nos quais não

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 225

foram considerados os tempos averbados como aluno-aprendiz. De acordo com o sistema, tais atos foram disponibilizados ao TCU para apreciação de sua legalidade em 5/1/2011.

18. Por fim, os Srs. Edson José Guimarães e Sidraque Pinheiro da Silva, atualmente com 56 e 64 anos, respectivamente, devem retornar à atividade por não possuírem tempo de serviço mínimo para a aposentadoria.

19. O primeiro aposentou-se em 8/5/1998, com 32 anos, 10 meses e 14 dias de tempo de serviço. Descontando-se o tempo como aluno-aprendiz averbado (3 anos, 9 meses e 18 dias), o ex-servidor contará com 29 anos e 26 dias. Ainda que acrescido a esse tempo os 7 meses e 7 dias correspondentes ao período compreendido entre a data da concessão do benefício e a data da entrada em vigor da Emenda Constitucional 20/1998 (15/12/1998), nos termos da Súmula TCU 74, não seria permitida a inativação, mesmo que proporcional, pelas regras anteriores à referida emenda.

20. Já o segundo aposentou-se com 30 anos, 2 meses e 8 dias de tempo de serviço, dos quais 11 meses e 4 dias foram averbados como tempo de aluno-aprendiz. Excluindo-se o período impugnado, o interessado contará com 29 anos, 3 meses e 4 dias. Ainda que seja aplicado ao caso vertente o entendimento da Súmula TCU 74, contando como tempo de serviço o período compreendido entre a data publicação da aposentadoria (7/8/1998) e a data da entrada em vigor da EC 20/1998 (4 meses e 8 dias), não estariam satisfeitos os requisitos exigidos pela legislação vigente para a sua aposentação.”

13. Por fim, relativamente ao acompanhamento do deslinde do referido mandado de segurança, em consonância à orientação expedida pela Questão de Ordem aprovada pelo Plenário em 8/6/2011, cópia da deliberação a ser adotada deve ser encaminhada ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Advocacia-Geral da União, dando-se, ainda, ciência à Consultoria Jurídica deste Tribunal e à UnB, essa para que, no caso de decisão desfavorável ao interessado, adote as medidas cabíveis com vistas a suspender o pagamento da parcela, assim como reaver os valores pagos indevidamente, nos termos do art. 46 da Lei 8.112/90, a partir do mês subsequente ao da prolação da presente decisão.

14. Com essas considerações, acolho a proposta da unidade técnica de se julgar o ato ilegal, bem assim de expedir as determinações alvitradas, sem prejuízo das adequações de formas e redações pertinentes.

Ante o exposto, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9898/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 015.398/2011-0.

2. Grupo I – Classe V – Assunto: Aposentadoria.

3. Interessado: Adelce Pinto de Queiroz (096.897.701-44).

4. Entidade: Fundação Universidade de Brasília – FUB.

5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.

7. Unidade técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 226 8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de ato de aposentadoria em favor do Sr. Adelce Pinto de Queiroz, ex-servidor da Fundação Universidade de Brasília – FUB.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no art. 39, inciso II, da Lei n.º 8.443/1992, considerar ilegal o ato de aposentadoria em nome de Adelce Pinto de Queiroz, negando-lhe o respectivo registro;

9.2. dispensar a reposição das importâncias indevidamente percebidas pelo interessado, de boa-fé, a teor da Súmula TCU nº 106;

9.3. determinar à Universidade de Brasília que:

9.3.1. no prazo de até 30 (trinta) dias, esclareça ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz sobre as seguintes possibilidades:

9.3.1.1 comprovar o recolhimento das contribuições previdenciárias, de forma indenizada, do período de atividade rural e comprovar o tempo averbado na condição de aluno aprendiz, por meio de certidão idônea e que atenda aos requisitos estabelecidos pelo Acórdão 2.024/2005-Plenário, hipótese em que a autoridade administrativa responsável poderá emitir novo ato, livre da irregularidade ora apontada, e submetê-lo a nova apreciação por este Tribunal, com fundamento nos artigos 262, § 2º, e 260, caput, do Regimento Interno desta Corte;

9.3.1.2. retornar à atividade para completar os requisitos legais para aposentadoria, alertando-o que esta dar-se-á pelas regras vigentes no momento da concessão;

9.3.1.3. caso não atendidas, alternativamente, as condições estabelecidas nos subitens anteriores, faça cessar, ao término do prazo fixado, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;

9.3.2. em caso de sentença judicial desfavorável ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz, faça cessar os pagamentos da parcela referente à URP (26,05%), promovendo, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a restituição ao erário dos valores pagos indevidamente a partir do mês subsequente ao do presente Acórdão.

9.4. dar ciência deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao interessado alertando-o de que a interposição de eventual recurso não o eximirá da devolução dos valores recebidos indevidamente após a notificação desta deliberação, no caso desse recurso não ser provido;

9.5. encaminhar cópia da presente deliberação ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da Advocacia-Geral da União, para que acompanhe a decisão judicial que atualmente assegura ao Sr. Adelce Pinto de Queiroz o pagamento da referida parcela de URP, informando a este Tribunal o seu desfecho;

9.6. dar ciência desta deliberação à Consultoria Jurídica deste Tribunal.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9898-38/11-2. 13. Especificação do quorum:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 227 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – Segunda Câmara TC 018.120/2010-5 Natureza: Tomada de Contas Especial Unidade: Prefeitura Municipal de Nova Esperança do Piriá - PA (84.263.862/0001-05) Responsável: Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito (332.345.582-72) Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO E MULTA. - Enseja a irregularidade das contas, com a consequente condenação em débito e aplicação de multa, a omissão no dever de prestar contas dos recursos federais transferidos por meio de convênio. RELATÓRIO

Trata-se de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade do Sr. Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito do Município de Nova Esperança do Piriá/PA, no período de 1997 a 2000, instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE em decorrência da omissão no dever de prestar dos recursos repassados à municipalidade durante o exercício de 1998, no valor histórico total de R$ 164.482,00, por força do Convênio n.º 133/96 (fls. 26-31), cujo objeto era promover o atendimento do Programa de Alimentação Escolar – PAE aos alunos matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, da rede municipal, garantindo pelo menos uma refeição diária.

2. A Secretaria Federal de Controle Interno/CGU certificou a irregularidade das contas (fl. 102-verso), tendo a Autoridade ministerial competente, em pronunciamento de fl. 104, atestado haver tomado conhecimento das conclusões do relatório e certificado emitidos, bem como do parecer do Dirigente do órgão de Controle Interno.

3. No âmbito deste Tribunal, o responsável foi regularmente citado, tanto pela via postal (fls. 117-130) quanto pela via editalícia (fls. 131-132), para apresentação de suas alegações de defesa ou comprovação do recolhimento da importância devida, permanecendo, no entanto, silente até o presente momento.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 228 4. Em consequência, a unidade técnica propõe (fls. 139-141) que as contas sejam julgadas irregulares e o responsável condenado em débito, bem assim aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei n.º 8.443, de 1992.

O Ministério Público junto TCU (fl. 145) pôs-se de acordo do encaminhamento precedente.

É o Relatório.

VOTO

Verifica-se que este Tribunal promoveu a regular citação do Sr. Sr. Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito do Município de Nova Esperança do Piriá/PA, que, contudo, deixou transcorrer in albis o prazo que lhe foi fixado para apresentação de suas alegações de defesa ou para recolhimento do débito imputado.

2. Assim, caracterizada a revelia da responsável, há que se dar prosseguimento ao feito, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992.

3. No mérito, tendo em vista que não há nos autos documentação que possibilite a formulação de juízo acerca da boa e regular aplicação dos recursos transferidos à municipalidade para promover o atendimento do Programa de Alimentação Escolar – PAE durante o exercício de 1998, considero pertinente a proposta de julgamento das contas pela irregularidade com imputação de débito, bem assim seja aplicada ao responsável a multa prevista nos arts. 19, caput, e 57 da Lei nº 8.443, de 1992.

Pelo exposto, VOTO por que seja adotado o Acórdão que ora submeto à apreciação desta 2ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9899/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 018.120/2010-5. 2. Grupo I – Classe de Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Joaquim Vicente da Costa (332.345.582-72). 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Nova Esperança do Piriá - PA (84.263.862/0001-05). 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico. 7. Unidade técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará – Secex/PA. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade do Sr. Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito do Município de Nova Esperança do Piriá/PA, no período de 1997 a 2000, instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE em decorrência da omissão no dever de prestar dos recursos repassados à municipalidade durante o exercício de 1998, no valor histórico total de R$ 164.482,00, por força do Convênio n.º 133/96 (fls. 26-31), cujo objeto era promover o atendimento do Programa de Alimentação Escolar – PAE aos alunos matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, da rede municipal, garantindo pelo menos uma refeição diária.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 229

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei n.º 8.443, de 1992, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, alínea “a”, da mesma Lei, julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Joaquim Vicente da Costa, ex-Prefeito do Município de Nova Esperança do Piriá/PA, ao pagamento das quantias abaixo especificadas, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a", do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculada a partir das respectivas datas de ocorrência, até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor:

9.1.1. DATAS DAS OCORRÊNCIAS E VALORES HISTÓRICOS DOS DÉBITOS:

Data Valor R$

12/03/1998 24.796,00 23/04/1998 15.705,00 19/05/1998 16.531,00 26/06/1998 16531,00 22/07/1998 11.571,00 20/08/1998 16.531,00 26/09/1998 17.357,00 21/11/1998 14.878,00 11/12/1998 16.531,00 23/12/1998 14.051,00

9.2. aplicar ao Sr. Sr. Joaquim Vicente da Costa a multa prevista nos arts. 19, caput, e 57 da

Lei n.º 8.443, de 1992, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a", do Regimento Interno), o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente Acórdão até a do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, desde logo, caso venha a ser requerido, o parcelamento do débito em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, esclarecendo que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com o que estabelece o § 2º do art. 217 do mencionado Regimento;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do disposto no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.5. remeter cópia do presente Acórdão, bem como do Voto e Relatório que o fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Pará, na pessoa de seu Procurador-Chefe, para as providências que julgar cabíveis.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9899-38/11-2. 13. Especificação do quorum:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 230 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE VI – Segunda Câmara TC 018.526/2010-1 Natureza: Representação Entidade: Hospital do Andaraí/RJ. Responsáveis: Dásio Lopes Simoes (634.308.947-00); Eric Guimaraes de Souza (090.790.447-50); João Marcelo Ramalho Alves (657.063.905-68) Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. HOSPITAL DO ANDARAÍ/RJ. RELATÓRIO DE GESTÃO. EXERCÍCIO DE 2009. AUSÊNCIA DE INSERÇÃO NO PORTAL DO TCU NA INTERNET. INCLUSÃO A POSTERIORI. CONSTATAÇÃO DE PENDÊNCIA NO RELATÓRIO DISPOBILIZADO PELA ENTIDADE. FIXAÇÃO DE PRAZO PARA CORREÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO DOCUMENTO. DESCUMPRIMENTO DE DETERMINAÇÃO DO TCU (ACÓRDÃO 242/2011 – 2ª CÂMARA). AUDIÊNCIAS DOS RESPONSÁVEIS. RAZÕES DE JUSTIFICATIVA INSUFICIENTES PARA JUSTIFICAR A IRREGULARIDADE. APLICAÇÃO DE MULTA A UM DOS RESPONSÁVEIS. EXCLUSÃO DA REPONSABILIDADE DE OUTRO. DETERMINAÇÃO. RESTITUIÇÃO À UNIDADE TÉCNICA. RELATÓRIO

Cuidam originalmente os presentes autos de Representação formulada pela Secex/RJ acerca

da omissão na inserção no sítio eletrônico do TCU na internet do Relatório de Gestão do Hospital do Andaraí/RJ referente ao exercício de 2009, conforme as disposições contidas no art. 3º da Instrução Normativa TCU nº 57, de 2008, e na Decisão Normativa TCU nº 100, de 2009.

2. No curso do processo, verificou-se que a entidade promoveu a inclusão do mencionado relatório na página do TCU na internet, porém que o documento não atendia completamente as exigências estabelecidas nos normativos de regência, especificamente o item 3 da Parte A do Anexo II da Decisão

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 231 Normativa TCU Nº 100, de 2009, no tocante à informação sobre a “Análise crítica sobre a situação dos recursos humanos”.

3. O relatório limitou-se a apresentar informação vaga quanto à situação dos recursos humanos, enquanto a análise crítica requerida exige a apresentação de diversos esclarecimentos e dados, a teor da Portaria nº 389, de 2009:

“A análise crítica sobre a situação da gestão de recursos humanos no presente e seus efeitos no médio e longo prazo é obrigatória e aplicável a todas as UJ.

Nesse contexto e sem prejuízo de outras abordagens que a UJ considere adequado informar, interessa que a UJ informe sobre:

- Adequação quantitativa e qualitativa dos quadros à missão organizacional;

- Adequação dos quantitativos de área-meio em relação à área-fim;

- Desempenho funcional dos servidores e funcionários;

- Necessidades de redução ou ampliação do Quadro de recursos humanos, tanto próprio, quanto terceirizado;

- Necessidades de renovação do Quadro próprio de recursos humanos no médio e longo prazo.

- Planos de capacitação do Quadro de recursos humanos;

- Efeitos dos Planos demissionais, quando existentes;

- Impactos da terceirização na produtividade da UJ;

- Política remuneratória da UJ;

- Situação e evolução do passivo trabalhista vinculado à UJ;

- Cumprimento do cronograma e medidas adotadas pelo órgão ministerial supervisor para substituição das terceirizações indevidas de atividades finalísticas da administração pública, quando houver.”

4. Em face disso, foi proferido o Acórdão 242/2011 – TCU – 2ª Câmara (Relação nº 1/2011, do meu Gabinete), nos seguintes termos:

“Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento

nos arts. 143, inciso III, 237, inciso VI e parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, em conhecer da representação adiante relacionada, e fazer as determinações abaixo transcritas, autorizando-se o subsequente arquivamento do processo:

1. Processo TC-018.526/2010-1 (REPRESENTAÇÃO)

1.1. Interessada: Secretaria de Controle Externo - RJ (SECEX-RJ)

1.2. Entidade: Hospital do Andaraí - RJ

1.3. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RJ (SECEX-RJ)

1.4. Advogado constituído nos autos: não há.

1.5. Determinar, com base no art. 5º da Decisão Normativa TCU nº 100/2009, ao Hospital de Andaraí - RJ que, observe o prazo fixado na referida Decisão Normativa para apresentação do relatório de gestão e, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência desta deliberação, atenda ao disposto no Anexo à Portaria TCU nº 389, de 21 de dezembro de 2009, no que concerne à análise crítica sobre a situação dos recursos humanos da unidade, exigência prevista no Item 3 da Parte A

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 232

do Anexo II da DN TCU nº 100/2009, devendo substituir o relatório de gestão, postado em 22/10/2010, Portal do TCU na internet.”(grifo nosso)

5. A SeceX/RJ, ao promover o acompanhamento da deliberação, constatou que o conteúdo do relatório de gestão não foi modificado, razão pela qual realizou as audiências dos Srs. João Marcelo Ramalho Alves e Dasio Lopes Simões, na condição de Diretores do Hospital Federal do Andaraí – RJ, quanto ao descumprimento da deliberação mencionada.

6. Transcrevo, a seguir, a instrução conclusiva constante das fls. 47-50, aprovada pelo corpo diretivo da unidade técnica, que examinou as razões de justificativa apresentadas e da qual consta a proposta de encaminhamento da Secex/RJ:

“(...)

3. As audiências foram recebidas pelos destinatários em 12/5/2001, conforme os avisos de recebimento (AR) de fls. 34 e 36.

4. As razões de justificativas dos Srs. Dásio Lopes Simões (atual diretor da unidade) e João Marcelo Ramalho Alves (ex-diretor) podem ser observadas, às fls. 37/38 e 44/45, respectivamente, sendo que o teor é exatamente o mesmo para ambas.

5. Preliminarmente à análise das razões apresentadas, destacamos que, até a presente data, o relatório de gestão constante no site do TCU é o mesmo postado em 22/10/2010, conforme verificação efetuada junto ao Serviço de Gestão da Prestação de Contas-TCU e no sistema SISDOC. Sendo assim, o item nº 1.5 do Acórdão nº 242/2011 - TCU - 2ª Câmara, permanece sem atendimento.

ANÁLISE

6. Os responsáveis iniciam suas razões alegando que solicitaram prorrogação do prazo de entrega do mencionado relatório de gestão para 30/4/2011. No decorrer de suas defesas, às fls. 37/38 e 44/45, respectivamente, alegam o que segue:

(...) Ressaltamos que o atraso na entrega se deu pelas dificuldades encontradas na elaboração do mesmo, haja vista que o prazo legal não foi suficiente para o levantamento completo dos dados necessários à sua preparação, justificado pelos fatos supervenientes a esta administração decorridos em 2010, tais como falta de orçamento e liberação de recursos imprescindíveis ao funcionamento deste nosocômio, o que causou grandes transtornos à gestão hospitalar como será evidenciado na leitura do próprio relatório.

Ainda destacamos que houve alteração do quadro de pessoal pela mudança da gestão e equipe administrativa no início do ano corrente, sendo necessário um período de adaptação, repasse das atividades e históricos dos processos, que apesar de já resolvido, inicialmente potencializou nossas dificuldades de processamento do relatório em questão.

7. Diante das justificativas acima, entendemos que as dificuldades administrativas apontadas pelos responsáveis não justificam a demora no envio do relatório de gestão, levando em conta o tempo decorrido (106 dias úteis, aproximadamente) desde o recebimento da comunicação do acórdão mencionado (AR, às fls. 27).

CONCLUSÃO

8. As razões de justificativas apresentadas pelos Srs. Dásio Lopes Simões - CPF. 634.308.947-00 (na condição de atual diretor da unidade gestora) e João Marcelo Ramalho Alves - CPF. 657.063.905-68 (na condição de ex-diretor da unidade) não contêm elementos suficientes e capazes de justificar a demora (superior a 100 dias úteis) no envio do relatório de gestão referente ao

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 233

exercício de 2009, com as alterações determinadas no item nº 1.5 do Acórdão 242/2011 - TCU - 2ª Câmara.

9. Concluímos pela rejeição de ambas as razões de justificativas e aplicação da multa prevista no inciso IV do art. 58 da Lei nº 8.443/92, c/c com o inciso VII do art. 268 do RI/TCU para os dois responsáveis (individualmente), com a fixação do prazo de 30 dias para que direção do Hospital Federal do Andaraí envie o relatório de gestão relativo ao exercício de 2009 com as correções determinadas no acórdão citado, sob pena de aplicação de nova multa por reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal de Contas da União, de acordo com o preceituado no inciso VII, do art. 58, da Lei nº 8.443/1992.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

10. Do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo a adoção das seguintes medidas:

a) rejeitar as razões de justificativas apresentadas pelos responsáveis Srs. Dásio Lopes Simões - CPF. 634.308.947-00 (atual diretor do Hospital Federal do Andaraí) e João Marcelo Ramalho Alves - CPF. 657.063.905-68 (na condição de ex-diretor);

b) aplicar, individualmente, aos responsáveis, os Srs. Dásio Lopes Simões - CPF. 634.308.947-00 e João Marcelo Ramalho Alves - CPF. 657.063.905-68, a multa prevista no inciso IV do art. 58 da Lei nº 8.443/1992, c/c com o inciso VII do art. 268 do RI/TCU, fixando-lhes o prazo de 15 dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, em razão do não cumprimento da determinação expressa no item 1.5 do Acórdão 242/2011-TCU-2.ª Câmara, no prazo estabelecido;

c) autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida nos termos do inciso II do art. 28 da Lei nº 8.443/1992, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir do dia seguinte ao término do prazo, até a data do recolhimento, caso não atendidas as notificações pertinentes ao item anterior, na forma da legislação em vigor;

d) autorizar, caso requerido pelos responsáveis especificados no item a, o pagamento da dívida em 24 parcelas mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443/1992, c/c art. 217 do RI/TCU, fixando-lhes o prazo de 15 dias, a contar do recebimento das notificações, para que comprovem perante o Tribunal o recolhimento da primeira parcela, e de trinta dias, a contar da parcela anterior, para que comprovem os recolhimentos das demais parcelas, devendo incidir sobre cada valor mensal, atualizado monetariamente, os juros de mora devidos, na forma prevista na legislação em vigor; e

e) determinar à Direção do Hospital Federal do Andaraí que, no prazo de 30 dias, encaminhe o relatório de gestão relativo ao exercício de 2009, contendo as alterações determinadas no item nº 1.5 do Acórdão 242/2011 - TCU - 2ª Câmara, sob pena de aplicação de nova multa por reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal de Contas da União, de acordo com o previsto no inciso VII, do art. 58, da Lei nº 8.443/1992.”

É o Relatório.

VOTO

Examinam-se nesta oportunidade as razões de justificativa apresentadas pelos Srs. João Marcelo Ramalho Alves e Dásio Lopes Simões, na condição de Diretores do Hospital Federal do Andaraí – RJ, quanto ao descumprimento do comando contido no Acórdão 242/2011 – 2ª Câmara (Relação nº 01/2011 – Gab. Ministro José Jorge), que determinou a adequação do conteúdo do Relatório de Gestão

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 234 do Hospital do Andaraí/RJ (exercício de 2009) aos normativos do TCU sobre o tema, mediante a substituição do documento disponibilizado no Portal do TCU na internet.

2. A referida deliberação foi motivada pelas tentativas frustradas da Secex/RJ junto ao Hospital do Andaraí/RJ, no sentido da observância, no concernente ao Relatório de Gestão de 2009, das disposições da Decisão Normativa nº 100/2009 c/c a Portaria TCU nº 389/2009, num primeiro momento quanto à inserção do documento em si no Portal do TCU, num segundo quanto ao seu conteúdo, em desacordo com as orientações expedidas por este Tribunal.

3. Conforme a instrução da Secex/RJ, os responsáveis apresentaram defesas de idêntico teor, as quais, contudo, não foram acolhidas pela unidade técnica sob o fundamento principal de que as alegadas dificuldades administrativas não justificam a demora no envio do relatório de gestão corrigido, considerando o tempo decorrido (106 dias úteis, aproximadamente) desde a ciência da determinação expedida.

4. Em conclusão, a unidade técnica propõe a rejeição das razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Dásio Lopes Simões, com aplicação da multa pelo descumprimento da determinação, e a não-responsabilização do Sr. João Marcelo Ramalho Alves, tendo em vista que sua exoneração do cargo de Diretor do hospital ocorreu trinta dias antes do término do prazo fixado para o cumprimento da deliberação.

5. Talvez a materialidade da ocorrência não ensejasse a sanção proposta pela Secex/RJ e essa era minha percepção inicial ao ter contato com o presente processo. No entanto, após compulsar devidamente os autos, e à vista das diversas comunicações expedidas pela unidade técnica à entidade, observo a postura recalcitrante dos responsáveis da entidade no descumprimento das normas emanadas deste Tribunal e, no específico caso do Sr. Dásio Lopes Simões, atual dirigente do Hospital do Andaraí/RJ, o descaso para com a determinação proferida, em que pese tenha dela tido conhecimento, o que, a meu ver, justificam a medida sugerida.

6. Assim, acolho o encaminhamento alvitrado, no sentido de rejeitar as razões de justificativa do Sr. Dásio Lopes Simões, aplicando-lhe a multa prevista no inciso IV do art. 58 da Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo ainda de determinar a adequação do documento em questão, sob pena de aplicação de nova sanção em caso de reincidência, nos termos do inciso VIII do mesmo artigo da Lei nº 8.443, de 1992.

Ante o exposto, VOTO no sentido da deliberação que ora submeto à apreciação do Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9900/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 018.526/2010-1. 2. Grupo I – Classe de Assunto – VI: Representação. 3. Responsáveis: Dásio Lopes Simoes (634.308.947-00); João Marcelo Ramalho Alves (657.063.905-68). 4. Entidade: Hospital do Andaraí/RJ. 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro – Secex/RJ. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 235

VISTOS, relatados e discutidos estes autos referente à Representação formulada pela Secex/RJ acerca da omissão na inserção no sítio eletrônico do TCU na internet do Relatório de Gestão do Hospital do Andaraí/RJ referente ao exercício de 2009, em que se apreciam as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis em face do descumprimento de determinação no Acórdão 242/2011 – 2ª Câmara (Relação nº 01/2011 – Gab. Ministro José Jorge).

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento no art. 58, inciso IV, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o inciso VII do art. 268 do RI/TCU, aplicar ao Sr. Dásio Lopes Simões multa no valor R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do RI/TCU), o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, desde a data do presente Acórdão até a do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.2. autorizar, caso venha a ser requerido, o parcelamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, esclarecendo que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com o que estabelece o § 2º do art. 217 do mencionado Regimento;

9.3. determinar à Direção do Hospital Federal do Andaraí que, no prazo de 30 (trinta) dias, encaminhe o Relatório de Gestão relativo ao exercício de 2009, contendo as alterações determinadas no item nº 1.5 do Acórdão 242/2011 - TCU - 2ª Câmara, sob pena de aplicação de nova multa por reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal de Contas da União, de acordo com o previsto no inciso VII, do art. 58, da Lei nº 8.443/1992;

9.4. restituir os autos à Secex/RJ, para que acompanhe o atendimento da determinação contida no subitem anterior.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9900-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 019.547/2008-4 Natureza: Prestação de Contas Simplificada - Exercício: 2007 Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará - MEC

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 236

Responsáveis: Antonio Cardoso (028.892.342-15); Antonio da Silva Ferro (004.206.542-91); Carlos Fernandes Xavier (017.341.485-00); Carlos Melo Junior (354.564.343-34); Edivaldo Oliveira Santos (225.099.681-49); Edson Ary de Oliviera Fontes (028.745.122-49); José Conrado Azevedo Santos (001.215.332-04); Jose Roberto Pontes do Espirito Santo (105.063.492-68); José Antônio de Freitas Garcia (171.757.552-87); João Antônio Correa Pinto (097.047.012-68); Luiz de Gonzaga da Costa Mascarenhas (043.833.202-44); Luz Marina Sena (174.729.702-04); Manoel Antonio Quaresma Rodrigues (086.151.602-87); Nehemias Medeiros de Oliveira (039.289.502-15); Regina Gloria Pinheiro de Oliveira Silveira (061.727.252-20); Rosangela Correa Moraes (236.673.702-53); Tayan Roberto Silva Martinez (639.446.772-34) Interessado: Controladoria-geral da União/PA - PR Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS. EXERCÍCIO 2007. IMPROPRIEDADES RELACIONADAS À CONDUÇÃO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES E DE SINDICÂNCIA. AUDIÊNCIAS. RAZÕES DE JUSTIFICATIVA ACATADAS E REVELIA DE UM GESTOR. FALHAS FORMAIS E IRREGULARIDADES PASSÍVEIS DE MULTA. CONTAS IRREGULARES DO DIRETOR GERAL DA ENTIDADE. REGULARIDADE COM QUITAÇÃO PLENA DOS DEMAIS GESTORES. DETERMINAÇÃO E CIÊNCIAS. - O Tribunal de Contas da União não é competente para controlar os resultados de processos administrativos disciplinares, inclusive quanto a eventual morosidade dos respectivos procedimentos e decisões. Todavia, o TCU pode determinar aos gestores responsáveis, sob certas circunstâncias, a apuração de fatos e condutas de agentes públicos que sejam prejudiciais ao erário ou que configurem atos de gestão ilegais ou ilegítimos. RELATÓRIO

Cuida-se de Prestação de Contas do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA, relativa ao exercício de 2007.

2. O Órgão Federal de Controle Interno, consoante Relatório de Auditoria às fls. 98/100 – Vol. Principal, considerou regular com ressalva as contas dos gestores: Roberto Magalhães Reis – Presidente de Comissão de Sindicância; Juracy Correa Castro – Presidente de Comissão de Sindicância; Antônio Carlos Pinheiro Teixeira e Bartolomeu José de Barros Júnior – Membros de Comissão de Sindicância; e Edson Ary de Oliveira Fontes – Diretor Geral do CEFET/PA. Os demais responsáveis tiveram suas contas consideradas regulares.

3. Submetidos os autos à Secretaria de Controle Externo no Estado de Mato Grosso do Sul – Secex/MS, essa propôs (fls. 104/119 – Vol. Principal), inicialmente, a audiência dos Srs. Edson Ary de Oliveira Fontes – Daretor Geral; Luz Marina Sena – Diretora de Administração e Planejamento; Carlos

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 237 Melo Júnior – Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos; e de Edvaldo Oliveira Santos – Gerente de Contabilidade e Finanças.

4. Realizadas as audiências, a Secex/MS elaborou instrução às fls. 209/219 – Vol. Principal, cujos principais excertos transcrevo a seguir:

“I. HISTÓRICO

Trata-se de prestação de contas simplificada do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA, referente ao exercício de 2007.

2. Mediante a instrução de fls. 104/119, foi proposta a realização de audiência do Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral, Sra. Luz Marina Sena, Diretora de Administração e Planejamentos, Sr. Carlos Melo Júnior, Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos, e Sr. Edivaldo Oliveira Santos, Gerente de Contabilidade e Finanças, em função das ocorrências lá indicadas.

3. Os responsáveis foram comunicados acerca das audiências, por intermédios dos Ofícios Secex/MS 614/2010 (fl. 122/3), 616/2010 (fls. 127/9), 724/2010 (fls. 152/4) e 758/2010 (149/151), consoante atestam, respectivamente, os documentos de fls. 133, 141, 206 e 207.

4. À exceção da Sra. Luz Marina Sena e do Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, os demais responsáveis apresentaram as devidas razões de justificativa, que se encontram juntadas às fls. 134 e 155/204 dos autos, as quais passamos a analisar.

II. ANÁLISE DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA

A. Responsável: Edivaldo Oliveira Santos (CPF 225.099.681-49), Gerente de Contabilidade e Finanças (fls. 134).

Ocorrência: obstrução ao livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007, contraria o artigo 26 da Lei nº 10.180/2001.

5. Razões de justificativa: Informa que exerceu o cargo de Gerente de Contabilidade e Finanças (GCFIN), de 14/05/2006 a 08/02/2009, período em que atendeu todas as solicitações encaminhadas. Quanto aos processos especificados no Ofício nº 614/2010, alega que, além de serem referentes à gestão anterior, não são da competência da GCFIN, por estarem relacionados a sindicâncias cujas responsabilidades seriam dos seus superiores, quais sejam, Diretoria Geral e de Administração.

6. Análise: As razões de justificativa do responsável devem ser acolhidas, pois trouxe elementos capazes de excluir a sua responsabilidade.

6.1. Todavia, há que se considerar que esse fato foi levado, pela CGU, no período em que realizava fiscalização in loco, ao conhecimento do Diretor Geral, que, por intermédio do Ofício nº 390/2008-GAB, solicitou fosse ‘concedido prazo até o dia 12 de junho de 2008 para que sejam localizados os citados processos e designadas novas comissões de sindicância e de processo administrativo disciplinar’ (f. 87).

6.2. Naquela oportunidade, a equipe da SFCI/CGU entendeu que a falta de disponibilização daqueles processos para analise, em campo, além de contrariar os dispostos no artigo 26 da Lei nº 10.180/2001, ‘impediu que a equipe de auditoria verificasse se houve a conclusão das sindicâncias

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 238

e se os procedimentos adotados na condução dos trabalhos obedeceram aos dispositivos da Lei nº 8.112/90’ (f. 86).

6.3 Muito embora não tenha havido manifestação do dirigente daquela entidade nesta ocasião, o fato serve de base para conferir maior gradação à multa que lhe será proposta, em função de outra irregularidade comentada adiante, sendo mais apropriado, contudo, expedir alerta àquela entidade, para que cumpra o disposto no art. 26 da Lei nº 10.180/2001, evitando-se obstruir o livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, a exemplo do que ocorreu quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007.

B. Responsável: Sr. Carlos Melo Júnior (CPF 354.564.343-34)- Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos (fls. 155/204).

B.1. Ocorrência: ausência de conclusão dos processos de sindicância arrolados a seguir, em face de sucessivas prorrogações dos trabalhos das comissões encarregadas das apurações das irregularidades praticadas por servidores da entidade, conforme apontado no Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008 (contas de 2007), e também nos relatórios da SFCI/CGU referentes às contas dos exercícios de 2002 a 2006, além de contrariar o disposto no artigo 145, parágrafo único, da Lei nº 8.112/90, opera em favor da prescrição da punibilidade dos envolvidos, possibilitando, por conseguinte, a responsabilização dos dirigentes, nos termos do artigo 143 dessa lei.

Processos nºs Objetos Portaria Original

1ª Port. de Prorrogação

2ª Port. de Prorrogação

3ª Port. de Prorrogação

23051.001910/2005-00

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas à empresa TIM.

Port. nº 31, de 23/02/2006

Port. nº 217, de 08/05/2006

Port. nº 169, de 26/02/2007

-

23051.000021/2006-35

Apurar respons. pelo pagto de multas do cartão corporativo.

Port. nº 41, de 23/02/2006

Port. nº 227, de 08/05/2006

Port. nº 168, de 26/02/2007

-

23051.000563/2005-08

Apurar descumprimento de jornada de trabalho/inassidui- dade

Port. nº 301, de 07/07/2005

Port. nº 26, de 23/02/2006

Port. nº 215, de 08/05/2006

Port. 172, de 26/02/2007

23051.001331/2005-59

Apurar pagto de desp. De cópias e desaparecimento de processo.

Port. nº 304, de 07/07/2005

Port. nº 29, de 23/02/2006

Port. nº 216, de 08/05/2006

Port. 171, de 26/02/2007

23051.002651/2005-44

Apurar fatos constantes no Relatório/CGU nº 160758 – itens 7.4.1.1, 7.4.1.2 e 8.1.4.1

Port. nº 34, de 23/02/2006

Port. nº 220, de 08/05/2006

Port. 170, de 26/02/2007

-

23051.002652/2005-25

Apurar fatos constantes no Relatório/CGU nº 160758 – itens 9.1.1.1, 9.1.4.2, 9.1.5.1 e 9.2.1.2

Port. nº 35, de 23/02/2006

Port. nº 221, de 08/05/2006

Port. 180, de 26/02/2007

-

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 239

23051.002650/2005-63

Apurar fatos constantes no Relatório/CGU nº 160758 – itens 10.2.1.1, 10.2.2.1, 8.2.1.1 e 9.1.4.3

Port. nº 36, de 23/02/2006

Port. nº 222, de 08/05/2006

Port. 180, de 26/02/2007

-

23051.000022/2006-16

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas à empresa TIM.

Port. nº 37, de 23/02/2006

Port. nº 223, de 08/05/2006

Port. nº 178, de 26/02/2007

-

23051.000019/2006-10

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas à COSANPA.

Port. nº 38, de 23/02/2006

Port. nº 224, de 08/05/2006

- -

23051.000023/2006-05

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas à REDE CELPA.

Port. nº 39, de 23/02/2006

Port. nº 225, de 08/05/2006

Port. nº 177, de 26/02/2007

-

23051.000020/2006-54

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas à TELEMAR.

Port. nº 40, de 23/02/2006

Port. nº 226, de 08/05/2006

Port. nº 176, de 26/02/2007

-

23051.000025/2006-69

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas à EMBRATEL.

Port. nº 43, de 23/02/2006

Port. nº 214, de 08/05/2006

Port. nº 175, de 26/02/2007

-

23051.000024/2006-88

Apurar respons. pelo pagto de juros e multas aos CORREIOS.

Port. nº 42, de 23/02/2006

Port. nº 228, de 08/05/2006

Port. nº 174, de 26/02/2007

-

7. Razões de justificativa: Informa que os processos questionados apuram situações

concernentes a área administrativa e financeira, não relacionadas, portanto, a gerência de pessoal, na qual atuou de julho/2005 até agosto/2008.

7.1. Esclarece que a Gerência de Desenvolvimento de Recursos Humanos – GDRH era vinculada a uma Diretoria de Administração e Planejamento, que por sua vez, subordinava-se à Direção Geral, não tendo a GDRH, como unidade setorial, atribuições de caráter deliberativo dentro do contexto administrativo do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA.

7.2. Segundo o responsável, havia, na CEFET/PA, a Gerência de Assuntos Estratégicos, de onde eram emitidas as portarias de designações dos membros de comissões de processos de sindicância ou administrativos disciplinares. A GDRH, em situações afetas a área de pessoal, apenas encaminhava memorandos à Diretoria de Administração e Planejamento, contendo as ocorrências, para que esta enviasse ao dirigente máximo, que os enviava à Gerência de Assuntos Estratégicos.

7.3. Explica, fundamentando-se, inclusive, nos artigos 143 e 144 da Lei nº 8.112/90, que as solicitações de prorrogações de prazos dos trabalhos de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares eram apresentadas pelos próprios membros de comissões ao dirigente daquela instituição, a quem competia deliberar acerca de tais assuntos.

7.4. Valendo-se de mais artigos da referida Lei, especificamente o art. 150 e o § 2º do art. 151, assegura que não caberia a GDRH intervir ou supervisionar os trabalhos das comissões, haja vista que as mesmas deveriam resguardar o sigilo dos fatos.

7.5. Sugere a interpelação dos próprios membros das comissões para que apresentem os devidos esclarecimentos pelas ausências de conclusões dos processos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 240

7.6. Ressalta que os mencionados processos não eram arquivados na GDRH, mas na Assessoria da Direção Geral.

7.7. Por fim, juntou cópias de alguns ofícios, nos quais apresentou os mesmos esclarecimentos aqui trazidos às equipes de auditorias que lá fiscalizaram, não podendo, em razão de seu afastamento da CEFET/PA, anexar outros documentos que estariam lá arquivados.

8. Análise: Os argumentos trazidos, em forma de preliminares, são suficientes para afastar a responsabilidade do ex-Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos da CEFET/PA, notadamente pela demonstrada incompetência para deliberar acerca de assuntos relacionados às comissões de sindicância e de processos administrativos disciplinares.

8.1. No mérito, por sua vez, a ausência de elementos de defesa que poderiam ser trazidos pelo Diretor Geral e/ou pela Diretora de Administração e Planejamento, ambos revéis, aliado ao fato de que não houve questionamentos acerca dos citados processos aos membros das comissões envolvidos, não permitem uma análise mais detalhada acerca das razões que culminaram com as irregularidades aqui tratadas.

8.3. Segundo a CGU, a ausência de conclusão dos processos de sindicâncias e suas sucessivas prorrogações de prazos, além de contrariarem o disposto no art. 145 da Lei nº 8.112/90 e sugerirem a responsabilização dos dirigentes, com base no art. 143 da mesma Lei, operam em favor da prescrição da punibilidade dos agentes envolvidos.

8.4. Este último ponto merece ser melhor interpretado, haja vista que a abertura do processo de sindicância interrompe o prazo prescricional, nos termos do art. 142 da Lei 8.112/90, verbis (grifou-se):

‘Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

§ 1°. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

§ 2°. Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.

§ 3°. A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4°. Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção’.

8.5. Portanto, ainda que estejam paralisados os trabalhos, a prescrição fica interrompida até a decisão final a ser proferida pela autoridade competente.

8.6. Quanto ao atraso dos processos e suas respectivas prorrogações de prazo, há que se considerar, primeiramente, que os objetos daqueles processos de sindicâncias envolvem tanto atos de gestão de recursos públicos, tais como pagamentos de juros e multas a várias empresas, como também problemas de ordem disciplinar, como é o caso do de nº 00563/2005-08.

8.7. Os processos que cuidam de aspectos de natureza disciplinar relacionados aos servidores públicos federais não se caracterizam como atos de gestão, tampouco de gestão financeira, tendo o Tribunal já se manifestado, por intermédio do Acórdão nº 495/2008 – Plenário, não ser competente o TCU, jurisdição constitucional especializada, para determinar a instauração ou para controlar resultados de sindicâncias ou de procedimentos administrativos disciplinares, porquanto tais poderes

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 241

não se subsumem às competências constitucionais e legais de que é detentor. A omissão ilegal da autoridade competente resolve-se no âmbito da própria Administração ou no Judiciário.

8.8. Por outro lado, os demais processos podem resultar em dano ou prejuízo ao Erário em razão das práticas adotadas pelos servidores indiciados, situação esta que exigiria a atuação desta Corte, tal qual previsto explicitamente nos arts. 1º, caput, in fine, e 5º, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992.

8.9. Ao que tudo indica, os processos dessa natureza encontram-se paralisados, desde o ano de 2007, sem decisão final, a qual seria de competência do Diretor Geral, autoridade máxima daquela entidade, responsável tanto por promover a apuração imediata da sindicância, como pelas autorizações de prorrogações de prazos, conforme rezam os arts. 143 e 145, parágrafo único, da Lei nº 8.112/90.

8.10. Dessa forma, configurada a omissão do agente público, por não cumprir a lei em assuntos que envolvam a legalidade e legitimidade de atos de gestão e das despesas dela decorrentes, como medida sancionadora, apropriada será a aplicação de multa ao gestor faltoso.

8.11. Além disso, a fim de se corrigir o problema, necessária a intervenção do Tribunal, determinando-se a adoção de providências necessárias, com vistas a se obter a conclusão dos processos de sindicâncias de nºs 23051.001910/2005-00, 23051.000021/2006-35, 23051.001331/2005-59, 23051.002651/2005-44, 23051.002652/2005-25, 23051.002650/2005-63, 23051.000022/2006-16, 23051.000019/2006-10, 23051.000023/2006-05, 23051.000020/2006-54, 23051.000025/2006-69 e 23051.000024/2006-88, cujos resultados deverão ser apresentados nas próximas contas da entidade.

8.12. E considerando, ainda, que dos outros processos de sindicância, os quais poderiam até mesmo ser configurados como práticas de atos de improbidade, também haveria, em tese, a possibilidade de trazerem prejuízos ao erário, seria oportuna a inclusão da sindicância de nº 23051.0000563/2005-08 na determinação ora proposta.

B.2. Ocorrência: ausência de conclusão dos processos administrativos disciplinares arrolados a seguir, em face das sucessivas prorrogações dos trabalhos das comissões encarregadas das apurações das irregularidades praticadas por servidores da entidade (abandono de cargo), conforme apontado no Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008 (contas de 2007), além de contrariar o disposto no artigo 133, §7º, da Lei nº 8.112/90, opera em favor da prescrição da punibilidade dos envolvidos, possibilitando, por conseguinte, a responsabilização dos dirigentes, nos termos do artigo 143 dessa lei.

Processos nºs Objetos Portaria Original

1ª Port. de Prorrogação

2ª Port. de Prorrogação

23051.001183/2005-54 Apurar o abandono de cargo do Professor Francisco Orlando Remígio Lima.

Port. nº 28, de 22/03/2006

Port. nº 165, de 26/02/2007

-

23051.001046/2005-47 Apurar o abandono de cargo do Professor Alberto Rosinaldo do Espírito Santo.

Port. nº 302, de 16/06/2005

Port. nº 27, de 22/03/2006

-

9. Razões de justificativa: O responsável trouxe os mesmos argumentos apresentados no subitem anterior, especificamente quanto à incompetência do setor que dirigia para deliberar sobre assuntos relacionados aos processos em questão. Segundo ele, caberia ao diretor geral apreciar pedidos de prorrogações de prazos emanados dos membros das comissões designadas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 242

9.1. Independentemente disso, alega que informou, à época, a Direção (Diretoria de Administração e Planejamento e a Direção Geral) quanto a esses fatos, oportunidade em que solicitou a abertura de processo administrativo disciplinar nos casos concernentes à área de pessoal.

9.2. Acrescenta que os referidos processos se encontravam com o Presidente da Comissão, quando solicitados pela Equipe de Auditoria, conforme se observa no Memorando s/nº (fl. 179), onde se informa a remessa dos mesmos à GDRH. E o Ofício nº 608/2008, de 16/10/2006, mesma data em que fora recebido os dois processos do Presidente da Comissão, comprova o encaminhamento pelo GDRH (fl. 180).

10. Análise: Independentemente das justificativas trazidas pelo responsável, como se tratam de dois processos administrativos disciplinares em que se apuram casos de abandonos de cargos, portanto sem o envolvimento de atos de gestão, o posicionamento do TCU, publicado através do Acórdão nº 495/2008 – Plenário, é de incompetência absoluta desta Corte para controlar resultados de sindicâncias ou de procedimentos administrativos disciplinares, conforme exposto no item anterior.

10.1. Naquela assentada, inclusive, o Ministro Relator, valendo-se da Súmula/TCU nº 187, entendeu que os problemas de ordem disciplinar, que são processados em sindicância e processo administrativo disciplinar, resolvem-se entre o órgão e seu servidor. Para o Ministro, a regularidade do processo disciplinar deve ser apreciada pelo Poder Judiciário sob o enfoque dos princípios da ampla defesa, do devido processo legal e do contraditório, não estando autorizado a incursionar no chamado mérito administrativo. Ressaltou, inclusive, que as competências do Poder Judiciário são em muito mais extensas que as desta Corte.

10.2. De qualquer modo, é importante frisar que tal entendimento não significa que é desnecessária a comunicação a este Tribunal acerca de procedimentos administrativos disciplinares em andamento na administração pública.

10.3. Os órgãos e entidades públicas federais, por força do art. 15, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, devem comunicar ao TCU a existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade, mesmo porque, em muitos casos de improbidade administrativa, pode haver prejuízo ao erário.

10.3. São inúmeras as medidas que podem ser adotadas a partir dessa notícia. Nesse passo, vale lembrar que esta Corte tem competência legal para aplicar multa por atos ilegais ou ilegítimos praticados por aquele que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos federais, ou seja, por atos de gestão financeira, os quais, de todo modo, podem também ser objeto de apuração no âmbito do PAD.

10.4. Da mesma forma, ao apreciar um relatório final de PAD, este Tribunal também avalia a adequabilidade dos atos adotados pelo órgão ou entidade competente para apurar completamente os fatos e aplicar as sanções legalmente previstas.

10.5. Nesse sentido, seria adequado expedir determinação àquela entidade, para que adote as providências necessárias, com vistas a se obter a conclusão dos processos administrativos de nºs 23051.001183/2005-54 e 23051.001046/2005-47, cujos resultados deverão ser apresentados nas próximas contas da entidade.

B.3. Ocorrência: participação dos mesmos membros das comissões encarregadas das apurações, servidores de Matrículas nºs 0273241 e 0273285, em 12 (doze) sindicâncias de assuntos diversos e em 02 (dois) processos administrativos disciplinares, tornando-se os trabalhos inviáveis e contrariando os princípios da razoabilidade, celeridade processual e da eficiência, que norteiam os atos de gestão pública.

11. Razões de justificativa: Esclarece que naquela ocasião havia poucos servidores treinados para compor processos sindicantes ou administrativos disciplinares, conforme listagem incluída no

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 243

Memorando nº 170/2005 (fl. 189). Dos 14 (quatorze) nomes da lista, por várias razões distintas, apenas 8 (oito) estavam disponíveis.

11.1. Após ressaltar que essa dificuldade já havia sido relatada a uma servidora da CGU, por intermédio do Ofício nº 667/2006, em 13/11/2006 (fls. 190/2), e que tal questão também havia sido objeto de deliberação, após parecer da Auditoria Interna do CEFET/PA (fls. 197/8), por parte da Direção Geral, a qual tem efetivamente a competência para designar servidores para comporem as mencionadas comissões, consoante estipulado no art. 143 da Lei nº 8.112/90.

12. Análise: Não há que se responsabilizar o Sr. Carlos Melo Júnior, ex-Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos, por não ser dele a competência para decidir tais questões, em que pesem seus esclarecimentos acerca do assunto.

12.1. Essa matéria foi, inclusive, alvo de discussão, em 2005, quando foi emitido parecer da Auditoria Interna daquela entidade (fls. 182/3), no qual não se acolheu a sugestão de se instituir uma comissão permanente para atuar nos processos de sindicância e administrativos disciplinares, e demonstrou-se que havia servidores qualificados suficientes para participarem de comissões distintas e apurarem cada um dos casos que surgissem.

12.2. O fato é que a prerrogativa de designação dos membros das comissões, nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/90, é do Diretor Geral, que, segundo a CGU (fl. 87), através do Ofício nº 390/2008- GAB, solicitou fosse concedido prazo para localização dos processos requeridos e designação de novas comissões de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares.

12.3. Embora não tenha havido manifestação do dirigente da CEFET/PA para o Controle Interno, na época da fiscalização, nem mesmo nesta oportunidade, entende-se que o assunto em voga refoge às competências do TCU, consoante decisão proferida por intermédio do Acórdão nº 495/2008 – Plenário, em que se esclareceu que o poder de controlar sindicâncias e processos administrativos disciplinares não se subsume às competências constitucionais e legais de que é detentor e que a omissão ilegal da autoridade competente resolve-se no âmbito da própria Administração ou no Judiciário.

B.4 Ocorrência: obstrução ao livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007, contraria o artigo 26 da Lei nº 10.180/2001.

13. Razões de justificativa: Defende-se, sustentando ser falaciosa tal afirmativa, e que não haveria nem interesse do responsável em apresentar tais processos, os quais não seriam de sua responsabilidade, pois, até abril/2004, nem mesmo pertencia ao quadro da CEFET/PA, tendo ocupado o posto de Gerente do GDRH somente a partir de julho/2005 (fl. 204).

14. Análise: As razões de justificativa do responsável devem ser acolhidas, pois trouxe elementos capazes de excluir a sua responsabilidade.

14.1. Todavia, há que se considerar que esse fato foi levado, pela CGU, no período em que realizava fiscalização “in loco”, ao conhecimento do Diretor Geral, que, por intermédio do Ofício nº 390/2008-GAB, solicitou fosse “concedido prazo até o dia 12 de junho de 2008 para que sejam localizados os citados processos e designadas novas comissões de sindicância e de processo administrativo disciplinar” (f. 87).

14.2. Naquela oportunidade, a equipe da SFCI/CGU entendeu que a falta de disponibilização daqueles processos para analise, em campo, além de contrariar os dispostos no artigo 26 da Lei

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 244

nº 10.180/2001, “impediu que a equipe de auditoria verificasse se houve a conclusão das sindicâncias e se os procedimentos adotados na condução dos trabalhos obedeceram aos dispositivos da Lei nº 8.112/90” (f. 86).

14.3. Seguindo a linha adotada no subitem 6.3, salutar seria propor a expedição de alerta àquela entidade, para que cumpra o disposto no art. 26 da Lei nº 10.180/2001, evitando-se obstruir o livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, a exemplo do que ocorreu quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007.

III. CONCLUSÃO

15. Analisadas as razões de justificativa dos responsáveis ouvidos em audiência, passa-se a se posicionar quanto ao julgamento das contas da CEFET/PA, como preconizado no art. 15 da Lei 8.443/92.

16. O Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral, e a Sra. Luz Marina Sena, Diretora de Administração e Planejamento, podem ser considerados revéis, por não terem atendido às audiências, nos termos do art. 12, §3º, da lei nº 8.443/92.

17. No caso da Sra. Luz Marina Sena, Diretora de Administração e Planejamento, embora não tenha se manifestado (AR às fls. 141 – com endereço consultado no Sistema CPF), por não se enquadrar em qualquer tipo de responsabilidade, em vista do cargo que ocupou, poderá ter suas contas julgadas regulares, com quitação plena.

18. Da mesma forma, propor-se-á o julgamento pela regularidade, com quitação plena, aos responsáveis contidos no rol de fls. 06/10, assim como ao Sr. Carlos Melo Júnior, Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos, e Sr. Edivaldo Oliveira Santos, Gerente de Contabilidade e Finanças, notadamente por terem suas razões de justificativas acolhidas.

19. Quanto ao Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do CEFET/PA, que também não se manifestou, apesar de ter sido notificado (AR às fls. 143 e 206, e outras comprovações às fls. 148 e 205), em razão das atribuições de seu cargo, responsabiliza-se pelo descumprimento da Lei nº 8.112/90, especificamente por não ter acompanhado e agido prontamente em relação às comissões de sindicâncias, possibilitando a paralisação das mesmas desde 2007.

20. Há que se considerar, ainda, que a maioria dos casos envolvem atos de gestão de servidores que podem trazer prejuízos ao erário.

21. Dessa forma, a conduta desse agente público sugere o julgamento pela irregularidade de suas contas, sem prejuízo de aplicação de multa pelos atos cometidos.

22. Como medida de correção, propõe-se determinação à gestão atual daquela entidade, a fim de que apresente os resultados obtidos das apurações que estão sendo feitas, tanto nos processos de sindicância, quanto nos administrativos disciplinares aqui tratados.

23. Na oportunidade, tendo em vista a presente instrução de mérito, mister se faz incluir as propostas de alertas à CEFET/PA, contidas no Relatório Preliminar de fls. 104/119 – itens nºs: 4.2.1.4, 4.2.1.12, 4.2.1.18, 4.2.1.22, 4.2.1.25, 4.2.3.4, 4.2.3.7, 4.2.3.14 e 4.2.3.17.

IV. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

24. Ante todo o exposto, submete-se o presente processo à consideração superior, propondo a adoção das seguintes medidas:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 245

24.1. considerar revel o Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral, e a Sra. Luz Marina Sena, Diretora de Administração e Planejamento, nos termos do art. 12, §3º, da Lei nº 8.443/92;

24.2. acolher as razões de justificativa dos responsáveis ouvidos em audiência nos presentes autos;

24.3. julgar, com fulcro no art. 16, inc. III, alínea “b”, da Lei 8.443/92, irregulares as contas do Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do Centro Federal de Educação tecnológica do Pará – CEFET/PA;

24.4. aplicar a multa do art. 58, inciso I, da Lei 8.443/92 ao Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do Centro Federal de Educação tecnológica do Pará – CEFET/PA, com base no parágrafo único do art. 19 da mesma Lei, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação para comprovar perante o Tribunal o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na data do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

24.5. autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não seja paga até o seu vencimento, nos termos do art. 28, Inciso II, da Lei nº 8.443/92;

24.6. julgar, com fulcro no art. 16, inc. I, da Lei 8.443/92, regulares as contas da Sra. Luz Marina Sena, Diretora de Administração e Planejamentos, do Sr. Carlos Melo Júnior, Gerente de Desenvolvimento de Recursos Humanos, do Sr. Edivaldo Oliveira Santos, Gerente de Contabilidade e Finanças, e dos demais responsáveis relacionados no rol de fls. 06/10 dos autos, dando-lhes quitação plena, nos termos do art. 17 da Lei 8.443/92;

24.7. Determinar à CEFET/PA que adote as providências necessárias, com vistas a se obter a conclusão dos processos de sindicâncias de nºs 23051.001910/2005-00, 23051.000021/2006-35, 23051.001331/2005-59, 23051.002651/2005-44, 23051.002652/2005-25, 23051.002650/2005-63, 23051.000022/2006-16, 23051.000019/2006-10, 23051.000023/2006-05, 23051.000020/2006-54, 23051.000025/2006-69, 23051.0000563/2005-08 e 23051.000024/2006-88, cujos resultados deverão ser apresentados nas próximas contas da entidade.

24.8. alertar a CEFET/PA:

24.8.1. que a ausência de registro da justificativa no documento de concessão de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002546/2007-14, 23051-002788/2007-07, 23051-000780/2007-34, 23051-002049/2007-43 e 23051-002278/2007-03, contraria o artigo 45, §6º, do Decreto nº 93.872/1986, com a redação dada pelo Decreto nº 6.370/2008, bem como o artigo 4º, §2º, da Portaria MPOG nº 41/2005;

24.8.2. que a ausência de prévio empenho, na dotação própria, para a concessão de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nas Ordens Bancárias nºs 2007OB901863, 2007OB902367, 2007OB902366, 2007OB902517, 2007OB902609, 2007OB902610, 2007OB902611, 2007OB902612 e 2007OB902613, contraria o art. 45, caput, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações posteriores do Decreto nº 6.370/2008;

24.8.3. que a aplicação dos recursos fora dos prazos estabelecidos nas respectivas concessões dos suprimentos de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002546/2007-14, 23051-002278/2007-03 e 23051-000911/2007-38, e as apresentações extemporâneas das prestações de contas pelos supridos, como se verificou nos Processos nºs 23051-002049/2007-43, 23051-001905/2007-43 e 23051-002546/2007-14, contrariam os dispostos nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, assim como no artigo 45, §2º, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações posteriores do Decreto nº 6.370/2008;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 246

24.8.4. que a ausência de datas nas notas fiscais emitidas para comprovação das despesas pagas por meio de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002734/2007-06 e 23051-000190/2007-20, contrariam os dispostos nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, e artigo 45 do Decreto nº 93.872/1986, com alterações pelo Decreto nº 6.370/2008;

24.8.5. que a falta de indicação da data para prestar contas e do período de aplicação dos recursos nas propostas de concessão de suprimento de fundos, mediante Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-001670/2007-53, 23051-001587/2007-39 e 23051-000190/2007-20, contrariam os dispostos no artigo 45, §2º, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações do Decreto nº 6.370/2008;

24.8.6. que o fracionamento de despesas, via dispensa de licitação, para contratação de empresas de prestação de serviços de manutenção e conservação de bens móveis, a exemplo das constantes nos Processos nºs 23051.002529/2007-13, 23051.002771/2007-50 e 23051.003222/2007-02, contraria o disposto no artigo 23, §§1º, 4º e 5º, da Lei nº 8.666/93;

24.8.7. que a contratação de empresas sem a verificação da comprovação da respectiva regularidade junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviços – FGTS, conforme verificado nos Processos nºs 23051.003862/2007-86 e 23051.002992/2007-00, contraria a Decisão nº 705/1994 – TCU – Plenário, de 23/11/1994, art. 62 da Lei nº 8.666/93 e art. 195, §3º, da Constituição Federal;

24.8.8. que a falta de rubrica em todas as folhas e de assinatura do edital da licitação pela autoridade competente, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU no Processo nº 23051-002834/2007-79, contraria os dispostos no artigo 40, §1º, da Lei nº 8.666/93 e posteriores alterações;

24.8.9. que o descumprimento do prazo mínimo de 05 (cinco) dias entre o recebimento do convite/retirada do edital e a realização do certame, como verificado pela equipe da SFCI/CGU nos procedimentos licitatórios referentes ao Convite nº 02/2007 (Processo nº 23051.002834/2007-79), contraria os dispostos no artigo 21, IV, §3º, da Lei nº 8.666/93, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde “da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilização do edital ou do convite e respectivos anexos”.

24.8.10. que cumpra o disposto no art. 26 da Lei nº 10.180/2001, evitando-se obstruir o livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, a exemplo do que ocorreu quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007.

24.9. dar ciência do Acórdão a ser proferido, acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentarem, aos responsáveis ouvidos em audiência e ao atual Diretor Geral do Centro Federal de educação Tecnológica do Pará.”

5. Após a instrução acima, a servidora Luz Marina Sena encaminhou documentos e foi, ainda, beneficiada com os esclarecimentos prestados pelo Sr. Carlos Melo Júnior. Assim, apesar da intempestividade, propõe a unidade técnica que a referida servidora deixe a condição de revel, passando a ter suas razões de justificativa acolhidas (fls. 337/340 – Vol. 1). Foram mantidos os demais termos da proposta de encaminhamento anterior.

6. O Ministério Público junto ao TCU, representado nestes autos pelo douto Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado, aquiesceu à proposta da Secex/MS (fl. 343 – Vol. 1).

É o relatório.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 247

VOTO

Cuida-se de Prestação de Contas Simplificada do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA, relativa ao exercício de 2007.

2. Conforme se depreende do relatório anterior, foram identificadas, na gestão em apreço, duas falhas, a seguir enumeradas, que ensejaram o chamamento em audiência dos gestores responsáveis:

a) Obstrução ao livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade;

b) Ausência de conclusão dos processos de sindicância e administrativos disciplinares.

3. No concernente à impropriedade enumerada na alínea “a”, é importante ressaltar, desde logo, que a Lei 8.443/1992 disciplina a obstrução ao livre exercício da auditoria executada apenas por auditores desta Corte. Na sua ocorrência, o autor está sujeito à penalidade de multa prevista no art. 58, inciso V, do referido normativo.

4. Quanto se trata de obstrução aos trabalhos de fiscalização executados pelo Controle Interno, como no presente caso, o fato deve ser entendido como infração à norma legal, visto que o não atendimento às solicitações do Controle Interno atenta contra o art. 26 da Lei 10.180/2001, in verbis:

“art. 26. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores dos Sistemas de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de registros contábeis, de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão.

§ 1º O agente público que, por ação ou omissão, causar embaraço, constrangimento ou obstáculo à atuação do Sistema de Contabilidade Federal e de Controle Interno, no desempenho de suas funções institucionais, ficará sujeito à pena de responsabilidade administrativa, civil e penal.”

5. Dessa forma, cabe a aplicação de multa ao Diretor Geral do CEFET/PA, por infração à norma legal, nos termos previstos no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992. Isso sem prejuízo de se dar ciência à entidade quanto à necessidade de se dar cumprimento ao disposto na lei 10.180/2001 acima transcrito.

6. Em relação à irregularidade identificada na alínea “b”, relativa à ausência de conclusão dos processos de sindicância e administrativos disciplinares (paralisados desde 2007), conclui a unidade instrutiva que as razões de justificativa trazidas aos autos pelos gestores Carlos Melo Júnior e Luz Marina Sena devem ser acolhidas, em especial, por restar comprovado que os gestores não detinham competência para deliberar sobre assuntos relacionados às comissões.

7. Por sua vez, o Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, então Diretor Geral da entidade, seria o gestor competente para promover a apuração das sindicâncias e acompanhar o seu andamento, autorizando, inclusive, eventuais prorrogações de prazo e designação dos membros das comissões, nos termos dos arts. 143 e 145, parágrafo único, da Lei 8112/1990.

8. Ocorre que o mesmo, apesar de chamado em audiênci quanto às duas irregularidades aqui tratadas, manteve-se silente, caracterizando-se sua revelia. Sendo assim, concordo com a proposta a unidade técnica no sentido de que seja aplicada multa ao então Diretor Geral do CEFET/PA, com fundamento no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992.

9. É importante ressaltar que a proposta de aplicação de penalidade ao gestor não vai de encontro ao deliberado no Acórdão 495/2008 – Plenário. Na oportunidade, o Tribunal se posicionou no sentido de que esta Corte não possui competência para determinar a instauração de sindicância ou processo administrativo destinado a apurar infração meramente disciplinar cometida por servidor público.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 248 10. Tal posicionamento, contudo, não afasta a competência do Tribunal quando se tem por objetivo apurar fatos relacionados a condutas de agentes públicos que sejam prejudiciais ao erário. Nesse sentido, aliás, foi dado provimento parcial a embargos opostos pelo MP/TCU contra o Acórdão 495/2008-Plenário, cuja redação final passou a ser a seguinte (Acórdão 2906/2009-Plenário):

“Não é competente o Tribunal de Contas da União, jurisdição constitucional especializada, para determinar diretamente a instauração ou para controlar resultados de sindicâncias ou de procedimentos administrativos disciplinares, porquanto tais poderes não se subsumem às competências constitucionais e legais de que é detentor. A omissão ilegal da autoridade competente resolve-se no âmbito da própria Administração ou no Judiciário. (alterado)

O Tribunal de Contas da União pode determinar à autoridade administrativa que apure indícios de irregularidades cuja fiscalização esteja prevista nas competências desta Corte. (acrescido)”

11. Na presente situação fática constato que, nos processos em aberto relacionados pela Secex/MS, há possibilidade de se configurar dano ao erário, sendo assim, deixamos de nos deparar com infração meramente disciplinar, cabendo, portanto, a intervenção desta Corte. A propósito, cito os Acórdãos 606/2011, 2052/2010, ambos do Plenário, em que houve determinação à entidade para que adote medidas de ressarcimento ao erário caso confirmado eventual débito apurado em Processo Administrativo Disciplinar.

12. Por fim, quanto aos alertas propostos pela unidade instrutiva, a fim de enfrentar as falhas formais identificadas, manifesto minha anuência com os mesmos, fazendo, apenas, os ajustes necessários a fim de adequá-los à Portaria Segecex nº 13/2011.

Ante o exposto, VOTO por que o Tribunal adote a minuta de Acórdão que ora submeto a esse colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9901/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 019.547/2008-4.

2. Grupo I – Classe II – Assunto: Prestação de Contas Simplificada – exercício 2007

3. Responsáveis: Antonio Cardoso (028.892.342-15); Antonio da Silva Ferro (004.206.542-91); Carlos Fernandes Xavier (017.341.485-00); Carlos Melo Junior (354.564.343-34); Edivaldo Oliveira Santos (225.099.681-49); Edson Ary de Oliviera Fontes (028.745.122-49); José Conrado Azevedo Santos (001.215.332-04); Jose Roberto Pontes do Espirito Santo (105.063.492-68); José Antônio de Freitas Garcia (171.757.552-87); João Antônio Correa Pinto (097.047.012-68); Luiz de Gonzaga da Costa Mascarenhas (043.833.202-44); Luz Marina Sena (174.729.702-04); Manoel Antonio Quaresma Rodrigues (086.151.602-87); Nehemias Medeiros de Oliveira (039.289.502-15); Regina Gloria Pinheiro de Oliveira Silveira (061.727.252-20); Rosangela Correa Moraes (236.673.702-53); Tayan Roberto Silva Martinez (639.446.772-34).

4. Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará - MEC.

5. Relator: Ministro José Jorge.

6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado.

7. Unidade: Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul – Secex/MS.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 249 8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará, relativa ao exercício de 2007.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. Com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, 19, parágrafo único e 23, inciso III, todos da Lei nº 8.443, de 1992, julgar irregulares as contas do senhor Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA;

9.2. Com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso I, 17, caput e 23, inciso I, todos da Lei nº 8.443, de 1992, julgar regulares as contas dos demais responsáveis arrolados, dando-se-lhes quitação plena;

9.3. aplicar, com fulcro no art. 43, parágrafo único, e 58, inciso II, da Lei 8.443/92, c/c o artigo 250, § 2º, e 268, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ao Sr. Edson Ary de Oliveira Fontes, Diretor Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA, multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente Acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.4. autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não seja paga até o seu vencimento, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92;

9.5. determinar à CEFET/PA que adote as medidas necessárias ao ressarcimento ao erário, constituindo a competente tomada de contas especial, nos termos do art. 8º da lei 8.443/1992, caso reste comprovado dano ao erário na conclusão dos seguintes processos de sindicância: nºs 23051.001910/2005-00, 23051.000021/2006-35, 23051.001331/2005-59, 23051.002651/2005-44, 23051.002652/2005-25, 23051.002650/2005-63, 23051.000022/2006-16, 23051.000019/2006-10, 23051.000023/2006-05, 23051.000020/2006-54, 23051.000025/2006-69, 23051.0000563/2005-08 e 23051.000024/2006-88, cujos resultados deverão ser apresentados nas próximas contas da entidade;

9.6. dar ciência ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará quanto às seguintes impropriedades, comunicando-lhe que, caso seja verificada a reincidência das mesmas, os responsáveis pelos atos praticados poderão sujeitar-se a sanções, inclusive apenação de multa, nos termos do art. 58, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992:

9.6.1. que a ausência de registro da justificativa no documento de concessão de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002546/2007-14, 23051-002788/2007-07, 23051-000780/2007-34, 23051-002049/2007-43 e 23051-002278/2007-03, contraria o artigo 45, §6º, do Decreto nº 93.872/1986, com a redação dada pelo Decreto nº 6.370/2008, bem como o artigo 4º, §2º, da Portaria MPOG nº 41/2005;

9.6.2. que a ausência de prévio empenho, na dotação própria, para a concessão de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nas Ordens Bancárias nºs 2007OB901863, 2007OB902367, 2007OB902366, 2007OB902517, 2007OB902609, 2007OB902610, 2007OB902611, 2007OB902612 e 2007OB902613, contraria o art. 45, caput, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações posteriores do Decreto nº 6.370/2008;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 250

9.6.3. que a aplicação dos recursos fora dos prazos estabelecidos nas respectivas concessões dos suprimentos de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002546/2007-14, 23051-002278/2007-03 e 23051-000911/2007-38, e as apresentações extemporâneas das prestações de contas pelos supridos, como se verificou nos Processos nºs 23051-002049/2007-43, 23051-001905/2007-43 e 23051-002546/2007-14, contrariam o disposto nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, assim como no artigo 45, §2º, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações posteriores do Decreto nº 6.370/2008;

9.6.4. que a ausência de datas nas notas fiscais emitidas para comprovação das despesas pagas por meio de suprimento de fundos, via Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-002734/2007-06 e 23051-000190/2007-20, contrariam os dispostos nos artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64, e artigo 45 do Decreto nº 93.872/1986, com alterações pelo Decreto nº 6.370/2008;

9.6.5. que a falta de indicação da data para prestar contas e do período de aplicação dos recursos nas propostas de concessão de suprimento de fundos, mediante Cartão de Pagamento do Governo Federal, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU nos Processos nºs 23051-001670/2007-53, 23051-001587/2007-39 e 23051-000190/2007-20, contrariam os dispostos no artigo 45, §2º, do Decreto nº 93.872/1986, com alterações do Decreto nº 6.370/2008;

9.6.6. que o fracionamento de despesas, via dispensa de licitação, para contratação de empresas de prestação de serviços de manutenção e conservação de bens móveis, a exemplo das constantes nos Processos nºs 23051.002529/2007-13, 23051.002771/2007-50 e 23051.003222/2007-02, contraria o disposto no artigo 23, §§1º, 4º e 5º, da Lei nº 8.666/93;

9.6.7. que a contratação de empresas sem a verificação da comprovação da respectiva regularidade junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviços – FGTS, conforme verificado nos Processos nºs 23051.003862/2007-86 e 23051.002992/2007-00, contraria o art. 62 da Lei nº 8.666/93 e o art. 195, §3º, da Constituição Federal;

9.6.8. que a falta de rubrica em todas as folhas e de assinatura do edital da licitação pela autoridade competente, a exemplo do constatado pela SFCI/CGU no Processo nº 23051-002834/2007-79, contraria os dispostos no artigo 40, §1º, da Lei nº 8.666/93 e posteriores alterações;

9.6.9. que o descumprimento do prazo mínimo de 05 (cinco) dias entre o recebimento do convite/retirada do edital e a realização do certame, como verificado pela equipe da SFCI/CGU nos procedimentos licitatórios referentes ao Convite nº 02/2007 (Processo nº 23051.002834/2007-79), contraria os dispostos no artigo 21, IV, §3º, da Lei nº 8.666/93, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde “da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilização do edital ou do convite e respectivos anexos”;

9.6.10. que deverá ser cumprido o disposto no art. 26 da Lei nº 10.180/2001, evitando-se obstruir o livre exercício da auditoria da Secretaria Federal de Controle Interno, a exemplo do que ocorreu quando da realização dos trabalhos de avaliação da gestão da entidade referente ao exercício de 2007 (Relatório de Auditoria Anual de Contas/SFCI-CGU nº 208549, de 13/06/2008), ao não entregar para exame in loco da equipe da SFCI/CGU, apesar das Solicitações nºs 208549/002, 208549/004 e 208549/008, os Processos de Sindicância nºs 23051.002412/2004-02, 23051.002447/2004-32, 23051.002018/2005-47, 23051.001665/2004-96, 23051.000341/2005-77 e 23051.002091/2005-55, bem como os de sindicância e administrativos disciplinares instaurados em 2007;

9.7. dar ciência do presente Acórdão, assim como Relatório e Voto que o fundamentam, aos responsáveis ouvidos em audiência e ao Centro Federal de educação Tecnológica do Pará – CEFET/PA.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 251 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9901-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – Segunda Câmara TC-025.155/2009-8 Natureza: Tomada de Contas Especial Unidade: Município de Jacareacanga/PA Responsável: Eduardo Azevedo (ex-Prefeito, CPF 014.473.512-15) Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FUNASA. CONVÊNIO. CONSTRUÇÃO DE MÓDULOS SANITÁRIOS. EXECUÇÃO PARCIAL. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO E MULTA. RELATÓRIO

Trata-se de Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde-Funasa

contra o Sr. Eduardo Azevedo, ex-Prefeito Municipal de Jacareacanga/PA, em decorrência de irregularidades verificadas na execução do Convênio nº 366/2001, com o envolvimento de recursos federais da ordem de R$ 175.986,06, desobrigada a municipalidade da contrapartida legal, tendo por objeto a implantação de módulos de melhorias sanitárias em áreas indígenas no referido município.

2. No âmbito deste Tribunal, houve a citação do responsável em decorrência da inexecução da integralidade do objeto da avença, calculado pelo órgão concedente no percentual de 51,78%, a teor dos pareceres constantes às fls. 768/777 e 810/811.

3. Transcorrido o prazo regimental, o ex-Prefeito não apresentou defesa nem recolheu o débito a ele imputado, tornando-se revel, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei n.º 8.443/1992. Caracterizada a revelia, deve-se prosseguir o feito em obediência ao que dispõe o aludido dispositivo legal.

4. Em decorrência, propõe a unidade instrutiva que as presentes contas sejam julgadas irregulares e em débito o responsável, autorizando-se, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação (fl. 884/5).

5. O Ministério Público junto a este Tribunal, em seu regimental pronunciamento, manifesta-se em concordância com o exame empreendido, sem prejuízo de sugerir que o fundamento para o

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 252 julgamento seja a alínea “c” do inciso III do artigo 16 da Lei nº 8.443/92, por melhor se harmonizar com os fatos relatados, e de também propor a aplicação da multa prevista no art. 57 da mencionada lei.

É o Relatório.

VOTO

A presente tomada de contas especial foi instaurada pela Fundação Nacional de Saúde ante a execução parcial do plano de trabalho do Convênio nº 366/2001, o qual tinha por objeto a implantação de módulos de melhorias sanitárias em áreas indígenas no município de Jacareacanga/PA.

2. O Sr. Eduardo Azevedo, ex-Prefeito Municipal, foi aqui regularmente citado para apresentar defesa ou ressarcir o valor de R$ 91.125,58 (noventa e um mil, cento e vinte e cinco reais e cinquenta e oito centavos), correspondente ao percentual de 51,78% do valor do convenio, referente a parcela não executada.

3. Transcorrido o prazo regimental fixado no expediente citatório, o responsável se manteve silente, tornando-se, assim, revel, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei n.º 8.443/1992.

4. Diante da revelia do responsável e estando afastada a hipótese de boa-fé, encontra-se a presente Tomada de Contas Especial em condições de ser, desde logo, apreciada em seu mérito, na forma proposta nos pareceres precedentes.

Assim, acompanho as proposições da unidade técnica, com os aditamentos realizados pelo representante do Ministério Público, e VOTO por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação desta 2ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9902/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 025.155/2009-8. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial 3. Responsável: Eduardo Azevedo (014.473.512-15) 4. Unidade: Município de Jacareacanga/PA 5. Relator: Ministro José Jorge. 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin 7. Unidade: Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará (Secex/PA). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada contra o Sr. Eduardo Azevedo, ex-Prefeito Municipal de Jacareacanga/PA, em decorrência da execução parcial do Convênio nº 366/2001, tendo por objeto a implantação de módulos de melhorias sanitárias em áreas indígenas no referido município.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 253

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”, c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, e com os arts. 1º, inciso I, 209, I, 210, do Regimento Interno, julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Eduardo Azevedo ao pagamento da importância de R$ 91.125,58 (noventa e um mil, cento e vinte e cinco reais e cinquenta e oito centavos), atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, calculados a partir de 7/3/2002 até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde-Funasa;

9.2. aplicar ao Sr. Eduardo Azevedo a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992, no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada desde a data do presente Acórdão até a do efetivo pagamento, se for quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, caso venha a ser requerido, o parcelamento do débito em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno, esclarecendo que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor, de acordo com o que estabelece o § 2º do art. 217 do mencionado Regimento;

9.4. autorizar, desde logo, nos termos do disposto no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.5. encaminhar cópia do presente Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Pará, na pessoa do seu Procurador-Chefe, na forma do disposto no art. 209, § 6º, do Regimento Interno.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9902-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara TC-030.095/2010-7 Natureza: Recurso de Reconsideração Entidade: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Nacional – Senac/DN

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 254

Interessada: Vera Lúcia Espírito (Diretora da Divisão de Administração e Recursos Humanos, CPF nº 111.292.397-72) Advogados constituídos nos autos: Paula Cardoso Pires (OAB/DF nº 23.668), Antônio Perilo Teixeira (OAB/DF nº 21.359) e Guilherme Augusto Fregapani (OAB/DF nº 34.406)

SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS. SENAC/DN. EXERCÍCIO DE 2009. CONTAS JÁ JULGADAS REGULARES COM RESSALVA, EM ASSENTADA ANTERIOR. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA ALTERAR OS TERMOS DA DELIBERAÇÃO RECORRIDA. CONHECIMENTO. NÃO PROVIMENTO. RELATÓRIO

Adoto como parte do Relatório a instrução do Auditor Federal da Secretaria de Recursos –

Serur encarregada dos trabalhos, com cujas conclusões manifestou-se de acordo o Diretor:

“Trata-se de Recurso de Reconsideração (Doc. 22), acompanhado de documentos adicionais (Docs. 23 e 24) interposto pela Sra. Vera Lúcia Espírito, contra o Acórdão 901/2011 – TCU – 2ª Câmara (Doc. 13), por meio do qual o Tribunal julgou regulares com ressalva suas contas, dando-lhe quitação, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, e 18 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, e 143, inciso I, alínea ‘a’, do Regimento Interno.

HISTÓRICO

Tratam os autos de Prestação de Contas referente ao exercício de 2009 do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Administração Nacional - SENAC/DN (por extenso). Durante a análise da prestação de contas, observaram-se algumas falhas apontadas pela auditoria da CGU (Relatório de Auditoria nº 246748), estando assim descritas (Doc. 9, fl. 2):

a) 1.1.3.1 – Fragilidades na rotina de aprovação de contas no âmbito do convênio do Programa Alimentos Seguros – PAS;

b) 1.1.5.1 – Ausência de estimativa de preços, com base nos valores praticados no mercado, em contratações diretas, no valor de R$ 45.910,00, em que o setor demandante pela contratação requisita o prestador de serviço.

2. Dessa forma, o Relatório supracitado recomendou, conforme descrição da unidade técnica, algumas poucas correções, tendo reconhecido, ainda, a existência de ‘falhas de natureza meramente formal e de baixa materialidade’.

3. Assim, a unidade técnica propôs julgar regulares com ressalva as contas da gestora ora recorrente.

EXAME DE ADMISSIBILIDADE

4. Reitera-se o exame preliminar de admissibilidade (Doc. 26), ratificado pelo Ministro-Relator José Jorge (Doc. 29), que concluiu pelo conhecimento do recurso de reconsideração apresentado, nos termos do art. 32, I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, eis que preenchidos os requisitos processuais aplicáveis à espécie, suspendendo-se os efeitos dos itens 9.1, 9.2, e 9.3 do acórdão recorrido, com fulcro no art. 285, caput, do RI/TCU.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 255

EXAME TÉCNICO

5. Os argumentos apresentados pela recorrente serão reproduzidos a seguir, de forma sintética, seguidos das respectivas análises.

Argumento

6. Após considerações iniciais, a recorrente afirma que suas contas foram julgadas regulares com ressalva em função de ‘suposta fragilidade na rotina de aprovação de contas no âmbito do Convênio do Programa Alimentos Seguros – PAS’.

7. Entretanto, argumenta que carece de fundamento o julgamento pela regularidade com ressalva, vez que a recomendação do órgão de controle foi acatada pela Entidade antes mesmo da elaboração do Relatório Final de Auditoria.

8. Nesse sentido, afirma que em 12 de julho de 2010 a CGU encaminhou à Diretoria Geral do Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial relatório preliminar de auditoria anual das contas da entidade, no qual constava a seguinte recomendação, no item 1.1.3.1:

‘Recomendação: 002

Elaborar normativo interno que regulamente, ao menos, o objeto, o plano de trabalho, os percentuais de participação, a abertura de conta específica e, sobretudo, na aprovação da prestação de contas que seja exigido, ao menos, documento contendo informações das despesas realizadas, a fim de que a Entidade possa utilizar suas próprias diretrizes para permitir a liberação de recursos, exercer sua função fiscalizadora e primar pela transparência dos gastos e pelo princípio da economicidade’.

9. Assim, em atendimento à recomendação feita pela CGU, informa que foi editada, em 10 de agosto de 2010, a Portaria n° 478/2010 (Doc. 24), que estabelece diretrizes e procedimentos para a celebração, execução e prestação de contas referentes à transferência de recursos através de convênios firmados pelo Departamento Nacional do SENAC.

10. No entanto, afirma que o Relatório final da Controladoria Geral da União, enviado ao TCU, não considerou tal providência adotada, o que, posteriormente, teria levado a unidade técnica do Tribunal a propor o julgamento das contas como regulares com ressalva.

11. Conclui que restou cabalmente demonstrado que a ressalva das contas não merece subsistir, uma vez que a entidade adotou as medidas pertinentes antes mesmo da formalização das recomendações por parte da CGU. Dessa forma, requer o conhecimento e provimento do presente recurso.

Análise

12. Primeiramente, cabe ressaltar que o inciso II do art. 16 da Lei nº 8.443/1992 afirma, in verbis:

‘Art. 16. As contas serão julgadas:

I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável;

II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao Erário’; Original sem grifo.

13. Nesse sentido, segundo o Relatório da unidade técnica (Doc. 9), foram duas as ressalvas apontadas para justificar o julgamento da prestação de contas como regulares com ressalva, quais sejam:

a) 1.1.3.1 – Fragilidades na rotina de aprovação de contas no âmbito do convênio do Programa Alimentos Seguros – PAS;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 256

b) 1.1.5.1 – Ausência de estimativa de preços, com base nos valores praticados no mercado, em contratações diretas, no valor de R$ 45.910,00, em que o setor demandante pela contratação requisita o prestador de serviço.

14. Assim, além da fragilidade na rotina de aprovação de contas no âmbito do convênio do PAS, da qual a recorrente faz referência no presente recurso, existia, ainda, uma questão afeta a ausência de estimativa de preços em contratações diretas, o que não foi tratado na peça recursal.

15. Ressalta-se, porém, que nenhuma dessas questões resultou em débito ou foi considerada efetivamente uma falha capaz de provocar a irregularidade das contas; sendo, portanto, motivo de ressalva por parte do Relatório da unidade técnica.

16. Finalmente, no que tange aos argumentos trazidos pela recorrente, cabe ressaltar que a prestação de contas em questão é referente ao exercício de 2009. Logo, mesmo considerando que em 2010, durante o período de avaliação da CGU, a gestora tenha adotado prontas medidas no sentido de atender às recomendações da Controladoria Geral da União, tais atitudes não afastam, por si só, as constatações referentes às contas já analisadas, que dizem respeito à gestão do ano de 2009.

17. Ou seja, a atitude proativa da gestora em atender as recomendações efetuadas, ainda que louvável, impede, apenas, a existência de ressalvas semelhantes nas prestações de contas dos exercícios futuros, mas não afasta as constatações efetuadas em relação aos exercícios já transcorridos.

18. Portanto, entende-se que os argumentos apresentados não justificam a pretendida mudança de julgamento das contas consubstanciado no acórdão recorrido.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

19. Ante o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:

a) conhecer do Recurso de Reconsideração interposto pela Sra. Vera Lúcia Espírito, com fundamento nos artigos 32, I, e 33, da Lei nº 8.443/1992, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo-se em seus termos o Acórdão 901/2011 – TCU – 2ª Câmara.

b) dar ciência às partes e aos órgãos/entidade interessados”.

2. O Ministério Público, representado nos autos pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se favoravelmente à proposição da unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

De início, registro que o Recurso de Reconsideração em exame preenche os requisitos de admissibilidade que regem a espécie, podendo, pois, ser conhecido.

2. Quanto ao mérito, observo inicialmente que, ao contrário do consignado nos pareceres, a ressalva aposta às contas da então Diretora da Divisão da Administração e Recursos Humanos deveu-se exclusivamente à falha indicada no item 1.1.3.1 do Relatório de Auditoria da CGU, referente a “fragilidades na rotina de aprovação de contas no âmbito do convênio do Programa de Alimentos Seguros-PAS”, como se pode extrair da instrução inicial da 5ª Secex, de 26/11/2010 (Doc. 9), verbis:

“14. Entende-se, conforme disposto no Certificado de Auditoria (peça 6), que a constatação 1.3.1.1 deve ensejar ressalva nas contas da Diretora da Divisão de Administração e Recursos Humanos, Sra. Vera Lúcia Espírito, uma vez que competia à Divisão de Administração e Recursos Humanos propor normas, diretrizes e soluções técnico-administrativas que assegurassem a racionalidade, segurança e consistência dos procedimentos administrativos”.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 257

3. Contudo, sobre esse ponto, considerando que a prestação de contas refere-se ao exercício de 2009, o fato de a gestora ter adotado providências no sentido de atender à recomendação da CGU, em 2010, não afasta a impropriedade atinente à gestão em análise, conforme destacado nos pareceres.

4. Sendo assim, não se deve alterar o teor do decisum recorrido.

Nesse sentido, VOTO por que seja adotado o Acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Relator

ACÓRDÃO Nº 9903/2011 - TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC-030.095/2010-7

2. Grupo I; Classe de Assunto: I - Recurso de Reconsideração

3. Interessada: Vera Lúcia Espírito (Diretora da Divisão de Administração e Recursos Humanos, CPF nº 111.292.397-72)

4. Entidade: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Nacional – Senac/DN

5. Relator: Ministro José Jorge

5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti

6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira

7. Unidades Técnicas: 5ª Secretaria de Controle Externo – 5ª Secex e Secretaria de Recursos - Serur

8. Advogados constituídos nos autos: Paula Cardoso Pires (OAB/DF nº 23.668), Antônio Perilo Teixeira (OAB/DF nº 21.359) e Guilherme Augusto Fregapani (OAB/DF nº 34.406)

9. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Prestação de Contas da Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Nacional – Senac/DN, relativas ao exercício de 2009, em que se examina Recurso de Reconsideração interposto pela Sra. Vera Lúcia Espírito, então Diretora da Divisão de Administração e Recursos Humanos da entidade, contra o Acórdão 901/2011-2ª Câmara, da Relação n. 3/2011 do Gabinete do Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti, que julgou regulares com ressalva as contas da responsável, dando-lhe quitação.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, conhecer do Recurso de Reconsideração interposto pela Sra. Vera Lúcia Espírito para, no mérito, negar-lhe provimento;

9.2. dar ciência do presente Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, à interessada.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 258 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9903-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge (Relator). 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE II – SEGUNDA CÂMARA TC 009.025/2009-4. Natureza: Tomada de Contas Especial. Entidade: Financiadora de Estudos e Projetos – Finep/MCT. Responsáveis: Paulo Celso de Bruin (CPF 173.265.618-50); Roberto Camanho (CPF 010.455.588-26); Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon (CNPJ 76.276.617/0002-87). Advogados constituídos nos autos: Félix Ruiz Alonzo, OAB/SP 12.211; Fernanda Torres Araújo, OAB/SP 270.533; Camila Frias Fernandes, OAB/SP 229.011; Ian Henryk Barski, OAB/SP 283.535; Diego Pupo Elias, OAB/SP 212.930. SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. ASSOCIAÇÃO DE CLASSE SEM FINS LUCRATIVOS. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO SOLIDÁRIA DA ENTIDADE E DOS DIRIGENTES SIGNATÁRIOS DA AVENÇA. REVELIA DA ENTIDADE E DE UM DOS DIRIGENTES. REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. CONTAS IRREGULARES. CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA EM DÉBITO. MULTA. 1. Diferentemente das relações de natureza contratual, nas quais a responsabilidade do contratado, em princípio, restringe-se à pessoa jurídica da entidade privada contratada, no caso de convênio entre a administração e outra entidade pública ou privada, o dirigente da entidade convenente é pessoalmente responsável pela aplicação dos recursos públicos. 2. Eventual previsão estatutária de irresponsabilidade de seus dirigentes circunscreve-se tão-somente às relações de natureza privada, não prevalecendo, em consequência, sobre as relações processuais estabelecidas constitucional e legalmente junto ao TCU.

RELATÓRIO Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia, em desfavor da Sociedade Brasileira de Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, ante a omissão no dever de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 259 prestar contas dos recursos recebidos para execução do Convênio nº 56.94.0546.00, voltado à edição do projeto Guia Brasileiro de Computação Gráfica. 2. O ajuste em tela, celebrado em 4/10/1994, fls. 1/3, recebeu aporte de R$ 17.925,88 do Tesouro Nacional, fl. 62, valor que, atualizado até 1º/1/2008, corresponde a R$ 47.197,33 (Acórdão 2.647/2007-TCU-Plenário). 3. De acordo com os autos, o concedente cobrou a prestação de contas do ajuste nas seguintes oportunidades: 8/7/2002, 25/7/2002, 26/12/2002, 29/5/2003 e 17/11/2003, respectivamente às fls. 12, 19/20, 25, 34 e 42. 4. Em 6/2/2004, o Sr. Roberto Camanho, presidente-executivo da associação à época dos fatos, apresentou defesa junto à Finep, fls. 48/81, que não a acolheu, fl. 82. 5. A Secretaria Federal de Controle Interno certificou a irregularidade destas contas, com base nos documentos de fl. 102, e a autoridade ministerial atestou haver tomado conhecimento das conclusões do referido órgão de controle interno, fl. 107. 6. No âmbito do TCU, a Secex/SP promoveu inicialmente a citação solidária do Sr. Roberto Camanho com a Sobracon, fls. 118/119, tendo posteriormente, contudo, reformulado tal proposta, no sentido de que o Sr. Paulo Celso de Bruin fosse chamado em solidariedade com os demais responsáveis, após identificar que ele também figurava como signatário do ajuste, conforme instrução de fls. 139/143. 7. Promovidas as comunicações processuais pertinentes, apenas o Sr. Roberto Camanho compareceu aos autos, tendo a Secex/SP elaborado a instrução de mérito de fls. 166/169, nos seguintes termos:

“(...) 2.3. Dos responsáveis citados, apenas o Sr. Roberto Camanho reapresentou suas alegações de defesa, de acordo com os novos documentos de fls. 154 a 157. Quanto à Sobracon e ao Sr. Paulo Celso de Bruin, permaneceram silentes, configurando, assim a revelia, motivo pelo qual o Tribunal deve prosseguir na instrução e julgamento da TCE.

2.4. Na defesa apresentada pelo Sr. Roberto Camanho, o defendente informa que, durante o biênio 1992-1994, era Diretor Presidente da entidade beneficiada pelos recursos, e que, nessa qualidade firmou o convênio com a Finep. Destaca que, de acordo com o próprio instrumento respectivo, embora esteja expressa a obrigação de prestação de contas dos recursos disponibilizados, não é o Presidente o responsável pessoalmente por tal atribuição. A responsabilidade é da pessoa jurídica, através dos seus funcionários incumbidos.

2.5. Alega, ainda, que ‘nos termos da estrutura organizacional da entidade beneficiada pelos recursos, as atribuições de ordem financeiro-administrativa, eram cometidas ao encargo do Sr. Paulo Celso de Bruin, na qualidade de procurador dela, com poderes para movimentar contas, o qual se deveria reportar à Diretoria’.

2.6. Acrescenta que ‘a própria Finep, quando disponibilizou os recursos ao crédito da Sobracon comunicou este fato exclusiva e diretamente ao Sr. Paulo Celso de Bruin. Não se dirigiu à Sobracon ou à sua Diretoria. Nesse sentido, estava o responsável dotado de mandato expresso para, em nome da associação, movimentar as conta-correntes que recepcionaram os recursos, hoje objeto do pedido de restituição. Entretanto, certo é que, durante o período e que se realizou a operação FINEP, o manuseio do crédito da entidade foi conduzido exclusivamente por Paulo Celso de Bruin pessoalmente. Em várias ocasiões pediu-se-lhe a devida prestação de contas e informações, sem, contudo obter resposta satisfatória’.

2.7. Diante da ausência de dados e da falta do ‘Guia Brasileiro de Computação Gráfica’, em 1996, a Sobracon mandou fazer uma auditoria, a qual revelou que os recursos foram depositados na conta nº 13581-X, na Agência 07226 do Banco do Brasil. No ano de 2003, a Sobracon foi instada a prestar contas pelo Superintendente da Área Financeira da FINEP. Nessa ocasião, o abaixo assinado, na qualidade de procurador do Presidente da Sobracon, aos 10.12.03 notificou por cartório o Sr. Paulo Celso de Bruin para que desse explicações sobre os recursos e seu uso.

2.8. Alega o defendente que: ‘O argumento de que a responsabilidade do defendente no dever de prestar contas, é solidária, com o devido respeito, não serve para balizar a pretensão da notificante.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 260 Que a solidariedade não se presume, ela decorre ou da Lei ou do contrato e, à vista dos instrumentos celebrados com a Finep, nenhuma outra responsabilidade assumiu, além das que lhe são próprias’.

2.9. Alega que no caso de qualquer a ação de cunho judicial – diz o art. 8, § 2º, I do Estatuto da Sobracon – não responderá o Presidente, nem os Vice-Presidentes ou qualquer membro da Sociedade, com seu patrimônio pessoal, respondendo exclusivamente para este fim o patrimônio da Sobracon sob representação do Presidente Executivo’.

ANÁLISE 2.10. Quanto à alegação de que não teria responsabilidade pessoal e esta seria, em verdade

da Sobracon, consideramos que não merecem ser aceitas como válidas as justificativas apresentadas, pois, nos termos da Lei nº 8.443/92, art. 1º, inciso I, cabe ao Tribunal de Contas da União:

‘art. 1º Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta lei:

I - Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário’.

2.11. Ou seja, todo aquele que recebe recursos públicos, tem que zelar pela sua boa e correta aplicação, inclusive prestando contas ao órgão repassador dos mesmos. Nada disso foi feito. Houve omissão no dever de prestar contas, o objeto pactuado não foi realizado e os recursos não foram devolvidos.

2.12. No que toca às alegações de que a obrigação de prestar contas era da Sobracon, os responsáveis perante o repassador dos recursos são, além do Presidente da entidade na época, Sr. Roberto Camanho, o Sr. Paulo Celso de Bruin, tendo em vista que foram os signatários do instrumento que acabou viabilizando o repasse dos recursos. No mesmo instrumento, estava claramente expresso o dever de prestar as contas, o que não foi feito. Quanto ao Sr. Paulo Celso de Bruin, nem se deu ao trabalho de responder às citações realizadas pelo Tribunal.

2.13. Quanto à alegação do Sr. Roberto Camanho no sentido de que não era sua a obrigação de prestar as contas, mas do Sr. Paulo Celso de Bruin, carece totalmente de respaldo tal alegação, como já dito, pela sua assinatura do instrumento, e pela obrigação assumida de prestar as contas. Idêntico raciocínio se aplica ao questionamento do interessado quando diz que não é solidário com a Sobracon e com o Sr. Paulo Celso de Bruin, pelo débito imputado à Sobracon e aos dois interessados.

2.14. Por fim, no que concerne à alegação de que não responderia pessoalmente nos termos do art. 8º do Estatuto, não há como prosperar tal alegação, afinal de contas o Estatuto não é instrumento hábil par sobrepor à Lei. Demais disso, destaca-se que, segundo o Código Civil de 2002, a responsabilidade por abuso de poder torna-se pessoal do agente.

2.15. Assim, pelo descumprimento no dever de prestar contas tipificado no art. 16, inciso III, letras ‘a’, ‘b’ e ‘c’, e 19, caput, da Lei nº 8.443/92, devem as alegações de defesa serem rejeitadas, com o julgamento das contas pela irregularidade, determinando aos responsáveis solidários a devolução dos recursos, acrescidos dos consectários legais.

3. CONCLUSÃO 3.1. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo que: a) sejam rejeitadas as alegações de defesa apresentadas pelo interessado, Sr. Roberto

Camanho; b) sejam as presentes contas julgadas irregulares, nos termos dos arts. 1º, inciso I e 16,

inciso III, alíneas ‘a’, ‘b’, e ‘c’; e 19, caput, da Lei nº 8.443/92, considerando as ocorrências relatadas no subitem 2 desta instrução, condenado-os a devolver aos cofres da Financiadora de Estudos e Projetos – Ministério da Ciência e Tecnologia as importâncias especificadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculadas a partir das datas discriminadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhes o prazo de quinze dias, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das referidas quantias ao cofre da entidade nos termos do art. 23, inciso III, alínea ‘a’, da citada Lei c/c o art. 165, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU; e

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 261

c) seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, caso não atendida a notificação.

Responsáveis Solidários: Sociedade Brasileira de Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon (CNPJ nº 76.276.617/0002-87); Sr. Roberto Camanho (CPF nº 010.455.588-26) e Sr. Paulo Celso de Bruin (CPF nº 173.265.618-5).

Ocorrência: omissão no dever de prestar contas dos recursos recebidos para execução do Convênio nº 56.94.0546.00, voltado à edição do Projeto Guia Brasileiro de Computação Gráfica.

Normas Infringidas: art. 70, parágrafo único, da CF/88, art. 93 do Decreto-lei nº 200, de 25/2/1967; art. 38 da IN/STN nº 01, de 15/1/1997.

Valor histórico do débito: R$ 17.925,88 Data de ocorrência: 5/1/1995.”

8. O diretor da Regional discordou da proposta acima no tocante à data de atualização do débito e à responsabilização solidária da Sobracon. Em relação à data, pugnou, em caráter excepcional, por sua atualização a contar da efetiva ciência do responsável, 17/11/2003, e não da ocorrência da irregularidade, em face do lapso temporal para a instauração do presente processo pelo órgão repassador. E, quanto à responsabilização da Sobracon, considerou inexistirem provas no processo de que os valores tenham sido revertidos para o patrimônio da entidade, fl. 170. 9. O Ministério Público, representado pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, no parecer de fls. 171/172, acompanhou o entendimento do diretor da Secex/SP no tocante à proposta de exclusão da responsabilidade da Sobracon neste processo, mas divergiu quanto à data de atualização do débito, bem assim quanto ao fundamento do julgamento das presentes contas. E, a par disso, o Órgão Ministerial propôs a aplicação da multa prevista pelo art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, a cada responsável e o envio de cópia do Acórdão à Procuradoria da República em São Paulo, com base no art. 16, § 3º, do referido diploma, manifestando-se nos seguintes termos:

“5. Julgo, entretanto, com as vênias de estilo, que a atualização do débito, nem em caráter excepcional, deva ocorrer a partir de data diversa da ocorrência da irregularidade.

6. A atitude do órgão concedente em postergar a instauração desta TCE, embora possa ser condenável e motivo de eventual responsabilização, não diminui a irregularidade verificada nestes autos nem justifica, a meu ver, a excepcionalidade sugerida.

7. O Responsável que gere recursos públicos tem a obrigação de prestar contas de sua regular gestão (arts. 70, parágrafo único, da Constituição Federal e 93 do Decreto-Lei nº 200/67), no prazo e no modo fixados no instrumento do convênio por ele assinado. Assim, não se está diante de um ato, ou mais precisamente de uma omissão, que tenha sido impactado de qualquer modo pelo longo decurso de tempo para a instauração desta Tomada de Contas Especial pelo órgão concedente.

8. Além disso, a ausência de prestação de contas tumultua o controle, impossibilita a comprovação da regular gestão e movimenta toda uma máquina administrativa que engloba o órgão tomador de contas, o controle interno setorial e este Tribunal de Contas, cujo ônus para o Erário não é desprezível.

9. Em vista do exposto, ante os elementos constantes nos autos e considerando adequada e suficiente a análise efetuada pela unidade técnica, o Ministério Público/TCU manifesta-se de acordo com a proposta de encaminhamento apresentada às fl. 169, com a exclusão do polo passivo da Sociedade Brasileira de Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – SOBRACON, sugerindo, no entanto, o julgamento pela irregularidade das contas com fundamento no artigo 16, inciso III, alínea ‘a’, da Lei nº 8.443/92, a aplicação da penalidade de multa do artigo 57 da Lei nº 8.443/92, individualmente aos responsáveis, além do encaminhamento de cópia da deliberação à Procuradoria da República no Estado para ajuizamento das ações penais e cíveis cabíveis, nos termos do artigo 16, § 3º, da Lei nº 8.443/92.”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 262 10. Por fim, deve ser destacado que tanto a Secex/SP quanto o Ministério Público compareceram novamente aos autos, respectivamente às fls. 178/180 e 183, apenas para ratificar os seus pareceres anteriores, em face do levantamento do sobrestamento efetuado diante da falta de manifestação conclusiva sobre o incidente de uniformização de jurisprudência suscitado na Plenária de 11/8/2010, quando da apreciação do TC 006.310/2006-0. É o Relatório.

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Finep em face da omissão no dever de prestar contas dos recursos transferidos à extinta Sociedade Brasileira de Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, para a execução do projeto Guia Brasileiro de Computação Gráfica. 2. Como visto, apesar da data de celebração do ajuste, 4/10/1994, a administração pública não quedou inerte ante a omissão no dever de prestar contas da convenente, tendo inquirido o seu cumprimento em diversas oportunidades, sem, contudo, obter êxito. 3. Em virtude da falta de solução na fase interna desta TCE, foram citados de forma solidária para responder pela omissão ou devolver os recursos transferidos os Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin, signatários do ajuste, respectivamente presidente-executivo e diretor executivo da associação à época dos fatos, e a Sobracon, tendo somente o Sr. Roberto Camanho apresentado alegações de defesa. 4. O Sr. Paulo Celso de Bruin e a Sobracon não se manifestaram no prazo legal, devendo, pois, ser considerados revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. 5. Quanto à defesa apresentada, nela se buscou, em essência, afastar a responsabilidade do gestor em relação ao ajuste. Para tanto, o Sr. Roberto Camanho alegou que o dever de prestar contas não era atribuição do presidente da associação, mas da pessoa jurídica, através dos funcionários incumbidos. E, quanto ao instituto da solidariedade, que embasou as comunicações desta Corte, mencionou que esta não se presume, sendo atribuída exclusivamente por lei ou por contrato, registrando que o art. 8º, § 2º, I, do Estatuto da Sobracon refutaria tal possibilidade no caso vertente, ao estatuir que: “não responderá o Presidente, nem os Vice-Presidentes ou qualquer membro da Sociedade, com seu patrimônio pessoal, respondendo exclusivamente para este fim o patrimônio da Sobracon sob representação do Presidente Executivo”. 6. O responsável alegou, ainda, que em 1996, em face da inexecução do objeto, instaurou auditoria, a qual revelou que os recursos foram depositados na conta nº 13581-X, na Agência 07226 do Banco do Brasil (movimentada por Paulo Celso de Bruin), informando, por fim, que, em 2003, a Sobracon notificou por cartório o Sr. Paulo Celso de Bruin para que oferecesse explicações sobre os recursos e sobre o seu uso. 7. A análise empreendida pela Secex/SP rejeitou a defesa apresentada pelo responsável e propôs ao Tribunal julgar irregulares as presentes contas, com fulcro nos arts. 1º, inciso I, e 16, inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”, e 19, caput, da Lei nº 8.443, de 1992, a contar, em caráter excepcional, dado o lapso temporal para a instauração desta TCE, de 17/11/2003, da data da efetiva notificação do responsável, bem como de condenar em débito, de forma solidária, os Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin, excluindo do polo passivo a Sobracon, por inexistirem provas de que a entidade tenha se beneficiado dos recursos transferidos. 8. O Ministério Público junto ao Tribunal acolheu a proposta da unidade instrutiva, exceto quanto à fundamentação utilizada e quanto ao termo inicial da atualização monetária. Quanto ao primeiro ponto, entendeu devida apenas a alínea “a” do art. 16, III, da Lei nº 8.443, de 1992. E, quanto ao segundo, considerou sem amparo legal a proposta da Secex/SP. 9. Em acréscimo, o Órgão Ministerial propôs a aplicação da multa prevista pelo art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, a cada responsável e o envio de cópia do Acórdão à Procuradoria da República em São Paulo, com base no art. 16, § 3º, do referido diploma.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 263 10. Feito esse apanhado introdutório, passo ao mérito. 11. De início, registro que não se deve afastar a responsabilidade da Sobracon neste processo, haja vista que a entidade foi a destinatária dos recursos transferidos e, assim, concorreu para o cometimento do dano, dando ensejo à sua responsabilização solidária com base no art. 16, § 2º, alínea “b”, da Lei nº 8.443, de 1992, que aduz: “o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado”. 12. Importa esclarecer que nem mesmo a notícia de que se trataria de entidade extinta merece interferir sobre esse encaminhamento, eis que não há nos autos informações se o suposto processo de extinção encontra-se concluído. 13. E a responsabilização deve recair também sobre as contas do Sr. Paulo Celso de Bruin, tendo em vista que são corolários da omissão no dever de prestar contas a inexecução do objeto conveniado e, em consequência, a presunção legal de malversação dos recursos públicos. 14. Bem se vê que tal responsável, na condição de pessoa encarregada da movimentação da conta-corrente em que os recursos foram depositados, deve também responder pela malversação em tela, lembrando que a falta de manifestação de sua parte faz presumir como verdadeiras as irregularidades que lhe foram imputadas. 15. Já, no tocante as alegações apresentadas pelo Sr. Roberto Camanho, que, como visto, foi o único a se manifestar nos autos, a análise técnica deve partir da constatação de que o dever de prestar contas é pessoal do gestor, e não da pessoa jurídica. 16. Esse entendimento, aliás, encontra-se firmado neste Tribunal, dando conta de que o dever de prestar contas não é da entidade, mas da pessoa física, com supedâneo no que decidiu o Supremo Tribunal Federal nos autos do MS nº 21.644 – DF (Rel. Min. Néri da Silveira, Julgamento: 4/11/1993, Tribunal Pleno, D.J. de 8/11/1993, pág. 43.204), ao afirmar:

“Mandado de Segurança. Tribunal de Contas da União. 2. Prestação de contas referente à aplicação de valores recebidos de entidades da administração indireta, destinados a Programa Assistencial de Servidores de Ministério, em período em que o impetrante era Presidente da Associação dos Servidores do Ministério. 3. O dever de prestar contas, no caso, não é da entidade, mas da pessoa física responsável por bens e valores públicos, seja ele agente público ou não”. (grifou-se)

17. E, como dito, é com amparo no entendimento esposado pela Suprema Corte de que o dever de prestar contas não é só da entidade, mas da pessoa física responsável por bens e valores públicos, é que se funda a linha de atuar desta Corte, reproduzida no voto do emérito Ministro Ubiratan Aguiar, prolatado no Acórdão 27/2004-2ª Câmara (Sessão de 22/1/2004, Ata nº 01/2004), segundo a qual: “diferentemente das relações de natureza contratual, nas quais a responsabilidade do contratado, em princípio, restringe-se à pessoa jurídica da entidade privada contratada, no caso de convênio entre a administração e outra entidade pública ou privada, o dirigente da entidade convenente é pessoalmente responsável pela aplicação dos recursos públicos.” (grifou-se) 18. Vê-se, pois, que duas informações importantes devem ser extraídas dos julgados acima. 19. A primeira no sentido de que o dever de prestar contas dos valores recebidos dos cofres públicos não é da entidade, mas da pessoa física responsável por bens e valores públicos. 20. E a segunda no sentido de que, no caso de convênios, incumbe ao dirigente da entidade convenente o dever de prestar contas da aplicação dos recursos públicos. 21. Diante dessas considerações é possível, ainda, observar que a previsão contida no art. 8º, § 3º, do estatuto da Sobracon quanto à irresponsabilidade de seus dirigentes deve se circunscrever tão-somente às relações de natureza privada, não prevalecendo, em consequência, sobre as relações processuais estabelecidas constitucional e legalmente perante o TCU. 22. Dito isso, vê-se refutada a tese de que a incumbência da prestação de contas recairia sobre a pessoa jurídica, lembrando que o art. 8º, § 2º, do estatuto da entidade indica quem deve responder, no âmbito da organização, pelos atos de gestão, ao estatuir:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 264 “A presidência da Sobracon será exercida pelo presidente-executivo, competindo-lhe a administração da Sociedade em todos os seus termos, representando-a ativa, passiva, judicial e extrajudicialmente”. 23. Resta claro então, pelos termos do estatuto, que o presidente-executivo era o responsável pela gestão da sociedade, cargo ocupado, à época dos fatos, pelo Sr. Roberto Camanho, de modo que, apesar da atribuição formal pela prestação de contas ser dirigida ao Sr. Paulo Celso de Bruin, como alega o responsável, não há como olvidar que essa era uma disposição de cunho interno, valendo, pois, para as relações externas, dentre elas as que dizem respeito aos órgãos de controle, o fato de caber ao presidente responder, em todos os seus termos, pela gestão da entidade. 24. Não socorre, ainda, ao responsável o fato de ter instaurado auditoria na entidade ou de ter notificado o Sr. Paulo Celso de Bruin para que desse as explicações pertinentes. 25. Pelo contrário, tais providências chegam a depor contra ele, pois, se de fato não sabia o que ocorria em sua administração, não há como negar que tal fato lhe foi dado ao conhecimento com a auditoria e que, mesmo assim, ele não adotou qualquer providência efetiva para recompor o erário, só vindo a se preocupar em notificar o Sr. Paulo Celso de Bruin após as explicações cobradas pelo concedente, o que não condiz com o atuar diligente que se espera daquele que gere recursos públicos. 26. Em paralelo a essas considerações, não se pode olvidar, ainda, que o dano apurado está diretamente relacionado à conduta omissivo-comissiva dos dirigentes da entidade. 27. Diante dessas considerações, acolho as propostas formuladas nestes autos no sentido do não acolhimento das alegações de defesa e de se julgar irregulares as presentes contas, condenando em débito a Sobrecon, como legítima captadora dos recursos transferidos, em solidariedade com os Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin, signatários da avença, os quais se omitiram no dever de prestar contas dos referidos recursos, sendo devida, ainda, a aplicação da multa proposta. 28. Por fim, quanto às questões de ordem processual suscitadas nos autos, acolho a proposta de enviar cópia dos autos à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, ajustando, contudo, o fundamento utilizado, que deverá recair exclusivamente sobre o art. 209, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal. 29. E, no mais, registro que acompanho o Ministério Público no sentido de que o julgamento destas contas deve ter como fulcro apenas a alínea “a” do art. 16, III, da Lei nº 8.443, de 1992, sendo certo, ainda, que não há amparo legal ou fundamentação lógica para se alterar a data de atualização monetária do débito apurado, que deve seguir a jurisprudência assentada nesta Corte, de modo a ter a data da ocorrência da irregularidade como referência, neste caso, 9/1/1995, data em que efetivamente os recursos foram disponibilizados em conta, fl. 62. Pelo exposto, manifesto-me por que seja adotado o Acórdão que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

Relator

ACÓRDÃO Nº 9904/2011 – TCU – 2ª CÂMARA

1. Processo nº TC 009.025/2009-4. 2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Paulo Celso de Bruin (CPF 173.265.618-50); Roberto Camanho (CPF 010.455.588-26); Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon (CNPJ 76.276.617/0002-87). 4. Entidade: Financiadora de Estudos e Projetos – Finep/MCT. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 265 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin. 7. Unidade: Secex/SP. 8. Advogados constituídos nos autos: Félix Ruiz Alonzo, OAB/SP 12.211; Fernanda Torres Araújo, OAB/SP 270.533; Camila Frias Fernandes, OAB/SP 229.011; Ian Henryk Barski, OAB/SP 283.535; Diego Pupo Elias, OAB/SP 212.930. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pela Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia, em desfavor da Sociedade Brasileira de Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, ante a omissão no dever de prestar contas dos recursos recebidos para execução do Convênio nº 56.94.0546.00, voltado à edição do projeto Guia Brasileiro de Computação Gráfica; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. considerar revel a entidade Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon e o Sr. Paulo Celso de Bruin, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992; 9.2. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo Sr. Roberto Camanho; 9.3. julgar irregulares as presentes contas, nos termos dos arts. 1º, inciso I e 16, inciso III, alínea “a”, e 19, caput, da Lei nº 8.443, de 1992, condenado os Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin, em solidariedade com a Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, a ressarcir a importância de R$ 17.925,88 (dezessete mil novecentos e vinte e cinco reais e oitenta e oito centavos), atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir de 9/1/1995, até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento aos cofres da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep/MCT da quantia devida, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a” da citada Lei c/c o art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU; 9.4. aplicar aos Srs. Roberto Camanho e Paulo Celso de Bruin e à entidade Comando Numérico, Automatização Industrial e Computação Gráfica – Sobracon, individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, na forma da legislação em vigor; 9.5. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os subitens 9.3 e 9.4, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992; 9.6. autorizar, caso requerido, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno do Tribunal, o parcelamento das dívidas constante deste Acórdão em até 24 (vinte e quatro) parcelas, corrigidas monetariamente até a data do pagamento, esclarecendo aos responsáveis que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do Regimento Interno do Tribunal), sem prejuízo das demais medidas legais; e 9.7. enviar cópia deste Acórdão, do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, com fulcro no art. 209, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9904-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 266

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – Segunda Câmara TC 011.172/2009-7. Natureza: Tomada de Contas Especial. Órgão: Ministério do Meio Ambiente. Responsáveis: Associação Nacional de Cooperação Agrícola - Anca (CNPJ 55.492.425/0001-57); José Mário Schons (CPF 213.656.959-72); Luis Antonio Pasquetti (CPF 279.425.620-34). Advogado constituído nos autos: Giane A. Ambrósio Álvares, OAB/SP nº 218.434. SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. EXECUÇÃO APENAS PARCIAL. CITAÇÃO SOLIDÁRIA DA ENTIDADE RECEBEDORA DOS RECURSOS E DOS DIRIGENTES. REVELIA DA ENTIDADE. REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. CONTAS IRREGULARES. CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA EM DÉBITO. MULTA. Diferentemente das relações de natureza contratual, nas quais a responsabilidade do contratado, em princípio, restringe-se à pessoa jurídica da entidade privada contratada, no caso de convênio entre a administração e outra entidade pública ou privada, o dirigente da entidade convenente é pessoalmente responsável pela aplicação dos recursos públicos.

RELATÓRIO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério do Meio Ambiente em razão da execução apenas parcial do objeto pactuado no Convênio nº 2001/CV/00066/SPOA/MMA, fls. 24/31, celebrado com a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – Anca, visando apoiar o Projeto de Formação e Educação Ambiental para Assentamento de Reforma Agrária.

2. A vigência do ajuste foi inicialmente prevista para o período de 18/10/2001 a 28/2/2002 e posteriormente prorrogada até 31/10/2002. E os recursos previstos foram orçados em R$ 405.249,00, sendo R$ 328.989,00 à conta da União, tratando a presente TCE de dano em torno de R$ 268 mil, a contar de 30/4/2002, apurado em face das irregularidades detalhadas no item a seguir. 3. De acordo com o plano de trabalho de fls. 32/35, o ajuste contemplava a execução de 8 metas, sendo que o Parecer nº 54/2006 –DEA/SECEX/MMA, fls. 126/139, da Diretoria de Educação Ambiental/MMA, impugnou os esclarecimentos apresentados pela entidade, em função das falhas na execução das metas 3, 4, 5, 7 e 8, conforme descrito a seguir: a) meta 3 – cursos estaduais sobre a temática ambiental: a.1) falta de justificativa e de anuência prévia, por escrito, do MMA, para a alteração dos locais previstos para a realização dos cursos; b) meta 4 – elaboração e publicação de 4 cadernos sobre a temática ambiental:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 267 b.1) impressão 135.000 exemplares, no lugar dos 45.000 previstos no plano de trabalho; b.2) número e temas de cartilhas impressas não condizentes com a previsão original, sem justificativa consistente e anuência prévia, por escrito, do MMA; e b.3) não apresentação das respectivas notas fiscais para a verificação das características e quantidades dos materiais produzidos; c) meta 5 – elaboração e publicação de cartaz sobre a conservação das sementes nativas e contra as sementes transgênicas: c.1) impressão de 145.000 exemplares, no lugar dos 80.000 previstos; e c.2) não apresentação das notas fiscais correspondentes à impressão dos referidos cartazes. d) meta 7 – acompanhamento e manutenção das unidades experimentais: d.1) inexistência de documentos sobre licitação ou seleção das 35 pessoas contratadas para as atividades de acompanhamento e manutenção (9 pessoas além da meta do projeto); d.2) inexistência de justificativa para acompanhamento e manutenção de apenas 8 unidades de assentamento, em contraste com a previsão inicial de acompanhamento e manutenção de 65 unidades; d.3) falta de informações específicas sobre as atividades exercidas pelos contratados e inexistência de qualquer tipo de informação sobre os serviços prestados pelas pessoas a seguir: d.3.1) Roberto Toshio Tsukahara, Silvana dos Santos Moreira, Joyce Kellen Ferreira Bruna, Janaine Souza, Elenar José Ferreira e Wallace Gomes de Medeiros - monitores especializados; d.3.2) Vânia Costa Pimentel - coordenação e assessoria ao projeto de educação ambiental/sistematização de experiências; e d.4) realização de despesas não previstas com material de consumo no valor de R$ 11.999,00, feitas com recursos do MMA, por meio do cheque nº 221, de 14/06/02, destinadas à manutenção das unidades demonstrativas, tendo como credor a Sem Limites Agropecuária Ltda.; e e) meta 8 - monitoria especializada e coordenação de projetos ambientais: e.1) falta de informações sobre pessoal contratado e atividades realizadas. 4. A Secretaria Federal de Controle Interno certificou a irregularidade das presentes contas, fls. 161/165, tendo a autoridade ministerial atestado o conhecimento das conclusões a que chegou referido órgão de controle, fl. 166. 5. No âmbito do TCU, foi inicialmente promovida a citação solidária da Anca, do Sr. Luis Antonio Pasquetti (secretário-adjunto da associação) e do Sr. José Trevisol (secretário-executivo da associação), fls. 172/177, ocasião em que apenas o Sr. Luis Antonio Pasquetti apresentou alegações de defesa, o que motivou a proposta formulada pela Secex/SP no sentido de o Tribunal rejeitar a defesa do Sr. Luis Antonio Pasquetti, excluir a responsabilidade do Sr. José Trevisol, julgar as presentes contas irregulares, condenar em débito os responsáveis e aplicar a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, ao Sr. Luis Antonio Pasquetti, fls. 246/251. 6. Em sua primeira manifestação nos autos, o Ministério Público, representado pelo Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado, fls. 253/255, apresentou outra forma de cálculo do débito apurado e discordou da proposta da Secex/SP, neste caso, por julgar necessárias medidas adicionais para manifestação conclusiva acerca da responsabilidade dos gestores envolvidos, isso porque o Sr. José Mario Schons, que ocupava o cargo de secretário-geral da Anca à época em que o ajuste foi firmado, não foi chamado a se manifestar. 7. Quanto ao valor do dano, foi sugerido que o montante relativo às metas cumpridas deve ser deduzido diretamente do valor repassado, considerando-se a mesma data em que esse repasse ocorreu, computando-se, assim, a débito, o valor de R$ 286.472,67, a contar de 29/10/2001, incluindo nesse cálculo, a crédito, o valor de R$ 57,80, em 17/4/2002. 8. Dessa forma, o Órgão Ministerial pugnou, em preliminar, pela citação do responsável, em solidariedade com a Anca e com o Sr. Luis Antonio Pasquetti, dispensando, todavia, a citação do Sr. Adalberto Floriano G. Martins, que assumiu a Secretaria-Geral em 17/7/2002, já próximo ao fim do período de vigência do ajuste (de 18/10/2001 a 31/10/2002, fls. 29/45). 9. Importa observar que em seu parecer, o Parquet especializado argumentou que, no presente caso, não haveria a necessidade de se adotar a desconsideração da personalidade jurídica para se

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 268 responsabilizar os gestores da entidade, com base no entendimento de que os mesmos dispositivos legais e regulamentares que permitem a responsabilização de gestores públicos signatários de ajustes com entidades públicas (como prefeitos municipais que firmam convênios em nome dos municípios) permitem a responsabilização de administradores de entidades privadas que figuram como convenentes em ajustes firmados com órgãos públicos, citando, para tanto, trecho do voto do Ministro Ubiratan Aguiar, que conduziu ao Acórdão 27/2004-2ª Câmara. 10. Na oportunidade, o Órgão Ministerial destacou também que mesmo que se considerasse necessária a desconsideração da personalidade jurídica, no caso concreto, os efeitos das responsabilidades fixadas no termo de convênio poderiam ser estendidos aos administradores da entidade, à luz do disposto no art. 50 do Código Civil, uma vez que tanto nesta quanto em outras TCEs envolvendo a transferência de recursos públicos para a Anca, há claros indícios de abuso da personalidade jurídica, caracterizado por desvio de finalidade. 11. E, com base nas novas comunicações processuais, às fls. 257/264, a Secex/SP elaborou a instrução de mérito de fls. 303/309, lançada nos seguintes termos:

“2.11. Em cumprimento ao Despacho do Relator, foi realizada nova citação solidária dos responsáveis (...) pelo valor do débito a seguir demonstrado e resultante do montante relativo às metas cumpridas, deduzido diretamente do valor repassado, considerando a mesma data em que esse repasse ocorreu e creditando-se o valor de R$ 57,80, recolhido em 17/4/2002:

Valor Histórico (R$) Data da Ocorrência

286.414,87 29/10/2001 (débito) 57,80 17/4/2002 (crédito relativo ao recolhimento de saldo residual)

2.13. O Sr. José Mário Schons apresentou alegações de defesa às fls. 290/298, em que aduz

que a interpretação dada ao art. 50 do Código Civil pelo TCU há que ser refutada; eis que, a análise preliminar emitida pelo Procurador coloca em dúvida a própria posição de que não precisa desconsiderar a pessoa jurídica para responsabilizar o gestor, conquanto chega a se precaver, nestes termos:

‘Ademais, mesmo que se considerasse necessária a desconsideração da personalidade jurídica, no caso concreto, os efeitos das responsabilidades fixadas nos termos do convênio poderiam ser estendidos aos administradores da entidade à luz do art. 50 do Código Civil.’

2.13.1. O responsável afirma, ainda, que não é racional confundir o fato de a ANCA atuar com camponeses que integram algum movimento com o da suposta atuação para gerir essas organizações. Portanto, três fatores devem ser considerados: a) o então Secretário Geral da ANCA não foi gestor do recurso, tanto que nada assinou naquele convênio; b) para ser responsabilizado, seria necessária a desconsideração da pessoa jurídica, já que, mesmo que fosse passível apenas para os gestores, a solidariedade em comento, seria impossível, pois o alegante não geriu nada; c) o pretenso desvio de finalidade ancorado em decisões, que não raro se fundamentam em matérias jornalísticas, não deve prosperar, sob pena de estar um órgão tão nobre fechando os olhos para o contraditório.

2.13.2. E continua: ‘Deste ponto de vista, não deve ser desconsiderada a pessoa jurídica, inclusive em homenagem ao entendimento já cristalizado pelo Superior Tribunal de Justiça, que exige a configuração objetiva dos requisitos do abuso de direito, à luz do supracitado art. 50 do Código Civil pátrio em cotejo com o 187 do mesmo diploma legal, in verbis’:

‘Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes’.

2.13.3. Solicita a sua exclusão do polo passivo e a não desconsideração da pessoa jurídica, uma vez que não restaram caracterizados os elementos legais necessários nos termos acima referidos. Alternativamente, sejam acatadas as alegações meritórias, para julgar regulares a prestação de contas.

2.14. Em relação à Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA, em que pese seu pedido de prorrogação de prazo ter sido deferido, fl. 268, a mesma não apresentou alegações de defesa,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 269 nem recolheu aos cofres do Tesouro Nacional a quantia devida. Desta forma, deve ser considerada revel, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, inciso IV, § 3º, da Lei nº 8.443/1992.

2.15. No que tange ao Sr. Luis Antonio Pasquetti, entendemos que possam ser ratificadas as alegações de defesa apresentadas, por advogado legalmente constituído, em 3/11/2009 e inseridas às fls. 194/198.

2.15.1. Basicamente, a defesa do Sr. Luis Antonio Pasquetti está alicerçada na argumentação de que, durante a celebração/execução do Convênio, não era o representante legal da entidade. E afirma:

‘Tendo sido celebrado em 15/10/2001, e publicado no Diário Oficial do dia 18 subsequente, teve suas contas aprovadas, com ressalvas, pelo órgão convenente em 9/12/2002’.

2.15.2. Anexa aos autos Ata de Eleição e Posse da Diretoria da entidade, realizada em 30/6/2000, fls. 227/235. Assim, segundo tal documento, quem respondia legalmente pela entidade, à época da celebração do Convênio, era o Sr. José Mário Schons. Informa, ainda, que na Ata de 17/7/2002, tornou-se Membro do Conselho Fiscal, não exercendo representação legal da ANCA – fls. 221/226.

3. NOSSA ANÁLISE 3.1. Vale comentarmos as considerações tecidas pela equipe Secex/SP, que subsidiaram o

Acórdão 2261/2005 – Plenário, referente ao TC 003.067/2005-4, relativo ao Relatório de Auditoria de interesse do Senado Federal, que tratou da consolidação das auditorias realizadas no âmbito das Secretarias de Controle Externo/TCU (4ª, 5ª, 6ª, São Paulo e RGS), nos 109 convênios celebrados entre a União e várias instituições de direito privado, dentre as quais a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA, no período de 1998 a 2004, por meio de 15 unidades gestoras de recursos da União, incluindo ministérios, secretarias especiais, autarquias e fundo.

3.2. Em relação à participação da ANCA, registrou-se o equivalente a 53,5% dos recursos repassados pela União no período enfocado, com a celebração de 63 convênios. Cabe informar que o convênio ora em análise, em que pese ter sido citado no Relatório de Auditoria, não se encontrava nos convênios relacionados para instauração de TCE’s.

3.3. De acordo com o apurado naquela oportunidade: ‘O estatuto social da ANCA é composto de objetivos genéricos, a permitir que a entidade se candidate a atuar na execução de ações contidas nas mais diferentes funções de governo’.

3.4. Conforme observado pela equipe, especificamente em relação à ANCA: ‘(... ) sempre sem previsão legal ou do instrumento do convênio, subcontratam o objeto conveniado ou repassam recursos diretamente a entidades ligadas aos movimentos sociais que atuam no âmbito da questão agrária para execução das principais metas dos convênios, ou se valem de serviços prestados por colaboradores eventuais remunerados com recursos do convênio. Dessa forma, pode-se concluir que a ANCA e a (....) atuam muito mais como agências de captação de recursos para financiamento de atividades de interesse de pessoas e demais organizações vinculadas aos chamados movimentos sociais, formais e informais, do que como agentes próprios de execução de ações relativas a políticas públicas descentralizadas’.

3.5. Infere a equipe, que esse tipo de irregularidade potencializa riscos de inexecuções ou execuções imperfeitas em razão da descentralização de execução de ações a entidades que não dispõem de condições ou de atribuições para executá-las, além de possibilitar a ocorrência de dano ao erário pela malversação ou desvio de recursos públicos.

3.6. Outro ponto abordado por ocasião daquela auditoria diz respeito à inexecução ou execução parcial dos objetos pactuados: ‘Em alguns convênios celebrados com a ANCA os elementos de comprovação trazidos ao processo são insuficientes à comprovação da efetiva realização do objeto. Há desde mudanças de locais de execução de eventos, sem prévio conhecimento e anuência do concedente, até a inexecução ou não aprovação da execução das metas conveniadas’.

3.7. O convênio ora em análise, nº 66/2001 – SIAFI 423153, foi subcontratado à COOPTRASC – Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agrária de Santa Catarina, com o objetivo

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 270 de ‘apoiar projeto de formação e educação ambiental para assentamentos de reforma agrária, por meio de sensibilização e a capacitação para o tema ambiental’.

3.8. Em relação à responsabilização do Secretário-Geral, temos que às fls. 227/235, relativas à Ata da Assembléia Geral Extraordinária da Anca – Associação Nacional de Cooperação Agrícola, de 30/6/2000, registrou-se como ocupante do cargo de Secretário-Geral, o Sr. José Mário Schons, exercido até 17/7/2002, quando foi substituído pelo Sr. Adalberto Floriano Greco, fls. 221/226.

3.9. Dessa forma, não há como isentá-lo da imputação do débito ora proposto, haja vista que, conforme bem observa o Procurador do MPTCU ‘(...) de acordo com o Estatuto juntado às fls. 207/213, o Secretário-Geral detém a responsabilidade sobre a gestão da entidade, devendo ‘Administrar a ANCA com obediência ao Estatuto, aos Regulamentos e às deliberações da Assembleia Geral’, além de ‘dinamizar as diversas atividades da Associação’ (art. 10).

4. CONCLUSÃO 4.1. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo ao TCU: 4.1.1. Rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo Sr. Luis Antonio Pasquetti, ante sua

anuência aos Termos do Convênio MMA nº 2001 CV 00066, por meio de sua assinatura aposta às fls. 31/32, como Secretário Adjunto. Em outra oportunidade, quando da celebração do TA de fls. 45/46, assinou o documento como Secretário-Geral, situação prevista no Estatuto da ANCA:

‘Art. 11º: ‘Substituir, quando necessário, o Secretário-Geral, além de se responsabilizar pelos assuntos da Secretaria da ANCA – Associação Nacional de Cooperação Agrícola’.

4.1.2. Rejeitar as alegações de defesa do Sr. José Mário Schons, ante suas obrigações impostas por força do Estatuto da Associação Nacional de Cooperação Agrícola - ANCA;

4.1.3. Julgar irregular as presentes contas, nos termos dos arts. 1º, I; 16, III, alíneas ‘b’ e ‘c’, 19 e 23, III, da Lei nº 8.443/1992, condenando, solidariamente, o Sr. Luis Antonio Pasquetti (CPF 279.425.620-34), a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA (CNPJ 55.492.425/0001-57) e o Sr. José Mário Schons (CPF nº 213.656.959-72), ao pagamento da importância abaixo discriminada, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data indicada, até a efetiva quitação do débito, deduzindo-se o valor do crédito e fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, para comprovarem, perante este Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, nos termos do art. 23, inciso III, da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 214, III, do Regimento Interno/TCU;

Valor Histórico (R$) Data da Ocorrência

286.414,87 (débito) 29/10/2001 57,80 (crédito) 17/4/2002

Ocorrência: não cumprimento de parte das metas estabelecidas no Convênio nº 2001 CV

00066/SPOA/MMA, com enfoque na temática ambiental: cursos estaduais; elaboração e publicação de cartilhas; elaboração/publicação de cartaz e acompanhamento/manutenção de unidades experimentais, celebrado entre a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA e o Ministério do Meio Ambiente – MMA, assinado em 18/10/2001, fls. 24/31.

Normas Infringidas: Arts. 70 e 71, II e IV da CF/1988; art.18, V, da Lei nº 10.180/2001; art. 84 do Decreto-lei nº 200/1967; art. 148 do Decreto nº 93.872/1986; art. 38, II, alínea ‘a’, da IN/STN nº 01/1997 e suas alterações; IN/SFC/MF nº 01/2000; IN/TCU nº 13/1996, atualizada pela IN/TCU nº 35/2000.

4.1.4. Aplicar aos Srs. Luis Antonio Pasquetti, José Mário Schons, bem como, à Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno do TCU, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’ do RI/TCU), o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora fixado, até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

4.1.5. Autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança judicial das dívidas caso não atendida a notificação;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 271

4.1.6. Remeter cópia das principais peças dos autos ao Ministério Público da União, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 209, § 6º, do Regimento Interno/TCU, para ajuizamento das ações cabíveis;

4.1.7. Dar ciência do Acórdão que vier a ser proferido, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam ao responsável e ao Ministério do Meio Ambiente/MMA;

4.1.8. Excluir a responsabilidade do Sr. José Trevisol, CPF: 017.009.928-80, eis que, por equívoco, lhe foi atribuído o cargo de Secretário-Geral, à época da celebração do Convênio nº 2001 CV 00066/SPOA/MMA – fl. 175.”

12. Em novo pronunciamento, o Ministério Público manifestou-se de acordo com a proposta oferecida pela Secex/SP, fls. 311/312. 13. Por fim, deve ser destacado que tanto a Secex/SP quanto o Ministério Público compareceram novamente aos autos, respectivamente às fls. 321/323 e 326, apenas para ratificar seus pareceres anteriores, em face do levantamento do sobrestamento efetuado diante da falta de manifestação conclusiva sobre o incidente de uniformização de jurisprudência suscitado na Plenária de 11/8/2010, quando da apreciação do TC 006.310/2006-0.

É o Relatório.

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em face de irregularidades verificadas na execução de convênio celebrado entre o Ministério do Meio Ambiente e a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – Anca, com vistas ao desenvolvimento de ações envolvendo o tema educação ambiental e reforma agrária. 2. Consta dos autos que foram observadas irregularidades em cinco das oito metas previstas para serem executadas no ajuste, representando um dano na ordem de R$ 268 mil, dos R$ 329 mil transferidos pela União. 3. A falta de solução na fase interna desta TCE deu ensejo, no âmbito deste Tribunal, à citação solidária da Anca com os Srs. José Mário Schons e Luis Antônio Pasquetti, que, à época dos fatos, figuravam, respectivamente, como secretário-geral e secretário-adjunto da entidade, sendo este o signatário da avença. 4. Devidamente citados, apenas os Srs. José Mário Schons e Luis Antônio Pasquetti apresentaram alegações de defesa. A associação não se manifestou no prazo previsto, devendo ser considerada revel, para todos os efeitos, com fulcro no art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1993. 5. Quanto às defesas apresentadas, estas buscam, em essência, afastar a responsabilidade dos gestores em relação ao ajuste. 6. Com efeito, o Sr. José Mário Schons afirmou que não foi gestor dos recursos, “tanto que nada assinou naquele convênio”. Já o Sr. Luis Antônio Pasquetti argumentou que, durante a celebração/execução do Convênio, não era o representante legal da entidade, vindo a mencionar, ainda, que teve suas contas aprovadas pelo órgão concedente em 9/12/2002. 7. O exame levado a efeito pela Secex/SP rejeitou as defesas apresentadas e concluiu pela responsabilidade dos gestores em tela, em solidariedade com a Anca, quanto ao débito apurado, propondo ao Tribunal, em consequência, julgar irregulares as presentes contas, com fulcro no art. 16, III, “b” e “c”, da Lei nº 8.443, de 1992, além de aplicar a cada responsável a multa prevista pelo art. 57 do mesmo diploma, tendo o Ministério Público endossado integralmente a proposta da unidade instrutiva.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 272 8. Feita essa breve digressão processual, deve ser promovida, desde logo, a exclusão da responsabilidade do Sr. José Trevisol destes autos, indevidamente citado para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades apuradas, uma vez que, como se verificou, não ocupava o cargo de secretário-geral à época dos fatos. 9. Oportuno, ainda, mencionar que acompanho o entendimento externado pelo Ministério Público quanto a não ser necessário chamar aos autos o Sr. Adalberto Floriano G. Martins, que assumiu a secretaria-geral da entidade em 17/7/2002, já próximo ao fim do período de vigência do ajuste (de 18/10/2001 a 31/10/2002), mesmo porque os seus atos se resumiram a dar continuidade ao cumprimento das formalidades finais da avença. 10. Com relação aos demais responsáveis, a falta de manifestação da Anca, como destinatária dos recursos transferidos, não impede o prosseguimento do processo, o que, em face das irregularidades verificadas, impõe a sua responsabilização nestes autos, nos termos propostos nos pareceres elaborados pela unidade instrutiva e pelo Ministério Público. 11. No tocante às defesas apresentadas pelos gestores, a do Sr. José Mário Schons não pode ser acolhida, pois, como secretário-geral da entidade, a sua responsabilidade sobre a gestão da Anca é estatutariamente fixada, o que reflete a previsão constante do art. 10 do estatuto da entidade, segundo o qual incumbe ao ocupante do referido cargo: “Administrar a ANCA com obediência ao Estatuto, aos Regulamentos e às deliberações da Assembleia Geral’, além de ‘dinamizar as diversas atividades da Associação”. 12. E deve ser sublinhado que o gestor esteve à frente da Anca, na condição de secretário-geral, no período de 30/6/2000 a 17/7/2002, período que abarca, vale dizer, quase que integralmente a vigência do convênio celebrado com o Ministério do Meio Ambiente, que se estendeu de 18/1/2001 a 31/10/2002. 13. A alegação apresentada pelo responsável, portanto, não se sustenta, razão pela qual não merece ser acolhida. 14. E também não se mostra plausível acolher a defesa apresentada pelo Sr. Luis Antônio Pasquetti, uma vez que o responsável, muito embora não fosse o representante da entidade à época dos fatos, figura como signatário da avença, situação que tinha amparo no estatuto da entidade, consoante previsão contida no art. 11 do referido normativo, segundo o qual “Compete ao Secretário-Adjunto (...) II – Substituir, quando necessário, o Secretário-Geral”. 15. Demais disso, deve ser lembrado que o exame das contas efetuado pelo concedente não vincula a análise proferida por esta Corte de Contas, mesmo porque o fato de o responsável ter as suas contas aprovadas pelo concedente em 9/12/2002 não deve necessariamente interferir no mérito do presente processo de TCE. 16. E aí, identificada a responsabilidade dos Srs. José Mário Schons e Luis Antônio Pasquetti em relação aos atos de gestão envolvendo os recursos transferidos à Anca, resta analisar se referidos gestores merecem ser responsabilizados de forma solidária com a entidade pelos danos apurados nesta TCE. 17. Para discutir a questão, deve se ter em conta que o dever de prestar contas de recursos transferidos por meio de convênio e, em consequência, de comprovar a boa e regular gestão desses recursos, tem caráter pessoal, atribuído, por essa razão, não à pessoa jurídica, mas a pessoa física que a representa. 18. Nesse sentido, é imperioso trazer à baila ementa do julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos do MS nº 21.644 – DF, no qual a Egrégia Corte aponta para o fato de que o dever de prestar contas não é da entidade, mas da pessoa física, seja ele agente público ou não (Rel. Min. Néri da Silveira, Julgamento: 4/11/1993, Tribunal Pleno, D.J. de 8/11/1993, pág. 43.204), ao asseverar:

“Mandado de Segurança. Tribunal de Contas da União. 2. Prestação de contas referente à aplicação de valores recebidos de entidades da administração indireta, destinados a Programa Assistencial de Servidores de Ministério, em período em que o impetrante era Presidente da Associação dos Servidores do Ministério. 3. O dever de prestar contas, no caso, não é da entidade, mas da pessoa física responsável por bens e valores públicos, seja ele agente público ou não”.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 273 19. E é com amparo no entendimento esposado pela Suprema Corte no sentido de que o dever de prestar contas não é só da entidade, mas da pessoa física responsável por bens e valores públicos, é que se funda a linha de atuar desta Corte, reproduzida no Voto do Exmo. Sr. Ministro Ubiratan Aguiar (Acórdão 27/2004, 2ª Câmara, Sessão de 22/1/2004, Ata nº 01/2004), segundo a qual: “diferentemente das relações de natureza contratual, nas quais a responsabilidade do contratado, em princípio, restringe-se à pessoa jurídica da entidade privada contratada, no caso de convênio entre a administração e outra entidade pública ou privada, o dirigente da entidade convenente é pessoalmente responsável pela aplicação dos recursos públicos.” (grifou-se) 20. Duas informações importantes podem ser extraídas dos julgados acima. 21. A primeira no sentido de que o dever de prestar contas dos valores recebidos dos cofres públicos não é da entidade, mas da pessoa física responsável por bens e valores públicos, seja ele agente público ou não. 22. A segunda no sentido de que, no caso de convênios, incumbe ao dirigente da entidade convenente o dever de prestar contas pela aplicação dos recursos públicos. 23. Logo, conclui-se, de plano, que, em face da natureza não contratual do ajuste, não se faz necessária a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para se fixar a responsabilidade do dirigente da entidade beneficiada com a transferência de recursos públicos. 24. De qualquer modo, em paralelo a essas considerações, não se pode olvidar que, ao fim e ao cabo, a entidade se beneficiou dos valores malversados de modo que concorreu para o cometimento do dano, dando então ensejo à sua responsabilização solidária com base no art. 16, § 2º, alínea “b”, da Lei nº 8.443, de 1992, que aduz: “o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado”. 25. Desse modo, acolho as propostas formuladas nestes autos no sentido de rejeitar as alegações de defesa apresentadas e de julgar irregulares as presentes contas, condenando em débito a Anca em solidariedade com os Srs. José Mário Schons e Luis Antônio Pasquetti, dirigente e signatário da avença, aos quais cabia a comprovação da boa e regular aplicação dos referidos recursos, mostrando-se devida, ainda, a aplicação da multa proposta. Pelo exposto, manifesto-me por que seja adotado o Acórdão que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro, em 18 de outubro de 2011.

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO Relator

ACÓRDÃO Nº 9905/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 011.172/2009-7. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Associação Nacional de Cooperação Agrícola - Anca (55.492.425/0001-57); José Mário Schons (213.656.959-72); Luis Antonio Pasquetti (279.425.620-34). 4. Órgão: Ministério do Meio Ambiente. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade: Secex/SP. 8. Advogado constituído nos autos: Giane A. Ambrósio Álvares, OAB/SP nº 218.434. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 274 Ministério do Meio Ambiente em razão da execução apenas parcial do objeto pactuado no Convênio nº 2001/CV/00066/SPOA/MMA, fls. 24/31, celebrado com a Associação Nacional de Cooperação Agrícola – Anca, visando apoiar o Projeto de Formação e Educação Ambiental para Assentamento de Reforma Agrária; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. considerar revel a Associação Nacional de Cooperação Agrícola, com fulcro no art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1993; 9.2. excluir a responsabilidade do Sr. José Trevisol nestes autos; 9.3. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelos Srs. Luis Antonio Pasquetti e José Mário Schons; 9.4. julgar as presentes contas irregulares, nos termos dos arts. 1º, I; 16, III, alíneas “b” e “c”, 19 e 23, III, da Lei nº 8.443, de 1992, condenando, solidariamente, os Srs. José Mário Schons e Luis Antonio Pasquetti e a Associação Nacional de Cooperação Agrícola ao pagamento da importância abaixo discriminada, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data indicada, até a efetiva quitação do débito, deduzindo-se o valor do crédito e fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, para comprovarem, perante este Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, nos termos do art. 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 214, III, do Regimento Interno do TCU;

Valor Histórico (R$) Data da Ocorrência 286.414,87 (débito) 29/10/2001

57,80 (crédito) 17/4/2002

9.5. aplicar aos Srs. Luis Antonio Pasquetti e José Mário Schons, bem como, à Associação Nacional de Cooperação Agrícola – ANCA, individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 267 do Regimento Interno do TCU, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, na forma da legislação em vigor; 9.6. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os subitens 9.4 e 9.5, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992; 9.7. autorizar, caso requerido, nos termos do art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno do Tribunal, o parcelamento das dívidas constante deste Acórdão em até 24 (vinte e quatro) parcelas, corrigidas monetariamente até a data do pagamento, esclarecendo aos responsáveis que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do Regimento Interno do Tribunal), sem prejuízo das demais medidas legais; e 9.8. enviar cópia do Acórdão, do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9905-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

na Presidência Relator

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 275

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)

CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE II – Segunda Câmara TC 028.384/2009-4. Natureza: Tomada de Contas Especial. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Responsável: Fernando Lemos de Almeida (031.653.292-49). Advogados constituídos nos autos: Hamilton Sales Gomes (OAB/AM 6.784); Janne Sales Gomes (OAB/AM 3.045); Maria Auxiliadora Bicharra da S. Santana (OAB/AM 3.004). SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. BOLSA DE ESTUDOS NO EXTERIOR. DESCUMPRIMENTO DE TERMO DE COMPROMISSO. REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. RECONHECIMENTO DA BOA-FÉ. FIXAÇÃO DE NOVO E IMPRORROGÁVEL PRAZO PARA PAGAMENTO DA DÍVIDA. CONHECIMENTO DE EXPEDIENTE COMO MERA PETIÇÃO, NEGANDO-LHE SEGUIMENTO. RETORNO DOS AUTOS À SECEX/AM.

RELATÓRIO Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq em desfavor do Sr. Fernando Lemos de Almeida, em razão do descumprimento do termo de compromisso firmado, em 6/12/1993, quando lhe foi concedida bolsa de estudos no exterior, na modalidade de doutorado, para curso na Michigan State University, em Lansing–Michigan, nos Estados Unidos. 2. O TCU, mediante o Acórdão 1.166/2011, retificado pelo Acórdão 3.004/2011, ambos da 2ª Câmara, rejeitou as alegações de defesa do responsável e fixou novo e improrrogável prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para o recolhimento aos cofres do CNPq da importância de R$ 120.066,13, atualizada monetariamente desde 25/3/1999, autorizando, em caráter excepcional, o parcelamento da dívida em até 96 meses. 3. Devidamente cientificado da referida decisão, em 3/6/2011, fls. 355/356, o responsável protocolou na Secex/AM, no dia 1º/7/2011, fls. 358/361, peça intitulada de “pedido de reexame”, na qual, em síntese, solicita o pagamento da dívida com base no percentual de 10% da sua remuneração mensal, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, em virtude de incapacidade financeira para o adimplemento no prazo contido no Acórdão 1.166/2011-2ª Câmara. 4. A Secex/AM, na instrução de fls. 363/364, considerando que não cabe recurso contra decisão que rejeita alegações de defesa, por ser decisão preliminar, sem julgamento de mérito, consoante o art. 23, §§ 1º e 2º, da Resolução TCU nº 36, de 30 de agosto de 1995, e considerando, ainda, que o Tribunal reconheceu a boa-fé do responsável e que o valor pleiteado enquadra-se no limite mínimo estabelecido no art. 46 da Lei nº 8.112, de 1990, formulou proposta de encaminhamento, sugerindo o recebimento da referida peça como pedido de parcelamento de débito.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 276 5. O Ministério Público, representado pelo Procurador Sérgio Ricardo Costa Caribé, no parecer de fls. 367/368, manifestou-se pela negativa do pleito do responsável, conforme o exame vazado nos seguintes termos: “(...). A Secex/AM obtemperou que não cabe recurso de decisão que rejeita as alegações de defesa e que os elementos trazidos aos autos pelo responsável não constituem novos elementos de defesa. 5. A unidade instrutiva tratou o denominado pedido de reexame como solicitação de pedido de parcelamento, uma vez que o requerente afirma não ter condições de efetuar o pagamento do débito a ele imputado em 96 parcelas e pleiteia que esse seja descontado em folha de pagamento, no percentual de 10% de sua remuneração mensal. 6. Aduziu a Secex/AM que, a partir da cópia do contracheque do Senhor Fernando, juntado aos autos à folha 362, foi possível verificar que mais de 50% da sua remuneração líquida está comprometida com empréstimos e pensão; as 96 parcelas corresponderiam cada uma a mais de R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais); e essas iriam comprometer mais de 57% da atual renda líquida do responsável. 7. Ao fim, manifesta-se a unidade instrutiva pelo atendimento ao pleito do responsável, em razão de o Tribunal ter reconhecido a sua boa-fé; de restar demonstrado o seu interesse em ressarcir o Erário; e de o percentual pleiteado enquadrar-se no limite mínimo estabelecido pelo art. 46, § 1º, da Lei nº 8.112/1990, para desconto na remuneração do servidor. 8. Não resta dúvida de que a unidade instrutiva destaca aspectos que restaram comprovados do exame destes autos, entretanto, em que pese esse fato, outros elementos devem ser levados em consideração quando da avaliação quanto à conveniência e oportunidade de se conceder o parcelamento requerido. 9. É fato que a jurisprudência mais recente do Tribunal tem entendido que é admissível que se autorize, de maneira excepcional, e em nome dos princípios da razoabilidade e do interesse público, o parcelamento de débito de ex-bolsista do CNPq em até 96 parcelas atualizadas monetariamente. Isso em razão de ser esse o prazo que seria concedido pelo próprio Conselho para restituição do valor devido, correspondente ao dobro do período em que a bolsa foi efetivamente usufruída, consoante Resolução Normativa CNPq nº 24/2007. 10. A concessão do pleito do requerente em muito ultrapassaria o número de parcelas que, somente em julgados recentes, tem o Tribunal admitido e, ainda, em caráter excepcional. Tal pretensão não encontra amparo na Lei nº 8.443/1992, no Regimento Interno do Tribunal e nem tampouco na jurisprudência da Corte de Contas. Isso posto, este membro do Ministério Público de Contas, com as vênias de estilo por discordar da proposta apresentada pela unidade técnica, manifesta-se pela negativa do pleito do responsável.” É o Relatório.

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

Conforme visto no Relatório, trata-se de contas especial instaurada pelo CNPq em desfavor do Sr. Fernando Lemos de Almeida, em razão do descumprimento do termo de compromisso firmado, em 6/12/1993, quando lhe foi concedida bolsa de estudos no exterior, na modalidade de doutorado, para curso na Michigan State University, em Lansing–Michigan, nos Estados Unidos. 2. O Tribunal decidiu, por meio do Acórdão 1.166/2011, retificado pelo Acórdão 3.004/2011, ambos da 2ª Câmara, rejeitar as alegações de defesa do responsável e fixar novo e improrrogável prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para o recolhimento aos cofres do CNPq da importância de R$ 120.066,13, atualizada monetariamente desde 25/3/1999, bem como autorizar, em caráter excepcional, o parcelamento da dívida em até 96 meses.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 277 3. Ocorre que o responsável, mesmo notificado da mencionada decisão em 3/6/2011, fls. 355/356, não recolheu o débito, mas acostou aos autos peça denominada de “pedido de reexame”, protocolada na Secex/AM em 1º/7/2011, na qual, em síntese, alega dificuldade financeira para pagar a dívida no prazo estabelecido na referida decisão, mesmo com o parcelamento em até 96 meses, e solicita o adimplemento do débito com base no percentual de 10% da sua remuneração mensal, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. 4. A Secex/AM formulou proposta no sentido de que o referido expediente seja recebido como pedido de parcelamento do débito, sem, no entanto, declinar acerca da sua aceitabilidade, ou não, enquanto o Ministério Público sugeriu a rejeição do pleito do responsável, por ausência de base legal e jurisprudencial. 5. Importa registrar que o responsável foi devidamente informado acerca das consequências do não recolhimento tempestivo do débito, ex vi do item 9.4 do Acórdão 1.166/2011-2ª Câmara, registrado nos seguintes termos:

“9.4. informar o Sr. Fernando Lemos de Almeida de que a liquidação tempestiva do débito, atualizado monetariamente, sanará o processo, de sorte que as respectivas contas poderão ser julgadas regulares com ressalva, dando-lhe quitação, nos termos do art. 12, § 2º, da Lei nº 8.443, de 1992, c/c o art. 202, § 4º, do RITCU, enquanto a falta de liquidação tempestiva ensejará o julgamento pela irregularidades das contas, com imputação de débito atualizado monetariamente e acrescido dos juros legais;”

6. Mesmo assim, não quitou integralmente a divida e tampouco iniciou o seu recolhimento na forma excepcional que lhe foi concedida (em até 96 parcelas mensais), o que deveria resultar, neste momento, no julgamento pela irregularidade de suas contas, com a consequente condenação em débito, acrescido da atualização monetária e dos juros legais. 7. Tal medida, todavia, não se mostra plausível nesta oportunidade, porque não consta dos autos a proposta de mérito da unidade técnica, que optou por apenas encaminhar os autos ao meu Gabinete para o pronunciamento acerca do expediente acostado pelo responsável. 8. E assim, quanto ao suposto recurso, entendo pertinente recebê-lo como mera petição com novos elementos de defesa, sem o emprego do princípio da fungibilidade recursal, visto que não é passível de recurso a decisão que rejeita alegações de defesa e fixa novo e improrrogável prazo para o recolhimento do débito, a teor do art. 23, § 1º, da Resolução TCU nº 36, de 30 de agosto de 1995. 9. Já, no tocante ao pedido de parcelamento nos moldes do art. 46 da Lei nº 8.112, de 1990, merece ser registrado que essa solicitação já constou das alegações de defesa do responsável, sendo que na Proposta de Deliberação que fundamentou o Acórdão 1.166/2011-2ª Câmara deixei assentada a negativa ao pleito, nos seguintes termos: “(...). 8. Necessário consignar que o percentual de dez por cento a que se refere o art. 46 da Lei nº 8.112, de 1990, representa o limite mínimo para cada parcela a ser descontada da remuneração do servidor, não havendo, assim, amparo legal no pleito do responsável para que o desconto mensal do débito não supere o referido limite, mesmo porque ele não recebeu a bolsa do CNPq na condição de servidor público federal, mas apenas na de estudante brasileiro, o que afastaria a aplicação desse dispositivo legal. (...).” 10. Assim, uma vez mais não deve ser acatado o repetido pedido de parcelamento do débito, que carece de amparo legal, uma vez que o art. 46 da Lei nº 8.112, de 1990, não se aplica ao presente caso. 11. E aí importa destacar que, com base na jurisprudência desta Casa e nos princípios da razoabilidade e do interesse público, o parcelamento concedido, de até 96 meses, representa uma excepcionalidade em função da condição de ex-bolsista do Sr. Fernando Lemos de Almeida, isso porque seria este o prazo estabelecido pelo CNPq para restituição do valor devido, correspondente ao dobro do período em que a bolsa foi efetivamente usufruída, consoante Resolução Normativa CNPq nº 24, de 2007. 12. Logo, diante dos fatos narrados, impõe-se, nesta fase, o recebimento do expediente acostado aos autos pelo responsável como mera petição com novos elementos de defesa, negando-lhe seguimento,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 278 bem como a remessa dos autos à Secex/AM, objetivando a instrução de mérito, com o retorno do feito para o julgamento definitivo, via Ministério Público.

Pelo exposto, manifesto-me por que seja adotado o Acórdão que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

Relator

ACÓRDÃO Nº 9906/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 028.384/2009-4. 2. Grupo II – Classe de Assunto II: Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Fernando Lemos de Almeida (031.653.292-49). 4. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé. 7. Unidade: Secex/AM. 8. Advogados constituídos nos autos: Hamilton Sales Gomes (OAB/AM 6.784); Janne Sales Gomes (OAB/AM 3.045); Maria Auxiliadora Bicharra da S. Santana (OAB/AM 3.004). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq em desfavor do Sr. Fernando Lemos de Almeida, em razão do descumprimento do termo de compromisso firmado, em 6/12/1993, quando lhe foi concedida bolsa de estudos no exterior, na modalidade de doutorado, para curso na Michigan State University, em Lansing–Michigan, nos Estados Unidos. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer do expediente acostado aos autos pelo responsável, às fls. 358/361, como mera petição com novos elementos de defesa, negando-lhe seguimento; 9.2. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta; ao responsável; e 9.3. restituir estes autos à Secex/AM para que efetue a devida instrução de mérito, retornando posteriormente o feito para julgamento, via Ministério Público. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9906-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

na Presidência Relator

Fui presente:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 279

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 029.169/2010-0. Natureza: Tomada de Contas Especial. Entidade: Município de Pindoretama/CE. Responsável: José Gonzaga Barbosa (CPF 081.607.673-15). Advogado constituído nos autos: não há. SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. FUNASA. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS. NÃO COMPROVAÇÃO DA BOA E REGULAR APLICAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.

RELATÓRIO Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) contra o Sr. José Gonzaga Barbosa, ex-prefeito do município de Pindoretama/CE, em razão da omissão no dever de prestar contas dos recursos referentes ao Convênio nº 637/2006 (Siafi 569382), que tinha por objeto a implantação de melhorias sanitárias domiciliares no município (91 módulos sanitários), vigente de 20/6/2006 a 11/2/2011, com prazo final para a prestação de contas em 12/4/2011. 2. No âmbito do Tribunal, a Secex/CE elaborou a instrução inicial inserida na peça nº 5, por meio da qual promoveu a citação, por delegação de competência (peça nº 6), nos termos do ofício de peça nº 7, o qual foi recebido no endereço do responsável, constante do Sistema CPF (peça nº 3), conforme Aviso de Recebimento acostado à peça nº 8. 3. Transcorrido o prazo da citação, o responsável permaneceu silente e, em consequência, a Secex/CE elaborou a instrução de mérito de peça nº 10, cujo encaminhamento contou com a anuência dos dirigentes da unidade técnica (peças nºs 11 e 12), nos seguintes termos: “(...) 3. Para a execução da avença, foram alocados recursos na ordem de R$ 154.500,00, com a seguinte composição: R$ 4.500,00 de contrapartida do convenente e R$ 150.000,00 à conta da concedente, liberados parcialmente no valor total de R$ 120.000,00, mediante as Ordens Bancárias 2007OB908182, de 20/7/2007 (peça nº 1, p. 148), e 2007OB909672, de 29/8/20007 (peça nº 1, p. 164), ambas no valor de R$ 60.000,00. 4. Compulsando os autos, observamos que não foi acostada cópia do termo do convênio. 5. Registramos, por oportuno, que o nome do responsável foi registrado incorretamente no Relatório de Tomada de Contas Especial. No referido Relatório consta Luiz Gonzaga Barbosa, quando o certo seria José Gonzaga Barbosa. 6. A responsabilidade pelo dano ao erário foi imputada ao Sr. José Gonzaga Barbosa, prefeito municipal de Pindoretama/CE à época da ocorrência dos fatos (gestão 2005-2008), em razão da omissão no dever de prestar contas dos recursos do Convênio nº 637/2006, conforme consta no Relatório de Tomada de Contas Especial, de 16/3/2009 (peça nº 2, p. 20), e no Relatório Complementar de Tomada de Contas Especial (peça nº 2, p. 68). 7. Ressaltamos que consta cópia de Ação Ordinária de Ressarcimento ao Tesouro Municipal c/c Perdas e Danos e Representação Criminal promovida pelo município de Pindoretama/CE, em desfavor do ex-prefeito, em razão da irregularidade relacionada ao presente Convênio (peça nº 2, p. 34). 8. A Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União – SFC/CGU certificou a irregularidade das contas, conforme o Relatório e o Certificado de Auditoria 231178/2010

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 280 (peça nº 2, p. 86-92), e a autoridade ministerial atestou haver tomado conhecimento de tais conclusões, conforme pronunciamento ministerial à fl. 94 da peça nº 2. EXAME TÉCNICO 9. Nos termos da delegação de competência do Sr. Ministro-Relator e da subdelegação constante da Portaria SECEX/CE 14/2007, a Secex/CE promoveu a citação do Sr. José Gonzaga Barbosa, mediante o Ofício 588/2011-TCU/SECEX–CE (peça nº 7, p. 1). 10. Embora o Aviso de Recebimento-AR dos Correios (peça nº 8, p. 1) mostre que o ofício de citação não foi recebido diretamente pelo responsável, Sr. José Gonzaga Barbosa, o endereço de entrega é aquele constante como sendo seu endereço no Sistema CPF (peça nº 3, p. 1), restando, portanto, atendidos os requisitos estabelecidos no art. 4º, inciso II e § 1º, da Resolução TCU 170/2004, para que seja considerada entregue a comunicação. 11. No entanto, transcorrido o prazo regimental fixado, o responsável permaneceu silente, e uma vez caracterizada a revelia, deve-se dar prosseguimento ao processo, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992 c/c o § 8º do art. 202 do RITCU. 12. Destacamos que não se configura nos autos a boa-fé do responsável, razão pela qual estas contas devem, desde logo, ser julgadas irregulares, na forma do art. 202, § 6º, do Regimento Interno. CONCLUSÃO 13. Como é sabido, prestar contas é dever inafastável de todo aquele que utiliza e gerencia recursos públicos, conforme disposto no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988 e no art. 93 do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967. 14. Restou caracterizada a revelia do Sr. José Gonzaga Barbosa, ex-prefeito municipal de Pindoretama/CE. 15. Destacamos que não se configura nos autos a boa fé do responsável, razão pela qual estas contas devem, desde logo, ser julgadas irregulares, na forma do art. 202, § 6º, RITCU. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 16. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo: a) sejam julgadas irregulares as contas do Sr. José Gonzaga Barbosa (CPF: 081.607.673-15), com fundamento nos arts. 1º, inciso I, e 16, inciso III, alínea ‘a’, e 19 da Lei 8.443/92 c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, 210 e 214, inciso III, alínea ‘a’ do RITCU, condenando-o ao pagamento das importâncias abaixo especificadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculadas a partir das datas discriminadas até a efetiva quitação do débito, fixando-lhe o prazo de 15 dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres da Fundação Nacional de Saúde, nos termos do art. 23, inciso III, alínea ‘a’, da citada Lei:

OB Nºs Datas Valor histórico ( R$ )

2007OB908182 20/7/2007 60.000,00 2007OB909672 29/8/2007 60.000,00

Valor atualizado do débito em 26/7/2011: R$ 219.850,60; Ocorrência: não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais repassados pela Funasa à Prefeitura Municipal de Pindoretama/CE, em razão da omissão no dever de prestar contas dos recursos referentes à 1ª e 2 ª parcelas do Convênio nº 637/2006 (Siafi 569382), que tinha por objeto a implantação de melhorias sanitárias domiciliares (91 módulos sanitários) no município. b) seja aplicada ao Sr. José Gonzaga Barbosa a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/92, fixando-lhe o prazo de quinze dias, a contar da ciência da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do Acórdão a ser proferido, até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 281 c) seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92, caso não atendidas as notificações; e d) seja remetida cópia da deliberação que vier a ser adotada, bem como do Voto e Relatório que a fundamentarem, à Procuradoria da República no Estado do Ceará, para ajuizamento das ações que entender cabíveis, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992 c/c o art. 209, § 6º do Regimento Interno do TCU”. 4. O Ministério Público junto ao TCU, representado pela Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva, manifestou-se nos seguintes termos (peça nº 13): “Em vista do que consta dos autos, e ante a constatação de que o Termo do Convênio nº 637/2006 encontra-se adequadamente digitalizado, conforme peça eletrônica nº 1, fl. 72, com cópia do extrato publicado em 30/6/2006 (peça nº 1, fl. 85), o Ministério Público manifesta a sua anuência ao encaminhamento uníssono proposto pela Secex/CE”. É o Relatório.

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

Conforme consta dos autos, o responsável não apresentou a prestação de contas da aplicação dos recursos transferidos ao município de Pindoretama/CE por intermédio do Convênio nº 637/2006, no valor total de R$ 120.000,00, firmado com a Funasa, cujo objeto consistia na implantação de melhorias sanitárias domiciliares no município. 2. Deve-se ressaltar que o responsável também não apresentou quaisquer esclarecimentos ou documentos junto ao órgão repassador dos recursos em atendimento às notificações encaminhadas. 3. No âmbito deste Tribunal, devidamente citado, o responsável deixou transcorrer in albis o prazo sem apresentar alegações de defesa e sem efetivar o recolhimento do débito, o que importa na sua condição de revel perante esta Corte, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, e autoriza o prosseguimento normal do processo. 4. Como é sabido, prestar contas é dever de todos aqueles a quem, a qualquer título, sejam confiados recursos públicos, de acordo com o comando insculpido no parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal de 1988, c/c o art. 93 do Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. 5. A omissão no dever de prestar contas configura, portanto, ofensa não só às regras legais, mas também aos princípios basilares da administração pública, já que, ao final e ao cabo, o gestor deixa de prestar satisfação à sociedade do uso dos recursos postos à sua administração, dando ensejo, inclusive, ao surgimento de presunção legal de sua não aplicação. 6. Dessa forma, em face da ausência de elementos capazes de demonstrar a boa e regular aplicação dos recursos federais transferidos, alinho-me ao encaminhamento sugerido pela unidade técnica (peça 10) e endossado pelo Parquet (peça 13) quanto à irregularidade das presentes contas, com fundamento no art. 16, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 8.443, de 1992, condenando-se o Sr. José Gonzaga Barbosa ao pagamento do débito, atualizado monetariamente e acrescido dos juros de mora devidos, na forma da legislação em vigor. 7. E aí, considerando, ainda, que a devolução dos recursos é mero ressarcimento ao erário, e não medida sancionadora, entendo que deve ser aplicada ao responsável, que foi omisso no dever de prestar contas, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992. 8. Destaco aliás que, em outras três tomadas de contas especiais contra o Sr. José Gonzaga Barbosa, ex-prefeito de Pindoretama/CE, este Colegiado julgou irregulares as suas contas, ante a mesma omissão do responsável, sendo-lhe imputado o débito relativo aos recursos federais transferidos ao município, além da aplicação da multa legal, nos termos dos Acórdãos 1.097/2010, 1.951/2011 e 4.480/2011, da 2ª Câmara, todos da minha relatoria.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 282 9. Enfim, impõe-se, de qualquer modo, o envio de cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado do Ceará, para ajuizamento das ações cabíveis, nos termos do art. 209, § 6º, in fine, do Regimento Interno do TCU. Ante o exposto, proponho que se aprove o Acórdão que submeto à consideração deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

Relator

ACÓRDÃO Nº 9907/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 029.169/2010-0. 2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: José Gonzaga Barbosa (081.607.673-15). 4. Entidade: Município de Pindoretama/CE. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade: Secex/CE. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) contra o Sr. José Gonzaga Barbosa, ex-prefeito do município de Pindoretama/CE, em decorrência da omissão da prestação de contas dos recursos do Convênio nº 637/2006, que objetivava a execução de melhorias sanitárias domiciliares. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. julgar, com base nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, as presentes contas irregulares e em débito o Sr. José Gonzaga Barbosa, condenando-o ao pagamento das importâncias abaixo relacionadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados desde as datas especificadas até a efetiva quitação, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU – RITCU), o recolhimento das referidas quantias aos cofres da Fundação Nacional de Saúde – Funasa;

Valor (em R$) Data 60.000,00 20/7/2007 60.000,00 29/8/2007

9.2. aplicar ao Sr. José Gonzaga Barbosa, com base no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso III, alínea “a”, do RITCU, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na forma da legislação em vigor; 9.3. autorizar, desde já, com amparo no art. 26 da Lei nº 8.443, de 1992, e no art. 217 do RITCU, o parcelamento das dívidas deste Acórdão em até 24 (vinte e quatro) prestações mensais e sucessivas, caso requerido, esclarecendo ao responsável que a falta de pagamento de qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do RITCU), sem prejuízo das demais medidas legais;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 283 9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação; e 9.5. remeter cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta, à Procuradoria da República no Estado do Ceará, com fulcro no art. 209, § 6º, do RITCU. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9907-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE VI – 2ª Câmara TC 029.269/2011-3 Natureza: Representação. Entidade: Universidade do Estado da Bahia – Uneb. Interessada: Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. (CNPJ 11.451.932/0001-77). Advogado constituído nos autos: não há. SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. ENTIDADE VINCULADA AO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA. SUPOSTAS IRREGULARIDADES EM PROCESSO LICITATÓRIO. AUSÊNCIA DE USO DE RECURSOS FEDERAIS. NÃO-CONHECIMENTO. ARQUIVAMENTO.

RELATÓRIO Trata-se de representação, com pedido de medida cautelar, formulada pela empresa Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. contra supostas irregularidades praticadas pelo pregoeiro que conduzia o Pregão Presencial nº 05/2011 no Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus VI, situado em Caetité/BA (peças 1 e 2). 2. No âmbito do TCU, a Secex/BA elaborou a instrução de peça 4, a qual contou com a anuência do diretor e do dirigente da unidade técnica (peças 5 e 6), nos seguintes termos:

“(...) 2. O representante informa que teve interesse em participar do processo licitatório, mas que no momento do credenciamento para a fase de lances, fora surpreendido pelo pregoeiro com a informação de que a procuração apresentada não seria aceita, por não atender ao item 4.3 do edital, sob a alegação de que não estava com a firma reconhecida.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 284

3. A empresa argumenta que o edital não previa que a procuração estivesse com firma reconhecida e que, por isso, o pregoeiro teria agido em desacordo com o instrumento convocatório (transcreve os subitens 4.3 e 4.5 do edital).

4. Prossegue afirmando que o edital previa que o credenciamento do mandatário poderia ser realizado mediante a apresentação de procuração por instrumento particular em seu original. Como agravante, traz a informação de que o mesmo pregoeiro, em processo de licitação similar, ocorrido no mesmo dia 23 de agosto de 211, permitiu a participação da sua empresa nesse certame, cujo objeto era similar ao do Pregão 05/2011.

5. A licitante fundamenta a representação com base no código civil que não considera o reconhecimento de firma uma condição para validade da procuração. Além disso, afirma que o Decreto nº 63.166 de 26 de agosto de 1968, adotado pelo Governo Federal, dispensa a exigência de reconhecimento de firma em qualquer documento produzido no país, quando apresentado para fazer prova perante repartições e entidades públicas federais da Administração direta e indireta (transcreve trechos do Decreto).

6. Por fim, requer que o Tribunal conceda liminar inaudita altera pars e determine a suspensão de todo o processo licitatório consubstanciado pelo Edital Pregão Presencial nº 05/2011. Além disso, solicita que seja expedido, em caráter de urgência, ofício à autoridade denunciada, dando ciência da medida cautelar a ser adotada. Por fim, requer que a representação seja considerada procedente com a consequente anulação do certame.

7. Como comprovante do quanto alegado, o representante apresenta cópia da seguinte documentação: contrato social da empresa (fls. 7-17 da peça 1); Edital do Pregão 05/2011 (fls. 7-17 da peça 1 e fls. 1-12 da peça 2); procuração apresentada (fls. 14 da peça 2); ata do Pregão 05/2011 (fls. 16-20 da peça 2) e ata do Pregão 04/2011 (fls. 22-29 da peça 2).

8. A documentação foi protocolada na Secex/PR, em 31/8/2011 e remetida à Secex-BA onde foi autuada como Representação.

Análise preliminar 9. A solicitação do representante limita-se a afirmar supostas irregularidades praticadas no

âmbito da Universidade do Estado da Bahia, autarquia ligada ao governo estadual, onde não é mencionada qualquer relação entre os supostos ilícitos e recursos públicos federais que possam estar envolvidos. Também não traz nenhuma referência ou indício de que haveria a utilização de recursos da União que poderia ser utilizado para adquirir o objeto do Pregão.

10. Dessa forma, a Entidade não está inserida dentre aquelas sob a jurisdição do Tribunal de Contas da União, nos termos previstos no art. 5º da Lei 8.443/92 c/c art. 235 do Regimento Interno do TCU. Assim, pode-se considerar que a representação está desprovida de elementos em que aponte a necessidade de agir por parte desta Corte de Contas, muito menos a concessão da medida cautelar pretendida.

Proposta de encaminhamento 11. Ante o exposto, submeto os autos à apreciação superior, sugerindo sua remessa ao

Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator André Luis de Carvalho, propondo: a) não conhecer desta Representação, com fundamento no art. 235, caput, § único c/c o art.

237, § único do RI/TCU; b) comunicar ao representante a deliberação que vier a ser for proferida por esta Corte de

Contas; e c) arquivar o presente processo”.

É o Relatório.

PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO

Como visto no Relatório, a empresa Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. informa suposta irregularidade que teria sido cometida no credenciamento da fase de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 285 lances do Pregão Presencial nº 5/2011, conduzido pelo Departamento de Ciências Humanas da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), campus de Caetité/BA, consubstanciada na não aceitação da procuração apresentada, a qual, segundo informou a representante, teria sido recusada pelo pregoeiro por não atender ao item 4.3 do edital, sob a alegação de que não estava com a firma reconhecida. 2. Entendo que a presente representação não merece ser conhecida, uma vez que não preenche os pressupostos de admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237 do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União. 3. Ocorre que não há indicação de que a consecução do objeto do pregão em tela, qual seja a aquisição de equipamentos de informática (projetores multimídia, tela de projeção, lousa eletrônica e filmadoras), venha a utilizar recursos públicos federais, de modo a fixar a competência deste Tribunal. 4. Ao contrário, o procedimento licitatório em questão se realiza no âmbito de entidade vinculada ao governo estadual, o que a princípio se situa fora da jurisdição deste Tribunal, ressalvados os casos em que se recebam transferências de recursos da União, mediante convênio ou instrumento congênere, nos termos do art. 5º, inciso VII, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, não sendo esta, entretanto, a situação vislumbrada nestes autos. 5. Com efeito, observa-se que o edital do certame indica explicitamente a sua regência pela Lei Estadual nº 9.433, de 1º de março de 2005, que dispõe sobre as licitações e contratos administrativos conduzidos pelos órgãos e entidades do Governo do Estado da Bahia, bem assim que a dotação orçamentária correrá por conta da Unidade Gestora estadual 11.244, Fonte de Recursos 14 e Elemento de Despesa 44.90.52 (p. 19, peça 1). 5.1. E, consultando-se o Manual de Orçamento Público para 2011, publicado no sítio da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia (http://www.seplan.ba.gov.br/manuaisPPADetalhe.php?ano=2011), constata-se que no orçamento estadual deste ano, aprovado pela Lei Estadual nº 12.041, de 29 de dezembro de 2010, essa classificação orçamentária corresponde aos seguintes dados: Fonte de Recursos 14 (Fontes próprias – recursos vinculados à educação); e Elemento de Despesa 4.4.90.52 (Despesa de Capital – Investimento – Aplicações Diretas – Equipamentos e Material Permanente). 6. Assim, entendo pertinente adotar o encaminhamento proposto pela unidade técnica no sentido do não conhecimento da presente representação, por ausência de requisito essencial, qual seja a evidência de que se trata de falhas no emprego de recursos federais, de modo que pugno pelo consequente arquivamento dos autos, sem prejuízo de encaminhar o inteiro teor desta deliberação ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA) para as providências de sua alçada.

Ante o exposto, proponho que seja adotado o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Plenário.

TCU, Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO Relator

ACÓRDÃO Nº 9908/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo nº TC 029.269/2011-3. 2. Grupo I – Classe VI – Assunto: Representação. 3. Interessado: Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. (CNPJ 11.451.932/0001-77). 4. Entidade: Universidade do Estado da Bahia – Uneb. 5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade: Secex/BA. 8. Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 286 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação formulada pela empresa Marka Comércio de Materiais e Equipamentos de Informática Ltda. contra supostas irregularidades praticadas pelo pregoeiro que conduzia o Pregão Presencial nº 05/2011 no Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus VI, situado em Caetité/BA. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. não conhecer da presente representação, por não atender aos pressupostos legais e regimentais de admissibilidade; 9.2. dar ciência do inteiro teor desta deliberação à representante e ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA); e 9.2. arquivar os presentes autos. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9908-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho (Relator).

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 004.667/2011-5 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Prefeitura de Poço Branco/RN. Responsáveis: Francisco Fernandes do Nascimento, ex-prefeito (CPF 146.431.701-15), e CAM – Construção e Comércio Ltda. (CNPJ 00.986.699/0001-00). Advogado constituído nos autos: não há. Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. INEXECUÇÃO PARCIAL DO OBJETO. REVELIA. IRREGULARIDADE, DÉBITO E MULTA.

RELATÓRIO

O Ministério da Integração Nacional – MI instaurou tomada de contas especial de Francisco Fernandes do Nascimento, ex-prefeito de Poço Branco/RN, em virtude da inexecução parcial do objeto do convênio 142/1999 (Siafi 387.215), por meio do qual foram transferidos R$ 100.000,00 para reconstrução de 24 residências no município.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 287 2. Após o controle interno e a autoridade ministerial competente (peça 2, fls. 77/89) haverem confirmado a irregularidade das contas, a Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Norte – Secex/RN promoveu a citação solidária, inclusive por edital (peças 10/19), do ex-prefeito e da empresa CAM Construção e Comércio Ltda., responsável pelas obras e à qual foram integralmente pagos os R$ 100.000,00 repassados, por débito no valor original de R$ 50.185,07, decorrente da execução de apenas 49,81% do objeto do convênio, consoante apurou fiscalização realizada no local pela Caixa Econômica Federal – CEF (peça 1, fls. 55/62), em razão das seguintes irregularidades: a) serviços preliminares e movimento de terra feitos em apenas 20 unidades habitacionais; b) alvenaria e estrutura feitas totalmente em 17 unidades e parcialmente em 4; c) cobertura feita totalmente em 4 unidades e parcialmente em 13; d) revestimento e pavimentação realizados somente em uma unidade e parcialmente em 16; e) serviços de esquadrias concluídos em 9 unidades, parcialmente em 7 e não executados em 8; f) instalações hidrossanitárias, fossa/sumidouro e instalações elétricas feitas em desacordo com o plano de trabalho aprovado, eis apenas foram colocados quadros de medição em 17 unidades; g) pintura e serviços diversos não executados; h) não atingimento do benefício; e i) alteração dos beneficiários sem devida justificativa e sem autorização do concedente, o que contraria o art.15 da IN/STN 1/1997. 2. Uma vez que os responsáveis deixaram de atender a citação, o que caracterizou sua revelia, a Secex/RN, em pareceres uniformes (peças 20/21) e com apoio do Ministério Público junto ao TCU – MPTCU (peça 22), sugeriu a esta Corte, no mérito: a) julgar irregulares as presentes contas; b) condenar solidariamente o ex-prefeito e a empresa contratada ao recolhimento do débito apurado; c) aplicar aos responsáveis a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992; d) autorizar antecipadamente a cobranças das dívidas, caso não atendidas as notificações; e e) encaminhar cópia do acórdão proferido ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Norte e à Secretaria de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional. É o Relatório.

VOTO Considerando que a execução de apenas 49,81% do objeto do convênio 142/1999 (Siafi 387.215), celebrado entre o Ministério da Integração e a Prefeitura de Poço Branco/RN para reconstrução de 24 residências, foi comprovada pela CEF mediante fiscalização realizada no local, que constatou as diversas irregularidades descritas no relatório que antecedeu este voto; considerando que os R$ 100.000,00 repassados foram integralmente pagos à empresa contratada para execução das obras; considerando a revelia do ex-prefeito e da empresa contratada, apesar de devidamente citados solidariamente; acolho os pareceres da Secex/RN e do MPTCU e voto pela adoção da minuta de acórdão que trago à consideração deste colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9909/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 004.667/2011-5

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 288 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Francisco Fernandes do Nascimento, ex-prefeito (CPF 146.431.701-15), e CAM – Construção e Comércio Ltda. (CNPJ 00.986.699/0001-00). 4. Unidade: Prefeitura de Poço Branco/RN. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Norte – Secex/RN. 8. Advogado: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial decorrente da inexecução parcial do objeto do convênio 142/1999 (Siafi 387.215), celebrado entre o Ministério da Integração e a Prefeitura de Poço Branco/RN para reconstrução de 24 residências. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas b e c, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. julgar irregulares estas contas especiais; 9.2. condenar solidariamente Francisco Fernandes do Nascimento e CAM Construção e Comércio Ltda. a recolher ao Tesouro Nacional a importância de R$ 50.185,07 (cinquenta mil cento e oitenta e cinco reais e sete centavos), acrescida de encargos legais de 11/5/2000 até a data do pagamento: 9.3. aplicar a Francisco Fernandes do Nascimento e a CAM Construção e Comércio Ltda. multas individuais no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), a serem recolhidas ao Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente a contar da data deste acórdão, se pagas após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.4. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar das notificações para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.5. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.6. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Norte e à Secretaria de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9909-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)

CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – 2ª Câmara TC 005.936/2010-1 (com 1 volume e 1 anexo) Natureza: Recurso de Reconsideração.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 289

Unidade: Município de Capistrano/CE. Interessado: Henrique Antônio Fonseca da Mota (CPF 374.144.887-72). Advogado constituído nos autos Paulo Napoleão Gonçalves Quezado (OAB/CE 3.183). Sumário: RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. CONVÊNIO. INEXECUÇÃO DO OBJETO. CITAÇÃO SOLIDÁRIA. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. CONHECIMENTO. ELEMENTOS APRESENTADOS NÃO SUFICIENTES PARA AFASTAR A IRREGULARIDADE E O DÉBITO. CONHECIMENTO. NÃO PROVIMENTO. CIÊNCIA.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, ex-prefeito do município de Capistrano/CE, contra a deliberação proferida por este Tribunal, mediante o Acórdão 1763/2011 – TCU – 2ª Câmara, que julgou as contas irregulares, condenando o recorrente, solidariamente com a empresa Oap Obras Assessoria Projetos e Serviços Ltda., em débito e multa, em razão do não cumprimento do objeto do convênio 212/2003, celebrado com a referida municipalidade com vistas à execução de sistema de abastecimento de água nas localidades de Cajuás, Mármore e Mazagão. 2. A Secretaria de Recursos, à fl. 22/23, do anexo 1, procedeu ao exame de admissibilidade da peça recursal e consignou que esta preenche os requisitos para ser conhecida como recurso de reconsideração, com fulcro nos arts. 32, I e 33 da Lei 8.443/1992 e no art. 285, caput, do RI/TCU. 3. Quanto ao mérito, realizou a análise acostada às fls. 27/31, do anexo 1, que abaixo reproduzo, como parte deste relatório:

“[...] INTRODUÇÃO 1. Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação Regional da

Fundação Nacional de Saúde no Estado do Ceará, em desfavor do Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, ex-prefeito do município de Capistrano/CE, em razão do não cumprimento do objeto do convênio 212/2003, celebrado com a referida municipalidade com vistas à execução de sistema de abastecimento de água nas localidades de Cajuás, Mármore e Mazagão.

2. Conforme apontado no relatório de visita técnica à fl. 176, das três localidades contempladas no plano de trabalho (fls. 4-9), apenas a de Cajuás teve as obras iniciadas, cuja execução se resumiu apenas à construção da estrutura do reservatório elevado. Segundo o parecer técnico à fl. 175, a parcela realizada não teve nenhuma utilidade pública, já que a obra foi paralisada com baixo percentual de execução (fls. 99 e 175-176).

HISTÓRICO 3. Por meio do Acórdão 1763/2011 – TCU – Segunda Câmara, o Tribunal deliberou

sobre a referida TCE, condenando o responsável em débito e em multa (fls. 344 e 345). Reproduz-se a seguir, no que importa ao deslinde da questão, a referida decisão:

‘ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão

da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. julgar irregulares as presentes contas, com fundamento nos arts. 1º, inciso I,

16, inciso III, alíneas b e c, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, condenando, solidariamente, o Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota e a Oap

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 290

Obras Assessoria Projetos e Serviços Ltda. ao pagamento das importâncias abaixo especificadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno do TCU), o recolhimento da dívida aos cofres da Funasa:

Data Valor (R$) 07/08/2004 172.027,59 18/10/2004 129.770,50 9.2. aplicar ao Sr. Henrique Antonio Fonseca da Mota e à Oap Obras Assessoria

Projetos e Serviços Ltda., individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 1992, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente, na forma da legislação em vigor;

9.3. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992;

9.4. enviar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e da Proposta de Deliberação que o fundamenta, à Procuradoria da República no Estado do Ceará, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443, de 1992.’

EXAME DE ADMISSIBILIDADE 4. Reitera-se o exame preliminar de admissibilidade (fls. 22-23, anexo 1), ratificado à

fl. 26, anexo 1, pelo Exmo Ministro-Relator Aroldo Cedraz, que concluiu pelo conhecimento do recurso interposto suspendendo os efeitos dos itens 9.1-9.3 do Acórdão 1763/2011 – TCU – Segunda Câmara, eis que preenchidos os requisitos processuais aplicáveis à espécie.

EXAME TÉCNICO Argumento 5. Inicialmente, o recorrente traz breve histórico dos fatos do presente caso em concreto

bem como os fundamentos de sua condenação. Em seguida, discorre acerca dos motivos do cabimento do presente recurso de reconsideração.

6. Alega ilegitimidade passiva sob o fundamento de ausência de nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano caracterizado pela decisão ora recorrida, na medida em que, a seu ver, o objeto avençado teria sido concluído de acordo com os termos do convênio sob análise. A título de prova argumenta que a construção do elevado repositório de água correspondente à etapa mais onerosa do objeto conveniado teria sido concluída. Contudo, afirma que restara parte do objeto a ser implementado pelo prefeito sucessor, que ao invés de concluir o projeto devolveu ao concedente a terceira parcela de recursos recebida, mas não executada. Coloca não haver nexo de causalidade entre a não conclusão final da obra e a sua gestão, pois nela teria sido implementada a parcela que lhe cabia. O ato de devolver a terceira parcela dos recursos federais transferidos para a conclusão do objeto conveniado teria concorrido para sua inexecução. Faz referencia ao art. 267, inciso VI, do CPC, a fim de concluir por sua ilegitimidade passiva, requerendo, assim, seu afastamento do pólo passivo do presente processo.

7. Em seguida, discorre acerca da prescrição da pretensão punitiva da administração. Cita diversos normativos, doutrina e jurisprudência em que se teria previsto o prazo prescricional de 5 anos, considerando este o aplicável ao presente caso em concreto. Apresenta dois estudos que teriam sido publicados na Revista do Tribunal de Contas do Ceará a fim de fundamentar seus argumentos, no sentido de que, quando a lei for omissa e em caso de ilícito administrativo que não cause dano material ao erário, a prescrição deveria ser de 5 anos, ante o prejuízo ao direito de defesa a ser exercido após longo prazo decorrido entre o ilícito e sua apuração.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 291

8. Quanto ao presente caso em concreto, afirma que o convênio fora celebrado em 2003 e que esta Corte de Contas somente seria instaurado a TCE 8 anos após. Nessa linha, considera que o prazo prescricional teria se iniciado nos idos de 2003 e ao já se ter passado 8 anos estaria prescrita a pretensão punitiva do Estado. Afirma que a inércia desta Corte teria dado causa à prescrição, considerando como prazo prescricional o limite de 5 anos. Requer seja declarada a nulidade da decisão vergastada.

9. Por fim, ao discorrer especificamente quanto ao mérito da questão, retoma a alegação acerca da inexistência de responsabilidade pela execução parcial do convênio sob análise. Afirma que os recursos repassados em sua gestão teriam sido adequadamente aplicados, o que seria comprovado pela construção de elevado repositório de água, etapa mais custosa da contratação. A etapa seguinte teria ficado a cargo do prefeito sucessor que ao invés de dar prosseguimento, optou por devolver a terceira parcela de recursos federais repassados à municipalidade, tornado, assim, inexequível o objeto conveniado.

10. Conclui não haver nexo de causalidade idôneo que permita associar a inexecução da obra em sua parte final com a gestão do ora recorrente.

11. Requer anulação da decisão ora recorrida com base na alegação da prescrição ou extinção sem resolução do mérito ante a alegação de ilegitimidade passiva e, alternativamente, julgar sua condenação improcedente com base nos argumentos apresentados.

Análise 12. Informe-se, desde já, não assistir razão ao recorrente. Explica-se. 13. Leitura atenta dos autos bem como do voto condutor da decisão vergastada permite

concluir não assistir razão ao recorrente quando alega a ilegitimidade passiva, apenas afirmando que a parte que lhe cabia da obra teria sido concluída. Primeiro, porque o recorrente não apresenta qualquer documento que comprove o que afirma e que afaste a seguinte constatação constante do voto condutor da decisão ora recorrida:

‘4. Nos termos do Parecer Técnico de fl. 175, verifica-se que o cumprimento do

objeto avençado cingiu-se à construção da estrutura do reservatório elevado na localidade de Cajuás, após o que a obra ficou paralisada, não tendo sido iniciados os serviços previstos para as localidades de Mármore e Mazagão.

5. Nesse caso, o ínfimo percentual realizado, em torno de 5 % (cinco por cento), não trouxe qualquer benefício à população, de modo que a imprestabilidade do que foi executado importa na devolução integral dos recursos federais transferidos por meio da avença firmada.’ (v.g. Acórdãos 3.552/2006-1ª Câmara, e 297/2009-2ª Câmara). 14. Assim, a alegação de que a construção do reservatório elevado constituiria a parte

mais onerosa e principal do objeto conveniado, cabendo única e exclusivamente ao sucessor concluir a obra, sem apresentar qualquer prova do alegado, não é suficiente para afastar a constatação acima. Ademais, o recorrente como gestor do convênio deve figurar no polo passivo da presente lide, na medida em que é dele a responsabilidade pela prestação de contas dos recursos públicos geridos em sua gestão, por força de comando constitucional.

15. No que tange à alegação de prescrição da pretensão punitiva, mais uma vez não assiste razão ao recorrente. Explica-se.

16. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido da imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário, conforme disposto no art. 37, § 5º, da Constituição Federal, conforme destacado no seguinte julgado:

‘Compulsando a jurisprudência deste Tribunal, percebe-se que esta Corte de

Contas, com o Acórdão nº 2.709/2008-Plenário, pacificou seu entendimento sobre a imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário, conforme disposto no art. 37, § 5º, da Constituição Federal.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 292

62. Para a pretensão punitiva, no entanto, adota-se o prazo prescricional de dez anos, por ser a regra prevista no artigo 205 do Código Civil, na falta de lei específica. Consoante esse entendimento, deve-se aplicar o prazo prescricional de 10 (dez) anos, previsto no art. 205 da Lei nº 10.406/2002, quando não houver, em 11/01/2003, ocorrido o transcurso de mais da metade do prazo de 20 (vinte) anos estabelecido na lei revogada; sendo que sua contagem dar-se-á por inteiro, a partir de 11/01/2003, data em que a referida norma entrou em vigor; e que, ao contrário, quando, nessa data, houver transcorrido mais da metade do prazo de 20 (vinte) anos, a prescrição continua a correr nos moldes do Código Civil anterior, como determina o art. 2.028 da nova lei. Acórdão 71/2010 – Plenário Ministro Relator: José Múcio Monteiro.’

17. Ademais, há que se destacar o posicionamento da Suprema Corte a respeito da

imprescritibilidade do ressarcimento de valores públicos, que fundamentou o entendimento proferido no âmbito do Acórdão nº 2.709/2008 – TCU – Plenário, senão veja-se:

‘Preliminarmente, cabe louvar o excelente trabalho desenvolvido pelo eminente

Ministro Marcos Bemquerer Costa, bem como pelo douto Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado, ressaltando que suas manifestações acerca de matéria deveras tormentosa prezam pela excelente qualidade e precisão.

2. Avalia-se nesta oportunidade a melhor exegese para o § 5º do artigo 37 da Constituição Federal no que tange às ações de ressarcimento decorrentes de prejuízo ao erário. A redação da citada norma constitucional, conforme demonstram os pareceres emitidos nos autos, proporciona duas interpretações divergentes: a que conclui pela imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário e a que conclui pela prescritibilidade da pretensão de ressarcimento, da mesma forma como ocorre com a pretensão punitiva.

3. Anteriormente, me perfilei à segunda corrente com espeque na proeminência do Princípio da Segurança Jurídica no ordenamento pátrio. Não obstante, em 4.9.2008, o Supremo Tribunal Federal, cuja competência precípua é a guarda da Constituição, ao apreciar o Mandado de Segurança nº 26.210-9/DF, deu à parte final do § 5º do art. 37 da Constituição Federal a interpretação de que as ações de ressarcimento são imprescritíveis. O eminente Relator, Ministro Ricardo Lewandowski, destacou:

‘No que tange à alegada ocorrência de prescrição, incide, na espécie, o

disposto no art. 37, § 5º da Constituição de 1988, segundo o qual: § 5º – A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por

qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Considerando ser a Tomada de Contas Especial um processo administrativo que visa a identificar responsáveis por danos causados ao erário, e determinar o ressarcimento do prejuízo apurado, entendo aplicável ao caso sob exame a parte final do referido dispositivo constitucional.

Nesse sentido é a lição do Professor José Afonso da Silva: (...) ‘A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados

por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento’. Vê-se, porém, que há uma ressalva ao princípio. Nem tudo prescreverá. Apenas a apuração e punição do ilícito, não, porém, o direito da Administração ao ressarcimento, à indenização, do prejuízo causado ao erário. É uma ressalva constitucional e, pois, inafastável, mas, por

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 293

certo, destoante dos princípios jurídicos, que não socorrem quem fica inerte (dormientibus non sucurrit ius)’. 4. A temática aqui analisada trata exclusivamente de interpretação de dispositivo

constitucional. Considerando que o STF, intérprete maior e guarda da Constituição, já se manifestou no sentido de que a parte final do § 5º do art. 37 da Carta Política determina a imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário, não me parece razoável adotar posição diversa na esfera administrativa.

5. Destarte, retifico o meu entendimento e acompanho os posicionamentos do Ministro Marcos Bemquerer Costa e do Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado, ora corroborados pelo Supremo Tribunal Federal.’ 18. Por fim, necessário esclarecer que a vigência do convênio sob análise findou em

1/2/2006 (fl. 245, v. 1) e em 31/1/2007 o recorrente fora convocado por meio de edital a fim de prestar contas dos recursos geridos provenientes do Convênio 0212/2003 (fls. 254-257, v. 1). Assim, a prescrição fora interrompida na data de 31/1/2007. Na linha do exposto anteriormente, a prescrição da pretensão punitiva da administração ocorreria apenas em 2017 e a ação de ressarcimento dos valores devidos é imprescritível.

19. Por fim, verifica-se que, quanto ao mérito, o recorrente apresenta fundamentalmente as mesmas alegações apresentados quanto ao questionamento acerca de sua legitimidade passiva, no sentido de que teria executado a contento a parte do objeto que lhe cabia, mas que somente por força da ação do prefeito sucessor, no sentido de devolver a terceira parcela de recursos recebidos sem concluir a obra, que se teria concluído pela necessidade de reposição ao erário.

20. Ora, com cerca de 2/3 do volume de recursos públicos federais repassados foram apenas realizados 5% da obra prevista durante a gestão do indigitado. Não há como acatar as argumentações apresentadas, pois desprovidas de provas suficientes para afastar o verificado pela decisão ora recorrida, com cuja análise se anui plenamente. Nessa linha, é cabida, sim, a glosa dos recursos federais repassados, pois a obra realizada foi considerada inservível e o recorrente não apresenta qualquer prova do contrário.

21. Ademais, o prefeito sucessor tomou as medidas cabíveis a fim de resguardar o dinheiro público ingressando com ação de ressarcimento (fls. 245-248, v. 1), bem como requerendo a instauração da devida tomada de contas (fl. 243, v. 1) e devolvendo o saldo do convênio ante a impossibilidade de conclusão do ajuste previamente firmado (fl. 278, v. 1). Registre-se, ainda, que por meio do Ofício 754/2005, o prefeito sucessor informou a impossibilidade de conclusão do objeto conveniado já nos idos de dezembro de 2005 (fls. 170-171, v. p.).

22. Dessa forma, superados todos os argumentos apresentados, conclui-se pelo não provimento do recurso de reconsideração ora apreciado.

CONCLUSÃO 23. Os argumentos apresentados pelo recorrente não lograram êxito em reformar o

Acórdão 1763/2011 – TCU – Segunda Câmara, cabendo, assim, negar provimento ao recurso de reconsideração ora analisado.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 24. Em vista do exposto, eleva-se o assunto à consideração superior, propondo: a) conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Henrique Antônio

Fonseca da Mota, com amparo no art. 32, inciso I, e 33, da Lei 8.443/1992, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo-se, em seus exatos termos, o Acórdão 1763/2011 – TCU – Segunda Câmara; e

b) comunicar ao recorrente e à Procuradoria da República no Estado do Ceará da decisão que vier a ser adotada bem como aos demais interessados. [...]”.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 294 4. O Ministério Público junto a este Tribunal, em parecer acostado à fl. 32, manifesta-se de acordo com a proposta da unidade técnica. É o Relatório.

VOTO De início, cumpre registrar que o Recurso de Reconsideração em exame preenche os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 32, I, e 33 da Lei 8.443/1992, podendo, pois, ser conhecido.

2. Consoante registrado no Relatório precedente, o recorrente se insurge contra os termos do Acórdão 1.763/2011 – TCU – 2ª Câmara, que julgou as contas irregulares, com imputação de débito e aplicação de multa, em razão do não cumprimento do objeto do convênio 212/2003, celebrado entre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Prefeitura Municipal de Capistrano/CE, com vistas à execução de sistema de abastecimento de água nas localidades de Cajuás, Mármore e Mazagão.

3. No que concerne ao mérito, considero apropriadas a análise e as propostas da Secretaria de Recursos (Serur), que tiveram a anuência do Ministério Público junto a este Tribunal, acerca das razões recursais apresentadas pelo Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, as quais integro como fundamentos das razões de decidir deste recurso.

4. Como visto na instrução transcrita no relatório precedente, o recorrente alega, em essência, a ilegitimidade passiva sob o fundamento de ausência de nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano caracterizado na decisão ora recorrida e, ainda, a existência de prescrição da pretensão punitiva da administração.

5. Alega, ainda, a inexistência de responsabilidade pela execução parcial do convênio. Afirma que teria realizado a construção do reservatório elevado que constituiria a parte mais onerosa e principal do objeto conveniado, cabendo única e exclusivamente ao sucessor concluir a obra. Nesse sentido, inexistiria nexo de causalidade idôneo para associar a inexecução da obra em sua parte final com a sua gestão.

6. Já a unidade técnica considerou os argumentos insuficientes para alterarem a deliberação, por entender que o recorrente não teria apresentado qualquer documento capaz de comprovar o que afirma, bem como de afastar a conclusão constante do voto condutor da decisão recorrida de que o cumprimento do objeto avençado cingiu-se à construção da estrutura do reservatório elevado na localidade de Cajuás, após o que a obra teria ficado paralisada, não tendo sido iniciados os serviços previstos para as localidades de Mármore e Mazagão.

7. Defende também, que o ínfimo percentual realizado, em torno de 5% (cinco por cento), não teria trazido qualquer benefício à população, de modo que a imprestabilidade do que foi executado importa na devolução integral dos recursos federais transferidos por meio da avença firmada, conforme deliberado na decisão recorrida.

8. Assegura que o gestor do convênio deve, de fato, figurar no polo passivo da presente lide, na medida em que é dele a responsabilidade pela prestação de contas dos recursos públicos geridos em sua gestão, por força de comando constitucional.

9. A Serur fez lembrar que jurisprudência desta Corte de Contas é pacífica no sentido da imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário, conforme disposto no art. 37, § 5º, da Constituição Federal. Menciona o Acórdão 2.709/2008-Plenário, que pacificou esse entendimento.

11. Quanto à alegada prescrição da pretensão punitiva da administração, assegura, ante os elementos que apresenta no item 16 da instrução transcrita no Relatório precedente, que, no caso concreto, não há que se falar em tal prescrição, pois a vigência do convênio findou em 1/2/2006 (fl. 245, v. 1) e, em 31/1/2007, o recorrente foi convocado, por meio de edital, a prestar contas dos recursos geridos

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 295 provenientes do Convênio 0212/2003 (fls. 254-257, v. 1), ocorrendo, portanto, nesta data, a interrupção da prescrição.

11. Ante os argumentos resumidamente expostos nos itens precedentes, entendo que são improcedentes, como mostrou a Serur, os argumentos fáticos e jurídicos apresentados pelo recorrente.

12. Nesse sentido, não há como ser dado provimento ao presente recurso de reconsideração.

Por todo o exposto, voto por que o Tribunal de Contas de União aprove o Acórdão que ora submeto à apreciação desta 2ª Câmara.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ

Relator

ACÓRDÃO Nº 9910/2011 – TCU – 2ª Câmara 1. Processo TC 005.936/2010-1 (com 1 volume e 1 anexo) 2. Grupo I – Classe I – Recurso de Reconsideração. 3. Interessado: Henrique Antônio Fonseca da Mota (CPF 374.144.887-72) 4. Unidade: Município de Capistrano/CE. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro Substituto André Luís de Carvalho. 6. Representante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade Técnica: Secex/CE e Serur. 8. Advogados constituídos nos autos: Paulo Napoleão Gonçalves Quezado (OAB/CE 3.183) 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, ex-prefeito do município de Capistrano/CE, contra a deliberação proferida por este Tribunal, mediante o Acórdão 1763/2011 – TCU – 2ª Câmara, que julgou as contas irregulares, condenando o recorrente, solidariamente com a empresa Oap Obras Assessoria Projetos e Serviços Ltda., em débito e multa, em razão do não cumprimento do objeto do convênio 212/2003, celebrado com a referida municipalidade com vistas à execução de sistema de abastecimento de água nas localidades de Cajuás, Mármore e Mazagão. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos arts. 32, I, e 33, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 285, parágrafo 2º, do RI/TCU em: 9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Henrique Antônio Fonseca da Mota, para, no mérito, não conceder a ele provimento, mantendo-se em seus exatos termos o Acórdão 1763/2011 – TCU – 2ª Câmara; 9.2. dar ciência da presente deliberação ao recorrente. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9910-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 296

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE II – 2ª Câmara TC 007.361/2010-6 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – Cefet /PA. Responsáveis: Sérgio Braz Cabeça (CPF 027.307.2009-0), Wilson Tavares von Paumgartten (CPF 029.828.622-04), Maria Francisca Tereza Martins de Souza (CPF 155.291.692-87), Maria Auxiliadora Souza dos Anjos (CPF 037.565.562-04), Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma (CPF 158.464.822-87). Advogados constituídos nos autos: Luiz Carlos dos Anjos Cereja (OAB/PA 6.977), Carla Ferreira Zahlouth (OAB/PA 5.719) e Cleide Cilene Abud Ferreira (OAB/PA 5.796). Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. DESVIO DE RECURSOS PARA CONTAS BANCÁRIAS PARALELAS E UTILIZAÇÃO EM DESPESAS DISTINTAS DA PREVISTA NO RESPECTIVO EMPENHO. IMROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. RESPONSABILIDADE DE GESTORES ARROLADOS EM CONTAS ANUAIS JULGADAS HÁ MAIS DE CINCO ANOS. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE MULTA. IMPRESCRITIBILIDADE DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO. IRREGULARIDADE DAS CONTAS E DÉBITO. 1 – O transcurso de mais de cinco anos do julgamento das contas anuais impede a aplicação de multa aos respectivos gestores por irregularidades posteriormente conhecidas, mas não impede sua responsabilização por débitos apurados, dada a imprescritibilidade das ações de ressarcimento.

RELATÓRIO

Por intermédio do acórdão 1.735/2009 – 2ª Câmara, proferido por ocasião do exame da prestação de contas de 2001 do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – Cefet/PA, foi determinada, ante a profusão de irregularidades detectadas, a instauração de tomadas de contas especiais específicas para citação do grande número de responsáveis envolvidos. 2. No presente caso, avalia-se o desvio de R$ 10.773,79, transferidos para contas paralelas do Cefet/PA e utilizados em finalidades distintas da prevista no empenho da despesa, que apontava como objetivo a realização de pagamento à Companhia de Saneamento do Pará pelo fornecimento de água.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 297 3. Assim, foi efetuada a citação solidária dos seguintes dirigentes e servidores da Unidade: Sérgio Braz Cabeça, ex-diretor-geral; Wilson Tavares von Paumgartten, ex-coordenador de planejamento; Maria Francisca Tereza Martins de Souza, ex-diretora administrativa; Maria Auxiliadora Souza dos Anjos, ex-chefe da Divisão Financeira; e Maria Rita Vasconcelos Cruz Quaresma, signatária da ordem bancária que efetuou a transferência irregular. 4. As alegações de defesa dos responsáveis foram analisadas pela Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará – Secex/PA nos seguintes termos (fls. 82/89):

“IV ALEGAÇÕES DE DEFESA 10. Sérgio Braz Cabeça: a) preliminares: comentou sobre o ingresso no serviço público, e sobre as funções de

confiança desempenhadas no extinto CEFET/PA, computando18 anos ininterruptos, respondendo pela titularidade da gestão no CEFET/PA; fez referência ao processo administrativo disciplinar 2300.001435/2002-47, no qual foi arrolado como responsável, bem como as Portarias Ministeriais que os designaram; que foi indiciado, na qualidade de ordenador de despesa da Instituição e responsável, direta ou indiretamente pelas irregularidades; que lhe foi aplicada a pena de demissão;

b) quanto aos fatos: que foi vítima de titânicas acusações, apenas por exercer o cargo de

diretor; que os fatos ditos irregulares não foram praticados de forma dolosa; que entendia, em alguns casos, serem manifestadamente legais; que no máximo, não teria exercido com zelo e dedicação as atribuições do cargo e não teria observado as normas legais e regulamentares, e que a pena de demissão foi extremada, porque alguns fatos tiveram sua anuência, que na condição de Diretor-Geral, validou os atos praticados, ainda que sem dolo; que pelas conclusões exaradas nos processos administrativos disciplinares, deveria ter sido apenado com advertência;

c) reclama acerca das conclusões da Comissão Processante: a nota fiscal informa que o equipamento foi entregue; que o servidor responsável pelo atesto da nota fiscal não foi indiciado; que não foram observadas as normas contábeis para a devida contabilização dos recursos de convênio;

d) teceu considerações sobre a improcedência da competência da atuação do TCU em razão de o fato estar sob apreciação do poder judiciário, relacionando o número dos processos existentes nas 1ª, 3ª, 5 e 6ª Varas Federais,quais sejam:

–na 5ª Vara Federal: 2004.39.00.010130-9; 2005.39.00.004304-7; 2005.39.00.009748-4; –na 3ª Vara Federal: 2006.39.00.004570-9; 2006.39.006706-7; 2006.39.00.009541-9;

2006.39.00.009543-6; 2007.39.00.005115-8; 2008.39.00.002103-9; –na 1ª Vara Federal: 2008.39.00.009337-1; –na 6ª Vara Federal: 2009.39.00.010838-9. e) ressaltou que no processo 2008.39.00.009337-1 foi acusado de pretensas

irregularidades administrativas relacionadas ao Instrumento de Cooperação Técnica Interinstitucional nº 33/99-SETEPS/PA, celebrado no âmbito do PLANFOR, e que o processo 2009.39.00.010838-9 decorreu do Acórdão TCU nº 1538/2008-TCU, versando sobre bolsistas estagiários; que são processos volumosos, extensos, complexos, que não tem condições de arcar com cópias fotostáticas dos documentos, que são de fácil domínio e acesso aos servidores do TCU, por serem públicos, para esclarecimentos e convencimento das justificativas apresentadas;

f) conclui ser prudente o sobrestamento do presente processo de contas, nos termos do § 1º do art. 10 da Lei nº 4.443, de 16 de julho de 1992, uma vez que tramita na esfera do poder judiciário federal ações que repercutirão de modo eficaz nas decisões e/ou procedimentos adotados pelo TCU, ou o trancamento das contas, caso verificadas as suas responsabilidades, ou iliquidáveis, dado o valor referenciado no Relatório de Auditoria, ‘o que inviabiliza qualquer procedimento, já que jamais se locupletou de qualquer valor pecuniário proveniente de ilícito porventura praticado, até porque não possui patrimônio financeiro para responder por qualquer execução.’;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 298

g) teceu comentário sobre o instituto da prescrição, alegando que a maioria das irregularidades ocorreu a mais de cinco anos, e que fora demitido em 2002, evocando a leitura do § 5º do art. 37 da Constituição Federal c/c o inciso I do art. 23 da Lei nº 8.429/92, referindo-se ainda ao entendimento de Nelson Nery (in Código de Processo Civil Comentado, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999m p. 742).

11. Maria Francisca Tereza Martins de Souza: a) preliminares: à exceção das informações de caráter genérico, apresentou informações

funcionais: ingressou no serviço público em 1981, no cargo de economista, no quadro da extinta Escola Técnica Federal do Pará – EFPA, atual CEFET/PA;

b) apresentou justificativas de mesmo teor àquelas apresentadas pelo Sr. Sérgio Braz Cabeça, inclusive quanto à improcedência da apuração do TCU em face àquelas existentes no Poder Judiciário, como relatado no item anterior, e, ao final, apresenta conclusões de mesmo teor;

c) quanto aos fatos: que foi vítima de titânicas acusações, apenas por exercer o cargo de Chefe de Departamento de Administração; que os fatos ditos irregulares não ficaram sobejamente provados; discorre que sofreu processo administrativo disciplinar em razão das ocorrências relatadas pela CGU/PA/PA; que recebeu pena de advertência, por ter aberto contas e movimentado recursos nessas contas sem respaldo; que foi demitida;

d) que sofreu penalidade de demissão, informando ao final, em quais processos responde na Justiça Federal, quais sejam:

–na 5ª Vara Federal: 2004.39.00.010130-9; 2005.39.00.004304-7; 2005.39.00.009748-4; –na 3ª Vara Federal: 2006.39.00.004570-9; 2006.39.00.009541-9; 2007.39.00.005115-8;

2008.39.00.002103-9; e) conclui ser prudente o sobrestamento do presente processo de contas, nos termos do

§ 1º do art. 10 da Lei nº 4.443, de 16 de julho de 1992, uma vez que tramita na esfera do poder judiciário federal ações que repercutirão de modo eficaz nas decisões e/ou procedimentos adotados pelo TCU, ou o trancamento das contas, caso verificadas as suas responsabilidades, ou iliquidáveis, dado o valor referenciado no Relatório de Auditoria, ‘o que inviabiliza qualquer procedimento, já que jamais se locupletou de qualquer valor pecuniário proveniente de ilícito porventura praticado, até porque não possui patrimônio financeiro para responder por qualquer execução.’;

f) teceu comentário sobre o instituto da prescrição, alegando que a maioria das irregularidades ocorreu a mais de cinco anos, e que fora demitido em 2002, evocando a leitura do § 5º do art. 37 da Constituição Federal c/c o inciso I do art. 23 da Lei nº 8.429/92, referindo-se ainda ao entendimento de Nelson Nery (in Código de Processo Civil Comentado, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999m p. 742).

12. Maria Auxiliadora Souza dos Anjos: a) preliminares: informa que jamais exerceu a função de Chefe de Gabinete, apenas a

função de Chefe da Divisão Financeira; o cargo de Chefe de Gabinete era exercido pela servidora Maria Auxiliadora Gomes de Araújo; que não praticou qualquer irregularidade no que se refere o ato impugnado;

b) que à época dos fatos era responsável pela execução do SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira; que as irregularidades relatadas ocorreram fora do sistema SIAFI, assim, não pode responder por elas; que executava, no âmbito de suas competências, as conformidades, e que o que acontecia fora do SIAFI não era de sua competência; que outros servidores também possuiam senha para inserir informações como ordem de pagamento; empenhos, relatórios; que a Chefe do Departamento Administrativo controlava as senhas de acesso ao Sistema; jamais foi responsável pela execução do convênio realizado com a IBM do Brasil; que a auditoria informou não existir segregação de função, pois exercia a conformidade contábil concomitante com a execução financeira, e que isso ocorria, por ser uma questão ‘meramente administrativa, uma vez que na maioria das vezes nenhum outro funcionário quis assumir essas funções, razão do acúmulo de funções, o que de maneira alguma importou em irregularidade, muito menos houve proveito da acumulação das funções’.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 299

c) a falha apontada pela Auditoria não pode ser entendida como atitude dolosa em lograr proveito pessoal oualheio ‘até porque, se alguma irregularidade foi cometida, não foi com a conivência da defendente, sendo que os seus atos durante o exercício da função sempre foram dentro da legalidade..Evidentemente que os confrontos entre os documentos fiscais e os emitidos pelo SIAFI sempre foram feitos, não podendo a mesma responder por atos daquilo que não era do seu conhecimento’;

d) as prestações de contas do CEFET foram aprovadas, não havendo nenhuma irregularidade em seus atos; carece de provas a acusação que lhe fora imputada, pois no prpocesso administrativo disciplinar sequer fora indiciada, que após a conclusão do PAD, continuou a exercer suas funções, que não sofreu penalidade, não se apropriou de nenhum dinheiro, valor ou qualquer otro bem móvel, público ou particular, em razão do exercício do cargo, ou em proveito alheio;

e) teceu considerações sobre a improcedência da competência da atuação do TCU em razão de o fato estar sob apreciação do poder judiciário, relacionando o número dos processos existentes nas 1ª, 3ª, 5 e 6ª Varas Federais,quais sejam:

–na 5ª Vara Federal: 2004.39.00.010130-9; –na 3ª Vara Federal: 2006.39.00.004570-9; 2008.39.00.002103-9; f) que fora demitida em 2002; que tais ações judiciais são volumosas, extensas,

complexas, que não tem condições de arcar com cópias fotostáticas dos documentos, que são de fácil domínio e acesso aos servidores do TCU, por serem públicos, para esclarecimentos e convencimento das justificativas apresentadas;

g) conclui ser prudente o sobrestamento do presente processo de contas, nos termos do § 1º do art. 10 da Lei nº 4.443, de 16 de julho de 1992, uma vez que tramita na esfera do poder judiciário federal ações que repercutirão de modo eficaz nas decisões e/ou procedimentos adotados pelo TCU, ou o trancamento das contas, caso verificadas as suas responsabilidades, ou iliquidáveis, dado o valor referenciado no Relatório de Auditoria, ‘o que inviabiliza qualquer procedimento, já que jamais se locupletou de qualquer valor pecuniário proveniente de ilícito porventura praticado, até porque não possui patrimônio financeiro para responder por qualquer execução.’;

h) teceu comentário sobre o instituto da prescrição, alegando que a maioria das irregularidades ocorreu a mais de cinco anos, e que fora demitido em 2002, evocando a leitura do § 5º do art. 37 da Constituição Federal c/c o inciso I do art. 23 da Lei nº 8.429/92, referindo-se ainda ao entendimento de Nelson Nery (in Código de Processo Civil Comentado, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999m p. 742).

13. Maria Rita Vaconcelos da Cruz Quaresma: a) preliminares: ingressou no serviço público federal em 27/3/1985, no cargo de

assistente de administração, da extinta Escola Técnica Federal do Pará – ETFPA, posteriormente CEFET/PA, substituindo, eventualmente a Chefia do Departamento de Administração;

b) apresentou justificativas de mesmo teor àquelas apresentadas pelo Sr. Sérgio Braz Cabeça, inclusive quanto à improcedência da apuração do TCU em face àquelas existentes no Poder Judiciário, como relatado no item anterior, e, ao final, apresenta conclusões de mesmo teor;

c) quanto aos fatos: foi indiciada pelo fatos de existirem documentos que supostamente sinalizavam sua participação na ocorrência de irregularidades; que os fatos ditos irregulares não ficaram sobejamente provados; discorre que sofreu processo administrativo disciplinar em razão das ocorrências relatadas pela CGU/PA/PA;

d) que sofreu penalidade de demissão, informando ao final, em quais processos responde na Justiça Federal, quais sejam:

–na 5ª Vara Federal: 2004.39.00.010130-9; 2005.39.00.004304-7; 2005.39.00.009748-4; –na 3ª Vara Federal: 2006.39.00.004570-9; 2006.39.00.009541-9; 2007.39.00.005115-8;

2008.39.00.002103-9; e) conclui ser prudente o sobrestamento do presente processo de contas, nos termos do

§ 1º do art. 10 da Lei nº 4.443, de 16 de julho de 1992, uma vez que tramita na esfera do poder judiciário federal ações que repercutirão de modo eficaz nas decisões e/ou procedimentos adotados

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 300

pelo TCU, ou o trancamento das contas, caso verificadas as suas responsabilidades, ou iliquidáveis, dado o valor referenciado no Relatório de Auditoria, ‘o que inviabiliza qualquer procedimento, já que jamais se locupletou de qualquer valor pecuniário proveniente de ilícito porventura praticado, até porque não possui patrimônio financeiro para responder por qualquer execução.’;

f) teceu comentário sobre o instituto da prescrição, alegando que a maioria das irregularidades ocorreu a mais de cinco anos, e que fora demitido em 2002, evocando a leitura do § 5º do art. 37 da Constituição Federal c/c o inciso I do art. 23 da Lei nº 8.429/92, referindo-se ainda ao entendimento de Nelson Nery (in Código de Processo Civil Comentado, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999m p. 742).

14. Wilson Tavares Von Paumgarten: a) transcreveu o relato da CGU sobre a irrregularidade em análise; b) esclarece que foi designado substituto legal do Diretor-Geral do CEFET/PA, para

responder pela Direção, nos impedimentos eventuais do titular, pelas Portarias 094/2000 e 027/2002, no período 8/8/2000 a 07/03/2001;

c) o fato dito irregular data de 1997, sendo impossível apontar qualquer responsabilidade, mesmo objetiva, ou solidária, já que não estava investido na função de Diretor Substituto.

V ANÁLISE DOS AUTOS 15. sobre os fatos relatados pela CGU/PA no processo TC 016.089/2002-4, contas 2001

do CEFET/PA: 15.1. esta irregularidade fora relatada, inicialmente, na Nota Técnica nº 19/2001/GRCI/PA,

item IV.11 – Transferência irregular de recursos da Conta Única do Tesouro Nacional para contas correntes paralelas. Foi constatado o registro de contas no SIAFI, de titularidade do CEFET/PA, contudo ordens bancárias favoreciam instituições financeiras, sendo esta uma forma de transferir recursos da conta única para contas paralelas.

15.2. às fls. 75/77 encontra-se a relação dos irregulares pagamentos realizados a pessoas diversos, recursos que foram empenhados para pagamento da fatura mensal de água – R$ 10.773,79 (dez mil, setecentos e setenta e três reais e setenta e nove centavos), acrescidos dos saldos das contas por onde foram movimentados, como relatado no item DESCRIÇÃO desta instrução, valor total de R$ 13.645,37 (treze mil, seiscentos e quarenta e cinco reais e trinta e sete centavos).

16. Com relação às alegações de defesas dos responsáveis Sérgio Braz Cabeça; Maria Francisca Tereza Martins de Souza; Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma e Maria Auxiliadora Souza Dos Anjos, foram representados pelo mesmo advogado (Luiz Carlos Cereja, OAB 6977/PA) e estão centradas em dois pontos:

a) improcedência da apuração em tomada de contas especial pelo TCU em razão da apreciação do mesmo oibjeto no âmbito do poder judiciário;

b) fatos alcançados pelo instituto da prescrição. 16.1. sobre a apuração de infrações funcionais nas esferas administrativa, judicial e a

independência das instâncias, tem-se que ação judicial tramitando na Justiça Federal não gera litispendência quanto à matéria afeta ao TCU. (Decisão nº 97/96 – 2ª Câmara – Ata 14/96):

a) a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1980, no Título V, trata de dois procedimentos administrativos, o processo administrativo disciplinar e a sindicância. Em ambos os casos, busca-se avaliar a conduta, a autoria e a existência efetiva de uma irregularidade decorrente da conduta praticada, aplicando-se, em qualquer caso, os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório;

b) a existência de processos tramitando em esfera Judicial, penal e cível, não obsta o julgamento pelo Tribunal de Contas da União, não suspende prazo ou julgamento, em razão da independência das instâncias administrativa e judicial. Esta Corte tem, reiteradamente, reafirmado o princípio da independência das instâncias administrativa, cível e penal, para efeito de apuração de condutas antijurídicas perpetradas por agentes públicos (TC 001.583/90-5, 1ª Câmara, Ata 37/94; TC 011.868/93-7, 2ª Câmara, Ata 10/94; TC 007.483/93-7, 2ª Câmara, Ata 40/94). Neste sentido,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 301

transcreve-se a manifestação da doutrina, excerto do TC 012.247/1999-5 (Acórdão 192/2002-Plenário):

... à guisa de exemplo, do magistério de Athos Gusmão Carneiro, Ministro do STJ: As atribuições do Tribunal de Contas são de natureza administrativa. Entretanto, quando

'julga' as contas 'dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos', tal julgamento impõe-se ao Poder Judiciário no que concerne ao aspecto contábil, sobre a regularidade da própria conta; o julgado do Tribunal de Contas constitui prejudicial no juízo penal, como apuração, da qual o juiz não pode se afastar, de elemento de fato necessário à tipicidade do crime (José Cretella Júnior, Tribunal de Contas, Dicionário, cit.; Seabra Fagundes, O Controle, cit. nº 62). Da mesma forma, tal julgado impõe-se na ação de ressarcimento promovida contra o responsável pelo alcance.

Verifica-se, portanto, que as decisões, quanto ao mérito, proferidas pela Corte de Contas nos processos de sua competência específica, fazem coisa julgada material, o que torna impossível a revisão das mesmas por outra instância’ (in Jurisdição e Competência, p. 14, SARAIVA, 1989).

O risco de um ressarcimento em duplicidade por parte do responsável está de todo afastado, em razão da orientação já sumulada nesta Corte no sentido de que os valores eventualmente já satisfeitos deverão ser considerados para efeito de abatimento na execução (Enunciado nº 128). E diferentemente não haveria de ser, porquanto ‘a finalidade da indenização é dar ao patrimônio ofendido, tal como é no momento, o que possa torná-lo igual ao que seria, se o fato ilícito, absoluto ou relativo, não tivesse ocorrido. Reparar com lucro para o titular da pretensão seria enriquecê-lo injustificadamente’ (Pontes de Miranda, ‘apud’ Egas Moniz de Aragão, Notas sobre liquidação de sentença, Revista de Processo, v. 44, pp. 28/29).

Esse entendimento é pacificamente aceito também entre os doutrinadores estrangeiros, pois que, como observou Calamandrei, ‘o resultado positivo da investigação sobre a existência do dano não exclui que da subsequente verificação quantitativa na fase da liquidação da sentença possa resultar que o quantum é igual a zero’ (‘in’ La condana ‘generica’ ai danni, Rivista di diritto processuale civile, 1933, p. 367)’ (Acórdão 655/96 – Segunda Câmara – Ata 34/96; TC 001.550/90-0; voto do Sr. Ministro-Relator Fernando Gonçalves).

c) Ainda a este respeito, reproduzo excerto do Voto condutor do Acórdão 2/2003 – Segunda Câmara, que bem esclarece a matéria:

‘Acórdão 2/2003 – Segunda Câmara Voto do Ministro Relator (. . .) O TCU tem jurisdição própria e privativa sobre as pessoas e matérias sujeitas a sua

competência, de modo que a proposição de qualquer ação no âmbito do Poder Judiciário não obsta que esta Corte cumpra sua missão constitucional. De fato, por força de mandamento constitucional (CF, art. 71, inc. II), compete a este Tribunal julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores da administração federal direta e indireta, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao Erário. E, para o exercício dessa atribuição específica, o TCU é instância independente, não sendo cabível, portanto, tal como pretende o interessado, que se aguarde manifestação do Poder Judiciário no tocante à matéria em discussão. (. . .)’.

16.2. sobre a prescrição: o responsável supõe ter operado a prescrição administrativa a inviabilizar o prosseguimento do processo de Tomada de Contas Especial, assim como eventual ação executiva, por meio da qual se pretenda obter o ressarcimento dos valores impugnados. Em relação à alegação de prescrição, é imperioso destacar que o TCU, por meio do Acórdão 2.709/2008-Plenário, ao apreciar incidente de uniformização de jurisprudência, decidiu que o art. 37 da Constituição Federal conduz ao entendimento de que as ações de ressarcimento de danos ao erário são imprescritíveis, conforme a seguir:

‘9.1.deixar assente no âmbito desta Corte que o art. 37 da Constituição Federal conduz ao entendimento de que as ações de ressarcimento movidas pelo Estado contra os agentes causadores

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 302

de danos ao erário são imprescritíveis, ressalvando a possibilidade de dispensa de instauração de tomada de contas especial prevista no §4º do art. 5º da IN TCU nº 56/2007;’.

16.2.1. Tal posicionamento escora-se nas mais recentes decisões das altas Cortes pátrias, nos termos a seguir transcritos:

Supremo Tribunal Federal – STF MS nº 26.210-9/DF (Diário da Justiça de 10/10/2008): ‘EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.

BOLSISTA DO CNPq. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE RETORNAR AO PAÍS APÓS TÉRMINO DA CONCESSÃO DE BOLSA PARA ESTUDO NO EXTERIOR. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. INOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA.

I – O beneficiário de bolsa de estudos no exterior patrocinada pelo Poder Público, não pode alegar desconhecimento de obrigação constante no contrato por ele subscrito e nas normas do órgão provedor.

II – Precedente: MS 24.519, Rel. Min. Eros Grau. III – Incidência, na espécie, do disposto no art. 37, § 5º, da Constituição Federal, no

tocante à alegada prescrição. IV – Segurança denegada.’ Superior Tribunal de Justiça – STJ REsp 705715/SP (Diário da Justiça de 14/5/2008): ‘EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.

RESSARCIMENTO DE DANOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. IMPRESCRITIBILIDADE. I – A ação de ressarcimento de danos ao erário não se submete a qualquer prazo

prescricional, sendo, portanto, imprescritível. (REsp 810785/SP, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJ 25/5/2006 p. 184).

II – Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido.’ 16.2.2. Nessa esteira, o argumento de prescrição mostra-se improcedente. 17. Wilson Tavares von Paumgarten: 17.1. centrou sua argumentação na ausência de competência para agir nos citados autos de

convênio, pois os fatos ditos irregulares datam de 30/12/1994, sendo impossível apontar qualquer responsabilidade, mesmo objetiva, ou solidária, já que não estava investido na função de Diretor Substituto, esclarecendo que somente exercera tal competência no período 8/8/2000 a 07/03/2001.

a) consoante o rol de responsáveis (fls. 78/79, excerto dos autos do TC 016.089/2002-4), o responsável foi designado ordenador de despesa por delegação de competência mediante a Portaria 152/97, de 12/8/1997;

b) no âmbito do processos do TCU, a responsabilidade solidária decorre usualmente das seguintes situações: coresponsabilidade de vários agentes públicos por um determinado ato por conduta dolosa ou culposa; existência de conluio entre agentes públicos e privados, pessoa física ou jurídica, para a prática do ato lesivo aos cofres públicos; não adoção das medidas cabíveis pelo autoridade pública responsável ao ter ciência de conduta que configure dano ao erário (art. 8 º da Lei n º 8.443/92). Ressalte-se que, em regra, para a configuração da solidariedade por dano ao Erário não é necessário que tenha havido cumplicidade entre os agentes;

c) nos presentes autos não restou comprovada a sua responsabilidade, devendo, portanto, ser excluído desse rol;

VI CONCLUSÃO 18. Por todo o exposto, as alegações de defesa apresentadas não elidiram a irregularidade

relatada, nem afastaram o débito que lhes fora imputado; nenhum dos responsáveis demonstrou que os recursos do convênio foram usados na finalidade prevista:

19. Destaque-se que, ante os elementos constantes dos autos, não se pode concluir pela boa-fé do responsável, de modo a ensejar a aplicação do disposto no § 1º, art. 12 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, aplicando-se ao presente caso, as disposições do art. 202, § 6º do RI/TCU e art.

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3º, da Decisão Normativa/TCU nº 35/2000, os quais estabelecem que, nos processos em que as alegações de defesa sejam rejeitadas e não se configure a boa-fé do responsável, o Tribunal proferirá, desde logo, o julgamento definitivo do mérito pela irregularidade das contas e imputação de débito. Assim sendo, não cabe a fixação de novo prazo para recolhimento do débito.’

5. Por tais motivos, a Secex/PA, em pareceres uniformes (fls. 89/93), sugeriu a esta Corte, em síntese:

a) rejeitar as alegações de defesa de todos os responsáveis, à exceção de Wilson Tavares von Paumgartten;

b) julgar irregulares as presentes contas; c) condenar solidariamente os responsáveis citados, à exceção de Wilson Tavares von

Paumgartten, ao recolhimento do débito de R$ 10.773,79, acrescido de encargos legais a contar de 10/7/1998;

c) aplicar aos responsáveis condenados ao recolhimento do débito a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992;

d) autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; e e) dar ciência da decisão proferida nestes autos às autoridades judiciárias responsáveis

pelos processos em que são apuradas responsabilidades pelas irregularidades ocorridas no Cefet/PA.

6. O Ministério Público junto ao TCU – MPTCU, ao dissentir parcialmente das propostas da unidade técnica, manifestou-se nos seguintes termos (fls. 94/98):

‘Trata-se de tomada de contas especial acerca do ‘desvio de recursos que supostamente seriam para pagamento de despesa com fornecimento de água, no valor de R$ 10.773,79’, instaurada a partir de determinação contida no Acórdão 1735/2009 – 2ª Câmara, proferido nos autos do TC 016.089/2002-4, que cuida da prestação de contas relativa ao exercício de 2001 do então denominado Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – Cefet.

Ante a profusão de irregularidades e de responsáveis apontados pelo controle interno e tendo em vista a complexidade do assunto – refletida no interregno entre os mais de seis anos havidos entre a autuação daquele processo e a conclusão do primeiro exame pela Secex/PA, consubstanciado em instrução de 448 folhas – o Tribunal decidiu que as citações lá propostas deveriam se dar em processos específicos.

É nesse contexto, pois, que deve ser compreendida a presente tomada de contas especial, guardando-se em mente que constitui, com vistas à racionalidade processual, desdobramento material da apuração iniciada nos autos do TC 016.089/2002-4 e das informações levantadas na instrução correspondente, perspectiva claramente consignada nos ofícios de citação, fls. 4/13, vol. principal.

Resulta dessa condição a circunstância de que os presentes autos se concentram na análise das alegações de defesas apresentadas pelos responsáveis, devendo a precisa delimitação das respectivas condutas e das irregularidades que lhes são imputadas ser buscada nos autos originários.

Sendo assim, identifico às fls. 510 a 513, vol. 2, do mencionado TC 016.089/2002-4 as considerações da unidade técnica que levaram à citação dos responsáveis. A ocorrência que configurou a irregularidade foi a expedição da ordem bancária 98OB01058, de 10.7.1998, no valor de R$ 10.773,79 em favor de conta corrente do próprio Cefet, a despeito de o empenho utilizado haver sido realizado em benefício da Companhia de Saneamento do Pará. A unidade técnica avaliou que a movimentação dessa conta bancária comprova que os recursos creditados pela OB foram utilizados de forma irregular, não se destinando ao pagamento de fatura de fornecimento de água. Ponderou, adiante, que é ‘indiscutível a comprovação de que foram esses recursos desviados’.

Quanto aos responsáveis pela irregularidade, infere-se dessas mesmas considerações da Secex/PA, fls. 510/513, vol. 2, TC 016.089/2002-4, que a imputação aos Sres Sérgio Cabeça Braz, Wilson Tavares Von Paumgartten, Maria Francisca Tereza Martins de Souza e Maria Auxiliadora Souza dos Anjos se deu principalmente a partir do rol de responsáveis, em razão dos cargos por eles

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ocupados. Já a servidora Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma foi considerada responsável porque é sua a assinatura na ordem bancária em questão.

Após examinar as alegações de defesa, a instrução consignou proposta no sentido de sua rejeição, à exceção daquela apresentada pelo Sr. Wilson Tavares Von Paumgartten, bem como de julgamento pela irregularidade das presentes contas, de condenação solidária em débito dos demais responsáveis citados e de aplicação, a cada um deles, da multa do art. 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

Não concordo, em parte, com o encaminhamento sugerido pela unidade técnica. Entendo que houve preclusão temporal para o TCU sancionar os gestores com aplicação de multa e que não devem ser acolhidas as alegações de defesa do Sr. Von Paumgartten.

Observo, antes de tudo, a existência de impedimento regimental (art. 206) para a aplicação de multa às pessoas que integraram o rol de responsáveis do Cefet/PA no exercício em que se deu a irregularidade em tela, haja vista que, conforme informação lembrada na própria instrução da Secex/PA nos autos do TC 016.089/2002-4, fls. 519, ‘a matéria [é] afeta as contas do exercício de 1998, TC 007.555/1999-7, julgado regular com ressalvas’ (Relação 51/1999 – Gab. do Min. Humberto Guimarães Souto – Primeira Câmara).

No que tange à defesa da Srª Maria Auxiliadora Souza dos Anjos, vejo que a análise dos argumentos oferecidos foi incompleta. Ela contestou a informação de que teria ocupado a função de chefe de gabinete, conforme fora qualificada à fl. 520 do TC 016.089/2002-4, mas a instrução não abordou o assunto. A ex-servidora também negou que a função por ela efetivamente exercida – chefe da divisão financeira – implicasse qualquer envolvimento com o fato irregular. Sustentou que era encarregada apenas da ‘execução do SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira’ e que as irregularidades apontadas não foram efetuadas por meio do referido sistema. Acrescentou que ‘tudo o que não foi contabilizado via SIAFI, não era da competência da defendente’.

O exame realizado pela unidade técnica passou, contudo, ao largo dessas alegações ante a falsa percepção de que os responsáveis, representados pelo mesmo advogado, teriam centrado a defesa apenas em dois pontos: a) improcedência da TCE em razão da apreciação do mesmo objeto pelo poder judiciário; e b) os fatos teriam sido alcançados pela prescrição.

A proposta de acolhimento das alegações de defesa do Sr. Von Paumgartten também não pode ser endossada. Ao apresentar os argumentos oferecidos pelo responsável, a auditora consignou, como data da ocorrência, o dia 30.12.94, ao passo que verificou que sua designação como ordenador de despesa por delegação de competência se dera em 12.8.1997, havendo daí concluído que não restou comprovada sua responsabilidade.

Trata-se, não obstante, de claro equívoco, porquanto a ordem bancária irregular foi expedida em 10.7.98, e não em 31.12.94, informação que, aliás, se confirma na própria defesa do interessado.

Tais lacunas podem ser supridas apenas parcialmente. O julgamento relativo às contas do exercício de 1998 ocorreu em 1999, não sendo viável a

interposição do recurso de revisão por esse Ministério Público, uma vez que já foi ultrapassado o prazo legal de cinco anos. Não há forma de prosperar, então, a proposta de aplicação de multa àqueles que integraram o rol de responsáveis no exercício de 1998.

Quanto ao Sr. Von Paumgartten, conforme já adiantei, verifica-se que o ato irregular ora em debate foi cometido, ao contrário do que supôs a instrução, após ele haver sido designado para cargo que implicava responsabilidade como ordenador de despesa por delegação de competência e antes que ele fosse exonerado dessa condição: pesquisa realizada por minha assessoria no SIAFI 98, por meio da transação ‘conagente’, para a unidade gestora 153017 e gestão 15212, revelou que o mencionado gestor desempenhou tal encargo entre 12.8.1997 e 14.3.2002.

Sua responsabilização ainda requer, não obstante, algum esclarecimento. Houvesse a citação do referido servidor se dado apenas em decorrência do cargo que ocupou, sem que lhe tenha sido apontada alguma conduta comissiva, era de se esperar ver a imputação ser descrita em termos de conduta omissiva, o que exigiria, ao contrário do que ocorreu, a descrição das atribuições do seu

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cargo e a identificação do momento que, na consumação do ato do pagamento em questão, ele poderia e deveria ter evitado a fraude. Mesmo porque, suas alegações dão conta de que respondia pela direção do Cefet/PA somente nos impedimentos legais e eventuais do diretor titular, o que não é possível confirmar ou refutar sem a adequada delimitação das atribuições do cargo exercido.

Compulsando, no entanto, a instrução da unidade técnica que precedeu à citação, fls. 428, vol. 2, a 875, vol. 4, do TC 016.089/2002-4, percebi que o Sr. Von Paumgartten está envolvido também na ‘manutenção irregular de contas correntes bancárias, possibilitando desvios de recursos por meio do SIAFI’, o que foi objeto de sua audiência naqueles autos.

Sua defesa aduziu, segundo síntese da Secex/PA, que: somente lhe são imputadas irregularidades em razão de figurar como substituto do então Diretor-Geral, Sr. Sérgio Cabeça, e que o Relatório produzido pela CGU/PA não individualizou a conduta tida como irregular, não especificou as ações ou omissões irregulares incorridas, nem mencionou a existência de dolo, ou mesmo materialidade; pela Portaria 094, de 8/8/2000, foi designado substituto legal do Diretor-Geral do CEFET/PA; foram raras as ocasiões em que exerceu o encargo da substituição; nessas ocasiões os atos que praticou foram burocráticos, não afetos à administração financeira da Instituição; não há nenhum convênio, ou qualquer termo contratual que tenha a sua subscrição; não apresentou prestação de contas; não foi responsável por processos de seleção de alunos, cursos e outros; nunca assinou cheques, ordens de pagamentos e congêneres, não havendo qualquer relação, ainda que remota, entre as irregularidades citadas e a sua atuação, enquanto servidor; não foi apontado em nenhum processo administrativo disciplinar instaurado na Instituição; os documentos constantes nos autos apontam que não exerceu nenhum ato de gestão no CEFET/PA.

A ocorrência em questão tem estreita correlação com o dano ora em exame, porquanto para uma dessas contas irregulares é que foram desviados os recursos originalmente empenhados com vistas ao pagamento do fornecimento de água. E, segundo informou a instrução acima referida, fls. 485, vol. 2, TC 016.089/2002-4, a Nota Técnica nº 01/2002/GRCI/PA comprovou ‘que todas as autorizações de saques, quer por meio de cheques ou ofícios, foram assinadas pelo ex-Diretor Sérgio Cabeça Braz e pela diretora administrativa Maria Francisca Tereza Martins de Souza ou por seus respectivos substitutos Wilson Tavares Von Paumgartten e Maria Rita Vasconcelos da Cruz’.

Com efeito, a mencionada nota técnica, que se encontra a partir da fl. 3 do anexo 4, vol. 1, retrata, mediante trabalho realizado por equipe de auditoria da Secretaria Federal de Controle em conjunto com a Auditoria Interna do Banco do Brasil, a movimentação bancária das contas do Cefet/PA mantidas junto ao Banco do Brasil.

Sendo assim, a participação do Sr. Von Paumgartten fica caracterizada não apenas mediante conduta omissiva, mas sim comissiva, colocando-o como integrante de um grupo que, além de ter ciência da existência de contas bancárias irregulares utilizadas para iludir os mecanismos de controle dos gastos públicos e para desviar recursos federais, também as movimentava. É, desse modo, culpado tanto por omissão, ao, na condição de servidor público e, em especial, de substituto eventual do diretor-geral da instituição, se calar em face de atos flagrantemente danosos ao erário, quanto por ação, ao contribuir diretamente para a irregularidade, assinando autorizações, cheques ou outros meios para a movimentação das contas bancárias ilegais.

O mesmo raciocínio e a mesma conclusão se aplicam quanto à situação da diretora administrativa, Srª Maria Francisca Tereza Martins de Souza, que igualmente figurou na Nota Técnica nº 01/2002/GRCI/PA como responsável pela movimentação das referidas contas bancárias.

Já a chefe da divisão financeira, Srª Maria Auxiliadora Souza dos Anjos, não foi mencionada nesse documento. Deve, ainda assim, ser considerada responsável pelo prejuízo ora examinado, à evidência de que, como encarregada da execução do Siafi, contribuiu, por omissão, para as diversas deficiências quando da alimentação de dados do sistema e quanto ao suporte documental da entidade. Por isso mesmo é que foi instada a defender-se acerca de tal irregularidade no TC 016.089/2002-4, de acordo com a descrição apresentada às fls. 466/467 e com o parecer técnico às fls. 467/469 dos autos daquele processo. Cumpre notar que a transação ‘conagente’ acima

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referida aponta que essa servidora ocupou a função de responsável titular pela contabilidade entre 29.12.1992 e 1º10.2002.

A instrução deixou assente, ainda, que ‘algumas das irregularidades e fraudes tiveram início na emissão de notas de empenho e de ordens bancárias através do Siafi, e poderiam ter sido detectadas pelo setor contábil do Cefet/PA com um simples confronto entre os documentos fiscais e os emitidos via Siafi’. Registrou, também, ‘que a servidora responsável pela conformidade contábil da IFE, Maria Auxiliadora Souza dos Anjos, é também executora do Siafi, não havendo portanto segregação de funções’. Mas, conforme revela a derradeira instrução daquele processo, fls. 1190, vol. 29, ela preferiu não defender-se dessa acusação, autorizando o juízo de que se trata de fato incontroverso. E, no que diz respeito à defesa aqui apresentada, não procedem suas alegações, pois a expedição irregular da ordem bancária objeto da sua citação não teria ocorrido se o lançamento no Siafi tivesse sido precedido de adequada avaliação de conformidade documental. A contrario sensu de suas próprias palavras, tudo que foi contabilizado via Siafi, era da competência da defendente.

No que diz respeito ao Sr. Sérgio Cabeça Braz, são válidas as observações anteriores aplicáveis ao Sr. Wilson Tavares Von Paumgartten e à Srª Maria Francisca Tereza Martins de Souza. Considerando, ademais, que esse gestor ocupava o cargo de mais elevada hierarquia da instituição, tem-se, em princípio, sua responsabilidade por todos os atos da gestão, visto que seus subordinados, em última instância, estão sob sua supervisão e exercem competências delegadas.

Isso não quer dizer, é claro, que o diretor geral do Cefet/PA deveria participar de todas as atividades lá desenvolvidas, mas que somente poderia exonerar-se da responsabilidade se demonstrasse que, segundo uma conduta razoável, as exigências a ele impostas pelos afazeres cotidianos da administração da instituição impunham a impossibilidade concreta de controle sobre o ato ora impugnado. Sua defesa, porém, não aborda questões tais como essas, o que traduz sua incapacidade de desincumbir-se adequadamente do dever de prestar contas e gera a presunção de sua culpa. Tal convicção se faz ainda mais firme quando se sabe que, ao que tudo indica, o dano examinado no caso vertente não constituiu uma ocorrência isolada, dadas as inúmeras outras tomadas de contas especiais instauradas a partir do TC 016.089/2002-4 nas quais o Sr. Sérgio Cabeça Braz figura como responsável.

É também cabível a condenação da Srª Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma, posto que sua assinatura na ordem bancária ilegal não deixa dúvida quanto à sua participação comissiva no dano. Vale ressaltar que sua defesa não enfrenta o mérito da questão relativa ao dano que lhe foi imputado, restringindo-se a alegações acerca do seu histórico como servidora pública, do processo administrativo disciplinar que abordou as irregularidades apuradas pela Secretaria Federal de Controle Interno (que deram origem também a presente TCE, entre diversas outras), das competências do TCU e de uma possível necessidade de sobrestamento deste feito em face da tramitação de ações judiciais cujas decisões poderiam repercutir sobre a decisão desta Corte.

Cumpre lembrar, por oportuno, a evolução da jurisprudência do TCU no sentido de não mais considerar o julgamento das contas relativas ao exercício em que ocorreu o dano como impedimento à imputação de débito aos responsáveis nela arrolados, tendo em vista que a disposição inserta no art. 206 do Regimento Interno do TCU não pode prevalecer ao preceito contido no art. 37, §5º, da Constituição Federal sobre a imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário. Permanece, no entanto, a vedação quanto à aplicação de multa.

Ante o exposto, manifesto-me parcialmente dissidente da proposta da unidade técnica, por entender que não devem ser acolhidas as alegações de defesa de nenhum responsável no presente processo. Opino no sentido de que os Sres Sérgio Cabeça Braz e Wilson Tavares Von Paumgartten e as Sras Maria Francisca Tereza Martins de Souza, Maria Auxiliadora Souza dos Anjos e Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma tenham as presentes contas especiais julgadas irregulares, sendo condenados solidariamente ao pagamento do débito pelo qual foram citados. Não concordo, ainda, com a aplicação da multa do art. 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992 sugerida na instrução, haja vista o impedimento imposto pelo art. 206 do Regimento Interno do TCU.

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Vale dizer, por fim, que, embora a unidade técnica tenha informado à fl. 512 que a Srª Maria Quaresma ‘não compõe o quadro de responsáveis pela gestão do órgão’, parece que se reportou, inadvertidamente, ao exercício de 2001, ao passo que a irregularidade se deu no exercício de 1998. De qualquer maneira, ainda que essa servidora não tenha mesmo integrado o rol de responsáveis relativo ao ano de 1998, entendo que deva, igualmente a todos os demais responsáveis no presente processo, ser poupada da aplicação da multa, de forma a evitar-se tratamento, no plano material, injustificadamente não isonômico.”

É o Relatório.

VOTO O presente processo foi instaurado, por determinação desta 2ª Câmara, em virtude da profusão de irregularidades detectadas na prestação de contas de 2001 do Cefet/PA, que tornou materialmente inviável a apuração de fatos e respectivos responsáveis naquelas contas anuais. 2. Assim, no feito ora em apreço, dirigentes e servidores da entidade foram citados solidariamente pelo desvio de R$ 10.773,79 para contas paralelas do Cefet e sua utilização em finalidades distintas da prevista no empenho da despesa, que apontava como objetivo a realização de pagamento pelo fornecimento de água. 3. As justificativas dos responsáveis foram analisadas pela Secex/PA e pelo MPTCU, que demonstraram a improcedência dos argumentos apresentados por Sérgio Braz Cabeça, ex-diretor-geral; Maria Francisca Tereza Martins de Souza, ex-diretora administrativa; Maria Auxiliadora Souza dos Anjos, ex-chefe da Divisão Financeira; e Maria Rita Vasconcelos Cruz Quaresma, signatária da ordem bancária que efetuou a transferência irregular. 4. Em linhas gerais, procuraram os responsáveis sustentar, fundamentalmente: (i) a ocorrência de prescrição; (ii) a necessidade de sobrestamento do julgamento deste processo, ante a existência de ações penais com o mesmo objeto; (iii) incompatibilidades cronológicas entre os fatos e seus períodos de gestão; (iv) inexistência de competência regulamentar para prática dos atos irregulares; e (v) ausência de responsabilidade por atos praticados por subordinados. 5. Como demonstrou a instrução, tais alegações não podem ser aceitas, eis que: (i) ações de ressarcimento de débito para com o erário são imprescritíveis, consoante sólida jurisprudência do Supremo Tribunal Federal – STF e do TCU; (ii) as esferas penal e administrativas são independentes, como reconhece o ordenamento jurídico pátrio; (iii) os períodos de gestão coincidiam com os fatos, consoante ficou demonstrado nos autos; (iv) os responsáveis possuíam competência para prática dos atos e estiveram diretamente envolvidos nas ocorrências, como também ficou comprovado pelos regulamentos pertinentes e pelas informações contidas no relatório da auditoria da CGU/PA que apontou as irregularidades; e (v) os ex-dirigentes envolvidos são responsáveis pela supervisão dos atos praticados por seus subordinados. 6. Dada a consistência da análise empreendida pela unidade técnica e, em especial, pela Procuradoria, endosso as conclusões contidas nos respectivos pareceres e, nesse particular, insiro aquelas manifestações entre os fundamentos da deliberação que proporei a este colegiado. 7. Dissentiram as instâncias instrutivas, todavia, no tocante à responsabilidade de Wilson Tavares von Paumgartten, ex-coordenador de planejamento: enquanto a Secex/PA defendeu o acatamento de sua defesa e sua exclusão do processo, posto que sua designação para o cargo seria posterior à emissão da ordem bancária irregular, o MPTCU pugnou pela rejeição dos argumentos daquele ex-dirigente e por sua condenação solidária ao recolhimento do débito constatado, eis que a proposta da unidade técnica teria decorrido de mero equívoco no tocante à data da ordem bancária. 8. Com respeito a este ponto, acompanho a Procuradoria, uma vez que, de fato, a designação do ex-coordenador de planejamento como ordenador de despesas, por delegação de competência, ocorreu em 12.8.1997 e que a ordem bancária é datada de 10.7.1998 – como, aliás, reconhece a própria defesa do ex-dirigente -, e não de 31.12.1994, como erroneamente apontou a Secex/PA.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 308 9. Divergiram os pareceres, ainda, no que tange à imputação da multa do art. 57 da Lei 8.443/1992 aos responsáveis condenados: enquanto a unidade técnica opinou pela cominação da sanção, o Parquet lembrou a inviabilidade de tal apenação, ante a restrição imposta pelo art. 206 do Regimento Interno. 10. Mais uma vez, tem razão o Ministério Público. Embora a condenação dos responsáveis ao recolhimento do débito seja possível, dada a já mencionada imprescritibilidade das ações de ressarcimento, a limitação imposta pelo dispositivo regimental há pouco aludido impede a imposição da penalidade em debate. 11. Lembro, por fim, que o julgamento do presente processo deve levar em conta também as circunstâncias em que ocorreu a irregularidade aqui tratada, que se insere no bojo de uma miríade de atos irregulares cuja apuração foi feita pela CGU e pelo Ministério Público Federal e que acarretou a demissão de diversos dos envolvidos e a instauração de várias ações civis e penais – o que torna oportuna, inclusive, a proposta da Secex/PA de comunicação do resultado deste feito às autoridades judiciais responsáveis por aqueles feitos. 12. Com essas observações, acolho os pareceres da unidade técnica, em parte, e da Procuradoria, na íntegra, e voto pela adoção da minuta de acórdão que trago à consideração deste colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9911/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 007.361/2010-6 2. Grupo II – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Sérgio Braz Cabeça (CPF 027.307.2009-0), Wilson Tavares von Paumgartten (CPF 029.828.622-04), Maria Francisca Tereza Martins de Souza (CPF 155.291.692-87), Maria Auxiliadora Souza dos Anjos (CPF 037.565.562-04), Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma (CPF 158.464.822-87). 4. Unidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará – Cefet /PA. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: procurador-geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Pará – Secex/PA. 8. Advogados: Luiz Carlos dos Anjos Cereja (OAB/PA 6.977), Carla Ferreira Zahlouth (OAB/PA 5.719) e Cleide Cilene Abud Ferreira (OAB/PA 5.796). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial dos responsáveis acima indicados, em virtude o desvio de R$ 10.773,79 (dez mil setecentos e setenta e três reais e setenta e nove centavos), transferidos para contas paralelas do Cefet/PA e utilizados em finalidades distintas da prevista no empenho da despesa, que apontava como objetivo a realização de pagamento à Companhia de Saneamento do Pará pelo fornecimento de água. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26 e 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. julgar irregulares estas contas especiais; 9.2. condenar solidariamente Sérgio Braz Cabeça, Wilson Tavares von Paumgartten, Maria Francisca Tereza Martins de Souza Maria Auxiliadora Souza dos Anjos e Maria Rita Vasconcelos Cruz Quaresma a recolher ao Tesouro Nacional a importância de R$ 10.773, 79 (dez mil setecentos e setenta e três reais e setenta e nove centavos), acrescida de encargos legais a contar de 10/7/1998 até a data do pagamento;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 309 9.3. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.4. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.5. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram às seguintes Varas da Seção Judiciária do Estado do Pará, dada sua relação com as ações abaixo indicadas:

Vara Ação 5ª 2004.39.00.010130-9 5ª 2005.39.00.004304-7 5ª 2005.39.00.009748-4 3ª 2006.39.00.004570-9 3ª 2006.39.00.003.706-8 3ª 2006.39.00.009541-9 3ª 2006.39.00.009543-6 3ª 2007.39.00.005115-8 3ª 2008.39.00.002103-9 1ª 2009.39.00009.337-1 6ª 2009.39.00010.838-9

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9911-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE V – 2ª Câmara TC 008.666/2009-5 Natureza: Aposentadoria. Unidade: Departamento de Polícia Federal – DPF/MJ. Interessados: Alberto Fernando de Araujo (113.553.874-34); Antonio Silas de Souza (119.469.201-00); Arnaldo Maul Lins Junior (782.370.688-15); Djalma Selistre Neto (217.320.190-53); Eduardo de Castro Ne (085.126.711-49); Francisco Claudio Bruno Sales (061.584.633-53); Godofredo Carneiro Coelho (071.679.703-87); Jose Aurelio Morais do Nascimento (062.192.684-15); Jose Carlos Maia de Oliveira (059.480.963-00); Jose Eliton Alves (152.883.234-53); Juscelino Peters Campos (236.675.671-20); Lucas Tadeu Rodrigues Viana (063.545.052-68); Ricardo Belisario da Silva (266.538.267-91);

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 310

Rosemberg de Azevedo Oliveira (536.151.587-68); Washington do Nascimento Melo (144.367.791-49). Advogado constituído nos autos: não há. Sumário: PESSOAL. APOSENTADORIAS CONCEDIDAS COM FUNDAMENTO NA LEI COMPLEMENTAR 51/1985. CONTAGEM FICTA DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO SOB A ÉGIDE DA LEI 3.313/1957. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. ILEGALIDADE E NEGATIVA DE REGISTRO.

RELATÓRIO

Adoto como Relatório a instrução da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (fls. 79/81), com a qual manifestaram-se de acordo os dirigentes da unidade técnica e o Ministério Público, verbis:

“Em exame as aposentadorias de servidores do Departamento de Polícia Federal, cujos atos foram encaminhados a este Tribunal para apreciação, de conformidade com a IN nº 55/2007.

Verifica-se que as concessões em análise foram deferidas aos servidores com fundamento na Lei Complementar nº 51/1985, após a edição da EC 20/1998. A legalidade de concessões da espécie foi enfrentada por esta Corte de Contas na Sessão Plenária de 11/3/2009.

Na ocasião, o Tribunal, reconhecendo a existência de divergência entre deliberações anteriores que trataram da matéria, apreciou o processo TC 010.598/2006-6 sobre Incidente de Uniformização de Jurisprudência suscitado pela Secretaria de Recursos e manifestou entendimento favorável à recepção da Lei Complementar nº 51/1985 pelo atual ordenamento jurídico porquanto com ele compatível e, neste sentido, proferiu o Acórdão 379/2009-Plenário, que resolveu:

‘9.1. firmar o entendimento no sentido de que a Lei Complementar 51, de 1985,

foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, e pelas Emendas Constitucionais nos 20, de 1998, 41, de 2003, e 47, de 2005, continuando, por conseguinte, válida e eficaz, enquanto não for ab-rogada, derrogada ou modificada por nova lei complementar federal, subsistindo, portanto, a regra de previsão de aposentadoria especial de que trata a referida lei complementar;

9.2. em consonância com os princípios da racionalidade administrativa e da economia processual, autorizar, excepcionalmente, que:

9.2.1. os processos de aposentadoria e os recursos envolvendo exclusivamente a questão atinente à não recepção da Lei Complementar nº 51, de 1985, sejam considerados legais por relação, ainda que contenham pareceres divergentes e/ou propostas de ilegalidades;

9.2.2. os processos de aposentadoria considerados ilegais pelo Tribunal em decorrência da não recepção da Lei Complementar nº 51, de 1985, inclusive os julgados há mais de cinco anos, sejam revistos de ofício, podendo ser considerados legais por meio de relação dos relatores originários, ainda que contenham pareceres divergentes e/ou propostas de ilegalidade; (...)’ (grifos acrescidos) Tendo em vista a ressalva constante do § 4º do art. 40 da CF/1988, com a redação dada

pela EC 20/1998, que possibilita, por meio de lei complementar, a adoção de requisitos e critérios diferenciados para concessão de aposentadoria nos casos de atividades exercidas sob condições especiais e, ainda, o entendimento firmado pelo Tribunal de que a Lei Complementar nº 51/1985 foi recepcionada pelo ordenamento jurídico e que continua, portanto, válida e eficaz até a edição de nova norma regulamentadora, as aposentadorias constantes dos autos poderiam prosperar.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 311

Todavia, verifica-se, em todos os atos, o cômputo de tempo de serviço fictício correspondente a 20% do tempo cumprido sob a égide da Lei nº 3.313/1957, conforme consta da linha 26 do Quadro de Discriminação dos Tempos de Serviço e Averbações.

Vale destacar que, enquanto a Lei nº 3.313/1957 previa a aposentadoria voluntária integral ao policial aos vinte e cinco anos de serviço, a Lei Complementar nº 51/1985, que revogou o referido diploma legal, passou a exigir trinta anos de serviço.

O Departamento de Polícia Federal passou a computar no tempo de serviço para fins de aposentadoria um acréscimo de 20% sobre o tempo total de serviço desde o ingresso do servidor no órgão até a data da revogação da Lei nº 3.313/1957, como forma de compensação do aumento do tempo mínimo de aposentadoria.

Este Tribunal, ao analisar a matéria, entendeu que a contagem ficta é indevida face à inexistência de direito adquirido a regime jurídico e à ausência de expressa previsão legal do direito à contagem fictícia do tempo de serviço prestado durante a vigência da Lei nº 3.313/1957.

Nessa linha de entendimento, em diversas assentadas, deliberou no sentido de que ‘É ilegal a contagem ficta de tempo de serviço prestado sob a égide da Lei nº 3.313/1957, proporcional ao aumento do tempo de serviço para aposentadoria implementado pela Lei Complementar nº 51/1985.’ (Acórdão 3324/2007, 1ª Câmara, in Ata 37/2007; Acórdão 3651/2007-1ª Câmara, in Ata 41/2007; Acórdão 708/2008-1ª Câmara, in Ata 06/2008).

Observe-se, ainda, quanto aos atos de aposentadoria em favor de Alberto Fernando de Araújo (fls. 2/6), Antônio Silas de Souza (fls. 7/11), Arnaldo Maul Lins Júnior (fls. 12/16), Juscelino Peters Campos (fls. 49/53), Lucas Tadeu Rodrigues Viana (fls. 59/63), Ricardo Belisário da Silva (fls. 64/68) e Rosemberg de Azevedo Oliveira (fls. 69/73), todos com vigências posteriores a 19.02.2004, que os seus proventos foram concedidos, inicialmente, de forma integral com todas as parcelas e, atualmente, com o valor integral do subsídio, em contrariedade à regra geral constante do § 3º do art. 40 da Constituição Federal (média das contribuições), conforme consulta feita ao Siape.

Quanto a esse aspecto, o Plenário desta Corte, ao apreciar a consulta formulada nos autos do TC 031.239/2007-9, proferiu o Acórdão 582/2009, esclarecendo que:

‘9.1.3. a aplicação da Lei Complementar nº 51/1985 não afasta a incidência

da regra geral relativa aos cálculos dos proventos insculpida no § 3º do art. 40 da Constituição Federal (média das contribuições), salvo para os policiais que implementaram os requisitos legais de inativação até 19.2.2004, véspera da publicação da Medida Provisória nº 167/2004, convertida na Lei nº 10.887/2004;’ (grifos acrescidos) Desse modo, por todos esses motivos, as presentes concessões de aposentadorias não

merecem prosperar. Ante as razões expostas e de conformidade com o preceituado nos arts. 71, III, da

Constituição Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, propõe-se considerar ilegais, com a recusa de registro, as presentes aposentadorias, com as seguintes providências:

a) ser aplicado o Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU, em relação às importâncias indevidamente recebidas de boa-fé;

b) ser determinado ao Departamento de Polícia Federal: b.1) com fulcro no art. 262, caput, do Regimento Interno deste Tribunal, que faça cessar

todo e qualquer pagamento, decorrente dos atos impugnados, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, sob pena de ressarcimento das quantias pagas após essa data pelo responsável;

b.2) que comunique aos interessados sobre a necessidade do seu retorno ao serviço para fins de complementação do tempo de serviço mínimo para aposentadoria, ou seja, trinta anos, conforme a Lei Complementar nº 51/1985;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 312

b.3) dê ciência aos inativos de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a notificação, em caso de não-provimento desse recurso”.

É o Relatório.

VOTO Apreciam-se nesta oportunidade atos de concessão de aposentadoria de servidores do Departamento de Policia Federal, encaminhados ao Tribunal na forma prevista na Instrução Normativa TCU 55/2007. 2. Ao examinar a matéria, mediante a instrução transcrita no Relatório que antecede este Voto, a Sefip registrou que os atos referidos foram deferidos com fundamento na Lei Complementar 51/1985, após a Emenda Constitucional 20/1998, nos quais foi verificado o cômputo ficto de tempo de serviço prestado na vigência da Lei 3.313/1957. 3. Quanto ao fundamento utilizado na concessão dos atos em exame, a Sefip considerou resolvida a questão, em vista do entendimento firmado pelo Tribunal nos autos do TC 010.598/2006-6 (Acórdãos 379/2009 e 2.555/2009, do Plenário), segundo o qual a referida LC 51/1985 foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 e pelas Emendas Constitucionais 20/1998, 41/2003 e 47/2005. Em consequência, permanece válida e eficaz a aposentadoria especial tratada na referida Lei Complementar. 4. No que diz respeito, no entanto, à contagem ficta do tempo de serviço prestado sob a égide da Lei 3.313/1957, a unidade técnica manifestou-se pela irregularidade da situação constatada, uma vez que é considerada indevida a contagem, de forma proporcional, desse tempo de serviço, se o servidor não reuniu, à época da vigência da mencionada norma legal, as condições necessárias para a aposentadoria. 5. Assiste razão à unidade técnica quando considera regularizada a primeira questão, uma vez afastadas as controversas e pacificado o entendimento do Tribunal no tocante à aplicação Lei Complementar 51/1985. Por outro lado, persiste, entretanto, a irregularidade sobre o acréscimo de 20% do tempo de serviço prestado no regime de aposentadoria previsto na aludida Lei 3.313/1957, nas aposentadorias concedidas no novo regime instituído pela LC 51/1985. 6. Como se sabe, a Lei 3.313/1957 estabeleceu como requisito para fins de aposentadoria com proventos integrais o cumprimento de 25 anos de serviço prestado em atividade estritamente policial. Esse requisito para inativação foi majorado por força da Lei Complementar 51/1985, a qual passou a exigir para a aposentadoria voluntária, 30 anos de serviço, desde que desse total 20 anos fossem prestados em cargo de natureza estritamente policial. 7. A jurisprudência deste Tribunal é pacífica no sentido de que o direito à aposentadoria é regido pela lei em vigor na ocasião em que o servidor implementou todos os requisitos necessários para a obtenção do benefício, inclusive o temporal. Por sua vez, a jurisprudência do Poder Judiciário, em especial a do Supremo Tribunal Federal está consolidada no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico. 8. Assim, somente pode ser reconhecido direito adquirido ao regime de aposentadoria instituído pela Lei 3.313/1957 ao servidor que tenha cumprido as condições necessárias para a concessão da aposentadoria na época em que se verificou a alteração legislativa referida no item 6 acima. 9. Portanto, os ex-servidores do Departamento de Polícia Federal cujos atos ora se examinam não têm direito à formula de contagem de tempo de serviço prevista na Lei 3.313/1957, porquanto, por ocasião das respectivas inativações, a referida norma legal já se encontrava revogada e os servidores não haviam preenchido as condições necessárias para a aposentadoria na vigência daquele diploma legal. 10. A Sefip registrou também que os atos de aposentadoria de Alberto Fernando de Araújo (fls. 2/6), Antônio Silas de Souza (fls. 7/11), Arnaldo Maul Lins Júnior (fls. 12/16), Juscelino Peters Campos (fls. 49/53), Lucas Tadeu Rodrigues Viana (fls. 59/63), Ricardo Belisário da Silva (fls. 64/68) e Rosemberg Azevedo Oliveira (fls. 69/73), todos com vigências posteriores a 19/2/2004 e os respectivos proventos

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 313 foram calculados inicialmente de forma integral com todas as parcelas, o que estaria em desacordo com o deliberado pelo Tribunal mediante o Acórdão 582/2009 – TCU – Plenário.

11. Entretanto, a discussão quanto a esse aspecto foi pacificada por meio do Acórdão 2.835/2010 – TCU – Plenário, proferido na Sessão de 27/10/2010, oportunidade em que o Tribunal firmou entendimento no sentido de que aposentadoria com fundamento na Lei Complementar 51/1985 deve ser concedida com proventos correspondentes à totalidade da remuneração no cargo em que se deu a inativação, assegurada paridade plena dos proventos do inativo com a remuneração do policial em atividade.

12. Com isso, essa questão apontada pela Sefip encontra-se superada. Permanece, no entanto, a irregularidade quanto à contagem ficta do tempo de serviço prestado sob a égide da Lei 3.313/1957, o que conduz, necessariamente, a se considerar ilegais os atos de aposentadoria constantes destes autos.

Ante o exposto, e considerando a nova jurisprudência do Tribunal, acolho em parte a proposta de encaminhamento apresentada pela Sefip, endossada pelo Ministério Público, e VOTO no sentido de que esta Corte de Contas adote a deliberação que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9912/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 008.666/2009-5. 2. Grupo II – Classe V – Aposentadoria. 3. Interessados: Alberto Fernando de Araujo (113.553.874-34); Antonio Silas de Souza (119.469.201-00); Arnaldo Maul Lins Junior (782.370.688-15); Djalma Selistre Neto (217.320.190-53); Eduardo de Castro Ne (085.126.711-49); Francisco Claudio Bruno Sales (061.584.633-53); Godofredo Carneiro Coelho (071.679.703-87); Jose Aurelio Morais do Nascimento (062.192.684-15); Jose Carlos Maia de Oliveira (059.480.963-00); Jose Eliton Alves (152.883.234-53); Juscelino Peters Campos (236.675.671-20); Lucas Tadeu Rodrigues Viana (063.545.052-68); Ricardo Belisario da Silva (266.538.267-91); Rosemberg de Azevedo Oliveira (536.151.587-68); Washington do Nascimento Melo (144.367.791-49) 4. Unidade: Departamento de Polícia Federal – DPF/MJ. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico. 7. Unidade: Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de aposentadoria de servidores do Departamento de Polícia Federal – DPF. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Relator e com fundamento no art. 39, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 259, inciso II, do Regimento Interno, em: 9.1. julgar ilegais os atos de aposentadorias dos servidores indicados no item 3 deste Acórdão; 9.2. dispensar o ressarcimento das parcelas indevidamente percebidas de boa-fé pelos beneficiários, nos termos do Enunciado 106 da Súmula da Jurisprudência deste Tribunal; 9.3. determinar ao Departamento de Polícia Federal que: 9.3.1. com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal, e 262 do Regimento Interno, faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência desta deliberação, o pagamento

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 314 decorrente dos atos ora considerados ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa; 9.3.2. comunique aos interessados o teor desta deliberação, alertando-os de que o efeito suspensivo de eventual recurso interposto não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso este não seja provido; 9.4. orientar ao Departamento de Polícia Federal que: 9.4.1. os servidores, cujos atos foram considerados ilegais por este Acórdão deverão retornar à atividade para implementar os requisitos necessários à aposentadoria, segundo as normas vigentes na data da nova concessão; 9.5. determinar à Sefip que proceda à verificação do cumprimento das medidas indicadas nos subitens 9.3 e 9.4. acima, representando a este Tribunal, caso seja necessário. 9.6. arquivar o presente processo. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9912-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE II – 2ª Câmara TC 011.003/2009-4 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Prefeitura de Pindoba/AL. Responsável: Vera Lúcia Nemésio do Carmo, ex-prefeita (CPF 348.386.944-15). Advogado constituído nos autos: Henrique Correia Vasconcellos (OAB/AL 8.004). Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. IRREGULARIDADES NA APLICAÇÃO DE RECURSOS DO PDDE. REVELIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS. IRREGULARIDADE, DÉBITOS E MULTA. CONSTATAÇÃO DE IMPUTAÇÃO DE UM DOS DÉBITOS POR ACÓRDÃO ANTERIOR. INSUBSISTÊNCIA DO ITEM CONDENATÓRIO E REDUÇÃO DO VALOR DA MULTA.

RELATÓRIO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 315 Por intermédio do acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara (fl. 265 do volume 1), esta Corte julgou irregulares as contas especiais de Vera Lúcia Nemésio do Carmo, ex-prefeita de Pindoba/AL, à revelia, condenou-a a recolher débitos decorrentes da não comprovação da correta aplicação dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE repassados nos exercícios de 1999 e 2000 e aplicou-lhe multa de R$ 3.000,00. 2. Contudo, ao providenciar a notificação da ex-prefeita, a Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas – Secex/AL constatou que a responsável já havia sido condenada pelo débito relativo aos recursos do PDDE, exercício de 1999, nos autos da tomada de contas especial TC 007.932/2006-4, da relatoria do Ministro Walton Alencar, mediante o acórdão 1.826/2006 – 2ª Câmara. 3. Diante da dupla apenação, a unidade técnica, em pareceres uniformes (fls. 274/275 do volume 1), sugeriu a esta Corte tornar insubsistente a condenação ao recolhimento do débito referente a 1999 feita pelo acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara, com a manutenção da condenação relativa aos recursos de 2000 e da multa aplicada pelo último aresto mencionado. 4. O Ministério Público junto ao TCU – MPTCU (fl. 276 do volume 1), após destacar que a segunda condenação da ex-prefeita pelo mesmo débito é absolutamente nula e que a declaração da nulidade de itens de um acórdão condenatório é agasalhada pela jurisprudência do Tribunal (acórdão 965/2008 do Plenário e acórdãos 3.047/2011 e 1.921/2008 da 2ª Câmara), acompanhou a Secex/AL e propôs a declaração, de ofício, da nulidade da condenação atinente aos recursos de 1999, com a alteração da redação do item 9.2. do acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara, de modo a ali serem mencionados apenas os valores de 2000. É o Relatório.

VOTO Considerando que, pelo acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara, a ex-prefeita de Pindoba/AL havia sido condenada ao recolhimento de débitos oriundos da falta de comprovação do bom uso de recursos do PDDE repassados em 1999 e 2000; considerando que, posteriormente, a Secex/AL constatou que a ex-dirigente municipal já havia sido condenada, pelo anterior acórdão 1.826/2006 – 2ª Câmara, a recolher o débito atinente a 1999, o que acarreta a nulidade da segunda condenação pelo mesmo débito; considerando que é possível a declaração, de ofício, da insubsistência de um item de um acórdão, diante de sua comprovada nulidade; considerando que a Secex/AL e o MPTCU propuseram a declaração da nulidade da segunda condenação, a manutenção da condenação ao recolhimento dos recursos concernentes a 2000 e a permanência do valor da multa aplicada à responsável; considerando que, embora estejam corretas as propostas de insubsistência da segunda condenação e de manutenção da condenação referente a 2000, é necessário reduzir o valor da multa aplicada pelo acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara, eis que o fundamento legal daquela penalidade foi o art. 57 da Lei 8.443/1992 (multa proporcional ao valor do débito) e que o montante da condenação imposta pelo mencionado aresto será agora diminuído; acolho os pareceres da Secex/AL e do Ministério Público, em parte, e voto pela adoção da minuta de acórdão que trago à consideração deste colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9913/2011 – TCU – 2ª Câmara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 316 1. Processo TC 011.003/2009-4 2. Grupo II– Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Vera Lúcia Nemésio do Carmo, ex-prefeita (CPF 348.386.944-15). 4. Unidade: Prefeitura de Pindoba/AL. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: subprocuradora-geral Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado de Alagoas – Secex/AL. 8. Advogado: Henrique Correia Vasconcellos (OAB/AL 8.004). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de Vera Lúcia Nemésio do Carmo, ex-prefeita de Pindoba/AL, em virtude da não comprovação da correta aplicação dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE repassados nos exercícios de 1999 e 2000. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em: 9.1. declarar a insubsistência da condenação de Vera Lúcia Nemésio do Carmo ao recolhimento dos recursos referentes a 1999 imposta pelo acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara, ante sua condenação anterior ao pagamento do mesmo débito pelo acórdão 1.826/2006 – 2ª Câmara; 9.2. dar a seguinte redação aos itens 9.2 e 9.3 do acórdão 1.908/2011 – 2ª Câmara:

“9.2. condenar Vera Lúcia Nemésio do Carmo a recolher ao FNDE a importância de R$ 9.200,00 (nove mil e duzentos reais), acrescida de encargos legais de 1/8/2000 até a data do pagamento;

9.3. aplicar à responsável multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a contar da data deste acórdão se recolhida após o término do prazo abaixo fixado;”

9.3. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9913-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE I – 2ª Câmara TC 017.347/2011-4 (processo eletrônico). Natureza: Embargos de Declaração. Unidade: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 317

Embargante: Simbel Construções e Empreendimentos Ltda. Advogados constituídos nos autos: Adriana Mourão Nogueira (OAB/DF 16.718), Antônio Fernando Guimarães Pinheiro (OAB/MG 23.719), Dáfini de Araújo Perácio Monteiro, (OAB/DF 25.987), Érica Bastos da Silveira Cassini (OAB/DF 16.124), Henrique César Mourão (OAB/MG 32.340), Maria de Lourdes Flecha de Lima Xavier Cançado (OAB/MG 80.050), Raul de Araújo Filho (OAB/MG 5.915) e Ulisses de Vasconcelos Raso (OAB/MG 31.044). Sumário: REPRESENTAÇÃO NÃO CONHECIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DA ALEGADA OMISSÃO. BUSCA DE TUTELA QUANTO A INTERESSES PARTICULARES. EXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO NA FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGADO, RESULTANTO EM IDÊNTICO VÍCIO NO PRÓPRIO DECISUM. PROVIMENTO PARCIAL.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de embargos de declaração (peça 66) opostos pela empresa Simbel Construções e Empreendimentos Ltda., contra o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara (peça 62), inserido na relação 22/2011-2ª Câmara de minha relatoria, por meio do qual esta corte de contas, entre outras medidas, decidiu não conhecer da presente representação, haja vista o não preenchimento dos requisitos de admissibilidade aplicáveis à espécie. 2. Para melhor entendimento do que se discute no presente feito, esclareço que a principal irregularidade suscitada nestes autos diz respeito ao aviso expedido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero, mais precisamente por sua Superintendência no Nordeste, e publicado no Diário Oficial da União de 1º/3/2011 (peça 20), por meio do qual aquela entidade determinou a rescisão do contrato 059-EG/2010/0014 (peça 2), celebrado com a empresa Simbel em 19/10/2010, tendo como objeto a execução de obras/serviços de engenharia para a recuperação e drenagem de pistas de taxiway e do pátio de estacionamento sul de aeronaves do Aeroporto Internacional de Recife/PE. 3. Os elementos juntados aos autos indicam que tal rescisão parece ter decorrido de atraso, por parte da contratada, no cumprimento das obrigações pactuadas, ensejando a aplicação de multa no percentual de 10% do valor contratado, bem como no impedimento da Simbel em licitar e contratar com a Infraero pelo prazo de dois anos. 4. A análise inicial deste processo esteve a cargo da Secretaria de Controle Externo deste Tribunal no Estado de Pernambuco – Secex/PE (peça 50), que, amparada em farta jurisprudência deste tribunal (a exemplo dos acórdãos 477/2003, 1.353/2003, 679/2005, 1.734/2007, 2.876/2008, 1.715/2009, 575/2010, 623/2010 e 288/2011, todos de Plenário), fundamentou sua proposta de não conhecimento da presente representação no fato de que o ponto central suscitado nos autos se resume ao inconformismo da empresa Simbel quanto à rescisão do contrato 059-EG/2010/0014, questão na qual não se vislumbra razão para atuação do TCU, cujo rol de competências não contempla a apreciação de pleitos que, embora envolvendo suposta impropriedade na aplicação de lei por órgão ou entidade da Administração Pública Federal, destinam-se, em última análise, a tutelar interesses particulares. 5. Acrescentou a unidade técnica regional que as possíveis irregularidades apontadas pela representante acerca do projeto básico e dos preços referentes ao edital da concorrência pública 002/ADNE/SBRF/2011, destinada à contratação de empresa especializada na execução das obras e dos serviços que deixaram de ser realizados no âmbito da avença recém-rescindida (contrato 059-EG/2010/0014), estão sendo analisadas no TC 013.710/2011-7, não havendo motivo para serem também discutidas neste TC 017.347/2011-4.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 318 6. É contra esse entendimento que se insurge a empresa Simbel Construções e Empreendimentos Ltda. mediante interposição dos declaratórios em exame (peça 66). 7. Em resumo, são dois os vícios apontados pela embargante. 8. Um deles consiste na existência de contradição do acórdão 5.361/2011-2ª Câmara ao determinar o apensamento dos presentes autos a processo que não consta da base de dados do TCU (TC 013.347/2011-4). 9. O segundo vício se caracteriza, de acordo com a empresa recorrente, na omissão do acórdão embargado, que deixou de “apreciar a flagrante lesão ao interesse público indicada pela Embargante na inicial da presente Representação, tendo, com isso, deixado de apreciar a grave violação proporcionada pela Infraero aos princípios da legalidade, da proporcionalidade e da razoabilidade, basilares de toda e qualquer atuação administrativa” (fl. 2, peça 66). 10. Em respaldo a essa alegação, consta da peça recursal extensa manifestação acerca das falhas existentes no projeto básico que precedeu a assinatura do contrato 059-EG/2010/0014, falhas estas reconhecidas em mensagens eletrônicas trocadas com engenheiros da própria Infraero, evidenciando o cometimento de ilegalidade no âmbito da entidade contratante, que teria dado início a procedimento licitatório sem contar com projeto básico adequado, prejudicando não somente interesses da contratada, mas também o interesse público, atingido pelo desperdício de recursos públicos resultantes da ilegalidade cometida. 11. Dando continuidade ao raciocínio, a empresa Simbel acrescenta que as irregularidades por ela apontadas no projeto básico mantêm-se inalteradas no certame conduzido pela Infraero (concorrência pública 002/ADNE/SBRF/2011) em substituição ao contrato rescindido, o que demonstra, na visão da embargante, ser flagrante o “descaso para com o dinheiro público e a própria coletividade [...], na medida em que a Infraero insistiu na utilização de solução que, sabidamente, mostra-se inadequada ao caso”, ressaltando-se que “a jurisprudência deste e. Tribunal de Contas da União, diante da abertura de certame fundado em projeto básico incompatível com as condições locais da obra, tem reconhecido os prejuízos causados ao erário, oportunidade em que tem determinado a aplicação das sanções cabíveis aos seus responsáveis” (fl. 7, peça 66). 12. A recorrente conclui esse argumento afirmando que “os pontos acima indicados não foram abordados pelo Acórdão ora embargado, que se limitou a informar o não cabimento da Representação, sem, contudo, analisar o efetivo prejuízo causado pela Infraero ao interesse público e ao próprio erário”, não parecendo “justo, razoável e muito menos proporcional”, na visão da empresa interessada, que ela, “ao apontar a existência de falhas graves nos projetos que lhe foram disponibilizados pela Infraero, venha a ter o seu Contrato rescindido”, especialmente considerando que “sua atuação teve como objetivo único assegurar o resguardo do interesse público e a execução de obras segundo as normas de segurança e técnicas vigentes.” (fl. 8, peça 66). 13. Ainda em reforço à tese de que o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara teria sido omisso, a interessada, após transcrever excertos de precedente desta corte de contas (acórdão 2.383/2008-Plenário), defende que a existência de interesses particulares é comum a diversos processos autuados no TCU, o que, por si só, não impediu fossem eles processados, diferentemente ao ocorrido neste TC 017.347/2011-4, cujo interesse coletivo se assenta na necessidade de anulação de ato ilegal praticado pela Infraero em perseguição direta e deliberada à Simbel, qual seja, a rescisão unilateral do contrato 059-EG/2010/0014 sem que a contratada houvesse dado causa às graves falhas no projeto básico que lhe foi disponibilizado, tendo ela se limitado simplesmente e apontá-los. 14. Com base nessas alegações, a recorrente pugna pelo conhecimento de seus embargos de declaração, para que, no mérito, sejam eles providos, de modo a: 14.1. suprir a omissão apontada, determinando-se a anulação do aviso de rescisão em comento; 14.2. sanar a contradição referente ao número do processo ao qual deverá ser apensado a presente representação. É o Relatório.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 319

VOTO Conforme consignado no relatório precedente, os embargos declaratórios em apreciação (peça 66), opostos empresa Simbel Construções e Empreendimentos Ltda., dizem respeito ao acórdão 5.361/2011-2ª Câmara (peça 62), inserido na relação 22/2011-2ª Câmara de minha relatoria, por meio do qual esta corte de contas, entre outras medidas, decidiu não conhecer da presente representação. 2. No que tange à admissibilidade, os embargos de declaração em exame devem ser conhecidos, porquanto se encontram preenchidos os requisitos previstos no art. 34 da Lei 8.443, de 16/7/1992, inclusive a tempestividade. 3. Quanto ao mérito, pelas razões que passo a expor, entendo que os declaratórios em tela somente merecem provimento quanto à contradição apontada pela embargante. 4. Com efeito, consta do acórdão 5.361/2011-2ª Câmara determinação de apensamento desta representação a processo estranho à base de dados deste tribunal (TC 013.347/2011-4), o que se deu em decorrência de equívoco cometido no âmbito da Secex/PE, que indicou em um primeiro momento (peças 50 e 51) o número correto (TC 013.710/2011-7), fazendo constar, entretanto, em sua proposta de encaminhamento (peça 51, in fine) aquela numeração inexistente (TC 013.347/2011-4). 5. Destarte, considerando que, nos processos julgados mediante relação, o fundamento do decisum se resume à manifestação da unidade técnica incumbida de instruir o feito, faz-se necessário reconhecer que a contradição existente no pronunciamento da Secex/PE maculou com mesmo vício o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, mostrando-se necessário proceder à devida correção desse julgado. 6. De outro lado, creio que a plausibilidade dos argumentos apresentados pela empresa Simbel se limita a essa contradição, haja vista não existir na deliberação embargada a omissão suscitada pela recorrente. 7. Em respaldo a esse entendimento, registro minha anuência à conclusão da Secex/PE acerca da inexistência de motivos suficientes para que seja dada continuidade a estes autos de representação, eis que o interesse público neles existente coincide com o objeto em discussão no TC 013.710/2011-7, razão pela qual, aliás, foi determinado o apensamento do presente processo àquele. 8. Nessas circunstâncias, restaria discutir neste TC 017.347/2011-4 a rescisão do contrato 059-EG/2010/0014, o que, na linha de raciocínio desenvolvida pela Secex/PE – sintetizada no item 4 do relatório supra e ora ratificada –, atenderia mais às ambições particulares da empresa Simbel que ao interesse público. 9. Ademais, vale destacar que, embora pareçam plausíveis todos os argumentos expostos pela embargante a respeito das irregularidades cometidas pela Infraero na condução das concorrências públicas 001/ADNE/SBRF/2010 e 002/ADNE/SBRF/2011 – o que será apurado com o devido rigor no TC 013.710/2011-7 –, o fato é que o interesse público quanto a esse assunto não consiste, ao contrário do que defende a recorrente, em dar continuidade ao contrato 059-EG/2010/0014 com os ajustes apontados pela Simbel como necessários. 10. Corroborando essa tese, vale enfatizar que o contrato 059-EG/2010/0014, destinado à execução de obras/serviços de engenharia para a recuperação e drenagem de pistas de taxiway e do pátio de estacionamento sul de aeronaves do Aeroporto Internacional de Recife/PE, seria substancialmente alterado caso fossem acolhidas as modificações sugeridas pela empresa Simbel, modificações estas que fiz consignar no despacho proferido em 31/5/2011 nos autos do TC 013.710/2011-7, in verbis:

“3.1. a concorrência está balizada em projeto básico insuficiente, uma vez que contempla apenas alguns dados superficiais sobre as condições efetivas do local de execução da obra, tendo em vista que tal peça não estaria considerando a verdadeira situação das pistas (verificada pela empresa no período em que estava executando o contrato TC 059-EG/2010/0014), as quais, segundo a representante, entre outras anomalias desconsideradas, contêm fissuras de tamanho superior aos definidos no projeto. Para a representante, a solução definitiva para o problema seria a demolição total ou parcial de todo pavimento flexível, o aprofundamento das patologias

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 320

existentes no pavimento rígido inferior ao flexível e a execução de sondagem;” (peça 19 do TC 013.710/2011-7, destaques não constam no original)

11. Note-se que, independentemente do motivo que levou a Infraero a rescindir o contrato 059-EG/2010/0014, a verdade é que esse desfecho também se apresentaria como necessário na hipótese de a entidade contratante ter acatado as sugestões de alteração formuladas pela Simbel quanto ao escopo do contrato 059-EG/2010/0014, tamanha a descaracterização contratual que resultaria dos ajustes defendidos pela contratada como imprescindíveis. 12. Evidencia-se, portanto, que discutir nestes autos a rescisão do contrato 059-EG/2010/0014 atenderia mais às ambições particulares da empresa Simbel que ao interesse público, não procedendo, consequentemente, a alegação de que o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara teria sido omisso ao deixar de “apreciar a flagrante lesão ao interesse público indicada pela Embargante na inicial da presente Representação” (fl. 2, peça 66), especialmente considerando que as irregularidades suscitadas pela representante acerca do projeto básico e dos preços referentes ao edital da concorrência pública 002/ADNE/SBRF/2011 estão sendo analisadas no TC 013.710/2011-7, ao qual este TC 017.347/2011-4 será apensado. 13. Encerradas as ponderações que tinha a apresentar em relação aos embargos em apreciação, registro a necessidade de se proceder à correção de erro material existente na deliberação embargada, consubstanciado no lançamento da palavra “determinar” ao final do aludido decisum sem que haja nos autos qualquer proposta nesse sentido dirigida à Infraero, à qual somente deve ser encaminhada cópia do acórdão 5.361/2011-2ª Câmara. 14. Para tanto, solicito ao Ministério Público/TCU que se manifeste oralmente nesta sessão, em atendimento ao que prevê o art. 280, § 1º, inciso II, do Regimento Interno/TCU, c/c o enunciado 145 da súmula de jurisprudência deste tribunal.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9914/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 017.347/2011-4 (processo eletrônico). 2. Grupo II – Classe I – Embargos de Declaração. 3. Embargante: Simbel Construções e Empreendimentos Ltda. 4. Unidade: Empresa Brasileira de InfraEstrutura Aeroportuária – Infraero. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 5.1. Relator da deliberação embargada: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa e Silva (manifestação oral). 7. Unidade Técnica: não atuou. 8. Advogados constituídos nos autos: Adriana Mourão Nogueira (OAB/DF 16.718), Antônio Fernando Guimarães Pinheiro (OAB/MG 23.719), Dáfini de Araújo Perácio Monteiro, (OAB/DF 25.987), Érica Bastos da Silveira Cassini (OAB/DF 16.124), Henrique César Mourão (OAB/MG 32.340), Maria de Lourdes Flecha de Lima Xavier Cançado (OAB/MG 80.050), Raul de Araújo Filho (OAB/MG 5.915) e Ulisses de Vasconcelos Raso (OAB/MG 31.044). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação, em fase de embargos de declaração opostos contra o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, inserido na relação 22/2011-2ª Câmara de minha relatoria.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 321 ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão extraordinária de 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, com amparo nos arts. 32, inciso II, e 34 da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 277, inciso III, e 287 do Regimento Interno/TCU, em: 9.1. conhecer dos embargos de declaração opostos pela empresa Simbel Construções e Empreendimentos Ltda. contra o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, para, no mérito, dar-lhes provimento parcial, de modo a, atribuindo-lhes efeito infringente, modificar a redação da deliberação embargada, alterando para TC 013.710/2011-7 a referência ao processo ao qual este TC 017.347/2011-4 deve ser apensado; 9.2. com fundamento na súmula/TCU 145, retificar, por inexatidão material, o acórdão 5.361/2011-2ª Câmara, excluindo a palavra “determinar”, indevidamente lançada ao final da referida deliberação; 9.3. dar ciência do presente acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à embargante e à Infraero. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9914-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente: (Assinado Eletronicamente)

CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – 2ª Câmara TC 018.026/2010-9 Natureza: Pedido de Reexame em Relatório de Auditoria. Unidade: Prefeitura de Matão – SP. Responsáveis: Adauto Aparecido Scardoelli (746.852.608-72); Luiz Francisco Fernandes (384.030.648-53) Advogados constituídos nos autos: Eduardo Leandro de Queiroz e Souza – OAB/SP 109.013 e Rodrigo Pozzi Borba da Silva – OAB/SP 262.845. Sumário: PEDIDO DE REEXAME EM AUDITORIA. CONVÊNIO PARA CONSTRUÇÃO DE ESCOLA. REPACTUAÇÃO DE PREÇOS SEM AMPARO LEGAL. AUSÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS NESSA REPACUTAÇÃO. DETERMINAÇÃO IMPEDINDO UTILIZAÇÃO DE RECURSOS FEDERAIS PARA PAGAMENTO DE OBRIGAÇÕES DECORRENTES DA REPACTUAÇÃO. PEDIDO DE REEXAME. CONHECIMENTO. NÃO PROVIMENTO. CIÊNCIA AOS INTERESSADOS.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 322

RELATÓRIO Adoto como relatório a instrução da Secretaria de Recursos – Serur, às fls. 27/37, que obteve anuência de seus dirigentes e do Ministério Público junto ao TCU, à fl. 38/43 do mesmo volume.

“Trata-se de pedido de reexame interposto pelos Sres Adauto Scardoelli e Luiz Francisco Fernandes (fls. 01-15, anexo 2) contra o Acórdão 5686/2010 -TCU-2ª Câmara (fl. 375, vol. 1), que apreciou auditoria realizada na aplicação de recursos públicos federais repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE à Prefeitura Municipal de Matão/SP por meio do convênio 830147/2007, cujo objeto é a ‘construção de uma escola de educação infantil conforme estabelece o programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem de Rede Escolar Pública de Educação Infantil – Proinfância’.

HISTÓRICO 2. Para a execução do objeto pactuado, foi contratada a empresa Construtora Cusinato

Ltda. pelo valor de R$ 1.091.987,83, sendo R$ 700.000,00 de origem federal (fl. 14 e 83, v.p.). 3. Por meio do Acórdão ora recorrido, o Tribunal determinou à Prefeitura Municipal de

Matão/SP que se abstivesse de utilizar recursos de origem federal para promover pagamentos com base no 4º Termo Aditivo ao contrato celebrado entre a municipalidade e a Construtora Cusinato Ltda., tendo em vista que a revisão de cláusulas financeiras do referido Termo Aditivo foi efetuada com justificativa irregular de reequilíbrio econômico-financeiro.

4. Irresignados com a referida deliberação, os responsáveis acima listados interpuseram pedido de reexame, o qual será analisado a seguir.

EXAME DE ADMISSIBILIDADE 5. Reitera-se o exame preliminar de admissibilidade (fl. 18, anexo 2), ratificado pelo

Exmo Ministro-Relator Aroldo Cedraz (fl. 21, anexo 2), no sentido de conhecer do pedido de reexame, suspendendo-se os efeitos do itens 9.1 do Acórdão-TCU-2ª Câmara 5.686/2010 (fls.375, vol. 1), eis que preenchidos os requisitos processuais aplicáveis à espécie.

EXAME TÉCNICO 6. A seguir serão apresentados os argumentos dos recorrentes, de forma sintética,

seguidos das respectivas análises. Argumento (fls. 01-10, anexo 2) 7. Após considerações iniciais, afirma que os auditores e o Ministro Relator concluíram

pela anulação do 4º Termo Aditivo bem como pela dedução do saldo contratual, dos valores indevidamente pagos a maior à Contratada.

8. Observa que o valor estimado para a obra era de R$ 1.092.987,30 e a proposta da contratada foi de R$ 1.091.987,83 e que, portanto não se consubstanciou em oferta inexequível a possibilitar, posteriormente, uma alegação de desequilíbrio.

9. Porém aduz que nas hipóteses de casos fortuitos, força maior ou qualquer fato superveniente e imprevisível, a Administração Pública pode reestabelecer o equilíbrio econômico-financeiro. Explica que o equilíbrio não deriva, necessariamente, de cláusula contratual, posto que se trata de garantia constitucional.

10. Informa que a Lei 8666/93 previu, em seu art. 57, a possibilidade de alterações contratuais decorrentes de reajuste econômico-financeiro do contrato. Explica que a concessão do reequilíbrio econômico-financeiro constitui poder-dever da Administração.

Análise 11. Cumpre esclarecer que apesar de a instrução de fls. 354-363, vol. 1 ter proposto a

anulação do 4º termo aditivo, o Relator entendeu que esta Corte de Contas não teria jurisdição sobre

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 323

os atos de gestão relacionados a este termo aditivo, uma vez que o mesmo estava sendo pago exclusivamente com recursos da municipalidade, não cabendo, portanto, a proposta de anulação.

12. O Acórdão recorrido determinou, portanto, que a Prefeitura Municipal de Matão/SP se abstivesse de utilizar recursos federais para promover pagamentos com base no 4º Termo Aditivo ao contrato celebrado. Encaminhou, também, cópia do Acórdão acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentam, ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e ao Ministério Público do Estado de São Paulo, órgãos que possuem jurisdição sobre o referido termo aditivo. Logo, a afirmação do Recorrente transposta no item 7 supra não se sustenta.

13. Ressalte-se que o Tribunal não questionou a possibilidade conferida à Administração de, nas hipóteses previstas em lei, se efetuar alteração contratual buscando o reequilíbrio financeiro. O que se questiona é a revisão de cláusulas financeiras com justificativa irregular de reequilíbrio econômico financeiro.

14. Portanto, as alegações não merecem prosperar uma vez que não combatem a irregularidade suscitada.

Argumento (fls. 10-13, anexo 2) 15. Defende que no caso em tela há pressupostos para suscitar o reequilíbrio econômico

financeiro do contrato, tais como: (i) ocorrência de evento posterior à formulação da proposta; (ii) elevação dos encargos do particular e (iii) existência de um vínculo de causalidade entre o evento ocorrido e a majoração dos encargos.

16. Observa que os preços praticados no mercado, em relação a vários insumos aplicados na execução do contrato, bem como os valores de serviços essenciais para a execução do objeto, sofreram fortes altas de preços, impactando diretamente no preço contratual o que tornou inevitável o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

17. Ressalta que é unânime entendimento Doutrinário e Jurisprudencial no sentido que é vedado o enriquecimento ilícito ou sem causa que cause prejuízo econômico ao contratado diante da elevação desproporcional dos preços dos insumos.

18. Comenta que a majoração extraordinária no valor dos insumos, mesmo que passível de previsão diante de estudos de mercados e de outras formas, nunca possibilitaria o real impacto no equilíbrio econômico-financeiro do ajuste, como não ocorreu, situação que impôs o reequilíbrio econômico-financeiro.

Análise 19. Defende, genericamente, que o caso concreto se amolda a situação em que a

legislação permite o reequilíbrio econômico financeiro do contrato. Afirma, sem trazer qualquer documentação comprobatória, que houve majoração extraordinária no valor dos insumos.

20. Tendo em vista o caráter genérico das alegações efetuadas nos parágrafos 15 a 18, não há como acatar estas justificativas.

Argumento (fls. 13-15, anexo 2) 21. Afirma que a contratada pleiteou reequilíbrio econômico específico sobre os

produtos: concreto, forma e aço CA60/CA50. Apresentou os valores contratados estimados pelo Município, em contraposição aos índices FDE e do DER, apresentando uma proposta de reequilíbrio que contemplava a média de tais parâmetros, elevando o montante contratado de R$ 247.352,51 para R$ 448.983,12, ou seja, requerendo um reequilíbrio de R$ 201.630,61.

22. Observa que constou do parecer exarado pela Assessoria Técnico-Jurídica, as equipes da engenharia da prefeitura já haviam evidenciado a existência de erros no projeto apresentado pela Municipalidade, comprovando que a maioria dos quantitativos havia sido subavaliados, detectando carência financeira para a perfeita execução das obras.

23. Aduz que o reequilíbrio nominativo foi da ordem de 25%, entretanto, tendo em vista que a empresa já havia recebido medições anteriores, financeiramente significou um aumento real de 20,83%, patamar abaixo dos preços praticados nas tabelas da FDE e do DER, referências para licitações de todas as esferas de governo e dentro dos preços praticados no mercado, sendo esses os motivos que alavancaram o quanto sugerido no parecer da ATJ, devidamente homologado.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 324

24. Observa que eventual anulação do Termo aditivo penalizará financeiramente a contratada, o que poderia acarretar na paralisação da execução da obra que já se encontra em avançado estágio, em total afronta ao interesse público.

25. Requer que a decisão anterior seja cassada e, por conseguinte, que se julguem regulares os atos praticados pela prefeitura.

Análise 26. A empresa Construtora Cusinato Ltda. protocolou junto à Prefeitura Municipal de

Matão/SP, em 25/05/2009, sete meses após a formalização do contrato (fls. 92-98, v.p.), pedido de reequilíbrio econômico financeiro, no qual constavam composições de custos dos serviços ‘Aço CA-50’, ‘Concreto fck = 25 Mpa’ e ‘Forma de madeira maciça’, bem como planilha comparativa dos preços unitários obtidos com base nessas composições de custos, dos preços unitários FDE e DER/SP e dos preços unitários contratuais (fls. 113-118,v.p.). O reequilíbrio solicitado aumentaria o valor destes três serviços de R$ 247.352,51 para R$ 448.983,12 (fl. 115, v.p.).

27. Este pedido foi analisado pela Assessoria Técnico-Jurídica da Prefeitura Municipal de Matão por meio do Parecer ATJ 119/2009 (fls. 120-151, v.p.) na qual foi sugerida majoração de 25% dos preços contratuais de todos os serviços (e não somente dos três peticionados pela construtora) alegando que: (i) o BDI e despesas com impostos não estavam incluídos nos valores contratuais, (ii) subavaliação de quantitativos dos serviços no projeto. Estes erros configurariam Fato da Administração e justificariam o reequilíbrio econômico financeiro do contrato.

28. Constata-se que embora o 4º Termo Aditivo utilize a denominação de reequilíbrio econômico financeiro, essa avença possui natureza de reajuste contratual, haja vista a aplicação de mesmo percentual para todos os serviços.

29. Verifica-se, também, que o aumento linear de 25% de todos os preços não possui relação com (i) pedido da construtora que peticionava aumento em apenas três serviços; (ii) suposto erro de projeto no quantitativo de serviços identificado no referido parecer.

30. Aliás, o recorrente nega que a proposta comercial apresentada pela construtora seria inexequível (parágrafo 8 da presente instrução), logo não há como aceitar a justificativa constante no parágrafo 22 (e no parecer ATJ 119/2009) de que os quantitativos dos serviços tivessem sido subavaliados.

31. Ressalte-se também que a referência de preços para obras e serviços é o Sistema nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI, conforme determinações constantes nas Leis de Diretrizes Orçamentárias e não o FDE ou o DER/SP. Frise-se, também, que o valor da mediana é o valor máximo a ser adotado nos contratos (e não o valor padrão).

32. Verificou-se, também, que não houve aumento extraordinário dos insumos e serviços, conforme demonstrado pela tabela constante no item 7.15 da instrução de fls. 354-363, vol. 1. Logo, os documentos acostados aos autos não são capazes de justificar o reequilíbrio econômico financeiro do contrato em questão.

33. Com relação à anulação do contrato, esta questão já foi tratada nos parágrafos 11 e 12 desta instrução.

34. Portanto as alegações dos recorrentes não merecem prosperar. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 35. Ante o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo: a) conhecer do recurso de reconsideração interposto pelos Sres Adauto Scardoelli e Luiz

Francisco Fernandes, com fundamento no art. 48 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo inalterado o Acórdão 5.686/2010 – 2ª Câmara;

b) dar ciência às partes e aos órgãos/entidades interessados.” 3. Assim se pronunciou o Ministério Público em seu parecer.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 325

“Cuidam os autos, originalmente, de relatório de auditoria, no qual foi apreciada a aplicação de recursos federais repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE à Prefeitura Municipal de Matão/SP por meio do Convênio 830.147/2007, no valor de R$ 700.000,00, cujo objeto era a construção de uma escola de educação infantil no Município de Matão/SP, conforme estabelece o Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil – Proinfância. Para a execução da unidade escolar, foi contratada a empresa Construtora Cusinato Ltda., pelo valor de R$ 1.091.987,83, sendo, como visto, R$ 700.000,00 de origem federal. (fl. 14 e 83, v.p.)

Nesta feita, examina-se pedido de reexame, interposto, em peça única, pelos Sres Adauto Aparecido Scardoelli, Prefeito Municipal de Matão, e Luiz Francisco Fernandes, Assessor Técnico Jurídico da Prefeitura Municipal de Matão (fls. 1/15, anexo 2), contra o Acórdão 5.686/2010 – 2ª Câmara, por meio do qual esta Corte de Contas deliberou no sentido de (fls. 375/6, v.1):

‘9.1. nos termos do art. 43, I, da Lei 8.443/1992, determinar à Prefeitura

Municipal de Matão/SP que se abstenha de utilizar recursos de origem federal para promover pagamentos com base no 4º Termo Aditivo ao contrato celebrado entre essa municipalidade e a Construtora Cusinato Ltda.;

9.2. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhado do relatório e voto que o fundamentam, ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e ao Ministério Público do Estado de São Paulo;

9.3. dar ciência aos responsáveis do teor desta deliberação.’

Após análise das razões recursais, a Secretaria de Recursos pronunciou-se, em uníssono, por (fls. 33/7, anexo 2):

‘a) conhecer do recurso de reconsideração [pedido de reexame] interposto

pelos Sres Adauto Scardoelli e Luiz Francisco Fernandes, com fundamento no art. 48 da Lei 8.443/1992, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo inalterado o Acórdão 5.686/2010 – 2ª Câmara;

b) dar ciência às partes e aos órgãos/entidades interessados.’

II O Ministério Público aquiesce ao encaminhamento alvitrado pela unidade técnica

especializada. O apelo interposto não aduziu elemento probatório algum hábil a alterar o pertinente juízo

firmado pelo Tribunal no aresto vergastado, mas tão somente repisou argumentos já sobejamente examinados e refutados nos autos, pela Secex/SP, pelo Relator a quo e, agora, pela Serur, pelo que, cumpre negar-lhe provimento.

Por oportuno, vale trazer à baila excerto do relatório que antecedeu o Acórdão 5.686/2010 – 2ª Câmara (fls. 364/71, v.1):

‘Preliminarmente, faz-se necessário esclarecer que não se questiona, no presente item, o descumprimento da obrigação de licitar (pois a contratação em tela foi precedida de processo licitatório), nem a discricionariedade que a lei confere ao administrador. Também não se questiona aqui a possibilidade, conferida à Administração Pública, de restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos, nas hipóteses previstas em lei. O que se questiona, na verdade, é a revisão de cláusulas financeiras com justificativa irregular de reequilíbrio econômico-financeiro, por meio do 4º Termo Aditivo ao contrato em tela, com fundamento no já mencionado Parecer ATJ 119/2009. A esse respeito, é esclarecedora a transcrição do seguinte excerto do relatório de auditoria (fls. 292/3):

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 326

‘Esse pedido de reequilíbrio econômico-financeiro foi analisado pela Assessoria Técnico-Jurídica da Prefeitura Municipal de Matão/SP por meio do Parecer ATJ 119/2009, da lavra do Assessor Técnico Jurídico Luiz Francisco Fernandes, no qual foi sugerida a majoração em 25% dos preços contratuais de todos os serviços, alegando, em síntese, que: no orçamento estimativo elaborado pela Prefeitura Municipal de Matão/SP (no valor de R$ 1.092.987,83), que serviu de base para a licitação, os preços referem-se apenas ao material, não estando incluídos o valor do BDI e das despesas com impostos e taxas, dentre outras; tendo em vista que esse valor serviu de base para a proposta comercial da contratada (no valor de R$ 1.091.987,83), o suposto erro na elaboração do orçamento estimativo configuraria Fato da Administração e justificaria a pactuação do reequilíbrio econômico-financeiro.

A esse respeito, verifica-se que não procede a afirmação, constante no Parecer ATJ 119/2009, de que o orçamento estimativo elaborado pela Prefeitura Municipal de Matão/SP não contemplaria o valor do BDI e das despesas com impostos e taxas, dentre outras. Afinal, tanto o edital de licitação e o correspondente orçamento estimativo, como a proposta comercial da contratada, fazem referência a preços e não a custos. E, ainda que essa circunstância verdadeiramente tivesse ocorrido, não poderia a licitante apresentar uma proposta comercial inexequível para posteriormente, já contratada, pleitear a correção de um suposto desequilíbrio que já estava presente na sua proposta.

Também se faz necessário esclarecer que, embora o 4º Termo Aditivo ao contrato utilize a denominação ‘reequilíbrio econômico-financeiro’, essa avença, na verdade, possui natureza de reajuste contratual, haja vista que foi aplicado um mesmo percentual de majoração aos preços unitários de todos os serviços contratados (não se tratando, portanto, de variações de preços de serviços específicos, com fundamento em fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual).

Finalmente, registre-se que o contrato estabelecia, em sua cláusula quinta, a possibilidade de reajuste contratual pelo INPC/IBGE após transcorridos 12 meses contados da sua assinatura. Aliás, a aplicação do reajuste previsto na cláusula quinta do contrato resultaria em majoração linear dos preços no percentual de 4,44% (variação do INPC/IBGE no período de agosto/2008 a agosto/2009) a partir de 22.8.2009, situação que teria sido mais vantajosa aos cofres públicos do que a aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro, que importou em majoração linear dos preços no percentual de 25,00% a partir de 25.5.2009.’

Tanto a defesa de fls. 2/29 do anexo 1 quanto a manifestação da Construtora Cusinato (fls. 31/54 do anexo 1) negam que a proposta comercial apresentada por essa empresa no processo licitatório seria inexequível. Logo, não procede a alegação de que, no projeto da obra elaborado pela Prefeitura, a maioria dos preços unitários (que o Parecer ATJ 119/2009 indevidamente denomina de ‘quantitativos’) dos serviços teriam sido subavaliados; afinal, à exceção de um item de serviço, a proposta da contratada utiliza os mesmos preços unitários constantes na planilha do projeto da obra (fls. 50/1 e 58/67).

Ainda a esse respeito, cumpre esclarecer que o relatório de auditoria não afirma que a proposta comercial da Construtora Cusinato seria inexequível. Na realidade, o relatório de auditoria registra que ‘não procede a afirmação, constante no Parecer ATJ 119/2009, de que o orçamento estimativo elaborado pela Prefeitura Municipal de Matão/SP não contemplaria o valor do BDI e das despesas com impostos e taxas, dentre outras’ e que ‘ainda que essa circunstância verdadeiramente tivesse ocorrido, não poderia a licitante apresentar uma proposta comercial inexequível para posteriormente, já contratada, pleitear a correção de um suposto desequilíbrio que já estava presente na sua proposta’.

Quanto às planilhas de fls. 114/8, apresentadas pela contratada, cabe assinalar que as mesmas não eram aptas a demonstrar a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro, pois: (i) a referência de preços para obras e serviços contratados e executados com recursos dos orçamentos da União não é a FDE nem o DER, mas sim o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 327

Construção Civil – Sinapi, nos termos do art. 112 da Lei 12.017/2009 e disposições similares constantes nas Leis de Diretrizes Orçamentárias anteriores; (ii) esse dispositivo legal estabelece que os custos unitários de insumos ou serviços devem ser menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sinapi, ou seja, trata-se de limite máximo e não de valor a ser adotado como padrão nos contratos; (iii) as planilhas sequer apresentam a variação de preços da FDE/DER ao longo do tempo, ou seja, não se prestam a evidenciar as fortes altas de preços alegadas pela contratada.

Ademais, por meio do 4º Termo Aditivo, com amparo no Parecer ATJ 119/2009, foram aumentados linearmente em 25% os preços contratuais de todos os serviços medidos a partir de 25.5.2009, de forma completamente descabida, pois: (i) as planilhas de fls. 114/8 somente tratam dos itens ‘concreto’, ‘forma’ e ‘aço CA60/CA50’, ao passo que o aumento foi concedido para todos os itens; (ii) o aumento concedido foi no percentual de 25%, enquanto a variação da mediana dos preços unitários de serviços assemelhados constantes no Sinapi (no período de agosto/2008 a maio/2009) foi bastante inferior, conforme a tabela abaixo (telas do Sinapi às fls. 344/51): Item Código Sinapi Variação (%)

-Aço CA-50 3/8’ (9,52 mm) 0034 15,8 %

-Forma em tábuas 3ª p/cintas/pilares de

concreto

23737/001 11,5 %

-Concreto usinado Fck=25MPa incl.

Transporte

26312/004 9,8 %

Ressalte-se ainda que a aplicação de um mesmo percentual de majoração aos preços unitários de todos os serviços contratados revela que o 4º Termo Aditivo possui natureza de reajuste contratual (e, portanto, deveria se submeter ao disposto na cláusula quinta do contrato), e não de reequilíbrio econômico-financeiro.

Ainda quanto ao Parecer ATJ 119/2009, é completamente descabida (conforme já evidenciado no relatório de auditoria) a alegação de que, no orçamento estimativo elaborado pela Prefeitura (parte integrante do edital da licitação), os preços contemplariam apenas o valor do material, não estando incluídos o valor do BDI e das despesas com impostos e taxas, dentre outras.

Também não pode prosperar a alegação de que a eventual anulação do 4º Termo Aditivo seria inconveniente (a defesa afirma que isso poderia levar a contratada a paralisar a execução da obra). Afinal, a fim de resguardar o interesse público, a lei dotou a Administração Pública de instrumentos jurídicos hábeis para demandar da contratada o fiel adimplemento das suas obrigações contratuais, estabelecendo, inclusive, penalidades para o caso de descumprimento.

E, embora a celebração do 4º Termo Aditivo tenha sido precedida pelo Parecer ATJ 119/2009, a argumentação produzida nesse Parecer continha falhas evidentes (relatadas nos itens anteriores), passíveis de serem detectadas pelo Prefeito.(...)’

Na mesma linha, assim asseverou o Relator a quo, nobre Ministro Benjamin Zymler, no voto condutor do acórdão recorrido (fls. 372/4, v.1):

‘A segunda falha refere à celebração de termo aditivo com o intuito de acrescer

em 25% todos os preços dos itens ainda a serem objeto de medição a partir de 9.9.2009 – perfazendo um total de R$ 227.424,83 (fls. 131 e 168, v.p.).

O motivo para tanto seria que ‘os preços relativos à presente contratação quedaram-se aquém daqueles praticados no mercado’ (fl. 122, v.p.). Assim, a título de reequilíbrio econômico-financeiros, houve a majoração linear dos preços inicialmente pactuados.

A respeito, observo que a matéria é regida pela alínea ‘d’ do inciso II do art. 65 da Lei 8.666/1993:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 328

‘para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém, de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica extraordinária e extracontratual.’

Ou seja, trata-se de hipótese em que se busca o reestabelecimento da relação

contratual inicialmente ajustada pelas partes, a qual teria sofrido alteração por álea extraordinária superveniente ao originalmente contratado.

A matéria também encontra assento constitucional, quando é afirmado que no bojo dos processos licitatórios deve estar assegurada a manutenção das ‘condições efetivas da proposta’ (art. 37, inciso XXI).

Nesse sentido são precisas as palavras de Marçal Justen Filho (in Comentários à Lei de Licitações e contratos – 11ª ed. – p. 543):

‘O restabelecimento da equação econômico-financeira depende da

concretização de um evento posterior à fórmula da proposta, identificável como causa do agravamento da posição do particular. Não se caracteriza rompimento da equação econômico financeira quando a proposta do particular era inexequível.’

Entretanto, consoante exposto no relatório, os responsáveis além de não

apontarem nenhum fato superveniente à celebração do contrato, expressamente afirmam que o suposto problema decorreu de subavaliação dos preços constantes do orçamento efetuado pela Prefeitura e adotado como referência para a proposta da empresa. Assim, aparentemente a empresa foi beneficiada pelo fato dela, no entender dos gestores, haver apresentado uma proposta desconectada dos preços de mercado.

Não há, contudo, amparo legal para procedimentos da espécie, mesmo que, apenas por argumentar, estivesse demonstrada a inadequação da proposta aos preços de mercado.

Em havendo erro em determinada proposta de empresa licitante, deve ela responder por tanto, rescindindo eventual contrato, por exemplo, e arcando com as consequências daí decorrentes. Não importa que o orçamento base esteja equivocado, pois as licitantes devem elaborar as propostas de acordo com o seu conhecimento do mercado e não de acordo com o conhecimento da Administração.

Mais. Tal espécie de alteração contratual acabaria por descaracterizar o processo licitatório, pois afetaria o princípio da isonomia ao se propiciar uma vantagem à contratada que não era de conhecimento dos demais potenciais licitantes. Violar-se-ia também o princípio da competitividade, pois, se fosse superior o orçamento base adotado como preço máximo, outras empresas poderiam ter se interessado em participar da licitação.’

III Ante o exposto e em atenção à oitiva propiciada por Vossa Excelência (fl. 21, anexo 2),

manifesta-se o Ministério Público no sentido de: a) conhecer do pedido de reexame interposto pelos Sres Adauto Scardoelli e Luiz Francisco

Fernandes, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo inalterado o Acórdão 5.686/2010 – 2ª Câmara;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 329

b) dar ciência do inteiro teor da deliberação que sobrevier aos recorrentes, ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e ao Ministério Público do Estado de São Paulo.”

É o Relatório.

VOTO Trago à apreciação desta 2ª Câmara Pedido de Reexame interposto por Adauto Scardoelli, Prefeito de Matão/SP, e Luiz Francisco Fernandes, Assessor Técnico Jurídico da Prefeitura Municipal de Matão, contra determinação exarada no Acórdão 5686/2010-TCU-2ª Câmara, que apreciou auditoria realizada na aplicação de recursos públicos federais repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE à Prefeitura Municipal de Matão/SP por meio do convênio 830147/2007, cujo objeto foi a construção de uma escola de educação infantil conforme estabelece o programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem de Rede Escolar Pública de Educação Infantil – Proinfância, pelo valor de R$ 1.091.987,83, sendo R$ 700.000,00 de origem federal.

“9.1 nos termos do art. 43, I da Lei 8.4443/92, determinar à prefeitura Municipal de Matão

que se abstenha de utilizar recursos de origem federal para promover pagamentos, com base no 4º Termo Aditivo ao contrato celebrado entre essa municipalidade e a Construtora Cusinato Ltda.;” (grifo meu).

2. O termo foi celebrado para promover o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, aumentando em 25% todos os preços dos itens a serem objetos de medição, ainda que a empresa tenha requerido reequilíbrio apenas em relação a 3 produtos, concreto, forma e aço CA60/CA50. O impacto financeiro foi de R$ 227.424,83. 3. Preliminarmente, conheci do Pedido de Reexame, nos termos do art. 48 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, suspendendo os efeitos do item 9.1 combatido, com fundamento no art. 285, caput, e 286, parágrafo único, do RI/TCU. 4. No mérito, acolho como minhas razões de decidir as análises e conclusões da Secretaria de Recursos, com as quais também anuiu o Ministério Público junto ao TCU, propugnando pelo não provimento do recurso. 5. Resumidamente, alegaram as razões abaixo, requerendo a reforma da decisão, para que sejam considerados regulares os atos praticados pela prefeitura de Matão: a) há previsão legal para que a Administração Pública possa reestabelecer o equilíbrio econômico-financeiro, nas hipóteses de casos fortuitos, força maior ou qualquer fato superveniente; b) há pressupostos que respaldam a promoção do reequilíbrio contratual, quais sejam, ocorrência de evento posterior à formulação da proposta, elevação dos encargos do particular e existência de vínculo de causalidade entre o evento ocorrido e a majoração dos encargos, tudo em função de altas nos preços dos insumos e dos serviços para execução do objeto; c) os auditores e o Ministro Relator concluíram pela anulação do 4º Termo Aditivo bem como pela dedução do saldo contratual dos valores indevidamente pagos a maior à contratada. 6. Fica claro da leitura do voto condutor do Acórdão recorrido que não foi questionada a possibilidade de a administração pública promover alteração contratual para que se restabeleça o equilíbrio-econômico financeiro do contrato, com fundamento na alínea ‘d’ do inciso II do art. 65 da Lei 8.666/93. A irregularidade reside na inexistência de justificativa plausível para aplicação da previsão legal. 7. Conforme registrado no voto condutor “[...], os responsáveis além de não apontarem nenhum fato superveniente à celebração do contrato, expressamente afirmam que o suposto problema decorreu de subavaliação dos preços constantes do orçamento efetuado pela Prefeitura e adotado como referência para a proposta da empresa. Assim, aparentemente a empresa foi beneficiada pelo fato de, no entender dos gestores, haver apresentado uma proposta desconectada dos preços de mercado”. Esta prática violaria o

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 330 princípio da competitividade e da isonomia, não podem ser utilizada para promover o reequilíbrio almejado. 8. Constatou-se, entretanto, que os recursos utilizados para pagamento da diferença relativa ao reequilíbrio econômico-financeiro pactuado seriam provenientes, exclusivamente, dos cofres municipais, sobre os quais este Tribunal de Contas da União não tem jurisdição. 9. Visando a resguardar os cofres públicos federais, este Tribunal exarou determinação ao Município de Matão para que se abstivesse de utilizar recursos federais nos pagamentos decorrentes de obrigações respaldadas na celebração do 4º Termo Aditivo, considerado eivado de irregularidades. 10. Tendo em vista que não foram trazidos aos autos nenhum elemento probatório hábil para alterar o juízo firmado por este Tribunal, limitando-se os recorrentes a repisar os argumentos já examinados pela Secex/SP e pelo relator no voto condutor do Acórdão combatido, proponho que seja mantida a decisão em seus exatos termos. Ante o exposto, VOTO por que este Tribunal adote a minuta de acórdão que trago à apreciação deste Colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9915/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 018.026/2010-9. 2. Grupo I – Classe I – Assunto: Pedido de Reexame em Auditoria 3. Recorrente: Adauto Aparecido Scardoelli (746.852.608-72) e Luiz Francisco Fernandes (384.030.648-53). 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Matão – SP. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade: Secretaria de Controle Externo – SP (Secex/SP). 8. Advogados constituídos nos autos: Eduardo Leandro de Queiroz e Souza – OAB/SP 109.013 e Rodrigo Pozzi Borba da Silva – OAB/SP 262.845. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Pedido de interposto por Adauto Scardoelli, Prefeito de Matão/SP, e Luiz Francisco Fernandes, Assessor Técnico Jurídico da Prefeitura Municipal de Matão, contra determinação exarada no Acórdão 5686/2010-TCU-2ª Câmara, que apreciou auditoria realizada na aplicação de recursos públicos federais repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE à Prefeitura Municipal de Matão/SP, por meio do convênio 830147/2007. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 2ª Cãmara, com fundamento no art. 48 da Lei 8.443/1992, em: 9.1. conhecer do pedido de reexame, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo em seus exatos termos a deliberação recorrida; 9.2. remeter cópia deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, aos recorrentes; 9.3. arquivar o presente processo. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9915-38/11-2. 13. Especificação do quorum:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 331 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 020.564/2009-6 (com 3 volumes e 2 anexos). Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Prefeitura Municipal de Alto Paraguai/MT. Responsáveis: Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito (CPF 550.641.087-53), Luiz Antonio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), Leonildo de Andrade (CPF 154.695.258-64) Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72) e Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985.0001-88). Advogados constituídos nos autos: Elly Carvalho Júnior (OAB/MT 6.132-B), Valber Melo (OAB/MT 8.927), Luiz Mário do Nascimento Junior (OAB/MT 12.886), Luiz Marcelo Dias Martins (Defensor Público Federal). SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. AQUISIÇÃO DE UNIDADE MÓVEL DE SÁUDE (UMS). IRREGULARIDADES NA CONDUÇÃO DO CONVÊNIO. IRREGULARIDADE NO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. COMPROVAÇÃO DE SUPERFATURAMENTO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA CONTRATADA. CITAÇÃO. REVELIA DE ALGUNS RESPONSÁVEIS. AFASTAMENTO DA RESPONSABILIDADE DE DOIS ENVOLVIDOS EM RAZÃO DA COMPROVAÇÃO DE QUE ESTES FORAM INDUZIDOS A ERRO E NÃO TINHAM CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE DOS FATOS. FIXAÇÃO DE PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO DÉBITO. IRREGULARIDADE DAS CONTAS DOS DEMAIS RESPONSÁVEIS. DÉBITO. MULTA. AUTORIZAÇÃO PARA COBRANÇA JUDICIAL.

RELATÓRIO

Trata-se de tomada de contas especial, oriunda da conversão de processo de representação autuado no Tribunal a partir de relatório de fiscalização decorrente de auditoria realizada em conjunto pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), na Prefeitura Municipal de Alto Paraguai/MT, com a finalidade de verificar a execução do convênio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 332 1.854/2002 (Siafi 457160), celebrado com o Ministério da Saúde, cujo objeto foi a aquisição uma unidade móvel de saúde do tipo ônibus com consultório médico-odontológico(UMS). 2. A auditoria originou-se da “Operação Sanguessuga”, deflagrada pela Polícia Federal para investigar fraudes em licitações e superfaturamentos nas aquisições de ambulâncias. 3. A tomada de contas especial tem como responsáveis a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., Luiz Antonio Trevisan Vedoin, Leonildo de Andrade, Enir Rodrigues de Jesus, Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito da municipalidade. 4. O valor total conveniado foi de R$ 132.000,00, sendo R$ 118.800,00, transferidos pelo concedente, por meio das ordem bancária 2002OB408902, de 18/12/2002, e R$ 13.200,00 como contrapartida do município. 5. A matéria foi examinada, no mérito, por auditor da 4ª Secretaria de Controle Externo (Secex/4) cuja instrução foi corroborada pelo corpo dirigente da unidade técnica, nos seguintes termos (fls. 710730, v. 3):

“[...]Efetivação das Citações e Audiências 3. O exame preliminar dos autos apontou para a necessidade de se chamar ao processo, por

meio de audiências e citações, na forma prevista no art. 179, incisos II e III, do RI/TCU, os responsáveis a seguir arrolados em razão das irregularidades delineadas na instrução às folhas 630-653v.

4. Considerando as tentativas frustradas de entrega do ofício de citação ao Sr. Leonildo de Andrade realizadas pelos Correios (fl. 683) e por servidor designado por este Tribunal (fl. 684) o responsável foi citado por edital conforme quadro abaixo.

Responsável Ofício Citação (folhas)

Ofício Audiência (folhas)

Recebimento (AR) Publicação (DOU)

(folhas) ALCENOR ALVES DE

SOUZA 653-655 e 665-667

674-676 678

KLASS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA.

662-664 680

LUIZ ANTÔNIO TREVISAN VEDOIN

656-658 679

ENIR RODRIGUES DE JESUS 671-673 677

LEONILDO DE ANDRADE 687 688

Das Alegações de Defesa e das Razões de Justificativa 5. Irregularidade objeto de citação: indício de superfaturamentos verificados na aquisição

do veículo objeto do Convite 18/2002 e na aquisição de equipamentos e transformação em unidade móvel de saúde, objeto do Convite 19/2002, adquiridos com recursos recebidos por força do Convênio 1854/2002 (Siafi nº 457160), firmado entre o Ministério da Saúde e o município de Alto Paraguai/MT, conforme tabelas abaixo:

Cálculo dos superfaturamentos apontados (fls. 642-642v):

Valor de mercado Valor pago Débito com a

União (90,00%) Data

Aquisição do veículo 25.638,80 69.800,00 R$ 39.745,08 2/1/2003

Aquisição de equipamentos e transformação

52.573,99 62.200,00 R$ 8.663,41 2/1/2003

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 333

Responsáveis solidários: Responsáveis solidários

Débito com a União (90,00%)

Data

Aquisição do veículo

(Convite 18/2002)

a. Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985.0001-88), empresa fornecedora do veículo; b. Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), administrador de fato da Klass; c. Leonildo de Andrade (CPF 154.695.258-64), sócio-administrador da Klass e suposto ‘laranja’; d. Alcenor Alves de Souza (CPF: 550.641.087-53), então Prefeito do município de Alto Paraguai/MT.

R$ 39.745,08 2/1/2003

Aquisição de equipamentos e transformação (Convite 19/2002)

e. Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72), sócia da empresa inapta Enir Rodrigues de Jesus EPP (Comercial Rodrigues), fornecedora dos equipamentos e da transformação da UMS; f. Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), administrador de fato e procurador da Comercial Rodrigues; g. Alcenor Alves de Souza (CPF: 550.641.087-53), então Prefeito do município de Alto Paraguai/MT.

R$ 8.663,41 2/1/2003

6. Irregularidades objeto de audiência ao então prefeito do município de Alto Paraguai/MT, Alcenor Alves de Souza:

a. Não foi observada a modalidade adequada de licitação, uma vez que foram efetuadas duas licitações na modalidade convite (Convites 18 e 19/2002), entretanto, considerando o valor total do objeto licitado – R$ 132.000,00 – a unidade móvel de saúde, devidamente equipada, deveria ter sido adquirida através de procedimento de Tomada de Preços (Norma infringida: art. 23, parágrafos 2º e 5º, da Lei 8.666/1993);

b. Adjudicação e homologação dos Convites 18 e 19/2002 sem comprovação de que houve pesquisa prévia de preço de mercado que demonstrasse a compatibilidade dos preços propostos pelos licitantes (Norma infringida: art. 43, inciso IV e art. 15, inciso V, da Lei 8.666/1993);

c. Homologação e Adjudicação dos Convites 18/2002 e 19/2002, com os indícios de fraude a seguir relacionados (Normas infringidas: art. 37 da Constituição Federal/1988 , art. 3º, § 1º, inciso I, e arts. 27 e art. 96 da Lei 8.666/1993.

c.1) falta de estabelecimento dos requisitos necessários para a habilitação das empresas licitantes, já que na fase da habilitação da licitação os interessados não apresentaram documentação relativa a habilitação jurídica, a qualificação técnica, a qualificação econômico-financeira e a regularidade fiscal, contrariando o comando do art. 27 da Lei 8.666/1993.

c.2) existência de vínculo entre as empresas licitantes frustrando o caráter competitivo da licitação, tendo em vista os seguintes fatos:

c.2.1) as empresas Klass Com. e Rep. Ltda. e Vedovel Com. e Rep. Ltda. possuíam como sócia a Srª Alessandra Trevisan Vedoin;

c.2.2) todas as seis empresas convidadas a participar dos Convites 18 e 19/2002, quais sejam Francisco Canindé, Klass, Vedovel, Frontal, Comercial Rodrigues, Leal Máquinas, possuíam ligações entre si e encontram-se envolvidas nas fraudes relacionadas à ‘Operação Sanguessuga’;

c.3) segundo apontou a equipe de fiscalização do Denasus/CGU, dois refrigeradores compunham as UMS, contudo, os equipamentos não foram objeto de aquisição do processo licitatório e nem constavam do Plano de Trabalho aprovado pelo órgão concedente.

d. ausência de atesto de recebimento dos bens constantes nas notas fiscais emitidas pelas empresas vencedoras das licitações, Klass Comércio e Representação no caso do Convite 18/2002 e Enir

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 334 Rodrigues de Jesus EPP no caso do Convite 19/2002 (Normas infringidas: art. 63, § 2º, da Lei 4.320/1964 e art. 40 do Decreto 93.872/1986);

e. ocorrência de pagamento antecipado, relativo à aquisição dos equipamentos objeto do Convite 19/2002, no valor de R$ 55.980,00, à empresa Enir Rodrigues de Jesus EPP (Norma infringida: art. 62 da Lei 4.320/64).

7. Os responsáveis Klass Comércio e Representação Ltda. e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, solicitaram em duas oportunidades prorrogação de prazo para atendimento aos ofícios de citação: em 25/10/2010, concedida por 30 dias (fl. 3 do Anexo 1 e fl. 681) e em 28/02/2011, rejeitada em razão da falta de previsão legal para nova prorrogação e da intempestividade do pedido formulado cerca de três meses após o prazo final para encaminhamento das alegações de defesa (fl. 7 do Anexo 1 e fl. 690). Após o decurso do prazo regimental, considerada a prorrogação concedida por este Tribunal, os responsáveis não apresentaram defesa em resposta aos Ofícios de Citação, fazendo-se operar contra eles os efeitos da revelia, dando-se prosseguimento ao processo, com base no material probatório existente nos autos, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

8. Com relação ao Sr. Leonildo, embora ele já tenha sido citado, mediante edital, como informado, observa-se não ser pertinente a sua inclusão no polo passivo desta TCE. Os itens 6.2.7 a 6.2.11 da instrução anterior contém elementos suficientes para se constatar que o Sr. Leonildo, de fato, não passou de um ‘laranja’, ou seja, emprestou seu nome apenas para a constituição da empresa Klass. Observa-se também que os documentos relativos à licitação (fls. 300-315) não contêm qualquer evidência que demonstre que o Sr. Leonildo teve participação na condução do processo licitatório que levou à contratação da empresa Klass no caso concreto.

9. Ademais, o seu endereço é desconhecido. Todas as tentativas de entrega dos ofícios deste Tribunal restaram infrutíferas, razão pela qual o responsável tem sido chamado mediante edital permanecendo, todavia, revel, em todos os processos. Além disso, no âmbito do TC 020.544/2009- 3, onde o referido responsável também foi citado, o Serviço de Administração da 7ª Secex obteve informações de que o Sr. Leonildo é uma pessoa pobre. Estabeleceu também contato telefônico com o referido responsável, onde o mesmo afirma ter sido vítima do esquema fraudulento que se utilizou de seus documentos pessoais por ele perdidos. Houve tentativas de entrega dos ofícios de citação pelos correios e pela própria Secex MT, em apoio à 7ª Secex. Nenhuma delas foi bem sucedida, em função do Sr. Leonildo morar em lugar ermo e violento. Por meio de contato telefônico com a Defensoria Pública no estado do Mato Grosso e com o filho do Sr. Leonildo, o Serviço de Administração da 4ª Secex obteve a informação de que o responsável estaria solicitando o auxílio da Defensoria Pública para defendê-lo.

10. Feitas essas considerações, propõe-se que seja excluída dos presentes autos a responsabilidade do Sr. Leonildo de Andrade.

11. A seguir, serão apresentados os argumentos da Srª Enir Rodrigues de Jesus, representada pela Defensoria Pública da União e em seguida do Sr. Alcenor Alves de Souza (CPF: 550.641.087-53), então Prefeito do município de Alto Paraguai/MT.

Alegações de defesa de Enir Rodrigues de Jesus, apresentadas pela Defensoria Pública da União (fls. 15-21, Anexo 2)

12. Após breve introdução acerca da qualificação da responsável nos autos e das prerrogativas do membro da defensoria pública com relação à intimação da responsável e da contagem dos prazos em dobro, seu representante apresenta breve histórico do processo para em seguida tratar das alegações de defesa propriamente ditas.

13. Inicialmente são oferecidas informações acerca da pessoa da responsável no sentido de demonstrar que a Srª Enir não teve nenhuma participação nas atividades da quadrilha especializada em fraudes às licitações perpetradas pela família Trevisan-Vedoin, nacionalmente conhecida como ‘máfia das ambulâncias’ e que, portanto, não pode ser responsabilizada pelas irregularidades apontadas neste processo.

14. Após trabalhar como empregada doméstica de Darci José Vedoin e de sua esposa Cléia Maria Trevisan Vedoin por mais de 15 anos, a Srª Enir teve seu nome utilizado na constituição da empresa Enir Rodrigues de Jesus Epp (Comercial Rodrigues), que servia de fachada para a realização da

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 335 fraude às licitações operada pela família Vedoin, após assinar documentos a pedido do Sr. Luiz Antônio Vedoin, filho de Darci. Esta assinou os papéis sem ao menos ler o seu conteúdo, já que confiava na integridade da família Vedam-Trevisan. A boa-fé de Enir era tamanha que nada desconfiou.

15. As assinaturas diferentes em nome de Enir Rodrigues de Jesus nas declarações de firma individual da referida empresa demonstram que não foi ela que gerenciou a Comercial Rodrigues e que nem ao menos sabia de sua existência.

16. Todos esses fatos são demonstrados e comprovados em processo ajuizado perante a Justiça Federal do Estado do Mato Grosso, cujo objeto também versava sobre crimes de fraude a licitações, formação de quadrilha, falsificação de documento particular, entre outros, no esquema conhecido como ‘máfia das ambulâncias’ e no qual figurava como ré sua filha, Maria Loedir.

17. Nos autos do TC 020.322/2009-5, no qual apresentou a defesa ora relatada, Enir Rodrigues de Jesus esclarece que sequer tinha conhecimento da existência de qualquer empresa em seu nome, não tendo recebido nenhuma espécie de acréscimo patrimonial. Prova disso é que não movimentou recursos ou efetuou gastos superiores aos seus vencimentos. Ademais, não existia dolo por parte da ré, pois a mesma desconhecia por completo a existência da empresa em seu nome. Portanto, a requerida não teve qualquer intenção de fraudar a Administração Pública.

18. A requerida é ré em várias ações de improbidade administrativa ajuizadas em todo o Brasil. Em todas que chegaram à fase de sentença, o pedido foi julgado improcedente por ausência total de dolo. Assim, aplicando-se o princípio da razoabilidade e levando-se em consideração a situação cultural e econômica da ré, torna-se forçoso reconhecer que ela não pode ser responsabilizada pelos fatos apontados na notificação, pois foi vítima de um esquema criminoso que a utilizou como ‘laranja’.

19. Assim, o defensor requer que seja afastada a responsabilização da responsável ante as imputações descritas nos presentes autos.

Análise 20. Inicialmente impende comentar que o defensor, na contextualização da ocorrência,

equivocou-se ao identificar o número do convênio objeto das alegações de defesa. Entretanto, considerando que aquela defensoria vem representando a responsável perante este Tribunal em diversos processos concernentes às mesmas irregularidades questionadas nos presentes autos, que a fundamentação apresentada aplica-se também ao caso em análise e considerando o disposto no art. 172 do RI-TCU, acolhe-se a defesa encaminhada apesar do erro formal verificado.

21. Cabe esclarecer que as alegações de defesa ora encaminhadas pelo defensor público foram complementadas com documentos provenientes das defesas da responsável nos autos do TC 020.517/2009-6 e do TC 014.577/2004-8 (fls. 691-707), nas quais se apuram irregularidades semelhantes às verificadas neste processo e que permitem, em conjunto com as informações encaminhadas, afastar a responsabilidade imputada à Srª Enir neste processo.

22. Tais informações foram acolhidas nos presentes autos com fundamento na utilização de prova emprestada, em consonância com a doutrina e jurisprudência desta corte (Acórdão nº 79/2000 – 1ª Câmara, Acórdão nº 143/97 – 2ª Câmara, Decisão 87/98 – 2ª Câmara, Decisão Sigilosa 429/95 – Plenário), a qual sempre lhe admitiu validade, visto que o princípio da verdade real autoriza a utilização de quaisquer meios lícitos para se atingir o perfeito entendimento dos fatos

23. Apesar de a denúncia efetivada pelo Ministério Público haver imputado à Srª Enir Rodrigues de Jesus a prática do crime de organização criminosa (art. 288 do Código Penal), constam desse documento informações que indicam a ausência de responsabilidade da Srª Enir pelos atos praticados em seu nome à frente da empresa, quais sejam:

a. a empresa Santa Maria sempre foi operada por procuradores, sendo o principal deles o Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin e que esse mesmo modelo de operação também foi utilizado nas empresas KLASS COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA. e ENIR RODRIGUES DE JESUS EPP (fls. 43/44 da denúncia);

b. os únicos documentos supostamente de lavra da Srª Enir à frente da empresa foram os relativos à abertura da firma, tendo todos os demais cabido a Luiz Antônio Trevisan Vedoin, até mesmo a

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 336 abertura da conta bancária (fls. 38 e 45 da denúncia), conforme atestam os seguintes trechos da denúncia a seguir transcritos:

Frente aos elementos colhidos no procedimento fiscal e no processo de inaptidão, concluo que ENIR EPP se prestou exclusivamente a acobertar a receita auferida por PLANAM INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. no período objeto do procedimento de fiscalização ora encerrado. (fl. 41 da denúncia);

Na verdade, tratava-se de mais uma ’laranja’. Tal conclusão restou corroborada pela circunstância salientada pela autoridade policial de que a conta bancária de ENIR foi aberta pelo também acusado LUIZ ANTÔNIO TREVISAN VEDOIN. Aliás, a análise da movimentação dessa conta bancária, associada às diligências conduzidas no curso das investigações, revelou que grande parte dos valores depositados em nome de ENIR foi empregada para cobrir diversas despesas assumidas pelo bando, conforme consta de quadro constante dos autos’(fl. 128 da denúncia).

24. O documento da denúncia pode ser consultado no seguinte endereço eletrônico: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/tce/operacao_sanguessuga/

denuncia_mpu.doc 25. Ainda no interrogatório prestado à Justiça Federal em 03/07/06 (acesso em

http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/tce/operacao_sanguessuga/interrogatorio_judicial_luiz.pdf), o Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin afirmou que a Srª Enir Rodrigues era sócia-proprietária da empresa Enir Rodrigues de Jesus Epp e que a constituição da empresa se deu a pedido dele, tendo a Srª Enir outorgado procuração para que o mesmo administrasse a empresa. Nos procedimentos de fiscalização da Receita Federal nas referidas empresas (Termo de Informação Fiscal de 04/01/2006), citado pelo Ministério Público à fl. 45 da denúncia, também consta a informação de que Luiz Antônio Trevisan Vedoin era procurador da referida empresa. Não consta, entretanto, nos presentes autos cópia da procuração.

26. As assinaturas dos documentos que supostamente compuseram o processo licitatório em análise (recibo de entrega de cópia de edital à fl. 568, proposta de preços às fls. 580-581 e assinatura no envelope entregue à comissão de licitação à fl. 607v) apresentam características claramente diferentes da constante no documento de identificação (fl. 699). Como base de comparação, podem ser verificadas também as assinaturas da responsável nos documentos à fl. 698, relativos a outra defesa encaminhada a esta Corte pela responsável.

27. Contudo, mesmo em face da hipótese de falsificação de assinatura, preponderam na análise da situação as mesmas circunstâncias que envolvem o nome de Maria Loedir, sua filha, constantes das alegações de defesa e mencionadas nos depoimentos judiciais. Ambas tiveram longo tempo de convívio com a família Vedoin como empregadas domésticas, baixo grau de instrução e situação econômica que não favorecia sua atuação na administração das empresas.

28. Em complemento à defesa encaminhada, foi obtido nos autos do TC 014.577/2004-8 (que trata de irregularidades na execução de convênio em município do Acre), documento assinado por Enir Rodrigues de Jesus (fls. 698), recebido pela Secex/AC em 14/8/2006, no qual a signatária informa que não tem conhecimento acerca da empresa ‘Comercial Rodrigues’, e que lhe foi dito que assinaria documentos para adquirir escritura de um terreno onde reside; que não possui nenhum conhecimento sobre licitação, pois tem somente o curso primário, e que seria empregada doméstica, recebendo à época o valor de R$ 390,00, conforme comprovação às fls. 700-701.

29. Na ocasião, foi encaminhada também cópia dos autos de interrogatório da responsável na Justiça Federal, ocorrido em 22/06/2006, fls. 702-704, na qual consta que a responsável trabalhou para a família Vedoin por dezoito anos, dos quais apenas oito com carteira assinada. Afirma-se também que a responsável soube que seu nome constava como sócia de empresa apenas quando foi notificada pela Receita Federal. O MM. Juiz ao proferir a sentença naqueles autos, assim se manifestou:

A utilização do nome da acusada para a constituição da empresa Enir Rodrigues de Jesus-EPP para o único e exclusivo fim de fraudar licitações, não era do conhecimento da acusada. Assim, em consonância com o parecer ministerial e a defesa, entendo não existir provas de que a acusada tenha

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 337 concorrido,de qualquer forma, para a infração penal, razão pela qual decreto a sua absolvição, art. 386, inciso IV, do CPP.

30. Conforme já comentado anteriormente, a utilização da prova emprestada se encontra presente em diversos julgados deste Tribunal, o qual sempre lhe admitiu validade, visto que o princípio da verdade real autoriza a utilização de quaisquer meios lícitos para se atingir o perfeito entendimento dos fatos.

31. Observa-se também que podem ser aproveitadas, na análise do presente caso as considerações do Ministério Público junto a este Tribunal nos autos que originaram o Acórdão 921/2008 – Plenário, nos quais a douta Procuradoria considera que o responsável naqueles autos não participou pessoalmente do Convite, que seria caseiro do declarante e incapaz de aquilatar com segurança seu envolvimento na instalação e no funcionamento da empresa, entendendo prejudicado o pressuposto de desenvolvimento válido e regular da matéria relativamente à imputação de responsabilidade ao sócio-gerente especificamente para o caso concreto daqueles autos (TC 011.453/2004-7).

32. Além disso, no curso desta instrução, este Tribunal manifestou seu entendimento com relação à responsabilidade da Srª Enir ao proferir o Acórdão 3015/2011-2ª Câmara, nos autos da TCE 020.322/2009-5, resultante da conversão de processo de Representação autuado no TCU a partir de Relatório de Fiscalização realizada em conjunto pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus e pela Controladoria Geral da União – CGU e deflagrada no âmbito da Operação Sanguessuga. A referida fiscalização verificou irregularidades na execução de convênio celebrado com o Ministério da Saúde destinado à aquisição de unidade móvel de saúde – UMS, dentre as quais se destaca, à semelhança do presente processo, a constatação de superfaturamento no fornecimento do objeto a ser imputado solidariamente ao prefeito e aos sócios administradores das empresas fornecedoras. Naqueles autos, entendeu o TCU que não é razoável imputar à sócia Enir Rodrigues de Jesus a responsabilidade pelas irregularidades praticadas em seu nome à frente da empresa Enir Rodrigues de Jesus EPP.

33. Dessa forma, considerando o entendimento do Tribunal quanto à questão e as evidências de que a família Vedoin tenha constituído, em nome da Srª Enir Rodrigues de Jesus, a empresa Enir Rodrigues EPP – Comercial Rodrigues, destinada a encobrir esquema de fraude à licitação, do qual não se apurou indícios de que a envolvida tenha se beneficiado ou participado, nem mesmo que tivesse conhecimento da existência da empresa, entende-se que deva ter sua responsabilidade excluída dos presentes autos.

Alegações de defesa e razões de justificativa do Sr. Alcenor Alves de Souza, então prefeito de Alto Paraguai/MT (fls. 2-14, Anexo 2)

Argumentos às fls. 3-4 do Anexo 2 – Breve histórico 34. Inicialmente o gestor apresenta um breve histórico (fl. 3, Anexo 2), no qual relata que

apesar do segundo lugar nas eleições para prefeito do município de Alto Paraguai, por decisão do TSE assumiu em 1º de janeiro de 2001 a prefeitura. Sua gestão terminou em 16/6/2003, quando o TRE/MT reconheceu ao candidato inicialmente afastado, Umbelino Alves Campos, o direito de ser conduzido ao cargo e o afastou da prefeitura.

35. Seu afastamento da Administração Municipal ocorreu em plena vigência do convênio FNS 1854/2002, tendo ficado na Prefeitura todos os documentos necessários à prestação de contas, apesar de o prefeito sucessor não haver prestado contas tempestivamente. Tendo sido surpreendido pelo afastamento do cargo, ficou impossibilitado de retirar da prefeitura quaisquer documentos, para eventual defesa a posteriori, ou mesmo para o encaminhamento da prestação de contas.

36. Afirma o gestor que todos os bens descritos no convênio foram adquiridos, na forma e nas especificações do convênio, após regulares licitações, tendo cumprindo a função para a qual foram adquiridos, isto é servir aos Munícipes, nas suas comunidades ao atendimento médico e odontológico.

Análise 37. Preliminarmente, cabe destacar que o prefeito sucessor cumpriu com sua obrigação de

prestar contas dos recursos do convênio ora analisado, repassados ao seu antecessor, conforme documentos encaminhados em 29/12/2003 (fls. 156-244) e complementações posteriores em atendimento

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 338 às solicitações do órgão concedente, durante a análise da referida prestação de contas (fls. 273-328, 403-611).

38. Não obstante conste dos autos informação relativa à aprovação das referidas contas pelo Ministério da Saúde, mediante o Parecer 775, de 15-03-2005 (fl. 617), cabe esclarecer que o TCU não está adstrito à opinião do órgão concedente, mesmo porque, até aquele momento, não havia metodologia adequada para avaliação dos custos dos veículos, adaptações e equipamentos.

39. Além do mais, este Tribunal não está obrigado a seguir eventual entendimento de outros órgãos da Administração Pública, permitindo concluir de forma diferente, porém, fundamentada. Como manifestado no Acórdão 2.105/2009-TCU-1ª Câmara, ‘O TCU possui atribuição constitucional para realizar de forma autônoma e independente a apreciação da regularidade das contas dos gestores de bens e direitos da União’. Foram também nesse sentido os seguintes acórdãos desta Corte: 2.331/2008-1ª Câmara, 892/2008-2ª Câmara e 383/2009-Plenário.

40. Quanto à alegação do ex-prefeito de que não dispõe dos documentos referentes a sua gestão, há jurisprudência pacífica no âmbito deste Tribunal, no sentido de que, por força do art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal e do art. 93 do Decreto-lei nº 200/1967, é do gestor o ônus de demonstrar a correta aplicação dos recursos públicos (Acórdãos da Primeira Câmara 2.188, 2.202, 2.416 e 2.816, e Acórdãos da Segunda Câmara 1.456, 2.265, 2.354 e 2.433, todos de 2006). Além disso, não assiste razão ao ex-prefeito visto que todos os documentos solicitados pelo órgão concedente foram encaminhados pelo prefeito sucessor e que cabe ao gestor adotar as medidas necessárias a garantir seu acesso aos documentos relativos à sua gestão, não podendo ser acatado esse argumento.

Argumentos às fls. 4-7, Anexo 2 – Do pedido do convênio 41. O ex-gestor informou que tomou conhecimento da possibilidade de pleitear verba federal

do programa de atendimento à saúde em viagem à Brasília, tratando de obter na Fundação Nacional de Saúde, em Mato Grosso, roteiro básico para elaboração do plano de trabalho que deu origem ao convênio em estudo.

42. Na elaboração do Plano de Trabalho solicitou valores de mercado a empresas localizadas na capital do Mato Grosso, uma empresa do Paraná e outra do Rio Grande do Sul. As empresas de outros estados não retornaram a solicitação. Como não foram localizadas empresas em Cuiabá que fornecessem a UMS pronta, considerou o fornecimento separadamente do veículo e da instalação dos equipamentos.

43. Naquele período, verificou-se por meio de pesquisas na internet que os preços dos veículos, principalmente em São Paulo, apresentavam-se quase cem por cento superiores aos fornecidos no Estado e concluiu que o acréscimo devia-se aos seguintes fatores:

a. os veículos comprados diretamente das garagens e de empresas de ônibus, eram entregues no estado e sem garantia;

b. os veículos entregues com a unidade de saúde eram totalmente revisados na parte mecânica, além de terem o seu interior esvaziado e reformado para receber os consultórios e equipamentos;

c. a parte externa do veículo também era toda reformada, pintada, além de ser adesivada, conforme exigência do convênio;

d. a adaptação dos bens e equipamentos no corpo do ônibus exigia adaptações e gerava custos elevados.

44. Por todas estas razões foi feita a justificação da diferença de custos entre o veículo na revenda e o veículo entregue ao Município.

45. Alega que realizou, antes de encaminhar o plano de trabalho para análise, um orçamento no mercado local, onde o preço obtido foi muito próximo ao valor aprovado pela equipe técnica do Ministério da Saúde e que não poderia contestar os valores pleiteados avaliados e aprovados pela Fundação Nacional de Saúde.

46. O responsável afirma em sua gestão sempre agiu com zelo e probidade, mas que sua defesa vem sendo dificultada pelo prefeito sucessor e que ‘não pode ser penalizado por fatos supervenientes que fugiram de sua alçada’.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 339

47. Repisa que a aquisição da UMS obedeceu aos padrões de legalidade, assim como o processo de liberação de recursos financeiros obedeceu regular processo administrativo no FNS, cuja equipe técnica aprovou o bem e o valor.

48. Em seguida, o responsável ‘repudia por formação e convicção qualquer ato de conluio que possa ter havido entre as empresas participantes, ratificando que em momento algum pactuou com qualquer dos atos ilícitos descritos pela auditoria’ e acrescenta que eventuais falhas que tenha cometido a Administração Municipal foram fruto de falta de conhecimento e não de conivência (fl. 6).

49. Por fim o gestor repudia seu suposto envolvimento com a ‘Operação Sanguessuga’ com os seguintes argumentos:

a. jamais teve qualquer envolvimento, pessoal ou profissional, com as empresas e ou pessoas relacionadas na Operação Sanguessuga;

b. as empresas selecionadas para participar da licitação, foram praticamente pela exclusão, foram convidadas as que foram encontradas no mercado, sem preferência ou interesses;

c. em momento algum suspeitamos que houvesse, alguma combinação ou conluio entre essas empresas;

d. na época dos fatos não havia boatos sobre práticas ilegais praticadas por essas empresas, o que somente veio a conhecimento público 4 anos após os fatos narrados neste processo administrativo.

Análise: 50. O responsável não comprovou a realização das pesquisas de preços que alega ter realizado

para elaboração do plano de trabalho, pela internet e na forma de consultas a empresas selecionadas, motivo pelo qual não pode ser acolhida sua alegação de que o preço no mercado local encontrava-se próximo ao valor aprovado pelo Ministério da Saúde.

51. No entanto, ainda que assim tivesse demonstrado o gestor, esse argumento de que os preços encontravam-se dentro do que havia sido estipulado pelo Ministério da Saúde também não merece prosperar. O Ministério Público, a Polícia Federal e a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito concluíram que havia a participação efetiva de servidores do Ministério da Saúde no esquema que levou às fraudes verificadas. Tanto que a principal envolvida, Srª Maria da Penha Lino, foi exonerada do cargo em comissão no qual assessorava o então Ministro da Saúde. Ademais, os preços calculados pelo órgão repassador visam a estabelecer o valor a ser repassado e não o valor a ser utilizado na licitação que vier a ser realizada, o qual, de acordo com a Lei nº 8.666/93, deverá não somente ser levantado de acordo com os preços praticados pelo mercado como servir de balizador para avaliar a adequação da respectiva proposta de cada futuro licitante (arts. 15, V, e 43, IV). A ausência de pesquisa de preços de mercado estabelecida pela Lei de Licitações foi objeto de questionamento em audiência ao ex-prefeito e será analisada em item específico mais adiante nesta instrução.

52. Em vista da diferença dos valores praticados em Mato Grosso e nos demais estados, cabia ao gestor ampliar a competição com uma modalidade mais ampla de licitação ao invés de restringi-la com a realização dos dois convites, de forma a permitir a participação de fornecedores de outros estados. As justificativas apresentadas para explicar a diferença de preços não podem ser aceitas, já que as pesquisas de preço empreendidas pelos órgãos de controle demonstram que os valores praticados no município encontram-se muito superiores aos do mercado, à época das licitações. A realização pelo responsável de duas licitações ante a inexistência de empresa que fornecesse a UMS pronta será também objeto de análise do próximo item desta instrução, fracionamento de despesas.

53. Neste ponto, cabe prestar alguns esclarecimentos a respeito da metodologia utilizada pelo Tribunal para apurar o superfaturamento objeto de citação, demonstrado às fls. 642-643, mediante comparação dos preços de referência com os preços praticados no convênio em estudo.

54. Os critérios utilizados encontram-se definidos na ‘Metodologia de Cálculo do Débito’, disponível no sítio eletrônico do TCU, e informada aos responsáveis nos ofícios citatórios e na instrução anterior (fls. 643 e 654), mediante o seguinte endereço eletrônico:

55. http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/tce/operacao_sanguessuga/metodologia_calculo_superfaturamento.doc

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 340

56. Resumidamente, a metodologia utilizada consistiu em estabelecer, por meio de pesquisa de mercado empreendida pela CGU e pelo Denasus, os preços de mercado ou de referência a serem utilizados como base de comparação para o cálculo do superfaturamento, bem como definir critérios objetivos que possibilitassem a comparação desses preços com os praticados em cada caso concreto. Definiu-se o preço de mercado de uma unidade móvel de saúde (UMS) como a soma de três componentes: o preço do veículo, o custo de transformação do veículo em UMS e o custo dos equipamentos a ela incorporados.

57. No TCU, essa metodologia foi aprimorada. Para os preços dos veículos, passou-se a utilizar, sempre que possível, aqueles fornecidos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe, obtidos a partir de visitas em mais de 320 lojas de usados e concessionários autorizados, tradicionais feiras de veículos usados, principais jornais e revistas, de todo o Brasil, especializados em classificados de veículos e contatos por telefone em todo o país. As tabelas de preços da Fipe se constituem no mais completo estudo no gênero, não podendo haver, portanto, melhor base de dados para a avaliação dos preços dos veículos adquiridos (www.fipe.com.br). Como o presente caso trata de superfaturamento na aquisição de um ônibus usado, não disponível diretamente na tabela da Fipe, busca-se o valor do veículo segundo tabela de preços de referência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) da Secretaria de Fazenda do Estado de Rondônia (Sefaz/RO), adotando-se como preço de mercado o preço da tabela do IPVA no ano de aquisição do veículo. A utilização desse referencial, sem dúvida, beneficia o responsável na medida em que apresenta preços cuja base de cálculo apresenta-se superior à média nacional de preços de veículos, considerando, para tanto, a distância dos grandes centros urbanos, o que eleva consideravelmente o valor do frete. Cabe destacar que tal tabela também utiliza as pesquisas da FIPE como referência, o que garante preços de referência decorrentes de ampla pesquisa de mercado. Com relação à apuração dos custos das transformações e dos equipamentos, utilizados como referência, foram também levados em consideração, além dos valores da pesquisa de mercado, os custos praticados em 1.180 convênios celebrados pelo Ministério da Saúde com 655 municípios para a aquisição de ambulâncias, incluídos os custos operados pelas próprias empresas da Família Vedoin e demais empresas envolvidas.

58. Para conferir ainda mais conservadorismo aos critérios adotados, a fim de se avaliar com bastante segurança a existência ou não de superfaturamento, considerou-se a prática de sobrepreço apenas nos casos em que os valores praticados excedessem os valores médios de mercado das unidades móveis de saúde em mais do que 10%, patamar esse aprovado pelo Plenário do TCU mediante Questão de Ordem da Sessão de 20/5/2009.

59. Sobre o valor total do débito verificado de acordo com essa metodologia, o valor a ser restituído aos cofres do Fundo Nacional de Saúde é calculado com base no percentual de participação financeira da União no convênio.

60. Cabe destacar que, de acordo com o Denasus/CGU, ‘em várias licitações, foram adquiridos ônibus sucateados, realizadas transformações de péssima qualidade e instalados equipamentos desconhecidos – o que configura montagens do tipo fundo de quintal’ (Voto do Relator no Acórdão nº 2.451/2007-Plenário). A esse respeito, a equipe do Denasus/CGU destacou que os valores utilizados como referência dos custos de veículo, transformação e montagem, foram baseados em serviços de alto padrão, com materiais de qualidade satisfatória e equipamentos de marcas tradicionais, enquanto as montagens realizadas pelas empresas vencedoras das licitações careciam, muitas vezes, de qualidade aceitável.

61. Assim, fica claro que os valores adotados como referência tanto no valor dos veículos, quanto no dos equipamentos e das transformações, consideram o preço final dos fornecimentos, incluídos todos os custos destacados pelo ex-prefeito como por exemplo revisões, alterações, reformas, adesivos, adaptações, entre outros, não se justificando a diferença de preços alegada.

62. Em que pese o responsável afirmar que agiu com zelo e probidade, o superfaturamento e demais irregularidades verificadas nos autos encontram respaldo nos documentos relacionados a cada processo, como notas fiscais, extratos bancários, processos licitatórios, além de outras evidências identificadas pela equipe do Denasus/CGU quando realizou visita in loco aos respectivos municípios.

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63. Quanto ao repúdio ao seu envolvimento com a Operação Sanguessuga, há fortes indícios nos autos da ocorrência de fraude na execução do convênio em estudo e pode-se concluir que a fraude foi facilitada pela adoção de atos irregulares como o fracionamento da despesa mesmo com o conhecimento de que o valor oferecido pelas empresas do Mato Grosso era superior aos dos demais estados, do chamamento ao certame apenas de empresas envolvidas no esquema de fraude, da ausência de pesquisa prévia de preços determinada na Lei de Licitações, da ausência de documentação de habilitação das empresas participantes dos convites realizados, entre outros.

Argumentos às fls. 7-8 do Anexo 2 – Do fracionamento de despesas 64. O ex-gestor admite que a ocorrência da irregularidade apontada, afirmando que ‘A priori,

parece estar com razão o auditor que efetuou a investigação’, no entanto, explica que não conseguiu localizar empresas capazes de fornecer a UMS completa, pois umas eram especializadas na reforma e adaptação dos ônibus e outras no fornecimento dos equipamentos, motivo pelo qual foram realizadas duas licitações na modalidade de convite.

65. Alega que na época das licitações não dispunha das informações hoje disponíveis e que foi totalmente iludido pela boa fé, acreditando que não houve qualquer irregularidade de sua parte na realização dos dois procedimentos licitatórios.

Análise: 66. Quanto ao fracionamento da licitação é entendimento pacífico deste Tribunal que a

preterição indevida do procedimento de aquisição mais amplo, que leve em conta o valor total estimado do objeto, caracteriza fuga à modalidade licitatória adequada e fracionamento irregular da despesa (Acórdãos 1482/2005, 1568/2007, 329/2008, da 2ª Câmara, 114/2008, 2428/2008, 3550/2008, 3172/2007, da 1ª Câmara, e 139/2007 do Plenário).

67. No caso em questão, o valor total de aquisição da UMS foi R$ 132.000,00 (R$ 69.800,00 do veículo e R$ 62.200,00 dos equipamentos e da transformação), valor que exigia a realização de Tomada de Preços, conforme estabelece o art. 23, b e parágrafo segundo da Lei nº 8.666/93. Assim, conforme os termos da Lei, caso fosse necessário realizar duas licitações distintas, ambas deveriam ter sido realizadas na modalidade Tomada de Preços, preservando a modalidade pertinente para a execução do objeto licitado de forma a não restringir a competitividade do certame, pois a realização de procedimento na modalidade convite tem divulgação e alcance bastante inferiores à da tomada de preços.

68. Quanto a este ponto, fica claro a partir dos depoimentos dos envolvidos à CPMI das ambulâncias e no âmbito dos processos em curso na justiça, nos quais se utilizaram do instituto da delação premiada, que o esquema fraudulento, conhecido como Operação Sanguessuga, baseava-se na realização das licitações, preferencialmente por meio de convite, de forma a facilitar seu direcionamento ao grupo operador da fraude. Cabe ressaltar que no presente processo as seis empresas convidadas a participar dos certames foram identificadas como participantes do esquema de fraude, conforme relação constante do Relatório da CPMI das ambulâncias transcrita no item 5.5 da instrução às fls. 631v-632.

69. Além disso, constam do Relatório Final dos trabalhos da CPMI da Ambulâncias (Volume I, páginas 63-69) informações prestadas pelo Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin incluindo o município de Alto Paraguai/MT como um dos cinqüenta municípios selecionados pelos operadores da fraude ‘que haviam sido beneficiados por emendas em relação às quais já teria ocorrido um ajuste prévio com os parlamentares e que todos tiveram as licitações direcionadas para as empresas de sua família’, citando especificamente o convênio em análise. Ressalta-se que tais informações podem ser consideradas verdadeiras ante a sua coincidência com a documentação relativa aos pagamentos realizados, disponível no presente processo.

70. Considerando a opção pela realização dos Convites 18/2002 e 19/2002 (mais restritivos) em lugar de tomada de preço, apesar de reconhecer que os preços oferecidos no Estado do Mato Grosso eram quase o dobro do estado de São Paulo, considerando o chamamento aos certames exclusivamente de empresas envolvidas no esquema de fraude conhecido como Sanguessuga, considerando que o superfaturamento verificado na aquisição do veículo reforça a pretensão de burlar a Lei de Licitações e diante das informações de que o município tenha sido apontado como beneficiado pelo esquema de fraude, não podem ser aceitos os argumentos apresentados pelo gestor.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 342

Argumentos às fls. 8 do Anexo 2 – Da ausência de pesquisa prévia de mercado 71. Alega o então prefeito que todos os levantamentos de preços de mercado foram feitos na

fase de elaboração do Plano de Trabalho, que foi analisado e aprovado pela autoridade concedente dos recursos, levando a crer que os preços estavam devidamente adequados aos preços de mercado, dispensando-se nova pesquisa.

Análise: 72. Como já informado, a aprovação dos valores do plano de trabalho pelo órgão concedente

destinava-se a determinar um montante aproximado de recursos a ser repassado pelo órgão federal para celebração do convênio de forma a garantir recursos financeiros suficientes para o cumprimento do objeto, e não de definir o valor a ser contratado Este, por sua vez, deveria ser estabelecido diante da competição entre os participantes da licitação, cujo processo era de responsabilidade do município. Além disso, conforme já comentado, ao longo das investigações restou comprovada a participação no esquema de fraude de integrantes do Ministério da Saúde, ou seja, os valores aprovados não podem ser considerados adequados.

73. O ex-prefeito não apresentou os levantamentos de preço de mercado supostamente feitos na fase de elaboração do plano de trabalho, tampouco constam dos autos a pesquisa prévia de mercado de que trata a Lei de Licitações.

74. De acordo com o disposto nos arts. 26, parágrafo único, incisos II e III, e 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, é obrigatória, nos processos de licitação, dispensa ou inexigibilidade, a consulta dos preços correntes no mercado, o que não ocorreu no presente caso e que foi objeto de questionamento do gestor em audiência. Observa-se que a pesquisa prévia de preço de mercado, exigida na lei de licitações, visa a permitir à comissão de licitação avaliar se o preço ofertado no momento da licitação encontra-se dentro do valor do mercado e se é, portanto, um preço adequado e razoável para ser contratado ou se foram apresentadas propostas desconformes e incompatíveis, promovendo, nesse caso, a sua desclassificação. Observa-se, também, que quanto menor a competição proporcionada pela modalidade de licitação selecionada, como no caso em tela em que se adotou a modalidade convite, maior a necessidade de uma pesquisa de preços bem elaborada para garantir uma boa avaliação dos preços apresentados.

75. Quanto ao assunto, a jurisprudência do TCU, é no sentido de que a realização de pesquisa de preços de mercado, previamente à fase externa da licitação, é uma exigência legal para todos os processos licitatórios, inclusive para os casos de dispensa e inexigibilidade, consistindo essa pesquisa de um mínimo de três orçamentos de fornecedores distintos e sendo necessária a apresentação de justificativa adequada sempre que não for possível obter número razoável de cotações (Acórdãos 3.506/2009-1ª Câmara, 1.379/2007-Plenário, 568/2008-1ª Câmara, 1.378/2008-1ª Câmara, 2.809/2008-2ª Câmara, 5.262/2008-1ª Câmara, 4.013/2008-1ª Câmara, 1.344/2009-2ª Câmara, 837/2008-Plenário e 3.667/2009-2ª Câmara).

76. Dessa forma, a ausência de pesquisa de preços não só configura descumprimento de exigência legal, indo de encontro às normas vigentes e à jurisprudência desta Corte, como demonstra a falta de zelo do gestor na aferição dos preços praticados, colaborando para aumentar o risco de dano aos cofres públicos e reforçando sua responsabilidade pelo prejuízo apurado.

77. Ao homologar o certame o prefeito deveria ter verificado a legalidade dos atos praticados na licitação e avaliado a conveniência da contratação do objeto licitado pela Administração, saneando o processo se houvesse necessidade, vez que com a homologação passou a assumir as responsabilidades decorrentes de seus atos.

78. No presente caso, a homologação do convite pelo prefeito se deu por valor superior ao de mercado, sem que tenha sido por ele exigida a realização da pesquisa de preço de mercado obrigatória, de acordo com a Lei de Licitações.

Argumentos à fl. 9 do Anexo 2 – Irregularidades na habilitação com fortes indícios de fraude à licitação

79. O responsável alega que não tem condições de explicar nem de justificar a falta da documentação questionada. Afirma, entretanto, que de acordo como o edital de licitação não houve a dispensa de qualquer dos documentos exigidos para habilitação do licitante e que tem absoluta certeza de

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 343 que esses documentos faziam parte do envelope de habilitação jurídica das empresas participantes e ficaram junto com toda a documentação da licitação.

80. Acrescenta que embora a lei facultasse, em caso de convite para entrega imediata, a dispensa em parte ou total dos documentos elencados nos art. 28 a 31 da Lei 8.666/93, por princípio não havia a dispensa, exatamente para verificação da situação fiscal das empresas fornecedoras do Município. Por fim aventa a possibilidade de que os documentos tenham sido substituídos pela regularidade fiscal perante o SIAFI.

Análise: 81. Mais uma vez, não é possível acolher o argumento do gestor já que nenhum documento foi

apresentado. Quanto à dispensa de documentos autorizada pela Lei 8.666/93, cabe ressaltar que este Tribunal firmou entendimento, com relação à habilitação em licitação, de que a regularidade para com a Seguridade Social não pode ser dispensada mesmo nos casos previstos no § 1º do art. 32 da Lei nº 8.666/93, em razão do disposto no § 3º do art. 195 da Constituição Federal (Decisão 705/94-Plenário, Sessão de 23/11/94).

Argumentos às fls. 9-11 do Anexo 2 – Da existência de vínculo entre as licitantes frustrando o caráter competitivo da licitação

82. Argumenta o ex-prefeito que as licitações em apreço foram realizadas em junho de 2002, muito antes de qualquer investigação sobre a Operação Sanguessuga deflagrada em 2006. Nas apurações da equipe técnica muitos dos fatos narrados, relativos à variação do quadro societário das empresas mencionadas, ocorreram após a realização das licitações no município de Alto Paraguai.

83. Ressalta que, se havia à época qualquer vínculo societário entre as empresas mencionadas, o fato não foi do conhecimento do defendente nem da Comissão de Licitação.

Análise: 84. Argumento acolhido vez que parte das evidências citadas que denotam vínculo entre as

empresas participantes do esquema de fraude às licitações de ambulâncias não eram conhecidas à época dos convites ora analisados.

85. Entretanto, cabe ressaltar que a ausência dos documentos de habilitação às licitações reforçam o conjunto expressivo de evidências constante dos autos, apontando no sentido da ocorrência de fraude à licitação na execução do presente convênio, como os citados no item 65 desta instrução quais sejam:

a. opção pela realização dos Convites 18/2002 e 19/2002 (mais restritivos) em lugar de tomada de preço apesar de reconhecer que os preços oferecidos no estado do Mato Grosso eram quase o dobro do estado de São Paulo;

b. direcionamento dos certames exclusivamente a empresas envolvidas no esquema de fraude conhecido como Sanguessuga;

c. verificação de superfaturamento na aquisição dos objetos de ambos os convites; d. município apontado pelos operadores do esquema como beneficiado pelo esquema de

fraude, com o referido convênio especificamente citado. Argumentos à fl. 11 do Anexo 2 – Das irregularidades no atesto de recebimento dos bens 86. O gestor ressalta a impossibilidade de se identificar o responsável pelo recebimento da

UMS, passados quase oito anos da entrega do bem, mas ressalta que ‘salvo engano foi a Secretária Municipal de Saúde’.

87. Com relação aos refrigeradores, destaca que foram adquiridos com recursos próprios da Prefeitura, a pedido dos médicos e dentistas para conservação de medicamentos e vacinas.

88. Quanto à conclusão da equipe de auditoria de que houve falha na liquidação da despesa, porquanto não houve entrega de equipamentos previstos na aquisição e entrega de outros não previstos, alega que não corresponde à realidade, pois no ato foram conferidos todos os itens e não se constatou a falta de nenhum daqueles constantes no Plano de Trabalho.

Análise: 89. A falta de identificação dos atestos de recebimento dos objetos do convênio, bem como a

ausência de data no caso da aquisição do veículo configuram isoladamente falhas formais, entretanto, no

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 344 presente caso, tais irregularidades foram explicitadas porque somam-se às demais irregularidades verificadas reforçando as evidências de ocorrência de fraude à licitação.

90. Quanto às divergências relativas aos equipamentos integrantes da UMS, acredita-se que a questão possa ser desconsiderada, pois a fiscalização realizada pela CGU/Denasus verificou que todos os equipamentos encontravam-se na UMS vistoriada (fl. 22).

Argumentos às fls. 12-14 do Anexo 2 – Das irregularidades no processo de pagamento e dos pedidos

91. Apesar de estranhar a falta de assinatura na cópia do cheque, o ex-prefeito considera possível a ocorrência na hora de assinar todo o processo de pagamento.

92. Com relação ao pagamento antecipado, o gestor atesta que houve uma falha involuntária e que agiu de boa-fé, lembrando que a própria auditoria reconheceu, as falhas cometidas pela Administração foram de menor potencial ofensivo, não merecendo qualquer penalidade. Explica que diante da pressa do entregador em descontar o pagamento dentro do horário bancário, cometeu o equívoco de receber o bem antes de fazer as devidas conferências. Somente depois de conferir os documentos apresentados verificou a divergência entre o chassi do veículo e o número constante da nota fiscal. Diante de tal situação, o bem foi devolvido e a situação somente foi resolvida dezenove dias após com a correção dos documentos.

93. Reafirma que não tem nenhuma relação com as empresas envolvidas na ‘Operação Sanguessuga’, não podendo responder por irregularidades por elas cometidas.

94. Conclui solicitando que seja declarada a inexistência de qualquer responsabilidade sua nas irregularidades cometidas e que seja julgada improcedente qualquer imputação pelos atos cometidos pelas empresas.

Análise: 95. Quanto à falta de assinatura no processo de pagamento, acredita-se que configure falha

formal, diante da comprovação de compensação do referido cheque, no valor de R$ 6.980,00, no extrato bancário à fl. 459.

96. Permanece configurada a irregularidade apontada quanto ao pagamento antecipado do bem, observando-se em especial que o documento retificador da nota fiscal de aquisição do veículo constante dos autos (fls. 474-475) não contém data ou identificação do recebedor, não sendo possível aferir sua autenticidade ou o momento de sua confecção.

97. Assim como no caso das falhas identificadas nos atestos de recebimento, as falhas identificadas configuram isoladamente falhas formais, entretanto, no presente caso reforçam as evidências de ocorrência de fraude à licitação.

98. Por fim, cabe esclarecer que as imputações ao responsável no presente processo decorrem de seus atos de gestão frente à prefeitura de Alto Paraguai (homologação e adjudicação dos Convites 18 e 19 de 2002 com as irregularidades apontadas nos ofícios de citação e audiência) e não de atos cometidos pelas empresas, embora os responsáveis pelas empresas figurem como responsáveis solidários no caso do superfaturamento verificado.

99. A responsabilidade pela licitação cabe à autoridade superior competente pela homologação, no caso do município ao prefeito (fls. 516-517 e 576-577), ao qual incumbe verificar a legalidade dos atos praticados na licitação, bem como avaliar a conveniência da contratação do objeto licitado pela Administração, uma vez que a homologação equivale à aprovação do certame. Por esse motivo, o procedimento deve ser precedido por um exame criterioso dos atos que integraram o processo licitatório, para que, verificada a existência de algum vício de ilegalidade, anule o processo ou determine seu saneamento, o que não ocorreu no presente processo. Destaca-se que os débitos apurados foram imputados solidariamente aos responsáveis pelo fornecimento dos bem superfaturados bem como às empresas, em razão do disposto no art. 16, § 2º, alínea b, da Lei Orgânica deste Tribunal.

100. O débito imputado ao responsável no presente processo decorre do superfaturamento apurado e demonstrado nos autos (fls. 642-643), conforme esclarecido anteriormente nesta instrução. Acrescenta-se que esse superfaturamento foi facilitado pelas irregularidades questionadas em audiência ao gestor, em especial o fracionamento da licitação que resultou na adoção de modalidade mais restritiva

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 345 e na participação apenas de empresas envolvidas no esquema de fraude na compra de ambulâncias, e a ausência de realização de pesquisa prévia de preços como exige a Lei de Licitações que colaborou para a prática de preço superior ao praticado no mercado, embora as demais falhas apontadas também reforcem as evidências de ocorrência de fraude às licitações.

101. Diante do exposto, não podem ser acolhidos os pedidos de exclusão de responsabilidade formulados pelo responsável.

Comunicações Processuais Ao Congresso Nacional 102. O subitem 9.2.4, conjugado com o 9.2.1, do Acórdão 158/2007–TCU–Plenário, exarado no

TC 021.835/2006-0, deliberou no sentido de o Tribunal remeter os resultados das tomadas de contas especiais decorrentes dos processos incluídos na ‘operação sanguessuga’ ao Congresso Nacional, à medida que forem concluídas.

103. Tendo em vista o expressivo número de processos autuados nessa condição, entende-se não ser producente enviar uma a uma as deliberações correlatas ao tema. Nesse sentido, de forma a operacionalizar o feito, a 2ª Câmara deste Tribunal, por meio do Acórdão 5664/2010, determinou à então 7ª Secex que:

doravante, encaminhe trimestralmente à Secretaria de Planejamento do TCU – Seplan informações consolidadas acerca dos julgamentos das tomadas de contas especiais relativas à chamada ‘Operação Sanguessuga’, para serem incluídas nos relatórios trimestrais de atividades do TCU a serem encaminhados ao Congresso Nacional, como forma de dar cumprimento ao subitem 9.2.4, conjugado com o subitem 9.2.1, do acórdão 158/2007 – Plenário.

104. Posteriormente, mediante o Acórdão 1295/2011, a 2ª Câmara deste Tribunal resolveu efetuar a mesma determinação à unidade técnica responsável pela instrução dos processos relativos à chamada ‘Operação Sanguessuga’. Considerando que, consoante disposto na Portaria Segecex 4, de 11/1/2011, a 4ª Secex ficou responsável pelos processos referentes à aquisição de UMS, esta Secretaria dará cumprimento à mencionada determinação.

Aos Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios e Ministério Público Estadual 105. Conforme demonstrado no subitem 10 às fls. 642-643, além do prejuízo à União restou

configurado dano ao erário municipal no valor de R$ 5.378,72, calculado com base na proporcionalidade de participação financeira do concedente e do convenente. Desse modo, e considerando que a competência do Tribunal, no que concerne à fiscalização de transferências voluntárias, está adstrita aos recursos federais, faz-se necessário encaminhar cópia integral da deliberação que o Tribunal vier a adotar ao Tribunal de Contas responsável pelo controle externo do município em questão, como também ao Ministério Público Estadual competente, para as providências a cargo desses órgãos.

Autorização Antecipada de Parcelamento do Débito 106. Em prestígio a economia e celeridade processual e com lastro na jurisprudência recente

deste Corte de Contas, é oportuno propor ao Tribunal que autorize antecipadamente, para caso o responsável venha a requerer, o parcelamento do débito em até 24 parcelas mensais, com fundamento no art. 26 da Lei Orgânica do TCU c/c o art. 217 do RI/TCU.

Considerações Finais 107. Como já ressaltado ao longo da instrução inicial, por meio da apuração efetivada pelos

órgãos federais competentes, que culminou na chamada ‘Operação Sanguessuga’, levada a termo pela Polícia Federal, foram caracterizadas as responsabilidades e os crimes processados em esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país. As conclusões constantes da Denúncia do Ministério Público Federal – MPF e do Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI apontam que o grupo organizado para fraudar as licitações realizadas pelos convenentes do Ministério da Saúde era composto, na sua base, por empresas da família Vedoin. Os principais responsáveis identificados, tanto pela Polícia Federal, quanto pela CPMI das ambulâncias, foram o Sr. Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que confessaram o esquema de fraudes nos depoimentos prestados à Justiça Federal.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 346

108. Enfatiza-se neste tópico que esse processo, assim como os demais autuados em razão das fiscalizações efetuadas pelo Denasus/CGU, apura fatos gravíssimos, cujos indícios identificados pelos órgãos de controle em centenas de processos caminham no mesmo sentido de confirmar o que foi apurado pela Polícia Federal e, mais tarde, confirmado pelos principais operadores do esquema em depoimentos e interrogatórios judiciais.

109. Nesse diapasão, cabe relembrar as principais consequências, externas e internas a este Tribunal, do que se convencionou denominar ‘Operação Sanguessuga’:

a) prisão preventiva de 48 pessoas e execução de 53 mandados de busca e apreensão; b) apenas em Mato Grosso, foram instaurados 136 inquéritos que resultaram em 435

indiciamentos por diversos crimes, como corrupção passiva, tráfico de influência, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha;

c) oferecimento de Denúncia do Ministério Público Federal, e acatada pela Justiça Federal do Estado do Mato Grosso, contra 88 responsáveis;

d) criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigação dos fatos (CPMI das ambulâncias);

e) execução de fiscalizações realizadas pelo Denasus/CGU em 1.454 convênios federais firmados com o objetivo de adquirir unidades móveis de saúde;

f) encaminhamento desses 1.454 processos provenientes das fiscalizações mencionados a este Tribunal.

110. Como resultado das medidas acima e com fundamento nas conclusões contidas no Relatório da CPMI das ambulâncias, podem ser firmadas as seguintes conclusões acerca do esquema de fraudes verificado:

a) monitoramento e manipulação das emendas apresentadas por parlamentares; b) encaminhamento, por parte dos envolvidos no esquema, dos projetos sem os quais não

seria possível a descentralização dos recursos públicos pelo Ministério da Saúde; c) participação de uma rede extensa e complexa de empresas (algumas apenas de fachada

e/ou operadas por ‘laranjas’) que, de alguma forma, participavam das licitações no intuito de fraudar os processos e garantir o resultado almejado;

d) participação dos então prefeitos, parlamentares e servidores no Ministério da Saúde na operação do esquema;

e) superfaturamento e/ou inexecução total ou parcial dos objetos contratados. 111. É evidente que nos processos de fiscalização do Denasus/CGU autuados nesta Corte, como

Representação ou TCE, as irregularidades acima se apresentam, muitas das vezes, por meio de evidências, como ausência de determinados documentos ou de procedimentos determinados em lei e mediante a ocorrência de ‘coincidências’ que excedem os limites da razoabilidade (bom senso). Tais descumprimentos de norma revelam restrição à competitividade, superfaturamento, direcionamento de objeto, simulação de competitividade, aceitação de propostas sem atendimento às exigências editalícias, indícios de apresentação de propostas fraudulentas, inexecução total ou parcial dos objetos contratuais, entre outras irregularidades.

112. Ademais, é de se concluir que o grupo que se constituiu a fim de se beneficiar da venda fraudulenta de ambulâncias, durante os anos em que atuou, adquiriu know-how suficiente para conferir aos procedimentos realizados a aparência mais regular possível, o que exige dos órgãos de controle maior diligência em suas análises e inovações em sua atuação.

113. Deseja-se, pois, deixar claro que estes processos não podem ser analisados individualmente, sem se levar em conta todo o conjunto fático-probatório em que estão inseridos, sob o risco de se avaliar indícios que, se analisados individual e ocasionalmente, poderiam não adquirir o relevo necessário.

114. Diante do todo o exposto, é de se concluir que o Sr. Alcenor Alves de Souza não logrou afastar os indícios de superfaturamento e as irregularidades questionadas em sua audiência. Foram acolhidos os argumentos de defesa apresentados por Enir Rodrigues de Jesus, representada pela Defensoria Pública da União, para excluir sua responsabilidade dos autos. Embora não tenha apresentado

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 347 alegações de defesa, propõe-se que seja excluída dos autos também a responsabilidade de Leonildo de Andrade. A Klass Comércio e Representação Ltda., e o Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin permaneceram silentes, fazendo-se operar contra eles os efeitos da revelia, reputando-se verdadeiros os fatos afirmados (art. 319 do CPC), prosseguindo-se o feito até final julgamento, consoante os termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

115. Visto que não existem nos autos elementos que possibilitem reconhecer a boa-fé na conduta dos responsáveis, entende-se, pois, que o ex-prefeito deve, desde logo, ter suas contas julgadas irregulares. Os demais responsáveis, excetuando-se a Srª Enir e o Sr. Leonildo, devem ser condenados solidariamente ao pagamento dos débitos imputados e, ainda, de forma individual, à multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

116. Propõe-se, ainda, em função da rejeição das razões parcial das justificativa interpostas pelo Sr. Alcenor Alves de Souza, que lhe seja aplicada a multa prevista no art. 58, inc. II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

Propostas de Encaminhamento 117. Em vista do exposto, submetem-se os autos à consideração superior, para em seguida

remetê-los, via Ministério Público junto ao Tribunal, ao Ministro Aroldo Cedraz, relator sorteado em face da Questão de Ordem aprovada na Sessão Plenária de 20/05/2009, com a seguinte proposta de mérito:

a. Considerar a empresa Klass Comércio e Representação Ltda. e o Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin revéis;

b. Excluir dos presentes autos as responsabilidades da Srª Enir Rodrigues de Jesus e do Sr. Leonildo de Andrade;

c. Rejeitar as alegações de defesa e as razões de justificativa interpostas pelo então prefeito Alcenor Alves de Souza, com exceção do item ‘c.2’ (existência de vínculo entre as empresas licitantes) questionado no ofício de audiência, cuja defesa foi acolhida;

d. Julgar irregulares as contas do responsável Sr. Alcenor Alves de Souza (CPF: 550.641.087-53), então Prefeito do município de ALTO PARAGUAI/MT, nos termos dos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea c, c/c o art. 209, incisos III, do Regimento Interno;

e. Condenar solidariamente os responsáveis abaixo nominados ao pagamento das importâncias indicadas atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de mora, calculados a partir do fato gerador até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ciência, para que comprovem, perante o TCU o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Saúde – FNS, nos termos do art. 23, inciso III, alínea a, da citada Lei, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno/TCU;

Responsáveis solidários

Débito com a União (90,00%) Data

Aquisição do veículo

(Convite 18/2002)

a. Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985.0001-88), empresa fornecedora do veículo; b. Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), administrador da empresa Klass; c. Alcenor Alves de Souza (CPF: 550.641.087-53), então Prefeito do município de Alto Paraguai/MT.

R$ 39.745,08 2/1/2003

Aquisição de equipamentos

e transformação

(Convite 19/2002)

a. Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), administrador e procurador da empresa Comercial Rodrigues; b. Alcenor Alves de Souza (CPF: 550.641.087-53), então Prefeito do município de Alto Paraguai/MT.

R$ 8.663,41 2/1/2003

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 348

f. Aplicar individualmente aos responsáveis Klass Comércio e Representação Ltda., Leonildo de Andrade, Alcenor Alves de Souza e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do Acórdão até a do efetivo recolhimento, se forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

g. Aplicar ao Sr. Alcenor Alves de Souza a multa prevista no art. 58, inc. II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do Acórdão até a do efetivo recolhimento, se forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

h. Autorizar, antecipadamente, caso seja requerido, o pagamento das dívidas decorrentes em até vinte e quatro parcelas mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno/TCU, fixando-se o vencimento da primeira parcela em quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada trinta dias, devendo incidir sobre cada uma os encargos devidos, na forma prevista na legislação em vigor, alertando os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno/TCU;

i. Autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, caso não atendida a notificação;

j. Remeter cópia integral da deliberação (relatório, voto e acórdão) que o Tribunal vier a adotar aos seguintes órgãos:

j.1 Procuradoria da República no Estado do MATO GROSSO, para adoção das medidas que entender cabíveis, com base no art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992;

j.2 Tribunal de Contas do Estado do MATO GROSSO e ao Ministério Público Estadual daquele Estado, considerando haver indícios de prejuízo aos cofres do Município de Alto Paraguai/MT;

j.3 Fundo Nacional de Saúde – FNS, para as providencias julgadas pertinentes; j.4 Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS; e j.5 Secretário-Executivo da Controladoria-Geral da União da Presidência da República –

CGU/PR. [...]”. 6. O Ministério Público junto a este Tribunal, no parecer acostado à fl. 733, v. 3, manifesta-se de acordo com a proposta da unidade técnica às fls. 728/730, v. 3, ressalvando a sugestão de sanção ao Sr. Leonildo de Andrade, visto que a instrução e o encaminhamento da 4ª Secex propõem a exclusão de sua responsabilidade É o Relatório.

VOTO

Conforme registrado no relatório precedente, esta tomada de contas especial (TCE) trata de irregularidades na execução do Convênio 1854/2002, firmado entre o Ministério da Saúde e o Município de Alto Paraguai, com o objetivo de dar apoio técnico e financeiro àquela edilidade para a aquisição de unidade móvel de saúde do tipo ônibus com consultório médico-odontológico (UMS), visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS.

2. A autuação destes autos está relacionada à auditoria realizada em conjunto pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus e pela Controladoria-Geral da União – CGU e à “Operação Sanguessuga”, deflagrada pela Polícia Federal para investigar fraudes em licitações e superfaturamento na aquisição de ambulâncias.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 349 3. No rol de responsáveis constam Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito, a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., Luiz Antonio Trevisan Vedoin, Leonildo de Andrade e Enir Rodrigues de Jesus, estes últimos três ligados a empresas envolvidas no esquema de fraude a licitações desvendado pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga.

4. O valor total conveniado foi de R$ 132.000,00, sendo R$ 118.800,00 transferidos pelo concedente, por meios da ordem bancária 2002OB408902, de 18/12/2002, e R$ 13.200,00 como contrapartida do município.

5. Na instrução preliminar, acostada às fls. 630/652, v. 3, há o histórico dos fatos que culminaram com a deliberação adotada por este Tribunal, por meio do Acórdão 2.451/2007-Plenário, que, entre outras providências, determinou ao Denasus e à CGU que encaminhassem os processos de fiscalização diretamente ao TCU para serem autuados como representação.

6. Mencionada deliberação definiu também que, nos casos em que houvesse indícios de superfaturamento, desvio de finalidade, desvio de recursos ou qualquer outra irregularidade que tenha causado prejuízo aos cofres da União, caberia a este Tribunal convertê-los em tomada de contas especial, o que ocorreu na situação sob análise.

7. A instrução preliminar traz, também, a definição da responsabilização das empresas envolvidas nos casos relacionados à Operação Sanguessuga, inclusive com a justificação para a desconsideração da personalidade jurídica das empresas contratadas, nas situações em que ficasse claramente evidenciada a utilização do anteparo protetor das pessoas jurídicas para a prática de atos fraudulentos e abusivos, no intuito de desviar recursos públicos (subitens 6.1 e 6.2 da instrução às fls. 633v/639v, v. 3).

8. A análise dos elementos relacionados no TC 013.827/2002-1, da denúncia do Ministério Público Federal do Estado do Mato Grosso, constante do TC 014.415/2004-0, dos interrogatórios judiciais prestados pelos Sres Darci José Vedoin e Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Justiça Federal do Estado de Mato Grosso, do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI das ambulâncias), e dos demais elementos que compõem o presente processo, evidenciou as irregularidades descritas nos quadros reproduzidos às fls. 643v/649v, v. 3, e possibilitou a definição da responsabilidade dos envolvidos (fls.640/641v, daquele mesmo volume).

9. Com fundamento nas informações mencionadas no item precedente, a 7ª Secex propôs a citação de Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito, solidariamente com a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., Luiz Antonio Trevisan Vedoin, Leonildo de Andrade e Enir Rodrigues de Jesus, em decorrência do superfaturamento verificado na aquisição da unidade móvel de saúde adquirida com recursos recebidos por força do convênio 1.854/2002, firmado com o Ministério da Saúde.

10. Pela transformação do veículo e pela aquisição de equipamentos, propôs a citação da Srª Enir Rodrigues de Jesus (empresária) e do Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin (administrador de fato e procurador da empresa Klass Comércio e Representação Ltda.), solidariamente com o ex-prefeito.

11. Foi proposta, ainda, à fl. 651, v. 13ª audiência do Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito da municipalidade, para que apresentasse razões de justificativa quanto às irregularidades listadas no subitem 12.1.2 da instrução transcrita no Relatório precedente.

12. A audiência e citações foram realizadas por meio dos ofícios acostados às fls. 653/676, v. 3, edital às fls. 687 e 689, v. 3, ARs acostados às fls. 677/680, 683 e 698, v. 3.

13. O Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin e a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., apesar de ter autorizadas as prorrogações de prazos por eles solicitadas, deixaram transcorrer in albis o prazo para apresentarem defesa ou para comprovarem o recolhimento do débito cuja responsabilidade lhes é atribuída, operando-se contra eles os efeitos da revelia, devendo ser dado prosseguimento ao processo, com base no material probatório existente nos autos, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 350 14. Quanto ao Sr. Leonildo Andrade, a unidade técnica propõe a exclusão de sua responsabilidade dos presentes autos, em razão dos seguintes elementos:

a) os itens 6.2.7 a 6.2.11 da instrução anterior contêm elementos suficientes para se constatar que o Sr. Leonildo, de fato, não passou de um “laranja”, ou seja, emprestou seu nome apenas para a constituição da empresa Klass;

b) os documentos relativos à licitação (fls. 300/315, v.p.) não contêm qualquer evidência que demonstre que o Sr. Leonildo teve participação na condução do processo licitatório que levou à contratação da empresa Klass no caso concreto;

c) o seu endereço é desconhecido. Todas as tentativas de entrega dos ofícios deste Tribunal restaram infrutíferas, razão pela qual o responsável tem sido chamado mediante edital permanecendo, todavia, revel, em todos os processos;

d) no âmbito do TC 020.544/2009- 3, onde o referido responsável também foi citado, o Serviço de Administração da 7ª Secex obteve informações de que este é pessoa pobre e não demonstra ter conhecimento dos fatos que o envolvem;

e) em contato telefônico com o referido responsável, o mesmo afirmou ter sido vítima do esquema fraudulento que se utilizou de seus documentos pessoais por ele perdidos;

d) em tentativas de entregas dos ofícios de citação pelos correios e pela própria Secex/MT, em apoio à 7ª Secex, foi constatado que o Sr. Leonildo mora em lugar ermo e violento. Por meio de contato telefônico com a Defensoria Pública no estado do Mato Grosso e com o filho do Sr. Leonildo, o Serviço de Administração da 4ª Secex obteve a informação de que o responsável estaria solicitando o auxílio da Defensoria Pública para defendê-lo.

15. Ante essas informações, e considerando o reconhecimento de que o Sr. Leonildo de Andrade, em razão de sua baixa escolaridade e da precariedade de sua condição econômica, não participou das irregularidades, foi ludibriado e tornou-se vítima do mentor do esquema de fraudes, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, depreendo que este estaria na mesma situação de Maria Loedir de Jesus Lara e Enir Rodrigues de Jesus, empregadas domésticas do articulador das fraudes, que também foram excluídas de outros processos relativos à Operação Sanguessuga (acórdãos 5.324/2011, 5.323/2011, 4.776/2011, 4.226/2011 e 3.015/2011, todos da 2ª Câmara).

16. Acolho, portanto, a proposta da unidade técnica e Ministério Público junto a este Tribunal, para afastar a responsabilidade do referido senhor deste processo.

17. O Sr. Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito, apresentou defesa às fls. 2/14, anexo 2, seguidas pelos argumentos apresentados pela Defensoria Pública da União no Distrito Federal em nome de Enir Rodrigues de Jesus (fls. 16/21, anexo 2).

18. A unidade técnica analisou a documentação apresentada pelos responsáveis que se defenderam, produzindo a instrução transcrita no relatório precedente, cujas conclusões, endossadas, no essencial, pelo Ministério Público junto a este Tribunal, por percucientes, acolho e as incorporo às minhas razões de decidir neste processo, sem prejuízo de tecer as considerações a seguir aduzidas.

19. O Defensor Público Federal, em nome da Srª Enir Rodrigues de Jesus, acostou aos autos as mesmas alegações de defesa já apreciadas em diversas assentadas por este Tribunal que, acolhendo os seus fundamentos, excluiu a responsável da relação processual (Acórdão 3015/2011, 4.226/2011, 4.776/2011, 5.323/2011 e 5.324/2011, todos da 2ª Câmara).

20. Já o Ex-dirigente municipal, alega em essência, que:

a) afastou-se da administração municipal em plena vigência do convênio, sendo que todos os documentos necessários à prestação de contas ficaram na Prefeitura. Assim, caberia ao sucessor prestar contas tempestivamente;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 351 b) todos os bens descritos foram adquiridos, na forma e na especificação previstas no convênio, após regulares licitações, tendo cumprido a função de servir aos munícipes;

c) na elaboração do plano de trabalho solicitou valores de mercado a empresas localizadas em Cuiabá, no Paraná e no Rio Grande do Sul. As empresas de outros estados não retornaram à solicitação. Como não foram localizadas empresas em Cuiabá que fornecessem a UMS pronta, considerou o fornecimento do veículo e a instalação dos equipamentos separadamente;

d) na oportunidade, verificou, por meio de pesquisa na internet, que os preços dos veículos em outros estados eram quase 100% superiores aos fornecidos em Mato Grosso, além de outras vantagens que são descritas no subitem 43 da instrução;

e) o preço obtido na compra dos produtos foi muito próximo do valor aprovado pela equipe do Ministério da Saúde e que não poderia contestar esses valores avaliados e aprovados pela fundação Nacional de Saúde;

f) repudia qualquer ato de conluio que possa ter havido entre as empresas participantes da licitação, ratifica que em momento algum praticou qualquer ato ilícito, bem como que tenha envolvimento com a Operação Sanguessuga.

g) à época das licitações não dispunha das informações hoje disponíveis e foi totalmente iludido pela boa-fé e que não houve qualquer irregularidade de sua parte na realização dos dois procedimentos licitatórios;

h) não tem condições de explicar nem de justificar a falta da documentação questionada. De acordo com o edital, não houve a dispensa de qualquer dos documentos exigidos para habilitação e que tem convicção de que tais documentos faziam parte do envelope de habilitação jurídica das empresas;

i) quanto às irregularidades no atesto de recebimento dos bens assegura ser impossível, passados quase oito anos, identificar o responsável pelo recebimento da UMS. Com relação aos equipamentos, alega que no ato da entrega foram conferidos todos os itens e não se constatou a falta de nenhum daqueles constantes no Plano de Trabalho.

j) quanto ao pagamento antecipado, alega que houve falha involuntária e que agiu de boa-fé. Lembra que a própria administração reconheceu que as impropriedades foram de menor potencial ofensivo, não merecendo qualquer penalidade.

21. A unidade técnica, com a anuência do MP/TCU, considerou improcedentes os argumentos do ex-dirigente municipal, por entender que:

a) o prefeito sucessor cumpriu com a sua obrigação de prestar contas dos recursos do convênio, conforme documentos encaminhados em 29/12/2003 (fls. 156/244, v. p.) e complementações posteriores (fls. 273/328, v. p., e 403/611, v. 2);

b) o responsável não comprovou a alegada realização das pesquisas de preço;

c) o argumento de que os preços se encontravam dentro do que havia sido estipulado pelo Ministério da Saúde não merece prosperar, vez que o Ministério Público, a Polícia Federal e a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito concluíram que havia a participação efetiva de servidores do Órgão no esquema que levou às fraudes verificadas;

d) as justificativas apresentadas para explicar a diferença de preços não podem ser aceitas, já que as pesquisas empreendidas pelos órgãos de controle demonstram que os valores praticados no município encontravam-se muito superiores aos de mercado;

e) o valor do débito imputado ao responsável está referendado pela “Metodologia de Cálculo do Débito”, disponível no sítio eletrônico do TCU, e informado aos responsáveis nos ofícios citatórios e na instrução anterior;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 352 f) há fortes indícios nos autos da ocorrência e fraude na execução do convênio, facilitadas pela prática de atos irregulares, como o fracionamento da despesa, o chamamento ao certame apenas de empresas envolvidas no esquema, a ausência de pesquisa prévia de preços, a ausência de documentação de habilitação das empresas participantes do convite, entre outros;

g) parte das evidências citadas que denotam vínculo entre as empresas participantes do esquema de fraudes a licitações de ambulâncias não era conhecida à época dos convites analisados. Entretanto, a ausência de documentos de habilitação conforme mencionado reforçam o conjunto expressivo de evidências constantes nos autos, apontando no sentido da ocorrência do ilícito também neste processo;

h) quanto às irregularidades no atesto do recebimento dos bens e pagamentos, assegura que configuram, de fato, isoladamente falhas formais, entretanto, no presente caso, reforçam as evidências de ocorrência de fraude à licitação.

22. Endosso integralmente as análises e conclusões da unidade técnica. Os elementos contidos no processo demonstram concretamente o que ocorreu, tudo isso fruto de um trabalho preparatório bem conduzido pela 7ª Secex de extrair de forma adequada as informações trazidas pela auditoria Denasus/CGU.

23. Outro ponto a destacar é a preocupação de bem delinear a atuação de cada um dos agentes arrolados no esquema fraudulento de compra de unidades móveis de saúde, trazendo elementos incontestáveis quanto à efetiva participação dos responsáveis em cada um dos processos de TCE instaurados.

24. Quanto à responsabilização da Srª Enir Rodrigues de Jesus, concordo que os elementos de defesa trazidos de forma elucidativa pelo Defensor Público Federal, em representação dessa defendente, já acolhidos por este Tribunal nos termos do acórdão 3015/2011-TCU-2ª Câmara e nos acórdãos posteriores mencionados neste Voto, são suficientes para sua exclusão da relação processual também neste processo, a exemplo do que já foi proposto em relação ao Sr. Leonildo Andrade.

25. No que tange aos demais arrolados, depreendo que estão presentes todos os elementos necessários para o julgamento das suas contas pela irregularidade, com fundamento na alínea c do art. 16, inciso III da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, com a condenação em débito pelos valores definidos na alínea e, do item 117 da instrução à fl. 729, v. 3, do responsável, Sr. Alcenor Alves de Souza, solidariamente com o Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin e com a empresa Klass Comércio e Representação Ltda.

26. Considero, ainda, apropriada a aplicação da multa prevista nos arts. 19, caput, in fine, e 57 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, aos responsáveis, vez que as suas condutas contribuíram para a concretização do dano ao Erário.

27. Em face do montante atualizado do débito e da gravidade dos fatos apurados, fixo em R$ 8.000,00 (oito mil reais) o valor da multa a ser aplicada, individualmente, à empresa Klass Comércio e Representação Ltda. e ao Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin.

28. Já em relação ao ex-prefeito Sr. Alcenor Alves de Souza, para a fixação do valor da multa deve ser observado não só o montante dos débitos atualizados, como também as irregularidades que foram objeto da audiência realizada por este Tribunal e que não foram ilididas por este responsável. Assim, fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais) o valor da multa.

29. Entendo, ainda, apropriado, autorizar antecipadamente, caso venha a ser solicitado, o pagamento das dívidas em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais sucessivas, a primeira a vencer em 15 (quinze) dias após a notificação e as demais, a cada trinta dias, com a incidência dos devidos encargos legais sobre cada uma delas e com o alerta de que a falta de comprovação de recolhimento de qualquer parcela acarretará vencimento antecipado do saldo devedor.

30. Por fim, entendo adequada a proposta de remessa da cópia integral da deliberação (relatório, voto e acórdão), à Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso, ao Tribunal de Contas do Estado do

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 353 Mato Grosso, ao Ministério Público do Estado do Mato Grosso, ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e à Controladoria-Geral da União da Presidência da República (CGU/PR).

Ante o exposto, manifesto-me por que o Tribunal aprove o acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9916/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 020.564/2009-6 (com 3 volumes e 2 anexos). 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Alcenor Alves de Souza, ex-Prefeito (CPF 550.641.087-53), Luiz Antonio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68), Leonildo de Andrade (CPF 154.695.258-64) Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72) e Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985.0001-88). 4. Unidade: Prefeitura Municipal de Alto Paraguai/MT. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado 7. Unidade Técnica: 7ª Secex e 4ª Secex. 8. Advogados constituídos nos autos: Valber Melo (OAB/MT 8.927), Luiz Mário do Nascimento Junior (OAB/MT 12.886), Luiz Marcelo Dias Martins (Defensor Público Federal). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial, oriunda da conversão de processo de representação autuado no Tribunal a partir de relatório de fiscalização decorrente de auditoria realizada em conjunto pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), na Prefeitura Municipal Alto Paraguai/MT, com a finalidade de verificar a execução do convênio 1854/2002, celebrado com o Ministério da Saúde, no valor total de R$ 132.000,00 (cento e trinta e dois mil reais), sendo R$ 118.800,00 (cento e dezoito mil e oitocentos reais), transferidos pelo concedente, por meio das ordem bancária 2002OB408902, de 18/12/2002, e R$ 13.200,00 como contrapartida do município, cujo objeto foi a aquisição uma unidade móvel de saúde do tipo ônibus com consultório médico-odontológico (UMS). ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea c; 19, caput; 23, inciso III; e 57 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, em: 9.1. excluir da relação processual as Sra Enir Rodrigues de Jesus e o Sr. Leonildo Andrade; 9.2. . julgar irregulares as presentes contas; 9.3. condenar o Alcenor Alves de Souza, solidariamente com o Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin e com a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., ao pagamento da quantia de R$ 39.745,08 (trinta e nove mil setecentos e quarenta e cinco reais e oito centavos), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, a, do Regimento Interno), o recolhimento da quantia, aos cofres do Fundo Nacional de Saúde (FNS), acrescida dos encargos legais pertinentes, calculados a partir de 2/1/2003, até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor; 9.4. condenar o Alcenor Alves de Souza, solidariamente com o Sr. Luiz Antonio Trevisan Vedoin, ao pagamento da quantia de R$ 8.663,41 (oito mil seiscentos e sessenta e três reais e quarenta e um centavos), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, a, do Regimento Interno), o recolhimento da quantia, aos cofres do Fundo Nacional

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 354 de Saúde (FNS), acrescida dos encargos legais pertinentes, calculados a partir de 2/1/2003, até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor; 9.5. aplicar, individualmente, aos responsáveis Alcenor Alves de Souza, Luiz Antonio Trevisan Vedoin e a empresa Klass Comércio e Representação Ltda. a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, nos valores de R$ 10.000,00 (dez mil reais), 8.000,00 (oito mil reais) e R$ 8.000,00 (oito mil reais), respectivamente, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea a do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor; 9.6. autorizar, antecipadamente, caso seja requerido, o pagamento das dívidas decorrentes em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do Regimento Interno/TCU, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada uma os encargos devidos, na forma prevista na legislação em vigor, alertando os responsáveis que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno/TCU; 9.7. autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, caso não atendida a notificação; 9.8. com fundamento no § 3º do art. 16, da Lei 8.443/1992, encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso; 9.9. encaminhar cópia do presente acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam ao Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso, ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso, ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e à Controladoria-Geral da União da Presidência da República (CGU/PR). 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9916-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 021.420/2009-0 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Prefeitura de Messias/AL. Responsáveis: Jarbas Maya de Omena Filho, ex-prefeito (CPF 411.756.114-68), ex-prefeito; Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985/0001-88); Leonildo de Andrade, sócio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 355

administrador (CPF 154.695.258-64); e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, administrador de fato e procurador (CPF 594.563.531-68). Advogados constituídos nos autos: Diogo Prata Lima (OAB/AL 8.222), Válber da Silva Melo (OAB/MT 8.927), Luiz Mário do Nascimento Júnior (OAB/MT 12.886) e Isabella Karen Araújo Simões (defensora pública da União). Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. OPERAÇÃO SANGUESSUGA. CONVÊNIO. SUPERFATURAMENTO NA AQUISIÇÃO DE UNIDADE MÓVEL DE SAÚDE. PROCEDÊNCA DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA DE UM RESPONSÁVEL. EXCLUSÃO DO PROCESSO. IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA DE TRÊS OUTROS RESPONSÁVEIS. IRREGULARIDADE, DÉBITO E MULTA.

RELATÓRIO

Com base no relatório de auditoria 4.584, elaborado pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus e pela Controladoria-Geral da União – CGU a partir da denominada “Operação Sanguessuga”, deflagrada pelo Departamento de Polícia Federal – DPF para investigar fraudes na aquisição de unidades móveis de saúde – UMS, e com fulcro em autorização concedida pelo acórdão 2.451/2007 – Plenário, representação do Ministério da Saúde foi convertida em tomada de contas especial de Jarbas Maya de Omena Filho, ex-prefeito de Messias/AL, em virtude de irregularidades na execução do convênio 844/2002 (Siafi 454.247), por intermédio do qual foram transferidos R$ 80.000,00 (fl. 64) do Fundo Nacional de Saúde – FNS, em 18/12/2002, para aquisição de uma UMS, do tipo ônibus, com consultório médico-odontológico. 2. Ao examinar a matéria, a unidade técnica responsável, com fulcro na metodologia desenvolvida pelo TCU em conjunto com a CGU e com o Denasus para análise de preços de UMS, apurou a ocorrência, na aquisição do veículo, de superfaturamento no valor histórico de R$ 18.093,18. Além disso, constatou a ocorrência das seguintes irregularidades: (i) homologação e adjudicação dos convites 8 e 9/2002 com fortes indícios de fraude e direcionamento (falta de autuação de processo, ausência de parecer jurídico prévio, ausência de pesquisa prévia de preços, falta de exigência de comprovação de regularidade fiscal, habilitação irregular de licitantes, ausência de identificação dos signatários das propostas, apresentação de proposta sem indicação de preços unitários, fracionamento de licitação e divergência no pagamento da contrapartida); e (ii) ausência de atestação e identificação do convênio nas notas fiscais emitidas pelas empresas vencedoras dos certames. 3. Registrou a unidade técnica, ainda, que a empresa fornecedora do veículo adquirido consta da lista de firmas participantes do esquema de fraudes em licitações para aquisição de unidades móveis de saúde identificado na “Operação Sanguessuga”. 4. Além disso, diante da constatação, na aludida operação policial, da existência de empresas de fachada e da utilização de “laranjas” no esquema de fraudes, lembrou a Secretaria a necessidade de ser aplicada a tese da desconsideração da pessoa jurídica. 5. Por tais razões, a unidade técnica efetuou audiência prévia do ex-prefeito Jarbas Maya de Omena Filho, em virtude das ocorrências apontadas no item 2 acima, e a citação solidária daquele ex-dirigente municipal, solidariamente com Klass Comércio e Representação Ltda., fornecedora do veículo adquirido; Leonildo de Andrade, sócio-administrador daquela empresa; e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, administrador de fato e representante legal da mesma firma, pelo débito de R$ 8.093,18 decorrente do superfaturamento verificado na aquisição da UMS; e solidariamente com Enir Rodrigues de Jesus, responsável pela Comercial Rodrigues EPP, e com Luiz Antonio Trevisan Vedoin, administrador de fato e procurador daquela firma, pelo débito de R$ 8.320,50 oriundo do superfaturamento apurado na transformação da ambulância.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 356 6. As alegações de defesa e justificativas apresentadas foram analisadas pela 4ª Secretaria de Controle Externo – Secex/4 nos seguintes termos (fls. 280/302 do volume 1):

“Alegações de defesa e razões de justificativa do Sr. Jarbas Maya de Omena Filho, então prefeito de Messias/AL (fls. 199-207), acompanhadas dos elementos de prova juntados às fls. 209-225

Argumentos às fls. 199-201 – Dos fatos Após breve histórico do processo e contextualização dos fatos, o responsável informou que

antes mesmo de promover os processos licitatórios destinados à aquisição do objeto do Convênio 844/2002, o município recebeu a visita de representantes das empresas participantes dos convites interessados em se inscreverem no cadastro municipal de fornecedores, provavelmente em decorrência da publicação do extrato do referido convênio no Diário Oficial da União. Destaca que “naquela ocasião não se conhecia o esquema perpetrado pelas empresas do Sr. Vedoin, que desencadeou a operação sanguessuga”.

Acrescenta que desconhece, ainda hoje, a existência no Estado de Alagoas de empresa especializada para fazer as adaptações necessárias à montagem de unidade móvel de saúde, e que este foi o motivo preponderante para a realização do certame na forma de dois convites, um com vistas à aquisição do ônibus e outro dos equipamentos e transformação, em consonância com o disposto no § 1º, do art. 23, da Lei 8.666/93 e com a participação das empresas constantes do Cadastro Municipal de Fornecedores do Município de Messias, das quais não se conhecia à época qualquer irregularidade.

Análise Quanto ao fracionamento da licitação (item a.8 da audiência ao gestor) é entendimento

pacífico deste Tribunal que a preterição indevida do procedimento de aquisição mais amplo, que leve em conta o valor total estimado do objeto, caracteriza fuga à modalidade licitatória adequada e fracionamento irregular da despesa (Acórdãos 1482/2005, 1568/2007, 329/2008, da 2ª Câmara, 114/2008, 2428/2008, 3550/2008, 3172/2007, da 1ª Câmara, e 139/2007 do Plenário).

No caso em questão, o valor total de aquisição da UMS foi R$ 88.000,00 (R$ 54.800,00 do veículo e R$ 33.200,00 dos equipamentos e da transformação), valor que exigia a realização de Tomada de Preços, conforme estabelece o art. 23, II, b e parágrafo segundo, da Lei 8.666/93. Assim, conforme os termos da Lei, caso fosse necessário realizar duas licitações distintas, ambas deveriam ter sido realizadas na modalidade Tomada de Preços, preservando a modalidade pertinente para a execução do objeto licitado de forma a não restringir a competitividade do certame, pois a realização de procedimento na modalidade convite tem divulgação e alcance bastante inferiores à da tomada de preço.

Cabe destacar que diversos municípios alagoanos adquiriram, inclusive à época da vigência do convênio ora analisado, veículos transformados em unidades móveis de saúde diretamente de concessionárias, sem que fosse apurado superfaturamento nos valores praticados, a exemplo das UMS adquiridas por meio de recursos dos convênios Siafi 433547, 456158, 503726, 503727, entre outros.

Quanto a este ponto, fica claro a partir dos depoimentos dos envolvidos à CPMI das ambulâncias e no âmbito dos processos em curso na Justiça, nos quais se utilizaram do instituto da delação premiada, que o esquema fraudulento, conhecido como Operação Sanguessuga, baseava-se na realização das licitações, preferencialmente por meio de convite, de forma a facilitar seu direcionamento ao grupo operador da fraude. Tendo a possibilidade de ampliar a publicidade do certame, o então gestor optou por restringi-la apenas às empresas envolvidas, às quais, segundo ele, cadastraram-se voluntariamente. Além disso, as irregularidades constatadas nos procedimentos licitatórios, objeto de audiência ao gestor, contribuíram com a ocorrência do débito verificado, em especial a ausência de pesquisa prévia de preços, o descuido na verificação da habilitação das empresas participantes e a adoção de modalidade licitatória mais restritiva.

Cabe destacar, como sinal de que o gestor tinha conhecimento das relações promíscuas entre os sócios das empresas Klass e Comercial Rodrigues, vencedoras dos certames, a existência

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 357

de um pagamento efetuado à empresa Klass, no valor de R$ 8.000,00 (fl. 101), que, na realidade, era devido à empresa Comercial Rodrigues, conforme demonstra o quadro abaixo. A presença nos autos do comprovante bancário do pagamento indevido dos R$ 8.000,00 à Klass (fl. 101) e de recibo referente ao recebimento da referida importância em nome da Comercial Rodrigues (fl. 106), reforçam os indícios da ocorrência de fraude e montagem do processo.

Pagamentos Comprovante Notas Fiscais Recibos R$ 54.800,00, em

24/12/2002 Extrato bancário (fl.

102) nº 379, no valor de

R$ 54.800,00, emitida em 23/12/2002 (fl.

104)

Emitido pela Klass, em 23/12/2002 (fl. 103)

R$ 25.200,00, em 24/12/2002

Extrato bancário (fl. 102) nº 597 e 598, no valor

de R$ 33.200,00, emitida em

23/12/2002 (fls. 107-108)

Emitido pela Comercial Rodrigues, em 23/12/2002

(fl. 105) R$ 8.000,00, em

16/5/2003 Extrato bancário (fl. 100) e comprovante

de depósito em nome da Klass (fl. 101)

Emitido pela Comercial Rodrigues, em 17/5/2003

(fl. 106)

Os argumentos apresentados não podem ser acolhidos, pois resta claro que a inobservância das normas vigentes contribuiu com a atuação do grupo de empresas responsável pela fraude, evidenciada pelo superfaturamento verificado e demonstrado às fls. 150-151. As demais irregularidades questionadas em audiência, excetuado o item “a.8” ora analisado, serão objeto de item específico desta instrução.

Argumentos às fls. 201-204 – Dos preços dos bens O responsável argumenta que a auditoria realizada pela CGU entre 20 e 21/9/2001 não

identificou prejuízo ao Erário, ao contrário, concluiu que os preços praticados foram inferiores aos de mercado, resultando numa economia de R$ 5.546,29 (fl. 17) e acrescenta que tal posicionamento foi corroborado pelo Ministério da Saúde, o qual aprovou a prestação de contas do convênio em análise mediante Parecer Gescon 702, de 10/2/2004 (fl. 133).

O ex-gestor afirma que após quase nove anos da execução do Convênio 844/2002, esta Corte de Contas aduziu que o ônibus adquirido para funcionar como unidade móvel de saúde teve seu preço superfaturado em R$ 19.902,50, conforme demonstrado à fl. 151.

Com vistas a demonstrar que o superfaturamento apontado pelo TCU não corresponde à realidade local, apresenta diversas cotações de preço para ônibus com as mesmas descrições técnicas do veículo adquirido com recursos do convênio (ônibus Mercedes Benz OF 1620, ano 1995):

a) R$ 55.000,00, em dezembro de 2002 (consulta realizada à empresa Rodrigues Auto Peças, sediada em Maceió/AL, em 27/1/2011 à fl. 210);

b) R$ 40.000,00 (consulta realizada pela internet às fls. 211-213); c) R$ 40.000,00 (consulta realizada pela internet às fls. 214-215); d) R$ 58.000,00, para ônibus de mesma marca e modelo, ano 1997 (consulta realizada

pela internet às fls. 216-217). Argumenta que se um veículo do mesmo ano e modelo hoje está avaliado entre R$

40.000,00 e R$ 58.000,00, com dezesseis anos de fabricação, é plausível admitir que não houve

superfaturamento no preço pago pelo ônibus em análise (R$ 54.800,00, em 23/12/2002) visto que o veículo à época tinha apenas sete anos de fabricação. “Esta é a regra do mercado de veículos usados, seja qual for sua categoria”.

Em seguida, destaca que o valor de referência R$ 47.355,00, adotado pelo TCU para aquisição e instalação dos equipamentos médicos objeto do convênio, em confronto com o valor de R$ 33.200,00 efetivamente pagos, demonstra que “a realidade do mercado onde foram feitas as pesquisas não condizem com a realidade do mercado em Alagoas” e afirma que “se houvesse fraude

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 358

nos certames licitatórios, os equipamentos também estariam com preços acima dos preços de mercado, ensejando superfaturamento em todos os procedimentos licitatórios”.

Acrescenta outros fatores que justificam o custo mais elevado no estado: o encargo tributário no estado de Alagoas que está entre os mais altos do país, sendo de 17% a incidência do ICMS e o custo de transporte em função da distância entre o estado e a região sudeste do país onde se encontram as montadoras de veículos.

Além disso, o responsável apresenta em sua defesa o fato de não ter sido citado em reportagem da Revista Veja (fls. 218-225) que elencou os prefeitos que tiveram participação no esquema de fraude, segundo informações do depoimento do Sr. Vedoin prestados à Justiça Federal.

Análise Não obstante as conclusões da referida auditoria empreendida pela CGU pela inexistência

de prejuízo (fl. 26) e a aprovação das referidas contas pelo Ministério da Saúde, mediante o Parecer Gescon 702, de 10/2/2004 (fl. 133), cabe esclarecer que o TCU não está adstrito à opinião de outros órgãos.

Além do mais, este Tribunal não está obrigado a seguir eventual entendimento de outros órgãos da Administração Pública, permitindo concluir de forma diferente, porém, fundamentada. Como manifestado no Acórdão 2.105/2009-TCU-1ª Câmara, “O TCU possui atribuição constitucional para realizar de forma autônoma e independente a apreciação da regularidade das contas dos gestores de bens e direitos da União”. Foram também nesse sentido os seguintes acórdãos desta Corte: 2.331/2008-1ª Câmara, 892/2008-2ª Câmara e 383/2009-Plenário.

Ademais, o órgão concedente não dispunha, até aquele momento, de metodologia adequada para avaliação dos custos dos veículos, adaptações e equipamentos e a metodologia inicialmente utilizada pela CGU na Auditoria 4584 (fls. 4-26) foi posteriormente aperfeiçoada.

Inicialmente, cabe tecer alguns esclarecimentos acerca da metodologia de cálculo utilizada pelo Tribunal para aferir o superfaturamento ora analisado. Os critérios utilizados encontram-se definidos na “Metodologia de Cálculo do Débito”, disponível no sítio eletrônico do TCU, e informada aos responsáveis nos ofícios citatórios e na instrução anterior (fls. 151 e 162), mediante o seguinte endereço eletrônico:

http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/tce/operacao_sanguessuga/metodologia_calculo_superfaturamento.doc

Resumidamente, a metodologia utilizada consistiu em estabelecer, por meio de pesquisa de mercado empreendida pela CGU e pelo Denasus, os preços de mercado ou de referência a serem utilizados como base de comparação para o cálculo do superfaturamento, bem como definir critérios objetivos que possibilitassem a comparação desses preços com os praticados em cada caso concreto.

Definiu-se o preço de mercado de uma unidade móvel de saúde (UMS) como a soma de três componentes: o preço do veículo, o custo de transformação do veículo em UMS e o custo dos equipamentos a ela incorporados. No presente caso, assim como na maior parte dos convênios destinados à compra de Unidades Móveis de Saúde em análise neste Tribunal, a compra foi fracionada em dois procedimentos licitatórios distintos: o Convite 8/2002 destinado à aquisição do ônibus para adaptação da UMS e o Convite 9/2002 para aquisição dos equipamentos dos consultórios médicos e odontológicos.

Quanto à origem do valor de referência do veículo adotado, cabem os seguintes esclarecimentos. Sempre que possível são adotados os preços dos veículos fornecidos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe, os quais são obtidos a partir de visitas em mais de 320 lojas de usados e concessionários autorizados, tradicionais feiras de veículos usados, principais jornais e revistas, de todo o Brasil, especializados em classificados de veículos e contatos por telefone em todo o país, constituindo o mais completo estudo no gênero. No caso em questão, tratando-se de ônibus usado não disponível diretamente na tabela da Fipe, a metodologia determina que se adote como preço de mercado o valor do veículo constante da tabela de valores de referência para cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), fornecida pela Secretaria de Fazenda do Estado de Rondônia (Sefaz/RO), no ano de sua aquisição (item 1.i da

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 359

Metodologia de Cálculo disponível no endereço eletrônico indicado anteriormente nesta instrução). Cabe destacar que os valores que servem de base de cálculo para cobrança do IPVA da maioria dos estados é calculada pela FIPE regionalmente. Consulta em 15/4/2011 ao endereço eletrônico da FIPE (http://www.fipe.org.br/web/index.asp?aspx=/web/indices/veiculos/introducao.aspx) informa que a instituição prestava o referido serviço para 24 estados (AC, AL, AP, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, SC, SP, SE E TO).

Ressalta-se que a utilização dos valores fornecidos pela instituição como base de cálculo para o estado de Rondônia, além de garantir preços de mercado, beneficia o responsável na medida em que apresenta preços cuja base de cálculo apresenta-se superior à média nacional de preços de veículos, considerando, para tanto, a distância dos grandes centros urbanos, o que eleva consideravelmente o valor do frete.

No TCU, na apuração dos custos das transformações e dos equipamentos utilizados como referência foram também levados em consideração, além dos valores da pesquisa de mercado efetuada por equipes da CGU e do Denasus, os custos praticados em 1.180 convênios celebrados pelo Ministério da Saúde com 655 municípios para a aquisição de ambulâncias e encaminhados a este Tribunal, incluídos os custos operados pelas próprias empresas da Família Vedoin e demais empresas envolvidas.

Por fim, para conferir ainda mais conservadorismo aos critérios adotados, a fim de se avaliar com bastante segurança a existência ou não de superfaturamento, considerou-se a prática de sobrepreço apenas nos casos em que os valores praticados excedessem os valores médios de mercado das unidades móveis de saúde em mais do que 10%, patamar esse aprovado pelo Plenário do TCU mediante Questão de Ordem da Sessão de 20/5/2009. Sobre este valor, calculou-se o valor a ser restituído aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, com base no percentual de participação financeira da União no convênio. Neste ponto, destaca-se que o débito imputado ao responsável pelo TCU é R$ 18.093,18, correspondente à parcela de recursos da União no total do convênio (90,91%), e não R$ 19.902,50 conforme apontado em sua defesa, que corresponde ao débito total, incluída a parcela da contrapartida municipal.

Tendo esclarecido os critérios usados pelo TCU na apuração do superfaturamento, passa-se à análise do valor do veículo.

Observa-se que o cálculo efetuado pela CGU (fl. 25) adotou como valor de referência para o veículo o valor de R$ 31.725,00 a base de cálculo para o IPVA-RO no ano da aquisição, e que reflete os preços médios de mercado à época da aquisição. No TCU, acrescentou-se a esse valor o patamar de 10% aprovado pelo plenário deste Tribunal, levando o valor de referência do veículo para R$ 34.897,50 (fl. 151). Além disso, o cálculo do superfaturamento passou a ser efetuado separadamente, por fornecedor, uma vez que os débitos são imputados de forma individualizada aos responsáveis. Assim, deixou de haver compensação entre as parcelas avaliadas (veículo, transformação e equipamento), não mais se somando todos os componentes de preço de referência para compará-los à soma dos valores de aquisição pagos aos diversos fornecedores.

Esta é a origem da diferença de valores, no presente caso, dos débitos calculados pela CGU/Denasus à fl. 26 e do débito imputado aos responsáveis pelo TCU em decorrência do cálculo efetuado à fl. 151 (R$ 18.093,18).

Com relação às cotações de preço apresentadas pelo responsável a fim de demonstrar que o preço adotado pelo TCU como referência não refletia o preço praticado no mercado, não merecem ser acatadas, pois não tem nem abrangência nem fontes confiáveis o suficiente para se sobrepor à pesquisa de mercado empreendida pela FIPE. Ademais, valores anunciados na internet não representam valores efetivamente praticados, mas apenas valores ofertados.

Abaixo constam os valores atuais fornecidos pela FIPE para cálculo do IPVA 2011 nos estados de SP e AL, a fim de demonstrar que as cotações atuais apresentadas pelo responsável (R$ 40.000,00 a R$ 58.000,00) não refletem o preço médio de mercado para o veículo. Segue também o valor de referência adotado, correspondente ao valor venal para IPVA no estado de RO, ano base 2002 (ano da aquisição).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 360

fontes MARCA/ MODELO

código IPVA

2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992

IPVA/SP 2011

IMP/M.BENZ OF 1620

4122030 49.021

46.565

42.388

38.231

34.380

29.800

26.271

23.313

IPVA/SP 2011 +10%

IMP/M.BENZ OF 1620

4122030 53.923

51.222

46.627

42.054

37.818

32.780

28.898

25.644

IPVA/AL 2011

IMP/M.BENZ OF 1620

4122030 54.988

50.578

46.564

43.000

38.948

35.391

31.212

isento isento isento isento

IPVA/AL 2011+10%

IMP/M.BENZ OF 1620

4122030 60.487

55.636

51.220

47.300

42.843

38.930

34.333

- - - -

IPVA/RO 2002

IMP/M.BENZ OF 1620

4122030 43.753

39.563

35.708

31.725

27.161

24.008

21.219

IPVA/RO 2002+10%

IMP/M.BENZ OF 1620

4122030 48.128

43.519

39.279

34.898

29.877

26.409

23.341

*Os dados foram consultados nos sítios das Secretarias de Fazenda Estaduais nos Estados. Observa-se, portanto, que os preços adotados refletem de fato os praticados no mercado e

estão coerentes com a desvalorização usual no mercado de veículos conforme a idade do veículo, embora o ano de fabricação não seja o único fator a ser considerado. A pesquisa da FIPE, como reflete os preços médios finais praticados na região pesquisada incluídos frete, impostos, entre outros custos indiretos, é o melhor preço de referência.

Quanto ao valor de referência para aquisição dos equipamentos e transformação ser superior ao praticado, ao contrário de indicar a inexistência de fraude como alega o gestor, cabe destacar que decorre da diferença de qualidade dos serviços e equipamentos considerados e praticados. De acordo com o Denasus/CGU, “em várias licitações, foram adquiridos ônibus sucateados, realizadas transformações de péssima qualidade e instalados equipamentos desconhecidos – o que configura montagens do tipo fundo de quintal” (Voto do Relator no Acórdão nº 2.451/2007-Plenário). A esse respeito, a equipe do Denasus/CGU esclareceu que os valores utilizados como referência dos custos de veículo, transformação e montagem, foram baseados em serviços de alto padrão, com materiais de qualidade satisfatória e equipamentos de marcas tradicionais, enquanto as montagens realizadas pelas empresas vencedoras das licitações careciam, muitas vezes, de qualidade aceitável.

Os demais fatores citados pelo ex-gestor, quais sejam, impostos e frete, não podem ser considerados separadamente, uma vez que já estão incluídos nos preços médios de mercado adotados, pois são considerados preços finais ao consumidor.

O fato de o prefeito não ter sido citado na reportagem encaminhada não serve como atestado de regularidade para o prefeito nem o exime das responsabilidades a ele imputadas.

Portanto, não podem ser acatadas as alegações do gestor e resta mantido o superfaturamento demonstrado às fls. 150-151.

Argumentos às fls. 204-205 – Dos atos passíveis de enquadramento na Lei 8.492/92 Inicialmente, discorre o responsável acerca de conceitos, finalidade e alcance da Lei de

Improbidade, para, em seguida, destacar o entendimento do Poder Judiciário no sentido de considerar absolutamente indispensável a existência de prova da consciência e da intenção do agente de promover conduta (comissiva ou omissiva) violadora do dever constitucional de moralidade, especificamente no que concerne aos arts. 9º e 11 da Lei 8.429/92, o que, no caso concreto, não está configurado.

Análise Equivoca-se completamente o defendente acerca da legislação invocável. Tem-se que

grande parte dos excertos jurisprudenciais e doutrinários citados pelo responsável em sua defesa

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 361

trata da responsabilidade civil dos agentes políticos, algo de que não se cogita nesta Tomada de Contas Especial nem se insere na jurisdição própria e privativa desta Corte. A Lei que norteou o chamamento dos responsáveis aos presentes autos foi a Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992 (Lei Orgânica do TCU) e não a Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade administrativa).

É certo que a análise da modalidade de ato de improbidade bem como a aplicação das penas previstas na Lei 8.429/92 independe da aprovação ou da rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas (art. 21 e seus incisos). Convém lembrar que as decisões da Corte de Contas não são judiciais, não vinculando, por essa razão, a atuação do Ministério Público, principal operador do ajuizamento de ações civis públicas por atos de improbidade administrativa no Brasil.

Logo, nestes autos, não se legitima o exame da responsabilidade do defendente sob a ótica da improbidade administrativa. Repise-se, em sede de Tomada de Contas Especial, restringe-se a atuação do Tribunal de Contas da União ao julgamento das contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário. O chamamento ao processo da empresa e de sua sócia não se deram pela gestão de recursos públicos, mas como terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado (art. 16, §2º, b, da Lei Orgânica).

Argumentos às fls. 205-206 – Das impropriedades apontadas nos certames licitatórios O responsável alega que as irregularidades apontadas são equívocos de ordem formal, que

decorrem do despreparo dos funcionários municipais à época dos certames, inclusive no que diz respeito à dispensa de toda a documentação de habilitação nos certames licitatórios prevista no art. 32, §1º, da Lei 8.666/93. No entanto reconhece que tal dispensa é vedada constitucionalmente, em especial quanto às certidões que comprovam a regularidade com a seguridade social.

Mais uma vez reafirma a conclusão do Ministério da Saúde pela aprovação da prestação de contas e destaca que é relevante atentar para o fato de que a unidade móvel de saúde foi adquirida e até hoje vem desempenhando incomensuráveis serviços, levando saúde a população carente do município de Messias.

Análise O responsável limitou-se a considerar as irregularidades apontadas na audiência como

meras formalidades, e a alegar despreparo dos funcionários municipais, não apresentando qualquer outra justificativa.

Restou claro nesta instrução que as irregularidades apontadas na audiência contribuíram para a ocorrência do débito decorrente do superfaturamento apurado, em especial a adoção de procedimento licitatório mais restritivo do que o exigido em lei (itens 12-16 desta instrução), os descuidos na habilitação das empresas participantes dos certames e a ausência de pesquisa prévia de preços.

Não pode ser acatada a justificativa apresentada quanto ao despreparo dos funcionários municipais, visto que a responsabilidade pelo certame cabe à autoridade homologadora, no caso o prefeito. Ademais, há jurisprudência no TCU no sentido que a escolha de subordinados despreparados para o exercício das tarefas inerentes aos cargos que ocupam podem ensejar a responsabilização daquele que os indicou, em razão da culpa in eligendo, oriunda da má escolha do representante ou do subordinado (Acórdão 153/2001 – Segunda Câmara).

Especificamente com relação à responsabilidade pela licitação, cabe à autoridade superior competente pela homologação, no caso do município ao prefeito, verificar a legalidade dos atos praticados na licitação, bem como avaliar a conveniência da contratação do objeto licitado pela Administração, uma vez que a homologação equivale à aprovação do certame. Por esse motivo, o procedimento deve ser precedido por um exame criterioso dos atos que integraram o processo licitatório, para que, verificada a existência de algum vício de ilegalidade, anule o processo ou determine seu saneamento.

Durante sua gestão, o ex-prefeito foi responsável pela apresentação do plano de trabalho (fls. 30-37), pela assinatura do Convênio (fl. 51) e pela adjudicação e homologação dos convites (fl.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 362

113-116), portanto foi autoridade competente no município, perante o convenente, pela boa e regular aplicação dos recursos recebidos por força do convênio em comento e pela validação do procedimento licitatório. Aliás, tendo a oportunidade de corrigir as irregularidades verificadas e saneá-las, não o fez, assumindo para si a responsabilidade pelo resultado do certame.

Não obstante, destaca-se que também foram responsabilizados solidariamente os responsáveis pelo fornecimento do objeto, por terem ofertado injustificadamente produto por valor superior ao de mercado, na qualidade de terceiros que concorreram para o cometimento do dano (art. 16, § 2º, b, da Lei Orgânica do Tribunal).

Diante dos motivos expostos, não foram acolhidas as alegações de defesa do gestor, mantendo-se os valores de débito inicialmente imputados ao responsável.

Argumentos às fls. 206-207 – Dos pedidos À vista das razões fáticas e jurídicas expostas o responsável requer arquivamento do

presente processo e exclusão do débito a ele imputado, por não estar configurado o superfaturamento nos certames que levaram a efeito o cumprimento do objeto do Convênio 844/2002, não havendo dano ao erário.

Análise Considerando a rejeição das alegações de defesa e das razões de justificativa ora

analisadas, não podem ser acatados os pedidos do responsável. Alegações de defesa da Klass Comércio e Representação Ltda. e de Luiz Antônio

Vedoin, apresentadas em conjunto, às fls. 235-266 Argumentos às fls. 235-238 – Dos fatos alegados na inicial Após relato inicial acerca do histórico e contextualização do processo, os defendentes

observam que foi requerida a devolução aos cofres públicos de R$ 79.749,57 por este Tribunal, deixando de mencionar a aplicabilidade, por analogia, dos benefícios da delação premiada, auferidos no bojo das ações penais em trâmite na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Mato Grosso (em especial as de número 2006.36.00.007573-6 e 2006.36.00.007594-5) pelos Sres Darci e Luiz Vedoin, com relação ao débito imputado no presente processo.

Análise A delação premiada, no conceito do Prof. Damásio de Jesus (in “Estágio atual da “delação

premiada” no Direito Penal brasileiro”, http://jus.uol.com.br/revista/texto/7551/estagio-atual-da-delacao-premiada-no-direito-penal-brasileiro, consultada em 3/5/2011), é aquela “incentivada pelo legislador, que premia o delator, concedendo-lhe benefícios (redução de pena, perdão judicial, aplicação de regime penitenciário brando etc.)”.

Segundo o citado autor, há uma série de leis que, atualmente, preveem esse instituto jurídico. Apesar de não se saber qual o fundamento legal utilizado para a concessão da delação premiada para o Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin nos processos judiciais mencionados, assume-se que tenha sido o da Lei do Crime Organizado (Lei 9.034/95), que prevê em seu artigo 6º: “Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de um a dois terços, quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria”.

Percebe-se, portanto, que o prêmio previsto em lei está restrito apenas às penas aplicáveis aos crimes cometidos, que não fazem referência a perdão de dívida. Aliás, nem se poderia cogitar de sua utilização por analogia, visto que, por ser excepcional, sua utilização deve ser a mais restrita possível.

Ademais, não existe previsão de aplicação do instituto da delação premiada na Lei Orgânica do Tribunal ou no seu Regimento Interno. Tendo em vista que o principal objetivo da presente TCE é o ressarcimento ao Erário, e diante da constatação que as informações prestadas a título de colaboração não resultaram na recuperação do prejuízo, bem como considerando ainda que os elementos constantes dos autos não permitem constatar a boa-fé dos responsáveis, ao contrário, tendo conhecimento de sua participação em esquema de fraude às licitações, entende-se que não pode ser acatada a solicitação ora analisada.

Argumentos às fls. 238-241 – Da prescrição

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 363

Alegam que a Constituição Federal de 1988 adotou a prescritibilidade como regra, acolhendo algumas exceções, dentre as quais não foi agraciada a prescrição contra a Fazenda Pública. Sustentam que, ao contrário, existe regra infraconstitucional que aplica a prescrição qüinqüenal contra a Fazenda Pública.

Nesse sentido, citam diversas normas que estabelecem prescrição qüinqüenal tais como o art. 1º do Decreto 20.910/32 (estabelece em cinco anos o prazo para que o cidadão possa cobrar dívidas contra a Fazenda Pública), o art. 2º do Decreto-Lei 4.5927/42 (prescrição qüinqüenal das dívidas passivas das autarquias ou entidades e órgãos parestatais), a Lei 9.784/99 e a Lei 9.873/99.

Argumentam que o débito cobrado pelo TCU data de 28/6/2002, ou seja, são decorridos mais de sete anos desde o nascimento da dívida, tempo superior ao exigido para se consumar a prescrição legal e acrescentam que não foi tomada nenhuma medida válida no lapso temporal de cinco anos do surgimento da dívida, que interrompesse o decurso do prazo prescricional.

Diante desses elementos, concluem não haver como afastar a aplicabilidade do instituto da prescrição também na esfera das Cortes de Contas, ressaltando que não são admitidos privilégios unilaterais e eternos para a administração em detrimento do administrado, devendo ser dado, para ambos, tratamento isonômico.

Por fim apresentam julgado do STJ (Resp 751.832/SC, julgado em 7/3/2006) com entendimento que afasta, no caso de multa administrativa, a aplicação do prazo de prescrição vintenário estabelecido pelo Código Civil, acolhendo o prazo de prescrição qüinqüenal.

Análise: Inicialmente, afasta-se a argüição de prescrição do débito, visto que o direito de a União

obter ressarcimento contra atos lesivos ao erário não se submete ao prazo prescricional. Nesse sentido, cumpre registrar que o Supremo Tribunal Federal, no MS-2610/DF, deu interpretação acerca da imprescritibilidade das ações de ressarcimento em favor do erário, no caso de prática de atos irregulares, com base no art. 37, § 5º, da Constituição Federal.

Importa lembrar que, no âmbito deste Tribunal, nos autos do TC 005.378/2000-2, foi suscitado incidente de uniformização de jurisprudência que culminou no Acórdão 2.709/2008- Plenário, proferido na sessão de 26/11/2008, quando se decidiu deixar assente que o art. 37 da Constituição Federal conduz ao entendimento de que as ações de ressarcimento movidas pelo Estado contra os agentes causadores de danos ao erário são imprescritíveis, ressalvando-se a possibilidade de dispensa de instauração de tomada de contas especial prevista no § 4º do art. 5º da IN-TCU 56/2007.

Argumentos à fl. 241 – Do procedimento licitatório Quanto ao procedimento licitatório, os responsáveis argumentam no sentido de que sejam

responsabilizados o ex-prefeito e os membros da comissão municipal de licitação à época dos fatos, por não terem cumprido com suas obrigações de forma a garantir a regularidade da licitação.

Alegam os responsáveis que não podem responder pelas irregularidades concernentes à licitação, vez que couberam à Administração Municipal as ações relativas à realização do certame, tais como a autorização para realização de licitação e a nomeação e constituição da comissão permanente de licitação a qual tinha total autonomia para examinar, julgar e adotar as providências necessárias ao bom desenvolvimento do procedimento licitatório.

Análise Em que pesem os argumentos apresentados pelos responsáveis, as irregularidades

concernentes ao procedimento licitatório não foram objeto de questionamento à empresa ou ao seu administrador.

Argumentos às fls. 242-243 – Da execução do objeto do convênio Os responsáveis alegam que os documentos acostados aos autos demonstram a entrega do

objeto do certame e o estrito atendimento aos requisitos publicados no Edital de Licitação, realizando de plano o atendimento a toda a coletividade. Segundo verificação in loco, o objeto do certame continua a servir a comunidade. Acredita que a qualidade da unidade móvel entregue

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 364

evidencia o comprometimento dos responsáveis com a sociedade, “demonstrando serem pessoas éticas e honestas para com o Poder Público”.

Em seguida observam que as irregularidades alegadas na presente TCE dizem respeito apenas à Administração Pública Municipal, pois decorrem de atos dos então prefeito e membros da Comissão de Licitação na execução do procedimento licitatório.

Uma vez que os responsáveis entendem entregue o bem nos termos do edital e atingidos os objetivos do certame, requer que “seja declarado extinto o débito imputado aos defendentes”.

Análise Destaca-se que o débito ora imputado aos responsáveis não pode ser excluído, pois diz

respeito à apuração de superfaturamento na aquisição da UMS objeto do convênio em análise e não à falta de comprovação da entrega dos bens. Ou seja, o questionamento não se refere à falta de entrega do veículo contratado, mas à cobrança, por parte dessa empresa, de preço acima do mercado, o que é repudiado pelo ordenamento jurídico pátrio.

Argumentos às fls. 243-245 – Indícios e presunções e Cabimento no direito administrativo

Após discorrer sobre os conceitos e a aceitabilidade da presunção e dos indícios como meio de prova no âmbito do direito administrativo, o advogado dos responsáveis afirma que não consta dos autos prova efetiva a comprovar o suposto cometimento das infrações imputadas aos defendentes, vez que fraude não se presume nem pode ser baseada em indícios, como ocorreu no presente processo.

Acrescenta que a jurisprudência e a doutrina são claras no sentido de que as irregularidades devem ser comprovadas por provas materiais robustas e não por indícios ou presunções.

Em complemento ao seu raciocínio, apresenta trecho do pronunciamento do titular da 3ª Diretoria da então 7ª Secex, proferida no âmbito de processo relativo à aquisição de UMS no município de Miracema/RJ (TC 020.495/2009-7), no qual entende que o diretor tenha retirado item da audiência do então prefeito, em razão da falta de provas materiais a comprovar a irregularidade.

Análise: Ao contrário do alegado, a presunção não constitui modalidade de prova. Já o indício está

previsto no art. 239 do Código de Processo Penal como “a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou de outras circunstâncias.”

De acordo com Paulo Rangel, in “Direito Processual Penal”, 9ª Edição, pág. 437: 1. Indício vem do latim indiciu, que significa indicar, apontar, sinal, indicação. É todo e

qualquer fato, ou circunstância, certo e provado, que tenha conexão com o fato, mais ou menos incerto, que se procura provar.

2. Presunção vem do latim praesumptione, que significa opinião ou juízo baseado nas aparências; suposição ou suspeita.

3. (...) Por sua vez, Marco Aurélio da Silva Viana (in Código Civil Comentado. Parte Geral. 1ª

Ed., Forense, 2009, pg. 680) ensina que: 4. Presunção é a ilação extraída de um fato conhecido para se estabelecer a verdade de

fatos desconhecidos. Pires de Lima e Antunes Varela ensinam que, na presunção, supõe-se a prova de um fato conhecido (base da presunção), do qual, depois, se infere o fato desconhecido.

5. O art. 349 do Diploma Civil português estatui que presunções são ilações que a lei ou o julgador tira de um fato conhecido para firmar um fato desconhecido.

6. O art. 1.349 do Código Civil francês a ela se refere como a consequência que a lei, ou magistrado, tira de um fato conhecido para um desconhecido.

7. Na presunção, temos o raciocínio lógico que parte de um fato conhecido e toma por verdadeiro um outro, desconhecido, que se revela na íntima conexão com ele.

8. O indício é o fato indicativo. A presunção leva ao fato indicado. Assim, nas definições que demos acima, o fato certo e provado é o indício. O raciocínio que se faz para chegar

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 365

ao fato incerto que se quer provar é a presunção, razão pela qual se diz que a presunção é a operação mental que liga um fato conhecido a outro que se quer conhecer.

Esse mesmo entendimento é esposado pelo Prof. Luiz Guilherme Marinoni (in Simulação e prova, Jus Navigandi, Teresina, ano 9, nº 458, 8 out. 2004. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/5718>. Acesso em: 3/5/2011), conforme se depreende do seguinte trecho de seu artigo:

9. Com efeito, é preciso frisar a distinção entre presunção – que muitos pensam ser uma modalidade de prova -, indício e prova indiciária.

10. A presunção é um processo mental, uma forma de raciocinar, por meio da qual o juiz parte da prova de um fato indiciário, isto é, da prova indiciária, para, por dedução, chegar a uma conclusão sobre o fato principal.

11. A presunção, portanto, não pode ser confundida com o fato indiciário, que somente poderia ser comparado com o fato principal. É que o indício é, como o fato principal, um mero fato.

12. O indício não é prova; a prova indiciária, como qualquer tipo de prova, recai sobre uma afirmação de fato. A particularidade da prova indiciária está nela recair em um fato que é indiciário, isto é, em um indício.

No presente caso, a circunstância é o superfaturamento e consiste num fato conhecido, pois, como já foi dito, foi identificada mediante a utilização de um método comparativo. Tal circunstância foi informada aos citados para que pudessem constituir suas contraprovas e argumentos contra o ato que se intenta provar. Não obtendo êxito em desconstituir a circunstância, não há mais que se falar em presunção, porquanto estará comprovado o superfaturamento.

Quanto à interpretação dada à manifestação do diretor da então 7ª Secex, no âmbito do TC 020.495/2009-7, não cabe a analogia sugerida na análise da defesa. Naquele caso, a ausência de evidência nos autos de que o então prefeito tinha conhecimento da fraude foi o motivo da exclusão de um dos itens apontados pelo auditor para figurar na proposta de audiência ao referido prefeito. O mesmo não ocorre no caso do superfaturamento ora analisado, visto que há evidências nos autos de sua ocorrência (comprovada por meio de comparação dos valores praticados com os valores de mercado à época das aquisições, utilizando-se para tanto critérios objetivos) e dos responsáveis, entre eles a empresa contratada e seu administrador.

Argumentos às fls. 562-563 – Da falta de requisito mínimo para instauração da presente tomada de contas

Alega a defesa que a existência da presente TCE é contra os fundamentos do Tribunal, vez que não atende aos requisitos de instauração determinados pelos arts. 5º e 11 da IN-TCU 56/2007, qual seja, que o valor mínimo para instauração da TCE seja R$ 23.000,00. Por esse motivo requer o arquivamento do processo.

Análise: Os argumentos apresentados pelos responsáveis não procedem, cabendo os seguintes

esclarecimentos em relação à questão. O valor original do débito para com a União, conforme demonstrado na instrução da então

7ª Secex (fl. 151), é R$ 18.093,18 na data de aquisição do bem, em 23/12/2002. Segundo o art. 5º da IN-TCU 56/2007, o valor do dano deve ser atualizado monetariamente para fins de verificação do limite estabelecido pelo Tribunal para efeito de instauração de TCE, estabelecido em R$ 23.000,00 no art. 11 da mesma norma. Assim, na data da instauração do processo (15/9/2009), o valor do dano a ser considerado, incluindo-se a atualização monetária, era de R$ 26.969,69, portanto, superior ao limite vigente.

Entretanto, ainda que o débito atualizado monetariamente fosse inferior ao valor estabelecido pela Instrução Normativa 56/2007 para fins de arquivamento, o presente processo não deveria ser arquivado visto que os débitos apurados nos processos decorrentes da Operação Sanguessuga se revestem de natureza peculiar, pois foram apurados em esquema fraudulento operado por organização criminosa, que agia de forma a desviar recursos federais destinados à área da saúde em todo o país, conforme apurado pela CPMI das Ambulâncias. Por esse motivo, e em

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 366

razão do volume de recursos envolvidos, da relevância social da matéria (recursos da saúde), da necessidade de que os responsáveis sejam efetivamente punidos na esfera administrativa e do envolvimento de um mesmo responsável (empresa) em mais de um processo autuado no âmbito da Operação Sanguessuga, entende-se que os processos que possuam débitos atualizados acima de R$ 1.000,00 não devem ser arquivados sem julgamento de mérito. O limite mínimo de R$ 1.000,00 para os débitos se justifica visto que poderão não demandar ações de cobranças executivas, já que as Procuradorias da União estão autorizadas a não propor ações quando o crédito atualizado for igual ou inferior a este valor, conforme dispõe o art. 1º da IN-AGU 3/1997.

Além disso, embora a IN-TCU 56/2007 autorize o arquivamento, permanece ao Tribunal a possibilidade de excetuar a regra. Nesse sentido, consta do Voto que fundamentou a aprovação dessa instrução normativa, de autoria do Exmo Ministro Ubiratan Aguiar, que “sempre permanecerá resguardada ao Tribunal a possibilidade de, a qualquer momento instaurar procedimento mais complexo, em decorrência da natureza da irregularidade envolvida, ou quando julgar necessário por outros motivos de interesse público”.

Argumentos às fls. 245-250 – Da falta de documentos essenciais na comprovação do suposto superfaturamento

Argumentam que os documentos constantes dos autos não comprovam o prejuízo imputado aos responsáveis nem demonstram a quantificação do dano, prejudicando a apresentação de defesa. Dizem que nada e nenhum documento comprovam qual foi e quanto foi o referido prejuízo.

Alegam que o dano ao erário a eles imputado não foi comprovado, mas apenas presumido, destacando que os atos ilícitos a eles atribuídos são objeto de “caloroso debate junto ao Poder Judiciário”. Prosseguem salientando que o fato de os defendentes estarem sendo acusados por diversos órgãos por supostos ilícitos não autoriza à presunção de dano ao erário, pois cabe ao autor do processo individualizar cada situação para dar aos responsáveis o tratamento correto sem generalizações ou especulações acerca de supostos prejuízos.

Além disso, no seu entendimento, os princípios da ampla defesa e do contraditório ficaram comprometidos em vista da falta de apresentação dos fundamentos ou critérios adotados na apuração do superfaturamento, visto que é ônus do autor apresentar prova das acusações formuladas.

Observam que as licitações e valores envolvidos foram devidamente aprovados pelos respectivos Dicon estaduais e pelo Ministério da Saúde e destacam que este oferece os valores a serem utilizados como referência nas licitações, os quais foram amplamente divulgados e respeitados pelos defendentes.

Além disso, apresentam os cálculos efetuados pela CGU/Denasus para comprovar a ausência de superfaturamento no presente caso (fl. 17). Pelos cálculos da CGU não houve superfaturamento, mas sim o pagamento menor que o preço de referência.

Tamanha a importância da quantificação e qualificação do dano material ao erário, que o Poder Judiciário no julgamento de ações civis públicas – improbidade administrativa – vem afastando as sanções que são impostas aos acusados, pela ausência de requisito essencial (os responsáveis citam trechos de jurisprudência dos tribunais superiores para comprovar sua tese de que é fundamental a existência de prova de dano ao erário).

Repisam os responsáveis que os supostos atos irregulares descritos no processo são de competência da Administração Municipal a época dos fatos.

Observam que, no caso em foco, foram utilizadas informações dos Inquéritos Policiais e dos depoimentos dos Sres Darci e Luiz Vedoin, que ainda não gozam de presunção de validade. Além disso, argumenta que a adoção de prova genérica prejudica a defesa, pois o processo criminal envolve 81 réus e não há no presente processo indicação das peças adotadas como prova das irregularidades apontadas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 367

Por fim, reforçam que a unidade móvel licitada foi entregue ao convenente de acordo com o edital e atendeu aos objetivos propostos, motivo pelo qual se solicita a exclusão dos responsáveis do pólo passivo da presente TCE.

Análise Inicialmente, destaque-se que as informações constantes do presente processo concernentes

aos inquéritos policiais e depoimentos dos Sres Darci e Luiz Vedoin foram utilizadas no sentido de contextualizar a situação em que os processos estão inseridos e não como meios de prova, vez que evidenciam com riqueza de detalhes o funcionamento de um esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país, à semelhança do que ocorreu no convênio em análise.

Ao contrário do alegado, os autos comprovam o prejuízo imputado aos responsáveis e demonstram a quantificação do dano, uma vez que o prejuízo ao erário foi identificado mediante comparação entre o preço praticado e o preço de referência definido com base em ampla pesquisa de mercado que buscou demonstrar o real valor dos bens, segundo os critérios apresentados nos parágrafos 28-37 desta instrução, que detalha a metodologia de cálculo aplicada, inclusive esclarecendo as diferenças entre o cálculo efetuado pela CGU e pelo TCU.

O cálculo do débito ora imputado aos responsáveis apresenta-se demonstrado à fl. 151 e sobre este valor, calculou-se o valor a ser restituído aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, com base no percentual de participação financeira da União no convênio. O superfaturamento e demais irregularidades verificadas nos autos encontram respaldo nos documentos relacionados a cada processo, como notas fiscais, extratos bancários, processos licitatórios, além de outras evidências identificadas pela equipe do Denasus/CGU quando realizou visita in loco aos respectivos municípios. Não há, portanto, que se falar em cerceamento da defesa, pois restam esclarecidos os critérios e valores adotados no referido cálculo. Aliás, toda a metodologia consta no endereço eletrônico da página do TCU indicado nos ofícios citatórios expedidos aos responsáveis (vide fls. 151, 171 e 168).

Com relação à aprovação do convênio pelo Ministério da Saúde e Dicon estaduais, o TCU não está adstrito à opinião do técnico que efetuou a inspeção in loco. Até porque, até aquele momento, não havia metodologia adequada para avaliação dos custos dos veículos, adaptações e equipamentos. Além do mais, este Tribunal não está obrigado a seguir eventual entendimento de outros órgãos da Administração Pública, permitindo concluir de forma diferente, porém, fundamentada. Como manifestado no Acórdão 2.105/2009-TCU-1ª Câmara, “O TCU possui atribuição constitucional para realizar de forma autônoma e independente a apreciação da regularidade das contas dos gestores de bens e direitos da União”. Foram também nesse sentido os seguintes acórdãos desta Corte: 2.331/2008-1ª Câmara, 892/2008-2ª Câmara e 383/2009-Plenário.

O débito imputado aos responsáveis pelo superfaturamento decorre do disposto no art. 16, § 2º, alínea b, da Lei 8.443/1992, segundo o qual cabe a este Tribunal fixar responsabilidade solidária do agente público que praticar o ato irregular e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Caso houvesse dúvida quanto à entrega da UMS, teria sido atribuído aos responsáveis débito no valor total do objeto adquirido.

Dessa forma, não são acatados os argumentos acima e resta mantido o superfaturamento verificado.

Argumento às fls. 250-252 – Dos elementos subjetivos para imputação das irregularidades administrativas

Os responsáveis alegam que as irregularidades apontadas decorrem de interpretação extensiva e subjetiva dos atos ímprobos dispostos nos artigos 9º, 10º e 11 da Lei 8.429/1992, confundindo ato inconstitucional com ato ímprobo. Em seguida descrevem os elementos necessários à caracterização da improbidade administrativa, destacando que para tanto há necessidade de atuação do agente público.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 368

Observam que as irregularidades que servem de base para imputar o superfaturamento aos responsáveis não foram por eles praticadas, visto não possuírem poderes para gerir os recursos públicos do município nem para determinar ou conduzir o procedimento licitatório por não serem agentes públicos.

Análise A citação dos responsáveis baseou-se na Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992 (Lei

Orgânica do TCU) e não na Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa). Mais uma vez se repete que nestes autos, não se legitima o exame da responsabilidade do defendente sob a ótica da improbidade administrativa. Cabe destacar que, em sede de Tomada de Contas Especial, restringe-se a atuação do Tribunal de Contas da União ao julgamento das contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário. O chamamento ao processo da empresa e de sua sócia não se deram pela gestão de recursos públicos, mas como terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado (art. 16, §2º, b, da Lei Orgânica). Ora, configurado que a empresa em tela ofertou injustificadamente produto bem superior ao de mercado, deve ser responsabilizada solidariamente com a sua sócia-gerente e com os gestores públicos arrolados, que agiram de má-fé.

É certo que a análise da modalidade de ato de improbidade bem como a aplicação das penas previstas na Lei 8.429/92 independe da aprovação ou da rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas (art. 21 e seus incisos). A existência de indícios da prática de ilícitos penais enseja o encaminhamento de cópia do Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o fundamentaram, ao Ministério Público da União, para a adoção das providências que aquele órgão considerar cabíveis.

Argumento às fls. 252-253 – Da suspensão do processo face à ação penal Entendem os responsáveis que a presente TCE é baseada nos depoimentos dos Sres Darci e

Luiz Vedoin em ação penal em tramitação na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso e na prestação de contas encaminhada pelo município.

Alegam que esta TCE não possui elementos probantes confiáveis para prosseguimento do feito, visto que a prestação de contas do convênio em análise recebeu parecer favorável pela sua aprovação.

Solicitam a suspensão do processo, visto que a sentença que vier a ser proferida na ação penal citada pode influenciar o convencimento deste Tribunal, podendo inclusive causar reflexos na esfera cível, nos moldes do art. 265, inc. IV, alínea a, do Código de Processo Civil.

A suspensão no presente caso se torna interessante, pois, se os requeridos forem absolvidos dos crimes da lei de licitações, dependendo da causa de absolvição, isso poderá fazer coisa julgada no civil e, consequentemente, no presente processo de TCE. Ademais, ainda que não sejam absolvidos, lhes podem ser aplicados os benefícios do perdão judicial, o que poderá surtir efeito também na esfera cível.

Análise Mais uma vez ressalta-se que nesta TCE os depoimentos dos Sres Darci e Luiz Vedoin se

prestaram a contextualizar a situação em que os processos estão inseridos, já que evidenciam o funcionamento do esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país, não tendo sido utilizados como meios de prova.

Com relação à litispendência alegada, esta Corte de Contas possui jurisdição e competência próprias estabelecidas pela Constituição Federal e sua Lei Orgânica (Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992), não obstando a sua atuação o fato de tramitar no âmbito do Poder Judiciário ação penal ou civil, versando sobre o mesmo assunto, dada a independência das instâncias, conforme reiterada jurisprudência (a exemplo das seguintes deliberações: Acórdão 436/1994 – 1ª Câmara, Decisão 278/1994 – 2ª Câmara, Decisão 66/1994 – 2ª Câmara, Decisão 97/1996 – 2ª Câmara, Acórdão 406/1999 – 2ª Câmara, Decisão 251/2001 – Plenário, Decisão 1.499/2002 – Plenário). Até porque somente a absolvição criminal pela inexistência do fato ou pela negação de autoria vedaria a imputação de responsabilidade administrativa (art. 935 do Código Civil). Esse

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 369

entendimento é pacífico no Supremo Tribunal Federal, conforme fica claro nos Mandados de Segurança 21.948-RJ, 21.708-DF e 23.635-DF. Nesse último, por exemplo, o STF decidiu que a sentença proferida em processo penal é incapaz de gerar direito líquido e certo de impedir o TCU de proceder à tomada de contas, mas poderá servir de prova em processos administrativos se concluir pela não-ocorrência material do fato ou pela negativa de autoria.

Além disso, destaca-se a competência exclusiva e indelegável deste Tribunal para julgar a regularidade da aplicação de recursos públicos de origem federal, em auxílio ao exercício do controle externo a cargo do Congresso Nacional, de acordo com os artigos 70 e 71, caput e incisos II, VI e VIII, todos da Constituição Federal, e dos artigos 1º, caput e incisos I e IX; e 5º, incisos I e VII, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, já tratada na análise do item anterior.

Argumento às fls. 253-254 – Dos Atos Irregulares Atribuídos ao ex-Prefeito e aos Membros da Comissão de Licitação em concorrência com os requeridos

Alegam os responsáveis que o pedido de ressarcimento ao erário a eles imputado demonstra flagrante desproporção e utilização diversa da conduta praticada, tendo em vista que o único ato de sua autoria foi a habilitação da empresa para procedimento licitatório e a entrega do objeto. Atestam que o relatório atribui conduta ilícita aos requeridos sem trazer aos autos convicção “ficta” ou individualização de que eles praticaram o superfaturamento no processo licitatório, ou seja, nada provam, já que os fatos reais divergem do relatório.

Argumentam que a aplicação da sanção de ressarcimento ao erário violaria a relação de segurança que deve existir entre o Estado e o cidadão acrescentando que são pessoas simples de poucas posses, que estão com todos os seus bens e valores indisponibilizados, possuindo, inclusive, seus nomes inscritos nos serviços de proteção ao crédito.

Dessa forma solicitam a improcedência total da TCE com relação aos responsáveis Luiz Antônio e Klass.

Análise A jurisdição do TCU, de acordo com as disposições contidas na Lei nº 8.443, de 16 de

julho de 1992, atinge todos “aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário”, conforme disposto no art. 5º da mencionada Lei.

Conforme já esclarecido nesta instrução, o débito imputado aos responsáveis pelo superfaturamento decorre do disposto no art. 16, § 2º, alínea b, da Lei 8.443/1992, segundo o qual cabe a este Tribunal fixar responsabilidade solidária do agente público que praticar o ato irregular e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Além disso, de acordo com o art. 96, incisos I e V, da Lei 8.666/93, é vedado elevar arbitrariamente os preços ou tornar a proposta da licitante, injustamente, mais onerosa, sendo, inclusive, tipificado como crime.

Uma vez que restaram comprovados nos autos a existência do superfaturamento (fl. 151) e o recebimento pela empresa dos pagamentos efetuados com recursos do convênio em estudo (fls. 100-103 e 105-106), percebe-se que não há desproporção alguma em se cobrar o que foi pago a maior pelo bem.

Ao contrário do alegado pelos responsáveis, a cobrança de ressarcimento de débito não acarreta insegurança jurídica entre o Estado e o cidadão, pois, no presente caso, decorre da demonstração da ocorrência do superfaturamento, da identificação dos responsáveis, do estabelecimento do nexo causal entre a conduta desses responsáveis e o ilícito praticado, respeitadas as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório, mas também em consonância com o princípio da supremacia do interesse público.

A alegação da situação econômica dos responsáveis não constitui motivo para impedir a cobrança do débito ora imputado, conforme dispõe o Exmo Sr. Ministro Marcos Bemquerer, em seu Voto condutor do Acórdão 249/2003-1ª Câmara, ao afirmar que “o argumento de que o responsável é homem humilde, pouco afeto às questões burocráticas e sem condições de ressarcir o montante do débito também não merece prosperar. Conforme análise da Serur, não há amparo legal para perdão da dívida”.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 370

Argumento às fls. 254-269 e 265– Dos atos irregulares (item 10) e das irregularidades do procedimento licitatório (item 10.18)

Os responsáveis alegam serem de responsabilidade dos gestores municipais as seguintes irregularidades: ausência de formalização do processo licitatório, ausência de parecer jurídico, ausência de pesquisa de preço, restrição à competitividade, fracionamento da despesa, falhas no instrumento convocatório e em seu anexo, habilitação irregular de empresa, signatários não identificados nas propostas, inobservância do edital no que diz respeito à aceitação de proposta pelo preço global, ausência da fonte de recursos, ausência de atesto e de identificação do convênio na nota fiscal, divergência de informações quanto ao pagamento de R$ 8.000,00.

Análise Considerando que os itens de irregularidades listados não foram objeto da citação

encaminhada aos responsáveis, mas alguns deles constam da audiência do ex-gestor, não cabe tratá-los na presente análise, pois não são de responsabilidade dos defendentes que ora apresentam sua defesa.

Argumento às fls. 260-262 – Do superfaturamento (item 10.16) Inicialmente o advogado tece considerações iniciais nas quais afirma ser absolutamente

inverídica a acusação de superfaturamento e imprescindível levar em consideração o momento histórico de ocorrência do fato e não apenas uma simples cotação de preços de mercado. Alega que “a imputação utilizada na TCE é totalmente afastada dos fatos humanos, econômicos, financeiros de mercado, não podendo, por isso, servir de suporte para uma acusação de cunho tão grave quanto as que estão sendo imputadas aos requeridos”.

De modo a exemplificar a volatilidade dos preços, apresenta valores de duas aquisições de veículos com as mesmas especificações, o primeiro adquirido no dia 28/9/2004, diretamente da fábrica, no valor de R$ 47.200,00 e o segundo adquirido de uma distribuidora de veículos, no dia 23/9/2004, no valor de R$ 54.162,00, representando uma diferença de quase R$ 7.000,00, no espaço de cinco dias.

Além disso, alerta que a comparação realizada pelo autor não levou em conta os quesitos abordados em linhas pretéritas como o momento histórico, a oscilação do mercado, bem como os custos que supostamente indicam a diferença que imputa o superfaturamento à requerida, podendo o debate sobre a diferença de preço ser justificado pelo exemplo expresso acima, ou ainda, pelos valores de pintura personalizada, adesivos, frete, diferença de valor em equipamentos médicos, margem de lucro e diferenças tributárias.

Finaliza argumentando que a licitação, nos moldes preconizados pela legislação, nem sempre permite a aquisição do bem no valor exato ao comercializado no mercado. Assim, embora o bem possa ter sido adquirido com valor acima do preço praticado no mercado, isto, por si só, não indica o liame subjetivo pertinente a comprovar atos tidos como irregulares capazes de configurar ato ímprobo de modo a ensejar o ressarcimento ao erário.

Análise Os argumentos apresentados demonstram o desconhecimento da metodologia de cálculo

utilizada pelo Tribunal para o cálculo do superfaturamento, daí a alegação que a cotação não considerou o momento histórico do fato.

Repisa-se, mais uma vez, que os preços de referência dos veículos utilizados na metodologia utilizada pelo Tribunal são os pesquisados pela Fundação de Pesquisas Econômicas – Fipe, obtidos a partir de visitas em mais de 320 lojas de usados e concessionários autorizados, tradicionais feiras de veículos usados, principais jornais e revistas, de todo o Brasil, especializados em classificados de veículos e contatos por telefone em todo o país. As tabelas de preços da Fipe se constituem no mais completo estudo no gênero, não podendo haver, portanto, melhor base de dados para a avaliação dos preços dos veículos adquiridos (www.fipe.com.br). Como o presente caso trata de superfaturamento na aquisição de um ônibus usado, não disponível diretamente na tabela da Fipe, busca-se o valor do veículo segundo tabela de preços de referência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) da Secretaria de Fazenda do Estado de Rondônia

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 371

(Sefaz/RO), adotando-se como preço de mercado o preço da tabela do IPVA no ano de aquisição do veículo. Destaca-se, entretanto, que os valores adotados pela Sefaz/RO também se utilizam das pesquisas da Fipe como referência, o que garante da mesma forma preços de referência compatíveis com o mercado.

Com relação à apuração dos custos das transformações e dos equipamentos, utilizados como referência, foram também levados em consideração, além dos valores da pesquisa de mercado, os custos praticados em 1.180 convênios celebrados pelo Ministério da Saúde com 655 municípios para a aquisição de ambulâncias, incluídos os custos operados pelas próprias empresas da Família Vedoin e demais empresas envolvidas.

Em seguida, de forma a conferir ainda mais conservadorismo aos cálculos, se considerou superfaturamento apenas para os preços que superassem 10% dos valores referenciais. Observa-se, com isso, que o valor de referência não é uma simples cotação no mercado, mas reflexo de ampla pesquisa de mercado, empreendida por organização fidedigna.

Observa-se, com isso, que o argumento de que foi realizada uma simples cotação no mercado não pode ser considerado. Como o preço de referência é o do ano de aquisição do veículo, é improcedente o argumento de que caberia uma análise do momento histórico do fato. Como o veículo, ano/modelo 1998, foi adquirido em 2002, as variações de preço causadas pela isenção do imposto de importação não tiveram qualquer influência sobre o preço de referência.

O caso descrito pelas responsáveis, segundo o qual notas fiscais demonstrariam a flutuação de preços de um tipo de unidade móvel de saúde em apenas cinco dias, não encontra suporte documental, portanto pode ser desconsiderado.

Ressalta-se que a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos dispostos no art. 3º da Lei 8.666/93, não tolerando, portanto, a aquisição pela Administração de bem por valor superior ao praticado no mercado. Conforme já comentado, segundo o art. 96, incisos I e V, da Lei nº 8.666/93, é vedado elevar arbitrariamente os preços ou tornar a proposta da licitante, injustamente, mais onerosa, sendo, inclusive, tipificado como crime.

Argumento às fls. 262-265 – Do superfaturamento na aquisição do veículo já equipado (item 10.17)

Os responsáveis alegam que, segundo os cálculos efetuados pelo TCU (fl. 151), lhes foi imputado débito no valor de R$ 19.902,50, relativo ao suposto superfaturamento praticado no objeto licitado (embora este trecho da defesa trouxesse originalmente o superfaturamento como praticado na venda dos equipamentos e transformação, a sequência dos argumentos apresentados nos leva a crer que o autor tenha se equivocado e quisesse tratar neste parágrafo da venda do veículo). Em relação à aquisição de transformação e equipamentos não foi constatado superfaturamento, uma vez que se verificou no referido quadro uma diferença de R$ 14.155,00 entre o pagamento efetuado e o valor de referência adotado pelo TCU.

Elencam as diferenças de valores de referência e cálculos praticados pelo TCU e pela auditoria da CGU/Denasus, destacando que esta concluiu diferentemente daquele órgão, pela inexistência de superfaturamento em razão do pagamento ter sido realizado a menor no valor de R$ 5.000,00.

Argumentam que “mesmo com tantos quadros comparativos de diferentes valores, o importante é o objeto final, ou seja, a UMS equipada para o atendimento da sociedade do Município de Messias, a qual foi entregue em perfeito estado, como previa o contrato.”

Segundo os responsáveis a metodologia de cálculo adotada considera superfaturamento a transformação que exceder 10% do valor de referência, decorrente de pesquisas de mercado. Além disso, dispõem que o valor de referência é aquele que não supera 14% do valor de mercado pesquisado pelo Denasus e CGU, tendo como parâmetros órgãos idôneos como a FIPE. Assim, concluem que “para que realmente haja SUPERFATURAMENTO os equipamentos e a

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 372

transformação, têm que ter um sobrepreço de 25,4% do valor de mercado” e apresentam os cálculos para o caso concreto, reproduzidos a seguir.

Valor de mercado = R$ 82.252,50 Valor de referência (+14%) = R$ 93.767,85 Valor máximo não considerado superfaturamento (+10%) = R$ 103.144,35 Valor pago = R$ 88.000,00 Com base nos cálculos efetuados, segundo o critério descrito pelos responsáveis, deduzem

que não há superfaturamento, mas sim uma diferença a menor de R$ 15.144,35, entre o valor pago e o valor a partir do qual se consideraria o superfaturamento.

Argumentam, além disso, que o valor do débito alegado “não tem o condão de fundamentar a instalação da Tomada de Contas Especial por não atingir o valor mínimo exigido pela Instrução Normativa 56/2007 do TCU”.

Após reproduzir trechos da explanação da metodologia de cálculo de superfaturamento nas transformações, fornecidas pelo TCU, reafirmam que não foram alcançados os percentuais de sobrepreço estabelecidos como superfaturamento, motivo pelo qual consideram que ocorreu apenas uma variação de preços do mercado.

Análise Conforme as análises anteriores, as alegações dos responsáveis não lograram êxito

desconstituir o superfaturamento ora questionado. A diferença entre os cálculos efetuados pela CGU/Denasus e pelo TCU já foram

explicadas nesta instrução e devem-se ao aperfeiçoamento da metodologia inicial de cálculo do superfaturamento (itens 29-37).

Em primeiro lugar, destaca-se que os argumentos apresentados pelos responsáveis referem-se a critérios de cálculo de superfaturamento na aquisição de equipamentos e transformação, os quais não vêm ao caso na presente análise visto que se trata de superfaturamento verificado na aquisição do veículo.

Ainda assim, para que não restem dúvidas quanto à correta aplicação da metodologia de apuração do superfaturamento, seguem as análises do cálculo apresentado pelo gestor.

Em seu cálculo, o gestor limitou-se a aplicar sobre a soma total dos valores de referência adotados pelo Tribunal, R$ 82.252,50 (veículo+transformação+equipamentos, fl. 151), os percentuais de 14% e em seguida mais 10%, procedimento que não encontra suporte na metodologia fornecida.

Mais uma vez se esclarecem os critérios adotados no cálculo do superfaturamento imputado pelo TCU aos responsáveis, definidos no item 1.i da metodologia disponibilizada em http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/tce/operacao_sanguessuga/metodologia_calculo_superfaturamento.doc:

a) O veículo adquirido foi um ônibus marca Mercedes Benz, modelo OF 1620, ano de fabricação/modelo 1995, classificação Sefaz 412203;

b) Por se tratar de veículo usado adota-se o preço de referência da tabela de preços de referência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) da Secretaria de Fazenda do Estado de Rondônia (Sefaz/RO) no ano de aquisição (2002), pois o veículo não consta diretamente da tabela de preços de veículos fornecida pela Fipe;

c) o preço de referência foi acrescido de 10%, patamar aprovado pelo Plenário do TCU a partir do qual se considera a existência de superfaturamento (Questão de Ordem da Sessão de 20/5/2009).

Valor Sefaz/RO (tabela 2002)

Valor de mercado (com 10% de

acréscimo) Valor pago Débito da União

(90,91%)

Data

31.725,00 34.897,50 54.800,00 18.093,18 23/12/2002 Observa-se no cálculo efetuado pelo gestor os seguintes equívocos:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 373

a) não foi realizado de forma individualizada por fornecedor, ou seja, separadamente para a aquisição do veículo, fornecido pela Klass, conforme Nota Fiscal 379 (fl. 104), e para os serviços de transformação e equipamentos, fornecidos pela Comercial Rodrigues, conforme Notas Fiscais 597 e 598 (fls. 107-108);

b) considerou um percentual de 14% sobre o preço total da UMS, que não encontra suporte na metodologia aplicável;

c) computou duas vezes o percentual de 10% estabelecido pelo Tribunal como limite a partir do qual seria considerado o superfaturamento, visto que o valor de referência adotado pelo responsável (R$ 82.252,50) já considerava o referido percentual.

A questão do valor mínimo para instauração de TCE estabelecido na IN-56/2007 não procede e já foi objeto de análise nesta instrução (itens 89-92).

Argumento às fls. 577-578 – Dos pedidos Diante do exposto os responsáveis requerem deste Tribunal o reconhecimento

preliminarmente da anulação do processo de tomada de contas e a extinção das imputações por ato irregular por eles cometidos.

Se assim não entender o Tribunal, requerem a conexão das TCE em curso no Tribunal contra os responsáveis em um único processo.

Requerem ainda a suspensão do processo, enquanto pendente de julgamento a ação penal em trâmite na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso.

Caso assim não entenda o TCU, requerem: a) no mérito, julgamento pela improcedência das alegações de ato irregular já que os

responsáveis não os praticaram; b) improcedência material acerca das infrações que foram ilegitimamente imputadas a

defendente; c) arquivamento do processo sem a aplicação de penalidade, vez que não existiu

superfaturamento ou outro prejuízo ao erário. Análise Considerando que não foram acatadas as alegações apresentadas pelos responsáveis às

irregularidades questionadas por este Tribunal e comprovadas nos autos, não é possível atender à solicitação de anulação ou arquivamento imediato dos autos.

Quanto ao pedido de apensamento das TCE em curso no Tribunal em que figurem os responsáveis para tramitação em um único processo, verifica-se a impossibilidade de atendimento em virtude do grande número de envolvidos dos diferentes municípios que devem ser ouvidos pelo Tribunal, cujas responsabilidades encontram-se restritas a cada convênio individualmente. A forma de autuação e tramitação dos processos relacionados à Operação Sanguessuga foi discutida no Relatório e Voto que fundamentaram o Acórdão 2451/2007-Plenário. A autuação de uma única TCE tendo como liame as empresas contratadas ou seus sócios seria impossível, pois são solidárias, nos débitos apurados, com diversos gestores executores de convênios firmados em todo o país. Ademais, de acordo com o art. 16, § 2º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, o Tribunal deve fixar a responsabilidade do agente público juntamente com a do terceiro solidário que, como contratante, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Dessa forma, os agentes públicos que assinaram os convênios com a União definem a instauração de cada processo. Essa forma, ao contrário do que foi defendido pelos responsáveis, não traz prejuízos à ampla defesa, pois, para cada ofício encaminhado pelo Tribunal, abre-se novo prazo para apresentação de defesa, sendo que os ofícios não são remetidos a um só tempo. Apenas para argumentar, do contrário, de acordo com o que determina o art. 202 do Regimento Interno desse Tribunal, os responsáveis disporiam de apenas 15 dias para apresentação das alegações de defesa relativas a todas as irregularidades verificadas nos diversos convênios nos quais tivessem sido verificadas irregularidades.

Ressalte-se que de forma a garantir maior celeridade na apreciação dos processos, de se evitar decisões conflitantes e garantir uniformidade de entendimentos e encaminhamentos, por meio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 374

da Questão de Ordem já citada, o TCU decidiu concentrar em uma única unidade técnica e uma única relatoria todos os processos relacionados à Operação Sanguessuga.

Com relação à impossibilidade de suspensão do processo enquanto pendente de julgamento a ação penal em decorrência da independência das instâncias e à competência exclusiva desta Corte para o julgamento acerca da regular aplicação de recursos públicos de origem federal, já foram objeto de análise nesta instrução nos itens 117 e 118.

Alegações de defesa do Sr. Leonildo de Andrade (fls. 271-274), encaminhadas por meio da Defensoria Pública da União no Distrito Federal, acompanhadas dos elementos de prova juntados às fls. 275-276.

Argumentos às fls. 272-274 – Dos fundamentos da defesa Após tratar da qualificação do Sr. Leonildo perante a Defensoria Pública e do prazo em

dobro a que tem direito, o defensor público apresentou breve histórico das ocorrências (fls. 271-272).

Passa então a informar que o Sr. Leonildo de Andrade não pode ser responsabilizado pelas irregularidades apontadas neste processo, visto restar evidente que o responsável não teve qualquer participação nas ações da quadrilha especializada em fraudes às licitações perpretadas pela família Trevisan-Vedoin, nacionalmente conhecida como “máfia das ambulâncias”.

Segundo o defensor, o responsável é pessoa humilde, com baixo nível de instrução e nem mesmo concluiu o nível fundamental. O Sr. Leonildo mal consegue desenhar seu próprio nome e sua renda mensal, que provém das atividades de pintor, não alcança o salário mínimo. Observa-se, portanto, diante de seu quadro social e econômico que não possui a menor condição de figurar como sócio gerente da empresa Klass Comércio e Representação Ltda., objeto da presente Tomada de Contas Especial.

Acrescenta que o Sr. Leonildo de Andrade teve seus documentos extraviados, por volta do ano 2003 e que, desde 2009, vem recebendo uma série de notificações referentes a processos judiciais e investigações sobre fraude cometida pela Empresa Klass Comércio e Representação Ltda., da qual nunca foi sócio. Nesse sentido, destaca-se que a assinatura constante do Recibo juntado aos autos (fls. 103 e 276) é completamente diversa da assinatura do responsável (fl. 275).

Ademais, verifica-se à fl. 146 (item 6, Da Responsabilização), segundo conclusões do Ministério Público Federal em procedimento de verificação fiscal, que o Sr. Leonildo nunca foi sócio da empresa Klass, e que teve seu nome utilizado indevidamente como seu sócio-gerente. Cabe citar o trecho do relatório:

6.2.8 Entre 07/0111998 e 26/0212002 quem figurou como sócio-gerente foi a Srª Edite de Medeiros Gularte e entre 26/02/2002 e 16/08/2004 o Sr. Leonildo de Andrade. A Denuncia do MPF cita algumas conclusões dos procedimentos de verificação fiscal realizados pela Receita Federal, onde consta que o Sr. Leonildo não passou de um ‘laranja’ (fls. 37 da Denúncia):

‘KLASS COMÉRCJO E REPRESENTACÃO LTDA: inequívoca interposição de pessoa como sócio-gerente à época do início do procedimento de inaptidão e utilização fraudulenta de nome, documentos e assinatura de pessoa incluída indevidamente como sócio (intimado, compareceu aos autos e revelou a fraude);’

O responsável esclarece que não houve dolo ou qualquer intenção de fraudar a Administração Pública, visto que “sequer tinha conhecimento da existência de qualquer empresa em seu nome”. Além disso, não recebeu nenhuma espécie de acréscimo patrimonial e como prova disso atesta que não movimentou recursos ou efetuou gastos superiores aos seus vencimentos.

Assim, aplicando-se o princípio da razoabilidade e levando-se em consideração a situação cultural e econômica do requerido, torna-se forçoso reconhecer que ele não pode ser responsabilizado pelos fatos apontados na notificação, pois foi vítima de um esquema criminoso e usado como “laranja”, sem sequer saber que seu nome constava como sócio de empresa.

Por outro lado, caso venha prosperar a imputação antes aludida, impende considerar a desproporcionalidade quanto à cominação da carga de responsabilidade, considerando a condição pessoal de cada um dos envolvidos na prática dos atos investigados, eis que o estudo da capacidade

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 375

de entendimento e reação frente às irregularidades permite a diferenciação entre aqueles que, tendo condições de entender o caráter irregular de seus atos, mesmo assim continuaram a praticá-los e a compactuar com as ilicitudes, e aqueles que, como o Requerido, sequer conhecia das atividades da empresa Klass.

Ante o exposto, requer a esse Tribunal de Contas da União, nos termos do art. 12, II e §2º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, o recebimento da presente defesa, a fim de que seja afastada a responsabilização do Requerido LEONILDO DE ANDRADE ante as imputações descritas no processo de TC 021.420/2009-0.

Análise As informações constantes dos itens 6.2.7 a 6.2.11 da instrução anterior (fls. 146/147),

colhidas da Denúncia do Ministério Público Federal, complementadas pela defesa ora apresentada, contêm elementos suficientes para se constatar que o Sr. Leonildo, de fato, não passou de um “laranja”, ou seja, emprestou seu nome apenas para a constituição da empresa Klass.

Destaca-se também que os documentos relativos à licitação (fl. 103 e 276) não contêm qualquer evidência que demonstre a participação do Sr. Leonildo na gestão da empresa ou na condução do processo licitatório analisado no caso concreto.

Ademais, o seu endereço é desconhecido. Todas as tentativas de entrega dos ofícios deste Tribunal restaram infrutíferas, razão pela qual o responsável tem sido chamado mediante edital permanecendo, todavia, revel, em todos os processos. Além disso, no âmbito do TC 020.544/2009- 3, onde o referido responsável também foi citado, o Serviço de Administração da 7ª Secex obteve informações de que o Sr. Leonildo é uma pessoa pobre. Estabeleceu também contato telefônico com o referido responsável, onde o mesmo afirma ter sido vítima do esquema fraudulento que se utilizou de seus documentos pessoais por ele perdidos. Houve tentativas de entrega dos ofícios de citação pelos correios e pela própria Secex MT, em apoio à 7ª Secex. Nenhuma delas foi bem sucedida, em função do Sr. Leonildo morar em lugar ermo e violento. Por meio de contato telefônico com a Defensoria Pública no estado do Mato Grosso e com o filho do Sr. Leonildo, o Serviço de Administração da 4ª Secex obteve a informação de que o responsável estaria solicitando o auxílio da Defensoria Pública para defendê-lo.

Por esse motivo, propõe-se a exclusão da responsabilidade do Sr. Leonildo de Andrade dos presentes autos, em atendimento ao requerido pela defesa.”

7. Por tais motivos, a Secex/4, em pareceres uniformes (fls. 304/308 do volume 1) e com apoio do Ministério Público junto ao TCU – MPTCU (fl. 309 do volume 1), sugeriu a esta Corte, em síntese: a) excluir dos autos Leonildo de Andrade; b) julgar irregulares as presentes contas; c) condenar solidariamente os demais responsáveis ao recolhimento do débito apurado; d) aplicar ao ex-prefeito a multa do inciso II do art. 58 da Lei 8.443/1992; e) aplicar ao ex-prefeito e aos demais responsáveis condenados a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992; d) autorizar antecipadamente o recolhimento parcelado dos débitos e, caso não sejam estes ressarcidos, sua cobrança judicial; e) encaminhar cópia da deliberação proferida ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, ao Ministério Público do Estado de Alagoas, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas, ao FNS, ao Denasus e à CGU/PR. É o Relatório.

VOTO Ao examinar a presente tomada de contas especial, decorrente de irregularidades na execução de convênio firmado pelo FNS com a Prefeitura de Messias/AL, em 2002, para aquisição de uma unidade

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 376 móvel de saúde, a Secex/4, diante da constatação de que a empresa fornecedora do veículo integrava o esquema de fraudes desbaratado pela operação do DPF denominada “Sanguessuga”: a) adotou a metodologia de avaliação de preços de unidades móveis desenvolvida pelo TCU em conjunto com a CGU e com o Denasus em decorrência da mencionada ação policial; b) constatou a existência de superfaturamento na aquisição da ambulância; c) considerou aplicável a este feito a tese da desconsideração da personalidade jurídica, eis que foi verificada a participação de empresas de fachada e de “laranjas” identificados na “Operação Sanguessuga”; d) citou o ex-prefeito Jarbas Maya de Omena Filho, solidariamente com Klass Comércio e Representação Ltda., fornecedora do veículo adquirido; Leonildo de Andrade, sócio-administrador daquela empresa; e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, administrador de fato e representante legal da mesma firma, pelo débito de R$ 18.093,18 decorrentes do superfaturamento verificado na aquisição da UMS; e) promoveu a audiência prévia do ex-prefeito acerca das seguintes irregularidades: (i) homologação e adjudicação dos convites 8 e 9/2002 com fortes indícios de fraude e direcionamento (falta de autuação de processo, ausência de parecer jurídico prévio, ausência de pesquisa prévia de preços, falta de exigência de comprovação de regularidade fiscal, habilitação irregular de licitantes, ausência de identificação dos signatários das propostas, apresentação de proposta sem indicação de preços unitários, fracionamento de licitação e divergência no pagamento da contrapartida); e (ii) ausência de atestação e identificação do convênio nas notas fiscais emitidas pelas empresas vencedoras dos certames. 2. Como reconheceram a Secex/4 e o MPTCU, as alegações de defesa de Leonildo de Andrade devem ser aceitas e aquele responsável deve ser excluído deste processo, eis que averiguações posteriores comprovaram que, em razão de sua baixa escolaridade e da precariedade de sua condição econômica, não participou das irregularidades, foi ludibriado e tornou-se vítima do mentor do esquema de fraudes, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, do qual era caseiro. Assim, estaria na mesma situação de Maria Loedir de Jesus Lara e Enir Rodrigues de Jesus, empregadas domésticas do articulador das fraudes, que também foram excluídas de outros processos relativos à Operação Sanguessuga (acórdãos 5.324/2011, 5.323/2011, 4.776/2011, 4.226/2011 e 3.015/2011, todos da 2ª Câmara). 3. O ex-prefeito Jarbas Maya Omena Filho, por sua vez, alegou, em síntese, que: a) não conhecia o esquema da “Operação Sanguessuga”; b) o fracionamento do objeto do convênio em dois convites decorreu da inexistência, no Estado de Alagoas, de empresa habilitada a fazer a adaptação do veículo a ser adquirido; c) a prestação de contas do convênio foi aprovada pelo concedente, sem qualquer constatação de superfaturamento, e a auditoria realizada pela CGU em 2001 também não apontou tal irregularidade; d) o superfaturamento indicado pelo TCU não corresponde às cotações no mercado local e na Internet; e) a inexistência de dolo ou culpa impede seu enquadramento na Lei 8.429/1992; f) as irregularidades nas licitações acerca das quais foi ouvido em audiência prévia são meramente formais e decorrem do despreparo dos funcionários municipais; 4. Como demonstrou a Secex/4 – cuja manifestação, integralmente transcrita no relatório que antecedeu este voto, este relator endossa e incluiu entre os fundamentos da deliberação que será proposta a este colegiado -, tais argumentos não devem ser aceitos, pois: a) o gestor tinha conhecimento das relações entre as empresas vencedoras dos certames realizados, tanto assim que um pagamento devido à empresa responsável pela adaptação foi efetuado à firma fornecedora do veículo (fl. 101); além disso, sua inobservância de normas legais facilitou a atuação do esquema de fraudes; b) ainda que não existisse empresa habilitada a efetuar a transformação do veículo, o fracionamento da licitação poderia ter sido evitado pela realização de tomada de preços com adjudicação por itens; c) além de o TCU não estar obrigado a acatar pareceres dos órgãos administrativos, o fato de a prestação de contas ter sido aprovada e de a CGU não haver detectado irregularidades não descaracteriza a irregularidade, até porque, à época da aprovação e da realização da auditoria do órgão de controle

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 377 interno, não havia conhecimento do esquema de fraudes e não existia metodologia de apuração do superfaturamento; d) as cotações de preços no local e na Internet arroladas para descaracterizar o superfaturamento não são confiáveis, não têm abrangência e não representam valores efetivamente praticados, mas sim valores ofertados, o que as torna insuficientes para contestar as estimativas do TCU, elaboradas com base em amplos levantamentos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe; e) a responsabilização do ex-prefeito não está sendo feita com base na Lei 8.429/1992, mas com fundamento na Lei 8.443/1992; f) uma vez que contribuíram para a ocorrência do superfaturamento, as irregularidades nos procedimentos licitatórios não podem ser consideradas meramente formais, especialmente as relativas ao fracionamento de licitação, aos erros nas habilitações e à ausência de pesquisa prévia de preços; além disso, não podem ser atribuídas apenas aos servidores municipais, dada a responsabilidade do ex-prefeito pela homologação dos procedimentos e sua culpa in eligendo. 5. Finalmente, a Klass e Luiz Antônio Trevisan Vedoin sustentaram, em resumo, que: a) não foram aplicados neste processo, por analogia, os benefícios da delação premiada, auferidos no curso das ações penais relativas à “Operação Sanguessuga”; b) prescrição quinquenal; c) as irregularidades na licitação são de exclusiva responsabilidade dos agentes públicos envolvidos; d) o objeto do convênio foi executado; e) as imputações a eles feitas basearam-se apenas em indícios e presunções e em interpretações subjetivas da Lei 8.429/1992; f) não há comprovação de dano ao erário; g) o processo deve ser suspenso em face da existência de ação penal que aprecia os resultados da “Operação Sanguessuga”; h) o ressarcimento ao erário seria desproporcional à sua conduta; i) as irregularidades que levaram à rejeição da prestação de contas do convênio também são de exclusiva responsabilidade dos agentes públicos envolvidos; j) a metodologia utilizada para apuração do superfaturamento é inadequada por não levar em consideração aspectos temporais e de custos. 6. Como demonstrou a Secex/4 – cujos entendimentos e procedimentos que levaram à citação dos responsáveis, descritos na abertura deste voto, este relator endossa e inclui entre suas razões de decidir, assim como as análises das alegações de defesa empreendida por aquela unidade técnica – tais argumentos são improcedentes, eis que: a) além de não ser possível cogitar, nestes autos, a aplicação do instituto da delação premiada, eis que não há previsão legal para tanto e que o uso da analogia deve ser excepcional, entre os benefícios daquele instituto não se inclui o perdão de dívida; b) os débitos para com o erário são imprescritíveis, consoante sólida jurisprudência desta Corte e do STF; c) os responsáveis, ao participarem da fraude à licitação, contribuíram para o dano ao erário, configurado no superfaturamento detectado; d) ainda que o objeto do convênio tenha sido executado, a imputação feita não é de inexecução, o que acarretaria responsabilidade pelo valor total do convênio, mas apenas de pagamento a maior do bem adquirido, com o consequente prejuízo aos cofres públicos; e) além da utilização de indícios ser agasalhada pelo art. 239 do Código de Processo Penal e pela jurisprudência, não foram feitas presunções, já que a existência do esquema de fraudes foi admitida pelos próprios responsáveis em seus depoimentos na ação penal e que o superfaturamento foi apurado com o uso de metodologia comparativa, sem que fosse apresentada pelos defendentes qualquer prova em contrário; além disso, a responsabilização não se deu com fundamento na Lei 8.429/1992, mas com base nas normas que regem a competência e a atuação do TCU;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 378 f) o dano foi devidamente comprovado pelo emprego de uma metodologia comparativa clara, lógica, aderente à realidade, que observou o princípio do conservadorismo para evitar a imputação débitos excessivos e cujos princípios e regras não foram consistentemente contestados em nenhum ponto das alegações de defesa; g) a existência de ação penal não obsta o prosseguimento da tomada de contas especial, dada a independência de instâncias e a competência exclusiva do TCU para julgar contas de responsáveis por prejuízos ao erário; h) não há nenhuma desproporcionalidade no ressarcimento determinado, já que a conduta dos responsáveis levou ao prejuízo ao erário e que somente está sendo cobrado o valor indevidamente pago a maior; i) as irregularidades que levaram à rejeição da prestação de contas não foram atribuídas aos responsáveis, tanto assim que sequer foram mencionadas nos ofícios citatórios; j) ao contrário do afirmado, os aspectos temporais e de custos foram devidamente considerados na metodologia, conforme demonstração feita na análise das alegações de defesa. 7. Lembro, ainda, que o julgamento do presente feito deve levar em consideração as constatações obtidas no âmbito da “Operação Sanguessuga”, como bem lembrou a Secex/4 (fls. 303/304 do volume 1):

“182. Como já ressaltado ao longo da instrução inicial, por meio da apuração efetivada pelos órgãos federais competentes, que culminou na chamada “Operação Sanguessuga”, levada a termo pela Polícia Federal, foram caracterizadas as responsabilidades e os crimes processados em esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país. As conclusões constantes da Denúncia do Ministério Público Federal – MPF e do Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI apontam que o grupo organizado para fraudar as licitações realizadas pelos convenentes do Ministério da Saúde era composto, na sua base, por empresas da família Vedoin. Os principais responsáveis identificados, tanto pela Polícia Federal, quanto pela CPMI das ambulâncias, foram o Sr. Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que confessaram o esquema de fraudes nos depoimentos prestados à Justiça Federal.

183. Enfatiza-se neste tópico que esse processo, assim como os demais autuados em razão das fiscalizações efetuadas pelo Denasus/CGU, apura fatos gravíssimos, cujos indícios identificados pelos órgãos de controle em centenas de processos caminham no mesmo sentido de confirmar o que foi apurado pela Polícia Federal e, mais tarde, confirmado pelos principais operadores do esquema em depoimentos e interrogatórios judiciais.

184. Nesse diapasão, cabe relembrar as principais consequências, externas e internas a este Tribunal, do que se convencionou denominar “Operação Sanguessuga”:

a) prisão preventiva de 48 pessoas e execução de 53 mandados de busca e apreensão; b) apenas em Mato Grosso, foram instaurados 136 inquéritos que resultaram em 435

indiciamentos por diversos crimes, como corrupção passiva, tráfico de influência, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha;

c) oferecimento de Denúncia do Ministério Público Federal, e acatada pela Justiça Federal do Estado do Mato Grosso, contra 88 responsáveis;

d) criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigação dos fatos (CPMI das ambulâncias);

e) execução de fiscalizações realizadas pelo Denasus/CGU em 1.454 convênios federais firmados com o objetivo de adquirir unidades móveis de saúde;

f) encaminhamento desses 1.454 processos provenientes das fiscalizações mencionados a este Tribunal.

185. Como resultado das medidas acima e com fundamento nas conclusões contidas no Relatório da CPMI das ambulâncias, podem ser firmadas as seguintes conclusões acerca do esquema de fraudes verificado:

a) monitoração e manipulação das emendas apresentadas por parlamentares;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 379

b) encaminhamento, por parte dos envolvidos no esquema, dos projetos sem os quais não seria possível a descentralização dos recursos públicos pelo Ministério da Saúde;

c) participação de uma rede extensa e complexa de empresas (algumas apenas de fachada e/ou operadas por “laranjas”) que, de alguma forma, participavam das licitações no intuito de fraudar os processos e garantir o resultado almejado;

d) participação dos então prefeitos, parlamentares e servidores no Ministério da Saúde na operação do esquema;

e) superfaturamento e/ou inexecução total ou parcial dos objetos contratados. 186. É evidente que nos processos de fiscalização do Denasus/CGU autuados nesta Corte,

como Representação ou TCE, as irregularidades acima se apresentam, muitas das vezes, por meio de evidências, como ausência de determinados documentos ou de procedimentos determinados em lei e mediante a ocorrência de “coincidências” que excedem os limites da razoabilidade (bom senso). Tais descumprimentos de norma revelam restrição à competitividade, superfaturamento, direcionamento de objeto, simulação de competitividade, aceitação de propostas sem atendimento às exigências editalícias, indícios de apresentação de propostas fraudulentas, inexecução total ou parcial dos objetos contratuais, entre outras irregularidades.

187. Ademais, é de se concluir que o grupo que se constituiu a fim de se beneficiar da venda fraudulenta de ambulâncias, durante os anos em que atuou, adquiriu know-how suficiente para conferir aos procedimentos realizados a aparência mais regular possível, o que exige dos órgãos de controle maior diligência em suas análises e inovações em sua atuação.

188. Deseja-se, pois, deixar claro que estes processos não podem ser analisados individualmente, sem se levar em conta todo o conjunto fático-probatório em que estão inseridos, sob o risco de se avaliar indícios que, se analisados individual e ocasionalmente, poderiam não adquirir o relevo necessário.

189. As alegações de defesa do Sr. Leonildo de Andrade foram acolhidas, motivo pelo qual propõe-se sua exclusão como responsável nesta TCE, diante dos elementos constantes dos autos apontarem que o responsável teve seu nome utilizado para a constituição da empresa Klass, sem que haja evidência de sua participação na gestão da empresa ou que dela tenha se beneficiado.

190. Diante do todo o exposto, é de se concluir que a empresa Klass Comércio e Representação Ltda., bem como seu sócio administrador, Luiz Antonio Trevisan Vedoin, não lograram afastar os indícios de superfaturamento.”

9. Dessa forma, constatado que, à exceção de Leonildo de Andrade, os responsáveis não lograram descaracterizar o superfaturamento a eles imputado, acolho, na íntegra, os pronunciamentos da Secex/4 e do MPTCU – apenas com a ressalva de que o fundamento da multa a ser aplicada ao ex-prefeito deve ser o art. 57 da Lei 8.443/1992 e não o inciso II do art. 58 daquele diploma legal, como sugere a instrução, dada a existência de débito de responsabilidade daquele ex-dirigente – e voto pela adoção da minuta de acórdão que trago à consideração deste colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9917/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 021.420/2009-0 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Jarbas Maya de Omena Filho, ex-prefeito (CPF 411.756.114-68), ex-prefeito; Klass Comércio e Representação Ltda. (CNPJ 02.332.985/0001-88); Leonildo de Andrade, sócio administrador

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 380 (CPF 154.695.258-64); e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, administrador de fato e procurador (CPF 594.563.531-68). 4. Unidade: Prefeitura de Messias/AL. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: procurador-geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: 4ª Secretaria de Controle Externo – Secex/4. 8. Advogados constituídos nos autos: Diogo Prata Lima (OAB/AL 8.222), Válber da Silva Melo (OAB/MT 8.927), Luiz Mário do Nascimento Júnior (OAB/MT 12.886) e Isabella Karen Araújo Simões (defensora pública da União). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de Jarbas Maya de Omena Filho, ex-prefeito de Messias/AL, em virtude de irregularidades na execução do convênio 844/2002 (Siafi 454.247), por intermédio do qual foram transferidos R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) do Fundo Nacional de Saúde – FNS, em 18/12/2002, para aquisição de uma UMS, do tipo ônibus, com consultório médico-odontológico. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. excluir deste processo Leonildo de Andrade; 9.2. julgar irregulares estas contas especiais; 9.3. condenar solidariamente Jarbas Maya de Omena Filho, Klass Comércio e Representação Ltda. e Luiz Antônio Trevisan Vedoin a recolher ao FNS a importância de R$ 18.093,18 (dezoito mil e noventa e três reais e dezoito centavos), acrescida de encargos legais a contar de 18/12/2002 até a data do pagamento; 9.4. aplicar a cada um dos responsáveis multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional atualizada monetariamente a contar da data deste acórdão se paga após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.5. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.6. autorizar antecipadamente, caso venha a ser solicitado, o pagamento das dívidas em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais sucessivas; 9.7. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.8. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, ao Ministério Público do Estado de Alagoas, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas, ao FNS, ao Denasus e à CGU/PR. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9917-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 381

(Assinado Eletronicamente)

CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara. TC 021.446/2009-7 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Prefeitura de Porto das Pedras/AL. Responsáveis: Ednaldo Almeida Costa, ex-prefeito (CPF 088.004.724-00); Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68); e Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72). Advogados constituídos nos autos: Válber da Silva Melo (OAB/MT 8.927) e Felipe Dezorzi Borges (defensor público da União). Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. SUPERFATURAMENTO NA ADAPTAÇÃO DE UNIDADE MÓVEL DE SAÚDE. PROCEDÊNCA DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA DE UMA RESPONSÁVEL. EXCLUSÃO DO PROCESSO. REVELIA DE OUTRO RESPONSÁVEL. IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA DE OUTRO RESPONSÁVEL. IRREGULARIDADE, DÉBITO E MULTA.

RELATÓRIO

Com base no relatório de auditoria 4.563, elaborado pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus e pela Controladoria-Geral da União – CGU a partir da denominada “Operação Sanguessuga”, deflagrada pelo Departamento de Polícia Federal – DPF para investigar fraudes na aquisição de unidades móveis de saúde – UMS, e com fulcro em autorização concedida pelo acórdão 2.451/2007 – Plenário, representação do Ministério da Saúde foi convertida em tomada de contas especial de Ednaldo Almeida Costa, ex-prefeito de Porto das Pedras/AL, em virtude de irregularidades na execução do convênio 839/2002 (Siafi 454.249), por intermédio do qual foram transferidos R$ 80.000,00 (fl. 10) do Fundo Nacional de Saúde – FNS, em 23/12/2002, para aquisição e aparelhamento uma UMS. 2. Ao examinar a matéria, a unidade técnica responsável, com fulcro na metodologia desenvolvida pelo TCU em conjunto com a CGU e com o Denasus para análise de preços de UMS, apurou a ocorrência, na adaptação e aparelhamento do veículo, de superfaturamento no valor histórico de R$ 19.902,06. Além disso, constatou a ocorrência das seguintes irregularidades: (i) ausência de pesquisa prévia de preços; (ii) fracionamento indevido de licitação; e (iii) habilitação indevida de empresa em um dos convites realizados. 3. Registrou a unidade técnica, ainda, que a empresa envolvida nas irregularidades consta da lista de firmas participantes do esquema de fraudes em licitações para aquisição de unidades móveis de saúde identificado na “Operação Sanguessuga”. 4. Além disso, diante da constatação, na aludida operação policial, da existência de empresas de fachada e da utilização de “laranjas” no esquema de fraudes, lembrou a Secretaria a necessidade de ser aplicada a tese da desconsideração da pessoa jurídica. 5. Por tais razões, a unidade técnica efetuou a citação do ex-prefeito Ednaldo Almeida Costa, solidariamente com Enir Rodrigues de Jesus e Luiz Antônio Trevisan Vedoin. Além disso, realizou a audiência prévia do ex-prefeito, em razão das irregularidades arroladas no item 2 acima. 6. Ednaldo Almeida Costa não se manifestou, o que acarretou sua revelia. As alegações de defesa e justificativas dos demais responsáveis, por sua vez, foram analisadas pela 4ª Secretaria de Controle Externo – Secex/4 nos seguintes termos (fls. 330/342 do volume 1):

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 382

“Alegações de defesa apresentadas pela Defensoria Pública da União representando a Srª Enir Rodrigues de Jesus (fls. 2-8 do Anexo 2)

Argumentos de defesa (fls. 2-8, Anexo 2) 7. No que diz respeito à responsabilidade de Enir Rodrigues de Jesus pelos atos de

gestão praticados à frente de empresa operadora do esquema de fraude conhecido como ‘Máfia das Ambulâncias’, como sócia gerente da Enir Rodrigues de Jesus EPP, verificados nos presentes autos, há que se considerar que os argumentos de defesa ora apresentados em seu nome, pela Defensoria Pública da União, são os mesmos já analisados em diversos processos em curso neste Tribunal que tratam de apurar irregularidades verificadas na aquisição de unidades móveis de saúde com recursos federais descentralizados pelo Ministério da Saúde (ou no âmbito da Operação Sanguessuga) a exemplo do que ocorre neste processo.

8. Este Tribunal manifestou seu entendimento com relação à questão ao proferir o Acórdão 3.015/2011-TCU-2ª Câmara, nos autos da TCE 020.322/2009-5, resultante da conversão de processo de Representação autuado no TCU a partir de Relatório de Fiscalização realizada em conjunto pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus e pela Controladoria Geral da União – CGU e deflagrada no âmbito da Operação Sanguessuga. A referida fiscalização verificou irregularidades na execução de convênio celebrado com o Ministério da Saúde destinado à aquisição de unidade móvel de saúde – UMS, dentre as quais se destaca, à semelhança do presente processo, a constatação de superfaturamento no fornecimento do objeto a ser imputado solidariamente ao prefeito e aos sócios administradores das empresas fornecedoras. Naqueles autos, entendeu o TCU que não é razoável imputar à sócia Enir (Enir Rodrigues de Jesus EPP) a responsabilidade pela referida fraude diante das seguintes constatações:

a) a responsável não praticou, à frente da empresa, os atos de gestão que caracterizaram o cometimento da fraude, bem como desconhecia o verdadeiro teor dos documentos por ela assinados;

b) a referida encontrava-se em condições desfavoráveis com relação à família Vedoin, não somente pelos laços de confiança estabelecidos com os patrões, visto que trabalhou longo período como empregada doméstica com a família (mais de quinze anos, no caso da Srª Enir), mas também em razão de seu baixo grau de instrução e de sua situação econômica adversa;

c) não há evidências de que tenha auferido qualquer benefício das transações que resultaram na fraude.

9. No voto que acompanha o referido acórdão, o Ex.mo Ministro-Relator manifestou-se da seguinte forma:

‘21. Quanto à responsabilização das Sras Maria Loedir de Jesus Lara e Enir

Rodrigues de Jesus, concordo que os elementos de defesa trazidos de forma elucidativa pelo Defensor Público Federal, em representação dessas defendentes, acolhidos, no essencial, pela unidade técnica e Ministério Público junto a este Tribunal, de fato, afastam a responsabilidade destas pelos atos irregulares apurados neste processo.

22. Como pode ser observado na instrução transcrita no relatório precedente, cujos principais excertos, por esclarecedores, foram reproduzidos em itens deste Voto, os elementos trazidos na defesa das Sras Maria Leodir e Enir lançam luz sobre a utilização de pessoas de boa-fé, em condição de vulnerabilidade ante o agente de má-fe. Normalmente, são pessoas pobres, com pouca instrução e com quem mantinham laços de amizade ou que para eles trabalhavam, visando à realização de negociações ilícitas sem expor sua identidade, tornando, ainda, sem efetividade as ações porventura movidas pelos órgãos de controle ou pela justiça, para a recuperação do dano.

23. Ainda pior se for considerado que essas pessoas que muitas vezes, embora não disponham de bens materiais, detêm a riqueza maior de ter sua conduta ilibada, veem esse

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 383

bem subtraído ao responder por ações criminosas das quais nem sequer têm consciência da existência ou da ilicitude dos fatos.

24. Evidentemente que tal situação deve ser analisada em cada caso concreto, pois é sabido que há aqueles que se submetem a tais práticas conscientes, pois emprestam nome, número dos documentos pessoais, conta bancária, para outro indivíduo, recebendo em contrapartida pagamento ou outros favores. Devo lembrar que, nestes casos, devem responder pelos mesmos ilícitos praticados.

25. Esclareço que o afastamento da responsabilidade dessas defendentes se dá em razão dos fundamentos que apresentei nos itens precedentes e não em razão do julgamento pela improcedência da denúncia na esfera judicial com fundamento no art. 386, inciso IV, do Código Penal (ausência de provas). O entendimento no âmbito penal não impede a ação deste Tribunal. Conforme previsto nos artigos 935 do Código Civil, apenas quando ocorrer absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria deverão ser afastadas as responsabilidades civil e administrativa. Nesse sentido, o TCU tem entendido que sua atuação não é obstada por decisão transitada em julgado na esfera penal, a qual só teria repercussão na instância administrativa ou civil quando há manifestação pela inexistência material do fato ou pela negativa de sua autoria.’ 10. Podem ser aproveitadas, na análise do caso, as considerações do Ministério Público

junto a este Tribunal nos autos que originaram o Acórdão 921/2008-TCU-Plenário, no qual a douta Procuradoria se manifesta quanto à responsabilidade de sócio-gerente tido como ‘laranja’ em caso de conluio em licitação. Na oportunidade, a Procuradoria considerou que o responsável não participou pessoalmente do Convite, mas por meio de procurador, e que seria pessoa semi-alfabetizada, caseiro do declarante e incapaz de aquilatar com segurança seu envolvimento na instalação e no funcionamento da empresa. Considerando também as provas de conluio existentes nos autos acerca dos procedimentos referentes ao Convite, situação em que o dolo na conduta do procurador extrapolaria os limites dos poderes outorgados pelo mandante, entendeu prejudicado o pressuposto de desenvolvimento válido e regular da matéria relativamente à imputação de responsabilidade ao sócio-gerente especificamente para o caso concreto daqueles autos (TC 011.453/2004-7).

11. Dessa forma, entende-se que devam ser acatadas as alegações de defesa apresentadas pela Srª Enir Rodrigues de Jesus, por meio de Defensor Público, e que deva ser excluída sua responsabilidade dos presentes autos, pelos débitos decorrentes da gestão da empresa Enir Rodrigues de Jesus EPP.

Alegações de defesa apresentadas por Luis Antônio Trevisan Vedoin (fls. 9-42 do Anexo 2)

Argumentos às fls. 10-12 do anexo 2 – Dos fatos alegados na inicial 12. Após relato inicial acerca do histórico e contextualização do processo, o defendente

observa que foi requerida a devolução aos cofres públicos de R$ 57.658,66 por este Tribunal, deixando de mencionar a aplicabilidade, por analogia, dos benefícios da delação premiada, auferidos no bojo das ações penais em trâmite na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Mato Grosso (em especial as de número 2006.36.00.007573-6 e 2006.36.00.007594-5) pelos Sres Darci e Luiz Vedoin, com relação ao débito imputado no presente processo.

Análise 13. A delação premiada, no conceito do Prof. Damásio de Jesus (in ‘Estágio atual da

‘delação premiada’ no Direito Penal brasileiro’, http://jus.uol.com.br/revista/texto/7551/estagio-atual-da-delacao-premiada-no-direito-penal-brasileiro, consultada em 3/5/2011), é aquela ‘incentivada pelo legislador, que premia o delator, concedendo-lhe benefícios (redução de pena, perdão judicial, aplicação de regime penitenciário brando etc.)’.

14. Segundo o citado autor, há uma série de leis que, atualmente, preveem esse instituto jurídico. Apesar de não se saber qual o fundamento legal utilizado para a concessão da delação

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 384

premiada para o Sr. Luiz Antônio Trevisan Vedoin, nos processos judiciais mencionados, assume-se que tenha sido o da Lei do Crime Organizado (Lei 9.034/1995), que prevê em seu artigo 6º: ‘Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de um a dois terços, quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria’.

15. Percebe-se, portanto, que o prêmio previsto em lei está restrito apenas às penas aplicáveis aos crimes cometidos, que não fazem referência a perdão de dívida. Aliás, nem se poderia cogitar de sua utilização por analogia, visto que, por ser excepcional, sua utilização deve ser a mais restrita possível.

16. Ademais, não existe previsão de aplicação do instituto da delação premiada na Lei Orgânica do Tribunal ou no seu Regimento Interno. Tendo em vista que o principal objetivo da presente TCE é o ressarcimento ao Erário, e diante da constatação de que as informações prestadas a título de colaboração não resultaram na recuperação do prejuízo, bem como considerando ainda que os elementos constantes dos autos não permitem constatar a boa-fé do responsável, ao contrário, tendo conhecimento de sua participação em esquema de fraude às licitações, entende-se que não pode ser acatada a solicitação ora analisada.

Argumentos à fl. 12 – Do procedimento licitatório 17. Quanto ao procedimento licitatório, o responsável argumenta no sentido de que

sejam responsabilizados o ex-prefeito e os membros da comissão municipal de licitação à época dos fatos, por não terem cumprido com suas obrigações de forma a garantir a regularidade da licitação.

18. Alega que não pode responder pelas irregularidades concernentes à licitação, vez que as ações relativas à realização do certame couberam à Administração Municipal, tais como a autorização para a realização de licitação e a nomeação e constituição da comissão permanente de licitação a qual tinha total autonomia para examinar, julgar e adotar as providências necessárias ao bom desenvolvimento do procedimento licitatório.

Análise 19. Em que pesem os argumentos apresentados pelo responsável, as irregularidades

concernentes ao procedimento licitatório não foram objeto de questionamento à empresa ou ao seu administrador.

Argumentos às fls. 12-13 do anexo 2 – Da execução do objeto do convênio 20. O responsável alega que os documentos acostados aos autos demonstram a entrega

do objeto do certame e o estrito atendimento aos requisitos publicados no Edital de Licitação, realizando, de plano, o atendimento a toda a coletividade. Acredita que a entrega da unidade móvel evidencia o comprometimento dos responsáveis com a sociedade, ‘demonstrando serem pessoas éticas e honestas para com o Poder Público’.

21. Em seguida observam que as irregularidades alegadas na presente TCE dizem respeito apenas à Administração Pública Municipal, pois decorrem de atos do então prefeito e dos membros da Comissão de Licitação na execução do procedimento licitatório.

22. Uma vez que o responsável entende entregue o bem nos termos do edital e atingidos os objetivos do certame, requer que seja declarado extinto o débito imputado a ele.

Análise 23. Destaca-se que o débito ora imputado ao responsável não pode ser excluído, pois diz

respeito à apuração de superfaturamento verificado na adaptação e no fornecimento de equipamentos para a unidade móvel de saúde, adaptada para atendimento médico, e não à falta de comprovação da entrega dos bens. Ou seja, o questionamento não se refere à falta de entrega do veículo contratado, mas à cobrança, por parte dessa empresa, de preço acima do mercado, o que é repudiado pelo ordenamento jurídico pátrio.

Argumentos às fls. 14-15 do anexo 2 – Indícios e presunções e Cabimento no direito administrativo

24. Após discorrer sobre os conceitos e a aceitabilidade da presunção e dos indícios como meios de prova no âmbito do direito administrativo, o advogado do responsável afirma que não consta dos autos prova efetiva a comprovar o suposto cometimento das infrações imputadas ao

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 385

defendente, vez que fraude não se presume nem pode ser baseada em indícios, como ocorreu no presente processo.

25. Acrescenta que a jurisprudência e a doutrina são claras no sentido de que as irregularidades devem ser comprovadas por provas materiais robustas e não por indícios ou presunções.

Análise 26. Ao contrário do alegado, a presunção não constitui modalidade de prova. Já o indício

está previsto no art. 239 do Código de Processo Penal como ‘a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou de outras circunstâncias’.

27. De acordo com Paulo Rangel: ‘Indício vem do latim indiciu, que significa indicar, apontar, sinal, indicação. É

todo e qualquer fato, ou circunstância, certo e provado, que tenha conexão com o fato, mais ou menos incerto, que se procura provar.

Presunção vem do latim praesumptione, que significa opinião ou juízo baseado nas aparências; suposição ou suspeita. (RANGEL/Paulo, Direito Processual Penal, ed. 9, Rio de Janeiro/Editora Lumen Juris, 2005, pág. 437).

(...)’ 28. Por sua vez, Marco Aurélio da Silva Viana:

‘Presunção é a ilação extraída de um fato conhecido para se estabelecer a verdade de fatos desconhecidos. Pires de Lima e Antunes Varela ensinam que, na presunção, supõe-se a prova de um fato conhecido (base da presunção), do qual, depois, se infere o fato desconhecido.

O art. 349 do Diploma Civil português estatui que presunções são ilações que a lei ou o julgador tira de um fato conhecido para firmar um fato desconhecido.

O art. 1.349 do Código Civil francês a ela se refere como a consequência que a lei, ou magistrado, tira de um fato conhecido para um desconhecido.

Na presunção, temos o raciocínio lógico que parte de um fato conhecido e toma por verdadeiro um outro, desconhecido, que se revela na íntima conexão com ele.

O indício é o fato indicativo. A presunção leva ao fato indicado. Assim, nas definições que demos acima, o fato certo e provado é o indício. O raciocínio que se faz para chegar ao fato incerto que se quer provar é a presunção, razão pela qual se diz que a presunção é a operação mental que liga um fato conhecido a outro que se quer conhecer.’ (VIANA, Marco Aurélio da Silva, Código Civil Comentado, ed.1, São Paulo/Editora Forense, 2009, pág. 680) 29. Esse mesmo entendimento é esposado pelo Prof. Luiz Guilherme Marinoni,

conforme se depreende do seguinte trecho de seu artigo: Com efeito, é preciso frisar a distinção entre presunção – que muitos pensam ser uma

modalidade de prova -, indício e prova indiciária. A presunção é um processo mental, uma forma de raciocinar, por meio da qual o juiz parte

da prova de um fato indiciário, isto é, da prova indiciária, para, por dedução, chegar a uma conclusão sobre o fato principal.

A presunção, portanto, não pode ser confundida com o fato indiciário, que somente poderia ser comparado com o fato principal. É que o indício é, como o fato principal, um mero fato.

O indício não é prova; a prova indiciária, como qualquer tipo de prova, recai sobre uma afirmação de fato. A particularidade da prova indiciária está nela recair em um fato que é indiciário,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 386

isto é, em um indício. (Simulação e Prova, Jus Navigandi, Teresina, ano 9, nº 458, 8 out. 2004. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/5718>. Acesso em: 3/5/2011).

30. No presente caso, a circunstância é o superfaturamento e consiste num fato conhecido, pois, como já foi dito, foi identificada mediante a utilização de um método comparativo. Tal circunstância foi informada ao citado para que pudesse constituir suas contraprovas e argumentos contra o ato que se intenta provar. Não obtendo êxito em desconstituir a circunstância, não há mais que se falar em presunção, porquanto estará comprovado o superfaturamento.

Argumentos às fls. 15-20 do anexo 2 – Da falta de documentos essenciais na comprovação do suposto superfaturamento

31. Argumenta que os documentos constantes dos autos não comprovam o prejuízo imputado ao responsável nem demonstra a quantificação do dano, prejudicando a apresentação de defesa. Diz que nada e nenhum documento comprova qual foi o referido prejuízo nem o quantifica.

32. Alega que o dano ao erário a ele imputado não foi comprovado, mas apenas presumido, destacando que os atos ilícitos a ele atribuídos são objeto de ‘caloroso debate junto ao Poder Judiciário’. Prossegue salientando que o fato de o defendente estar sendo acusado por diversos órgãos por supostos ilícitos não autoriza a presunção de dano ao erário, pois cabe ao autor do processo individualizar cada situação para dar aos responsáveis o tratamento correto sem generalizações ou especulações acerca de supostos prejuízos.

33. Além disso, no seu entendimento, os princípios da ampla defesa e do contraditório ficaram comprometidos em vista da falta de apresentação dos fundamentos ou critérios adotados na apuração do superfaturamento, visto que é ônus do autor apresentar prova das acusações formuladas.

34. Observam que as licitações e valores envolvidos foram devidamente aprovados pelas respectivas Dicon estaduais e pelo Ministério da Saúde e destaca que este oferece os valores a serem utilizados como referência nas licitações, os quais foram amplamente divulgados e respeitados pelos defendentes.

35. Para comprovar a ausência de superfaturamento, diz que basta uma análise superficial da fl. 17 em que há a afirmação de ter havido prestação de contas e que essa foi aprovada sem ressalvas.

36. Segundo ele, tamanha é a importância da quantificação e qualificação do dano material ao erário que o Poder Judiciário, no julgamento de ações civis públicas, – improbidade administrativa –, vem afastando as sanções que são impostas ao acusado, pela ausência de requisito essencial (o responsável cita trechos de jurisprudência dos tribunais superiores para comprovar sua tese de que é fundamental a existência de prova de dano ao erário).

37. Repete o responsável que os supostos atos irregulares descritos no processo são de competência da Administração Municipal à época dos fatos.

38. Observa que, no caso em foco, foram utilizadas informações dos Inquéritos Policiais e dos depoimentos dos Sres Darci e Luiz Vedoin, que ainda não gozam de presunção de validade. Além disso, argumenta que a adoção de prova genérica prejudica a defesa, pois o processo criminal envolve 81 réus e não há no presente processo indicação das peças adotadas como prova das irregularidades apontadas.

39. Por fim, reforça que a unidade móvel licitada foi entregue ao convenente de acordo com o edital e atendeu aos objetivos propostos, motivo pelo qual solicita a exclusão do responsável do polo passivo da presente TCE.

Análise 40. Inicialmente, destaque-se que as informações constantes do presente processo

concernentes aos inquéritos policiais e depoimentos dos Sres Darci e Luiz Vedoin foram utilizadas no sentido de contextualizar a situação em que os processos estão inseridos e não como meios de prova, vez que evidenciam com riqueza de detalhes o funcionamento de um esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país, à semelhança do que ocorreu no convênio em análise.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 387

41. Ao contrário do alegado, os autos comprovam o prejuízo imputado ao responsável e demonstram a quantificação do dano, uma vez que o prejuízo ao erário foi identificado mediante comparação entre o preço praticado e o preço de referência definido com base em ampla pesquisa de mercado que buscou demonstrar o real valor dos bens.

42. Cabe destacar que a metodologia inicialmente aplicada pelas equipes da CGU/Denasus foi aperfeiçoada posteriormente pelo TCU. Na apuração dos custos das transformações e dos equipamentos utilizados como referência, foram também levados em consideração, além dos valores da pesquisa de mercado efetuada por aqueles órgãos, os custos praticados em 1.180 convênios celebrados pelo Ministério da Saúde com 655 municípios para a aquisição de ambulâncias e encaminhados a este Tribunal, incluídos os custos operados pelas próprias empresas da Família Vedoin e demais empresas envolvidas.

43. O cálculo do débito ora imputado ao responsável apresenta-se demonstrado à fl. 299, e sobre esse valor, calculou-se o valor a ser restituído aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, com base no percentual de participação financeira da União no convênio. O superfaturamento e demais irregularidades verificadas nos autos encontram respaldo nos documentos relacionados a cada processo, como notas fiscais, extratos bancários, processos licitatórios, além de outras evidências identificadas pela equipe do Denasus/CGU quando realizou visita in loco aos respectivos municípios. Não há, portanto, que se falar em cerceamento da defesa, pois restam esclarecidos os critérios e valores adotados no referido cálculo. Aliás, toda a metodologia consta no endereço eletrônico da página do TCU indicado no ofício citatório expedido ao responsável (vide fls. 310-312).

44. Com relação à aprovação do convênio pelo Ministério da Saúde e pela Divisão de Convênios do Núcleo Estadual – DICON, o TCU não está adstrito à opinião do técnico que efetuou a inspeção in loco. Até porque, até aquele momento, não havia metodologia adequada para avaliação dos custos dos veículos, adaptações e equipamentos. Além do mais, este Tribunal não está obrigado a seguir eventual entendimento de outros órgãos da Administração Pública, permitindo concluir de forma diferente, porém, fundamentada. Como manifestado no Acórdão 2.105/2009-TCU-1ª Câmara, ‘O TCU possui atribuição constitucional para realizar de forma autônoma e independente a apreciação da regularidade das contas dos gestores de bens e direitos da União’. Foram também nesse sentido os seguintes acórdãos desta Corte: 2.331/2008-1ª Câmara, 892/2008-2ª Câmara e 383/2009-Plenário.

45. O débito imputado ao responsável pelo superfaturamento decorre do disposto no art. 16, § 2º, alínea b, da Lei 8.443/1992, segundo o qual cabe a este Tribunal fixar responsabilidade solidária do agente público que praticar o ato irregular e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Caso houvesse dúvida quanto à entrega da UMS, teria sido atribuído débito ao responsável no valor total do objeto adquirido.

46. Dessa forma, não são acatados os argumentos acima e resta mantido o superfaturamento verificado.

Argumento às fls. 20-21 do anexo 2 – Dos elementos subjetivos para imputação das irregularidades administrativas

47. O responsável alega que as irregularidades apontadas decorrem de interpretação extensiva e subjetiva dos atos ímprobos dispostos nos artigos 9º, 10º e 11 da Lei 8.429/1992, confundindo ato inconstitucional com ato ímprobo. Em seguida descreve os elementos necessários à caracterização da improbidade administrativa, destacando que para tanto há necessidade de atuação do agente público.

48. Observa que as irregularidades que servem de base para imputar o superfaturamento ao responsável não foram por ele praticadas, visto que não tinha poderes para gerir os recursos públicos do município nem para determinar ou conduzir o procedimento licitatório por não ser agente público.

Análise

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 388

49. A citação do responsável baseou-se na Lei 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU) e não na Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa). Nestes autos, não se legitima o exame da responsabilidade do defendente sob a ótica da improbidade administrativa. Cabe destacar que, em sede de Tomada de Contas Especial, a atuação do Tribunal de Contas da União restringe-se ao julgamento das contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário. O chamamento ao processo do responsável não se deu pela gestão de recursos públicos, mas como o terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado (art. 16, §2º, b, da Lei Orgânica). Ora, configurado que se ofertou injustificadamente produto com valor bem superior ao de mercado, deve ser responsabilizado solidariamente com os gestores públicos arrolados, que agiram de má-fé.

50. É certo que a análise da modalidade de ato de improbidade bem como a aplicação das penas previstas na Lei 8.429/1992 independem da aprovação ou da rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas (art. 21 e seus incisos). A existência de indícios da prática de ilícitos penais enseja o encaminhamento de cópia do Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o fundamentaram, ao Ministério Público da União, para a adoção das providências que aquele órgão considerar cabíveis.

Argumento às fls. 21-22 do anexo 2- Da suspensão do processo face à ação penal 51. Entende o responsável que a presente TCE é baseada nos depoimentos dos Sres Darci

e Luiz Vedoin em ação penal em tramitação na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do estado de Mato Grosso e na prestação de contas encaminhada pela prefeitura municipal de Nobres/MT.

52. Alega que este processo de TCE não contém elementos probantes confiáveis para prosseguimento do feito, visto que a prestação de contas do convênio em análise recebeu parecer favorável a sua aprovação.

53. Solicita a suspensão do processo, visto que a sentença que vier a ser proferida na ação penal citada pode influenciar o convencimento deste Tribunal, podendo inclusive causar reflexos na esfera cível, nos moldes do art. 265, inciso IV, alínea a, do Código de Processo Civil.

54. A suspensão no presente caso se torna interessante pois, se o requerido for absolvido dos crimes da lei de licitações, dependendo da causa de absolvição, isso poderá fazer coisa julgada no civil e, consequentemente, no presente processo de TCE. Ademais, ainda que não seja absolvido, os benefícios do perdão judicial podem ser aplicados a ele, o que poderá surtir efeito também na esfera cível.

Análise 55. Mais uma vez ressalta-se que nesta TCE os depoimentos dos Sres Darci e Luiz

Vedoin se prestaram a contextualizar a situação em que os processos estão inseridos, já que evidenciam o funcionamento do esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país, não tendo sido utilizados como meios de prova.

56. Com relação à litispendência alegada, esta Corte de Contas possui jurisdição e competência próprias estabelecidas pela Constituição Federal e sua Lei Orgânica (Lei 8.443/1992), não obstando a sua atuação o fato de tramitar no âmbito do Poder Judiciário ação penal ou civil, versando sobre o mesmo assunto, dada a independência das instâncias, conforme reiterada jurisprudência (a exemplo das seguintes deliberações: Acórdão 436/1994 – 1ª Câmara, Decisão 278/1994 – 2ª Câmara, Decisão 66/1994 – 2ª Câmara, Decisão 97/1996 – 2ª Câmara, Acórdão 406/1999 – 2ª Câmara, Decisão 251/2001 – Plenário, Decisão 1.499/2002 – Plenário). Até porque somente a absolvição criminal pela inexistência do fato ou pela negação de autoria vedaria a imputação de responsabilidade administrativa (art. 935 do Código Civil). Esse entendimento é pacífico no Supremo Tribunal Federal, conforme fica claro nos Mandados de Segurança 21.948-RJ, 21.708-DF e 23.635-DF. Nesse último, por exemplo, o STF decidiu que a sentença proferida em processo penal é incapaz de gerar direito líquido e certo de impedir o TCU de proceder à tomada de contas, mas poderá servir de prova em processos administrativos se concluir pela não-ocorrência material do fato ou pela negativa de autoria.

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57. Além disso, destaca-se a competência exclusiva e indelegável deste Tribunal para julgar a regularidade da aplicação de recursos públicos de origem federal, em auxílio ao exercício do controle externo a cargo do Congresso Nacional, de acordo com os artigos 70 e 71, caput e incisos II, VI e VIII, todos da Constituição Federal, e dos artigos 1º, caput e incisos I e IX; e 5º, incisos I e VII, da Lei 8.443/1992, já tratada na análise do item anterior.

Argumento às fls. 22 – 23 do anexo 2 – Dos Atos Irregulares Atribuídos ao ex-Prefeito e aos Membros da Comissão de Licitação em concorrência com o requerido

58. Alega o responsável que o pedido de ressarcimento ao erário a ele imputado demonstra flagrante desproporção e utilização diversa da conduta praticada, tendo em vista que o único ato de sua autoria foi a habilitação da empresa no processo licitatório de que fez parte e a entrega do objeto. Atesta que o relatório atribui conduta ilícita ao requerido sem trazer aos autos convicção ‘ficta’ ou individualização de que ele praticou o superfaturamento no processo licitatório, ou seja, nada provam, já que os fatos reais divergem do relatório.

59. Argumenta que a aplicação da sanção de ressarcimento ao erário violaria a relação de segurança que deve existir entre o Estado e o cidadão, acrescentando que é pessoa simples, de poucas posses, cujos bens e valores encontram-se indisponibilizados, e cujo nome está, inclusive, inscrito nos serviços de proteção ao crédito.

60. Dessa forma solicita a improcedência total da TCE com relação ao responsável Luiz Antônio.

Análise 61. A jurisdição do TCU, de acordo com as disposições contidas na Lei 8.443/1992,

atinge todos ‘aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário’, conforme disposto no art. 5º da mencionada Lei.

62. Conforme já esclarecido nesta instrução, o débito imputado ao responsável pelo superfaturamento decorre do disposto no art. 16, § 2º, alínea b, da Lei 8.443/1992, segundo o qual cabe a este Tribunal fixar responsabilidade solidária do agente público que praticar o ato irregular e do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Além disso, de acordo com o art. 96, incisos I e V, da Lei 8.666/1993, é vedado elevar arbitrariamente os preços ou tornar a proposta da licitante, injustamente, mais onerosa, sendo, inclusive, tipificado como crime.

63. Uma vez que restaram comprovados, nos autos, a existência do superfaturamento (fl. 299) e o recebimento dos pagamentos efetuados com recursos do convênio em estudo (fl. 49), percebe-se que não há desproporção alguma em se cobrar o que foi pago a maior pelo bem.

64. Ao contrário do alegado pelo responsável, a cobrança de ressarcimento de débito não acarreta insegurança jurídica entre o Estado e o cidadão, pois, no presente caso, decorre da demonstração da ocorrência do superfaturamento, da identificação dos responsáveis, do estabelecimento do nexo causal entre a conduta desses responsáveis e o ilícito praticado, respeitadas as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório, mas também em consonância com o princípio da supremacia do interesse público.

65. A alegação da situação econômica do responsável não constitui motivo para impedir a cobrança do débito ora imputado, conforme dispõe o Exmo Sr. Ministro Marcos Bemquerer, em seu Voto condutor do Acórdão 249/2003-TCU-1ª Câmara, ao afirmar que ‘o argumento de que o responsável é homem humilde, pouco afeto às questões burocráticas e sem condições de ressarcir o montante do débito também não merece prosperar. Conforme análise da Serur, não há amparo legal para o perdão da dívida’.

Argumento às fls. 24-26 do anexo 2– Dos atos irregulares 66. O responsável apresentou alegações de defesa para as irregularidades dispostas às fls.

24-26, as quais não foram objeto da citação a ele encaminhada, embora alguns deles constem da audiência do ex-prefeito. Portanto, não cabe tratá-los na presente análise visto que não são de responsabilidade do defendente que ora apresenta sua defesa.

Argumento às fls. 26-28 do anexo 2 – aquisição da ums com prejuízo ao erário

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67. Inicialmente o advogado tece considerações iniciais nas quais afirma ser absolutamente inverídica a acusação de superfaturamento e imprescindível levar em consideração o momento histórico de ocorrência do fato e não apenas a cotação de preços de mercado.

68. Para exemplificar sua tese, afirma que o valor de qualquer veículo usado antes da isenção do IPI para veículos novos (dez/2008) detinha um valor e, durante o período de isenção do IPI, o mesmo veículo teve o seu preço reduzido consideravelmente, voltando ao preço normal, com os devidos reajustes de inflação, após o período de redução do IPI.

69. Ressalta que a imputação atribuída ao responsável, na TCE, é totalmente afastada dos fatos humanos, econômicos, financeiros de mercado, não podendo, por isso, servir de suporte para tão grave acusação.

70. Afirma que a empresa Klass era integrante de um grupo empresarial do Centro-Oeste e Norte do país que prestava o serviço de transformação de veículos em unidades móveis de saúde, não havendo, em muitas das licitações em que se sagrava vencedora, outros concorrentes, os quais, localizados em outros estados e regiões, nem sempre tinham interesse de participar dos certames, e que esse fato foi omitido pelo autor.

71. De modo a exemplificar a volatilidade dos preços, apresenta valores de duas aquisições de veículos com as mesmas especificações, o primeiro adquirido no dia 28/9/2004, diretamente da fábrica, no valor de R$ 47.200,00 e o segundo adquirido de uma distribuidora de veículos, no dia 23/9/2004, no valor de R$ 54.162,00, representando uma diferença de quase R$ 7.000,00, no espaço de cinco dias.

72. Além disso, alerta que a comparação realizada pelo autor não levou em conta os quesitos abordados em linhas pretéritas, bem como os custos que supostamente indicam a diferença que imputa o superfaturamento ao requerido, podendo o debate sobre a diferença de preço ser justificado pelo exemplo expresso anteriormente, ou ainda, pelos valores de pintura personalizada, adesivos, frete, diferença de valor em equipamentos médicos, margem de lucro e diferenças tributárias.

73. Finaliza argumentando que a licitação, nos moldes preconizados pela legislação, nem sempre permite a aquisição do bem no valor exato ao comercializado no mercado. Assim, embora o bem possa ter sido adquirido com valor acima do preço praticado no mercado, isto, por si só, não indica o liame subjetivo pertinente a comprovar atos tidos como irregulares capazes de configurar ato ímprobo de modo a ensejar o ressarcimento ao erário.

Análise 74. Os argumentos apresentados demonstram o desconhecimento da metodologia

utilizada pelo Tribunal para o cálculo do superfaturamento, daí a alegação de que a cotação não considerou o momento histórico do fato. Além disso, nos presentes autos o superfaturamento ocorreu na adaptação e na aquisição dos equipamentos necessários à transformação do veículo em UMS e não na aquisição do veículo.

75. A afirmação de que a empresa Klass fazia parte de um grupo empresarial do Centro-Oeste e Norte do país que oferecia o serviço de transformação de veículos em unidades móveis de saúde não merece ser sequer considerada no caso em questão, mesmo porque não foi essa a empresa que prestou os serviços e vendeu os equipamentos, mas sim a Comercial Rodrigues.

76. Ainda, em grande parte das licitações analisadas, foram constatados fortes indícios de conluio para fraudar o Estado, mediante montagem de processos licitatórios fictícios e ausência da necessária publicidade, irregularidades apuradas nos autos do TC 018.701/2004-9 e objeto do Acórdão TCU 1147/2011-P, conforme determinou o subitem 9.4.5 do Acórdão 2.451/2007-Plenário. Destaca-se que o fato alegado de haver poucos interessados participando das licitações deve-se à utilização preferencialmente da modalidade de licitação Convite, com o objetivo de restringir a publicidade dos certames e direcioná-los às empresas do grupo Planam. Exemplo disso é que na execução de diversos convênios firmados com diversos municípios, cujas licitações receberam a devida publicidade, houve a participação de empresas concessionárias de veículos que forneceram unidades móveis devidamente transformadas em unidades de saúde, a exemplo do que

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 391

ocorreu nos Convênios FNS 1206/2001 (GO), 3883/2001 (RN), 2514/2002 (PA), 3754/2002 (RO), 1067/2003 (RN), 1750/2003 (PA), 1904/2004 (RO), 4138/2004 (MS), 1703/2005 (PA), 1858/2005 (MT), entre diversos outros.

77. Considerando que mesmo que as notas fiscais que demonstrariam a flutuação de preços de um tipo de unidade móvel de saúde em apenas cinco dias, alegado pelo responsável, estivessem presentes nos autos, não se prestariam a refutar a irregularidade pelo fato de não se tratar de superfaturamento na aquisição do veículo, mas sim na adaptação dele em uma unidade móvel de saúde, dessa forma, desconsidera-se a alegação apresentada.

Argumento às fls. 28-29 do anexo 2 – Dos pedidos 78. Diante do exposto o responsável requer deste Tribunal o reconhecimento preliminar

da anulação do processo de tomada de contas e a extinção das imputações por atos irregulares por ele cometidos.

79. Se assim não entender o Tribunal, requer a conexão das TCE em curso no Tribunal contra o responsável em um único processo.

80. Requer ainda a suspensão do processo, enquanto pendente de julgamento a ação penal em trâmite na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso.

81. Caso assim não entenda o TCU, requer: a) no mérito, o julgamento pela improcedência das alegações de ato irregular já que o

responsável não os praticou; b) improcedência material acerca das infrações que foram ilegitimamente imputadas ao

defendente; c) arquivamento do processo sem a aplicação de penalidade, vez que não existiu

superfaturamento ou outro prejuízo ao erário. Análise 82. Considerando que não foram acatadas as alegações apresentadas pelo responsável às

irregularidades questionadas por este Tribunal e comprovadas nos autos, não é possível atender à solicitação de anulação ou arquivamento imediato dos autos.

83. Quanto ao pedido de apensamento das TCE em curso no Tribunal em que figure o responsável para tramitação em um único processo, verifica-se a impossibilidade de atendimento em virtude do grande número de envolvidos dos diferentes municípios que devem ser ouvidos pelo Tribunal, cujas responsabilidades encontram-se restritas a cada convênio individualmente. A forma de autuação e tramitação dos processos relacionados à Operação Sanguessuga foi discutida no Relatório e Voto que fundamentaram o Acórdão TCU 2451/2007-Plenário. A autuação de uma única TCE tendo como liame as empresas contratadas ou seus sócios seria impossível, pois são solidárias, nos débitos apurados, com diversos gestores executores de convênios firmados em todo o país. Ademais, de acordo com o art. 16, § 2º, incisos a e b, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, o Tribunal deve fixar a responsabilidade do agente público juntamente com a do terceiro solidário que, como contratante, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado. Dessa forma, os agentes públicos que assinaram os convênios com a União definem a instauração de cada processo. Essa forma, ao contrário do que foi defendido pelo responsável, não traz prejuízos à ampla defesa, pois, para cada ofício encaminhado pelo Tribunal, abre-se novo prazo para apresentação de defesa, sendo que os ofícios não são remetidos a um só tempo. Apenas para argumentar, do contrário, de acordo com o que determina o art. 202 do Regimento Interno desse Tribunal, o responsável disporia de apenas 15 dias para apresentação das alegações de defesa relativas a todas as irregularidades verificadas nos diversos convênios nos quais tivessem sido verificadas irregularidades.

84. Ressalte-se que de forma a garantir maior celeridade na apreciação dos processos, de evitar decisões conflitantes e garantir uniformidade de entendimentos e encaminhamentos, por meio da Questão de Ordem já citada, o TCU decidiu concentrar em uma única unidade técnica e uma única relatoria todos os processos relacionados à Operação Sanguessuga.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 392

85. Com relação à suspensão do processo enquanto pendente de julgamento a ação penal em trâmite na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso, novamente deve ser lembrado que esta Corte de Contas possui jurisdição e competência próprias estabelecidas pela Constituição Federal e sua Lei Orgânica (Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992), não obstando a sua atuação o fato de tramitar no âmbito do Poder Judiciário ação penal ou civil, versando sobre o mesmo assunto, dada a independência das instâncias, conforme reiterada jurisprudência (Acórdão 436/94 – 1ª Câmara, Decisão 278/94 – 2ª Câmara, Decisão 066/94 – 2ª Câmara, Decisão 97/1996 – 2ª Câmara, Acórdão 406/1999 – 2ª Câmara, Decisão 251/2001 – Plenário, Decisão 1.499/2002 – Plenário, entre outros).

86. Até porque somente a absolvição criminal pela inexistência do fato ou pela negação de autoria vedaria a imputação administrativa de responsabilidade (art. 935 do Código Civil). Esse entendimento é pacífico no Supremo Tribunal Federal, conforme fica claro nos Mandados de Segurança 21.948-RJ, 21.708-DF e 23.635-DF. Nesse último, por exemplo, o STF decidiu que a sentença proferida em processo penal é incapaz de gerar direito líquido e certo de impedir o TCU de proceder à tomada de contas, mas poderá servir de prova em processos administrativos se concluir pela não-ocorrência material do fato ou pela negativa de autoria.

87. Além disso, há que se ressalvar que a competência para o julgamento acerca da regular aplicação de recursos públicos de origem federal, em auxílio ao exercício do controle externo a cargo do Congresso Nacional, é, entre outras competências a essa afetas, atribuição exclusiva do Tribunal de Contas da União, vez que é competência indelegável. Para tanto, basta conferir-se como aplicável ao caso concreto o disposto nos arts. 70 e 71, caput e incisos II, VI e VIII, todos da Constituição Federal, e dos arts. 1º, caput e incisos I e IX; e 5º, incisos I e VII, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.”

7. Por tais motivos, a Secex/4, em pareceres uniformes (fls. 344/348 do volume 1) e com apoio do Ministério Público junto ao TCU – MPTCU (fl. 349 do volume 1), sugeriu a esta Corte, em síntese: a) excluir dos autos Enir Rodrigues de Jesus; b) julgar irregulares as presentes contas; c) condenar solidariamente os demais responsáveis ao recolhimento dos débitos apurados, nos termos das respectivas citações; d) aplicar ao ex-prefeito Ednaldo Almeida Costa a multa do inciso II do art. 58 da Lei 8.443/1992; e) aplicar ao demais responsáveis condenados a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992; f) autorizar antecipadamente o recolhimento parcelado dos débitos e, caso não sejam estes ressarcidos, sua cobrança judicial; g) encaminhar cópia da deliberação proferida ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, ao Ministério Público do Estado de Alagoas, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas ao FNS, ao Denasus e à CGU/PR. É o Relatório.

VOTO Ao examinar a presente tomada de contas especial, decorrente de irregularidades na execução de convênio firmado pelo FNS com a Prefeitura de Porto das Pedras/AL, em 2002, para aquisição e aparelhamento de uma unidade móvel de saúde, a Secex/4, diante da constatação de que a empresa responsável pela adaptação do veículo integrava o esquema de fraudes desbaratado pela operação do DPF denominada “Sanguessuga”: a) adotou a metodologia de avaliação de preços de unidades móveis desenvolvida pelo TCU em conjunto com a CGU e com o Denasus em decorrência da mencionada ação policial; b) constatou a existência de superfaturamentos na adaptação e aparelhamento da ambulância;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 393 c) considerou aplicável a este feito a tese da desconsideração da personalidade jurídica, eis que foi verificada a participação de empresas de fachada e de “laranjas” identificados na “Operação Sanguessuga”;

d) citou o ex-prefeito Ednaldo Almeida Costa, solidariamente com Enir Rodrigues de Jesus, responsável pela Comercial Rodrigues EPP, e com Luiz Antonio Trevisan Vedoin, administrador de fato e procurador daquela firma, pelo débito de R$ 19.902,06 oriundos do superfaturamento apurado na transformação da ambulância; e) promoveu a audiência prévia do ex-prefeito acerca das seguintes irregularidades: (i) ausência de pesquisa prévia de preços; (ii) fracionamento indevido de licitação; e (iii) habilitação indevida de empresa em um dos convites realizados. 2. Ednaldo Costa Almeida não se manifestou, o que acarretou sua revelia. 3. Enir Rodrigues de Jesus logrou apresentar argumentos que comprovaram que, em razão de sua baixa escolaridade e da precariedade de sua condição econômica, não participou das irregularidades, foi ludibriada e tornou-se vítima do mentor do esquema de fraudes, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, do qual era empregada doméstica. Assim, tal como ocorreu com a mesma responsável no julgamento de outros processos relativos à “Operação Sanguessuga”, deve ser ela excluída destes autos (acórdãos 5.324/2011, 5.323/2011, 4.776/2011, 4.226/2011 e 3.015/2011, todos da 2ª Câmara). 4. Luiz Antônio Trevisan Vedoin sustentou, em resumo, que: a) não foram aplicados neste processo, por analogia, os benefícios da delação premiada, auferidos no curso das ações penais relativas à “Operação Sanguessuga”; b) as irregularidades na licitação são de exclusiva responsabilidade dos agentes públicos envolvidos; c) o objeto do convênio foi executado; d) as imputações a eles feitas basearam-se apenas em indícios e presunções e em interpretações subjetivas da Lei 8.429/1992; e) não há comprovação de dano ao erário; f) o processo deve ser suspenso em face da existência de ação penal que aprecia os resultados da “Operação Sanguessuga”; g) o ressarcimento ao erário seria desproporcional à sua conduta; h) as irregularidades que levaram à rejeição da prestação de contas do convênio também são de exclusiva responsabilidade dos agentes públicos envolvidos; i) a metodologia utilizada para apuração do superfaturamento é inadequada por não levar em consideração aspectos temporais e de custos. 5. Como demonstrou a Secex/4 – cujos entendimentos e procedimentos que levaram à citação dos responsáveis, descritos na abertura deste voto, este relator endossa e inclui entre suas razões de decidir, assim como as análises das alegações de defesa empreendida por aquela unidade técnica – tais argumentos são improcedentes, eis que: a) além de não ser possível cogitar, nestes autos, a aplicação do instituto da delação premiada, eis que não há previsão legal para tanto e que o uso da analogia deve ser excepcional, entre os benefícios daquele instituto não se inclui o perdão de dívida; b) os responsáveis, ao participarem da fraude à licitação, contribuíram para o dano ao erário, configurado no superfaturamento detectado; c) ainda que o objeto do convênio tenha sido executado, a imputação feita não é de inexecução, o que acarretaria responsabilidade pelo valor total do convênio, mas apenas de pagamento a maior do bem adquirido, com o consequente prejuízo aos cofres públicos; d) além da utilização de indícios ser agasalhada pelo art. 239 do Código de Processo Penal e pela jurisprudência, não foram feitas presunções, já que a existência do esquema de fraudes foi admitida pelos próprios responsáveis em seus depoimentos na ação penal e que o superfaturamento foi apurado com o uso de metodologia comparativa, sem que fosse apresentada pelos defendentes qualquer prova em contrário; além disso, a responsabilização não se deu com fundamento na Lei 8.429/1992, mas com base nas normas que regem a competência e a atuação do TCU;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 394 e) o dano foi devidamente comprovado pelo emprego de uma metodologia comparativa clara, lógica, aderente à realidade, que observou o princípio do conservadorismo para evitar a imputação débitos excessivos e cujos princípios e regras não foram consistentemente contestados em nenhum ponto das alegações de defesa; f) a existência de ação penal não obsta o prosseguimento da tomada de contas especial, dada a independência de instâncias e a competência exclusiva do TCU para julgar contas de responsáveis por prejuízos ao erário; g) não há nenhuma desproporcionalidade no ressarcimento determinado, já que a conduta dos responsáveis levou ao prejuízo ao erário e que somente está sendo cobrado o valor indevidamente pago a maior; h) as irregularidades que levaram à rejeição da prestação de contas não foram atribuídas aos responsáveis, tanto assim que sequer foram mencionadas nos ofícios citatórios; i) ao contrário do afirmado, os aspectos temporais e de custos foram devidamente considerados na metodologia, conforme demonstração feita na análise das alegações de defesa. 6. Lembro, ainda, que o julgamento do presente feito deve levar em consideração as constatações obtidas no âmbito da “Operação Sanguessuga”, como bem lembrou a Secex/4 (fls. 343/344): “94. Como já ressaltado ao longo da instrução inicial, por meio da apuração efetivada pelos órgãos federais competentes, que culminou na chamada “Operação Sanguessuga”, levada a termo pela Polícia Federal, foram caracterizadas as responsabilidades e os crimes processados em esquema de fraude a licitações para compra de ambulâncias em diversos municípios do país. As conclusões constantes da Denúncia do Ministério Público Federal – MPF e do Relatório Final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI apontam que o grupo organizado para fraudar as licitações realizadas pelos convenentes do Ministério da Saúde era composto, na sua base, por empresas da família Vedoin. Os principais responsáveis identificados, tanto pela Polícia Federal, quanto pela CPMI das ambulâncias, foram o Sr. Darci José Vedoin e seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que confessaram o esquema de fraudes nos depoimentos prestados à Justiça Federal. 95. Enfatiza-se, neste tópico, que esse processo, assim como os demais autuados em razão das fiscalizações efetuadas pelo Denasus/CGU, apura fatos gravíssimos, cujos indícios identificados pelos órgãos de controle em centenas de processos caminham no mesmo sentido de confirmar o que foi apurado pela Polícia Federal e, mais tarde, confirmado pelos principais operadores do esquema em depoimentos e interrogatórios judiciais. 96. Nesse diapasão, cabe relembrar as principais consequências, externas e internas a este Tribunal, do que se convencionou denominar “Operação Sanguessuga”: a) prisão preventiva de 48 pessoas e execução de 53 mandados de busca e apreensão; b) instauração, apenas em Mato Grosso, de 136 inquéritos que resultaram em 435 indiciamentos por diversos crimes, como corrupção passiva, tráfico de influência, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha; c) oferecimento de Denúncia do Ministério Público Federal, e acatada pela Justiça Federal do Estado do Mato Grosso, contra 88 responsáveis; d) criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigação dos fatos (CPMI das ambulâncias); e) execução de fiscalizações realizadas pelo Denasus/CGU em 1.454 convênios federais firmados com o objetivo de adquirir unidades móveis de saúde; f) encaminhamento desses 1.454 processos provenientes das fiscalizações mencionados a este Tribunal. 97. Como resultado das medidas acima e com fundamento nas conclusões contidas no Relatório da CPMI das ambulâncias, podem ser firmadas as seguintes conclusões acerca do esquema de fraudes verificado: a) monitoração e manipulação das emendas apresentadas por parlamentares; b) encaminhamento, por parte dos envolvidos no esquema, dos projetos sem os quais não seria possível a descentralização dos recursos públicos pelo Ministério da Saúde;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 395 c) participação de uma rede extensa e complexa de empresas (algumas apenas de fachada e/ou operadas por “laranjas”) que, de alguma forma, participavam das licitações no intuito de fraudar os processos e garantir o resultado almejado; d) participação dos então prefeitos, parlamentares e servidores no Ministério da Saúde na operação do esquema; e) superfaturamento e/ou inexecução total ou parcial dos objetos contratados. 98. É evidente que nos processos de fiscalização do Denasus/CGU autuados nesta Corte, como Representação ou TCE, as irregularidades acima se apresentam, muitas das vezes, por meio de evidências, como ausência de determinados documentos ou de procedimentos determinados em lei e mediante a ocorrência de “coincidências” que excedem os limites da razoabilidade (bom senso). Tais descumprimentos de norma revelam restrição à competitividade, superfaturamento, direcionamento de objeto, simulação de competitividade, aceitação de propostas sem atendimento às exigências editalícias, indícios de apresentação de propostas fraudulentas, inexecução total ou parcial dos objetos contratuais, entre outras irregularidades. 99. Ademais, é de se concluir que o grupo que se constituiu a fim de se beneficiar da venda fraudulenta de ambulâncias, durante os anos em que atuou, adquiriu know-how suficiente para conferir aos procedimentos realizados a aparência mais regular possível, o que exige dos órgãos de controle maior diligência em suas análises e inovações em sua atuação. 100. Deseja-se, pois, deixar claro que estes processos não podem ser analisados individualmente, sem se levar em conta todo o conjunto fático-probatório em que estão inseridos, sob o risco de se avaliarem indícios que, se analisados individual e ocasionalmente, poderiam não adquirir o relevo necessário. 7. Dessa forma, diante do superfaturamento constatado, da revelia do ex-prefeito Ednaldo Almeida Costa e da improcedência das alegações de defesa de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acolho, na íntegra, os pronunciamentos da Secex/4 e do MPTCU – apenas com a ressalva de que o fundamento da multa a ser aplicada ao ex-prefeito deve ser apenas o art. 57 da Lei 8.443/1992 e não o inciso II do art. 58 daquele diploma legal, como sugere a instrução, dada a existência de débito de responsabilidade daquele ex-dirigente – e voto pela adoção da minuta de acórdão que trago à consideração deste colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9918/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 021.446/2009-7 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsáveis: Ednaldo Almeida Costa, ex-prefeito (CPF 088.004.724-00); Luiz Antônio Trevisan Vedoin (CPF 594.563.531-68); e Enir Rodrigues de Jesus (CPF 318.357.161-72). 4. Unidade: Prefeitura de Porto das Pedras/AL. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: procurador-geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: 4ª Secretaria de Controle Externo – Secex/4. 8. Advogados constituídos nos autos: Válber da Silva Melo (OAB/MT 8.927) e Felipe Dezorzi Borges (defensor público da União). 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de Ednaldo Almeida Costa, ex-prefeito de Porto das Pedras/AL, em virtude de irregularidades na execução do convênio 839/2002 (Siafi 454.249), por intermédio do qual foram transferidos R$ 80.000,00 do Fundo Nacional de Saúde – FNS, em 23/12/2002, para aquisição e aparelhamento uma UMS;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 396 ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. excluir deste processo Enir Rodrigues de Jesus; 9.2. julgar irregulares estas contas especiais; 9.3. condenar solidariamente Ednaldo Almeida Costa e Luiz Antônio Trevisan Vedoin a recolher ao FNS a importância de R$ 19.902,06 (dezenove mil novecentos e dois reais e seis centavos), acrescida de encargos legais a contar de 23/12/2002 até a data do pagamento; 9.4. aplicar a cada um dos responsáveis mencionados no item anterior multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional atualizada monetariamente do dia seguinte ao do término do prazo abaixo estipulado até a data do pagamento; 9.5. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento das dívidas acima imputadas perante o Tribunal; 9.6. autorizar antecipadamente, caso venha a ser solicitado, o pagamento das dívidas em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais sucessivas; 9.7. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações; 9.8. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, ao Ministério Público do Estado de Alagoas, ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Alagoas, ao FNS, ao Denasus e à CGU/PR. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9918-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 027.978/2010-9 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Partido Social Democrático/PSD (incorporado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB). Responsáveis: Nabi Abi Chedid, Presidente Nacional, falecido (CPF 013.905.118-04), Espólio, na pessoa do inventariante, Marco Antônio Nassif Abi Chedid (CPF 054.797.658-50); Sílvia Maria Kury de Souza, Tesoureira Nacional (CPF 022.224.768-10); Marco Antônio Nassif Abi Chedid, substituto (CPF 054.797.658-50); e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga, substituta (CPF 983.907.758-91). Advogado constituído nos autos: não há.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 397

Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL INSTAURADA POR DETERMINAÇÃO DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE). OMISSÃO E IRREGULARIDADES NA APLICAÇÃO DE RECURSO DO FUNDO PARTIDÁRIO. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. GESTOR FALECIDO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAR MULTA AO ESPÓLIO OU AOS HERDEIROS RESPONSÁVEIS PELO PAGAMENTO DO DÉBITO. NATUREZA PERSONALÍSSIMA DA PENA. MULTA PARA OS DEMAIS RESPONSÁVEIS.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de tomada de contas especial de responsabilidade dos Sres Nabi Abi Chedid (falecido), Sílvia Maria Kury de Souza, Marco Antônio Nassif Abi Chedid e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga, ex-dirigentes do Partido Social Democrático/PSD, incorporado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB, instaurada em virtude da não aprovação da prestação de contas das despesas realizadas com os recursos do fundo partidário do exercício financeiro de 2001, no valor original de R$ 18.434,03 (dezoito mil quatrocentos e quarenta e três reais e três centavos). 2. As principais irregularidades apontadas pelo órgão transferidor, na documentação encaminhada pelo partido a título de prestação de contas, cingiram-se à: movimentação de recursos do Fundo Partidário com outras fontes, impedindo a atestação da real movimentação financeira, em afronta aos arts. 43 e 44, §§ 1º e 2º, da Lei 9.096/95; ausência de documentos comprobatórios da destinação dos recursos públicos, contrariando o art. 34, inciso III, da Lei 9.096/95; e não aplicação dos recursos exigidos pelo art. 44, da Lei 9.096/95, na criação ou manutenção de instituto ou fundação ligada ao partido. 3. Ante a não comprovação das despesas realizadas com os recursos do Fundo Partidário, o TSE encaminhou diversas comunicações à agremiação partidária postulando, sem sucesso, a regularização das impropriedades encontradas e a recomposição ao erário do valor inquinado. 4. Reprovada a prestação de contas pelo TSE, foi instaurada a presente Tomada de Contas Especial. 5. O Órgão Setorial de Controle Interno certificou a irregularidade das contas (fl. 185/186 , v. p.), tendo a autoridade competente tomado conhecimento do relatório e do certificado de auditoria correspondentes (fl. 189, v.p.). 6. Encaminhados os autos a esta Corte, a 3ª Secex promoveu a citação do espólio do Sr. Nabi Abi Chedid, na pessoa do Sr. Marco Antônio Nassif Abi Chedid, e dos demais responsáveis, solidariamente (fls. 199/211 do v.p. e 223/243 do v. 1). 7. O valor do débito atualizado até 8/8/2001 é de R$ 80.022,02 (oitenta mil e vinte e dois reais e dois centavos) (fls. 244/248 do v. 1). 8. Os responsáveis não atenderam a citação, razão pela qual a unidade técnica instruiu o processo no mérito, às fls. 249/250, v. 1, propondo que os envolvidos sejam considerados revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, para todos os efeitos, e seja dado seguimento ao processo. 9. Destacou que os elementos integrantes dos autos não permitem a formulação de juízo de boa-fé sobre a aplicação da verba federal confiada aos ex-dirigentes partidários, tendo em vista que não foram apresentados os comprovantes de pagamento das despesas realizadas pelo partido com os recursos do Fundo Partidário 10. Ante isso, entende que poderá ser proferido, desde logo, o julgamento definitivo de mérito pela irregularidade das contas, conforme preceitua o art. 202, inciso IV, § 6º, do RITCU. 11. Assim, a 3ª Secex apresenta a seguinte proposta: a) julgar irregulares as contas dos Sres Marco Antônio Nassif Abi Chedid (CPF 054.797.658-50), Sílvia Maria Kury de Souza (CPF 022.224.768-10), Célia Rejane Neves Monteiro Fraga (CPF 983.907.758-91) e do espólio do Sr. Nabi Abi Chedid, na pessoa do inventariante, Sr. Marco Antônio

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 398 Nassif Abi Chedid, e condená-los solidariamente ao pagamento das quantias abaixo discriminadas, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações, para que os responsáveis comprovem, perante o TCU (art. 165, inciso III, alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, corrigidas monetariamente e acrescidas dos encargos legais pertinentes, calculados a partir das datas especificadas, até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

Valor (R$) Data da ocorrência

5.722,92 01/01/2001 57,24 02/01/2001 61,27 04/01/2001

1.658,85 22/01/2001 16,67 06/02/2001

1.758,76 15/02/2001 1.717,24 28/03/2001 1.744,70 18/04/2001 2.004,98 22/08/2001 1.914,06 24/09/2001 1.777,34 25/10/2001

b) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação. 12. O Ministério Público, no parecer acostado às fls. 255, v. 1, manifestou-se de acordo com a proposta da unidade técnica, ressalvando, contudo, que o espólio do Sr. Nabi Abi Chedid deve responder, solidariamente, pelo débito apurado, até o limite do valor do patrimônio transferido, consoante previsto no art. 5º, inciso XLV, da Constituição Federal e no art. 5º, inciso VIII, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, porém as contas a serem julgadas são a do falecido e não do seu espólio, como sugerido pela 3ª Secex. É o Relatório.

VOTO Caracterizada a revelia dos responsáveis, após regular citação pela via postal, conforme documentos acostados às fls. 199/212, v. p., impõe-se o prosseguimento do processo, para todos os efeitos, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992. 2. Neste caso específico, não constam nos autos elementos ou documentos que permitam realizar uma avaliação quanto à boa e regular aplicação dos recursos públicos repassados. 3. Presentes, portanto, todos os elementos necessários para o julgamento destas contas pela irregularidade, no meu entender, com fundamento nas alíneas b e c do art. 16, inciso III da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, com a condenação em débito, solidariamente, dos Sres Marco Antônio Nassif Abi Chedid, Sílvia Maria Kury de Souza, Célia Rejane Neves Monteiro Fraga e do espólio do Sr. Nabi Abi Chedid, na pessoa do inventariante, Sr. Marco Antônio Nassif Abi Chedid, pelas quantias especificadas no item 11, do Relatório precedente. 4. Registro, entretanto, que o espólio do Sr. Nabi Abi Chedid deve responder, solidariamente, pelo débito apurado, até o limite do valor do patrimônio transferido, consoante previsto no art. 5º, inciso XLV, da Constituição Federal e no art. 5º, inciso VIII, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, sem a imposição de multa, entendimento que se mostra em consonância à posição majoritária desta Corte de Contas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 399 5. Considero, no entanto, apropriada a aplicação da multa prevista nos arts. 19, caput, in fine, e 57 da Lei 8.443/1992, aos demais responsáveis, cujo valor, em face do montante atualizado do débito, fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Ante o exposto, voto por que o Tribunal aprove o acórdão que ora submeto à apreciação da Segunda Câmara.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9919/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 027.978/2010-9 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Interessados/Responsáveis: 3.1. Interessado: Tribunal Superior Eleitoral – JE (CNPJ 00.509.018/0001-13) 3.2. Responsáveis: Nabi Abi Chedid, Presidente Nacional, falecido (CPF 013.905.118-04), Espólio, na pessoa do inventariante, Marco Antônio Nassif Abi Chedid (CPF 054.797.658-50); Sílvia Maria Kury de Souza, Tesoureira Nacional (CPF 022.224.768-10); Marco Antônio Nassif Abi Chedid, substituto (CPF 054.797.658-50); e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga, substituta (CPF 983.907.758-91). 4. Unidade: Partido Social Democrático/PSD (incorporado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB). 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz 6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin. 7. Unidade Técnica: 3ª Secretaria de Controle Externo (Secex/3). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial de responsabilidade dos Sres Nabi Abi Chedid (falecido), Sílvia Maria Kury de Souza, Marco Antônio Nassif Abi Chedid e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga, ex-dirigentes do Partido Social Democrático/PSD, incorporado pelo Partido Trabalhista Brasileiro/PTB, instaurada em virtude da não aprovação da prestação de contas das despesas realizadas com os recursos do fundo partidário do exercício financeiro de 2001, no valor original de R$ 18.434,03 (dezoito mil quatrocentos e quarenta e três reais e três centavos). ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Segunda Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alíneas b e c; 19, caput; 23, inciso III; e 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, em: 9.1. julgar irregulares as presentes contas e condenar, solidariamente, os Sres Marco Antônio Nassif Abi Chedid, Sílvia Maria Kury de Souza, Célia Rejane Neves Monteiro Fraga e o espólio do Sr. Nabi Abi Chedid, na pessoa do inventariante, Sr. Marco Antônio Nassif Abi Chedid, no limite do valor do patrimônio transferido, a recolherem aos cofres do Fundo Partidário, as quantias abaixo indicadas, acrescidas dos devidos encargos legais, nos termos da legislação vigente, a partir das respectivas datas até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias para comprovar o recolhimento, nos termos do art. 23, inciso III, alínea a, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992:

Valor (R$) Data da ocorrência

5.722,92 01/01/2001 57,24 02/01/2001 61,27 04/01/2001

1.658,85 22/01/2001 16,67 06/02/2001

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 400

1.758,76 15/02/2001 1.717,24 28/03/2001 1.744,70 18/04/2001 2.004,98 22/08/2001 1.914,06 24/09/2001 1.777,34 25/10/2001

9.2. aplicar, individualmente, aos responsáveis Sílvia Maria Kury de Souza, Marco Antônio Nassif Abi Chedid e Célia Rejane Neves Monteiro Fraga a multa prevista no artigo 57 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea a do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, acrescidos dos encargos legais desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitada após o vencimento, na forma da legislação em vigor; 9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9919-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara. TC 028.311/2010-8 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Responsável: Niusa Aparecida Marigheto (CPF 016.655.448-05). Advogados constituídos nos autos: não há. Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. BOLSA CNPq. DESCUMPRIMENTO DE COMPROMISSO DE RETORNO AO BRASIL PARA DISSEMINAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS EM CURSO NO EXTERIOR. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO.

RELATÓRIO

Com alguns ajustes de forma, adoto como relatório a instrução de fls. 265/7 do vol. 1, elaborada no âmbito da Secretaria de Controle Externo deste Tribunal no Estado de São Paulo – Secex/SP e

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 401 acolhida tanto pelo corpo dirigente da unidade técnica (fls. 268/9) quanto pelo Ministério Público/TCU, representado nestes autos pelo Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado (fl. 270):

“Cuidam os autos de Tomada de Contas Especial de responsabilidade da Srª Niusa Aparecida Marigheto, instaurada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, em decorrência do descumprimento do Termo de Compromisso, assinado em 24/1/1989, para concessão de Bolsa de Estudos no exterior na categoria Doutorado, pelo período de 50 meses, com vigência de maio/1989 a junho/1993, tendo por escopo ‘Estudos de Propriedades Óticas de Polímeros Orgânicos’.

2. Os comprovantes bancários relacionam os valores transferidos pelo Conselho, de maio/1989 a junho/1993, no montante de £ 41.145,00, a título de mensalidades, taxas escolares, seguro saúde, auxílio tese e de instalação e de passagem aérea trecho São Paulo – Londres, no valor de US$ 1.334,00, os quais, na data assinada como de conhecimento pela beneficiária, 2/8/1999, correspondiam a R$ 122.771,59, valor apurado em conformidade com as disposições do art. 39, § 3º, da Lei 4.320, de 17 de março de 1964.

3. O Controle Interno concluiu pela responsabilidade da responsável (Relatório de Auditoria nº 214053/2010), emitindo Certificado de Auditoria pela irregularidade das contas, tendo o Parecer do Dirigente do Órgão de Controle Interno se manifestado no mesmo sentido. O Exmo Sr. Ministro de Estado do Controle e da Transparência atestou haver tomado conhecimento das conclusões do Controle Interno, conforme Pronunciamento Ministerial.

4. De ressaltar que o Ministério Público, em 3/3/2011, acatou a proposta desta Secex/SP no sentido de julgar as contas da Srª Niusa Aparecida Marigheto irregulares, dado sua revelia.

5. Não obstante, o Ministro Relator, em Despacho de 22/3/2011, determinou nova citação, ‘em respeito ao devido processo legal e, em especial, aos princípios do contraditório e da ampla defesa, desta feita remetendo os ofícios citatórios não somente à residência de seu procurador, Sr. Alcides Marigheto (Av. dos Esportes, nº 693, apto 61, Vila Bissoto – Valinhos/SP), mas também ao endereço da ex-bolsita no exterior’. Determinou, também, que cópia da citação fosse encaminhada ao e-mail da responsável e à Av. Onze de Agosto, nº 131, Valinhos/SP. Solicita, por fim, esclarecimento quanto à imputação do débito a partir de 21/7/2004, em oposição à data original, efetivamente considerada nos autos, ou seja, 2/8/1999, a partir da qual incidem: atualização monetária e juros.

6. A responsável foi devidamente citada, conforme Ofícios nos 1471/2011, 1472/2011 e 1470/2011, todos de 21/6/2011, nos exatos termos acima determinados. Entretanto, as novas tentativas não lograram êxito, ratificando-se, desta forma, a revelia da ex-bolsista, dando-se prosseguimento ao processo, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443, de 16/7/1992.

7. Quanto à justificativa, em relação à data considerada para efeito do cálculo do débito, tem-se que, nova análise dos autos confirma o equívoco, pois a data de 2/8/1999, fora ressaltada pela própria analista à fl. 246 em sua instrução de 18/2/2011:

‘3. Os comprovantes bancários relacionam os valores transferidos pelo Conselho,

de 5/1989 a 6/1993, no montante de £ 41.145,00, a título de mensalidades, taxas escolares, seguro saúde, auxílio tese e de instalação (fls. 46-51 e 80-146), e de passagem aérea trecho São Paulo – Londres, no valor de US$ 1.334,00, os quais, na data assinada como de conhecimento pela beneficiária, 2/8/1999, correspondiam a R$ 122.771,59, valor apurado em conformidade com as disposições do art. 39, §3º, da Lei 4.320, de 17 de março de 1964 (fls. 147-150)’. (grifo nosso)”

2. Com base nessa análise, a Secex/SP – em pareceres uniformes e com a concordância do parquet especializado, conforme consignado no início deste relatório – sugere seja declarada a revelia da Srª Niusa Aparecida Marigheto e julgadas irregulares as suas contas, condenando-a a pagamento do débito apurado nos autos, quantificado em R$ 122.771,59 a contar de 2/8/1999.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 402 3. Propõe, ainda, a unidade técnica regional que se autorize, desde já, com amparo nos arts. 26 e 28, inciso II, da Lei 8.443, de 16/7/1992, o parcelamento do débito, caso venha a ser requerido, e a cobrança judicial da dívida, na hipótese de não ser atendida a notificação. É o Relatório.

VOTO Conforme consignado no relatório precedente, a responsabilidade pelo débito apurado nestes autos de tomada de contas especial – TCE recai sobre a Srª Niusa Aparecida Marigheto, em decorrência do descumprimento ao compromisso de retorno ao Brasil por ela assumido perante o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq com vistas à concessão de bolsa de estudos no exterior na categoria doutorado, pelo período de cinquenta meses, com vigência de maio/1989 a junho/1993, tendo por escopo “Estudos de Propriedades Óticas de Polímeros Orgânicos”. 2. Inicialmente, devo ressaltar que foi assegurado à responsável nos presentes autos, de maneira ampla, o exercício do contraditório e da ampla defesa, devendo sua inércia ser acolhida como razão suficiente para se declarar sua revelia para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo nos exatos termos do art. 12, § 3º, da Lei Orgânica do TCU. 3. Quanto ao mérito, resta evidente que a ex-bolsista não retornou ao Brasil com vistas a aqui disseminar os conhecimentos adquiridos com a bolsa financiada pelo CNPq, atitude que caracterizou descumprimento à legislação aplicável, em especial aos subitens 5.7 da então vigente Resolução Normativa 005/1987 (fls. 5/14, volume principal – v.p.), in verbis:

“5.7 – Após o encerramento da bolsa, o bolsista é obrigado a retornar ao País, sob pena de ressarcimento integral dos gastos decorrentes da concessão”.

4. Ressalte-se que o CNPq envidou substancial esforço na tentativa de encontrar a melhor solução para situação da então bolsista, tendo, inclusive, admito a possibilidade de ser aceita a tese de mestrado apresentada em substituição à de doutorado, considerando as particularidades do caso em estudo, em especial o fato de que documentos obtidos a pedido do Comitê Assessor de Física e Astronomia/CNPq (exemplar da tese de doutorado e cópia do parecer do orientador Professor John F. Ryan, da Universidade de Oxford, e também do Professor Marco Antonio Fiori Scarparo, da Universidade Estadual de Campinas/SP, emitente da carta de recomendação no sentido do desenvolvimento do projeto de pesquisa no exterior) indicavam a impossibilidade de se atribuir à Srª Niusa Marigheto a responsabilidade pelo insucesso na obtenção do título de doutor pretendido. 5. Manteve, no entanto, o CNPq a exigência de retorno da ex-bolsista ao Brasil com o objetivo de aqui disseminar os conhecimentos obtidos no exterior, o que não foi atendido pela Srª Niusa Marigheto sob os argumentos de que não teria assumido qualquer compromisso de retorno ao Brasil, o que, aliás, em sua visão, não seria viável, eis que “O título de doutor não foi concedido e, portanto, desenvolver os conhecimentos adquiridos com a capacitação no exterior [seria] impossível” (fls. 168/9 do v.p.; destaques dados pela própria interessada). 6. Com as devidas vênias, não assiste razão à Srª Niusa Marigheto. 7. Primeiro porque consta da solicitação de bolsa por ela assinada em 22/8/1988 (fl. 4, v.p.) expressa declaração de que a solicitante conhece e concorda, “para todos os efeitos e conseqüências de direito, com as normas gerais para a concessão de bolsa no exterior fixadas pelo CNPq”, e assume “o compromisso de cumpri-las”. 8. Obviamente, a então vigente Resolução Normativa 005/1987, mais precisamente seu subitens 5.7, transcrito acima, não escapa dessa obrigatória observância, mostrando-se improcedente o argumento da Srª Niusa Marigheto no sentido de que “Ao que tudo indica, as condições para a concessão de bolsa no exterior foram revistas e mudadas após a concessão de minha bolsa.” (fl. 168, v.p.).

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 403 9. Em segundo lugar, cabe frisar que a disseminação, no Brasil, de conhecimentos adquiridos no exterior não se restringe aos casos de bolsa de estudo para doutorado, valendo igualmente para a hipótese de mestrado. 10. Corrobora essa conclusão o fato de que a própria Resolução Normativa 005/1987 (fls. 5/14, v.p.), cujo subitem 5.7 exige o retorno ao País, prevê que a bolsa poderá ser concedida tanto para doutorado como para mestrado (item 3, alínea a), ou mesmo para pós-graduação lato sensu, tal como especialização ou aperfeiçoamento (item 3, alínea b). 11. Evidentemente frágil, portanto, a fundamentação aduzida pela responsável perante o CNPq como justificativa para não ter retornado ao Brasil. Com essas considerações, acrescidas da análise empreendida pela Secex/SP, acolho a proposta de encaminhamento formulada em uníssono nos pareceres precedentes. 12. Quanto ao exame da boa-fé, entendo não haver nos autos elementos que permitam reconhecê-la, possibilitando o imediato julgamento definitivo de mérito pela irregularidade das contas, segundo rege o art. 12, § 2º, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 202, §§ 2º e 6º, do Regimento Interno/TCU. Ante o exposto, voto no sentido de que o tribunal adote a deliberação que ora submeto ao colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9920/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 028.311/2010-8. 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Niusa Aparecida Marigheto (CPF 016.655.448-05). 4. Unidade Jurisdicionada: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade Técnica: Secex/SP. 8. Advogados constituídos nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq contra a Srª Niusa Aparecida Marigheto, em decorrência do descumprimento ao compromisso de retorno ao Brasil por ela assumido perante o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq com vistas à concessão de bolsa de estudos no exterior na categoria doutorado, pelo período de cinquenta meses, com vigência de maio/1989 a junho/1993, tendo por escopo “Estudos de Propriedades Óticas de Polímeros Orgânicos”; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão extraordinária de 2ª Câmara, com fulcro nos arts. 1º, inciso I, 12, § 3º, 16, inciso III, alínea b, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992, em: 9.1. declarar revel a Srª Niusa Aparecida Marigheto e julgar irregulares suas contas, condenando-a ao pagamento da quantia de R$ 122.771,59 (cento e vinte e dois mil setecentos e setenta e um reais e cinquenta e nove centavos), acrescida dos encargos legais calculados a partir de 2/8/1999 até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação deste acórdão, para que comprove, perante o tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do CNPq, nos termos do art. 23, inciso III, alínea a, da Lei Orgânica do TCU c/c o art. 214, inciso III, alínea a, de seu Regimento Interno; 9.2. autorizar, desde logo, nos termos dos arts. 26 e 28, inciso II, da Lei 8.443/1992:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 404 9.2.1. o pagamento da dívida em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e consecutivas, se solicitado pela responsável, fixando-se o vencimento da primeira em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, e o das demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada uma delas os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor, sem prejuízo ao vencimento antecipado do saldo devedor em caso de não comprovação do recolhimento de qualquer parcela, conforme prevê o art. 217, § 2º, do Regimento Interno/TCU; 9.2.2. a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação; 9.3. dar ciência da presente deliberação ao CNPq e à Srª Niusa Aparecida Marigheto. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9920-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 2ª Câmara TC 033.586/2010-1 Natureza: Tomada de Contas Especial. Unidade: Prefeitura de Magda/SP. Responsável: Braz Dourado, ex-prefeito (CPF 607.752.468-91). Advogado constituído nos autos: não há. Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. OMISSÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. REVELIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS. IRREGULARIDADE, DÉBITO E MULTA.

RELATÓRIO

O Ministério da Educação – MEC instaurou tomada de contas especial de Braz Dourado, ex-prefeito de Magda/SP, em virtude da omissão da prestação de contas do convênio 90.183/1998 (Siafi 345.180), por meio do qual foram transferidos R$ 50.000,00 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para aquisição de veículo automotor destinado ao transporte de estudantes matriculados no ensino público fundamental das redes municipal e estadual residentes, prioritariamente, na zona rural. 2. Após o controle interno e a autoridade ministerial competente (fls. 48/54 da peça 2) haverem confirmado a irregularidade das contas, a Secretaria de Controle Externo no Estado de São Paulo – Secex/SP promoveu a citação do responsável, que, apesar de devidamente notificado (peça 7), deixou de se manifestar.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 405 3. Diante da revelia do ex-gestor, a unidade técnica, antes de apresentar sua proposta de mérito, registrou as seguintes observações (fls. 2/3 da peça 9):

“6. Dos autos constam informações relativas a outro Convênio celebrado entre o FNDE e a Prefeitura Municipal de Magda/SP. De forma a distingui-los, elaboramos os seguintes quadros:

Convênio nº 90183/1998 (objeto do presente processo)

Data da assinatura Responsável Objeto Valor (R$)

16/4/1998

Braz Dourado

Aquisição de veículo(s) automotor(es) destinado(s) ao transporte dos estudantes matriculados no ensino público fundamental, das redes municipal e/ou estadual, residentes prioritariamente na zona rural.

União: 50.000,00 Contrapartida: 9.000,00

Convênio nº 750365/2000 Data da assinatura Responsável Objeto Valor (R$)

30/6/2000

Braz Dourado e outros

Aquisição de dois veículos 0km, modelo Kombi, ano/modelo 2000, para 15 lugares.

União: 47.500,00 Contrapartida: 2.500,00

7. Em relação ao Convênio 750365/2000, consta dos autos cópia do Inquérito Policial nº 295/2001, datado de 31/10/2002, em que o Ministério Público apresenta denúncia contra os Sres Braz Dourado (ex-Prefeito), Carlos Alberto Girotti Galbiati (ex-Tesoureiro da PM de Magda/SP) e José Carlos Inácio de Oliveira (ex-Membro da Comissão de Licitação) – fls. 135/137 Peça 1, em razão dos mesmos terem utilizado, no ano de 2000, em proveito próprio e alheio, verbas públicas no valor de R$ 47.650,60.

8. Segundo tal documento: 8.1. Em 30/6/2000, Braz Dourado, então Prefeito Municipal, firmou o Convênio nº

750365/2000, com o Ministério da Educação/MEC, por meio do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), no valor de R$ 50.000,00, sendo R$ 47.500,00 pelo FNDE e R$ 2.500,00 pelo Município, objetivando a aquisição de dois veículos 0km, modelo Kombi, ano/modelo 2000, para 15 lugares.

8.2. Com o dinheiro em conta, o responsável iniciou processo licitatório, sob a modalidade Carta Convite nº 12/2000, tendo como vencedora a empresa Faria Veículos Ltda, com proposta de R$ 49.920,00.

8.3. Ocorre que não houve a efetiva aquisição dos veículos, tendo sido o valor do convênio desviado e utilizado em benefício dos próprios acusados e de outras pessoas e empresas, cujos cheques foram assinados por Braz Dourado e pelo então Tesoureiro, Carlos Alberto Girotti Galbiati, com a participação decisiva de José Carlos Inácio de Oliveira, que foi quem montou todo o processo licitatório.

9. Os Sres Braz Dourado e Carlos Alberto Girotte Galbiati foram condenados, em 1/8/2008, à pena corporal, em cinco anos de reclusão, em regime semi-aberto. O decisório encontra-se em grau de recurso perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, sob nº 2003.03.00.042894-1 – fl. 154 Peça 1. Quanto a José Carlos Inácio de Oliveira, foi absolvido por falta de provas para sua condenação.

10. Foram expedidas notificações, em 20/8/2009, por parte do FNDE, no sentido de regularizar a prestação de contas – fls. 108 e 115 peça 1, para os prefeitos sucessores, Sres Moisés Ferreira (gestão 2001/2004) – o qual manteve-se silente e Leonardo Barbosa de Melo (gestão 2005/2009). Este último, em resposta, informou que os veículos, objeto do convênio em questão, foram adquiridos com recursos próprios e encaminhou:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 406

10.1. cópia da Ação de Reparação de Danos por Ato de Improbidade Administrativa nº 1568/2002, em 6/11/2002, impetrada pelo Sr. Moisés Ferreira, Prefeito sucessor, contra o antecessor, Braz Dourado – fls. 120/128 Peça 1;

10.2. cópia da Denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo ao Juiz da Comarca de Nhandeara/SP contra Braz Dourado (ex-Prefeito), Carlos Alberto Giroti Galbiati (ex-Tesoureiro da PM de Magda/SP) e José Carlos Inácio de Oliveira (ex-membro da Comissão de Licitação);

10.3. cópia da Sentença condenatória da 2ª Vara Federal de São José do Rio Preto/SP -fls. 139/145 Peça 1, contra os Sres Braz Dourado e Carlos Alberto Girotte Galbiati.

11. O ex-Prefeito, Sr. Leonardo Barbosa de Melo, ousou solicitar ao FNDE, em 27/10/2009, a retificação do número do convênio constante nas peças acima referidas (subitens 9.1. e 9.2.), para o de número 90183/98, na tentativa, no mínimo, descabida, de regularizar a situação deste, junto ao SIAFI (fl. 162 Peça 1).

12. Em 24/12/2009, o FNDE indeferiu tal pedido de suspensão de inadimplência (fl. 169 Peça 1), informando ao interessado que os documentos acima enviados não atendiam às exigências do Manual de Assistência Financeira, aprovado pela Resolução CD/FNDE nº 023/2008.

13. Contraditoriamente, consta informação extraída do SIAFI/2000 de que o Convênio nº 750365/2000 apresentava, em 15/12/2009, a situação “ADIMPLENTE” (fl. 188 Peça 1).”

4. Por tais motivos, a Secex/SP, em pareceres uniformes (peças 9/11), sugeriu a esta Corte: a) julgar irregulares as presentes contas; b) condenar o ex-prefeito ao recolhimento do débito de R$ 59.000,00, correspondente ao somatório do valor repassado e da contrapartida municipal de R$ 9.000,00, com encargos legais a contar de 3/6/1998; c) aplicar ao responsável a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992; d) autorizar antecipadamente a cobranças da dívida, caso não atendida a notificação; e) encaminhar cópia do acórdão proferido ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de São Paulo; e f) determinar ao FNDE o envio ao TCU de informações acerca das medidas adotadas em relação ao convênio 750.365/2000, celebrado com a Prefeitura de Magda/SP em 30/6/2000, em especial quanto à instauração da respectiva tomada de contas especial, tendo em vista que, em consulta ao sistema informatizado desta Corte, não foi constatado seu encaminhamento para julgamento. 5. O Ministério Público junto ao TCU – MPTCU (peça 12) endossou, no mérito, as propostas da unidade técnica, apenas com a ressalva de que o valor da contrapartida municipal não deve ser incluído no montante do débito. É o Relatório.

VOTO Considerando que o ex-prefeito de Magda/SP omitiu-se no dever de prestar contas do convênio 90.193/1998, por meio do qual o FNDE repassou R$ 50.000,00 para aquisição de veículo destinado ao transporte de estudantes; considerando que, devidamente citado, o responsável deixou de se manifestar, o que caracterizou sua revelia; considerando a persistência da falta de demonstração da correta utilização da quantia transferida; considerando que, ao contrário do que sugeriu a Secex/SP, o valor do débito a ser imputado ao responsável deve corresponder apenas ao montante dos recursos repassados, sem possibilidade de acréscimo do valor concernente à contrapartida municipal, como lembrou o MPTCU, sob pena enriquecimento sem causa do concedente;

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 407 considerando, por fim, a existência nos autos de informações a respeito da condenação criminal do responsável por fraudes praticadas em outro convênio firmado com o FNDE (750.365/2000), sem que haja registro do ingresso nesta Corte da correspondente tomada de contas especial, o que torna pertinente a formulação da determinação concernente ao assunto sugerida pela instrução; acolho os pareceres da Secex/SP e do MPTCU, com a ressalva feita por este último no tocante à necessidade de exclusão da contrapartida do valor do débito, e voto pela adoção da minuta de acórdão que trago à consideração deste colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9921/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 033.586/2010-1 2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial. 3. Responsável: Braz Dourado, ex-prefeito (CPF 607.752.468-91). 4. Unidade: Prefeitura de Magda/SP. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: subprocuradora-geral Cristina Machado da Costa e Silva. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado de São Paulo – Secex/SP. 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial decorrente da omissão de prestação de contas do convênio 90.183/1998, firmado entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e a Prefeitura de Magda/SP. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 2ª Câmara, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, 26, 28, inciso II, e 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno: 9.1. julgar irregulares estas contas especiais; 9.2. condenar Braz Dourado a recolher ao FNDE a importância de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), acrescida de encargos legais de 3/6/1998 até a data do pagamento: 9.3. aplicar a Braz Dourado multa no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), a ser recolhida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a contar da data deste acórdão, se paga após o vencimento do prazo abaixo estipulado; 9.4. fixar prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação para comprovação do recolhimento da dívida perante o Tribunal; 9.5. autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação; 9.6. determinar ao FNDE o envio ao TCU de informações acerca das medidas adotadas em relação ao convênio 750.365/2000, celebrado com a Prefeitura de Magda/SP em 30/6/2000, em especial no tocante à instauração da respectiva tomada de contas especial, tendo em vista que, em consulta ao sistema informatizado desta Corte, não foi constatado seu encaminhamento para julgamento; 9.7. encaminhar cópia desta deliberação e do relatório e do voto que a fundamentaram ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de São Paulo. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9921-38/11-2. 13. Especificação do quorum:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 408 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO II – CLASSE V – 2ª Câmara TC 856.996/1998-0 Natureza: Aposentadoria. Unidade: Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social no Estado do Ceará – INSS/CE. Interessados: Francisco Aniceto Rocha (CPF 016.117.473-68), Maria Helena de Paiva Abreu (CPF 048.903.293-15), Ozires Almeida Ferreira (CPF 022.903.323-72) e Paula Ângela Maria Nery Arruda (CPF 032.385.128-20). Advogado constituído nos autos: não há. Sumário: APOSENTADORIA. ATOS CONSIDERADOS ILEGAIS. ACÓRDÃO 951/2005-1ª CÂMARA. OUTRA ILEGALIDADE POSTERIORMENTE CONSTATADA EM FOLHA DE PAGAMENTO SEM IRREGULARIDADE CORRESPONDENTE NO ATO DE APOSENTADORIA. MATÉRIA ESTRANHA A ESTES AUTOS. DETERMINAÇÕES AO ÓRGÃO DE ORIGEM.

RELATÓRIO

Iniciou este relatório transcrevendo, com alguns ajustes de forma, a instrução de fls. 221/3 do volume principal – v.p., elaborada no âmbito da Sefip, secretaria deste tribunal especializada em fiscalização na área de pessoal, e acolhida pelo titular da unidade técnica (fl. 224):

“Por intermédio do Acórdão 951/2005-1º Câmara (fls. 177/8), esta Corte de Contas julgou ilegais, negando-lhes registro, os atos de aposentadoria de Francisco Aniceto Rocha (fls. 13/14), de Maria Helena de Paiva Abreu (fls. 39/40), de Ozires Almeida Ferreira (fls. 48/49) e de Paula Ângela Maria Nery Arruda (fls. 50/51), em decorrência da inclusão destacada nos proventos dos servidores (Auditores Fiscais da Previdência Social) de parcela alusiva à URP de fevereiro de 1989 (26,05%), já integrada aos seus vencimentos ordinários por meio dos diversos aumentos remuneratórios subsequentes, concedidos tanto a título de reposição salarial quanto de reformulação da estrutura de vencimentos.

Na mesma sessão, o Tribunal determinou à entidade de origem que, com fundamento nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do Regimento Interno/TCU, fizesse cessar, no prazo de 15 dias, os pagamentos decorrentes dos atos impugnados, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 409

Devidamente notificada dessa deliberação, a Gerência Executiva do INSS em Fortaleza informou, por meio do expediente de fls. 182, corroborado pelas peças de fls. 183/191, que ‘os servidores citados não vêm percebendo a vantagem da AO 91469-01 (URP 26,05%) desde março/2002, excluída por decisão judicial’.

Ora, confirmada essa informação por meio de consultas ao Siape [Sistema Integrado de Administração de Pessoal do Governo Federal], o procedimento de praxe seria o encerramento dos autos. Entretanto, esta Unidade Técnica verificou no Siape outra irregularidade, que macula o ato de Paula Ângela Maria Nery Arruda e que consiste na percepção concomitantemente de 38% a título de Adicional por Tempo de Serviço e 27% a título de ‘bienal judicial’.

Diante disso, o Titular da Sefip enviou os presentes autos ao Ministro-Relator, sugerindo que fosse considerado ilegal o pagamento cumulativo das vantagens ‘Adicional por Tempo de Serviço’ e do ‘Adicional Bienal’ à servidora Paula Ângela Maria Ney Arruda, por constituírem acréscimos pecuniários de idêntico fundamento.

Ele também observou que, no detalhamento das vantagens atribuídas à inativa, o formulário Sisac referente ao ato de Paula Ângela Maria Nery Arruda não informa o pagamento da bienal, razão pela qual a matéria não foi abordada quando de seu exame inicial.

Aquiescendo com a proposta do titular da Sefip, o Ministro Aroldo Cedraz determinou a realização de diligência à Superintendência Estadual do INSS em Fortaleza-CE, solicitando o envio da sentença judicial que concedeu a vantagem denominada ‘Adicional Bienal’ à servidora. O ofício de requisição está nos autos à folha 200. Em resposta foram enviados os documentos juntados aos autos às fls. 202/206.

No ofício enviado pela Chefe da Seção de Recursos Humanos do INSS/CE, Regina Lúcia Barbosa Cavalcante (...), à folha 204, consta que as informações sobre a ação judicial não estão disponíveis àquele órgão, em virtude de ser originária do Distrito Federal. Dessa forma, a diligência não foi atendida.

Verifica-se, assim, mais uma irregularidade que pode indicar uma situação muito mais grave do que aquela já identificada anteriormente: a Gerência Executiva do INSS/CE concedeu a vantagem pecuniária à servidora sem ter em seu poder a documentação mínima comprobatória do direito que, em tese, assiste à servidora.

Vale mencionar, contudo, que o insucesso da diligência não constitui fator impeditivo para que o TCU se pronuncie no presente caso concreto de maneira conclusiva. Em situações semelhantes, em que ocorreu o pagamento cumulativo de GATS [gratificação adicional por tempo de serviço] e adicional bienal concedido por força de decisão judicial, esta corte tem determinado a imediata suspensão do pagamento da GATS, preservando, dessa forma, a decisão judicial concessiva do adicional bienal. Cito, como exemplo, os seguintes acórdãos e decisões: Decisões nº 454/2002-1ª Câmara e 587/2002-2ª Câmara e Acórdãos nº 1.178/2003-2ª Câmara, 2.335/2004-2ª Câmara, 392/2004-Plenário, 1.819/2004-2ª Câmara, 603/2005-Plenário, 2.462/2005-2ª Câmara, 2.777/2005-1ª Câmara, 3.130/2006-1ª Câmara, 1.186/2007-1ª Câmara, 1.247/2007-2ª Câmara, 2.861/2007-1ª Câmara e 2.927/2007-1ª Câmara.

Diante disso, e em face das análises de mérito já expendidas, propomos encaminhar os presentes autos ao Ministro-Relator, com as seguintes sugestões:

a) Considerar ilegal o pagamento cumulativo das vantagens ‘Adicional por Tempo de Serviço’, no percentual de 38%, e ‘Adicional Bienal’ (rubrica ‘DECISÃO JUDICIAL TRANS JUG APOS’), no percentual de 27%, haja vista constituírem acréscimos pecuniários de idêntico fundamento, à servidora Paula Ângela Maria Ney Arruda (ato de fls. 50/51);

b) Determinar à Gerência Executiva do INSS em Fortaleza que: b-1) faça cessar o pagamento cumulativos do Adicional por Tempo de Serviço à referida

servidora, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa: b-2) emita e disponibilize no Sisac, nos termos da Instrução Normativa/TCU nº 55, de

2007, novos atos iniciais de aposentadoria em favor dos servidores Francisco Aniceto Rocha, Mara

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 410

Helena de Paiva Abreu, Ozires Almeida Ferreira e Paula Ângela Maria Nery Arruda, escoimados das falhas que ensejaram sua impugnação por esta Corte;

b-3) estabeleça critérios rígidos de controle no cumprimento de decisões judiciais concessivas de parcelas remuneratórias, mantendo em seus arquivos, cópias dessas decisões judiciais.”

2. Às fls. 228/9 do v.p. consta o parecer do Ministério Público/TCU, que, representado nestes autos pelo Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se de acordo apenas com os encaminhamentos referentes às alíneas b-2 e b-3 da instrução de mérito colacionada acima. 3. Quanto às demais proposições da Sefip, o douto representante do parquet especializado as considera dispensáveis, tendo em vista que “Pesquisas realizadas no Siape demonstram que a Srª Paula Ângela Maria Nery Arruda percebe, atualmente, proventos na forma de subsídio, em parcela única (peça 47.193.597-9, às fls. 226/7). Assim, a irregularidade suscitada pela unidade técnica já foi sanada.”. É o relatório.

VOTO Segundo se depreende do relatório precedente, discute-se nesta oportunidade questões afetas às aposentadorias consideradas ilegais pelo acórdão 951/2005-1ª Câmara (fls. 177/8, volume principal – v.p.), de interesse de Francisco Aniceto Rocha, Maria Helena de Paiva Abreu, Ozires Almeida Ferreira e Paula Ângela Maria Nery Arruda (fls. 13/4, 39/40, 48/9 e 50/1, respectivamente), todos servidores inativos da Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social no Estado do Ceará – INSS/CE. 2. Quanto ao mérito, embora assista razão à Sefip ao concluir pela ilegalidade do pagamento cumulativo das vantagens “Adicional por Tempo de Serviço” e “Adicional Bienal”, entendo que essa irregularidade não se insere no escopo deste processo, destinado exclusivamente à apreciação dos atos de aposentadoria juntados às fls. 5/63 do v.p., apreciação esta que, inclusive, consumou-se em 17/5/2005, com a prolação do acórdão 951/2005-1ª Câmara. 3. Assim penso tendo em vista que a acumulação ilícita de vantagens constatada pela unidade técnica especializada em consulta ao Sistema Integrado de Administração de Pessoal do Governo Federal – Siape é estranha aos atos de aposentação constantes destes autos, devendo ser tratada no processo de aposentadoria que contemple esta alteração ou em sede de representação caso tal alteração não tenha sido formalizada pelo órgão de origem mediante lançamento no Sistema de Apreciação e Registro de Atos e Admissão e Concessões – Sisac. 4. Corroborando esse raciocínio e antecipando-me a eventuais questionamentos acerca do tema, registro que, a meu ver, o art. 6º, § 1º, da Resolução/TCU 206, de 24/10/2007, mesmo que por analogia, não se aplica ao caso em estudo. Nesse sentido, já me manifestei ao relatar o TC 016.271/2009-8, ocasião em que foi proferido o acórdão 6.106/2009-2ª Câmara. 5. Para melhor entendimento da argumentação que ora apresento, mostra-se pertinente transcrever o referido dispositivo:

“§ 1º Os atos que, a despeito de apresentarem algum tipo de inconsistência em sua versão submetida ao exame do Tribunal, não estiverem dando ensejo, no momento de sua apreciação de mérito, a pagamentos irregulares, serão considerados legais, para fins de registro, com determinação ao órgão ou à entidade de origem para adoção das medidas cabíveis com vistas à regularização da falha formal constante do ato apreciado pelo Tribunal.”

6. Ao que parece, o encaminhamento sugerido pela Sefip baseou-se na lógica hermenêutica contida na regra colacionada acima, mas precisamente no raciocínio de que a verdade material evidenciada nos pagamentos efetuados posteriormente à emissão do ato teria maior relevância do que a verdade formal consubstanciada no ato em si.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 411 7. Não obstante a plausibilidade jurídica dessa interpretação, entendo que ela não se coaduna com a intentio legis do colegiado pleno desta casa ao aprovar a Resolução/TCU 206/2007, qual seja, prestigiar os princípios da racionalidade administrativa e da economia processual, sem prejuízo à adoção de soluções que não se afastem da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. 8. Nessa linha de raciocínio, considero consentâneo com o espírito da Resolução/TCU 206/2007, mais precisamente do § 1º de seu art. 6º, que o tribunal se abstenha de adotar, neste TC 856.996/1998-0, qualquer medida sobre a acumulação ilícita de vantagens constatadas pela Sefip posteriormente à prolação do acórdão 951/2005-1ª Câmara. 9. Aliás, considerando que a irregularidade em comento não vem mais sendo praticada, segundo levantamento efetuado pelo Ministério Público/TCU no Siape, entendo desnecessário a adoção de qualquer medida, ainda que em outro processo, ressalvada a apreciação de eventual ato de alteração que tenha sido lançado no Sisac pelo órgão de origem, ensejando a autuação de processo específico de pessoal no âmbito deste tribunal de contas. 10. Por fim, no que tange às demais propostas de encaminhamento formuladas pela Sefip (alíneas b-2 e b-3 da instrução colacionada no relatório precedente), ambas acolhidas pelo parquet especializado, considero-as oportunas, tendo em vista que: 10.1. a primeira delas – determinação para que sejam emitidos e disponibilizados no Sisac novos atos, escoimados das falhas que motivaram a negativa de registro (acórdão 951/2005-1ª Câmara) –, mostra-se pertinente, eis que o expediente de fl. 182 do v.p. representa razoável indício de que o cumprimento da referida determinação pode vir a ser julgado desnecessário pelo INSS/CE sob o argumento de que, em decorrência de decisão judicial, os servidores cujos atos foram considerados ilegais não mais recebem, desde março/2002, a vantagem impugnada pelo acórdão 951/2005-1ª Câmara; 10.2. a outra, por sua vez – determinação para que sejam estabelecidos critérios rígidos de controle no cumprimento de decisões judiciais concessivas de parcelas remuneratórias, mantendo, em seus arquivos, cópias dessas decisões judiciais –, justifica-se pela falha administrativa apontada pela Sefip, consubstanciada na concessão de vantagem a servidor amparada em decisão judicial cujo teor não é de conhecimento dos setores competentes. Ante o exposto, voto no sentido de que o tribunal adote a deliberação que ora submeto ao colegiado.

Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011.

AROLDO CEDRAZ Relator

ACÓRDÃO Nº 9922/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo TC 856.996/1998-0. 2. Grupo II – Classe V – Aposentadoria. 3. Interessados: Francisco Aniceto Rocha (CPF 016.117.473-68), Maria Helena de Paiva Abreu (CPF 048.903.293-15), Ozires Almeida Ferreira (CPF 022.903.323-72) e Paula Ângela Maria Nery Arruda (CPF 032.385.128-20). 4. Unidade: Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social no Estado do Ceará – INSS/CE. 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 7. Unidade Técnica: Sefip. 8. Advogado constituído nos autos: não há 9. Acórdão:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 412 VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de aposentadorias concedidas a servidores da Superintendência Regional do Instituto Nacional do Seguro Social no Estado do Ceará – INSS/CE, parte delas consideradas ilegais pelo acórdão 951/2005-1ª Câmara. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão extraordinária da 2ª Câmara, diante das razões expostas pelo relator, com fundamento nos arts. 71, inciso III, da Constituição Federal, 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei 8.443, de 16/7/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, e 259 a 263 do Regimento Interno/TCU, em: 9.1. considerar prejudicado, nestes autos, o exame da ilegalidade apontada pela Sefip, haja vista não estar ela inserida no escopo deste processo de aposentadoria; 9.2. determinar ao INSS/CE que: 9.2.1. emita e disponibilize no Sisac, nos termos da Instrução Normativa/TCU 55, de 24/10/2007, novos atos iniciais de aposentadoria em favor dos servidores Francisco Aniceto Rocha, Mara Helena de Paiva Abreu, Ozires Almeida Ferreira e Paula Ângela Maria Nery Arruda, escoimados das falhas que ensejaram sua impugnação à época do acórdão 951/2005-1ª Câmara; 9.2.2. estabeleça critérios rígidos de controle no cumprimento de decisões judiciais concessivas de parcelas remuneratórias, mantendo, em seus arquivos, cópias dessas decisões judiciais. 10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara. 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9922-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator) e José Jorge. 13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) RAIMUNDO CARREIRO

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara

GRUPO I – CLASSE I – Segunda Câmara TC 008.305/2009-3 Natureza: Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas Especial Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Recorrente: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Advogados constituídos nos autos: Luiz Paulo de Barros Correia Viveiros de Castro (OAB/RJ nº 73.146), Glória Regina Félix Dutra (OAB/RJ nº 81.959) e Pablo Felga Cariello (OAB/RJ nº 95.313)

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 413

SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. BOLSA DE ESTUDOS PARA CURSO NO EXTERIOR. CONTAS REGULARES COM RESSALVA. QUITAÇÃO AO RESPONSÁVEL. DETERMINAÇÃO DE BAIXA DE RESPONSABILIDADE. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO INTERPOSTO PELO CNPQ. RETORNO DO EX-BOLSISTA AO BRASIL. APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DO TERMO DE COMPROMISSO FIRMADO COM O CNPQ. PRECEDENTES DO TCU FAVORÁVEIS AO BOLSISTA. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. LÓGICA DO RAZOÁVEL. CONHECIMENTO DO RECURSO. NÃO PROVIMENTO. COMUNICAÇÕES.

RELATÓRIO

Transcrevo, a seguir, como parte deste Relatório e com apoio no inciso I do § 3º do art. 1º da Lei nº 8.443/92, a instrução técnica elaborada por Auditor Federal de Controle Externo lotado na 1ª Diretoria da Secretaria de Recursos – Serur (Anexo 3, fls. 27/37):

“Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo CNPq contra o Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches, em razão da não-conclusão do curso de doutorado na Cornell University/EUA.

2. Ante o reconhecimento de que, apesar de não ter concluído o curso de doutorado, o ex-bolsista vem aplicando no Brasil os conhecimentos adquiridos no exterior, seja pelo exercício de relevantes cargos públicos, seja pela participação, no âmbito da sociedade civil, em projetos em prol da despoluição da Baía da Guanabara (objeto de sua tese de doutorado), este Tribunal prolatou o Acórdão 4.526/2009-TCU-2ª Câmara (fl. 217 do Volume 1):

“ACÓRDÃO Nº 4526/2009 - TCU - 2ª Câmara Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei n.º 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno, em julgar as contas a seguir relacionadas regulares com ressalva, dar quitação ao responsável, de acordo com os pareceres emitidos nos autos, sem prejuízo de fazer a determinação sugerida: 1. Processo TC-008.305/2009-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL) 1.1. Responsável: Manuel Augusto Pacheco Sanches (202.755.367-34) 1.2. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 1.3. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RJ (SECEX-RJ) 1.4. Advogado constituído nos autos: não há. 1.5. Determinar ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq que adote as providências cabíveis com relação à baixa da responsabilidade do Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches, inscrito na conta ‘diversos responsáveis’, bem como a sua exclusão no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Federais - CADIN, desde que não existam outros débitos em seu nome; 1.6. dar ciência do presente Acórdão ao CNPq e ao responsável.”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 414

3. Inconformado, o presidente do CNPq interpôs recurso de reconsideração contra o acórdão supra. Antes de adentrar no mérito do presente feito, esta Secretaria notificou o Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches para que apresentasse contrarrazões acerca do presente recurso.

ADMISSIBILIDADE 4. Por estarem satisfeitos os requisitos recursais de singularidade, tempestividade, legitimidade, interesse e adequação, opina-se de acordo com a análise do Serviço de Admissibilidade de Recursos (fl. 9 do Anexo 3) e propõe-se o conhecimento do presente feito.

5. O Exmo. Sr. Ministro-Relator Raimundo Carreiro admitiu a peça recursal e determinou que fosse feita a sua instrução (fl. 11 do Anexo 3).

DO MÉRITO 6. Seguem os argumentos apresentados pelo recorrente (presidente do CNPq) com as correspondentes contrarrazões apresentadas pelo ex-bolsista e a análise de mérito elaborada no âmbito desta Serur:

Argumentos do presidente do CNPq:

7. Fato inconteste é que o responsável em questão recebeu bolsa do CNPq com intuito de formação em doutorado e retornou ao Brasil sem a titulação. Restou, portanto, ausente a comprovação da realização do maior objetivo daqueles que recebem a bolsa, qual seja, a conclusão do curso.

8. Todas as modalidades de concessão de bolsas pelo CNPq são efetuadas com recursos públicos e, por conseguinte, são regulamentadas por normativas próprias, visando à escorreita aplicação do dinheiro público em prol do desenvolvimento do país, sob pena de ressarcimento dos valores no caso de não-atendimento das obrigações pactuadas.

9. Tais normas editadas pelo CNPq exigem, sem nenhuma exceção, a conclusão do doutorado que se propôs o bolsista realizar. Admitir-se a quitação das obrigações, sem a comprovação da conclusão do curso, fere de morte a função institucional do CNPq.

10. Não é de todo prudente a atitude dessa Colenda Câmara em simplesmente ignorar as regras estabelecidas pelo CNPq para concessão de bolsas.

11. Ora, se for dispensada dos bolsistas a conclusão do curso, causar-se-á uma verdadeira queima de recursos públicos a fundo perdido, posto que nenhum resultado útil poderá ser cobrado dos mesmos em virtude do alto investimento dispensado à sua formação.

12. Se tal atitude do ex-bolsista for albergada, ou seja, se esse juízo permitir que não lhe seja cobrado o que nele fora investido, abrir-se-á precedente preocupante, a par de destruir a função institucional deste Conselho, eis que, se começar a vingar tal atitude, o investimento será inócuo, trazendo prejuízos ao país.

13. Não é sustentável que a sociedade brasileira invista altas somas na formação de profissionais no exterior e estes sequer terminem os estudos. Cumpre não perder de vista que o dinheiro público gasto com o aperfeiçoamento do ex-bolsista seria suficiente para custear os estudos de dezenas de alunos do ensino fundamental.

14. A não-cobrança dos valores devidos configurará flagrante afronta aos princípios basilares que regem o dispêndio de recursos públicos, quais sejam a supremacia do interesse público sobre o particular, o da finalidade e o da indisponibilidade.

15. Conveniente, ainda, asseverar que ao aderirem aos programas institucionais deste Conselho, todos os beneficiários têm por obrigação informar-se acerca dos direitos e obrigações

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 415

a que se submetem, até porque são de amplo conhecimento da comunidade científica brasileira as exigências constantes das normativas internas desta instituição de fomento.

16. Conforme o documento já consignado nos autos, assinado pelo ex-bolsista, pode-se constatar que este declarou, no último tópico do formulário, sob o título de Termo de Compromisso do Solicitante, que declarava conhecer e concordar, para todos os efeitos e consequências de direito com as normas gerais para a concessão de bolsa no exterior, fixadas pelo CNPq.

17. Vê-se, pois, que quando celebrou o contrato com este Conselho, atestou o ex-bolsista, livremente, ter pleno conhecimento de todas as obrigações incidentes sobre a concessão pleiteada, bem como as que deveria cumprir para obter a quitação de suas responsabilidades.

18. É mister esclarecer que o ex-bolsista, em nenhum momento, foi coagido a receber qualquer benefício do CNPq e que assim optou livremente. Estava, portanto, adstrito à normativa que rege todas as bolsas, não sendo possível, em observância ao princípio da isonomia, dar tratamento diferenciado dos demais beneficiários.

19. Diante de tais argumentos, afigura-se totalmente legal a obrigação de ressarcimento integral dos gastos decorrentes da concessão, devendo prestar contas como pessoa física ou jurídica que utilize dinheiro ou valores públicos, interpretando-se tal dever como a imprescindibilidade do cumprimento de todas as exigências a que, voluntariamente, anuiu para o recebimento do recurso, como dispõe o artigo 70, parágrafo único, da Carta Magna.

Argumentos de contrarrazões apresentados pelo ex-bolsista:

20. Há de se separar casos aventureiros e situações excepcionais que impediram a conclusão do curso, como o já debatido e explicado ao CNPq nestes autos.

21. Existem casos em que o retorno pelo investimento na capacitação profissional é frustrado, pois o bolsista resolve aceitar propostas de emprego no exterior, descumprindo o contrato firmado com a entidade financiadora dos estudos e não retornando ao Brasil.

22. No caso em apreço, houve a efetiva conclusão dos estudos, e ainda persistem as justas razões de ordem eminentemente conceituais que impediram a concessão do título de doutorado na universidade norte-americana, matéria essa explicada ao CNPq e contida nas razões de defesa antes apresentadas.

23. Resumindo, é claro que houve divergência entre os conceitos, antagonizando a posição do bolsista e seu orientador, sobre a questão da discriminação racial praticados no Brasil e nos Estados Unidos, e que essa divergência é o elemento justificador da ausência de concessão do título de doutor ao recorrido.

24. Porém, essa divergência de conceitos já explicada não resultou no abandono dos estudos, na malversação de verbas públicas ou mesmo o não retorno do bolsita ao Brasil para aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso realizado.

25. As atividades prestadas pelo recorrido quando de seu retorno ao Brasil atestam a correção do investimento e o efetivo retorno à sociedade dos recursos investidos no bolsista, que exerceu importantes cargos na administração pública municipal e estadual do Rio de Janeiro.

26. Nesta linha, o recorrido exerceu funções de Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS, da UFRJ; foi eleito Chefe do Departamento de Ciência Política da UFRJ; foi convidado a exercer o cargo de Sub-Secretário de Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro e foi convidado a realizar pesquisas em convênio entre a UFRJ e a Fiocruz, o que resultou no convite para vir a ser Diretor de Planejamento Estratégico desta instituição.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 416

27. Recentemente, o recorrido exerceu as funções de Assessor Especial do Ministro Carlos Minc, enquanto este exercia o cargo de Secretário de Estado e foi Chefe de Gabinete do Jardim Botânico.

28. Atualmente, o recorrido é Diretor da Agência Brasileira de Gerenciamento Costeiro, Coordenador Nacional do Ibermar, Instituto Iberoamericano de Manejo Costeiro e Presidente dos Companheiros das Américas no Rio de Janeiro (Partners of America).

29. Todas as atividades exercidas na função pública e em órgãos voluntários são determinantes para atestar a efetiva contrapartida à sociedade pelos investimentos alocados pelo recorrente, de modo que não se justifica o inconformismo contido no recurso, nem a modificação do bem lançado acórdão, pois são claros e evidentes os benefícios trazidos à sociedade com o curso feito nos Estados Unidos.

Análise da Serur:

30. Inicialmente, traz-se à colação o item 12 do termo de compromisso firmado pelo responsável com o CNPq (fl. 36v do Volume Principal):

“12) observar o prazo de até 90 (noventa) dias, após o término da bolsa para a apresentação de um relatório final que deverá estar acompanhado de um exemplar da tese e de cópia do diploma ou declaração de término dos estudos, quando pertinente” (grifos acrescidos).

31. Atendo-se à interpretação literal e gramatical do item supra, poder-se-ia chegar à conclusão precipitada de que, como o interessado não apresentou cópia do diploma de doutor, deveria ser imputado em débito nos termos do acórdão ora recorrido.

32. No entanto, é de mister ter presente a doutrina de Carlos Maximiliano:

“O Direito não é uma escolástica; é uma face da vida social. O fim prático (teleológico) vale mais do que a Lógica Jurídica. O homem não é feito com os princípios; os princípios é que são feitos para o homem. Muitas vezes o próprio dispositivo, intencionalmente ou não, vai além, ou se detém aquém do fim para que foi promulgado.” (grifos acrescidos) (in Hermenêutica e Aplicação do Direito, 15ª Edição, Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 155)

“[...] o fim para que foi inserto o artigo na lei sobreleva a tudo. Não se admite interpretação estrita que entrave a realização plena do escopo visado pelo texto. Dentro da letra rigorosa dele procure-se o objetivo da norma suprema; seja este atingido, e será perfeita a exegese.” (grifos acrescidos) (o.c., p. 313/4)

33. Destarte, dada a importância de se perquirir a finalidade da norma (o elemento teleológico), é de rigor considerar o ensinamento do Ministro Augusto Nardes por ocasião da apreciação do TC 005.061/2001-7 (Acórdão 1.971/2006-1ª Câmara):

“Como é cediço, a jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a concessão de bolsa de estudos visa a beneficiar a população brasileira com melhor qualidade de bens e serviços (v.g., Decisão 231/2001-2ª Câmara e Acórdão 343/2002-Plenário).

Esse benefício se dá com o retorno ao país, de modo que o bolsista aplique os conhecimentos obtidos com a capacitação custeada com recursos da sociedade.”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 417

34. Posta assim a questão, observa-se que, segundo informação colhida em 20/01/2010 no site http://www.remaatlantico.org/author/manuel (fl. 23 do Anexo 3), o Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches é “professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ministra disciplinas que tratam de políticas públicas, fundou o Instituto Baía da Guanabara (IBG), integra a Rede Costeira e o Instituto de Novas Idéias para o Rio de Janeiro. Com o IBG pretende acompanhar as questões mais técnicas da Baía da Guanabara e execução de projetos socioambientais nessa área. Com o Novas Idéias, busca programas de todas as áreas que tenham por objetivo a gestão sustentável da cidade do Rio de Janeiro”. Mas não é só: também foi Chefe de Gabinete da Presidência, código DAS 101.4, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (fl. 25 do Anexo 3), e diretor da Agência Costeira (fl. 26 do Anexo 3).

35. Acrescente-se que, segundo informações prestadas nas suas alegações de defesa (fl. 4 do Anexo 2), “durante o exercício de 94/95, graças ao convênio entre Cornell e Harvard, com autorização da primeira, conhecimento e consequente autorização do CNPq, o requerente realizou o Edward Mason Program na John Kennedy School, Harvard University, contando créditos para o doutorado, e obteve o Master in Public Administration”. Como prova de suas alegações, trouxe à colação cópia do diploma obtido na Universidade de Harvard (fl. 15 do Anexo 2).

36. De mais a mais, tenha-se presente que o ex-bolsista anexou cópia do que seria a sua dissertação de PHD na Cornell University, intitulada “PUBLIC POLICY AND THE POLITICAL PROCESS OF DECISION MAKING REGARDING URBAN-BASED ESTUARINE POLLUTION: THE CASE OF GUANABARA BAY AND SOME COMPARISONS” (fls. 16/230 do Anexo 2).

37. Assim, merece acolhida a sua justificativa para a dificuldade na obtenção do título de PHD na Universidade de Cornell: divergência extremada com o orientador, Prof. William Goldsmith, o qual insistia em incluir na tese, que tratava de uma proposta para despoluição da Baía de Guanabara, uma análise do papel da discriminação racial contra os negros.

38. Ressalta-se que, apesar do entusiasmo inicial dos bolsistas de doutorado no exterior, nem todos conseguem vencer as barreiras que advém dos estudos aprofundados, seja por razões alheias às suas forças, seja por limitações próprias. O que é relevante, do ponto de vista da análise da regular aplicação dos recursos públicos federais repassados durante o período de concessão da bolsa de estudos, é saber se houve boa-fé do bolsista, bem como a comprovação do seu empenho em prosseguir os seus estudos.

39. É de se reconhecer que o recorrente empenhou-se nos seus estudos, bem como agiu com boa-fé durante o tempo em que estudou nos Estados Unidos, uma vez que anexou aos autos (fl. 15 do Anexo 2) o seu diploma de Mestre na Universidade de Harvard, além do fato de ter, efetivamente, apresentado cópia de sua dissertação de PHD, a qual não foi acolhida por divergências com seu orientador.

40. Nessa ordem de ideias, registra-se o magistério seguro do douto Procurador Júlio Marcelo de Oliveira quando da apreciação do TC 005.061/2001-7, o qual foi acolhido por este Tribunal (Acórdão 1.971/2006 da 1ª Câmara):

“(...)

A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a concessão de bolsa de estudos visa a beneficiar a população brasileira com melhor qualidade de bens e de serviços, considerando que o CNPq tem por objetivo promover investimentos voltados ao crescimento do País via desenvolvimento científico e tecnológico, o que se dá fundamentalmente pela concessão de bolsas de estudo para capacitação de recursos humanos nos mais diversos graus, desde a iniciação científica, na graduação, passando pelo mestrado, doutorado e pós-doutorado, entendimento esse que restou assente, entre

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 418

outras deliberações, na Decisão nº 231/2001 - 2ª Câmara (Ata 33) e no Acórdão nº 343/2002 - Plenário (Ata 35).

Com efeito, não se pode admitir que os escassos recursos do país sejam destinados a financiar a formação de mão-de-obra altamente qualificada para outros países. Daí que a concessão de bolsas para estudo no exterior são sempre condicionadas ao compromisso de retorno e permanência do bolsista no Brasil por prazo compatível com a duração da bolsa recebida.

Isso não quer dizer, contudo que o bolsista terá de restituir o valor da bolsa acaso sua empreitada no curso de mestrado, doutorado ou pós-doutorado seja mal sucedida, nomeadamente se o insucesso decorrer de razões alheias à vontade do bolsista.

A concessão da bolsa é como um contrato de risco, é uma aposta que o governo brasileiro faz na capacitação científica de um cidadão para aumentar na sociedade brasileira o número de profissionais com alto nível de qualificação científica. Naturalmente, nem todos que ingressam em um curso qualquer lograrão completá-lo. Isso é natural e as razões podem ser e são de toda ordem.

O que se há de exigir do bolsista custeado com recursos da sociedade é lealdade, probidade, honestidade, sinceridade de propósitos. Assim o bolsista que abandona o curso e não comunica esse fato imediatamente ao CNPq, continuando a receber a bolsa, age desleal e desonestamente. Da mesma forma aquele que conclui o curso, mas não regressa ao país para difundir seu aprendizado e contribuir com a sociedade brasileira, optando por oportunidades profissionais no estrangeiro, lesa seu país e tem o dever de indenizá-lo.

Ao ver do Ministério Público, não é o caso destes autos. No caso presente, verifica-se que a conduta do responsável é reveladora de inegável interesse, esforço pessoal e dedicação ao curso de doutorado para o qual recebeu bolsa apenas parcial e que infelizmente não concluiu a contento.

É preciso ter presente que o responsável obteve do CNPq bolsa para cursar mestrado e doutorado nos Estados Unidos, concluiu o mestrado com excelente desempenho e obteve ótimas notas nas disciplinas do doutorado (fls. 51/52, v.p., e 272), ocorrências que denotam sua intenção de dar fiel cumprimento ao ajuste pactuado com o CNPq.

(...)

Apesar de não haver concluído o doutorado, certo é que o Sr. Raul Nobre Martins Júnior concluiu o mestrado com elevado desempenho. Por sua vez, seu retorno ao Brasil evidencia o propósito de aplicar os conhecimentos adquiridos em benefício do País, conforme exige o subitem 3.6 da Resolução Executiva/CNPq 114/1981 (fl. 7, v.p.).

Não há falar, portanto, em desídia ou deslealdade do ex-bolsista, tampouco em benefício unilateral, uma vez que retornou ao Brasil, não sendo plausível cogitar da existência de dano.

Nesta nova oportunidade de manifestação, o Ministério Público reitera sua posição anterior, pelos argumentos já apresentados e acrescenta ainda o seguinte.

Há que se considerar que em todo curso, sobretudo nos mais exigentes, há sempre uma parcela de alunos que, embora se dediquem ao curso, não obtém o grau almejado. Isso é da natureza mesma dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Aliás, advém desse alto nível de dificuldade o prestígio que o título oferece a quem o ostenta.

Não parece razoável que o CNPq possa esperar e exigir que todos os bolsistas obtenham os títulos por eles almejados quando se inscreveram nesses difíceis e concorridos cursos e solicitaram o apoio financeiro do órgão. Esperar e exigir isso é desconsiderar a natureza mesma das coisas, a ontologia dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Evidentemente, no momento da inscrição e pedido de auxílio, há um elevado

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nível de comprometimento, engajamento e expectativa de sucesso do pós-graduando em relação à sua empreitada.

Infelizmente, nem todos são bem sucedidos e há que se avaliar em cada caso concreto as circunstâncias do insucesso, até porque, ao ver do Ministério Público, o insucesso pessoal de um bolsista na obtenção do título não configura necessariamente o insucesso do investimento de fomento científico-tecnológico feito pelo CNPq nesse bolsista, especialmente quando há o seu regresso ao Brasil com atuação profissional em atividades conexas com o curso freqüentado, o que, sem dúvida, propicia a aplicação dos conhecimentos auferidos, ainda que o bolsista não ostente o título e ainda que suas atividades profissionais não sejam de docência.

Com efeito, estão presentes os requisitos para tanto: a inegável lealdade do bolsista demonstrada por seu engajamento no curso e o proveito do Brasil com o investimento feito em sua qualificação profissional, haja vista seu retorno ao país e as atividades por ele exercidas.

Em caso análogo e nessa mesma linha de entendimento, a 2ª Câmara desta Corte de Contas, mediante o Acórdão 352/2006, acolheu as considerações feitas por este representante do Ministério Público no processo TC 002.288/2005-0.

Destarte, o Ministério Público manifesta-se pela regularidade das presentes contas, com outorga de quitação plena ao sr. Raul Nobre Martins Júnior, nos termos dos artigos 1º, inciso I; 16, inciso I; 18 e 23, inciso I, da Lei 8.443/1992”.

41. Mutatis mutandis, a Segunda Câmara, em situação semelhante ao do caso em apreço, acolheu voto do preclaro Ministro Lincoln Magalhães da Rocha nos seguintes termos (TC 002.288/2005-0, Acórdão 352/2006-2ª Câmara):

“Nos presentes autos, discute-se a necessidade de ressarcimento à União de valores percebidos por cidadã agraciada com bolsa de estudo do CNPq para a realização de programa de doutorado em instituição no exterior.

2. Conforme ressaltado pelo representante do parquet especializado, este Tribunal têm reiteradamente decidido que, "...em última instância, a concessão de bolsa de estudos visa beneficiar a população brasileira com melhor qualidade de bens e serviços..." (Decisão n.º 231/2001 - 2ª Câmara, Acórdão n.º 343/2002).

3. Com efeito, noto que, embora a responsável não tenha concluído o doutoramento, conseguiu obter o certificado de mestrado na George Washington University, o que em minha opinião demonstra que não foi em vão o investimento realizado pela nação brasileira em sua formação.

4. Ademais, ressalto que, conforme descrito pelo analista instruinte do feito: "...quanto à obrigatoriedade de retorno ao Brasil, observa-se que a responsável regressou ao país após concluir os créditos do seu doutorado, voltando a exercer suas atividades no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA por mais de sete anos, no período de 01/03/1996 a 31/08/2003 (fls. 174)."

5. Assim, entendo que os ensinamentos adquiridos pela responsável com o mestrado conseguido na George Washington University tiveram a devida aplicação em órgão brasileiro, demonstrando que a responsável cumpriu com sua obrigação de retornar ao país após concluir os seus créditos de doutorado, não havendo como falar em financiamento de mão-de-obra altamente qualificada para outros países, o que seria inadmissível, frente aos parcos recursos brasileiros que são utilizados para tal mister.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 420

6. Destarte, penso ser descabida a multa proposta pela Unidade Técnica, por entender que, conforme demonstrado nos autos, a responsável, além de tentar dar continuidade aos estudos de doutorado iniciados na instituição estrangeira por meio de admissão em Programa de Doutorado em Economia na Universidade de Brasília, graduou-se em mestrado na George Washington University.

7. Dessa feita, entendo que o país beneficiou-se do investimento efetuado na formação da responsável, conforme bem destacado pelo nobre representante do parquet especializado.

Ante o exposto, pedindo vênias à Unidade Técnica e acolhendo na íntegra o pronunciamento do MPTCU, voto no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto ao descortino deste Colegiado.”

42. Entendendo pertinente o fundamento supracitado, a 2ª Câmara julgou regulares as contas da Sra. Luíza Maria Borges de Oliveira, expedindo-lhe quitação plena.

43. Como se depreende do exposto, a Primeira Câmara (Acórdão 1.971/2006) e a Segunda Câmara (Acórdão 352/2006), em situações semelhantes ao caso em testilha, deliberaram no sentido de se afastar o débito e julgar as contas regulares.

44. Ora, não existem cidadãos iguais, sem iguais decisões administrativas para casos idênticos. Assim, firmada a exegese pela Primeira e Segunda Câmaras, urge o mesmo tratamento ao caso em análise, sob pena de se violar o princípio da igualdade. Pois só observando os referidos precedentes é que se dará para situações semelhantes o mesmo tratamento jurídico.

45. Em virtude dessas considerações, é de se propor que seja negado provimento ao recurso do presidente do CNPq.

46. De outro giro, a interpretação meramente literal do item 12 do termo de compromisso firmado pelo responsável com o CNPq (fl. 36v do Volume Principal) pode levar a uma decisão injusta. Afinal, summum jus, summa injuria – “do excesso de direito resulta a suprema injustiça”. Sobre o tema, não se pode relegar ao oblívio a lição de Carlos Maximiliano:

“Não pode o Direito isolar-se do ambiente em que vigora, deixar de atender às outras manifestações da vida social e econômica; (...)”

“Prefere-se o sentido conducente ao resultado mais razoável, que melhor corresponda às necessidades da prática, e seja mais humano, benigno, suave.”

(...)

“O Direito suscita de modo indireto e diretamente ampara a atividade produtiva, tutela a vida, facilita e assegura o progresso; não embaraça o esforço honesto, o labor benéfico, a evolução geral. Nasce na sociedade e para a sociedade; não pode deixar de ser um fator do desenvolvimento da mesma. Para ele não é indiferente a ruína ou a prosperidade, a saúde ou a moléstia, o bem-estar ou a desgraça. Para isso, até mesmo no campo do Direito Privado, encontra hoje difícil acolhida, tolerada apenas em sentido restrito, nos casos excepcionais de disposições claríssimas, a antiga parêmia, varrida há muito do Direito Público e filha primogênita da exegese tradicional, rígida, geométrica, silogística - Fiat justitia, pereat mundus: ‘Faça-se justiça, ainda que o mundo pereça.’”

(...)

“O Direito é um meio para atingir os fins colimados pelo homem em atividade; a sua função é eminentemente social, construtora; logo não mais prevalece o seu papel antigo de entidade cega, indiferente às ruínas que inconsciente ou conscientemente possa espalhar.”

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 421

“A justiça deve ser eqüânime; concilie, sempre que for possível, a retidão com a bondade em toda a acepção da palavra.

Colocado em posição diametralmente oposta, Jorge Gmelin chega à mesma conclusão; e não é de admirar, porque a verdade prevalece sempre, cedo ou tarde, e é universal, não constitui privilégio de escola ou seita.

Hoje a maioria absoluta dos juristas quer libertar da letra da lei o julgador, pelo menos quando da aplicação rigorosa dos textos resulte injusta dureza, ou até mesmo simples antagonismo com os ditames da eqüidade. Assim, vai perdendo apologistas na prática a frase de Ulpiano – durum jus, sed ita Lex scripta est – “duro Direito, porém assim foi redigida a lei” – e prevalecendo, em seu lugar, o summum jus, summa injuria – “do excesso de direito resulta a suprema injustiça”.

“Membro eminente da judicatura alemã dá o seguinte conselho aos seus pares: „Nós, magistrados, que do povo saímos, precisamos ficar ao lado do povo, ter cérebro e coração atentos aos seus interesses e necessidades. A atividade do juiz não consiste, de modo algum, em simples esforço intelectual. Ela exige, em igual medida, são e ardente sentir, grandeza d’alma, tato, simpatia. [...]

Em conclusão: o Direito prevê e provê; logo não é indiferente à realidade. Faça-se justiça; porém salve-se o mundo, e o homem de bem que no mesmo se agita, labora, produz” (grifos acrescidos) (o.c., fls. 157, 165, 168/70).”

47. Em virtude dessas considerações, é de se inferir que o caso em apreço não pode ser julgado com o coração empedernido, mas, isto sim, deve ser examinado com ardente sentir, grandeza d’alma, tato e empatia, requerendo do magistrado a sua inserção no seio da família do recorrente para ouvir a sua voz interior, a humanidade que emana de sua pessoa. É nesse sentido a orientação de Georges Durry e Michelle Gobert:

“[...] Il sera encore nécessaire qu‘ils oublient qu‘ils sont juges, pour s‘intégrer dans les familles et y faire entendre leur voix, non pas du dehor par la vertu de leur autorité de magistrat, mais comme du dedans par l‘humanité émanant de leur personne”1 (in Revue Trimestrielle de Droit Civil, Tome Soixante-Quatrième, Paris, Année 1966, p. 36). [“É necessário que eles se esqueçam de seus cargos de juízes para se integrarem no seio da família, fazendo ouvir então suas vozes, não de fora, em virtude de suas autoridades de magistrados, mas, de dentro, pela humanidade que emana de suas próprias pessoas” (a tradução é nossa).]

48. Nessa vereda, o singelo método literal não é a regra hermenêutica mais apropriada para o caso vertente, mas, isto sim, a lógica do razoável. Sobre a importância da “lógica do razoável”, discorre com precisão o jurisconsulto Luís Recaséns Siches:

“La lógica tradicional pura, en cualquiera de sus manifestaciones, es el instrumento adecuado para tratar com las ideas puras “a priori” - tales como los axiomas lógicos, las leyes del silogismo, los princípios matemáticos, etcetera - y para la apreensión de los hechos de la naturaleza. Por eso se la suele llamar lógica físicomatemática.

(...)

Ahora bién, la lógica tradicional o fisicomatemática no es adecuada para tratar la vida humana ni sus problemas prácticos; por conseguiente, tampoco para los menesteres jurídicos, entre los cuales figura la interpretación del Derecho. Para todo cuanto

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 422

pertenezca a nuestra humana existencia - incluyendo la pratica del D. - hay que emplear un tipo diferente del logos, que tiene tanta dignidad como la lógica tradicional, si es que no es superior a la de esta: hay que manejar el logos de lo humano, la lógica de lo razonable, la cual es razón, tan razón como la lógica tradicional, pero una razón impregnada de puntos de vista estimativos, de critérios de valoración, de pautas axiológicas” (grifos acrescidos) (Apud Alípio Silveira, in Hermenêutica no Direito Brasileiro, vol. I: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1968, p. 78-79).

49. Assim, é de mister a utilização da “lógica do razoável”, que tem tanta dignidade quanto a lógica tradicional pura, porém uma lógica impregnada de pontos de vista estimativos, de critérios de valoração e de pautas axiológicas.

50. À guisa de maior clareza, vem à baila a doutrina de Alípio Silveira:

“Recaséns Siches, ao considerar os vários métodos modernos esboçados nos primeiros capítulos – método teleológico, método histórico-evolutivo ou progressivo, método da „vontade da lei‟ , nos mostra que cada um deles encerra uma parte da verdade, mas que a sua síntese final, em cada caso concreto, será dada pelo ‘logos do razoável’. Mal comparando, a operação interpretativa se assemelha à execução de uma partitura musical. Vários são os instrumentos – no caso os métodos de interpretação – mas eles devem formar um conjunto harmônico, sob a batuta do maestro, no caso, o logos do razoável, o qual, como veremos em breve, corresponde à idéia básica do bem comum” (grifos acrescidos) (in Hermenêutica no Direito Brasileiro, vol. I: São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1968, p. 83).

51. De tal arte, vale dizer que, na interpretação e aplicação do Direito, não se pode utilizar o método literal tout court, tampouco qualquer outro método de interpretação isoladamente, mas, isto sim, atentar sempre para a flexibilidade do entendimento razoável do ordenamento jurídico, em síntese, para a idéia básica do bem comum.

52. Ora, conforme visto anteriormente, restou assente que o bem comum e o interesse público foram atendidos, uma vez que o recorrente utilizou os conhecimentos aprendidos na Universidade de Cornell em prol da população brasileira.

53. Utilizando-se essas ideias como fachos iluminadores à compreensão do caso concreto, entende-se que se deve fazer justiça, porém atentando-se para o fato de que se deve julgar as contas de responsável que, pelo que consta nos autos, labora e produz a favor da população brasileira. Ademais, deve-se observar que foi varrida há muito do Direito Público a antiga parêmia, filha da exegese literal e silogística, - Fiat justitia, pereat mundus: “Faça-se justiça, ainda que o mundo pereça”.

54. Essas são algumas ponderações adicionais que, por outro ângulo, reforçam o entendimento de que as presentes contas devem ser julgadas regulares.

55. Alfim, observa-se que a regra geral a ser seguida é a de que os bolsistas do CNPq, em cursos de doutorado no exterior, devem retornar ao Brasil e apresentar o diploma de doutor à referida autarquia. As exceções, como o caso em apreço, devem ser cuidadosamente examinadas com o intuito de, sempre, saber se a população brasileira foi, ou não, beneficiada com o custeio dos referidos estudos.

CONCLUSÃO

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 423

56. Diante do exposto, remarcando a tessitura do raciocínio desenvolvido, à luz da interpretação teleológica do termo de compromisso firmado pelo recorrente, da exegese firmada pela Primeira e Segunda Câmaras, da aplicação do princípio da igualdade, da aplicação do apotegma summum jus, summa injuria, da orientação de Georges Durry e Michelle Gobert e da “lógica do razoável” de Recaséns Siches, propõe-se que o Tribunal de Contas da União:

a) conheça do presente recurso de reconsideração, nos termos dos artigos 32, I, e 33 da Lei 8.443/1992, para, no mérito, negar-lhe provimento;

b) mantenha incólume o Acórdão 4.526/2009 - TCU - 2ª Câmara;

c) dê ciência da deliberação que for adotada, bem como do relatório e voto que a fundamentarem, ao CNPq e ao ex-bolsista Manuel Augusto Pacheco Sanches.”

2. O titular da 1ª Divisão da Serur e o Parquet especializado, por seu Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico, manifestaram-se de acordo com o encaminhamento proposto (Anexo 3, fls. 38 e 39, respectivamente).

É o Relatório.

VOTO

Trata-se de Recurso de Reconsideração interposto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) contra o Acórdão nº 4526/2009-TCU-2ª Câmara (fl. 217 do Volume 1) que, em processo de Tomada de Contas Especial, julgou regulares com ressalva, com quitação, as contas do ex-bolsista Manuel Augusto Pacheco Sanches.

2. Quanto à admissibilidade, entendo que o recurso deve ser conhecido, uma vez atendidos os requisitos previstos para a espécie recursal nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92.

3. Em relação ao mérito, ponho-me de acordo com a análise realizada pela Secretaria de Recursos (Serur), cujo encaminhamento uniforme recebeu o aval do Ministério Público que atua junto a esta Corte (MP/TCU). Desse modo, estou propondo ao Colegiado que o Recurso de Reconsideração não seja provido.

4. Como visto no Relatório que precede este Voto, a principal razão que originou o recurso apresentado pelo CNPq decorre do fato de o Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches não ter apresentado à citada fundação pública federal cópia do diploma do curso de doutorado na Cornell University (EUA), fato que também motivou a instauração da Tomada de Contas Especial.

5. No item 3 do Parecer da Auditoria do CNPq é afirmado que em razão de o responsável não ter apresentado exemplar da tese defendida e o certificado de conclusão do curso teria decorrido ônus ao Erário, não havendo a esperada contrapartida à sociedade brasileira (V. Principal, fl. 173). Em seu recurso, o CNPq afirma que “restou, portanto, ausente a comprovação da realização do maior objetivo daqueles que recebem a bolsa, qual seja, a conclusão do curso.” (Anexo 3, fl. 4).

6. Não posso aceitar como absoluta tais afirmações, especialmente diante do fato de o Sr. Manuel Augusto ter retornado ao País e aqui aplicado os conhecimentos adquiridos no estrangeiro em prol da sociedade brasileira. Não entendo que a compensação pelos dispêndios públicos esteja automaticamente satisfeita pela apresentação do diploma de doutoramento, mesmo porque o título de doutor interessaria muito mais ao próprio responsável. Não quer isso dizer que este Relator seja contrário à apresentação do título ou do diploma de doutor, mesmo porque tal obrigação fez parte do Termo de Compromisso firmado pelo ex-bolsista.

7. Mas, o quero salientar é que há determinadas circunstâncias — a que todos estamos sujeitos na vida — que podem alterar, ainda que involuntariamente, o curso do que havia sido planejado. Essas ocorrências não causam necessariamente danos; na verdade, não é raro que, ao invés, tragam benefícios.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 424 A esse respeito, menciono pequenos trechos (para mim suficientes) da fala de Steve Jobs — e não preciso me estender sobre esse gênio da tecnologia — aos formandos da Universidade de Stanford, em 2005:

“(...) Nunca me formei na faculdade. Este discurso é o mais perto que já cheguei de uma formatura. (...) Desisti de cursar a Universidade Reed depois dos primeiros seis meses de aula, mas continuei a frequentar o câmpus como ouvinte por mais 18 meses antes de desistir de vez. (...) Eu não tinha ideia do que queria fazer da vida e não imaginava como a universidade poderia me ajudar a descobrir a resposta. E ali estava eu, gastando todo o dinheiro que meus pais tinham poupado durante toda a vida. Decidi abandonar o curso e acreditar que tudo daria certo no fim. Na época foi assustador, mas, em retrospecto, foi uma das melhores decisões que tomei. Assim que larguei a faculdade, não precisei mais frequentar as aulas que não me interessavam e pude ir como ouvinte às que pareciam ser mais interessantes. (...) E percebi depois que boa parte daquilo com que me deparei ao seguir minha curiosidade e minha intuição consistiu em experiências de valor incalculável. Eis um exemplo do que quero dizer: naquela época, a Universidade Reed oferecia provavelmente a melhor instrução caligráfica de todo o país. Por todo o câmpus, cada cartaz e cada etiqueta de cada gaveta eram maravilhosamente escritos à mão. Por ter virado um desistente que não precisava mais assistir às aulas normais, decidi participar das aulas de caligrafia. (...) Nada disso parecia inspirar a menor esperança de encontrar uma aplicação prática na minha vida. Mas, dez anos mais tarde, quando estávamos projetando o primeiro Macintosh, me lembrei daquelas aulas. E todos aqueles conceitos foram incorporados ao nosso projeto para o Mac. (...) Se nunca tivesse me tornado um desistente, não teria me tornado um ouvinte naquela aula de caligrafia e, talvez, os computadores não tivessem os maravilhosos recursos tipográficos que têm hoje. (...) Essa abordagem nunca me decepcionou, e fez toda a diferença na minha vida.”

8. Como destaca a instrução da Serur — reproduzida no Relatório que antecede este Voto —, o ex-bolsista “vem aplicando no Brasil os conhecimentos adquiridos no exterior, seja pelo exercício de relevantes cargos públicos, seja pela participação, no âmbito da sociedade civil, em projetos em prol da despoluição da Baía da Guanabara (objeto de sua tese de doutorado)”, sendo esses, inclusive, os motivos que levaram esta Corte de Contas a prolatar o acórdão recorrido.

9. Vê-se, assim, que, no presente caso, destaca-se uma diferença crucial, em relação a inúmeros outros de concessão de bolsas de estudo que são analisados neste Tribunal: aqui, o ex-bolsista, embora não tenha apresentado o diploma de doutorado, ofereceu a contrapartida esperada, isto é, o seu aprendizado resultou em contribuição para o País.

10. De fato, documentação existente no processo (Vol. 1, fls. 201/206 e 209/211; Anexo 3, fls. 23/26) comprova que o Sr. Manuel Augusto aplicou, e ainda aplica, no País os conhecimentos recebidos com a sua formação. A partir de seu retorno ao País — para reassumir o cargo de professor adjunto na

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 425 Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi eleito Chefe do Departamento de Ciência Política — veio também a ocupar o cargo de Subsecretário de Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro, a Assessoria Especial da Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, tendo ainda realizado pesquisas no âmbito de convênio celebrado entre a UFRJ e a Fiocruz, ocasião em que recebeu convite para ser Diretor de Planejamento na Fiocruz. E mais: pesquisa realizada na internet demonstra que o responsável participa de projetos e atividades em favor da despoluição da Baía da Guanabara, objeto de sua tese de doutorado (Vol. 1, fls. 209/211).

11. Assim, os desembolsos dos recursos públicos foram recompensados com o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo ex-bolsista, não sendo justo que tenha que ser penalizado com a devolução das verbas aplicadas em sua formação. No caso, o custeio de seus estudos, trouxe e está trazendo ao País a contrapartida esperada. O objetivo prático da concessão da bolsa de estudos — desenvolvimento científico e tecnológico do País e geração de benefícios à sociedade brasileira, com a oferta de melhores bens e serviços — foi alcançado.

12. Pondero, ademais, que o ex-bolsista sempre manteve contato com o CNPq para explicar as razões que impediam a conclusão de sua tese de doutoramento (Vol. Principal, fls. 53/54, 59/60 e 154/456), resumidas na discórdia com o seu orientador na Universidade de Cornell, que insistia em incluir no trabalho — que versa sobre a despoluição da Baía da Guanabara — questão relativa à discriminação racial, exigência que o então bolsista se negara a acatar por entender que o tema central da tese não admitia tal abordagem.

13. Menciono, ainda, que o Sr. Manuel Augusto fez juntar aos autos comprovante de escolaridade (com registro de excelentes notas nas disciplinas cursadas), documento de aprovação no Exame A do curso de doutorado e cópia do diploma de Master in Public Administration, obtido na Harvard University (em convênio com a Universidade de Cornell), bem como cópia de sua tese de doutorado (Anexo 2, fls. 12/230).

14. Todos esses fatos demonstram, por um lado, a boa-fé do ex-bolsista e, por outro, a dedicação aos estudos e ao serviço público, laborando sempre na esfera de sua especialização. Nada nos autos conduz a aventar a hipótese de que o responsável tenha agido com o deliberado propósito de descumprir os normativos que regem o programa de concessão de bolsas de estudo no exterior. Ao contrário, cumpriu com a obrigação, igualmente firmada no Termo de Compromisso (Vol. principal, fl. 35), de “permanecer no Brasil, por período no mínimo igual ao da duração da bolsa, exercendo atividades ligadas aos estudos realizados, comunicando ao CNPq periodicamente o seu domicílio durante esse período” (Vol. Principal, fls. 39/40). Entendo que tal compromisso — sem nenhum menosprezo às demais obrigações assumidas — assume essencial importância, pois é ele que efetivamente garante ao estado financiador dos estudos o esperado retorno do investimento.

15. Por todo e exposto, e diante das particularidades que revestem o presente caso, sou levado a acolher as contrarrazões recursais apresentadas pelo ex-bolsista, e, por decorrência, a não dar provimento ao recurso interposto pelo CNPq. Registro, ainda, que o julgamento pela regularidade com ressalva em situações similares aos dos autos encontra apoio em precedentes tanto da Primeira quanto da Segunda Câmara desta Corte (respectivamente, Acórdão nº 1971/2006 e Acórdão nº 352/2006, entre outros).

Por essas razões, ausentes os fundamentos para alterar o aresto atacado, manifesto minha concordância com a opinião uniforme da Unidade Técnica e do Ministério Público e Voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.

“Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas Especial, interposto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), contra o Acórdão 4526/2009-TCU-2ª Câmara, que julgou regulares com ressalva, com quitação, as contas do ex-bolsista Manuel Augusto Pacheco Sanches,

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 426 ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1. conhecer do Recurso de Reconsideração, com fundamento nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei no 8.443/92, para, no mérito, negar-lhe provimento; 9.2. dar ciência do inteiro teor deste Acórdão ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches.” TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

RAIMUNDO CARREIRO Relator

DECLARAÇÃO DE VOTO

Trata-se de Recurso de Reconsideração interposto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) contra o Acórdão nº 4526/2009-TCU-2ª Câmara (fl. 217 do Volume 1) que, em processo de Tomada de Contas Especial, julgou regulares com ressalva as contas do ex-bolsista Manuel Augusto Pacheco Sanches.

2. Quanto à admissibilidade, entendo, assim como o Relator, que o recurso pode ser conhecido, uma vez atendidos os requisitos previstos nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92.

3. No mérito, são respeitáveis as considerações feitas pelo Ministro Relator. No entanto, apresento minhas vênias por discordar de Sua Excelência.

4. Assiste razão ao CNPq em seus argumentos recursais, que resumo assim:

- restou ausente a comprovação da conclusão do curso;

- as normas editadas pelo CNPq exigem, sem nenhuma exceção, a conclusão do doutorado que se propôs o bolsista realizar. Ao se admitir a quitação das obrigações, sem a comprovação da conclusão do curso, fere-se de morte a função institucional do CNPq;

- ao se deixar de cobrar o investimento no bolsista que deixa de cumprir suas obrigações, abre-se grave precedente;

- ao aderirem aos programas institucionais deste Conselho, todos os beneficiários têm por obrigação informar-se acerca dos direitos e obrigações a que se submetem, até porque são de amplo conhecimento da comunidade científica brasileira as exigências constantes das normativas internas desta instituição de fomento;

- o bolsista declarou conhecer e concordar com as normas gerais para a concessão de bolsa no exterior, fixadas pelo CNPq;

- o ex-bolsista declarou ter pleno conhecimento de todas as obrigações incidentes sobre a concessão pleiteada.

5. Com efeito, ausente a titulação referente ao doutoramento, só posso concluir que a principal obrigação assumida pelo ex-bolsista deixou de ser atendida. Nos dizeres do órgão recorrente, “restou, portanto, ausente a comprovação da realização do maior objetivo daqueles que recebem a bolsa, qual seja, a conclusão do curso.” (Anexo 3, fl. 4).

6. O simples fato de bolsista retornar ao País e aqui aplicar os conhecimentos adquiridos no estrangeiro não são suficientes, por si só, para abonar o responsável das obrigações assumidas perante a Administração Pública. Se assim fosse, estaria, diante do precedente aberto, dispensada conclusão da tese de doutoramento, bastando para isso o retorno ao país e a aplicação “dos conhecimentos adquiridos no estrangeiro em prol da sociedade brasileira”.

7. Assiste razão ao Relator quando afirma que a compensação pelos dispêndios públicos não está “automaticamente satisfeita pela apresentação do diploma de doutoramento, mesmo porque o título de doutor interessaria muito mais ao próprio responsável”. Mas a dispensa da apresentação da titulação

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 427 é, por outro lado, como já mencionei, grave precedente. O certo é que o Sr. Manuel Augusto deixou de cumprir as obrigações assumidas perante o CNPq, e por isso deve arcar com as conseqüências.

8. Por outro lado, reconheço, assim como o Eminente Relator, “a boa-fé do ex-bolsista e, por outro, a dedicação aos estudos e ao serviço público, laborando sempre na esfera de sua especialização.”, o que permite, nos termos do art. 12 da Lei n.º 8.443/92, que o débito sofra apenas atualização monetária, sem a incidência de juros.

9. Por todo e exposto, sou por dar provimento ao recurso interposto pelo CNPq, e Voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2011.

JOSÉ JORGE Redator

ACÓRDÃO Nº 9924/2011 – TCU – 2ª Câmara

1. Processo 008.305/2009-3 2. Grupo I – Classe I – Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas Especial 3. Recorrente: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 4. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro 5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro José Jorge 5.2. Redator: Ministro José Jorge 6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico 7. Unidade Técnica: Secretaria de Recursos 8. Advogados constituídos nos autos: Luiz Paulo de Barros Correia Viveiros de Castro (OAB/RJ nº 73.146), Glória Regina Félix Dutra (OAB/RJ nº 81.959) e Pablo Felga Cariello (OAB/RJ nº 95.313) 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas Especial, interposto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), contra o Acórdão 4526/2009-TCU-2ª Câmara, que julgou regulares com ressalva, com quitação, as contas do ex-bolsista Manuel Augusto Pacheco Sanches, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Redator, em: 9.1. conhecer do Recurso de Reconsideração, com fundamento nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei no 8.443/92, para, no mérito, dar-lhe provimento;

9.2 com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea "b"; 19, caput e 23, inciso III, alínea "a" da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 214, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno, julgar irregulares as presentes contas e condenar o Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches ao pagamento da quantia correspondente a R$ 264.785,59 (duzentos e sessenta e quatro mil, setecentos e oitenta e cinco reais e cinqüenta e nove centavos), atualizada monetariamente a partir de 25/2/2003 até o dia do efetivo pagamento, e fixando-lhe o prazo de quinze dias desde a notificação para que comprove perante o TCU o recolhimento do montante ao CNPq;

9.3 autorizar desde logo a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.4. dar ciência do inteiro teor deste Acórdão ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Sr. Manuel Augusto Pacheco Sanches.

10. Ata n° 38/2011 – 2ª Câmara.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 428 11. Data da Sessão: 18/10/2011 – Extraordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-9924-38/11-2. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (na Presidência), Raimundo Carreiro (Relator) e José Jorge (Redator). 13.2. Ministro com voto vencido: Raimundo Carreiro (Relator). 13.3. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa. 13.4. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) AROLDO CEDRAZ

(Assinado Eletronicamente) JOSÉ JORGE

na Presidência Redator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente) CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA

Subprocuradora-Geral

ÍNDICE DOS PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA, PARA APRECIAÇÃO DE FORMA UNITÁRIA, CONSTANTES DA ATA Nº 38, DE 18 DE OUTUBRO DE 2011

(SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA CÂMARA)

TC Nº RELATOR UNIDADE TÉCNICA ACÓRDÃO PÁG. 000.605/2000-0 Min. JJ SERUR/SECEX-AP 9887 004.273/2009-0 Min. JJ SEFIP 9888 004.667/2011-5 Min. AC SECEX-RN 9909 005.936/2010-1 Min. AC SERUR/SECEX-CE 9910 007.361/2010-6 Min. AC SECEX-PA 9911 008.305/2009-3 Min. RC SERUR 9924 008.666/2009-5 Min. AC SEFIP 9912 009.025/2009-4 Min.-Sub. ALC SECEX-SP 9904 010.465/2011-1 Min. JJ SECEX-PI 9889 011.003/2009-4 Min. AC SECEX-AL 9913 011.172/2009-7 Min.-Sub. ALC SECEX-SP 9905 011.485/2007-5 Min. JJ SEFIP 9890 013.608/2011-8 Min. JJ SEFIP 9891 014.505/2011-8 Min. JJ SEFIP 9892 015.321/2011-8 Min. JJ SEFIP 9893 015.323/2011-0 Min. JJ SEFIP 9894 015.324/2011-7 Min. JJ SEFIP 9895 015.327/2011-6 Min. JJ SEFIP 9896 015.328/2011-2 Min. JJ SEFIP 9897 015.398/2011-0 Min. JJ SEFIP 9898 017.347/2011-4 Min. AC NÃO ATUOU 9914 018.026/2010-9 Min. AC SECEX-SP 9915 018.120/2010-5 Min. JJ SECEX-PA 9899 018.526/2010-1 Min.JJ SECEX-RJ 9900 019.547/2008-4 Min. JJ SECEX-MS 9901 020.564/2009-6 Min. AC 4ª e 7ª SECEX’s 9916

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 429

021.420/2009-0 Min. AC 4ª SECEX 9917 021.446/2009-7 Min. AC 4ª SECEX 9918 025.155/2009-8 Min. JJ SECEX-PA 9902 027.978/2010-9 Min. AC 3ª SECEX 9919 028.019/2009-0 Min. RC SECEX-MG 9886 028.311/2010-8 Min. AC SECEX-SP 9920 028.384/2009-4 Min.-Sub. ALC SECEX-AM 9906 029.169/2010-0 Min.-Sub. ALC SECEX-CE 9907 029.269/2011-3 Min.-Sub. ALC SECEX-BA 9908 030.095/2010-7 Min. JJ SERUR/5ª SECEX 9903 033.586/2010-1 Min. AC SECEX-SP 9921 856.996/1998-0 Min. AC SEFIP 9922