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Recursos Humanos CADERNOS TÉCNICOS AIMinho Associação Industrial do Minho

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  • RecursosHumanos

    CADERNOS TCNICOS

    AIMinhoAssociao Industrial do Minho

  • AIMinhoAssociao Industrial do Minho

    RecursosHumanos

    CADERNOS TCNICOS

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    1. Como gerir recursos humanos

    1.1 Pessoas: o maior activo das empresas .....................................................................3

    2. Recrutamento

    2.1 Como gerir um processo de recrutamento...............................................................7

    2.2 As entrevistas.............................................................................................................8

    3. Poltica de remuneraes

    3.1 Tipos de recompensas...............................................................................................11

    4. Como preparar um plano de formao

    4.1 A importncia da formao.......................................................................................13

    4.2 Fases de um plano de formao...............................................................................13

    5. Como avaliar o desempenho

    5.1 O desempenho como factor de avaliao.................................................................15

    5.2 Os mtodos de avaliao ..........................................................................................15

    5.3 Para que serve a avaliao .........................................................................................17

    5.4 Como lidar com um desempenho fraco ...................................................................17

    6. Como delegar decises

    6.1 Delegar fundamental ..............................................................................................18

    6.2 Como decidir o que delegar ......................................................................................18

    7. Como gerir o trabalho em equipa

    7.1 O trabalho em equipa ................................................................................................22

    7.2 O papel do lder da equipa........................................................................................23

    8. Gesto pessoal

    8.1 Como fazer apresentaes em pblico.....................................................................25

    8.2 Como redigir um currculo........................................................................................29

    8.3 Gesto do tempo .......................................................................................................34

    8.4 Como preparar e gerir uma reunio .........................................................................36

    9. Artigo de opinio - O mais grave erro da gesto .......................................................38

    NDICE

  • 1. Como gerir Recursos Humanos

    Os recursos humanos so, cada vez mais, o principal capital com que uma empresa pode contar. No h investimento que

    sobreviva, ou tecnologia que faa milagres, se os colaboradores da empresa no forem os mais adequados ao objectivo final

    pretendido. Saber como geri-los fundamental.

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    Lidar com as pessoas que compem uma organizao

    empresarial uma tarefa por vezes rdua, geralmente complicada

    e quase sempre pouco reconhecida, por no trazer resultados

    imediatos. , apesar disso, uma das pedras basilares da gesto

    de uma empresa. Seguidamente vai ser abordada a importncia

    do recrutamento e seleco de colaboradores, a definio de

    polticas de comunicao e planos de formao, os aspectos a

    ter em conta numa avaliao de desempenho, e como manter

    os colaboradores motivados.

    1.1 Pessoas: o maior activo das empresas

    Uma organizao que saiba gerir os seus recursos humanos

    possuir, a mdio prazo, uma importante vantagem competitiva

    face a outras empresas. Ou no fosse cada vez mais comum

    ouvir-se a frase o mais importante da minha empresa so as

    pessoas.

    A gesto de recursos humanos, porm, no se circunscreve

    ao departamento da empresa com o mesmo nome. Os gestores

    de recursos humanos devem ser todas as pessoas na organiza-

    o. Todos aqueles que tm algum sob sua responsabilidade,

    e todos aqueles que, no tendo algum sob sua responsabilidade,

    so gestores do seu prprio recurso, que a prpria pessoa.

    A um nvel mais global, quer a empresa tenha um departa-

    mento prprio de recursos humanos ou entregue esta tarefa a

    uma empresa externa, as linhas de orientao da gesto dos

    seus colaboradores tm de ser definidas a nvel do topo. Mesmo

    quando a gesto dos recursos humanos feita por uma empresa

    externa, a orientao de base deve ser delineada pelos lderes

    da empresa. Um bom empresrio no deixa um consultor

    substitui-lo na gesto da empresa, e no um bom consultor

    aquele que o pretende fazer.

    O bom consultor de recursos humanos , ento, aquele

    que apoia a empresa na definio das suas estratgias. S

    depois de a empresa ter perfeitamente traados os objectivos

    que pretende atingir, que pode transmitir essa informao

    aos seus colaboradores e, paralelamente, definir as competn-

    cias funcionais de que necessita para atingir os referidos

    objectivos.

    RECRUTAMENTO E SELECO

    No recrutamento e seleco eficazes de colaboradores

    comea uma boa gesto de recursos humanos. Mas contratar

    a pessoa certa para o lugar certo no to fcil como parece.

    Recrutar um profissional que, por muito bom que seja, no

    o mais adequado s necessidades da empresa, acaba por custar

    tempo e dinheiro at que se consiga alinhar a pessoa com essas

    necessidades.

    Tendo conscincia dos objectivos que se pretendem atingir,

    mais fcil saber qual o perfil dos colaboradores a recrutar. A empresa

    precisa de pessoas j com alguma experincia na rea, ou prefere

    jovens em incio de carreira que possa formar e treinar medida

    das especificidades da organizao? O candidato ideal deve estar

    completamente orientado para a funo pretendida ou deve ser

    suficientemente flexvel para poder desempenhar vrias tarefas?

    Todas estas questes tm de ser devidamente equacionadas

    para que a empresa contrate os funcionrios que de facto

    correspondem s necessidades.

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    4 AVALIAO DE DESEMPENHOAs avaliaes de desempenho so importantes ferramentas

    que auxiliam a gesto da empresa. Importa, porm, ter alguns

    cuidados na sua realizao, no s para que os resultados sejam

    o mais aproximados da realidade, mas tambm para no criar

    um clima infundado de sentimento de perseguio aos colabo-

    radores.

    Antes de iniciar uma avaliao de desempenho, o gestor de

    recursos humanos deve efectuar alguns trabalhos preparatrios,

    que incluem a definio, para cada colaborador a ser avaliado,

    de diversos itens:

    . Funo

    . Deveres

    . Responsabilidades

    . Objectivos a cumprir

    . Nveis de performance para algumas tarefas-chave

    . ()

    O processo de avaliao propriamente dito apresenta um

    certo grau de complexidade, pelo que deve ser preferencialmente

    realizado por um ou mais profissionais especializados.

    Esta avaliao pode incluir, dependendo da especificidade

    da organizao, relatrios de projectos e actividades, anlise

    de resultados, apreciao de outros colaboradores ou superiores

    hierrquicos, etc.

    A avaliao no deve ser feita revelia do colaborador. Pelo

    contrrio, dever envolver pelo menos uma reunio onde seja

    possvel discutir a obteno de resultados, os progressos

    alcanados, as dificuldades sentidas, e as formas de diminuir

    os factores mais negativos da sua performance.

    A avaliao de desempenho pode igualmente servir para

    traar novos resultados a atingir, definir um plano de formao

    mais adequado ou alertar o colaborador para o perigo de uma

    contnua performance baixa. importante que os resultados

    da avaliao no surjam como uma surpresa absoluta, seja

    ela positiva ou negativa, para o colaborador em causa. Isso

    implica que regularmente lhe seja dado um feedback adequado

    e construtivo em relao ao trabalho que tem desempenhado.

    Deve igualmente ter oportunidade de exprimir uma opinio

    sobre os resultados da avaliao. Pode ser uma excelente

    altura para, em conjunto, se debaterem possveis formas de

    melhorar os desempenhos menos eficientes, por exemplo,

    atravs de um plano de formao ou um acompanhamento

    especfico.

    COMUNICAO INTERNA

    O responsvel pelos recursos humanos dever perguntar

    aos colaboradores se j lhes aconteceu saber novidades sobre

    a empresa atravs de pessoas que no trabalham l ou atravs

    de notcias na comunicao social. Se a resposta for sim,

    frequentemente, sinal que os canais de comunicao dentro

    da empresa no esto a funcionar devidamente.

    A comunicao actualmente uma das mais poderosas

    ferramentas na gesto de recursos humanos. O que acontece

    muitas vezes que a empresa tem uma estratgia que conhe-

    cida pelos quadros de topo da organizao mas que no

    conhecida pelos restantes colaboradores. Essa falta de comuni-

    cao no pode acontecer. fundamental que todas as pessoas

    na empresa, desde a pessoa que hierarquicamente esteja mais

    baixa at ao presidente, estejam alinhadas com aquilo que so

    os objectivos estratgicos da mesma.

    Assim, uma boa poltica de comunicao interna, que d

    s pessoas a informao necessria sobre os objectivos da

    empresa, as estratgias a utilizar e os projectos presentes e

    futuros, contribuir fortemente para melhorar a actuao indi-

    vidual e colectiva da organizao. Cada vez mais, para que as

    pessoas se sintam motivadas e acreditem numa organizao,

    tm que sentir que fazem parte dela. Para isso, essencial que

    haja uma comunicao dentro da equipa, seja ela informativa

    ou motivacional, por exemplo fornecendo um feedback do

    trabalho feito ou ouvindo as opinies e sugestes das pessoas.

    E hoje em dia, com as redes informticas, o correio elec-

    trnico e a Internet, no h desculpas para que este processo

    no seja implementado.

    formasde passar acomunicao

    reuniesregulares

    encontrosinformaispara debaterproblemasconcretos

    veiculao deinformaosobre planosde aco,projectosou resultados

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    5Se a direco da empresa, em conjunto com o gestor derecursos humanos, compreender as razes que levaram um

    colaborador a sair, mais facilmente tenta evitar novas sadas.

    Por vezes basta apenas melhorar alguns aspectos organizacionais

    ou corrigir situaes de desequilbrio.

    Hoje em dia a mobilidade profissional muito maior do que

    h alguns anos atrs. O importante que tanto a empresa como

    o colaborador tenham dado o seu melhor durante a relao

    profissional que mantiveram. Se a sada do colaborador for pacfica,

    nada impede que um dia mais tarde volte a integrar-se na empresa.

    O SEGREDO DA MOTIVAO

    Saber manter uma equipa coesa, interessada e produtiva

    actualmente um dos maiores desafios que se colocam a um

    gestor de recursos humanos. Mas que estratgias de motivao

    podem ser utilizadas?

    H alguns factores que, de uma forma mais ou menos

    consensual, contribuem positivamente para aumentar a moti-

    vao dos funcionrios de uma empresa. A comear pela prpria

    funo desempenhada pelo colaborador. Ver a carteira de clientes

    da empresa aumentar dia aps dia, por exemplo, e saber que

    uma parte desse crescimento deriva do esforo que realizou

    fonte de satisfao para o colaborador.

    O tempo que as pessoas passam na empresa cada vez

    maior. E muitas vezes trabalha-se noite, ao fim-de-semana... Se

    as pessoas no se sentirem realizadas naquilo que fazem, com

    a agravante de terem cada vez menos tempo para elas prprias

    e para a sua famlia, a presso vai ser imensa. E, inevitavelmente,

    o seu empenho e produtividade profissional vo decair.

    Ter um feedback do que se faz tambm essencial para manter

    um colaborador motivado. Isto vlido tanto para os objectivos

    que so alcanados como para os erros que inevitavelmente se

    cometem. O que se deve fazer numa situao de erro , juntamente

    com o colaborador em causa, descobrir os motivos e a forma de

    o evitar no futuro. Se tratarmos as pessoas como inteligentes, elas

    respondem como pessoas inteligentes. A velha frase eu pago-te

    para fazeres, no para pensares, est obsoleta.

    DINHEIRO E BENEFCIOS

    A remunerao , sem dvida, um factor de motivao para

    um colaborador. S que, muitas vezes, no o factor primordial.

    Tudo depende da hierarquia das necessidades: Alm de uma

    remunerao competitiva, h uma srie de outros factores que

    contribuem para a motivao, como a existncia de oportuni-

    dades de desenvolvimento de competncias, ou a possibilidade

    de progresso na carreira. E convm no esquecer alguns

    POLTICAS DE FORMAO

    Definir polticas regulares de formao dos colaboradores,

    medida das necessidades especficas do negcio, pode garantir

    vantagem estratgica face concorrncia.

    Esta formao pode, e deve, ser da iniciativa da prpria

    pessoa, mas isso no tira responsabilidades empresa no que

    diz respeito melhoria da formao dos seus colaboradores

    at porque vai beneficiar grandemente dessa actualizao.

    O gestor de recursos humanos deve manter-se permanente-

    mente atento s mudanas do mercado, s necessidades da em-

    presa, aos meios a que pode recorrer para implementar essa

    formao.

    As polticas de formao diferem muito conforme o sector

    em que a empresa se insere e o tipo de colaboradores que

    possui. Sabendo quais as competncias funcionais que cada

    pessoa tem, mais fcil definir uma poltica de formao para

    a empresa. Naturalmente, nem todas as pessoas vo precisar

    da mesma formao, pelo que ser necessrio delinear aces

    de formao concretas e estabelecer timings para a sua realizao.

    igualmente vantajoso recorrer aos resultados das avaliaes

    de desempenho, j que pode ser necessrio apostar em formao

    individual para determinados colaboradores.

    SADA DE COLABORADORES

    Mais cedo ou mais tarde, as empresas tm que se debater

    com este problema. Ningum insubstituvel, j se sabe, mas

    a sada de um colaborador pode causar alguns transtornos nos

    primeiros tempos. Antes mesmo de se comear a procurar outra

    pessoa para o lugar, deve-se tentar perceber por que que o

    colaborador quer sair da empresa:

    . Est descontente com o trabalho que realizou ou foi

    convidado a mudar para um projecto mais aliciante?

    . Sai por motivos pessoais ou relacionados com a evoluo

    da carreira?

    . Coloca a hiptese de eventualmente um dia poder regressar

    empresa ou nem quer ouvir falar disso?

    A empresa e os seus colaboradores evoluem naturalmente com

    o passar do tempo. Podem no entanto surgir problemas quando

    o crescimento no no mesmo sentido, ou os objectivos de cada

    um so divergentes. H pessoas que atingem um determinado

    patamar de responsabilidades e querem ficar por a, porque se

    sentem bem naquilo que esto a fazer. Outras, pelo contrrio, tm

    mais ambio e querem sempre continuar a subir. Nenhuma das

    duas atitudes condenvel. Tudo depende das caractersticas pes-

    soais de cada colaborador e das necessidades especficas da empresa

    num dado momento. Quando no possvel conciliar os interesses

    de ambas as partes, acaba por surgir o fim da relao contratual.

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    6 benefcios adicionais que, embora isoladamente possam nosignificar muito, ajudam a tornar o bolo mais atractivo. Por

    exemplo, o facto de se oferecer um horrio flexvel, um regime

    de frias mais alargado, a participao no capital da empresa

    atravs de stock options, a possibilidade de receber um bnus

    anual ou um qualquer tipo de prmio.

    SER CRIATIVO

    indispensvel que a estratgia de motivao seja coerente.

    Um gestor de recursos humanos tem de acompanhar os negcios

    da empresa permanentemente, saber o que est a ser feito e

    quais so os alvos que quer atingir. S assim possvel pensar

    simultaneamente nos objectivos da empresa e nas pessoas que

    l esto.

    DEPARTAMENTO PRPRIO OU OUTSOURCING?

    Tudo depende da dimenso da empresa em causa. Grandes

    organizaes, que integram centenas de pessoas, no podem

    passar sem um departamento especializado de recursos hu-

    manos. No caso de empresas menores, o cenrio pode ser

    diferente. Muitas vezes mais rentvel para as pequenas

    empresas recorrer a consultores externos, que as auxiliam a

    gerir os recursos humanos.

    Porqu ficar?

    Um estudo elaborado pelo Hay Group, citado no site

    http://humanresources.about.com, concluiu que as cinco

    principais razes que levam um colaborador a permanecer

    na empresa so:

    1 - oportunidade de desenvolver novas competncias

    2 - acompanhamento e feedback dado pelo chefe

    3 - equipa de direco talentosa

    4 - tratamento com respeito

    5 - reconhecimento de um trabalho bem feito

    A ttulo de curiosidade, refira-se que a remunerao figurava apenas

    no oitavo lugar da lista de razes mais apresentadas.

    O estudo foi realizado entre 1996 e 1999, tendo sido entrevistados

    500 mil empregados de 300 empresas norte-americanas. Um

    estudo semelhante aplicado ao mercado portugus revelaria

    ou no resultados semelhantes?

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    2. Recrutamento

    Contratar os melhores profissionais um processo que tem

    que ser rpido e eficaz. de empregados eficientes e motivados

    que depende o sucesso sustentado da empresa.

    O sucesso ou falhano de uma empresa depende das pessoas

    que nela trabalham. Logo, depende em ltima anlise da quali-

    dade dos seus sistemas de recrutamento e seleco. Infelizmente

    nem todos os gestores do a ateno necessria a este assunto.

    Contratam pessoas com base em conhecimentos pessoais ou

    confiam pura e simplesmente na sorte. sempre prefervel

    investir tempo e recursos no recrutamento pois isso prevenir

    problemas futuros quer para a empresa quer para o prprio

    recrutado. necessrio seguir os passos apresentados em

    seguida, para minimizar as probabilidades de erro no recruta-

    mento.

    2.1 Como gerir um processo de recrutamento

    1. Definir correctamente a exigncia do cargo

    2. Procurar os melhores candidatos

    3. Anncios de recrutamento

    4. Criar formulrios de candidatura

    5. Analisar com cuidado os currculos relevantes

    6. Fazer uma entrevista inteligente

    1. DEFINIR CORRECTAMENTE A EXIGNCIA DO CARGO

    Antes de comear o processo de recrutamento propriamente

    dito, deve-se definir exactamente o que se pretende. Qual o

    cargo que est em aberto, quais so as funes inerentes a ele

    e que tipo de pessoa que melhor o poderia desempenhar,

    tendo em conta o seu historial acadmico, profissional e at o

    seu prprio perfil pessoal. No se deve cair no erro de preencher

    imediatamente a vaga de um trabalhador que saiu mas sim

    pensar primeiro se precisam de facto de outra pessoa ou se as

    suas funes podem ser desempenhadas por outros traba-

    lhadores da empresa com iguais qualificaes tcnicas e hu-

    manas.

    2. PROCURAR OS MELHORES CANDIDATOS

    Existem cinco formas para descobrir quem melhor se adequa

    ao cargo em aberto. So elas:

    . Recomendaes pessoais identificar os profissionais que

    estejam no mercado e que se gostaria de contratar. A partir

    daqui deve-se pedir referncias a todas as fontes possveis: ex-

    -empregadores da pessoa em causa, colegas antigos ou actuais,

    entre outros. No se dever fazer demasiada publicidade em

    relao s intenes da empresa. Isto porque ainda no est

    a recrutar, e porque poder estar a dar tempo ao actual empre-

    gador para preparar uma contra-proposta mais aliciante.

    . Empresas de recrutamento neste caso, entrega-se nas

    mos de especialistas a escolha do futuro empregado. Mais

    do que atravs de qualquer outro mtodo, este exige que se

    seja claro na definio do que se pretende. Deve-se estar

    tambm atento a quanto vai custar a subcontratao de

    uma empresa deste tipo.

    . Recrutamento interno muitas vezes no preciso ir

    buscar sangue novo. Basta olhar volta e fazer umas per-

    guntas em cada departamento (de preferncia, aos respon-

    sveis por cada um deles) para descobrir talentos. E esta

    tambm uma forma de manter os empregados mais moti-

    vados e produtivos por constatarem que a empresa segue

    uma poltica de progresso das carreiras.

    . Recrutamento de antigos empregados no se deve perder

    de vista os melhores profissionais que j trabalharam para

    a empresa. Podero sempre regressar empresa se lhes for

    apresentada uma proposta ou recomendar outras pessoas

    com a garantia de que so eficientes.

    3. ANNCIOS DE RECRUTAMENTO

    Dever ser efectuada uma escolha adequada dos meios onde

    se pretende colocar os anncios. Para tal, dever ser identificado

    numa primeira fase qual o pblico-alvo desses mesmos meios.

    Se o perfil se adequa ao das pessoas pretendidas para preencher

    a vaga na empresa, deve-se avanar com os anncios. Depois deve

    ser escolhido o melhor meio: imprensa, Internet, universidades,

    etc. A forma como redigido o anncio tambm muito importante,

    devendo ser o mais claro possvel, excluindo logo candidatos

    indesejveis. Ou seja, se h qualificaes imperativas para o cargo,

    devem ser reveladas logo nesta fase.

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    8 4. CRIAR FORMULRIOS DE CANDIDATURAOs formulrios de candidatura podem ser em papel ou em

    formato digital. Devero estar estruturados de tal forma que,

    ao serem preenchidos, resumam o historial acadmico e profis-

    sional dos candidatos e, de preferncia, as principais motivaes

    para o preenchimento da vaga. Devero ser, quer um comple-

    mento ao currculo, quer uma forma de confirmar as informaes

    deste. Para criar fichas de candidatura eficazes devem-se seguir

    alguns passos:

    . Fazer perguntas abertas muito pouco provvel obter

    respostas abertas num currculo. Por tal, a ficha de candi-

    datura deve servir tambm para pedir ao candidato que

    escreva um pouco mais sobre si e sobre as suas motivaes

    ao se candidatar vaga em causa.

    . Criar fichas de candidatura em formato digital no devem

    ser eliminadas as fichas de candidatura em papel, mas deve

    ser criada uma verso em formato digital. Serve para ser

    disponibilizada atravs da Internet e facilita a introduo

    das informaes em bases de dados informatizadas ou a

    posterior actualizao dos dados do candidato.

    . Construir uma base de dados todas as fichas de candi-

    datura recebidas devero ser registadas numa base de dados.

    Mesmo candidatos que hoje no se adequam ao cargo em

    aberto actualmente, podero ser boas possibilidades para

    uma contratao futura.

    5. ANALISAR COM CUIDADO OS CURRCULOS RELEVANTES

    Quando qualquer empresa inicia um processo de recruta-

    mento e comea a receber currculos, h uma grande percenta-

    gem que no se adequa ao cargo em causa. inevitvel ter

    dezenas, se no mesmo centenas, de candidatos que disparam

    em todas a direces. Em segundo lugar, depois da triagem

    inicial, devem ser seleccionados os melhores currculos entre

    todos os que se adequam vaga. Por fim, deve-se ler nas

    entrelinhas. Pode ser utilizada a seguinte estratgia:

    . Procurar dados concretos se no forem descobertas num

    currculo informaes claras e objectivas em relao a

    determinadas qualificaes do candidato provvel que ele

    no as tenha. No se dever eliminar logo o currculo, mas

    registar a falha para que seja esclarecida numa fase posterior.

    Pode-se tentar obter referncias junto de ex-empregadores.

    . Comear pelo fim a maioria dos candidatos coloca as in-

    formaes menos lisonjeiras no final do currculo porque

    espera que o recrutador no chegue l.

    . Filtrar as informaes irrelevantes muitas pginas, mas

    poucas qualificaes, revelam um candidato fraco. Se o

    currculo incluir demasiadas informaes pessoais como a

    ocupao de tempos livres h que filtrar apenas a informao

    que interessa realmente.

    6. FAZER UMA ENTREVISTA INTELIGENTE

    Escolhidos os candidatos mais adequados ao cargo vago

    atravs dos seus currculos e dos resultados dos testes psicotc-

    nicos ou outros (se tiverem sido realizados), hora de os chamar

    para falarem cara a cara.

    A entrevista uma das fases mais importantes de todo o

    processo. Por isso, importante que a entrevista seja devida-

    mente estruturada de forma a conhecer ao mximo as carac-

    tersticas pessoais do candidato e confirmar se todas as

    informaes que foram apresentadas anteriormente

    correspondem verdade.

    2.2 As entrevistas

    Para cumprir com o abordado anteriormente, ou seja, para

    fazer uma entrevista inteligente, h que seguir determinados

    passos:

    PREPARAR AS ENTREVISTAS

    Uma entrevista no uma conversa social. Por isso, o

    entrevistador dever prepar-la com antecedncia e fazer os

    trabalhos de casa no que toca a estudar com afinco o currculo,

    a ficha de candidatura e demais informaes acerca dos candi-

    datos com quem vai falar. O esquema seguinte apresenta os

    pontos-chave da organizao prvia da entrevista.

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    9quem vai

    entrevistarO tipo de entrevista e a forma como ir ser conduzida (e por quem) depende da empresa

    ou do cargo para o qual pretende recrutar. Nas empresas especializadas em recrutamento,

    por exemplo (que so contratadas para seleccionarem candidatos para outras empresas),

    as entrevistas so normalmente conduzidas por psiclogos, que registam por escrito

    o seu parecer em relao a cada candidato para, no final do processo, fazerem a triagem.

    Noutras empresas, que tm um departamento de recursos humanos organizado, as

    entrevistas podem ser conduzidas pelo prprio director de recursos humanos ou por

    qualquer outro profissional qualificado dessa seco. H ainda empresas que preferem

    que seja o responsvel mximo do departamento que est a contratar a falar directamente

    com os candidatos.

    definiro tempo

    previsto para aentrevista

    bvio que, para um cargo inferior na hierarquia, basta certamente uma entrevista para

    se chegar a uma concluso sobre a deciso de recrutamento pelo que o tempo de

    durao ser mais reduzido. Para um cargo de topo, uma nica entrevista no

    suficiente. Muito menos se feita por uma nica pessoa.

    escolha dolocal

    Pode-se escolher o prprio escritrio, uma sala de reunies ou at um territrio neutro,

    como a sala de um hotel ou uma sala de qualquer outro departamento da empresa.

    Importante criar um ambiente o menos intimidativo possvel, com boa luminosidade,

    com a temperatura ideal e com poucos focos de distraco (como demasiadas imagens

    nas paredes, por exemplo).

    preparar asperguntas

    importante anotar em papel todas as questes que se pretende colocar e registar

    as notas pr-entrevista. Deve ser feita a distino entre as perguntas obrigatrias e as

    opcionais.

    ESCOLHER O TIPO DE ENTREVISTA

    Os estudos sobre a matria identificam quatro grandes tipos de entrevistas:

    concreta O objectivo principal extrair informaes concretas nomeadamente sobre a funo

    a desempenhar. A personalidade do candidato o menos importante neste tipo de

    entrevista. As perguntas devem ser especficas e no dar abertura a divagaes.

    situacional O objectivo consiste em verificar como o candidato enfrenta algumas situaes tpicas

    do cargo. Ou seja, as entrevistas so conduzidas para uma descrio completa do

    problema. Pode-se utilizar perguntas abertas tais como: O que faria se....

    de confronto Desencadear uma situao de confronto para avaliar como que o candidato reage.

    Planear um confronto inesperado, fazer insinuaes sobre o percurso da carreira do

    candidato. O objectivo analisar como o candidato reage presso.

    tcnica Dar maior enfoque a questes tcnicas. Simular, se necessrio, um ambiente de

    prova oral universitria para confirmar se ele tem as capacidades que afirma ter.

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    10 ELABORAR AS PERGUNTASEis algumas questes tpicas que podero ser colocadas aos candidatos:

    Por que razo quer mudar de emprego?

    Por que razo se est a candidatar a este cargo?

    Desta forma, conhece-se e avalia-se as prprias motivaes

    do candidato e percebe-se se o que a empresa tem para lhe

    oferecer o que ele realmente quer.

    Quais so os seus pontos fortes?

    Com esta pergunta, o candidato tem a oportunidade de

    revelar pontos a seu favor e de revelar algo positivo acerca dele.

    Se a resposta demorar ou se foram apresentados poucos pontos

    fortes, isto pode revelar falta de confiana, timidez ou, no limite,

    incompetncia.

    Quais so os seus principais pontos fracos e limitaes?

    importante que os candidatos saibam ser auto-crticos.

    Quem no capaz de assumir os prprios erros ou limitaes

    demonstra arrogncia. Uma boa resposta o candidato enunciar

    os pontos fracos e dizer o que que aprendeu com eles e o que

    fez para melhorar.

    Como foram as suas relaes com a chefia e com os colegas

    anteriores?

    H que saber como que o candidato se relaciona frequen-

    temente com as pessoas que o rodeiam no local de trabalho.

    Ele at pode ser excelente tecnicamente, mas se no souber

    trabalhar em equipa num cargo que o exige, ento no serve.

    Qual considera que tenha sido o ponto mais alto da sua

    carreira?

    Deixar o candidato falar do que mais o orgulhou em funes

    anteriores. uma forma de avaliar o seu brio profissional. E de

    reduzir os nveis de tenso associados a uma entrevista.

    Qual foi o ponto mais baixo da sua carreira?

    Tal como em relao aos pontos fracos, o candidato deve

    ser capaz de falar vontade de momentos que correram menos

    bem.

    Quais so os seus objectivos a longo prazo e como que

    acha que os conseguir alcanar?

    Estas pergunta revelar projectos profissionais e de vida,

    permitindo avaliar as motivaes, ambio e expectativas de

    promoo.

    TOMAR NOTAS E TIRAR CONCLUSES

    No decorrer da entrevista deve-se tomar notas com as

    respostas dos entrevistados e escrever alguns comentrios

    sobre os seus comportamentos ao longo da reunio. No final,

    depois do candidato sair, deve-se tentar classificar o seu desem-

    penho ou mesmo atribuir-lhe uma nota. Esta aco deve ser

    feita de imediato. Aps dezenas de entrevistas no possvel

    a lembrana de todos os pormenores e a escolha torna-se mais

    difcil.

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    3. Poltica de remuneraes

    Esta a tarefa mais sensvel de qualquer gestor de recursos

    humanos. Por muito que se diga o contrrio a questo principal

    e ser sempre a do salrio. Mas quem estrutura uma poltica

    de remuneraes tem de atender a outro tipo de benefcios que

    no apenas os de cariz monetrio.

    Para estruturar um sistema de recompensas h que ter em

    conta a cultura das empresas, nomeadamente as atitudes e

    comportamentos dos empregados e, acima de tudo, os seus

    objectivos estratgicos. Para que este sistema funcione,

    essencial implementar um sistema de gesto por objectivos,

    para que cada empregado saiba antecipadamente o que

    esperado dele e como que o seu nvel de desempenho ir ser

    quantificado e recompensado.

    Existem dois tipos de recompensas possveis numa empresa:

    3.1 Tipos de recompensas

    recompensas

    intrnsecas

    recompensas

    extrnsecas

    Distinguem e premeiam aces que contribuem elevadamente para o cumprimento dos

    objectivos da empresa. No tm que ser necessariamente prmios em dinheiro, mas

    assumem frequentemente essa forma. O tipo de prmios depende muito da cultura da

    empresa e dos sistemas de remunerao. Devem ser prestigiados e credveis, mostrando

    que so um tipo de reconhecimento especial por que vale a pena lutar. Acima de tudo

    a identidade do premiado e as razes que justificaro o reconhecimento devero ser

    divulgadas publicamente. Este tipo de prmios dever igualmente ter uma forte carga

    simblica. Por vezes mais apreciado ou o louvor pblico ou a entrega de prmios em

    espcie (viagens extensveis famlia, etc.) do que o sempre impessoal prmio monetrio.

    Salrio a recompensa mais comum do trabalho dos empregados. Pode ter uma

    parcela fixa, que inclui o salrio base acrescido de subsdios (de alimentao, de doena,

    entre outros), e uma varivel, que s ser atribudo se o empregado tiver cumprido um

    determinado conjunto de objectivos.

    Incentivos So complementos ao salrio, de natureza varivel, que tm como objectivo

    recompensar o mrito dos melhores empregados. Entre os principais incentivos a curto

    prazo contam-se as comisses, normalmente atribudas fora de vendas da empresa,

    baseadas na facturao realizada em perodos de tempo curtos (um ms, um trimestre

    ou um ano); os bnus, cuja atribuio depende do cumprimento dos objectivos globais,

    funcionais ou individuais; e as viagens de incentivo, que so uma forma de incentivo

    no monetrio que bastante usual nas empresas.

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    12 INCENTIVOS A LONGO PRAZOPertencem ao grupo das recompensas intrnsecas mas visam

    sobretudo a reteno e fidelizao empresa dos seus empre-

    gados-chave, normalmente os gestores de topo.

    . Planos de stock options so planos de opo de compra

    de aces da empresa a um preo pr-determinado decorrido

    um perodo de maturidade pr-acordado. A rentabilidade

    obtida pelo titular depende da valorizao das aces na

    bolsa. As mais valias geradas calculam-se pela diferena

    entre a capitalizao de mercado das aces findo o prazo

    de maturidade e o valor de aquisio acordado priori. Se

    este valor for negativo, o titular pode optar por no exercer

    o seu direito de compra.

    . Planos de phantom shares so unidades de participao

    que eliminam algumas das desvantagens dos planos de

    stock options , por exemplo, no esto dependentes da

    evoluo das cotaes bolsistas, mas a sua mecnica

    muito semelhante dos planos de stock options. atribudo

    um valor fixado priori s unidades de participao, de

    acordo com um determinado critrio de valorizao esco-

    lhido. Tm um perodo de carncia, aps o qual podero

    ser mobilizadas.

    . Planos de stock grants consiste na possibilidade de aquisi-

    o de aces da empresa a preo reduzido, para a venda

    posterior, beneficiando o titular de um prmio de capita-

    lizao dependente da valorizao da cotao das aces

    no mercado bolsista.

    BENEFCIOS

    Podem ser recompensas em dinheiro ou em espcie e visam

    satisfazer as necessidades de carcter social dos empregados.

    Dividem-se em trs grupos:

    . Benefcios sociais so atribudos a todos os empregados

    e visam suprir necessidades primrias e de segurana (sade,

    alimentao, invalidez, entre outras). Os mais frequentes

    so os subsdios de doena, seguros de sade, etc.

    . Fringe benefits so benefcios especficos para determi-

    nados cargos da empresa, quer devido natureza das

    funes quer devido ao grau hierrquico. Incluem planos

    de utilizao de automveis, despesas de representao,

    viagens, entre outros.

    . Smbolos de estatuto so benefcios que tm como objec-

    tivo distinguir os cargos de topo da hierarquia. Ceder a

    utilizao de um automvel da empresa a um empregado

    no um smbolo de estatuto, mas j o ser se estivermos

    a falar de um automvel de topo de gama para um

    administrador, ou um carto de crdito gold.

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    4. Como preparar um plano de formao

    Na actual sociedade do conhecimento a formao acadmica

    no chega. preciso investir na formao contnua dos recursos

    humanos. necessrio que a empresa saiba como elaborar um

    plano de formao adequado s necessidades da empresa e ao

    perfil dos seus colaboradores.

    Do ponto de vista das entidades patronais, um plano de

    formao uma ferramenta da gesto dos recursos humanos,

    que tem como objectivo a melhoria das qualificaes dos

    empregados e, consequentemente, a melhoria da performance

    geral das empresas. Do ponto de vista dos empregados, a

    formao poder ser uma forma de consolidarem as suas

    carreiras profissionais e de aumentarem o seu valor e atracti-

    vidade no mercado de trabalho.

    4.1 A importncia da formao

    1. IDENTIFICAO DAS NECESSIDADES

    O departamento interno da empresa encarregue de fazer o

    plano de formao (normalmente o de recursos humanos)

    contacta os directores das divises principais (financeira,

    operacional, comercial, etc.) e rene com cada um deles para

    identificar os elementos de mudana na empresa e nos depar-

    tamentos, nomeadamente: novos investimentos, novas

    qualificaes necessrias, objectivos de desempenho mais

    ambiciosos, etc. Estes devem justificar os objectivos definidos

    e os recursos que sero necessrios para os cumprir. Desta

    etapa dever resultar um documento que resuma as necessidades

    de formao e os objectivos e que sirva de base de referncia

    para todas as fases seguintes.

    2. DESCRIO DAS ACES DE FORMAO

    Nesta fase, os responsveis pelo planeamento das aces de

    formao podero complementar as informaes constantes no

    documento realizado na fase anterior ou criar uma nova grelha.

    Nesta, colocaro as necessidades de formao a satisfazer, os

    objectivos, os respectivos temas para as aces de formao

    necessrias, o nmero previsto de formandos e a durao.

    3. PREVISO DA DURAO DA FORMAO

    importante fazer uma previso da extenso do tempo de

    formao. Poder ser mais vantajoso e menos penalizante para

    as empresas e para os profissionais diminurem a durao de

    cada aula e estenderem os cursos por um perodo de tempo

    total mais alargado. Por isso, importante prever e planear

    todas as alternativas possveis, que sero apresentadas, nor-

    malmente, pelos responsveis de recursos humanos e posteri-

    ormente discutidas com os potenciais formandos e tambm

    com os formadores.

    4. ORAMENTAO

    Inclui os encargos directos de formao (remunerao dos

    formadores, encargos de deslocao, etc.) e a previso dos

    encargos de funcionamento (aluguer/utilizao das instalaes

    para a formao, custos de operao das aces de formao,

    etc.). Uma discusso frequente nas empresas est relacionada

    com o clculo dos custos de oportunidade devidos ausncia

    das pessoas em formao e os eventuais custos de substituio.

    Porm, normalmente, este tipo de custos no contemplado

    no plano de formao anual da empresa, mas nos oramentos

    individuais de cada unidade da empresa. Cabe aos responsveis

    de diviso realizar os oramentos individuais e fazer as estima-

    tivas dos efeitos que a formao ter na sua actividade e nos

    custos de mo-de-obra.

    5. PESQUISA DE MERCADO

    Esta fase no se aplica nas empresas que organizam as

    aces de formao internamente, com formadores da prpria

    4.2 Fases de um plano de formao

    Identificao das necessidades

    Descrio das aces de formao

    Previso da durao da formao

    Oramentao

    Pesquisa de mercado

    Implementao e controlo

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    14 empresa. No caso de as aces de formao serem subcontra-tadas a empresas de formao ou a formadores individuais,

    este o momento em que os responsveis pela elaborao do

    plano de formao da empresa devem fazer uma prospeco

    de mercado. Ao analisarem todas as condies, podero ter

    que fazer ajustes ao oramento previsto. Devem ter em conta

    os seguintes aspectos:

    . Credibilidade das empresas de formao De preferncia,

    devero ser empresas acreditadas para dar cursos de for-

    mao, por entidades como o Ministrio da Educao ou

    o INOFOR. conveniente tirar referncias junto de anteriores

    clientes destas empresas.

    . Qualificaes dos formadores Quando a formao

    subcontratada a empresas fidedignas, a qualidade dos for-

    madores , partida, assegurada por elas, at porque a

    sua imagem de qualidade que est em causa. Quando se

    tratam de formadores individuais, importante ter conhe-

    cimentos do seu currculo como formador e das suas qua-

    lificaes nas reas em que iro dar formao aos seus em-

    pregados.

    . Local da formao O local onde se iro realizar as aces

    de formao depende, na maioria dos casos, do nmero de

    formadores e das condies logsticas que a empresa que

    encomenda a formao tem. Se existe um grande nmero

    de empregados para assistir a uma determinada formao,

    o mais frequente que os formadores subcontratados se

    dirijam s instalaes da empresa, caso contrrio, sero os

    empregados que tero que se deslocar. Porm, a empresa

    pode no ter, por exemplo, salas disponveis, ou equipamento

    de projeco e vdeo de que os formadores necessitam.

    Nestes casos, devero ser negociadas previamente todas

    as condies que iro ser necessrias.

    . Custos Os preos cobrados pelas empresas de formao

    so, normalmente, elevados. Deve ser feita uma anlise

    comparativa dos preos praticados pelo maior nmero

    possvel de entidades verificando se as diferenas de preo

    so justificveis pela qualidade. No deve ser esquecida a

    incluso no preo todas as condies necessrias. Os

    principais custos que as empresas de formao cobram

    so: concepo da aco, organizao e gesto da formao,

    coordenao da aco e formadores, logstica (salas, equi-

    pamentos, correios, telefones, etc.) e elaborao de docu-

    mentos ou outros instrumentos pedaggicos.

    6. IMPLEMENTAO E CONTROLO

    Depois de ser feito o oramento previsional, de serem

    realizados alguns ajustes que tenham sido considerados

    necessrios e de os membros da direco o terem aprovado,

    resta implementar o plano de formao. A direco de recursos

    humanos dever contactar os responsveis de cada departa-

    mento para acordarem as datas mais adequadas para a for-

    mao (depois de contactarem os formadores, para saberem

    qual a sua disponibilidade em termos de tempo). Os formandos

    sero informados das datas e aces de formao a que tero

    que assistir, de preferncia, pelo seu superior hierrquico

    directo. Muitas empresas esto a optar por um sistema de

    avaliao dos formandos no final das aces de formao,

    para irem acompanhando o seu grau de aproveitamento e a

    sua evoluo. Por outro lado, os formandos tambm tero a

    oportunidade de fazerem a avaliao da qualidade do curso

    e dos formadores.

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    5. Como avaliar o desempenho

    Avaliar o desempenho do pessoal uma tcnica de gesto

    que visa melhorar a performance individual e colectiva, tornar

    os sistemas de recompensa mais justos e gerar efeitos positivos

    na motivao das pessoas.

    5.1 O desempenho como factor de avaliao

    objectivos dos

    sistemas de

    avaliao de

    desempenho

    medir e diferenciar o

    desempenho

    individual

    dar a conhecer a

    opinio dos superiores

    hierrquicos sobre o

    desempenho de cada

    colaborador

    ajudar a tomar decises

    sobre a poltica de

    remuneraes

    e incentivos e identificar

    as deficincias no

    desempenho individual

    e colectivo e tentar

    corrigi-las

    A fixao clara dos objectivos de desempenho de cada

    departamento o requisito base para um sistema de avaliao

    de desempenho eficaz. Esses objectivos devem ser quantifi-

    cados, atravs de indicadores simples e fceis de medir, e

    devidamente calendarizados. Quer os que so relativos

    performance global da empresa (caso do volume de factu-

    rao, resultados lquidos, ndice de satisfao do cliente,

    quotas de mercado, etc), como o cumprimento de objectivos

    de performance individual (contribuio para os objectivos

    do departamento, nmero de pedidos satisfeitos, produtivi-

    dade, absentismo, cumprimento de prazos, prmios, etc).

    A avaliao de desempenho abrange, em regra, alguns ele-

    mentos de carcter qualitativo e comportamental (opinio

    das chefias e dos colegas, auto-desenvolvimento tcnico e

    pessoal, qualidades de liderana, trabalho em equipa, etc).

    do correcto balanceamento entre estes vrios elementos

    que se constri uma boa grelha de indicadores para avaliar

    o desempenho.

    A avaliao de desempenho , em regra, semestral ou anual.

    Deve ser feita por escrito atravs de um questionrio padronizado

    que visa classificar o desempenho do avaliado com base em

    critrios quantificveis. No final dever incluir uma avaliao

    global do candidato segundo uma escala de avaliao previa-

    5.2 Os mtodos de avaliao

    mente acordada e incluir comentrios qualitativos sobre o

    desempenho do avaliado que inclua as reas prioritrias a

    melhorar. Esta informao ser essencial como ponto de partida

    para a avaliao dos perodos seguintes:

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    16 MTODOS DE AVALIAO DE DESEMPENHO MAIS UTILIZADOS

    auto-avaliao

    avaliao a 360

    So os avaliados que medem a sua prpria performance. No final, cada superior hierrquico

    analisa as respostas, faz a sua prpria avaliao e rene com cada um dos avaliados

    para discutir os resultados. Este mtodo estimula o empenho e desenvolvimento dos

    subordinados mas os resultados podem ser condicionados pelos pontos de vista e

    interesses individuais de cada avaliado.

    o mtodo de avaliao mais sofisticado. Todos os trabalhadores, independentemente

    da sua posio hierrquica, so simultaneamente avaliadores (conservando o anonimato)

    e avaliados. Este mtodo tem a vantagem dos subordinados terem a oportunidade de

    avaliar livremente o desempenho dos seus chefes, mas pode ter efeitos nefastos ao nvel

    da motivao e dos sentimentos de auto-estima dos visados, sobretudo das pessoas

    em graus mais elevados da hierarquia.

    avaliao pelo

    superior

    hierrquico

    o mtodo mais comum. Tem a vantagem de haver um nico avaliador o que garante

    alguma homogeneidade e rigor na interpretao dos critrios de avaliao e na anlise

    comparativa de desempenho. A desvantagem principal que o avaliador pode ser

    influenciado pela imagem global e histrica que possui sobre o avaliado e pelo tipo de

    relacionamento tcnico e pessoal.

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    Seguidamente so apresentadas as causas possveis para um mau desempenho e como se deve lidar com elas:

    5.4 Como lidar com um desempenho fraco

    desmotivao Assim que for detectado este problema, deve ser atacado de imediato, descobrindo as

    suas causas possveis. Estabelecer um plano de melhoria com prazos definidos.

    CAUSAS POSSVEIS COMO FAZER

    falta de

    capacidadeQuando o empregado perde o ritmo e no acompanha as exigncias do cargo, deve

    primeiro identificar quais as capacidades que lhe faltam (ritmo de trabalho, lacunas na

    formao, conhecimentos tcnicos). Oferecer sesses de formao, ou substituir o

    funcionrio por outra pessoa com capacidades adequadas.

    absentismo e

    pontualidadeEste um comportamento intolervel que, no limite, implicar o despedimento do

    trabalhador. Verificar se o empregado est bem integrado na equipa ou se a mudana

    para um horrio mais flexvel resolveria o problema.

    problemas

    pessoais importante concentrar-se apenas no desempenho profissional. Em casos graves, pode-

    -se propor ao empregado que tire uns dias de frias para resolver a sua situao. Em

    ltimo caso, deve-se solicitar ao funcionrio que recorra a apoio mdico.

    15 CRITRIOS PARA DETECTAR QUADROS DE ELEVADO POTENCIAL

    A avaliao de desempenho tem, sobretudo, objectivos pedagg-

    icos. No um processo que visa castigar ou recompensar os

    avaliados. Deve ser um instrumento precioso para auscultar os seus

    pontos fortes e fracos, as reas passveis de melhoria e as necessidades

    de formao prioritria. Do ponto de vista da empresa, a avaliao

    dever igualmente servir de base para melhorar o sistema de

    compensaes (nomeadamente em caso de prmios de desempen-

    ho), para o desenvolvimento de planos de carreira (incluindo sistemas

    internos de promoes) e a calendarizao de aces de formao.

    A avaliao tambm uma oportunidade para o avaliador

    estabelecer e rever objectivos globais e individuais de desem-

    penho que podero estar desajustados realidade da empresa.

    5.3 Para que serve a avaliao

    Se as avaliaes forem, em regra, negativas, talvez a fasquia de

    objectivos de desempenho estivesse demasiadamente elevada.

    Pelo contrrio, se a esmagadora maioria das avaliaes for

    muito positiva isso poder ser um sinal que as chefias esto a

    ser pouco exigentes com os seus colaboradores. Nesse caso

    talvez faa sentido entregar a tarefa a especialistas externos.

    As avaliaes de desempenho so inevitavelmente momentos

    de alguma tenso na empresa. Deve ser tirado partido dessa

    ameaa transformando-a numa excelente oportunidade para

    ouvir e reflectir sobre as queixas e as sugestes dos colaboradores

    bem como para reconhecer e louvar publicamente o mrito dos

    colaboradores mais eficientes ou mais dedicados.

    1. procura permanentemente de oportunidades de desenvolvimento?

    2. tecnicamente mais brilhante do que a mdia?

    3. aproveita as ocasies de aprendizagem tcnica e pessoal?

    4. sente-se vontade noutras culturas e cargos?

    5. d particular ateno aos detalhes do seu trabalho ou funo?

    6. consegue criar um ambiente de trabalho agradvel?

    7. particularmente dotado para relaes humanas?

    8. procura e sabe tirar proveito das opinies dos outros?

    9. enfrenta as responsabilidades e assume-as perante as chefias?

    10. ambicioso. quer melhorar continuamente os resultados?

    11. retira lies dos erros e ultrapassa os fracassos sem culpar os outros?

    12. possui um temperamento orientado para a aco?

    13. tem a coragem de assumir uma posio, ainda que critica, e mant-la?

    14. procura, em todas as circunstncias, marcar a sua diferena?

    15. reage bem s crticas dos outros e s adversidades?

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    6. Como delegar decises

    O primeiro segredo para delegar com eficcia seguir o

    princpio: faa apenas o que s voc pode fazer. Infelizmente

    nem todos os gestores seguem este princpio. Deve-se deixar

    de centralizar as tarefas que outros podem fazer melhor.

    A maioria dos gestores diz que est sobrecarregado de

    trabalho e no tem tempo para fazer todas as tarefas que

    gostaria. O mais provvel que esses gestores estejam a delegar

    pouco e mal. Ou dito por outras palavras, que estejam a cen-

    tralizar em demasia as decises, um pecado dos gestores

    6.1 Delegar fundamental

    portugueses. Ou porque no confiam o suficiente nos seus

    subordinados ou pura e simplesmente porque gostam de

    assumir sozinhos todas as responsabilidades at ao mais nfimo

    dos detalhes. Ou ainda porque quando finalmente se decidem

    pela delegao no o sabem fazer da forma correcta (no dizendo

    claramente o que pretendem, por exemplo) nem s pessoas

    certas (por exemplo, no fazendo corresponder as exigncias

    da tarefa s qualificaes tcnicas e humanas do subordinado

    em quem decidem delegar, no prestando a formao ou o

    apoio adequado, etc).

    faa apenas o ques voc pode fazer

    No perca tempo com tarefas que pode delegar a outras pessoas que estejam

    hierarquicamente abaixo de si.

    PRINCPIOS BSICOS PARA DELEGAR COM EFICCIA

    no faaas tarefasassociadas a umsalrio mnimo

    Uma empresa no ganha dinheiro se os seus profissionais mais bem pagos passam

    grande parte do tempo a caminhar para a mquina de fotocpias ou a fechar

    envelopes. O executivo est a perder tempo e, consequentemente, a empresa est

    a perder dinheiro.

    no assumaas tarefas quepertencem aosoutros

    Seja mais humilde. No presuma que faz tudo melhor do que os outros. Principalmente

    se se tratar de tarefas que acrescentam pouco valor para a empresa. Aprenda a delegar.

    Vai ver que no custa!

    h coisas queoutros fazemmuito melhor

    Provavelmente no voc que arranja os canos em casa, mesmo que partida tenha

    algum talento para a bricolage. Nestes casos o mais provvel que prefira contratar um

    canalizador, ou seja, um especialista. Tambm no emprego, precisa de arranjar pessoal

    especializado para desempenhar determinadas funes dentro dessa especialidade.

    to simples quanto isso.

    sabido que no se pode delegar todas as tarefas. Porm,

    se for efectuada uma listagem de como utilizado o tempo de

    trabalho certamente se chegar concluso que nem tudo o

    que se faz tem, de facto, valor acrescentado para a empresa. E

    se forem listadas as competncias das pessoas que nos rodeiam

    decerto se verificar que no somos a nica pessoa a poder fazer

    6.2 Como decidir o que delegar

    as actuais tarefas. necessrio saber exactamente quais as

    tarefas que se podem delegar e, mais importante, quem que

    tem qualificaes para as desempenhar to bem quanto ns

    prprios. Deve ser feita uma avaliao e seleco das tarefas

    de acordo com o esquema seguinte:

  • cad

    ern

    o t

    cn

    ico

    R

    ecur

    sos

    hum

    anos

    19quais as tarefas

    que estou a fazermas que so

    irrelevantes?

    quais as tarefasque s eu que posso

    desempenhar?

    no as completenem as delegue

    delegue estastarefas aos seussubordinados

    no delegueestas tarefas

    e d-lhesprioridade

    sistemas decontrolo dodesempenho

    O controlo da execuo das tarefas de cada colaborador e a verificao do cumprimento

    das regras de trabalho no so tarefas operacionais dos gestores de topo mas sim dos

    chefes de diviso. Porm, a verificao da eficcia global dos sistemas de controlo no

    pode ser delegada.

    gesto dosrecursoshumanos

    Mesmo que exista um departamento especifico de recursos humanos deve haver um

    gestor de topo com a responsabilidade de gerir pessoalmente este tipo de assuntos. O

    lder deve mostrar empenho pessoal nas tarefas de acompanhamento e motivao dos

    subordinados e tomar decises delicadas e confidenciais sobre promoes, contrataes

    e despedimentos.

    manter osrelacionamentoscom os clientes-chave

    No deve ser delegado completamente o relacionamento com os principais clientes

    da empresa. Esta a melhor forma de garantir a sua fidelidade e de aprofundar as

    relaes comerciais e pessoais.

    assegurar uma boacomunicao interna

    Um gestor deve certificar-se pessoalmente da eficcia dos canais de comunicao.

    A manuteno de um fluxo constante de informaes relevantes dentro da empresa

    tambm da sua responsabilidade.

    avaliar osresultados

    O gestor de topo estabelece os objectivos e deve avaliar a evoluo dos resultados. Quando

    h desvios significativos, deve entrar imediatamente em aco para corrigir os erros.

    delinear as opes

    estratgicas

    O planeamento estratgico da empresa, a definio de objectivos a curto e mdio prazo

    e os meios tcnicos e humanos para os atingir uma tarefa exclusiva dos gestores de

    topo e como tal no delegvel.

    liderana deprojectos-chave

    Liderar significa conduzir um grupo ou um projecto ao sucesso. Nos projectos que

    forem considerados como prioridade estratgica no ser aconselhvel delegar as

    funes de liderana e coordenao geral das equipas.

    criao desistemas derecompensas

    Estabelecer os nveis e tipos de recompensas para cada categoria profissional cabe

    nica e exclusivamente aos gestores. Mesmo que essa deciso seja participada a

    palavra final do responsvel mximo da empresa.

    TAREFAS A MANTER

    Os estudos sobre este tema demonstram que as tarefas

    que um gestor de topo deve manter enquadram-se nas seguintes

    oito categorias:

    quais as tarefas queestou a fazer que

    podem ser cumpridaspor outra pessoa?

  • cad

    ern

    o t

    cn

    ico

    R

    ecur

    sos

    hum

    anos

    20

    TAREFAS A DELEGAR

    As tarefas mais bvias de delegar, e as que geralmente

    consomem mais tempo, so as de rotina. Mas podem surgir

    outras reas em que os colaboradores saibam fazer melhor.

    Desde tarefas menos simpticas como lidar com reclamaes

    ou comunicar ms notcias que, por vezes, podem ser feitas

    por pessoas que tm um dom natural para resolver problemas

    complicados, at tarefas mais interessantes que se podem

    delegar como forma de motivao dos subordinados ou de

    ensaio para futuras funes de liderana. A regra de ouro de

    identificar, com rigor e honestidade, aquilo que melhor se sabe

    fazer e que mais importante para a empresa e delegar os

    assuntos menos estratgicos ou que outros faro mais rapida-

    mente ou com menores custos e maior eficcia.

    COMO DELEGAR POR ETAPAS

    Depois de ter classificado as tarefas chegou a hora de delegar.

    As etapas identificadas na pgina seguinte devero ser seguidas

    para delegar com sucesso:

  • cad

    ern

    o t

    cn

    ico

    R

    ecur

    sos

    hum

    anos

    21ETAPA DESCRIO

    escolher as

    pessoas certasDelegar nos subordinados que se sabe que podem aceitar responsabilidades. Escolher

    cuidadosamente e assegurar que so competentes, empreendedoras, pr-activas e de

    preferncia melhor organizadas do que o chefe.

    No adaptar as tarefas s pessoas. Fazer o inverso. Perceber qual o perfil de profissional

    adequado tarefa que se vai delegar.

    No esquecer que a primeira tarefa delegada pode no correr da melhor forma. No cair

    na tentao de pegar no assunto por si antes de avaliar o tempo que se pode poupar a

    longo prazo se a pessoa aprender sozinha.

    avaliar as

    competncias dos

    subordinados

    aproveitar

    a curva de

    aprendizagem

    comear por delegar

    tarefas menos

    importantes

    Reduzir os riscos delegando tarefas menores de incio: limitar os estragos em caso de

    fracasso e ajudar a construir a auto-estima da pessoa que assumiu aquela responsabilidade.

    No se limitar a explicar apenas o que que elas devem fazer. Quando as pessoas

    percebem como se enquadra o seu trabalho no processo, podem reagir melhor quando

    as coisas correm mal ou quando quem delegou no est presente. Preparar-se para

    receber novas ideias sobre a melhor forma de desempenhar a tarefa. Ouvir as sugestes

    mesmo que no se tenha inteno de as seguir.

    Comunicar de forma a ter a certeza que se passou correctamente a informao relativa

    ao que preciso fazer. Pode-se mesmo pedir que repitam as instrues.

    Fazer uma lista de tudo o que se delegou e a quem, anotando os progressos. Pedir sugestes

    de prazos para o cumprimento das tarefas e dizendo se tem urgncia. Algumas pessoas

    pegam no telefone ou na caneta minutos depois de lhes entregarem a tarefa, outras s

    pegam no assunto no dia seguinte. importante descobrir com quem se est a lidar.

    Dizer sempre pessoa que a melhor possvel para desempenhar uma determinada

    tarefa. Mesmo que se trate de agrafar relatrios, dizer que o trabalho deve ficar com um

    aspecto de primeira qualidade.

    Fornecer a formao necessria s pessoas para desempenharem as tarefas que lhes

    foram confiadas ou conceder o tempo e recursos necessrios para que a pessoa aprenda.

    sempre importante que as pessoas tenham uma viso de conjunto. prefervel entregar

    a execuo de uma tarefa do princpio ao fim, em vez de a fraccionar em parcelas

    atribudas a vrias pessoas. Assim, no final, sabe-se quem se deve premiar pelo sucesso

    ou responsabilizar pelo eventual fracasso.

    informar as pessoas

    do objectivo da

    tarefa

    comunicar com

    clareza

    registar as tarefas

    delegadas e a quem

    dar importncia a

    qualquer tarefa

    garantir as condies

    necessrias ao desem-

    penho das tarefas

    procurar delegar

    uma tarefa completa

  • cad

    ern

    o t

    cn

    ico

    R

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    anos

    22

    7. Como gerir o trabalho em equipa

    Criar um grupo de trabalho para resolver um determinado

    assunto relativamente fcil. Liderar uma equipa cujo nvel de

    desempenho global superior soma do desempenho individual

    j uma tarefa difcil.

    Os estudos comprovam que o desempenho das equipas ser

    sempre superior ao dos indivduos que os constituem desde que

    se combinem pessoas com habilidades, competncias e expe-

    rincias diferentes e quando existe um lder capaz de maximizar

    o potencial individual tendo em vista a satisfao de um determi-

    7.1 O trabalho em equipa

    nado projecto e objectivo comum. O termo equipa no corres-

    ponde ao simples agrupamento de pessoas com competncias

    diversas. necessrio que essas pessoas se comprometam em

    torno de um determinado objectivo, que adoptem regras e

    procedimentos comuns, e se considerem solidariamente respon-

    sveis pelo resultado final desse projecto. Este tipo de equipa

    tem, em regra, um lder que aceite pelos restantes elementos

    devido sua autoridade formal, competncia tcnica ou capacidade

    de liderana (idealmente dever reunir os trs requisitos).

    CARACTERSTICAS DE UMA BOA EQUIPA

    Estamos em presena de uma equipa de elevado potencial

    quando os seus membros discutem os objectivos, avaliam as

    ideias, tomam decises e trabalham em conjunto para atingir

    os fins propostos. Tm, em regra, uma liderana forte e eficaz.

    So compostas por pessoas de qualificaes distintas mas

    complementares. Formulam objectivos precisos e quantificveis.

    Revelam capacidade de agir rapidamente e de se adaptar a

    novas situaes. Existe boa comunicao entre os seus membros

    e, em regra, um bom relacionamento pessoal.

    O TAMANHO E FORMATO DAS EQUIPAS

    O tamanho das equipas pode variar consoante o tipo de

    trabalho a desenvolver. do mais elementar bom senso que

    quanto maior o nmero de elementos maior a possibilidade da

    coeso da equipa ruir ou se dar origem a conflitos de personali-

    dade. A deciso sobre o formato da equipa depende do tipo de

    projecto. Para tarefas rotineiras importante que cada elemento

    saiba precisamente qual o seu papel especfico e como que

    a sua contribuio encaixa no esforo global da equipa. Para

    tarefas mais criativas ser decerto saudvel menos rigidez na

    equipa

    pessoas com habilidades,competncias e experincias

    diferentes

    lder

    mesmo objectivomesmas regras

    responsveis pelo projecto

    maximiza opotencial de

    cada indivduo

  • cad

    ern

    o t

    cn

    ico

    R

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    sos

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    anos

    23atribuio de tarefas precisas e maior conciliao entre asactividades de grupo e individuais.

    Outra deciso importante a de preferir um tipo de equipa

    que se relaciona entre si atravs de sistemas formais de reunio,

    debate e execuo ou se, pelo contrrio, ser prefervel apostar

    em reunies de trabalho de base informal (especialmente

    vocacionado para equipas criativas).

    DEFINIO DE OBJECTIVOS E PRAZOS

    Esta a tarefa mais importante para o sucesso da equipa

    de trabalho. Os objectivos no so obviamente imutveis. A

    dada altura da evoluo do projecto o lder da equipa pode

    concluir que possvel estabelecer objectivos mais ou menos

    ambiciosos. importante que todos os elementos da equipa

    tenham um fim comum a atingir com o qual se identificam e

    se comprometem a trabalhar em conjunto. A regra de ouro

    a de dividir os objectivos a longo prazo em projectos de curto

    prazo de modo equipa ir cumprindo etapas sucessivas. Igual-

    mente importante a tarefa de definir prazos limite de execuo

    ambiciosos mas realistas.

    E, por fim, estabelecer se se trata de uma equipa temporria

    (cujo ciclo de vida termina quando o objectivo alcanado) ou

    permanente (por exemplo, a equipa responsvel pelo lanamento

    de projectos especiais, ou que agrupa os gestores nacionais de

    uma multinacional, etc).

    CRIAR UM BOM AMBIENTE DE TRABALHO

    O sucesso de uma equipa depende, sobretudo, da seleco

    criteriosa dos seus elementos mas tambm da criao de um

    ambiente de trabalho agradvel e tranquilo. Muitas equipas

    optam por reunir-se fora dos seus locais de trabalho conven-

    cionais precisamente para fortalecer o chamado esprito de

    equipa. Este depender do tipo de relaes interpessoais que

    j existem, ou forem entretanto criadas, entre os seus membros.

    Do respeito pelas diferenas de personalidade entre os seus

    membros, do tom afvel e aberto das conversas, do grau de

    abertura a novas ideias ou sugestes de trabalho e at do nvel

    de amizade e bom relacionamento pessoal que possa existir

    entre os membros da equipa.

    Depois da equipa entrar em funcionamento o lder deve

    assumir uma posio mais discreta e humilde e preocupar-se,

    sobretudo, em extrair de cada elemento o seu mximo potencial.

    Deve inspirar os outros, distribuir funes, partilhar respon-

    sabilidades, motivar as pessoas, facilitar o processo de trabalho,

    remover os potenciais obstculos, dotar a equipa dos meios

    tcnicos e humanos necessrios, manter o equilbrio e o bom

    ambiente de trabalho e, sobretudo, assegurar o cumprimento

    7.2 O papel do lder da equipa

    dos objectivos nos prazos fixados. O lder de uma equipa no

    tem necessariamente um papel simptico. Cabe-lhe a respon-

    sabilidade de ir monitorizado a dinmica da equipa e os seus

    resultados, se necessrio, retirar da equipa eventuais elementos

    perturbadores ou, no limite, extinguir a prpria equipa. Em

    consequncia o lder de uma equipa deve aliar aos conheci-

    mentos tcnicos do projecto fortes competncias em gesto

    interpessoal.

  • cad

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    o lder inova

    o lder faz

    coisas diferentes

    o lder cria

    ou desenvolve

    o lder investiga-a

    e tenta mud-la

    o lder tem a obsesso

    pelas pessoas

    o lder tem uma viso

    de longo prazo

    o lder pergunta

    o qu e porqu

    o lder concentra-se

    no resultado futuro

    o lder desafia

    o status quo

    o lder faz

    as coisas certas

    o gestor administra

    o gestor faz o

    mesmo, melhor

    o gestor mantm

    ou aperfeioa

    o gestor actua

    com base na realidade

    o gestor respeita o

    sistema e a estrutura

    o gestor tem uma

    viso de curto prazo

    o gestor pergunta

    como e quando

    o gestor concentra-se

    no resultado imediato

    o gestor respeita

    as hierarquias

    o gestor faz

    as coisas bem

    AS DIFERENAS ENTRE UM GESTOR E UM LDER

  • cad

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    cn

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    8. Gesto pessoal

    Dentro do grande tema Recursos Humanos, a gesto pes-

    soal adquire particular importncia. Um director de recursos

    humanos dever ser conhecedor de algumas tcnicas e formas

    de actuar dirias que melhoram o desempenho pessoal e pro-

    fissional.

    A forma como um candidato apresenta o seu currculo deve

    ser analisada pelo responsvel tanto pelos dados apresentados

    como pela prpria estrutura e apresentao formal do mesmo.

    Outros elementos importantes que tm influncia na gesto

    pessoal so as apresentaes em pblico, a prpria gesto do

    tempo e a preparao das reunies.

    Dominando determinadas formas de actuao no ambiente

    empresarial torna-se mais fcil a relao com o prprio trabalho

    e com os que nos rodeiam.

    Mais do que uma questo de talento natural, a arte de apre-

    sentar uma comunicao em pblico obedece a tcnicas que

    podem ser aprendidas, treinadas e apoiadas por meios audio-

    visuais.

    Falar em pblico difcil. Claro que h pessoas que tm

    mais facilidade de comunicao do que outras. Mas, em regra,

    8.1 Como fazer apresentaes em pblico

    esse aparente vontade fruto de uma boa preparao e,

    acima de tudo, da experincia. H, no entanto, tcnicas bsicas

    de apresentao que ajudam a melhorar as qualidades de bom

    comunicador. A regra de ouro ter sempre presente que a forma

    de comunicar to ou mais importante do que o contedo da

    mensagem.

    GESTOPESSOAL

    prepararreunies

    gestodo tempo

    redaco decurriculos

    apresentaesem pblico

    no dia daapresentao

    o momento dasperguntas

    a preparaoprvia

    conselhos que ajudama dominar a difcil artede falar em pblico

  • cad

    ern

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    O objectivo da comunicao deve ser claramente definido,

    para que, de acordo com o contexto local e audincia , possa

    decidir qual a melhor abordagem e quais os meios a utilizar.

    Geralmente a apresentao ser mais eficaz se tiver um nico

    tema consistente, objectivos claros e seces bem definidas e

    fceis de compreender. Seguidamente so apresentados os

    passos a seguir.

    . Definir a estrutura do texto

    Clarificar todas as informaes relevantes antes de se

    comear a escrever. Em primeiro lugar, resumir todas as ideias

    sobre o tema da exposio. Este dever ser to abrangente

    quanto possvel. Sugere-se a seguinte metodologia:

    . Escrever o tema principal da apresentao no centro de

    uma folha em branco;

    . Desenhar ramos a partir dessa caixa principal com os sub-

    -temas da sua exposio;

    . Fazer corresponder a cada sub-tema um resumo do

    contedo que se pretende comunicar;

    . Definir a sequncia lgica da exposio e qual o meio

    audiovisual de suporte;

    . Definir o tipo de elementos grficos que vo enriquecer o

    contedo da comunicao.

    No esquecer que h software especfico para apresentaes

    que ajudam a definir esta estrutura-base. Existem inclusivamente

    modelos predefinidos para a estruturao dos tipos de apresen-

    tao mais comuns.

    . Tipo de audincia

    Existem dois tipos de pblico: o que quer assistir e o que

    tem de assistir. Pode-se julgar com antecedncia qual o tipo

    bsico do pblico que se vai enfrentar. Por exemplo, procurar

    conhecer previamente alguns membros da audincia ou falar

    com outras pessoas que j animaram sesses similares. Mas

    mesmo que se obtenha essas informaes sempre difcil

    avaliar previamente o nvel de motivao da audincia no dia

    da apresentao. H outros factores que podem afectar a

    ateno da audincia e que devem ser considerados a di-

    menso da sala, a temperatura, a luz, etc. Analisado o perfil

    da audincia, deve-se agora classificar e seleccionar o material

    reunido. Eliminar a informao desnecessria e o pormenor

    excessivo. Ter sempre presente qual o objectivo final da

    comunicao.

    8.1.1 A preparao prvia

    . Estilo de comunicao

    Embora o estilo deva ser adaptado ao tipo de pblico, h

    algumas regras gerais a respeitar:

    . Ser sincero e natural Usar a prpria linguagem. No

    tentar fazer-se passar por aquilo que no se . Acima de

    tudo deve-se sentrir confortvel com as palavras que se usa;

    . Demonstrar entusiasmo No esquecer que o brilho nos

    olhos e o envolvimento pessoal demonstrado perante a

    audincia so contagiantes;

    . Mostrar-se agradvel e amistoso Procurar sorrir durante

    a apresentao, quando tal for oportuno. Isso poder fazer

    com que se conquiste a simpatia do pblico facilmente;

    . Utilizar o humor, mas com cuidado H pessoas natural-

    mente bem dispostas e com sentido de humor, mas a

    maior parte no . O humor uma arma poderosa para

    conquistar a ateno da audincia. Mas algumas tiradas

    humorsticas podem ser mal recebidas. Em alternativa

    deve-se intercalar a apresentao com mudanas do tom

    de voz, enfatizar as palavras com gestos ou adicionar

    histrias ou testemunhos pessoais.

    . Controlo do tempo

    Deve-se conhecer antecipadamente a durao da apresen-

    tao para que melhor seja possvel o seu planeamento. Alternar

    as mensagens verbais com as visuais, bem como o discurso

    formal com o informal. Em mdia, as pessoas s conseguem

    concentrar-se totalmente na sua mensagem durante dez minutos,

    pelo que a variedade uma necessidade para prender a ateno

    da audincia. Mais uma vez, os softwares de apresentaes tm

    ferramentas de controlo do tempo que podem ajudar. Deve-se

    simular previamente a exposio aferindo se respeitado o

    tempo previsto.

    . Fluncia do discurso

    Ser conciso e claro. Construir as frases cuidadosamente

    evitando os advrbios de modo. Ser pragmtico na mensagem

    que se quer passar um sinal de respeito para com os ouvintes.

    Ser prudente em relao aos termos tcnicos. Procurar ser

    comedido na sua utilizao. Resistir tentao de demonstrar

    repetidamente que se um especialista no assunto.

    . Utilizao de meios audiovisuais

    Dar especial ateno pgina de abertura do diapositivo.

    A apresentao propriamente dita dever comear com um

  • cad

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    anos

    27sumrio do que se vai seguir. Os slides devero estar esquema-tizados por tpicos. Tentar ser o mais sinttico possvel. No

    transformar a apresentao num discurso. Ler em voz alta o

    que est escrito um dos erros tpicos das palestras montonas.

    Assegurar que o tamanho de letra e que as cores do texto e dos

    fundos no esto a prejudicar a leitura. Esse cuidado deve ser

    redobrado se usar grficos ou tabelas. As imagens servem para

    auxiliar a compreenso da apresentao e no para as substituir.

    Nunca o orador se dever colocar entre a audincia e o ecr.

    . Os apontamentos

    Se na apresentao no estiver prevista a utilizao de meios

    audiovisuais deve-se preparar notas ou outros auxiliares de

    memria com os quais o orador se sinta confortvel. Se as

    palavras flurem, ptimo, mas se isso no acontecer deve-se

    procurar ter um apoio. Estruturar as notas e numer-las. Por

    exemplo, cartes do tamanho de postais so teis porque cabem

    nos bolsos. No se deve confiar na memria para estatsticas

    e citaes. Escrev-las por extenso para evitar embaraos. Mas

    se for necessrio recorrer s notas deve evitar-se segui-las palavra

    por palavra. Isso tornar a apresentao montona e desinte-

    ressante.

    . Ensaio geral

    Deve-se prever o maior nmero de circunstncias ex-

    traordinrias que possam ocorrer durante a apresentao. Tentar

    recriar condies como a escassez de tempo ou o eventual mau

    funcionamento de um suporte audiovisual que escolher.

    Antes de sair de casa deve-se fazer uma lista do que se tem

    de levar. O vesturio importante. Deve-se mostrar profissional,

    elegante e cuidado, mas no extravagante. Sobretudo, deve-se

    vestir de forma confortvel.

    . Preparativos

    Quando chegar ao local da apresentao verificar o ambiente

    da sala (temperatura, ventilao, disposio dos lugares, ilumi-

    nao). Em seguida, experimentar os meios audiovisuais e

    certificar-se de que todos vem o ecr. Colocar os meios de

    apoio (computador porttil, retroprojector, mquina de slides,

    ou vdeo) numa posio conveniente para o orador e para o

    pblico. Separar o material que se vai entregar no final da

    apresentao e pr um copo de gua em cima da mesa. As

    ltimas atenes devero ser para a apresentao pessoal.

    . Dominar os nervos

    Se no se estiver ligeiramente apreensivo antes de fazer

    uma apresentao isso poder ser um sinal de excesso de

    confiana. Se controlado, o nervosismo pode melhorar a qual-

    idade do discurso. Eis alguns conselhos para conseguir ultra-

    passar os sinais da ansiedade:

    . Manter as mos numa posio confortvel;

    . Se a voz atraioar, fazer uma pausa, aclarar a garganta e

    beber gua;

    . No dar aos nervos a matria-prima de que precisam para

    se manifestar como, por exemplo, moedas soltas, chaves

    ou canetas para tamborilar;

    8.1.2 No dia da apresentao

    . Preparar a abertura da apresentao. As primeiras frases

    so cruciais. S se tem uma oportunidade para causar uma

    boa impresso. No esquecer que a maioria das pessoas

    faz uma avaliao intuitiva da qualidade do orador nos

    primeiros 10 minutos da palestra.

    . Forma de discursar

    O sucesso de uma palestra depende da combinao eficaz

    de estmulos verbais e no verbais. Eis algumas recomendaes:

    . Se possvel preferir enfrentar o pblico de p. Tal demons-

    trar automaticamente que o orador possui uma grande

    auto-confiana e profissionalismo;

    . Manter-se direito, mas no rgido. Evitar gestos exagerados;

    . Evitar os maneirismos que possam desviar a ateno do

    pblico;

    . Olhar para toda a audincia. Caso contrrio, alguns dos

    ouvintes acabaro por se sentir esquecidos, perdendo

    assim o interesse na apresentao;

    . No distrair o pblico. Se for usada muitas vezes a expresso

    percebem? haver certamente algum na audincia, a

    contar o nmero de vezes em que se usou o termo.

    . Postura e gestos

    Os gestos devem pr em destaque o que se est a dizer. Eis

    alguns exemplos:

    . Braos cruzados sugerem desinteresse e distncia;

    . Polegar e indicador a tocar-se indicam preciso.

  • cad

    ern

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    cn

    ico

    R

    ecur

    sos

    hum

    anos

    28 . O movimento de corte com as mos destaca algo de imperativo;

    . Tocar na cara, coar a cabea ou esfregar o queixo demons-

    tram insegurana.

    . Utilizao da voz

    Eis cinco aspectos importantes a respeitar:

    . O objectivo que a voz chegue ao fundo da sala sem que

    seja preciso gritar. Uma postura correcta e uma respirao

    eficaz podem ajudar. No incio da apresentao certificar-

    -se de que todos conseguem ouvir. Usar o volume para

    dar nfase e para assinalar uma quebra de ligao;

    . Falar claramente. No arrastar nem comer as palavras.

    . Evitar olhar para o cho, para as notas ou para o peito, no

    decorrer da palestra. A menos que haja uma boa razo,

    no se deve fazer pausas entre uma palavra e a seguinte;

    . Destacar algumas palavras-chave, slabas e frases. Alongar

    as vogais para dar mais autoridade e animao mensagem

    que se deseja transmitir;

    . No ter receio de se repetir. Pode ser uma tcnica til que

    beneficia a exposio, especialmente no caso de se estar

    a utilizar um tom e timbre diferentes do discurso normal;

    . natural que se fale mais depressa nas apresentaes,

    quer porque se comea a adoptar o ritmo de uma conversa

    informal, quer por se querer chegar ao fim da exposio

    o mais depressa possvel. prefervel omitir partes da

    apresentao do que falar pressa.

    Antes de terminar, deve-se resumir claramente as ideias

    principais. Sorrir e convidar o pblico a fazer perguntas. Este

    momento extraordinariamente positivo porque permite avaliar

    a opinio do pblico em relao exposio, esclarecer por-

    menores e desenvolver os eventuais aspectos menos claros.

    Deve-se portanto acolh-lo de bom grado em vez de o temer.

    Ao responder deve-se ser sincero, directo e prestvel. Ser

    8.1.3 O momento das perguntas

    honesto em todas as respostas. Se no se souber como respon-

    der, deve-se admiti-lo. No final certificar-se de que nada ficou

    esquecido na sala. Retirar as lies mais importantes do que

    correu bem e, especialmente, do que correu menos bem. Fazer

    apresentaes eficazes uma questo de prtica e, sobretudo,

    de aprendizagem.

  • cad

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    anos

    29

    O currculo como um carto de visita que um candidato

    apresenta a um potencial empregador. Apesar de incluir as

    fases, qualidades, qualificaes e feitos mais importantes da

    vida de cada profissional, no deve ser uma autobiografia, mas

    um resumo objectivo e simples.

    O mais importante que consiga chamar a ateno do

    potencial empregador e despertar a sua vontade para conhecer

    pessoalmente o candidato.

    Porm, redigir um bom currculo no fcil. Exige planea-

    mento, mtodo, capacidade de sntese e, acima de tudo, muita

    objectividade. Enviar um currculo medocre pensando que

    depois poder colmatar as falhas durante a entrevista um

    8.2 Como redigir um currculo

    erro. O recrutador poder nem sequer estar interessado em

    conhecer o candidato.

    Antes de se iniciar a redigir o currculo vale a pena sentar um

    pouco e pensar no que se fez at ao momento e nos objectivos

    que se tem relativamente carreira e a um novo emprego. Pensar

    no que se gostaria de estar a fazer hoje e onde, e como que se

    v daqui a um e a cinco anos. A partir daqui, podem ser definidos

    objectivos mais claros e atingveis para no se comear a disparar

    currculos em todas as direces. Esta uma estratgia pouco

    eficaz e faz com que se seja contactado por potenciais emprega-

    dores para os quais no se gostaria de trabalhar.

    A primeira etapa aps a deciso de redigir um currculo,

    a definio do formato que se pretende apresentar e que mais

    8.2.1 Tipos de currculos

    se adequa ao respectivo perfil profissional. Os formatos mais

    comuns so:

    cronolgico o estilo mais comum que se adequa a qualquer tipo de profissional, com ou sem

    experincia, e que relata a evoluo da carreira por datas. Neste caso, as informaes

    so registadas por ordem cronolgica inversa, ou seja, do acontecimento mais recente

    para o mais antigo.

    Centra-se nas experincias e nas realizaes pessoais e profissionais, independentemente

    da data em que ocorreram. Destina-se sobretudo a profissionais experientes que, mais

    do que relatarem o seu percurso, devem dar enfoque ao que j alcanaram ao longo da

    sua carreira.

    Rene as caractersticas dos dois tipos de currculos anteriores, tentando optimiz-las:

    combina o rigor do currculo cronolgico com a flexibilidade e dinmica do currculo

    funcional.

    funcional

    misto

  • cad

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    anos

    30

    DEFINIR A ESTRUTURA

    Escolhido o tipo de currculo, chegou a hora de registar por

    escrito as principais informaes relativas vida acadmica e

    profissional, e organiz-las coerentemente. No h um formato

    de currculo rgido, mas h seces e informaes que so

    obrigatrias e em relao s quais nenhum recrutador passa

    ao lado.

    A estrutura do documento deve estar organizada por cap-

    tulos:

    Dados Pessoais

    . O nome dever estar completo. Se o candidato tiver muitos

    apelidos, poder utilizar apenas as iniciais de alguns deles;

    . Incluir todos os contactos. essencial que o empregador

    tenha vrias alternativas para entrar em contacto;

    . Os restantes dados so facultativos, mas convm incluir:

    a data de nascimento (nunca a idade porque quando envia

    o currculo no sabe quando que ele ir ser lido), o estado

    civil, e, se a candidatura for a uma empresa estrangeira,

    a nacionalidade.

    Objectivo da candidatura

    Se a candidatura for espontnea, pode-se eliminar esta

    rubrica e explicar as razes do envio do currculo numa carta

    de apresentao. Caso contrrio, deve-se referir o cargo a que

    se candidata e como se teve conhecimento de que a empresa

    estava em processo de recrutamento.

    Resumo Profissional

    uma sntese das qualificaes profissionais e tcnicas.

    Colocar em primeiro lugar a que mais valoriza.

    Habilitaes Acadmicas

    Devero ser enumeradas por ordem cronolgica inversa,

    ou seja, da mais recente para a mais antiga. Pode-se indicar o

    intervalo de anos de frequncia de cada curso ou referir apenas

    o ano em que foram concludos. A instituio frequentada

    tambm um dado importante para o recrutador. Para os

    recm--licenciados, conveniente incluir as principais disciplinas

    8.2.2 Passos essenciais

    estudadas, as respectivas classificaes (se forem altas), a mdia

    do final de curso e os trabalhos acadmicos consideradas mais

    importantes.

    Experincia Profissional

    . Neste exemplo trata-se de um currculo cronolgico, por

    isso, os cargos ocupados ao longo da vida profissional

    esto descritos, sem entrar em grandes pormenores, por

    ordem cronolgica inversa;

    . Se se tratasse de um currculo funcional seriam enumerados

    os cargos e descritas as funes e principais resultados

    atingidos, sem ser necessrio respeitar uma ordem cro-

    nolgica. Podem ainda dar-se o nome de pessoas que o

    recrutador poder contactar para obter mais referncias

    sobre o candidato;

    . Os estgios profissionais so uma rubrica opcional para

    profissionais com experincia, mas imprescindvel para

    os candidatos ao primeiro emprego ou com pouca expe-

    rincia profissional. Para este