tem santa, tem puta tem filho da puta

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Tem santa, tem puta... tem filho da puta...

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Page 1: Tem santa, tem puta tem filho da puta

Tem santa, tem puta... tem filho da puta...

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(in)definição (in)satisfação (So)Frida 1/3 Adepto do exagero E-book A noite A santa e a puta A sós Até aqui Auto suficiente-se Away with you Cabra-cega Campo arado Carne Vale Congregação licenciosa Conto da punheta - "Repelindo excrementos" Death De maio a dezembro Depois da meia noite Desbaratinado do avesso Em tese Espero que não seja em vão faz tempo Fátima hein... leia nas entrelinhas Marca texto Marcha funeral Mas que puxa! Nat tom Network (anti) Social No presente futuro passado Passa tempo Poesia Poesia, verso, prosa e muito café. Presente ausência prosa e muito café. provocado a escrever (No more recalque). Pujança travestida Rasputin Rastejo de um beijo Sanatório Sidewalk rap Sobre suas cabeças Sonha bonito! Temperalmental tempo temporal Tem um monstro debaixo da cama Touch screen tudo tonto cântigo Us verso Vá embora ~enviando~ Cartas abertas aos distraídos

Eduardo De Caneda

Page 3: Tem santa, tem puta tem filho da puta
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tudo tonto cântigoTem saudade

dorsofrimento

comprimidos pra dormirexcrementos

amores roubadoscorações partidostem café da manhã

tem punhetaputa

tem santatem filho da puta

almoçojanta

Tem gritoagito

depressãotem sonhos mal resolvidostem as quatro estações

tem digoe repito

tem mentira e verdadetem barbaridades

tem vontadeculpa e castigo

tem presente e ausentetem palavra dissimuladatem o vazio da solidãotem uns que dizem simtem uns que dizem não

e tenho a mimmais um na multidão

Passa tempo

Passa o tempo, passa dias, passo os dias a pensar no que passou,passam semanas e eu nem vejo passar.

passo a olhar com mais cuidado, onde piso, por onde passo,passo noites em claro e sonhos não passam de pensamentos

que passam e eu passeio em devaneios,passo o tempo.

Me basto de pensar no que passou.Passa mais um tempo, passo um café,

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passo o resto da noite pensando.Quisera ter fé.

(in)satisfação

Não me contento com pouco, não sou nada moderado.Raspas e restos não me interessam.Eu quero muito, quero o todo.Não quero ponta, quero bolado, e bem bolado.Quero quente, escaldante, fervente, brilhante.Não quero migalhas, nem pedaços,quero te beber no gargalo.Quero te cheirar como cocaína.quero forte como morfina.quero sentir como anfetamina,pra não doer o coração.Quero sentir como ferro que fere.Quero ser suas vestes.A lâmina que talha, a luz que acende, o fogo que apaga.Quero ver gozar, secar, transbordar.Quero me fartar de você.

Depois da meia noite

Não, não era bem o esperado, futuro predestinado,percurso mal calculado.Me perdi em devaneios.Tempo bom, lugares feios.Assentimental, tão abusado, amor labial.Não passou de lábia, não bastou derramar lágrimas,inesperado absurdo carnal.Me fez tão bem, me fez tão mal,me faz um chá, me encontra lá.Lado a lado na cama, dormindo de concha.Concha univalve.Sozinho, acompanhado, caminhos errados.Indigestos triunfos, mal traçados refúgios.Não, não foi bem assim.Presentismo mal celebrado, talvez por mim.Devorado de passado.

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Cabra-cega

Eu saí quando mal entrei,hesitei, parei na porta, pensei e pensei…

nada disso é verdade, eu mal pensei.Me joguei, e joguei que nem cabra-cega.

Brincadeira!Parei na porta, não consegui entrar,

o lado de fora é imensidão, maior doideira.Da porta olhei um pouco onde iria entrar,

me vi na mão.Foi tudo, nada, tudo em vão.

Ficou vago no espaço, os buracos abertos nas mãos.Tudo bem! Obrigado pelo tempo, parado na porta.

Tudo bem! Obrigado por ajudar na composição.

1/3

Metade de ti é o todo, inteiro.Se juntasse metade com metade,ainda assim não seria inteiro,seriam pedaços sem recheio.Por que é feio, imperfeito.No vazio, ficou evidente,é melhor estar ausente.

E parte de ti é só metade, falta um pedaço subentendido, impertinente.

Preso e submetido a pensar menos,impotente intelectual.

liberdade é pensar além da casca,ir além dos pregadores,

sem tradutor universal de mentes.Ninguém vem com manual.

De repente tudo é pensado e projetado no passado,passado é imagem, imagem descontente.

Culto ao corpo.abominação do intelecto e ao questionável, inquestionável.

Culto às divindades, as brutais dualidades.Culto e louvor às barbaridades.

Metade de ti não é inteiro,é um terço, uma soma, uma oração.

Metade é metade, sem meta, soma ou divisão.

Reza ritmada

Carta aberta, sem destinatário,

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conteúdo contido, omisso,remetido à um otário.

Isento, preso no passado.Subindo pelas paredes,que delas deslizo,

desabo.Tivera sido melhor,

se não tivesse me acaçapado.A carapuça serviu,pelo tempo esperado.

Libertino de coração puro.Mãos intrusas, lançando correntes,

profanando mentiras,de língua de fogo.

Inflexível, limitado.Diálogo fraco, não me atém.

Me dou por conta, não há mais ninguém,

em desespero,me deixo ir além.

Eu olho pra outros lados,Sem rumo traçado,

Pois os anjos me esperam,me dizem amém.

(in)definição

Sei que me aventuro nos pardieiros, abro mão de princípios pela boa convivência.Digo estar tudo bem, por conveniência.Nem sempre convém ser omisso, mas eu me envolvo, me precipito.Vejo além, idealizo, eu emburreço.Não sei se sou ciumento, não sei dizer o quanto eu aguento,talvez isso devesse ser testado.Só sei que quero pra mim, só sei que não quero me perder.Sei que não suporto desrespeito, sei dizer o que eu posso tentar.Dispenso carências desesperadas, essas machucam e se dizem apaixonadas,de quando em quando a gente cai, diz que vai, mas não vai.Difícil definição de mim.O cheio, transbordando, o exagero medonho.O tanto quis, que já não quero. Tanto faz, assim espero!Eu sei que erro e não me arrependo.Eu já nem choro, me compreendo.Talvez seja o ócio, que esvazia meu cérebro, que me remete à

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paixão.

Presente ausência

Nas noites quentes, tu torna frio o ambiente, o sentimento latente.Não era bem o que se esperava, éramos tão envolventes,seria judiaria ficarmos juntos, pois os detalhes, o pouco conhecimento, o orgulho nos afastou.Tentei uma possível reaproximação, mas meu sangue é quente de mais e a noite me acompanha, me visto de solidão, me castigo pela ausência, do meu desconhecimento da verdadeira companhia, de belos versos, de noites intermináveis, de goles de café afáveis.Me farto da minha companhia, me basto.Do meu bom vocabulário me esbaldo.Sigo aceso na madrugada, no silêncio que me agracia.

sou estrofe, sou verso, sou poesia.

A santa e a puta

A santa do autoflagelo adentra a igreja em busca de auxílio, de ajoelhada no milho, com feridas expostas perante o altar. Feridas do corpo e da alma, confessa seus pecados mais íntimos no âmbito de ser absolvida de delitos efêmeros, clama por penitência e arde de desejo. Pela treliça do confessionário se ouve um bocejo, e a santa insistente aponta a mulher mal falada por suas vestes provocantes e seu andar desinibido. Apontada de puta, a mulher mal falada, para em frente a igreja e observa uma pobre coitada, sofrida, feia, mal vestida, entrevada, sucinta, limitada pela vida que lhe fora condicionada, mal falada também de comportamento conveniente às más bocas, as bocas santas dos medíocres. A puta sente pena, mas vai levando a vida. A santa se atormenta pelas ruas e esquinas, se equivocando das lembranças mal vividas. A Puta, mal falada, não tem gênero, é original, autêntica, homem, mulher, ela faz sem receios. A santa se priva, não se permite, se pudora. A puta manda logo se foder, não nutre paradigmas, ela é culta, mas não cultua só o corpo, assume seu posicionamento. A santa se compara e se depara perante a puta, sestrosa, cheia de receio, mais uma vez peca ao invejar a postura da puta. A mal falada, na calçada, um degrau acima da santa ajoelhada.A puta, mal falada “mulher bagaceira”, “homem rafú”, impõe o respeito que lhe é de direto. Da sacada a santa chora, suspirando de desejo por um belo rapaz, mas não ousa, sequer anseia ir atrás do que lhe cobiça.É noite e a puta trabalha, excede no trago. A santa em seu íntimo, inveja a puta, repudia seus martírios e espia a puta pelos furos da persiana “- perdoai- me porque pequei.”A puta domina a calçada, faz da esquina seu ponto, se embriaga na noite com seu encanto, a santa de canto se retira, deita na cama e

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se revira, roça as penas no travesseiro e a grita, de desejo suspira, almejando ser puta e não mais confessar seus pecados improcedentes, confessara não mais à um homem negligente.

De maio a dezembro

Embarquei no vagão do trem sem senti-lo se mover ao fechar a porta, era um empurra-empurra, o fluxo de pessoas ao entrar e sair a cada desembarque e desembarque se acotovelando pra conseguir espaço, deixava o ar rarefeito. Me segurava no corrimão acima da minha cabeça, meio desengonçado, um tanto nauseado, me escorei em um dos acentos quando se abriu espaço pra minha locomoção de um ponto a outro do vagão, na expectativa de chegar à estação de destino, ao seu encontro.Enfim com a cara próxima à basculante, sentindo o vento no rosto e respirando o ar profano do percurso que o trem percorria, ouço tocando em meio a murmúrios o meu celular, segurei firme no corrimão, me virei de costas pra janela, sempre atento ao mapa que sinalizava o itinerário e a voz distorcida que comunicava a estação seguinte. Peguei apreensivo o celular no bolso da calça, meio sufocado pelo ambiente claustrofóbico do trem lotado que parecia lançar os passageiros pelas janelas. Era um torpedo seu que dizia: – estou te observando. Olhei pra todos os lados, assustado, te procurando, até que te avistei no vagão ao lado, sorrindo e rindo meio irônico. Sorri correspondendo, sem vontade alguma de sorrir, minha vontade era desembarcar, sair dali.Vinte minutos depois o vagão parou, era minha estação, me lancei à porta como se tivesse me libertando daquela caixa de entulhos, desci as escadas e me afunilei na catraca de desembarque.Lá estava você, na saída da estação, te vi através dos vidros. Vestido de preto, com o rosto um pouco suado e vermelhecido, com um cigarro entre os dedos. Aquele sorriso sincero compensou a viagem esgotante que fiz, lacrado feito sardinha naquele vagão.Não lembro bem se era maio ou dezembro, fazia calor. Só lembro da sensação de cada encontro ser uma despedida, só não sabia que aquela seria a última despedida.Ao final do dia, pegamos o trem em lados opostos e por sorte, peguei um vagão vazio. Vazio como um beijo de despedida, nos despedimos sem saber que era o fim, seguimos caminhos contrários, foi o fim de um recomeço.

Campo arado

Um corpo dos mais desejáveis, de vocabulário não tão articulado.Um copo almejado, sedento por goles exagerados.Uma mão despida de luvas, no frio das tristes ruas.O inverno trincando as lágrimas, rachando os lábios, não mais tocados.O suor que seca ao entardecer, esperando o sol renascer.Tão longe, tão perto,

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ora venoso, ora devasso.Hora certa pra dizer não. Ora! disseste em vão.Vento de outono, sacolejando as folhas secas.O lado da cama desabitado,vazio silêncio, discurso vazio.Troncos de árvores se partindo, na manhã fria e serena.Seiva bruta, escorre feito sangue elaborado.Desperdício feito do alimento descartado.

Desbaratinado

Estamos sempre bem abastecidos, a noite nos tenta, tentadora noite,às sombras das bestas, dos bostas, arquitetados de ilusão, cercados de seu belo portão.Vagamos madrugada à dentro, procurando algo pra beber, a espera de algo acontecer. Conformados, quiséramos estar entorpecidos. Ao que nos vem à cabeça, alguma confusão criaremos? Quem de nós será detido? Algum badulaque houvera sido perdido. Tomamos às mãos.Pedimos esmolas aos borra botas contamos tristes histórias, sem final feliz. Penalizamos a fome que quase nos mata.Roubamos a cachaça do despacho na esquina – Licença poética, entidade! Mais um bárbaro, mais uma barbaridade.Sentamos à beira do asfalto, somos consequência da nossa liberdade.Aqui fora não tem grade nem segurança, somos a escória da sociedade, sem a pujança de autoridades.Estamos trêbados e fedidos, conseguimos e seguimos, sem dó nem piedade.Somos taxados de cretinos, poluímos as belas paisagens de muros e arranha-céus.Somos poetas da libertinagem, sem eira nem beira, o resto é bobagem.Não almejamos suas visões de muros, não procrastinamos nossas vontades.Somos a visão turva, noturna, a poluição visual.Somos nós mesmos, sem pudor, sem aparato usual.

Assincronia

Arrisque no traço sem calcular dimensões.sem compasso nos círculos desarmoniosos.

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Desarme-se e derrame-se, deixe vazar sem pudores.Exceda nas cores quentes, misture em alto e bom tom.Sintonize a paleta descordando das primárias,Farte-se de novos amores.e se nada lhe faltar, não alimente rancores.

Clínica psiquiátrica

Prólogo – No úteroEu às vezes lembro de quando fui rejeitado na infância, e penso que não merecia aquilo. De fato não merecia, não fui planejado, mas também não fui um acidente de percurso, havia a opção do

aborto .Eu tenho medo das lembranças, do menino covarde que fui me sentir como. Eu não merecia sofrer isso de novo, essa nostalgia

ruim as vezes me persegue.Não me dou conta o quanto tempo passou, como o tempo passou e

voou.Limpando o armário, desfiando desamor

Às vezes eu sinto medo de não agradar à ninguém realmente, necessidade talvez de ser bem quisto. É ruim saber que não se é gostado, imagino. É ruim perder todas as pessoas por insistir no erro de insistir ser aceito da maneira mais penosa, isso causa repulsa. Saber que sou aturado por pena por que realmente gostam

de mim. Posso ser arrogante e querer meu mal, e querer a aproximação dos que quero ao meu lado, por não saber lidar com a rejeição. Não sei ser gostado. Eu vou perder todas as pessoas e

morrer sozinho? Ou pode não acontecer.No divãDivago de olhar vago, vago porém atento, observo e quando caio em si, acordo bobo. Talvez eu me impressione fácil, mas me fascina o

quanto tu é maduro e curioso. Tua coragem me espanta. Tua sensibilidade me encanta, teus sentimentos nunca te tomam como a mim… como tomam a mim. Eu to aprendendo contigo a racionalizar

sobre os sentimentos, não deixar a bomba explodir, esse exercício é maravilhoso, aprender a manter-se no controle não é fácil pra mim, mas tem sido apesar de foda, assombroso aprender contigo a

educar minha mente. Você está crescendo, e eu quero estar preparado pra te ouvir, sempre que precisar conversar. Sobre a

vida… sem tabus. Eu to preparado, realmente eu acho que to preparado. Quero saber o que você pensa e te dar liberdade pra

tomar decisões.Tua maturidade me assusta, e me fascina, tenho certeza que será “o cara” e saberá tomar as decisões certas, pra você. Às vezes eu me escondo sobre uma casca de libertinagem, e eu não penso bem assim, meu pensamento é um pouco moldado, não me orgulho disso, não sou

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tão mente aberta quanto aparento ser, na real eu não sei o que aparento ser. Isso me lança ao limbo e eu já cansei de passar temporadas lá. Inevitavelmente sou moralizado por deuses que eu

teimo não crer. Eu sempre confesso meus pecados aos piores pecadores, os uso pra tornar minha cruz mais leve.

Será que as pessoas sentem que eu gosto delas, do modo que eu acho que elas sentem?

Talvez os sentimentos sejam as únicas coisas que nos restem. Por que se importar com que se parece. Perante quem ou o que devemos nos importar com aparências. Ser já é o suficiente. Mas talvez seja um pouco de humanismo, querer saber como se é pensado.“Eu sempre aplaudo de pé a tirania alheia e me crucifico pelos meus deslizes.”

Sessão de autoterapiaEu às vezes penso que o ceticismo não compete à condição moral da sociedade, mesmo sendo contra ela, e contra os valores morais tu faz parte dela e acaba aderindo, absorvendo os comportamentos,

condicionando-se ao meio. Me desespero ao pensar nas possibilidades de sair disso, é quase automático, é como se

fossemos robôs, e se formos parar pra pensar, acabamos robotizados condicionados à ela. Concordamos com tudo e com todos, nos

viciamos sem querer, toda toxina nos é remetida, é como uma droga, a pior delas, pois se absorve por meio de algum recurso funcional do sistema social. Penso que somos como máquinas, mas que aderiram ao sentimentalismo, à moral, à valores, aos valores mais absurdos, começando pelo preço que se paga por uma etiqueta. Acabaram com o comportamento instintivo humano. eu não sei se pode confiar no que

dizem sobre comportamento humano. Estamos no topo da cadeia alimentar, somos os seres mais negligentes e mais danosos, matamos

sem dó nem piedade.Eu sempre duvido das composições confessionais, e espero que

também duvidem destas confissões.Eu sempre confesso me favorecendo, esperando perdão, do que ou

quem exatamente eu não sei.Sinto que pesam menos quando eu justifico me auxiliando, mesmo

sabendo ou querendo acreditar que não há nada olhando por mim, que não há benção divina, mesmo sendo tarde, mesmo que meu estado não seja de plena sanidade (nunca foi), eu me sinto um devedor pelos

meus erros, um pecador esperando o castigo, esperando o castigo me castigando. Eu espero a penitência pelo autoflagelo de joelhos no milho. Antes eu não era quem gostaria ser, agora me basto sendo suficiente pra mim, apenas sendo. Eu não preciso da aprovação alheia. Todo mundo sente curiosidade de saber a impressão que

passa em algum determinado momento. Me convenço, me determino ser já é o suficiente.

Digitando mensagem [02:53:35]Dispositivos de trocas de mensagens instantâneas, de texto ou de voz, redes sociais objetivam os indivíduos objetivos, facilitam a

trepada. [...]Talvez o assunto pudesse ser interessante, a

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conversa legal… [...] … estão dando “a morta na lata”. Descaradamente se procura sexo por meio de gps. Bem aventurados

sejam os descarados que procuram sexo e conseguem, afinal, objetivando os objetivos, todo mundo quer transar. Num passado nem tão distante se marcava um encontro ás escuras pedindo telefone,

recorrente de um longo bate-papo, a objetividade descarada transformou-se em uma pergunta: “você tem local”?

Chat Conversation EndVou escrever e confessar até desoxigenar meu cérebro, assim como

faço no consultório do meu psicólogo. Lá eu não escrevo, mas confesso. Apesar de sempre me beneficiar, nem sempre confessando

exatamente como aconteceu a maviosidade, eu sempre acabo num martírio me idiotizando na defensiva.

Às vezes eu sinto como se não soubesse demonstrar o meu amor ao próximo, como se não houvesse sentimento, eu sei que existe

sentimento, positivo e negativo de mim para o outro. Acho que amo pois por alguns eu daria a vida, pelo meu gato eu daria a vida, mas não sei ao certo o que é o sentimento do qual tanto fujo e

finjo não fazer questão. Não queria ter ciência das minhas falhas, nem sei se falhei, se falho. Eu sei que me moralizo e me culpo e

isso dói. Mesmo não havendo superioridade a quem eu devesse satisfação, um julgamento, uma condenação na hora do juízo final, talvez eu tivesse feito tudo de novo. Sei que devo muito aos meus pais, sei que eles foram o que puderam ser e as minhas falhas tentativas de morrer os magoou muito, eu quando me coloco na

posição de meu próprio Deus não acho tão tirano e egoísta o líbito de querer morrer, hoje em dia não mais quero,mas no fundo eu sei que seria um ato de extrema covardia, sei também que desapontaria de mais meu sobrinho do meio, meu ídolo, meu herói. Há uma troca de heroísmo nas nossas ações um sentimento que posso denominar

amor. Caralho! Isso é amor!

Tem um monstro debaixo da cama, leia nas entrelinhas

Descobrindo coisas novas, desfrutando coisas novas, sentimentos e sensações, vou jogar aqui um pouco de subentendimento. Eu realmente descobri coisas novas vivendo intensamente. Entre becos escuros, ruas e vielas. Gostos, goles, drogas, passadas de mãos, corpos, prazeres ao qual me dei o desfrute, aderi a libertinagem, mas quem não nem nunca desfrutou uma libertinagem? Os discretos, reservados, eu detesto os reservados, quem não se divide, falar um pouco da vida, dividir experiências é de um altruísmo louvável, acho os reservados safados e moralistas, são os que cultivam o

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egoísmo pra tocar na ferida. Poder de sedução é tão brega, tão clichê, muitos já disseram a mim que meu olhar penetrante era uma arma poderosa, eu conquistava no olhar e dava muito golpe baixo, me tornei uma pedra, zarpava e vazava, alimentei uma auto-estima desprovida de modéstia, na real era pura insegurança, em grande maioria os confiantes são inseguros. Não soube lidar com a indiferença subsequente, então oscilei de frio a quente fui ao extremo dos pólos: usei, descartei, fui usado, descartado, sentimentalmente injuriado. Acho que a pior molestia é estuprar um coração.

~enviando~ Cartas abertas aos distraídos

Em mal traçadas linhas rabiscadas de garranchos, eu viro as páginas- Senti vontade de saber como você está, e menos orgulhoso não me importaria se estivesse feliz, porém também não sei se ficaria feliz ai saber que está com outra pessoa, ainda assim, eu sei que tu fez uma escolha certa.Não mais alimento aquele amor massante, massacrante pra ambos. Sinto curiosidade de saber como você está, apesar de imaginar que esteja, curiosidade de saber se ainda cultiva aqueles pensamentos hipócritas e imaturos, extremamente exacerbado e cheio de egoísmo. Já me peguei por vezes rindo, imaginando como seria se tivesse dado certo, se estivéssemos juntos, o quão limitado eu estaria… isso não é legal, melhor descartar essa ideia.É estranho expressar tamanho sentimento assistindo a uma pornochanchada, estranho pra mim.O sentimento cultivado por ti me levou a provar a vida de um viciado, o que vivemos foi um vicio, só me refiro a externalidades substituídas por sentimentos, subtituladas: drogas. Não digo que foi de todo ruim, me diverti contigo com coisas relativamente legais. Provei o sentimento. Vivi maus bocados e bons momentos.Desa(bapho) de um filho libertinoOs meus questionamentos me tiram o sono. Será que eu realmente sinto aquilo tudo que falei conversando olho no olho com minha mãe? Tá bom, nem foi tão olho no olho, mas me senti limpo, por ter exposto meus sentimentos e inquietações, é ruim guardar pra si sentimentos ruins quando se sofre de culpa e e sente alvo de algum notificador de erros. Acho que não devo exigir tanto dos meus pais, eles são o que podem, assim como eu. Cada qual com seus questionamentos acho que venho me tornando um bom filho gradativamente. Apesar da autocobrança, sou bem-intencionado, leal e imprudente.Esse discurso já houvera sido proferido.

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Congregação licenciosa

Esperávamos apenas que não fossemos alvos, onde lançavam-se os dardos.Que nossos olhos não sangrassem diante a penumbra, que no lugar de pólvora, nossos corpos chamuscados em chamas.Esperávamos que quando chegássemos os semblantes não fossem as mesmas carrancas de sorrisos tortos, dentes amarelados e perdêssemos em meio a abraços sem rancor.Pulamos a cerca,vaiamos as bestas,fomos vorazes,duvidamos do que fomos capazes.Esperávamos não ser tão limitados, não ter nossos ossos almejados, nossas almas condenadas, nossas caras mal lavadas.Vagamos aos montes,perambulamos as noites,saqueamos comércios,ameaçamos falar a verdade,partimos de várias cidades.Pensando bem, não foi tão em vão.Ríamos da hipocrisia alheia, batemos cabeça, nos alimentamos da nossa própria carne, aventuramo-nos pregando barbáries.Esperamos o tempo necessário, pra calar os poderosos, alimentar os invejosos, com seus olhares odiosos, mostrando as vistas mais lindas aos cegos, o cantos dos anjos aos surdos, elucidamos os sujos de olhar bandido,demos-lhe as costas, sem olhar pra trás, de coração limpo.Esperávamos ser autossuficientes pra darmos nossa caminhada a pé.Um pra cada lado, norte, sul, desnorte.Diante do sereno, penetramos no silêncio e nos rebelamos.Esvaímos em sangue, celebramos o juízo final, norte, sul.Cada qual, de cara se nota que não foi de todo mal.

Carne Vale

Tudo é tão paradoxal, sabe se lá, se vais, se vens…Oh meu bem!Pulasse nos trilhos do trem.Oh meu bem!Fizesse o errado tão bem.Por que pra mim?Por que assim?Tudo que apostasse, do lado do mal e do bem,sabe se lá de que lado ele vem…

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Oh meu bem, abandonasse o bloco, mudasse o foco, e tudo vai bem.Oh meu bem!É o que dizem por aí…Tudo é tão superficial.As cores não mais movimentam.Elas apenas estão de passagem, de cá para lá…Sabe se lá se vão ou se ficam.Se brigam, se brincam…Oh meu bem!Mirasse o ferrolho pra mim, findo a última chance.Por que assim?Por que pra mim?Fizesse assim, no meio do “para dentro”.Burlando o sentido do vento.Sabe se lá…eu to mais pra lá do que pra cá…

Engrenagens

Abrindo mão das cenouras transparentes, sem esquece-las.Sem perder o medo quando ameaça descasca-las.Largar de mão o medo mas do mesmo medo sem pudor.Sem deixa-las descascar, sem suor nas mãos, lacrimejando, murmurando.Constrangendo, quando toca de usá-la de argumento, quando passa por honroso esquecimento .Sem pudor, sem rancor, sem sexo, sem amor.

A noite

No escuro da noite as coisas ficam mais claras, talvez por gostar das coisas mais claras no escuro da noite. Não ficam às claras, as dúvidas ficam palpáveis e questionáveis melhor sob o breu.São tantas as janelas com luzes apagadas, percebe-se que estamos no mês de férias pelo escuro das vidraças do edifício.O silêncio é pros perturbados que deleitam-se de pensamentos escabrosos. Pela basculante avista-se no longe a penumbra dos perdidos, esquecidos, condicionados à escuridão.Ouve-se passos, gemidos de prazer, a noite embriaga, dá barato se pensa melhor.Reflete-se tudo o que foi dito, o dito pelo não dito, o peso das duas palavras, o descarte do que já foi louvado, o desentendido sobre o imponente alarde, o que já foi atrativo de olhares.A noite diz que tenho que mudar e isso exige crescer, a noite me faz chorar e memorizar, a noite apresenta caretices e cretinices.

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A noite não mais me abriga, não ouço passos , a noite eu ouço a voz da consciência que me condiciona à solidão. A noite precisa virar diaNão é sempre que a noite termina bem, pode ser que o dia nem comece.Distribuindo beijos e estripulias, a noite ferrou meu sono. Me alivia saber que já é meio dia.

Faz tempo, hein…

Em meio a distrações e distorções de meias palavras ditas,meio desentendidas.E eu meio destroçado, distraído, destruído, com ideias distorcidas.Sem aplausos, sem torcida.Faz tempo…Antidepressivos que flexibilizam, mas não vencem, não me ganham no cansaço.Quero voltar, fazer de conta, perder as contas…Sem mais… dias menos dia, menos tempo de cara amarrada e alguns resmungos.Quero que desistam de mim (mas não desistam, por favor!).

Sonha bonito!

Eu não quero mais a espera. Mesa posta, luz acesa e o quanto eu vedei seus braços sobre a mesa na hora do jantar – vou acabar – você chegar – resolvendo os meus problemas ou não, como tanto já quis. Que assim seja, ou não.Resolvo por mim, dizer-te assim, de fora tá bom, embora não fosse esperado por mim.Os buracos no chão, de onde saem os ratos, as traças, baratas ou caras, embora fosse ruim, mesmo assim por mim, tecido ou madeira mascados por cupins.Mascarados de tando afirmarem estar sem mascaras, que não cobre o rosto, afinal, não mostram desgosto amoral.Desdizendo bobagens mal ditas, precavendo momentos da vida. Eu não vejo mas penso e aos poucos dispenso a real.Sem ao menos tentar na saída, na despedida, o regrado desregrado de cocaína injetável em veias e vãos, aspirando carreiras jogadas ao chão.Por mim mesmo não sei se faria, mas pela chama acesa, os pratos sobre a mesa.Por seres assim diferente de mim, certamente eu faria.

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Faria das tripas coração, dos copos à mão do tempo perdido, irreversível comportamento, sucumbindo penamentos, suprindo vontades. Das meias verdades já fiz a matade, já te satisfiz.Acendendo um cigarro, tragando desa(bafos) e desaforos.Sentado em qualquer canto, em meio as agulhas resgatadas dos palheiros. Traçando círculos em espiral, com a fumaça do cigarro, me afogando, me afago nos goles de uísque. Apalpando o palpável apenas, pra fugir dos problemas, esquecer os dilemas que me trazem a nós. Fica onde está. Um dia se der eu te busco.Ando sozinho, com minhas próprias pernas eu vago, cambaleando divago e te trago pra mim, do submerso ao fim.

Conto da punheta – “Repelindo excrementos”

Enquanto te seguro, te asseguro prazer intenso. Quase estrangulando-te movendo as mãos suavemente untadas, passíveis a

despertar dor e prazer.Dentre os furos da persiana em meio as cortinas, observo, olho pro

nada, contemplo-te, desejando qualquer corpo, qualquer corpo desejável, estrangulando o intensificador de sensações, a flecha

do amor como citado por Shakespeare, em disparate.Sinto a saliência das veias, o acetinado veludo, segregador de

muco.Ocorreu-me embriagar-me, mergulhando a pica em bebida destilada,

talvez um copo de vodka.Pensamento quase descartado, como fugitivo. Te pensar no momento da bronha é um grande exercício de concentração, um estímulo a

trabalhar a tolerância que tanto almejo. Em exatidão momentânea de total intimidade egoísta e satisfatório, incapacito-me e nego-me

dividir tamanho contentamento, deveras descontente.Aproveito ao máximo meu auto-estimulo, desvendando corpos despidos na minha mente, poluída de luxúria, de luxúria usual, insensível

mente, no vulgo: – podre.Precedendo a expelição do gozo, do jubilo, da louvada alteração

cardíaca, do sarar a dor objetivamente provocada, ora incontrolável, ora manuseável. Quase sempre intencionada, sensação

glorificada.

Temperalmental, tempo, temporal

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Tempera em tese teoricamente tênue.Percebido ou despercebido,antecipando descuidos,precedendo um tal sofrimento.

Situando-me no medo, pensamentos sabotadores,devassos, motivadores de burras ações,putos impulsos, tentados pelo medo.Medos escrotos de… não sei bem… sei lá o que…Medos escabrosos, tentadores, me fazem perder a razão.Siga-me, sem medo, vamos em frente heroicamente,teoricamente seria o esperado.A qual classe animal te caberia ser comparado?Vaca, cavalo, verme, veado.Ofensivo seria se lhe fosse associado,um comportamento animal não seria de mal grado.Crimes por sobrevivência cometidos, nossos crimes são premeditados.

Espero que não seja em vão

De quando em quando, se…talvez acabe e eu tenha sorte, me faltam certezas nas palavras, mas sei, entendo o que digo.Que de raspas e restos, de “quem sabe”, “sabe lá onde isso vai dar”, “se vai dar”, “vai saber”, eu alimento, esse sentimento medonho.Quisera canalhas migalhas me matam de fome.

Eu tento, entendo, suponho.Se quiser, “que assim seja”, me disponho a sempre “estar aí”.Proponho escorrer saliva dos lábios,não foram as imagens que me chocaram, nem tantas, nem foram…foi mais.

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Tocaram e fizeram sentir e foi bom, foi mais, apenas, além das imagens.Como era esperado, não sei bem como, nem porque.Se dessa, daquela forma, de forma alguma, se foi assim.Da forma descrita, auto-descrita, autodestrutiva, auto-retratada, refletindo em mim.E as tais imagens descrevem, instigam em campos visionais.

Esboços e cambaleios borrachos.Sequer amigos, sem benefícios.Sequer conhecidos de edifícios.Sequer enfim, quiçá afinal.

Do avesso

Nem regras, nem raspas, nem ríspidas palavras.Saliva de dragão, nem lava, vagarosa ereção.Heresia, nem louvor.Esquecimento global, nem vento Norte,nem contar com a sorte.Nem faces, nem meias verdades, nem falsos milagres.Nem tanto assim, nem tão desmedido, tampouco de desenvolvido.Sem sintomas de causas nem efeitos.Sem penitências de invejosos, nem piedade dos poderosos.Nem o pão que o Diabo amassou, nem “ainda sigo em frente”.Nem pra baixo do tapete, nem suor nos dias quentes.nem airbag, nem colete à prova de balas, nem os ratos descendo as escadas.Sem repente, trova ou verso.

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De repente controverso.

Marca texto

Entre belas e sujas, inefáveis e puras, cantos, castigos de brutas fantasias.Teu pesado semblante me cativa, sem me fazer responsável. Que mesmo pesado me sinta afável.Sorriso que carrega versos fortes, ancora-me em teu olhar louco e bravo.Me retalha com sorte, se for pra marcar, que seja como um gado.Moinhos de vento me apontam ao norte, chumaço de algodão encorpado.Dragão de grande porte.

No presente futuro passado

Rezo por ti, prego peças.Burlo horários, te pego às pressas.Falto com amigos, sem intenção.Eu reajo aos fatos sem interação.Me doei, me perdi.Sem intento, me desconheci.De frente pro espelho,vi minha imagem embaçada.Talvez quisera saber mais de mim, do que sei de você.E o que sei de você é projeção, do que já me passou proteção.O que sei de mim não é bastante, não traça linhas, nem versos, nem dita extensões de romances pra criar traças, poeira na estante.O passado me judia, não condena.Deveras ruim, assolado.O futuro é fuga do presente desperdiçado.

Marcha funeral

Chaves de fenda, aperta, me venda,desvenda, deveras amar,salta longe, de ponta ao mar.

Solta, não solda, aperta o freio.Vista linda, quando ficam amorais,fenda, Frida, Brando, minta.Poetiza, paganiza, etiqueta, profetiza.Inverta, inventa, véu que venta.Vede a que veio, inspira, suspira solta o freio.

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Vá embora

Bate e pulsa ao longe, coração partido de vontades loucas.Impulsionado a agir.Não escolheu te ver partir.Vá, vá embora.Corre, corre daqui.Optei por viver de saudade, mas optei por viver.Disso não irei me arrepender.Corre, corre vai ao longe.Solta, bate pra fora de mim.Através de espelhos, tento te ver, mas não, eu não vou mais te perseguir.Corre, corre vai ao longe.Me deixe quieto, insultar-te ei.Vá, vá embora violentar-te ei.Vá, vá embora, tranque a porta, não a esqueça mais escancarada.No fundo do poço, mesmo estando, sei que daqui posso sair.De alguma forma ei de agir, não permitirei me sucumbir.Optei por viver, recomeçar.Mesmo que de saudade, dor e ódio.Corre, corre, vá embora, bem ao longe.Lanço te fora, tranque a porta.Mesmo que de costume, deixá-la escancarada quisera.Desejo-te longe, fora do meu alcance.Deveras saudade, sentimento cachorro.Agora sou eu quem corro, pedindo socorro.Que vá, vá embora e por favor.Jogue a chave fora.

Nat tom

Eu sinto amor, nos tons marrons.mesmo em meio ao caos, corredeira, barros, madeiras.Choro, rio me descontrolo, cachoeira.Bons tons, simetria perfeita.Estava a rabiscar, dando traçado profundo ao seu olhar.Pecado dizer que a vida toda é saudade,despropósito matá-la,de propósito viver sob penitência da sua falta.Em precisão, acabo acertando no tom, suave mas tenso.Deveras intenso.

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Rap de calçada

Um chumaço de algodão, um pedaço de pão.Onde venta, lado norte, alazão de grande porte.Migalhas ou retalhos,pouco importa, sem galho.Preguiça ou ambição, prevista estação.Outono, inverno, verão.Ruas de areia, putas feias.Noite fria,prostitutas vigias de suas analogias.Puto, duro, absoluto.Maldita premissa de ambição.Preguiça, cuca maciça.Peito caído, bunda em pé.Resistente, puta residente.Vida fácil, do dedo que aponta.Imbecil, por três apontado.Pro olho de quem é que táo gatilho mirado.

Drogas de ninar

Que me afugentam,me dão colo, me cantam canções de ninar,me confundem, se fundem, me concedem.O sono profundo, os sonhos imundosme tiram do fundo,me escondem do mundo.Me apetecem, entorpecem.Sugam, chupam, me perseguem.E conseguem me nanar.

Multifocal

De olhos a todos os lados, espirando o ódio enrustido.Embutido em armário, ela não sente, adormece quente.Não acendas a vela, não risque o fósforo,não desperte a fera, não cavoca fundo da cela.Esqueça as covas, desmascare os desejos,demarque territórios, desprenda temores, toque terrores.

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Ressaca (a)Moral

Tinta incolor, mistura, mistura e não revela cor.Neutro se é bem misturado,preto e branco, tudo ou nada,bem tonalizado.Noite, te torna dia.Corta e quebra o gelo, madrugada fria.

Antes que Truma capote

O visual não favorece, o cenário não me acresce, precisamos mudar o layout.Tomar outros rumos, virar páginas, atualizar.O tempo é o presente, no quadro sem moldura.Fica mais evidente de que é prosa, que é rima, que é repente.Em pensar que de repente tu me queira, me tenha emoldurado em algum lugar.Na caixa preta projetora, não mude, não mude de canal.Sou eu protagonista, me perco no cenário, ao descer as cortinas, sou personagem principal.Sou eu onipotente, o expectador, na última fila.Figurante de ator coadjuvante a personagem principal.Língua afiada cortante, te descrevo arrogante, não passa de impressão, mal deixada, carnal.Manifesto impresso em papel de pão.Compulsório me auto afirmo e o tal comportamento Truman Capote se torna usual.Conveniente por condição, de repente é repente.Do pó ao pão, paraíso claro, cenário branco. O layout é breu.

Números

Perdi a conta de quantos crimes cometi agindo omisso, indo na onda da situação, deixando a maré me levar e dizendo sim.Discordando de meias verdades, perdendo as rédeas , roubando confiança, cabulando compromissos, agindo de má fé.Eu castigo o outro com meus crimes, sou réu, você dá a sentença, não sei se mereço ser condenado.

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Já que de tuas mãos sujas serei apontado.

Prende(dor)

Salve o canto dos malditos, a poesia pagã,tudo que realiza e não conforta,

tudo que quebra e corta,Salve vidas,

engula a verdade por mais dolorida.Sem negativo de fotos coloridas.

Conto de Eunuco

Ele sente muito. Sentimentos e sensações. Menino triste de olhos azuis, que se destacam mais pelo luto de suas vestes, menino morto. Mãos à cabeça, apontada por um fuzil, fuzilado pelas cobranças, boas e más lembranças. Que de boas se tornam más, pelo vazio da saudade. Não age por próprias vontades, sempre atende às exigências, por ser omisso, submisso ao conforto, submissão beirando o desrespeito próprio, por puro despeito. Não se aventura, nem por ventura dizer não, é só mais um expectador hipnotizado, pelo marketing dos produtos, pelo que vende. E ele se ajusta, não sai da barra da saia da mãe, tristonho, não se permite viver a própria vida, não se atreve e nem ousa sair da zona de conforto. A vida “real” , o que lhe fora imposto como normal, sendo ou não sendo, ousar seria um tiro no pé lhe traria prejuízo. Oh! menino sem juízo. Mundo irreal, nunca é o bastante a insuficiência do vazio. No pátio da minha casa não há rosas, nem margaridas, nem bromélias mas há adubo em seu jardim. Todo tóxico sintético ou natural lhe fora lançado, é duvidoso, mas convincente, confortante. Menino cabisbaixo, calado não expõe opiniões , não as próprias, mas de vários, já que os livros e mestres não instruem, moldam. Em seu âmbito intelecto, o menino tem opiniões diversas, mas nenhuma é exposta, ele omite a sua fome e instintiva vontade de viver ao seu modo. Menino chorão, só queria chamar atenção. Olhar misterioso,curioso, reflete aos pés de uma laranjeira, imaginando cavalos brancos nas nuvens, venerando os sabores das frutas jamais provadas, faminto pelo saber e frustrado por não as entender. Fecha os olhos e escuta atento as opressões da mãe. Da janela de seu quarto vê pessoas felizes, imagina – as como garrafas de refrigerante, com rótulos atrativos para o Natal. Todas alegres com suas sacolas estampando rostos felizes, nomes de grifes. Menino suburbano do campo, mas rico de bens. Garimpa o solo, demarca o gado, frustrado por não

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caber mais dentro de seu universo, ele sabe que a vastidão do mundo não se resume ali, entre paredes e telas de LED. Busca liberdade e outras maneiras de quebrar barreiras e abrir fronteiras. Fora da liberdade, na prisão que é o mundo a fora. Desapega de valores e vive do incomposto a uma volúpia. Dos desejos, ele acredita numa vida menos densa, se vê como um louco, trancado no quarto, como que descendo escadaria a baixo até o baixio. Beirando o desespero, dedilhando uma velha viola desafinada, mas que aos seus ouvidos soa melhor que muita banda neo popular apresenta. Muito além dos seus pensamentos, quebrou barreiras do pensar, e questionou mais sobre o que se impressiona do mundo, se auto analisou não tão limitado, nem tampouco omisso a tudo que via, deixou de engolir à seco meias verdades e lançou a ancora num mundo sem valores morais, onde o instinto o leva a buscar novos horizontes. Uma busca incessante pela felicidade, longe de olhares opressores e impostores. Descobre folhando páginas de novos autores, novas obras, novos mundos. Que não estava só, só estava um tanto apagado, entre borrões. Precisou partir de novos princípios, e abriu mão de pensamentos alheios e achismos morais. Deparou -se com novas possibilidades. Do viver, ser belo, sem olhar pros lados , apontando pra frente o gatilho, sem ser altruísta, tomando por si a devida noção que aos olhos alheios desperta múltiplos pontos de vista. Se vê agora como mais um na multidão, único pra si e a quem interessar.

Ana

Ela acorda as seis, não pra acender um cigarro e beber seu café,mas pra cumprir com a jornada diária de trabalho.Em salto quinze, ela se equilibra, esguia.O que a mantém bem, seu dia, seu sorriso no rosto.Vaidade extrema até a hora do almoço, batom retocado.Passeando pelos corredores, imaginando sua imagem em outdoors.Beleza extrema que lhe vale a fome.Segue a risca o jejum impostor, não arrisca um docinho tentador.Sempre atenta ao valor calórico nas embalagens.Ela exaustiva, se mantém firme no salto quinze.Com baixo peso, apesar de magricela.Ela atende à todas as exigências,equilibrando – se em salto quinze.Apática se deixa sofrer influências.De capas de revista, padroniza – se,à ditadura da beleza.

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Deus

O mundo é nosso.Sejamos cautelosos,cuidando uns dos outros.Nós vimos o tempo passar,nos vimos diante de nossos olhos,podíamos ver tudosentir os cheiros, sentir as sensações que os sentidos nos traziamnós vimos diante de nossos olhos, tudo que precisávamos vere mesmo assim ainda não nos sentíamos completos,vimos de perto, bombas nucleares e a aurora borealexplosões galáticas, vimos a extinção planetáriapresenciamos tudo de perto, cada boom e kaboom.fomos firmes e fortes, caçamos o predadore mesmo assim, éramos violentamente alegrese asquerosamente passávamos reto pela lixeira cheiavimos o nosso mundo se acabar, e registramos os momentos mais relevantespra nósNós sabemos o quão importante fomos, mesmo que não, extra, estatisticamente.Nossa raça foi extinta, como alguns javalis e animais de grande porte,mas nossa paixão por felinos sempre salientou a nossa grande e honrosa existência.Do cinema trash, terror pipoca, passamos juntos por tudo isso.Nós fomos nossos próprios demônios sabotadores, vampiros sedentos por sangue,fomos o melhor que podíamos, mesmo não sendo os melhores,apenas fomos um poço de amor e sensibilidade,em meio ao caos.Nós vimos nossas emoções a flor da pele, nós sentimos os mesmos medos,nós podíamos ter ido mais longe, até o fimnós vivemos sensíveis, escondendo as cicatrizes,nós não estamos mais, mas queria saber como é chegar lá.No início do percurso, ao fim.

Rede (anti)Social

Algumas coisas eu prefiro fingir que não vejo, n’outras nem clicar, nem me dar ao trabalho de retrucar.procuro não saber, não debater, não sujar os dedos.Alguns bloqueios eu não consigo quebrar, não lembro porque eu fiz, mas ta lá irremovível, a não ser que eu permita – os reviver.Aqui não é a minha vida.

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Epitáfio

Sempre doloroso é o fim, que nos remete ao breu enfumaçado.Sempre escuro, tão escuro que não vejo vida, não vejo nada.Morri contigo e não fui avisado.Vegeto sempre, mas agora sem você do meu lado.Quando antes não tinha, ora tinha.To reaprendendo a vegetar sozinho, como um estranho no ninho.Como gostar da chuva quando não está chovendo.Como gostar do frio, vivendo à meio fio, de um calor intenso.Calor que só teus braços, acalentadores me proporcionavam.Tamanha era a alegria de te ver sorrir.Tamanha dor eu senti, por não ter ver partir.Pouco a pouco me senti indesejado.Vai ver que é por isso que me sinto tão rejeitado.Não houve choros nem despedidas, houve partições de partituras.O fim da nossa trilha sonora, o suicídio coletivo das nossas canções.O tempo certo, no tempo certo te devolveu, à quem duvida.E me lançou de forma brusca ao lado escuro da vida.

Canto contigo

Meu canto é o que te encanta, quando cantaslembra de mim, ‘me chama de canto’.Conto contigo, me tira do castigo.

Declarações de guerra

Declarando guerra de mentes, esfaqueando o inimigo pelas costas. Guerras dementes, ululando por paz.Polvorosos, em busca de poder. Coitados…Descarados, esfaqueando uns aos outros, pelo mesmo objetivo, e sem saber destroem o próprio ego, acabam com a tão importante reputação.São vítimas das próprias vontades.São alvos de quem recorre à mesma podridão, ser mais, ir além, sem sair do lugar.Declarando independência sobre as próprias carniças, dando à cabeça à prêmio.pra chegar à lugar nenhum.

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Noite fenda Fria

devaneando noites frias, enegrece meu breue a fumaça que de frio sai da bocadefuma vossa oferenda,gás carbônico falta, ao inalar teu ar blaséeu musico seus pensamentosfaço de tuas ideias, coloridas aquarelas,penso no que toco,sinto no que digo,sinto que de mais, de perto só queroque sigas comigomesmo sem ar,segue pela grama branca de manhã, segura aténoites morenas e torna imensa tua presença,faz de vento ventania, da vida ao ar que respiraseguir caminhos tortos,eliminar oxigênio,gás carbônico,nicotina,e tudo que a noite na cidade,ora quente, ora fria.Porto Alegre nos dedica.

Três efes

Maldita poesia pagã,que se perde,entre foco,força efé.

Perdendo o foco por aí.

Crônica de eunuco

Perdoa por eu não ter sabido demonstrar o meu amor, nem ciência das minhas falhas, nem sei se falhei, e por fim, não propriamente sendo o fim, todo sentimento guardado, que até hoje cultivo, com menos intensidade, é claro, eu guardo no peito as boas lembranças de um passado remoto, não sei bem se aquilo tudo aconteceu, se foi, se ha verdade, se realmente foi sentimento, se realmente verdade a é relativa talvez tivesse devaneado demais, desprovido de ação, nossas brigas e conversas sempre foram tão intensas, me fez descobrir meu lado sombrio, ofuscou um pouco eu brilho em determinado momento, mas ainda bem que foi momento e de momento sentimentos momentâneos me encontrei tempos depois a beira do desespero uma euforia contida, uma tristeza estampada na cara do palhaço, palhaço que vos escreve talvez tivesse feito tudo de novo, descoberto coisas novas, descoberto coisas novas, eu

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realmente descobri coisas novas, becos escuros, ruas e vielas me tornei um libertino, uma pedra, uma alguém que conquistava no olhar, no jeito, muitos diziam – isso é um bom atrativo. Não soube lidar direito com o que eu achava que era indiferença, talvez fosse mesmo um olhar vazio e uma cabeça vaga, ou talvez fosse excesso de informação e pensamentos de uma mente inquieta, por mais tranquilo que parecesse e transparecesse. Me contradigo, era sim de fato vazio, me deixou em maus lençóis, não sabia ao certo a diferença de amor, paixão, orgulho e ódio, Te desejei o mal, o pior que se possa desejar, desenvolvi alguns dons, não sei se pode se chamar de dom expressar com palavras belos sentimentos entalados na garganta, instalados no coração, pois é, descobri que tenho um e bate, como bate. De frio a quente, usei, descartei, fui usado, descartado, sentimentalmente molestado, acho que o pior abuso é estuprar um coração.

Senti vontade de saber como você está, e menos orgulhoso não me importaria se estivesse feliz, ms também não ia ficar feliz ao saber se está com outra pessoa, ainda alimento um amor platônico por você, gostaria de saber como seria se ainda estivéssemos juntos, melhor descartar essa ideia. É impróprio assistir a uma pornochanchada e expressar tamanho sentimento, sabia que o fato de ter te amado me levou a experimentar a vida de um viciado, seu amor era um vicio, mas me refiro a exterioridades substituídas por sentimentos, subtituladas: drogas. Não digo que foi de todo ruim, vivi coisas relativamente legais, vivi.Queria que você pudesse sentir na pele o que eu passei, por um dia que fosse, mas não duvido que tenha sentido, você sempre me pareceu sensível, um devaneio sensível, quase três anos de devaneios, coisa de apaixonado isso, mas já carreguei a cruz, minha vida é um vulcão prestes a entrar em erupção, nunca fico tranquilo, quando acho que está calmo, logo algo agita, ou eu mesmo procuro, o mal, eu grito: ROCK MY WOLRD. Preciso de atenção, não sei por que sou tão carente, não sei por que o mundo gira ao meu redor e me sinto em inercia, preciso entender algumas coisas, aprender mais com a vida, tenho andado como um adolescente inconsequente e desregrado, não que eu precise de regras, mas não exceder meus limites, isso me faz ter medo da morte, a tão almejada morte, que hoje em dia me dá náuseas. Quando se perde alguém próximo, quando se sente a morte de perto, leva o desejo de morrer ao amor a vida, e faz você se sentir patético, até mesmo covarde, mesmo achando que sou dono do meu destino, senhor dos meus domínios, meu próprio Deus, vamos adiá – la, deixar pra mais tarde.Os meus questionamentos me tiram o sono, será que eu realmente sinto aquilo tudo que falei, conversando olho no olho com minha mãe, tá bom, nem foi tão olho no olho, mas me senti limpo, por ter posto pra fora os sentimentos ruins que guardo do meu pai, acho que não devo exigir tanto de uma pessoa, enfim meu pai, ele é o que pode sere eu não sou o filho que ele sonhava ter, mas considero a ideia de que muitos me queriam como filho, sou bom

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leal e imprudente.Por um instante as coxas daquele ator que não lembro o nome me tiraram a atenção, nem sei qual filme ta passando, nem consigo assistir um filme inteiro, prefiro pensar e expressar.Não sei ao certo me definir como bissexual, homossexual, um segredo: já me apaixonei por uma mulher, portando não descarto a possibilidade, acho que ajo por instinto, é legal ser gay, é legal ter pênis.Interessante como as pessoas são interessantes, ou pensam que são interessantes, algumas se auto afirmam e a liberdade de expressão ganhou força nas redes sociais, todo mundo acha sua vida interessante a ponto de achar que alguém acompanha como se fosse novela – que pensamento idiota.Por que estou sentado no sofá de frente pra teve redigindo isso? Eu deveria estar dando autógrafos, entrevistas, sendo famoso, mas eu não quero fama, só me acho interessante mesmo, tão interessante que to pouco afim de falar das coisas que já vivi, talvez musicasse, compunha, mas não expunha assim, de tal forma, se bem que já contei lhes coisas piores, ou não?Comecei falando sobre o amor, pra uma determinada pessoa, mas acho que já a esqueci. Outro devaneio não! Falar sobre o amor é chato, demodê, ha uma busca incessante por tal sentimento, acho enjoativo, mas to curioso pra saber como é, sem forçar barra.Querido ex namorado, tudo aquilo que falei sobre você, eu realmente acho de você, nesse momento.Voltando a falar sobre o asco amor, uma coisa curiosa é a busca pela felicidade, às vezes tenho a estranha sensação e plena certeza que nunca serei, por sempre buscar de fora, ou em alguém, ou por ter depositado tanto em alguns canalhas. Essas atitudes levaram um pouco da minha auto estima, nunca a tive tão elevada, mas deixou marcas e buracos na camada de ozônio.Acho chato meus gestos e o jeito de como me expresso, to precisando de um novo foco, uma nova obsessão.Já usei algumas coisas que sei sobre você contra você, atitude imprudente, totalmente covarde, te digo isso pra mostrar como tenho coragem e já senti ódio, essa relação de amor e ódio ta ficando meio repetitiva, gosto de solidez, pena não poder mais te tocar.Será que algum dia vou te reencontrar,eu mudei, queria que notasse, nas atitudes, to menos expansivo, mais tolerante. Acho que nunca será como foi, com outra pessoa te amei tanto que acho que se tivesse a oportunidade de cruzar contigo em alguma esquina, o sentimento seria o mesmo, seguido de rancor, quer dividir isso comigo, queria poder dividir isso contigo, te amei tanto que te mereço de volta.Me sinto tão carente que pagaria certo uma prostituta e passaria a noite conversando, divagando sobre você.Seu nome é devaneio, que me devastou, me deixou vasto e farto,

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cheguei ao ponto de não te aguentar mais, durou por insistência, acabou por desistência, precisei substituir seu “amor” por outras drogas, me subestimaram tanto que eu fui internado numa clínica psiquiátrica de camisa de força, me tornei um burro articulador, espero que você sangre lendo isso.Te desejei a morte, como a de um libertino e acabei me tornando um.O medo da morte me assombra, simplesmente por que me faz lembrar que sou um lixo orgânico, vou feder e apodrecer. Essa é a função do cadáver.Ainda tenho peças de roupas suas guardadas, umas bem cafonas, impressionante a sua mutação, de tímido underground de butique, a mauricinho fashionista, porco, capitalista, popular, mercenário e não me importa o que tu pensa, é essa impressão que eu tenho de você, posso estar enganado, você é só mais um ponto de vista.

Crônica de eunuco – parte 2

SEGUE

Quero te tirar de longe, já quis te tirar de mim, te trazer pra perto, te perder em mim, sentir suas vértebras, seu olhar, seu andar.De olhos ao longe, me lanço pra perto, me olho no espelho, não sei quem sou, em que corpo estou encarnado, escarnecido.Lavo minhas mãos podres, pra te tocar de novo. Assepsio meu corpo, pra que limpo, corpo não mais libertino, possa contigo deitar.Vamos celebrar nosso toque, trocar olhares, deslumbrar o cheiro de fumaça de cigarro na minha barba. Se dormires antes, por fim, apenas celebrar.Você disse ainda sentir meu cheiro, na velha camiseta de dormir, to segurando a que me destes, eu não lembro do seu cheiro, mas posso sentir seu sabor.“Amor”, sentimento carnal, quero te conhecer.Tal pessoa é legal, mas, porém… – apesar de todos os “mas” e “poréns”, eu gosto, independente do que, eu gosto às vezes até de mais, os defeitos sobressaem aos olhos e sentidos de alguns, “perfeitos” ou descomprometidos com determinados “problemas”, eu não me importo, acho que a força de amar apesar do que se é, supera os defeitos de quem se escolhe ter perto, eu tenho força suficiente pra gostar de vários imperfeitos, eu não sou perfeito, tais escolhidos são perfeitos pra mim.

Crônica de eunuco - parte 3

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SEGUE

Resolvi sabotar Cazuza, do mesmo modo que costumo fazer comigo.“Não me contento com pouco, não sou nada moderado. Raspas e restos não me interessam. Eu quero muito, quero o todo, quero o meu. Quero me fartar de você.”Estranho dar – se conta do meu comportamento exagerado, estranho viver de forma exagerada.Sei persuadir às vezes, algumas pessoas, falar de forma segura sobre assuntos que desconheço, de livros que nunca li, de autores ao qual fui apresentado pra despertar interesse, não me interesso tanto por assuntos que demonstro interesse, mas convenço ser conhecedor, isso é patético e benéficoAtormentado pelos meus pensamentos, pensando em coisas que acho que fiz de errado e me comparando a Dostoiévski, assumindo minha suposta inveja, sim eu sinto inveja, e não acredito em denominações, como por exemplo a tal “inveja branca”,acho isso uma forma sutil de assumir um pecado, visto que, não existe pecado, o pecado é uma criação humana, pra nos privar de certos prazeres, viver é um deles, se existe pecado, já desfrutei, usufruí de alguns, mas, agora me veio à tona porra do sentimento de culpa, por ter feito “mal” a alguns, ou simplesmente te – los ensinado o auto amor, não queria ter passado pelas minhas mãos o que os fiz passar. Se existe Deus, seja ele quem for, que me livre de todo mal e de todo sentimento de culpa, – ele não sabe o que faz. Sabe sim, eunuco, personagem de mim mesmo, cheio de pseudônimos e atormentado pelos próprios demônios.Acho minha vida boa demais, e sinto vergonha por reclamar de barriga cheia, talvez eu sinta fome de viver, não sei ao certo o que é fome de viver aos quase 25 anos, sem saber pra onde ir, sem olhar pra trás pra não me decepcionar com o pouco que conquistei, conquistei algumas pessoas na lábia, tal qual Capote, um mentiroso patológico, sim eu já menti, menti e omiti algumas coisas, pra parecer mais interessante, já que minha imagem não era suficiente pra agradar a todos, me acho um cara interessante e acho que o personagem que me definiu em determinado momento foi Capote, não me orgulho disso, sinto as vezes até vergonha de assumir, ser um sem vergonha.Já procurei de várias formas a felicidade, mesmo sabendo que encontra – se em mim, eu teimo em procurar, por mais que aos olhos dos outros seja tão evidente, talvez termine como Kafka em “A Metamorfose”.

anaCrônica de eunuco - Final

Quando a obscuridade volta a tona, só se sente breu, se vê azedo, degusta escuridão.

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O que as vezes é tentador com um copo de… algo forte, não importa o que seja, tendo álcool envolvido e abrindo caminhos à outras sensações. Necessitando pateticamente, daquela pequena/ grande dose de podridão.Serei direto, não! Não vou! Estou falando de combustíveis alucinógenos, dos quais não só eu fui ou ainda sou escravo e também dos maus ventos que me trazem, sensações ou falta de sensações, boas lembranças ou péssimos: “dias seguintes” ou ambos. É falta de sentidos e um turbilhão de sensações, ou o contrário? Não sei dizer, alguém sabe? Ainda que eu ache o álcool a maior porta de entrada pra todas as outras consequências. Drogas = possíveis consequências, pelo menos pra mim. Estou sempre propicio a me viciar em algo, ou segurar algo pela mão, crendo que alguma coisa vá me impulsionar, me erguer morro acima, sendo que o impulso deve ser dado por mim, mas nesse caso, me permito cair em tentações. Mais uma vez. abro exceção para o que há de vir, e com elas as terríveis consequências, digo… terríveis se eu não souber lidar com elas, mas não acho que deva fazer um plano A ou plano B de como me safar de mais essa. Isso! Ir ou não, sim ou não? E já tá sofrendo agora? Sai daí Eduardo.Bom, na real, no momento não preciso de drogas, queria só usa – las de muleta (mesmo sabendo que o usado sou eu), mas o álcool é indispensável, queria entender por que essas sensações me vêm à cabeça e me tomam pelo corpo, me deixam ao extremo, se me sentir fraco de novo? Enfim, o tal mudar de ares não me fez bem, to procurando problemas onde não tem, to pondo a culpa no cenário, ou em mim por fazer parte do elenco, mesmo que de coadjuvante. Aqui é tão ruim, se não é ruim, não esta sendo ruim, não estão me fazendo mal, o maior causador do mal sou eu meu vício, minha toxina. Será que eu depositei confiança demais em algo restritamente duvidoso? Mas esse não sou eu, não me permitiria fazer isso. Calmaí Eduardo, você é humano, humanos erram, erram e as vezes persistem, persistem por que ainda não aprenderam. Tá bem, humanizei demais, dei mais uma resvalada. O verdadeiro sentido de uma vida sem sentido, qual é? O que me vale de ser feliz se ainda não concluí algo grandioso, poxa, não consigo! Não a meu modo, não era essa a vida que eu queria pra mim. Mas você queria qual vida pra você, qual das tantas que tem pra escolher? você não pode começar vivendo por você, a vida que lhe foi dada? Ou imposta, ou melhor condicionada. Por que sofro de depressão? Por que sinto essa ansiedade mórbida de proporções horríveis. Sem drogas, sóbrio, de cara, porquê não, então intervir nessas sensações com algo bom e destruidor? Mas é destruidor? Pode ser glorificante, o nirvana. Encher a cara por uma noite, pra esquecer não, pra lembrar e pensar como tudo isso é idiota, por acreditar e deixar a falta de alguma substancia afetar meu comportamento, minha sensibilidade, isso me tensiona, me deixa calado, sem vontade de sair de um quarto escuro.

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após vários dias de felicidade ilusória, depositando minha felicidade em mim, coitado de mim, pra que sofrer a culpa de uma mente doente, demente, infeccionada pela vida, ou falta de vida. Tanto faz, pra que me deixar poluir pelos erros dos outros, querendo eu mudar mentes, e quase manipulando algumas, acredito, acredito é minha maneira de dizer que acho, quando acho que acredito. Na verdade, verdade? Eu não acredito em nada que não seja meu ponto de vista, sobre mim, sobre a vida, sobre Deus, sobre dinheiro, sobre pra que que serve mesmo dinheiro? Relacionamentos, estou em um, estou feliz… acreditando no “pra sempre” e com medo por estar acreditando, mas isso é detalhe, as vezes eu sempre espero o pior, por esperar isso. Me faz acreditar na sorte, to sempre com ela, se acontece algo de bom é a sorte, se não sou eu mesmo, fazendo tudo errado, se é que existe errado. Tô com pena de mim, não sei por quê, mas tô. As vezes sente – se dor no intocável de tanto egoismo, mascarado de carência, ou ambos mascarados de refúgio. me condiciono ao nada, minha percepção aqui é não ter dito nada, além do nada. Sabe quando uma pessoa te incomoda por ocupar o mesmo espaço, não é inveja, é ponto de vista mesmo. Quando você sente que ta incomodando, e não tá no seu cativeiro, ta em outro habitat, habitado pelo ser que me faz sentir incomodado. O fato é que, sim desprezo tudo o que disse, e só por hoje me permito admitir que o problema eu criei, se eu criei eu posso acabar com ele. Com a morte se resolve problemas? Se sente menos? Ou nada? Acaba mesmo, queria saber, mas só vou saber passando por ela…

Sóli dão

Desprezo o silêncio,não sou grato por pensar,deixa tudo tão vazio,até a respiração irrita(fega)nte,contemplo o som da vida,a música urbana,os sons letais,os tons vitais,o vazio da quietude,converte minha mente,à uma bomba nuclear,que transita em meio a navalhas,que nivela meu “poder”, permitir, não poder mais,deixar as lâminas agirem.

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Tourniquet

Desate os “NÓS”,ou ata – me à sua presente ausência,

prenda – meu ao seu silêncioP E R T U R B A D O R.

Criador, bacanal, Celebrai com júbilo

Medo de cair da ponte, de prender o nó, de perder o fio da meadado começo ao recomeço, arte por arte, sob teus péssubmetido, submisso, aja sem dócastiga – me, castiga – tedesce o laço, talvez disso que preciseprocurai – vos em vocêssentir – te – ei, na descida íngrime de 99 degrausdebaixo de para raios, sob um Sol de 40 grausácima de ti não há nada, nada mais belo, nada mais crédulominha fé, tua estaca, enquanto me sugas, cravo -teofereço a ti a liberdade, desde que me sigasbesta, aberração transporto teu sanguedevolva – me as seringas.

Não é bem por aí

De longe eu to aí, mas não, to por aí.Te quero bem, oh meu bem.No céu a colorir, com mais de cem balões.Tocando no refrão, mil cores de meu bem,meu querer bem o que é belo.Quero te conquistar, ao som da percussão, por lá,de cima te vejo, judiando o tarol.Não posso te tocar, mas sigo a melodia, sigo a nota de cem,sigo seu ritmo, sinto – me bem.Te pergunto: cadê? onde foi?Por ali, pra lá, colormix, no swingescoltado de glamour.Meu bem te quero longe, de cima, qualquer canto, qualquer som,mas te quero bem.Pena não ser eu, que te quero tocar bem,que desejo corar seu rosto.Que aceito seu “nem vem”.

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Lacrado

Não me ajusto a rótulos, acho essa denominação até ofensiva, delibera o ser ao minimismo, pra que se minimizar ao ser “um” se

pode ser “vários”, “vários” dentro de um ser original, livre, minimista, intimista e vasto, farto de saber, caber – se ao fora,

transbordar de ousadia,ser imenso, ser “um”, dentro de você vários, por fora, só ponto de

vista, “vários” de você vagam por aí, maximeze–se a ser “o todo” em “um”.

Mais de tudo, menos de nada

Nada de mais do mesmo, projeção de tudo e tudo. Balões vermelhos me trazendo nostalgia, livros velhos corroídos pelas traças revelando a mim borrões do dia, corrijam – me se estiver errado. Prove – me e obrigue – me ao certo, se ao certo o puder fazer. Em palavras brutas e tom cego, aos teus resmungos me abstenho. Brutas putas me revelam um vão na madeira lascada da porta dos fundos, de onde posso vigiar seus ruídos, sussurros, beijos e estupros. Assusta(dores) ranger de dentes,da lasca que solta pó ao mover do cerrote, sinto cheiro de nove polegadas, o chamado do norte, pra minha própria sorte não um cântico de morte, girassóis me põe a ver a vida, arco – íris me cessam a dor e sinto prazer nos raios de vida.

Ritalina

Dor de que falta me faz, dos de saudade, preguiça, vaidade.Canto de enquanto te espero, canto de um pássaro, canto aos berros.Lágrimas, bocejo.À espera do retorno, do ponto final, fim de linha, tanta espera me cansa, senta, repensa, descansa.Luz acesa na madrugada, no silêncio da noite calada, apanhado de sentimentos, apanhando de pensamentos.Fugindo covarde, a toa, sentimento que arde, alarde me diz, tá na lagoa, tá feliz?Acoado, carente, Tristão, abobado, descrente, cristão.Amando latente, sentimento, sentimento que arde e mente.Destrói, derruba, amortece.Levanta cretino, não pressiona o cappuccino, não adoça o expresso.Não desfaz a essência, não vive uma decadência em demasia.

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Vira a página, toca o barco, tudo isso não passou de fantasia.

Maciço

Não me importa o que digasquero provasquero sentir com as mãoscoração não,apertarapalparsufocarpra emocionar e fazer gritarsuar e tremero maciço palpávelsentimento descartável.

Emoldura de desregro

Uma tela sem moldura, cheia de medos, cheia de dedos

pra que emoldurara pintura que é, aos meus olhos é tornado, é beloé sujeito a tudo, indeterminado e introspectivoé vista por vários olhares diferentes e relativosuns gostam, outros não, no padrão, na maioria, todos vãoa maioria gosta, “canta”, se encantase vicía(ava)te peguei num vício de linguagemminha lingua na sua, seu linguajarpor que seráseu desregro vencido pelo meu pessimismo,meu realismo se moldando ao seu otimismo literalminha tela não precisa de moldura, é um espelhosua imagem refletida, seu desenhoseu rosto e sc ulpido, meu desejo escrachadoe scarrado e cus pido .

Fluorescente

Apenas acordes.Apenas pedaços, lembranças em cortes.Apenas barulho, apenas recortes de recordações.Resquícios, estilhaços.

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Apenas o silêncio inspirador.Apenas cicatrizes dos tempos de dor.Apenas jogado, esquecido ora lembrado.Apenas cores, apenas odores.Apenas masturbação, penetração, ato mal celebrado, coito, afoito mal consumado.Apenas um grito de dor.Onde levam, apenas vagar, bem divagar.Chuva e vento, apenas temporal, apenas o tempo vagaroso me traga, apenas devaneios.Acendo um cigarro, apenas trago, apenas um gole, apenas esta noite, apenas me embriago.Apenas o som,apenas a voz dela.Apenas jamais.Apenas um último beijo, rapaz.

Rumo

Sonho soturno, acordo às 3 da matina.No turno certo pra mim, cedo da tarde, tarde da manhã, quando o dia se faz noite,não vejo diferença no certo horário,meu dia começa, quando abro os olhos,independendo da hora,meu dia sem pressa,despreza as minhas vontades,desprovidas de meus instintos,me faz supersticioso de tanta dedicação a demasiada negação,de que, do que, do onde e pra que… seguir o pra frente é que se anda,de nada adianta.Ser feliz me basta, mas as tentativas e o medo,mesmo medo que antes me assombrava me encoraja, a seguir o rumo certo.O rumo ao meu eu, nem ego, nem nada que infla,nem nó cego, nem nego que tudo isso muda,me transporto, disposto a novas sensações.Ainda não aprendi a lidas com as dores, mas já superei e amorteci.Obrigado pelos seus favores.

Xamichungo, cabisbaixo, vagabundo

Sem dó, nem mimimi, nem marcha ré.Não sei a nota certa, que flecha a melodia,

passeando pela Lima, ouço um verso: ” que te deu, que não é feliz”.

Não é verso, avistei rabiscado de giz.Meio verso hardcore.

Não é samba é HC, mas sutil pra trecho HC, esse verso, trova, sei lá,

tá mais pra MPB, mesmo que os arranjos não bata,

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como percussão, som da lata, me transformo em HQ, mas pra que ser personagem, me reflito na imagem, não é montagem, bato ponto na

borragem, mo borro.Verso vira citação e o refrão?

Tá na moldagem, que no canto, do meio, te encontro, em pranto.Isso pode melhorar, molha o pano, seca o chão, vai na janela, cabô

meu pão…

Motim de um só, de mim

Licença, poética! Eu quero invadirMe firo de firulas, suas palavras não são suasTa tudo numa ponta, é tudo baseadoCade você? Em opiniões adversasQuem é você? Me dispus,entrei nessaPrecisa dar nome ao que eu sinto?Preciso – me, me sinto.Não quero mais o que mudou pra mesma coisaQuero o hoje sincero,quero viver de bagunçaDe lição eu tirei, me expus,arrisqueiAqui se faz e não se pagae se não faz, tanto fazO que de bom me restou só me estragame judiei, me feri, esperei você reagirE quanto mais me estragava, mais seu ego inflavaDesconheço quem taíe tudo que me falavaDiz que mudou pra me tere o produto lacrado, queria apenas ser.Ser teu, ser nosso, me bastoPor aqui me refaçoNão sou de vidro, sou de açoEnquanto dormia tranquilo, eu me esvaia na madrugadaNa companhia de estranhosde esperança me embriagavaEnquanto finge sorrindo, eu encarocarrânco, te rasgoVai, infla teu egoAqui me dispesso, dou bastame basto, dou fimRecebi a resposta, mas pensei que era um sim.

Bom dia, tarde

Meu dia começa no primeiro gole de café, meio dia, meia hora, (in)determinada hora, meu dia começa na primeira tragada.

Boêmio, vamo que vamo! Eu tiro vantagem da madrugada.Bom dia pra mim, eu determino se será bom ou ruim.

A diferença é que o galo não canta pra me acordar, ele infla o ego como um ditador, mas não passa de um desperta(dor).

Bom dia, meu bem, meu breu colorido.

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Bom dia na madrugada.Digo bom dia na hora errada.

Tal qual, ego marginal

Deus me livre de mim, Deus de mim!me olhei no espelho, me vi assim, na condição de mim.Marginal, tal qual você pensou que fez mal, nada malme fez mal, acordei, despertei pro meu bemse queria, hoje tem, trata bem, dá valor sente a dor, desapega, sai daí, larga mão da tristeza, senta aqui, no meu lugar e sente o calor que eu deixei no sofá, deixa livre, mesmo longe, me tenha perto, corre atrás, faça tudo, pra não me perder de vista, eu sou livre, sinto muito, até a vista.Meu samba é livre, deus me livre disso, meu samba tem swing, meu samba é de requinte, meu samba não dita verso, mas diz o seguinte…

(re)Percussão

Eu começo uma história, eu me encontro assim, vendo beleza onde não via, eu sigo a travessia. Eu me sinto feliz, tristeza sim, mas não mais infeliz, inserindo cores no breu, despindo, eunuco de preto e branco, vestindo no escuro novas molduras, sentando a bunda do gordo no boteco, aconchegando o romântico de preguiça, sentimental como nunca, intensidade travestida de introspecção, sentindo o escorregar da caneta nos dedos, admirando o quão bela são as palavras que delas saem, abstraindo ao máximo os olhares contidos em (con)verso e trova, seguindo a prosa forte, despreocupado com a sorte.Seguindo a travessia sem direção, deixando levar o apela/ sem emoção. Varrendo a avenida, quebrando a esquina, ao som da bateria, gordo veste a fantasia, judia o tarol de alegria, aprende o pierrot grunge a lidar com a saudade, vai saber! Não faz falta! Quiçá na avenida ao som do hardcore o gordo encontre seu norte. Debanda do boteco, faz careta e passa reto, segue a travessia nesse último dia de folia, hoje é quarta feira. Despede o pierrot da porta bandeira e cura essa ressaca com café. Já não sei a quantas anda, só te peço, por favor, me faz um samba. Me despeço já ta tarde, não quero mais em embriagar de saudade, não quero mais coração apertado, da travessia da avenida, só levo calos, não dói mais dentro, o seu lamento me veio a calhar. Aumento o som, que o nojento, quer dormir e descansar,

ouvindo versos de samba em fado de hardcore.

(es)cresça

Quantas pessoas ainda vão passar pela minha vida?

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Quantas eu vou marcar?Sofrer por um sentimento não cabe mais a mim. Sou uma faca amolada, por ventura, sem coração, um boneco amortecido pelas porradas da vida. Te fiz bem?Eu não seinão sei dizer se foi bom, agi por instinto.me permiti ser, sonharme permiti ser personagem de uma ilusão, protagonista de um filme mudo com palavras soltas.Pensar em morrer? Jamais. Cortar os pulsos? Não mais.Isso é viver, deixar atitudes aparentemente (solidamente) banais nos fazer um certo mal, um mal necessário, talvez nem tão mal assim.Não sei se existe bem e mal, talvez o excesso de carência de algumas pessoas… na maioria…Acredito no viver hoje, sem planos de futuro, as vezes se planeja ser feliz amanhã, sem viver o agora.Parar o tempo, sem pensar no futuro e viver o agora, parar no tempo sem pensar no futuro e sem viver o agora, isso é meio controverso.Agora me contradigo: deixar alguém vetar sua felicidade é covardia! É ser submisso a sua própria vontade, é impedir o destino (ou me controvertendo) ou o acaso de te apresentar, surpreender com o novo. O novo, seja ele mutante ou ilusório, não desista antes de tentar.Faça o que for de sua vontade, enfrente o medo do novo, o novo pode ser pavoroso, mas em alguns casos pode ser involuntário, e você vai contra o involuntário e opta pela mesmice……(contraditório)…Não minta, se o fizer e gostar, tire proveito disso.Faça valer seu caráter, faça o que quiser fazer, sem se importar com a felicidade do vizinho, mas faça. A pior frustração é a de se arrepender de algo que não tenha feito ou dito na hora certa e não no “tarde”, o tarde as vezes é tarde demais.Machuque, sangre, tire sorrisos, engane, faça valer.Seja protagonista de uma estória, faça sua estória, não seja personagem de si mesmo.Isso é viver, isso te faz crescer.“PERSONAGEM DE MIM MESMO”.

agora samba, sem refrão

Ela quebra no sorriso

Extravasa na bagunça

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João Alfredo ou na AugustaCativante na cintura

Repuxa o cabelo, desce o laço no pandeiroFaz chorisos no tarol

Intimida o por – do -solPoe em tudo uma cor

Requebra do quarto a sala sem pudorDesfila pela Borges

Esbanjando indiferençaCalmaí, distraída ela pensa

Voa alto nas ideiasFez promessa de dançar

Tu aceita esse samba sem refrão?Meio folk, com sabor de percussão

Samba esse sem raiz, me pediu, prometi, sei lá, eu fizTu que manda, sem ritmo de samba

Imagina “tangerine” e fica toda perna bambaTá satisfeita agora, não ri, choraChora baixo em ritmo de chorinhoDá risada, não tem cavaquinho

De rasteira faz um péSamba forte, que nem teu café

No vinil, no (toca)dorTaí, samba teu samba sem melodiaInventa uma, me diz outro diaTeu samba é teu, mas eu que fiz

Tangerine, não tem banda,Tati, taí teu samba.

O muro

Por sua condição, supostamente imposta. Seu “tanto faz”, seu português ruim, que me diz que sim, mas suas atitudes mostram que não… minha letra ilegível, meu olhar expressivo e repreensivo, me condiciono a não pular o muro, opto por ficar por de cima dele, olhar por de cima dele, estando em cima dele, sem rumo, sem direção, me condiciono a manter – me em cima do muro, “cagar e andar” para o resto, para o tudo e para o todo. foda – se “mode on”, eu não me importo. Não sou tão só assim, estando eu, com meus livros, meus autores, minhas canções, letras impactantes, grandes composições… não sou tão disponível, só um pouco… sou cabeça dura de alma calejada e coração amortecido. Quando decidir a que lado do muro ei de saltar, (se eu saltar, talvez permaneça nele) será na direção certa, minha direção, “Deus de mim mesmo”.

Talvez fosse mais fácil derrubar o tal muro ao qual me encontro,

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com um maldito trator, mas por favor, que eu esteja em cima dele, e não a cima dele, nele me encontro comigo mesmo, sem rumo, sem direção.No momento tudo me direciona ao conforto da indecisão, da dúvida, do meio termo. Um ex adepto do exagero.Tudo me condiciona ao desnorte.Com tudo que eu conto é a sorte.Que me deixa forte, sem direção, sem norte.

Homem sem nome

Amante, excluído, excluso, libertino, sujo, tirano, guardião de alguns erros.

É hora de tirar o lixo pra fora, ele ta quase transbordando.Ta na hora de limpar a bunda suja. Pôr sorrisos, não tirar

lagrimas de quem sempre me amou.

"Talvez encontre alguém legal, alguém que faça sentir o tal…

O tal cheiro. O tal muco. O tal… O tal sentimento. O tal AMOR."

[...]

Dom Quixote

A verdade nem sempre é tão interessante, na maioria das vezes, a verdade tão pouco interessa. No meu mundo fantasioso, minha mente brilhante de lembranças foscas, eu invento… invento e acredito,

cultivo o sorriso no rosto, e deixo as agulhas entrarem.

*Em memória de Nina.* 1981 – 2012✞

Muro das Lamentações

Eu senti medo, senti dor, foi o primeira vez que fiquei cara a cara com o suposto preenchimento do vazio, eu me atirei de cabeça no vazio do teu olhar, um certo mistério no ar, mas era pura inexperiência fui subestimado por isso, abusado por ser inocente, fui trapaceado pela senhora iniquidade.

Quando embarquei no trem, não imagina estar sendo observado do por você no vagão ao lado. Essa atitude desintencional e ingênua despertou em mim meus maiores medos, agradeço a eles por terem me

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ensinado, me deixaram forte, aprendi sendo medroso e cheio de receios, falsas crenças, falsa fé, tanta fé maculada me fez tão mal, como alguém pode ser chamado de canalha aos 20 anos por alguém tão invejoso, que sabia meus maiores segredos e deteriorava – os contra mim.Eu tive medo, mas fui sincero. Fiz por você, fui tão transparente, hoje em dia eu teria mascarado e persuadido sua analista, teria seduzido sua família, apesar de não fazer tanta questão, teria sido benéfico pra mim, pra nós, fui tão sincero no divã.Talvez não fosse amor, nem posse, nem medo de perder, talvez não sentisse nada, talvez medo de perder pra mim, perder o controle, a sanidade.Eu confesso que foi tudo fingimento, as lágrimas escorrendo, jamais choraria na frente de alguém, não em tais tempos. Não! Se não me fosse conveniente, não! Eu me senti bem te vendo sofrer, fizeste por merecer esfregando aquelas fotos na minha cara, peguei de volta meu orgulho como um predador capturando sua presa, te tinha de volta, foi satisfatório, te fiz chorar, te fiz sangrar, te consegui, obtive de volta as rédeas da situação, abusei do meu poder, fui fraco, não me orgulho disso, peço perdão pela covardia, eu não ganhei nada com isso.

QUIHEREN

Prefiro acreditar no que eu penso que você foi, do que encarar a realidade de saber quem você é, queria que visse com seus próprios olhos como me moldei bem, de monstro a Lorde. Mesmo sabendo que isso não vai acontecer, assim como sei que nunca vou ser levado por cavalos brancos da escuridão, prefiro assim, prefiro não

apostar na sorte.

Ecrã tátil

Minhas ideias transitam pelas veias do sagrado breu da madrugada e sangram pelos meus dedos, deslizando em touch screen. No breu, meu coração puro destila melhor teu veneno, sinto na ponta dos dedos o prazer de escrever com dor, mesmo sangue que pulsa,mesmo sangue

que é teu.

Café Amargo

Só acordo depois que meu café aquece, que meu cigarro acende

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e penso, (logo existo!), sobre sair e conquistar o mundo, não quero existir, quero viver.

Mas receio que meu café esfrie e meu cigarro apague.

Coisas Que Eu gosto, Mas Não Posso Pegar

anta gente detestando tanta coisa, sem saber o quanto são detestáveis. Tanta liberdade presa às amarras externas. Libertai – me, livrai – me de todo mal! Tanta exterioridade contida em paladares retóricos. Cheira, pisa, queima, come, arde, crema, perde, prende. De tanta liberdade abdicada, me prendo ás grades, livres, liberto do lado de fora.

O mal arauto

Ouvi dizer que não sou forte o bastante, apontado pelos meus medos e pontos fracos, talvez eu esteja inventando isso, talvez nem tente superar meus limites, nem tão pouco evitar algumas amarras. Mexa nas minhas coisas, e verás que minhas pernas, ditas fracas me sustentam, não as uso de muletas e, minha imaginação supera tais limites. - Ego.

Botânico

E por falar em flores. Pra que regar, cultivar, plantar e colher.Há muitas metáforas envolvendo – as, pessoas honradas como tais,menções, nomes próprios. Quanta besteira…Amizade se cultiva.Trate – a como uma flor, profanando belas canções.Parafraseando grandes poetasTitãs, Caetano, Djavan, Tulipa.Dar e receber flores.Lindas, belas, vitória – régia.Muitas nem tão belas, frágeis como orquídea, espinhosas como as rosas.E o que dizer do lótus, que brotando do lodo, se superando por tamanha beleza.Pessoas não são como flores, talvez sejam de plástico,porque procuram manter o exterior intacto e o interior, não interessa o quão podre seja.Flores são belas da essência à fachada, e murcham, apodrecem.Amizades acabam, relações se rompem, laços são quebrados.Pra que regar pessoas de plástico.se flores mortas viram adubo.

UN TI TLED

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Já chorei me projetando nas suas lágrimas, e no seu olhar pude senti como você sente, como se sente.Como alguns elementos e sons nos trazem lembranças, a ponto de se tornarem asquerosos.Foi isso que você deixou pra mim?É claro que sempre esperei a obviedade previsível,mas é claro que também, me permiti venturosamente, ser surpreendido e superestimado. Do salgado das minhas lágrimas, ao doce dos seus beijos. Por não ser tão previsível.

[...]

"Às vezes, o imperceptível passa a fazer sentido, visto dos olhos de quem as sente.”

Óbito

Do hábito de vagar, de cá pra lásem saída, direção não há

do hábito de obter, abstrair terdo hábito de habitar, o todo, qualquer lugar

do hábito de sentir, a mesma dor, mas persistirdo hábito de agir, do pulso ao impulso

do hábito de cair, denegrir, bipolar, reagirdo hábito de querer, mesmo tendo, a quem recorrer

do nascer, nicotina, assepsia, suspenderdo querer destinar, possuir, abrigar

do hábito de trafegar, pelas sombras, zanzardo hábito de suspender, desabitar, desprender

do hábito ao sádicodo álcool ao óbito.

Souvenir

Melhor passar a conjugar os verbos no passado,o que antes era de costume,auto – afirmo – me, não fazer mais,melhor pra mim, ser meu templo, meu porto seguro, minha crença.Da teimosia de tanto persistir no mesmo erro,aprendi da forma mais dolorosa,o quão egoísta são as pessoas e me incluo na abstração,o quão ingênuo eu fui entregando minha autoestima.

Teu

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Quero te sentir nu e cru.Ácido e tenro.Ter medo da tua apologia.Teu hálito me persuadindo.Teu intelecto me seduzindo.Teu cheiro me penetrando.Profundo e áspero.Toque ríspido.Olhar de presunção.e por fimQuero te sentir dentro, me sentir fora de mim.

vidro | QUIHEREN |

Sozinho ou acompanhado, vou me sentir sozinho e entediado, mal reparei que você já havia partido,nem percebi quando esteve perto, só precisei depositar em você, um dos motivos de me sentir vazio, uma parcela da minha frustração. O vazio que eu sinto é o mesmo que se espelhava no seu universo sem sentido.

O tal resguardo

Eu me apaixono fácil por detalhes sórdidos e movimentos tenros de mãos, me sinto fácil de manejar por olhares profundos e injustificáveis argumentos, especialmente hoje seus argumentos podem acabar comigo, só por hoje, retribua minhas lágrimas com um sorriso, só por hoje compartilhe minha dor, sem pudor.

Latente

Por uma veia mais hard core,

por mais sangue nos olhos,

por mais veias saltadas.Por ter mais a oferecer, por dar mais do que receber.

Por seis dias e seis noites sem dormir,

por mais motivos pra levantar e sorrir.Pelo MAIS que preciso, por mais cenários em poesias,

por mais e mais, bem mais exploração literária,

livros abertos e autores vivos na nossa ficção.Por mais e mais, bem mais cigarros acesos,

menos tempo em frente a espelhos,

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mais toques, sentimentos sólidos e menos e – mail's.

Pierrot, Arlequim e serpentina

Quando não se quer abrir mão da melancolia pra se permitir ser feliz. Quando se torna comodo estar em perfeita desarmonia, quando é bonito ser triste, bonito e comodo, quando não é de acordo ser prudente consigo, autossabotar torna – te refém do auto piedoso

conforto.Eis me aqui Arlequim, é carnaval. De olhar hemorrágico, ora

esquecido, sorrindo falso, falando manso, entorpecido, devaneando.

“Talvez devesse me preocupar mais com ortografia verbal, e menos com articulação literária, expressões e metáforas. Eu sempre penso antes de escrever e depois de falar.”

O oco

Ou seja, não se pode, não se esconde, nem limita.Expande -se.

Sem medo do não, sem medo do sangue escorrido.

Suor nas mãos, de sol a sol eu procuro meu lugar às sombras. Pra fugir sem fingir, do passado que assombra.

Enfim procuro, meu lugar ao sol, procuro notas certas e acertos nos traços e esboços.

Lapidar na madeira maciça, talhar raspas de oca madeira, esculpir e cuspir seu rosto.

Lasca da cruz

Sou sentimento,

sou um homem de talento,

talento oculto, expresso em papel de pão.

Pensamentos soltos em post–its selados em portas,

moldados na auto moldura,

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borrados em telas escuras,

esculpidos em borra de café e lascas de madeira.

Sou bom, o melhor pessimista,

o pior realista, fujão, medroso, cagão.

Na fuga fugaz sem norte, suporte, sem direção.

Pra onde ir, pra quê ir, por onde seguir.

Vão sobre os cacos, em vão aos pedaços,

os pensamentos expressos são meus, sou deles, expostos como gangrena.

No papel que envolve o pão ,

pisoteado, sujo escarrado, pela santa dividade,

a mais pura e crua verdade.

Corroídos pelas traças.

Só lamento de estar jogado, preso do lado de fora, pelos pedaços pelas lascas.

Com os punhos sentindo o fio da navalha.

Nós

Sou a tragada, o sóbrio e o sombrio.Sou a pedra lascada, o degrau da escada e o fundo do abismo.Sou a bala perdida, a puta da esquina e a redenção.Sou o último gole, o porre e a multidão.Sou o aroma, a soma e a divisão.Sou a melodia, a agonia e a decepção.Sou o silêncio,o grito e a perturbação.Sou o moinho de vento, o passo mais lento e a contramão.Sou a cura, o beijo de Judas e o olho do furacão.Sou a palpitação, eu respiro, seu suspiro…Sou o egoísmo, a gentileza e a insatisfação.Sou o belo, o berro, a aberração.Sou o molde, a moldura e a prisão.Sou um, vários e nenhum.Sou Sol, a dó e a marcha ré.A maresia, a brisa fria e a maré.Sou de carne, porcelana e coração.Sou o sujo, a lápide, a vulneração.Sou o pedestal, a fortaleza, o elo perdido.Sou a poesia, o verso, o palavrão.Sou hardcore, sou repente, sou baião.Sou eu, sou teu, sou NÓS.

Page 51: Tem santa, tem puta tem filho da puta

Eunuco

Heterônimopseudônimopsicopatatravestidohomogênico

héterohomoego

andrógenohomemmulhereunuco

Fiz esse e-zine à pedido do Jão, então dedico ao Jão.Salve Jão!