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Heloisa Soares de Moura Costa
Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia/Instituto de Geociências/UFMG e Pesquisadora do CNPq
Vulnerabilidade das Áreas Urbanas
4a. Conferência Regional de Mudanças Globais São Paulo, 07 de abril de 2011
2 concepções teóricas no debate sócio-ambiental:
Modernização Ecológica
escassez de recursos
ambiente externo à sociedade
busca por consensos
inovação tecnológica e de procedimentos
marcos regulatórios – legislação ambiental, urbanística, social, etc
valoração ambiental – economia ecológica – serviços ambientais
ênfase no papel do estado e do capital na internalização de custos ambientais
capitalismo rumo a sua fase ecológica – sustentável?
Ecologia Política
recursos desigualmente distribuídos - ambiente construído pela sociedade
acesso ao ambiente e ao espaço como direito – ênfase no valor de uso
análise depende do lugar de onde se fala
conflitos sócio-ambientais
luta pelo espaço e pela natureza
questionamento do modelo civilizatório - produção, reprodução e consumo
emancipação social e empoderamento
transformação social, co-existência de alternativas ao capitalismo hegemônico?
Modernização Ecológica e Ecologia Política
- não são necessariamente excludentes na prática
- campo de debates sobre população espaço e meio ambiente transita em ambas
- desafio: pensar o debate internacional e local sobre MC a partir das duas visões
- pensar a urbanização e o planejamento a partir das duas visões
Disputa em torno do discurso sobre MC e de seus significados
- mudança ou variabilidade climática? climatólogos X outros cientistas
- mudanças climáticas e mudanças ambientais globais (+ dimensões humanas)
- clima como elemento visível unificador da compreensão das mudanças
– atinge a todos com diferentes intensidades e consequências – debate sobre
vulnerabilidade
Debate em torno das escalas temporais e espaciais – global e local
MC global
- qual a escala de tempo? geológico? dos tratados internacionais? da
permanência desta geração e das próximas no marco da sociedade urbano-
industrial ainda que transformada? (Giddens)
- debate catastrofista na mídia
- reforço do saber dos especialistas – IPCC e outros
- construção de cenários + matriz de interações como instrumental privilegiado
- debate distante do cotidiano da sociedade e de suas práticas de consumo e de
uso e apropriação do espaço
MC local
- resgate do debate sobre a sustentabilidade / meio ambiente e desenvolvimento
- relação mais perceptível entre MCs e processos de produção do espaço
- questionamento da matriz enérgética e produtiva
- repensa as formas de acesso e apropriação social da natureza
- resgate do planejamento como intervenção presente e futura
- incorpora discurso da mitigação e adaptação - tradução e ressignificação?
- incorpora sentido de urgência à transformação social e espacial
- reorganiza a pauta de demanda dos movimentos sociais
Resgate do debate sobre as diferentes ordens dos problemas ambientais
(Martine, 1992)
- problemas típicos de países do primeiro mundo/industrializados – mudanças
nos modelos de desenvolvimento
- problemas típicos da urbanização do terceiro mundo/ “incompleta”- políticas
públicas sociais, sanitárias, ambientais, etc (passivo sócio-ambiental)
Debate sobre MCs reforça a necessidade de priorizar ambos simultâneamente
e redefine a agenda política nos lugares.
Reafirma o debate entre comportamentos individuais e questões estruturais
– pegada ecológica, campanhas “um dia sem meu carro”, etc X metas
Internacionais de redução de emissões, etc
Identificar quais são as mediações possíveis entre as dualidades: global/local,
Individual/grandes estruturas
Urbanização como um processo excludente e desigual:
Desigualdade entre indivíduos, famílias, grupos
- sócio-econômica e cultural
- nas formas de acesso à terra e à habitação
- na apropriação da cidade e seus bens, oportunidades e serviços
- de direitos e de poder
- etc
Desigualdade entre lugares e regiões e suas instâncias governamentais
- de capacidade financeira, administrativa e política
- para atrair investimentos produtivos, culturais, etc
- para lidar com as demandas urbanas e sociais
- de distribuição de recursos naturais e bens ambientais
- etc
A urbanização aparece frequentemente no debate sobre a sustentabilidade
como a causa de todos os males - o ”impacto antrópico”
X
O urbano como o lugar do encontro, da cultura, da festa, das possibilidades
Representações frequentes da urbanização contemporânea:
- um processo espontâneo
- um processo homogêneo e genérico
- necessariamente insustentável
X
Urbanização como fruto de um processo de produção e apropriação social
do espaço, no qual interagem agentes sociais com interesse distintos, do qual
resultam diferentes configurações sociais e espaciais
Urbanização brasileira marcada pela relação centro periferia, agora redefinida
em termos espaciais – da concentração da riqueza e dispersão da pobreza
à dispersão da riqueza e adensamento da pobreza.
Urbanização periférica como a norma e não a exceção – requer um giro
ontológico e epistemológico nas formas de pensar a urbanização, a
sustentabilidade e o planejamento
QUESTÕES:
Qual o rebatimento das muitas formas da urbanização periférica sobre as MCs?
Como as MCs afetam as populações urbanas?
Como e o que incorporar como medidas de mitigação e adaptação?
Como associá-las aos planejamento urbano e ambiental contemporâneo?
Desafios:
Para os estudiosos das MCs:
- compreender a natureza da urbanização (brasileira), a diversidade dos
processos de produção e apropriação do espaço e natureza e intensidade das
mudanças demográficas
- introduzi-las nas modelagens de cenários e outros instrumentos analíticos
Para os estudiosos da urbanização e planejadores:
- avançar no debate da sustentabilidade na urbanização periférica
- incorporar as MCs em suas análises e propostas
- pensar o futuro a partir de diferentes cenários demográficos e espaciais,
nas escalas global e local
Avanços e desafios:
- construção de uma nova ordem jurídica-urbanística que reconhece e abrange a
totalidade da cidade, suas formas e representações – matriz reforma urbana
- construção de uma regulação ambiental pautada na noção de compensação:
valoração e prestação de serviços ambientais
- esforço de reconhecimento de um campo de ação na esfera sócio-ambiental:
conflitos sócio-ambientais, análises de impacto de empreendimentos, atuação de
movimentos sociais (atingidos por barragens, movimentos de moradia,
saneamento, etc)
- construção de instâncias de mediação na formulação de políticas:
conselhos, conferências, etc
- esforço de construção de uma epistemologia que incorpore teoricamente este
conjunto de questões, de forma crítica mas propositiva.
Gerência Operacional
Sub-Coordenação:
Sistema de Informações e
Comunicação
Coordenação
Territorial
Coordenação de
Concertação
Institucional
Núcleo Econômico Núcleo Social Núcleo Ambiental
AssessoriaConsultores Coordenação Geral
Sub-Coordenação: Mobilização
Social e Organização Local
Áreas Temáticas Transversais
Projetos Complementares Prioritários
econômico social ambiental
Uso do Solo, Dinâmica Imobiliária e Centralidades Metropolitanas
Mobilidade Urbana, Transportes e Sistema Viário
Habitação, Vida Quotidiana e Qualidade de Vida
Cultura, Educação, Segurança Alimentar, Trabalho e Renda
Saúde, Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos
Complexos Ambientais Culturais
Capacidade Institucional e de Planejamento e Administração Municipal
Risco Socio-ambiental, Vulnerabilidade & Segurança
Aspectos sociais e ambientais da demanda demográfica
Estrutura Produtiva, Conhecimento, Tecnologia e Alternativas Energéticas
Núcleos e Áreas Temáticas
• Sentido crítico dos estudos e propostas:compreensão da totalidade, além de análises e operações
• Sentido contemporâneo do Planejamento:
“Reforma Social Mobilização e Aprendizado Social”
• Planejamento para Transformação:
Social, Política, Econômica e Ambiental
• Relações horizontais: saber técnico- científico esaber emanado da vida quotidiana
• Sentido político prioritário construir sujeitos-cidadãoscomprometidos com seu espaço de vida
• Integração e identidade metropolitana visando
emancipação social
Sentido do Planejamento Metropolitano
no contexto da Universidade:
Eixos Temáticos
Integradores:
1. Acessibilidade
2. Sustentabilidade
3. Seguridade
4. Urbanidade
Núcleos temáticos
+
Áreas Temáticas
+
Estudos Complementares
Fonte: PDDI, 2010
Este mapa, assim como os doisanteriores, são apenas ilustrativosdas possibilidades e conveniência deaplicação de técnicas degeoprocessamento como ferramentafundamental de apoio à elaboraçãodo geoprocessamento.
As variáveis a serem introduzidasneste tipo de análise multicritériosbem como aquelas destinadas àcalibragem do modelo propostodependem da atualização da base dedados e de critérios a seremacordados entre as partes quando darealização dos trabalhos.
POLÍTICAS DO EIXO URBANIDADE
Política Metropolitana Integrada de Democratização dos Espaços Públicos
Política Metropolitana Integrada de Gestão da Paisagem e Valorização Cultural
Política Metropolitana Integrada de Gestão Territorial da Educação e Cultura
Política Metropolitana Integrada de Promoção de Atividades Culturais e Criativas
Política Metropolitana Integrada Financiamento da Cultura
POLÍTICAS DO EIXO SEGURIDADE
• Política Metropolitana Integrada de Segurança Pública
• Política Metropolitana Integrada de Gestão dos Riscos Ambientais e Mudanças Climáticas
• Política Metropolitana Integrada de Segurança Alimentar e Nutricional
• Política Metropolitana Integrada de Formação e Qualificação Profissional
• Política Metropolitana Integrada de Apoio à Produção em Pequena Escala
POLÍTICAS DO EIXO ACESSIBILIDADE
• Política Integrada de Mobilidade Metropolitana
• Política Metropolitana Integrada de Direito ao Espaço Cotidiano: Moradia e Ambiente Urbano
• Política Metropolitana de Integração dos Serviços de Saúde
• Política Metropolitana de Integração dos Serviços de Assistência Social
• Política Metropolitana Integrada de Democracia Digital
POLÍTICAS DO EIXO SUSTENTABILIDADE
• Política Metropolitana Integrada de Desenvolvimento Produtivo Sustentável
• Política Metropolitana Integrada para Desenvolvimento dos Territórios Minerários
• Política Metropolitana Integrada de Gestão, Proteção e Recuperação dos Recursos Hidricos
• Política Metropolitana Integrada de Saneamento Básico
• Política Metropolitana Integrada de Residuos Sólidos
• Política Metropolitana Integrada de Delimitação e Recuperação de Áreas de Interesse para Conservação Ambiental
• Política Metropolitana Integrada de Compensação e Valoração de Serviços Ambientais
• Política Metropolitana Integrada de Mitigação de Gases de Efeito Estufa para uma Economia de Baixo Carbono
POLÍTICAS DO EIXO SEGURIDADE
• Política Metropolitana Integrada de Segurança Pública
• Política Metropolitana Integrada de Gestão dos Riscos Ambientais e Mudanças Climáticas
• Política Metropolitana Integrada de Segurança Alimentar e Nutricional
• Política Metropolitana Integrada de Formação e Qualificação Profissional
• Política Metropolitana Integrada de Apoio à Produção em Pequena Escala
Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças
Climáticas - Rede CLIMA
Objetivo: gerar e disseminar conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças climáticas globais
Instituída pelo MCT no final de 2007
Primeiro produto colaborativo: elaboração regular de análise sobre o estado de conhecimento das mudanças climáticas no Brasil, nos moldes dos relatórios do IPCC, porém com análises setoriais mais especificas para a formulação de políticas públicas nacionais e internacionais.
Rede Brasileira de Pesquisas sobre
Mudanças Climáticas - Rede CLIMA
gerar e disseminar conhecimentos e tecnologias para que o Brasil possa
responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças climáticas globais;• produzir dados e informações necessárias ao apoio da diplomacia
brasileira nas negociações sobre o regime internacional de mudanças do clima; realizar estudos sobre os impactos das mudanças climáticas globais e
regionais no Brasil, com ênfase nas vulnerabilidades do País às mudanças climáticas; estudar alternativas de adaptação dos sistemas sociais, econômicose naturais do Brasil às mudanças climáticas; pesquisar os efeitos de mudanças no uso da terra e nos sistemas sociais,
econômicos e naturais nas emissões brasileiras de gases que contribuem para as mudanças climáticas globais; contribuir para a formulação e acompanhamento de políticas públicas sobre mudanças climáticas globais no âmbito do território brasileiro.
Rede Brasileira de Pesquisas sobre
Mudanças Climáticas - Rede CLIMA
Coordenação - INPE
Sub-Redes Temáticas
Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Ecossistemas
Mudanças Climáticas e Recursos Hídricos
Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional
Mudanças Climáticas e Energias Renováveis
Mudanças Climáticas e Saúde
Mudanças Climáticas e Agricultura
Mudanças Climáticas e Cidades
Economia das Mudanças Climáticas
Modelagem Climática
Mudanças Climáticas e Zonas Costeiras
Sub-rede Mudanças Climáticas e Cidades
Coordenação: UNICAMP e UFMG
Objetivos: agregar cientistas sociais, demógrafos, urbanistas, geógrafos, economistas e engenheiros urbanos para tratar da mitigação das causas urbanas das mudanças climáticas; identificar as vulnerabilidades espaciais e sociais a tais mudanças;e propor medidas de adaptação para as mudanças previstas.
Sub-rede Mudanças Climáticas e Cidades
Agenda de trabalho:
(1) levantamento dos grupos, nacionais e internacionais, que se dedicam à temática; (2) definição de prioridades de investigação; (3) promoção de pesquisas novas, de sínteses e de avaliações de pesquisas realizadas e em andamento; e (4) elaboração de estratégia de divulgação da temática junto às respectivas disciplinas, com o intuito de ampliar o número de pesquisadores neste campo.