teoria do valor sintese

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CONCEITOS DA TEORIA DO VALOR EM MARX, EXTRAÍDOS DE O CAPITAL, Livro 1, vol. 1 e 2 Por: Silvana Aparecida de Souza Professora da Unioeste-Foz do Iguaçu NATUREZA: É o domínio da necessidade. É o que ocorre necessariamente, independente da ação humana. TRABALHO: Atividade orientada a um fim. (pressupõe a ação histórica do homem. O animal não trabalha. Ele somente age. Isso não quer dizer que o animal não modifique a natureza.) Na sociedade capitalista o trabalho é a substância do valor da mercadoria; ADMINISTRAÇÃO: São os meios para atingir determinados fins; ECONOMIA: Ciência que estuda as relações de produção material da existência humana; POLÍTICA: Ciência que estuda a convivência (necessária) entre sujeitos; ECONOMIA POLÍTICA: Ciência que estuda as condições de produção da existência material (concreta) humana em sociedade; SUPERESTRUTURA: Diz respeito às representações políticas, jurídicas e ideológicas da estrutura; MERCADORIA: Invólucro material do trabalho humano despendido na produção para a troca de um determinado objeto ou serviço. PROPRIEDADES DA MERCADORIA: 1) Infinito valor-de-troca (correspondência); 2) Esse infinito valor-de-troca expressa uma mesma igualdade; 3) Para ser trocado tem em comum com outras mercadorias o seu valor. DUPLO CARÁTER SOCIAL DA MERCADORIA: Para ser mercadoria é preciso que ela tenha valor-de-uso para outro e valor-de-troca para o capitalista. DINHEIRO: Expressão do valor de uma mercadoria;

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CONCEITOS DA TEORIA DO VALOR EM MARX, EXTRAÍDOS DE O CAPITAL, Livro 1, vol. 1 e 2

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  • CONCEITOS DA TEORIA DO VALOR EM MARX, EXTRADOS DE O

    CAPITAL, Livro 1, vol. 1 e 2

    Por: Silvana Aparecida de Souza

    Professora da Unioeste-Foz do Iguau

    NATUREZA:

    o domnio da necessidade. o que ocorre necessariamente, independente da ao

    humana.

    TRABALHO:

    Atividade orientada a um fim. (pressupe a ao histrica do homem. O animal no

    trabalha. Ele somente age. Isso no quer dizer que o animal no modifique a natureza.)

    Na sociedade capitalista o trabalho a substncia do valor da mercadoria;

    ADMINISTRAO:

    So os meios para atingir determinados fins;

    ECONOMIA:

    Cincia que estuda as relaes de produo material da existncia humana;

    POLTICA:

    Cincia que estuda a convivncia (necessria) entre sujeitos;

    ECONOMIA POLTICA:

    Cincia que estuda as condies de produo da existncia material (concreta) humana em

    sociedade;

    SUPERESTRUTURA:

    Diz respeito s representaes polticas, jurdicas e ideolgicas da estrutura;

    MERCADORIA:

    Invlucro material do trabalho humano despendido na produo para a troca de um

    determinado objeto ou servio.

    PROPRIEDADES DA MERCADORIA:

    1) Infinito valor-de-troca (correspondncia);

    2) Esse infinito valor-de-troca expressa uma mesma igualdade;

    3) Para ser trocado tem em comum com outras mercadorias o seu valor.

    DUPLO CARTER SOCIAL DA MERCADORIA:

    Para ser mercadoria preciso que ela tenha valor-de-uso para outro e valor-de-troca para o

    capitalista.

    DINHEIRO:

    Expresso do valor de uma mercadoria;

  • Equivalente universal;

    Medida universal do valor de uma mercadoria;

    Forma do valor.

    TROCA:

    a relao econmica mais imediata do capitalismo.

    um momento da circulao do capital.

    Na circulao a troca sempre justa (sob o ponto de vista de que este um princpio da sociedade burguesa), o que no quer dizer que no haja explorao do trabalho.

    A repetio constante da troca torna-a um processo social regular. Por isso, com o tempo,

    passa-se intencionalmente a fazer para a troca, pelo menos parte dos produtos do trabalho.

    A partir desse momento, consolida-se a dissociao entre a utilidade das coisas destinadas

    satisfao direta das necessidades e das coisas destinadas troca.

    A igualao social de dispndios de trabalho diferentes, seja em termos de qualificao,

    produtividade tcnica, durao ou intensidade, se realiza na TROCA.

    VALOR DE USO:

    a utilidade que uma determinada coisa ou mercadoria possui e s se realiza com a

    utilizao ou consumo.

    Constitui o contedo material da riqueza, qualquer que seja a forma social dela.

    S se realiza para as pessoas por meio da relao direta entre a coisa e a pessoa.

    Expressa uma relao de QUALIDADE.

    VALOR DE TROCA:

    a propriedade de uma determinada coisa ou mercadoria de ser trocada por outra;

    Propriedade de todas as mercadorias e que determinada por causas que residem no

    processo de produo;

    Expresso necessria da manifestao do valor;

    a forma do valor;

    Para ser valor de troca preciso que a mercadoria seja antes um valor de uso para outrem;

    Expressa uma relao de QUANTIDADE.

    ELEMENTOS DO PROCESSO DE TRABALHO:

    1. OBJETO DE TRABALHO: Matria prima ou matria bruta.

    Transforma-se no processo de trabalho e se incorpora no produto do trabalho.

    2. INSTRUMENTOS (ou meios) DE TRABALHO: Desgastam-se no processo de trabalho.

    No se incorporam no produto do trabalho.

    3. FORA (ou capacidade) DE TRABALHO: Energia humana gasta no processo de trabalho (na produo de valores-de-uso de qualquer

    natureza).

    1 e 2 so as CONDIES OBJETIVAS DE TRABALHO (meios de produo)

    3 a condio subjetiva do trabalho.

    FORAS PRODUTIVAS:

    So as tcnicas, conhecimentos e instrumentos utilizados na produo.

  • RELAO SOCIAL DE PRODUO:

    So as relaes que os homens estabelecem na produo, mediadas pelos meios de

    produo.

    MODO DE PRODUO:

    Modo como a sociedade se organiza na produo social de sua existncia com base nas

    suas relaes sociais de produo.

    DIVISO SOCIAL DO TRABALHO:

    Distribuio do trabalho entre os diferentes membros da comunidade. Pode ser diretamente

    social.

    Diviso do conjunto dos trabalhos teis, diversos, classificveis por ordem, gnero, espcie,

    variedade, especialidade.

    DIVISO PORMENORIZADA DO TRABALHO:

    Diviso do trabalho prpria da sociedade capitalista.

    Ocorre de forma indiretamente social.

    MAIS-VALIA:

    a diferena entre o valor da fora de trabalho e o valor que ela cria no processo de

    trabalho. o excedente de trabalho, para alm da reproduo do prprio valor do trabalho.

    MAIS VALIA ABSOLUTA:

    aquela produzida pelo prolongamento do dia de trabalho.

    MAIS VALIA RELATIVA:

    aquela decorrente da contrao do tempo de trabalho necessrio e da correspondente

    alterao na relao quantitativa entre ambas as partes componentes da jornada de trabalho.

    (varia na razo direta da produtividade do trabalho) (p. 363)

    MAIS VALIA EXTRAORDINRIA:

    No acompanha o padro, a normalidade.

    Ocorre quando algum descobre uma nova forma de produzir algo a um preo mais baixo.

    At que essa nova forma se generalize, aquele produtor tem mais lucro que os outros.

    LUCRO:

    a diferena entre o custo da produo e o valor da venda da mercadoria.

    DIVERSAS FORMAS QUE O DINHEIRO ASSUME:

    Equivalente de mercadorias;

    Meio de circulao;

    Meio de pagamento;

    Entesouramento;

    Dinheiro mundial.

    DIVERSAS FORMAS QUE O CAPITAL ASSUME:

  • Capital varivel;

    Capital constante;

    Capital produtivo;

    Dinheiro;

    Mercadoria.

    PREO:

    a designao monetria do trabalho corporificado na mercadoria.

    VALOR:

    a forma social adquirida pelos produtos do trabalho que se manifesta numa coisa

    (mercadoria), no contexto das relaes de produo capitalista e determinado pelo tempo

    mdio de trabalho necessrio produo de determinada mercadoria.

    Expressa uma relao social.

    a objetivao do trabalho.

    a expresso material do trabalho social, na forma especfica que o trabalho possui numa

    economia mercantil, qual seja, trabalho abstrato.

    Trabalho: substancia do valor (carter qualitativo);

    Tempo de trabalho: medida da magnitude do valor (carter quantitativo);

    Valor-de-troca: forma de manifestao do valor (carter qualitativo).

    TEMPO MDIO DE TRABALHO SOCIALMENTE NECESSRIO:

    aquele requerido para produzir um valor-de-uso qualquer, em condies normais de

    produo e com o grau mdio de destreza e intensidade de trabalho imperantes na

    sociedade, determinada sua magnitude pelo nvel de desenvolvimento das foras

    produtivas.

    S ele criador de valor. O tempo desperdiado no o .

    TRABALHO NECESSRIO:

    o trabalho despendido durante o tempo de trabalho necessrio reproduo da fora de

    trabalho.

    TEMPO DE TRABALHO NECESSRIO:

    o tempo de trabalho destinado produo e reproduo da prpria fora de trabalho

    COOPERAO:

    a forma de trabalho em que muitos trabalham juntos, de acordo com um plano, no mesmo

    processo de produo ou em processos de produo diferentes mas conexos. (p. 374)

    LEI DA TENDNCIA DECRESCENTE DA TAXA DE LUCRO:

    p = s/ c + s

    A busca constante do aumento da taxa de mais-valia pelo capitalista leva ao constante

    desenvolvimento das foras produtivas para extrair do trabalho maior quantidade de mais-

    valia relativa, considerando os limites em se aumentar a mais valia absoluta.. Isso leva

    busca de melhoria dos instrumentos de trabalho, fator que aumenta a proporo de capital

    constante com relao ao capital varivel, o que leva reduo da taxa de lucro, que p=

    s/c+v. No entanto, o prprio Marx demonstrou que o capitalismo possui formas

  • compensatrias de reverter ou atenuar essa tendncia, de modo que ingnuo crer que a Lei

    da tendncia decrescente da taxa de lucro possa dar base para uma teoria da inexorabilidade

    do fim do capitalismo.

    COMPOSIO ORGNICA DO CAPITAL:

    o = c/v

    a razo entre capital constante e capital varivel.

    TRABALHO PRODUTIVO:

    Para Marx todo tipo de trabalho empregado pelo capital na fase de produo e no na

    circulao. o trabalho que produz mais valia. Que transforma condies objetivas de

    trabalho em capital.

    No a natureza (material ou no-material) do trabalho que vai caracterizar determinado

    trabalho como produtivo ou improdutivo e sim a sua forma social de produtor de mais

    valia.

    CIRCULAO:

    o processo de transferncia da propriedade da mercadoria.

    TAXA DE MAIS VALIA:

    o aumento relativo do valor do capital.

    CAPITAL CONSTANTE:

    a parte do capital que se converte em meios de produo. No muda a magnitude do seu

    valor no processo de produo.

    CAPITAL VARIVEL:

    a parte do capital convertida em fora de trabalho. Muda de valor no processo de

    produo. Reproduz o prprio equivalente e proporciona um excedente- a mais valia.

    TRABALHO EXCEDENTE:

    o trabalho despendido na parte do tempo da fora de trabalho que excede o trabalho

    necessrio e, portanto criador de mais valia.

    TEMPO DE TRABALHO EXCEDENTE:

    a parte do dia de trabalho, para alm do tempo de trabalho necessrio, portanto, trabalho

    no pago e que produz mais valia.

    TRABALHO ABSTRATO:

    Em diversos modelos de organizao social, o trabalho era uma atividade diretamente

    social, medida que, na sua forma privada, o trabalho era dividido de acordo com idade,

    sexo, especialidade e a produo pressupunha a disperso da propriedade dos meios de

    produo entre produtores de mercadoria independentes entre si.

    Na manufatura e no artesanato o trabalho era desenvolvido com base no conhecimento e

    especialidade do trabalhador que se serve das ferramentas para o trabalho. ele (o

    trabalhador) que impe o ritmo de trabalho. Vendia sua fora de trabalho por lhe faltarem

  • os meios de produo. Na fbrica, portanto na sociedade capitalista mais desenvolvida, sua

    fora de trabalho no funciona se no estiver vendida ao capital. Isso porque o

    desenvolvimento da maquinaria tornou o trabalho indiferenciado, parcial, indiretamente

    social. O trabalhador j no mais capaz de produzir qualquer produto sozinho. Alm

    disso, a maquinaria que determina o ritmo do trabalho. Nesse momento, torna-se o

    trabalhador um acessrio da mquina. No mais ele que se serve da ferramenta, mas o

    contrrio. Esse trabalho igualado, indiferenciado, que no transfere qualquer caracterstica

    especfica do trabalhador individual no produto do seu trabalho, Marx chama de trabalho

    abstrato. Por contraste, o trabalho que foi caracterizado no incio deste texto, o trabalho

    concreto.

    o trabalho indiferenciado, simples, geral, que produz valor.

    Exprime uma igualao social de diferentes formas de trabalho, que se realiza na forma

    especfica de igualao dos produtos do trabalho.

    Tem que ser social e socialmente igualado.

    S se torna social como trabalho impessoal e homogneo. Portanto pressupe uma

    determinada forma social de organizao do trabalho, numa sociedade mercantil: os

    produtores individuais no esto diretamente vinculados no processo de produo e sim

    indiretamente. Este vnculo se realiza no processo de troca.

    TRABALHO CONCRETO:

    o trabalho em geral, atividade orientada a um fim. categoria ontolgica, universal. Est

    presente em todos os modelos de sociedade.

    Diretamente social.

    Particular, individual.

    O trabalho concreto e o trabalho abstrato no so atividades diferentes, mas sim a mesma

    atividade considerada em seus aspectos diferentes.

    VALOR SOCIAL MDIO OU VALOR DE MERCADO:

    uma magnitude estabelecida como resultado do conflito de mercado entre um grande

    nmero de vendedores- produtores de mercadoria que produzem sob diferentes condies

    tcnicas e que fornecem ao mercado mercadorias com valores diferentes, j que uma

    sociedade baseada na economia mercantil no regula diretamente a atividade de trabalho

    das pessoas, mas atravs do valor dos produtos do trabalho, ou seja, das mercadorias.

    Sendo assim, as mercadorias individuais no so vendidas segundo seu valor individual e

    sim pelo seu valor social mdio. Isso faz com que toda empresa capitalista tente

    constantemente reduzir seu valor individual de produo, para obter melhores vantagens em

    relao ao valor de mercado, o que leva busca incessante do progresso tcnico, o que

    acaba dando vantagens produo em grande escala sobre a pequena e concentrao da

    produo em empresas maiores.

    SUBSUNO FORMAL DO TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA:

    o processo no qual o trabalho que antes era diretamente social e de certo modo

    independente se subordina forma de produo da sociedade mercantil.

    Todo trabalho na sociedade capitalista subordinado formalmente ao capital.

  • Trata-se da subordinao forma social do trabalho, relativo diviso tcnica,

    pormenorizada do trabalho.

    Para a produo da mais-valia absoluta, basta a subordinao formal do trabalho ao capital.

    SUBSUNO REAL DO TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA

    Despoja o processo de trabalho de qualquer carter individual.

    Na subsuno real concretiza-se o trabalho abstrato.

    FETICHE DA MERCADORIA:

    O valor da mercadoria nada tem a ver com a forma fsica que ela assume, nem com as

    relaes materiais dela decorrentes, mas sim decorre do fato de ser produto do trabalho

    humano. A mercadoria materializa e produz relaes sociais.

    O fetiche o processo no qual ocorre a coisificao, a materializao das relaes sociais e

    a personificao das coisas. Produtos do trabalho humano parecem dotados de vida prpria.

    Marx demonstra que a mercadoria encobre as caractersticas sociais do trabalho dos

    homens nela contido, apresentando-as como caractersticas materiais dos produtos do

    trabalho. A mercadoria oculta, portanto, a relao social entre os trabalhos individuais dos

    produtores e o trabalho total do qual ela produto. Objetos ganham caractersitcas de

    sujeito.

    A palavra fetiche origina-se da idia de feitio, existindo algumas crticas de que a analogia

    inexata, j que o feitio produto da imaginao e as propriedades conferidas a objetos

    materiais na sociedade capitalista so reais. (BOTTOMORE, p. 149)

    Trata-se de uma relao entre aparncia e realidade ocultada.

    TRABALHO MATERIAL:

    O produto do trabalho que pode ser material ou no-material.