teorias pedagógicas

4
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO – CAMPUS CASCA ICEG – CURSO DE MATEMÁTICA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Prof. Ediovani Gaboardi TEORIAS PEDAGÓGICAS Nas obras Escola e democracia (2 ed. São Paulo: Cortez, 1989) e Pedagoria histórico-crítica (4 ed. Campinas: Autores associados, 1994), Dermeval SAVIANI faz uma análise das principais tendências das pedagogias contemporâneas sob o ponto de vista da compreensão que cada uma tem a respeito do lugar que a escola ocupa na sociedade e do conseqüente papel que ela deve desenvolver. 1 As teorias não-críticas Nessa tendência, a sociedade é vista como um todo que se dirige à harmonia. Os problemas, assim, são encarados como anomalias ou desvios .A marginalidade é como uma doença que precisa ser curada, mas não é algo produzido ou fruto das relações existentes no sistema. Em si, o sistema social é bom. Mas, como em todo organismo, podem aparecer algumas falhas. A educação surge aqui como um instrumento de resolução dessas distorções. Constitui, pois, “uma força homogeneizadora que tem por função reforçar os laços sociais, promover a coesão e garantir a integração de todos os indivíduos no corpo social” (SAVIANI, 1985, p.8). Como se vê, a escola é aqui a “salvadora da pátria”. Por ela, o sistema, que é bom, corrige suas últimas patologias. Quanto a o termo “não-criticas”, ele se refere principalmente à visão que separa a educação escolar da sociedade. Ou seja, a escola tem a função de sanar os problemas sociais (como a marginalidade ou a exclusão), mas está como que fora do meio social. Não se percebe suas relações e correspondências com as demais problemáticas sociais. 1.1 A Pedagogia Tradicional Em nosso país, ela surge no século XVIII. Ela leva em conta a necessidade da efetivação do contrato social, que exige o conhecimento das leis, do comércio, das transações cambiais, etc. Devem-se transformar os súditos em cidadãos. Se antes a ignorância era pré-requisito à total submissão ao poder imperial, agora, com o surgimento do estado democrático de direito, é necessário certo conhecimento para efetivar as novas relações. O grande problema colocado à escola é, assim, a ignorância. Sua função será justamente a de minimizá-la, para que todos possam “integrar-se” ao meio social, tornando-se cidadãos. É aqui que surge a figura do professor que sabe e dos alunos que não sabia. O professor deve transmitir seu saber aos alunos para, assim, curá-los da “ignorância”. Mas, a escola tradicional não consegue acabar com o problema da não inserção de grande parte dos indivíduos na nova sociedade. Seu modelo quase escolástico, sem metodologias e conteúdos adequados à nova realidade, acaba por entrar em crise e ser grandemente criticado. 1.2 A Pedagogia Nova Diante dos problemas e críticas à escola tradicional, surge o “escolanovismo”, que em 1932 publica seu manifesto (Manifesto dos Pioneiros da

Upload: gaboardi42

Post on 17-Aug-2015

212 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

teorias pedagógicas em filosofia da educação

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO CAMPUS CASCAICEG CURSO DE MATEMTICAFILOSOFIA DA EDUCAOProf. Ediovani GaoardiTEORIAS PEDAG!GICASNa" ora"Escolaedemocracia#$%d. S&oPa'(o) Cor*%+, -./.0 %Pedagoriahistrico-crtica#1%d.Ca23ina") A'*or%" a""o4iado", -..10, D%r2%va( SAVIANI fa+ '2a an5(i"% da" 3rin4i3ai" *%nd6n4ia" da" 3%da7o7ia"4on*%23or8n%a" "o o 3on*o d% vi"*a da 4o23r%%n"&o 9'% 4ada '2a *%2 a r%"3%i*o do ('7ar 9'% a %"4o(a o4'3a na"o4i%dad% % do 4on"%9:%n*% 3a3%( 9'% %(a d%v% d%"%nvo(v%r.- A" *%oria" n&o;4r ?ar2onia.O" 3ro(%2a",a""i2,"&o%n4arado" 4o2o ano2a(ia" o' d%"vio" .A 2ar7ina(idad% = 4o2o '2a do%n@a 9'% 3r%4i"a "%r 4'rada, 2a" n&o = a(7o3rod'+ido o' fr'*o da" r%(a@A%" %Bi"*%n*%" no "i"*%2a. E2 "i, o "i"*%2a "o4ia( = o2. Ma", 4o2o %2 *odo or7ani"2o,3od%2 a3ar%4%r a(7'2a" fa(?a".A %d'4a@&o "'r7% a9'i 4o2o '2 in"*r'2%n*o d% r%"o('@&o d%""a" di"*or@A%". Con"*i*'i, 3oi", C'2a for@a?o2o7%n%i+adora 9'% *%2 3or f'n@&o r%for@ar o" (a@o" "o4iai", 3ro2ov%r a 4o%"&o % 7aran*ir a in*%7ra@&o d% *odo"o" indiv vi"&o 9'% "%3ara a %d'4a@&o %"4o(ar da"o4i%dad%. O' "%Ha, a %"4o(a *%2 a f'n@&o d% "anar o" 3ro(%2a" "o4iai" #4o2o a 2ar7ina(idad% o' a %B4('"&o0, 2a"%"*5 4o2o 9'% fora do 2%io "o4ia(. N&o "% 3%r4%% "'a" r%(a@A%" % 4orr%"3ond6n4ia" 4o2 a" d%2ai" 3ro(%25*i4a""o4iai".-.- A P%da7o7ia Tradi4iona(E2 no""o 3a %"4o(a *radi4iona(, "'r7% o C%"4o(anovi"2oD,9'%%2 -.K$3'(i4a "%'2anif%"*o #Manif%"*o do" Pion%iro" da E"4o(a Nova0. Para %(%", a %"4o(a*radi4iona( n&o "o('4iono' o 3ro(%2a da%B4('"&o % da 2ar7ina(idad%, 3or9'% 9'%ria *ornar *odo" i7'ai". A""i2, a vi"&o ?o2o76n%a d% "%r ?'2ano = a fa(?a5"i4a da E"4o(a *radi4iona(.L5 4o2 a E"4o(a Nova, o "%r ?'2ano = 4on4%ido "%7'ndo '2 3aradi72a 3rMBi2o ao %Bi"*%n4ia(i"2o. E(% =%f%*iva2%n*% d%"i7'a(. Por i""o, n&o "% d%v% *%n*ar %n9'adr5;(o %2 3adrA%". D%v%;"% dar 4ondi@A%" 3ara 9'% %(% "%d%"%nvo(va a 3ar*ir d% "i 2%"2o. O 2ai" i23or*an*% = 9'% %(% "% "in*a a4%i*o % in4(' 3ar*% do d%"%nvo(vi2%n*o 3ro3ria2%n*% "o4ia( % 4o2 ofi2 d% in*%rf%rir n%(% %B*%rna2%n*%, 3ara ?ar2oni+5;(o. J H'"*a2%n*% 4on*ra %""a 3o"*'ra 9'% "% 3A%2 a" *%oria"4r