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TERMO DE REFERÊNCIA Contratação de empresa especializada no manejo e disposição final de Resíduos Sólidos dos entes Consorciados do Consórcio Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental Sustentável das Vertentes CIGEDAS V V o o l l u u m m e e - - 1 1

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TERMO DE REFERÊNCIA

Contratação de empresa especializada no manejo e disposição

final de Resíduos Sólidos dos entes Consorciados do Consórcio

Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental

Sustentável das Vertentes –CIGEDAS

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Conteúdo 1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 6 2. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS SERVIÇOS A SEREM REALIZADOS .............................. 8 2.1. Objeto da contratação ................................................................................................................... 8 2.2. Diretrizes Gerais ............................................................................................................................ 8

2.2.1Serviços de Topográfia ........................................................................................................ 9 2.2.2 Controle das Tecnologias Aplicadas .................................................................................. 9

2.2.17 Implantação de Sistema de Drenagem de Águas Superficiais ....................................... 15 2.2.17.1 Drenos. .............................................................................................................. 15

2.3 Documentos e legislações a serem consultas ...................................................................... 18 3.0 Propostas .................................................................................................................................................. 20

3.1 Proposta Técnica.................................................................................................................. 20

3.1.1 Área de Implantação do Aterro Sanitário .............................................................. 20 4.0 Critérios para Pontuação de Proposta Técnica. ....................................................................................... 23

4.1 Critérios para Pontuação ...................................................................................................... 23

4.1.1 Área de Implantação do Aterro Sanitário. ............................................................. 23 4.1.2 Experiencia em Gestão e Operação de Aterros Sanitários. ................................... 24 4.1.2.1. Pontuação por Apresentação de Atestados: ....................................................... 24 4.1.2.2.Pontuação Quantidade de Resíduos Aterrados em Toneladas : .......................... 24

5.0 Julgamento da Proposta Técnica. ............................................................................................................. 25 6.0 Julgamento das Propostas de Preço ........................................................................................................ 26 7.0 Classificação Final. .................................................................................................................................... 27 8.0 Obrigações das Partes ................................................................................................................ 27 9.0 Execução ..................................................................................................................................... 31 Anexo-I- Projeto Executivo a ser apresentado ao CIGEDAS ......................................................................... 32

9.0 Projetos a serem Apresentados ........................................................................................... 33 9.1 - Elaboração do Projeto Básico .......................................................................................... 33

9.2 Elaboração do Projeto Executivo ........................................................................................ 35 Anexo-II- plano de controle ambiental requerido para o aterro sanitário ........................................................ 39

1.2. PROCESSO DE LICENCIAMENTO ............................................................................ 47 1.3. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................... 47

2. SELEÇÃO DA ÁREA PARA O NOVO ATERRO SANITÁRIO .................................................... 47 2.1. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS ............................................... 48 2.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS PROPOSTAS ...................................................... 49

2.2.1. Área Proposta pelo Licitante .............................................................................. 49 2.2.3 Zoneamento Hidrográfico .................................................................................. 50

2.2.4 Zoneamento Ambiental ...................................................................................... 52 2.2.10. Situação Fundiária da Área ................................................................................ 52 2.3.2. Área Destinada para Aterro. .............................................................................. 52 2.3.7. Sensibilidade a Danos ........................................................................................ 52

1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ......................................................................... 57 1.5.8. Plano de Encerramento do Aterro Controlado existente. ................................... 76

2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................... 90 2.1. CONCEPÇÃO DO NOVO Aterro Sanitário .................................................................. 90 2.2. GERAÇÃO DE PERCOLADO (CHORUME) E BIOGÁS ........................................... 91

2.2.1. A Ação Bacteriana ............................................................................................. 91 2.3. CONCEPÇÃO DO ATERRO......................................................................................... 93

2.4. SISTEMA DE FECHAMENTO DE ÁREA (CERCAS E CORTINA VEGETAL) ...... 96 2.5. SISTEMA LOGÍSTICO (INFRA-ESTRUTURA) ......................................................... 96 2.6. SISTEMAS DE DRENAGEM ....................................................................................... 97 2.7. SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS .................................... 99

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2.8. ASPECTOS CONSTRUTIVOS ................................................................................... 107 2.8.1. Sistema de Drenagem Superficial .................................................................... 107 2.8.2. Drenagem Provisória ........................................................................................ 107 2.8.3. Drenagem Definitiva ........................................................................................ 108

2.9. SISTEMA DE CONTROLE GEOTÉCNICO .............................................................. 111 2.10. SERVIÇOS AUXILIARES .......................................................................................... 113

2.10.1. Revegetação e Urbanização da Área ................................................................ 113 2.10.2. Sistema de Captação, Coleta e Distribuição e/ou Queima de Biogás .............. 114

2.11. IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES OPERACIONAIS PRELIMINARES ................... 114

2.11.1. Implantação do Aterro...................................................................................... 114 2.11.2. Pátios para Estocagem de Materiais ................................................................. 115

2.11.3. Pátios para Descarga de Resíduos Sólidos ....................................................... 115 2.11.4. Marcação Topográfica da Área de Trabalho .................................................... 115 2.11.5. Desmatamento / Destocamento e Limpeza ...................................................... 115 2.11.6. Estradas de Serviço para Acesso aos Locais de Deposição ............................. 116 2.11.7. Iluminação Noturna .......................................................................................... 116

2.11.8. Execução de Terraplenagem de Conformação da Célula ................................ 116 2.11.9. Execução da Impermeabilização de Base ........................................................ 116 2.11.10. Implantação das Redes de Drenagem (Percolado e Gases) ............. 116 2.11.11. Implantação do Sistema de Tratamento de Efluentes ...................... 116

2.11.12. Plano de Transporte e Estocagem de Material de Cobertura ........... 116 2.12. OPERAÇÃO DO ATERRO ......................................................................................... 117

2.12.1. Metodologia a ser Empregada na Execução dos Serviços Rotineiros de

Terraplenagem.................................................................................................. 117

2.12.2. Controle de Erosão ........................................................................................... 121 2.12.3. Retenção de Umidade ...................................................................................... 121

2.12.4. Inibição do Crescimento de Ervas Daninhas ................................................... 121 2.12.5. Controle e a Disposição dos Líquidos Percolados nas Unidades de Aterramento

.......................................................................................................................... 122

2.12.6. Controle das Águas Superficiais para Minimizar as Infiltrações e Erosões na

Área .................................................................................................................. 122 2.12.7. Disposição Final dos Resíduos em Épocas Intensamente Chuvosas ............... 122

2.12.8. Sistemas de Manutenção das Células de Lixo já Encerradas, bem como

Sistemas de Drenagem de Líquidos e de Gases ............................................... 123

2.12.9. Sistema de Avanço do Aterro, com Arranjo Geral das Primeiras Etapas de

Trabalho ........................................................................................................... 123

2.12.10. Registro Diário de todas as Operações Executadas no Aterro ........ 123 2.13. ESTIMATIVA DA VIDA ÚTIL DO NOVO ATERRO SANITÁRIO ....................... 123

2.13.1. Capacidade Volumétrica do Aterro Projetado ................................................. 124

2.13.2. Necessidade Volumétrica para a Disposição de Resíduos por Período Superior a

20 Anos ............................................................................................................ 124

2.13.3. Definição da Tendência de Coleta dos Resíduos Urbanos............................... 124 2.14. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE MANUTENÇÃO GERAL DO ATERRO ............. 125

2.14.1. Estabelecimento de Rotinas de Inspeção ......................................................... 125

2.14.2. Diretrizes Gerais para a Descrição do Sistema de Manutenção da Drenagem de

Percolados ........................................................................................................ 126

2.14.3. Diretrizes Gerais da Manutenção do Sistema de Exaustão e Drenagem dos

Gases ................................................................................................................ 127 2.14.4. Sistema de Monitoramento Ambiental............................................................. 127 2.14.5. Sistema de Monitoramento Geotécnico ........................................................... 127

2.15. GERAÇÃO DE EMPREGOS ....................................................................................... 128

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2.15.1. Área Técnica .................................................................................................... 128 2.15.2. Área Administrativa ......................................................................................... 131 2.15.5. Área de Controle Ambiental ............................................................................ 132 2.15.6. Mão-de-Obra Total Prevista ............................................................................. 132

2.16. ETAPAS DE CONSTRUÇÃO ..................................................................................... 132 2.16.1. Etapa 1 .............................................................................................................. 132 2.16.2. Etapa 2 .............................................................................................................. 132 2.16.3. Etapa 3 .............................................................................................................. 133 2.16.4. Etapa 4 .............................................................................................................. 133

2.16.5. Etapa 5 .............................................................................................................. 133 2.16.6. Etapa 6 .............................................................................................................. 133

3. ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS ................................................................................ 134 3.1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – 1988 ............... 134 3.2. CÓDIGO FLORESTAL – Lei Federal n.º 4.771/65 ..................................................... 135

3.3. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................................... 135 3.3.1. Legislação Federal ........................................................................................... 135 3.3.3. Normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas .................... 147 3.3.4. Anteprojeto de Lei que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos........ 148

3.4. CRIMES AMBIENTAIS .............................................................................................. 149 3.5. COMPENSAÇÃO PELO DANO OU IMPACTO AMBIENTAL GERADO ............. 151

3.6. POLUIÇÃO DA ÁGUA ............................................................................................... 152 3.7. CONTROLE DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ........................................................ 152

3.7.1. Controle de Ruídos ........................................................................................... 157

3.8. URBANISMO ............................................................................................................... 158

3.8.1. Estatuto da Cidade............................................................................................ 159 3.9. ESPAÇOS LEGALMENTE PROTEGIDOS ............................................................... 162

3.10. POLÍTICAS E GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................... 163 3.10.1. Sistema Federal de Gestão Ambiental ............................................................. 164 3. 165

3.10.4. Licenciamento Ambiental ................................................................................ 165 4. POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS ................................................................. 173

4.1. FÓRUM NACIONAL E O PROGRAMA NACIONAL LIXO & CIDADANIA ....... 175 5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .................................................................................................... 177

5.2. QUALIDADE DO AR / POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ............................................. 185

5.2.1. Poluentes Atmosféricos .................................................................................... 185 5.2.3. Qualidade do Ar no Entorno do Aterro Sanitário ............................................ 186

5.3. EMISSÃO DE RUÍDOS ............................................................................................... 186 5.4. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS ............................................................. 186

5.5. ASPECTOS PEDOLÓGICOS ...................................................................................... 188 5.5.5. Discussão dos Resultados ................................................................................ 188 5.7.5. Aspectos Limnológicos – Qualidade das Águas .............................................. 189

5.9. VAGETAÇÃO .............................................................................................................. 190 5.9.3. Inventário Florestal na Área do Aterro Sanitário ............................................. 191

5.10. FAUNA ......................................................................................................................... 192 5.15. RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................................. 193

5.15.2. Alternativas de Tratamento e Destinação de Resíduos Domiciliares Especiais

.......................................................................................................................... 194 5.15.3. Alternativas de Tratamento e Destinação de Resíduos de Fontes Especiais ... 195

6. PROGNÓSTICOs, ANÁLISE DE IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS ........................... 196 6.1. ROTEIRO METODOLÓGICO .................................................................................... 196 6.2. MATRIZ DE IMPACTOS E QUADROS-SÍNTESE ................................................... 197

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6.3. ANÁLISE DOS IMPACTOS E DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS .... 200 6.3.1. Aspectos Climáticos ......................................................................................... 200 6.3.2. Poluição Atmosférica ....................................................................................... 201 6.3.3. Poluição Sonora ............................................................................................... 203

6.3.4. Impactos Potenciais com relação aos Aspectos Geológico-Geotécnicos ........ 203 6.3.5. Impactos Potenciais com relação aos Aspectos Pedológicos ........................... 204 6.3.6. Impactos Potenciais com Relação ao Meio Biótico ......................................... 205 6.3.7. Poluentes Gerados na Operação de Aterros Sanitários .................................... 206 6.3.8 Riscos Ambientais ............................................................................................ 209

7. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL ...................................................................................... 211 7.1. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO ................................... 211

7.1.1. Subprograma Controle Ambiental do Aterro Sanitário ................................... 212 7.1.2 Subprograma Qualidade Ambiental ................................................................. 217

7.2. PROGRAMA DE CONTROLE DE EROSÃO ............................................................ 218

7.3. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E

RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA ........................................................................... 219 7.4. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL . 220

8. CONCLUSÕES E SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES .......................................................... 222 8.1. ASPECTOS GERENCIAIS .......................................................................................... 222 8.2. ASPECTOS TÉCNICOS .............................................................................................. 223

8.2.1. Tratamento Prévio da Fundação....................................................................... 223 8.2.2. Impermeabilização de Fundação ...................................................................... 224

8.2.3. Drenagem de Percolados e Gases .................................................................... 225

8.2.4. Lançamento, Espalhamento e Compactação .................................................... 227

8.2.5. Cobrimento Diário dos Resíduos Dispostos .................................................... 228 8.2.6. Revestimento Final .......................................................................................... 229 8.2.7. Drenagem Superficial....................................................................................... 229

8.2.8. Tratamento de Percolados ................................................................................ 230 8.3. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS .......................................................................... 231

9. CONCLUSÃO FINAL ................................................................................................................. 233 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 234

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TERMO DE REFERÊNCIA CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA NO MANEJO E DISPOSIÇÃO FINAL DE

RESÍDUOS SÓLIDOS DOS ENTES CONSORCIADOS DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE

GESTÃO E DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SUSTENTAVEL DAS VERTENTES- CIGEDAS.

1. APRESENTAÇÃO

O gerenciamento integrado de resíduos, entendido como o conjunto articulado de

ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que um órgão público

ou privado desenvolve (com base em critérios sanitários, ambientais e econômicos)

para coletar, segregar, tratar e dispor o resíduo (adaptado de CEMPRE, 2000), é um

dos grandes desafios da sociedade atual. A industrialização, acompanhada do

crescimento populacional, principalmente dos centros urbanos, tem aumentado a

geração de resíduos, sejam eles provenientes das atividades industriais e de

mineração, ou do dia a dia da população. Como parte final do processo de

gerenciamento integrado, a disposição correta dos resíduos deve ser concebida de

forma a atender à legislação ambiental vigente, no que diz respeito aos aspectos

sanitários e ambientais, além de observar a questão econômica, principalmente em

países onde os recursos são escassos.

A legislação ambiental tem adotado medidas restritivas no que diz respeito à

implantação de novos sistemas de disposição de resíduos sólidos. Novos sistemas

de disposição devem prever medidas para a minimização, ou mesmo eliminação dos

impactos ambientais. Como exemplo desses sistemas podem ser itados os aterros

sanitários, para o caso dos resíduos sólidos urbanos (RSU).

Considerando apenas os resíduos sólidos urbanos (RSU), estudos indicam a

produção de 0,5 a 1,5 kg por habitante por dia em média, sendo esses limites e a

composição dos RSU em função do nível de desenvolvimento da população

envolvida. Trata-se de um imenso volume de resíduos que deve ser disposto

adequadamente, requerendo para isso grandes áreas, normalmente não mais

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disponíveis nos grandes centros urbanos, além de recursos vultuosos para a

implantação, operação e monitoramento do sistema.

Constata-se, portanto, que o desafio das entidades e roganizações intermunicipais é

imenso frente aos novos problemas advindos da disposição de resíduos sólidos

urbanos.

Assim sendo, este Termo de Referência (TR) compõe o Edital de Licitação e tem por

objeto a contratação de serviços de manejo e disposição final de residuos sólidos dos

entes consorciados ao CIGEDAS, na modalidade de concessão administrativa, dos

serviços públicos de manejo e disposição de resíduos sólidos, com recursos assegurados

pelo Protocolo de Intenções.

1.2. Os objetivos da contratação dos serviços previstos neste Termo de Referência são:

Destinção e Disposição Final de resíduos sólidos, de forma adequada e dentro dos

padrões técnicos de engenharia e de Meioambiente.

Implantação, operação e manutenção do novo aterro sanitário, numa área mínima

de 12 (Doze) hectares que permita o funcionamento para recepção de pelo menos

1.970.663,616 de toneladas de resíduos sólidos domiciliares urbanos.

Proteção ao meio ambiente, evitando a contaminação das águas

subterrâneas pelo chorume (líquido de elevado potencial poluidor, de

cor escura e de odor desagradável, resultado da decomposição da

matéria orgânica),

Atendimento das demandas de informações pelo contratante, e pelos organismos

de controle, relativamente ao andamento e à abertura do aterro, condução dos

trabalhos e fechamento do aterro.

Nota ¹ : Valor calculado tendo como base os índices da ABRELPE – Associação

Brasileira de Empresas de Limpeza Pública)

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2. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS SERVIÇOS A SEREM REALIZADOS

2.1. OBJETO DA CONTRATAÇÃO

2.1.1. O objeto é contratação de serviços de manejo e disposição final de residuos

sólidos dos entes consorciados ao CIGEDAS.

2.2. DIRETRIZES GERAIS

A contratação dos serviços de manejo e disposição final de residuos sólidos dos entes

consorciados ao CIGEDAS, é essencial para que a destinação final do lixo ocorra dentro

dos padrões exigidos. As obras a que se refere este tópico, visam construir as

edificações civis, tais como, guarita, administração, sanitários e etc., do Aterro Sanitário,

bem como, sua operação e manutenção, pelo período mínimo de 20 (Vinte) anos.

São exigidos no mínimo os seguintes sistemas:

Impermeabilização da base do aterro: Devendo ser feita com geomenbrana sintética; - Sistema de drenos de gás: canal de saída do gás do interior do aterro, devendo ser construídos de concreto e PEAD conforme projeto piloto, sendo necessário receber uma conexão f inal de aço -inox quando a célula for fechada. - Sistema de coleta de chorume, que deve ser executado pela base do aterro. O chorume coletado deverá ser enviado as lagoas previamente preparadas com impermeabilização do seu contorno; - Sistema de tratamento de chorume: após coletado, o chorume deve ser tratado antes de ser descartado no curso de um rio ou em uma lagoa. O tratamento deverá ser feito no próprio local. Os tipos de tratamento mais convencionais são o tratamento biológico (lagoas anaeróbias, aeróbias e lagoas de estabilização), tratamento por oxidação (evaporação e queima) ou tratamento químico (adição de substâncias químicas ao chorume); - Sistema de drenagem de águas pluviais: o sistema de captação e drenagem de águas de chuva deve escorrer a água por locais apropriados para evitar a inf i ltração que geradora do chorume.

A operação e manutenção do empreendimento deverá contemplar no mínimo os

seguimte requisitos:

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2.2.1SERVIÇOS DE TOPOGRÁFIA

A CONCESSIONÁRIA devera dispor, sempre que for necessária, de equipe de topografia munida de equipamentos adequados para, sob sua responsabilidade , para executar os serviços de topografia de implantação e de acompanhamento:

• Levantamentos topográficos em geral, com elaboração de plantas, seções e outros;

• Implantação de obras de ter raplanagem, acessos, drenagens e obras especiais;

• Medição de áreas, volumes, etc.;

2.2.2 CONTROLE DAS TECNOLOGIAS APLICADAS

A CONCESSIONÁRIA devera efetuar todos as controles necessários para assegurar que a qualidade dos materiais empregados e dos p rodutos esteja em conformidade com as especif icações.

Os ensaios e verif icações serão executados sob responsabilidade da CONCESSIONÁRIA. Os materiais que não satisf izerem as exigências das especif icações não poderão ser util izados nos serviço.

2.2.3 Movimentação de Terra

Compreendem-se os serviços de terraplanagem necessários à execução das bases de assentamento de todas as unidades do sistema, incluindo sistema viário, células, edif icações, sistemas de drenagem, etc. Para tanto, deverão ser mobilizados os equipamentos e máquinas apropriados aos serviços de escavação, carga, transporte, espalhamento e compactação.

Para as células e a bacia de acumulação de chorume, o nível f inal da terraplanagem deverá considerar o rebaixamento necessário para execução da camada de impermeabilização da base e dos taludes.

2.2.4 Implantação dos Caminhos de Serviço

O sistema viário para operação do Aterro, poderá ser constituído de diferentes tipos de pavimento em função da localização e da util ização da via.

O fator determinante para a definição do material de base dos caminhos de serviços, é a freqüência de util ização, t ipo de veículos e máquinas que util izarão os referidos pavimentos e o tempo de util ização das frentes de serviço

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2.2.5 Implantação dos Caminhos de Serviço

O sistema viário para operação do Aterro, poderá ser

constituído de diferentes tipos de pavimento em função da localização e da util ização da via,sendo o fator determinante para a definição do material de base dos caminhos de serviços, a freqüência de util ização, t ipo de veículos e máquinas que util izarão os referidos pavimentos e o tempo de util ização das frentes de serviço sendo preferencial o uso de CBUQ .

Nota Importante: É OBRIGATÓRIO Independentemente do tipo de pavimento a ser usado o uso canaletas de drenagem em concreto.

2.2.6 Revestimento Vegetal

Os taludes deverão ser revestidos com uma densa e rasteira cobertura vegetal, que tem

a finalidade prevenir as erosões de proteger, bem como, evitar a lixiviação das águas

pluviais.

Os serviços de plantio deverão ser executados na seguinte ordem: abertura de sulcos,

cavas ou revolvimento do solo nos taludes, aplicação da camada de terra vegetal,

adubação e plantio de mudas.

As mudas de gramíneas serão plantadas com uma densidade de aproximadamente 100

unidades por metro quadrado.

2.2.7 Sistema de Impermeabilização das Células. A Impermeabilização da célula deverá ser uma combinação dos seguintes fatores:

Um "liner" mineral constituído de uma camada com 0,50 m de espessura após compactação, subdivididas em 02 camadas, formada de solos residuais maduros, provenientes da intemperização de rochas granulitognaisse, ocorrentes na região, com características argilosas.

Uma manta de polietileno de alta densidade (PEAD) com 2,0 milímetros de espessura sobreposta ao "liner"mineral ancorada na crista dos aterros.

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Uma camada de proteção da manta de PEAD na base célula, com solos de mesmas características, com 0,50m de espessura, possibilitando tráfego de caminhões durante a operação da célula.

Uma camada de solo melhorado com cimento com espessura média de 0,10m para proteção da manta nos taludes da célula.

2.2.8 Os requisitos mínimos para instalação da manta de proteção. A camada de proteção da manta na base da célula terá espessura total após compactação de 0,50m, devendo ser executada de uma só vez. Os solos serão provenientes das escavações obrigatórias conforme previsto no balanceamento de materiais ou em obediência a seleção de material a ser feita pela fiscalização no campo, isento de vegetação, blocos de rocha ou de materiais graúdos que possam danificar a manta. A execução dessa camada requer cuidados especiais da CONCESSIONÁRIA, para evitar danos à manta de PEAD pela passagem de equipamentos pesadas. O solo a ser empregado nesta camada deve ser tratado (umedecido ou aerado) fora do local de lançamento, já devendo ser lançado na umidade especifica. Sendo que o material deverá ser descarregado em pilhas e espalhado com trator de esteira, não permitindo trânsito de equipamentos sobre a camada com espessura inferior a 0,50m.

A camada de revestimentos nos taludes deverá ser iniciada de baixo para cima, com espessura em torno de 0,10m. A drenagem interna de chorume deverá ser constituída de drenos cegos de brita que se desenvolvem ao longo do pé dos taludes internos e transversalmente a base da célula interligando-se com o dreno central. O dreno central com elevada capacidade de vazão será constituído de um tubo de polietileno de alta densidade, ranhurado, com diâmetro mínimo de 300 mm, envolvido por camadas de transição constituídas de brita (8-16 mm) e de pedriscos (4-8 mm). Para a soldagem dos tubos de polietileno ranhurados deverão ser utilizado o procedimento de solda de topo com eletrodo.

2.2.9 Especificação do Sistema de Tratamento de Líquidos Em suas propostas, a(s) licitante(s) não deverão considerar os custos que envolvem o tratamento dos efluentes líquidos do Aterro Sanitário , haja vista, que os mesmos serão tratados no local

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2.2.10 Controle de Vetores A CONCESSIONÁRIA deve realizar todos os esforços no sentido de evitar a ocorrência de vetores, realizando o recobrimento diário dos resíduos sólidos dispostos, visando inibir a presença de urubus, moscas, ratos, baratas, além do cercamento de toda a área do aterro, para evitar a presença de animais domésticos, principalmente cães e porcos. Assim, deverá ser observada permanentemente a qualidade de operação do aterro sanitária para, caso seja necessário, realizar programas de desratização, combate a urubus e outros procedimentos específicos para a eliminação de vetores transmissores de enfermidades. 2.2.11 Engenharia Consultiva Caberá a CONCESSIONÁRIA a elaboração de todos os serviços de engenharia consultiva (projetos básico e executivos, laudos técnicos específicos e outros) necessários para a operação do aterro durante o prazo do contrato. 2.2.12 Controles Gerenciais Durante a fase de operação do aterro sanitário se fará necessária a implementação de controles gerenciais, visando a otimização dos serviços. Na área operacional, os controles deverão ser implantados no mínimo para as questões referentes a:

Entrada e saída de veículos do aterro;

Com relação ao controle de entrada de veículos transportadores de resíduos sólidos, da qualidade e quantidade de resíduos descarregados no aterro, estes deverão ser efetuado na balança, registrando-se para cada veículo, as seguintes informações:

i. Origem e placa do veículo; ii. Data da ocorrência; iii. Tipologia dos resíduos sólidos; iv. Tipo de veículo; v. Hora de entrada; vi. Local indicado para a descarga (frente de serviçoativa); vii. Peso bruto do veículo carregado; viii. Peso bruto do veículo vazio; ix. Peso líquido da carga; x. Hora da saída.

Quantidade de resíduos sólidosdes carregados; Ao final do dia, o sistema de pesagem deverá emitir relatório constando o total de resíduos sólidos descarregados no aterro, por origem, por tipo de veículo e por tipo de resíduo. Vale registrar que na guarita, o controlador de pesagem devera fazer o reconhecimento prévio do tipo de resíduos sólidos que está sendo transportado, só deixando ingressar, os resíduos com características compatíveis com a disposição final em Aterro Sanitário aqueles autorizados pela Prefeitura.

Envio de efluentes para tratamento;

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Avanço físico do aterro;

Monitoramento topográfico;

Vigilância. A CONCESSIONÁRIA deverá implantar esquema de vigilância em toda a área do aterro, sendo de sua responsabilidade a determinação da quantidade de pessoal e equipamento necessários a vigilância perfeita e permanente. Nesse planejamento, a CONCESSIONÁRIA deverá considerar os seguintes aspectos básicos:

i. Vigilância das instalações, e da área interna do aterro, em regime de 24 (vinte e quatro)horas, inclusive sábados, domingos e feriados;

ii. Proibição expressa da permanência na área, de qualquer tipo de animal doméstico, exceto cães adestrados (da vigilância), se houverem;

2.2.13 Acessos e Pátios de Descarga de Resíduos Para a operação do Aterro Sanitário deverão ser implantados acessos provisórios e/ou definitivos no interior do aterro, áreas de descarga e outras, contemplando entre outros aspectos, declividades compatíveis com os equipamentos 'de transporte de resíduos, drenagem,revestimento provisório, equipamentos apropriados para sinalização de tráfego etc., afim de assegurar o trafego ininterrupto dos caminhões durante todo o ano. As pistas de acesso deverão receber revestimento simples,sendo que se prevê a execução dos seguintes serviços:

i. limpeza do terreno, ii. drenagem, iii. terraplanagem, iv. fornecimento, transporte e aplicação dos materiais de revestimento da pista de

rolamento provisório e/ou definitiva. 2.2.14 Descarga, Espalhamento, Compactação e Cobertura dos Resíduos a serem Aterrados. A atividade referente à descarga dos resíduos ocorrerá em frente de descarga que deverá possuir dimensões adequadas para o giro dos caminhões coletores, dotada de pavimento adequado ao tráfego. A orientação de descarga na frente de serviço ficará a cargo do servente de aterro (orientador de manobras), que indicará as áreas para a disposição. O caminhão coletor ou basculante descarregará os resíduos, que serão dispostos, com auxilio de um trator esteira com lamina, contra a camada em formação, formando uma rampa com inclinação de 1:3 a 1:2 (V:H). A frente de descarga deve ser mantida na menor área possível. Os resíduos serão espalhados sobre a rampa pelo trator sobre esteiras com lâmina. Os resíduos deverão ser espalhados na forma de camadas de 30 a 60 cm, posteriormente compactados pelo trator sobre esteiras, que deverá subir e descer sobre os resíduos, de 3 a 5 vezes, formando-se a rampa de inclinação de 1:3 a 1:2 (V:H);

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Após a operação de compactação dos resíduos sólidos, estes deverão receber cobertura com uma camada de solo intermediária, de 20 cm (solo argiloso ou material inerte) e camada de cobertura final das células, com espessuras de 60 cm de solo compactado. A manutenção da frente de trabalho, em épocas normais e de chuva, deverá contar com acessos locais de descarga cascalhados e drenados. 2.2.15 Implantação do Sistema de Drenagem de Gases. O sistema de drenagem de gases será constituído de drenos verticais, com o objetivo de coletar o biogás na massa de resíduos, atravessando todas as camadas do aterro, até atingir a superfície. Os drenos verticais serão constituídos de tubos, de diâmetro mínimo de 30 cm, devidamente perfurados. Ao redor dos tubos deverá ser disposta uma camada de brita ou pedra de mão, para sua proteção e com espessura de 0,60 m e uma tela metálica de modo a permitir que a mesma permaneça estável, antes da disposição de resíduos sólidos ao redor do dreno. Serão espaçados entre si, a cada 50 metros e sua construção acompanhará o processo de crescimento vertical e horizontal do aterro. Este procedimento deverá ser realizado em todas as alturas da progressão vertical das camadas do aterro, inclusive para as camadas intermediárias de recobrimento, até 0,80m da superfície aterrada. Posteriormente, será executada uma camada de argila, com espessura de 0,40m entre o fim do dreno e a superfície, com um raio de 5,0 m, que servirá de selo e promovera o fluxo dos gases pelos drenos, impedindo assim a dispersão destes pela superfície do aterro. Por último será executada a camada de recobrimento final da célula (0,80m) em argila e terra vegetal, podendo-se variar a espessura em função da utilização da manta de envelopação. 2.2.16 Implantação do Sistema de Drenagem de Percolados no Interior do Maciço. Deverá ser executada uma rede de drenos para permitir a drenagem de efluentes líquidos percolados (chorume) formados na célula de resíduos sólidos. O sistema de drenagem de efluentes percolados deverá se interligar aos drenos verticais de gases instalados e que serão alteados. Assim, apesar destes poços trabalharem com a função de permitir o escape de gases contidos na massa de resíduos sólidos para a atmosfera, também propiciam a percolação do chorume, por gravidade, até a rede de drenos horizontais situada na fundação do aterro. O sistema de drenagem de efluentes líquidos percolados será composto por drenos horizontais, executados numa rede interligada aos drenos verticais de gás, a cada 5m de altura na massa de resíduos. Tais drenos terão seção quadrada (0,60m x 0,60m), assentes em resíduos sólidos no interior do aterro sanitário,preenchidos com brita e pedra de mão, revestidos com manta

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geotêxtil não tecida, declividade mínima de 1% no sentido transversal e 1% no sentido longitudinal.

2.2.17 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS SUPERFICIAIS O sistema de drenagem superficial visa promover o rápido e total escoamento das águas precipitadas no aterro, impedindo-as de entrar em contato com os resíduos depositados e também iniciarem processos erosivos. O sistema deve englobar os seguintesdispositivos:

Canaletas em concreto, tipo meia cana: serão instaladas nos bordos do acesso ao aterro com o objetivo de captar as águas pluviais e conduzi-las até as caixas de passagem, bem como nas bermas do aterro acabado;

Canaletas em concreto: serão construídas valetas superficiais para interceptar as águas pluviais e conduzi-las ao local de desague;

Caixas de passagem: serão utilizadas para a passagem das águas pluviais das canaletas para os bueiros.

Bueiro de concreto: são dispositivos subterrâneos com o objetivo de transpor os acessos viários, de forma a conduzir as águas pluviais ao local de desague;

Descida d'agua em gabiões;

Descida d'agua em degraus (escadas) – dispositivo construído em concreto armado e destinado a promover a descida da água de pontos mais elevados para pontos mais baixos, dissipando a energia do escoamento;

Proteção superficial com grama: plantio de vegetação em áreas com tendência a erosão, com finalidade de protege-Ias superficialmente.

2.2.17.1 DRENOS.

Os drenos cegos serão construídos em fundo de grota, quando os bueiros forem executados fora do talvegue natural, ou sob os aterros assentes em solos com excesso de umidade. Drenos profundos longitudinais consistem de valas abertas paralelamente ao eixo do terrapleno com o objetivo de controlar o fluxo das águas subterrâneas e evitar que lençol freático atinja níveis que possa comprometer a plataforma. As caixas para águas pluviais deverão ser executadas em tijolinho. No caso de chorume deverá ser usado concreto armado.

Vala de Canalização águas nas entradas e nas saídas dos bueiros. As valas serão executadas segundo as seções, alinhamentos e cotas estabelecidas no projeto. 2.2.18 Monitoramento.

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O monitoramento do lençol freático deverá ser executado através da coleta e análise físico química de amostras de água dos lençóis freático coletadas em pelo menos 3 poços de monitoramento a serem instalados no aterro. A instalação desses poços será também obrigação da CONCESSIONÁRIA. Os serviços de análises físico-químicas do lençol freático deverão contemplar todas as atividades envolvidas na coleta das amostras, bem como encaminhamento dos laudos e relatórios finais sobre amostras coletadas nos poços de monitoramento. A coleta de amostras deverá ser efetivada por técnicosespecializados, munidos de frascos adequados,considerando todos os parâmetros a ser analisados, tendo como a primeira etapa o esgotamento dos poços até a condição necessária a garantia da qualidade das amostras, a coleta das amostras propriamente dita, considerando os parâmetros necessários, o encaminhamento a laboratório, efetivação de análises laboratoriais e emissão de laudo e relatório finais, a serem encaminhados aos órgãos competentes. Os serviços de monitoramento do efluente (chorume) do aterro deverão contemplar todas as atividades envolvidas da amostragem da coleta das amostras ao encaminhamento dos laudos e relatório finais, efetivadas sobre amostras coletadas em pontos definidos no aterro sanitário, atendendo a legislação vigente. Os serviços de monitoramento das águas superficiais para o aterro deverão contemplar todas as atividades envolvidas, da coleta das amostras ao encaminhamento dos laudos e relatórios finais, efetivas sabre amostras coletadas de pontos definidos internamente e na área de influência da gleba do aterro sanitário, devendo-se prever, no mínimo, as amostragens solicitadas pela legislação vigente. 2.2.19 Manutenção Geral e das Instalações Existentes. Todo e qualquer aterro sanitário, em função das características operacionais, inerentes ao tipo de trabalho que e desenvolvido, para que seja mantido permanentemente em boas condições, requer a execução rotineira e sistemática de serviços de manutenção de seus sistemas viário, de drenagem e de tratamento dos efluentes líquidos e gasosos, das superfícies aterradas, e em especial dos taludes e do sistema de drenagem de águas pluviais dos dispositivos previstos para promover à descida d’água sabre a superfície dos taludes. Este serviço contempla a manutenção preventiva e corretiva das instalações, bem como a sua limpeza, reparos de pintura, equipamento de proteção contra incêndio, manutenção e limpeza dos equipamentos. Caberá a Concessionaria a manutenção das construções, instalações, estradas, pátios e cercas do canteiro até a final da obra. A CONCESSIONÁRIA deverá preencher todas as exigências da Lei e regulamentos em vigor, que afetam as construções, sua manutenção operação será responsável par todas as demandas resultantes de má administração dos trabalhos. Para tanto devera ser elaborado um plano de manutenção com o objetivo de listar e descrever os procedimentos imprescindíveis a regularização das condições operacionais normais do aterro. Assim tem-se os seguintes serviços de manutenção rotineiros da operação:

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i. Manutenção do sistema viário: consistirá basicamente na regularização da

superfície de rolamento, de forma a impedir a surgimento de depressões que prejudiquem a trafegabilidade dos veículos. Este serviço deverá ser com equipamento adequado e terá como objetivo, reconstruir a espessura de 0,40 m para o revestimento de todas as vias internas. Caso seja necessário, em função do estado de conservação das vias,deverá ser aplicado material para reconstituição da espessura original. Este tipo de serviço terá frequência maior quando a ocorrência de chuvas prolongadas;

ii. Manutenção do sistema viário: consistirá basicamente na regularização da superfície de rolamento, de forma a impedir a surgimento de depressões que prejudiquem atrafegabilidade dos veículos. Este serviço deverá ser executado com equipamento adequado e terá como objetivo, reconstruir a espessura de 0,40 m fixada para orevestimento de todas as vias internas. Caso seja necessário, em função do estado de conservação das vias, deverá ser aplicado material para reconstituição da espessura original. Este tipo de serviço terá frequência maior quando a ocorrência de chuvas prolongadas;

iii. Manutenção do sistema de drenagem de gases:semanalmente deverão ser verificados cada um dos drenosverticais, quanto ao funcionamento e o estado de conservação, em especial, o queimador posicionado na parte superior. Sempre que constatadas anormalidades, tais como, recalques da superfície do aterro na área próxima ao dreno, tubulação superior mau posicionada ou em mau estado de conservação, deverão ser providenciados os reparos necessários, com aplicação de material terroso, para correção de recalques eventualmente verificados ou substituição de peças de tubulação superior, quando as existentes estiverem fora do padrão exigido para um perfeito funcionamento do sistema.

iv. Manutenção das células acabadas: as superfícies das células acabadas deverão ser inspecionadas semanalmente ou após a ocorrência de períodos de chuvas intensas ou prolongadas, objetivando verificar a existência de processos erosivos ou de recalques e corrigi-los com a aplicação de material apropriado. Este mesmo procedimento deverá ser efetuado para todos os taludes externos de células acabadas, de células em operação e das vias internas. Caso a constatação do processo erosivo ocorra durante períodos de chuvas prolongadas, a área afetada deverá ser coberta com lençol de plástico, para bloquear a infiltração até que seja possível efetuar o reparo necessário;

v. Manutenção do sistema de drenagem de águas pluviais:todos os dispositivos deverão ser inspecionados semanalmente durante a ocorrência de chuvas, quando devera ser verificado o funcionamento com relação a captação e transporte de todo o volume de água precipitado. No caso de ser constatada qualquer anormalidade no sistema de escoamento, deverão ser efetuados reparos imediatos, mesmo durante a ocorrência de chuvas. Os bueiros deverão ser inspecionados, para impedir a presença de corpos estranhos que venham a prejudicar o fluxo normal das águas.

vi. Para a manutenção das balanças, a CONCESSIONÁRIA deverá observar o Plano

de Manutenção Preventiva, que deverá ser executado por profissionais da empresa fabricante do equipamento ou par seus representantes

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autorizados.

2.2.20 Tickets de Pesagem. A confecção dos “tickets” de pesagem, bem como, os demais controles dos veículos transportadores de resíduos, serão de exclusiva responsabilidade da CONCESSIONÁRIA. 2.2.21 Ações complementares e Ratificação de Ações. Sem prejuízo das ações já previstas, deverão ser consideradas também as seguintes ações na implantação e operação e manutenção do Aterro sanitário:

i. Cálculo do Volume de Resíduos Sólidos Domiciliares e ii. Comerciais para o Período de 20 ( Vinte) anos. iii. Cálculo do Volume de Resíduos Sólidos dos Serviços iv. Levantamento planialtimétrico da área do empreendimento. v. Sistema de Fechamento da Área do empreendimento. vi. Sistema de disposição de RSU.

vii. Sistema de Impermeabilização Inferior. viii. g) Sistema de drenagem dos efluentes líquido e gasoso. ix. h) Dimensionamento dos Drenos de Percolado. x. i) Sistema de tratamento do efluente líquido do Aterro xi. Sanitário. xii. j) Dimensionamento do sistema de tratamento dos xiii. efluentes líquido. xiv. k) Dimensionamento do sistema de drenagem Pluvial; xv. l) Proteção dos Taludes Externos e Cobertura Vegeta;. xvi. m) Sistema de Monitoramento Ambiental; xvii. n) Sistema de Monitoramento Geotécnico; xviii. o) Sistema de Monitoramento dos corpos hídricos dentro xix. e no entorno do empreendimento. xx. p) Sistema de Monitoramento de gases explosivos; xxi. q) Plano de manutenção (monitoramento) do aterro após xxii. o fechamento; xxiii. r) Sistema Logístico (Instalações Fixas e Acessos); xxiv. s) Controle de entrada e aplicação dos materiais; xxv. t) Controle Quali-quantitativo dos Resíduos; xxvi. u) Cronograma de execução das ações;

xxvii. v) Demais exigência dos órgãos ambientais ( FEAM- IGAM- IEF- SUPRAM- COPAM)

2.3 DOCUMENTOS E LEGISLAÇÕES A SEREM CONSULTAS Na execução dos trabalhos deverão ser observadas as resoluções do Conselho Nacional

do Meio Ambiente (Conama), legislações pertinentes à implantação das obras, tais como:

definição de Áreas de Proteção de Mananciais; Planos de Ordenamento Territorial; Áreas

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de Proteção Ambiental ou qualquer outro dispositivo legal que afete a concepção e/ou

implantação das obras, e em especial os relacionados a seguir:

NBR 10004/04 - Resíduos Sólidos – Classificação

NBR 10005/04 - Procedimento para obtenção de extrato lixiviado deresíduos sólidos

NBR 10006/04 - Procedimento para obtenção de extrato solubilizado deresíduos sólidos

NBR 10007/04 - Amostragem de resíduos sólidos

NBR ISO/IEC 17025/05 - Requisitos gerais para a competência de laboratórios deensaio e calibração

NBR 10703/89 - Degradação do Solo - Terminologia

NBR 12988/93 - Líquidos livres - Verificação em amostra de resíduos

NBR 12553/03 - Geossintéticos - terminologia

NBR 15495-1/07 - Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares – Parte 1: Projeto e construção

Resolução CONAMA N. 1 de 23 de janeiro de 1986 - disciplina o EIA/RIMA - exigências,conteúdo, elaboração, responsabilidades e audiência pública.

Resolução CONAMA N. 396 de 03 de abril de 2008 que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências

NBR 13221/07 - Transporte terrestre de resíduos

Resolução CONAMA N. 23 de 12 de dezembro de 1996 - dispõe sobre o movimento transfronteiriço de resíduos.

Lei de Saneamento Básico nº 11.445/2007 e seu Decreto regulamentador 7.217/2010;

Lei dos Consórcios Públicos nº 11.107/2005 e seu Decreto regulamentador nº 6.017/2007;

E outras Legislações e Normas que se fizerem necessária ao cumprimento do objeto deste termo de referência.

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3.0 PROPOSTAS

3.1 PROPOSTA TÉCNICA 3.1.1 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO

Com base na população de projeto, na caracterização do meio físico da bacia, na vida útil

mínima de 20 anos acrescida de mais 5 anos de amortização as Empresas Licitantes

deverão apresentar a comissão de Licitação:

Apresentar Proposta de área para Implantação do Aterro Sanitário sendo

obrigatório a apresentação dos seguintes itens e nas seguintes especificações;

o Planta de Situação do terreno;

Formato A1- Colorido;

Com Curvas de Nivel de Referencia;

Com Marco Central de referência com coordenadas Geográficas com

precisão em Graus, Minutos e Segundos

ART- CREA de Engenheiro Agrimensor, constando responsabilidade

Técnica pela elaboração da Planta de Situação, bem como a

indicação do marco geográfico de localização do imóvel.

o Layout Básico do Aterro Sanitário, contendo a locação de todas as

instalações,

indicação do sistema viário interno e projetos de isolamento e segurança.

Ressalta-se que essa planta deverá, necessariamente, conter a topografia

da área. Não deverão ser incluídos no trabalho desenhos genéricos

retirados da internet;

Formato A1- Colorido

o Escritura Pública do Terreno proposto para implantação do Aterro Sanitário.

Será aceita Escritura Pública devidamente lavrada por Cartório de

Registro de Imóveis legalmente investido da FÉ PÚBLICA outorgada

pelo Poder Público competente; com data de emissão inferior a 30

dias a contar da data da abertura das propostas fixada no edital.

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Nota Importante: Serão admitidos apenas as seguintes hipóteses na apresentação da

Escritura Pública do Terreno proposto :

Escritura Pública do Terreno em nome da Empresa Licitante;

Escritura Pública do Terreno em nome de um dos sócios da Empresa Licitante, desde

que seja devidamente comprovado o expediente através de Contrato Social Registrado

na Junta Comercal;

Escritura Pública do Terreno em nome de Terceiros, mediante apresentação de

Documentação/ Contrato de arrendamento de área pelo período mínimo de 25 (Vinte e

Cinco) anos, devidamente registrado e chanceldo por cartório.

3.1.2 Experiencia em Gestão e Operação de Aterros Sanitários

As empresas Licitantes deverão apresentar a comissão de Licitação:,

o Atestado de Capacidade Técnica,

O documento deve ser redigido em papel timbrado da Pessoa Jurídica Pública ou

Privada, datado e assinado pelo representante legal ou por um dos sócios da

referida empresa atestadora com firma reconhecida em cartório.

A cópia do atestado deve ser autenticado em cartório, ou ser apresentado original

acompanhado da cópia, cuja autenticidade será conferida pela comissão;

Apresentação do Cartão CNPJ da Pessoa Jurídica emitente do Atestado;

No Atestado de Capacidade Técnica deve obrigatóriamente mensurar a quantidade

de Resíduos geridos pela empresa licitante constando dos seguintes itens

minimos:

Quantidade Média de Resíduos Solidos condicionados por dia em

t/dia ( Toneladas/ dia);

Quantidade de Resíduos Aterrados na vigência do contrato em

Toneladas;

Período de Vigencia de Contrato

Nesse atestado deve-se comprovar a aptidão para o desempenho de atividades

pertinentes, compatíveis em características, quantidades e prazos de acordo com o objeto social da empresa.

Nota Importante : O Atestado NÃO poderá ser fornecido por pessoa Física.

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3.2 Proposta de Preços

A proposta de preço deve ser elaborada tendo como premissas básicas o englobamento de todos

os custos relacionados a correta disposição de resíduos sólidos bem como o impacto financeiro

sobre os municípios Consórciadoa ao CIGEDAS. A proposta deverá ser entregue contendo o

preço cobrado por tonelada (R$/ tonelada) de resíduos sólido recebida para acondicionamento

final no Aterro Sanitário.

3.2.1 Projeção de Custos e Investimentos

Os custos devem agrupar todas as etapas de viabilização do Aterro Sanitário a saber:

i. Pré-implantação,

ii. Implantação,

iii. Operação,

iv. Encerramento

v. Pós-encerramento

Tabela 1- Projeção de Investimento ( Fonte de Pesquisa ABETRE )

Etapa do Aterro Participação s/ total Custo da Etapa (R$)

Pré-implantação, 1,16% 681.057

Implantação, 5,09% 2.989.479

Operação, 86,70% 50.924.342

Encerramento 0,93% 545.067

Pós-encerramento 6,13% 3.597.836

Custo Total Estimado 100% 58.737.781

Tabela 2- Cronograma Físico-Financeiro ( Fonte de Pesquisa ABETRE )

Etapa do Aterro Ano 1 Ano 2 Ano 3 ao 20 Ano 21 Ano 23 a 42

Pré-implantação, 100%

Implantação, 100%

Operação, 5% ao Ano

Encerramento 100%

Pós-encerramento 5% 5%

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4.0 CRITÉRIOS PARA PONTUAÇÃO DE PROPOSTA TÉCNICA.

4.1 CRITÉRIOS PARA PONTUAÇÃO A Proposta Técnica será analisada e julgada com base nos critérios descritos abaixo, cuja

pontuação máxima será a seguinte:

ITEM DISCRIMINAÇÃO PONTUAÇÃO MÁXIMA

1 Área de Implantação do Aterro Sanitário. 40

2 Experiencia em Gestão e Operação de

Aterros Sanitários. 60

Total: 100 Pontos

4.1.1 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO. Máximo de 50 ( Cinquenta) pontos, obtidos pela soma de pontos:

A Pontuação relativa a escolha da Área de Implantação do Aterro Sanitário, será dada por classificação em ordem crescente da distancia entre o Marco geográfico indicada na planta de situação do Terreno indicado da Proposta Técnica e o Marco de Referência Central.

Classificação DISTÂNCIA PONTUAÇÃO MÁXIMA

1° Colocado 1°<2° Colocado 40

2° Colocado 2°<3° Colocado 30

3° Colocado 3°<4° Colocado 20

4° Colocado 4°<5° Colocado 10

5° Colocado 5° Colocado 5

Marco de Referencia Central 21°07’53,84’’S / 44°15’11,08’’ O

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4.1.2 EXPERIENCIA EM GESTÃO E OPERAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS. Máximo de 60 ( Sessenta) pontos, obtidos pela soma de pontos que será analisada por intermédio da apresentação de atestados emitidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados no CREA, acompanhados de Certidão (ões) de Acervo Técnico – CAT, comprovando os quesitos especificados no item 3.2 deste termo de referência, com as seguintes pontuações:

4.1.2.1. PONTUAÇÃO POR APRESENTAÇÃO DE ATESTADOS:

Classificação Numero de Atestados Apresentados PONTUAÇÃO MÁXIMA

1° Colocado 1°>2° Colocado 40

2° Colocado 2°>3° Colocado 30

3° Colocado 3°>4° Colocado 20

4° Colocado 4°>5° Colocado 10

5° Colocado 5° Colocado 5

4.1.2.2.PONTUAÇÃO QUANTIDADE DE RESÍDUOS ATERRADOS EM TONELADAS :

Classificação Numero de Atestados Apresentados PONTUAÇÃO MÁXIMA

1° Colocado 1°>2° Colocado 20

2° Colocado 2°>3° Colocado 15

3° Colocado 3°>4° Colocado 10

4° Colocado 4°>5° Colocado 7

5° Colocado 5° Colocado 5

Observações: 1) Serão desclassificadas as propostas técnicas que obtiverem soma dos pontos inferiores a 60, bem como as que obtiverem pontuação inferior a 50% do máximo de cada um dos campos de pontuação isoladamente. 2) No julgamento das propostas, serão levados em conta os critérios objetivos definidos no presente termo de referência.

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5.0 JULGAMENTO DA PROPOSTA TÉCNICA. A Pontuação Técnica (PT) corresponderá ao somatório dos pontos obtidos com os quesitos relacionados no item 4.1

ITEM DISCRIMINAÇÃO PONTUAÇÃO MÁXIMA

1 Área de Implantação do Aterro

Sanitário. 40

2 Experiencia em Gestão e Operação de

Aterros Sanitários. 60

Total: 100 Pontos

Logo após a apuração dos pontos impetrados da proposta técnica, prosseguira para o Cálculo do Índice Técnico (IT) que será obtido pela divisão da pontuação técnica (PT) da proposta em exame, pela que obteve a maior pontuação técnica (MPT), conforme fórmula abaixo, utilizando-se 4 casas decimais e desprezando-se a fração remanescente.

IT = PT / MPT Onde: IT = Índice Técnico; PT = Pontuação Técnica Apurada da proposta em exame; PP = Maior pontuação Técnica obtida entre as empresas participantes da licitação Nota: Serão desclassificadas as propostas técnicas com pontuação abaixo de 60 pontos.

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6.0 JULGAMENTO DAS PROPOSTAS DE PREÇO O julgamento da proposta de preço será por meio de classificação em ordem crescente do valores propostos sendo

Classificação Valor de Proposta R$/Tonelada

1° Colocado 1°<2° Colocado

2° Colocado 2°<3° Colocado

3° Colocado 3°<4° Colocado

4° Colocado 4°<5° Colocado

5° Colocado 5° Colocado

Logo após a apuração das colocações prosseguira para o cálculo do Índice de Preço (IP) será obtido pela divisão do Menor preço proposto pela empresa classificada tecnicamente ( MPP) , pelo Preço proposto pela empresa avaliada ( PP), conforme fórmula abaixo, utilizando-se 4 casas decimais e desprezando-se a fração remanescente.

IP = MPP / PP Onde: IP = Índice de Preços MMP = Menor preço proposto pela empresa classificada tecnicamente PP = Preço proposto pela empresa avaliada

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7.0 CLASSIFICAÇÃO FINAL. Para CLASSIFICAÇÃO FINAL, será utilizada a fórmula abaixo, utilizando-se 4 casas decimais e desprezando-se a fração remanescente. Sendo a empresa vencedora DA Licitação a que obter o maior numero de pontos na Classificação Final ( CF).

CF = [ (IT X 6) + (IP X 4) ]

Onde: CF=Classificação Final IT = Índice Técnico; IP = Índice de Preços

8.0 OBRIGAÇÕES DAS PARTES

8.1 A contratada se obriga a manter representante, de acordo com art. 61. da lei

8.666/93, para proporcionar um melhor acompanhamento dos trabalhos.

(Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus

representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo

da licitação, da dispensa ou da inexibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta

Lei e ás cláusulas contratuais.)

8.2 A fiscalização do contrato é o instrumento que o gestor dispõe para defesa do

interesse público. É dever de a Administração fiscalizar o contrato para verificar o

cumprimento as disposições contratuais técnicas e administrativas, em todos os seus

aspectos. No caso especifico, O CIGEDAS indicará pelo menos dois fiscais sendo um

responsável pela parte técnica e outro pela parte administrativa do contrato.

8.3 A Contratada e a Contratante manterão a necessária comunicação durante a

execução do contrato.

8.4 A Contratada, após recebimento da Ordem de Serviço e anteriormente ao início dos

serviços de campo, apresentará à Contratante para aprovação: programa de trabalho

específico para cada atividade, indicando o responsável pelo setor; e equipe técnica

com sua localização.

8.5 A contratante designará um técnico da área de engenharia, legalmente habilitado,

para exercera fiscalização técnica da execução do Contrato, o qual providenciará o

registro da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ficando o mesmo

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responsável pelo controle e acompanhamento da prestação do serviço em sua

respectiva área de atuação e ao qual deverão ser encaminhados todos os

documentos técnicos pertinentes ao presente Contrato, para ATESTE, CIÊNCIA ou

outras observações que forem julgadas necessárias à comunicação do cumprimento

ou não das cláusulas contratuais.

8.5.1 A Contratante se reserva o direito de acompanhar e fiscalizar os serviços

prestados, com livre acesso aos locais de trabalho, para obtenção dos esclarecimentos

julgados necessários à execução dos mesmos.

8.5.2 A Contratada deverá sempre que necessário, comunicar-se formalmente à

Contratante. Mesmo as comunicações por telefone deverão, a critério da fiscalização

Contratante, ser ratificadas formalmente, posteriormente, sendo via fax e no caso de

informações mais extensas e/ou transferências de arquivos, pelo correio eletrônico.

8.5.3 A contratante deverá providenciar a formação de processo. A abertura de processo

é o conjunto de operações que tem por fim dar forma processual a documentos que

requeiram análise, informações ou decisões com vistas a estabelecer definições e

responsabilidades técnicas, administrativas ou financeiras.

8.6. A Contratada deverá apresentar mensalmente à Contratante, até o dia 5 ( Cinco) do

mês subseqüente, um relatório de andamento de serviços, que deverá conter as

medições dos serviços realizados, informar os serviços pendentes e as alterações,

cronograma físico atualizado e descrição das execuções das obras e serviços contendo

pontos eu considere importante ao entendimento como dificuldades referentes à

elaboração dos serviços da etapa em questão

8.5.4 O cronograma de atividades poderá ser revisto e ajustado, desde que acordado

entre as partes, sem que isto constitua motivo para alegar a prorrogação do prazo de

execução, e não altere o objeto firmado entre o CIGEDAS e a empresa Licitante.

8.5.5 Os prazos para análise, pela Contratante, dos relatórios e documentos

apresentados serão de até 10 (dez) dias úteis contados do dia seguinte do recebimento

destes, deverão estar previstos no cronograma. A Contratada deverá considerar este fato

de forma que os serviços não sofram descontinuidade.

8.5.6 Os relatórios e documentos que não atendem os órgãos solicitantes ou não

aprovados serão devolvidos para as correções e complementações necessárias, de

acordo com as análises encaminhadas à Contratada, e caso não aceito será glosado na

fatura do mês posterior.

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8.5.7 As reuniões a serem realizadas entre a Contratada e a Contratante deverão ser

previamente agendadas e registradas em ata formalizadas, objetivando o

acompanhamento da execução do contrato, e registradas em livro de ata fornecido pela

contratada, com:

a) Exposições complementares e específicas sobre o desenvolvimento dos

serviços relativos aos temas previstos, inclusive acerca de suas propostas

sobre alternativas envolvidas no prosseguimento dos trabalhos, bem como

sobre os seus requerimentos de orientações;

b) Comunicação à Contratada das orientações necessárias ao

desenvolvimento dos serviços referentes às matérias contidas na agenda da

reunião, preferivelmente, no decurso desta ou no prazo estabelecido

durante a mesma;

c) A Contratante poderá convocar quantas reuniões julgar convenientes, para

fins de acompanhamento e fiscalização dos serviços.

8.5.8 Para o acompanhamento e fiscalização dos serviços de acondicionamento de

resíduos, excepcionalmente e quando se fizer necessário a Contratante designará

uma equipe que atuará sob a responsabilidade do fiscal do contrato, sendo que lhe

caberá estabelecer os procedimentos detalhados de fiscalização do contrato, conforme

este Termo de Referência..

8.5.9 A Equipe terá plenos poderes para agir e decidir perante a Contratada, podendo

inclusive rejeitar os serviços que estiverem em desacordo com o Contrato.

8.5.10 A Contratante e a Contratada estabelecerão procedimentos detalhados, com o

objetivo de sistematizar o desenvolvimento do contrato, principalmente no que se refere à

preparação das rotinas de fiscalização e gerenciamento da obra, contendo, por exemplo,

a atualização do cronograma de atividades, comunicações, fiscalização medições e

pagamentos.

8.5.11 Os Relatórios deverão ser apresentados, de acordo com modelo constante do

Anexo VI deste Termo de Referência. Ficarão a critério do Contratante, sugerir

complementações e/ou alterações nestes roteiros, para que estes fiquem adequados à

realidade do acompanhamento de obra , os quais deverão ser integralmente cumpridos.

8.5.12 O Relatório medição deverá ser disponibilizado em arquivo eletrônico tipo DVD-

ROM, incluindo textos, planilhas, desenhos, imagens, fotografias, cartas, etc., sendo

gerados em formato PDF , e também em formato editável (MS Word, MS Excel, AutoCAD,

etc.)

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8.5.13 A contratada deverá exercer controle de qualidade sobre as informações

apresentadas, tanto no texto como nos memoriais e desenhos, objetivando clareza,

objetividade, consistência das informações, justificativas de resultados, com texto isento

de erros de português, de cálculo, de digitação e de divergência com o projeto

contratado.

8.5.14 A fiscalização do CIGEDAS verificará se a Contratada está executando os

trabalhos em conformidade com o contrato e os documentos que o integram..

8.5.15 A Contratante se reserva o direito de fazer exigências à Contratada, sempre que

julgar necessário, para a proteção de seus técnicos e funcionários no exercício de suas

atividades e de terceiros, assim como dos seus bens, das suas propriedades e das ações

que afetam o meio ambiente.

8.5.16 Logo após a assinatura do contrato, será marcada uma reunião com a Contratada

para consolidação do Cronograma de Atividades em consonância com os termos deste

TR e para definir detalhes a respeito de:

i. Apresentação dos integrantes da equipe da Contratada;

ii. Esclarecimento sobre possíveis dúvidas e eventuais complementações de

assuntos relativos ao objeto do contrato;

iii. Dos projetos básicos das obras, das especificações, dos quantitativos, dos

custos, dos detalhes de construção, das medições, das liberações de serviços,

dentre outros;

iv. Definição das formas de comunicação entre a Contratada e a Contratante,

bem como do interlocutor de ambas as partes;

v. Definição de procedimentos de avaliação periódica e outras questões relativas

ao bom andamento dos trabalhos;

vi. Estabelecimento de sistemáticas de acompanhamento e outros eventos

relacionados ao desenvolvimento dos estudos.

.

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9.0 EXECUÇÃO

9.1.1 Os serviços serão executados pela Contratada, de acordo com o projeto,

especificações, memorial descritivo, quantitativos, orçamentos e cronogramas de atividades,

devidamente aprovados pelo consórcio CIGEDAS, obedecido o prazo especificado neste

Termo de Referência.

9.1.2 Os trabalhos objeto deste Termo de Referência desenvolver-se-ão sempre sob a

coordenação e fiscalização da Contratante e de acordo com suas necessidades específicas,

visando ao atendimento do objeto contratual.

.

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ANEXO-I- PROJETO EXECUTIVO A SER APRESENTADO AO CIGEDAS

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9.0 PROJETOS A SEREM APRESENTADOS

Neste item deverá ser descrito a concepção básica a ser adotadas no projeto do aterro sanitário,

considerando aspectos como:

vias e acessos;

movimento de terra;

movimentação de veículos;

implantação, operação e monitoramento do empreendimento.

Neste item deverá ser indicada a infra-estrutura necessária para a implantação do aterro,

considerando as medidas mitigadoras dos impactos ambientais identificados.

9.1 - ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO

A elaboração do Projeto Básico consistirá na fase onde a proposta apresentada nos estudos

preliminares tem seus elementos descritos dimensionados.

a) Dimensionamento da Estrutura de Apoio

Neste item deverão ser dimensionadas as estruturas de apoio do aterro, a saber:

cerca perimetral: estrutura que visa evitar o acesso de pessoas e animais na área do

aterro

cinturão verde: barreira vegetal que visa limitar a visualização do interior do aterro e

melhorar o seu aspecto estético

guarita: estrutura que visa o controle do acesso ao aterro

balança rodoviária: equipamento para pesagem dos caminhões de coleta visando

controlar a quantidade de resíduos aterrados

administração: estrutura para abrigar o setor administrativo do aterro.

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b) Dimensionamento da Estrutura do Aterro Sanitário

Consistirá do dimensionamento dos elementos que compõem o aterro sanitário, de acordo com

NBR 8419/92 e a NBR - 13.086/05.

movimento de terra – consistirá do dimensionamento do movimento de terra para

implantação do aterro, tendo como meta obter um balanço de terra positivo, que possibilite

a obtenção de terra para a impermeabilização das células e cobertura do lixo no próprio

sítio

sistema viário – o dimensionamento das vias de acesso interno deverá considerar os

seguintes critérios:

largura das vias: que permita o tráfego de dois veículos ao mesmo tempo

declividade: que permita o acesso dos veículos durante todo o ano independente das

condições climáticas, no caso de acesso não pavimentados (deve-se evitar declividades

acima de 7%)

células de aterramento – as células de aterramento serão as unidades onde o lixo será

disposto (deverá ser evitada a existência de lixo com idades diferentes na mesma célula),

devendo ser dimensionadas para períodos de utilização inferiores a 2 anos (as células de

aterramento devem ser delimitadas pelo sistema viário)

sistema de drenagem de águas pluviais – o sistema de drenagem de águas pluviais tem

como objetivo a proteção dos taludes, da cobertura final, do sistema viário e a redução na

geração de chorume (o dimensionamento do sistema de drenagem de águas pluvial

deverá utilizar método adequado para a determinação das vazões do projeto das

canaletas e tubulação)

sistema de drenagem e tratamento de líquidos percolados – o dimensionamento do

sistema de drenagem e tratamento de líquidos percolados segue as seguintes etapas:

determinação da vazão de chorume utilizando o método do balanço das águas

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dimensionamento dos drenos internos e anelares das células, dos poços de captação e

tubulações que escoam o chorume até o tratamento

dimensionamento da estação de tratamento de líquidos considerando a vazão e as

características do chorume, com objetivo de adequar o efluente tratado aos parâmetros da

legislação.

Sistema de Drenagem de Gases – o sistema de drenagem de gases deverá ser

dimensionado em função do volume de gases produzidos no processo de degradação

anaeróbia do lixo. Este sistema deverá ser composto de drenos verticais e horizontais

interligados que tem por objetivo direcionar o fluxo dos gases para queimadores

instalados no topo das células.

c) Planejamento da Ocupação do Aterro Sanitário

Neste item deverá ser efetuado um plano de ocupação do aterro, definindo as etapas de

implantação das células, do sistema viário, sistemas de drenagem de águas pluviais, chorume e

gases.

A concepção do aterro em células possibilita a implantação em etapas proporcionando a

elaboração de um cronograma físico e financeiro compatível com a capacidade do município.

O planejamento da ocupação das células também é definido neste item, dimensionando a largura

da frente de serviço e do pátio de descarga do lixo.

d) Dimensionamento da Vida Útil do Aterro Sanitário

O dimensionamento da vida útil do aterro é obtido através da estimativa da produção de lixo no

município a cada ano e do cálculo do volume útil de cada célula.

Esta vida útil deverá ser de no mínimo, 20 anos, viabilizando assim o investimento na

implantação do aterro sanitário.

9.2 ELABORAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO

O projeto executivo consistirá do detalhamento do projeto básico, com objetivo de possibilitar a

implantação do aterro.

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a) Memorial Descritivo – o memorial descritivo consiste num documento aonde são descritos os

elementos que compõem o projeto e as atividades que deverão ser executadas para a

implantação do projeto.

b) Memorial de Cálculo – neste documento são apresentados os parâmetros adotados e os

procedimentos de cálculo utilizados no dimensionamento das estruturas e sistemas que

compõem o aterro.

c) Especificações Técnicas – neste item são apresentadas as especificações técnicas dos

materiais de construções que serão utilizados na operação do aterro.

e) Plano de Operação – o plano de operação consiste na apresentação dos procedimentos que

deverão ser adotados durante a operação do aterro sanitário. No plano de operação devem ser

destacadas as medidas mitigadoras previstas no Estudo de Impacto Ambiental – EIA quando for

o caso, a ser obrigatoriamente elaborado e os procedimentos de manutenção das estruturas do

aterro.

f) Plano de Monitoramento – o plano de monitoramento consiste na descrição das estruturas e

procedimentos que serão adotados no monitoramento do aterro. O objetivo é estabelecer as

diretrizes gerais e uma sistemática para o desenvolvimento do monitoramento. O monitoramento

do aterro deverá ser dividido da seguinte forma:

Monitoramento de recursos naturais – que visa o acompanhamento da evolução das

condições naturais da área, servindo para avaliar a eficiência das medidas mitigadoras.

Monitoramento do processo de operação – consistirá na avaliação constante dos padrões

de eficiência do tratamento dos resíduos .O Projeto Executivo deverá incluir a elaboração de

plantas da área de cada aterro, mostrando a construção inicial e gradual das células de

disposição de resíduos sólidos e as plantas da terraplanagem final para o encerramento.

Também deverão ser apresentados cortes da área mostrando esses vários estágios da vida do

aterro. As plantas e cortes serão elaborados para diversas finalidades, tais como:

auxiliar a equipe de projeto a elaborar a solução ótima para a construção, operação e

encerramento das instalações de disposição de resíduos sólidos na área de cada aterro;

revisar o método recomendado para as obras na área, através de uma comissão técnica

de acompanhamento;

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instruir o pessoal administrativo e operacional sobre a seqüência da operação de cada

aterro.

Essas plantas e cortes mostrarão as condições da área antes do início das obras, as etapas das

obras, mostrando a seqüência de construção e encerramento das células de resíduos sólidos e

os gradientes finais por ocasião do término e encerramento da área.

g). Plano de Encerramento do Aterro Sanitário

A elaboração dos projetos executivos dos aterros deverá incluir o Projeto do Sistema de

Encerramento do Aterro e a elaboração dos desenhos, especificações técnicas e instruções

contidas em um Manual de Operação, necessários para o encerramento da área. Uma vez que a

área será operada durante um razoável período de tempo, será elaborado um sistema de

encerramento por etapas, semelhante ao programa em etapas para a construção das células de

disposição de resíduos sólidos.

h). Manual de Operação do Aterro Sanitário

Devem incluir uma seção sobre o encerramento do aterro. Esta seção deve descrever o

encerramento por etapas de cada aterro, incluindo informações sobre processos de construção,

especificação de materiais e cronograma previsto para encerramento. Além disso, essa seção

deverá incluir informações sobre a manutenção de partes encerradas da área, incluindo corte

rotineiro da vegetação para evitar o estabelecimento de pequenas árvores que possam danificar

a cobertura final. O Manual de Operação também deverá incluir os requisitos de inspeção e

procedimentos de reparos para manter a integridade da cobertura final do aterro, como o

conserto de áreas atingidas pela erosão e o restabelecimento da vegetação em locais que assim

necessitem.

O Manual de Operação também deverá incluir especificações técnicas dos vários tipos de

materiais necessários para o encerramento do aterro, incluindo os materiais para a cobertura

final, sistema de controle da água de superfície e outros.

Serão exigidas Sondagens tipo SPT e ensaios de permeabilidade do solo, na área onde for se

implantar o empreendimento, após o estudo locacional, que selecione a área conforme as

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restrições legais, os condicionantes ambientais e os condicionantes tecnológicos, de acordo com a

legislação vigente.

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ANEXO-II- PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL REQUERIDO

PARA O ATERRO SANITÁRIO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................... Erro! Indicador não definido. 2. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS SERVIÇOS A SEREM REALIZADOS .............................. 8 2.1. Objeto da contratação ................................................................................................................... 8 2.2. Diretrizes Gerais ............................................................................................................................ 8 2.0 Documentos e legislações a serem consultas .......................................................................................... 18 4.0 Critérios para Pontuação de Proposta Técnica. ....................................................................................... 23 4.2 Julgamento da Proposta Técnica. ............................................................................................................. 25 2.4. Localização .................................................................................... Erro! Indicador não definido. 2.5. Obrigações das Partes ................................................................................................................ 27 2.6. Execução ..................................................................................................................................... 31 I. APRESENTAÇÃO do PCA ............................................................ Erro! Indicador não definido. PARTE 1 - SELEÇÃO DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO ......................................................................... 47

1.2. PROCESSO DE LICENCIAMENTO ............................................................................ 47 1.3. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................... 47

2. SELEÇÃO DA ÁREA PARA O NOVO ATERRO SANITÁRIO .................................................... 47 2.1. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS ............................................... 48 2.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS PROPOSTAS ...................................................... 49

2.2.1. Área Proposta pelo Licitante .............................................................................. 49

2.2.3 Zoneamento Hidrográfico .................................................................................. 50 2.2.4 Zoneamento Ambiental ...................................................................................... 52

2.2.10. Situação Fundiária da Área ................................................................................ 52

2.2.10.1. Situação Fundiária; ............................................................................ 52

2.3.2. Área Destinada para Aterro. .............................................................................. 52 2.3.7. Sensibilidade a Danos ........................................................................................ 52

PARTE 2 - ESTUDOS AMBIENTAIS ESPECÍFICOS a serem realizados ..................................................... 57 1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ......................................................................... 57

1.5.8. Plano de Encerramento do Aterro Controlado existente. ................................... 76 1.5.8.1. Plano de Controle Ambiental do Aterro ............................................ 76

1.5.8.1.1. Levantamentos e Investigações Complementares ............. 76 1.5.8.1.2. Desenvolvimento de Estudos e Projetos Específicos ........ 77

1.5.8.2. Plano de Recuperação Ambiental do Aterro ..................................... 80 1.5.8.2.1. Conformação Topográfica ................................................ 80

1.5.8.2.2. Impermeabilização da Área............................................... 80 1.5.8.2.3. Cobertura Final.................................................................. 81

1.5.8.2.4. Projeto Paisagístico ........................................................... 81 1.5.8.2.5. Técnicas a Serem Adotadas na Recuperação Ambiental do

Aterro ................................................................................ 82 1.5.8.2.6. Técnicas de Recuperação .................................................. 82 1.5.8.2.7. Tratos Culturais ................................................................. 87

1.5.8.4. Recuperação das Caixas de Empréstimo de Solo .............................. 88 1.5.8.4.1. Alternativas de Recuperação das Caixas de Empréstimo . 89

1.5.8.5. Destino Final da Área do Aterro Após Recuperação ........................ 89 2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................... 90

2.1. CONCEPÇÃO DO NOVO Aterro Sanitário .................................................................. 90

2.2. GERAÇÃO DE PERCOLADO (CHORUME) E BIOGÁS ........................................... 91 2.2.1. A Ação Bacteriana ............................................................................................. 91

2.3. CONCEPÇÃO DO ATERRO......................................................................................... 93 2.4. SISTEMA DE FECHAMENTO DE ÁREA (CERCAS E CORTINA VEGETAL) ...... 96

2.5. SISTEMA LOGÍSTICO (INFRA-ESTRUTURA) ......................................................... 96

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2.6. SISTEMAS DE DRENAGEM ....................................................................................... 97 2.7. SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS .................................... 99 2.8. ASPECTOS CONSTRUTIVOS ................................................................................... 107

2.8.1. Sistema de Drenagem Superficial .................................................................... 107

2.8.2. Drenagem Provisória ........................................................................................ 107 2.8.3. Drenagem Definitiva ........................................................................................ 108

2.8.3.1. Canaletas de Berma ......................................................................... 108 2.8.3.2. Descida de Água no Talude em Rachão .......................................... 109 2.8.3.3. Canaleta de Concreto ....................................................................... 110

2.8.3.4. Descida D'água em Degrau, em Concreto Estrutural ...................... 110 2.8.3.5. Dissipação em Rachão ..................................................................... 110

2.8.3.6. Travessia de Bueiros ........................................................................ 110 2.8.3.7. Diques de Controle de Erosão ......................................................... 110 2.8.3.8. Caixa de Passagem de Alvenaria Estrutural .................................... 111 2.8.3.9. Caixa de Bacia de Dissipação .......................................................... 111 2.8.3.10. Proteção Superficial com Grama ..................................................... 111

2.9. SISTEMA DE CONTROLE GEOTÉCNICO .............................................................. 111 2.10. SERVIÇOS AUXILIARES .......................................................................................... 113

2.10.1. Revegetação e Urbanização da Área ................................................................ 113 2.10.2. Sistema de Captação, Coleta e Distribuição e/ou Queima de Biogás .............. 114

2.11. IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES OPERACIONAIS PRELIMINARES ................... 114 2.11.1. Implantação do Aterro...................................................................................... 114

2.11.2. Pátios para Estocagem de Materiais ................................................................. 115 2.11.3. Pátios para Descarga de Resíduos Sólidos ....................................................... 115

2.11.4. Marcação Topográfica da Área de Trabalho .................................................... 115 2.11.5. Desmatamento / Destocamento e Limpeza ...................................................... 115

2.11.6. Estradas de Serviço para Acesso aos Locais de Deposição ............................. 116 2.11.7. Iluminação Noturna .......................................................................................... 116 2.11.8. Execução de Terraplenagem de Conformação da Célula ................................ 116

2.11.9. Execução da Impermeabilização de Base ........................................................ 116 2.11.10. Implantação das Redes de Drenagem (Percolado e Gases) ............. 116 2.11.11. Implantação do Sistema de Tratamento de Efluentes ...................... 116

2.11.12. Plano de Transporte e Estocagem de Material de Cobertura ........... 116 2.12. OPERAÇÃO DO ATERRO ......................................................................................... 117

2.12.1. Metodologia a ser Empregada na Execução dos Serviços Rotineiros de

Terraplenagem.................................................................................................. 117

2.12.1.1. Terraplenagem Necessário para as Atividades de Limpeza do Terreno

......................................................................................................... 117 2.12.1.2. Terraplenagem Necessário para a Execução de Cortes ................... 117

2.12.1.3. Terraplenagem Necessária para Construção do Sistema

Impermeabilizante da Base e das Ombreiras ................................... 119

2.12.1.4. Terraplenagem Necessária para Construção dos Taludes de Célula de

Disposição dos Resíduos ................................................................. 119 2.12.2. Controle de Erosão ........................................................................................... 121

2.12.3. Retenção de Umidade ...................................................................................... 121

2.12.4. Inibição do Crescimento de Ervas Daninhas ................................................... 121

2.12.5. Controle e a Disposição dos Líquidos Percolados nas Unidades de Aterramento

.......................................................................................................................... 122 2.12.6. Controle das Águas Superficiais para Minimizar as Infiltrações e Erosões na

Área .................................................................................................................. 122 2.12.7. Disposição Final dos Resíduos em Épocas Intensamente Chuvosas ............... 122

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2.12.8. Sistemas de Manutenção das Células de Lixo já Encerradas, bem como

Sistemas de Drenagem de Líquidos e de Gases ............................................... 123 2.12.9. Sistema de Avanço do Aterro, com Arranjo Geral das Primeiras Etapas de

Trabalho ........................................................................................................... 123

2.12.10. Registro Diário de todas as Operações Executadas no Aterro ........ 123 2.13. ESTIMATIVA DA VIDA ÚTIL DO NOVO ATERRO SANITÁRIO ....................... 123

2.13.1. Capacidade Volumétrica do Aterro Projetado ................................................. 124 2.13.2. Necessidade Volumétrica para a Disposição de Resíduos por Período Superior a

20 Anos ............................................................................................................ 124

2.13.3. Definição da Tendência de Coleta dos Resíduos Urbanos............................... 124 2.14. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE MANUTENÇÃO GERAL DO ATERRO ............. 125

2.14.1. Estabelecimento de Rotinas de Inspeção ......................................................... 125 2.14.1.1. Manutenção da Cobertura Vegetal Sobre as Células de Lixo ......... 125 2.14.1.2. Sistema de Drenagem do Percolado ................................................ 125

2.14.2. Diretrizes Gerais para a Descrição do Sistema de Manutenção da Drenagem de

Percolados ........................................................................................................ 126

2.14.2.1. Sistema de Tratamento do Percolado .............................................. 126 2.14.3. Diretrizes Gerais da Manutenção do Sistema de Exaustão e Drenagem dos

Gases ................................................................................................................ 127 2.14.4. Sistema de Monitoramento Ambiental............................................................. 127

2.14.4.1. Diretrizes Gerais para a Manutenção do Sistema de Monitoramento

Ambiental ........................................................................................ 127

2.14.5. Sistema de Monitoramento Geotécnico ........................................................... 127 2.15. GERAÇÃO DE EMPREGOS ....................................................................................... 128

2.15.1. Área Técnica .................................................................................................... 128 2.15.2. Área Administrativa ......................................................................................... 131

2.15.5. Área de Controle Ambiental ............................................................................ 132 2.15.6. Mão-de-Obra Total Prevista ............................................................................. 132

2.16. ETAPAS DE CONSTRUÇÃO ..................................................................................... 132

2.16.1. Etapa 1 .............................................................................................................. 132 2.16.2. Etapa 2 .............................................................................................................. 132 2.16.3. Etapa 3 .............................................................................................................. 133

2.16.4. Etapa 4 .............................................................................................................. 133 2.16.5. Etapa 5 .............................................................................................................. 133

2.16.6. Etapa 6 .............................................................................................................. 133 3. ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS ................................................................................ 134

3.1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – 1988 ............... 134

3.2. CÓDIGO FLORESTAL – Lei Federal n.º 4.771/65 ..................................................... 135 3.3. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................................... 135

3.3.1. Legislação Federal ........................................................................................... 135 3.3.3. Normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas .................... 147 3.3.4. Anteprojeto de Lei que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos........ 148

3.4. CRIMES AMBIENTAIS .............................................................................................. 149 3.5. COMPENSAÇÃO PELO DANO OU IMPACTO AMBIENTAL GERADO ............. 151 3.6. POLUIÇÃO DA ÁGUA ............................................................................................... 152

3.7. CONTROLE DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ........................................................ 152 3.7.1. Controle de Ruídos ........................................................................................... 157

3.8. URBANISMO ............................................................................................................... 158 3.8.1. Estatuto da Cidade............................................................................................ 159

3.9. ESPAÇOS LEGALMENTE PROTEGIDOS ............................................................... 162 3.10. POLÍTICAS E GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................... 163

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3.10.1. Sistema Federal de Gestão Ambiental ............................................................. 164 3. 165 3.10.4. Licenciamento Ambiental ................................................................................ 165

3.10.4.1. Competência para Licenciar ............................................................ 170

3.10.4.2. Exigências a Serem Consideradas no Procedimento de Licenciamento

......................................................................................................... 170 3.10.4.3. Responsabilidade sobre a Realização do EIA/RIMA ...................... 171 3.10.4.4. Prazos Impostos ao Órgão Ambiental e ao Empreendedor ............. 171 3.10.4.5. Prazos das Licenças Ambientais – LP, LI e LO .............................. 172

4. POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS ................................................................. 173 4.1. FÓRUM NACIONAL E O PROGRAMA NACIONAL LIXO & CIDADANIA ....... 175

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .................................................................................................... 177 Descrição Geral ............................................................................................................................................. 177 Vegetação ..................................................................................................................................................... 178 Hidrologia: Bacia do Rio Doce....................................................................................................................... 179 Clima tropical de altitude ............................................................................................................................... 180 Estação Meteorológica mais Próxima ........................................................................................................... 180

5.2. QUALIDADE DO AR / POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ............................................. 185 5.2.1. Poluentes Atmosféricos .................................................................................... 185

5.2.3. Qualidade do Ar no Entorno do Aterro Sanitário ............................................ 186 5.3. EMISSÃO DE RUÍDOS ............................................................................................... 186

5.4. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS ............................................................. 186 5.5. ASPECTOS PEDOLÓGICOS ...................................................................................... 188

5.5.5. Discussão dos Resultados ................................................................................ 188

5.7.5. Aspectos Limnológicos – Qualidade das Águas .............................................. 189

5.9. VAGETAÇÃO .............................................................................................................. 190 5.9.1. Metodologia ..................................................................................... 190

5.9.3. Inventário Florestal na Área do Aterro Sanitário ............................................. 191 5.9.3.1. Introdução ........................................................................................ 191 5.9.3.2. Objetivos .......................................................................................... 192

5.9.3.3 Resultados ........................................................................................ 192 5.10. FAUNA ......................................................................................................................... 192

5.15. RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................................. 193 5.15.2. Alternativas de Tratamento e Destinação de Resíduos Domiciliares Especiais

.......................................................................................................................... 194

5.15.2.1. Tratamento e Destinação de Resíduos da Construção Civil ............ 194 5.15.2.2. Tratamento e Destinação de Pilhas e Baterias ................................. 194 5.15.2.3. Tratamento e Destinação Final de Lâmpadas Fluorescentes ........... 194

5.15.3. Alternativas de Tratamento e Destinação de Resíduos de Fontes Especiais ... 195 5.15.3.1. Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Industriais ..... 195

6. PROGNÓSTICOs, ANÁLISE DE IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS ........................... 196 6.1. ROTEIRO METODOLÓGICO .................................................................................... 196 6.2. MATRIZ DE IMPACTOS E QUADROS-SÍNTESE ................................................... 197 6.3. ANÁLISE DOS IMPACTOS E DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS .... 200

6.3.1. Aspectos Climáticos ......................................................................................... 200 6.3.2. Poluição Atmosférica ....................................................................................... 201

6.3.2.1. Efeitos da Poluição Atmosférica ..................................................... 201 6.3.2.2. Controle da Poluição Atmosférica ................................................... 202

6.3.3. Poluição Sonora ............................................................................................... 203 6.3.4. Impactos Potenciais com relação aos Aspectos Geológico-Geotécnicos ........ 203 6.3.5. Impactos Potenciais com relação aos Aspectos Pedológicos ........................... 204 6.3.6. Impactos Potenciais com Relação ao Meio Biótico ......................................... 205

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6.3.7. Poluentes Gerados na Operação de Aterros Sanitários .................................... 206 6.3.8 Riscos Ambientais ............................................................................................ 209

7. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL ...................................................................................... 211 7.1. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO ................................... 211

7.1.1. Subprograma Controle Ambiental do Aterro Sanitário ................................... 212 7.1.2 Subprograma Qualidade Ambiental ................................................................. 217

7.2. PROGRAMA DE CONTROLE DE EROSÃO ............................................................ 218 7.3. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E

RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA ........................................................................... 219 7.4. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL . 220

8. CONCLUSÕES E SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES .......................................................... 222 8.1. ASPECTOS GERENCIAIS .......................................................................................... 222

8.2. ASPECTOS TÉCNICOS .............................................................................................. 223 8.2.1. Tratamento Prévio da Fundação....................................................................... 223 8.2.2. Impermeabilização de Fundação ...................................................................... 224 8.2.3. Drenagem de Percolados e Gases .................................................................... 225

8.2.3.1. Drenagem de Percolados ................................................................. 225 8.2.3.2. Drenagem de Gases ......................................................................... 226

8.2.4. Lançamento, Espalhamento e Compactação .................................................... 227 8.2.5. Cobrimento Diário dos Resíduos Dispostos .................................................... 228

8.2.6. Revestimento Final .......................................................................................... 229 8.2.7. Drenagem Superficial....................................................................................... 229

8.2.7.1. Drenagem Provisória ....................................................................... 229

8.2.7.2. Drenagem Definitiva ....................................................................... 230

8.2.8. Tratamento de Percolados ................................................................................ 230 8.3. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS .......................................................................... 231

9. CONCLUSÃO FINAL ................................................................................................................. 233 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 234

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LISTA DE TABELAS Tabela 1.5.8.2.6.1. - Relação de Espécies Vegetais Nativas do Cerrado ...................................................... 85 Tabela 2.2.1.1. - Principais Microorganismos Responsáveis pela Fermentação das Matérias Orgânicas .... 93 Tabela 2.13.3.1. - Quantidades Estimadas a Serem Destinadas ao Aterro daCIGEDAS ............................ 124 Tabela 2.15.1.1. - Mão-de-Obra Técnica ...................................................................................................... 128 Tabela 2.15.2.1. - Mão de Obra Administrativa ............................................................................................ 132 Tabela 5.15.1.1. - Composição Gravimétrica do Lixo Coletado em Brazlândia Erro! Indicador não definido.

LISTA DE FIGURAS Figura 2.1.1. - Elementos Básicos de um Aterro Sanitário ............................................................................. 91 Figura 2.6.1. - Elementos Constituintes da Impermeabilização da Base do Aterro Sanitário ........................ 99 Foto 2.7.1. - Dreno de biogás em operação no aterro sanitário da Rodovia dos Bandeirantes em São Paulo,

observando-se o envoltório de britas e a tela protetora ................................................ 101 Figura 2.7.2. - Croqui de um Dreno de Gás e de Chorume .......................................................................... 102 Figura 2.7.3. - Escavação do Dreno de Chorume ......................................................................................... 103 Foto 2.8.3.2.1. - Canaleta trapezoidal em gabião e rachão .......................................................................... 109 Foto 2.9.1. - Lagoa de acumulação de chorume e vertedor triangular de medição de vazão ...................... 113 Figura 2.15.1.2. - Poço de Monitoramento .................................................................................................... 129 Figura 2.15.1.3. - Piezômetros ...................................................................................................................... 130 Figura 2.15.1.4. - Marco Superficial .............................................................................................................. 131

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PCA- Plano de Controle Ambiental O PCA aqui apresentado faz parte do Termos de Referência. A realização do PCA para esse empreendimento decorre da necessidade de atendimento às exigências da legislação ambiental, especialmente a Resolução CONAMA 001/86, que exige a realização de estudos ambientais para projetos de aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos sólidos tóxicos ou perigosos e do Art. 3º da Resolução CONAMA 005/88, que exige o licenciamento ambiental para sistemas de limpeza pública. Os estudos ambientais apresentados para o Aterro Sanitário do Consórcio CIGEDAS estão organizados em três volumes, a saber:

Volume I – Plano de Controle Ambiental exigido para o Aterro a Ser Implantado

Volume II - Relatório de Impacto Ambiental – RIMA;

Volume III - Anexos O presente relatório (Volume I PCA) está dividido em duas partes. Na PARTE 1 estão sendo apresentados os esclarecimentos a respeito do processo de seleção da área para implantação do aterro sanitário do CIGEDAS, enfocando a área proposta a ser definida da seguinte forma:

Caracterização do Empreendimento, com informações sobre o empreendedor, o processo de licenciamento e a localização do empreendimento.

Seleção da Área para o Novo Aterro Sanitário, com informações sobre os critérios para seleção de alternativas, as alternativas locacionais propostas, a análise comparativa entre estas alternativas e a sensibilidade a danos de cada uma das alternativas.

Na PARTE 2 estão sendo apresentados os estudos ambientais específicos requeridos para a Área em epigrafe, com a seguinte itemização:

Caracterização do Empreendedor e do Empreendimento, com a descrição dos objetivos e das justificativas, da sua localização, do histórico da concepção do projeto, da situação fundiária, etapas de implantação e dos instrumentos jurídicos para sua regularização;

Análise e discussão dos Aspectos Legais e Institucionais que interferem diretamente na concepção, construção e operação do empreendimento;

Descrição das Unidades de Conservação que ocorrem na área de influência;

Análise dos Planos e Programas Governamentais Co-localizados, que de alguma forma têm relação com a implantação do empreendimento;

Diagnóstico Ambiental atualizado dos ambientes físico, biótico e sócio-econômico das áreas de influência direta e indireta do Empreendimento, com ênfase para os aspectos geotécnicos locais, através de levantamentos de dados primários e secundários e de campanhas de campo, complementadas por serviços de escritório;

Prognóstico das Alterações Ambientais sobre a Área de Estudo e sua região de entorno;

Análise dos Impactos Ambientais do Projeto e de suas Alternativas;

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Definição de Medidas Mitigadoras a partir da avaliação dos impactos e da correlação dos dados obtidos nas fases anteriores e hierarquizados segundo sua natureza, intensidade, grau de reversibilidade e outros atributos;

Análise e discussão das alternativas ao uso e ocupação propostos;

Elaboração de Programas Ambientais, incluindo custos, com ênfase aos programas de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais; e

Conclusões e Recomendações.

PARTE 1 - SELEÇÃO DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO .

1.2. PROCESSO DE LICENCIAMENTO O Órgão Ambiental Licenciador é a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, através da SUPRAM de Varginha.

1.3. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Apresentar Localização Geográfica do aterro.

2. SELEÇÃO DA ÁREA PARA O NOVO ATERRO SANITÁRIO Os municípios consorciados ao CIGEDAS gerão atualmente juntos cerca de 265,23 t/dia de resíduos domiciliares, as quais são processadas em unidades de compostagem e ou destinadas a um Aterro Controlado de cada Cidade consórciada. Tendo em vista a futura desativação dos Aterros devido ao esgotamento de sua capacidade, as Prefeituras Municipais juntamente com o CIGEDAS vem desenvolvendo estudos visando selecionar novas áreas de disposição de rejeitos, bem como para ampliar a capacidade de reciclagem e compostagem dos resíduos coletados. Estes estudos vêm sendo desenvolvidos considerando a premissa de que a longo prazo o modelo de gerenciamento de resíduos a ser adotado considere a coleta seletiva de todas as cidades, através do sistema de coleta do tipo “Secos e Úmidos”, prevendo que a Parcela de Resíduos Úmidos seja processada em Usinas de Compostagem e a parcela de Resíduos Secos encaminhadas a Centrais de Reciclagem. Dentro desta ótica, os estudos estão sendo conduzidos de forma que o sistremna seja reestrutura e reequipado de forma que a Usina de Compostagem do município volte a funcionar e com capacidade ampliada, adicionalmente. Enquanto o cenário proposto nos dois parágrafos anteriores não se concretiza, é válido apresentar uma alternativa tecnológica que possa ser implementada no aterro sanitário de modo a minimizar os impactos gerados na disposição do grande quantitativo desses resíduos. A melhor alternativa seria a instalação de um único aterro Sanita’rio que possa receber os resíduos sólidos de todos os municípios

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Os resíduos provindos da coleta tradicional irão passar por um processo de triagem dentro da usina onde serão separadas as frações orgânica, reciclável e rejeitos. Normalmente a triagem é feita em uma esteira de catação por funcionários da usina.

2.1. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS A seleção de áreas alternativas para implantação de Aterros Sanitários Classe II, definidos pela ABNT – NBR 13.896, “Aterros de Resíduos Não Perigosos” – Critérios para Projeto, Implantação e Operação – Procedimento, ocorreu em duas etapas preliminares:

Aplicação de critérios eliminatórios, embasado principalmente nas restrições impostas pela legislação ambiental (Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação de Uso Indireto) e análise de previsão de uso no PDOT;

Aplicação de critérios seletivos nas áreas identificadas como favoráveis, tendo como resultado áreas selecionadas segundo os aspectos ambientais, técnicos e econômicos.

a) Aspectos Ambientais: Identificação de áreas de pequena interferência com a vizinhança, procurando escolher áreas de baixa densidade populacional, para se evitar que haja uma grande mobilização de pessoas contrárias à idéia de ter nas suas proximidades uma atividade, que potencialmente tem tradição de gerar transtornos como, barulho, mau cheiro, atração de aves e de vetores prejudiciais à saúde pública; Procurar áreas que de alguma forma já apresentem alguma degradação por atividades diversas, como a de exploração minerária, áreas próximas de usinas de tratamento de esgoto urbano, etc; Identificação de regiões de baixa potencialidade de contaminação do lençol freático e/ou de mananciais; Evitar que as áreas se situem próximas a Áreas de Proteção Ambiental e Áreas de Proteção de Mananciais; Envolver áreas de fácil monitoramento ambiental; Identificação de áreas confinadas por condições naturais, como por exemplo anfiteatros naturais, ou áreas confinadas por reflorestamentos, de modo a se obter um baixo impacto visual pelas atividades de operação do aterro; e Seleção de áreas que após o encerramento e inertização do aterro possam ser facilmente reintegradas à região como áreas de paisagismo e/ou de recreação. b) Aspectos Técnicos Na escolha de áreas para a implantação dos aterros, os principais aspectos técnicos a serem considerados destacam-se: Apresentar topografia pouco acidentada ou em forma de anfiteatros pronunciados para facilitar as atividades de implantação e operacionais; Apresentar condições hidrogeológicas que dificultem potenciais contaminações por eventuais acidentes que porventura venham a ocorrer durante a operação;

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Apresentar solos de fundação com propriedades de deformação e de resistência ao cisalhamento que não condicionem a estabilidade estrutural do aterro; Ter facilidade de obtenção de materiais naturais de construção nas proximidades do aterro, especialmente de solos argilosos apropriados para a execução de coberturas diárias e definitivas das células de resíduos; Ser uma região de baixa precipitação pluviométrica de modo a se minimizar a geração de percolados; Apresentar direções predominantes de ventos que conduza os odores inerentes a operação para direções contrárias a de aglomerações urbanas locais; Estar fora de cones de aproximação de aeródromos e aeroportos, para evitar possíveis acidentes como aviões devido a inevitável atração de aves pela operação do aterro; e Apresente uma demanda relativamente uniforme ao longo do ano de modo a se otimizar uma frota de equipamentos construtivos e operacionais, evitando ociosidades desnecessárias; c) Aspectos Econômicos Do ponto de vista econômico devem ser considerados os seguintes aspectos básicos: Situar-se em locais de fácil acesso e à distância de transporte reduzidas e de logística favorável; A área estar preferencialmente integrada a outras unidades de gerenciamento de resíduos sólidos como por exemplo, centros de triagem de reciclados, unidades de compostagem, tratamento de resíduos de serviços de saúde, etc; e Estar estrategicamente localizado de forma a facilitar a potencial agregação de outros municípios vizinhos em consórcios intermunicipais. É importante destacar que nem sempre é possível atender a todos os pontos abordados nos itens a, b e c, visto que muitas vezes eles são mutuamente excludentes.

2.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS PROPOSTAS A ser definido após a licitação. .

2.2.1. ÁREA PROPOSTA PELO LICITANTE A ser definido após a licitação. . Aspectos Geológico-geotécnicos Quanto aos aspectos hidrogeológicos, a área deve apresentar características favoráveis – no entanto o parecer final será dado através da do estudo de solos que será posteriormente estudado através de execução de sondagem. Da mesma forma, as características devem ser propícias à fundação do aterro quanto à deformabilidade dos solos saprolíticos ali presentes, havendo, entretanto, necessidade de

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importação de solo para confecção das camadas basais (liner e de proteção), bem como para as coberturas diária e de proteção final, o que deverá acarretar custos com o transporte de solo e com a posterior recuperação da área-fonte. Outro sim serão necessários o emprego de movimento de terra. Aspectos da Vegetação Do ponto de vista do meio biótico, o ideal seria uma área apresentando-se quase totalmente degradada, coberta por rala vegetação secundária arbustiva . Por outro lado, o excelente estado de preservação da vegetação nas rampas escarpadas desse tabuleiro recomenda cuidados especiais na implantação do aterro para o afastamento das águas pluviais drenadas, dessas encostas íngremes, bem como da preservação da mata ciliar. A cobertura vegetal nesta área é constituída de Cerrado e Campo Sujo, sendo esta última, ocorrendo principalmente nas proximidades das bordas dessa área, que está situada no bordo da estrada e que atualmente a área serve de pastagem.

2.2.3 ZONEAMENTO HIDROGRÁFICO A ser definido após a licitação. .

ZONEAMENTO HIDROGRÁFICO DO EMPREENDIMENTO A ser definido após a licitação

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2.2.4 ZONEAMENTO AMBIENTAL A ser definido após a licitação.

2.2.10. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DA ÁREA

2.2.10.1. Situação Fundiária; A ser definido após a licitação.

2.3.2. ÁREA DESTINADA PARA ATERRO. A área deve apresentar-se, relativamente plana e não se vislumbram problemas de condicionamentos geotécnicos de fundação para o futuro aterro, nem quanto a disponibilidade de obtenção de solos favoráveis para a execução de camadas de impermeabilização da fundação e para as camadas de cobertura diária. Sendo que para estudo do solo sera feito sondagem para conhecimento do subsolo. Á área deve possuir pontos favoráveis para a implantação de Aterro de Rejeitos nesta área destacam-se:

Não haverá problemas de acesso à área para o transporte dos rejeitos.

A área preferencialmente não deve possui cobrimento vegetal de grande porte, inclusive não possuindo espécies nativas protegidas por Lei.

Deve haver disponibilidade de solos para a execução das camadas de impermeabilização da fundação e para a cobertura diária das células de resíduos, desde que se faça o loteamento da área do aterro, a fim de não ser necessário promover uma grande degradação do entorno do aterro para a obtenção desses solos.

2.3.7. SENSIBILIDADE A DANOS No sentido de hierarquizar ambientalmente as alternativas locacionais propostas para a implantação do Aterro Sanitário, foram inicialmente selecionados os principais parâmetros que pudessem interferir na qualidade ambiental da região, confrontados com a implantação do Aterro e atribuída uma pontuação conforme a característica de cada parâmetro, conforme metodologia adaptada de Mcbean et alii, em “Solid Waste Lanregião de cerradoill Engineering and Design”, para comparação e avaliação de áreas potenciais para implantação da Aterros Sanitários. Assim, foram selecionados os seguintes parâmetros: 1. VENTOS (Gases, odores, particulados, fumaça, etc)

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Direção desfavorável 0 – 1

Direção indiferente 2 – 3

Direção favorável 4 – 5

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2. RUÍDO (Proximidade com Centros Urbanos)

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Próximo (< 1.000 m) 0 – 1

Médio (1.000 – 2.000 m) 2 – 3

Longe (> 2.000 m) 4 – 5

3. SOLOS DA FUNDAÇÃO (Deformabilidade)

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Solos altamente deformáveis 0 - 1

Solos medianamente deformáveis 2 - 3

Solos indeformáveis 4 - 5

4. PERMEABILIDADE DOS SOLOS DA FUNDAÇÃO

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Alta (>10-3

cm.seg) 0 - 1

Média (10-3

- 10-5

cm.seg) 2 - 3

Baixa (<10-5

cm.seg) 4 - 5

5. RELEVO

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Encostas Naturais 0 - 1

Plano 2 - 3

Anfiteatros Naturais 4 - 5

6. PROFUNDIDADE DO LENÇOL FREÁTICO

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Pequena (0 – 2 m) 0 - 1

Média (2 – 5 m) 2 - 3

Grande (acima de 5 m) 4 - 5

7. RESISTÊNCIA DOS MORADORES / RELAÇÕES DE VIZINHANÇA

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Grande 0 - 1

Média 2 - 3

Pequena 4 - 5

8. PROXIMIDADE COM CENTROS URBANOS

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Grande (< 500 m) 0 - 1

Média (500 – 2.000 m) 2 - 3

Pequena (> 2000 m) 4 - 5

9. IMPACTO VISUAL

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CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Alto 0 - 1

Médio 2 - 3

Baixo 4 - 5

10. PROXIMIDADE COM APPs (Nascentes, Matas de galeria, Encostas, etc)

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Próximo (< 50 m) 0 - 1

Médio (50 - 500 m) 2 - 3

Longe (> 500 m) 4 - 5

11. INTERFERÊNCIAS COM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – U.C.

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

No Interior da U.C. 0 - 1

No raio de 10 km da U.C. 2 - 3

Fora do raio de 10 km da U.C. 4 - 5

12. PROXIMIDADE DA FONTE GERADORA DE LIXO (Usina ou Transbordo)

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Afastada (> 30 km) 0 - 1

Média (10 – 30 km) 2 - 3

Próxima (< 10 km) 4 - 5

13. PROXIMIDADE DA JAZIDA DE MATERIAL DE COBERTURA

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Afastada (> 5 km) 0 - 1

Média ( 500 m - 5 km) 2 - 3

Próxima < 500 m) 4 - 5

14. FACILIDADE DE ACESSO – MALHA VIÁRIA

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Necessidade de construção de vias 0 - 1

Necessidade de adequação de vias 2 - 3

Vias adequadas 4 - 5

15. PROXIMIDADE DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Afastada (> 10 km) 0 - 1

Média ( 2 - 5 km) 2 - 3

Próxima < 2 km) 4 - 5

16. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

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CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Áreas Privadas 0 - 1

Áreas Desapropriadas em Comum 2 - 3

Áreas Públicas 4 - 5

17. COBERTURA VEGETAL – ALTERAÇÃO DA ÁREA

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Áreas com Vegetação Primitiva 0 - 1

Áreas Cultivadas 2 - 3

Áreas desmatadas/alteradas 4 - 5

18. VIDA ÚTIL DO ATERRO

CARACTERÍSTICAS PONTUAÇÃO

Menor que 5 anos 0 - 1

Entre 5 e 15 anos 2 - 3

Maior que 15 anos 4 - 5

Obs: A vida útil para aterro de sanitário foi considerada para um perildo de 20 anos + 5 amortização anos imposta pelas dimensões da área escolhida para implantação do aterro sanitário. Em seguida à determinação dos parâmetros, deve-lhes ser atribuída uma ponderação, em função da relevância de cada um, como segue:

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PONDERAÇÃO DOS PARÂMETROS

VENTOS RUÍDO SOLOS DA FUNDAÇÃO

PERMEABILIDADE FUNDAÇÃO

RELEVO PROFUNDIDADE

DO LENÇOL FREÁTICO

RELAÇÕES DE

VIZINHANÇA

PROXIMIDADE CENTROS URBANOS

IMPACTO VISUAL

PROXIMIDADE COM APPs

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

PROXIMIDADE FONTE

GERADORA DE LIXO

PROXIMIDADE SOLOS DE

COBERTURA

FACILIDADE DE

ACESSO

PROXIMIDADE ESTAÇÃO

TRATAMENTO ESGOTO

SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

COBERTURA VEGETAL

VIDA ÚTIL DO ATERRO

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Pela análise dos resultados obtidos poderá se concluir:

Que o local deve apresentar baixos impactos; é ser promissora, tanto em termos técnicos, como locacionais e ambientais. Essa recomendação é reforçada pelo fato do local der de fácil acesso.

PARTE 2 - ESTUDOS AMBIENTAIS ESPECÍFICOS A SEREM REALIZADOS

1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O empreendimento a ser caracterizado corresponde ao Aterro Sanitário do CIGEDAS , cujo local definido para a sua implantação deverá ser especificado após a Licitação

Parte I - Memorial Descritivo

1.1.1. População de Projeto

Os dados populacionais obtidos no site do IBGE foram aproximados pela equação:

Pop(n) = Pop (i) * TC (n-i)

em que Pop(n) e Pop (i) são as populações nos anos n e i, e TC é a taxa de crescimento. Com os dados dos anos de 1991 e 2009 e a equação acima, obteve-se uma taxa média

de crescimento populacional, com a qual se fez a projeção do da população urbana dos municípios nos próximos 20 anos.

1.1.2. Produção e Volume de RSU

A produção de resíduos atual e durante a vida útil do aterro foi feita de acordo com a expressão:

Produção futura = {(1 + D) x [A x (1 + E)] x [B x (1 + C)]}

onde

A – produção por habitante

B – população atual do município

C – taxa de crescimento populacional

D – taxa de incremento futuro de serviço de limpeza pública E – taxa de incremento da geração por habitante.

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Conhecendo-se o peso dos resíduos, o volume correspondente foi calculado a partir do seu peso

específico. Ao volume ocupado pelos resíduos acrescentou-se um volume de recobrimento de terra

(cobertura diária e cobertura final) estimado como correspondendo a 25% do volume de resíduos.

1.1.3. Concepção e Justificativa do Projeto

O aterro sanitário será do tipo em rampa decomposto em duas etapas, uma, do lado direito da

entrada com cinco plataformas (ou bancos), e, a outra, do lado esquerdo, composta de três

plataformas. Em ambos os lados, antes da construção da primeira plataforma, devem ser

construídas bermas de apoio. As bermas e as plataformas deverão ser executadas de acordo com

os Desenhos apresentados. A base de cada plataforma terá declividade de 0,5% para permitir a

drenagem dos líquidos percolados. Os taludes em solo serão de 1(H):2(V), enquanto que os taludes

dos resíduos serão de 3(H):1(V). No solo natural da base de cada plataforma serão construídas

camadas de impermeabilização, canaletas de drenagem e drenos de gás de acordo com os

respectivos desenhos. Os líquidos recolhidos por estes sistemas de drenagem serão

encaminhados para um sistema de tratamento composto por uma lagoa anaeróbia e uma lagoa

facultativa, construídas de acordo com o desenho específico apresentado.

1.2. Descrição dos Elementos de Projeto

1.2.1. Sistema de Drenagem Superficial

O dimensionamento da rede de drenagem das águas pluviais implica no conhecimento prévio

da vazão contribuinte (Q em m3/s). Em áreas de drenagem inferiores a 0,5 Km2, esta vazão

pode ser calculada pelo método racional, através da seguinte expressão:

Q = C * i * A

em que,

C – coeficiente de escoamento superficial

A – área da bacia contribuinte

i – intensidade da chuva crítica que varia de local para local (m/s)

A intensidade de chuva da chuva crítica pode ser calculada pela seguinte:

i = K Tra/(tc + b)

c

na qual,

K, a, b e c são constantes que dependem dos dados de chuvas disponíveis e são

próprias das localidades para as quais se pretende estabelecer a equação;

Tr – período de retorno; e,

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tc – tempo de concentração.

O tempo de concentração será calculado pela equação de Giandotti:

tc (horas) = (4 A1/2

+ 1.5 L)/0.8 H1/2

na qual,

A – área da bacia em km2;

L – comprimento horizontal desde a saída até o ponto mais afastado da bacia em

quilômetros;

H – diferença de cotas entre a saída e o ponto mais afastado da bacia em metros.

Segundo o Manual de Drenagem Urbana (CETESB), pode-se adotar os seguintes valores

para o coeficiente de escoamento superficial (C):

Pequenas declividades (I<2%) – C=0,15 a 0,20

Médias declividades (2<I<7%) – C=0,20 a 0,25

Fortes declividades (I>7%) – C=0,25 a 0,30

O sistema de drenagem superficial é composto de canaletas, caixas de passagem e

tubulações enterradas. O sistema drena as águas pluviais coletadas até um pequeno córrego a

cerca de 200 metros do local do aterro.

Determinadas as vazões que cada elemento de drenagem, usou-se a fórmula de Manning

para dimensioná-los:

D = 2,0079 x [n x Q / S1/2

] 3/8

Onde,

n é o coeficiente de Manning (igual a 0,013 para tubulações de concreto), e

S é a declividade, adotada igual a 0,5%

.2.2. Sistema de Drenagem e Tratamento de Percolados

1.2.2.1. Sistema de Drenagem

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A quantidade de percolado depende fundamentalmente de fatores como:

precipitação, temperatura e radiação solar na área de aterro, escoamento superficial,

umidade, compactação e capacidade dos resíduos e do solo de cobertura de reter

umidade, etc.

Em situações mais simples como a do presente projeto, a vazão de percolado (Q)

pode ser calculada através do Método Suíço que supõe:

Q (m3/dia) = C x P x A / 365

Onde,

P = precipitação anual em metros,

A = área do aterro em metros quadrado,

C = coeficiente de percolação. Depende de muitos fatores, entre os quais a compactação

(peso específico) dos resíduos ou seja, RSU, menor será o coeficiente de percolação. (Tabela 4).

Tabela 1: Coeficiente de percolação

γ (kN/m3) C

4 a 7 0.5 a 0.25

7 ou maior 0.25 a 0.15

Os drenos são construídos escavando-se pequenas valas na camada de impermeabilização

dentro das quais se coloca um tubo-dreno flexível, corrugado e perfurado, fabricado em

polietileno de alta densidade, preenchendo-se o restante da vala com brita 2 ou 3. Os

demais drenos, secundários e de pé, deverão ter o mesmo tipo de tubo, protegido, da mesma

forma, com o preenchimento da vala com brita (2 ou 3) (Desenhos 7, 10 e 13).

O espaçamento dos drenos secundários foi calculado segundo a expressão:

k L = 2 h

R

em que, h é a altura de percolado acumulada acima da camada de impermeabilização, k é o

coeficiente de permeabilidade dos resíduos (estimado igual a 10-3

cm/s), e, R é a infiltração.

1.2.2.2. Sistema de Tratamento

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Os percolados coletados em cada uma das plataformas pelo sistema de

drenagem são lançados em um sistema de tratamento do tipo australiano, composto

de uma lagoa anaeróbia e uma lagoa facultativa

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No cálculo da lagoa anaeróbia supôs-se, segundo recomendação da FEAM, uma

carga de DBO afluente igual a 3000 gDBO/dia e uma taxa de aplicação volumétrica de

250 gDBO/m3.dia.

Para o cálculo da lagoa aeróbia supôs-se que a remoção de DBO da lagoa

anaeróbia é de 50%.

As dimensões da lagoa facultativa foram calculadas usando-se uma taxa de

aplicação superficial de 250 kgDBO/ha dia, de acordo com o que tem sido

recomendado pela FEAM.

O cálculo da eficiência do sistema de tratamento depende do modelo de fluxo adotado. No

caso, usou-se o modelo de mistura completa, no qual, a eficiência depende muito da taxa de

remoção de DBO. Este parâmetro, para esgotos domésticos, varia entre 0,30 e 0,35 d-1

. Como

se trata de percolado de aterro sanitário e UTC, arbitramos um valor de 0,25 de remoção diária

de DBO.

1.2.3. Impermeabilização Inferior

No solo natural da base de cada uma das quatro plataformas será feita uma camada de

impermeabilização. Esta camada impermeabilizante será construída com o próprio solo argiloso

escavado do local que, após a remoção, é compactado no mesmo local.

A espessura desta camada de impermeabilização foi determinada a partir do seguinte

procedimento.

Pela lei de Darcy tem-se que a velocidade do percolado ao atravessar a camada de

impermeabilização (v) é igual ao produto do coeficiente de permeabilidade do solo da camada

(k) com o gradiente entre o seu topo e a sua base (i). Logo:

v = k .i

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Permitindo-se que o percolado acumule, no máximo, H (m) acima do topo da

camada e que a base da camada esteja sujeita à pressão atmosférica, o gradiente

entre o topo e a base da camada é:

i = (h + H)/h

Em que h, em metros, é a espessura da camada que se deseja calcular.

Multiplicando-se ambos os lados da lei de Darcy pelo tempo t que o

percolado leva para atravessar a camada de impermeabilização e substituindo a expressão do

gradiente nesta equação obtém-se:

h2

– k t h – k H t = 0

A raiz positiva desta equação do segundo grau fornece a espessura da camada de

impermeabilização.

A camada de impermeabilização deverá ser construída com o solo argiloso compactado com

energia equivalente à do Proctor Normal, grau de compactação de 95% e umidade

preferencialmente cerca de 2% acima da ótima (20%).

Estima-se que demorará 15 anos para a camada de impermeabilização seja

atravessada, supondo-se 0,5 m de percolado acumulado no seu topo, considerando-se o

coeficiente de permeabilidade do solo natural.

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PARTE II – Memoriais de Cálculo

2. Aterro Sanitário

2.1. Vida Útil do Aterro

2.2. População

A Tabela 1 apresenta os dados populacionais do CIGEDAS nos anos de

1991, 1996, 2000 e 2010.

Tabela 1- População dos Municípios

Ano População Dados

Como pode ser visto na Tabela 1, entre os anos de 1991 e 2010 houve um

decrescimento populacional no município conforme apresentado na Figura 1. Em vista

disso, projetou-se a população urbana do município nos próximos 12

anos supondo-se uma taxa de variação populacional nula.

Figura 1 – Variação populacional do CIGEDAS

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2.3. Produção de RSU

A Tabela 2 apresenta o cálculo da produção de resíduos prevista para os

próximos 20 anos. Assumiu-se que haverá um crescimento de geração de

resíduos por habitante de 0,5% ao ano e que, atualmente, a coleta atinge 90%

população, mas atingirá toda população em 20 anos. Além disso, adotou-se o

valor de 7 kN/m3 para o peso específico dos resíduos adequadamente

compactados quando dispostos no aterro sanitário. Este valor tem sido habitualmente

utilizado, apesar de variar com a compactação, composição,

umidade, idade, etc. dos resíduos.

Observa-se na Tabela 2 que para receber todos os RSU durante 12 anos o aterro

sanitário teria que armazenar cerca de 1.970.663,616 tone ladas de RSU.

Tabela 2:Previsão da Produção de Lixo nos próximos 20 Anos

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PRODUÇÃO DE

LIXO AO LONGO

DOS ANOS

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Interessado Prefeitura

Município

População inicial hab

Taxa de ger/hab inicial 0.60 kg/hab/dia

Crescimento pop/ano 0.00 %/ano

Crescimento ger/hab/ano 0.50 %/hab/ano

População inicialmente atendida 90 %

Vida útil do aterro 20 anos

Crescimento da coleta/ano 0.88 %/ano

Peso específico do lixo 7 kN/m 3

Ano População ge r/hab/dia (k g) Lixo/dia (ton) Lixo/ano (ton) Volum e (m 3) Volum e Ac (m 3) % da Cole ta

2012

2013

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2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

Total Volume total lixo+recobrimento

Para a construção da berma, para o recobrimento diário e para a cobertura final,

será necessário um volume de solo correspondente a aproximadamente:

O volume de solo escavado nas diversas plataformas é aproximadamente igual a

xxxxxxx . Portanto, apesar de ser um volume pequeno, será necessário encontrar

áreas de empréstimo de solo para a operação do aterro.

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2.4. Descrição dos Elementos de Projeto

2.4.1. Sistema de Drenagem Superficial

O cálculo dos drenos do aterro sanitário foi feito considerando um

coeficiente de escoamento superficial (C) igual a 0.3. A intensidade crítica da

chuva foi calculada com um período de retorno igual à vida útil do aterro, 20

anos. Além disso, para os dados climatológicos considerou-se o município de

Senhora dos Remédios obtendo-se, K = 9920,044, a = 0,197, b = 46,664 e c =

1,147 e para o cálculo da intensidade máxima da precipitação (Pinto, 1995). O

dimensionamento das canaletas foi feito de acordo com as áreas e

declividades correspondentes a cada uma delas.

Em vista disso, adotar-se-á para drenagem das águas pluviais:

- uma canaleta principal de descida com seção transversal semi-circular

(tipo meia-cana) de 40cm no topo da ultima plataforma;

- canaletas provisórias, também com seção quadrada de 30cm de aresta, para

proteger as plataformas enquanto elas estiverem sendo preenchidas. Estas

canaletas desaparecerão quando for construída a camada de impermeabilização da

plataforma subsequente;

- Canaletas de pé de talude, com seção transversal tipo meia-cana de concreto, com

diâmetro de 30 cm, que servirão para drenar as águas pluviais que escorrerão pelos

taludes de resíduos após o encerramento.

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2.4.2. Sistema de Drenagem e Tratamento de Percolado

2.4.2.1. Sistema de Drenagem

Foram projetados dois sistemas de tratamento dos percolados, um para as

cinco plataformas da primeira etapa, lado direito da entrada, e, o outro, para as

três plataformas do lado esquerdo.

Segundo informação obtida no site da Agência Nacional de Águas, a precipitação

anual média no município de Viçosa (estação meteorológica mais próxima) é de 1222

mm/ano.

A vazão de percolado a ser drenada e tratada foi calculada considerando a esta

precipitação anual, (P) de 1222 mm, o coeficiente de percolação C igual a

0,30 e a área do aterro (A). Do lado direito esta área é igual a 21230 m2

e, do

lado esquerdo, é igual a 10500 m2.

Sendo assim, obtêm-se para a situação mais crítica quando todas as plataformas

estiverem prontas:

No lado direito: Q = 0,3 x 1,222 x 21230/365 = 21,32 m3/dia =21320 l/dia

E,

No lado esquerdo: Q = 0,3 x 1,222 x 10500/365 = 10,55 m3/dia =10550 l/dia

Supondo que os drenos principais de cada plataforma drenem esta vazão, eles

deverão ter, de acordo com a fórmula de Manning:

D = 0,045m = 4,5 cm de diâmetro e 3,5 cm

Por segurança, optou-se por aumentar o diâmetro dessas tubulações. Portanto, no

dreno principal da primeira plataforma será usado um tubo-dreno flexível, corrugado e

perfurado fabricado em polietileno de alta densidade, de 3 polegadas de diâmetro e, nos

drenos principais das demais plataformas e em todos os drenos secundários de todas

as plataformas será usado o mesmo tipo de dreno, mas com 2 polegadas de diâmetro.

Estes drenos deverão ser embutidos em valas de 20 por 20 cm escavadas

na camada de

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impermeabilização dentro das quais se coloca o tubo-dreno e se preenche o

restante da vala com brita (2 ou 3).

O espaçamento entre os drenos secundários foi calculado usando-se h

igual a 0,3 m; k igual a 10-3 cm/s; e, R é a infiltração (0,3x1222=367 mm/ano).

Desta forma o espaçamento L é igual a 17 m.

Tabela 3:Cálculo do espaçamento entre os drenos

ESPAÇAMENTO ENTRE DRENOS

D = 2*hmax*(k/p)^1/2

k = 1.00E-03 cm/s 315360.00 mm/ano

p = 367 mm/ano

hmax = 0.3 m

D = 17.6 m

2.4.2.2. Sistema de Tratamento

O cálculo da carga de DBO de entrada foi feito supondo-se que os

percolados provenientes do aterro sanitário tem DBO de 3000 mg/l.

No cálculo da lagoa anaeróbia supôs-se, segundo recomendação da

FEAM, uma taxa de aplicação volumétrica de 250 gDBO/m3.dia.

Tabela 4: Dimensionamento das lagoas anaeróbias

DBO = 3000.00 Carga de DBO afluente em mg/l = g/m3

Q = 21.30 Vazão afluente em m3/dia

h = 4.50 Profundidade em metros

Carga de DBO afluente (L) = 63900.00 g/dia 63.9 kg/dia

Taxa de aplicação (Ls) = 250 g/m3.dia

Volume (L/Ls) =

255.6 m3

Tempo de detenção

12

dias

Largura=comprimento 5 m no topo

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Para o cálculo da lagoa aeróbia supôs-se que a remoção de DBO da lagoa

anaeróbia é de 50%. Pelo critério da taxa de aplicação volumétrica encontrou-

se um tempo de detenção hidráulico maior que o recomendado nos sistemas

de tratamento de esgoto doméstico (entre 3 e 6 dias). Mesmo assim, manteve-

se o tempo de detenção calculado, mais uma vez, seguindo recomendações da

FEAM.

No cálculo das dimensões da lagoa facultativa, usou-se uma taxa de

aplicação superficial de 250 kgDBO/ha dia, de acordo com o que tem sido recomendado

pela FEAM.

O cálculo da eficiência do sistema de tratamento depende do modelo de fluxo

adotado. No caso, usou-se o modelo de mistura completa, no qual, a eficiência depende

muito da taxa de remoção de DBO. Este parâmetro, para esgotos domésticos, varia entre

0,30 e 0,35 d-1. Se adotarmos esta faixa de valores, alcançaríamos uma eficiência

muito elevada em face de algumas medições já realizadas em sistemas de tratamento

de percolados de aterros sanitários através de lagoas de estabilização. Em vista

disso, arbitramos um

valor de baixo de taxa de remoção de DBO que nos forneceu uma eficiência na faixa de

70%.

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K20 =

0.25 coeficiente de remoção de DBO/dia à temp 20

θ = 1.050 coeficiente de temperatura

T =

23.37

temperatura média do líquido

KT = 0.29 Coeficiente de remoção de DBO/dia à temp T

S =

907.42

Tabela 3: Dimensionamento da lagoa facultativa

T =

20.00

Temperatura média do ar em graus centígrados

DBO = Carga de DBO afluente em mg/l = g/m3

Q = Vazão afluente em m3/dia

h = Profundidade em metros

Carga de DBO afluente (L) =

Taxa de Aplicação Superficial (Ls) =

gDBO/dia kgDBO/ha.dia

31.95 kgDBO/dia

Área (L/Ls) = XX m2 Larg = XX m Comp= XX0 m

Tempo de Detenção (t)

V = m3

t = dias

DBO solúvel efluente

oC

Eficiência = 70 %

2.4.3. Sistema de Impermeabilização Inferior

No solo natural da base de cada uma das 4 plataformas será feita uma camada de

impermeabilização determinada a partir da equação do segundo grau apresentada no Memorial

Descritivo.

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Tabela 4: Dimensionamento da camada de impermeabilização

DADOS

k = 1.00E-07 cm/s coeficiente de permeabilidade da camada

H = 00 cm altura máxima de percolado acima da camada

t = anos tempo mínimo para atravessar a camada

h = {k t + [ ( k t) 2̂ + 4 k t H] 0̂,5}/2

h = XX cm

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1.5.8. PLANO DE ENCERRAMENTO DO ATERRO CONTROLADO EXISTENTE. Considerou-se no Plano de Encerramento dos Aterros Controlados Existentes, uma série de providências e medidas a serem tomadas, visando a paralisação das atividades de lançamento de resíduos naquele local e a implantação de dispositivos de drenagem de gás, chorume e águas pluviais para a recuperação da área, associada a um Programa de Monitoramento e Controle Geotécnico e Ambiental do Aterro. A implementação desse Plano de Encerramento, dentro de critérios técnicos e legais, foi apresentada para realização em duas etapas:

Plano de Controle Ambiental do Aterro, onde se propõe soluções para a quantificação e o monitoramento da produção de chorume residual, para a produção de gás residual, para o controle de deformações e estabilização dos taludes e bermas e, finalmente, para a resolução dos problemas relacionados à drenagem pluvial do Aterro, uma vez que um aterro sanitário só pode ser considerado totalmente encerrado quando o mesmo estiver estabilizado, seja do ponto de vista bioquímico, como geotécnico, tornando a área utilizada apta para uma nova forma de ocupação e aproveitamento compatível (Nogueira de Jorge, 2004).

Plano de Recuperação Ambiental, que contempla todo o conjunto de atividades para a recuperação do aterro, tais como a regularização topográfica das áreas expostas de lixo, a cobertura desses locais com solo, o enleivamento, a semeadura a lanço, a adubagem, o plantio de mudas nativas e exóticas, a irrigação e o combate às pragas. São descritas também as atividades a serem implementadas, os quantitativos de adubação, os critérios de seleção das mudas que devem ser observados, as rotinas de manutenção e de controle fitossanitário, bem como a necessidade de ser implementado um Plano de Monitoramento Ambiental para acompanhamento e eventual correção de todas as medidas e ações a serem adotadas.

Ressalte-se que, mesmo encerradas todas as atividades de disposição dos resíduos no Aterro, estes resíduos continuam a apresentar deformações de relevância nos dois sentidos, vertical e horizontal, gerando percolados e gases, produtos das reações bioquímicas do material de natureza orgânica que basicamente existe na sua constituição. Desta maneira, o processo do monitoramento do Aterro é fundamental, uma vez que objetiva permitir o acompanhamento do comportamento geotécnico (mecânico) e desempenho ambiental do aterro, permitindo identificar em tempo hábil e necessário as possíveis alterações no padrão de desempenho previsto, propondo medidas de natureza preventivas e corretivas. Do ponto de vista legal, o Plano de Encerramento do Aterro deve atender às diretrizes espelhadas na legislação técnica e ambiental. Nesse último caso, o órgão gestor do sistema deve comunicar oficialmente ao órgão de controle ambiental, ou seja, à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Zona da Mata , que as atividades de deposição de lixo no local estão encerradas a partir de determinada data e que desta data em diante, estarão sendo implementadas as medidas de recuperação da qualidade ambiental da área.

1.5.8.1. Plano de Controle Ambiental do Aterro

1.5.8.1.1. Levantamentos e Investigações Complementares Visando a adequação dos procedimentos operacionais e o futuro encerramento do Aterro Controlado dos municípios consorciados ao CIGEDAS recomenda que sejam feitos

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levantamentos e investigações de campo e de laboratório complementares, destinadas a embasar a elaboração do Projeto Executivo, para definir e/ou otimizar as medidas corretivas a serem implementadas. Dentre elas destacam-se:

Execução de levantamento sísmico de refração complementando os estudos de Contaminação de Aqüíferos devido aos Aterro de Lixo em toda a área do aterro, complementada por uma campanha de sondagens rotativas para avaliar as espessuras e volumes de resíduos dispostos ao longo do aterro;

Identificação nos níveis piezométricos de chorume e de pressão de gases, mediante a instalação de piezômetros do Tipo Vector. Preferencialmente, os piezômetros deverão ser instalados após a conclusão das campanhas de investigação e ao lado dos furos de sondagens executados;

Instalação de medidores de recalque e marcos superficiais para acompanhar os deslocamentos horizontais e verticais do maciço do aterro de resíduos, caso, no futuro, venha ser planejada a instalação de edificações de porte;

Coleta de amostras de resíduos, mediante tradagem mecânica, no maciço de resíduos para a identificação do grau de degradabilidade já atingido pelos resíduos ao longo da profundidade;

Avaliar a disponibilidade de solos para executar uma camada eficiente de cobrimento final do Aterro, bem como para a cobertura diária dos resíduos até o encerramento efetivo do Aterro. Para obtenção de solo para cobertura das camadas de lixo, poderão ser utilizadas as áreas intactas existentes entre as caixas de empréstimo.

A PROGEA recomenda implantar uma série de poços de monitoramento do lençol freático e execução de amostragens sistemáticas, visando a caracterização eventual da faixa de contaminação da área no entorno do Aterro, conforme as análises de água no local;

Realizar amostragens superficiais nos recursos hídricos da região do entorno do Aterro, visando obter subsídios para a caracterização do seu grau de poluição;

Desenvolver medições de vazões de chorume para cada sub-bacia existente no Aterro;

Determinar as propriedades físico-químicos sobre amostras representativas de chorume, visando avaliar o nível de composição médio dos principais componentes deste efluente líquido para, posteriormente, auxiliar na seleção do processo de tratamento a ser implantado;

Determinação do potencial atual de geração de gases, através de testes de produção, bem como a sua composição, visando avaliar a potencialidade de sua exploração. Ressalte-se que esses testes são de alto custo e somente executados por empresas de nível nacional/internacional especializadas.

A determinação do potencial de biogás no Aterro Controlado existente será de importância fundamental para sua utilização e obtenção de Créditos de Carbono. No Brasil, projetos de uso do biogás - gerado pela decomposição do lixo nos aterros sanitários - para a produção de energia elétrica, devem começar a sair do papel, associados à venda de créditos de carbono, mecanismo estabelecido pelo Protocolo de Quioto para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera.

1.5.8.1.2. Desenvolvimento de Estudos e Projetos Específicos A partir dos dados a serem obtidos nos levantamentos e investigações relacionados no item anterior, recomenda-se que sejam desenvolvidos os seguintes estudos e projetos:

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A - Estudo de Contaminação do Lençol Freático Local O levantamento hidrogeológico da área de influência do Aterro e os dados das campanhas de amostragens relacionadas no item anterior fornecerão um panorama detalhado sobre o grau de contaminação do sub-solo do Aterro. Em função dos resultados obtidos nesses estudos, deverá ser avaliada a necessidade de promover as medidas mais apropriadas para controlar os problemas identificados. Caso se verifique que está havendo o comprometimento do lençol freático, deverão ser avaliadas alternativas de implementação de uma barreira lateral “impermeável”, que poderá ser constituída por um diafragma plástico ou um “Slurry Trench”, ou ainda a execução de um sistema de bombeamento do lençol freático nos locais afetados. A escolha do melhor sistema deverá considerar as particularidades locais a eficiência dos sistemas de controle e os custos envolvidos. B - Implementação de um Sistema de Drenagem Eficiente de Gases e Chorume Visando aumentar a eficiência de drenagem do chorume, deverá ser implementado um sistema de drenagem que compreenda os seguintes dispositivos:

Aprofundamento do dreno perimetral de chorume junto ao pé dos taludes do Aterro, mediante a escavação de uma trincheira de cerca de 5 a 6 m de profundidade com largura de 0,60 a 0,80 m de largura. Após a escavação deverá ser construído um dreno de rachão, com pelo menos 3,0m de altura, e o restante preenchido com os próprios resíduos escavados, a menos do último metro que deverá ser executado com solo argiloso compactado;

Execução de um dreno perimetral complementar na borda do topo do Aterro, com geometria similar ao do item anterior;

Execução de drenos radiais nos taludes de resíduos lançados, desde o dreno perimetral superior, interligando-os ao dreno perimetral de pé. O espaçamento destes drenos deverá ser inicialmente feito a cada 100m de distância; porém, em função de estudos detalhados do comportamento do aterro, este espaçamento poderá ser reduzido, por exemplo, para 50m. A geometria de escavação desses drenos, bem com o preenchimento com rachão deverão ser similares ao do dreno perimetral de pé;

Execução de poços de gás, com profundidade atingindo, pelo menos, até 80% da espessura da camada de lixo. Estes poços deverão ser implantados no topo do Aterro e nas bermas laterais. O raio de influência dos poços deverá ser de cerca de 50m. Caso os estudos revelem o interesse de reaproveitamento do biogás, mediante a aplicação de coleta com sistemas a vácuo, deverão ser desenvolvidos testes de campo para avaliar o raio de influência médio dos poços. A implantação desses poços deverá ser feita mediante furos a trado mecânico, de diâmetro não inferior a 40cm;

Após a perfuração do poço deverá ser introduzido um tubo perfurado de PVC marrom (encaixe de cola), envolto externamente com brita 4. Os 2m finais deverão ser executados com tubo de ferro galvanizado. Na sua extremidade, deverá ser instalado um flare para assegurar a queima ou um sistema de engate para acoplamento do sistema de pressão negativa para conduzir os gases coletados para uma central de reaproveitamento do biogás;

Interligação dos poços de gases mediante a execução de drenos horizontais de rachão com profundidade de cerca de 6m, similares aos drenos radiais de taludes;

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Interligação de todo o sistema de drenagem à lagoa de chorume, que deverá ter a função de armazenamento provisório do chorume.

C - Recobrimento Final do Aterro Todos os trechos do aterro que tiverem a operação finalizada deverão ser recobertos com uma camada de solos argilosos de baixa permeabilidade (preferencialmente com K<5x10-7cm/s), com espessura mínima de 60cm, compactados com o trânsito de equipamentos. Sobre este material, deverá ser lançada uma camada de solos vegetais para em seguida implantar o revestimento vegetal com espécies aclimatadas à região, conforme descrito no Plano de Recuperação do Aterro. Caso seja considerada a possibilidade de recuperação do biogás, recomenda-se a avaliação da alternativa de emprego de geomembranas de polietileno de alta densidade ou de PVC para recobrir todo o Aterro. D - Projeto de Drenagem Superficial do Aterro Visando a diminuição das vazões de chorume do aterro e de modo a escoar adequadamente as águas oriundas das precipitações pluviométricas, recomenda-se a implantação de um sistema de drenagem superficial adequado, dimensionado para o aterro. Este sistema deverá prever a execução dos seguintes dispositivos básicos:

Implantação de canaletas de grama no topo do aterro;

Execução de canaletas de brita nas bermas junto aos taludes externos;

Implantação de descidas d´água de taludes, empregando dispositivos que aceitem as deformações elevadas do maciço de resíduos, como por exemplo, gabiões do Tipo Colchão Reno para soluções definitivas e sacos de solo, areia ou solo-cimento para soluções provisórias;

Implantação de dissipadores para locais de grande velocidade de fluxo, mediante o emprego de gabiões ou de sacos de areia; e

Canaletas de concreto, preferencialmente moldadas in loco, nas áreas fora do maciço de resíduos, interligando o sistema de drenagem superficial do maciço ao sistema de drenagem regional da Vila Estrutural.

E - Tratamento do Chorume Atualmente, o chorume gerado no Aterro é parcialmente armazenado em uma lagoa de chorume, revestida com geomembrana impermeável, sendo que grande parte do restante do chorume corre a céu aberto nos pés dos taludes do aterro e, por gravidade, dirige-se às escavações das caixas de empréstimo de solo, totalmente sem controle de quantidade ou de infiltração no solo. Periodicamente, também sem controle de espécie alguma, o chorume é recirculado no aterro e/ou lançado na superfície do aterro e evaporado naturalmente pela ação do sol e do vento. O sistema tem-se mostrado pouco eficaz, devido os percolados permanecerem muito tempo expostos no topo do aterro, gerando um cheiro desagradável em toda a redondeza da área no entorno destas unidades. Para solucionar o problema, recomenda-se que sejam estudadas alternativas de tratamento desses efluentes, mediante a avaliação das seguintes metodologias:

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Tratamento através de lodo ativado associado a tratamento físico-químico;

Emprego de osmose reversa e/ou nanofiltração;

Emprego de recirculação através da injeção dos percolados no maciço de resíduos;

Encaminhamento para estações de tratamento de esgotos;

Evaporação de chorume. As duas primeiras alternativas requerem estudos de tratabilidade de percolados e avaliações detalhadas de custos. Estudos desenvolvidos no Aterro Sanitário Bandeirantes, em São Paulo, demonstraram que é possível o emprego da alternativa de tratamento mediante o emprego de sistemas de lodo ativado associado a tratamento físico-químico, mesmo para chorume com alta carga de DBO e DQO, a custos atraentes. Quanto ao emprego de osmose reversa e/ou nanofiltração, a experiência brasileira mais notória corresponde ao do Aterro Controlado de Gramacho, no Município de Duque de Caxias, cuja capacidade nominal de tratamento é de 400m3/dia. Entretanto, ressalte-se que, apesar desta metodologia promover uma grande remoção da carga poluidora do chorume, ela apresenta custo elevado e problemas sérios de entupimentos das membranas de filtração, exigindo paradas constantes para troca e/ou limpeza desses dispositivos. Já o emprego de recirculação de chorume no interior do maciço de resíduos poderá ser bastante atrativo, porém exigirá um planejamento adequado para escolher os melhores locais para desenvolver a recirculação, bem como promover periodicamente mudanças dos pontos de injeção, para evitar que ocorra a saturação de parcelas do aterro, e com isso diminua a eficiência da infiltração.

1.5.8.2. Plano de Recuperação Ambiental do Aterro O Plano de Recuperação Ambiental contempla uma série de atividades e procedimentos que devem ser implementados na área do aterro, principalmente nas áreas de lixo exposto. O Projeto Executivo somente deverá ser elaborado após definição, por parte da empresa responsável, de uma série de fatores ligados principalmente à existência ou disponibilidade de mudas, disponibilidade de material de empréstimo para cobertura, destino final da área, entre outras. As principais atividades a serem desenvolvidas para o encerramento e recuperação ambiental do aterro são:

1.5.8.2.1. Conformação Topográfica Inicialmente, toda a área de lixo exposta deverá ser conformada topograficamente. As operações de corte/aterro deverão dar conformidade ao aterro, de maneira a facilitar as operações de adubagem, plantio e irrigação e, ainda, proporcionar um visual agradável à região. As laterais do aterro sempre deverão estar posicionadas em cotas mais baixas objetivando a instalação dos drenos para captação das águas das chuvas.

1.5.8.2.2. Impermeabilização da Área Toda a área de lixo exposta, após conformação topográfica, deverá ser impermeabilizada através de solo compactado ou através de membrana impermeável, caso se opte por este procedimento,

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na falta de material de solo para cobertura geral da área. Caso seja esta a alternativa selecionada para impermeabilização do aterro, recomenda-se apenas a revegetação da área com gramíneas, evitando-se a presença de árvores ou arbustos, cujas raízes causariam estragos na membrana impermeável. Esse procedimento de impermeabilização impedirá a saída natural dos gases provenientes do interior do aterro, forçando-os a saírem unicamente pelos drenos de gás já instalados ou pelos novos drenos projetados. Deverá ser realizado um estudo custo/benefício tendo-se em vista a possibilidade de aproveitamento desses gases para geração de energia, inclusive com a realização de testes de produtividade.

1.5.8.2.3. Cobertura Final Após a impermeabilização superficial do aterro, toda a área deverá ser coberta com solo vegetal, sem compactação, para permitir o início da revegetação da área do aterro. Este solo vegetal, na medida do possível, deverá estar isento de material rochoso ou pedregulhos, a fim de facilitar a revegetação da área.

1.5.8.2.4. Projeto Paisagístico Dependendo do destino final que se dará à área, deverá ser elaborado um Projeto Paisagístico, visando integrar a área do aterro à paisagem local. Este projeto deverá desenvolver uma série de atividades ligadas à revegetação da área e o respectivo monitoramento, de forma a promover a recuperação ambiental mais adequada ao aterro e ao seu entorno. O projeto deverá levar em consideração as vocações das diferentes áreas que ocorrem no interior do aterro, haja vista a existência de áreas apenas com disposição de lixo, outras com deposição de entulho de obras, outras com deposição de podas de árvores, etc. Assim, independentemente do tipo de proteção e recuperação que se implantará sobre o aterro, pode-se definir um conjunto de intervenções obrigatórias que deverão ser implementadas, dentre as quais destacam-se:

Implementação de uma cortina verde, com material vegetal a ser definido, cercando toda a área do aterro, que possibilitará reduzir e/ou mesmo minimizar os odores do interior da área, em decorrência da existência do chorume e da lagoa de oxidação;

Implementação de aceiro no entorno do aterro, facilitando rotinas de vistorias e segurança com relação a incêndios;

Implementação de plantio de espécies arbóreas pela área do aterro e entorno da lagoa de oxidação;

Plantio de espécies que apresentam boa capacidade de retenção de poeira nas folhas, ao longo de todas as vias internas;

Plantio de coquetel de sementes para cobertura vegetal em trechos propícios à erosão ou ao longo de drenagens instaladas na área;

Plantio de grama na área aterrada com lixo como um todo. As intervenções listadas objetivam garantir:

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Recuperação da área do aterro e entorno;

Proteção contra a formação de processos erosivos de encostas e taludes construídos ao adotar sistemas eficientes de drenagem pluvial e cobertura vegetal adequadas;

Melhoria dos aspectos estéticos e paisagísticos da área. Salienta-se que, em função da finalização do Aterro, as atividades relacionadas com o projeto paisagístico, como o monitoramento e a manutenção das estruturas implantadas, terão um caráter de desenvolvimento contínuo e permanente. Estima-se um prazo não inferior a 10 anos para uma melhor avaliação em termos do comportamento do aterro pós-fechamento. A revitalização do viveiro de produção de mudas existente na área, atualmente desativado, poderá dar suporte ao projeto, possibilitando ser um elemento complementar ao Programa de Recuperação Ambiental a ser implementado.

1.5.8.2.5. Técnicas a Serem Adotadas na Recuperação Ambiental do Aterro As técnicas a serem empregadas na recuperação de áreas degradadas geralmente são individualizadas para cada situação, respeitando-se suas características específicas, observando o tipo de usos que gerou a degradação ambiental do local. A recuperação da área vai depender, em grande parte, da recomposição do solo, da capacidade de produção vegetal, do estado fitossanitário das mudas, da adubação recomendada, dentre outros aspectos, implicando no restabelecimento da relação solo-água-planta. Assim, o Plano deverá utilizar preferencialmente espécies nativas adequadas aos ambientes específicos do aterro, procurando induzir o desenvolvimento rápido e efetivo da vegetação a ser implantada, garantindo a maior diversidade possível e adotando técnicas culturais com vistas a integrar os ambientes locais.

1.5.8.2.6. Técnicas de Recuperação As técnicas de recuperação recomendadas são as seguintes: A - Enleivamento Consiste na execução de plantio de placas de grama batatais Paspalun notarum, promovendo rapidamente o recobrimento total da área a ser recuperada. A preparação do terreno aterrado que vai ser recoberto com as placas de grama deve receber uma camada de terra – latossolo vermelho escuro ou latossolo vermelho-amarelo, de, no mínimo, 50 cm de altura, sobre a última camada de lixo aterrada. Sobre esta camada, será implantado o sistema de drenagem pluvial, para evitar prováveis processos erosivos localizados. A adubação deverá ser feita preliminarmente à colocação das placas de grama com base em adubos inorgânico e orgânico, nas seguintes quantidades:

500 gramas/hectare de NPK 20-05-20

1.500 litros/hectare de esterco bovino É indispensável, após o plantio das placas de grama, proceder-se ao recobrimento das mesmas com terra – latossolo vermelho escuro ou latossolo vermelho-amarelo, de forma a possibilitar uma melhor pega da grama.

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Dada à conformação plana que se implantará nas áreas aterradas, verifica-se que não será necessário proceder o estaqueamento das placas de gramas para facilitar a fixação das mesmas no terreno, bastando somente colocar as placas sobre o terreno e fazer o recobrimento com terra. B - Semeadura a Lanço A semeadura a lanço consiste na aplicação de uma mistura uniforme de sementes e adubos orgânicos e inorgânicos, utilizando, para isso, um coquetel de sementes de leguminosas e de gramíneas.

- Leguminosas Crotalária – 30 kg/ha Feijão guandu – 30 kg/ha Calopogônio ou soja perene – 30 kg/ha Mucuna preta – 15 kg/ha

- Gramíneas Capim gordura – 50 kg/ha Jaraguá ou braquiária – 50 kg/ha Azevém – 30 kg/ha Aveia preta – 30 kg/ha Após o lançamento do coquetel de sementes, já em terreno adubado, na mesma base recomendada para o plantio de placas de grama, o terreno deverá ser rastelado superficialmente para facilitar uma melhor incorporação das sementes no solo. C - Mudas O plantio de mudas nativas, após definidas as alternativas, deve obedecer a algumas diretrizes técnicas de plantio, tais como:

A aquisição e/ou produção de mudas deverá prever o atendimento da demanda prevista para toda a área a ser recuperada;

As mudas devem ter boa qualidade, bom aspecto nutricional, fitossanitário e adequada proporcionalidade entre a parte aérea e o sistema radicular;

Realização de análises químicas do solo para indicação das necessidades básicas de adubação;

O cálculo dos micronutrientes – boro, zinco, ferro, magnésio e cálcio e dos macronutrientes - nitrogênio, fósforo e potássio devem ser elaborados com base nos resultados das análises químicas do solo;

O plantio deve ser desenvolvido na época de chuva, evitando-se desta forma a perda de umidade por stress hídrico.

D - Demarcação Dadas as condições de como se estruturou o local a ser recuperado, é recomendável que o plantio das mudas seja realizado inicialmente nas áreas centrais, dirigindo-se posteriormente ao longo das estradas de serviço e vias de acesso, bem como ao longo de todo o perímetro da área

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do aterro. Esses locais devem ser demarcados com o auxílio de trenas e estacas de madeira para melhor visualização do plantio. E - Espaçamento O espaçamento a ser adotado no plantio das mudas deverá obedecer ao estabelecido abaixo, tomando como referência o local onde serão plantadas as mudas.

- Mudas exóticas – perímetro de toda a área do aterro Espaçamento – 2,0 m x 2,0 m entre fileiras e 2,0 m x 2,0 m entre linhas – total: 4,0 m²

- Mudas nativas Espaçamento – 3,0 m x 3,0 m entre fileiras e 2,0 m x 2,0 m entre linhas – total: 6,0 m² F - Coveamento A abertura de covas será procedida após a demarcação do local a ser recuperado, obedecendo às seguintes dimensões:

- Mudas exóticas – 0,20 m x 0,20 m x 0,20 m

- Mudas nativas – 0,40 m x 0,40 m x 0,40 m O excesso de terra retirado da cova será disposto ao redor da muda, assegurando desta maneira um melhor armazenamento e reserva de água. G - Correção do Solo Preliminarmente ao início do plantio das mudas, cerca de 30 (trinta) dias antes, deverá ser feita a correção do pH do solo, por meio da aplicação de calcário, aplicado diretamente sobre as covas abertas na área. Decorridos os 30 dias da aplicação, deverá ser feita uma aplicação de fertilizante químico, objetivando melhorar os níveis de fertilização do solo em cada cova aberta. Para a correta aplicação da dosagem de calcário e fertilizante, deverão ser seguidas as orientações contidas na análise do solo feita a partir das amostragens da área a ser recuperada. A princípio, a indicação normal deverá ser feita partir de: - Calcário Dolomítico (PRNT 95%) – 0,50 kg/cova - NPK na proporção de: 0,010 kg/cova de N

0,040 kg/cova de P2O5 0,010 kg/cova de K2O

H - Adubação de Plantio Completada a adubação inicial, a fase seguinte consistirá na adubação para o plantio das mudas, adotando-se: - 200 gramas de NPK 04-14-08 - 200 gramas de micronutrientes do tipo FTE BR 12

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Os ingredientes adicionados ao solo devem ser perfeitamente misturados, evitando desta forma que parte da adubação fique em contato direto com as raízes da muda, o que pode ocasionar sua queima. I - Seleção das Espécies As espécies serão selecionadas em função da disponibilidade no mercado, facilidades das condições para o plantio, devendo propiciar proteção e sombreamento ao solo, reduzindo os efeitos da degradação ambiental gerada pela formação do aterro. Deverá possibilitar o aumento dos recursos tróficos e espaciais para a fauna terrestre, um dos elementos determinantes para uma boa recuperação paisagística. Tabela 1.5.8.2.6.1. - Relação de Espécies Vegetais Nativas do Cerrado

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO

01-araticum Annona crassiflora

02-araribá-do-campo Connarus suberosus

03-angelim-do-cerrado Vatairea macrocarpa

04-arvore-da-goma-arábica Vochisia thyrsoidea

05-araticum-do-campo Annona coriacea

06-amendoim-falso Acosmium subelegans

07-barbatimão Stryphnodendron adstringens

08-baru Dipteryx alata

09-caroba Jacarandá brasiliana

10-cariperana Exelledendron cordatum

11-candeia Piptocarpha rotundifolia

12-congonha-do-gentil Rudgea vibornoides

13-cinzeiro Qualea multiflora

14-cajuzinho-do-cerrado Anacardium othonianum

15-caraíba Tabebuia caraíba

16-capitão-do-campo Terminalia argêntea

17-colher-de-vaqueiro Salvertia convallariaeodora

18-douradinha-falsa Byrsonima verbacifolia

19-embiruçu Peseudobombax tomentosum

20-embaúba Cecropia pachystachya

21-faveira Dimorphandra mollis

22-folha-de-serra Ouratea spectabilis

23-faveiro-azul Pterodon polygalaeflorus

24-gatambu-branco Aspidosperma cuspa

25-gonçalo-do-campo Sclerolobium aureum

26-guatambu-do-cerrado Aspidosperma macrocarpum

27-imbirinha Cardiopetalum calophyllum

28-ipê-amarelo-do-campo Tabebeuia ochracea

29-joão-mole Guapira graciliflora

30-jatobá-do-cerrado Hymenaea strigonocarpa

31-jacarandá-do-campo Machaerium acutifolium

32-lírio-do-campo Himatanthus obovatus

33-iobeira Solanum licocarpum

34-lixeira Curatella americana

35-mandioqueira-do-cerrado Didvmopanax macrocarpum

36-marmelada-de-cachorro Alibertia edulis

37-marmelinho-do-cerrado Licania humilis

38-murici-do-cerrado Bvrsonima coccolobifolia

39-mamacadela Brosimum gaudichaudii

40-mangaba Hancornia speciosa

41-murici-do-campo Byrsonima basiloba

42-pau-de-tucano Vochisia tucanorum

43-pau-terra-do-campo Qualea grandiflora

44-pau-santo Kielmeyera viriabilis

45-pequi Caryocar brasiliense

46-pimenta-de-macaco Xilopia aromática

47-pau-doce Vochisia cinammomea

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48-pau-marfim-do-cerrado Agonandra brasiliensis

49-pimenteira Gomidesia lindeniana

50-pau-pombo Hirtella ciliata

51-peroba-do-cerrado Aspidosperma tomentosum

52-quina-do-campo Strvchnus pseudo-quina

53-rosa-do-campo Kielmevera rubriflora

54-sucupira-preta Bowdichia virgilioides

55-sucupira-branca Pterodon emarginatus

56-tingui-do-cerrado Magonia pubescens

57-tamanqueiro-do-cerrado Aegiphilla klotschiana

58-tamburi-do-cerrado Enterolobium gummiferum

59-unha-d'anta Acosmium desycarpum

Fonte: PROGEA 2004

Para o plantio ao longo do perímetro do aterro, recomenda-se utilizar a espécie Eucaliptus citriodora pela qualidade de crescimento rápido, elevada resistência e produtora de odores mais aprazíveis dos atualmente exalados na área. A cortina de Eucaliptus citriodora permitirá uma dissipação dos odores exalados, provenientes do interior do aterro, mitigando os efeitos danosos que a população moradora no entorno da área do aterro vem reclamando há longo tempo. J - Parâmetros de Seleção das Mudas A seleção das mudas que serão utilizadas para o plantio deve obedecer aos seguintes parâmetros:

Mudas com diâmetro de coleto com mínimo de 5,0 mm;

Mudas perfeitamente aclimatadas com irrigação sucessivamente reduzidas ao longo do tempo no viveiro de origem;

Mudas que tenham sofrido adubação de cobertura, submetidas às maiores incidências de luz solar, ao longo de seu crescimento;

Mudas com altura enquadrada preferencialmente de 0,60 m a 1,0 m, excluindo a embalagem;

Mudas com bom aspecto fitossanitário;

Mudas com maior relação raiz/parte aérea, ou seja, com maior possibilidade de sobrevivência no campo.

K - Plantio Após a cova demarcada, deverá ser feita a abertura de uma cavidade no centro da mesma, colocando a muda no seu interior e cobrindo com terra, deixando o caule exposto, tomando cuidados para não haver afogamento do coleto. O plantio da muda na cova será feito de forma que a região do coleto permaneça ao nível da superfície, evitando seu afogamento e/ou exposição das raízes. Recomenda-se que, após a muda plantada, seja colocada uma camada de pelo menos 10 cm de capim picado sobre toda a superfície da cova, de forma a protegê-la da exposição do sol. L - Época de Plantio

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O plantio das mudas nativas e exóticas deve acontecer, preferencialmente, no início e/ou durante toda a estação chuvosa, a fim de diminuir a possibilidade de ocorrência de um stress hídrico que possa atingir desfavoravelmente as mudas plantadas.

1.5.8.2.7. Tratos Culturais Os tratos culturais a serem executados serão: A - Coroamento O coroamento deve formar uma bacia em torno da muda plantada, com cerca de 0,60 m de diâmetro, onde deverá ser feita a irrigação e eliminação de plantas daninhas. B - Tutoramento O tutoramento das mudas será feito prendendo-se a muda a um tutor de madeira ou bambu com barbante de sisal ou similar. A amarração deverá ser feita na forma de 8 (oito) deitado. O tutor da muda deverá ter 100 cm de comprimento, sendo 40 cm cravado no solo e o restante, 60 cm, para afixar a muda. C - Irrigação Após o plantio das mudas, deverão ser colocados cerca de 3 litros de água/dia por cova, pelo menos, se a época do plantio coincidir com temporadas mais secas. D - Manutenção do Plantio As atividades de manutenção do plantio das mudas plantadas envolvem uma série de procedimentos, tais como: replantio, combate a formigas e cupins, limpeza periódica ao redor das covas para retirada de ervas daninhas e roçadas em geral.

Replantio: o replantio será previsto para reposições de mudas que não sobreviverem após o plantio. Essa operação deverá ser executada de 30 a 120 dias após o plantio inicial ou de acordo com as condições climáticas, tendo em vista que o objetivo é de manter um número maior de mudas vivas.

Capina em Coroa: as mudas deverão ser mantidas livres de ervas daninhas na coroa, ou seja, 0,60 m de diâmetro, durante todo o período de manutenção previsto. Devem-se tomar cuidados para não danificar o tronco ou as raízes das mudas plantadas. A primeira capina deve ser feita quatro meses após o plantio, ao redor da muda (coroamento). O número de capinas dependerá do tempo de sucesso do plantio, que varia com as condições do local e com as espécies plantadas. Em áreas degradadas, deve-se tomar o cuidado de aproveitar ao máximo os benefícios do mato como cobertura do solo, capinando apenas o que estiver cobrindo as mudas.

Roçadas: as roçadas deverão se restringir ao estritamente necessário, com menor intervenção antrópica possível, devendo-se ter em mente que as áreas deverão estar livres de espécies daninhas e preparadas contra possíveis incêndios.

Combate aos Cupins: deverá ser feito mediante a aplicação de 0,25 kg de produto (regente) em 50 litros de água, possibilitando com a quantidade misturada de calda, o tratamento de 4.200 mudas de espécies nativas. A mistura deverá ser preparada em um tambor de ferro com capacidade de 200 litros, cortado ao meio. O processo de imunização consistirá em mergulhar as mudas na solução preparada até que o substrato fique

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saturado com o produto, isso durante aproximadamente 1 (um) minuto, tendo ainda o cuidado de não mergulhar a parte aérea da planta no líquido.

Combate às Formigas: A utilização de iscas granuladas e porta-iscas deverá ser feita a base de 10 gramas/m² de fomigueiros, de acordo com as seguintes recomendações:

­ não aplicá-las em dias chuvosos ­ somente aplicá-las quando o formigueiro estiver em plena movimentação ­ não limpar o formigueiro ­ medir o formigueiro (maior comprimento e menor largura) ­ utilizar porta-iscas

E - Medidas Fitossanitárias As formigas cortadeiras (saúvas e quem-quem) são consideradas as principais pragas florestais, causando os maiores danos na fase inicial do crescimento das mudas, do tipo corte das folhas novas e das brotações, o que pode levar à morte das mudas. Caso sejam detectadas, poderão ser usados produtos (iscas) com o princípio ativo da sulfuramida, os quais se degradam rapidamente no solo, entretanto com algum risco para a fauna local. F - Método Inicial de Combate A temonebulização com formicida orgânico fosforado a base de 3,0 ml /m² de formigueiro poderá ser utilizada. O controle deve ser realizado antes do início do preparo do solo para plantio, preferencialmente nos meses mais secos. No caso de optar pelo controle com iscas granuladas, o tratamento deverá ser feito à base de 10 gramas de isca/m², sendo que o cálculo para cada formigueiro é feito da seguinte maneira: - 1,0 m de comprimento x 2,0 metros de largura = 2,0 m² - aplicações – 20 gramas de formicida O combate às formigas cortadeiras deve ocorrer nos meses de outubro e novembro, antes e após a revoada (tanajuras). G - Adubação de Cobertura A adubação de cobertura consiste em implementar reforço nutricional da muda plantada, a ser feita em períodos distintos a partir da data de plantio, ou seja, de 90 (noventa) e 180 (cento e oitenta) dias, à base de: - 200 gramas/cova de NPK 20:05:20

1.5.8.4. Recuperação das Caixas de Empréstimo de Solo O recobrimento diário das camadas de lixo dispostas no Aterro é executado com solos que vêm sendo obtidos da própria área do Aterro. Caracterizam-se por escavações representando “buracos fechados”, limitados por enormes paredões verticais em solo latossólico.

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1.5.8.4.1. Alternativas de Recuperação das Caixas de Empréstimo ComoCIGEDAS atualmente conta com poucos locais para a deposição de entulhos de obras civis (inertes), uma das alternativas de recuperação desse local seria a disposição controlada dos entulhos de obra no seu interior, até atingir uma cota de segurança a ser estabelecida em projeto técnico específico. Posteriormente, as atividades de recuperação ambiental desse local seriam implementadas, fazendo-se a cobertura com solo e, em seguida, efetuando-se o plantio de grama em placas ou semeadura a lanço com o coquetel de sementes de gramíneas e leguminosas, sempre objetivando o controle e encaminhamento normal da drenagem pluvial local, de forma a não serem gerados processos erosivos.

1.5.8.5. Destino Final da Área do Aterro Após Recuperação Diversas experiências pelo mundo indicam formas de reutilização de áreas anteriormente utilizadas como aterros sanitários. A esse respeito, o Ministério do Meio Ambiente da Nova Zelândia – MENZ - lançou um guia de aterros, em 2001, onde estão indicadas algumas formas de reutilização de aterros implementadas em países da América do Norte, Europa, Oriente e Oceania. A título de ilustração, indicam-se a seguir alguns exemplos de áreas de antigos lixões recuperados: Austrália – local transformado para atividades públicas como parques, jardins e áreas para fins residenciais, sendo esta última com rígido controle. Canadá – local recuperado para recreação pública envolvendo parques e campo de golfe. Edificações urbanas só são permitidas quando associadas a projetos de controle do gás produzido. Irlanda – local utilizado como área verde e plantio de espécies arbóreas objetivando estabilização da área. França – local convertido para servir de depósito industrial de produtos químicos e farmacêuticos ou de tratamento de lixo, sendo totalmente cercado e monitorado. Japão – local destinado ao programa de restauração do espaço, assegurando qualidade ambiental da área e do entorno, sendo implementado projeto de parques ecológicos, pista de aeromodelismo, centro de educação ambiental, campos de golfe, campos de beisebol e futebol e área para diversão de crianças. Além de projetos paisagísticos, a área conta com dispositivos de captação de gás gerado pela decomposição da matéria orgânica para geração de energia elétrica e tratamento do percolado. Após totalmente recuperada, a área do Lixão do Jóquei poderá ser aproveitada para diversos fins, a critério dos técnicos da SEMARH e do IBAMA. A alternativa de destino final mais viável ambientalmente para a área é sua incorporação à área do Parque Nacional de Brasília, sob a responsabilidade gerencial do IBAMA. Dentre as atividades que poderiam ser permitidas na área, após recuperação, destacam-se a criação de Parques, áreas esportivas, como campos de futebol, beisebol, golfe, pista de aeromodelismo, etc. Outra atividade que poderia ser desenvolvida no interior da área seria a criação de um viveiro de mudas, inclusive comercialização de mudas de frutíferas, propiciando geração de empregos para os catadores de lixo e auferindo recursos para manutenção da área.

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2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO A CASTELO ENGENHARIA elaborou uma proposta detalhada para a implantação, operação e manutenção do Novo Aterro Sanitário do CIGEDAS que foi analisada neste trabalho, pressupondo que esta será a concepção do projeto a ser adotada para o Aterro Sanitário .

2.1. CONCEPÇÃO DO NOVO ATERRO SANITÁRIO Apresenta-se a seguir a concepção do aterro que deverá ser implantado .

o aterro deverá ser desenvolvido em camadas de lixo compactado, as quais deverão receber cobertura de uma camada de solo argiloso ou outro material inerte, a qual inibirá o acesso de aves, insetos, roedores e de animais à procura de alimentos, além de eliminar os efeitos estéticos desagradáveis, evitar a proliferação de vetores (ratos, moscas, urubus, baratas, entre outros), coibir a atividade social marginal da "catação", o espalhamento de detritos pelo vento e o surgimento de focos de fogo;

o aterro deverá ser dotado de drenos de gás combustível (biogás);

as águas pluviais deverão ter sua infiltração minimizada, portanto, o aterro deverá contar com drenos de águas pluviais, objetivando evitar que as águas infiltrem na massa dos resíduos;

o aterro deverá ser dotado de drenos de percolado (chorume), a fim de impedir que o mesmo atinja o lençol freático. Este sistema de drenagem possibilitará a coleta e a confinação do percolado, facilitando, assim, o seu tratamento e/ou disposição sanitária, de forma que não polua os mananciais e cursos d'água situados na região;

a operação do aterro deverá obedecer à seqüência cronológica de preenchimento das camadas;

o encerramento da operação do aterro deverá levar em conta os aspectos ambientais e as possibilidades de uso da área aterrada, à luz da sua reintegração à paisagem local;

deverá ser mantido um cadastro da operação de cada célula com indicação das datas e origem do lixo;

as variáveis ambientais, particularmente, as águas superficiais e o lençol freático, deverão ser monitoradas através da instalação de poços de monitoramento.

A base do aterro deverá situar-se a uma altura mínima de 1,5m (um metro e meio) do lençol freático;

realização da cobertura diária do lixo com material inerte (terra) A concepção do Aterro Sanitário baseou-se nas premissas retromencionadas, tendo como objetivo a máxima proteção ambiental. Na Figura 2.1.1. mostra-se um croqui com os elementos básicos de um aterro sanitário.

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ATERRODE BASE

IMPERMEABILIZAÇÃOCOM MANTA

DRENAGEM DE GÁSE DE CHORUME

PIEZÔMETRO

MARCOSUPERFICIAL

COBERTURADOS RESÍDUOS

CAMADA DERESÍDUOS

DRENAGEM PERIFÉRICA DE ÁGUAS PLUVIAIS

DRENAGEM SUPERFICIALDO ATERRO

Figura 2.1.1. - Elementos Básicos de um Aterro Sanitário

2.2. GERAÇÃO DE PERCOLADO (CHORUME) E BIOGÁS É devido à decomposição da matéria orgânica contida nos resíduos que são gerados os gases combustíveis, os odores indesejáveis e os líquidos poluentes nos aterros e nos lixões. Nos aterros sanitários esses poluentes estão sob controle e assim não provocam impactos no meio ambiente, entretanto, o mesmo não ocorre nos lixões e aterros controlados. Essa degradação das matérias orgânicas inicia-se graças à ação de microorganismos existentes na natureza, logo que os resíduos são deitados no solo. O conhecimento dos processos microbiológicos de degradação das matérias orgânicas permitirá definir a forma e os processos para o controle da poluição provocada pela degradação.

2.2.1. A AÇÃO BACTERIANA No processo nutricional dos microorganismos bactérias ocorrem diferentes reações bioquímicas, são as reações de metabolização dos nutrientes bacterianos e as reações éter os subprodutos do processo. Podem ser identificados três tipos de reações: produção da biomassa, produção de metabólitos e reações de manutenção. A primeira corresponde à formação da matéria unicelular dos microorganismos, a segunda refere-se a geração dos metabólitos, que são os subprodutos da nutrição dos microorganismos, ente eles o gás metano e a última verifica-se entre as substâncias químicas intermediárias geradas no processo de fermentação. Muito embora não seja possível identificar todas reações que tem lugar durante a fermentação das matérias orgânicas, devido principalmente à diversidade da colônia bacteriana e à complexidade e variedade das matérias orgânicas lançadas em aterros sanitários, é possível isolar algumas reações mais comuns. Em seu início a degradação se verifica em decorrência do oxigênio existente nos interstícios dos resíduos. Participam do processo de decomposição das matérias orgânicas na fase aeróbia, microorganismos (bactérias) que existem normalmente na natureza, portanto, no meio dos resíduos, e que necessitam de oxigênio para a sua sobrevivência. Quando falta o oxigênio essas bactérias não sobrevivem, entretanto, a natureza supre uma outra forma de vida, são as bactérias

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anaeróbias, microorganismos que podem sobreviver sem o oxigênio. Dessa forma distinguem-se duas fases de decomposição: a fase aeróbia e a fase anaeróbia.

Fase aeróbia São as bactérias aeróbias e facultativas, aquelas necessitam de oxigênio e estas sobrevivem com ou sem oxigênio, que hidrolisam a parcela orgânica mais facilmente putrescível a partir de enzimas produzidas pelas próprias bactérias. Uma parte do oxigênio participa de reações diretas de oxidação. Os principais fatores que influenciam a duração da fase aeróbia são aqueles que afetam as atividades biológicas, entre os quais destacam-se: teor de umidade, aeração, relação carbono-nitrogênio, teores de fósforo e de potássio e a presença de materiais tóxicos aos microorganismos, tais como metais pesados e demais substâncias bactericidas. A presença de água é fundamental para a atividade microbiológica, podendo ocorrer condições de anaerobiose se houver excesso de umidade na massa de resíduos, com o decorrente desprendimento de odores desagradáveis. Os microorganismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica - MO necessitam de carbono para o seu desenvolvimento e de nitrogênio para a síntese das proteínas intracelulares. A quantidade de nitrogênio requerida por unidade de matéria orgânica - MO varia com os tipos de microorganismos envolvidos no processo, contudo, a relação carbono/nitrogênio (C/N) é geralmente aceita como fator determinante do grau de decomposição da matéria. Uma parte do carbono é usada para a produção das células microbianas, enquanto, o restante provê energia e é convertido em dióxido de carbono, que é liberado para a atmosfera. Quando o teor de nitrogênio é baixo, os microorganismos devem reciclá-lo através de muitas gerações, enquanto as matérias com carbono se decompõem. Isto ocorre quando a relação C/N está acima de 30/1, no início da decomposição, até alcançar 20/1, ou menor, em função da liberação de CO2. Quando apenas uma parcela do nitrogênio é necessária para a estrutura da célula, o excesso passa a ser liberado na forma de amônia. A fase aeróbia se encerra quando for consumido o oxigênio existente nos resíduos. O tempo de ocorrência dessa fase depende da compactação dos resíduos no aterro; em lixões, onde os resíduos não são compactados, é maior o tempo de duração da fase aeróbia uma vez que existem interstícios maiores e assim ficam retidos maiores volumes de oxigênio. A hidrólise e o metabolismo bacteriano produzem substâncias parcialmente degradadas e ácidos, tais como: ácido acético, propriônico, butírico e, principalmente, grande volumes de dióxido de carbono e água. A duração dessa fase é de alguns dias e a acidificação do meio é caracterizada por pH ácido entre 5,5 e 6,5. As reações que se verificam nessa fase podem ser representadas pela equação abaixo.

M.O = novos microorganismos + M.O. parcialmente degradada + CO2 + H2O Nesta fase é gerado um gás com altos teores de dióxido de carbono – CO2 e pouco ou nenhum metano – CH4. Em meio ácido as bactérias não conseguem sobreviver, seja pela falta nutrientes, seja devido à acidez. Felizmente, a natureza provê a solução graças à entrada em ação de microorganismos que podem viver sem a presença de oxigênio, são as bactérias anaeróbias, também denominadas de metanogênicas.

Fase anaeróbia Conforme mencionado, devido ao consumo de oxigênio a fase ácida termina, porém, deixando um meio acidificado pela presença, principalmente, de ácido acético (CH3COOH) e matéria

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orgânica parcialmente degradada. Inicia-se, então, a segunda fase do processo com a predominância de organismos que sobrevivem sem oxigênio. Estes microorganismos - bactérias anaeróbias geram metano, dióxido de carbono, água e algum calor. São bactérias que se nutrem das substâncias liberadas na primeira fase e assim tem continuidade a degradação da matéria orgânica. As bactérias metanogênicas, produtoras de metano, que operam na segunda fase, obtém energia a partir de duas reações: 1) redução do dióxido de carbono, produzido na primeira fase, pela adição de hidrogênio com a geração de metano e água e 2) decomposição do ácido acético em metano e dióxido de carbono. As equações das duas reações químicas estão abaixo indicadas. CO2 + 4H2 = CH4 + 2H2O CH3COOH = CH4 + CO2 Na segunda fase o meio apresenta-se neutro com pH entre 5,5 e 7,5. As principais bactérias responsáveis pelas fases Ácidas e Metanogênicas identificadas na fermentação das matérias orgânicas estão relacionadas na Tabela 3.1. Tabela 2.2.1.1. - Principais Microorganismos Responsáveis pela Fermentação das Matérias Orgânicas

FASE ÁCIDA FASE METANOGÊNICA

ALCALÍGENES METANOSARCINAS

CLOSTRIDIUNS MATANOCOCCUS

ENTEROBACTÉRIAS METANOESPIRILLUS

ESCHERICHIAS DESULFOVIBRIOS

FLAVOBACTÉRIAS

LACTOBACILOS

STREPTOCOCCUS

PSEUDOMONAS

Fonte: NIELSSEN et alli, Waste Management & Research, Vol 16 no.-1998 e ”SODRÉ, F., “Produza Sua Energia – Biodigestores anaeróbios”, Recife, PE – 1986.

2.3. CONCEPÇÃO DO ATERRO O futuro aterro será concebido obedecendo as seguintes premissas básicas:

criação de um depósito que possibilite a disposição de resíduos, pelo menos por 10 anos;

disposição dos resíduos de forma a preencher a área em sentido ascendente, preenchendo os talvegues naturais existentes;

necessidade de acessos a todas as bermas do futuro aterro, transitáveis em toda época do ano, e em condições adequadas de largura e declividade;

obtenção de material de empréstimo através de escavações na própria área, - execução de cortes no terreno de modo a não se atingir o lençol freático, mantendo-se deste uma distância mínima de 1,5m;

escavações no terreno a serem feitas de modo progressivo e em etapas, evitando-se assim grande movimentação de solo e impacto visuais de grande monta.

implantação de sistemas de drenagem interna de percolado, gás e drenagem externa superficial, bem como de sistema de impermeabilização de base;

coleta e adequado tratamento do percolado coletado e

elevação do aterro em células de 3m em 3m, separadas por bermas de 5m de largura e com taludes finais com inclinação 1 (V): 2(H);

a minimização da geração de percolados nas camadas que receberão resíduos;

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a minimização da percolação de líquidos pela fundação do aterro;

a completa exaustão e queima dos gases gerados;

a coleta, o transporte e o tratamento dos líquidos percolados, e a adequada drenagem das águas pluviais, de modo a evitar a erosão dos patamares do maciço de resíduos e o aumento do volume de percolados.

Descreve-se a seguir os sistemas componentes do futuro Aterro Sanitário

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Planta baixa

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2.4. SISTEMA DE FECHAMENTO DE ÁREA (CERCAS E CORTINA VEGETAL)

As cercas terão como função principal evitar o ingresso de "catadores de lixo", de veículos não autorizados a efetuarem a disposição de resíduos no local, de animais e quaisquer outros elementos estranhos na praça de trabalho de disposição final dos resíduos, visto que, a presença dos mesmos prejudicará o andamento dos serviços. A cerca deverá ser formada por mourões de eucaliptos ou concreto armado espaçados de 2m e com 8 (oito) fios de arame farpado galvanizado (BWG 14) e sinalizada com placas de advertência. Além deste isolamento, será construída uma faixa de isolamento limítrofe às divisas do aterro, composta por arbustos e árvores que impedirão a visualização constante do aterro e que se constituirão numa cerca vegetal.

2.5. SISTEMA LOGÍSTICO (INFRA-ESTRUTURA) Para que um aterro sanitário mantenha um bom padrão de operação, torna-se necessária a existência de uma estrutura de controle e proteção. As instalações a serem construídas são:

Portaria com Cancela A função da portaria será a de controlar a entrada e a saída de veículos autorizados a circular na área do aterro sanitário e supervisionar os materiais que chegam para serem aterrados, principalmente quanto aos resíduos que poderiam prejudicar a execução do empreendimento, como por exemplo, o recebimento de lodos tóxicos e/ou outros resíduos sólidos classificados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT com Resíduos Sólidos Industriais Perigosos (Classe I).

Balança A função da balança será a de controlar e registrar as quantidades de resíduos que serão dispostos no aterro sanitário. Este equipamento é o mais indicado para controlar a remuneração dos serviços prestados por terceiros.

Escritórios Será um local apropriado para abrigar os técnicos que efetuarão a contabilidade e a quantificação dos resíduos sólidos urbanos que serão aterrados e dos diversos materiais que serão utilizados na construção da infra-estrutura do empreendimento e na futura operação do mesmo. Aos escritórios competirá, ainda, a função de controlar e registrar a freqüência dos funcionários.

Refeitório Será uma instalação apropriada para o abrigo dos operários durante as refeições.

Vestiário e Sanitários A função destes dois elementos da infra-estrutura será a de fornecer suporte aos funcionários para troca de suas roupas antes e após a jornada de trabalho, além de propiciarem condições adequadas para a higiene dos mesmos. Os sanitários atenderão, também, ao pessoal envolvido no transporte dos resíduos sólidos que chegarão ao empreendimento.

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Alojamento A função deste elemento da infra-estrutura será a de fornecer suporte aos funcionários quando da necessidade de pernoite no aterro.

Pátio para Estocagem de Materiais Este pátio será o local de armazenamento de calhas, pedras, tubos e outros materiais indispensáveis ao desenvolvimento das obras e à operação do aterro. Será utilizado um local apropriado para a implantação deste pátio, no interior da área do próprio aterro.

Galpão para Abrigo dos Equipamentos Será um local coberto para que as máquinas (tratores, pás-carregadeiras, caçambas e outros equipamentos) envolvidas na implantação e operação do aterro não permaneçam sob os efeitos das intempéries nos períodos ociosos. No galpão poderão ser também executados reparos nos equipamentos.

Oficinas / Almoxarifados Será construído um local coberto para que as máquinas (tratores, pás-carregadeiras, caçambas e outros equipamentos) envolvidas na implantação e operação do aterro possam sofrer revisões e manutenções periódicas. Será mantido um almoxarifado de peças nesse local.

Sistema de Transporte Interno de Materiais Serão construídos acessos encascalhados, que servirão para interligar os diversos pontos da área do aterro, preparados de forma que estes suportem o fluxo de veículos nas mais diversas condições climáticas. Os períodos de chuva prolongados oferecem as piores condições possíveis para a operação de um aterro, pois, além de dificultarem a realização da cobertura dos resíduos sólidos, propiciam a deterioração de algumas instalações de apoio, dificultando o acesso e a movimentação dos veículos sobre a camada de resíduos sólidos. Os acessos internos à área do aterro serão executados com largura mínima de 6 (seis) metros e declividade máxima de 10 % de maneira a garantir o tráfego de veículos em quaisquer condições climáticas, de forma a não interromper a continuidade de operação. Esta continuidade será garantida, através da execução da pavimentação dos acessos com camadas de cascalho e da implantação de sistema de drenagem específico para as estradas de acesso. É importante destacar que os esgotos sanitários gerados durante a implantação e a operação do aterro sanitário serão despejados em fossas sépticas a serem construídas no local, em conformidade com as normas técnicas pertinentes, enquanto os resíduos sólidos gerados nas áreas administrativas e operacionais serão dispostos nas frentes de operação do próprio aterro.

2.6. SISTEMAS DE DRENAGEM Caso a área onde se pretende utilizar para a implantação do Aterro Sanitário apresente nascentes em alguns fundos de vale, esta ocorrência de surgências será resolvida através da implantação de sistema de drenagem de nascentes, que será responsável pela captação das mesmas e a canalização das águas sob o aterro. Considerando tal fato, apresenta-se a seguir a metodologia empregada para a execução desses serviços.

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a) Drenagem de Nascentes Para a implantação do sistema definitivo de drenagem será providenciada a implantação de um sistema de drenagem provisório, constituído de valetas, poços coletores para colocação de bombas e recalque da água coletada, etc. A função deste sistema provisório será de criar condições de trabalho adequadas para a implantação do sistema definitivo. O sistema definitivo de drenagem de nascentes será constituído de drenos principais, drenos secundários e caixas de drenagem de nascentes. A água coletada nas caixas será drenada para pontos mais baixos do terreno através dos drenos principais. O dreno principal será constituído por uma tubulação de concreto perfurada de diâmetro 40cm, instalada no interior de um dreno de brita, segundo as indicações e dimensões a serem estabelecidas em projeto executivo. O dreno secundário descarregará sua vazão no dreno principal e será executado com brita n° 4, envolta por manta geotêxtil, com as dimensões e características a serem indicadas no projeto executivo. Os procedimentos executivos são em tudo semelhantes aos já descritos no item dreno principal (anterior),com a única diferença que este dreno não possui tubulação interna, sendo portanto um dreno cego. b) Sistema de Impermeabilização Inferior O bom senso permite admitir a não existência de qualquer impermeabilização na base do aterro quando houver uma distância maior do que 3 m, entre a base do aterro e o lençol freático e quando o solo exibir permeabilidade igual ou inferior a 1 x 10 -6 cm/s. No caso do Aterro Sanitário, levando-se em consideração que o solo local tem uma permeabilidade mediana, em decorrência do solo silte arenoso existente, torna-se fundamental que o aterro seja impermeabilizado na sua base e nas suas ombreiras com um sistema mais efetivo. A impermeabilização será efetivada com a execução de um Aterro de Base, composto por três camadas, a seguir discriminado:

1ª. camada: aterro de regularização, com espessura de 0,5m, a ser executado com solo argiloso compactado. A camada horizontal (com pequena inclinação) servirá de "berço" para a colocação da manta de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) de 2mm, na base do aterro;

2ª. camada: colocação de manta de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) de 2mm, devidamente soldada e colocada sobre o aterro de regularização;

3ª. camada: aterro de proteção da manta, com espessura de 1,0 m, a ser executado com solo argiloso compactado. A camada horizontal (com pequena inclinação) terá função de proteger a manta PEAD (Polietileno de Alta Densidade), além de permitir a alocação, sem danos à manta, de drenos de percolado e de gases.

A impermeabilização será executada na base e nas ombreiras do aterro, eliminando-se portanto a possibilidade de poluição dos recursos hídricos da área, também por infiltração pelas ombreiras. Na Figura 2.6.1. mostra-se um croqui da impermeabilização prevista para a base do Aterro Sanitário.

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COMPACTADO

SOLO LOCAL

0.60

0.50

BRITA OU

SOLO NATURAL

COMPACTADO

MANTA PEAD e=2mm

APLICADA SOBRE TERRENO

NATURAL ESCAVADO E COMPACTADO

1.00

IMPERMEABILIZAÇÃO E DRENO DE CHORUME

RACHÃO

Figura 2.6.1. - Elementos Constituintes da Impermeabilização da Base do Aterro Sanitário

2.7. SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS Serão executados dispositivos de drenagem de gases/percolado em todas as células do aterro, visando assim permitir a dissipação dos gases, bem como a drenagem do percolado formado nas células do aterro sanitário. Tais dispositivos de drenagem serão basicamente:

drenos de percolado na fundação (a serem executados na base das áreas de implantação);

drenos verticais de gás e percolado (a serem executados em todo o maciço), e

drenos horizontais de chorume (a serem executados na base de todas as células de resíduos).

A concepção do sistema de drenagem de gases e percolado a ser implantado se baseará na execução de drenos horizontais de chorume secundários, na forma de “espinha de peixe", a serem construídos na base de cada nova célula de lixo e que coletarão chorume e gás. Estes drenos horizontais secundários descarregarão o percolado, célula a célula, em um dreno horizontal principal que recolherá toda a vazão coletada pelos drenos secundários e a dirigirá para os drenos verticais de percolado/gás. As estruturas verticais drenantes serão responsáveis pela condução de toda a vazão de percolado coletada pelos drenos horizontais de chorume, célula a célula, até a base do aterro onde drenos de percolado de base ali existentes direcionarão os líquidos coletados até a caixa de coleta situada na base do aterro. Desta caixa o percolado coletado será então bombeado para a

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estação de tratamento de efluentes. Para esta drenagem realmente funcione se faz obrigatória a interligação completa, na base do aterro, de todos os drenos verticais a algum dreno de percolado de fundação. Além do mecanismo de drenagem acima descrito, os drenos verticais de percolado/gás também propiciarão a drenagem dos gases e a exaustão dos mesmos na atmosfera. a) Dreno Principal de Chorume na Fundação O dreno principal de chorume será instalado sobre a impermeabilização de base executada, que tem espessura prevista de 1 m. Desta forma, a priori, poder-se-á empregar um dreno com formato trapezoidal. Obter-se-á no final do processo um dreno que ficará totalmente imerso na futura massa de lixo a ser depositada e que estará conectado obrigatoriamente aos drenos verticais de gás. b) Dreno Vertical de Chorume (e de gás) Drenos verticais consistem-se basicamente de tubos de concreto armado perfurados e justapostos, formando uma coluna vertical. Tal tubo terá diâmetro de 60 cm e será dotado de furos com diâmetro mínimo de 5 cm, espaçados em linhas, a cada 20 cm, sendo ainda, em linhas adjacentes, desencontrados em metade do espaçamento. Ao redor dos tubos será disposta uma camada de rachão com espessura mínima de 60 cm para sua proteção mecânica e aumento de sua capacidade drenante.Essa camada de rachão deverá ser protegida por uma tela soldada do tipo TELCON. Para evitar problemas de estabilidade do dreno o mesmo deve ser apoiado na base do aterro em um "berço" de rachão, devidamente interligado com a rede de drenagem de percolado da base do aterro. Um croqui de um dreno vertical de chorume e gás está apresentado na Figura 2.7.2. e na Foto 2.7.1. mostra-se um dreno de gás no qual está em combustão o gás drenado do maciço de resíduos. No Aterro Sanitário , além dos drenos de fundação localizados na base do aterro, também será necessária a implantação de drenos horizontais na base de todas as camadas, com as seguintes características e diretrizes de implantação:

uma linha de drenos ao longo da parte interna do pé do talude de cada célula, de maneira a coletar os líquidos percolados, impedindo a ocorrência de acumulação junto à base do talude e a posterior passagem para a área externa da sua camada de cobertura;

linhas de drenos distribuídos em todo a área da base de cada célula, com a finalidade de propiciar a drenagem do percolado em toda a extensão da mesma; e

linhas de drenos curtos destinados a interligar os drenos acima descritos com os poços verticais de gás e chorume.

Todas estas linhas descritas convergirão para drenos horizontais de célula que se encarregarão do transporte dos líquidos até os drenos verticais. Para execução dos drenos horizontais de chorume, será adotada a metodologia abaixo descrita:

Terminada a disposição de resíduos numa certa célula, proceder-se-á a escavação de uma vala no lixo depositado até ser atingido o topo de cada camada de solo da célula subjacente. Tal vala será implantada de modo a seguir o encaminhamento e as

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disposições de caimento estabelecidas no projeto, com a largura definida pela caçamba da escavadeira hidráulica que executará tal serviço.

Na seqüência, após a abertura da vala (de profundidade 4 m e largura de 1,2 m, em média) proceder-se-á ao lançamento do elemento drenante (rachão), até a altura especificada em projeto. O rachão será espalhado uniformemente por toda a extensão da vala e o volume remanescente da vala será recomposto com lixo compactado até ser atingido o topo original da célula e finalmente, será aplicado o solo necessário para a recomposição do revestimento da célula. Na Figura 2.7.3. mostra-se a situação da escavação do dreno de percolados.

Foto 2.7.1. - Dreno de biogás em operação no aterro sanitário da Rodovia dos Bandeirantes em São Paulo, observando-se o envoltório de britas e a tela protetora

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Figura 2.7.2. - Croqui de um Dreno de Gás e de Chorume

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ESCAVAÇÃO DO DRENO DE CHORUME

EM CADA CÉLULA

FIGURA 5.2

Figura 2.7.3. - Escavação do Dreno de Chorume

c) Caixa de Passagem na Fundação Nos locais onde ocorrer a mudança de direção dos drenos de chorume junto ao talude externo serão executadas caixas de passagem de concreto, com as características indicadas nos desenhos de projeto. Para a sua implantação, serão escavados poços com dimensões compatíveis com as características geométricas das caixas. Em principio essas caixas serão moldadas "in loco". As caixas poderão ser executadas com materiais pré-existentes. As caixas de passagem possuirão paredes em alvenaria vazadas nas faces de contato com os drenos, conforme indicado no projeto executivo. d) Caixa de Acumulação de Chorume No pé do aterro, onde está previsto o afluxo de todo o sistema de drenagem de chorume, será implantada uma caixa coletora. Esta caixa terá a função de permitir a medição da vazão afluente de percolado drenada bem como possibilitar o encaminhamento do percolado até a Estação Tratamento de Efluentes. e) Cálculo da Vazão de Percolado a ser Tratada A vazão a ser tratada no Aterro Sanitário foi estimada a partir do Método do Balanço Hídrico para a região, baseado em dados climatológicos obtidos. O Método do Balanço Hídrico se embasa no seguinte fato: do total da água precipitada sobre a área do aterro, parte é devolvida à atmosfera pela evapotranspiração, parte escoa superficialmente e o restante se infiltra e pode ficar retido na camada de cobertura ou produzir um fluxo de percolação quando é atingida a saturação desta camada. A Figura 3.5 exemplifica a situação de descrita.

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Para cálculo do balanço hídrico foram considerados os seguintes parâmetros: EP = Evapotranspiração Potencial. P = Precipitação. O Escoamento Superficial (ES) é obtido aplicando-se o Coeficiente de Escoamento Superficial (C') às médias mensais de precipitação, ou seja: ES = C'. P,

Onde: C'=C. No presente estudo adotou-se:

= 0,43 na estação úmida (meses de janeiro, fevereiro, março, abril, outubro, novembro e dezembro);

= 0,33 na estação seca (demais meses) e C = 0,40 para solo argiloso. A infiltração (I) é expressa por (P - ES). A diferença entre as Quantidades de Água Infiltrada (I) e Evapotranspirada (EP) é expressa por (I - EP). A Perda Potencial de Água Acumulada é expressa por NEG (I-EP). O Armazenamento de Água no Solo é expresso (AS). A. Evapotranspiração Real (ER) é calculada através da expressão: ER = EP + [(I - EP) - (AS)]. A. Percolação (PER) é calculada através da expressão: PER = P - ES - (AS - ER)

Aqüífero

Terreno natural

Percolação Resíduos

Infiltração

Evapotranspiração real Precipitação

Cobertura vegetal

Lixiviado

Escoamento superficial

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2.8. ASPECTOS CONSTRUTIVOS

2.8.1. SISTEMA DE DRENAGEM SUPERFICIAL A erosão se constitui numa ameaça não só com relação à perda de solo propriamente dita, como também de seus nutrientes naturais, com o conseqüente arrastamento de material e assoreamento de bacias de drenagem, lagos, rios, reservatórios e canais, com nítido prejuízo dos recursos hídricos, destruição e aniquilamento da vida vegetal nas áreas atingidas. A erosão pode provocar extensos danos a taludes, auxiliando no desenvolvimento de instabilidades geotécnicas que podem ser extremamente danosas ao meio ambiente. Em vista desses fatos é imprescindível que o controle dos fenômenos de erosão seja efetuado desde o início das obras e durante o seu desenvolvimento, através do que se denomina de medidas preventivas. Deste modo são evitados os efeitos nefastos acima descritos. Assim sendo, qualquer sistema de drenagem em aterros sanitários contempla a necessidade da implantação de uma drenagem provisória (enquanto as obras se desenvolvem e os taludes e bermas ainda não são definitivos) e uma drenagem permanente, implantada nos locais onde já não se espera nenhuma atividade de deposição.

2.8.2. DRENAGEM PROVISÓRIA A drenagem provisória engloba todos os serviços de controle de escoamento superficial para evitar a infiltração e/ou erosões nas praças e/ou taludes em decorrência do afluxo de águas oriundas de precipitações pluviométricas, enquanto ainda não estiver implantado o sistema de drenagem definitivo. Engloba também as drenagens necessárias nas estradas de acesso. O princípio básico do controle de erosão durante a realização das obras, (drenagem superficial provisória) consiste essencialmente em se viabilizar que a sedimentação do material seja, tanto quanto possível, efetuada no próprio local, e mesmo no ponto onde ocorre a erosão, evitando que os sedimentos atinjam a drenagem natural ou a bacia hidrográfica da área. Este objetivo é atendido basicamente com a execução de um sistema de drenagem provisório que consiste na implantação de canaletas escavadas na camada de cobrimento de cada célula, no contato das células com as ombreiras e junto à borda externa da célula. Tais canaletas terão as dimensões especificadas no projeto. Todo o material escavado será espalhado lateralmente de modo a ser evitada a formação de leiras que impeçam o fluxo de água. Nos locais com declividade acentuada poderá ser feito o revestimento interno das canaletas com brita/pedra de mão. Será constante a manutenção destas canaletas (principalmente durante chuvas intensas e de longa duração), zelando-se para que todos os danos constatados (entupimentos, etc.) sejam sanados. Além destas canaletas provisórias serão utilizados outros recursos para controle das águas superficiais, a seguir detalhados:

Criação de pontos para a descida d'água nas superfícies em declive, sempre que necessário, utilizando para tal canaletas provisórias, as quais permanecerão até conclusão de escadas ou canaletas definitivas.

Controle de sedimentação, através da construção de obras simples que se constituem basicamente na criação de uma série de obstáculos, que reduzirão a velocidade da água e criarão condições de sedimentação junto a cada obstáculo.

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Cuidado diário e ao longo do desenvolvimento dos trabalhos, de forma que exista uma fiscalização sistemática e constante no sentido de implantar esses obstáculos nos pontos e locais que se considerem críticos.

Paralelamente, haverá vistoria diária dos locais e onde se constatarem indícios de erosões ocorrerá a imediata tomada de medidas adequadas com vistas a sua contenção.

Implantação de bacias de sedimentação, ao longo das linhas de escoamento de água, formando barramentos, com o objetivo de deter os sedimentos.

Recomposição imediata, de qualquer erosão ocorrida.

2.8.3. DRENAGEM DEFINITIVA A drenagem definitiva compreende as obras relacionadas com a implantação dos sistemas de drenagem que funcionarão após a conclusão do aterro e das estradas de acesso definitivas. Os procedimentos a seguir descritos serão empregados na fase atual do aterro (operação atual do mesmo) tendo em vista que uma parte do aterro já se encontra nos greides, taludes e cotas definidos em projeto, impondo-se assim a execução da drenagem definitiva. O sistema de drenagem definitivo engloba fundamentalmente as seguintes estruturas:

canaletas de berma e sarjetões;

descida de água de talude em rachão - canaletas em concreto;

descida de água em degraus;

dissipação em rachão e proteção superficial com grama.

As diretrizes que nortearão a concepção da solução de drenagem empregada no aterro atual serão:

Adensamento nas partes mais centrais da coleta das águas pluviais, na direção transversal às bermas, devido às grandes dimensões da fachada do aterro. Tal premissa foi adotada devido à maior probabilidade de recalques nesta região.

Utilização de canaletas de berma em todo o pé dos taludes, como maneira de diminuir a infiltração de águas de chuva.

Emprego de escadas hidráulicas nas ombreiras nos trechos de grande declividade.

Utilização de dissipadores de energia em todos os lançamentos de águas coletadas. A seguir, descreve-se de forma sucinta os vários dispositivos de drenagem estabelecidos na concepção da drenagem superficiais definitiva do aterro.

2.8.3.1. Canaletas de Berma As canaletas de berma das células de lixo poderão ser de dois tipos: canaleta de berma em cascalho e canaleta de berma em meia cana de concreto. Será dada prioridade ao uso das canaletas em cascalho, pois essas se acomodam melhor às movimentações verticais e horizontais do aterro, sem danos estruturais. Previamente à implantação do aterro, a área será regularizada com solo argiloso compactado, a fim de corrigir eventuais depressões oriundas de recalques do mesmo. A seguir, será feita a escavação da vala para a sua implantação sendo que todo o material oriundo desta operação será espalhado ao lado, evitando-se a formação de leiras que possam impedir o afluxo de água para a canaleta. Uma vez concluídos estes trabalhos será feito o revestimento da vala com a canaleta ½ cana, assentada manualmente, de forma a ser obtida uma superfície tão uniforme quanto possível.

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2.8.3.2. Descida de Água no Talude em Rachão A fim de aduzir as águas coletadas pela canaleta de berma para fora da área do Aterro Sanitário, serão implantadas descidas d'água (canais) revestidas com manta gabião. Nas bermas com previsão de tráfego constante de equipamentos de manutenção de coletores ou carretas serão instaladas tubulações embutidas conforme indicadas na figura retromencionada. Os trabalhos serão iniciados pela escavação da vala na área de implantação das mantas, com equipamentos apropriados. Todo material escavado será removido da área em questão. Na seqüência será feito o cobrimento do lixo das áreas expostas com solo argiloso compactado assegurando um recobrimento de 0.4 m de espessura. Uma vez concluído este recobrimento, será feito o revestimento da área de implantação das descidas com manta geotêxtil (abertura de filtração e resistência à tração superiores a 100um e 20kN/m, respectivamente). A manta será devidamente betumada, impermeabilizando-se assim, o contato do fundo da canaleta de rachão a ser construída. O selo betumado também evitará que as águas, em relativa velocidade, que descem pelas canaletas de rachão, entrem em contato direto com o solo, o que poderá provocar erosões no mesmo. Na figura 2.8.3.2.1. mostra-se uma canaleta de rachão do tipo ora recomendado.

Foto 2.8.3.2.1. - Canaleta trapezoidal em gabião e rachão

Na seqüência serão instalados os gabiões "caixa" e "saco", os quais serão constituídos por invólucro de tela metálica (arame) em malhas hexagonais, amarrados uns aos outros e preenchidos com material rochoso de dimensões adequadas às características do gabião, formando elementos permeáveis e flexíveis. Os materiais utilizados nos gabiões, enchimento, etc. obedecerão às especificações técnicas.

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2.8.3.3. Canaleta de Concreto Nos locais indicados nos desenhos de projeto serão instalados canaletas de concreto, para drenagem das águas pluviais, com as características definidas em projeto. Tendo em vista que esses dispositivos se constituem de estruturas rígidas, essas canaletas deverão ser locadas em regiões não sujeitas às deformações do Aterro Sanitário, principalmente nas ombreiras. Os trabalhos serão iniciados pela escavação da vala, Após a conclusão da escavação, a vala será preparada de forma a garantir um fundo uniforme sem depressões e ou saliências oriundas da presença de blocos de rocha pré-existentes, ou outro motivo qualquer. Nesta operação será lançado concreto magro ou lastro de brita. Na execução dos elementos de concreto serão obedecidos os critérios apresentados nas Especificações Técnicas.

2.8.3.4. Descida D'água em Degrau, em Concreto Estrutural Nos locais de forte declividade, serão executadas descidas em degraus (escadas) que serão implantadas totalmente em concreto estrutural e obedecerão, onde for aplicável, aos critérios já definidos. Nos trechos de transição de taludes será dada atenção especial do travamento da escada (através de abas laterais) para evitar trincas por movimentação diferenciada de trechos da estrutura.

2.8.3.5. Dissipação em Rachão Ao final das obras de drenagem definitiva (canaletas em concreto e descidas em degrau), onde a água passa a escoar pelo terreno natural, serão executados revestimentos para dissipação de energia e/ou controle de erosão no pé das estruturas. As dimensões desses dissipadores serão definidas durante a execução dos trabalhos, em função das necessidades locais e do tipo de material existente na fundação. O rachão será lançado após a remoção dos materiais inadequados existentes na área e, na seqüência, feito o apiloamento manual.

2.8.3.6. Travessia de Bueiros As travessias de bueiros serão executadas com tubulações de concreto, instaladas onde for previsto o tráfego de caminhões coletores. Para a sua implantação serão executadas valas de dimensões apropriadas às tubulações previstas. Após a escavação cada vala será preparada de forma a garantir um fundo uniforme e com a declividade indicada nos desenhos de projetos. Após a regularização do fundo, será construído o berço da tubulação com brita e/ou concreto magro. A seguir, serão lançados os tubos e executado o preenchimento da vala com solo compactado.

2.8.3.7. Diques de Controle de Erosão Nas drenagens naturais existentes, onde ocorrem fortes declividades que possam gerar velocidade acentuada no fluxo e erosão de terreno, serão executados muros de gabião caixa e gabião. Previamente à instalação desses muros será feita a remoção dos materiais inadequados existentes na fundação (solos moles, depósitos de areia, etc).

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Igualmente às escadas, estes diques serão travados lateralmente, com inserção nos taludes laterais e com proteção superficial para evitar a ação erosiva intensa nessas bordas.

2.8.3.8. Caixa de Passagem de Alvenaria Estrutural Sempre que ocorrerem mudanças de direção ou confluência de canaletas de drenagem, deverão ser instaladas caixas de passagem. As caixas de passagem terão suas lajes de fundo executadas em concreto e as paredes em alvenaria estrutural de blocos de concreto. Serão resultados da adaptação de formas e dimensões das canaletas afluentes e efluentes às condições locais. Sempre que possível, nas caixas de passagem, serão previstos degraus de dissipação para adequação de fluxo. As caixas de passagem serão construídas concomitantemente com as canaletas e com os mesmos métodos empregados na construção destes.

2.8.3.9. Caixa de Bacia de Dissipação As caixas de dissipação serão construídas concomitantemente com as descidas d'água nos taludes e obedecendo à mesma metodologia executiva empregada na construção destas descidas.

2.8.3.10. Proteção Superficial com Grama Os serviços de proteção vegetal dos taludes têm a finalidade de proteger superficialmente as áreas expostas dos taludes (cortes, aterros e encostas), proporcionando condições de resistência à erosão superficial e preservando, quando possível, as características da paisagem natural vizinha. A proteção vegetal será constituída por grama. Será utilizado o sistema de leivas, que consistem em placas de gramas já desenvolvidas e que são transportadas para plantio no local desejado. Também poderá ser empregado o plantio por hidrossemeadura. Para o bom desenvolvimento vegetal há necessidade de se espalhar, sobre o talude a ser protegido, uma camada de pelo menos 5cm de solo de regularização. Serão utilizadas leivas e/ou sementes de gramíneas de porte baixo, de sistema radicular profundo e abundante, de preferência nativas ou adaptadas à região. O plantio será preferencialmente feitos dois meses antes do período de chuvas e ser seguido por irrigação. Quando houver necessidade, a irrigação será feita com equipamento aspersor. A irrigação será processada à medida que as leivas e ou sementes forem implantadas, sendo repetida pelo menos semanalmente até o início do período chuvoso, no período da manhã ou final da tarde.

2.9. SISTEMA DE CONTROLE GEOTÉCNICO Basicamente, os estudos de estabilidade geotécnica serão executados através dos seguintes instrumentos:

Marcos Superficiais São instrumentos incorporados ao aterro, superficialmente, que têm como função servir como orientadores dos deslocamentos aos quais o aterro está sujeito. São constituídos de uma base de concreto e de um pino de referência para as medições topográficas, além de receberem uma placa de identificação para um melhor acompanhamento e registro da movimentação deste local.

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Serão distribuídos de forma a caracterizar linhas de estudo, com direções de deslocamento esperadas, para possibilitar um monitoramento da evolução da movimentação do aterro e, portanto, nortear as ações preventivas que se façam necessárias para se manter o controle do maciço. Para efetuar este monitoramento serão implantados, fora da área do aterro, marcos fixos, irremovíveis, de referência de nível e de posição relativa. Baseado nestes, serão observados por levantamento topográfico, os deslocamentos verticais e horizontais de marcos superficiais a serem instalados no aterro durante a fase de operação. Com base nas leituras de coordenadas e cotas dos marcos superficiais serão calculados os deslocamentos horizontal e vertical de cada um deles, bem como as velocidades de deslocamento horizontais, parâmetro eleito, de forma preliminar, para avaliação da situação atual de estabilidade e de definição dos níveis de decisão das ações preventivas, no caso destas serem necessárias. Assim sendo, em função dos valores verificados desse parâmetro deverão ser adotadas as ações preventivas necessárias. Na execução destes instrumentos é realizada uma escavação cilíndrica, de aproximadamente 50cm de profundidade, onde é construída a base de concreto do instrumento, sendo que nesta base é fixado um pino metálico, que servirá como elemento de orientação das medições topográficas. Este procedimento garante que o instrumento esteja solidarizado ao aterro. Destas medições topográficas são extraídas informações sobre os deslocamentos verticais (recalque) da superfície do aterro e dos deslocamentos horizontais da superfície do aterro, indicativos estes necessários à detecção antecipada de uma possível ruptura.

Piezômetros Para a garantia de estabilidade de um aterro é de fundamental importância que não existam pressões neutras de grande magnitude, pois elas diminuem as tensões efetivas e favorecem os mecanismos de escorregamento. Portanto, é vital que as condições de pressão sejam monitoradas no interior da massa dos resíduos depositados. Com um monitoramento constante pode-se perceber com razoável antecedência qualquer acréscimo de pressão neutra e agir, preventivamente, no sentido de diminuir tal pressão. Portanto, para que se possa obter uma análise mais detalhada e real, estes piezômetros serão instalados de forma a caracterizar linhas de estudo, associando-se estas linhas às linhas formadas pelos marcos superficiais, fazendo com que, em conjunto, estas linhas possibilitem uma visão global sobre a movimentação do maciço e suas possíveis causas.

Pluviômetros No aterro serão feitas leituras diárias de índice pluviométrico, sempre à mesma hora, em pluviômetro instalado em local fixo. Este índice servirá como referência na análise do nível piezométrico e de vazão de chorume, sendo um parâmetro indicativo da eficiência das drenagens superficiais, quando analisado conjuntamente com as leituras de piezômetro e de vazão de chorume. A plotagem das leituras num gráfico facilita a determinação dos períodos chuvosos característico da região, bem como a intensidade destes períodos, avaliados a partir da análise do índice pluviométrico mensal e da média pluviométrica mensal.

Medidor de Vazão de Chorume A leitura da vazão de chorume será realizada diariamente e sempre no mesmo horário, a partir de vertedouro instalado a montante da caixa de acumulação de percolado existente na base do

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aterro. A observação destes valores permitirá uma análise da eficiência da drenagem subterrânea de percolado, assim como a eficiência da drenagem superficial de águas pluviais, sistemas estes que têm como função evitar o acúmulo de líquidos no interior do maciço. Na figura 2.9.1. mostra-se um vertedor e uma lagoa de acumulação de chorume.

Foto 2.9.1. - Lagoa de acumulação de chorume e vertedor triangular de medição de vazão

No caso de se verificar valores de vazão de chorume que não estejam dentro de intervalos esperados, as causas desta anormalidade poderão ser detectadas e as ações corretivas que se façam necessárias poderão ser executadas, podendo-se desta forma evitar o risco da ocorrência de situações de instabilidade no aterro.

2.10. SERVIÇOS AUXILIARES Os serviços auxiliares que deverão ser implantados no Aterro Sanitário são apresentados a seguir.

2.10.1. REVEGETAÇÃO E URBANIZAÇÃO DA ÁREA Serão executados plantios de gramíneas nas células acabadas do aterro, visando diminuir a ação erosiva das águas superficiais, reduzindo, assim, o assoreamento do córrego. Serão estabelecidos cinturões verdes para auxiliar na manutenção da fauna regional, reduzir a propagação de ruídos e minimizar o impacto visual causado pelo empreendimento. Concluído o fechamento do aterro, será efetuada a devida reintegração da área ao espaço local pela execução das atividades descritas. As áreas utilizadas para aterros sanitários não são adequadas para a construção de edificações, pela presença de emanações de biogás e também pelas características geotécnicas dos resíduos, que exibem recalques elevados. No entanto, desde que os gases sejam devidamente canalizados por drenos adequados mantidos durante e após a operação, e desde que a cobertura final seja adequada para isolar os resíduos sólidos dispostos no terreno, as áreas poderão ser utilizadas para fins de recreação, pois não há

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impedimentos no sentido de se utilizar as áreas encerradas para a implantação de parques com atividades de lazer. Para garantir a segurança da população vizinha ao aterro, será realizado um acompanhamento sistemático da estabilidade do maciço, e avaliação das pressões internas de gases e do percolado no maciço, de resíduos sólidos, a partir do monitoramento dos poços piezométricos. É importante lembrar que, a reutilização da área para a implantação de um parque de lazer não ocorre imediatamente ao término da operação do aterro. Para que isso venha ocorrer deverão ser tomadas algumas medidas que visem evitar impactos no que se refere à erosão, a desestabilização dos taludes e ao comprometimento das áreas situadas a jusante do aterro. Para isso é necessária a implantação da camada final de material de cobertura com aproximadamente 1 (um) metro de espessura e uma camada de solo vegetal, para ser realizado o plantio de gramíneas e plantio de árvores de pequeno e médio porte, sobretudo aquelas espécies de sistema radicular paralelo à superfície do aterro e resistentes às temperaturas elevadas. Após o encerramento da disposição de resíduos devem ser realizadas atividades de manutenção e controle para viabilizar a utilização da área e garantia da segurança da vizinhança do aterro. O monitoramento e controle operacional do sistema de drenagem dos percolados implantado durante a operação do aterro, manutenção preventiva e corretiva das lagoas de estabilização do percolado e manutenção preventiva e corretiva do sistema de drenagem dos gases devido a prováveis recalques da massa de resíduos e o conseqüente tombamento dos tubos perfurados.

2.10.2. SISTEMA DE CAPTAÇÃO, COLETA E DISTRIBUIÇÃO E/OU QUEIMA DE BIOGÁS A presença do biogás na massa dos resíduos dispostos no aterro apresenta dois problemas para os operadores do mesmo: a formação de bolsões de gás no interior do maciço de resíduos e a possibilidade da formação de misturas explosivas no ar acima da superfície do aterro uma vez que 5% a 15% de metano em mistura com o ar forma um mistura explosiva. Os bolsões de gás criam pressões internas que tendem a desestabilizar as células de resíduos, enquanto que as concentrações explosivas podem provocar acidentes com os operadores. O biogás deve ser queimado a fim de que não seja disperso pelo vento, ou no caso de ausência de ventos, não forme concentrações explosivas no ar acima da superfície do aterro. Os drenos serão instalados a cada 50 m, um dos outros, o que assegura a drenagem efetiva dos gases.

2.11. IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES OPERACIONAIS PRELIMINARES As ações operacionais que deverão ser, preliminarmente, implantadas no Aterro Sanitário daCIGEDAS são apresentadas a seguir.

2.11.1. IMPLANTAÇÃO DO ATERRO A disposição de resíduos urbanos num aterro é apenas uma das fases de uma operação geral muito complexa. A deposição só será adequada se for precedida por uma série de ações igualmente importantes que visam preparar a área para uma adequada e conveniente deposição. As linhas que se seguem procurarão estabelecer quais serão as principais metodologias destas atividades preliminares a serem implementadas no aterro. Deve-se destacar que nenhuma atividade de implantação será iniciada pela empresa sem que esteja precedida dos devidos licenciamentos legais e dos projetos executivos.

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2.11.2. PÁTIOS PARA ESTOCAGEM DE MATERIAIS O Aterro Sanitário será um sistema de disposição final que envolverá o emprego de grandes quantidades de material pétreo principalmente para ser utilizado na execução de drenos de percolado, drenos de gás, manutenção de estradas e outros. Além de material pétreo também será necessária a utilização de volumes significativos de agregados finos tipo areia para confecção de concreto, argamassas e outros, e pedrisco ou brita 1, ou mesmo de solo, para cobertura diária dos resíduos. Sendo assim, é de fundamental importância que o aterro disponha destes materiais em estoque, para assim agilizar a execução dos serviços de deposição de resíduos. De outra forma, tais materiais teriam de ser comprados quando necessários e entregues no aterro pelos fornecedores após um determinado prazo, o que não é conveniente para o bom andamento dos trabalhos. Outro ponto negativo que depõe contra a não manutenção de um estoque no aterro é a dependência dos fornecedores. Tal dependência é prejudicial aos serviços quando, por exemplo, ocorrer uma emergência na obra que exigirá grande volume destes materiais, como no caso da necessidade imperiosa de abertura de drenos. Por tais motivos é prioridade operacional da empresa manter pátios de estocagem destes materiais no interior do próprio aterro.

2.11.3. PÁTIOS PARA DESCARGA DE RESÍDUOS SÓLIDOS O local (célula) onde serão depositados os resíduos precisará ser convenientemente preparado para receber os resíduos e deverá incorporar cuidado ambiental que deverão preceder à chegada dos caminhões de resíduos.

2.11.4. MARCAÇÃO TOPOGRÁFICA DA ÁREA DE TRABALHO Antes do início de qualquer obra no local, a empresa providenciará a correta locação das mesmas, obedecendo ao projeto executivo. Para tal se utilizará sua equipe de topografia, munida de todos os aparelhos necessários, efetuando assim a amarração dos "off-sets" de projeto, nivelamentos e locações em geral.

2.11.5. DESMATAMENTO / DESTOCAMENTO E LIMPEZA As operações de desmatamento, destocamento e limpeza que se farão necessárias para a implantação do aterro serão executadas mecanicamente e/ou manualmente, com utilização de equipamentos adequados, complementados com emprego de serviços manuais. O equipamento será o normalmente utilizado em aterros e convenientemente listado a seguir, nesta metodologia. Nenhum movimento de terra será iniciado até que as operações de desmatamento, destocamento e limpeza das áreas de interesse estejam totalmente concluídas. Em termos de minimização dos danos ambientais serão seguidos os seguintes critérios:

Um desmatamento somente será feito em área essencialmente necessária para a implantação do aterro e em áreas de empréstimo;

Será feita a recomposição da cobertura vegetal com espécies nativas das áreas utilizadas, como empréstimos, jazidas, bota-foras, etc.;

As espécies arbóreas retiradas das áreas desmatadas, sempre que possível serão replantadas em áreas adjacentes à área ao aterro.

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2.11.6. ESTRADAS DE SERVIÇO PARA ACESSO AOS LOCAIS DE DEPOSIÇÃO A implantação de caminhos de serviço será feita com utilização de equipamentos adequados, complementada com emprego de serviços manuais e precederá à operação da célula em si. Os caminhos de serviço terão largura mínima de 6 m, rampa máxima de 10 % e serão encascalhados, se as condições de tráfego assim o exigirem. Serão devidamente sinalizados de modo a permitir a correta orientação aos motoristas dos veículos que deles se utilizarem. Somente serão executados após a apresentação de um projeto, com as indicações de todas as dimensões em planta e perfil, bem como os quantitativos previstos e descrição de sua execução.

2.11.7. ILUMINAÇÃO NOTURNA Em vista da necessidade de trabalho noturno em algumas ocasiões, impõe-se a execução de rede de iluminação para os acessos e para frente de disposição. A iluminação da frente de descarga de resíduos será feita com geradores e luminárias montadas sobre estruturas móveis permitindo assim a constante mudança de posição, necessária devido à grande variabilidade das frentes de trabalho ao longo do tempo.

2.11.8. EXECUÇÃO DE TERRAPLENAGEM DE CONFORMAÇÃO DA CÉLULA A seguir, de acordo com as premissas do projeto executivo, será executada toda a atividade de corte/aterro de modo a conformar a célula que se pretende operar.

2.11.9. EXECUÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO DE BASE Considerando as características silto/arenosas do solo local e uma provável alta permeabilidade, a ser confirmada quando da realização de ensaios geotécnicos com o solo local, definiu- se a priori, que a impermeabilização de base será feita com a implantação de um aterro de base, constituído por 3 (três) camadas, já descritas anteriormente nessa metodologia.

2.11.10. IMPLANTAÇÃO DAS REDES DE DRENAGEM (PERCOLADO E GASES) Não se pode conceber qualquer disposição de lixo numa célula sem que ela apresente toda a sua rede de drenagem de percolado de base, totalmente executada, de acordo com os desenhos de projeto. Desta forma, nessa nova área, a empresa executará primeiramente os drenos de percolado de base, bem como os drenos de gases e só então dará início à disposição dos resíduos.

2.11.11. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES A implantação de um adequado sistema de tratamento dos efluentes líquidos a serem gerados e captados pelo sistema de drenagem do aterro, ou a sua remessa para tratamento em Estações de Tratamento de efluentes, é parte integrante das ações preliminares à disposição.

2.11.12. PLANO DE TRANSPORTE E ESTOCAGEM DE MATERIAL DE COBERTURA Não basta se dispor de um pátio de estocagem de materiais e preparar adequadamente toda a infraestrutura de uma célula para recebimento de resíduos. É de vital importância que também se disponha de quantidades adequadas de solo para cobertura dos resíduos a serem depositados. Estima-se que o Aterro Sanitário exigirá um volume mensal aproximado de 2.000 m3 de solo para as atividades de cobertura dos resíduos.

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O solo para cobertura será obtido em escavações a serem feitas na própria área do aterro, nas ombreiras da área de implantação. Caso se detecte a impossibilidade de uso dos solos obtidos no interior da própria área, serão utilizadas jazidas externas. A exploração das áreas de empréstimo será feita, em obediência a um plano preestabelecido levando em conta a topografia do terreno, as alturas e inclinações dos taludes, compatíveis com as propriedades geotécnicas dos materiais escavados. Serão implantadas bermas e sistemas de drenagem superficial paralelamente ao processo de escavação, para melhorar a estabilidade e evitar erosões e assoreamento. Após a exploração, além de execução de um sistema de drenagem que evite as erosões ou alagamentos, será feita a cobertura vegetal da área com plantio de gramíneas e espécies arbóreas.

2.12. OPERAÇÃO DO ATERRO A disposição dos resíduos em aterros sanitários geralmente se processa através de procedimentos padrões que se repetem durante toda a vida útil do aterro. As linhas que se seguem estabelecerão quais serão as principais metodologias a serem aplicadas nestes serviços rotineiros a serem executados durante toda a vida útil do aterro.

2.12.1. METODOLOGIA A SER EMPREGADA NA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ROTINEIROS

DE TERRAPLENAGEM Os serviços de terraplenagem consistem genericamente na execução dos cortes e aterros necessários à implantação de todas as unidades do sistema, incluindo sistema viário, células, edificações, sistema de drenagem, áreas de empréstimo, etc. Descrevem-se, a seguir, as metodologias a serem empregadas nos serviços de terraplenagem em cada uma dessas unidades do sistema.

2.12.1.1. Terraplenagem Necessário para as Atividades de Limpeza do Terreno

Todas as áreas de implantação de células, estradas de acesso, instalações de apoio, locais de obtenção de solo, etc. serão convenientemente limpas antes do início dos trabalhos de terraplenagem propriamente ditos, o que incluirá o desmatamento e o destocamento da área a ser futuramente trabalhada e também a raspagem do solo de superfície, numa espessura de 30 cm (suficiente para remoção de toda a camada de origem vegetal). As áreas a serem limpas serão marcadas pela equipe de topografia da empresa, conforme os “off-sets" demarcados em projeto. Em campo, deverá ser providenciada uma limpeza que extrapole, no máximo, 5,0m além das linhas de demarcação estabelecidas pela topografia.

2.12.1.2. Terraplenagem Necessário para a Execução de Cortes A operação de escavação nas áreas do aterro e em áreas de empréstimo trata basicamente das atividades de corte e remoção dos seguintes materiais:

solo argiloso para utilização na confecção de aterros, na cobertura dos resíduos, abertura de drenos, na obtenção de áreas para implantação de depósitos de resíduos, etc. e

rocha decomposta, pedras soltas, etc., Os trabalhos de corte seguirão as especificações construtivas da especificação de serviço "DNER-ES-T 03-70/CORTES".

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Os serviços de terraplenagem serão executados nos alinhamentos, declividades e taludes mostrados nos desenhos de projeto e para este fim serão mobilizados os equipamentos e máquinas apropriados aos serviços de escarificação, escavação, carga, transporte, espalhamento e compactação de solos.

Cortes em Empréstimos e Jazidas A exploração das áreas de empréstimo será feita em obediência a um plano pré-estabelecido, levando em conta a topografia do terreno e as alturas e inclinações dos taludes (que serão estabelecidos em função das características geotécnicas do solo local). A exploração será conduzida de modo a obter camadas espessas de material, conseqüentemente diminuindo a área de exposição às intempéries. Após a exploração, além da execução do sistema de drenagem já preconizado, será também feita a reconstituição vegetal da área, com plantio de gramíneas e espécies arbóreas. Assim foram concebidos os seguintes cuidados visando o controle da erosão durante a realização das obras de exploração das jazidas:

Controle da sedimentação que será efetuada com obras simples que se constituirão basicamente da criação de uma série de obstáculos, que reduzirão a velocidade da água e criarão condições de sedimentação junto a cada obstáculo;

Manutenção ao longo do desenvolvimento dos trabalhos de uma vigilância sistemática e constante no sentido de identificar os locais e implantar esses obstáculos nos pontos e locais que se revelarão críticos;

Execução em todas as cristas de cortes ou plataformas de corte canaletas naturais escavadas no próprio terreno, as quais permanecerão até a conclusão dos dispositivos de drenagem definitivos; essas canaletas serão mantidas limpas, desobstruídas e submetidas a serviços freqüentes de manutenção;

Criação de pontos para descida d'água nas superfícies em declive, sempre que necessário, utilizando canaletas provisórias que permanecerão até a conclusão de escadas ou canaletas definitivas; e

Implantação de bacias de sedimentação, ao longo das linhas de escoamento de água, formando barramentos, com o objetivo de reter os sedimentos.

Os aterros serão executados através da superposição de camadas de material solto de espessura máxima de 30 cm. Tal material será espalhado e nivelado de modo a se obter uma superfície plana e de espessura uniforme. Tratamentos específicos serão feitos, preferencialmente, nas praças de lançamento, de modo a ser obtida a umidade do material dentro da faixa especificada. Tais tratamentos envolvem a aeração do solo com grade de discos (se ele estiver excessivamente úmido) ou então a umidificação via caminhões pipa e posterior homogeneização com grade de discos (se ele estiver excessivamente seco). A seguir, o solo será compactado por meio de rolos compactadores adequados de forma a ser

obtido um grau de compactação mínimo de 95% e teor de umidade dentro da faixa de O a 2% da umidade ótima, ambos referidos ao Ensaio Proctor Normal (NBR-7182). A espessura da camada, o tipo e o número de passagens do equipamento de compactação, poderão ser alterados pela fiscalização, em função de observações feitas durante os trabalhos iniciais e baseados em ensaios de controle de compactação.

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O material será isento de matéria orgânica (galhos, troncos, etc.), pedregulhos, pedras de mão e/ou outro material.

2.12.1.3. Terraplenagem Necessária para Construção do Sistema Impermeabilizante da Base e das Ombreiras

É fundamental a execução do sistema de impermeabilização da base do futuro aterro. Esse sistema de impermeabilização da base e das ombreiras do aterro será constituído basicamente por um aterro de base a ser construído com espessura final de 1,0m, executado com solo local compactado, dotado de manta de PEAD de 2mm de espessura. Sabe-se também que as descontinuidades litológicas do solo de alteração, presentes nas ombreiras, constituem caminho preferencial de percolação de água e de chorume. Assim sendo, qualquer precipitação pluviométrica tende não somente a percolar no interior da massa de lixo, como também a auxiliar no transporte de poluentes através das ombreiras. Portanto, há a necessidade de se impermeabilizar não só a base do aterro, mas também os taludes das ombreiras, só se concebendo a deposição de resíduos após a execução desta impermeabilização. É de todo conveniente que essa proteção se estenda um pouco acima da cota de término da deposição de resíduos (aproximadamente 1,0m). A fim de serem evitadas erosões no material de cobertura da manta nas ombreiras, tal cobertura com solo nas ombreiras só será executada 5 a 7 dias antes da deposição do lixo no local e com uma cota ligeiramente superior à altura da célula de lixo a ser lançada.

2.12.1.4. Terraplenagem Necessária para Construção dos Taludes de Célula de Disposição dos Resíduos

Cada célula de lixo terá altura aproximada de 3,0 m, formada por camadas compactadas de resíduos com espessura não inferior a 0,30 m e não superiores a 0,60 m. As camadas serão compactadas de modo a se obter, no final, uma célula com talude frontal acabado com inclinação máxima 1V:2H. O lixo será descarregado no pé do talude e empurrado de baixo para cima e compactado a seguir com três a cinco passadas de trator de esteira tipo CA T D-06 ou similar. Na parte plana da célula será utilizado equipamento específico para compactação I tipo Dynapac CR 25 ou similar. Diariamente o lixo lançado e compactado será coberto com solo, numa espessura variável entre 0,20 e 0,30 m de espessura. Se aprovado pelos órgãos ambientais reguladores, poder-se-á utilizar entulho como material de cobrimento do lixo. Somente a frente de lançamento será mantida sem cobertura de solo. O planejamento do recobrimento das frentes de lançamento de lixo será feito de modo a ser evitada a ocorrência das células de lixo "estanques" entre linhas do sistema de drenagem de gás e chorume. As células de resíduos serão executadas segundo as diretrizes básicas descritas a seguir.

Os caminhões deverão despejar os resíduos no pé do talude da célula, ou no pé do talude formado pelo lixo já compactado.

Deste local, um trator de esteiras tipo CAT-06, ou então outro equipamento similar, espalhará e comprimirá o lixo contra o talude, ou massa de lixo já compactada, trabalhando sempre de baixo para cima.

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Para uma melhor compactação, os resíduos serão espalhados sobre essa rampa, formando camadas de aproximadamente 0,4 metros de espessura, sobre as quais o trator de esteiras passará de 3 a 5 vezes. Nas atividades de compactação também poderá ser utilizado outro equipamento compactador, tal como rolo CR-25 ou outro similar.

Nos períodos de relativa inatividade como finais de semana e feriados, os taludes de lixo serão recobertos com uma pequena quantidade de terra espalhada pelo trator. Estas camadas não serão compactadas e não terão mais de 10 cm de espessura e serão removidas ou misturadas com o próprio lixo do talude, quando do lançamento de nova camada de lixo no talude protegido.

Papéis e outros materiais leves poderão criar problemas na operação do aterro, pois o vento pode provocar seus deslocamentos para longe da frente de trabalho. Em vista desses fatos, a empresa instalará redes de tela (montadas sobre estruturas metálicas portáteis) para captar tais materiais leves, sendo que periodicamente um ajudante geral fará a limpeza das mesmas.

A fim de serem evitadas erosões nas ombreiras, o recobrimento dos taludes com sua camada de proteção de solo será programado com antecedência de cerca de 5 a 7 dias em relação ao lançamento do lixo e com uma cota ligeiramente superior (aproximadamente 2,00 m) à altura da célula de lixo a ser lançada.

Aplicação de Material de Cobertura e sua Conveniente Proteção Existem dois tipos de cobertura de resíduos num aterro sanitário, aquela que se processa diariamente, nas atividades normais de deposição de lixo e a cobertura final do aterro, a ser feita somente nos locais onde a deposição já se encerrou.

Cobertura Diária São muitos os benefícios advindos da execução da cobertura diária dos resíduos. Tal cobertura promove uma melhor apresentação visual do aterro, melhora as condições de acesso à célula de lixo, reduz significativamente o transporte do lixo leve (papel, etc.) pelo vento, reduz os riscos de transmissão de vetores, diminui odores, reduz a ocorrência de pontos de fogo e ajuda na atenuação de geração do percolado. A cobertura dos resíduos será executada diariamente, utilizando solo argiloso importado ou de material inerte. Assim sendo é importante que tal camada funcione adequadamente e não seja destruída, principalmente, por erosões provocadas por águas superficiais não controladas. Assim, se impõe a execução de um sistema de drenagem provisória ao longo do perímetro da célula, que controle as águas de chuva durante a implantação do depósito.

Cobertura Final A cobertura final de solo deve ser encarada como fator decisivo no sucesso da revegetação do aterro e portanto serão efetuados os seguintes procedimentos para melhorar suas características:

Uso de solo orgânico como elemento adubador de solos de cobertura. O solo, com nutrientes, será incorporado ao solo de cobertura e colocada tal mistura sobre a camada final do lixo. Para uma adequada definição do solo orgânico a se incorporar, será feita uma caracterização do solo da cobertura final, principalmente no que se refere aos macronutrientes, micronutrientes, pH, condutividade elétrica, umidade e capacidade de troca catiônica;

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No local onde as plantas de grande porte serão plantadas será evitado, a todo o custo, que as raízes entrem em contato com o gás gerado no aterro. Para tal, será feita a escavação de cava para plantação de árvore (que terá dimensões de acordo com o sistema radicular da árvore a ser plantada) e a impermeabilização da mesma com qualquer "Iiner", tipo manta plástica;

Em áreas onde o projeto de paisagismo determina uma grande alocação de elementos vegetativos se executará, localizadamente, uma cobertura de solo mais espessa (1m ou maior) garantindo assim um sistema radicular isento de contaminações;

Será evitado que esta última camada seja extremamente compactada, pois a compactação excessiva diminui o índice de vazios do solo e conseqüentemente sua capacidade de aeração e de armazenar água, formando assim uma camada de baixa umidade.

Tão logo a cobertura definitiva estiver concluída será providenciada a imediata plantação de gramíneas sobre ela, impedindo assim a ocorrência de mecanismos de erosão e escorregamentos. As principais vantagens na incorporação de um solo orgânico na camada final do aterro, além das já citadas são: o controle de erosão, a retenção de umidade e a inibição do crescimento de ervas daninhas, as quais são explicitadas a seguir.

2.12.2. CONTROLE DE EROSÃO A colocação da camada fina de solo vegetal reduz significativamente o impacto das gotas de chuva sobre o solo anteriormente desnudo, reduzindo assim a erosão. Fenômeno semelhante ocorre com a erosão provocada pelo vento, que é minimizada com a colocação de camada de solo protetor.

2.12.3. RETENÇÃO DE UMIDADE A colocação de uma camada de solo orgânico previne a incidência direta de luz solar sobre o solo de cobertura, garantindo assim que ele continue úmido, favorecendo o crescimento das plantas.

2.12.4. INIBIÇÃO DO CRESCIMENTO DE ERVAS DANINHAS Uma camada fina de solo orgânico impede o crescimento de qualquer espécie de erva daninha, pois tais sementes terão incidência direta de luz solar, o que impede sua germinação e crescimento. Enfatiza-se que, devido aos procedimentos operacionais normalmente adotados em aterros sanitários, os riscos de erosão são intensos nos taludes expostos das células de disposição de resíduos. Para a minimização desses processos erosivos, serão realizadas as seguintes atividades:

Identificação, através de inspeção regular, dos pontos críticos de instabilidade dos taludes das células de resíduos sólidos;

Manutenção regular e preventiva do sistema de drenagem das águas pluviais, a fim de evitar riscos de rompimento e obstrução do mesmo;

Inspeção visual, com freqüência semanal, da superfície do aterro com vistas a identificar eventuais pontos de afloramento de percolado. No caso de identificação desses afloramentos, proceder-se-á a recuperação/correção do sistema de drenagem do percolado; e

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Execução de revegetação com plantio de gramas tipo “Batatais” em todos os taludes das células encerradas do aterro, bem como os locais onde se retiraram materiais de cobertura das células.

2.12.5. CONTROLE E A DISPOSIÇÃO DOS LÍQUIDOS PERCOLADOS NAS UNIDADES DE

ATERRAMENTO A descrição do sistema de drenagem de percolados já foi feita anteriormente. Sabe-se também que os poços verticais que efetuam a drenagem dos gases também auxiliam na drenagem interna do percolado gerado no maciço de resíduos sólidos. A malha de drenos implantados em cada célula visa garantir a captação do percolado gerado, enviando-o para as caixas de recepção, instalada próximas no pé do aterro. A caixa de recepção serve para a regularização do envio do percolado para as lagoas de estabilização/acumulação e para decantar o material grosseiro presente no percolado, além de reduzir o risco de entupimento do sistema de bombeamento para as lagoas de estabilização. Para controlar o sistema de drenagem do percolado prevê-se a execução de um plano de controle e disposição do percolado gerado no aterro sanitário que será executado através de inspeções semanais visuais em toda a superfície dos taludes já concluídos e das áreas próximas, objetivando localizar pontos de afloramento de percolado na superfície do solo. De posse dos resultados obtidos serão produzidos relatórios técnicos mensais que subsidiarão as medidas preventivas e corretivas do sistema de disposição do percolado. No caso de detecção de pontos de afloramento de percolado, será aberta vala com retro-escavadeira ou equipamento similar interligando o ponto de afloramento com um dreno próximo e a seguir tal vala será preenchida com rachão.

2.12.6. CONTROLE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS PARA MINIMIZAR AS INFILTRAÇÕES E

EROSÕES NA ÁREA A erosão se constitui numa ameaça não só com relação à perda de solo propriamente dita, como também de seus nutrientes naturais, com o conseqüente arrastamento de material e assoreamento de bacias de drenagem com nítido prejuízo dos recursos hídricos, destruição e aniquilamento da vida vegetal nas áreas atingidas. É imprescindível que o controle dos fenômenos de erosão seja efetuado desde o início das obras e durante o seu desenvolvimento, através da implantação de um sistema de drenagem superficial eficiente.

2.12.7. DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS EM ÉPOCAS INTENSAMENTE CHUVOSAS Um aterro sanitário exige condições operacionais sob quaisquer condições climáticas. Assim sendo, é fundamental que em épocas chuvosas os caminhões tenham condições de trânsito e de descarregamento. Desta forma foram concebidas as seguintes medidas a serem implementadas:

Manutenção constante de todas as vias não pavimentadas, mantendo-as sempre encascalhadas;

Manutenção constante do sistema de drenagem superficial das pista de rolamento, evitando assim o acúmulo de água, poças, etc.

Também será dotada, pela empresa, o uso de "praça de chuva" (local mais próximo da entrada do aterro onde os caminhões descarregariam quando houvesse chuva), a ser utilizada para disposição quando do impossibilidade de acesso à praça de trabalho. Mesmo com tal praça de

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chuva, a Empresa manterá as estradas em condições de trafegabilidade sob quaisquer condições de clima.

2.12.8. SISTEMAS DE MANUTENÇÃO DAS CÉLULAS DE LIXO JÁ ENCERRADAS, BEM

COMO SISTEMAS DE DRENAGEM DE LÍQUIDOS E DE GASES A manutenção das células já encerradas é fundamental e visa principalmente garantir que a conformação final obtida quando do encerramento do aterro seja mantida ao longo do tempo, sem a ocorrência de erosões na camada de cobertura, ou mesmo aparecimento de aflorações de percolado. Os procedimentos de manutenção básicos dizem respeito à manutenção no sistema de drenagem da célula, na sua cobertura vegetal e no seu sistema de drenagem de percolado e gases.

2.12.9. SISTEMA DE AVANÇO DO ATERRO, COM ARRANJO GERAL DAS PRIMEIRAS

ETAPAS DE TRABALHO O avanço da deposição de lixo numa célula se dará através do método tradicional que envolve a execução de "prismas trapezoidais" com a altura total da célula e comprimento definido pela extensão da frente de trabalho. Tais prismas serão executados diariamente e um lateralmente ao outro até se completar a largura total da célula. Feita tal apuração se iniciará a execução da nova linha de prismas, respeitando-se o processo até se completar toda a célula.

2.12.10. REGISTRO DIÁRIO DE TODAS AS OPERAÇÕES EXECUTADAS NO ATERRO É de fundamental importância que se mantenha um controle de todas as atividades executadas diariamente no aterro. Tal controle permitirá um melhor gerenciamento do aterro (para aferição de produtividade dos equipamentos, mão de obra, etc.) e também servirá como instrumento de avaliação do real progresso dos serviços. Com o controle das atividades executadas pode-se, com antecedência, aferir quais serviços estão em ritmo indesejado e evitar que estes atrasos intervenham em outras atividades, impedindo assim que eles interfiram em todo o cronograma de obra. Basicamente, a empresa aferirá e controlará cada equipamento do aterro, tendo em vista que no Aterro Sanitário daCIGEDAS, os serviços mecanizados são os grandes responsáveis pela adequada disposição do lixo e pelo eficiente ritmo de trabalho. Os serviços manuais, tendo em vista a baixa produção que deles se espera e a sua pouca influência no cronograma geral da obra, não serão monitorados.

2.13. ESTIMATIVA DA VIDA ÚTIL DO NOVO ATERRO SANITÁRIO A estimativa da vida útil do aterro projetado foi feita através da comparação de duas informações, a saber:

Capacidade volumétrica do aterro projetado e

Necessidade volumétrica para a disposição de resíduos por período superior a 10 Anos.

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2.13.1. CAPACIDADE VOLUMÉTRICA DO ATERRO PROJETADO

A capacidade volumétrica do aterro foi definida através da multiplicação de dois números, a saber:

Área média de cada célula do aterro; e

Altura útil de cada célula, definida como sendo de 2,8m., que é altura total da célula, descontada a sua respectiva camada de cobertura de 0,20 cm de espessura.

Definiu-se como área média de uma célula como sendo a média entre a área da base e a área do topo da célula.

Desta forma, através de planímetro, mediu-se a área média de todas as células do aterro, que foram a seguir multiplicadas pela altura de 2,8m, possibilitando assim a definição da capacidade útil do aterro.

2.13.2. NECESSIDADE VOLUMÉTRICA PARA A DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS POR PERÍODO

SUPERIOR A 20 ANOS

O aterro projetado deverá possibilitar a disposição de resíduos por período superior a 10 anos.

Desta forma, no período de 20 anos, serão produzidos e encaminhados ao Aterro Sanitário um total de 1.970.663,616 Toneladas de residuos

2.13.3. DEFINIÇÃO DA TENDÊNCIA DE COLETA DOS RESÍDUOS URBANOS

A Tabela 2.13.3.1 apresenta os dados estimados de coleta dos resíduos urbanos do CIGEDAS no período de 2012 a 2023. Estas estimativas foram elaboradas com base na evolução da população do GREGIÃO DE CERRADO, segundo o IBGE, multiplicada pelo índice de coleta per capita estimado para o mesmo ano.

Tabela 2.13.3.1. - Quantidades Estimadas a Serem Destinadas ao Aterro daCIGEDAS

Fonte: Censo da FIBGE, 2000. Obs.: (1). Admite-se que no aterro sanitário os resíduos terão a densidade

A seguir é apresentado os projetos básicos das camadas e seus repectivos volumes

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2.14. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE MANUTENÇÃO GERAL DO ATERRO As instalações e sistemas de um aterro necessitam manutenção constante, que devem se estender, teoricamente, por todo o período no qual o aterro ainda produza gás e percolado. Tendo em vista que os resíduos depositados se decomporão em diferentes velocidades ocorrerá um grande intervalo de tempo no qual a manutenção se fará necessária. Assim é que nos EUA, por exemplo, recomenda-se um período de 30 anos de manutenção após o término das operações de um aterro. No Aterro Sanitário do CIGEDAS concebeu-se um plano de manutenção que se baseia na adoção de dois procedimentos básicos, a saber:

Estabelecimento de rotinas de inspeção;

Estabelecimento de medidas corretivas (procedimentos de manutenção).

2.14.1. ESTABELECIMENTO DE ROTINAS DE INSPEÇÃO Serão definidas rotinas de inspeção para cada sistema do aterro com uma periodicidade especifica para cada sistema, relacionando-se todos os itens do sistema a serem analisados em campo, para a solução de eventuais problemas. Assim ter-se-ão subsídios para a próxima etapa, que é a da correção dos problemas detectados.

2.14.1.1. Manutenção da Cobertura Vegetal Sobre as Células de Lixo O aterro apresentará recalques de grande monta, que poderão afetar sensivelmente a cobertura vegetal estabelecida, pois tais recalques poderão provocar o acúmulo de água em alguns pontos, ou mesmo induzir caminhos preferenciais para o encaminhamento d'água, criando erosões e carreamento de partículas, danificando, por conseguinte, a cobertura vegetal. Além destes fenômenos (decorrentes mais especificadamente dos recalques) poderão ocorrer outros mecanismos, dentro do contexto de um aterro sanitário, que induzirão à morte a espécie vegetal plantada. Entre eles citam-se: a morte de espécies vegetais pela proximidade das raízes com o resíduo, baixa taxa de nutrientes na camada final de cobertura, pouca capacidade de retenção d'água desta última camada (pouca umidade), temperatura do solo da camada final muito alta, camada final excessivamente compactada, consumo de oxigênio da camada final pela oxidação do metano, etc. Todos estes mecanismos poderão induzir à morte da espécie vegetal, o que é extremamente perigoso para o aterro como um todo.

2.14.1.2. Sistema de Drenagem do Percolado A drenagem do percolado gerado nas células de resíduos sólidos é obtida através dos poços verticais instalados que efetuam, também, a drenagem dos gases. Essa malha de drenagem implantada na base de cada célula garante a captação do percolado gerado, encaminhando-o à caixa de recepção, instalada próxima ao pé do aterro. Essa caixa de recepção tem por finalidade servir de caixa de regularização do percolado para as lagoas de estabilização e remover os grãos de areia presentes no percolado, a fim de evitar o entupimento do sistema.

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2.14.2. DIRETRIZES GERAIS PARA A DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE MANUTENÇÃO DA

DRENAGEM DE PERCOLADOS A presente proposta prevê a execução de um plano de manutenção geral do sistema de drenagem do percolado gerado no aterro sanitário, através das seguintes atividades:

Realização semanal de inspeções visuais em todo o sistema de drenagem e de recalque do percolado. A partir dos resultados obtidos nas inspeções serão identificadas e programadas as ações necessárias à manutenção do sistema existente.

Avaliação semanal das condições físicas e operacionais das caixas de passagem e das lagoas de estabilização, identificando-se a necessidade de reparos em todos os componentes do sistema de drenagem de percolado.

Determinação da necessidade de manutenção do sistema de retenção de sedimentos e de resíduos sólidos, a montante das caixas de passagem, e execução de dragagens periódicas do material.

Avaliação dos recalques e identificação de eventuais deslizamentos no aterro que possam ter comprometido o sistema de drenagem e execução da manutenção dos mesmos.

Avaliação do sistema de bombeamento (se houver) e da respectiva tubulação existente e execução da manutenção dos mesmos, caso necessária.

A partir dos resultados obtidos deverão ser emitidos relatórios técnicos mensais, os quais contemplarão as ações desenvolvidas relativas à manutenção do sistema de coleta e drenagem do percolado gerado no aterro, bem como a concepção, caso necessárias, de melhorias no sistema de captação e drenagem do aterro.

2.14.2.1. Sistema de Tratamento do Percolado O chorume gerado no aterro será coletado em caixa de equalização e enviado para a ETE (Estação de Tratamento de Efluentes). Passa-se a seguir a uma breve descrição de todos estes tipos de tratamento.

Lagoas de Maturação As lagoas de maturação, que são largamente usadas para o tratamento de esgotos sanitários, exigem grandes áreas para a sua instalação. Nos aterros sanitários, geralmente não existem áreas para a instalação de tais lagoas. Por outro lado, os teores de nitrogênio do chorume (2.000 mg/litro), que aumentam com a idade do aterro, favorecem a formação de algas que impedem a oxigenação das lagoas, além de inibir o processo bacteriano.

Lodos Ativados O processo denominado de lodos ativados consiste na manutenção da atividade de uma colônia bacteriana aeróbia, misturada ao efluente a ser tratado, com a introdução de oxigênio. As bactérias se nutrem dos poluentes e assim reduzem o teor dos mesmos no efluente, por outro lado, o aumento da população bacteriana provoca o aumento do lodo. Esse lodo é depois retirado do sistema e enviado para secagem em tanques ou filtros prensa, a fim de diminuir o teor de umidade e ser disposto em aterros sanitários.

Evaporação

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A evaporação consiste na pulverização do chorume por "spray" em ambiente com alta temperatura quando, então, a água é evaporada. O nitrogênio deve ser retirado do chorume por aeração e este deve ser submetido a um tratamento prévio a fim de prevenir a formação de crostas nas tubulações e no reator de evaporação. O processo é complexo e exige o tratamento dos vapores emanados da evaporação.

2.14.3. DIRETRIZES GERAIS DA MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE EXAUSTÃO E

DRENAGEM DOS GASES As ações operacionais rotineiras para manutenção do sistema de exaustão e drenagem dos gases são apresentadas a seguir: - Inspeção visual quinzenal dos drenos verticais de gases, para verificar se a queima está

ocorrendo; - Substituição de drenos quando os mesmos apresentarem tendência para o rompimento por

excesso de temperatura ou desmoronamento por recai que do aterro; - Substituição do dreno que apresentar rompimento.

2.14.4. SISTEMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL O sistema de monitoramento ambiental do aterro compreenderá as seguintes ações: - Realização de análises físico-químicas trimestrais em amostras de percolado coletadas nas

lagoas de estabilização; - Realização de análises físico-químicas trimestrais em amostras de percolado coletadas nas

lagoas de estabilização - Realização de análises físico-químicas trimestrais em amostras de águas coletadas no lençol

freático a partir de poços de monitoramento, cujos detalhes estão mostrados na Figura 3.6; - Realização de análises físico-químicas trimestrais em amostras de águas superficiais.

2.14.4.1. Diretrizes Gerais para a Manutenção do Sistema de Monitoramento Ambiental

A manutenção do sistema de monitoramento ambiental ora proposto compreenderá a revisão visual e verificação de obstrução interna mensal dos poços de monitoramento do lençol freático. Essas ações serão realizadas no momento da coleta de amostras, inspeção visual e verificação mensal da capacidade de exaustão dos equipamentos de captação de ar e inspeção visual mensal dos anemômetros e determinação semestral da sua precisão.

2.14.5. SISTEMA DE MONITORAMENTO GEOTÉCNICO O monitoramento das condições geotécnicas do maciço, através de poços de monitoramento (Figura 2.15.1.2.) dos piezômetros, Figura 2.15.1.3., e marcos superficiais, Figura 2.15.1.4., é de fundamental importância e deve ser mantido durante muito tempo, mesmo após o encerramento das atividades de deposição. Assim sendo procurar-se-á manter todos os equipamentos acima citados em perfeitas condições de operação, zelando para que eles não se danifiquem. Entre as principais medidas a serem implementadas de modo a preservar tais instrumentos destacam-se:

Execução de proteção em volta dos instrumentos evitando-se assim o trânsito de equipamentos nas proximidades do mesmo e de sua eventual destruição.

Se mesmo após a execução destas medidas preventivas se constatar o dano em algum destes equipamentos, eles deverão ser imediatamente substituídos. Os piezômetros, medidores de NA.,

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etc. são equipamentos que, uma vez danificados, não permitem conserto, sendo mais prudente a instalação de novo instrumento para substituir o danificado. Os marcos superficiais (que nada mais são do que blocos de concreto de formato trapezoidal) se forem destruídos, poderão ser reconstruídos ao lado do marco danificado.

2.15. GERAÇÃO DE EMPREGOS O Aterro Sanitário do CIGEDAS para ser operado de forma eficiente e adequada, em todas as suas fases (implantação, operação e manutenção), necessitará de um contingente alocado de mão-de-obra especializada nas áreas técnica, administrativa, operacional, de manutenção e de controle ambiental.

2.15.1. ÁREA TÉCNICA Área responsável pelas ações gerais de caráter técnico das obras, como engenharia de controle e gerenciamento da obra, previsões de custo, execução de medições, implantação geométrica das obras e fiscalização geral dos serviços. A mão de obra técnica a ser utilizada no aterro será dimensionada quantitativamente de acordo com cada função e atividade, conforme se apresenta na Tabela 2.15.1.1. Tabela 2.15.1.1. - Mão-de-Obra Técnica FUNÇÃO NÚMERO PERÍODO ATIVIDADE

Engenheiro Civil 01 Diurno Implantação e operação do aterro previsões de custo e faturamento

Topógrafo 01 Diurno Localizações e acompanhamento em geral

Auxiliar de Topografia 02 Diurno Auxílio ao topógrafo no manuseio dos equipamentos

Total 04

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CAIXA DEPROTEÇÃO

TAMPA DA CAIXA

LAJE DEPROTEÇÃO REVESTIMENTO

INTERNO

REVESTIMENTOINTERNOPERFURAÇÃO

PREENCHIMENTOMATERIALIMPERMEÁVELARGILA,SOLO DAESCAVAÇÃO

SELO DE BENTONITA

FILTRO RANHURADO

PRÉ-FILTRO(AREIA LAVADAOU PEDRISCODE QUARTZO0)

TAMPÃO FIXO(ENCAIXE OUROSCADO)

CAMADAIMPERMEÁVEL

N.A

SELO SANITÁRIO

PROTEÇÃOSANITÁRIA

(TUBO DE PVC RÍGIDO)

TAMPÃOROSCADO

POÇO DE MONITORAMENTO

Figura 2.15.1.2. - Poço de Monitoramento

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TAMPA 0 50mm

TUBO DE PVC

0 50 mm

TUBO DE PVC0 25mm

PVC 0 25mm

LAMA DE BENTONITA

TRECHO PERFURADO

VÁLVULA

0 20mm

0,20

0,20

0,20

0,20

0,50

DA

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UN

DID

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1,3

0

0,25x0,20mm

REDUÇÃO DE PVC

T DE PVC

50x25mm

RANHURADACÂMARA DE PVC

REDUÇÃO DE PVC

50x25mm

AREIA FINA

AREIA GROSSA

AREIA GROSSA

AREIA FINA

SEIXOS

Figura 2.15.1.3. - Piezômetros

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PINO METÁLICO

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PLANTA

0,50

CORTE A-A

0,10

0,30

0,50

0,3

0

0,1

0

0,5

0

A

PINO METÁLICO

0,3

0

DE RESÍDUOS

CAMADA

Figura 2.15.1.4. - Marco Superficial

2.15.2. ÁREA ADMINISTRATIVA Área responsável pelas ações gerais de caráter administrativo da obra, tais como apropriação de horas trabalhadas, controle de materiais e estoques, execução de medições de serviços, controle de contas a pagar e a receber, controle de subempreiteiros, controle da limpeza geral do canteiro e da vigilância, fornecimento de refeição e alojamento. Na Tabela 2.15.2.1. apresenta-se a quantidade de mão de obra para a área administrativa.

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Tabela 2.15.2.1. - Mão de Obra Administrativa FUNÇÃO NÚMERO PERÍODO ATIVIDADES

Encarregado Administrativo 01 Diurno Administração do departamento pessoal

Apontador 01 Diurno Locações e acompanhamento em geral

Vigia 01 Diurno Vigilância diurna do aterro

Vigia 01 Noturno Vigilância noturna do aterro

Total 4

2.15.5. ÁREA DE CONTROLE AMBIENTAL Área responsável pelas ações gerais de controle dos impactos ambientais do aterro ao meio ambiente, com intuito de aferir a todo o momento o estado e condições do empreendimento e, quando necessário, realizar algumas modificações, segundo as normas legais ambientais vigentes. A Tabela 2.15.5.1 apresenta a mão de obra necessária para a área de Controle Ambiental. Tabela 2.15.5.1 - Descrição da Mão-de-Obra de Controle Ambiental

FUNÇÃO NÚMERO PERÍODO ATIVIDADES

Nível Superior 01 Diurno Controle Ambiental, amostragem de gases, águas e de chorume

Técnico 01 Diurno Controle Ambiental, amostragem de gases, águas e de chorume

Total 02

Fonte: PROGEA, 2004.

2.15.6. MÃO-DE-OBRA TOTAL PREVISTA A Tabela 2.15.6.1 apresenta a quantidade de mão de obra prevista a ser alocada ao Aterro Sanitário daCIGEDAS. Tabela 2.15.6.1 - Mão-de-Obra Total Alocada ao Aterro Sanitário daCIGEDAS ÁREA NÚMERO

Técnica 02

Administrativa/ Operacional 4

2.16. ETAPAS DE CONSTRUÇÃO Apresenta-se a seguir, uma proposição preliminar para as etapas de construção do Aterro Sanitário do CIGEDAS, com base no Projeto Piloto.

2.16.1. ETAPA 1

Elaboração do Projeto Executivo

Obtenção das Licenças Ambientais

Serviços topográficos

2.16.2. ETAPA 2

Cercamento da área

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Desmatamento, destocamento e limpeza do terreno

Execução de acessos

Obras de drenagem e proteção das nascentes

2.16.3. ETAPA 3

Construções das edificações auxiliares

Escavação das ombreiras

Preparo das fundações

Execução do aterro de base

2.16.4. ETAPA 4

Execução das redes de percolado/gás

Execução da rede de drenagem superficial

Execução da proteção superficial dos taludes

2.16.5. ETAPA 5

Construção das tubulações de condução de percolados até à ETE, ou

Construção da Estação de Tratamento de Efluentes

2.16.6. ETAPA 6

Operação do aterro

Implantação do Sistema de Monitoramento Ambiental.

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3. ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS O principal suporte legal para a exigência de Estudos de Impacto Ambiental para a implantação e operação de um Aterro Sanitário para Deposição de Resíduos Sólidos Urbanos está na própria Constituição Brasileira que estabelece: “Cabe ao Poder Público exigir na forma da Lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (Art. 225, parágrafo 1º, inciso IV)”. Segundo o Art. 2º da Resolução CONAMA n° 13/90, nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota, deverá ser obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente. O parágrafo único do citado artigo assim menciona: “O licenciamento a que se refere o caput deste artigo só será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da Unidade de Conservação”. Na mesma linha, a Lei Federal n.º 9.985, de 18/07/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), no Art. 36, parágrafo 3°, estabelece: “Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração”.

3.1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – 1988 O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é consagrado pelo Art. 225 no título referente à Ordem Social da Constituição que determina: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Isso implica, segundo a Constituição, ”preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas”. Um dos itens mais importantes incorporados à Constituição foi a exigência de um estudo prévio de impacto ambiental. “Para assegurar a legitimidade e a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” (Art. 225, parágrafo 1º, inciso IV). As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (Art. 225, parágrafo 3º). Além deste capítulo, dedicado exclusivamente ao meio ambiente, o uso adequado dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente estão contemplados na Constituição Brasileira, ao longo de todo o texto constitucional.

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De acordo com o Artigo 23 da Constituição Federal, o Distrito Federal, bem como a União, Estados e Municípios têm como competência comum, dentre outros aspectos, proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (inciso V), bem como, promover programas de construção de moradias e melhorias das condições habitacionais e de saneamento básico (inciso IX).

3.2. CÓDIGO FLORESTAL – LEI FEDERAL N.º 4.771/65 A Lei Federal n.º 4.771/65 considera em seu Art. 2º, como áreas de preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio de 50 metros de largura; no topo dos morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais; em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação. O objetivo do disposto no referido Art. 2º é conservar a cobertura vegetal de porte arbóreo ou não, já existente. Caso não existam, conforme dispõe o Art. 18, do mesmo Código, nas terras de propriedade privada, onde seja necessário o florestamento ou o reflorestamento de preservação permanente, o Poder Público Federal poderá fazê-lo sem desapropriá-las, se não o fizer o proprietário. Assim, parece claro que há uma obrigação para a Administração Pública de arborizar ou reflorestar as áreas de preservação permanente abrangidas no Art. 2º do Código Florestal. O Art. 3º do Código Florestal considera ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a atenuar a erosão das terras; a fixar as dunas; a formar as faixas de proteção ao longo das rodovias e ferrovias; a auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; a assegurar condições de bem-estar público. Portanto, quanto às florestas de preservação permanentes criadas conforme o Art. 3º do mesmo Código, a Administração deverá decidir sobre a conveniência e a oportunidade de reflorestar as áreas atingidas, avaliando a questão através da adequada motivação. Para os casos previstos no Art. 3º supramencionado, a supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal (IBAMA), quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. A Medida Provisória n.º 2.166-67, de 24/08/2001, ao alterar o Art. 1º, do Código Florestal (Lei Federal n.º 4.771, de 15/09/65), definiu “área de preservação permanente como a área protegida nos termos dos Artigos. 2º e 3º desta lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.

3.3. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

3.3.1. LEGISLAÇÃO FEDERAL

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Decreto Federal n.º 49.974-A, de 21/01/61 – Código Nacional de Saúde, regulamenta a Lei Federal n.º 2.312, de 03/09/54, que estabelece Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde. O Art. 40, dispõe sobre as condições da coleta, transporte e destino do lixo, as quais devem processar-se sem causar danos à saúde, ao bem-estar público e à estética. A Portaria Federal n.º 053, de 01/03/79, do Ministério do Interior estabelece que o lixo “in natura” não deve ser utilizado na agricultura ou na alimentação de animais. Resolução CONAMA n.º 002, de 22/08/91 – Dispõe sobre cargas deterioradas, contaminadas, fora de especificações ou abandonadas, consideradas como fonte potencial de risco para o meio ambiente. Resolução CONAMA nº 006, de 19/09/91 – Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. Os Art. 1º, 2º e 3º destacam: Art. 1º - Fica desobrigada a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais. Art. 2º - Nos Estados e Municípios que optarem por não incinerar os resíduos sólidos mencionados no art. 1º, os órgãos estaduais de meio ambiente estabelecerão normas para tratamento especial como condição para licenciar a coleta, o transporte, o acondicionamento e a disposição final. Art. 3º - A Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, em articulação com o Ministério da Saúde, a Secretaria Nacional de Saneamento e os órgãos estaduais e federais competentes, depois de ouvidas as entidades representativas da comunidade científica e técnica, apresentará ao CONAMA, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a proposta de normas mínimas a serem obedecidas no tratamento dos resíduos mencionados no artigo 1º. Resolução CONAMA nº 005, de 05/08/93 – Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. Art. - 1º Para os efeitos desta Resolução definem-se: I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - "Resíduos nos estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente viáveis, em face à melhor tecnologia disponível". II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública;

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III - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente; IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente. Art. 2º - Esta Resolução aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Art. 3º - Para os efeitos desta Resolução, os resíduos sólidos gerados nos estabelecimentos, a que se refere o art. 2º, são classificados de acordo com o Anexo I, desta Resolução. Art. 4º - Caberá aos estabelecimentos já referidos o gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública. Art. 5º - A administração dos estabelecimentos citados no art. 2º, em operação ou a serem implantados, deverá apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a ser submetido à aprovação pelos órgãos de meio ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas esferas de competência, de acordo com a legislação vigente. § 1º - Na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devem ser considerados princípios que conduzam à reciclagem, bem como a soluções integradas ou consorciadas, para os sistemas de tratamento e disposição final, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de saúde competentes. § 2º - Os órgãos de meio ambiente e de saúde definirão, em conjunto, critérios para determinar quais os estabelecimentos estão obrigados a apresentar o plano requerido neste artigo. § 3º - Os órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, definirão e estabelecerão, em suas respectivas esferas de competência, os meios e os procedimentos operacionais a serem utilizados para o adequado gerenciamento dos resíduos a que se refere esta Resolução. Art. 6º - Os estabelecimentos listados no art. 2º terão um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em decorrência de suas atividades. Art. 7º - Os resíduos sólidos serão acondicionados adequadamente, atendendo às normas aplicáveis da ABNT e demais disposições legais vigentes. § 1º - Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" do Anexo I desta Resolução, serão acondicionados em sacos plásticos com a simbologia de substância infectante. § 2º - Havendo, dentre os resíduos mencionados no parágrafo anterior, outros perfurantes ou cortantes estes serão acondicionados previamente em recipiente rígido, estanque, vedado e identificado pela simbologia de substância infectante. Art. 8º - O transporte dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, será feito em veículos apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, atendendo às condicionantes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

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Art. 9º - A implantação de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos sólidos fica condicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental competente em conformidade com as normas em vigor. Art. 10 - Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure: a) a eliminação das características de periculosidade do resíduo; b) a preservação dos recursos naturais; e c) o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública. Parágrafo único. Aterros sanitários implantados e operados conforme normas técnicas vigentes deverão ter previstos em seus licenciamentos ambientais sistemas específicos que possibilitem a disposição de resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A". Art. 11 - Dentre as alternativas passíveis de serem utilizadas no tratamento dos resíduos sólidos, pertencentes ao grupo "A", ressalvadas as condições particulares de emprego e operação de cada tecnologia, bem como considerando-se o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, recomenda-se a esterilização a vapor ou a incineração. § 1º - Outros processos de tratamento poderão ser adotados, desde que obedecido o disposto no art. 10 desta Resolução e com prévia aprovação pelo órgão de meio ambiente e de saúde competentes. § 2º - Após tratamento, os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" serão considerados "resíduos comuns" (grupo "D"), para fins de disposição final. § 3º - Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser reciclados. Art. 12 - Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "B" deverão ser submetidos a tratamento e disposição final específicos, de acordo com as características de toxicidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade, segundo exigências do órgão ambiental competente. Art. 13 - Os resíduos sólidos classificados e enquadrados como rejeitos radioativos pertencentes ao grupo "C", do Anexo I, desta Resolução, obedecerão às exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Art. 14 - Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "D" serão coletados pelo órgão municipal de limpeza urbana e receberão tratamento e disposição final semelhante aos determinados para os resíduos domiciliares, desde que resguardadas as condições de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Art. 15 - Quando não assegurada a devida segregação dos resíduos sólidos, estes serão considerados, na sua totalidade, como pertencentes ao grupo "A", salvo os resíduos sólidos pertencentes aos grupos "B" e "C" que, por suas peculiaridades, deverão ser sempre separados dos resíduos com outras qualificações. Art. 16 - Os resíduos comuns (grupo "D") gerados nos estabelecimentos explicitados no art. 2º provenientes de áreas endêmicas definidas pelas autoridades de saúde pública competentes, serão considerados, com vistas ao manejo e tratamento, como pertencentes ao grupo "A". Art. 17 - O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados serão controlados e fiscalizados pelos órgãos de meio ambiente, de saúde pública e de vigilância sanitária competentes, de acordo com a legislação vigente.

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Art. 18 - Os restos alimentares "IN NATURA" não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais, se provenientes dos estabelecimentos elencados no art. 2º, ou das áreas endêmicas a que se refere o art. 16 desta Resolução. Art. 19 - Os padrões de emissão atmosférica de processos de tratamento dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, serão definidos no âmbito do PRONAR - Programa Nacional de Controle e Qualidade do Ar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Resolução, mantendo-se aqueles já estabelecidos e em vigência. Art. 20 - As cargas em perdimento consideradas como resíduos, para fins de tratamento e disposição final, presentes nos terminais públicos e privados, obedecerão ao disposto na Resolução do CONAMA nº 002, de 22 de agosto de 1991. Art. 21 - Aos órgãos de controle ambiental e de saúde competentes, mormente os partícipes do SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a imposição das penalidades previstas na legislação pertinente, inclusive a medida de interdição de atividades. Art. 22 - Os órgãos estaduais do meio ambiente com a participação das Secretarias Estaduais de Saúde e demais instituições interessadas, inclusive organizações não governamentais, coordenarão programas, objetivando a aplicação desta Resolução e garantir o seu integral cumprimento. Art. 23 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 24 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os itens I, V, VI, VII e VIII, da Portaria/MINTER/nº 013, de 01 de março de 1979. ANEXO I CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte, objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;

b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados); e,

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c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT

(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). GRUPO C: rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05. GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente. Resolução CONAMA nº 257, de 30/06/99 – Estabelece que pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequados. Art. 1o - As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletro-eletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada. Parágrafo Único - As baterias industriais constituídas de chumbo, cádmio e seus compostos, destinadas a telecomunicações, usinas elétricas, sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme, segurança, movimentação de cargas ou pessoas, partida de motores diesel e uso geral industrial, após seu esgotamento energético, deverão ser entregues pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria, observado o mesmo sistema químico, para os procedimentos referidos no caput deste artigo. Resolução CONAMA nº 258, de 26/07/99 – Determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequadas aos pneus insersíveis. Art.1o - As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta Resolução relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas. Parágrafo único - As empresas que realizam processos de reforma ou de destinação final ambientalmente adequada de pneumáticos ficam dispensadas de atender ao disposto neste artigo, exclusivamente no que se refere a utilização dos quantitativos de pneumáticos coletados no território nacional. Resolução CONAMA nº 275, de 25/04/2001 – Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.

Art.1º - Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Art. 2º - Os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido em Anexo.

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§ 1º - Fica recomendada a adoção de referido código de cores para programas de coleta seletiva estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas, escolas, igrejas, organizações não-governamentais e demais entidades interessadas. § 2º - As entidades constantes no caput deste artigo terão o prazo de até doze meses para se adaptarem aos termos desta Resolução. Art. 3º - As inscrições com os nomes dos resíduos e instruções adicionais, quanto à segregação ou quanto ao tipo de material, não serão objeto de padronização, porém recomenda-se a adoção das cores preta ou branca, de acordo a necessidade de contraste com a cor base. ANEXO PADRÃO DE CORES AZUL: papel/papelão; VERMELHO: plástico; VERDE: vidro; AMARELO: metal; PRETO: madeira; LARANJA: resíduos perigosos; BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; ROXO: resíduos radioativos; MARROM: resíduos orgânicos; CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. Resolução CONAMA nº 283, de 12/07/2001 – Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Art. 1º - Para os efeitos desta Resolução definem-se: I - Resíduos de Serviços de Saúde são:

a) aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal;

b) aqueles provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde;

c) medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados; d) aqueles provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e e) aqueles provenientes de barreiras sanitárias.

II - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS: documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública. O PGRSS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e de acordo com os critérios estabelecidos pelos órgãos de vigilância sanitária e meio ambiente federais, estaduais e municipais. III - Sistema de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzam à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente.

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IV - Sistema de Destinação Final de Resíduos de Serviços de Saúde: conjunto de instalações, processos e procedimentos que visam a destinação ambientalmente adequada dos resíduos em consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes. Art. 2º - Esta Resolução aplica-se aos estabelecimentos que geram resíduos de acordo com o inciso I do artigo anterior. ...... Art. 7º - Os resíduos de que trata esta resolução serão acondicionados, atendendo às exigências da legislação de meio ambiente e saúde e às normas aplicáveis da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, e, na sua ausência, sejam adotados os padrões internacionalmente aceitos. Art. 8º - Para garantir a proteção do meio ambiente e da saúde pública, a coleta externa e o transporte dos resíduos a que se refere esta resolução deverão ser feitos em veículos apropriados, em conformidade com as normas da ABNT. ...... Art. 10 - A implantação de sistemas de tratamento e destinação final de resíduos, a que se refere esta Resolução, fica condicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental competente, em conformidade com a legislação vigente. Parágrafo único - Os efluentes líquidos, provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, deverão atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais competentes. Art. 11 - O tratamento dos resíduos, a que se refere esta Resolução, deve ser realizado em sistemas, instalações e equipamentos devidamente licenciados pelos órgãos ambientais, e submetidos a monitoramento periódico de acordo com parâmetros e periodicidade definida no licenciamento ambiental, apoiando quando for o caso a formação de consórcios de geradores de resíduos. Art. 12. - Os resíduos do Grupo A, definidos nesta Resolução, deverão ter disposição final de forma a assegurar a proteção ao meio ambiente e à saúde pública. § 1º - Para fins de disposição final em locais devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente, os resíduos referidos no caput devem ser submetidos a processos de tratamento específicos de maneira a torná-los resíduos comuns, do Grupo D. § 2º - O órgão ambiental competente poderá de forma motivada definir formas alternativas de destinação final em aterros devidamente licenciados, inclusive com a exigência de EPIA, quando: I - não for possível tecnicamente, submeter os resíduos aos tratamentos mencionados no § 1º, deste artigo; II - os tratamentos mencionados no § 1º deste artigo não garantirem características de resíduos comuns (Grupo D). § 3º - Os responsáveis nos termos desta Resolução têm um ano para adequar-se às exigências no parágrafo anterior, sem prejuízo do disposto nas Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981 e 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e seus decretos. ANEXO Resíduos Grupo A Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos:

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- inóculo, mistura de microorganismos e meios de cultura inoculados provenientes de

laboratórios clínicos ou de pesquisa, bem como, outros resíduos provenientes de laboratórios de análises clínicas;

- vacina vencida ou inutilizada; - filtros de ar e gases aspirados da área contaminada, membrana filtrante de equipamento

médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; - sangue e hemoderivados e resíduos que tenham entrado em contato com estes; - tecidos, membranas, órgãos, placentas, fetos, peças anatômicas; - animais inclusive os de experimentação e os utilizados para estudos, carcaças, e vísceras, - suspeitos de serem portadores de doenças transmissíveis e os mortos à bordo de meios

de transporte, bem como, os resíduos que tenham entrado em contato com estes; - objetos perfurantes ou cortantes, provenientes de estabelecimentos prestadores de

serviços de saúde; - excreções, secreções, líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os

resíduos contaminados por estes; - resíduos de sanitários de pacientes; - resíduos advindos de área de isolamento; - materiais descartáveis que tenham entrado em contato com paciente; - lodo de estação de tratamento de esgoto (ETE) de estabelecimento de saúde; e - resíduos provenientes de áreas endêmicas ou epidêmicas definidas pela autoridade de

saúde competente. Resíduos Grupo B Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características física, químicas e físico-químicas:

- drogas quimioterápicas e outros produtos que possam causar mutagenicidade e genotoxicidade e os materiais por elas contaminados;

- medicamentos vencidos, parcialmente interditados, não utilizados, alterados e medicamentos impróprios para o consumo, antimicrobianos e hormônios sintéticos;

- demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

Resíduos Grupo C Resíduos radioativos:

- enquadram-se neste grupo os resíduos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05

Resíduos Grupo D Resíduos comuns:

- são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente. Resolução CONAMA nº 308, de 21/03/2002 – Dispõe sobre o Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte.

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Art. 1º - Estabelecer critérios e procedimentos para o licenciamento ambiental, em municípios de pequeno porte, de unidades de disposição final de resíduos sólidos e para obras de recuperação de áreas degradadas pela disposição inadequada dos resíduos sólidos. Art. 2º - Para fins desta Resolução consideram-se como resíduos sólidos urbanos, os provenientes de residências ou qualquer outra atividade que gere resíduos com características domiciliares, bem como os resíduos de limpeza pública urbana. Parágrafo único - Ficam excluídos desta resolução os resíduos perigosos que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde ou ao meio ambiente. Art. 3º - Aplica-se o disposto no art. 1º desta Resolução a municípios ou associações de municípios que atendam a uma das seguintes condições: I - população urbana até trinta mil habitantes, conforme dados do último censo do IBGE; e II - geração diária de resíduos sólidos urbanos, pela população urbana, de até trinta toneladas. Art. 4º - Para os efeitos desta Resolução, os empreendimentos de destinação final de resíduos sólidos deverão observar, no mínimo, os aspectos definidos no Anexo desta Resolução, no que se refere à seleção de áreas e concepção tecnológica. § 1º - Caso o sistema de disposição final seja implantado na mesma área onde se encontra operando o atual lixão, o projeto deverá ser compatibilizado com essa condição, de modo a garantir a eficácia do sistema, a minimização dos impactos ambientais e a recuperação ambiental da área. § 2º - Caso o sistema de disposição final venha a ser localizado em área diferente da do atual lixão, esta área deverá ser objeto de recuperação ambiental, incluindo a indicação do uso futuro da mesma. Art. 5º - O empreendimento de disposição final de resíduos sólidos contemplado nesta Resolução deverá ser submetido ao processo de licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental competente, integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, observando os critérios estabelecidos no Anexo desta Resolução. Parágrafo único - O órgão ambiental competente poderá dispensar o Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental-RIMA na hipótese de ficar constatado por estudos técnicos que o empreendimento não causará significativa degradação ao meio ambiente. Art. 6º - Aos órgãos de controle ambiental integrantes do SISNAMA incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como as providências decorrentes da legislação vigente. CONAMA nº 316, de 29/10/2002 – Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. Art. 1º - Disciplinar os processos de tratamento térmico de resíduos e cadáveres, estabelecendo procedimentos operacionais, limites de emissão e critérios de desempenho, controle, tratamento e disposição final de efluentes, de modo a minimizar os impactos ao meio ambiente e à saúde pública, resultantes destas atividades. § 1º - Excetuam-se da disciplina desta Resolução:

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a) os rejeitos radioativos, os quais deverão seguir a normatização específica da Comissão

Nacional de Energia Nuclear - CNEN; b) o co-processamento de resíduos em fornos rotativos de produção de clínquer, o qual

deverá seguir a Resolução CONAMA específica nº 264, de 26 de agosto de 1999, salvo a disposição sobre dioxinas e furanos, que deverá obedecer esta Resolução.

Art. 2º - Considera-se, para os fins desta Resolução: I - Resíduos: os materiais ou substâncias, que sejam inservíveis ou não passíveis de aproveitamento econômico, resultantes de atividades de origem industrial, urbana, serviços de saúde, agrícola e comercial dentre os quais incluem-se aqueles provenientes de portos, aeroportos e fronteiras, e outras, além dos contaminados por agrotóxicos; II - Melhores técnicas disponíveis: o estágio mais eficaz e avançado de desenvolvimento das diversas tecnologias de tratamento, beneficiamento e de disposição final de resíduos, bem como das suas atividades e métodos de operação, indicando a combinação prática destas técnicas que levem à produção de emissões em valores iguais ou inferiores aos fixados por esta Resolução, visando eliminar e, onde não seja viável, reduzir as emissões em geral, bem como os seus efeitos no meio ambiente como um todo. III - Tratamento Térmico: para os fins desta regulamentação é todo e qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima de oitocentos graus Celsius. ...... Art. 15. - Os resíduos de serviços de saúde, recebidos pelo sistema de tratamento térmico, deverão ser documentados por meio de registro dos dados da fonte geradora, contendo, no mínimo, informações relativas à data de recebimento, quantidade e classificação dos resíduos quanto ao grupo a que pertencem, em conformidade com a Resolução CONAMA nº 283, de 2001. Art. 16. - Os resíduos de serviços de saúde, quando suscetíveis ao tratamento térmico, devem obedecer, segundo a sua classificação, ao que se segue: I - GRUPO A: resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos, devem ser destinados a sistemas especialmente licenciados para este fim, pelo órgão ambiental competente; II - GRUPO B: resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características físicas, químicas e físico-químicas, devem ser submetidos às condições específicas de tratamento térmico para resíduos de origem industrial; III - GRUPO C: resíduos comuns devem ser enquadrados nas condições específicas de tratamento térmico para resíduos sólidos urbanos. Resolução CONAMA nº 330, de 25/04/2003 – Institui a Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos. Art. 1º - Instituir a Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos, com a finalidade de propor normas de tratamento de esgotos sanitários e de coleta e disposição de lixo, normas e padrões para o controle das atividades de saneamento básico e resíduos pós-consumo, bem como normas e critérios para o licenciamento ambiental de atividades potencial ou efetivamente poluidoras. Art. 2º - A Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos será composta por um representante dos órgãos e entidades abaixo indicados:

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I - Governo Federal: a) Ministério das Cidades; II - Governos Estaduais: a) Estado de Minas Gerais; b) Estado do Rio de Janeiro; III - Governos Municipais: a) Municípios da Região Sudeste; IV - Setor Empresarial: a) Confederação Nacional da Indústria - CNI, representada pela Associação Brasileira da

Indústria Química/ABIQUIM; V - Entidades da Sociedade Civil a) Entidades Ambientalistas da Região Sul:

- Fundação Água Viva- Estado de Santa Catarina;

- Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES. Art. 3º - A Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos será permanente. Resolução CONAMA nº 334, de 3/04/2003 – Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. Art. 1º - Esta Resolução disciplina, sem prejuízo de outras normas aplicáveis à espécie, os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental, pelos órgãos competentes, de unidades de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos e afins. Art. 2º - Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições: I - posto: unidade que se destina ao recebimento, controle e armazenamento temporário das embalagens vazias de agrotóxicos e afins, até que as mesmas sejam transferidas à central, ou diretamente à destinação final ambientalmente adequada; II - central: unidade que se destina ao recebimento, controle, redução de volume, acondicionamento e armazenamento temporário de embalagens vazias de agrotóxicos e afins, que atenda aos usuários, estabelecimentos comerciais e postos, até a retirada das embalagens para a destinação final, ambientalmente adequada; III - unidade volante: veículo destinado à coleta regular de embalagens vazias de agrotóxicos e afins para posterior entrega em posto, central ou local de destinação final ambientalmente adequada; IV - estabelecimento comercial: local onde se realiza a comercialização de agrotóxicos e afins, responsável pelo recebimento, controle e armazenamento das embalagens vazias de agrotóxicos nele vendidas.

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Art. 3º - A localização, construção, instalação, modificação e operação de posto e central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos e afins dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, nos termos do Anexo I, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. Resíduos da Construção Civil Resolução CONAMA nº 307, de 20/03/2002 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos de construção civil. Esta Resolução objetiva disciplinar as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais, tendo como base o disposto na Lei Federal n.º 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. Os resíduos de construção civil gerados são classificados em:

- Classe A – resíduos utilizáveis ou recicláveis como agregados.

- Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações.

- Classe C – resíduos para os quais não foram ainda desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam sua reciclagem/recuperação.

- Classe D – resíduos perigosos oriundos do processo de construção.

A Resolução estabelece o prazo de 18 meses para os Municípios e o Distrito Federal cessarem a disposição de resíduos da construção civil em aterros de resíduos domiciliares e em áreas de bota-foras.

3.3.3. NORMAS DA ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 843 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos. NBR 1.175 – Incineração de resíduos sólidos perigosos – padrão de desempenho. NBR 1.183 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. NBR 1.264 – Armazenamento de resíduos Classe II (não inertes) e Classe III (inertes). NBR 7.500 – Simbologia. NBR 7731 – Ruídos. NBR 8.149 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos. NBR 8.849 – Apresentação de projetos e critérios de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos. NBR 9.190 – Acondicionamento de resíduos sólidos em sacos plásticos. NBR 9.191 – Padronização de recipientes. NBR 10.004 – Classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que estes resíduos possam ter manuseio e destinação adequados. NBR 10.005 – Fixa normas para análise de lixiviação de resíduos.

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NBR 10.006 – Fixa normas para análise de solubilização de resíduos. NBR 10.007 – Fixa procedimentos para amostragem de resíduos sólidos. NBR 10.151 – Avaliação do ruído em áreas habitacionais visando o conforto da comunidade. NBR 10.703 – Define os termos empregados nos estudos, projetos, pesquisas e trabalhos em geral relacionados à análise, ao controle e à prevenção da degradação. NBR 10.807 – Resíduos nos serviços de saúde – Terminologia. NBR 10.808 – Resíduos nos serviços de saúde – Classificação. NBR 12.809 – Resíduos nos serviços de saúde – Procedimento. NBR 12.810 – Procedimentos e manuseio de resíduos nos serviços de saúde e coleta de resíduos nos serviços de saúde. NBR 12.890 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos. ABNT PN 1:63:04:001/87 – Estabelece critérios para obtenção das condições mínimas necessárias ao armazenamento de Resíduos Classe II – Não Inertes e Classe III – Inertes, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.

3.3.4. ANTEPROJETO DE LEI QUE INSTITUI A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS

SÓLIDOS O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA aprovou, em 30 de junho de 1999, a Proposição contendo o Anteprojeto de Lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece um conjunto de normas e diretrizes técnicas destinadas a estimular e regular a gestão desse resíduos. No Capítulo I, o Art. 3º trata de definição e classificação dos resíduos sólidos quanto à sua categoria e natureza Art. 4º São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: I - preservar a saúde pública; II - proteger e melhorar a qualidade do meio ambiente; III - assegurar a utilização adequada e racional dos recursos naturais; IV - disciplinar o gerenciamento de resíduos; V - estimular a implantação, em todas as cidades e localidades brasileiras, dos serviços de gestão de resíduos sólidos; VI - gerar benefícuios sociais e econômicos. Art. 5º - São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, hierarquizados nesta ordem: I - a não geração de resíduos; II - a minimização da geração; III - a reutilização; IV - a reciclagem; V - o tratamento; VI - a disposição final.

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Art. 6º - São fundamentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos I – a descentralização político-administrativa; II – a integração das ações nas áreas de saneamento, meio ambiente, saúde pública e ação social; III – a participação da sociedade; IV – a regularidade, a continuidade e a universalidade dos serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos; V – a responsabilização dos geradores no gerenciamento dos seus resíduos sólidos; VI – a responsabilização pós-consumo do fabricante e/ou importador pelos produtos e respectivas embalagens ofertados ao consumidor final; VII – a cooperação entre o Poder Público, o setor produtivo e a sociedade civil; VIII – o uso de matéria primas e insumos, bem como o desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e processos em consonância com os objetivos, princípios e diretrizes dessa lei. Dentre as diretrizes estabelecidas no Art. 7º, salientam-se:

incentivo à não geração, minimização, reutilização e reciclagem;

parcerias do governo com as diversas organizações;

programas de capacitação técnica;

campanhas educativas e informativas. Art. 8º- São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos I. planos e programas de gerenciamento integrado; II. capacitação técnica; III. instrumentos econômicos; IV. disseminação de informações; V. licenciamento, o monitoramento e a fiscalização; VI. penalidades disciplinares e compensatórias. VII. apoio técnico e financeiro; VIII. educação ambiental; IX. valorização dos resíduos.

3.4. CRIMES AMBIENTAIS A Lei Federal n.º 9.605, de 12/02/98 regulamentada pelo Decreto n.º 3.179, de 21/09/99, que a regulamentou, dispõem sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O Art. 2º determina: “Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática quando podia agir para evitá-la”. A Lei de Crimes Ambientais representa para a Nação brasileira e especialmente para o meio ambiente um enorme avanço, na medida em que:

contextualiza as novas formas de crimes em função do avanço tecnológico e da globalização da economia mundial;

prestigia ao máximo as penas restritivas de direito em substituição às penas privativas de liberdade;

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sistematiza os diversos instrumentos anteriores que regulavam as condutas e as atividades lesivas ao meio ambiente, corrigindo distorções como: frouxidão para crimes de grande repercussão, ausência de previsão legal ou excesso de rigor para crimes de baixa relevância social, fazendo com que as questões levadas ao tribunais deixassem, muitas vezes, de receber tratamento adequado, por falta de alternativas legais apropriadas ao caso concreto, ficando o dano ambiental sem reparação.

Esta Lei uniformiza as penas atribuindo-lhe uma gradação adequada, mais justa e compatível com o delito e a punição, inclusive delimitando melhor as circunstâncias que agravem ou atenuem a pena (Capítulo V - Dos Crimes contra o Meio Ambiente). Outro ponto de destaque é o que define as responsabilidade das pessoas jurídicas sob o ponto de vista penal e permite a responsabilização da pessoa física também como autora ou co-autora de crimes ambientais. A multa administrativa varia de R$ 50,00 a R$ 50.000.000,00. No Art. 40, quem causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o Decreto Federal n.º 99.274, de 06/06/90, que regulamentou a Lei n.º 6.93/81, independentemente de sua localização, tem pena de reclusão de um a cinco anos. Os casos relativos à poluição por substâncias tóxicas, lançamentos de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, detritos, óleos, etc, também receberam tratamento exemplar no Art. 54 da mesma Lei. Quem causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, tem pena de reclusão de um a quatro anos, mais multa que pode variar de R$ 1.000,00 a R$ 50.000.000,00, a ser determinada pelo órgão ambiental. Pelo mesmo Art. 54, incisos II e III, constituem crime: causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população, causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade. Quanto aos crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, a Lei estabelece no Art. 62, que quem destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, tem pena de reclusão de uma ano a três anos mais multa que varia de R$ 10.000,00 a R$ 500.000,00. A mesma Lei menciona ainda os crimes contra a Administração Ambiental, no caso do Art. 67, onde o funcionário público conceder licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais para atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público, gera pena de detenção de um a três anos mais multa. Além disso, há de se mencionar as penas alternativas, restritivas de direito, que substituem as penas privativas de liberdade; são elas: prestação de serviços à comunidade, junto a parques, jardins públicos e unidades de conservação; interdição de direitos representada pela proibição de o condenado manter contato com o poder público, receber incentivos fiscais e outros benefícios, participar de licitações; suspensão total ou parcial de atividades, pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada, recolhimento domiciliar baseando-se na autodisciplina e senso de responsabilidade. A Lei prevê ainda: a liquidação forçada de uma pessoa jurídica que tenha sido criada ou utilizada para facilitar ou ocultar crimes ambientais; o conceito de prevenção do dano, ao introduzir o crime de perigo no sentido de evitar condutas ou atividades perigosas; a criminalização de qualquer ato que tenha por fim matar, perseguir, caçar, apanhar e comercializar exemplares da fauna silvestre; criminalização de maus tratos contra animais domésticos; e, finalmente, discriminaliza a caça por motivo de fome, haja vista os desequilíbrios sociais e culturais da sociedade brasileira.

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3.5. COMPENSAÇÃO PELO DANO OU IMPACTO AMBIENTAL GERADO Legislação correlata

Constituição Federal, art. 225 e seus parágrafos,

Lei n.º 6.938/81, art. 4º, inciso VII, Política Nacional de Meio Ambiente,

Lei n.º 9.605/98, Lei dos Crimes Ambientais,

Decreto n.º 3.179/99 (Regulamentadora),

Lei n.º 9.985/00 (SNUC),

Decreto n.º 4.340/02 (Regulamentadora),

Resolução CONAMA n.º 2, de 18/04/96. Um dos mecanismos mais importantes do licenciamento ambiental é aquele que se refere à possibilidade de compensação ao dano ou impacto ambiental gerado pela implantação de determinado empreendimento. A compensação financeira pelos danos ambientais provocados pela implantação e operação de empreendimentos se fundamenta no princípio da responsabilidade objetiva do causador do dano ambiental por sua reparação, expresso no art. 225, da Constituição Federal de 1988, especialmente em seu parágrafo 3º. No art. 4º, inciso VII da Lei 6.938/81, a Política Nacional do Meio Ambiente impõe ao poluidor e ao predador a obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos naturais para fins econômicos. Em regra, as medidas compensatórias a serem tomadas em etapa posterior à realização dos estudos de impacto ambiental, passam a constituir os programas ambientais, a serem executados pelo empreendedor nas fases de implantação e operação do empreendimento. Algumas dessas medidas decorrem de exigências legais, sendo que outras são estabelecidas como condicionantes da licença ambiental, em função das especificidades, porte e potencial do dano ambiental do empreendimento. A responsabilidade de execução dos mencionados programas poderá estar atrelada a termos de compromisso, a serem firmados com o órgão ambiental licenciador. A Resolução CONAMA n.º 2, de 18/04/96, estabeleceu como pré-requisito para licenciar empreendimentos de grande porte a aplicação de, no mínimo, 0,5% dos custos totais na implantação e manutenção de uma Estação Ecológica no local do empreendimento. O Art. 36 da Lei Federal n.º 9.985, de 18/04/2000, confirmando o que determina a Resolução CONAMA n.º 02/96, prevê que nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. Portanto, o montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.

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Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação.

3.6. POLUIÇÃO DA ÁGUA De acordo com o Decreto Federal n.º 73.030/73, entende-se como poluição da água qualquer alteração de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, que possa importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem estar das populações, causar dano à flora e à fauna, ou comprometer o seu uso para fins sociais e econômicos. A proteção à qualidade da água remonta a 1934, quando o legislador estabeleceu o Código de Águas, pelo Art. 68, do Decreto Federal n.º 24.643, de 10/07/34. O Código Penal prevê a proteção das águas potáveis contra envenenamento, corrupção ou poluição (Arts. 270 e 271). Pelo Código Nacional de Saúde (Decreto Federal n.º 49.974-A, de 21/01/61), regulamentando a Lei n.º 2.312, de 03/09/54, cujos Arts. 37, 38 e 39, trouxeram disposições de proteção dos recursos hídricos. O Decreto Federal n.º 50.877, de 29/06/61, também dispôs que os resíduos líquidos, sólidos ou gasosos, domiciliares ou industriais, somente poderiam ser lançados às águas in natura, ou depois de tratados, quando essa operação não implicasse poluição das águas receptoras (Art. 1º). A Lei Federal n.º 4.089, de 13/07/62, e seu regulamento aprovado pelo Decreto Federal n.º 1.487, de 07/11/62, atribuíram ao Departamento Nacional de Obras e Saneamento – DNOS competência para controlar a poluição das águas no âmbito federal. A Lei Federal n.º 4.132/62, em seu Art. 2º, inciso VII, considera de interesse social para efeito de desapropriação a preservação de cursos e mananciais de água. O Código Florestal (Lei Federal n.º 4.771/65) prevê a qualidade das águas pela proteção das florestas e demais formas de vegetação permanente (Art. 2º). Pela Lei Federal n.º 9.433, de 08/03/93, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, ficou estabelecido que o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a: I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas; II - diminuir os custos de combate à poluição, mediante ações preventivas permanentes. A Resolução CONAMA n.º 20, de 18/06/86, estabelece também a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional, segundo seus usos preponderantes.

3.7. CONTROLE DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Lei Federal n.º 6.938, de 31/08/81 – dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. No Art.10, parágrafo 3º, a lei define que o órgão estadual do meio ambiente e o IBAMA, este atuando em caráter supletivo, poderão, se necessário e sem prejuízo das penalidades cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição, objetivando manter as emissões

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gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro de condições e limites estipulados pelo órgão ambiental federal. No Art. 13, fica explicitado que o Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio ambiente, visando à fabricação de equipamentos antipoluidores (inciso II). Lei Federal n.º 8.723, de 28/10/93 – dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores. A referida Lei define que como parte integrante da Política Nacional de Meio Ambiente, os fabricantes de motores e veículos automotores e os fabricantes de combustíveis ficam obrigados a tomar providências necessárias para reduzir os níveis de emissão de monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, fuligem, material particulado e outros compostos poluentes de veículos comercializados no país, enquadrando-se aos limites e prazos fixados nesta Lei. A Lei define ainda que os órgãos ambientais governamentais, em nível federal, estadual e municipal, a partir da publicação desta Lei, monitorarão a qualidade do ar atmosférico e fixarão diretrizes e programas para o seu controle, especialmente em centros urbanos com população acima de quinhentos mil habitantes e nas áreas periféricas sob influência direta dessas regiões. Resolução CONAMA n.º 018, de 06/05/86 – institui o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE. A Resolução tem como principais objetivos:

- Reduzir os níveis de emissão de poluentes por veículos automotores visando o atendimento aos Padrões de Qualidade do Ar, especialmente nos centros urbanos;

- Promover o desenvolvimento tecnológico nacional, na engenharia automobilística e em métodos e equipamentos para ensaios e medições de emissão de poluentes;

- Promover melhorias das características técnicas dos combustíveis líquidos automotores, visando a redução de emissões poluidoras à atmosfera.

Em razão dos veículos automotivos dos Ciclos Otto e Diesel serem fontes relevantes de emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, fuligem e aldeídos, os mesmos contribuem na contínua deterioração da qualidade do ar. Resolução CONAMA n.º 03, de 15/06/89 – estabelece os níveis de emissão de aldeídos no gás e escapamento de veículos automotores. A Resolução define que, a partir de 01/01/92, a emissão de aldeídos, presentes no gás de escapamento de veículos automotores leves do Ciclo Otto, não deve exceder a 0,15 gramas por quilômetro, devendo os projetos dos fabricantes terem como meta a emissão de 0,10 gramas por quilômetro. Os fabricantes de veículos automotores leves do Ciclo Otto, devem também declarar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, até o último dia útil de cada semestre civil, os valores típicos de emissão de aldeídos, conforme definido na Resolução CONAMA n.º 018/86, identificadas e quantificadas as configurações representativas dos veículos em produção. Resolução CONAMA n.º 04, de 15/06/89 – regulamenta a emissão de hidrocarbonetos considerando a presença de álcool.

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A Resolução estabelece que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA deve encaminhar à Comissão de Acompanhamento e Avaliação do PROCONVE, até o dia 31 de julho de 1991, para avaliação e parecer, encaminhando ao CONAMA as propostas de métodos para determinação mais precisa de etanol, para emissão de escapamento. Resolução CONAMA n.º 05, de 15/06/89 – institui o Programa Nacional de Controle de Poluição do Ar – PRONAR. O PRONAR é um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para proteção da saúde e bem-estar das populações e melhoria da qualidade de vida, tendo como objetivo permitir o desenvolvimento econômico e social do país de forma ambientalmente segura, pela limitação dos níveis de emissão de poluentes por fontes de poluição atmosférica. A Resolução tem como diretrizes:

a melhoria na qualidade do ar;

o atendimento aos padrões estabelecidos;

o não comprometimento da qualidade do ar em áreas consideradas não degradadas. A Resolução estabelece limites máximos de emissão, adoção de padrões nacionais de qualidade do ar, monitoramento e prevenção da deterioração da qualidade do ar, gerenciamento do licenciamento de fontes de poluição do ar, gestões políticas, desenvolvimento nacional na área de poluição do ar, ações de curto, médio e longo prazo. Os instrumentos de apoio e operacionalização previstos são:

Limites Máximos e Mínimos;

Padrões de Qualidade do Ar;

Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE;

Programa Nacional de Controle da Poluição Industrial – PRONACOP;

Programa Nacional de Avaliação da Qualidade do Ar;

Programa Nacional de Inventário das Fontes Poluidoras do Ar;

Programas Estaduais de Controle de Poluição do Ar. O gerenciamento do PRONAR é feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, que tem a competência de apoiar na formulação dos programas de controle, avaliação e inventário que instrumentalizem o PRONAR, sendo que as estratégias de controle da poluição do ar poderão ser revistas a qualquer tempo. Compete aos Estados o estabelecimento e implementação dos Programas Estaduais de Controle da Poluição do Ar, em conformidade com o PRONAR. Resolução CONAMA n.º 03, de 12/06/90 - estabelece padrões de qualidade do ar previstos no PRONAR. Esta Resolução define que são padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassando, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da

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população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Ainda segundo esta Resolução, entende-se que poluente atmosférico qualquer forma de material ou energia com intensidade de em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora, prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. São estabelecidos os padrões primários e secundários de qualidade do ar, sendo definidos pelos seguintes parâmetros:

Partículas totais em suspensão

Fumaça

Partículas inaláveis

Dióxido de enxofre

Monóxido de carbono

Ozônio

Dióxido de nitrogênio A Resolução estabelece, ainda, métodos de amostragem e análise de poluentes atmosféricos e os níveis de Atenção, de Alerta e de Emergência para execução do Plano de Emergência para Episódios Críticos de Poluição do Ar.

Art. 1º - São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

Parágrafo Único - Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II - inconveniente ao bem-estar público; III - danoso aos materiais, à fauna e flora. IV - prejudicial à segurança. ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Resolução CONAMA n.º 008, de 06/12/90 – estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar, previstos no PRONAR. A Resolução estabelece em nível nacional, os limites máximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) para processos de combustão em fontes fixas de poluição. São indicadas as áreas onde são expressos os limites máximos de emissão para partículas totais e dióxidos de enxofre (SO2), divididas em:

Classe I: áreas de preservação, lazer e turismo, tais como Parques Nacionais e Estaduais, Reservas e Estações Ecológicas, Estâncias Hidrominerais e Hidrotermais.

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Classe II: áreas onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão secundário de qualidade.

Classe III: áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da qualidade do ar é limitado pelo padrão primário de qualidade.

De acordo com esta Resolução, o Empreendimento se enquadra na Classe III, onde deverão ser mantidos os padrões primários de qualidade do ar. Resolução CONAMA n.º 006, de 31/08/93 – estabelece prazo para os fabricantes e empresas de importação de veículos automotores disporem de procedimentos e infra-estrutura para divulgação de informações. A Resolução prevê que num prazo de 90 dias a partir da sua publicação, de procedimentos e infra-estrutura para divulgação sistemática, ao público em geral, de recomendações e especificações de calibração, regulagem e manutenção do motor, dos sistemas de alimentação de combustível, de ignição, de carga elétrica, de partida, de arrefecimento, de escapamento e sempre que aplicável, dos componentes de sistemas de controle de emissão de gases, partículas e ruído. Resolução CONAMA n.º 008, de 31/08/93 – complementa a Resolução CONAMA n.º 018/86, que institui o PROCONVE e estabelece limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos nacionais e importados. Define também que fica a critério do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA a dispensa parcial ou totalmente das exigências contidas na Resolução, dos veículos e motores para aplicações especiais que não possam ser utilizados para o transporte urbano e/ou rodoviários, bem como os movidos por combustíveis alternativos ao Diesel, à gasolina e ao álcool, como forma de incentivar o desenvolvimento de opções de baixo potencial poluidor. Resolução CONAMA nº 009, de 31/08/93 – Estabelece definições e torna obrigatório o recolhimento e destinação adequada de todo o óleo lubrificante usado ou contaminado. Os Art. 2º e 3º especificam:

Art. 2º Todo o óleo lubrificante usado ou contaminado será, obrigatoriamente, recolhido e terá uma destinação adequada, de forma a não afetar negativamente o meio ambiente.

Art. 3º Ficam proibidos:

I - quaisquer descartes de óleo usados em solos, águas superficiais, subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais; II - qualquer forma de eliminação de óleos usados que provoque contaminação atmosférica superior ao nível estabelecido na legislação sobre proteção do ar atmosférico (PRONAR); Resolução CONAMA nº 016, de 13/12/95 – Complementa as Resoluções CONAMA nº 008/93 e nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados, determinando homologação e certificação de veículos novos do ciclo Diesel quanto ao índice de fumaça em aceleração livre. Em especial, o Art. 1º define:

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Art. 1° Em complemento à Resolução CONAMA n° 08/93, a partir de 1° de janeiro de 1996, os motores novos do ciclo Diesel para aplicações em veículos leves ou pesados, devem ser homologados e certificados quanto ao índice de fumaça (opacidade) em aceleração livre, através do procedimento de ensaio descrito na Norma NBR 13037 - Gás de Escapamento Emitido por Motor Diesel em Aceleração Livre - Determinação da Opacidade, em conformidade com os limites definidos no § 1° e § 2° deste Artigo.

§ 1° Os veículos que atendam às exigências da Fase II, definida na Resolução n° 08/93 do CONAMA, devem ser certificados mediante a declaração pelo fabricante, do respectivo índice de fumaça (opacidade) em aceleração livre a ser utilizado como parâmetro da regulagem de motores e avaliação do estado de manutenção do veículo nos Programas de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso - I/M. § 2° Para os veículos que atendam à Fase III, definida na Resolução 08/93 do CONAMA, os limites de fumaça em aceleração livre, a serem atendidos nas condições atmosféricas de referência,

3.7.1. CONTROLE DE RUÍDOS Resolução CONAMA nº 001, de 08/03/90 – Dispõe sobre critérios e padrões de emissão de ruídos das atividades industriais. I - A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política. obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidas nesta Resolução. II - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior aos ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.152 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. III - Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações para atividades heterogêneas, o nível de som produzido por uma delas não poderá ultrapassar os níveis estabelecidos pela NBR l0.152 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. IV - A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho, obedecerão às normas expedidas, respectivamente, pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e pelo órgão competente do Ministério do Trabalho. V - As entidades e órgãos públicos (federais, estaduais e municipais) competentes, no uso do respectivo poder de política, disporão de acordo com o estabelecido nesta Resolução, sobre a emissão ou proibição da emissão de ruídos produzidos por quaisquer meios ou de qualquer espécie, considerando sempre local, horários e a natureza das atividades emissoras, com vistas a compatibilizar o exercício das atividades com a preservação da saúde e do sossego público. VI - Para os efeitos desta Resolução, as medições deverão ser efetuadas de acordo com a NBR 10.151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, visando o conforto da comunidade, da ABNT. VII - Todas as normas reguladoras da poluição sonora, emitidas a partir da presente data, deverão ser compatibilizadas com a presente Resolução. Resolução CONAMA nº 252, de 07/01/99 – Estabelece, para os veículos rodoviários automotores, inclusive veículos encarroçados, complementados e modificados, nacionais ou importados, limites máximos de ruído nas proximidades do escapamento, para fins de inspeção obrigatória e fiscalização de veículos em uso.

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Art. 1º - Estabelecer, para os veículos rodoviários automotores, inclusive veículos encarroçados, complementados e modificados, nacionais ou importados, limites máximos de ruído nas proximidades do escapamento, para fins de inspeção obrigatória e fiscalização de veículos em uso. § 1º - Para veículos nacionais ou importados, do ciclo Otto, que atendam aos limites máximos de ruído em aceleração estabelecidos nas Resoluções nºs 2/93 e 8/93 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, o limite máximo de ruído para fins de inspeção obrigatória e fiscalização é o ruído emitido por veículos automotores na condição parado, declarado pelo fabricante ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, conforme art. 20, § 6º da Resolução CONAMA no 8/93 ou art. 1º, § 6º da Resolução CONAMA nº 2/93, dependendo da categoria de veículo. § 2º - Para veículos nacionais ou importados, do ciclo Diesel, são válidas as mesmas exigências estabelecidas no § 1º deste artigo, para os veículos do ciclo Otto, entretanto, sendo somente aplicáveis aos modelos produzidos a partir de 1º de janeiro de 1999. § 3º - Para os modelos de veículos do ciclo Otto, que não atendam aos limites máximos de ruído em aceleração estabelecidos nas Resoluções CONAMA nºs 2 e 8, de 1993 e para os modelos de veículos do ciclo Diesel produzidos até 31 de dezembro de 1998, são estabelecidos os limites máximos de ruído emitidos por veículos automotores na condição parado, conforme TABELA 1, constante na Resolução citada. ..... Art. 5º Independentemente do nível de ruído medido, o motor, o sistema de escapamento, o sistema de admissão de ar, encapsulamentos, barreiras acústicas e outros componentes do veículo que influenciam diretamente na emissão de ruído do veículo, não deverão apresentar avarias ou estado avançado de deterioração.

3.8. URBANISMO Lei Federal n.º 6.766, de 19/12/79 - Alterada pela Lei Federal n.º 9.785, de 29/01/99, dispõe sobre o parcelamento urbano, especificando no art. 3º somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas ou de expansão urbana, assim definidas pela lei municipal. A Lei não admite a implantação de parcelamento de solo nas seguintes condições, conforme discriminado no parágrafo único do Art. 3º: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30%, salvo se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias, até sua correção.

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Complementando os dispositivos anteriores, a Lei Federal n.º 6.766/79, no Art. 4º, inciso III, dispõe que ao longo das águas correntes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa “non aedificandi” de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. Lei Federal n° 9.785, de 29/01/99 - Altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941 (desapropriação por utilidade pública) e as Leis nos 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (registros públicos) e 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (parcelamento do solo urbano). Art. 3o - A Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 2o .............................................................. § 4o - Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. § 5o - Consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário e abastecimento de água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e as vias de circulação pavimentadas ou não. § 6o - A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: I - vias de circulação; II - escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; e IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar."

3.8.1. ESTATUTO DA CIDADE A Lei n.º 10.257, de 10/07/01, regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana. Art. 1o - Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei. Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Art. 2o - A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

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III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à infra-

estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores

de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência; VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência; IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização; X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos; XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população; XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

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XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social. ..... Art. 4o - Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos: ..... a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo; c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual; e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual; f) gestão orçamentária participativa; g) planos, programas e projetos setoriais; h) planos de desenvolvimento econômico e social; ..... V – instrumentos jurídicos e políticos: ..... e) instituição de unidades de conservação; f) instituição de zonas especiais de interesse social; g) concessão de direito real de uso; h) concessão de uso especial para fins de moradia; i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; j) usucapião especial de imóvel urbano; ..... r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos

favorecidos; s) referendo popular e plebiscito; VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).

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3.9. ESPAÇOS LEGALMENTE PROTEGIDOS A Constituição Federal, de 1988, impõe ao Poder Público o dever de definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (Art. 225, parágrafo 1º, inciso III). O objetivo desta norma constitucional é a delimitação, em cada Estado e Distrito Federal, das áreas de relevância ecológica, quer constituam bens de propriedade privada, quer bens de domínio público, para que fiquem sujeitas a um regime jurídico de interesse público pela relevância dos atributos naturais de que se revestem, postulando proteção especial. Nesse aspecto, a Lei Federal n.º 7.804, de 18/07/89, deu nova redação ao inciso VI do Art. 9º, da Lei Federal n.º 6.938/81, para incluir os espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal como instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, exemplificando, como tais, as áreas de proteção ambiental, as áreas de relevante interesse ecológico e as reservas extrativistas. O mesmo diploma legal determina no Art. 295, que para as unidades de conservação, os parques, as praças, o conjunto urbanístico de Brasília, objeto de tombamento e Patrimônio Cultural da Humanidade são espaços territoriais especialmente protegidos e sua utilização far-se-á na forma da lei. Espaços de Preservação e Servidão Os espaços de preservação legal relacionados às faixas de proteção de lagos, nascentes e cursos d’água, às faixas de servidão e topos de morros são estabelecidos no Código Florestal – Lei Federal n.º 4.771/65. Esses espaços variam de caso a caso, estando discriminados no referido diploma legal. O estabelecimento de parâmetros, definições e limites referentes às Áreas de Preservação Permanente é objeto da Resolução CONAMA nº 303, de 20/03/2002. Na Resolução é definida como Área de Preservação Permanente a área situada ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte (art. 3º, inciso II); Com a Resolução em comento, a Resolução CONAMA nº 004, de 18/09/85 foi revogada. Unidades de Conservação Lei Federal nº 9.985, de 18/07/2000 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da NAtureza – SNUC De acordo com o Art. 7º, da Lei Federal n.º 9.985, de 18/07/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC as Unidades de Conservação são espaços territoriais com características naturais relevantes, incluindo seus recursos ambientais e as águas jurisdicionais, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de proteção. Além da reclassificação das diversas categorias de conservação, a Lei traz inovações em vários aspectos, sendo aqui relevantes os que dizem respeito:

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à participação social na criação e gestão das unidades de conservação;

ao justo tratamento das populações tradicionais que habitam as áreas protegidas, indenizando-as, oferecendo-lhes alternativas de subsistência ou adaptando seus processos produtivos ao uso sustentável dos recursos naturais;

à regularização fundiária, excluindo indenizações desnecessárias. A Lei n.º 9.985/2000 e o Decreto n.º 4.430, de 22 de agosto de 2002, que a regulamentou, determinam o estabelecimento de normas para a ocupação e uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos das unidades de conservação. As Unidades de Conservação classificam-se, quanto ao uso, em dois grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As Unidades de Proteção Integral têm por objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, atividades educacionais, científicas e recreativas. Portanto, estas unidades estão totalmente vedadas à exploração dos recursos naturais. Neste grupo encontram-se as seguintes categorias de unidades de conservação: Estação Ecológica; Reserva Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre. O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, estabelecendo modelos de desenvolvimento. Este grupo é composto pelas seguintes categorias de unidades de conservação: Área de Proteção Ambiental (APA); Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); Floresta Nacional (FLONA); Reserva Extrativista (RESEX); Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

3.10. POLÍTICAS E GESTÃO AMBIENTAL A regularização ambiental de obras e empreendimentos dá-se por meio de licenciamentos e autorizações, outorgados pelos órgãos competentes na condução do processo de licenciamento, assim como pelos órgãos responsáveis pelo controle dos padrões de qualidade ambiental, no âmbito federal, estadual, distrital e municipal, ficando, da mesma forma, sujeitos à fiscalização desses mesmos órgãos, nas respectivas áreas de atuação, a constatação de práticas de infrações e imposição de penalidades previstas na legislação pertinente. No entanto, vários instrumentos legais que e estimular a gestão de resíduos sólidos no Brasil representam avanços significativos, a articulação nacional que vem sendo empreendida pelo Fórum Nacional Lixo e Cidadania. O referido Fórum foi criado em 1998 por 19 entidades públicas e privadas com atuação direta e indireta na questão de resíduos sólidos, as quais passaram a integrar seus esforços com o intuito de erradicar a catação de lixo por crianças e adolescentes, e muda a situação dramática do destino final do lixo no Brasil. Lei Federal n.º 6.938, de 31/08/81 - Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, tendo sido regulamentada pelo Decreto Federal n.º 88.351, de 01/06/83, vindo a ser revisada e atualizada pelas Leis Federais nos 7.804, de 18/07/89 e 8.028, de 12/04/90. Atualmente encontra-se regulamentada pelo Decreto Federal n.º 99.274, de 06/06/90, foi alterada pela Lei n.º 10.165/2000. Estabelece, dentre outros, como instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, o licenciamento das atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a avaliação de impactos, o zoneamento ambiental e o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.

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Visando melhorar a gestão de resíduos sólidos no país, o Governo Federal por intermédio das instituições e entidades do Fórum Nacional Lixo e Cidadania, especialmente os Ministérios das Cidades, do Meio Ambiente e da Saúde têm adequado seus programas e projetos no sentido de otimizar e padronizar critérios para a análise e aprovação dos recursos para emprego no setor de resíduos sólidos. A atuação do Fórum procura ainda destacar a importância e promover a gestão participativa no manejo de resíduos sólidos, prática que ainda não tem sido devidamente implementada no País como seria desejável. De acordo com o disposto nos Artigos 6º, 7º e 8º da Lei Federal n.º 6.938/81, alterada pela Lei n.º 10.165/2000, as ações relativas ao licenciamento, às autorizações, às concessões e às permissões relacionadas à fauna, à flora e ao controle ambiental são de competência exclusiva dos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente.

3.10.1. SISTEMA FEDERAL DE GESTÃO AMBIENTAL Gestão é o termo contemporâneo usado como sinônimo das palavras administração e gerência. Engloba todas as ações pertinentes à obtenção e uso dos recursos necessários para o estabelecimento de relações demandadas por um propósito ou empreendimento organizacional. A Lei Federal n.º 6.938/81, dispondo sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, instituiu o SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, como o grande arcabouço institucional da gestão ambiental no Brasil. Vinculado ao órgão central, representado pelo Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, o SISNAMA consiste no conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e de fundações instituídas pelo Poder Público responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental brasileira. Em sua estruturação o SISNAMA tem como órgão superior o Conselho de Governo, cuja função é assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. Como órgão maior do SISNAMA tem-se o CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, presidido pelo Ministro do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, constituindo o órgão consultivo e deliberativo, responsável por assessorar, estudar e propor, ao Conselho de Governo, as diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e, deliberar sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à qualidade de vida, no âmbito da Política Nacional de Meio Ambiente. O CONAMA é integrado por conselheiros titulares e suplentes, designados na forma da lei, apresentando em sua composição critérios geopolíticos (representação dos Estados da Federação e do Distrito Federal), critérios institucionais (representações de Ministérios e outros) e critérios sócio-políticos (representação da sociedade civil organizada). Como órgão executor da gestão ambiental no país, tendo por finalidade a formulação, coordenação e execução da Política Nacional do Meio Ambiente e da preservação, conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais renováveis, tem-se o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, entidade autárquica e autônoma, também vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, que constitui a Secretaria Executiva do CONAMA e o principal responsável pelo cumprimento das suas deliberações. Nota-se que a denominação, ressaltando os recursos naturais renováveis, sugere a exclusão dos não renováveis que, em parte, se inserem na atribuição do Ministério das Minas e Energia.

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Criado pela Lei Federal n.º 7.735, de 22/02/89, o IBAMA resulta da extinção de quatro órgãos distintos: SEMA (Secretaria Especial de Meio Ambiente), IBREGIÃO DE CERRADO (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), SUDEPE (Superintendência de Desenvolvimento da Pesca) e SUDHEVEA (Superintendência de Desenvolvimento da Borracha). A missão institucional do IBAMA é executar a parte federal da política nacional do meio ambiente, visando a preservação da qualidade ambiental para as presentes e futuras gerações. Compõem, ainda, o SISNAMA, órgãos setoriais representados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta ou indireta, bem como Fundações instituídas pelo Poder Público, cujas atividades, estejam, total ou parcialmente, associadas às de preservação da qualidade ambiental ou de disciplina do uso de recursos ambientais. Os órgãos seccionais do SISNAMA são constituídos pelos órgãos estaduais ou entidades estaduais, constituídos na forma da lei e por ela incumbidos de preservar o meio ambiente, resguardar a qualidade ambiental e fiscalizar as ações lesivas ao meio ambiente. Em razão da impossibilidade concreta dos órgãos federais incumbirem-se da gestão ambiental em todo o território nacional, os órgãos seccionais, representados pelos órgãos ambientais estaduais, configuram a base do SISNAMA, cabendo aos mesmos a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares. Os órgãos locais do SISNAMA são os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas respectivas áreas de jurisdição, desde que com capacidade institucional e técnica para o exercício de tais funções e atribuições. O SISNAMA é constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, bem como das fundações instituídas pelo Poder Público responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Está estruturado da seguinte forma:

Conselho Superior de Meio Ambiente - CSMA - tem a função de assessorar o Presidente da República;

Conselho Nacional do Meio de Meio Ambiente – CONAMA – órgão consultivo e deliberativo do CSMA;

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA – tem a finalidade de coordenar, executar e fazer executar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos ambientais;

Órgãos Seccionais – são órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela área de meio ambiente; e

Órgãos Locais – são órgãos ou entidades municipais responsáveis pela área de meio ambiente na sua jurisdição.

Entre as várias competências do CONAMA, tem-se a de:

estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos terrestres, aeronaves e embarcações, mediante audiência aos Ministérios competentes; e

estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas no uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

3. os seguintes instrumentos:

3.10.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo qualificado como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, através do qual a Administração Pública controla e fiscaliza as ações dos administrados, impondo-lhes, quando necessário, a elaboração dos estudos de impacto ambiental, para a expedição das licenças ambientais. Tal procedimento é disciplinado por normas federais, estaduais, municipais e distritais, apontando, assim, as etapas a serem seguidas pelos administrados, quando do licenciamento de empreendimentos ou atividades que possam causar significativa degradação ambiental. Etapa importante a ser cumprida diz respeito à realização dos estudos de impacto ambiental. Um dos objetivos do estudo de impacto ambiental, de acordo com o disposto no Art. 225 da Constituição Federal/88, é controlar o desenvolvimento de atividades ou obras capazes de degradar o meio ambiente. Lei Federal nº 6.938, de 31/08/81 – Institui a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências. Art. 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição Federal, estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. ....... Art. 10 – A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, e caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. ....... Art. 17 – Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: ....... II – Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. Decreto Federal nº 99.274, de 2/12/90 – Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981 e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. O Capítulo IV – Do Licenciamento das Atividades, expressa: Art. 17 – A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos de atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. Para tanto, nos termos da Política Nacional do Meio Ambiente vigente, tanto no âmbito federal como distrital, cumpre ao Poder Público exigir e acompanhar a elaboração dos estudos de

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impacto ambiental, que deverão ser apresentados pelos empreendedores para licenciamento de seus projetos junto ao órgão ambiental competente. A noção de impacto ambiental é fundamental para a sua avaliação, tendo em vista a abordagem metodológica, a abrangência dos estudos e até mesmo a utilização de seus resultados. Assim, a legislação federal define impacto ambiental como sendo qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais (Art. 1º, Resolução CONAMA n.º 01/86). Resolução CONAMA n.º 01, de 23/01/86 - Normatiza a elaboração do EIA/RIMA, indicando numa lista sumarizada, alguns empreendimentos como passíveis de serem licenciados ambientalmente e para tanto, registrando a necessidade de ser apresentado EIA/RIMA. Para tanto, o Art. 2º indica que dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, a serem submetidos à apreciação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: ..... X – Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; Resolução CONAMA n.º 013, de 06/12/90 - Regulamenta a questão de atividades em áreas circundantes às unidades de conservação: Art.1º - O órgão responsável por cada Unidade de Conservação juntamente com os órgãos licenciadores e de meio ambiente, definirá as atividades que possam afetar a biota das Unidades de Conservação. Art.2º - Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota, deverá ser obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente. Parágrafo Único – O licenciamento a que se refere o caput deste artigo só será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da Unidade de Conservação. Assim, com base nos diploma legal registrado acima, é recomendável a manifestação dos órgãos gestores das Unidades de Conservação situadas num raio de 10 km. Resolução CONAMA n.º 237/97 – considerando-se a necessidade de revisão no sistema de licenciamento ambiental, nesta resolução são definidos critérios, procedimentos, prazos e empreendimentos que têm obrigatoriedade de licenciamento, como atividades minerárias, atividades industriais, obras civis, turismo, atividades agropecuárias, uso de recursos naturais, etc. (Para maiores detalhes consultar o item 4.4.3. – Licenciamento Ambiental). Para efeito desta Resolução são adotadas definições para os seguintes termos:

Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos ou atividades que possam causar degradação ambiental;

Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental;

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Estudos ambientais: são os estudos relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de atividades ou de empreendimentos, apresentados na forma de relatórios, planos de controle, de manejo ou de recuperação de áreas;

Impactos Regionais: são os impactos que afetam o território de dois ou mais estados. De acordo com o § 1º do Artigo 2°, estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo I desta Resolução, que incluem, dentre outros, o parcelamento do solo, objeto deste EIA/RIMA. Com a edição da Resolução CONAMA n.º 237, de 19/12/97, que introduz profundas alterações ao procedimento de licenciamento ambiental regulado pela Resolução CONAMA n.º 01/86, encontra-se como Anexo 1 da referida Resolução, um rol de atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental. Assim, o Art. 2º, da Resolução CONAMA n.º 237/97, estabelece que “a localização, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”. Após apresentar a lista das atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento, esclarece que caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidades, o detalhamento e complementação do Anexo 1, levando em consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade. Portanto, a lista constante do Anexo 1, da Resolução CONAMA n.º 237/97, não é definitiva, uma vez que poderá estar sujeita a ajustes por parte do órgão ambiental competente. Por outro lado, com relação à exigência de elaboração de EIA/RIMA, a Resolução não altera e nem revoga o Art. 2º da Resolução 01/86, mas reforça (Art. 3º) que a licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. No parágrafo único, do mencionado Art. 3º, da Resolução CONAMA n.º 237/97, fica claro, mais uma vez, o poder discricionário do órgão ambiental, pois cabe a ele definir o tipo de estudo ambiental cabível a cada empreendimento, a saber: o órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento. Ressalta-se que, nos termos do Art.1º, inciso III, da nova Resolução, estudos ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida. Assim sendo, as atividades tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas, de tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos) e o tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como de agroquímicos e suas embalagens e de serviços de saúde, entre outros, de acordo com a Resolução CONAMA n.º 237/97, depende de licenciamento ambiental e da realização de estudos de impacto ambiental (Art. 2º, da Resolução CONAMA n.º 001/86).

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As licenças ambientais (LP, LI e LO), previstas na Resolução CONAMA n.º 237/97, são iguais e possuem as mesmas características daquelas previstas no Decreto Federal n.º 99.274/90, que regulamentou a Lei n.º 6.938/81 e também na Lei Distrital n.º 041/89. Prevê-se que o CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento, e ainda a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação, adaptando para a regra geral, o que já estava previsto no Art. 12 da Resolução CONAMA n.º 06/87, relativa ao licenciamento ambiental das obras de grande porte. No caso dos empreendimentos e atividades sujeitos ao Estudo de Impacto Ambiental – EIA, se verificada a necessidade de nova complementação em decorrência de esclarecimentos já prestados, o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada e com a participação do empreendedor, poderá formular novo pedido de complementação. Além de definir claramente os procedimentos e os prazos relativos ao licenciamento ambiental, a Resolução CONAMA n.º 237/97, sob análise tem o mérito de, formalmente, facultar ao empreendedor participação mais efetiva e direta na definição dos documentos e estudos que precedem o licenciamento. De acordo com a Lei Distrital n.º 041/89, o Sistema de Licenciamento, definido no Art. 40, ficam sob o controle da SEMATEC, atual SEMARH, as atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços e outras fontes de qualquer natureza que produzem ou possam produzir alterações adversas às características do meio ambiente. O Art. 41, da mesma Lei, define que a construção, instalação, ampliação e fornecimento de estabelecimento e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento da SEMARH, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. O inciso XII, do Art. 55, da Lei Distrital nº 041/89, define que são infrações ambientais: XII – emitir ou despejar efluentes ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, causadores de degradação ambiental, em desacordo com o estabelecido na legislação e normas complementares. A publicidade quanto ao licenciamento ambiental, além de estar regulado na Lei Distrital nº 041/89, é também explicitado nesse diploma legal.

Lei nº 2.530, de 21/02/2000 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de placa contendo informações relativas ao licenciamento ambiental de estabelecimentos e atividades.

Art. 1° Nos estabelecimentos e atividades, públicos ou privados, em que seja exigido o licenciamento ambiental, é obrigatória a instalação de placa contendo, no mínimo, as seguintes informações:

I - a natureza do empreendimento;

II - o nome ou a razão social do empreendedor;

III - o número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física - CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;

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IV - os números da licença ambiental e do respectivo processo de licenciamento;

V - o nome do responsável técnico pelo estudo de avaliação de impacto ambiental, nos casos em que for exigido, com o número de sua ART - Anotação de Responsabilidade Técnica.

3.10.4.1. Competência para Licenciar De acordo com o disposto no Art. 10º, parágrafo 4º, da Lei Federal n.º 6.938/81 compete ao IBAMA o licenciamento de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. A esse respeito, a Resolução CONAMA n.º 237/97 detalha as competências quanto ao licenciamento ambiental, nos três níveis – federal, estadual ou distrital e municipal, como descrito abaixo:

ao órgão federal (IBAMA) o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, tais como:

- localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar

territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União;

- localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;

- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou

mais Estados.

ao órgão ambiental estadual ou distrital, no caso a SEMARH, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades:

- localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação

de domínio estadual;

- localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no Art. 2º do Código Florestal e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais;

- cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais

Municípios;

- delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio.

ao órgão municipal o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.

3.10.4.2. Exigências a Serem Consideradas no Procedimento de Licenciamento

Em qualquer hipótese, nos termos dos Art. 4º, parágrafo 1º; Art. 5º, parágrafos 1º e 6º, da Resolução CONAMA n.º 237/97, o órgão ambiental licenciador deverá, sempre e necessariamente, considerar o exame técnico procedido pelos demais órgãos ambientais

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envolvidos, bem como o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados e dos Municípios interessados. Nota-se que, por imposição da nova norma (Art. 10, parágrafo 1º), do procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água emitida pelos órgãos competentes.

3.10.4.3. Responsabilidade sobre a Realização do EIA/RIMA A responsabilidade pela autoria dos estudos ambientais é também claramente definida pela legislação vigente. Pela Resolução CONAMA n.º 237/97, a exigência relativa à independência da equipe técnica em relação ao empreendedor anteriormente prevista no Art. 7º, da Resolução CONAMA n.º 01/86 foi suprimida. Assim, conforme disposto no Art. 11 da nova Resolução, os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. Portanto, o empreendedor pode utilizar seu quadro de profissionais, desde que habilitados para a realização de tais estudos. Em contrapartida dessa faculdade e de forma a garantir a imparcialidade dos estudos efetuados, a mencionada Resolução (parágrafo único, do Art. 11) responsabiliza o empreendedor e os profissionais que subscrevem tais estudos pelas informações apresentadas, sujeitando-os a sanções administrativas, civis e penais. Da mesma forma, é da responsabilidade do empreendedor arcar com os custos de análise para a obtenção da licença ambiental, os quais deverão ser estabelecidos por dispositivo legal, visando ao ressarcimento das despesas realizadas pelo órgão ambiental e facultando-se ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença.

3.10.4.4. Prazos Impostos ao Órgão Ambiental e ao Empreendedor O Art. 14, da Resolução CONAMA n.º 237/97, estabelece que o órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI, LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimentos, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 06 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. A contagem de prazos será suspensa durante a elaboração de estudos complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor. Tais prazos poderão ser ainda alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. O empreendedor, a seu turno, deverá atender as solicitações de esclarecimentos e complementações dentro do prazo máximo de 04 (quatro) meses (prorrogável a critério do órgão ambiental), a contar do recebimento da respectiva notificação. O não cumprimento do prazo previsto sujeita o licenciamento:

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à ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente, caso o atraso seja imputável ao órgão licenciador primário; (ex: ação do IBAMA em relação ao órgão ambiental).

ao arquivamento do pedido de licença, caso o empreendedor seja o responsável pelo não cumprimento.

Na hipótese de arquivamento, o empreendedor não estará impedido de apresentar novo requerimento de licença, mas terá que percorrer, desde o início, todo o trâmite administrativo e efetuar novo pagamento de custo de análise. O referido Decreto ainda expõe no Art. 43, que a SEMARH, sem prejuízo de outras medidas, expedirá as Licenças Prévia, de Instalação e de Operação. Com relação à Licença de Instalação (parágrafo segundo), a mesma deverá ser requerida no prazo de até um ano, a contar da data da edição da Licença Prévia, sob pena de caducidade de ambas.

3.10.4.5. Prazos das Licenças Ambientais – LP, LI e LO

O Art. 18, da Resolução CONAMA n.º 237/97, faculta ao órgão ambiental competente a fixação dos prazos de validade das licenças, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos:

prazo de validade da LP deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 anos;

prazo de validade da LI deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 anos;

prazo de validade da LO deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 anos e, no máximo, 10 anos.

A LP e LI poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos mencionados acima. Na renovação da LO de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. O Art. 19, da mesma Resolução, faculta, ainda, ao órgão ambiental competente a prerrogativa de mediante decisão motivada, modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:

violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;

omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença;

superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. Verifica-se que comumente as licenças concedidas pela SEMARH vêm com prazos de validade de 1 ano para a LP e LI. A LO vem sendo expedida com prazo maior, dependendo do tipo de empreendimento ou atividade.

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4. POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS A última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2000, possibilitou o reconhecimento dos maiores problemas e o balizamento das ações necessárias para reverter o quadro negativo ainda persistente relacionado à gestão dos resíduos sólidos no País. O Brasil, o quinto maior do mundo, é um país de contrastes, caracterizando-se por um, lado, por altos padrões de desenvolvimento tecnológico em contraposição a bolsões de miséria absoluta. O Brasil chegou em 2000 a um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,769, que o situa entre os países de nível intermediário de desenvolvimento humano. Entretanto, ainda existem desigualdades regionais importantes e diferenças marcantes entre os pequenos e grandes municípios, do ponto de vista das oportunidades de implementação de soluções para os problemas urbanos, que se refletem de forma expressiva na gestão dos resíduos sólidos municipais. Os Serviços de Limpeza Pública no Brasil são de responsabilidade dos municípios de acordo com a Constituição Brasileira de 1988. Com relação à cobertura e qualidade desses serviços, constatou-se que 79% dos domicílios são atendidos com coleta de lixo. Apesar dos dados não permitirem uma aferição qualitativa dos serviços, constata-se a existência de coleta de lixo e varrição em quase todos os municípios brasileiros - 99% dos municípios têm coleta convencional, mas apenas 8,2% têm programa de coleta seletiva. Os melhores resultados no manejo, tratamento e destinação final dos resíduos, contudo, têm sido obtidos pelos grandes municípios e regiões metropolitanas. Os demais municípios acumulam dificuldades de ordem estrutural e administrativa, com pouca ou nenhuma qualificação de pessoal, baixa capacidade de obtenção e aplicação de recursos e a maioria tendo como cenário da destinação final, catadores, animais e resíduos num depósito a céu aberto - lixão. Deve-se notar que houve um aumento significativo na quantidade de lixo coletada, em parte decorrente do aumento dos índices de coleta e em parte decorrente de mudanças nos padrões de consumo - se consome, por exemplo, muito mais embalagens e produtos descartáveis atualmente do que há dez anos. A massa de lixo coletada se ampliou de 100 mil toneladas em 1989 para 149 mil toneladas em 2000 - um crescimento de 49%, enquanto entre 1991 e 2000 a população cresceu 16,43%, passando de 146.825.475 para 169.799.170 habitantes. Quanto ao tratamento e à destinação final dos resíduos coletados, o quadro geral evoluiu de forma positiva nos últimos 10 anos; a massa de resíduos sólidos destinada a aterros sanitários passou de 15,8% para 32% dos resíduos coletados. Isto se explica por que a maior massa de resíduos coletados está concentrada em algumas poucas cidades, justamente aquelas que têm mais capacidade técnica e econômica e substituíram nos últimos dez anos a destinação dos lixões para aterros sanitários. Visando melhorar a gestão de resíduos sólidos no país, o Governo Federal por intermédio das instituições e entidades do Fórum Nacional Lixo e Cidadania, especialmente os Ministérios das Cidades, do Meio Ambiente e da Saúde têm adequado seus programas e projetos no sentido de otimizar e padronizar critérios para a análise e aprovação dos recursos para emprego no setor de resíduos sólidos. A atuação do Fórum procura ainda destacar a importância e promover a gestão participativa no manejo de resíduos sólidos, prática que ainda não tem sido devidamente implementada no País como seria desejável. Na maioria dos municípios brasileiros, principalmente nos de pequeno porte, o arcabouço legal que deveria amparar os serviços de limpeza urbana é desatualizado e inconsistente, sendo comum a constatação de pontos contraditórios. A inexistência de uma política nacional para este segmento também limita a atuação dos municípios, especialmente em relação à responsabilização do produtor/gerador pelo destino dos resíduos, ficando a municipalidade como

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única responsável pela solução do problema. Apesar disso, alguns municípios implementam bons programas de gestão de resíduos. Do ponto de vista da organização da prestação dos serviços de limpeza urbana, vale destacar que no Brasil, estes serviços vêm sendo realizados pelas próprias municipalidades e pela iniciativa privada. Tem havido um acréscimo no percentual executado pelas empresas privadas em relação serviços executados pelo Poder Público municipal. Quanto às modalidades de gestão administrativa para a limpeza urbana, a grande maioria dos municípios de pequeno e médio porte adota a administração direta, ou seja, a Prefeitura, por meio de uma secretaria, departamento, setor etc. é que se encarrega de todas as ações pertinentes à gestão dos resíduos sólidos. Poucos municípios possuem autarquias ou empresas públicas específicas para a limpeza urbana. Dentre os aspectos positivos da área, destaca-se o aumento considerável da importância que a gestão de resíduos sólidos vem tendo nas agendas governamentais. Também é relevante a existência hoje no País de um número considerável de associações, cooperativas e organizações de catadores trabalhando na coleta seletiva, segregação e comercialização de recicláveis, num contexto de melhor organização do que há cerca de 10 anos atrás. Essas organizações ainda apresentam várias deficiências e fragilidades, mas a atuação e apoio de grupos religiosos e ONGs têm sido decisivos para o fortalecimento e o reconhecimento social dessa categoria de trabalhadores. Ainda que impulsionado pelas exigências de agentes financiadores e cobranças da sociedade, o Poder Público municipal começa a reconhecer formalmente a importância da atuação dos catadores na dinâmica do manejo de resíduos recicláveis. O número de municípios com programas de coleta seletiva é muito pequeno - 8,2% dos municípios têm programa de coleta seletiva, e menor ainda o índice dos programas que incorporam os catadores como parceiros. A gestão participativa que garanta o controle social dos sistemas também ainda é muito incipiente. E a situação da maioria dos trabalhadores da área também é bastante precária, havendo um maior investimento na valorização e qualificação apenas nas grandes cidades, principalmente nas capitais, no rol das quais Brasília ainda não esta incluída. Apesar dos serviços de limpeza urbana dependerem fundamentalmente da participação da população (haja vista nos aspectos a manutenção da limpeza e dos equipamentos, no cumprimento dos horários de coleta, na redução de conflitos quando da implantação de unidades e instalações, na redução do desperdício e da geração de resíduos e na separação dos materiais recicláveis para os programas de coleta seletiva), ainda são insuficientes os esforços de educação ambiental e de mobilização social nos sistemas de gestão de resíduos no País. Como perspectivas futuras, verifica-se a necessidade de investimentos em infra-estrutura e equipamentos para aprimorar os sistemas de limpeza urbana, especialmente para ampliar a coleta, implantar soluções adequadas de tratamento e disposição final de resíduos sólidos e para erradicar os lixões, além de ações para ampliar a capacidade técnica e a inserção social dos catadores. No atual governo há esforços para ampliar a articulação das ações desenvolvidas pelos diversos órgãos que atuam no Brasil no âmbito de uma Comissão Interministerial, com o objetivo de planejar as ações na esfera nacional. O foco preponderante na abordagem da Comissão é a inclusão dos catadores em programas de coleta seletiva que serão incentivados nos municípios. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2000 - PNSA, realizada em convênio com a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República (SEDU/PR), com a

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Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e com a Caixa Econômica Federal, apresenta um perfil da oferta de serviços de saneamento básico em todos os municípios brasileiros, permitindo, identificar as demandas regionais de investimentos públicos nos serviços que estão mais diretamente relacionados à saúde e à qualidade de vida da população. A comparação com a PNSB de 1989, quando havia 4.425 municípios, permite verificar a evolução da cobertura dos serviços de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de coleta de lixo. O serviço de drenagem urbana foi incluído na PNSB/2000. A Pesquisa, revela que 97,9% dos municípios brasileiros têm serviço de abastecimento de água (Brasileiro recebe em média 260 litros de água por dia); 78,6% têm serviço de drenagem urbana e 99,4% têm coleta de lixo. Esgotamento sanitário ainda é o serviço que apresenta a menor taxa, mas já é oferecido em mais da metade (52,2%) dos municípios brasileiros.

4.1. FÓRUM NACIONAL E O PROGRAMA NACIONAL LIXO & CIDADANIA Em junho de 98, foi criado o Fórum Nacional Lixo & Cidadania, que congrega órgãos governamentais, ONGs, entidades técnicas e religiosas que atuam em áreas relacionadas à gestão do lixo urbano e na área social. São mais de 40 entidades que se comprometeram com a implantação do Programa Nacional Lixo & Cidadania nos lixões, propiciando a inclusão social, com cidadania dos catadores de recicláveis, a retirada das crianças que trabalham no lixo; a geração de renda para as famílias de catadores, prioritariamente na coleta seletiva; e a mudança radical da destinação final de lixo, acabando definitivamente com os lixões no Brasil. O papel do Fórum Nacional é favorecer a discussão e a apresentação de soluções para os problemas. Prevê a articulação de uma rede de programas e projetos, já em desenvolvimento, e o direcionamento de novas ações que concorram para o alcance dos objetivos do Programa, interferindo nas políticas nacionais. Representantes da UNICEF, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério Público Federal, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano - SEDU, da Caixa Econômica Federal, da Fundação Nacional da Saúde - FUNASA e da Missão Criança integram a Secretaria Executiva do Fórum. O trabalho está-se consolidando com uma repercussão nacional muito grande, reduzindo diferenças e disputas recorrentes na estrutura governamental e que usualmente emperram a articulação de grupos. O enfoque específico na criança, aliado à neutralidade e credibilidade da UNICEF, têm um forte poder agregador, que tem facilitado a colaboração e a união entre as várias áreas governamentais. O PROGRAMA NACIONAL LIXO & CIDADANIA O objetivo central do Programa Nacional Lixo & Cidadania, lançado pelo Fórum Nacional Lixo & Cidadania em junho de 1999, com a campanha “Criança no lixo, nunca mais”, e erradicar o trabalho infantil no lixo em todo o Brasil. “Criança no lixo, nunca mais” é um apelo e um convite à sociedade brasileira para que não permita mais o uso da mão-de-obra de meninas e meninos nos lixões e na catação de lixo nas ruas. A iniciativa desse Programa foi do UNICEF, que se envolveu com a questão do lixo, a partir de 1994, por um fato que comoveu o País. Várias crianças que trabalhavam no lixão de Aguazinha, em Olinda, foram hospitalizadas com intoxicação por terem ingerido lixo. Suspeitava-se que havia carne humana no lixo hospitalar que era depositado a céu aberto, com os demais resíduos da cidade. Iniciou-se, então, a participação do UNICEF na busca de soluções para o problema de milhares de crianças que, junto com suas famílias, sobrevivem do que colhem nos lixões do Brasil. Foram desenvolvidos 5 projetos em municípios do Nordeste e do Norte do País. A reflexão sobre essas ricas experiências consolidou uma nova forma de tratar o lixo nas cidades.

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O Programa Nacional Lixo & Cidadania propõe:

retirada das crianças do trabalho no lixo, garantindo vagas nas escolas para elas, atividades de complementação escolar e bolsa-escola para substituir a renda cessante da criança;

ampliação da renda para as famílias que vivem do lixo, com capacitação e apoio à organização dos cata dores dos lixões e das ruas, buscando a sua participação como parceiros prioritários em programas de coleta seletiva nas cidades e a geração de novos empregos;

erradicação dos lixões e recuperação de áreas degradadas pelo lixo;

campanha de bolsa-escola para as crianças que vivem no lixo - a Secretaria de Assistência Social do Ministério da Previdência reservou 15 mil bolsas-escola do Programa Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil para as crianças catadoras e a ONG Missão Criança também priorizou essas crianças no seu programa de bolsa-escola.

Após intensa troca de experiências entre os seus integrantes, o Fórum Nacional definiu e vem atuando através do Programa Nacional Lixo & Cidadania:

mobilização nacional, com sensibilização da sociedade e dos governos estaduais, municipalidades, ONGs, estimulando a implantação dos fóruns estaduais e municipais apresentados;

identificação, apoio e divulgação de experiências bem-sucedidas;

pesquisa e levantamento de dados sobre os serviços de limpeza urbana no Brasil, abordando os aspectos sociais;

o IBGE realizou a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, com informações sobre os serviços de limpeza urbana, incluindo a atuação dos catadores - adultos e crianças - na coleta seletiva informal;

Para obter informações, estimular e apoiar as municipalidades, foram enviados, para todos os 5.507 prefeitos dos municípios existentes à época, um questionário sobre a situação da limpeza urbana nos municípios e um “Termo de Intenção” para o governante aderir à campanha;

abordagem de direitos junto às procuradoria e promotorias da infância e do meio ambiente;

articulação com agentes financiadores para aplicação dos recursos de forma mais eficiente com uma visão integrada das ações e para incentivo a novas fontes de financiamento para o setor.

A Agenda 21 é um protocolo contendo uma lista de compromissos e ações a serem desenvolvidos no Século XXI em direção ao Desenvolvimento Sustentável. Foi assinada por mais de uma centena de países, incluindo o Brasil, durante a Conferência de Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992 - a Rio 92. O Brasil assumiu, como compromisso na ECORIO-92, o desafio de atingir um novo modelo desenvolvimento.

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Esse novo modelo tem como eixo a sustentabilidade que deve compatibilizar a preservação do meio ambiente, a justiça social, o crescimento econômico, a participação e o controle da sociedade, como elementos para democratizar o direito à qualidade de vida. Nesse sentido surgiram como diretrizes de uma nova política ambiental do Brasil a transversalidade, o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do SISNAMA e a participação social. Acrescidas a essas diretrizes uma profunda visão de ética para a vida e os cuidados com o Brasil, tem-se o ambiente propício para a Agenda 21 Brasileira se desenvolver. Elevada à condição de Programa do Plano Plurianual, PPA 2004-2007, pelo atual governo, ela ganha mais força política e institucional e passa a ser instrumento fundamental para construir um Brasil sustentável. No Programa, destaca-se a visão que norteia a construção da Agenda 21 Local, tendo como referência a necessidade de se construir nos municípios, nas bacias hidrográficas ou numa determinada região, instrumentos de planejamento e gestão que busquem o desenvolvimento sustentável e que fortaleça a participação da sociedade civil por meio da cidadania ativa e a construção da democracia participativa em nosso país. Através do diálogo franco, da resolução dos conflitos socio-ambientais existentes e da vontade política de transformar a realidade, almeja-se que a sociedade possa ser artífice do tão sonhado Brasil Sustentável.

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Os estudos realizados procuraram identificar, delimitar e caracterizar os parâmetros das áreas de influência direta e indireta do empreendimento e suas interações, de modo a determinar a situação atual da área. Foram levantados dados atualizados sobre os meios físico, biótico e sócio-econômico, privilegiando a participação e a diversidade dos atores envolvidos. O diagnóstico centrado nos problemas definidos pelos atores sociais procurou enfocar os processos ecológicos, sociais e políticos e suas tendências dinâmicas e antagônicas, sendo:

DESCRIÇÃO GERAL

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A altitude da cidade é de 431 m. O clima é do tipo tropical de altitude com chuvas durante

o verão e temperatura média anual em torno de 19°C, com variações entre 14°C (média das mínimas) e 26°C (média das máximas).

O município integra a bacia do rio Doce, sendo banhado por um de seus principais formadores, o rio Piranga.

VEGETAÇÃO

O padrão de explorações agropecuárias que se estabeleceu na Zona da Mata, onde o município está localizado, no início de sua colonização acarretou contínuas derrubadas das matas, que eram, então, substituídas pelas culturas que viriam a ser as tradicionais da região. A vegetação nativa era a floresta tropical, na verdade, expansão da Mata Atlântica das regiões serranas da vertente leste para o interior.

Hoje as matas reduzem-se a pequenas manchas e capoeiras nas encostas íngremes. A maior parte das terras da região está ocupada por pastagens naturais e artificiais (principalmente braquiárias), que suportam rebanhos bovinos predominantes mestiços - dupla finalidade - leite / corte, distribuídos em fazendas de porte médio e pequeno.

O grande bioma da região é o Cerrado que durante os meses quentes de verão, quando as chuvas se concentram e os dias são mais longos, tudo ali é muito verde. No inverno, ao contrário, o capim amarelece e seca; quase todas as árvores e arbustos, por sua vez, trocam a folhagem senescente por outra totalmente nova. Mas não o fazem todos os indivíduos a um só tempo, como nas caatingas nordestinas. Enquanto alguns ainda mantém suas folhas verdes, outros já as apresentam amarelas ou pardacentas, e outros já se despiram totalmente delas. Assim, o cerrado não se comporta como uma vegetação caducifólia, embora cada um de seus indivíduos arbóreos e arbustivos o sejam, porém independentemente uns dos outros. Mesmo no auge da seca, o cerrado apresenta algum verde no seu estrato arbóreo-arbustivo. Suas espécies lenhosas são caducifólias, mas a vegetação como um todo não. Esta é semicaducifólia.

Flora Mesmo que não totalmente conhecida, a flora do Cerrado é bastante diversificada. Sua

cobertura vegetal é a segunda maior do Brasil, abrangendo uma área de 20% do território nacional. Apresenta as mais diversas formas de vegetação, desde campos sem árvores, ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com florestas-galeria. Reconhecido como a segunda savana mais rica do mundo em biodiversidade, com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com 7.000 espécies de plantas, sendo 4.000 endêmicas desse bioma.

Os campos cobrem a maior parte do território. É essencialmente coberto por gramíneas, com árvores e arbustos. É subdividido em campo de cerrado e campo limpo, que se diferenciam na formação do terreno e na composição do solo, com declives ou plano.

As árvores mais altas do Cerrado chegam a 15 metros de altura e formam estruturas irregulares. Apenas nas matas ciliares as árvores ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas. Nos chapadões arenosos e nos quentes campos rupestres estão os mais exuberantes e exóticos cactos, bromeliáceas e orquídeas, contando com centenas de espécies endêmicas. E ainda existem espécies desconhecidas, que devido à ação do homem podem ser destruídas antes mesmo de serem catalogadas.

A vegetação do Cerrado apresenta diversas paisagens florísticas diferenciadas, como os brejos, os campos alagados, os campos altos, os remanescentes de mata atlântica. Mas as fitopaisagens predominantes são aquelas dos Cerrados, como o cerrado típico, o cerradão e as veredas. Nestas, há desde palmeiras, como babaçu, bacuri, brejaúba, buriti, guariroba, jussara e macaúba até plantas frutíferas como araticum-do-cerrado, araçá, araçá-boi, araçá-da-mata, araçá-roxo, bacuri, bacupari, baru, café-de-bugre, figueira, lobeira, jabuticaba, jatobá, marmelinho, pequi, goiaba, gravatá, marmeleiro, jenipapo, ingá, mama-cadela, mangaba, cajuzinho-do-campo, pitanga-do-cerrado, guapeva, veludo-branco; Madeiras, tais quais angico-branco, angico, aroeira-branca, aroeira-do-sertão, cedro-rosa, monjoleiro, vinhático, bálsamo-do -cerrado, pau-ferro, ipês, além de plantas características dos cerrados, como amendoim-do-

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campo, araticum -cagão, aroeira-pimenteira, capitão-do-campo, embaúba, guatambu-de-sapo, maria-pobre, mulungu, paineira, pororoca, quaresmeira roxa, tamboril, pata-de-vaca, algodão-do-cerrado, assa-peixe, pau-terra, pimenta-de-macaco, gameleira, sem falar em uma grande variedade de gramíneas, bromeliáceas, orquidáceas e outras plantas de menor porte.

Fauna O Cerrado apresenta grande variedade em espécies em todos os ambientes, que dispõem

de muitos recursos ecológicos, abrigando comunidades de animais com abundância de indivíduos, alguns com adaptações especializadas para explorar o que fornece seu habitat.

No ambiente do Cerrado são conhecidos até o momento mais de 1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc). Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos (pertencentes a 67 gêneros) estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de aves, 150 de anfíbios (das quais 45 são endêmicas), 120 espécies de répteis (das quais 40 são endêmicas

Devido à ação do homem, o Cerrado passou por grandes modificações, alterando os diversos habitats e, consequentemente, apresentando espécies ameaçadas de extinção. Dentre as que correm risco de desaparecer estão o tamanduá-bandeira, a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão, o falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o cervo, o cachorro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.

Especificamente no que tange à fauna de mamíferos do cerrado, em que pesem as áreas devastadas para a agropecuária e a mineração, ela é ainda bastante diversificada, com representantes de: gambá, cuíca, cuíca-d'água e jaratataca, ariranha, irara, lontra, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, preguiça, tatus, gato-palheiro, jaguatirica, jaguarundi, onça-pintada e onça-parda, cachorro-do-mato, raposa-do-campo, lobo-guará, veado-mateiro, veado-campeiro, macaco-prego, macaco-aranha, saguis, quati, mão-pelada, queixada, caititu, preá, porco-espinho, capivara, cutia, paca, ratos, tapiti, morcegos.

São inúmeras as aves do Cerrado, e entre elas destacam-se: Papa-moscas-do-campo, Codorna-pequena, Águia-cinzenta, Andarilho, Anhuma, Marreca-ananaí, Marreca-cabocla, Marreca-caneleira, Irerê, Pato-mergulhão, Pato-corredor, Bico-roxo, Pato-picasso, Gralha, Pássaro-preto, Guaxo, Tucano, Urubu, Seriema, Sabiá-do-campo, Beija-flor, Beija-flor-tesoura, Garça campeira, Garça do banhado, Anu-preto, Anu-branco, Caga-sebo, Vivi, Saí-azul, Sanhaço, Príncipe, Suriri, Quero-quero, Curicaca, Garrincha, Papagaio-verdadeiro, Saracura, Periquito, Pomba-asa-branca, João-de-barro, Bem-te-vi, Canário, Sabiá-laranjeira.

Sobretudo pelo fato de ser em áreas de Cerrado que nascem rios das mais importantes bacias hidrográficas brasileiras é extremamente rica e diversificada em peixes. Nos rios do Cerrado, há um número bastante relevante de espécies de mariscos, e uma grande variedade de peixes, desde aqueles que são comuns até em pequenos córregos, como Piabas, Lambaris, Cará, Bagres e Mandis, Mussum, Tuvira, até aqueles que são encontrados quase que apenas em rios e ribeirões, tais como Caranha, Pacu, Piau, Traíra, Piranha, Corimbatá, Dourado, Cascudo, Peixe-cachorro, além de Cachorra, Peixe cigarra, Pirapitinga, Abotoado, Timburé, Taguara ou Sardinha-de-água-doce, e espécies maiores, de couro, como Cachara, Jaú, Barbado, Pintado e Surubim. Há outras espécies menos significativas numericamente, inclusive a muito rara e quase extinta Piracanjuba.

HIDROLOGIA: BACIA DO RIO DOCE

A bacia do rio Doce situa-se na região sudeste brasileira, compreendendo uma área de drenagem de 83.400 km², sendo que 86% pertencem ao estado de Minas Gerais e 14% ao Espírito Santo. A região abrange cerca de 222 municípios.

As nascentes do rio Doce estão em Minas Gerais, nas serras da Mantiqueira e do Espinhaço, sendo que suas águas percorrem 853 km até atingir o oceano Atlântico no povoado de Regência, no Espírito Santo.

Os principais afluentes do rio Doce são os rios do Carmo, Piracicaba, Santo Antônio, Corrente Grande, Suaçuí Pequeno, Suaçuí Grande, São José e Pancas (margem esquerda); rio Casca, Matipó, Caratinga/Cuieté, Manhuaçu, Guandu e Santa Joana (margem direita). As vazões

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médias na bacia são maiores nos afluentes de margem esquerda, nos trechos alto e médio (15 até 35 l/s km²). Por outro lado, a região de menores vazões médias específicas (05 a 10 l/s km²) corresponde à bacia do Suaçuí Grande.

CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE

O clima na bacia do rio Doce é, em sua grande maioria, considerado como tropical, e ainda pode ser dividido em: clima tropical de altitude com chuvas de verão e verões frescos presentes nas vertentes das Serras da Mantiqueira e do Espinhaço e nas nascentes do rio Doce; clima tropical de savana com chuvas de verão e verões quentes, presentes nas nascentes dos seus afluentes; e clima quente com chuvas de verão, presente nos trechos médio e baixo do rio Doce e seus afluentes.

A precipitação média anual da bacia varia de 1500 mm, nas nascentes do rio Doce, a 900 mm na região da divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, voltando a crescer na região do litoral capixaba. Boa parte desse acumulado anual ocorre entre outubro e março, período das cheias no rio Doce. O período chuvoso na bacia do rio Doce, assim como em toda região Sudeste do Brasil, é caracterizado pela entrada frequente de sistemas extra tropicais provindos do sul do continente. Muitas vezes essas frentes formam uma banda de nebulosidade de orientação NW/SE, estendendo-se desde o sul da região Amazônica até a região central do Atlântico Sul. Esse sistema atmosférico é chamado de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). A passagem desse sistema na região faz aumentar a umidade do ar e a nebulosidade, favorecendo a formação de sistemas convectivos e ocorrência de chuvas.

Os climas de altitude apresentam características térmicas e de precipitação que são impostas pela altitude, correspondendo a um agravamento das condições climáticas das áreas envolventes. No verão, as temperaturas raramente ultrapassam os 30°C. O inverno é relativamente frio e a amplitude térmica anual não é muito elevada.

ESTAÇÃO METEOROLÓGICA MAIS PRÓXIMA

A AgroTecnologia é uma empresa nascida dentro do Sistema de Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UFV e representante com exclusividade, no Brasil, das Estações Meteorológicas automáticas Austríacas METOS.

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Evaporação A evaporação pode ser entendida como a perda de água das superfícies aquáticas ou da umidade presente no solo, bem como e evapotranspiração da cobertura vegetal. A taxa de evaporação em uma dada área é determinada por dois fatores: o primeiro é a disponibilidade de umidade da superfície; o outro é a capacidade da atmosfera de absorver a água vaporizada. Se sempre houver umidade disponível na superfície onde ocorre evaporação, esta ocorrerá em sua capacidade máxima (potencial) para aquele ambiente. O segundo fator, a capacidade da atmosfera de absorver a água vaporizada, está relacionado a diversos outros fatores que incluem, fundamentalmente, a radiação solar, temperatura, a velocidade do vento e a própria umidade relativa do ar. Mais uma vez, tem-se a necessidade de remeter ao conjunto de fatores sinóticos atuantes sobre a área, para justificar as taxas de evaporação encontradas para a estação de estiagem de chuvas, considerando o período de 1991 a 2001. Entre estes, existe principalmente a predominância de ventos de nordeste e de leste, provenientes do anticiclone subtropical do Atlântico Sul, os quais apresentam subsidência superior. Um mecanismo climático constante que garante tempo ensolarado para o período, ou seja, uma grande estabilidade de clima. A taxa de evaporação, medida em tanques tipo Classe “A” para o período seco é progressivamente crescente a partir de abril, na medida em que se firmam as condições climatológicas que caracterizam o inverno do REGIÃO DE CERRADO. De um mínimo de 110,9 mm de evaporação já registrada para o mês de abril (1997), encontra-se o pico máximo pontual de evaporação no mês de agosto (1995), chegando a apresentar uma taxa de 472.5 mm. Estas taxas retratam não só a pequena capacidade evaporativa da atmosfera do período úmido, mas também a condição da superfície como fornecedora de umidade à atmosfera, que ao final do período de maior concentração de chuvas da região, devolve parte da umidade absorvida contribuindo para a saturação de vapor atmosférico, a principal variável de inibição da capacidade evaporativa. Ventos Os ventos que atingem o território apresentam, ao longo dos anos de estudo, uma predominância de nordeste-sudoeste, com velocidade média anual de 1,76 m/s (aproximadamente 6,35 km/h), cujo percentual da distribuição de freqüência por direção aponta a direção nordeste com 38,5 % de predominância. O período de maior incidência de ventos na direção nordeste está compreendido entre os meses de abril a setembro, não descartando o registro desta direção também nos demais meses do ano, porém com menos freqüência. Os ventos de sudeste também têm um grande percentual de participação na distribuição dos ventos ao longo do ano e seus registros chegam a 22% dos ventos totais. Também como os de nordeste, predominam no período seco fazendo presença principalmente após o mês de abril. Os registros de velocidade média mensal dos ventos podem ser retratados como um padrão de comportamento de ventos de baixa velocidade (abaixo de 2,5 m/s), à exceção dos meses de agosto de 1999 e 2001, onde foram registrados velocidades de 2,7 m/s e, também, as rajadas de vento que ocorrem com um pouco mais de freqüência no período seco. Usinas de Compostagem e Incineração incide aproximadamente 80,1% no sentido Usinas-Aterro do CIGEDAS, somente soprando em direção ao Setor P-sul em 20% do tempo.

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Insolação O padrão de distribuição da insolação é ligeiramente alterado sobre a superfície terrestre, basicamente pelos efeitos provocados pela atmosfera. A atmosfera absorve, reflete, difunde e reirradia a energia solar muito em função de sua composição, onde o ozônio estratosférico e o vapor d’água exercem importante papel chegando a absorver até a 18% dessa energia. A presença de nuvens também interfere no processo de insolação e, mesmo considerando a variação de quantidade e de espessura das mesmas, contribuem, em média, na reflexão de aproximadamente 25% da energia solar incidente. Dessa maneira, temos o contexto de como ocorrem as interferências da atmosfera para a manutenção de um padrão de insolação que se caracteriza com médias anuais sempre acima de 2.000 horas, conforme se verifica na Tabela 5.1.3. Tais índices são resultado do eficiente bloqueio que ocorre no processo de transmissão de radiação solar direta para a superfície da terra nos meses de outubro a março - a estação úmida onde a presença de vapor d’água na atmosfera contribui diretamente para a formação de nuvens. Nebulosidade A nebulosidade está diretamente associada à presença de vapor d’água, gotículas ou cristais de gelo que se formam em torno de núcleos microscópicos na atmosfera (núcleos de condensação). Estes constituem os elementos essenciais para a formação de nuvens. Com a contribuição das nuvens aos demais constituintes da atmosfera, chega-se a um índice de reflexão de aproximadamente 25% da energia solar incidente. As nuvens são formadas pelo resfriamento do ar por condensação da água devido à subida e expansão do ar por mecanismos de alternância de pressão entre superfície e atmosfera. É o que sucede quando uma parcela de ar sobe para níveis onde a pressão atmosférica é cada vez menor e o volume de ar se expande. Esta expansão requer uma energia que é absorvida do calor da parcela, e, por isso, a temperatura desce. Este fenômeno é conhecido por resfriamento adiabático. A condensação e congelamento ocorrem em torno de núcleos apropriados, processos que resultam do resfriamento adiabático, o qual, em troca, resulta de ar ascendente. Uma vez formada, a nuvem poderá evoluir, crescendo ou se dissipando. A dissipação da nuvem resulta da evaporação das gotículas d’água motivada por um aumento de temperatura decorrente da mistura do ar com outra massa de ar mais aquecida, pelo aquecimento adiabático ou, ainda, pela mistura com uma massa de ar seco. As nuvens também podem surgir quando uma certa massa de ar é forçada a deslocar-se para cima (elevação mecânica forçada) acompanhando o relevo do terreno. Essas nuvens, ditas de “origem orográfica”, também decorrem da condensação do vapor d’água devido ao rápido resfriamento adiabático do ar. Assim, a partir destes mecanismos naturais de formação de nuvens, a climatologia do REGIÃO DE CERRADO, que é representada por dois períodos bastante diferenciados em termos de vapor d’água disponível na atmosfera, caracteriza também a nebulosidade da região. O que se registra para a nebulosidade é um comportamento análogo à umidade atmosférica. No período de outubro a março - a estação úmida - onde a presença de vapor d’água na atmosfera contribui diretamente para a formação de nuvens, a nebulosidade medida, em uma escala de 0 a 10, atinge valores próximos a 10, como é característica comum de alguns dias dos meses de dezembro e janeiro. Ao contrário, nos meses mais secos, principalmente junho, julho e início de setembro, acontecem os índices mais próximos a zero. É o reflexo de dias com total ausência de nuvens. A nebulosidade é medida em percentuais de céu coberto por nuvens e uma nebulosidade de 10 é aquela que impede a observação do céu pela presença de nuvens.

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A Tabela 5.1.3. registra a evolução dos índices de precipitação pluviométrica, além de outros fatores climatológicos importantes. Registra também a tendência anual de comportamento da nebulosidade, permitindo uma interpretação da cobertura de nuvens presentes no REGIÃO DE CERRADO. Os anos mais significativos foram o ano de 1989 e, mais recentemente, o ano 2000. Por outro lado, na estação seca, tem-se pelo padrão climatológico, já anteriormente descrito, uma dissipação da umidade atmosférica, que contribui para dias de céu claro, sem nuvens, garantindo uma eficiente passagem da radiação solar transmitida. Ressalte-se que estas condições, por si só, não garantem um rebatimento em termos de ganho de temperatura ambiente. Os fatores estáticos de superfície exercem boa influência na absorção e reflexão, ou não, da energia incidente. Justifica-se tal fenômeno não só pela dinâmica de uso e ocupação do solo, mas também pela localização geográfica do território (entre os paralelos: 15º 30’ S a 16º 30’ S), assim como pelo fato de que no Hemisfério Sul, de maio a julho, as condições climatológicas são regidas também por um solstício de inverno. Classificação Climática A finalidade de qualquer sistema de classificação é a obtenção de um arranjo eficiente de informações de uma forma simplificada e generalizada. Os elementos climáticos mais freqüentemente utilizados para caracterizar o clima sobre uma determinada área são a temperatura e a precipitação pluvial. Mas para superar as dificuldades geradas pela natureza multivariada do clima, alguns esquemas de classificação têm tomado a vegetação natural como um índice das condições climáticas predominantes na área. Contudo, não se pode deixar de observar que vários outros fatores não-climáticos exercem controle sobre o caráter da vegetação em uma determinada área. Tais fatores incluem a topografia, o tipo de solo, e os efeitos da atividade humana, como agricultura, a exploração florestal e ainda a substituição da cobertura vegetal por equipamentos urbanos; um processo bastante significativo ao se considerar o ritmo de expansão e consolidação dos espaços urbanos verificados no REGIÃO DE CERRADO. A maior parte das classificações climáticas adota a abordagem empírica para a qual há maior disponibilidade de informações, dentre estas, a classificação de Köppen é a mais usada. O modelo de Köppen, basicamente relaciona o clima com a vegetação, mas critérios numéricos são usados para definir os modelos climáticos. Segundo a classificação de Köppen, o clima doCIGEDAS é tropical, concentrando-se no verão as precipitações. O período mais chuvoso corresponde aos meses de novembro a janeiro, e o período seco ocorre no inverno, especialmente nos meses de junho a agosto. Como as variações locais da precipitação não são relevantes, a classificação climática foi feita a partir da variação da temperatura. Já que não há variação significativa decorrente da continentalidade nem da latitude, a variação desta temperatura está relacionada apenas às variações altimétricas locais. Para a cidade do CIGEDAS , conforme a classificação de Köppen, observam-se o seguinte tipo climático predominante:

Tropical de Altitude (Cwa) - Temperatura, para o mês mais frio, inferior a 18ºC, com média superior a 22º no mês mais quente. Abrangem, aproximadamente, as áreas com cotas altimétricas entre 1.000 e 1.200 metros (unidade geomorfológica - Pediplano de Brasília).

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5.2. QUALIDADE DO AR / POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA A velocidade e a intensidade das mudanças no sistema climático da Terra, principalmente nas últimas décadas, desenham um cenário preocupante, e têm sido motivo de pesquisas dos cientistas, de adoção de medidas severas dos órgãos ambientais e de negociações entre os líderes mundiais, para restringir a emissão de gases poluentes. Devido ao modelo de desenvolvimento baseado na queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, os gases causadores do efeito estufa, principalmente dióxido de carbono, têm sido lançados na atmosfera em quantidades cada vez maiores, afetando o clima do Planeta de forma imprevisível. As conseqüências para o meio ambiente e para toda a humanidade poderão ser catastróficas, como a diminuição da cobertura vegetal, o descongelamento de geleiras e calotas polares, secas cada vez mais prolongadas, aumento da freqüência e intensidade de eventos climáticos extremos, como enchentes, furacões e tempestades, entre outros. Em 1992, como desdobramentos da conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, foram firmados diversos acordos entre os países participantes, destacando-se a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, da qual o Brasil é signatário. Na Conferência de Kioto, realizada em dezembro de 1997, os países industrializados assumiram o compromisso de reduzir as concentrações de poluentes reponsáveis pelo efeito estufa ou seja o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os hidrofluorcarbonos (HFC) e o hexafluoruro de enxofre (SF6). O monitoramento da qualidade do ar é realizado para determinar o nível de concentração dos poluentes presentes na atmosfera. Os resultados obtidos não só permitem um acompanhamento sistemático da qualidade do ar na área monitorada, como também se constituem em elementos básicos para subsidiar as ações governamentais no que toca ao controle das emissões, com vistas à saúde, à melhoria da qualidade de vida da população e ao cumprimento dos compromissos assumidos perante a comunidade internacional.

5.2.1. POLUENTES ATMOSFÉRICOS Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e flora; prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. (Resolução CONAMA n.º 03/90). Os poluentes do ar originam-se, principalmente de processos industriais, da combustão incompleta de combustíveis fósseis que, dependendo da fonte de emissão, um veículo ou uma chaminé de indústria, pode ser classificada como fonte móvel ou estacionária, respectivamente. Numerosos esquemas de classificação podem ser delimitados para a variedade de poluentes que podem estar presentes na atmosfera. A determinação sistemática da qualidade do ar está restrita a um grupo de poluentes universalmente consagrados como indicadores da qualidade do ar, devido a sua maior freqüência de ocorrência e pelos efeitos adversos que causam ao meio ambiente. São eles: dióxido de enxofre (SO2), partículas em suspensão (PTS), monóxido de carbono (CO), oxidantes fotoquímicos expressos como ozônio (O3), hidrocarbonetos totais (HC) e óxidos de nitrogênio (NOX), cujas propriedades e origem são comentadas a seguir:

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PTS – Partículas Totais em Suspensão: são originadas dos processos mecânicos e de indústrias tais como de papel e papelão, têxtil, química e alimentares. Seus efeitos vão desde a interferência na visibilidade, corrosão e sujeira em residências, tecidos e outros materiais até a ocorrência de problemas alérgicos e pulmonares; SO2 - Dióxido de Enxofre: originado de indústrias, como as de fertilizantes, celulose, ácido sulfúrico e refinarias de petróleo. Seus efeitos são irritação das conjuntivas e vias respiratórias, causando enfisema e falta de ar; NOX - Óxidos de Nitrogênio: provenientes de motores a combustão, queimadas das atividades industriais como fabricação de cal e explosivos, fornos e incineradores. Seus efeitos são a presença de nevoeiros que podem ser prejudiciais à saúde, congestão, edema, fibroses e enfisemas pulmonares. Nos recém-nascidos provocam afecções respiratórias e bronquites; e HC - Hidrocarbonetos: originados de indústrias de produtos químicos, tais como tintas e vernizes, vidros, detergentes, sabão, sintéticos e fertilizantes. O metano (CH4) causa irritabilidade aos olhos, nariz e garganta, bem como alteração no sono.

5.2.3. QUALIDADE DO AR NO ENTORNO DO ATERRO SANITÁRIO Não existem indústrias ou fábricas, com emissão de poluentes atmosféricos nas proximidades do local proposto para o Aterro Sanitário do CIGEDAS. A poluição do ar na região poderá estar ligada principalmente às emanações de gases (mal cheiro) provenientes do tratamento e de compostagem de lixo na SOUCTL, emissões atmosféricas da SOUILE e pelo tráfego local de veículos em vias não pavimentadas, principalmente em épocas secas do ano (abril a setembro). As medidas atenuadoras para este tipo de poluição, por ocasião da construção do aterro, deverão ser tomadas pela própria SEMAM por meio da instalação de “queimadores de gás” através de tubulações introduzidas no interior do aterro, conforme consta na descrição das ações que serão executadas na implantação do Empreendimento.

5.3. EMISSÃO DE RUÍDOS Na área em estudo não existem registros de monitoramento de poluição sonora realizados ou qualquer outra entidade oficial. Os ruídos emitidos durante a implantação e operação do futuro Aterro Sanitário não trarão sérios incômodos à população local, pois as ETEsCIGEDAS que operam nas proximidades da Área já vêm produzindo ruídos há algum tempo, sem originar maiores reclamações por parte da vizinhança.

5.4. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS A caracterização do arcabouço geológico da região onde se insere o empreendimento é a base para interpretação dos processos naturais do meio físico, tais como o intemperismo químico e físico atuantes na pedogênese, na modelação do relevo, e como condicionante geotécnico e a percolação das águas superficial e subterrânea na formação dos aquíferos. Para este fim, foi consultada a bibliografia geológica existente sobre a região, em particular os mapeamentos de Faria (1988 e 1995) e de Freitas-Silva (1998), como apoio ao reconhecimento de campo executado ao longo das estradas vicinais e das principais drenagens que cortam a

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área de influência do empreendimento. Ainda executado sondagem no terreno de forma conhecer o perfil das camadas do subsolo. Conforme indicado no anexo de sondagem do terreno. Aspectos Geotécnicos Os aspectos geotécnicos a serem considerados são os que intervêm na concepção do projeto do aterro sanitário, particularmente, a avaliação da capacidade de suporte e da permeabilidade dos solos na condição natural como fundação e como material de construção para confecção do liner (barreira impermeável) e cobertura das células do aterro, a presença do lençol freático e de surgências, bem como as restrições geotécnicas dos materiais rochosos frente à implantação do aterro e do acesso viário. A área demarcada para o empreendimento posiciona-se parte na chapada, em topografia suave e o restante em relevo dissecado, caracterizado por vales encaixados, com fortes declividades e processos erosivos remontantes de origem antrópica nas suas cabeceiras. Essa conformação topográfica da área induz à utilização da área aplainada para implantação da usina de triagem, setor de beneficiamento e armazenagem e equipamentos de infra-estrutura, e destinação da região dissecada à construção do aterro de rejeitos. de saprólitos e rocha dura intercalados, como também as características inadequadas desses solos para compactação, isto é, para construção da camada de impermeabilização de fundo do aterro (barreira impermeável para percolados). Entretanto, podem ser plenamente utilizados para a camada de proteção da integridade dos componentes subjacentes, construída sobre a geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD), assentada sobre o liner de argila compactada, bem como para a execução da cobertura diária das células de resíduos sólidos e da cobertura final do aterro. Analise das condições hidrogeotécnicas locais Quanto à vulnerabilidade dos aqüíferos subterrâneos dos meios poroso e fraturado, cabe inicialmente considerar que a área em questão é de recarga local e não regional, tendo sua alimentação feita através da infiltração da água precipitada através do solo de cobertura e o volume de recarga proporcional à espessura da zona não saturada do meio poroso. Assim, as águas rasas, por apresentarem contato direto com o meio externo, têm maior risco de contaminação, ao contrário do aqüífero do meio fissural, representado pelo metarritmito argiloso fraturado, que, protegido pelo poder depurador da zona não saturada do meio poroso, tem bem menor risco de contaminação. Portanto, considerando as características dos aqüíferos em questão, pode-se numa primeira avaliação, afirmar que no caso de um vazamento do sistema de drenagem de líquidos percolados, a pluma de contaminação será bastante restrita, não devendo migrar para grandes distâncias do aterro. Em relação a esse aspecto, é recomendável a implantação de poços para caracterização geoquímica e investigação da contaminação e da extensão de plumas durante o funcionamento do aterro, atentando-se para a amostragem em diferentes níveis, dado o fluxo vertical do contaminante. A subárea B, quanto às características hidrogeotécnicas apresentam um fator desfavorável em relação à subárea A, representada pela profundidade de lençol freático, feição que deve ser melhor avaliada através de um maio número de sondagens e instalação de piezômetros para elaboração de mapa potenciométrico. Entretanto, essa feição poderá ser contornada no projeto através de serviços de terraplenagem na área, aproveitando o pequeno declive existente, de

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forma a adequar o projeto da fundação do aterro às normas da ABNT quanto á profundidade do nível d’água (maior que 1,5m do nível d’água medido na época de maior precipitação na região). As características do solo saprolítico são similares nos dois locais, exceto quanto à espessura, valendo para a subárea B as mesmas considerações quanto à deformabilidade, para fundação do aterro e à migração de contaminantes, dado o caráter local do aqüífero, constituindo, basicamente, a área como de descarga e não de recarga. Nesse aspecto, um fator bastante favorável na subárea B é a ocorrência em toda extensão da área de uma camada superficial com 0,30m a 0,50m de espessura, sobre os solos silto-argilosos de alteração do metarritmito argiloso, com elevada concentração de laterita ferruginosa, que poderá ser estocada durante os serviços de terraplenagem para utilização como material granular, no revestimento primário do acesso e vias de circulação interna do aterro, bem como para outras instalações de infra-estrutura. Ainda, em relação ao aspecto da suscetibilidade da área ao desencadeamento de processos erosivos, as declividades do terreno natural são suaves, não havendo risco da incrementação/concentração dos processos de escoamento superficial ali ocorrentes. A retirada ou acúmulo de solo para a implantação do aterro de resíduos sólidos, de acordo com o projeto, modificará a topografia e cobertura do terreno e todo o processo de escoamento das águas precipitadas, podendo barrá-las, ou aumentar sua velocidade, concentrando ou dispersando as águas, com reflexos imediatos na erosão, na movimentação das águas de subsuperfície, nos mecanismos de infiltração, etc. Da mesma forma, a construção de equipamentos de infra-estrutura e a instalação de obras de drenagem das águas pluviais, bem como de drenagem e tratamento de líquidos percolados, interferem no processo natural como impermeabilizadores de superfícies, como obstáculos para o escoamento, interceptando e aduzindo o fluxo de superfície até pontos de lançamento onde ocorrerá a interação desse processo com processo de erosão pela água, inundação, etc. Dessa forma, as alterações dos processo do meio físico que ocorrerão em função das intervenções inerentes aos processo tecnológicos do aterro sanitário poderão ser potencializadores, retardadas ou até eliminadas dependendo da magnitude e dinâmica das suas interações.

5.5. ASPECTOS PEDOLÓGICOS

Os principais solos presentes na área são o solos compostos de Argila Arenosa, Rija , cor amarela Latossolo (Ver Relatório de sondagem nos anexos)

5.5.5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A área de influência direta deste estudo envolve basicamente três tipos de solo: Latossolo Vermelho Amarelo, Latossolo Vermelho Escuro e Cambissolos. Os dois primeiros apresentam textura argilosa e relevo variando de plano a suave ondulado, enquanto os Cambissolos apresentam relevo de ondulado a escarpado. Esses solos já sofreram forte ação antrópica, tendo sido alterada grande parte da sua vegetação original. Os Latossolos Vermelho-Amarelos presentes apresentam posição de borda chapada, e se desenvolveram nesse local pela ascensão do lençol freático nessa posição. Estão bastante alterados, principalmente na área adjacente às nascentes do córrego do Valo. Os Latossolos Vermelhos ocupam principalmente a área interfluvial do córrego do Valo e do córrego Grotão,

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área que está sofrendo forte ação antrópica, entretanto sem tantos problemas como os encontrados na nascente do córrego do Valo. Os Latossolos, que são unidades que apresentam uma alta permeabilidade, decorrente de sua estrutura granular, nessa área passaram por um processo acelerado de erosão em conseqüência da ação antrópica. Nas superfícies, com relevo plano a suave ondulado associado à vegetação, não promove o escoamento superficial, absorvendo praticamente toda a oferta hídrica das precipitações. Nas camadas subsuperficiais, onde a porosidade pode atingir 2/3 do seu volume, a permeabilidade também é bastante alta. Quanto mais um solo estiver protegido pela cobertura vegetal, menor será a propensão à ocorrência de erosão nesse solo, pois a vegetação amortece o impacto direto das gotas de chuva, diminuindo a destruição dos agregados, a obstrução dos poros e o selamento superficial. Além disso a vegetação aumenta a rugosidade da superfície do terreno, diminuindo a velocidade com que a água caminha sobre ele, aumentando o tempo da mesma sobre o solo, aumentando assim a possibilidade da sua infiltração. Outro fator importante a ser considerado é o comprimento da encosta. Quanto mais longa for a encosta, maior será a vazão e a velocidade do escoamento superficial e, conseqüentemente, a capacidade de carregar sedimentos, e assim promover a erosão. Nesta área, por ocuparem posição de terço inferior de chapada, superfície de dissecação, e por apresentar um forte processo de urbanização nos terços inferior, médio e superior da mesma chapada, a diminuição de absorção das águas pluviais pelo recobrimento do solo e pelo fluxo preferencial dessas águas, foram criadas grandes voçorocas nas encostas. O desmatamento e a conseqüente exposição do solo à ação dos raios solares promove a degradação da matéria orgânica e com a ausência de vegetação, não existe a reposição da matéria orgânica, promovendo desta forma um balanço negativo, que leva ao comprometimento da estrutura do solo, degradando propriedades como a capacidade de infiltração. O tráfego, principalmente o que ocorre em períodos chuvosos, promove a compactação superficial e o subsuperficial, também compromete a capacidade do solo absorver a água das chuvas. A exposição da superfície do solo à ação direta da chuva também leva à desagregação da estrutura superficial do solo, já comprometida pela degradação da matéria orgânica, promovendo a obstrução de poros e o selamento superficial. Ações como a retirada da vegetação, tráfego de veículos, pessoas, animais, obras civis e, principalmente, o depósito de entulhos diversos ao longo da área também interfere no processo de absorção, causam alteração nas propriedades desses solos criando fluxos preferenciais que aceleram o processo erosivo.

5.7.5. ASPECTOS LIMNOLÓGICOS – QUALIDADE DAS ÁGUAS Este relatório consiste da interpretação dos dados obtidos na análise laboratorial realizada a apartir da coleta de amostra de água emCIGEDAS com seu envio para o laboratório do CASTELO ENGENHARIApara ser realizado análise laboratorial. Os parâmetros analisados, de natureza física, química e bacteriológica, permitiram avaliar a qualidade da água de cinco pontos de sistemas lóticos (rios) da região. As coletas de amostras de água foram efetuadas pelo Serviço de Água do Município Os respectivos laudos das análises efetuadas encontram-se no Relatório de Anexos.

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Considerações Gerais Os ecossistemas aquáticos apresentam, em geral, diferenças nas propriedades físicas, químicas e biológicas ao longo do ciclo sazonal. No presente estudo foram considerados apenas os resultados das análises de uma época (estiagem). Apesar desta limitação, considera-se que os dados obtidos são suficientes para caracterizar os diferentes ambientes amostrados. As amostragens foram feitas apenas na superfície, uma vez que fenômenos de estratificação térmica e química não são comuns em ambientes lóticos, principalmente nos de pequena profundidade e de alta turbulência, como os em estudo. Foram coletadas amostras em cinco diferentes localidades. A seleção dos pontos de coleta foi feita levando-se em consideração as atividades antrópicas existentes na bacia de drenagem. De uma forma geral, todos os ambientes amostrados apresentam vegetação marginal relativamente preservada. A despeito da carga de poluição orgânica a que estão sujeitos os rios em análise, a alta turbulência dos mesmos pode ser considerada um fato positivo, por contribuir para a oxigenação das águas.

5.9. VAGETAÇÃO

5.9.1. Metodologia O levantamento do atual estado de conservação da vegetação das áreas em estudo foi realizado adotando-se como instrumento, trabalhos de campo, análise de imagens de satélite e de fotografias aéreas. As fotos foram utilizadas para identificar os tipos de cobertura vegetal e comparar formas e tamanhos das manchas de vegetação ocorrentes e remanescentes. Informações adicionais da fauna e da flora foram levantadas junto à literatura e relatórios científicos, dissertações e teses. A descrição e mapeamento das fisionomias identificadas apontaram as principais espécies ocorrentes em cada área estudada. O nível de fragmentação, presença de vetores de degradação antrópicas (estradas, plantações diversas, queimadas) e de acidentes topográficos (afloramentos de rochas, solos expostos, morros, lagos e brejos) foram também utilizados para melhor diagnóstico das áreas estudadas. Vegetação e Qualidade dos Habitats Terrestres A análise da qualidade dos habitats foi realizada por meio de imagens de satélite (UNESCO, 2000), como de inspeções locais e fotografias tomadas nos diversos sítios de amostragem, enfocando prioritariamente possíveis áreas de reservas e refúgios para a fauna, através dos seguintes critérios: A análise da qualidade dos habitats foi feita através de análise de imagem de satélite Landsat (UNESCO, 2000), de inspeções locais e fotografias tomadas nos sítios, enfocando-se possíveis áreas de reserva e refúgios para a fauna, através dos seguintes critérios:

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integridade da vegetação, ou nível de fragmentação de habitats (grau de perturbação antrópica, como presença de loteamentos e urbanização, áreas rurais com plantio e benfeitorias, pastagens, desmatamentos e queimadas);

representatividade da vegetação inserida em área de preservação;

importância regional das fitofosionomias (raras ou não). Descrições dos habitats foram feitas nos sítios escolhidos préviamente, dentro da área em estudo. Essas descrições foram confirmadas através de fotografias. A identificação das fitofisionomias seguiu a classificação e chave de identificação propostas por Ribeiro & Walter (1998), que tem sido utilizado pela comunidade científica, principalmente pelos pesquisadores da Universidade de Brasília, Universidade Federal de Goiás e EMBRAPA. Nessa classificação, os autores procuram padronizar a nomenclatura dos tipos fitofisionômicos, simplificando os termos e utilizando termos regionais consagrados e difundidos. Os critérios adotados para diferenciar os tipos fitofisionômicos têm base:

na fitofisionomia (forma da vegetação definida pela estrutura, formas de crescimento dominante e mudanças estacionais);

no registro de espécies indicadoras da flora; e

nos fatores físicos (fatores edáficos, principalmente). Os habitats ou fitofisionomias foram classificadas como alterados ou degradados, quando apresentavam sinais de perturbação ou uso antrópico. Podia-se identificar qual habitat havia sido removido por atividade antrópica, mesmo no caso de degradação mais intensa, quando havia apenas “vestígios” da conformação original da vegetação. Para essas determinações, foi levada em consideração a presença de espécies indicadoras de uso antrópico, ou de bom estado de conservação, ou de qualidade da água e do solo. Outros elementos da paisagem foram usados no diagnóstico do estado de conservação dos habitats, como a presença de árvores de mata em meio a um pasto, a perda de alguns dos elementos estruturais da vegetação, como o estrato herbáceo ou arbustivo e sinais de queimas intensas, erosão, etc. Mata de Galeria O levantamento das matas de galeria objetivou verificar o aspecto qualitativo do que o quantitativo, em virtude das restrições legais quanto ao uso dessa formação florestal. Para tanto, foram implementados caminhamentos investigatórios para proceder a identificação das espécies ocorrentes, bem como o nível de conservação. O caminhamento foi realizado por uma extensão variável de aproximadamente 250 metros, partindo-se sempre do exterior da área para o seu interior, até atingir, quando era possível, a margem do curso d´água, dado, que em determinados locais, devido a conformação do terreno, era pronunciado o encharcamento do solo, o que impedia a passagem e continuidade do caminhamento. As principais espécies então identificadas eram anotadas, verificando basicamente uma similaridade das espécies que ocorriam nestes locais.

5.9.3. INVENTÁRIO FLORESTAL NA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO

5.9.3.1. Introdução

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O aterro sanitário é o local destinado para disposição final de resíduos sólidos. Sua implantação e operação fundamentam-se em técnicas de engenharia sanitária específicas, que permitem o adequado acondicionamento do lixo no solo, prevenindo-se ocorrências de danos ao meio ambiente e à saúde pública. Mesmo assim, sua instalação e operação causam impactos ambientais negativos, principalmente quando sua localização é em área natural. Entre os impactos negativos diretos, ocorre a retirada da cobertura vegetal, que causa o afugentamento da fauna silvestre devido às mudanças em seu habitat; alterações em processos do ciclo hidrológico, com redução da infiltração de água no subsolo (recarga de aqüífero) e conseqüente rebaixamento no nível local do lençol freático, o incremento no escoamento superficial, com surgimento de processos erosivos e assoreamento; reduções no consumo de gás carbônico atmosférico e na produção de oxigênio, entre outros impactos negativos diretos e indiretos. Portanto, a remoção da cobertura vegetal deve ser compensada para reduzir os efeitos que danificam a saúde ambiental local e global, garantindo assim condições adequadas de sobrevivência para as gerações presente e futura. Dessa forma, visando o cumprimento da legislação em vigor, é imprescindível a execução do inventário florestal da área para conhecimento de sua composição florística, quanto aos aspectos qualitativo e quantitativo, e para definição da compensação ambiental. O Inventário Florestal possui diversas metodologias, que variam em função das características da área a ser inventariada. Em áreas com pequena dimensão ou naquelas com baixa densidade arbórea, utiliza-se a metodologia do censo, isto é, identificam-se todas as árvores do terreno.

5.9.3.2. Objetivos

Identificar e quantificar as espécies de árvores existentes no terreno em que o Licitante pretende instalar e operar o aterro sanitário, com vistas à definição da compensação ambiental;

5.9.3.3 Resultados A área não deve apresenta espécies arbóreas protegidas por lei ou ameaçadas de estinção.

5.10. FAUNA O Brasil é o país mais rico dentre os de Megadiversidade, isto é, que juntos possuem 70% das espécies mundiais, possuindo de 10 a 20% da diversidade biológica do planeta. Também ocupa a primeira colocação do “ranking” considerando os endemismos (espécies restritas a uma determinada área). Em relação ao número de espécies de plantas superiores, com aproximadamente 56 mil (22% do total mundial), aos mamíferos com mais de 524 espécies (10% do total mundial) e aos peixes de água doce com mais de 3000 espécies (duas vezes mais do que qualquer outro país), também ocupa a primeira colocação. Está em segundo lugar em relação aos anfíbios, tanto no número de espécies, com 10% do total mundial, quanto em espécies endêmicas e na terceira colocação em relação às aves, com 1622 espécies e 191 endemismos. Em relação aos répteis é o quinto colocado tanto em número de espécies, como em endemismos e possui de 10 a 15 milhões de insetos (MMA, 1998). O País possui uma grande diversidade de ecossistemas, produto da grande variação climática e geomorfológica de um país de dimensões continentais.

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5.15. RESÍDUOS SÓLIDOS A Agenda 21 ao tratar do manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos (Capítulo 21), define os resíduos sólidos como todos os restos domésticos e resíduos não perigosos, tais como os resíduos comerciais e institucionais, o lixo da rua e os entulhos de construção. Ressalta que em alguns países, o sistema de gestão dos resíduos sólidos também se ocupa dos resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de incineradores, sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento de esgoto. Assim, se tais resíduos manifestarem características perigosas, deverão ser tratados como resíduos perigosos. Em toda aglomeração urbana concebida nos moldes da civilização ocidental, a destinação dos resíduos urbanos (lixo e esgoto) constitui um dos sérios problemas, cujas soluções demandam emprego maciço de capital e de energia, provocando indesejáveis alterações ambientais, tanto pela contaminação direta dos solos e das águas, quanto pelo seu não reaproveitamento no ciclo natural. De acordo com sua origem, há quatro tipos de lixo: residencial, comercial, público e de fontes especiais. Entre os últimos se incluem , por exemplo, o lixo industrial, o hospitalar e o radioativo, que exigem cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e a disposição final. Juntos, os tipos residencial e comercial constituem o chamado lixo domiciliar que, com o lixo público (resíduos da limpeza de ruas e praças, entulho de obras, etc.) representam a maior parte dos resíduos produzidos nas cidades. Muito se tem discutido sobre as melhores formas de tratar e eliminar o lixo gerado pelo estilo de vida da sociedade contemporânea. Todos concordam, no entanto, que o lixo é o espelho fiel da sociedade: quanto mais rica e consumista maior a quantidade de lixo gerado. Qualquer tentativa de reduzir a quantidade de lixo ou alterar sua composição pressupõe mudanças no comportamento social. Segundo dados do IBGE (2.000), dos resíduos gerados diariamente no Brasil, apenas 79,9% são coletados, com pior índice no Nordeste do País, onde cerca de 40,03% do total gerado não é coletado, e o melhor no Sudeste, com cerca de 9,9% sem coleta. Do total apenas 28% têm um destino adequado, sendo 23% em aterros (nem todos sanitários), 3% em sistemas de compostagem e 2% reciclados. Pesquisas mostram que a situação de coleta e destinação do lixo não melhorou nesta década, sendo a geração atual estimada em cerca de 140.000 toneladas de resíduos domiciliares e públicos por dia. Considerando os valores operacionais, temos que aproximadamente 28.000 toneladas de resíduos não são coletadas a cada dia e 90.000 toneladas são lançadas em lixões ou em cursos de água, diariamente. Hoje o país se defronta com dados preocupantes em relação à geração dos resíduos sólidos urbanos. As mudanças nos padrões de consumo, o desenvolvimento industrial e os avanços tecnológicos têm provocado alterações na composição e na quantidade do lixo gerado, notadamente nas cidades maiores. Pode se observar que, enquanto em cidades de pequeno porte a produção diária, em média, é de meio quilo/habitante, nas grandes cidades este valor atinge a 1,2 quilos, com preponderância de lixo inorgânico, em função do grande número de embalagens de produtos, exigindo que a prestação dos serviços seja intensificada, ampliada, diversificada e adotadas soluções integradas para a gestão desses resíduos. O lixo coletado pode ser processado, isto é, passar por algum tipo de beneficiamento a fim de reduzir custos de transporte e inconvenientes sanitários e ambientais. As opções de tratamento do lixo urbano, que podem ocorrer de forma associada, são: compostagem, a reciclagem, a

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compactação, que reduz o volume inicial dos resíduos em até um terço, a trituração e a incineração. A compostagem consiste no aproveitamento do material orgânico para a fabricação de adubo. A reciclagem exige uma seleção prévia do material, a fim de aproveitar os resíduos dos quais ainda se pode obter algum benefício, como é o caso do vidro, do papel e de alguns metais. Esses dois processos associados constituem a mais importante forma de recuperação do lixo. Boa opção do ponto de vista sanitário, a incineração, no entanto, é condenada por acarretar poluição atmosférica. A solução defendida por muitos especialistas envolve a redução do volume de lixo produzido. Isso exigiria tanto uma mudança nos padrões de produção e consumo, quanto a implantação de programas de coleta seletiva de lixo. Nesse caso, os diversos materiais recicláveis devem ser separados antes da coleta com a colaboração da comunidade. Após a coleta, esse material seria encaminhado a centros de triagem sendo então selecionados por catadores para comercialização, constituindo importante fonte de renda e geração de empregos. Os países industrializados são os que mais produzem lixo e também os que mais reciclam. O Japão reutiliza 50% de seu lixo sólido e promove, entre outros tipos de reciclagem, o reaproveitamento da água do chuveiro no vaso sanitário. Os Estados Unidos recuperam 11% do lixo que produzem e a Europa Ocidental, 30%. A taxa de produção de lixo per capita dos norte-americanos, de 1,5 quilo por dia, é a mais alta do mundo. Equivale ao dobro da de outros países desenvolvidos. Nova York é a cidade que mais produz lixo, uma média diária de 13 mil toneladas. São Paulo produz 12 mil toneladas. Entre os líderes mundiais da reciclagem de latas de alumínio destacam-se Japão (70%), EUA (64%) e Brasil (61%), conforme dados de 1996 da Associação Brasileira de Alumínio. Estimativas mais recentes colocam o Brasil em primeiro lugar na liderança mundial desse mercado.

5.15.2. ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES

ESPECIAIS

5.15.2.1. Tratamento e Destinação de Resíduos da Construção Civil A forma de tratamento dos resíduos da construção civil mais difundida é a segregação, seguida da trituração e reutilização na própria indústria da construção civil. O entulho reciclado pode ser usado como base e sub-base de rodovias, agregado graúdo na execução de estrutura de edifícios, em obras de arte de concreto armado e em peças pré-moldadas. O descarte em aterros sanitários pode se tornar uma solução interessante para regiões onde o material de cobertura do lixo disposto é escasso.

5.15.2.2. Tratamento e Destinação de Pilhas e Baterias Uma vez que as pilhas e baterias são resíduos perigosos Classe I, a melhor forma de destinação final a ser empregada seria os Aterros Industriais Classe I.

5.15.2.3. Tratamento e Destinação Final de Lâmpadas Fluorescentes Por causa de sua elevada toxicidade e da dificuldade em se proceder ao seu controle ambiental, as lâmpadas fluorescentes devem ser recicladas ou gerenciadas como se fossem lixo tóxico.

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Pequenas quantidades de lâmpadas quebradas acidentalmente podem ser destacadas como lixo comum. Contudo, o destino adequado, quando em quantidades consideráveis, é o aterro industrial Classe I, devido à presença de mercúrio.

5.15.3. ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DE FONTES

ESPECIAIS

5.15.3.1. Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Industriais É comum proceder ao tratamento de resíduos industriais com vistas à sua reutilização ou, pelo menos, torná-los inertes. Contudo, dada a diversidade dos mesmos, não existe um processo preestabelecido, havendo sempre a necessidade de realizar uma pesquisa e o desenvolvimento de processos economicamente viáveis. Em termos práticos, os processos de tratamento mais comuns são:

Neutralização, para resíduos com características ácidas ou alcalinas;

Secagem ou mescla, que é a mistura de resíduos com alto teor de umidade com outros resíduos ou com materiais inertes, como serragem;

Encapsulamento, que consiste em revestir os resíduos com uma camada de resina sintética impermeável e de baixíssimo índice de lixiviação;

Incorporação, onde os resíduos são agregados à massa de concreto ou de cerâmica em uma quantidade tal que não prejudique o meio ambiente, ou ainda que possam ser acrescentadas a materiais combustíveis sem gerar gases prejudiciais ao meio ambiente após a queima;

Processo de destruição térmica, como incineração e pirólise. Os métodos de destinação mais empregados são os seguintes:

Lanregião de cerradoarming – é um tratamento biológico no qual a parte orgânica do resíduo é decomposta pelos microorganismos presentes na camada superficial do próprio solo. É um tratamento muito utilizado na disposição final de derivados de petróleo e compostos orgânicos.

Aterros Industriais – os aterros industriais podem ser classificados nas classe I, II ou III, conforme a periculosidade dos resíduos a serem dispostos, ou seja, os aterros classe I podem receber resíduos industriais perigosos, os classe II, resíduos não-inertes, e os classe III, somente resíduos inertes.

­ Os aterros classe I, reservados aos resíduos industriais perigosos, possuem

condições de impermeabilização mais exigentes daquelas encontradas nos aterros classes II e III.

Barragens de rejeito – são usadas para resíduos líquidos e pastosos, com teor de umidade acima de 80%. Esses aterros possuem pequena profundidade e necessitam muita área. São dotados de um sistema de filtração e drenagem de fundo para captar e tratar a parte liquida, deixando a matéria sólida no interior da barragem.

­ Após o encerramento, quando a capa superior do rejeito já se encontra solidificada,

procede-se a uma impermeabilização superior com uma camada de argila pra reduzir a infiltração de líquidos a serem tratados.

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Outras formas de disposição – resíduos considerados de alta periculosidade ainda podem ser dispostos em cavernas subterrâneas salinas ou calcárias, ou ainda injetados em poços de petróleo esgotados.

6. PROGNÓSTICOS, ANÁLISE DE IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS

Os aterros sanitários são dispositivos indispensáveis para o correto gerenciamento técnico-administrativo e operacional de sistemas de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos. O nível de desenvolvimento tecnológico atual permite solucionar e/ou minimizar os principais aspectos negativos ou impactantes que, geralmente, estão associados a essas estruturas. Atendendo ao disposto no Termo de Referência para elaboração do PCA , neste item do relatório apresenta-se uma análise dos impactos ambientais relativos à implantação do Aterro Sanitário do CIGEDAS, a partir das peculiaridades construtivas, operacionais e das características ambientais das áreas de influência levantadas no Diagnóstico. Em geral, as técnicas construtivas e procedimentos operacionais abordados neste trabalho, não estão, necessariamente, associadas a investimentos elevados ou custos proibitivos à nossa realidade econômica. A grande maioria dos aspectos e alternativas aqui abordados, compreendem, principalmente, a adoção de procedimentos construtivos e operacionais que trazem vantagens econômicas e melhorias ambientais a curto prazo. Outras alternativas, dependem de vontade política dos tomadores de decisão, as quais subsidiadas por avaliações apropriadas e pelo apoio da sociedade em geral, após ampla discussão, podem ser implementadas no médio e longo prazos.

6.1. ROTEIRO METODOLÓGICO A literatura técnica dispõe de um elenco variado de métodos para identificar e avaliar impactos ambientais, alguns privilegiando os aspectos quantitativos, outros os qualitativos, cuja escolha varia com a fase e as características básicas do empreendimento e com as especificidades físicas, biológicas e sócio-culturais das áreas de influência. A experiência tem demonstrado, no entanto, que todos os métodos apresentam deficiências e vantagens, havendo consenso de que a utilização de qualquer técnica, exclusivamente, não consegue expressar a multiplicidade dos fatores envolvidos. A identificação dos impactos, portanto, foi realizada aplicando-se técnicas de dinâmica de grupo para discussão das interfaces do empreendimento com o meio ambiente, avaliando-se a partir de uma listagem preliminar dos impactos (“check list”) a importância relativa de cada um deles. Buscando-se o consenso de opinião de todo o grupo, procurou-se eliminar, por aproximações sucessivas, a subjetividade e o alto grau de incerteza que reveste o processo. Combinando os vários métodos de análise e de agregação de dados, foram desenvolvidos, passo a passo, os seguintes procedimentos básicos para a avaliação dos impactos:

identificação de ações ou eventos geradores de impacto, salientando-se aqueles relacionados com a seleção do local do aterro sanitário, com a movimentação de equipamentos e maquinário para sua implantação, com o lançamento, espalhamento e compactação do rejeito, o suprimento de matéria-prima para recobrimento das células, o tratamento de percolados e a recuperação paisagística de áreas desativadas;

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identificação e seleção de parâmetros ambientais (físicos, bióticos, sociais e culturais) e econômicos de maior relevância, apontados durante a fase de diagnóstico como passíveis de impactos;

discussão das interfaces do empreendimento com os parâmetros ambientais selecionados;

identificação e descrição dos impactos gerados em cada fase e classificação dos mesmos quanto à sua natureza (positivo ou negativo; direto ou indireto; local, regional ou estratégico; imediato, de médio ou longo prazos; temporário, permanente ou cíclico; reversível ou irreversível) e quanto à sua magnitude (fraco, moderado ou crítico).

proposição de medidas mitigadoras ou compensatórias em função da análise e discussão dos impactos.

Como resultado da combinação desses itens, foram gerados os seguintes produtos:

Matriz de Impactos elaborada de forma a sistematizar as informações numa mesma estrutura e permitir a visualização das ações responsáveis pelos impactos mais significativos. Cada célula da matriz mostra a relação entre uma ação do empreendimento e um parâmetro ambiental, qualificando os imp

(O), moderados () ou críticos ();

Quadros-Síntese elaborados com o objetivo de identificar para cada uma das ações do empreendimento a seqüência dos impactos envolvidos, suas características e as respectivas medidas capazes de prevenir, minimizar ou compensar os impactos gerados.

Análise dos Impactos e Definição das Medidas Mitigadoras – Texto descritivo, contendo os resultados da avaliação, a descrição das ações e dos impactos mais relevantes e as propostas das medidas mitigadoras.

Riscos Ambientais – Dentre os impactos identificados foram selecionados aqueles mais capazes de se concretizarem em riscos de fato à comunidade e ao meio ambiente.

6.2. MATRIZ DE IMPACTOS E QUADROS-SÍNTESE A partir de uma análise preliminar das características do empreendimento e com base nas conclusões do Diagnóstico Ambiental da sua área de influência, foram identificados os impactos mais significativos provocados ao meio ambiente, como resultado de falhas ou utilização de tecnologias inadequadas para disposição final de resíduos sólidos. A utilização de dados da literatura associados a técnicas de dinâmica de grupo permitiram a elaboração de uma relação dos eventos envolvidos em cada etapa do empreendimento (planejamento, construção e operação) e dos principais componentes ambientais passíveis de serem de alguma forma alterados. Etapa de Planejamento:

Seleção do local do aterro sanitário e licenciamento ambiental;

Concepção do projeto do aterro e de seu plano operacional. Etapa de Execução do Aterro:

Tratamento prévio da fundação;

Impermeabilização da fundação;

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Implantação das redes de drenagem pluvial, de percolados e de gases;

Construção das vias de acesso internas, pátios e estacionamentos;

Edificações. Etapa de Operação:

Lançamento, espalhamento e compactação dos resíduos ou inertes;

Recobrimento diário dos resíduos dispostos;

Revestimento final;

Tratamento de percolado e gases;

Encerramento do Aterro;

Recuperação de áreas degradadas e recomposição paisagística. Utilizando dados levantados na fase de Diagnóstico, foi possível elaborar uma relação preliminar de parâmetros ambientais passíveis de sofrerem impactos. Desta relação, foram selecionados aqueles de elevada representatividade passíveis de monitoramento e de fácil identificação por métodos diretos (levantamentos de campo e interpretação de fotografias aéreas e imagens de satélite) ou através da análise de dados secundários, resultando na seguinte listagem:

Qualidade do Ar

Nível de Ruído

Solos

Corpos Hídricos Superficiais

Lençol Freático

Comunidades Bióticas

Unidades de Conservação

Paisagem

Sistemas de Infra-estrutura e Equipamentos Urbanos

Mercado Imobiliário

Saúde Pública

Sistema de Transporte

Segurança

Anseios e Expectativas da População Completada a Matriz, pôde-se apreciar o conjunto de impactos gerados pelo projeto, destacando-se as ações que provocam os impactos mais significativos e que, portanto, devem ser objeto de maior atenção ou mesmo de substituição por ações alternativas de projeto menos impactantes. A partir da avaliação dos impactos setoriais, têm-se os elementos necessários para uma análise conjunta dos diversos fatores envolvidos e seus possíveis efeitos combinados no sistema ambiental de referência. Para essa análise foram utilizados os Quadros-Síntese que permitiram estabelecer relações do tipo causa-condição-efeito, além de uma descrição detalhada dos impactos e das medidas mitigadoras. Para a elaboração dos Quadros-síntese e avaliação dos impactos foram adotados os seguintes critérios de análise: Quanto à Qualificação

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positivo: impacto cujos efeitos se traduzem em benefício para melhoria da qualidade ambiental de um fator ou parâmetro considerado; negativo: impacto cujos efeitos se traduzem em prejuízo à qualidade ambiental de um fator ou parâmetro considerado; direto: impacto resultante da ação do empreendimento sobre um determinado parâmetro ambiental, também chamado de impacto de primeira ordem; indireto: impacto que resulta das alterações de um impacto de primeira ordem sobre um ou mais parâmetros ambientais, também chamado de impacto de segunda ou terceira ordem; Quanto à Abrangência Espacial local: impacto cujos efeitos se fazem sentir apenas nas imediações ou no próprio sítio onde se dá a ação; regional: impacto cujos efeitos se fazem sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação; estratégico: impacto cujos efeitos têm interesse coletivo ou se fazem sentir em nível nacional. Quanto à Duração e Periodicidade temporário: impacto cujos efeitos se manifestam em um intervalo de tempo limitado e conhecido, cessando uma vez eliminada a causa da ação impactante; permanente: impacto cujos efeitos se estendem além de um horizonte temporal conhecido, mesmo cessando a causa geradora da ação impactante; cíclico: impacto cujos efeitos se manifestam de forma intermitente e em intervalos de tempo determinados. Quanto ao Dinamismo ou Reversibilidade reversível: impacto para o qual o fator ou parâmetro ambiental afetado, uma vez cessada a ação impactante, retorna às suas condições originais; irreversível: impacto para o qual o fator ou parâmetro ambiental afetado não retorna às suas condições originais, uma vez cessada a ação impactante. Quanto à Temporalidade imediato: impacto cujo efeito se faz sentir imediatamente após a geração da ação causadora; médio prazo: impacto cujo efeito se faz sentir gradativamente após a geração da ação impactante; longo prazo: impacto cujo efeito se faz sentir decorrido longo tempo após a geração da ação impactante. Quanto à Magnitude A magnitude constitui o parâmetro que tem por objetivo qualificar cada um dos impactos identificados, procurando sintetizar e consolidar a sua avaliação, considerando os diversos critérios adotados. Esta avaliação foi procedida através da análise individual de cada componente ambiental da área de estudo, frente às ações do empreendimento. Os seguintes critérios foram adotados: crítico: impacto cujo efeito resulta em alteração significativamente elevada para um determinado fator ou parâmetro ambiental considerado, podendo comprometer a qualidade do ambiente; moderado: impacto que resulta em alteração medianamente significativa para um determinado fator considerado ou parâmetro ambiental, podendo comprometer parcialmente a qualidade do ambiente; fraco: impacto que resulta em alteração pouco significativa para um determinado fator ou parâmetro ambiental, podendo ser considerados desprezíveis seus efeitos sobre a qualidade do ambiente.

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6.3. ANÁLISE DOS IMPACTOS E DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS A partir da análise dos resultados do Diagnóstico Ambiental e das restrições impostas pela legislação, foram feitas avaliações dos impactos atuais ou que poderão ocorrer na área de influência do Aterro Sanitário do CIGEDAS . As conclusões e recomendações apresentadas a seguir referem-se aos impactos mais relevantes detectados nessa análise e que deverão ser objeto de maior atenção por parte do Empreendedor e dos Órgãos Fiscalizadores. As maiores preocupações em relação aos impactos e riscos ambientais decorrentes da implantação do aterro dizem respeito:

aos conflitos de interesse entre os anseios e expectativas dos diversos segmentos sociais envolvidos;

à dispersão de lixo e de odores;

às questões de saúde;

à poluição atmosférica e emissão de ruídos;

à poluição hídrica;

à poluição visual;

aos aspectos de infra-estrutura: drenagem de percolado, de gases, de águas pluviais e sistema viário.

Os impactos negativos relacionados com a fase de implantação da infra-estrutura, com características e intensidades diferentes pela movimentação de terra, máquinas e equipamentos, têm caráter temporário e se limitam ao término da obra, diferentemente dos impactos da fase de operação que têm, na sua maioria, caráter permanente.

6.3.1. ASPECTOS CLIMÁTICOS O regime de chuvas na área dos aterros sanitários é um elemento de extrema importância a ser considerado, pois em função dele pode ocorrer a paralisação da operação do aterro e o aumento de geração de percolados. Em regiões de pouca precipitação de chuvas, como regiões semi-áridas, onde o balanço hídrico é negativo, a geração de percolados é significativamente menor, ou quase inexistente, em grande parte do ano. Desta forma, os sistemas de drenagem podem ser significativamente simplificados, tendo em conta, entretanto, os períodos curtos de tempo onde ocorrem precipitações concentradas. Outro aspecto que deve ser considerado corresponde ao regime predominante de ventos na área dos aterros, o qual pode gerar uma dispersão de lixo (sacos plásticos, papéis, etc.) ao longo das praças de trabalho, bem como a dispersão de odores no seu entorno. Quanto à dispersão de lixo, a imediata cobertura e o emprego de telas de proteção são dispositivos e técnicas operacionais que solucionam o problema. A dispersão de odores, no entanto, passa a ser um problema mais complexo. Basicamente são dois os elementos que geram odores desagradáveis – os percolados e os gases. No tocante aos gases, a implantação de recobrimentos eficientes e sistemas de drenagem que permitem a recuperação dos mesmos deve ser incentivada, visto que esses últimos empregam em geral dispositivos de pressão negativa, fazendo com que sejam minimizados escapes de gases, aleatoriamente, ao longo do corpo do aterro.

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No que tange aos percolados, o tipo e localização do sistema de tratamento de percolados devem ser cuidadosamente escolhidos. Como, normalmente, há a necessidade de armazenamento provisório para qualquer sistema de tratamento, o emprego de tanques enterrados cobertos pode reduzir substancialmente os odores gerados. Outros dispositivos, como por exemplo, o emprego de aspersão de desodorizadores, com essências de produtos aromáticos (eucalipto, tutti-frutti, etc.), têm sido utilizados com sucesso em alguns aterros.

6.3.2. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Todos os que moram em grandes cidades convivem diariamente com a poluição do ar e sofrem os efeitos desse grande mal. Olhos irritados e lacrimejantes, o incômodo causado por odores desagradáveis e, às vezes, repugnantes, a sujeira provocada pela fuligem das chaminés de indústrias e pelo pó decorrente de áreas não pavimentadas são problemas do cotidiano na vida dos habitantes dos grandes centros urbanos. As emissões atmosféricas geram problemas em diferentes escalas, desde uma escala local (por exemplo as concentrações de monóxido de carbono, provenientes do tráfego junto a estradas congestionadas) até à escala global, cujo melhor exemplo são as alterações climáticas que se traduzem entre muitos outros efeitos pelo aquecimento global do Planeta, com todas as repercussões daí resultantes. Os poluentes que compõem o índice de qualidade do ar (o gás metano, o monóxido de carbono, o dióxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre e o ozônio) não ocorrem em concentrações significativas na área do empreendimento; à exceção das partículas em suspensão provenientes das suas vias ou áreas não pavimentadas e do gás metano, proveniente do lixo processado. O metano é um dos gases responsáveis pelo efeito estufa e a redução de sua concentração na atmosfera, constitui compromisso assumido pelo Brasil, como signatário da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

6.3.2.1. Efeitos da Poluição Atmosférica Os efeitos da poluição atmosférica se caracterizam por alterações tanto em escala global (chuva ácida, efeito estufa e aumento da radiação ultravioleta), como em escalas local e regional. De modo geral, os efeitos da poluição atmosférica manifestam-se na saúde humana, na vegetação, na fauna e sobre os materiais. Efeitos sobre a Saúde Os poluentes atmosféricos podem afetar a saúde humana de diversas formas. Os efeitos vão desde desconforto até a morte. De maneira geral, os efeitos dos gases poluentes na saúde humana estão intimamente associados à sua solubilidade nas paredes do aparelho respiratório, fato este que determina a quantidade do poluente capaz de atingir as regiões mais distais dos pulmões. Há evidências de que o dióxido de enxofre agrava as doenças respiratórias pré-existentes ou contribui para seu aparecimento. O dióxido de nitrogênio, devido à sua baixa solubilidade, é capaz de penetrar profundamente no sistema respiratório, podendo dar origem às nitrosaminas, algumas das quais podem ser carcinogênicas. Também é um poderoso irritante, podendo causar sintomas que lembram aqueles do enfisema. A presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera tem sido associada à redução da capacidade pulmonar e ao agravamento das doenças respiratórias, como a asma.

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Os efeitos da exposição ao monóxido de carbono estão associados à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue. Foi demonstrado, experimentalmente, que a pessoa exposta ao monóxido de carbono pode ter diminuídos seus reflexos e acuidade visual e sua capacidade de estimar intervalos de tempo. Altos índices do poluente em áreas de fluxo intenso de veículos têm sido apontados como causa adicional de acidentes de trânsito. Poeiras em suspensão no ar afetam a capacidade de o sistema respiratório remover as partículas do ar inalado, retendo-as nos pulmões; quanto mais finas as partículas, mais profundamente penetram no aparelho respiratório. As poeiras em suspensão também potencializam os efeitos dos gases presentes no ar. Efeitos sobre a Vegetação Os efeitos da poluição atmosférica sobre a vegetação incluem a necrose do tecido das folhas (que caem prematuramente), dos caules e frutos; redução da taxa de crescimento, o aumento da suscetibilidade a doenças, amadurecimento precoce de frutos, dentre outros. Efeitos sobre a Fauna Quanto à vida animal, os efeitos dos poluentes atmosféricos incluem problemas respiratórios, danos aos olhos, dentes e ossos, aumento da suscetibilidade a doenças, stress, diminuição das fontes de alimento e redução da capacidade de reprodução. Efeitos sobre os Materiais Os efeitos da deposição de partículas (poeira e fumaça) sobre estruturas e materiais incluem basicamente descoloração, erosão, corrosão, enfraquecimento e decomposição de materiais de construção. Atividades industriais são as principais fontes de emissão de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOX) e hidrocarbonetos (HC), poluentes responsáveis pela degradação da qualidade do ar.

6.3.2.2. Controle da Poluição Atmosférica A redução da poluição atmosférica requer a adoção de estratégias próprias para fontes e tipos específicos de poluentes. Estratégias razoáveis para o controle da poluição atmosférica são aquelas que visam reduzir, coletar, capturar ou reter os poluente antes que eles atinjam a atmosfera. Nestas estratégias enquadram-se as medidas de controle das emissões de metano, através de queimadores instalados no aterro ou o aproveitamento desse gás na geração de energia elétrica. Durante a fase de construção, a movimentação de máquinas e os respectivos movimentos de terra provocarão ruídos e vibrações e elevarão a concentração de particulados no ar, fato este que se tornará mais relevante durante a estação seca. Entretanto, este impacto tende a ser localizado, restrito à própria área onde o Empreendimento se insere e desaparecerá quando se encerrarem as obras. Nesta fase, em épocas secas, deverão ser previstos caminhões-pipa para irrigação das áreas de terraplenagem que possam produzir poeira. Cortes e queimadas da vegetação estão entre as fontes de partículas inaláveis que colaboram para a irritação das vias respiratórias e o agravamento das doenças como bronquite, asma e o enfisema pulmonar. Recomenda-se ainda que sejam implementadas medidas indiretas para o controle da poluição atmosférica. Medidas indiretas visam reduzir a quantidade de poluentes através da adequada localização do aterro e aplicação de tecnologias avançadas para sua construção e operação.

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6.3.3. POLUIÇÃO SONORA A poluição sonora envolve três componentes: a existência de uma fonte geradora de ruídos, um meio propício para a transmissão e uma fonte receptora. O excesso de ruído ou a poluição sonora, pode interferir no equilíbrio das pessoas e de seu meio, vindo a causar perda de audição; interferência com a comunicação; dor; interferência no sono; efeitos clínicos sobre a saúde; efeitos sobre a execução de tarefas; incômodo e outros efeitos não específicos. Com relação ao nível de ruído, a Resolução CONAMA n.º 001/90, item II, determina que são prejudiciais à saúde e ao sossego público os níveis de ruído superiores aos considerados aceitáveis pela NBR n.º 10.152 da ABNT, ou sejam, níveis até 65 decibéis à noite e 70 decibéis durante o dia. Pela referida Resolução, a emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive de propaganda política, obedecerá, no interesse da saúde e do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes nela estabelecidos. Ao se considerar a existência de áreas habitadas na vizinhança, caso não sejam atendidos os níveis determinados pela legislação, deverá ser elaborado um projeto de redução de ruídos, que contemple a utilização de cortinas vegetais e outros dispositivos que sirvam como barreira à propagação dos ruídos, que será analisado pelo órgão ambiental competente.

6.3.4. IMPACTOS POTENCIAIS COM RELAÇÃO AOS ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS

Os efeitos mais significativos das modificações a serem induzidas ao meio físico com a implantação do aterro serão:

assoreamento dos canais naturais de drenagem;

recalques diferenciais nos solos colapsíveis com possíveis danos ao aterro, às edificações e acessos viários;

contaminação do aqüífero poroso e eventualmente das águas subterrâneas profundas pela percolação de efluentes na zona saturada do solo; e

redução da recarga natural dos aqüíferos subterrâneos em virtude da impermeabilização da superfície do terreno como resultado da implantação do aterro sanitário e de sua infra-estrutura, com a ocupação das áreas verdes.

As medidas mitigadoras desses efeitos indesejáveis podem ser assim resumidas:

iniciar a implantação do empreendimento das cotas inferiores para as mais elevadas, reduzindo assim os comprimentos das rampas por onde se dará o escoamento superficial;

priorizar a implantação do sistema de drenagem de águas pluviais com canalização subterrânea, pavimentação e dispositivos para sua coleta e adução controlada, incluindo as estruturas de dissipação da sua energia nos pontos escolhidos para lançamento nas drenagens naturais;

A utilização de cobertura vegetal, como um gramado, por exemplo em áreas estratégicas, aumentará a rugosidade do solo, ajudará a manter a sua matéria orgânica, preservando a sua capacidade de infiltração. Caso não sejam adotadas medidas de prevenção, o fluxo de águas pluviais pela superfície do solo poderá provocar erosões laminares, em sulcos, podendo chegar às voçorocas. Obras de engenharia, pavimentação do tipo bloquete e projetos de paisagismo poderão atenuar os efeitos danosos da impermeabilização e dos processos erosivos.

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Os efeitos da colapsividade dos solos da área poderão ocorrer nas estruturas do aterro e, poderão ser atenuados, senão eliminados, através dos seguintes cuidados:

emprego de alicerce ou sapata corrida na fundação de estruturas mais pesadas para minimizar os recalques diferenciais;

compactação do solo nas porções superficiais até 1m de profundidade, acompanhada do seu prévio umedecimento;

evitar ou diminuir a infiltração da água no solo, utilizando projetos de drenagem adequados, controle de vazamento de condutos de água e esgoto e utilização de canalizações, principalmente de esgotos, menos suscetíveis a vazamentos;

para eventuais edificações de dois ou mais pavimentos executar fundações profundas, abaixo do nível colapsível ou até a camada saturada, levando em conta o atrito negativo que pode ser provocado pelo colapso da camada superior.

A contaminação dos aqüíferos subterrâneos em área de recarga regional, que abastece tanto os aqüíferos sotopostos quanto áreas de topografia mais baixa, pode ser evitada pela impermeabilização dos solos superficiais. O tráfego decorrente das obras de compactação e, futuramente, a construção do aterro e de obras auxiliares, diminuirão significativamente a infiltração da água das chuvas. Esse fato promoverá um escoamento hídrico rápido, diminuindo a recarga dos aqüíferos e a contribuição da água subsuperficial para os cursos d’água durante o resto do ano, diminuindo as suas vazões.

6.3.5. IMPACTOS POTENCIAIS COM RELAÇÃO AOS ASPECTOS PEDOLÓGICOS A área de influência direta deste estudo envolve basicamente três tipos de solo: Latossolo Vermelho Amarelo, Latossolo Vermelho Escuro e Cambissolos. Os dois primeiros apresentam textura argilosa e relevo variando de plano a suave ondulado, enquanto os Cambissolos apresentam relevo de ondulado a escarpado. Esses solos já sofreram forte ação antrópica, tendo sido alterada grande parte da sua vegetação original. Os Latossolos Vermelho-Amarelos presentes apresentam posição de borda chapada, e se desenvolveram nesse local pela ascensão do lençol freático nessa posição. Estão bastante alterados, principalmente na área adjacente às nascentes do córrego do Valo. Os Latossolos Vermelhos ocupam principalmente a área interfluvial do córrego do Valo e do córrego Grotão, área que está sofrendo forte ação antrópica, entretanto sem tantos problemas como os encontrados na nascente do córrego do Valo. Os Latossolos, que são unidades que apresentam uma alta permeabilidade, decorrente de sua estrutura granular, nessa área passaram por um processo acelerado de erosão, em conseqüência da ação antrópica. As áreas, com relevo plano a suave ondulado associado à vegetação, não promovem o escoamento superficial, absorvendo praticamente toda a oferta hídrica das precipitações. Nas camadas subsuperficiais, onde a porosidade pode atingir 2/3 do seu volume, a permeabilidade também é bastante alta. Quanto mais um solo estiver protegido pela cobertura vegetal, menor será a propensão à ocorrência de erosão nesse solo, pois a vegetação amortece o impacto direto das gotas de chuva, diminuindo a destruição dos agregados, a obstrução dos poros e o selamento superficial. Além disso a vegetação aumenta a rugosidade da superfície do terreno, diminuindo a velocidade com que a água caminha sobre ele, aumentando o tempo da mesma sobre o solo, aumentando assim a possibilidade da sua infiltração. Outro fator importante a ser considerado é o comprimento da encosta. Quanto mais longa for a encosta, maior será a vazão e a velocidade do escoamento superficial e, conseqüentemente, a capacidade de carregar sedimentos, e assim promover a erosão.

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Nesta área, por ocuparem posição de terço inferior de chapada, superfície de dissecação, e por apresentar um forte processo de urbanização nos terços inferior, médio e superior da mesma chapada, a diminuição de absorção das águas pluviais pelo recobrimento do solo e pelo fluxo preferencial dessas águas, foram criadas grandes voçorocas nas encostas. O desmatamento e a conseqüente exposição do solo à ação dos raios solares promoveu a degradação da matéria orgânica e com a ausência de vegetação, não existe a reposição da matéria orgânica, promovendo desta forma um balanço negativo, que leva ao comprometimento da estrutura do solo, degradando propriedades como a capacidade de infiltração. O tráfego, principalmente o que ocorre em períodos chuvosos, promove a compactação superficial e o subsuperficial, também compromete a capacidade do solo absorver a água das chuvas. A exposição da superfície do solo à ação direta da chuva também leva à desagregação da sua estrutura superficial, já comprometida pela degradação da matéria orgânica, promovendo a obstrução de poros e o selamento superficial. Ações como a retirada da vegetação, tráfego de veículos, pessoas, animais, obras civis e, principalmente, o depósito de entulhos diversos ao longo da área também interfere no processo de absorção, causam alteração nas propriedades desses solos, criando fluxos preferenciais que aceleram o processo erosivo.

6.3.6. IMPACTOS POTENCIAIS COM RELAÇÃO AO MEIO BIÓTICO A construção de um Aterro Sanitário no local, trará em um primeiro momento a desvegetação do local, com a conseqüente retirada da fauna associada, sendo este um impacto praticamente irrelevante dado o estado de antropização da área. A seguir, a movimentação de terra e o aumento de ruído e poeira, originado das atividades de terraplanagem poderão provocar o afastamento da fauna residente nas matas de galerias adjacentes. Na fase de operação o maior impacto será a atração de animais, principalmente de uma fauna exótica com espécies como, a ratazana (Rattus spp), o camundongo (Mus musculus) e a barata doméstica (Periplaneta americana), além de espécies nativas que se beneficiam com este tipo de situação, como urubus (Coragyps atratus), gambás (Didelphis albiventris) e alguns ratos silvestres, entre outros. Animais domésticos como cães e gatos “vadios”, que neste tipo de situação, são altamente prejudiciais ao meio ambiente poderão invadir as áreas naturais próximas, matando e competindo com os animais silvestres remanescentes e disseminando doenças e parasitos. Como medidas para minimizar estes impactos, recomenda-se:

Efetuar uma impermeabilização “total” do aterro, para evitar a contaminação do lençol freático e os cursos d’água adjacentes (nascentes).

Efetuar o cercamento total do perímetro do aterro, com cerca tipo alambrado com tela de malha pequena e com negativa para o lado externo, para evitar a entrada de animais na área do empreendimento.

Efetuar cobertura sistemática do lixo com uma camada de terra, para evitar a atração de animais alados como urubus e gaviões, que podem se contaminar, e assim levar a contaminação ao entorno.

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O material depositado deverá ser de preferência de rejeitos inorgânicos e após passar por uma triagem em usina de lixo.

Efetuar campanhas de coleta de lixo seletiva, pelo menos para separação dos orgânicos e secos.

Aproximação de Aves A aproximação de aves durante a operação de aterros sanitários apresenta-se como um aspecto comum a ser enfrentado, mesmo quando se emprega a pronta e eficiente cobertura dos resíduos dispostos. Na prática, durante o processo de descarga dos resíduos, pode ocorrer a aproximação de urubus, gaivotas, garças e outros pássaros. Desta forma, deve-se estar preparado para o emprego de outros meios que contornem este problema. A alternativa mais comum compreende o uso sistemático de queima de fogos de artifício para que sejam afastadas essas aves das frentes de lançamento. Outra técnica que pode ser aplicada, consiste no emprego de aves de rapina treinadas (gaviões, corujas, etc.), para afastar as aves indesejáveis.

6.3.7. POLUENTES GERADOS NA OPERAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS Na operação de aterros sanitários, para disposição final de resíduos sólidos urbanos, identificam-se as seguintes formas de poluição:

chorume, líquido escuro de alto potencial poluidor, gerado pela degradação da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos. Esse chorume, através da infiltração das águas superficiais que precipitam sobre a superfície do aterro nas épocas de chuva, é percolado através do solo, o que pode causar a contaminação do solo e das águas subterrâneas;

biogás gerado na decomposição biológica da parcela orgânica contida nos resíduos sólidos urbanos;

efluente líquido gerado pelas águas superficiais que precipitam sobre a superfície do aterro e escoam pelo sistema de drenagem das águas pluviais, carreando material particulado e até resíduos sólidos urbanos;

poeiras que são levantadas pelos veículos que trafegam nos acessos internos do aterro sanitário; e

ruídos gerados pelos tratores que efetuam a compactação dos resíduos sólidos urbanos dispostos nas células do aterro e pelos caminhões que efetuam o transporte dos resíduos sólidos urbanos ao aterro.

Os principais poluentes são os líquidos produzidos da massa dos resíduos (chorume), devido aos elevados teores de substâncias potencialmente poluidoras e de íons metálicos tóxicos e o biogás gerado, devido à presença do gás metano, do gás sulfídrico e de substâncias orgânicas voláteis. Esses poluentes são gerados durante os processos de degradação da matéria orgânica contida nos resíduos sólidos urbanos. Apresenta-se a seguir uma descrição de cada um desses poluentes e como eles impactarão o meio ambiente local. Decomposição da Matéria Orgânica e Produção de Chorume Alguns dias após a disposição e compactação dos resíduos sólidos urbanos nas células do aterro sanitário, tem início a decomposição da matéria orgânica contida nos mesmos. Denomina-se de chorume ou sumeiro o líquido gerado em virtude dessa biodegradação, o qual é lixiviado pelas

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águas da chuva que, após a precipitação sobre a superfície das células de resíduos no aterro, infiltram e percolam através da massa dos resíduos, carreando impurezas e íons metálicos tóxicos. A decomposição da matéria orgânica ocorre através de uma combinação de processos químicos e bioquímicos. Os processos químicos se iniciam quando da coleta e transporte dos resíduos sólidos, favorecidos pela ação do atrito entre os componentes do mesmo, e prosseguem durante as operações .de espalhamento e de compactação dos resíduos dispostos no aterro. Destacam-se reações químicas, tais como: oxidação, hidrólise e troca de íons entre os componentes presentes nos resíduos sólidos urbanos. Os processos químicos concorrem para tornar mais homogênea a massa dos resíduos, onde as reações químicas que ocorrem nessa fase são importantes para a decomposição dos resíduos sólidos urbanos. No entanto, as reações mais importantes, em vista de sua duração e intensidade, são as reações bioquímicas. A presença de bactérias existentes na natureza e, naturalmente, presentes nos resíduos sólidos urbanos, realizam as tarefas mais importantes para a degradação e estabilização dos mesmos. Na massa dos resíduos se desenvolvem colônias bacterianas que encontram ali nutrientes e condições de sobrevivência. Portanto, o aterro sanitário pode ser considerado como um reator biológico onde o biogás e o chorume gerados são os seus principais subprodutos. No interior da massa dos resíduos sólidos urbanos prevalecem as condições anaeróbias provocadas pela ausência de oxigênio. Dessa forma, a decomposição da matéria orgânica é realizada, principalmente, pela ação das bactérias anaeróbias. No processo de decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos identificam-se 2 (duas) etapas: uma primeira etapa, denominada de "Etapa Ácida", quando prevalecem as condições aeróbias graças à presença de oxigênio nos vazios da massa dos resíduos e uma segunda etapa, denominada de "Etapa Anaeróbia" que somente se verifica na ausência de oxigênio. Na "Etapa Anaeróbia" ocorre a geração de um subproduto do metabolismo bacteriano, denominado biogás. Etapa Anaeróbia A etapa anaeróbia é também denominada de etapa metanogênica, uma vez que é nessa etapa que agem as bactérias produtoras de metano. A etapa ácida encerra-se devido ao consumo do oxigênio existente nos vazios da massa de resíduos, restando um meio acidificado pela presença, principalmente, do ácido acético (CH3 COOH) e de ácidos orgânicos parcialmente degradados. O excesso de ácidos presentes na massa de resíduos inibe a ação da colônia bacteriana, exterminando-a. Inicia-se, então, uma segunda etapa do processo, com a predominância de organismos que sobrevivem na ausência de oxigênio e se nutrem das substâncias ácidas liberadas na primeira etapa. As bactérias da etapa ácida e aquelas da etapa metanogênica coexistem num processo simbiótico perfeito, onde as primeiras bactérias morrem sem a ajuda das bactérias metanogênicas, enquanto as bactérias metanogênicas não obtém nutrientes sem os processos de hidrólise realizados na primeira etapa, pelas bactérias aeróbias. Estes microrganismos, as bactérias anaeróbias, produzem o metano, o dióxido de carbono, a água e geram energia na forma de calor, bem como dão prosseguimento à degradação da matéria orgânica. As bactérias metanogênicas, produtoras de metano, que operam na segunda etapa retiram a energia necessária para efetuar a biodegradação da matéria orgânica, segundo as duas reações a seguir apresentadas:

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CO2 + 4H2 = CH4 + 2H20 transformação do dióxido de carbono em metano e água. CH3COOH = CH4 + CO2 transformação do ácido acético em metano e dióxido de carbono. Na segunda etapa o percolado apresenta-se com pH entre 6 e 8 e DBO da ordem de 5.000 mg/l. Porém, são detectados na composição do mesmo, teores mais elevados de nitrogênio amoniacal, decorrentes da decomposição das proteínas, gorduras e óleos de origem animal. Na etapa anaeróbia verifica-se a produção de biogás combustível, o qual apresenta teores de metano da ordem de 60%. Essa etapa continua, pelo menos, por 10 anos ou até a decomposição de toda a matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos. Nas duas etapas descritas anteriormente a água desempenha um papel importante, tanto para as reações bioquímicas, como para a produção do percolado. Sem umidade (teor de pelo menos 50%), as bactérias pereceriam e, assim, não seriam estabilizados os resíduos. O percolado produzido nos resíduos sólidos recém lançados no aterro sanitário mistura-se ao percolado que é gerado nas células mais antigas, o que produz uma mistura com características físico-químicas complexas e de difícil tratamento para a redução de seus níveis de poluição. Portanto, a variação das características físico-químicas do percolado ao longo do tempo de vida do aterro sanitário dificulta o seu tratamento. No que concerne ao biogás gerado em aterros sanitários, o teor de metano (cerca de 60%) confere ao mesmo propriedades combustíveis e explosivas. A geração de biogás pode ser produzida pela decomposição anaeróbia de algumas substâncias orgânicas normalmente encontradas nos resíduos sólidos urbanos. Concentrações de 5 a 14% de metano no ar se constituem em uma mistura explosiva. Dessa forma, o biogás gerado em aterros sanitários deve ser eliminado por combustão, o que é realizado pela queima do mesmo nas saídas dos “drenos de gás”. Efluentes Líquidos - Águas Superficiais As águas pluviais que precipitam sob o aterro e que escoam pelo sistema de drenagem das águas superficiais são consideradas como potencialmente poluidoras, pois podem carrear material particulado e até resíduos sólidos urbanos. O aterro sanitário deverá contar com um sistema de drenagem superficial construído ao longo das células de resíduos, em forma de canaletas. Esse sistema conduz as águas pluviais ao sistema de drenagem natural da região. Vale destacar que os canais principais de cada célula de lixo contam com dissipadores de energia, os quais objetivam evitar a erosão das bermas do referido aterro. As águas superficiais precipitadas sobre a superfície do aterro, coletadas pelo sistema de drenagem superficial, carreiam impurezas que terminam por poluir os recursos hídricos da região. Além disso, em épocas de chuvas intensas e contínuas, podem ocorrer erosões na superfície das células e conseqüentemente obstrução e assoreamento desse córrego. Para evitar esse impacto ambiental deverão ser plantadas gramíneas nas bermas e nos taludes do aterro, as quais diminuem a ação do carreamento de solo pelas águas superficiais reduzindo, assim, a contribuição para o assoreamento dos córregos. Ruído e Poeira

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Tanto os ruídos quanto as poeiras são provocados pela movimentação dos veículos que transportam os resíduos sólidos ao aterro sanitário e pela movimentação das máquinas que efetuam o espalhamento e a compactação dos resíduos (tratores de lâmina e esteiras). A localização privilegiada do Aterro do CIGEDAS, razoavelmente afastada de população e de áreas residenciais, minimiza os impactos que poderiam ser causados por esses dois tipos de poluentes. No entanto, visando reduzir as incomodidades ao pessoal envolvido na operação desse aterro, a empreiteira deverá vistoriar os acessos internos, e os motores das máquinas operadoras deverão ser regulados de forma a reduzir os seus ruídos.

6.3.8 RISCOS AMBIENTAIS Não existem no Brasil estudos sistemáticos de avaliação de riscos e as publicações, tanto nacionais como internacionais, tratam com ênfase apenas os riscos de incêndios em áreas específicas, como é o caso de florestas, poços de petróleo, dutos e depósitos armazenadores de combustíveis. Um dano potencial pode vir a se constituir em risco, dependendo de sua capacidade e possibilidade de se transformar numa conseqüência danosa. Dentre os danos potenciais identificados neste estudo, foram selecionados fenômenos agudos (eventos de curto prazo) e fenômenos crônicos (eventos de longo prazo), que podem representar riscos relevantes à comunidade e ao meio ambiente. Dentre os fenômenos agudos salientam-se os riscos relacionados com:

Incêndios e explosões;

Surtos epidêmicos de doenças infecciosas e parasitárias;

Drenagem de percolados

Contaminação do solo e dos recursos hídricos por falhas no sistema de esgotamento sanitário; e

Riscos à integridade física dos cidadãos, vítimas de agressões ou acidentes gerados por acidentes de trânsito;.

Como fenômenos crônicos salientam-se:

Poluição atmosférica pela emissão de ruídos, gases e poeira;

Contaminação do solo e dos recursos hídricos por chorume proveniente do aterro sanitário ou por derramamento de óleos e combustíveis;

Erosão e assoreamento dos corpos hídricos; Riscos de Incêndio Os riscos de incêndios e explosões estão associados a concentrações de gás metano, depósitos provisórios de resíduos e pátios de triagem, ou ainda a depósitos de lixo e entulho fora do Aterro.

redução da umidade relativa;

redução da evapotranspiração; e

aumento da temperatura. A situação de risco se agrava quando crianças manuseiam fogo sem a vigilância de adultos, que, com freqüência, se ausentam para trabalhar. Um sistema adequado de drenagem de gases com o monitoramento sistemático de suas instalações poderão reduzir a níveis aceitáveis os riscos de incêndios e explosões.

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Riscos de contaminação do solo e dos recursos hídricos Esses riscos de contaminação estão relacionados principalmente:

à presença do lixo e ao potencial poluidor do chorume;

às falhas de funcionamento do sistema de esgotamento sanitário implantado. Os riscos que as estruturas urbanas impõem ao ambiente não dependem apenas da confiabilidade de seus componentes, mas também da postura e atitudes da comunidade e do preparo do pessoal que os opera e fazem sua manutenção. Os erros humanos são temas de estudo dentro da análise de segurança dos sistemas industriais, e a tendência de automatizar os processos produtivos está assentada não apenas na economicidade, mas também na tentativa de diminuir os riscos decorrentes de falhas humanas. Este conjunto de falhas nas máquinas e seus componentes, associado às falhas humanas, de projeto, operação ou de manutenção, têm provocado inúmeros acidentes por todo o mundo, muitos com conseqüências ambientais catastróficas. Para a área do empreendimento os riscos de contaminação por agentes químicos ou patogênicos (capazes de provocar dano ao meio ambiente ou à saúde) e os riscos de incêndios são os mais importantes exigindo ações preventivas, monitoramento e fiscalização dos equipamentos e dos processos operativos. Riscos de erosão Os riscos de erosão, pela Área ser relativamente plana, são pouco significativos e passíveis de controle. Estão intimamente relacionados:

à cobertura vegetal e edificação inadequadas ao tipo de solo existente;

à falta de manutenção e drenagem das vias de acesso; e

ao dimensionamento inadequado do sistema de drenagem de águas pluviais.

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7. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL Entende-se como “controle ambiental” o conjunto de estratégias destinadas a gerar, sistematizar e processar informações oriundas de diversas estruturas de acompanhamento e de fiscalização de empreendimentos licenciados. O monitoramento constituir-se-á, no caso, num mecanismo permanente de vigilância durante as fases de implantação e operação do Aterro Sanitário e das estruturas associadas. Destinado a detectar possíveis falhas ou distorções no sistema, torna-se inócuo sem uma vontade política efetiva de se praticar uma gestão para corrigi-las. Dentro desse enfoque, estarão associados ao Plano de Controle, os programas de proteção ambiental, de forma que todos os procedimentos de implantação e operação do Empreendimento estejam em consonância com os princípios da Qualidade Ambiental da ISO 14.000. A seguir, são apresentados os programas que compõem as recomendações finais deste trabalho e as medidas concebidas para a proteção do meio ambiente, da saúde e do bem-estar das populações afetadas:

Programa de Monitoramento e Fiscalização;

Programa de Controle de Erosão;

Programa de Recuperação e Recomposição Paisagística; e

Programa de Capacitação e de Educação Sanitária e Ambiental. O Programa de Monitoramento e Fiscalização permitirá controlar a qualidade ambiental e corrigir distorções nas fases de implantação do Aterro Sanitário, podendo levar inclusive à alteração dos critérios de uso e ocupação da área. O Programa de Controle de Erosão tem caráter preventivo, uma vez que detecta e corrige os processos erosivos nos taludes e nas áreas de disposição de lixo. Integra, portanto, atividades de monitoramento e de intervenção no meio ambiente. O Programa de Paisagismo e Recuperação de Áreas Degradadas destina-se a recuperar áreas de empréstimo e bota-fora, jazidas de material de recobrimento, bem como as áreas alteradas pela implantação do aterro e das edificações. O Programa de Capacitação e de Educação Sanitária e Ambiental inclui a mobilização social, a conscientização ambiental e a capacitação técnica e gerencial dos trabalhadores, visando aumentar a eficácia e a vida útil dos aterros ecologicamente sustentável, tornar mais eficazes os dispositivos de prevenção de acidentes e as medidas de redução dos problemas de saúde e minimização dos impactos na paisagem.

7.1. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO Justificativa O monitoramento ambiental e a fiscalização, instrumentos dos mais importantes para a gestão ambiental, permitem observar as condições ambientais, mensurar as tendências, detectar os impactos e corrigir precocemente os processos nocivos ao meio ambiente.

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Justifica-se este programa pela necessidade de se otimizarem os esforços de controle e fiscalização para manutenção da qualidade ambiental e para o cumprimento das normas e leis em vigor, que hoje se encontram dispersas entre os diversos órgãos da administração do REGIÃO DE CERRADO. O monitoramento e a fiscalização devem contemplar aspectos referentes:

acompanhamento fotográfico periódico do empreendimento, durante a fase de execução de obras, indicando as condições do canteiro, do corpo receptor e da área do entorno;

interferência e incômodos das obras sobre a população local;

à poluição do ar por emissão de gases, de particulados e de ruído;

à poluição de solo e dos recursos hídricos por negligência ou falhas na disposição de lixo, nos sistemas drenagem das águas pluviais, do chorume e dos gases;

os aspectos de segurança de usuários com relação às questões do tráfego e sistema viário. Os resultados do monitoramento poderão fornecer uma idéia mais precisa da dinâmica local e do papel que o Empreendimento representa para a comunidade, com seus riscos e benefícios. Objetivos Propiciar o acompanhamento das intervenções capazes de gerar degradações significativas ao meio ambiente e que demandem ação regulamentadora. Intensificar a fiscalização através de ações integradas entre os diversos órgãos do GREGIÃO DE CERRADO, visando diminuir problemas com a poluição, especialmente com relação à drenagem dos gases, aos percolados e águas pluviais, ao esgotamento sanitário e à disposição inadequada de lixo.

7.1.1. SUBPROGRAMA CONTROLE AMBIENTAL DO ATERRO SANITÁRIO Neste capítulo são apresentadas as atividades que deverão ser implementadas pela empresa responsável pela execução e operação do Aterro Sanitário, com o objetivo de monitorar as condições ambientais nas circunvizinhanças do aterro. O plano de monitoramento dos efluentes líquidos gerados na operação do Aterro Sanitário, bem como das massas de água existentes no seu entorno, deverão contemplar a coleta de amostras e a realização de análises físico-químicas periódicas das mesmas, visando avaliar a eficiência técnica das medidas de proteção ambiental adotadas na implantação e operação do referido aterro. O monitoramento a ser feito, detectará qualquer contaminação nas massas de águas existentes no entorno do aterro e dará subsídios suficientes para se definirem as medidas mitigadoras que, por ventura, se façam necessárias. Monitoramento das Águas Subterrâneas O plano de monitoramento ambiental do lençol freático a ser desenvolvido terá a finalidade de analisar possíveis interferências na qualidade das águas subterrâneas na área de influência do aterro, em decorrência da operação do mesmo. Para tanto, deverão ser coletadas amostras das águas subterrâneas para a realização de ensaios físico-químicos nos poços de monitoramento a serem instalados na área do aterro, em número mínimo de 4 (quatro), sendo 1 (um) a montante e 3 (três) a jusante do maciço. Deverá ser efetuada a coleta de 1 (uma) amostra semestral, a ser recolhida em cada poço de monitoramento. Os parâmetros físico-químicos a serem analisados serão estabelecidos em conformidade com o Conama 396

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Portanto, o presente plano de monitoramento das águas subterrâneas proposto deverá contemplar a realização de análises físico-químicas das amostras coletadas para a avaliação dos seguintes parâmetros:

condutividade;

nível estático das águas dos poços;

aspecto;

cor;

odor;

pH;

turbidez;

arsênio;

bário;

cádmio;

chumbo;

cianetos;

cloretos;

cromo total;

óleos e graxas;

coliformes fecais;

coliforme totais;

nitrogênio amoniacal;

carbono orgânico total - TOC;

halogênio orgânico total;

cobre;

cromo hexavalente;

ferro;

fluoreto;

manganês;

nitrogênio amoniacal;

nitrato;

selênio;

mercúrio;

sólidos totais;

sulfato; e

zinco. Vale ressaltar que as coletas das amostras deverão ser executadas em conformidade com as normas técnicas vigentes e as análises físico-químicas e bacteriológicas serão realizadas em laboratório devidamente credenciado. No caso de ser detectada poluição nas águas subterrâneas, será ampliada a freqüência de amostragem e a realização das análises físico-químicas, bem como será necessária a abertura de novos poços de monitoramento, com novas coletas a diferentes profundidades e a execução de um estudo hidrogeológico para delimitação de possíveis plumas de contaminação. Monitoramento Ambiental das Águas Superficiais No plano de monitoramento das águas superficiais deverá ser realizada uma única coleta de água superficial, a ser efetivada semestralmente na água superficial existente a jusante da área do aterro, na qual deverão ser efetivadas análises físico-químicas laboratoriais, sendo avaliados os seguintes parâmetros, em conformidade com as Legislações Vigentes.

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aspecto;

cor;

odor;

pH;

turbidez;

arsênio;

bário;

cádmio;

chumbo;

cianetos;

cloretos;

cloro residual;

cobre;

colimetria total e fecal;

cromo hexavalente;

mercúrioferro;

fluoreto;

manganês;

nitrogênio amoniacal;

nitrato;

oxigênio consumido;

selênio;

sólidos totais;

sulfato; e

zinco. Ressalta-se que as coletas das amostras deverão ser executadas em conformidade com as normas técnicas vigentes e as análises físico-químicas e bacteriológicas serão realizadas em laboratório devidamente licenciado. Monitoramento do Percolado Para o monitoramento das características físico-químicas e biológicas do percolado gerado no aterro sanitário deverão ser realizadas coletas mensais de amostras em dois (2) pontos a serem definidos. Nas amostras, serão realizadas seguintes análises físico-químicas e biológicas:

arsênio;

bário;

boro;

cádmio;

chumbo;

cianeto;

clorofórmio;

colimetria

cobre;

cromo trivalente;

cromo hexavalente;

cromo;

DBO;

estanho;

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fenóis;

ferro solúvel;

flúor;

manganês solúvel;

mercúrio;

níquel;

nitrito;

óleos e graxas;

pH;

prata;

resíduo sedimentável;

selênio; e

zinco. Controle de Vetores de Enfermidade A manipulação de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários propicia a proliferação de vetores de enfermidade, tais como: ratos, baratas e moscas. A utilização de técnicas adequadas na manipulação dos resíduos sólidos urbanos reduz e, em alguns casos, inibe a proliferação destes animais que são considerados vetores de enfermidades. A presente proposta contempla o desenvolvimento de uma série de medidas visando o monitoramento e o controle desses vetores. Para tanto, estão previstas as seguintes atividades:

Levantamento de dados estatísticos de possíveis enfermidades acometidas no pessoal envolvido na operação do aterro, devido ao manuseio e contato direto dos operadores com os resíduos sólidos urbanos. Normalmente, esse levantamento será realizado nos postos de saúde existentes no entorno do Aterro Sanitário para avaliação da saúde da população vizinha. Porém, nesse local não existe uma ocupação urbana significativa a ponto de exigir tal controle;

Identificação de vetores transmissores de enfermidades nas dependências do aterro sanitário, através de controle visual e instalação de armadilhas;

Identificação das causas de ocorrência de vetores transmissores de doenças nas dependências do referido aterro e no entorno imediato do mesmo; e

Desratização e outros procedimentos específicos para a eliminação de roedores transmissores de enfermidades, com a aplicação semestral de venenos e raticidas.

O controle de possíveis vetores de enfermidades deverá considerar a forma operacional do aterro sanitário, a ser feita de acordo com:

recobrimento diário dos resíduos sólidos dispostos no aterro, visando inibir a presença de urubus, roedores e insetos; e

cercamento de toda a área do aterro, visando inibir a presença de animais domésticos, tais como: cachorros, porcos, cavalos, entre outros.

Controle dos Gases Explosivos A formação de gases em aterros sanitários é causada pela decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos depositados no solo, produzindo uma mistura de gases que contém, principalmente, gás carbônico e metano. Sabe-se que a concentração de metano no ar, da ordem de 5 a 14%, constitui uma mistura de gases explosiva, causando riscos aos operadores do aterro sanitário.

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Os gases explosivos podem migrar através do subsolo e dos meios porosos do lixo contido nas células do aterro ou através do sistema de drenagem de percolados. Essa migração é controlada através de uma rede adequada de drenagem, constituída por drenos verticais situados em pontos estratégicos do empreendimento. No Aterro de Sanitário do CIGEDAS, os gases gerados no maciço de resíduos serão drenados através de um sistema de drenagem devidamente dimensionado para esse fim e serão queimados. Os serviços relativos à caracterização físico-química dos gases gerados serão desenvolvidos em conformidade com as normas técnicas vigentes relativas à coleta, ao acondicionamento e à realização de ensaios físico-químicos. Portanto, deverá ser feita a coleta de 1 amostra trimestral dos gases gerados no aterro para análise dos seguintes parâmetros físico-químicos: metano; dióxido de carbono; gás sulfídrico; ácidos voláteis e monóxido de carbono. A presente proposta contempla a realização de inspeções a serem desenvolvidas na superfície do aterro com o uso de explosivímetros ("snifers"), para medir a concentração dos gases potencialmente explosivos, nas áreas do aterro. Baseado nos dados coletados serão identificadas falhas e rompimentos no sistema de drenagem dos gases do aterro e serão adotadas medidas para evitar a ocorrência de explosões no local devido aos vazamentos dos gases potencialmente explosivos. Controle da Poluição Atmosférica A caracterização de operação de um aterro sanitário o torna semelhante a uma obra de terraplenagem com relação às poeiras fugitivas, porém, como uma obra de terraplenagem que tem a característica de se estender por diversos anos. Além das poeiras fugitivas serão monitorados os gases gerados pela queima do biogás produzido no aterro, eventuais emissões de odor e as emanações de biogás. Para tanto, serão desenvolvidas as seguintes atividades:

Verificação semanal da emissão de odores na área do aterro e em áreas circunvizinhas do mesmo através de vistorias;

Verificação semanal da emanação de gases combustíveis, através de inspeções realizadas com o explosivímetro em toda a área do aterro.

Sabe-se que o biogás é composto, essencialmente, de metano e dióxido de carbono, porém pode haver a presença de H2S e mercaptanas. O aterro conta com drenos e tubulações que garantem o escape dos gases gerados nos mesmos. Considerando que o poder calorífico do metano é maior do que o poder calorífico das mercaptanas, pode-se inferir que as mercaptanas serão destruídas através da queima dos gases, eliminando-se a produção de odores desagradáveis. Para garantir que a produção de odores seja devidamente controlada, deverá ser feita a avaliação das emissões dos gases nas diversas fases de operação e nas fases concluídas do aterro sanitário, através das seguintes operações:

Acompanhamento da operação do aterro principalmente no que tange à cobertura diária do lixo ali depositado;

Sistemática de inspeção e manutenção da operação do sistema de drenagem e queima dos gases e a instalação de queimadores adequados;

Avaliação da contribuição de odores provenientes das lagoas de estabilização do percolado gerado no aterro; e

Correção e contenção imediatas de afloramentos de percolado nos taludes concluídos.

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Controle de Poluição das Águas Superficiais e Profundas O lençol freático existente na área de influência do Aterro Sanitário eventualmente poderá ser contaminado pelo percolado gerado em conseqüência da decomposição dos resíduos sólidos depositados no aterro. Para evitar que isto ocorra serão tomadas as seguintes medidas:

Utilização de impermeabilização de base com solo argiloso;

Realização do monitoramento da qualidade das águas subterrâneas, conforme indicado nesta metodologia.

No caso da ocorrência de acidentes de extravasamento de percolado, o monitoramento no sistema de drenagem subterrâneo proposto detectará a contaminação do lençol freático. Caso ocorra a contaminação do lençol freático serão imediatamente adotadas medidas corretivas e adequadas para a recuperação da qualidade das águas do mesmo. Deve-se enfatizar que, devido aos procedimentos operacionais normalmente adotados em aterros sanitários, os riscos de erosão são intensos nos taludes expostos das células de disposição de resíduos. Para a minimização desses processos erosivos, dever-se a realizar as seguintes atividades:

Identificação, através de inspeção regular, dos pontos críticos de instabilidade dos taludes das células de resíduos sólidos;

Manutenção regular e preventiva do sistema de drenagem das águas pluviais, a fim de evitar riscos de rompimento e obstrução do mesmo;

Manutenção preventiva do sistema de captação e de tratamento/armazenamento do percolado;

Inspeção sistemática das lagoas de estabilização, no sentido de se garantir a boa condição operacional das mesmas.;

Inspeção visual, com freqüência semanal, da superfície do aterro com vistas a identificar eventuais pontos de afloramento de percolado. No caso de identificação desses afloramentos, proceder-se-á a recuperação/correção do sistema de drenagem do percolado; e

Execução de revegetação com plantio de gramas tipo "batatais" em todos os taludes das células encerradas do aterro, bem como nos locais onde foram retirados materiais de cobertura das células.

Programa de Eliminação da População de Animais Indesejáveis da Área do Aterro Apesar da inexistência de qualquer registro da presença de animais indesejáveis no aterro, sugere-se a realização de um levantamento para identificar populações desses animais no aterro e nos seus entornos. Além desta providência, o aterro será inteiramente cercado através de cercas que servirão como uma barreira contra a entrada de animais indesejáveis na área. No caso de ocorrência de urubus e outros pássaros, procurar-se-á detectar quais os motivos que induziram tal ocorrência, eliminando-os. Dever-se-á manter todos os resíduos diariamente cobertos evitando assim a proliferação de vetores.

7.1.2 SUBPROGRAMA QUALIDADE AMBIENTAL Identificar áreas frágeis, degradadas ou de equilíbrio morfodinâmico instável e processos com grande potencial impactante, como por exemplo a disposição de lixo, para se tornarem foco de maior atenção e intensidade de monitoramento.

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Acompanhar as alterações da cobertura vegetal, formação de voçorocas, deposição de entulho, ocupação irregular do solo e outras atividades impactantes negativas, através de inspeções permanentes. Proceder a reabilitação ambiental das áreas do canteiro de obras, caixas de empréstimo, de bota-fora, de disposição de resíduos, caminhos de serviço e estradas de acesso e de outras áreas alteradas, através de projetos paisagísticos específicos para cada caso. Sinalizar a área com placas educativas e com restrições de uso. Adotar medidas de controle de velocidade e de proteção aos trabalhadores, acompanhadas de campanhas de educação ambiental, visando prevenir acidentes e preservar a qualidade de vida e ambiental. Otimizar as visitas de inspeção para divulgar mensagens ecológicas, prestar esclarecimentos à população e ouvir suas reivindicações. Reavaliar os dados de projetos durante a fase de construção, visando um melhor dimensionamento de bueiros, sarjetas, meios-fios, aterros, taludes, muros de arrimo e canais. Realizar inspeções nas redes de drenagem e de esgotamento sanitário, com emissão de relatórios, certificando a qualidade dos trabalhos realizados. Propor medidas corretivas para as falhas detectadas nos sistemas de drenagem, abastecimento de água e esgotamento sanitário.

7.2. PROGRAMA DE CONTROLE DE EROSÃO Justificativa O empreendimento em questão envolverá, entre as principais obras, a execução de cortes e aterros, escavação das fundações, concretagem das estruturas, obtenção de material de empréstimo, disposição do material excedente de obras e dos cortes em solo, abertura de estradas de serviço e instalação de canteiros, todas com grande potencial de erosão. As áreas descobertas de vegetação tornam-se extremamente suscetíveis a processos erosivos. Na concepção do projeto final e no detalhamento de sua implantação deverão ser observadas as recomendações apresentadas neste PCA, visando minimizar os efeitos negativos desses impactos. Nas áreas potenciais ou com processos erosivos instalados, será necessário reverter suas causas e recompor as condições primitivas da paisagem degradada. Objetivo Propiciar um sistema de controle eficiente da erosão, fiscalizando as atividades construtivas e operacionais do Empreendimento, identificando áreas suscetíveis à erosão, eliminando suas causas e procedendo à sua recuperação. Atividades Realizar inspeções periódicas no local para verificação das condições de funcionamento das obras implantadas e detectar indícios de início ou continuidade de processos erosivos por falhas de projeto ou de execução dos sistemas de drenagem.

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Monitorar e fotografar os processos erosivos nas diversas etapas de implantação da infra-estrutura, de forma a se avaliar sua progressão, identificar e eliminar suas causas e adotar medidas corretivas. Fiscalizar as obras de construção com o objetivo de garantir o atendimento às especificações técnicas do projeto, exigidas para seu licenciamento ambiental. Executar obras de engenharia (obras de arte, drenagens, galerias, sarjetas, bueiros, etc.) e de recomposição vegetal para o controle da erosão. Integrar as atividades deste programa com a Recuperação de Áreas Degradadas e a Educação Ambiental e Sanitária para a otimização dos resultados.

7.3. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E RECOMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA

Justificativa As áreas degradadas durante a construção e operação do aterro, (desmatamentos, obras de infra-estrutura, acampamentos, canteiros de obras, exploração de matéria-prima, etc), necessitam de recuperação, pois além do aspecto estético, estão sujeitas à erosão e são focos de contaminação e de dispersão de vetores de doenças. O plantio de grama e arbustos complementam as obras de engenharia, reduzindo os níveis de ruído e de poluição, aumentando a taxa de permeabilidade e, ainda, compondo a paisagem. Os projetos de paisagismo procurarão, por associações de plantas harmoniosamente inseridas em um contexto de cores e formas, criar um ambiente onde as condições extremas de temperatura e umidade tendam a ser minimizadas. Objetivo Integrar, de forma harmônica o Empreendimento à paisagem, de maneira a reduzir os problemas de poluição e os impactos visuais e sonoros. Atividades Definir as espécies nativas a serem utilizadas na revegetação das áreas, de acordo com a legislação vigente e com a disponibilidade do mercado, dando especial ênfase ao que dispõe sobre o tombamento de espécies arbóreo-arbustivas. Fazer a recomposição topográfica, escarificar as áreas compactadas, terracear se necessário e recobrir a superfície das caixas de empréstimo e/ou taludes de bota-foras com o solo fértil estocado. Preparar o solo para o plantio, através de calagem e adubação, abrir covas e adubá-las e executar o plantio de gramíneas consorciadas com leguminosas. Executar a manutenção da área para eliminação de pragas, reposição de mudas e aplicação de adubação de cobertura até a irreversibilidade do processo (mínimo de 2 anos). Para o “aterro controlado existente ” haverá necessidade de um projeto de recuperação específico, a ser implementado após sua desativação, que deverá iniciar tão logo o Aterro Sanitário do CIGEDAS entre em operação.

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Ênfase especial deverá ser dada à recuperação da lagoa de chorume e do imenso “buraco” proveniente da retirada de material de empréstimo para cobertura periódica das camadas de lixo.

7.4. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL

Parcerias: Secretaria de Educação, Igrejas, Organizações Sociais, Associações Comunitárias e Lideranças Locais. Justificativas A Agenda 21 ao estabelecer ações estratégicas de desenvolvimento sustentável, elegeu a educação e a conscientização ambiental como um dos seus alicerces, juntamente com a legislação, o desenvolvimento tecnológico e a economia. Todas as questões, relacionadas com o ambiente e o desenvolvimento sustentável requerem uma abordagem integrada e interdisciplinar, envolvendo todos os segmentos governamentais, lideranças comunitárias, instituições educacionais (formais e não formais) e agentes financeiros para implementação do capítulo 36 da Agenda 21 que trata da educação, da conscientização ambiental e da capacitação de recursos humanos. Cabe ao Poder Público nos termos dos artigos 205 e 225 da Constituição Federal, às instituições educativas, aos meios de comunicação de massa, às empresas, entidades de classe, às instituições públicas e privadas e à sociedade como um todo promover a educação ambiental, a disseminação de informações gerais sobre a capacitação de recursos humanos, visando à conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente. Objetivos Gerais De acordo com o Art. 5º da Política Nacional de Educação Ambiental, Lei n.º 9.795/99, são objetivos fundamentais da educação ambiental:

desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

A garantia de democratização das informações ambientais;

estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social;

incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, estendendo-se à defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;

estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;

fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

Objetivo Específico: Desenvolver ações de sensibilização, mobilização e capacitação de agentes envolvidos com a

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problemática do lixo (gestores públicos, técnicos e trabalhadores, instrumentalizando-os para a gestão integrada dos resíduos sólidos. Atividades Capacitação técnica e gerencial dos prestadores de serviço que atuam em todos os níveis do sistema de gestão integrada de resíduos sólidos, maximizando sua eficiência. Capacitação de monitores e de professores da rede pública ou privada para atuarem junto às comunidades da área de influência do empreendimento. Criação de um corpo de voluntários com o objetivo de despertar o interesse pelas questões locais e auxiliar nas atividades de proteção ambiental, prevenção de doenças e controle da poluição. Difusão das informações necessárias à correta utilização dos serviços, especialmente horários de coleta e regras para apresentação dos resíduos a serem coletados, enfatizando a não geração e a minimização da geração de resíduos. Elaboração de material didático ou informativo sobre:

a prestação dos serviços ou ocorrências operacionais relevantes e seus custos;

hábitos higiênicos relacionados no manejo adequado dos resíduos sólidos;

orientação para consumo preferencial de produtos originados de material reutilizado ou reciclado; e

procedimentos para evitar desperdícios, enfatizando a não geração e a minimização da geração de resíduos.

Incentivo à valorização e ao uso adequado dos corpos hídricos, sua preservação e à promoção de ações que priorizem o equacionamento de situações que envolvam riscos à vida, à saúde pública, ao meio ambiente ou perdas materiais.

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8. CONCLUSÕES E SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES

8.1. ASPECTOS GERENCIAIS O desenvolvimento tecnológico, os avanços do conhecimento e a mobilização dos atores são potencialidades para a solução da problemática dos resíduos sólidos, mas a falta de recursos humanos e financeiros, os conflitos de interesse e a incompatibilidade das ações entre as diferentes esferas de administração pública tornam o sistema ineficaz. Daí a necessidade de serem desenvolvidas políticas, programas e sistemas de gestão integrada dos resíduos sólidos, contemplando todas as estratégias destinadas a estimular sua eficiência. Uma Política de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o REGIÃO DE CERRADO deverá ser desenvolvida em consonância com as Políticas Nacionais de Meio Ambiente, cumprindo suas diretrizes de universalidade, integralidade e eqüidade de forma sustentável e duradoura. Para tanto recomenda-se: - fortalecimento institucional dos órgãos responsáveis pela gestão integrada dos resíduos

sólidos; - a concessão de benefícios fiscais ou financeiros que garantam a expansão e a

sustentabilidade dos serviços de limpeza pública e urbana; - a capacitação técnica e a valorização de gestores e profissionais da área de resíduos sólidos; - articular e sensibilizar os gestores urbanos, ambientais e a sociedade civil, para planejar,

disciplinar e conter o avanço das cidades sobre áreas de relevante biodiversidade, UCs, florestas, áreas de vegetação nativa e de solos férteis;

- fomentar o desenvolvimento de pesquisa sobre o meio ambiente urbano, visando ampliar o conhecimento sobre problemas e potencialidades;

- a educação ambiental e a mobilização da comunidade para o controle social na prestação dos serviços;

- promover a Agenda 21 envolvendo a sociedade civil organizada e formando comissões para garantir a discussão, elaboração, implementação e monitoramento os serviços de limpeza pública de forma articulada com planos diretores municipais e com programas de educação ambiental;

- Incentivar a não geração, a minimização, a reutilização e a reciclagem de resíduos e as mudanças nos padrões de produção e consumo;

- Incentivar a substituição da coleta tradicional pela coleta seletiva:

reaproveitando os resíduos sólidos recicláveis e orgânicos;

economizando matéria-prima e energia;

gerando trabalho e renda;

incentivando a economia solidária;

promovendo a cidadania e a inclusão social.

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- Apoiar técnica e financeiramente projetos e programas que busquem implementar a sustentabilidade dos serviços de limpeza pública, com ênfase à coleta, transporte, armazenamento, tratamento e disposição final dos resíduos de forma ambientalmente adequada;

- Adotar sistemas de gestão e de planejamento ambiental de produção limpa e de sustentabilidade nos processos produtivos, buscando a redução ou eliminação de resíduos sólidos, efluentes líquidos e poluição atmosférica;

- Investir intensivamente em programas destinados à redução, reutilização e reciclagem dos resíduos gerados pela construção civil e de pneumáticos;

- Criar banco de dados de produção e destino desses resíduos, assim como certificação para reutilização;

- Apoiar políticas de prevenção, planejamento, contenção e fiscalização da ocupação irregular do solo, especialmente nas áreas de risco e de fragilidade físico-ambiental, tais como as áreas de preservação permanente e de mananciais, impedindo o comprometimento dos recursos ambientais e a qualidade de vida;

- Criar mecanismos que favoreçam o gerenciamento de passivos ambientais, incluindo áreas de preservação permanente, áreas urbanas irregularmente ocupadas; bem como a recuperação das áreas de risco e de fragilidade físico-ambiental;

- Incentivar programas e novas tecnologias de recuperação ambiental de áreas degradadas e de arborização de áreas urbanas, privilegiando-se o plantio de espécies da flora nativa.

8.2. ASPECTOS TÉCNICOS Apresentam-se nos próximos segmentos deste relatório as recomendações de ordem técnica para o desenvolvimento dos projetos e implantação do Aterro Sanitário, na área selecionada. Os trabalhos deverão contemplar as seguintes investigações e levantamentos de campo:

Levantamentos topográficos na escala 1:2.000, com curva de nível de 1 em 1m.

Execução de campanhas de sondagens à percussão e mistas para caracterizar o perfil geológico-geotécnico da fundação das áreas dos aterros. Estas campanhas deverão prever a determinação da posição do lençol freático, ensaios de infiltração e / ou de perda d’água.

Identificação de eventuais nascentes existentes nas áreas, incluindo determinação de vazões e caracterização da qualidade das águas.

A caracterização da qualidade das águas do lençol mediante a coleta de amostras em poços de monitoramento, instalados juntamente com as campanhas de sondagens.

Abertura de poços de inspeção e/ou execução de sondagens a trado para coleta de amostras, visando a caracterização de materiais de empréstimo de solos.

Do ponto de vista do projeto dos aterros, deverão ser considerados os seguintes dispositivos ou métodos executivos para assegurar o melhor desempenho operacional e para minimização de impactos ambientais:

8.2.1. TRATAMENTO PRÉVIO DA FUNDAÇÃO Uma vez que a grande maioria de acidentes em aterros sanitários está associada a rupturas pela fundação, os projetos recentes têm procurado remover ou substituir camadas de solos de baixa resistência ou aquelas que geram deformações indesejáveis ao maciço, bem como prever a implantação de sistemas de drenagem eficientes de nascentes e do lençol freático, evitando a formação de subpressões que possam influir na resistência dos materiais remanescentes.

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Portanto, na preparação das fundações do aterro deverão ser feitas escavações procurando remover, além dos solos inadequados à fundação dos aterros, aqueles necessários à conformação de encostas, visando facilitar a implantação dos sistemas de impermeabilização e de acessos operacionais e construtivos. Como os materiais oriundos dessas escavações são geralmente empregados na execução das camadas de cobertura diária das frentes em operação dos aterros, o planejamento dessas atividades deve ser cuidadosamente detalhado, a fim de se evitar a necessidade de criação de bota-esperas volumosos. Quanto aos sistemas de drenagem de fundação deve-se procurar implantá-los através de dispositivos de elevada durabilidade, considerando as principais solicitações e esforços a que estarão sujeitos ao longo de sua vida útil. Vale aqui destacar que através da determinação das propriedades físico-químicas e sanitárias das águas das nascentes e do lençol freático regional conduzidas por esses sistemas poderá ser avaliada a eficiência dos dispositivos de impermeabilização da fundação do aterro. Em geral, os sistemas de drenagem de nascentes de fundação são constituídos por linhas de drenos principais, geralmente ao longo das drenagens naturais, associadas a drenos secundários, do tipo espinha de peixe e a drenos auxiliares junto ao pé dos taludes escavados. A prática corrente tem empregado, nos drenos principais, tubulações perfuradas de concreto, PEAD ou RPVC, envoltas por material granular e geotêxtil de filtro. O projeto desses dispositivos, especialmente os constituídos por tubulações, necessita ser convenientemente calculado, uma vez que as mesmas estarão sujeitas à carga total dos aterros. Uma eficiente alternativa para contornar esta ação corresponde à implantação dos drenos em trincheiras escavadas na fundação, prevendo junto à sua base a incorporação de elementos francamente deformáveis, tais como camadas de solo pobremente compactada ou de resíduos plásticos, visando reduzir as cargas atuantes pelo efeito associado de arqueamento e diferença de rigidez dos materiais presentes no entorno da vala. Tendo em vista que a percolação de água confinada na fundação de aterros tende a promover a lixiviação dos solos adjacentes, nos quais há grande presença de íons de ferro, verifica-se uma forte tendência de formação de placas e gel de óxido de ferro quando os líqüidos entram em contato com a atmosfera. Estas placas tendem a colmatar os sistemas de drenagem com o tempo, podendo torná-los ineficientes. Assim, esses dispositivos devem ser dimensionados para operar afogados, de forma a obrigar que este fenômeno somente ocorra na saída dos sistemas de drenagem onde, conseqüentemente, pode ser feita limpeza periódica do gel formado. Com relação a potencial surgência do lençol freático nos retaludamentos de encostas, as soluções de controle do fluxo de água compreendem a execução de trincheiras drenantes circundando as escavações e a execução de sistemas de rebaixamento a partir de drenos horizontais profundos, os quais são interligados ao sistema de drenagem de nascentes.

8.2.2. IMPERMEABILIZAÇÃO DE FUNDAÇÃO Na engenharia atual de aterros Classe II, caso do CIGEDAS, prevalece o conceito de confinar os resíduos por barreiras impermeáveis, o que, conseqüentemente, protege os resíduos da entrada de líquidos externos e o subsolo da infiltração dos percolados e gases provenientes do aterro. De forma geral, são empregadas duas alternativas de impermeabilização, uma a partir da utilização de solos argilosos e a outra através de elementos sintéticos, do tipo geomembrana. Embora existam outros tipos de revestimentos, a utilização destas alternativas de forma isolada ou combinada é a mais freqüente nos Aterros Classe II brasileiros.

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A extensão destas ações depende do tipo de solo, especialmente quando no contato do aterro com a fundação o material é argiloso, uma vez que a argila absorve e retém com facilidade vários constituintes químicos dos percolados. Alguns projetistas consideram os dois materiais complementares e há uma certa resistência em se adotar somente a geomembrana devido ao seu custo elevado e às possibilidades de dano durante a instalação e operação do aterro. Neste sentido, um grande número de sistemas de impermeabilização e combinações tem sido desenvolvido. A seleção dos revestimentos, por sua vez, deve ser feita com base em estudos comparativos, enfatizando os aspectos executivos, econômicos e operacionais. Para os aterros em questão, julga-se que a adoção de geomembranas de PEAD e/ou de PVC são as mais indicadas para serem empregadas. Esses materiais têm sido largamente empregados nos aterros brasileiros.

8.2.3. DRENAGEM DE PERCOLADOS E GASES Durante o processo de decomposição da matéria orgânica dos resíduos sólidos ocorre uma grande produção de gases e de percolados. Assim, os projetos devem considerar implantação de sistemas eficientes de drenagem desses efluentes. As características físicas, químicas e biológicas, bem como o volume e a vazão desses materiais, dependem, entre outros fatores, da idade do aterro, das condições atmosféricas, principalmente relacionadas às precipitações, do tipo de aterro, do tipo de cobertura utilizado nas células, do revestimento final do aterro e da compactação dos resíduos. No tocante aos gases, há uma grande produção de metano, gás carbônico, oxigênio, hidrogênio e secundariamente, outros gases constituídos por benzeno, bioclorometano, toluenos, vilenos, etc. A composição físico-química dos percolados depende da idade do aterro. Caracterizam-se por pH ácido na fase inicial e básico nas fases mais maduras do aterro. Apresentam elevadas demandas biológica e química de oxigênio e concentrações variáveis de vários elementos como ácidos e metais pesados. Tendo em vista que tanto os gases como os percolados representam potenciais elementos de degradação ambiental dos solos de fundação, das águas do lençol freático e das áreas nos arredores do aterro, além de poderem ocasionar possíveis explosões e instabilizações no corpo do aterro, sistemas de drenagem interna necessitam ser implantados para assegurar a adequada captação e condução dos mesmos para dispositivos de tratamento. Em geral, esses sistemas servem para drenar simultaneamente os percolados e os gases.

8.2.3.1. Drenagem de Percolados Na fundação dos aterros, juntamente com a execução da camada de impermeabilização, devem ser previstos sistemas de drenagem constituídos por linhas principais de drenagem com tubos perfurados envoltos em material granular subjacentes a camadas drenantes de areia e ou brita / cascalho, associados a drenos secundários, configurando sistemas tipo espinha de peixe. Os tubos podem ser de concreto ou PEAD. Esses dispositivos devem ser projetados com declividades mínimas para assegurar a eficiente drenagem, bem como para evitar a colmatação dos sistemas por microorganismos do próprio

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chorume. Em áreas planas, previamente à instalação do sistema, deve ser feita a conformação topográfica da fundação para assegurar a declividade mínima desejada. A exemplo dos sistemas de drenagem de nascentes, os tubos de drenagem de percolados junto à fundação necessitam ser convenientemente projetados para receber a carga total dos aterros, quando concluídos. A alternativa para contornar este aspecto é similar a dos drenos de nascentes, ou seja, implantação em trincheiras e base constituída por elementos deformáveis. Nos aterros em anfiteatros, deverão ser previstos drenos de anel, os quais devem ser executados junto à extremidade da escavação e nas bermas da escavação, mediante a execução de valas, as quais são preenchidas com material granular. Estes dispositivos, além de assegurar a drenagem de percolados, deverão atuar como elemento de ancoragem da geomembrana de impermeabilização. À medida que o aterro for alteado, é importante prever a execução de drenos horizontais para promover a dissipação de níveis piezométricos dos percolados e de bolsões de gases presos nas células de resíduos já concluídas. Esses drenos horizontais devem ser constituídos por materiais granulares do tipo rachão. A sua implantação deve ser prevista para, preferencialmente, ser feita após a conclusão de cada célula de resíduos, mediante a escavação de uma trincheira até o topo da célula subjacente. Na seqüência, dever-se-á prever o lançamento de material granular, sendo o espaço remanescente preenchido com os resíduos escavados na abertura da trincheira. Esses drenos deverão ser previstos para ser interligados aos poços verticais de drenagem de gás e de percolados, os quais conduzirão os percolados coletados para o sistema de drenagem da fundação. Alternativamente, poder-se-á prever a execução de uma rede em “espinha de peixe”, onde os percolados serão conduzidos para um sistema de coleta localizado junto ao talude do aterro. Além desses sistemas, deverão ser executados drenos horizontais ao longo das bermas externas, para assegurar que os percolados não venham aflorar nos taludes, e drenos de talude similares aos drenos horizontais, porém instalados transversalmente ao talude para conduzir os percolados coletados nas diversas células para a base do aterro. Estes drenos terão por finalidade captar eventuais vazões de percolados não interceptadas pelo sistema de drenagem principal, e conduzi-las aos drenos de fundação.

8.2.3.2. Drenagem de Gases Para assegurar a dissipação dos gases gerados no interior do maciço dos aterros deverá ser prevista a implantação de sistemas de poços de drenagem. Esses poços servirão, também, para assegurar que os percolados captados pelo sistema de drenagem do maciço sejam conduzidos à fundação. Os sistemas podem ser ativos ou passivos. Os sistemas ativos apresentam maior eficiência na coleta de gases devido a aplicação de vácuo para forçar a drenagem. São, comumente, aplicados em aterros quando há reaproveitamento do biogás. Após a captação, os gases são conduzidos a pontos de queima controlada ou a centrais térmicas para a produção de vapor ou geração de energia elétrica. Devem ser empregados se os aterros forem previstos para o aproveitamento do biogás. A aplicação do vácuo traz a vantagem de que na área dos aterros e entorno serão, sensivelmente, reduzidas as emissões de odores desagradáveis, devido ao escape de gases pela camada de revestimento do aterro, uma vez que há a tendência de entrada de oxigênio e nitrogênio da atmosfera para o interior do mesmo.

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Estes poços poderão ser instalados após a execução parcial ou encerramento do aterro. Geralmente, são executados com auxílio de trados mecânicos, nos quais, depois de escavados, são introduzidos tubos perfurados, sendo o espaço remanescente preenchido com brita ou rachão. A profundidade máxima dos poços verticais deverá ser restringida entre 80% e 90% da altura do aterro, de forma a evitar possíveis danos à camada de impermeabilização de fundação. Nos sistemas passivos, a drenagem dos gases é feita naturalmente, sem aplicação de vácuo. O esquema construtivo neste caso pode ser similar ao do sistema ativo, isto é, escavando os poços com trados mecânicos ou, alternativamente, implantando-os à medida que se alteia o corpo do aterro. A maioria dos aterros sanitários brasileiros emprega esta última alternativa. Os poços são constituídos por tubos perfurados de concreto envoltos por uma camada de rachão de espessura não inferior a 0,50m, mantida junto aos tubos, através da instalação de uma tela metálica. Na base dessas tubulações, deve-se executar dispositivos especiais de proteção para se evitar o puncionamento da camada de impermeabilização da fundação. Em cada célula os poços são instalados previamente ao lançamento de resíduos. Após a execução da célula em questão é feito o alteamento para a célula seguinte, tomando todos os cuidados necessários para proteger a operação e procedendo à extinção de fogo nessas tubulações. Após a conclusão do aterro, devem ser instalados tubos galvanizados, providos de queimadores na sua extremidade, ou serem instaladas tubulações para posterior aplicação de vácuo e conseqüente reaproveitamento do biogás. A grande vantagem deste tipo de poço de drenagem diz respeito à possibilidade de interligação desses dispositivos com o sistema de drenagem de percolados de fundação e interligação com os drenos horizontais de cada célula, dando assim maior drenabilidade ao maciço do aterro.

8.2.4. LANÇAMENTO, ESPALHAMENTO E COMPACTAÇÃO As operações de espalhamento dos resíduos nos aterros Classe II, normalmente, deverão ser previstas para serem efetuadas por tratores de esteira, os quais deverão procurar distribuir os materiais em praças de trabalho, com espessuras e inclinações apropriadas para as operações de compactação que se seguem. A compactação dos resíduos, por sua vez, deverá ser realizada pelo tráfego dos próprios equipamentos de transporte e espalhamento (tratores de lâmina) ou por equipamentos específicos para este fim (rolos compactadores). A compactação dos resíduos apresenta-se como fator de elevada importância nas operações de aterros Classe II, visto que maiores densidades implicam, por um lado, em volumes adicionais de disposição e, conseqüentemente, maior vida útil para os aterros, e por outro, maiores resistências, melhorando assim a estabilidade dos maciços. Além disso, o processo de densificação resulta em menores recalques, importante aspecto para a integridade dos sistemas de drenagem e de recobrimento. O processo de compactação de resíduos em aterros sanitários vem experimentando nos últimos anos uma grande evolução, graças ao desenvolvimento de equipamentos mais eficientes, que permitem obter elevados graus de compactação, associados a técnicas operacionais que maximizam o peso específico dos resíduos. Atualmente encontram-se disponíveis no mercado, compactadores com carga (peso) operacional entre 22 e 45t. A obtenção de elevados graus de compactação permite ainda minimizar o espalhamento dos resíduos pela ação do vento; reduzir o risco de incêndio; limitar a migração dos percolados e gases e reduzir a espessura das camadas de recobrimento diárias.

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A seleção dos equipamentos deve levar em conta quatro aspectos principais - a vida útil esperada para o aterro, a demanda e a composição dos resíduos, a quantidade e características do material de recobrimento e o método de disposição e exigências quanto ao peso específico final requerido. Ressalte-se que o emprego econômico dos equipamentos é função direta da demanda diária de resíduos. Do ponto de vista operacional, podem ainda ser citadas as seguintes vantagens deste processo: a possibilidade de processamento de grandes volumes de resíduos; utilização de poucos equipamentos (trator de lâmina e rolo compactador) e reduzida mão de obra; e manutenção do “efeito de entrelaçamento” dos resíduos no maciço, favorável a sua estabilidade.

8.2.5. COBRIMENTO DIÁRIO DOS RESÍDUOS DISPOSTOS Durante a operação de aterros, os resíduos dispostos em células devem receber camadas de cobrimento ao final do dia, para evitar o arraste de detritos pelo vento, bem como para evitar o aparecimento de moscas, insetos, pequenos animais e outros vetores que possam provocar problemas de saúde pública. Adicionalmente, estas camadas atuarão para reduzir a geração de percolados durante períodos chuvosos. A questão da necessidade de implantação desses recobrimentos através de solos é freqüentemente debatida. É muito questionado o volume perdido do aterro por ocupação das camadas de solo argiloso. Estas camadas representam entre 10 e 20% do volume total do aterro, podendo gerar custos significativos para sua implantação. Outro aspecto muitas vezes questionado, corresponde à possibilidade da camada de recobrimento interferir substancialmente na permeabilidade vertical do aterro, podendo ser elemento que condicione o aparecimento de lençóis suspensos de percolados e bolsões de gás. Para o cobrimento das células de lixo ao final de cada dia, têm sido empregados vários materiais, a saber:

Solos provenientes das áreas de escavação do próprio aterro;

Solos de jazidas fora da área do aterro;

Materiais inertes que seriam dispostos no próprio aterro;

Materiais oriundos de “minerações” de aterros Classe II já inertizados existentes no seu entorno;

Materiais selecionados ou triturados provenientes de resíduos domésticos e comerciais;

Geomembranas sintéticas removíveis ou parcialmente perdidas. A escolha da melhor solução deverá ser feita a partir de estudos técnicos e econômicos para avaliar as vantagens e desvantagens de cada metodologia. Em geral, dentre as soluções mais comumente empregadas, as mais atrativas correspondem à: utilização de solos provenientes das áreas de escavação do próprio aterro e entorno ou, ainda, mediante importe de solos e o emprego de materiais inertes oriundos de demolições ou de resíduos da construção civil. Em função da quantidade de resíduos recebidos nos aterros e das dimensões da célula em execução, as coberturas dos topos das células poderão ser previstas para serem feitas continuamente, deixando apenas expostas as frentes de lançamentos, as quais por sua vez receberão os recobrimentos sempre que paralisações do lançamento de resíduos ocorrerem por mais de 12 horas.

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8.2.6. REVESTIMENTO FINAL A medida que o aterro for sendo encerrado, dever-se-á prever a execução da camada de revestimento final. Dentre as principais finalidades do recobrimento final sobre a superfície dos aterros sanitários, podem-se destacar:

Minimização de infiltração de águas provenientes de precipitações pluviométricas após a conclusão dos aterros;

Impedir o escape desordenado de gases e, conseqüentemente, limitar a possibilidade de ocorrência de acidentes ou degradação ambiental do entorno dos aterros;

Propiciar a plantação de vegetação e o reaproveitamento da área.

Para atingir esses objetivos a camada de recobrimento deve apresentar as seguintes características ao longo do tempo:

­ Resistir às condições climáticas a que estará sujeita; ­ Ser resistente à erosão provocada pela água e pelo vento; ­ Aceitar recalques acentuados provenientes da deformação do maciço do aterro ­ Suportar sobrecargas oriundas do tráfego de veículos durante as operações de

encerramento do aterro; ­ Ser resistente a ataques químicos causados por gases, plantas, animais, etc.

Em geral, os recobrimentos empregados nos nossos aterros e que certamente deverão ser empregados nos aterros de Brasília, caracterizam-se por uma camada de solos argilosos pouco erodíveis, sobre os quais realiza-se o plantio de grama.

8.2.7. DRENAGEM SUPERFICIAL A implantação de sistemas de drenagem superficiais apropriados deve se revestir de extrema importância para os aterros, devido à abundância de águas pluviais nos períodos de chuva. Caso esses dispositivos não sejam convenientemente considerados, os aterros poderão gerar parcelas indesejáveis de percolados e também influir nas condições operacionais durante períodos chuvosos. Esses dispositivos deverão compreender tanto a execução de sistemas provisórios como definitivos. A drenagem provisória deverá englobar os dispositivos de controle de escoamento superficial para evitar a infiltração e erosões nas praças ou taludes, em decorrência do afluxo de águas de chuvas e, também, as drenagens necessárias nas estradas de acesso provisórias. A drenagem definitiva deverá compreender os dispositivos que funcionarão após a conclusão de cada célula e após a conclusão do aterro, além da drenagem de vias de acesso definitivas.

8.2.7.1. Drenagem Provisória O sistema de drenagem provisória deverá considerar a implantação de canaletas escavadas na camada de cobrimento de cada célula. Essas canaletas deverão ser previstas para serem instaladas no contato de cada célula com as ombreiras e junto às bordas externas das células. Nos locais com declividade acentuada ou grande afluxo de água, deverá ser feito o revestimento com brita/pedra de mão ou sacos de solo/areia, a fim de serem evitadas constantes manutenções. Esses sistemas deverão ser interligados ao sistema de drenagem definitiva já implantada.

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Adicionalmente, esses dispositivos devem ser implantados nas ombreiras provisórias a fim de conter afluxos de águas superficiais oriundas de escoamentos superficiais a montante das praças de trabalho.

8.2.7.2. Drenagem Definitiva À medida que os aterros sejam alteados, deverá ser prevista a implantação dos sistemas definitivos de drenagem superficial, de modo a proteger as praças de trabalho e os taludes de corte e aterro de danos provocados pelas chuvas. Os dispositivos a serem instalados compreendem canaletas de berma, sarjetões, descidas d’água nos taludes, canaletas de concreto, descidas d´água em degraus, caixas de passagem, etc. As canaletas de drenagem e descidas em degraus deverão ser previstas circundando os aterros, para prevenir o fluxo de águas pluviais externas à área de trabalho. Devem ser, sempre que possível, integralmente construídas no início dos trabalhos. Os elementos de drenagem que forem previstos para serem implantados no corpo do aterro devem ser projetados com dispositivos que aceitem as grandes deformações que serão geradas pelos aterros. Em geral, a combinação de canaletas de brita nas bermas e descidas d´água de taludes constituídos por colchões de gabiões corresponde à solução mais atraente, pois minimizará as manutenções ao longo da vida útil dos aterros. Nas bermas onde esteja previsto tráfego de manutenção do aterro, devem ser implantados colchões de gabiões com pequena declividade transversal, de forma a assegurar que os equipamentos possam trafegar sobre eles. Nas bermas onde for previsto o tráfego constante de equipamentos de manutenção e de coletores ou carretas, em geral, deverão ser instalados tubos de passagem embutidos. A instalação de canaletas de concreto para drenagem das águas pluviais deverá estar restrita a regiões não sujeitas às deformações dos maciços dos aterros, como a região de contato do aterro com as ombreiras. Nos locais de forte declividade das encostas, deverão ser previstas descidas em degraus, de seção retangular ou trapezoidal, implantadas totalmente em concreto armado. Nos trechos de transição de taludes deve ser dada atenção especial ao travamento da escada (através de abas laterais) para evitar trincas por movimentação diferenciada de trechos da estrutura. Na parte final dos dispositivos de drenagem, como canaletas e descidas em degrau, onde a água passará a escoar pelo terreno natural, devem ser previstos dispositivos especiais, como revestimentos em rachão, para dissipação de energia e/ou controle de erosão na base das estruturas. Nas drenagens naturais existentes, em região de fortes declividades e onde ocorram fluxos concentrados e/ou velocidades acentuadas que podem provocar erosão do terreno, poderá ser necessário executar muros, caixas e colchões de gabião. Durante a operação do aterro deverão ser previstas equipes para desobstrução dos diversos dispositivos de drenagem e para a recomposição de eventuais trechos danificados, especialmente, após os períodos prolongados de chuvas ou precipitações intensas.

8.2.8. TRATAMENTO DE PERCOLADOS Um dos principais desafios associados ao projeto, implantação e operação de aterros consiste em escolher a alternativa mais atraente para o tratamento e disposição dos percolados.

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As técnicas construtivas e métodos operacionais mais modernos de aterros sanitários foram desenvolvidos, visando reduzir ao máximo a geração de percolados e impedir a contaminação do lençol freático. Estas alternativas, como recomendadas nos itens precedentes, procurarão de um modo eficiente drenar os percolados e conduzi-los aos sistemas de tratamento projetados. Dentre as diversas alternativas de tratamento, destacam-se a recirculação, a evaporação, o transporte para tratamento em estações de esgotos, os tratamentos aeróbicos associados a processos físico-químicos e os tratamentos anaeróbicos, de osmose reversa e de evaporação. No caso específico dos aterros em questão o co-tratamento em estações de tratamento de esgoto certamente será a alternativa mais atraente, face elas estarem adjacentes aos aterros estudados. Como opção, poder-se-á analisar a alternativa de evaporação do chorume, cuja tecnologia começa a ser empregada com sucesso entre nós, como por exemplo no Aterro Sanitário de Tremembé, no Vale do Ribeira no estado de São Paulo e o Aterro Sanitário de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

8.3. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS A solução para o problema de resíduos sólidos do CIGEDAS exige mais do que acabar com o Lixão da Estrutural, exige uma Política de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que vai desde a elaboração do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) até a escolha do local para o novo aterro sanitário. São graves os problemas de resíduos sólidos emCIGEDAS , permitindo inferir que o Estado carece de aprimoramento no processo de planejamento e gestão de resíduos sólidos urbanos. A capacitação técnica, operacional e gerencial dos agentes envolvidos, além da urgente destinação adequada dos resíduos, a ampliação e a modernização das usinas operacionais existentes e a instalação de novas usinas são as medidas mais urgentes a serem adotadas. Só mesmo um planejamento que considere as variáveis ambientais, sociais, administrativas, legais, operacionais e financeiras na gestão de resíduos sólidos, pode assegurar um prognóstico de sucesso e resolução do problema emCIGEDAS . Para tanto recomenda-se:

Desativar imediatamente o lixão da Estrutural, sua área recuperada e remediada, com recomposição ecopaisagística com espécies nativas do Cerrado, em projeto sustentável econômica e socialmente, com a participação de catadores. A área recuperada pode, inclusive, compor um cinturão de recuperação nas proximidades da Área 2 da Flona de Brasília, dos córregos do Valo e Cana do Reino, do setor de chácaras da Estrutural e do Parque Nacional de Brasília. A não desativação do Lixão manterá a presença dos catadores, indevidamente, no local;

Criar, em caráter prioritário, programas de inclusão social dos catadores de lixo, transformando-os em agentes ambientais;

Estimular a formação de cooperativas de agentes ambientais catadores de lixo, que atuem na triagem e comercialização de resíduos;

Incentivar a compostagem, diminuindo o volume de lixo destinado aos aterros sanitários ou lixões, gerando trabalho e renda;

Incentivar a articulação institucional entre gestores, visando à capacitação e cooperação técnica e financeira, especialmente nas áreas de saneamento básico, meio ambiente e saúde pública;

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Incentivar ações comunitárias e soluções regionais e locais que busquem a eliminação ou, pelo menos, a redução da geração de resíduos;

Assistir e encaminhar a programas de qualificação profissional e de geração de renda os cidadãos que sobrevivem da coleta de resíduos e que possam vir a ser ou sejam excluídos de seu meio de sustento;

Apoiar a organização de grupos de catadores na relação entre esses grupos e o poder público;

Discutir o uso dos aterros sanitários na geração de energia.

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9. CONCLUSÃO FINAL A geração de lixo cresce dia-a-dia em nossas cidades, cada vez mais populosas e urbanizadas. Com os cidadãos mais conscientes de seus direitos de viverem melhor em ambientes saudáveis, a coleta e a destinação correta do lixo vem adquirindo importância social, e porque não dizer, econômica e política, para um município. Vale lembrar que, ao lado da preocupação de dar-se um destino adequado ao lixo urbano, é importante pensar em um projeto de forma a atender as demandaas técnicas e as legislações. Assim o local a ser definido para o Aterro Sanitário do CIGEDAS, deverá atender todaas as legislações pernitentes a tema bem como as boas práticas de saneamento ambiental.

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