terror revolucionário - tour chile 2018exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à europa...

24
Terror Revolucionário - Tour Chile 2018 TERROR REVOLUCIONÁRIO NO CHILE Texto por Thiago Cardoso (Barbosa Osvaldo) 23/03/2018 (sexta-feira) - Santiago/Chile Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos 3 shows num fim de semana. Essa mini tour já estava programada a alguns meses, logo quando chegamos da tour europeia levantamos essa possibilidade de ir ao Chile. A iniciativa partiu do Fellipe CDC, que em uma de suas viagens pelo Chile conheceu o pessoal da banda A Sad Bada e propôs um intercâmbio. CDC tem três bandas, mas não sei porque cargas d’água Terror Revolucionário entrou na fita. Sorte nossa! Gostamos muito de tocar e tomamos o gosto por viajar com a banda. Na verdade sempre gostamos de viajar, mas as oportunidades para realizar uma viagem desse tipo apareceram depois de 18 anos de banda. Nos encontramos bem cedo no aeroporto, às 5h já estávamos despachando as bagagens. Nosso voo teve uma escala em Guarulhos/SP e depois de sobrevoar a Cordilheira dos Andes, chegamos em Santiago por volta de 15h. Esperamos por mais de uma hora na fila do controle migratório e para pegar as bagagens. Lá fora já nos esperava o Gastón, nosso anfitrião. Ele veio nos buscar no seu furgão preto que usa para carregar a banda dele e os equipamentos. Esse seria nosso carro para fazer as pequenas viagens pelo Chile. Mas logo após sair da área do aeroporto, o carro deu uma pane e ele encostou na primeira oficina que apareceu no caminho. Saía fumaça do motor pelo painel do carro. Uma merda isso. Ficamos parados por mais de três horas nessa oficina para ele tentar resolver o problema. Fui a pé junto com o CDC num shopping próximo para cambiar real por alguns pesos chilenos e comprar algo para comer. Quando retornamos o carro parecia já estar pronto e o pessoal (Gastón, Jeffer e Adriana) já nos esperava. Partimos, e o carro não andou 10 min e deu pau novamente. Fudeu! Teve que acionar o guincho da rodovia que nos levou, dentro do furgão guinchado, até um posto de combustível próximo para trocar pelo guincho que o Gastón teve que contratar e ali fomos dentro do furgão até chegar ao quartel general da banda A Sad Bada na capital chilena. Perdemos muito tempo com essa pane, e já chegamos lá de noite. Foi só conhecer o restante da galera, dar uma pequena pausa e ir para o local do show que por sorte era bem próximo do QG dos caras. Esse QG é uma casa grande e ali se reunem com os amigos, tem uma sala de estúdio, guardam os equipamentos da banda e recebem seus convidados. Tivemos um quarto para ficar por esses dias e lá nos espalhamos. Esse primeiro show aconteceu no Bar La Konsulta. Esse pico lembra demais um Squat europeu. Ficava ao lado de uma casa de show de striptease, e a entrada parecia de uma sobreloja da W3 Sul, e ficava um cara na entrada controlando a entrada, e a porta do local ficava fechada. Chegava alguem, falava com ele, se identificava e pagava, abria a porta e entrava. Sem nome do local, e sem identificação nenhuma que ali aconteceria um show. O espaço parecia uma casa, bem velha, o palco apertado ficava na sala, e tudo bem escuro, mas muito louco. Demorou demais pra começar, já eram tipo meia noite quando começou a primeira banda. E estávamos cansados pra caralho. Aquela canseira de acordar cedo, viajar e não dormir nada. Conhecemos o Giovani da banda Teogonia, que foi o organizador do show em Valparaíso que rolou no domingo. Nessa noite tocaram Teogonia, A Sad Bada, Sobras Del Descontento. Público razoável. Tocamos muito cansados nessa noite, já eram quase 3h da madrugada. Mas foi legal demais conhecer os caras das bandas e o público. Voltamos pro QG A Sad Bada. 24/03/2018 (sábado) - Santiago/Chile Ainda na sexta-feira a noite ficamos sabendo que o show que aconteceria sábado 24/03 na cidade de Curicó teve que ser cancelado devida a pane do furgão que levaria nós do Terror Revolucionário e os equipamentos das bandas. Todos lamentaram esse ocorrido. Para compensar, conseguiram encaixar a gente num show metal que rolaria em Santiago nesse mesmo dia. Achamos tranquilo e entendemos bem a situação. Aproveitamos o dia para passear por Santiago com a companhia do Gastón. Desde o primeiro momento pelas ruas, até mesmo com o carro quebrado na oficina logo após termos chegado de viagem, constatamos que o Chile tem muito rockeiro. Por todo tempo encontra-se gente vestida com camiseta de banda pelas ruas. Muito legal isso. Fomos para o Centro Cultural Franklin, local onde tocaríamos o segundo show, novamente em Santiago. Mesmo esquema da noite passada: um cara na porta, a pessoa se identifica, entra e fecha a porta novamente. Tinha já umas 6 bandas no lineup + Terror Revolucionário e A Sad Bada, incluídos de última hora. Inclusive as duas bandas ficaram por último para encerrar o evento. Logo quando chegamos foi perceptível ver que o negócio estava meio bagunçado. Bandas tocando o tempo que quisessem e demorando uma eternidade para começar, público que acompanhava determinada banda e ao final do show dos amigos se retirava. Fui com o CDC fazer um lanche na rua e dar uma olhada na redondeza, que não tinha porra nenhuma de interessante. Voltamos e as bandas insistindo em shows longos e chatos pra caralho. Foi sofrido aguentar aquele tanto de bandas na noite. Tinha uma banda black metal bem performática e com o palco cheio de adereços, mas no todo, achei tudo ruim e chato pra porra. Deu meia noite, e enfim deu a hora de tocarmos pra quase ninguem. Quando vamos no palco, chega um cara falando que já estava tarde e o show estava encerrado, que nenhuma banda tocaria mais. Foi uma merda isso. Fiquei muito puto. Voltamos pro QG A Sad Bada. 25/03/2018 (domingo) - Valparaíso/Chile Após a frustrante noite passada, esse dia tinha tudo para ser legal e assim foi mesmo. Gastón conseguiu um carro emprestado de parentes dele, e nos levou para Valparaíso que fica distante uns 100km da capital chilena. Saímos pela manhã, viagem bem tranquila. Os demais integrantes da banda dele iriam mais tarde em outro carro. Demos um rolê massa pelas ruas de Valparaíso, fomos no porto, subimos o morro com o bondinho, vimos várias cartazes de shows pelas ruas, inclusive o que iríamos tocar. Tiramos várias fotos, batemos um rango massa. No final da tarde fomos para o Sub Valpo, local do show. Um porão antigo, com cheiro de mofo, que um dia já funcionou uma casa de shows e festas. Giovani RH foi o organizador. Tocaram as bandas Karadima, Teogonia, A Sad Bada e a gente. Tinham uns punks que

Upload: others

Post on 05-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos

Terror Revolucionário - Tour Chile 2018

TERROR REVOLUCIONÁRIO NO CHILE

Texto por Thiago Cardoso (Barbosa Osvaldo)

23/03/2018 (sexta-feira) - Santiago/Chile

Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos 3 shows num fim de semana. Essa mini tour já estava programada a alguns meses, logo quando chegamos da tour europeia levantamos essa possibilidade de ir ao Chile. A iniciativa partiu do Fellipe CDC, que em uma de suas viagens pelo Chile conheceu o pessoal da banda A Sad Bada e propôs um intercâmbio. CDC tem três bandas, mas não sei porque cargas d’água Terror Revolucionário entrou na fita. Sorte nossa! Gostamos muito de tocar e tomamos o gosto por viajar com a banda. Na verdade sempre gostamos de viajar, mas as oportunidades para realizar uma viagem desse tipo apareceram depois de 18 anos de banda.

Nos encontramos bem cedo no aeroporto, às 5h já estávamos despachando as bagagens. Nosso voo teve uma escala em Guarulhos/SP e depois de sobrevoar a Cordilheira dos Andes, chegamos em Santiago por volta de 15h. Esperamos por mais de uma hora na fila do controle migratório e para pegar as bagagens. Lá fora já nos esperava o Gastón, nosso anfitrião. Ele veio nos buscar no seu furgão preto que usa para carregar a banda dele e os equipamentos. Esse seria nosso carro para fazer as pequenas viagens pelo Chile. Mas logo após sair da área do aeroporto, o carro deu uma pane e ele encostou na primeira oficina que apareceu no caminho. Saía fumaça do motor pelo painel do carro. Uma merda isso. Ficamos parados por mais de três horas nessa oficina para ele tentar resolver o problema. Fui a pé junto com o CDC num shopping próximo para cambiar real por alguns pesos chilenos e comprar algo para comer. Quando retornamos o carro parecia já estar pronto e o pessoal (Gastón, Jeffer e Adriana) já nos esperava. Partimos, e o carro não andou 10 min e deu pau novamente. Fudeu! Teve que acionar o guincho da rodovia que nos levou, dentro do furgão guinchado, até um posto de combustível próximo para trocar pelo guincho que o Gastón teve que contratar e ali fomos dentro do furgão até chegar ao quartel general da banda A Sad Bada na capital chilena. Perdemos muito tempo com essa pane, e já chegamos lá de noite. Foi só conhecer o restante da galera, dar uma pequena pausa e ir para o local do show que por sorte era bem próximo do QG dos caras. Esse QG é uma casa grande e ali se reunem com os amigos, tem uma sala de estúdio, guardam os equipamentos da banda e recebem seus convidados. Tivemos um quarto para ficar por esses dias e lá nos espalhamos.

Esse primeiro show aconteceu no Bar La Konsulta. Esse pico lembra demais um Squat europeu. Ficava ao lado de uma casa de show de striptease, e a entrada parecia de uma sobreloja da W3 Sul, e ficava um cara na entrada controlando a entrada, e a porta do local ficava fechada. Chegava alguem, falava com ele, se identificava e pagava, abria a porta e entrava. Sem nome do local, e sem identificação nenhuma que ali aconteceria um show. O espaço parecia uma casa, bem velha, o palco apertado ficava na sala, e tudo bem escuro, mas muito louco. Demorou demais pra começar, já eram tipo meia noite quando começou a primeira banda. E estávamos cansados pra caralho. Aquela canseira de acordar cedo, viajar e não dormir nada. Conhecemos o Giovani da banda Teogonia, que foi o organizador do show em Valparaíso que rolou no domingo. Nessa noite tocaram Teogonia, A Sad Bada, Sobras Del Descontento. Público razoável. Tocamos muito cansados nessa noite, já eram quase 3h da madrugada. Mas foi legal demais conhecer os caras das bandas e o público. Voltamos pro QG A Sad Bada.

24/03/2018 (sábado) - Santiago/Chile

Ainda na sexta-feira a noite ficamos sabendo que o show que aconteceria sábado 24/03 na cidade de Curicó teve que ser cancelado devida a pane do furgão que levaria nós do Terror Revolucionário e os equipamentos das bandas. Todos lamentaram esse ocorrido. Para compensar, conseguiram encaixar a gente num show metal que rolaria em Santiago nesse mesmo dia. Achamos tranquilo e entendemos bem a situação. Aproveitamos o dia para passear por Santiago com a companhia do Gastón. Desde o primeiro momento pelas ruas, até mesmo com o carro quebrado na oficina logo após termos chegado de viagem, constatamos que o Chile tem muito rockeiro. Por todo tempo encontra-se gente vestida com camiseta de banda pelas ruas. Muito legal isso.

Fomos para o Centro Cultural Franklin, local onde tocaríamos o segundo show, novamente em Santiago. Mesmo esquema da noite passada: um cara na porta, a pessoa se identifica, entra e fecha a porta novamente. Tinha já umas 6 bandas no lineup + Terror Revolucionário e A Sad Bada, incluídos de última hora. Inclusive as duas bandas ficaram por último para encerrar o evento. Logo quando chegamos foi perceptível ver que o negócio estava meio bagunçado. Bandas tocando o tempo que quisessem e demorando uma eternidade para começar, público que acompanhava determinada banda e ao final do show dos amigos se retirava. Fui com o CDC fazer um lanche na rua e dar uma olhada na redondeza, que não tinha porra nenhuma de interessante. Voltamos e as bandas insistindo em shows longos e chatos pra caralho. Foi sofrido aguentar aquele tanto de bandas na noite. Tinha uma banda black metal bem performática e com o palco cheio de adereços, mas no todo, achei tudo ruim e chato pra porra. Deu meia noite, e enfim deu a hora de tocarmos pra quase ninguem. Quando vamos no palco, chega um cara falando que já estava tarde e o show estava encerrado, que nenhuma banda tocaria mais. Foi uma merda isso. Fiquei muito puto. Voltamos pro QG A Sad Bada.

25/03/2018 (domingo) - Valparaíso/Chile

Após a frustrante noite passada, esse dia tinha tudo para ser legal e assim foi mesmo. Gastón conseguiu um carro emprestado de parentes dele, e nos levou para Valparaíso que fica distante uns 100km da capital chilena. Saímos pela manhã, viagem bem tranquila. Os demais integrantes da banda dele iriam mais tarde em outro carro. Demos um rolê massa pelas ruas de Valparaíso, fomos no porto, subimos o morro com o bondinho, vimos várias cartazes de shows pelas ruas, inclusive o que iríamos tocar. Tiramos várias fotos, batemos um rango massa. No final da tarde fomos para o Sub Valpo, local do show. Um porão antigo, com cheiro de mofo, que um dia já funcionou uma casa de shows e festas. Giovani RH foi o organizador. Tocaram as bandas Karadima, Teogonia, A Sad Bada e a gente. Tinham uns punks que

Page 2: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos

foram de carona de Curicó para Valparaíso para curtir o show. Essa galera vinha do sul do Chile para ver o show em Curicó, e por conta do cancelamento, deram um jeito de cair pra Valparaiso. Muito foda!

Esse show foi bem melhor que Santiago. Agora já não estávamos moídos, e o show foi legal pra caralho. Cervejas artesanais, local alternativo, público massa. Galera agitou legal. Nos despedimos do pessoal e demos uma esticada rápida até Vina del Mar pro Jeffer molhar os pés nas águas geladas do Pacífico. De volta a Santiago, voltamos pro QG e ficamos conversando com os novos amigos.

Foi um rolê curto, mas bem legal. Circuito pequeno e bem underground. Esperamos a visita da banda A Sad Bada logo em breve pelo DF e cidades próximas. Eles tocam um doom metal muito bem executado, com músicas bem longas e atmosféricas.

Voltamos na segunda-feira 26/03. Deu tempo apenas de comprar uns vinhos no supermercado para trazer à Brasília. Pegamos um uber para o aeroporto e fizemos o mesmo trajeto por Guarulhos/SP até Brasília. Escala apertada pode dar zebra e assim foi. Perdemos a conexão e nos colocaram num outro voo para Brasília. Sem grandes problemas… apenas um atraso na chegada. Valeu demais a experiência pelo Chile!

Page 3: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 4: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 5: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 6: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 7: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 8: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 9: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos

TERROR REVOLUCIONÁRIO NA ARGENTINA - Mini Tour 2019

Texto por Thiago Cardoso (Barbosa Osvaldo)

Nesse ano de 2019, mais precisamente em fevereiro, Terror Revolucionário completa 20 anos de persistência e muita teimosia. Continuamos firmes e fortes, apesar da idade da pedra de alguns integrantes, seguimos em frente.

Aproveitamos que a Adriana está fazendo um curso de pós graduação pegando aulas em Buenos Aires/Argentina, e com aquela antecedência de alguns meses, nos preparamos para fazer uma mini tour pela região de Buenos Aires. Fomos atrás de contatos para fechar umas gigs e compramos nossas passagens divididas em várias prestações. Dois caras foram fundamentais para acontecer os 3 shows: Juan Ruedy (de Moreno) e Hernan Diente (de Buenos Aires).

Mais uma vez, por intermédio do grande amigo Jorge Fúnebre (baterista da lendária banda paraguaia D.L.50, que tambem comemora 20 anos de estrada em 2019), nos apresentou o Juan Ruedy, que agita várias coisas na sua cidade chamada Moreno, um distrito bem afastado da região mais central de Buenos Aires. Juan toca baixo nas bandas Kemagorra e Asesinato en Masa, e já tocou a muito tempo atrás no Migra Violenta. Lembrei a Juan que tocamos juntos Terror Revolucionário e Migra Violenta em janeiro de 2005 em Santo André/SP.

Outro amigo nosso, grande parceiro, Juan Lerda, com quem já tive o prazer de tocar no início do Possuído pelo Cão e gravar o disco Possessed in the Circle Pit, nos ajudou com o contato do Diente. Juan foi morar em Buenos Aires no começo de 2006 e assim teve que sair das bandas Violator e Possuído pelo Cão.

01/02/2019 (sexta-feira) - Moreno/Argentina

Adriana já estava por Buenos Aires por conta do seu curso. Eu (Barbosa), fui alguns dias antes do início dos shows com a minha família. Jeferson e Fellipe CDC viajaram no dia do show e passaram por uma grande peregrinação para chegar até Moreno. Eles acordaram as 3h para estarem as 4h no aeroporto e ainda pegaram duas escalas até Buenos Aires. Chegando lá, Alan e Javier os esperavam, para servirem de guia e conseguirem chegar até Moreno. Pegaram um ônibus na saída do aeroporto e mais um trem, que durou mais de 1h de viagem até Moreno. Trem lotado, lotado!!! Entupido até a tampa. Fora que sumiram com a bagagem do Jeffer (equipamentos de bateria). Essa bagagem só veio a ser entregue quase dois dias depois, após muita reclamação com a companhia.

Adriana, eu e Paula (minha esposa), pegamos um metrô e depois o trem na estação Once até a última estação: Moreno. Viagem longa. Exatamente 1h09min de trem lotado até o final. No começo passavam uns ambulantes vendendo bebidas, lanches. Depois fica tão cheio que nem espaço tem mais para esses vendedores circularem pelo trem. Chegando em Moreno, ao sair da estação, precisávamos ainda pegar outro transporte. Procuramos por um táxi. Mas acho que nem tem táxi por ali. Por sorte, já meio perdidos ali pela cidade, apareceu um cara e perguntou se estávamos indo para o show. Esse cara nos salvou, chamou uma espécie de lotação - remise -, e ainda pagou a conta. No trajeto ele ligou pro Juan Ruedy e disse que tinha nos encontrado e ajudado. Uma pena que ele não pôde ficar até o final do show. Gracias, hermano! Essa rede subterrânea chamada underground funciona e dá suporte em todos os cantos.

Chegamos no local, uma ocupação - El Cañon, que resiste a alguns anos, onde funcionou uma garagem de ônibus coletivo, numa região de periferia. Por conta de ser uma ocupação, a direção do endereço era clandestina, e por isso não constava no flyer de divulgação. Espaço alternativo, onde dão oficinas e tem salas de aulas para a população carente local. Acontecia uma feira alternativa com exposições, estande de tattoo, camisetas, livros, lanches, peluqueria. Muitas crianças no local, filhos dos punks, e muitos punks. Um cigarro acesso ali, outro azarado acolá. Mesa de totó com a criançada no comando, skate, pixações, frases anarquistas espalhadas pelo local. Um palco nos fundos do galpão. Tinha

Page 10: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos

um bar que vendia umas cervejas e um drink muito doido com erva mate - fernet -, que tinha gosto de fumo, servido num copo descartável de 1 litro. CDC e Jeffer chegaram e já era mais de 19h, já tinha tocado a primeira banda, Kush, grindcore. Na sequência veio a veterana Asesinato em Masa, banda do Juan, com uma pegada bem HCNY. Tocaram tambem as bandas Sudaka Terror (crust) - que tem um vocalista brasileiro, o Reinaldo, Deceso (grind), Kemagorra (crust). Kemagorra é a banda do Javier (que encontrou CDC e Jeffer no aeroporto), Juan (nosso anfitrião) e tem a Pauli no vocal tambem. Muito boas as bandas que tocaram nessa noite. Fomos a última banda. O Evento tinha que encerrar as 22h e corremos pra montar nossos equipos. Jeffer conseguiu emprestado tudo, inclusive as baquetas, já que o seu equipamento estava sumido pela companhia aérea. Mas funcionou bem. Tocamos com a garra de sempre do Terror Revolucionário e a reação foi muito boa. Uns punks agitavam muito e no intervalo das músicas tinha um deles que dava umas pancadas no palco que fazia tremer tudo. Esse cara fazia incendiar e atiçar o público e tambem a banda. Tocamos todo o set list, e, a pedidos, tivemos que voltar e tocar mais vários sons. Muito mais que o esperado e planejado. Esse primeiro show superou nossas expectativas e foi muito bom! Quase no final, uma mina pediu o microfone e agradeceu a presença de todxs que colaboraram com os materiais de higiene pessoal que seriam doados a integrantes de movimentos sociais que se encontram encarcerados. Depois ficamos ali confraternizando com a galera, tomando umas cervejas, vendendo um qualquer no merchandise. Juan Ruedy ajeitou um carro que fez lotação e nos levou até Buenos Aires.

Page 11: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 12: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 13: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 14: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 15: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 16: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 17: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 18: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos

02/02/2019 (sábado) - Buenos Aires/Argentina

Marcamos encontro com o Juan Lerda, que iria nos acompanhar nesse dia. Juntos, pegamos metrô e fomos para o bairro Villa Crespo. No caminho o Juan nos contou um pouco da história do local onde rolaria o show. Esse pico tambem é clandestino, não constava no flyer, e o interessado que procurasse saber a direção do local. Aconteceu um lance de uma explosão de uma bomba que seria destinada a um juíz e machucou muito uma ativista. Por isso o local está sendo investigado e a polícia faz batidas constantemente. Não era permitido sequer ficar na porta do local nesse dia do show para não chamar atenção. É um espaço antifascista, onde movimentos sociais se reúnem, tem aulas de boxe, muay thai e outras modalidades, e acontecem shows underground tambem. Muitas bandeiras com símbolos antifas, sharp. É um espaço cultural com vários ambientes. Tem um local maior com palco para eventos. Mas nesse dia, acho que até por conta de vazamento de som para vizinhança, as bandas tocaram no porão. Um porão muito quente, úmido e com forte cheiro de mofo. E muitos fumantes tambem. Difícil ficar lá embaixo por muito tempo. Por isso até as pessoas se revezavam e ficavam na área do bar.

Tocaram as bandas Primitivo, Nada, Saló e Cutre. Nada tem uma pegada punk bem black flag. Saló com partes arrastadas e vocais gritados. Cutre, banda do Diente e com o baixista do Motosierra, tocam um hardcore/punk bem na pegada americana. Muito bom o som do Cutre. E os caras são muito gente fina. Emprestaram cabeçote peavey 5150, as coisas da bateria. Nesse dia o Jeffer já tinha comprado umas baquetas. Terror Revolucionário foi a última banda. Muito calor, “palco” escuro e destilamos lá todos nossos sons do set list. Valeu! Nesse dia apareceu a amiga da Adriana, Viviane, que mora em Campina Grande/PB. Mina figura, pilhadaça, super engraçada. Demos boas risadas com as histórias dela. Depois fomos comer a melhor pizza de Buenos Aires na pizzaria Guerrin.

Page 19: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 20: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 21: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 22: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos

03/02/2019 (domingo) - La Plata/Argentina

La Plata fica a 60 km de Buenos Aires. Sebastián, organizador do show no Pura Vida Bar, conseguiu um carro para nos buscar. Eliseo, as 19h estava lá para nos levar ao local. Pura Vida Bar tem um ambiente maravilhoso para um show do jeito que gostamos. Palco massa, iluminação, som muito bom, um mesanino que serve como camarim para guardar os equipamentos. Local perfeito! Povo foi chegando, fumando seus cigarros. Los Basura foram a primeira. Depois tocou um duo meio jazz experimental muito louco chamado Batate Split. Na sequência veio Cutre. Foda o show deles. Depois foi a gente. Tinha uma galera boa. Achei que para um domingo daria pouco público, mas conforme ia ficando mais tarde, mais gente ia chegando. Um fotógrafo tirou umas fotos muito boas das bandas. A resposta do público foi bem boa. Facinerosos, banda do Sebastián, toca hardcore rápido e tem um vocalista que lembrava o Pedro Catarro tanto na aparência, quanto nos trejeitos louco. Juntamos o povo que estava lá ao final e tiramos aquele retrato para a posteridade. Valeu Argentina! Foi bom demais!!!

Muito obrigado a todxs que puderam comparecer e nos apoiaram. Um salve especial ao Juan Ruedy, Alan, Javier Kemagorra, Gaby Sudaka Terror, Juan Lerda, Diente e pessoal do Cutre, Eliseo, Sebástian e Facinerosos.

Page 23: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos
Page 24: Terror Revolucionário - Tour Chile 2018Exatamente 9 meses após a inesquecível viagem à Europa para nossa primeira tour fora do país (23/06/2017), partimos para o Chile para fazermos