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Testes em Execução de Pisos Industriais dezembro/2015
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015
Testes em Execução de Pisos Industriais
Célia Moisés dos Santos
Turma: EEGyn 001
Email; [email protected]
Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG
Goiânia, GO, 21 de abril de 2015
RESUMO
Este presente artigo visa demonstrar através de pesquisa bibliográfica e empírica as
etapas de execução do piso industrial com adição de fibras sintéticas. A necessidade de
novos entrepostos comerciais para a logística de cargas se faz necessária em função do
aumento do mercado consumidor regional. A qualidade e a durabilidade dos pisos
industriais de concreto produzidos com a inclusão de fibras de polipropileno em sua
estrutura estão diretamente ligadas aos métodos executivos e numa obra de construção
de piso industrial o seu custo é muito representativo. O artigo ressalta os diversos
processos construtivos do piso de concreto, os cuidados que deve haver com as etapas
de execução e a qualidade final para a obtenção de altos índices de planicidade (FF), de
nivelamento (FL) para maior durabilidade do piso diminuindo a chance de fissuras.
PALAVRAS-CHAVE: Piso industrial. Método construtivo. Planicidade. Nivelamento.
ABSTRACT
This article aims to demonstrate through empirical research literature and implementing
stages of industrial floor with added synthetic fibers. The need for new commercial
outlets for cargo logistics is necessary due to the increase of the regional consumer
market. The quality and durability of concrete industrial floors produced with the
addition of polypropylene fibers in its structure are directly linked to business methods
and a work of industrial floor construction the cost is very representative. The article
highlights the various construction processes concrete floor, care should be run through
the steps of the final quality and to obtain high levels of flatness (FF), leveling (FL) to
floor durability decreasing chance of cracks.
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KEYWORDS: Industrial floor. Construction method. Flatness. Leveling.
INTRODUÇÃO
A execução de pisos industriais no Brasil teve um grande impulso na década de
1990 por conta da estabilidade econômica iniciada nessa época e como consequência do
maior intercâmbio intelectual com outros países. Uma importante revolução tecnológica
se fez presente neste período em função das exigências do mercado em especial para as
grandes redes varejistas que expandem na atualidade seus entrepostos comerciais, para
atender a demanda cada vez crescente de consumidores.
De acordo com o autor supracitado;
A execução de projetos específicos para atender as necessidades da obra é uma
solução para o desenvolvimento de especificações técnicas responsáveis para
atender as exigências operacionais, solicitações e carregamentos do piso em
vista do desgaste originado por ação de agentes químicos e mecânicos.
(RODRIGUES, 2006).
O presente estudo traz como objetivos apresentar, através de revisão
bibliográfica, o método executivo para pisos de concreto com fibras sintéticas como
uma sequência construtiva lógica, assim como dados, parâmetros de projeto e execução
de um piso específico. Identificar com base num projeto detalhado de piso de concreto
com fibras de polipropileno, descrever a sequência executiva dos processos dentro do
canteiro de obras, os equipamentos necessários, a concretagem, o controle tecnológico
do concreto e as tolerâncias superficiais que são testes exigidos para a execução do
projeto.
O estudo se faz necessário para averiguar de que forma o processo de execução
de pisos industriais com adição de fibras sintéticas pode ser realizado, ainda de acordo
com RODRIGUES et al (2003), é o sistema de pavimentos industriais mais
popularmente empregado atualmente na indústria da construção civil brasileira.
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SEQUÊNCIA NA EXECUÇÃO DE PISOS INDUSTRIAIS
A etapa executiva dos pavimentos industriais apresenta, necessariamente, um
planejamento apurado de ações coordenadas incluindo a qualificação mínima exigida de
mão-de-obra, ou seja, a mesma deve possuir a especialização necessária. Outro fator
preponderante para que se obtenha o desempenho previsto pelo projeto do pavimento é
quanto ao controle tecnológico, tanto das etapas do processo construtivo, quanto dos
materiais.
Segundo Rodrigues et al (2003): Em geral, o projeto para pavimento industrial
apresenta os seguintes dados:
Método de preparação do subleito e índices de compactação da fundação;
Sistema de sub-base (composição granulométrica e índices aceitáveis de
nivelamento); Especificação da barreira de vapor (espessura e tipo do
material); Definição do sistema quanto ao reforço estrutural dimensionamento
e memória de cálculo de todos os elementos componentes; Especificação do
concreto (resistência à compressão, resistência à tração por flexão, o e
consumo de cimento, abatimento, relação água/cimento, consumo de água, teor
de ar incorporado, teor de argamassa, especificação dos agregados, aditivos e
adições); Especificação de elementos estruturais incorporados ao concreto
(armaduras, cabos e assessórios de protensão, fibras, barras de ligação e
transferência, espaçadores); Acabamento superficial (aspectos estéticos,
controle de planicidade e nivelamento, especificação de endurecedores de
superfície ou aspersão de agregados minerais e metálicos); Materiais e
procedimentos de cura; Especificação das juntas (projeto geométrico, detalhes
executivos e especificação de sistemas e materiais para selamento); Memorial
descritivo contendo todos os procedimentos executivos a serem adotados na
execução, além de informações pertinentes para a utilização do piso, quais
sejam, procedimentos de manutenção.
Verifica-se que, assim como em outras áreas da construção civil, nem sempre
um projeto que forneça o máximo de informações possíveis, é considerado um projeto
ideal, pois, além de fornecer todas essas informações, a definição de um bom projeto
para pavimentos industriais é influenciada pelo atendimento da demanda, pelas
condições técnicas, pela eficiência do piso na sua utilização, assim como pela
viabilidade financeira e durabilidade prevista.
CHODOUNSKY (2007) define o concreto reforçado com fibras como uma
mistura (compósito) construída em duas fases: concreto e as fibras. Que as propriedades
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podem ser determinadas pelo comportamento estrutural do seu conjunto formado por
seus componentes.
A execução da fundação de pisos industriais, em sua quase totalidade, é
compreendida por algumas etapas, sendo inicialmente preparadas as primeiras camadas
do solo para o recebimento da placa de concreto. Segundo Rodrigues et al. (2003), essas
operações devem ser criteriosas para não comprometer o desempenho do pavimento,
mesmo que este apresente qualidade na camada da placa de concreto. Consideram-se
como execução da fundação, os serviços executivos das camadas do subleito, a sub-base
e a barreira de vapor.
Compreendem etapas da fundação de pisos industriais:
SUB-LEITO
Trata-se de um parâmetro de suma importância para um bom funcionamento de
um sistema de pisos industriais a análise e caracterização do subleito. “A partir de
estudos geotécnicos são tomadas decisões, ainda em fase inicial de projeto, para
dimensionamento estrutural do piso considerando qual a capacidade de absorção das
cargas e condições de estabilidade apresentadas pelo solo”. RODRIGUES (2003).
O subleito deve apresentar configuração uniforme ao longo de sua extensão.
Após os serviços de terraplenagem é necessário conferir as condições de
homogeneidade das características do solo. Em especial nas áreas próximas às
fundações do edifício e galerias de drenagem, as atenções devem estar voltadas a
recompor adequadamente o solo local com as mesmas características de composição,
granulometria e compactação do solo existente, objetivando o não surgimento de
possíveis recalques diferenciais.
SUB-BASE
Após a compactação e aceitação do subleito, o material especificado, o qual é
preparado de acordo com normatização específica, para a sub-base deve ser lançado e
distribuído de maneira uniforme ao longo da área do pavimento, respeitando a espessura
prevista em projeto. Rodrigues et al. (2003) reforça que a espessura determinada em
projeto é a espessura final após execução da compactação.
BARREIRA DE VAPOR
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É situada entre as camadas da sub-base e as placas de concreto, também atua
como camada de deslizamento, uma vez que evita a consolidação estrutural das
camadas imediatamente superior e inferior. Este filme de polietileno (lona plástica)
garante boas condições de movimentação das placas em decorrência das variações de
comprimento por retração e dilatação térmica do piso de concreto, caracterizando o
sistema como placas não-aderidas (Figuras 1 e 2).
Figura 1: Camadas de um piso industrial – Detalhe do filme de polietileno PTR
da Usp, publicado em 18 de agosto de 2002.
Figura 2: Instalação de filme de polietileno PTR da Usp
As lonas plásticas, como são popularmente conhecida e aqui demonstrada na
figura 2, são produzidas geralmente nas medidas de 2 a 8 metros de largura e em
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diversas espessuras. A largura a ser instalada é determinada em função das larguras das
faixas de concretagem e as espessuras mínimas especificadas para pavimentos
industriais são de 0,15 mm.
CONCRETAGEM
As placas de concreto são os elementos estruturais de maior importância dentro
do sistema de pavimentação industrial. É a camada responsável por receber e absorver
todos os carregamentos e posteriormente transmiti-los de maneira uniforme às camadas
de suporte inferiores, sub-base e subleito. As tolerâncias executivas da espessura da
placa de concreto deverão obedecer a um intervalo de acordo com cada projeto
específico. Rodrigues (2003)
O processo de concretagem pode ser dividido em cinco etapas seqüenciais:
produção e transporte, lançamento, adensamento, acabamento superficial e cura. É
fundamental controlar tais processos, sobretudo no cronograma de execução, com
estipulação de tempo aproximado transcorrido entre eles para que as fases se processem
adequadamente.
FIBRA SINTÉTICA
Os projetistas de pisos industriais devem especificar o concreto quanto à
resistência à tração por flexão, a espessura do piso e a dosagem de fibra. Quanto às
fibras cabe ao projetista solicitar as curvas médias de carga por deflexão, num ensaio de
tração por flexão.
A incorporação de fibras em misturas cimentícias promove uma melhora
significativa em diversas propriedades mecânicas, com destaque para a tenacidade, a
resistência à fadiga, assim com a resistência ao impacto, pois aumentam a capacidade de
absorção de energia e atuam como ponte de transferência de tensões através das
fissuras, reduzindo sua propagação e expansão. Além disso, o concreto reforçado com
fibras apresenta maior ductilidade em relação às matrizes não reforçadas, que se tornam
deficientes após a formação das primeiras fissuras. www.macroquimica.com.br
Dependendo de sua geometria, as fibras podem ser classificadas em duas categorias:
Microfibras: possuem diâmetro inferior a 0,30 mm. Sua função principal é o controle de
fissuras ocasionadas pelas retrações na fase plástica do concreto. Exemplo: fibras de
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vidro, por terem módulo de elasticidade superior ao do concreto endurecido, também
controlam a retração na fase endurecida;
Macrofibras: possuem diâmetro superior a 0,30 mm. Sua função principal é aumentar a
tenacidade do compósito reforçado, através de sua atuação como ponte de transferência
de tensões.
O emprego de fibras, geralmente de polipropileno, incorporadas ao concreto,
tem sido adotado quando do dimensionamento de pisos de concreto. Tais fibras surgem
como uma solução inovadora, pois podem substituir as estruturas armadas em pisos com
carregamentos leves e médios. Contudo, por serem de uso recente, ainda demandam
uma série de cálculos e testes para realmente se consolidarem neste mercado, sendo
necessários maiores estudos para o seu uso no dimensionamento pelos projetistas.
A adição da macrofibra deverá ser aplicada preferencialmente na usina,
conforme demonstra a figura 4, em geral, na quantidade especificada pelo fabricante. É
aplicada de forma distribuída, abrindo o saco e “semeando”, juntamente com os
agregados, a fim de que haja homogeneização da mistura. A figura 3 demonstra as
características da fibra, fabricada pela construquimica.
Figura 3: Propriedades da macrofibra utilizada no concretowww.construquimica.com.br
Figura 4: Adição de fibra juntamente com agregado na usina de concreto:
www.construquimica.com.br.
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TOLERÂNCIAS SUPERFICIAIS
As tolerâncias superficiais têm como referencia as recomendações do American
Society for Testing and Materials (ASTM E1155-87) e do ACI 302-12 no que se refere
ao conceito do F-Number System sobre a planicidade e o nivelamento.
Tais tolerâncias superficiais são o índice de planicidade (flatness), chamado de
FF, que define a curvatura máxima permitida no piso em 600 mm, calculada com base
em duas medidas sucessivas de elevações diferenciais, tomadas a cada 300 mm e o
índice de nivelamento (levelness), conhecido como FL, o qual, por sua vez, define a
conformidade relativa da superfície com um plano horizontal, medido a cada 3 m.
O par de valores F-Number é, geralmente, apresentado na forma FF/FL, de
modo que uma especificação indicada como 25/20 significa que o índice FF é de 25 e o
FL é 20. a figura 5 demonstra o controle de planicidade.
Figura 5: Controle de planicidade e nivelamento através de aferição dos níveis durante o
processo de lançamento e acabamento do concreto. www.adolinpisos.com.br
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CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO INDUSTRIAL
Os aspectos sobre a tecnologia do concreto são demasiadamente extensos,
exigindo um estudo detalhado de seu comportamento para cada caso específico. Como
informações adicionais ao artigo, são apresentadas apenas algumas condutas para
produção do concreto para pavimentação industrial, segundo a ABCP 1994. Quais
sejam:
Produção e transporte - o concreto para pisos industriais deve ser dosado
segundo condições específicas. É fundamental a interação entre a empresa da central
dosadora e o projetista na fase de especificação destes materiais e planejamento da
concretagem, sobretudo considerando:
Traço adequado, aditivos e adições;
Condições do fornecimento (logística de transporte, capacidade técnica e operacional da
central dosadora,);
Logística de lançamento (equipamentos e disponibilidade de acesso ao canteiro de
obras).
Lançamento - o método de lançamento do concreto, conforme demonstrado na
figura 6 é definido a partir da disponibilidade de equipamentos de lançamento e em
função das condições de acessibilidade à área a ser concretada, podendo ser lançado
diretamente do caminhão, ou necessitar do emprego de bombas tipo lança para alcançar
áreas de difícil acesso. Quanto às questões de acessibilidade, essas são definidas de
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acordo com sistema de piso adotado, permitindo o tráfego de caminhões betoneira, pois
no caso do concreto com fibra de polipropileno adicionado, possibilita que o próprio
caminhão despeje o concreto diretamente no solo sem a necessidade de bombeamento.
Figura 6: Lançamento do concreto direto do caminhão: www.pisosindustriais.com.br
Adensamento - os processos de adensamento do concreto, em geral, conforme
demonstrado na figura 7, associam o uso de régua vibratória treliçada com vibradores de
imersão nas áreas próximas às formas. Considerando as baixas espessuras das placas
utilizadas atualmente, com cerca de 15 cm, as sequências de concretagens em faixas, e a
baixa densidade de armações e demais elementos de reforço estrutural, a utilização da
régua treliçada vibratória tem se mostrado um processo bastante eficiente.
Figura 7: Distribuição e adensamento por régua treliçada vibratória:
www.bhpisos.com.br
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A Laser Screed demonstrada na figura 8 é uma máquina autopropelida, guiada
por emissor laser que corrige os níveis através de mecanismos hidráulicos, garantindo
bons índices de planicidade e nivelamento. Além disso, a redução do número de fôrmas
e juntas de construção é significativa, uma vez que permitem concretagens de placas de
grandes dimensões. No caso do estudo realizado com a utilização deste equipamento
verifica-se uma maior produtividade e qualidade na execução da obra.
Figura 8: Laser Screed. Operações simultâneas de adensamento, de corte, nivelamento e
início de acabamento. www.concreteenterprises.com
Após o adensamento e o corte efetuado com a régua treliçada ou Laser Screed,
os processos são executados ordenadamente.
Figura 9: Regularização da superfície através do rodo de corte
www.estreladosulconstrutora.com.br
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Acabamento superficial - a execução do acabamento superficial poderá
apresentar variações metodológicas em função do aspecto estético desejado, da
existência de especificação de acabamentos especiais. Ressalta-se, a importância de
práticas executivas criteriosas nesta etapa, pois a superfície acabada estará em contato
direto com o meio agressor, devendo apresentar bom desempenho segundo os métodos
adotados. Na figura 9 é demontrado a regularização da superfície através do rodo de
corte.
Os critérios para avaliar o intervalo de pega, entre a aplicação do rodo de corte e
as operações das acabadoras mecânicas, assim como o controle da exsudação, são
fundamentais para garantir bom desempenho do piso visto que neste período, podem
ocorrer patologias de micro fissuração e retração.
Portanto, é necessário um acompanhamento presencial nesta fase de execução,
pois a partir das condições ambientais e características apresentadas pelo concreto, deve
ser definido o momento ideal para o início das atividades das acabadoras mecânicas.
Este tempo pode variar bastante segundo a especificação do concreto, comprometendo o
desempenho do acabamento superficial tanto pela execução prematura, quanto pela
execução tardia do processo de desempeno mecânico.
O lançamento e espalhamento dos líquidos na superfície devem ser efetuados
com sistemas de baixa pressão, evitando o jateamento do material contra a superfície do
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concreto curado. Na Figura 10 é demonstrado o desempeno e alisamento mecânico com
acabadoras duplas.
Figura 10: Desempeno e alisamento mecânico com acabadoras duplas:
www.concreteenterprises.com
Procedimentos de Cura - O período de cura é o intervalo de tempo que
corresponde às reações iniciais de hidratação do cimento e endurecimento do concreto.
A concretagem de pavimentos industriais merece cuidados ainda maiores com os
procedimentos de cura, pois devido à grande superfície concretada exposta, as
condições ambientais exercem grande influência na qualidade do concreto, podendo
causar evaporação da água necessária à hidratação completa do cimento.
Além disso, na maioria dos casos considera-se adoção do concreto aparente
como acabamento final, devendo existir práticas específicas para adoção de sistemas
que não produzam manchas na superfície.
Em vista às dificuldades encontradas para os procedimentos de cura, sobretudo
pela logística de execução dos acabamentos superficiais, é indicada a adoção de práticas
de cura em duas etapas: a cura inicial (cura química), através da aplicação de líquidos
retardadores de evaporação ainda nas fases iniciais do acabamento e a cura
complementar, até que o concreto atinja 75% de sua resistência, feita através de
saturação de umidade em dispositivos inertes dispostos na superfície das placas.
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Juntas - juntas são mecanismos de descontinuidade estrutural que apresentam a
função básica de permitir a movimentação dos segmentos estruturais de forma
independente. Segundo Rodrigues (2003), elas controlam as variações higro-térmicas do
concreto, permitindo movimentações de retração e dilatação das placas. Além disso,
servem como elementos auxiliares ao processo de execução.
As juntas utilizam mecanismos de transferência de cargas compostos por barras
de transferência ou encaixe macho-fêmea, com função de distribuir os carregamentos
impostos para as placas adjacentes. Juntas de Construção - as juntas de construção
demonstradas na Figura 11 12 e 13 são formadas pela limitação das fôrmas instaladas
no perímetro das placas concretadas. O espaçamento deste tipo de junta é condicionado
por fatores logísticos da execução da obra, sendo limitado em função dos equipamentos
disponíveis, índices de planicidade especificados em projeto e geometria da área (plano
de concretagem). A figura 12 demonstra o tratamento de junta de construção sem a
necessidade de reforço.
Figura 11: Junta de construção (JC) www.ptr.usp.br
Figura 12: Tratamento de junta de construção: projeto LPE Engenharia e Consultoria
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Figura 13: Detalhe de uma junta de construção com barras de transferência após
desfôrma www.ptr.usp.br
Como estratégia de reforço nas juntas de construção, é recomendada a utilização
de lábios poliméricos que são o reforço de bordas à base de resinas epoxídicas com
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polímeros minerais de alta resistência. São utilizados para reforços de quinas em
construções com alto tráfego como viadutos, pisos industriais e estacionamentos. Os
lábios poliméricos tornam-se parte integrante do concreto tornando-o uma peça
monolítica, conferindo-lhe resistência superior a 60 Mpa, o que evita o esborcinamento,
ou seja, que as bordas quebrem e mantém o selo de vedação intacto. A figura 14
demonstra o lábio poliméricos, o tratamento é realizado conforme a figura abaixo.
Figura 14: Lábio polimérico: LPE Engenharia e Consultoria
Juntas Serradas - segundo as práticas recomendadas pela Associação Brasileira
de Cimento Portland - ABCP, o início do procedimento de corte das juntas deve ser
evitado com o concreto ainda “verde”, pois pode causar esborcinamento e
desprendimento de partículas dos agregados graúdos; e não pode ser muito tardio, pois
o atraso pode permitir o aparecimento de fissuras de retração. O tempo indicado para
início dos cortes é variável em função do tipo de concreto empregado, a velocidade de
hidratação do cimento e a temperatura ambiente, variando geralmente entre 8 e 15
horas.
Após a identificação do momento preciso para o corte, deverão ser feitos os
cortes precedidos de marcação de alinhamento e com profundidade definida conforme
projeto geométrico e detalhamento das juntas.
A seqüência dos cortes deve-se proceder de maneira a dividir as placas
sucessivamente em placas de menores dimensões, conforme indicado na Figura 15:
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Figura 15: Plano de corte das juntas transversais: ABCP
As juntas serradas transversais de retração são executadas com disco diamantado
e maquinário específico, que induzem a fissuração localizada das placas de concreto.
Logo, são muitas as propriedades relacionadas á retração térmica, quais sejam:
propriedades mecânicas, como a resistência á tração, que não pode ser
ultrapassada com risco de se gerarem fissuras; propriedades elásticas como o
módulo de deformação e o coeficiente de Poisson, respectivamente direta e
inversamente proporcionais ás tensões de origem térmica; fluência e
capacidade de deformação, e propriedades térmicas como coeficiente de
dilatação térmica linear, elevação adiabática da temperatura, calor específico,
difusividade térmica e condutividade térmica (MEHTA & MONTEIRO, 1994;
FURNAS, 1997; NEVILLE,1982).
Conforme demonstra a figura 16, 17 e 18. As juntas devem ser tratadas para
evitar a entrada de água e materiais sólidos que podem danificar a estrutura o tratamento
e selamento deverão ser feitos após cura completa do concreto e limpeza com
jateamento de ar comprimido depois de executadas. Este tratamento normalmente é
feito por meio da selagem das juntas utilizando materiais elastoméricos, que podem ser
de várias naturezas, tais como a base de poliuretano, poliuretano modificado com
betume, silicone, etc.
Por fim, para maior durabilidade do piso, deve ser feita manutenção preventiva
das juntas com certa periodicidade, levando-se em conta o seu desgaste durante o tempo
em que estiver em serviço.
Figura 16: Junta Serrada e fissuração induzida: www.ptr.usp.br
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Figura 17: Execução da Junta Serrada fonte: www.ptr.usp.br
Figura 18: Indução de fissura no alinhamento da junta serrada Fonte: ABCP
Figura 19: Tratamento de juntas serradas fonte: LPE Engenharia e Consultoria
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Enfim, novas tecnologias podem ser empregadas atualmente para se reduzir o
risco da fissuração por atraso no corte das juntas. Trata-se do sistema denominado Soff-
Cut, que permite cortes a seco no período entre uma e duas horas após a primeira
utilização do rodo de corte, a partir do momento em que o concreto apresentar
resistência para suportar o peso da máquina e do operador. Os dispositivos do
maquinário combinam a serra de corte e uma haste com rolamento frontal, que
controlam as freqüências de rotação e torque da lâmina através da pressão aferida pela
haste em contato com o concreto, evitando falhas ou estilhaços.
Figura 20: Sistema de corte Soff-Cut: www.soffcut.com/csi.html
Juntas de Expansão - as juntas de expansão são elementos que separam as placas
do piso das estruturas adjacentes, impedindo a transferência de carregamentos e
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esforços horizontais para estes elementos, sobretudo os fenômenos de retração e
dilatação térmica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O artigo demonstra de forma clara e objetiva a metodologia de execução de
pisos industriais com a adição de fibras de polipropileno as características de concreto e
depois descreve os métodos executivos para cada serviço, podendo ser revisado em
obras futuras de modo obter melhores dados.
O objetivo do trabalho foi alcançado, pois o mesmo demonstrou o detalhamento
da execução de um piso industrial e os testes a serem realizados para se obter os índices
de planicidade e nivelamento que garantem maior resistência e durabilidade do piso. Em
vista da deficiência normativa específica para esse tipo de pavimento com adição de
fribra de polipropileno, os profissionais vêm se estruturando para desenvolvimento de
tecnologia e controle de qualidade mais apurado para melhor poder atender o mercado.
As normas utilizadas na atualidade são de outros países.
Na concepção inicial da obra, o projeto é desenvolvido de modo a atender
solicitações dos clientes em relação à construção de pisos industriais. O
dimensionamento dos pisos de concreto com fibras de polipropileno é um estudo
complexo, pois demanda conhecimento específico não somente do dimensionamento de
estruturas de concreto com fibras, fundações e pavimentação, os quais foram citados
neste trabalho.
REFERÊNCIAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (ASTM E1155-87) e do
ACI 302-12, disponível em www.asft.com acessado em: 20.10.2012.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PISOS E REVESTIMENTOS DE ALTO
DESEMPENHO. Mídia Institucional 2009. Disponível em:
<http://www.anapre.org.br/cd2009/anapre_final.html> Acessado em 20/10/2012. (CD-
ROM)
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia Básico de
Utilização do Cimento Portland. São Paulo, ABCP, 1994.
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015
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