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Componente mecânico da Doença e da Cura Marcial Zanelli de Souza Doutor em Ciências da Motricidade Humana; Docente da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP); Docente do Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual (IDOT)
Apesar de dizer que as leis da Osteopatia não foram formuladas pela
mente humana, é fácil perceber que o Dr. Andrew Taylor Still, o pai da
Osteopatia, conhecia o poder do todo organizado em vantagem sobre as partes
isoladas para a saúde global do ser humano. Uma das leis descritas por ele, a
Unidade do Corpo, explicita a importância da interação entre as partes de um
mesmo sistema e de sistemas distintos na manutenção da homeostasia, numa
relação de interdependência estabelecida. Interessante é perceber que tal
conceito, apesar de descrito no século XIX, parece ainda não ter sido
totalmente incorporado ou aceito por todas as classes de terapeutas atuais.
De forma geral, vários sistemas orgânicos do corpo humano são muito
abrangentes, como o sistema circulatório, neural ou conjuntivo fascial. Tal
abrangência, muito mais que simples relações anatômicas estruturais devem
proporcionar, sobretudo, a comunicação entre as estruturas que compõem o
corpo. Assim, os sistemas precisam se comunicar para informar seu estado de
atividades e receber informações dos outros sistemas para que possam ajustar
e harmonizar suas ações, normalmente sobre a regência do Sistema Nervoso
Central (SNC), ou atuando de forma parácrina e autócrina. Nessa interação, os
sistemas se intercomunicam por meios diversos, tais como as vias neurais,
hormonais ou químicas e MECÂNICAS, visando prover um corpo minimamente
equilibrado. Essa última merece algumas considerações para facilitar nossa
compreensão de como as relações mecânicas podem ser comunicadoras.
A.T. Still postulou que o corpo humano, dotado de comunicações
mecânicas entre os diversos sistemas, também pode adoecer por disfunções
destes sistemas, criando a filosofia osteopática. Atualmente, o modelo
mecânico que mais se aproxima das afirmações de Still são baseadas na
Tensegridade Arquitetônica, descrita por Fuller (1961), artista, cientista e
matemático. Neste modelo da engenharia, quando estruturas compressivas e
tensionais são organizadas de uma forma verdadeiramente complementar, um
sistema interligado dotado de capacidades extras é criado. Tal sistema,
caracterizado pela integralidade de suas partes reagindo em sinergia, é capaz
de partilhar sua demanda física igualmente entre seus constituintes, dissipando
as forças incidentes visando a manutenção da harmonia do conjunto. Fuller
(1961) reconheceu 2 modelos de tensegridade arquitetônica: o modelo
geodésico (Figura 1) e o modelo pré-tensionado (Figura 2):
Figuras 1 e 2 mostrando os modelos geodésico e pré-tensionado da tensegridade arquitetônica.
Apesar de diferenças na organização física, tanto o modelo
geodésico quanto o pré-tensionado, podem manter a forma mesmo na
ausência da gravidade. David Robbie (1977) introduziu a idéia de que o modelo
pré-tensionado da tensegridade, composto por elementos resistentes à tensão
e à compressão, está presente na organização estrutural do corpo humano
(figura 3).
Fig. 3. O modelo de tensegridade na organização esquelética do corpo humano.
Quando uma parte desse sistema se move ou recebe uma solicitação
mecânica, a tensão criada é transmitida, em maior ou menor proporção, ao
conjunto todo, conferindo grande capacidade adaptativa às demandas físicas
(figura 4).
Fig. 4. Transmissão de forças proporcionada pelo modelo da tensegridade.
Apesar da importância destes aspectos de continuidade
musculoesquelética, fundamentais para os terapeutas corporais, a influência
das forças mecânicas sobre o corpo vivo é ainda mais abrangente, pois o
princípio da integralidade quais somos regidos, determina a ligação entre todas
as estruturas corporais, desde a pele até os genes (Figura 5). Por essa idéia, a
tensegridade é o modelo da ultra ligação entre todos os sistemas macro e
micro existentes.
Fig. 5. Esboços das ligações tensionais dos sistemas macro e micro existentes.
O Professor Donald Ingber descreveu essa organização pré-tensionada
em praticamente todos tecidos, órgãos, células e até moléculas, chamando
então de biotensegridade (INGBER et al,, 2003b,c). A figura 6 mostra a relação
da biotensegridade como modelo de organização de compressão e tensão
presente até o nível molecular (INGBER, 2008).
Fig. 6. A biotensegridade presente nas macro e micro estruturas.
Este professor descreveu ainda que o sistema de tensegridade pré-
tensionada ao nível celular é formado, sobretudo, pelas estruturas do
citoesqueleto, que respondem às forças externas transmitindo-as para o interior
da célula. Assim, os microtúbulos seriam resistentes às compressões e os
microfilamentos juntamente com os filamentos intermediários seriam
resistentes às tensões (Figura 7).
Fig. 7. Os componentes estruturais do citoesqueleto que atuam no modelo pré-tensionado da tensegridade.
Além de ter funções relacionadas com a forma e contorno da célula, o
citoesqueleto está diretamente ligado ao núcleo celular, podendo gerar
influências sobre o controle da vida celular.
Fig. 8. Microfotografia preparada para denunciar a presença das estruturas do citoesqueleto.
Estes componentes do citoesqueleto estão ligados a um receptor
mecânico da membrana celular chamada Integrina, que se liga também a
fibras protéicas da matriz extracelular (Figura 9).
Fig. 9. INTEGRINAS: Proteínas receptoras trans-membrana que ligam as proteínas da matriz extracelular com as proteínas do citoesqueleto.
As integrinas fazem a ligação mecânica da membrana celular com o seu
núcleo.
O sistema de tensegridade pré-tensionado das células, proporcionado
pela organização das fibras do citoesqueleto com suas integrinas, possibilita a
conversão das informações mecânicas que chegam às membranas celulares
em alterações bioquímicas e transcrição gênica, fenômeno conhecido por
mecanotransdução (INGBER, 2003a). Assim, através da mecanotransdução,
o destino da célula pode ser influenciado pelas ações mecânicas que incidem
sobre suas membranas, basicamente atuando sobre 3 vias: 1) Alenghat et. al.
(2009) demonstraram que forças mecânicas aplicadas sobre as integrinas
podem modular a produção do AMPcíclico e subsequentemente, levar a
ativação de fatores de transcrição do núcleo celular; 2) Maniots et. al. (1997) já
haviam demonstrado que a ligação citoesquelética entre as integrinas e o
núcleo celular poderia afetar a expressão genética por regular a abertura e
fechamento dos poros da membrana nuclear ou agir diretamente sobre regiões
específicas do DNA; 3) Matthews et. al. (2010) demonstraram que canais
iônicos podem ser regulados pelas ações mecânicas que incidem sobre as
células, como os canais de Cálcio. Exemplos destes mecanismos podem ser
visualizados nas figuras 10 e 11.
Fig. 10 Vias de sinalização molecular intracelular a partir da conexão com as integrinas, relacionadas com diversas respostas celulares.
Fig 11. Sistema de tensegridade pré tensionado fazendo a ligação mecânica das integrinas com o núcleo celular.
Como descrito acima, as ações mecânicas quais uma célula é
submetida, pode influenciar seus mecanismos de controle vital, como seu
crescimento, proliferação e apoptose (morte programada). Desequilíbrios nessa
sintonia fina podem resultar em doenças marcadas pelos extremos da
proliferação ou da apoptose celular.
Como visto, as integrinas representam o elo mecânico entre os meios
intra e extracelular. Nesse contexto, a matrix extracelular (MEC), formada por
fibras protéicas, células, e substância fundamental amorfa (água,
glicosaminoglicanas e proteoglicanos) tem grande importância na homeostasia
celular, pois suas fibras conectam-se às integrinas exercendo forças mecânicas
(Figura 12). Tal importância pode ser medida em volumes, pois se temos 5 a 6
litros de sangue circulante, temos 16 a 18 litros de líquidos dispersos no meio
extracelular. A relação entre as fibras proteicas e a substância fundamental
amorfa, sobretudo os proteoglicanos (responsáveis pela capacidade hidrófila
da MEC), conferem o grau de consistência da MEC, variando entre estados
mais ou menos densos. Esse estado trófico da MEC pode influenciar a vida
celular, como veremos adiante.
Fig. 12 Ligação das fibras da MEC com as integrinas e o citoesqueleto
As relações mecânicas entre a MEC e as repostas celulares parecem
claras. No estudo de Huang e Ingber (2006), células cultivadas em meio
extracelular com geometria restrita, iniciaram processos de apoptose, enquanto
que, quando cultivadas em meio extracelular com geometria ampla, iniciaram
processos de proliferação (figura 13). Tal estudo esboça in vitro, a teoria do
Professor Alfred Pischinger da Universidade de Viena, fundador da
histoquímica, que creditou à matriz extracelular papel determinante nos
processos biológicos normais e patológicos de uma célula, criando o chamado
Sistema Básico de Pischinger. Por este sistema, a matriz extracelular não
representa apenas um meio de preenchimento intercelular, mas consiste do
elemento estrutural da saúde das células. A maior área do sistema básico de
Pischinger é a mucosa intestinal, por isso os hábitos dietéticos são tão
importantes para a saúde do indivíduo.
Fig. 13. Diferentes destinos celulares secundários à variação física do meio extracelular
A consistência da matriz extracelular parece ser determinante sobre as
forças mecânicas aplicadas às integrinas da membrana celular. Devido à sua
capacidade hidrófila, a MEC pode se se apresentar mais ou menos hidratada,
com suas fibras mais ou menos densas, e essas conformações refletirão sobre
o equilíbrio dos mecanismos do controle vital das células. A figura (14)
exemplifica que a densificação da matriz extracelular é captada pela integrina e
a via da proteína Rho-ROCK ativada interage com a via da proteína ras-erk,
resultando em codificação nuclear para a proliferação celular, que pode
representar respostas normais ou patológicas da célula (HUANG; INGBER
2005). Já se reconhece que a maior parte do tumores são circundados por
MEC enrijecidas (HUANG; INGBER 2006).
Fig. 14 A densificação da MEC influenciando a resposta no controle da proliferação celular
A consistência trófica da matriz extracelular parece ser influenciada por
seu estado de acidose ou alcalose, sendo que nos períodos de acidose (entre
3:00 e 15:00 horas), a matriz está mais hidratada e intumescida. Esse período
corresponde ao predomínio simpaticotônico e captação dos radicais livres. Nos
períodos de alcalose (entre 15:00 e 3:00 horas), a matriz está menos hidratada
e retraída, correspondendo ao predomínio parassimpaticotônico e eliminação
dos radicais livres. Esse pêndulo ácido/básico alternante cria um ciclo de
pressões variáveis sobre as células que é vital para sua fisiologia normal, tais
como o fornecimento de O2, regulação de eletrólitos, equilíbrio ácido/básico,
nutrição, defesa e modulação neural (Figura 15).
Fig.15. Relação entre os estados do PH da MEC e os horários do dia
A redução do turnover (taxa de renovação) da MEC poderá ocasionar a
perda desse equilíbrio de ações mecânicas sobre as células repercutindo na
mecanotransdução intracelular e contribuir para a geração de estados
patológicos (INGBER, 2003a). A figura 16 exemplifica doenças relacionadas
com o desequilíbrio apoptose/proliferação que podem ocorrer em decorrência
de alterações na densidade da matriz extracelular.
Fig. 16. Doenças e seus aspectos geracionais.
Vários estudos já identificaram a relação da variação na densidade da
MEC e consequentemente na mecanotransdução com doenças específicas,
tais como cardiomiopatias, osteoporose, distrofia muscular, asma,
arterosclerose entre outras (INGBER 2003a; JAALOUK; LAMMERDING, 2009).
Os terapeutas manuais e Osteopatas estão habituados a avaliar os
sistemas corporais, valorizando suas texturas, mobilidade tissular,
sensibilidades e temperaturas. A perda da mobilidade tridimensional das
estruturas avaliadas tem grande interesse para esses terapeutas.
Além das influências intracelulares geradas pela MEC densificada, essa
condição expõe os tecidos dos sistemas corporais à estados patológicos de
qualquer natureza, pois sua capacidade adaptativa necessária para a absorção
e dissipação de fluxos energéticos será reduzida. Os osteopatas reconhecem
esse estado como sendo a vulnerabilidade do sistema, uma vez que o acúmulo
energético não dissipado nessa situação representa a perda da comunicação
entre os sistemas relacionados, resultando em desequilíbrios do meio interno
gerando uma condição favorável ao aparecimento de estados patológicos
oportunistas. A figura 17 faz uma analogia desse mecanismo, mostrando que
as diferentes densidades da matéria influenciarão suas respostas frente às
solicitações mecânicas (BARRAL; CROIBIER, 1999). A melhor maneira que os
tecidos devem encontrar para lidar com as cargas que lhes são impostas é a
dissipação para distribuição das mesmas, o que não acontecerá plenamente se
suas consistências não estiverem normais, resultando em excesso de carga
acumulada e a consequente patologia deformante. Acreditamos que tal
vulnerabilidade expõe o sistema ao acometimento de estados patológicos não
apenas de resultante de forças físicas, mas de qualquer natureza.
Fig. 17. Diferentes respostas da matéria dependente de sua consistência.
Quando os osteopatas atuam terapeuticamente sobre os tecidos, sua
meta maior normalmente é restaurar a comunicação entre os tecidos através
da mobilidade livre, favorecendo o equilíbrio dos sistemas biológicos
interligados. Suas ações sobre o trofismo do tecido em tratamento possibilita o
restabelecimento da comunicação inter e intra sistemas, a partir da maior
mobilidade tissular e de suas interfaces. De forma geral, esses terapeutas
utilizam as mãos para gerarem vetores mecânicos de força induzindo
modificações nos tecidos, sobretudo na matriz extracelular e/ou diretamente
sobre as células (Figura 18).
Fig. 18. A aplicação forças mecânicas pela mão do terapêuta
Schleip et al. (2012), demonstraram que um vetor de força de
estiramento mecanicamente induzido sobre o tecido conjuntivo denso, gera
desidratação temporária da MEC, seguida de uma hidratação maior,
considerando essa resposta como uma supercompensação (figura 18).
Fig. 18. Relação entre estiramento conjuntivo com a hidratação compensatória supercompensada da matriz extracelular.
Esse recente estudo mostra o potencial que a força mecânica têm sobre
o turnover da MEC, estimulando a renovação dos fluídos intersticiais e
consequentemente sobre todos os mecanismos descritos nesse texto.
Os efeitos fisiológicos conhecidos dos vetores mecânicos induzidos pela
mão do terapeuta são vários, considerando ainda os não totalmente
conhecidos:
- A nível celular, a estimulação das integrinas podem gerar respostas na
condutância iônica (sobre os canais de cálcio), na transcrição gênica
influenciando no crescimento e proliferação dos fibroblastos e miofibroblastos
(BERRY et al. 2003). Fibroblastos “estirados” resultam na inibição da
interleucina 1B (citocina pró-inflamatória), demonstrando potencialidades na
regulação dos processos inflamatórios. (TSUZAKI et al., 2003).
- Os tecidos conjuntivos são considerados “cristais líquidos” (JUHAN, 1987), o
que lhes conferem a capacidade piezoelétrica, a geração de cargas elétricas a
partir de estímulos mecânicos de compressão. Fibroblastos são células
sensíveis à cargas elétricas, aumentando sua relação de síntese de colágeno
sempre que expostos a essas cargas. Assim, a estimulação mecânica do
tecido pode influenciar diretamente sua síntese fibrosa.
- A estimulação do turnover da MEC pelos vetores mecânicos, geram melhores
relações de deslizamentos entre as camadas conjuntivas (maior viscosidade) e
a consequente redução de sensações dolorosas. Acredita-se que tal fato se
deve à modificação do estado GEL (menos maleável) para o estado SOL (mais
maleável) da MEC (DAY et al., 2009), fenômeno conhecido como Tixotropia.
Essa mudança favorece a melhora na drenagem do edema e de mediadores
inflamatórios, equilibrando as vias de facilitação ativadas entre os sistemas
(LUND et al., 2002). A figura 19 monstra uma imagem ultrassonográfica
cutânea do pé, evidenciando a maior hidratação do tecido conjuntivo e a menor
densidade colágena após tratamento manual (POHL, 2010).
Fig. 19. Imagem ultrassonográfica cutânea do pé antes e após tratamento manual.
- McPartland et al. (2005) demonstraram que o tratamento manipulativo do
tecido mole pode ativar o sistema endocanabinóide, um sistema endorfínico
que reduz a nocicepção, a dor e a inflamação nos tecidos miofasciais,
favorecendo a reorganização das fáscia.
- A redução da dor verificada com as técnicas manuais aplicadas no tecido
mole tem sido relacionada com a modulação da simpaticotonia, melhorando
uma série de aspectos somáticos e viscerais, vistos nas funções
hemodinâmicas (RIVERS et al., 2008), na variabilidade da frequência cardíaca
e na doença arterial periférica (LOMBARDINI et al., 2009).
- Os vetores mecânicos aplicados sobre o sistema conjuntivo podem ser
responsáveis pelas respostas na regulação do tônus das unidades motoras
relacionadas ao tecido manipulado (sistemas Alfa e Gama), pois estes tecidos,
sobretudo as fáscias e meninges, são dotado de rica rede de
mecanoreceptores, como os corpúsculos de Pacini, de adaptação rápida, e
corpúsculos Ruffini de adaptação lenta (YAHIA et al., 1992). Van Den Berg e
Capri (1999), apontaram para a ação na redução da simpaticotonia verificada
pelo estímulo dos corpúsculos de Ruffini, justificando os achados clínicos de
relaxamento global e local verificado em pacientes submetidos à
procedimentos manuais lentos e suaves, como as técnicas craniosacrais.
Considerações finais
Os fatores mecânicos estão presentes no processo de desenvolvimento
das doenças, seja no âmbito macro ou micro estrutural A aplicação das
técnicas manuais sobre os tecidos biológicos geram vetores de força com
potencialidades de influenciar até a transcrição gênica, utilizando ações diretas
sobre as células e seus receptores de tensão localizados em suas membranas
ou sobre o trofismo da MEC como elemento intermediário. Assim, a
maleabilização da MEC, conseguida pelas técnicas osteopáticas aplicadas no
modo direto ou funcional pode agir tanto no âmbito terapêutico quando
preventivo, atuando diretamente sobre as células, tecidos e/ou as sobre todos
os outros sistemas de controle relacionados.
Há muito que se pesquisar nessa direção ainda, mas sabemos hoje que
os efeitos das forças mecânicas aplicadas pelas mãos de um terapeuta sobre o
corpo humano têm potencialidades muito maiores do que aquelas que
pensávamos à tempos atrás.
Quando A.T. Still apontou para a existência dos componentes
mecânicos na cadeia geracional das doenças e a formulação da filosofia
osteopática como recurso terapêutico, apesar da descrença geral da época, ele
estava certo..., sempre esteve.
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