textos da imprensa
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A notícia, a reportagem e a entrevista são três génerosjornalísticos, de finalidade informativa, que secomplementam. Normalmente, os acontecimentoschegam até nós através da notícia, que pode serdesenvolvida numa reportagem e/ou entrevista.
Para além destes géneros, na imprensa também podes encontrar outros tipos de texto, como a crítica, a publicidade, a crónica e o cartoon.
Uma notícia é uma narrativa curta de um acontecimentoatual de interesse geral, elaborada geralmente a partirde informações enviadas para as redações de jornais,rádios e televisões pelas agências noticiosas ou outrasfontes.
Obedece, habitualmente, à seguinte estrutura: Título (pode ter antetítulo e subtítulo) – deve ser curto,
esclarecedor e apelativo; Lead – corresponde ao 1º parágrafo, pode surgir
destacado, e responde às questões quem fez o quê,onde e quando?
Corpo da notícia – desenvolvimento da notícia, que podeser mais ou menos aprofundado, e pode responder àsquestões como e porquê?
Título
Lead
Corpo da
notícia
Quem?
O quê?
Quando?
Onde?
Como?
Porquê?
A linguagem utilizada deve ser clara e objetiva.
O interesse de uma notícia tem em conta váriosfatores, como, por exemplo:
• a atualidade – o interesse da notícia é a novidade;
• a proximidade – quanto mais perto de nós, mais interessedesperta;
• a importância dos intervenientes – tem em conta oprotagonismo dos intervenientes;
• o suspense – quando não sabemos o final, somos atraídospara um acontecimento;
• a emoção – uma notícia pode provocar sentimentos de dor,ódio, admiração…
É elaborada a partir de depoimentos recolhidosno local dos acontecimentos e, por isso,distingue-se da notícia, pois o jornalista é, agora,testemunha que vê, ouve, cheira e sente.
A sua estrutura é semelhante à da notícia, no quediz respeito ao(s) título(s) e à elaboração do lead,mas a reportagem é habitualmente um textomais longo, que pode ter sequências narrativas,descritivas e conversacionais.
A crónica surge com uma periocidade regular nosmeios de comunicação, mas distingue-se de outrosmeios jornalísticos, pois não está dependente daatualidade e apresenta uma abordagem pessoal do seuautor sobre temas diversificados.
A linguagem pode ser objetiva ou subjetiva, literária ounão literária. A liberdade talvez seja a característicamais importante da crónica.
Na crítica ou no texto de opinião, o discurso é argumentativo. A sua finalidade é apresentar uma opinião fundamentada sobre determinado objetoou assunto.
Os argumentos são as razões ou provas daquilo que é afirmado:
Este livro é muito mais interessante do que aquele (opinião), porque o destino das personagens só é desvendado no último momento (argumento).
Habitualmente apresenta a estrutura seguinte:
Introdução – apresentação do tema e da posição defendida sobre ele (tese);
Desenvolvimento – exposição dos argumentos que sustentam a tese defendida, bem como de exemplos esclarecedores;
Conclusão – confirmação da tese defendida.
Géneros jornalísticos
Informação
Maior objetividade da linguagem
Facto atual
Função informativa da linguagem
Discurso de 3ª pessoa gramatical
Notícia Reportagem
Traço predominante
Entrevista
Código oral
Sequência pergunta/resposta
Opinião/Comentário
Maior subjetividade da linguagem
Realidade quotidiana
Função informativa e emotiva
Discurso de 1ª pessoa gramatical
CrónicaTexto de opinião
Crítica
simplicidade clareza exatidão atualidade
Cecília Meireles, in 'Mar Absoluto'
Que faremos destes jornais, com telegramas, notícias,
anúncios, fotografias, opiniões...?
Caem as folhas secas sobre os longos relatos de guerra:
e o sol empalidece suas letras infinitas.
Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens?Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o céu.
De dia, lemos na flor que nasce e na abelha que voa;de noite, nas grandes estrelas, e no aroma do campo serenado.
Aqui, toda a vizinhança proclama convicta:"Os jornais servem para fazer embrulhos".
E é uma das raras vezes em que todos estão de acordo.