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Avaliacao Nutricionaol em Doentes Internados com Cancro da no Servico de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Marco de 2015TRANSCRIPT
Instituto Superior de Ciências de Saúde
ISCISA
Curso de Licenciatura em Nutrição
Trabalho de Fim do Curso
Local:
Hospital Central de Maputo
Candidato:
Faruk Alegria Obra
Código:
TFCNFO02/14
Maputo, Março de 2015
Avaliação nutricional dos doentes internados com
cancro da mama no Serviço de Oncologia do Hospital
Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
Faruk Alegria Obra
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, 2015
Supervisora
Mestre Iolanda Filipa Rodrigues Cavaleiro
Trabalho de Fim do Curso apresentado ao
Instituto Superior de Ciências de Saúde –
Maputo como requisito para a obtenção
do grau de Licenciatura em Nutrição.
Maputo, Março de 2015
Índice
Declaração de originalidade ................................................................................ I
Dedicatória ......................................................................................................... II
Agradecimentos ................................................................................................ III
Resumo ............................................................................................................. IV
Abstract ............................................................................................................. VI
Abreviaturas e siglas ........................................................................................ VII
1. Introdução ....................................................................................................... 1
1.1. Enunciado do problema ........................................................................... 2
1.2. Pergunta de pesquisa .............................................................................. 3
1.3. Justificativa............................................................................................... 3
2. Objectivos ....................................................................................................... 5
2.1. Objectivo geral ......................................................................................... 5
2.2. Objectivos específicos ............................................................................. 5
3. Enquadramento teórico .................................................................................. 6
3.1. Cancro da mama ...................................................................................... 6
3.2. Carcinogénese ......................................................................................... 6
3.3. Epidemiologia........................................................................................... 7
3.4. Avaliação nutricional ................................................................................ 8
3.5. Perfil nutricional em doentes com cancro da mama ............................... 11
3.6. Desnutrição em doentes com cancro da mama ..................................... 11
3.7. Influência da obesidade no cancro da mama ......................................... 12
4. Metodologia .................................................................................................. 14
4.1. Local de estudo ......................................................................................... 14
4.2. Tipo de estudo ....................................................................................... 14
4.3. População e amostra do estudo............................................................. 15
4.4. Critérios de inclusão e exclusão ............................................................. 15
4.5. Tamanho amostral ................................................................................. 15
4.6. Método de amostragem ......................................................................... 16
4.7. Variáveis do estudo ................................................................................ 16
4.8. Procedimentos ....................................................................................... 16
4.9. Técnicas e instrumento de recolha de dados ......................................... 17
4.10. Análise e interpretação de dados ......................................................... 18
4.11. Limitações do estudo ........................................................................... 18
4.12. Considerações éticas ........................................................................... 18
5. Resultados ................................................................................................... 20
5.1. Caracterização socioeconómica e do estado clínico da amostra ........... 20
5.2. Avaliação nutricional .............................................................................. 21
5.3. Tipos de malnutrição .............................................................................. 23
5.4. Avaliação da ingestão alimentar ............................................................ 23
6. Discussão ..................................................................................................... 26
6.1. Caracterização socioeconómica e do estado clínico da amostra ........... 26
6.2. Avaliação nutricional .............................................................................. 26
6.3. Tipos de malnutrição .............................................................................. 28
6.4. Avaliação da ingestão alimentar ............................................................ 29
7. Conclusões ................................................................................................... 31
8. Recomendações .......................................................................................... 32
9. Referências bibliográficas ............................................................................ 33
10. Anexos e apêndices ................................................................................... 39
Índice de tabelas e gráfico
Tabela 1 Classificação do estado nutricional de adultos .................................... 8
Tabela 2 Classificação do estado nutricional para idosos .................................. 9
Tabela 3 Classificação do perímetro da cintura, para mulheres ....................... 10
Tabela 4 Valores de referência de parâmetros bioquímicos, para mulheres ... 11
Tabela 5 Estado Clinico da amostra ................................................................. 21
Tabela 6 Diagnostico nutricional a partir do IMC .............................................. 21
Tabela 7 Risco de complicações metabolicas definido pelo PC....................... 21
Tabela 8 -Classificação do estado nutricional segundo a ANSG ..................... 22
Tabela 9 - Avaliação dos parâmetros bioquímicos sanguíneos de acordo com
os valores de referência ................................................................................... 22
Tabela 10 - Frequência de ingestão alimentar no grupo de carnes, pescados e
ovos .................................................................................................................. 23
Tabela 11 - Frequência de ingestão alimentar no grupo cereais, pães e
tubérculos ......................................................................................................... 24
Tabela 12 - Frequência de ingestão alimentar no grupo verduras, legumes e
leguminosas ..................................................................................................... 24
Tabela 13 - Frequência de ingestão alimentar no grupo óleos e gorduras ...... 25
Tabela 14 - Frequência de ingestão alimentar no grupo frutas ........................ 25
Tabela 15 - Frequência de ingestão alimentar no grupo bebidas ..................... 25
Gráfico 1- Classes de idades da amostra ........................................................ 20
Gráfico 2 - Situação profissional da amostra .................................................... 20
Gráfico 3 - Estado nutricional pelo IMC ............................................................ 23
Gráfico 4 - Estado nutricional pelo ANSG ………………………………………..23
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
I Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Declaração de originalidade
Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, resulta da
minha investigação e sob orientação da minha supervisora. Esta é a primeira
vez que submeto numa instituição académica para obter o grau académico de
Licenciatura em Nutrição.
Nome do Autor
_________________________________________
Faruk Alegria Obra
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
II Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha
mãe, que mesmo na sua
ausência sempre esteve ao meu
lado nesta batalha.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
III Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Agradecimentos
Subuanathayala (ALLAH) pela força maior por eu ser feliz nesta trajectória da
vida.
Ao meu tio Luís Amade Sulemana e à minha tia Fátima T. Vilanculos por serem
os mentores dos primeiros passos no mundo escolar até então.
À minha professora supervisora Iolanda Filipa Rodrigues Cavaleiro pelo
suporte e confiança na realização deste trabalho, foi com agrado o valioso
aprendizado, o meu muito obrigado.
À professora Brígida Nhantumbo, pela atenção, apoio e disponibilidade em
contribuir para este estudo.
Aos meus colegas do curso de Licenciatura em Nutrição III Jerónimo Francisco,
Estério J. Domingos e Olinda Jetimane, que me apoiaram na realização deste
trabalho e a todos que de forma indirecta me apoiaram na sua realização.
Ao Hospital Central de Maputo, por consentir a realização deste estudo.
A todos os funcionários do Serviço de Oncologia que me acolheram de braços
aberto durante a recolha de dados, ao director do Serviço de Oncologia Dr.
Satish Tulsidas e ao Enf. Chefe da oncologia dr. Jovenal pela paciência
dispensada.
A todas as doentes que fizeram parte deste estudo que sem elas este estudo
não seria possível de realizar.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
IV Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Resumo
Introdução: o cancro da mama é um grave e preocupante problema de saúde pública devido à
sua elevada incidência e mortalidade, constituindo o tipo de cancro mais frequente entre as
mulheres em todo o mundo.
Objectivo: avaliar o estado nutricional de doentes com cancro da mama internados no Serviço
de Oncologia do HCM.
Revisão da literatura: o cancro e o tratamento fazem com que o metabolismo do doente gaste
mais energia e ao mesmo tempo ocorra perda de apetite, o que pode levar à desnutrição e a
adiposidade contribui para o aumento da incidência e ou morte por cancro da mama.
Métodos: estudo descritivo exploratório com uma abordagem quantitativa; método de
amostragem consecutivo por conveniência; amostra de doentes mulheres com cancro da
mama (n=15) entre os 30-63 anos de idade, internadas no Serviço de Oncologia do HCM;
técnica de recolha de dados de inquérito por questionário, com registo de dados
socioeconómicos, avaliação nutricional subjectiva global e questionário de frequência
alimentar, e de observação para medições antropométricas (peso, altura e perímetro da
cintura), parâmetros bioquímicos e exame físico e análise de dados a partir de estatística
descritiva de frequências absolutas e relativas.
Resultados: no diagnóstico nutricional a partir do IMC verificou-se que cerca de 40,0% das
doentes adultas apresentavam pré-obesidade ou obesidade e 6,7% tinham baixo peso. Em
idosos, notou-se uma percentagem de 20,0% com pré-obesidade e 6,7% com baixo peso. No
que se refere ao risco de desenvolvimento de complicações metabólicas associadas ao
perímetro da cintura, cerca de metade (53,3%) das doentes apresentava um risco muito
aumentado de complicações metabólicas. Segundo a ANSG, a amostra maioritariamente
(73,3%) encontrava-se com estado nutricional de desnutrição ou suspeita, com 46,7% das
doentes com desnutrição grave e 26,7% com desnutrição moderada ou suspeita de
desnutrição. Quanto aos parâmetros bioquímicos avaliados, quase metade (46,7%)
apresentava concentração de albumina abaixo dos valores de referência. Na identificação dos
tipos de malnutrição verificou-se que a pré-obesidade e a obesidade representa uma
percentagem elevada (60,0%) pela avaliação do IMC, enquanto que, a desnutrição apresenta
maior percentagem na avaliação feita pela ANSG e pelos parâmetros bioquímicos. A ingestão
alimentar das doentes estudadas caracteriza-se, semanalmente, pelo consumo mais frequente
de frango, carapau, ovo, arroz, farinha de milho (xima), couve, amendoim, óleo de girassol, de
soja e de coco, margarina, manga, banana, papaia e maçã. À excepção do carapau, da banana
e da maçã, a porção de consumo referida foi maior que a porção média. Por dia, verificou-se
um consumo de água e chá em todas as doentes, não sendo este suficiente para garantir as
necessidades hídricas.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
V Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Conclusão: o estudo apresenta uma elevada frequência de pré-obesidade, obesidade e
desnutrição, sendo necessária a identificação precoce, mendigação e controlo da malnutrição
durante o tratamento de quimioterapia, para garantir o sucesso do tratamento e o melhor
prognóstico clínico.
Palavras-chaves: avaliação nutricional, cancro da mama
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
VI Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Abstract
Introduction: Breast cancer is a serious public health concern and problem due to its high
incidence and mortality , and is the most common type of cancer among women worldwide
Objective : to evaluate the nutritional status of patients with breast cancer admitted to the HCM
Oncology Service .
Literature review : cancer treatment and cause the patient to spend more energy metabolism
and at the same time causes a loss of appetite, which can lead to malnutrition and fat
contributes to the increasing incidence and or death from breast cancer .
Methods: A descriptive exploratory study with a quantitative approach; method of consecutive
sampling for convenience ; sample of sick women with breast cancer ( n = 15 ) between 30-63
years of age , admitted to the HCM Oncology Service ; survey data collection technique by
questionnaire , with registration socio-economic data , global subjective nutritional assessment
and food frequency questionnaire , and observation for anthropometric measurements ( weight,
height and waist circumference) , biochemical parameters and physical examination and
analysis data from descriptive statistics of absolute and relative frequencies
Results: in the nutritional diagnosis from BMI was found that about 40.0 % of adult patients had
pre -obesity or obese and 6.7 % was underweight. In the elderly, there has been a percentage
of 20.0 % with overweight and 6.7 % underweight. As regards the risk of metabolic
complications associated with the waist circumference, approximately half (53.3 %) of the
patients had a greatly increased risk of metabolic complications. According to SGA, the sample
majority (73.3 %) met with nutritional status of malnutrition or suspected, with 46.7% of patients
with severe malnutrition and 26.7 % with moderate malnutrition or suspected malnutrition. As for
the biochemical parameters, almost half (46.7 %) had albumin concentration below the
reference values. In identifying the types of malnutrition was found that overweight and obesity
is a high percentage ( 60.0 % ) for the evaluation of BMI , while malnutrition has a higher
percentage of the assessment made by SGA and the biochemical parameters . The food intake
of patients studied is characterized weekly by frequent consumption of chicken , mackerel , egg,
rice, maize flour ( xima ) , cabbage , peanut, sunflower oil, soya and coconut butter , mango,
banana, papaya and apple. Other than horse mackerel, banana and apple , that consumption
portion was higher than the middle portion . Per day, there was an intake of tea and water in all
patients, which is not sufficient to ensure the water needs.
Conclusion: The study presents a high frequency of pre -obesity, obesity and malnutrition,
requiring early identification, mendigação and control of malnutrition during chemotherapy
treatment, to ensure the success of treatment and the best clinical outcome .
Keywords: nutritional assessment, breast cancer
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
VII Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Abreviaturas e siglas
ANSG Avaliação Nutricional Subjectiva Global
CT Colesterol Total
GLOBOCAN Global Cancer Statistcs
HCM Hospital Central de Maputo
IMC Índice de Massa Corporal
INCA Instituto Nacional de Cancro (Brasileiro)
LDL Lipoproteína de Baixa Densidade
MISAU Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
PC Perímetro da Cintura
PT Proteínas Totais
QFA Questionário de Frequência Alimentar
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
1 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Introdução
O cancro é um grupo de doenças caracterizadas por um crescimento e
disseminação descontrolados de células normais, é considerado a segunda
principal causa de morte a nível mundial, responsável por 33% de óbitos e
superada apenas pelas doenças cardiovasculares (Organização Mundial da
Saúde (OMS), 2006).
Aproximadamente 30% das mortes por cancro são devidas a cinco factores
de risco comportamentais e dietéticos: índice de massa corporal elevado,
ingestão reduzida de frutas e hortícolas, falta de actividade física, consumo de
tabaco e consumo de álcool (OMS, 2015).
O cancro da mama é um grave e preocupante problema de saúde pública
devido à sua elevada incidência e mortalidade, constituindo o segundo tipo de
cancro com maior prevalência e o mais frequente entre as mulheres em todo o
mundo (De Deus et al., 2009). Este está a aumentar especialmente nos países
em desenvolvimento, onde a maioria dos casos diagnosticam-se em fases
avançadas (World Cancer Report, 2014).
Global Cancer Statistcs (GLOBOCAN) (2012) considera que o cancro da
mama representou, mundialmente, uma estimativa de 1,67 milhões de novos
casos e de 522 mil mortes.
Em Moçambique, na cidade da Beira, os dados do registo do cancro de
base populacional mostram que o cancro da mama é a terceira causa de
cancro em mulheres adultas (depois do cancro do colo do útero e do sarcoma
de kaposi), afectando frequentemente mulheres com idade igual ou superior a
40 anos (Ministério da Saúde (MISAU), 2008).
Dados de Moçambique revelam que já foram diagnosticados cerca de
58% de casos de cancro, onde 10,2% correspondem ao cancro da mama, que
é mais frequente nas mulheres (MISAU, 2009). Como estratégia de
Moçambique para enfrentar esta problemática definiu-se como objectivo no
“Plano Estratégico Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Não
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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2 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Transmissíveis 2008-2014”, reduzir a prevalência dos factores de risco para o
cancro do colo do útero e da mama e a morbilidade e mortalidade associadas.
O tratamento antineoplásico tem como efeitos colaterais em doentes com
cancro da mama, redução de apetite e, consequentemente, redução da
ingestão alimentar que estarão relacionados a problemas nutricionais, tais
como: naúseas; vómitos; diarreia; anorexia; anemia e mucosite, efeitos que
irão interferir no processo metabólico em doentes com cancro da mama
(Verde, 2007).
Zorlini (2007) refere que para a identificação de problemas nutricionais
recomenda a avaliação nutricional como sendo o melhor método para
diagnosticar e tratar os distúrbios nutricionais como a desnutrição e a
obesidade, melhorando a resposta terapêutica e o prognóstico dos doentes.
O estudo visa avaliar o estado nutricional dos doentes com cancro da
mama internados, pela identificação de parâmetros e factores de risco
nutricionais, com vista à melhoria da intervenção nutricional. O estudo foi
realizado no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo (HCM),
localizado na cidade de Maputo, e teve como grupo-alvo doentes internados
com cancro da mama. Este estudo é de carácter descritivo exploratório com
uma abordagem quantitativa, através do método de amostragem consecutiva
por conveniência.
1.1. Enunciado do problema
Há maior prevalência de indivíduos com cancro da mama que apresentam
desnutrição (30%) e sobrepeso (39%) devido a vários factores tais como: o
tratamento a que são submetidos e à alimentação fornecida, resultando nos
distúrbios nutricionais e culminando em aumento de casos de óbitos por cancro
da mama (Zorlini, 2007). Facto este importante para ser averiguado em
Moçambique pela incidência de cancro da mama.
Segundo Trintin (2003) citado por Zorlini (2007), um doente com cancro da
mama ou qualquer outro tipo de cancro classifica-se como um doente de risco
nutricional, em virtude de todas as alterações que esta patologia implica.
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3 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Segundo Rock (2003) citado por Verde (2007), os doentes com cancro da
mama, submetidos ao tratamento de quimioterapia ou radioterapia, apresentam
alterações na ingestão alimentar devido aos seus efeitos adversos,
nomeadamente, pelo funcionamento inadequado do tracto gastrointestinal, que
irá resultar em distúrbios nutricionais.
Os doentes com cancro da mama internadas no Serviço de Oncologia do
HCM não têm um acompanhamento nutricional regular, apesar de estarem
expostas a várias situações de vulnerabilidade para problemas nutricionais, e
não há controlo das dietas oferecidas.
Surge a necessidade de avaliar o estado nutricional dos doentes com
cancro da mama internados, pela identificação de parâmetros e factores de
risco nutricionais, com vista a optimizar a intervenção nutricional,
nomeadamente para que possa ajudar a reduzir a dose dos fármacos durante o
tratamento, combater outras doenças e melhorar o estado nutricional e clínico
em geral, para além de poder contribuir para a diminuição dos custos
hospitalares.
1.2. Pergunta de pesquisa
Qual é o estado nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do HCM?
1.3. Justificativa
A escolha do tema surgiu por durante as férias de desenvolvendo o
distrito, no decorrer das actividades no centro, ter vivenciado um diagnóstico
de cancro da mama a três mulheres internadas no centro. Estas queixavam-se
de inflamação da mama na parte superior e quando o médico fez um exame
físico notou um nódulo numa das mamas, tendo concluído que possivelmente
se tratava de um cancro da mama e surgiu me a inquietação da relação entre
o cancro da mama e estado nutricional das mulheres padecentes desta
patologia. Outro motivo deveu-se ao facto de o cancro da mama constituir um
importante factor de preocupação em crescimento na área da saúde pública
em Moçambique, pela sua expressiva incidência.
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4 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Sabe-se que é frequente, e que contribui para a morbi-mortalidade, no
entanto, em Moçambique, não está disponível um estudo de prevalência de
malnutrição em doentes com cancro da mama, assim como o
acompanhamento nutricional adequado desde o início do seu diagnóstico até
ao seu tratamento no internamento bem como em ambulatório. O presente
estudo pretendeu avaliar o estado nutricional destes doentes pela primeira vez
em Moçambique.
Contudo, o estudo preliminar que possa avaliar o estado nutricional dos
doentes com cancro da mama será primordial na implementação das
estratégias de intervenção nutricional contribuindo para o monitoramento do
estado nutricional destes doentes, fornecendo base para que investigações
representativas subsequentes da área em questão sejam levadas a cabo.
O presente estudo poderá ajudar também no estabelecimento de um
padrão alimentar, de modo a, assegurar uma correcta monitorização do estado
nutricional, assim como na correcção das deficiências nutricionais presentes,
fortalecendo a imunidade e o combate a outras infecções oportunistas.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
5 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
2. Objectivos
2.1. Objectivo geral
Avaliar o estado nutricional de doentes com cancro da mama internados no
Serviço de Oncologia do HCM.
2.2. Objectivos específicos
Descrever a situação socioeconómica e o estado clínico da amostra;
Avaliar os indicadores antropométricos e nutricionais (peso, altura,
Índice de Massa Corporal (IMC), perímetro da cintura (PC) e Avaliação
Nutricional Subjectiva Global (ANSG));
Identificar os parâmetros bioquímicos sanguíneos (albumina, colesterol
total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL), creatinina, glicémia e
proteínas totais (PT);
Identificar os tipos de malnutrição;
Avaliar a ingestão alimentar.
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no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
6 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
3. Enquadramento teórico
3.1. Cancro da mama
O cancro da mama é uma doença heterogénia e complexa, que é
caracterizado por diversas formas clínicas e morfológicas, com diferentes graus
de agressividade tumoral e potencial metastático (Jácome et al., 2011).
Alguns factores parecem aumentar o risco para desenvolver a doença,
como: sexo feminino; idade maior que 40 anos; antecedentes pessoais de
cancro da mama; história familiar (parente do primeiro grau) com a doença;
multiparidade; menarca precoce; menopausa tardia; uso crónico de álcool;
diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou
neoplasia lobular in situ, mutação genética, entre outros factores (Menke et al.,
2007).
3.2. Carcinogénese
Segundo o World Cancer Research Fund (WCRF) e a International Agency
for Research of Cancer (IARC) (2007) citado por Bering (2012), entre 5% a
10% das neoplasias são resultados directos da herança de genes relacionados
ao cancro, mas grande parte envolve danos ao material genético, de origem
física, química ou biológica que se acumulam ao longo da vida.
O processo de carcinogénese, em geral, ocorre lentamente, onde pode
levar vários anos para que a célula cancerígena prolifere e dê origem a um
tumor visível.
Esse processo passa por vários estágios:
Estágios de iniciação - as células sofrem o efeito dos agentes
cancerígenos que provocam modificações genéticas. Nesta fase as células
estão geneticamente alteradas, porém ainda não é possível detectar-se
clinicamente o tumor. Encontram-se “preparadas”, ou seja “iniciadas” para a
acção de um segundo grupo de agentes que actuará no próximo estágio
(Instituto Nacional de Cancro (INCA), 2011);
Estágios de promoção - as células geneticamente alteradas, ou seja,
“iniciadas” sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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7 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
oncopromotores. A célula é transformada em célula maligna de forma lenta e
gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e
continuado contacto com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do
contacto com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse
estágio. Segundo o INCA (2011), alguns componentes da alimentação e a
exposição excessiva e prolongada a hormonas são exemplos de factores que
promovem a transformação de células.
Estágio de progressão - caracteriza-se pela multiplicação descontrolada
e irreversível das células alteradas. Nesse estágio, o cancro já está instalado,
evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença
(INCA, 2011).
3.3. Epidemiologia
O cancro é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em
todo o mundo. Em 2012, houve cerca de 14,1 milhões de novos casos e 8,2
milhões de mortes relacionadas com o cancro, a nível mundial. Nas regiões
menos desenvolvidas ocorreram 57% (8 milhões) dos novos casos de cancro e
65% (5,3 milhões) das mortes por cancro (GLOBOCAN, 2012).
Está doença tornar-se cada vez mais a principal causa de morbilidade e
mortalidade a nível mundial e, em África, com 12,7 milhões de novos casos
diagnosticados em 2008, a previsão é de que este número venha a aumentar
para 21,4 milhões em 2030 (Sankaranarayan et al., 2010).
Os principais tipos de cancro são o pulmonar, o hepático, o gástrico, o
colorectal, o da mama e o do esófago. Em 2012, o cancro diagnosticado com
mais frequência nas mulheres foi o da mama (World Cancer Report, 2014).
O cancro da mama é o segundo tipo de cancro mais comum no mundo e
de longe, o tipo de cancro mais frequente entre as mulheres, com uma
estimativa de 1,67 milhões de novos casos de cancro diagnosticados em 2012.
Este representa cerca de 12% de todos os novos casos de cancro e 25% de
todos os cancros em mulheres. É o tipo de cancro mais comum em mulheres,
tanto em regiões mais e menos desenvolvidas (GLOBOCAN, 2012).
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
8 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
O cancro da mama é classificado como a quinta causa de morte por cancro
em geral (522 mil mortes). Ao mesmo tempo é a causa mais frequente de
morte por cancro em mulheres em regiões menos desenvolvidas (324 mil
mortes, 14,3% do total) e a segunda causa de morte por cancro em regiões
mais desenvolvidas (198 mil mortes, 15,4%) depois do cancro do pulmão
(GLOBOCAN, 2012).
Em Moçambique, houve um registo de 58% de casos de cancro, sendo uma
das doenças mais frequentes nas mulheres, com 10,2% correspondente ao
cancro da mama (MISAU, 2009).
Segundo a OMS (2014), estima-se que em Moçambique o cancro da mama
represente 7% das mortes por cancro nas mulheres, num total de 7700 mortes.
Nas mulheres, o cancro da mama teve uma incidência de 1095 novos casos.
3.4. Avaliação nutricional
A avaliação nutricional é um processo de identificação de características
relacionadas com problemas nutricionais; é feita através da correlação de
informações obtidas através de vários métodos utilizados, como avaliação
nutricional subjectiva global, exames clínicos e físicos, antropometria e
dosagens bioquímicas (Vasconcelos, 2008).
A antropometria é o método de investigação científica em nutrição que se
ocupa da medição das variações nas dimensões físicas e na composição
global do corpo humano, em diferentes idades e em distintos graus de nutrição,
segundo Jelliffe (1966) citado por Miranda et al. (2012).
O Índice de Massa Corporal, também conhecido como índice de Quetelet, é
definido pela divisão da massa corporal em quilogramas pelo quadrado da
estatura em metros (kg/m2), conforme ilustra a figura 1, e é utilizado para a
classificação do estado nutricional (tabela 1 e 2) (Ramos, 2005).
IMC
Figura 1- Formula do Índice de Massa Corporal
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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Tabela 1 Classificação do estado nutricional de adultos
Diagnóstico nutricional IMC (kg/m2) Risco de co-morbidade
Baixo peso ˂ 18,5 Baixo
Eutrofia 18,5 – 24,9 Sem risco
Pré-obesidade 25,0 – 29,9 Risco aumentado
Obesidade grau l 30,0 – 34,9 Moderado
Obesidade grau ll 35,0 – 39,9 Severo
Obesidade grau lll ˃ 40,0 Muito severo
Fonte: OMS, 2000
Tabela 2 Classificação do estado nutricional para idosos
Diagnóstico nutricional IMC (kg/m2)
Baixo peso ˂ 23,0
Peso adequado 23,0 – 28,0
Pré-obesidade 28,0 – 30,0
Obesidade ˃ 30,0
Fonte: OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), 2002
A malnutrição para Da Silva (2008) é o estado patológico resultante tanto da
inadequada ingestão e/ou absorção de nutrientes pelo organismo (desnutrição
ou subnutrição), como da ingestão e/ou absorção de nutrientes em excesso
(sobrenutrição). Ambas as condições são o resultado de um desequilíbrio entre
as necessidades corporais e o consumo de nutrientes essenciais.
Segundo Cuppari (2005), estudos indicam que a forma pela qual a gordura
está distribuída pelo corpo é mais importante que a gordura corporal total na
determinação do risco individual de doenças. Nesse sentido, utiliza-se o
perímetro da cintura para predizer melhor o tecido adiposo visceral, associado
ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas (tabela 3).
O perímetro da cintura é medido no ponto médio entre a última costela e a
crista ilíaca (Cuppari, 2005).
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Tabela 3 Classificação do perímetro da cintura, para mulheres
Risco de complicações metabólicas Perímetro da cintura (cm)
Risco aumentado ≥ 80
Risco muito aumentado ≥ 88
Fonte: OMS, 1997
A Avaliação Nutricional Subjectiva Global (ANSG) representa
essencialmente um raciocínio clínico sobre a história nutricional (apêndice 1). É
composta por anamnese dirigida e exame físico simplificado para aspectos
nutricionais. Neste método o doente é questionado sobre mudanças do peso
habitual, alterações de hábitos alimentares, presença de sintomas e sinais
gastrointestinais, assim como distúrbios da capacidade funcional (Detsky et al.,
1987 citado por Correia, 2003).
A doença do doente é considerada no contexto geral e de acordo com o
diagnóstico de base do doente, atribui-se um grau de demanda metabólica:
leve, moderado e alto. Por último, o doente é submetido a um exame físico
simples, objectivando verificar mudanças da composição subcutânea, massa
muscular e presença de edemas.
Este método valoriza essencialmente a progressão de perda de peso do
doente e o período em que ocorreu, além de outras variáveis clínicas
significantes como a existência de alterações do apetite, a presença de
sintomas gastrointestinais e as mudanças da capacidade funcional. Todas
essas variáveis são factores relevantes que interferem no estado nutricional do
doente (Correia, 2003).
A avaliação da ingestão alimentar é parte integrante da avaliação
nutricional. O Questionário de Frequência Alimentar (QFA) é um método
utilizado em estudos para a verificação da relação dieta-doença, os alimentos
são apresentados em uma listagem pré-estabelecida consoante a sua
pertinência (Slater et al., 2004)
De acordo com Cuppari (2005), os parâmetros bioquímicos são importantes
na avaliação nutricional, na medida em que auxiliam na identificação precoce
de alterações nutricionais (tabela 4).
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Tabela 4 Valores de referência de parâmetros bioquímicos, para mulheres
Parâmetros bioquímicos Valores de referência
Albumina 38 – 51g/L
Colesterol total < 200 mg/dL
Colesterol – LDL < 150 mg/dL
Creatinina 88 – 128 µmol/L
Glicémia 4 – 6 mmol/L
Concentração de Proteínas Totais 66 – 87 g/L
Fonte: Mahan e Escott-Stump, 2010
3.5. Perfil nutricional em doentes com cancro da mama
Estudos realizado por Bolonezi (2013) demostraram que grande parte das
mulheres com cancro da mama apresentava um peso acima do ideal, onde o
IMC era em média 27,9 kg/m2, considerado como pré-obesidade. O mesmo
autor confirma que a incidência de cancro da mama é maior entre os 46 e os
67 anos.
Todas as terapias utilizadas no tratamento do cancro da mama são
afectadas pelo excesso de peso, isso é especialmente observado na
quimioterapia que é calculado de acordo com a superfície corporal, consoante
Koenke et al. (2005); Kirjner e Pinheiro (2007) citado por Irala (2011).
3.6. Desnutrição em doentes com cancro da mama
A desnutrição é associada com pior prognóstico, devido à diminuição da
qualidade de vida e do estado funcional do doente (Pressoir et al., 2010).
A desnutrição no cancro da mama está relacionada a factores associados
ao tratamento, à própria doença, assim como à condição económica e social.
Segundo Garófolo et al. (2005), a ingestão alimentar, o gasto energético, a
absorção e o metabolismo de nutrientes, bem como a toxidade oral e
gastrointestinal e, a nefrotoxicidade causada por fármacos usados no
tratamento de neoplasias e infecções, desempenham um papel importante na
etiologia da desnutrição no cancro.
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Para Turkki (1988), à medida que o cancro progride, muitos doentes
demonstram anorexia, que combinada com os processos hipermetabólicos das
células tumorais leva a uma grave perda de peso, desnutrição e finalmente à
caquexia cancerígena podendo levar à morte.
A quimioterapia, radioterapia ou hormonoterapia utilizadas no tratamento do
cancro provocam efeitos colacterais tais como náuseas, anorexia e alteração
do gosto e do olfato, que interferem na alimentação do doente. O cancro e o
tratamento fazem com que o metabolismo do doente gaste mais energia e ao
mesmo tempo ocorra perda de apetite, o que pode levar à desnutrição (INCA,
2011).
3.7. Influência da obesidade no cancro da mama
A obesidade é definida como a acumulação de tecido adiposo localizado ou
generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a
distúrbios genéticos ou endocrinometabólicos (Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), 2009).
A adiposidade contribui para o aumento da incidência e ou morte por
cancro da mama em mulheres na pós-menopausa. Calle et al. (2003) estimou
que 20% das mortes por cancro em mulheres nos Estados Unidos da América
é atribuído ao excesso de peso e obesidade.
Um estudo realizado nos Estados Unidos da América por Laamiri et al.
(2011) mostrou que o maior risco para o cancro da mama é devido ao consumo
excessivo de carnes vermelhas e produtos processados (com elevado teor de
lípidos), por desencadear pré-obesidade e obesidade.
A obesidade pode influenciar o desenvolvimento do cancro porque o tecido
adiposo produz e secretos inúmeros peptídeos e proteínas bioactivas
denominadas adipocitocina (Lewinski, 2010).
A adiponectina (uma adipocitocina) e a leptina (hormona secretada pelos
adipócitos) possivelmente influenciam na etiopatogenia de diferentes tumores
malignos, onde a leptina pode potencializar o crescimento de células
cancerígenas e a adiponectina tem um efeito contrário, isto porque a leptina e a
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adiponectina participam na manutenção da homeostase energética. A
obesidade acontece quando esta regulação é interrompida (Lewinski, 2010).
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4. Metodologia
4.1. Local de estudo
O presente estudo decorreu no Serviço de Oncologia do Hospital Central de
Maputo, que tem uma capacidade de 60 camas, divididas em duas enfermarias
de 30 camas para os homens e 30 camas para as mulheres, com diagnóstico
de diversos cancros. Segundo o livro de registo hospitalar do segundo
semestre de 2013 do HCM, estiveram internadas 25 mulheres com cancro da
mama.
O hospital conta com mais de 100 anos de existência, as suas obras de
construção remontam desde 1900. É um hospital de ensino e de referência
Nacional, é a maior Instituição hospitalar do país com cerca 1500 camas. É um
hospital de estrutura horizontal com cerca de 35 edifícios e ocupa uma área de
165.800 m2. É o hospital de nível quaternário na classificação dos hospitais no
país, segundo o diploma Ministerial nº 127/2002.
O HCM localiza-se na cidade de Maputo, a capital da República de
Moçambique, na Avenida Agostinho Neto a oeste, Avenida Eduardo Mondlane
a este, Avenida Tomás Nduda a norte e Avenida Salvador Allende a sul.
A escolha do Hospital Central de Maputo deveu-se ao facto de:
Ser um centro de referência com serviço de oncologia a nível nacional
com capacidade de internamento a doentes com cancro da mama e
outros tipos de cancro;
Apresentar uma boa organização dos serviços oferecidos;
Ser um hospital escola.
4.2. Tipo de estudo
De acordo com os objectivos traçados, o estudo é de caracter descritivo
exploratório com uma abordagem quantitativa.
O estudo descritivo é um estudo que consiste em descriminar os factores
determinantes ou conceitos que eventualmente possam estar associados ao
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fenómeno ou conceito relativo a uma população ou amostra, de maneira a
estabelecer as características desta população (Fortin, 2003).
Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como finalidade
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito. Portanto este estudo leva a cabo quando pouco se sabe sobre a
situação ou problema.
4.3. População e amostra do estudo
A população do estudo é composta por mulheres com cancro da mama
internadas no Serviço de Oncologia do HCM, com idade maior ou igual a 18
anos e sem diagnóstico de outro tipo de cancro. O estudo é constituído por
uma amostra de 15 doentes com cancro da mama, recolhida no período de
Janeiro a Março de 2015.
4.4. Critérios de inclusão e exclusão
O presente estudo teve como critérios de inclusão: mulheres com idade
maior ou igual a 18 anos; mulheres internadas na enfermaria do Serviço de
Oncologia do HCM com diagnóstico de cancro da mama e as doentes que
assinaram o termo de consentimento informado.
Como critérios de exclusão, o estudo apresentou os seguintes: doentes
com doenças inflamatórias não cancerígenas (porque estas podem alterar as
concentrações séricas de proteína C-reactiva e albumina); doentes com outros
tipos de cancro e doentes incapazes de consentir.
4.5. Tamanho amostral
Os dados colhidos no Serviço de Oncologia permitiram obter o número da
população de 25 doentes internados no segundo semestre de 2013, e a partir
deste calculou-se o tamanho da amostra de 24, que serviu como provável
tamanho da amostra, conforme apresentado a seguir:
n0 =
2 n =
n0 =
=
n =
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n0 = 400 n = 24
N = Tamanho da população
E0 = Erro amostral tolerável (5%)
n0 = Primeira aproximação do tamanho da amostra
n = Tamanho da amostra
4.6. Método de amostragem
Neste estudo usou-se o método de amostragem consecutiva por
conveniência que, segundo Fortin (2003), a amostragem é o processo pelo
qual um grupo de pessoas ou subconjunto de uma população é colhido com
vista em obter informações relacionadas com um fenómeno e de tal maneira
que a população inteira esteja representativa.
4.7. Variáveis do estudo
Este estudo usou como variáveis de atributos porque a sua escolha é
determinada em função das necessidades do estudo. De acordo com Kerlinger
(1973) citado por Fortin (2003), variáveis são qualidades, propriedades ou
característica de um objecto, de pessoas, ou das situações que são estudadas.
Portanto, este estudo teve como variáveis: idade; situação profissional;
tratamento; estado clínico; peso; altura; IMC; diagnóstico nutricional a partir do
IMC; risco de complicações metabólicas definido pelo perímetro da cintura;
estado nutricional segundo ANSG; parâmetros bioquímicos (albumina,
colesterol total, lipoproteína de baixa densidade, creatinina, glicémia e
proteínas totais); tipos de malnutrição e ingestão alimentar.
4.8. Procedimentos
Foram seleccionados consecutivamente e por conveniência os
doentes/processos clínicos que cumpriam com os critérios de inclusão sendo,
posteriormente, os doentes submetidos à leitura e explicação do consentimento
informado para assinatura.
De seguida, os doentes foram questionados sobre dados socioeconómicos.
Após o doente ter consentido para a realização das medições antropométricas
foi feita a medição da altura, do peso e do perímetro da cintura do doente pelo
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investigador, onde estes dados foram usados para identificar o estado
nutricional dos doentes juntamente com os dados bioquímicos.
O peso foi aferido em uma balança mecânica (Detecto-160kg) com o
doente situado no centro da plataforma, sem sapatos, usando roupas leves.
Determinou-se a altura em estadiómetro acoplado à balança, estando o doente
em pé, descalço em plataforma fixa, de costas para o marcador, com pés
unidos, em posição recta, com os olhos voltados para a frente. O perímetro da
cintura foi medido com uma fita métrica extensível, no ponto médio entre a
última costela e a crista ilíaca, com o doente de pé.
Os doentes foram também submetidos ao questionário da ANSG, aplicado
de forma específica e sucinta pelo investigador. O exame físico contemplado
na ANSG consistiu em observar a presença de sinais clínicos como: depleção
do músculo deltóide, presença de ascite, edema. Este método serviu também
para classificar o estado clínico do doente.
Nos processos clínicos de cada doente verificou-se, por observação, o
estado clínico (tratamento entre outros aspectos) e os indicadores bioquímicos
nutricionais, em que estes foram comparados aos padrões normais
recomendados.
Um questionário de frequência alimentar (QFA) semi-quantitativo foi usado
para avaliar a ingestão alimentar dos doentes no mês anterior, que foi
constituído por uma lista de alimentos apresentados em grupos, com opções
para a frequência de consumo e para a quantidade consumida tendo em conta
uma porção média, o qual o doente preencheu.
4.9. Técnicas e instrumento de recolha de dados
Como técnica de recolha de dados foi utilizado o inquérito por questionário
para o registo dos dados socioeconómicos, da ANSG e da ingestão alimentar
através do QFA (questionário pré-elaborado), e a observação para medições
antropométricas (observação em escala), parâmetros bioquímicos e exame
físico.
Quanto ao instrumento de recolha de dados foi usado um questionário de
recolha de dados (apêndice 1), incluindo o formulário de avaliação nutricional
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subjectiva global, o QFA e o registo de dados socioeconómicos, clínicos,
antropométricos e bioquímicos.
4.10. Análise e interpretação de dados
Para este estudo a análise de dados foi feita a partir do pacote estatístico
SPSS v.20 e do programa Microsoft Office Excel, onde os resultados foram
analisados a partir de estatística descritiva de frequências absolutas e relativas
das respostas, seguidas da apresentação em tabelas e gráficos.
O diagnóstico nutricional a partir do IMC foi determinado a partir das
referências bibliográficas mencionadas no enquadramento teórico, na tabela 1
e 2, respectivamente, para adultos e para idosos; o risco de complicações
metabólicas foi definido pelo PC, de acordo com a tabela 3 e os parâmetros
bioquímicos foram avaliados consoante os valores de referência mencionados
na tabela 4. A pontuação atribuída a cada item da ANSG está referida no
apêndice 1, ao longo da ANSG.
A ingestão alimentar foi caracterizada pela frequência de consumo, por
semana, dentro de cada grupo alimentar, destacando os alimentos com
frequência maior que 50,0%, ou seja, os alimentos consumidos por mais de
metade da amostra.
4.11. Limitações do estudo
O estudo teve como limitações: a insuficiência de tamanho da amostra
como estava prevista no cálculo do tamanho da amostra, devido à escassez
dos pesquisados no momento de recolha de dados e para o cumprimento do
prazo de entrega do Trabalho de Fim do Curso; falta de alguns parâmetros
bioquímicos que não eram pedidos pelos médicos, principalmente dos
parâmetros nutricionais; assim como falta de verbas suficientes para custear as
despesas da pesquisa.
4.12. Considerações éticas
Este estudo foi desenvolvido após aprovação do Comité Institucional de
Bioética para a Saúde do Instituto Superior de Ciências de Saúde (anexo 1) e
da Direcção Científica e Pedagógica do HCM (anexo 2). Após a conclusão do
estudo, foi elaborado um relatório final que foi submetido ao Serviço de
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19 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Oncologia e à Direcção Científica e Pedagógica do HCM.
Entretanto foram tomadas em conta todas as considerações éticas da
investigação científica.
O consentimento informado (apêndice 2), escrito em português, foi lido ao
doente pelo investigador principal, num local sossegado e sem limitação de
tempo, usando uma linguagem clara e acessível ao destinatário.
O doente foi solicitado a dar um consentimento escrito e assinado (ou com
impressão digital). Deu-se tempo ao participante para discutir a informação
recebida com os membros da comunidade ou da família, antes de decidir sobre
a participação no estudo.
Foi garantida a confidencialidade por um sistema de código apropriado. Os
dados que identificam o participante não foram difundidos fora de estudo. Os
planos de seguimento dos participantes e qualquer informação pessoal foram
restritos ao pessoal médico e aos investigadores envolvidos directamente no
estudo.
A participação no estudo foi voluntária, após o doente ter dado o
consentimento informado. Os doentes tiveram a possibilidade de se retirarem
do estudo, a qualquer altura, desde a assinatura do consentimento.
Constituiu vantagens do estudo para os participantes, a oportunidade para
o rastreio da desnutrição, pré-obesidade e obesidade, e o seguimento na
consulta médica ou de especialidade, caso indicado.
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5. Resultados
5.1. Caracterização socioeconómica e do estado clínico da amostra
A amostra é composta por 15 doentes, do sexo feminino, com diagnóstico
de cancro da mama internadas no Serviço de Oncologia do HCM.
Fonte: Autor
Gráfico 1- Classes de idades da amostra
Quanto à idade (gráfico 1) no momento da recolha de dados, a maioria das
doentes (60,0%) estava na faixa etária dos 30 aos 49 anos e um terço eram
idosas. A mediana das idades foi de 35 anos com um mínimo de 30 anos e
máximo de 63 anos. Relativamente à situação profissional (gráfico 2), 40,0%
das doentes inquiridas realizavam actividade profissional por conta própria e
26,7% no sector privado.
Fonte: Autor Gráfico 2 - Situação profissional da amostra
5 (33,3%)
4 (26,7%)
1 (6,7%)
5 (33,3%)
0
1
2
3
4
5
6
30 - 39 anos 40 - 49 anos 50 - 59 anos > 60 anos
6 (40,0%)
4 (26,7%)
2 (13,3%) 2 (13,3%)
1 (6,7%)
0
1
2
3
4
5
6
7
Conta própria Funcionário privado
Desempregado Funcionário público
Camponês
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21 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Cerca de 60% das doentes do estudo tinham um estado clínico moderado
e 40% encontravam-se no estado grave (tabela 5), ambos os grupos recebiam
tratamento de quimioterapia intravenoso.
Tabela 5 Estado Clinico da amostra
Estado clínico n (%)
Moderado 9 (60,0)
Grave 6 (40,0)
Fonte: Autor
5.2. Avaliação nutricional
No diagnóstico nutricional a partir do IMC (tabela 6) verificou-se que cerca
de 40,0% das doentes adultas apresentavam pré-obesidade ou obesidade e
6,7% tinham baixo peso. Em idosos, notou-se uma percentagem de 20,0% com
pré-obesidade e 6,7% com baixo peso.
Tabela 6 Diagnostico nutricional a partir do IMC
Diagnóstico nutricional IMC (kg/m2) n (%)
Adu
ltos
Baixo peso < 18,5 1 (6,7)
Eutrofia 18,5 – 24,9 3 (20,0)
Pré-obesidade 25,0 – 29,9 4 (26,7)
Obesidade grau I 30,0 – 34,9 2 (13,3)
Idosos
Baixo peso < 23,0 1 (6,7)
Peso adequado 23,0 – 28,0 1 (6,7)
Pré-obesidade 28,0 – 30,0 3 (20,0)
Total 15 (100,0)
Fonte: Autor
Tabela 7 Risco de complicações metabólicas definido pelo PC Risco de complicações metabólicas n (%)
Pouco risco (PC < 80 cm) 7 (46,7)
Risco muito aumentado (PC 88 cm) 8 (53,3)
Total 15 (100,0)
Fonte: Autor
No que se refere ao risco de desenvolvimento de complicações
metabólicas associadas ao perímetro da cintura (tabela 7), cerca de metade
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22 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
(53,3%) das doentes apresentava um risco muito aumentado de complicações
metabólicas.
Tabela 8 -Classificação do estado nutricional segundo a ANSG
Classificação
do estado nutricional n (%)
Percentagem
cumulativa
Desnutrido grave 7 (46,7) 46,7
Suspeita de desnutrição ou
moderadamente desnutrido 4 (26,7) 73,3
Nutrido 4 (26,7) 100,0
Total 15 (100,0)
Fonte: Autor
Segundo a ANSG (tabela 8), a amostra maioritariamente (73,3%)
encontrava-se com estado nutricional de desnutrição ou suspeita, com 46,7%
das doentes com desnutrição grave e 26,7% com desnutrição moderada ou
suspeita de desnutrição.
Tabela 9 - Avaliação dos parâmetros bioquímicos sanguíneos de acordo com
os valores de referência
Parâmetro
Bioquímico
Baixo
n (%)
Normal
n (%)
Elevado
n (%)
Albumina 7 (46,7) 3 (20,0) 5 (33,3)
Colesterol total 3 (20,0) 5 (33,3)
Colesterol – LDL 6 (40,0) 9 (60,0)
Creatinina 4 (26,7) 11 (73,3)
Glicémia 3 (20,0) 3 (20,0) 9 (60,0)
PT 5 (33,3) 3 (20,0)
Fonte: Autor
Quanto aos parâmetros bioquímicos avaliados (tabela 9), quase metade
(46,7%) apresentava concentração de albumina abaixo dos valores de
referência, 33,3% concentração de proteínas totais abaixo dos valores de
referência, 33,3% hipercolesterolemia e 20,0% hipoglicémia. A maioria
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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23 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
apresentava colesterol-LDL acima dos valores de referência (60,0%),
hiperglicémia (60,0%) e creatinina acima dos valores de referência (73,3%).
5.3. Tipos de malnutrição
Fonte: Autor Fonte: Autor
Na identificação dos tipos de malnutrição verificou-se que a pré-obesidade
e a obesidade representa uma percentagem elevada (60,0%) pela avaliação do
IMC (gráfico 3), enquanto, a desnutrição apresenta maior percentagem na
avaliação feita pela ANSG (gráfico 4) e pelos parâmetros bioquímicos.
5.4. Avaliação da ingestão alimentar
Tabela 10 - Frequência de ingestão alimentar no grupo de carnes, pescados e ovos
Alimento Frequência Quantidade n (%)
Frango 5-6 vezes/semana
Maior que 1 pedaço 12 (80,0)
Carne de vaca 1-3 vezes/mês
Igual a 2 pedaços pequenos
5 (33,3)
Ovos 2-3 vezes/dia
Igual a 1 médio 15 (100,0)
Embutidos 1 vez/semana
Maior que 2 fatias 6 (40,0)
Carapau 2-4 vezes/semana
Menor que 1 pedaço médio
14 (93,3)
Peixes (outros) 1-3 vezes/mês
Menor que 1 pedaço 13 (86,7)
Fonte: Autor
Baixo peso 2 (13,3%)
Pré- -obesidade 7 (46,7%)
Obesidade grau I
2 (13,3%)
Eutrofia/Peso adequado 4 (26,7%) Desnutrido grave
7 (46,7%) Suspeita de
desnutrição ou moderadamente
desnutrido 4 (26,7%)
Nutrido 4 (26,7%)
Gráfico 3 - Estado nutricional pelo IMC Gráfico 4 - Estado nutricional pela ANSG
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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24 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Quanto à frequência de ingestão alimentar no grupo carnes, pescado e
ovos (tabela 10), verificou-se que todas as doentes apresentavam um consumo
elevado de ovos por dia. Por semana, verificou-se um consumo mais frequente
de frango e de carapau e por mês, o consumo de outros peixes.
Tabela 11 - Frequência de ingestão alimentar no grupo cereais, pães e tubérculos
Alimento Frequência Quantidade n (%)
Arroz 5-6 vezes/semana
Maior que 3 colheres de sopa rasa
13 (86,7)
Farinha de milho (xima) 2-4 vezes/semana
Maior que 1 colher de sopa funda
10 (66,7)
Massa esparguete 1 vez/semana
Igual a 2 colheres de sopa funda
4 (26,7)
Mandioca 1 vez/dia
Maior que 2 pedaços grandes
7 (46,7)
Fonte: Autor
Na frequência de ingestão alimentar no grupo cereais, pães e tubérculos
(tabela 11), por semana, verificou-se um consumo mais frequente de arroz e de
farinha de milho (xima).
Tabela 12 - Frequência de ingestão alimentar no grupo verduras, legumes e leguminosas
Alimento Frequência Quantidade n (%)
Couve 5-6 vezes/semana
Maior que 2 colheres funda
10 (66,7)
Amendoim 5-6 vezes/semana
Maior que 1 colher de sopa funda
8 (53,3)
Repolho 1 vez/semana
Igual a 1 colher de sopa funda
5 (33,3)
Feijão 1 vez/semana
Igual a 1 colher de sopa rasa
7 (46,7)
Folhas de mandioca 1 vez/semana
Maior que 1 colher de sopa funda
4 (26,7)
Fonte: Autor
Para o grupo verduras, legumes e leguminosas (tabela 12) verificou-se, por
semana, um consumo mais frequente de couve e amendoim.
No grupo óleos e gorduras (tabela 13) obteve-se, por semana, um
consumo mais frequente de óleo de girassol, de soja e de coco e de margarina.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
25 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Tabela 13 - Frequência de ingestão alimentar no grupo óleos e gorduras
Alimento Frequência Quantidade n (%)
Margarina 5-6 vezes/semana
Maior que 1 colher de chá
9 (60,0)
Óleo de coco 2-4 vezes/semana
Maior que 1 colher de sopa
11 (73,3)
Óleo de girassol, soja 2-4 vezes/semana
Maior que 1 colher de sopa
13 (86,7)
Manteiga 1-3 vezes/mês
Igual a 1 colher de chá
5 (33,3)
Fonte: Autor
Tabela 14 - Frequência de ingestão alimentar no grupo frutas
Alimento Frequência Quantidade n (%)
Manga 5-6 vezes/semana
Maior que 1 unidade 13 (86,7)
Laranja 1 vez/semana
Igual a 1 unidade 14 (93,3)
Banana 2-4 vezes/semana
Igual a 1 unidade 15 (100,0)
Papaia 5-6 vezes/semana
Maior que 1 fatia 8 (53,3)
Maçã 2-4 vezes/semana
Igual a 1 unidade 15 (100,0)
Fonte: Autor
Em relação ao grupo frutas (tabela 14) verificou-se um consumo mais
frequente de manga, banana, papaia e maçã, por semana e de laranja uma vez
por semana. O consumo de manga pode ser devido ao facto de ser uma fruta
da época e o consumo de laranja, banana e maçã por serem as frutas mais
distribuídas no serviço de oncologia. Para o grupo das bebidas (tabela 15)
notou-se um consumo frequente e excessivo de cerveja, por semana. Por dia,
verificou-se um consumo de água e chá em todas as doentes.
Tabela 15 - Frequência de ingestão alimentar no grupo bebidas
Alimento Frequência Quantidade n (%)
Cerveja 2-4 vezes/semana
Maior que 2 copos 9 (60,0)
Água 2-3 vezes/dia
Igual a 1 copo 15 (100,0)
Chá 1 vez/dia
Igual a 1 chávena 15 (100,0)
Fonte: Autor
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no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
26 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
6. Discussão
6.1. Caracterização socioeconómica e do estado clínico da amostra
A amostra das doentes com cancro da mama internadas no Serviço de
Oncologia do HCM, caracteriza-se maioritariamente por doentes com idades
compreendidas entre os 30 e os 49 anos, em situação profissional por conta
própria ou no sector privado, em estado clínico moderado.
Para o INCA (2006), contrariamente ao obtido neste estudo, a faixa etária
de incidência de cancro da mama é dos 40 aos 60 anos de idade sendo a
maior causa de morte nas mulheres.
Em relação à situação profissional, Bering (2012) argumenta que o tipo de
ocupação se associa significativamente ao poder de aquisição de qualquer
alimento ou produto alimentício. No entanto, não foi feito uma correlação no
nosso estudo da fonte de rendimento e aquisição dos produtos alimentares.
6.2. Avaliação nutricional
A avaliação do estado nutricional dos doentes tem como objectivo central
identificar os tipos de malnutrição, assim como as alterações metabólicas e
orgânicas que dependem da alimentação ou que podem ser atenuadas pelo
tratamento dietético adequado.
Em relação ao estado nutricional das doentes inqueridas no estudo
observou-se que apresentavam maioritariamente pré-obesidade e obesidade,
segundo a classificação do IMC.
Estes resultados assemelham-se ao estudo realizado por Porto et al.
(2011), em mulheres com cancro da mama no Brasil que relatou uma
frequência de sobrepeso (pré-obesidade e obesidade) a partir do IMC de
64,6%. A obesidade é também um factor de risco para o cancro da mama.
Brown et al. (2003) afirmaram que existe um corpo de evidências
solidamente comprovado de que a pré-obesidade e a obesidade são factores
de risco para o aparecimento e recorrência de vários tipos de neoplasia.
Em termos absolutos, o aumento de peso pode promover grandes
implicações na saúde das doentes no momento em que está directamente
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
27 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
associado com o desenvolvimento de outras doenças crónicas não-
transmissíveis como: hipertensão arterial, diabetes meliteus e doenças
cardiovascular, secundárias à acumulação de gordura visceral após a
quimioterapia (Del Rio et al., 2002).
Quanto ao perímetro da cintura verificou-se que as doentes apresentavam
maioritariamente risco muito aumentado de complicações metabólicas. No
estudo de Healy et al. (2010) obteve-se uma prevalência de 87,0% de PC que
tem sido associado a risco de complicações metabólicas.
Em relação ao estado nutricional avaliado pela ANSG verificou-se que um
elevado número das doentes apresentava desnutrição grave seguido de
suspeita de desnutrição ou moderadamente desnutrido. No estudo de Dahlk et
al. (2008), foi encontrada uma frequência mais baixa, em que 29,1% dos
doentes com cancro da mama estavam desnutridas usando a ANSG.
Através da ANSG verificou-se que todas as doentes apresentavam
sintomas como náuseas, vómitos e falta de apetite. Dixon et al. (1978)
considera que as náuseas, os vómitos, a falta de apetite e a mucosite são
associados ao tratamento antineoplásicos e que deveriam ter maior relação
com a perda de peso e, consequentemente, desnutrição nestes doentes, o que
pode interferir no melhoramento do doente devido à fraca capacidade do
metabolismo do mesmo estar comprometido.
A identificação dos parâmetros bioquímicos sanguíneos em doentes com
cancro da mama aliados a outros métodos de avaliação nutricional contribui na
identificação do estado nutricional e no tratamento nutricional dos mesmos.
Segundo Cuppari (2005), a diminuição da concentração das proteínas
séricas é um dos indicadores da desnutrição devido à perda de proteínas
resultando em desnutrição proteica-energética em doentes oncológicos. As
concentrações de albumina abaixo dos valores de referência são indicativas da
presença de desnutrição em quase metade da amostra.
Segundo Mahan e Escott-Stump (2010), níveis reduzidos de albumina
podem aparecer durante um curto período de deficiência de energia e proteína
e estão associados a maior incidência de complicações médicas ou nutricionais
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
28 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
(morbilidade), hospitalização mais longa e mortalidade.
Um terço das doentes apresentou níveis de PT abaixo dos valores de
referência. Segundo Mahan e Escott-Stump (2010), os níveis de PT
acompanham os sinais clínicos de desnutrição, no entanto, não é útil para
avaliar o estado proteico.
Outras proteínas séricas como a pré-albumina e a proteína de ligação ao
retinol são indicadores mais sensíveis do balanço energético-proteico que a
albumina ou transferrina (Mahan e Escott-Stump, 2010). No entanto, estes não
estavam disponíveis possivelmente pelo custo associado.
As proteínas séricas têm como limitação o facto da resposta ao stress
poder afectar essas variáveis e confundir a sua interpretação como indicadores
do balanço energético-proteico, não devendo ser utilizadas isoladamente para
estabelecer um diagnóstico nutricional (Mahan e Escott-Stump, 2010).
Um elevado número das doentes apresentava creatinina acima dos valores
de referência. Consoante Mahan e Escott-Stump (2010), um doente que
apresenta nível elevado de creatinina no sangue, indica desenvolvimento de
uma insuficiência renal e é um indicador nutricional na determinação da massa
muscular no corpo, que vai levar à perda de peso e deixando o doente sem
apetite.
Em relação à glicémia, colesterol-LDL e CT, um estudo realizado por Porto
et al. (2011) verificou uma frequência de 11,1% de hiperglicémia, mais baixa
que o nosso estudo e quanto ao LDL e CT obteve maior frequência em 86,4%.
Outro estudo, realizado por Healy et al. (2010) diz que no cancro da mama
em estádios mais avançados da doença apresenta maiores taxas de
hiperglicémicos, hiperinsulinemicas e obesidade.
6.3. Tipos de malnutrição
A avaliação nutricional realizada pelo IMC permitiu diagnosticar doentes
em situação de pré-obesidade e obesidade e apenas duas com baixo peso,
comparativamente, à ANSG que determinou uma elevada frequência de
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
29 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
desnutrição ou suspeita. Desta forma, pode-se supor que a ANSG possibilita
melhor a identificação de doentes com suspeita de desnutrição ou desnutrição.
Isto alerta para o facto de o doente estar aparentemente bem nutrido ou
sobrenutrido mas poder apresentar sintomas e sinais de desnutrição. Para
estes doentes é importante manter o peso corporal dentro dos valores
desejáveis, de forma bem nutrida, com prática de uma alimentação saudável,
compatível com os efeitos secundários do tratamento, para garantir o sucesso
do tratamento e o melhor prognóstico clínico.
6.4. Avaliação da ingestão alimentar
A importância da avaliação da ingestão alimentar nestes doentes é de
propor, orientar e formular as estratégias de intervenção nutricional, facilitando
a recuperação dos doentes e evitando a deterioração do estado nutricional bem
como a depleção imunológica.
Estudos epidemiológicos sobre o padrão alimentar em doentes com cancro
identificam uma dieta desequilibrada, deficiente em nutrientes essenciais e
excessiva em nutrientes nocivos (Lund et al., 2011).
A ingestão alimentar das doentes estudadas caracteriza-se,
semanalmente, pelo consumo mais frequente de frango, carapau, ovo, arroz,
farinha de milho (xima), couve, amendoim, óleo de girassol, de soja e de coco,
margarina, manga, banana, papaia e maçã. À excepção do carapau, da
banana e da maçã, a porção de consumo referida foi maior que a porção
média.
Lund et al. (2011) afirma que as ingestões excessivas de ácidos gordos
saturados presentes em carnes associam-se ao desenvolvimento de cancros
da mama, próstata e colo-rectal. Willett (1998) confirma que os ácidos gordos
saturados são relacionados a factores de riscos para o cancro da mama. No
entanto, neste estudo apenas cerca de um terço das doentes relatou o
consumo de carne de vaca e embutidos com pouca frequência por semana.
Segundo Campbell et al. (2012), os vegetais são excelentes fontes de
vitaminas, minerais e outras substâncias potencialmente protectoras, como
carotenos e flavonóides e desempenham função anti carcinogénica devido às
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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30 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
suas propriedades antioxidantes e por inibição directa de potenciais agentes
endógenos da carcinogénese. Para o Adzersen et al. (2003), o elevado
consumo de fruta e verduras apresenta efeito protector para o cancro da
mama.
Quanto ao consumo de óleo e gorduras foi semelhante ao observado no
estudo de Medeiros (2004), onde observou maior consumo de óleo e gorduras
na alimentação diariamente na confecção de diversas preparações.
Quanto às bebidas verificou-se que as doentes apresentavam um elevado
consumo de cerveja. Um estudo realizado por Smith et al. (1998) diz que as
bebidas alcoólicas constituem um factor negativo da dieta da mulher, uma vez
que o álcool tem sido associado a um risco aumentado para o desenvolvimento
do cancro da mama. Por dia, verificou-se um consumo de água e chá em todas
as doentes, não sendo este suficiente para garantir as necessidades hídricas.
Quanto à alimentação oferecida no hospital, durante a recolha de dados
verificou-se que as doentes que se encontravam no estado grave rejeitavam
ainda mais as refeições e em contra partida as que tinham pré-obesidade e
obesidade consumiam as refeições com algumas queixas de condimento.
Segundo a Associação Laço e a Associação Portuguesa dos Nutricionistas
(2013), os doentes com cancro da mama durante o tratamento devem ter
presentes os princípios de uma alimentação saudável, como: fazer uma
alimentação completa, variada e equilibrada; procurar manter o peso corporal
dentro dos valores desejáveis; tomar sempre o pequeno-almoço; fazer 5 a 6
refeições por dia; aumentar o consumo de fruta e hortícolas; iniciar as refeições
principais com sopa; comer calmamente e mastigar muito bem os alimentos;
evitar comer alimentos com teor elevado de gordura; reduzir o consumo de
alimentos com alto teor de sal; aumentar o consumo de alimentos ricos em
fibra; evitar o consumo de açúcar e de alimentos açucarados e evitar o
consumo de bebidas alcoólicas.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
31 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
7. Conclusões
Numa análise geral, a partir dos resultados encontrados no presente
estudo, verificou-se maior frequência de cancro da mama na faixa etária entre
os 30 e os 49 anos, com estado nutricional crítico das doentes visto que a
maioria das doentes apresentaram malnutrição (desnutrição, pré-obesidade e
obesidade). Das intervenções feitas às doentes, estas estão mais focadas no
tratamento de quimioterapia e não na recuperação do estado nutricional do
doente. Também foi observada alguma ingestão alimentar incorrecta como
consumo de alimentos ricos em gordura, baixa ingestão de fruta e hortícolas,
baixo consumo de água e elevado consumo de bebidas alcoólicas.
Sendo assim, é necessário a formulação de estratégias de intervenção
nutricional adequadas, com vista à identificação precoce e mendigação para o
controlo da desnutrição, pré-obesidade e obesidade em doentes com cancro da
mama, uma vez que estes factores criam um desequilíbrio do estado nutricional
das doentes durante a quimioterapia, aumentam o risco de morbilidades
associadas, de mortalidade e de custos de hospitalização.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
32 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
8. Recomendações
Para o Serviço de Oncologia
Implementar uma ferramenta de rastreio de risco nutricional;
Proceder ao acompanhamento nutricional individualizado, por um
profissional de nutrição, nomeadamente em caso de risco nutricional;
Solicitar os exames bioquímicos necessários à avaliação do estado
nutricional dos doentes;
Adequar a alimentação dos doentes às necessidades da patologia e do
estado clínico e nutricional, tendo em conta os princípios de uma
alimentação saudável;
Informar os doentes dos princípios de uma alimentação saudável e de
conselhos para minimizar os efeitos secundários do tratamento,
preparando estes para o tratamento em ambulatório;
Reduzir o intervalo das refeições e aumentar o número das refeições
oferecidas ao doente, para que este não fique muito tempo sem ingerir
alimentos, de forma a evitar sobrecarga do tratamento de quimioterapia;
Garantir o consumo de alimentos ricos em ácidos gordos polinsaturados
n-3, pelo seu potencial regulador imunológico na inibição da proliferação
das citocinas pré-inflamatórias, e evitar o consumo de alimentos com
teor elevado de ácidos gordos saturados;
Garantir a ingestão maior de frutas e hortícolas, pela sua riqueza em
vitaminas, minerais e fibras, e de líquidos para evitar a desidratação,
nomeadamente em doentes com diarreia e vómitos;
Determinar dietas específicas para o Serviço de Oncologia assim como
para os doentes com cancro da mama uma vez que estes têm
necessidades energéticas aumentadas;
Existir controlo e observação por um nutricionista em relação ao tempo
em que são oferecidas as refeições aos doentes e o tipo de dieta a ser
administrado a cada doente em termos de palatibilidade.
Para o Hospital Central de Maputo
Contratação de mais quadros da área de Nutrição
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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33 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
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Guanabara Koogan. Disponível em: http://www.ebah.com. Acesso em: 15 de
Setembro de 2014.
46. Vasconcelos F. (2008). Avaliação Nutricional de Colectividades (4ª Ed.).
UFSC.
47. Verde S. M. (2007). Impacto do tratamento quimioterápico no estado
nutricional e no comportamento alimentar de pacientes com neoplasias
mamárias e suas consequências na qualidade de vida. Dissertação de Pós-
graduação na Faculdade de Saúde Publica, São Paulo. Disponível em:
http://www.scielo.com. Acesso em: 14 de agosto de 2014.
48. Willett W. (1998). Dietary fat intake and cancer risk: a controversial and
instructive story. Cancer Biology. Disponível em: http://www.pubmed.com
Acesso em: 3 de Março de 2015.
49. World Health Organization (1997). Obesity – presenting and managing
the global epidemic. Report of WHO consultation on obesity. Genebra.
50. World Health Organization (2000). Technical Report Series 894. Obesity:
preventing and managing the global epidemic. Genebra.
51. World Health Organization (2014). Cancer Country Profiles, 2014.
Disponível em: http://www.who.int/cancer/country-profiles/in/. Acesso em: 23 de
Março de 2015.
52. World Health Organization (2015). Cancer – fact sheet no297. Updated
February 2015. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/
fs297/en/. Acesso em: 23 de Março de 2015.
53. Zorlini R. (2007). Perfil nutricional pré-operatório de mulheres com
cancro ginecológico e mamário. Dissertação de Mestrado. Campinas. São
Paulo. Disponível em: http://www.inca.gov.br. Acesso em: 27 de Maio de 2014.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
39 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
10. Anexos e apêndices
Anexo 1 – Aprovação do estudo pelo Comité Institucional de
Biótica do ISCISA
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
40 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Anexo 2 – Aprovação do estudo pela Direcção Científica e
Pedagógica do Hospital Central de Maputo
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
41 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Apêndice 1 – Questionário de recolha de dados
O presente questionário destina-se aos doentes internados com cancro da
mama no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, com o fim de
recolher dados referente ao estado nutricional dos mesmos, para a realização
do trabalho final do curso para a obtenção de grau de Licenciatura em Nutrição,
no Instituto Superior de Ciências de Saúde.
Secção I - dados socioeconómicos e clínicos
1. Nome_____________________________________ Cama nr _______
2. Idade______________________________________
3. Naturalidade________________________________
4. Tratamento _________________________________
5. Situação profissional
Desempregado (____); camponês (_____); conta própria (_____),
Funcionário público (______), funcionaria privado (______).
Secção II - dados antropométricos
Peso__________ (kg)
Altura__________ (m)
Perímetro da Cintura_________ (cm)
Secção III - parâmetros bioquímicos sanguíneos
Concentração de proteínas totais (_______), Albumina (______), Pré- albumina
(______), Colesterol total (______), Triglicéridos (______),
HDL-colesterol (_____), LDL-colesterol (______), Creatinina (______),
Glicémia (_____), Transferrina (______), Proteína C- reactiva (_______)
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
42 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
1. Avaliação Nutricional Subjectiva Global
Nome:__________________________________ Cama nr._______________
A. História
1. Peso
Peso actual: ______ kg Peso habitual:______kg Altura_____cm
Perdeu peso nos últimos 6 meses? Sim Não desconhecido
Quantidade perdida: _____ Kg
Nas últimas 2 semanas: continua perdendo estável engordou
2. Ingestão alimentar em relação ao habitual
____ (1 = sem alterações 2 = houve alterações)
Se houve, há quanto tempo: _____ dias
Se houve, para dieta ____ (1 = sólida, em menor quantidade 2 = líquida
completa 3 = líquida restrita 4 = jejum)
3. Sintomas gastrointestinais presentes há mais de 15 dias
____ (1 = sim 2 = não)
Falta de apetite ____ (1 = sim 2 = não)
Náusea ____ (1 = sim 2 = não)
Vómitos ____ (1 = sim 2 = não)
Diarreia – acima de 3 evacuações líquidas por dia ____ (1 = sim 2 = não)
4. Capacidade funcional
____ (1 = sem disfunção 2 = com disfunção)
Se alterada, há quanto tempo: _____ dias
Tipo de disfunção: ____ (1 = trabalho sub-óptimo 2 = tratamento ambulatorial 3
= acamado)
5. Doença principal e a sua relação com as necessidades nutricionais
Diagnóstico(s) principal(ais):
_______________________________________________________________
Demanda metabólica ____ (1 = baixo stress 2 = stress moderado 3 = stress
elevado)
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
43 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
B. Exame Físico
Para cada item dê um valor
0 = Normal
1 = Leve
2 = Moderada
3 = Importante
_____ Perda de gordura subcutânea (tríceps e tórax)
_____ Perda muscular (quadríceps e deltóide)
_____ Presença de edema maleolar
_____ Presença de edema pré-sacral
_____ Presença de ascite
C. Avaliação Subjectiva
Resultado final: ____ (1 = nutrido 2 = suspeita de desnutrição ou
moderadamente desnutrido 3 = desnutrido grave)
Fonte: Detsky et al. (1987)
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
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44 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Nome:____________________________________ Cama nr._____________
As questões seguintes relacionam-se ao seu hábito alimentar usual no PERÍODO DE UM MÊS. Para cada quadro responda, por favor, a frequência que
melhor descreva QUANTAS VEZES você costuma comer cada alimento e a respectiva UNIDADE DE TEMPO (se por dia, por semana, por mês). Depois
responda qual a sua PORÇÃO INDIVIDUAL USUAL em relação à porção média indicada. ESCOLHA SOMENTE UM CÍRCULO PARA CADA COLUNA.
Muitos grupos de alimentos incluem exemplos. Eles são sugestões e você pode consumir todos os itens indicados. NÃO DEIXE ITENS EM BRANCO.
Questionário de frequência alimentar
Grupo de Alimento
Frequência média Quantidade
Nunca 1
Vez por dia
2-3 Vezes
por dia
4-6 Vezes por dia
1 Vez por semana
2-4 Vezes
por semana
5-6 Vezes
por semana
1-3 Vezes
por mês Porção
Men
or
Igu
al
Maio
r
Carnes, pescado e ovos
Frango 1 Pedaço
Carne de vaca 2 Pedaços pequenos
Carne de porco 1 Pedaço médio
Carne de caça (gazela, coelho) 1 Pedaço médio Embutidos
(chouriço, salsicha, worse, palone) 2 fatias
Fígado de boi 1 Porção 120g
Ovos Um médio
Carapau 1 Pedaço médio Mariscos (camarão, caranguejo) 1 Porção de 120g
Peixe (diversos) 1 Pedaço
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45 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Cereais, pães e tubérculos
Arroz branco 3 Colheres de sopa rasa
Arroz integral 2 Colheres de sopa rasa
Massas esparguete/macarrão 2 Colheres de sopa funda
Farinha de milho (xima) 1 Colher de sopa funda
Farinha de mandioca (caracata) 1 Colher de sopa rasa
Farinha de mandioca (tapioca) ½ Colher de sopa rasa
Mandioca 2 Pedaços grandes
Batata-doce 3 Médias
Batata Reno 1,5 Média
Verduras, legumes e leguminosas
Couve 2 Colheres de sopa funda
Repolho 1 Colher de sopa funda
Folhas de mandioca 1 Colher de sopa funda
Alface 1 Pires
Folhas de feijão-verde 1 Colher de sopa funda
Folhas de abóbora 1 Colher de sopa funda
Feijão 1 Colher de sopa rasa Feijão-verde 1 Colher de sopa funda
Cenoura 4 Colheres de sopa Tomate 4 Colheres de sopa
Amendoim (pilado) 1 Colher de sopa funda
Abóbora 2 Fatias
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46 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Óleos e gorduras
Óleo: girassol, soja 1 Colher de sopa
Coco (leite) 1 Colher de sopa
Manteiga 1 Colher de chá
Margarina 1 Colher de chá Azeite de oliva 1 Colher de chá
Frutas
Manga 1 Unidade Laranja, tangerina 1 Unidade
Banana 1 Unidade Papaia 1 Fatia Maçã 1 Unidade
Bebidas
Vinho 1 Copo Cerveja 2 Copos Água 1 Copo Chá 1 Chávena
Refrescos 1 de 330mL Bebida branca
(whisky, aguardente) 2 Duplos
Fonte: adaptação de Penteado (2003).
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no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
47 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Apêndice 2 – Consentimento informado
Folha de informação ao participante
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama no
Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo - 2015
Investigador principal: Faruk Alegria Obra
Estimada doente, pretende-se realizar um estudo quantitativo com o tema
acima citado, para a obtenção do grau de Licenciatura em Nutrição, do qual a
estimada doente é solicitada para fazer parte da amostra do estudo. O estudo
será realizado pelo estudante Faruk Alegria Obra, do Curso de Licenciatura em
Nutrição 4°ano, com o objectivo de avaliar o estado nutricional dos doentes
com cancro da mama internados no Serviço de Oncologia do Hospital Central
de Maputo.
A sua participação no estudo é de extrema importância, na medida em que
o estudo poderá dar a conhecer os problemas nutricionais em doentes
internados com cancro da mama no Serviço de Oncologia, em Moçambique. A
participação é de carácter voluntária e a rejeição pela participação ou
desistência no decurso do estudo, não terá implicações negativas para o
participante. Serão garantidas as condições de privacidade, confidencialidade e
anonimato.
Em caso de dúvidas, poderá apresentá-las, pois, merecerão o
esclarecimento. Poderá também contactar com o investigador através dos
contactos 824081786 / 848293433. Depois da sua leitura e ciente desta
informação, o estimado doente é convidado a assinar o consentimento
informado na página a seguir, do qual ficará com uma cópia.
Avaliação nutricional dos doentes internados com cancro da mama
no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo, Janeiro a Março de 2015
48 Faruk Alegria Obra – Licenciatura em Nutrição - ISCISA
Declaração de consentimento livre e esclarecido
Eu,____________________________________________________________,
compreendi a explicação que me foi fornecida acerca do estudo que se
pretende realizar, com o título “Avaliação nutricional dos doentes internados
com cancro da mama no Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo,
2015”. Foi-me dada a oportunidade de fazer as perguntas que julguei
necessárias, e de todas obtive respostas satisfatórias. Tomei conhecimento de
que a informação que me foi prestada vai de acordo com os objectivos e
procedimentos concernentes ao estudo. Foi-me afirmado que tenho o direito de
recusar a participação no estudo a qualquer momento, sem que isso possa ter
qualquer efeito prejudicial. Por isso, consinto participar no estudo que me foi
proposto pelo investigador principal.
Assinatura do investigador principal Assinatura da participante
___________________________ _______________________
Faruk Alegria Obra
Maputo, aos _____ de __________________ de 2015