th-3 turma c01 2016/2 -...
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Transferência da
família real
portuguesa para
o Brasil – Missão
Francesa e o
Neoclássico
Prof. Ana Paula Zimmermann
TH-3 Turma C01
2016/2
Arquitetura Brasileira Descoberto em 1500 pelo Reino de
Portugal, o Brasil manteve-se na qualidade
de colônia até o século XIX.
Durante este período podemos dizer que as
nossas riquezas naturais foram exploradas e
exportadas.
Por restrições impostas por Portugal, muito
pouco aqui era produzido. Brasil era uma
colônia de exploração.
O interesse pelo desenvolvimento só
acontece a partir do Século XIX.
Transferência da Corte
Portuguesa para o Brasil
1808 e 1820.
quinze mil pessoas.
capital: a cidade do Rio de Janeiro
Antecedentes
Século XIX guerras na Europa;
Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu;
1806, Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental, proibindo que qualquer país aliado ou ocupado pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. Quebra ao bloqueio invasão pelo exército francês;
Portugal (D. João) tinha longa relação comercial com a Inglaterra mas temia o exército francês.
Sem alternativa, Portugal aceitou o Bloqueio;
Continuou comercializando com a Inglaterra.
Napoleão descobriu e determinou a invasão
de Portugal em novembro de 1807.
Nov. 1807
D. João decide
transferir a
corte para
o Brasil.
A Chegada
A Inglaterra ofereceu escolta na travessia do Atlântico, mas em troca exigiu a abertura dos portos brasileiros aos navios ingleses.
A família real portuguesa, a sua corte de nobres, servos e demais empregados domésticos se radicaram no Brasil, entre 1808 e 1820.
Chegaram mais ou menos quinze mil pessoas.
A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro.
Consequências Abertura dos portos para o comercio;
Instalação base naval inglesa na Ilha da Madeira;
Fundação das primeiras escolas superiores (medicina - Salvador, Rio de Janeiro);
Unidade politica;
Primeiras fábricas/indústrias (pólvora, moagem de trigo);
Melhorias urbanas, principalmente em Salvador e no Rio de Janeiro;
Fundação do Banco do Brasil.
Real Theatro São João Para trazer hábitos europeus aos trópicos e
sofisticar a população do RJ e a nobreza
tropical, Dom João VI constrói um teatro
(baseado no Teatro São Carlos, Lisboa)
Vista do Teatro Real de São João do
Rio de Janeiro. Pintura de Jean
Baptiste Debret (1834).
Pintura de Jean Baptiste Debret
(cerca de 1834)
A Missão Francesa
Queda de Napoleão - 1815
Portugal reestabelece suas relações diplomáticas, comerciais e culturais com a França
Dom João procura dinamizar a vida do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
1816 - Chegada de um grupo de artistas franceses MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
Chefiada por Joachin Lebreton. Dela faziam parte, entre outros artistas, Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny
Esse grupo organizou a Escola Real das
Ciências, Artes e Ofícios, que, após ter
recebido diversos nomes, passou a ser
chamada, em 1826, de Imperial Academia e
Escola de Belas-Artes.
Nesta escola os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos.
Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda europeia.
Obedeciam ao estilo neoclássico .
O objetivo de D. João VI era utilizar os mestres europeus para
"estabelecer no Brasil uma Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, em que se promova e difunda a instrução e conhecimentos indispensáveis aos homens destinados não só aos empregos públicos da administração do Estado, mas também ao progresso da agricultura,
Decreto de 12 de agosto de 1816. Citado em TAUNAY, A.. A Missão Artística de 1816 - Publicação do SPHAN - Rio de Janeiro
mineralogia, indústria e comércio,
fazendo-se portanto necessário aos habitantes o estudo das Belas Artes
com aplicação referente aos ofícios
mecânicos cuja prática, perfeição e
utilidade depende dos
conhecimentos teóricos daquelas
artes e difusivas luzes das ciências
naturais, físicas e exatas“
Jean-Baptiste Debret Pintor realista
A obra que realizou no Brasil foi imensa: retratos da família real, não esquecendo de destacar a forte presença dos escravos, pinturas de cenário para o Teatro São João e trabalhos de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para festas públicas e oficiais, como para as solenidades da aclamação de Dom João VI.
Foi também professor de Pintura Histórica da Academia de Belas-Artes e realizador da primeira exposição de arte no Brasil, inaugurada em 2 de dezembro de 1829.
A despedida de D. João VI Déc. 1820 – marcada pela instabilidade
política em Portugal (o povo exigia a volta da
família real) e as revoltas incipientes no Brasil.
Em 20 de abril D. João convocou no Rio uma
reunião para escolher deputados à
Constituinte, mas no dia
dia seguinte houve
protestos em praça
pública que
acabaram reprimidos
com violência.
No Brasil a opinião geral era de que a
volta do rei poderia significar a retirada
do país da autonomia conquistada,
voltando a ser uma colônia.
Devido à crise política só restou ao rei
nomear D. Pedro I regente em seu nome
e partiu para Lisboa em 25 de abril de
1821, após uma permanência de treze
anos no Brasil.
O Dia do Fico deu-se em 9 de janeiro de 1822 quando o então príncipe regente D. Pedro de Alcântara foi contra as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta a Lisboa, ficando no Brasil.
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".
A partir daí, D. Pedro entrou em conflito direto com os interesses portugueses, para romper o vínculo que existia entre Portugal e o Brasil.
Este episódio culminou com a declaração de independência do Brasil, que viria a ser proclamada em 7 de setembro de 1822.
Formação do Neoclássico no Brasil
Em Portugal, o movimento neoclássico já se
entrevia na reconstrução pombalina de
Lisboa, depois do terremoto de 1755, e se
afirmaria em dois monumentos: o Teatro S.
Carlos (1792) e o Palácio da Ajuda (1802).
Portugal: Teatro São
Carlos (Lisboa - 1792)
Igreja Matriz da Nossa Senhora da Candelária (1775 - 1811)
A fachada possui dois pavimentos, definidos pelas cimalhas robustas que percorrem toda a sua extensão e que são divididas, nos dois pisos, por pilastras dobradas que entalam os vãos de portas e janelas. Pilastras e cimalhas são de cantaria (pedra talhada).
O corpo central da fachada é ladeado pelas torres sineiras que, nos topos, têm bulbos com contornos caprichosos revestidos de azulejo.
NO BRASIL
A Igreja da Candelária tem três naves, transepto e cruzeiro encimado pela cúpula e capela-mor ladeada pelas sacristias.
Em 1871, novos estudos com propostas de alteração da cúpula foram feitos pelo arquiteto Daniel Pedro Ferro Cardoso, que, aprovados pela Irmandade, resultaram na contratação com Portugal dos blocos de mármore para o revestimento.
Esses blocos chegaram ao Rio entre 1873 e 1877 - ano em que a cúpula foi concluída.
Interior da Cúpula
Grandjean de Montigny Aluno na Escola de Belas-Artes de Paris, Grandjean
entregou-se, na Itália, a levantamentos de obras
de Benedeto da Maiano, Micheloso, Antonio da
San Galo, Michelangelo, Palladio e outros grandes
arquitetos da Renascença.
É igualmente reconhecível, em Grandjean, a
influência da arquitetura francesa da sua época,
em particular a de seu mestre Percier, um dos
criadores do estilo Império (na técnica de
execução dos desenhos a bico de pena e até na
composição).
Percebe-se, no projeto para a Academia de Belas-Artes, na versão originalmente construída, pelo apuro de proporção e elegância requintada de linhas, inequívoco parentesco com a arquitetura de Andréa Palladio na Vila Rotonda.
Imperial Academia de
Belas Artes do RJ
Palácio do Comércio: atual Casa
França-Brasil ( Rio: 1819 - 1820)
Andrea Palladio – La Rotonda ( Vicenza: 1570)
Arquitetura Neoclássica
Em 1889 a Imperial Academia de Belas Artes passa a se chamar Escola Nacional de Belas Artes
Reorganizada segundo o modelo da Escola de Paris
Continua a difundir os padrões Neoclássicos de composição espacial, em contraste à produção europeia, já caracterizada pelo Ecletismo
Difunde o estilo Neoclássico no Brasil através das construções oficiais.
1889 – Proclamação da República
Transformações das antigas províncias em
estados, cada um com a sua capital e seus
edifícios oficiais demandam prédios novos
Arquitetos formados pela Escola Nacional
de Belas Artes estão impregnados dos ideais
neoclássicos do início do século
Prestígio da Europa, principalmente da
França, como berço cultural traz o modismo
europeu para as construções locais
Conservam-se ainda hoje muitos dos edifícios construídos por esses arquitetos, como o Palácio Itamarati (1855), antiga residência, projetada por José Maria Jacinto Rebello, onde hoje funciona a sede do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro.
Os discípulos de Grandjean, conservando a
orientação do mestre que continuou
lecionando até 1850 - realizaram no Rio de
Janeiro uma obra de notável apuro formal e
construtivo, cujas repercussões prolongaram-se
até à queda do Império.
A arquitetura elaborada sob a influência da
Academia era caracterizada pela clareza
construtiva e simplicidade de formas.
Elementos
construtivos como
cornijas e
platibandas eram
explorados como
recursos formais.
As linhas básicas
da composição
eram marcadas
por pilastras e
platibandas
Características Neoclássico
A arquitetura neoclássica buscou
inspiração nos edifícios antigos, em
especial no modelo do templo grego, cuja
fachada típica é constituída de um
retângulo estruturado por colunas e
coroado por um frontão triangular, um
modelo simétrico e austero baseado em
leis de proporcionalidade, que era
entendido como expressão de ordem,
disciplina, equilíbrio e racionalismo.