the xx - crítica álbum

2
Arte & Design Cinema Literatura Música Teatro INÍCIO NOTÍCIAS CRÍTICAS CRÓNICAS ENTREVISTAS AGENDA AO VIVO MULTIMÉDIA ESPECIAIS PASSATEMPOS RSS banner Quem Somos | Recrutamento | Ficha Técnica | Contactos Pesquisa OK Pelos trilhos poeirentos da seXXy pop [Nota da Redacção : Para quem quiser/ tiver oportunidade, a banda vai andar pelo Reino Unido no próximo mês, seguindo depois para Alemanha já em Outubro.] Música | xx The XX, 2009 Londrinos e na casa dos vintes, apenas. Sendo que o apenas não advém de elogio acostumado, uma vez que já se torna lugar comum para bandas com este perfil, apesar de se estrearem no presente ano, de 2009. São quatro e aparentam uma versão mais que melódica dos seus conterrâneos, Micachu e os amigos, mas sem a mão de Matthew Herbert (de salientar o acaso da banda referida fazer tour com os The XX). Trilham batidas simples, vozes sopradas ora de perto ora de longe, alternando-se o feminino e masculino. Oliver Sim e Romy Madley Croft (guitarrista também) os nomes que se escondem atrás. E os acordes que se ouvem, lembram-nos da melodia que acompanha o refrão nostálgico de fim de estação. Música urbana que acompanha a solidão de cada headphone pela cidade espalhado. Música, possivelmente, para um paradoxal nicho de massas. A massa do alternativo que pouco se tem alterado, ou alternado, no que se tem produzido na pop indie destes últimos anos. Sonoridades electrónicas a roçar o indie-pop, apelativas a um qualquer filme de Sofia Coppola – em Fantasy sente-se a fácil adaptação cinematográfica da própria faixa. Sensualidade é a palavra-chave, ainda que coberta de alguma melancolia inerente às ambiências propiciadas pelo arrastar da pasta sonora enevoada. Não nos confundamos, porém, pelas nuvens seventies de Manchester. Estamos longe disso. Da mesma forma que nos distanciamos cada vez mais do indie folk que se tem sentido e, progressivamente, vindo a desvanecer. Crystalised assume, de forma pouco difícil de entender, certamente, as lides de se ser single. Agradável ao ouvido para os últimos dias de Verão em que sopra a brisa fria da nortada, lembrando que o Outono está à porta. Com a voz meia que apagada meia que ecoante, o álbum vai mostrando um desenrolar comum, em que cada música se despe com a já conhecida ascensão sempre à porta – após os paths minimais iniciais, (re)desdobram-se os acordes semelhantes e, na maioria da vezes, o refrão a coro das duas vozes, acompanhada da batida simples. Assim se assegura um pouco mais de luminosidade ao que se ouve. Apesar de tudo, o álbum simpaticamente aclamado pela crítica (essa, sempre considerando «superlativo de bom» estas aparições no cenário da electrónica e a quem, facilmente, se agrada com sonoridades bonitas, agradáveis, smoothy, creamy and dreamy), consegue seduzir o ouvinte, mesmo que por vezes nem sequer disso se aperceba. Anúncios Google Música Música MP3 Funk Música Mora Rascunho 28-02-2011 Rascunho.net :: xx www.rascunho.net/critica.php?id=1592 1/2

Upload: filipa-mora

Post on 07-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Pelos trilhos poeirentos da seXXy pop

TRANSCRIPT

Arte & Design Cinema Literatura Música Teatro

INÍCIO NOTÍCIAS CRÍTICAS CRÓNICAS ENTREVISTAS AGENDA AO VIVO MULTIMÉDIA ESPECIAIS PASSATEMPOS RSS

banner

Quem Somos | Recrutamento | Ficha Técnica | Contactos Pesquisa OK

Pelos trilhos poeirentos da seXXy pop

[Nota da Redacção: Para quem quiser/

tiver oportunidade, a banda vai andar pelo

Reino Unido no próximo mês, seguindo

depois para Alemanha já em Outubro.]

Música |

xx The XX, 2009

Londrinos e na casa dos vintes, apenas. Sendo que o apenas não advém de

elogio acostumado, uma vez que já se torna lugar comum para bandas com

este perfil, apesar de se estrearem no presente ano, de 2009. São quatro e

aparentam uma versão mais que melódica dos seus conterrâneos, Micachu e

os amigos, mas sem a mão de Matthew Herbert (de salientar o acaso da

banda referida fazer tour com os The XX).

Trilham batidas simples, vozes sopradas ora de perto ora de longe,

alternando-se o feminino e masculino. Oliver Sim e Romy Madley Croft

(guitarrista também) os nomes que se escondem atrás. E os acordes que se

ouvem, lembram-nos da melodia que acompanha o refrão nostálgico de fim

de estação.

Música urbana que acompanha a solidão de cada headphone pela cidade

espalhado. Música, possivelmente, para um paradoxal nicho de massas. A

massa do alternativo que pouco se tem alterado, ou alternado, no que se tem

produzido na pop indie destes últimos anos.

Sonoridades electrónicas a roçar o indie-pop, apelativas a um qualquer filme

de Sofia Coppola – em Fantasy sente-se a fácil adaptação cinematográfica da

própria faixa. Sensualidade é a palavra-chave, ainda que coberta de alguma

melancolia inerente às ambiências propiciadas pelo arrastar da pasta sonora

enevoada. Não nos confundamos, porém, pelas nuvens seventies de

Manchester. Estamos longe disso. Da mesma forma que nos distanciamos

cada vez mais do indie folk que se tem sentido e, progressivamente, vindo a

desvanecer.

Crystalised assume, de forma pouco difícil de entender, certamente, as lides

de se ser single. Agradável ao ouvido para os últimos dias de Verão em que

sopra a brisa fria da nortada, lembrando que o Outono está à porta.

Com a voz meia que apagada meia que ecoante, o álbum vai mostrando um

desenrolar comum, em que cada música se despe com a já conhecida

ascensão sempre à porta – após os paths minimais iniciais, (re)desdobram-se

os acordes semelhantes e, na maioria da vezes, o refrão a coro das duas

vozes, acompanhada da batida simples. Assim se assegura um pouco mais de

luminosidade ao que se ouve.

Apesar de tudo, o álbum simpaticamente aclamado pela crítica (essa, sempre

considerando «superlativo de bom» estas aparições no cenário da electrónica

e a quem, facilmente, se agrada com sonoridades bonitas, agradáveis,

smoothy, creamy and dreamy), consegue seduzir o ouvinte, mesmo que por

vezes nem sequer disso se aperceba.

Anúncios Google Música Música MP3 Funk Música Mora Rascunho

28-02-2011 Rascunho.net :: xx

www.rascunho.net/critica.php?id=1592 1/2

Rascunho.net © 2005-2010 | Mais Olhos que Barriga - Associação Cultural - "Obrigado Érycson!"

Artigos Relacionados

Optimus Alive! sossega a memória e ateia as novasestrelas da rádio

The XX incluem Lisboa na digressão europeia

Basic space, Crystalised, Infinity dão cartas, deixando o ouvinte com

reminescências de covers de Nouvelle Vague, cobertas de um determinado

pó pop leve, nostálgico, melodioso e que de naïf pouco tem. «Give it up. I

can't give it up» – ouve-se durante a Infinity, que nos encaminha para o

desfecho clímax que se consegue, docilmente, adivinhar. Em Nightime, a voz

assume o protagonismo novamente, deixando apenas para o final a

sequência instrumental que encerra a faixa, dignamente.

A curiosidade despertada nasce no próprio nome da banda: será XX de vinte,

uma mera referência icónica, ou até mesmo os «xx» que se vêm no «sexxy»

que surge no MySpace da banda? Despertando curiosidade ou não, não é

difícil imaginar os possíveis nomes a trabalhar com os jovens britânicos que

assinam pela Young Turks.

Com títulos dos temas oníricos só por si, The XX conseguem que todo o

referente seja um qualquer imaginário paralelo, uma lufada ligeira que nos

conduz com suavidade e sensualidade para baladas de rápido encaixe,

caindo facilmente nos ouvidos menos atentos de quem procura pop leve e de

densidade reduzida. Impedem a saturação: a duração das próprias músicas

os previne.

Álbum de escuta rápida, uma boa aposta para os finais de dia veraneantes,

com um pouco de vento à mistura. Para ouvir sozinho ou acompanhado, se

necessário com um livro e um bom quadro paisagístico e natural à mão.

Filipa Mora, 2009

Comentar

Nome* :

Email:

Url:

Comentário* :

Controlo de SPAMinsira por favor a data de hoje.

Dica:28-02-2011

dd-mm-aaaa

Enviar * campos obrigatórios

projectos parceiros

Quem Somos | Ficha Técnica | Contactos

28-02-2011 Rascunho.net :: xx

www.rascunho.net/critica.php?id=1592 2/2