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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE SÃO PAULO CAPITAL
Entre as sociedades modernas, esse grande aparelho de elaboração e depuração reside na publicidade organizada, universal e perene: a imprensa. Eliminai-a da economia desses seres morais, eliminai-a, ou envenenai-a, e será como se obstruísseis as vias respiratórias a um vivente, ou pusésseis no vazio, ou o condenásseis à inspiração de gases letais. Tais são os que uma imprensa corrupta ministra aos espíritos, que lhe respiram as exalações perniciosas. Um país de imprensa degenerada ou degenerescente é, portanto, um país cego e um país miasmado, um país de idéias falsas e sentimentos pervertidos, um país, que, explorado na sua consciência, não poderá lutar com os vícios, que lhe exploram as instituições. [...] Mas o fino da esperteza consistiria, principalmente, em que, contestando a imprensa com a imprensa, fronteando com a imprensa veraz a imprensa professa na mentira, açulando contra a imprensa incorrupta uma imprensa de todas as corrupções, lograria este sistema desatinar a opinião pública, deixá-la muitas vezes indecisa entre o rasto da verdade e o da mentira, ou, muitas outras, induzi-la a tomar a pista falsa pela verdadeira. ("A imprensa e o dever de verdade" - Rui Barbosa)1
CANAL TL PRODUCAO DE VIDEOS E CURSOS LTDA (TERÇA LIVRE), inscrita
no CNPJ nº .............. e ALLAN LOPES DOS SANTOS, brasileiro, casado,
jornalista, sócio e representante do Terça Livre, inscrito no CPF de nº
..............................., ambos com endereço comercial à .......
........................................, vêm a V. Ex.ª, por seus
advogados (procuração anexa), com escritório à ....................
.......................... ............. .. , propor a seguinte
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
em face de PATRÍCIA TOLEDO DE CAMPOS MELLO, brasileira, jornalista,
..................................., FOLHA DA MANHÃ S/A, inscrita no
CNPJ ................, (matriz), ambos com sede de redação e
administração à ........................................................
......... e UNIVERSO ONLINE S/A, inscrita no CNPJ ..................,
com endereço à ...................................... ............ ...
........ ... ............. .. .. , tudo pelos fatos e fundamentos
que passa a expor:
1 Disponível em: (http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/rui_barbosa/FCRB_RuiBarbosa_AImprensa_eo_dever_da_verdade.pdf)
DOCUMENTOS QUE INSTRUEM ESTA AÇÃO
1. Matéria publicada na edição de 09/05/2020 do jornal Folha de São Paulo, capa e página A4: Verba publicitária de Bolsonaro irrigou sites de jogos de azar e de fake news na reforma da Previdência; 2. Verbas de publicidade Folha de São Paulo e UOL (dados IAP); 3. Reportagem DCM - Diário do Centro do Mundo “Frota: ‘Allan dos Santos recebe dinheiro do governo e mente ao dizer que não’”, de 09/05/2020; 4. Verbas de publicidade Revista IstoÉ (dados IAP); 5. Reportagem Revista IstoÉ “Verba publicitária de Bolsonaro abasteceu sites de jogos de azar e fake news, diz jornal”, de 09/05/2020; 6. Verbas de publicidade DCM-Diário do Centro do Mundo (dados IAP); 7. Reportagem DCM-Diário do Centro do Mundo “Governo Bolsonaro gastou verba de publicidade até com sites de jogos de azar e fake news” de 09/05/2020; 8. Verbas de publicidade Revista Fórum (dados IAP); 9. Reportagem Revista Fórum “Bolsonaro gastou dinheiro público em sites de fake news e jogo do bicho para fazer propaganda da reforma da Previdência”, de 09/05/2020; 10. Verbas de publicidade portal Brasil247 (dados IAP); 11. Reportagem portal Brasil247 “Verba publicitária sobre reforma da Previdência irrigou sites de fake news, infantis e até de jogo do bicho”, de 09/05/2020; 12. Código de Ética dos jornalistas FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas, 2010).
I - DO RITO
Sabidamente, a ação de direito de resposta possui o rito especial
da Lei 13.188/15. Contudo, sendo o direito de resposta um direito
constitucional (art. 5º, V da CRFB) de “eficácia plena” (ADPF 130), nada
obsta, portanto, que seja exigido em ação de obrigação se fazer no rito
ordinário com a inteligência do art. 12 da Lei 13.188/15 2.
II - DOS FATOS
De 06 de junho a 13 de julho de 2019, o Terça Livre TV recebeu, via
Google AdSense, 1.447 anúncios da campanha Nova Previdência, tendo
recebido em tese (não há confirmação de pagamento) o valor de R$ 21,4
(vinte um reais e quatro centavos) do Google AdSense.
2 Art. 12. Os pedidos de reparação ou indenização por danos morais, materiais ou à imagem serão deduzidos em ação própria, salvo se o autor, desistindo expressamente da tutela específica de que trata esta Lei, os requerer, caso em que o processo seguirá pelo rito ordinário.
Em 09/05/2020, foi publicada pelas Rés a matéria intitulada “Verba
publicitária de Bolsonaro irrigou sites de jogos de azar e de fake news
na reforma da Previdência”3(doc. 1).
Na matéria, sem qualquer cautela, as Rés:
(i) submetem o canal do YouTube protagonizado pelo Autor – Terça
Livre TV 4 a um rol de veículos definidos como “fake news”;
(ii) dão a entender que o governo direcionou verbas de publicidade
para aliados políticos.
(iii) insinuam ser o Autor beneficiário de verbas de publicidade do
Governo Federal e
(iv) utilizam-se das palavras proferidas pelo Autor em depoimento
na CPMI no intuito de desacreditá-lo ou, ainda, sugerir contradição da
sua fala.
Ocorre que, infelizmente, OU a matéria redigida não é dotada de
animus informandi, tendo as Rés optado pelo animus diffamandi ao trazer
uma redação maliciosa com propósito de atacar a imagem e a honra do
Autor OU por negligência e imprudência, não houve suficiente apuração
dos fatos, senão vejamos:
Atendo-se aos fatos, é preciso compreender a dinâmica dos gastos do
Governo Federal com publicidade na campanha da Nova Previdência.
II.I - DAS RELAÇÕES CONTRATUAIS
É fato que o Governo Federal contrata campanha publicitária
exclusivamente com a agência de publicidade vencedora de licitação para
esse fim, no caso da campanha da Nova Previdência, a vencedora do
certame foi a Artplan Comunicação S/A, CNPJ 33.673.286/0004-785.
3 Matéria com destaque de capa na versão impressa. Disponível na versão online em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/verba-publicitaria-de-bolsonaro-irrigou-sites-de-jogos-de-azar-e-de-fake-news-na-reforma-da-previdencia.shtml> que foi compartilhada nos perfis do Twitter @folha, disponível em: <https://twitter.com/folha/status/1258966685127761922> e @UOLNoticias, disponível em: <https://twitter.com/UOLNoticias/status/1259068922898382849>. 4 Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UC7qK1TCeLAr8qOeclO-s39g. 5 Contrato 29/2017, Processo nº 00170.000307/2016-24, e respectivos Termos Aditivos 01 a 06. Disponível em: http://www.secom.gov.br/acesso-a-informacao/licitacoes-e-contratos/contratos-de-publicidade-1
Já a Artplan comprou espaços de publicidade na internet pelo Google
Ads, uma solução de publicidade on-line que empresas usam para promover
produtos e serviços na internet 6.
Neste quadro, então, o que vemos é uma relação jurídica na qual o
Governo Federal figura como contratante e a agência de publicidade
Artplan, como contratada.
Segundo Plácido e Silva 7, a definição de CONTRATO considera que:
(...) O contrato, pois, ocorre quando as partes contratantes, reciprocamente, ou uma delas assume a obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Evidencia-se, por isso, que o contrato tem por efeito principal a criação de obrigações, que são assumidas pelas partes contratantes ou por uma delas. Em razão disso, fundamentalmente, o concurso de vontades das partes contratantes (consentimento) mostra-se elemento de valia para a sua feitura. (...) Sem a manifestação da vontade das partes contratantes, isto é, sem o consentimento delas, que tanto pode ser expresso, como tácito (Vide: Consentimento), não se forma o contrato.(...)
Destarte, tendo havido um CONTRATO (concurso de vontade) entre o
Governo Federal e a agência Artplan, é correto afirmar que Governo
Federal remunerou a Artplan para a execução da campanha da Nova
6 Disponível em: https://ads.google.com/intl/pt-BR_br/home/faq/ 7 Silva, De Plácido e Vocabulário Jurídico / atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Gláucia Carvalho - Rio de Janeiro, 2007.
Previdência, ou, noutras palavras, que a Artplan recebeu verbas de
publicidade do Governo Federal.
Então, como é possível atribuir ao Autor o recebimento de verbas do
governo e ainda insinuar que o Autor mentiu no depoimento à CMPI?
As Rés, seja por animus diffamandi, seja por negligência e
imprudência na apuração dos fatos, induzem o leitor a crer que o Autor
recebeu dinheiro do Governo com a afirmação de que o Terça Livre TV
recebeu 1.447 anúncios do Governo, logo, Allan dos Santos teria mentido
na CPMI.
Ocorre que esse raciocínio das Rés é enganoso, pois, a relação
jurídica que permitiu que anúncios do Governo Federal fossem veiculados
na página de internet do Autor é uma relação jurídica diversa da relação
estabelecida entre o governo e a agência de publicidade, senão vejamos:
O Autor é um cliente do Google AdSense 8, ferramenta para os sites
de internet na qual os produtores de conteúdo da Web vendem seu espaço
na internet para a veiculação de anúncios.
Assim, existe, pois, um CONTRATO (concurso de vontades) entre o
Autor e o Google AdSense.
8 Disponível em: https://www.google.es/adsense/start/
Destarte, é correto afirmar que o Google AdSense remunera o Autor
na compra e venda de espaço em seu site que é utilizado para veicular
publicidade dos mais diversos anunciantes.
Ou seja, o Autor NÃO contrata (concurso de vontades) com os
anunciantes clientes do Google. O Autor contrata apenas com o Google
AdSense, não havendo então qualquer relação jurídica do Autor com os
anunciantes.
Vale esclarecer ainda que o Autor NÃO decide sequer quais anúncios
serão exibidos no seu site 9, pois a ferramenta AdSense usa um sistema de
leilão virtual de anúncios 10 que seleciona automaticamente os anúncios
exibidos.
Ressalte-se que todas as informações acima, que deixaram de constar
da matéria das Rés, estão disponíveis no site do Google para a consulta.
Vejamos um print da página sobre as características do AdSense:
Nessa dinâmica, em resumo:
O Governo Federal é cliente da Artplan agência de publicidade;
A Artplan é cliente do Google Ads;
O Autor é cliente do Google AdSense, NÃO havendo, pois, qualquer
contrato (concurso de vontades) do Autor - Terça Livre com o
Governo Federal;
9 Eu preciso escolher quais anúncios exibir no meu site? - Disponível em: https://support.google.com/adsense/answer/6242051?hl=pt-BR&ref_topic=1319753 10 Sobre o leilão de anúncios: https://support.google.com/adsense/answer/160525
O Autor não participa de contrato de publicidade com o governo; não
venceu licitação específica para esse fim; não manifesta vontade em
contratar (aspecto volitivo) com o governo e não assume qualquer
obrigação com o governo, NÃO sendo possível, de boa-fé, afirmar que
o Autor recebeu dinheiro do governo.
Ainda que a demasia, imagine-se que o Governo pague auxílio
emergencial (COVID) a um cidadão. Esse cidadão efetua uma compra no
comércio local e o dono do comércio local compra um carro de luxo.
Seria correto afirmar que o auxílio emergencial do Governo
favoreceu a compra de carro de luxo por empresário?
Notadamente, tal afirmação induz o leitor a compreender que o valor
do auxílio emergencial foi entregue a empresário para compra de carro de
luxo, quando, na realidade, não há causalidade adequada entre o auxílio
emergencial do governo recebido por cidadão e a compra do carro pelo
empresário.
Da mesma forma, não há causalidade adequada entre as verbas de
publicidade federal pagas para a Artplan e os valores supostamente
recebidos pelo Autor via Google AdSense.
Não obstante, o Terça Livre possui como valor agregado a diretriz
de manter-se exclusivamente com financiamento privado - sem verbas
governamentais 11.
Essa diretriz é reiterada diariamente, em todas as transmissões
realizadas pelo Terça Livre 12.
Deste modo, o Terça Livre tem sido voz ativa no debate público,
posicionando-se enfaticamente contra o pagamento de verbas de
publicidade do Governo Federal nos veículos de mídia, como é o caso das
Rés.
11 Nesse sentido, é o enunciado 13 da DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS SOBRE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DA OEA. “13. A utilização do poder do Estado e dos recursos da fazenda pública; a concessão de vantagens alfandegárias; a distribuição arbitrária e discriminatória de publicidade e créditos oficiais; a outorga de freqüências de radio e televisão, entre outras, com o objetivo de pressionar e castigar ou premiar e privilegiar os comunicadores sociais e os meios de comunicação em função de suas linhas de informação, atentam contra a liberdade de expressão e devem estar expressamente proibidas por lei. Os meios de comunicação social têm o direito de realizar seu trabalho de forma independente. Pressões diretas ou indiretas para silenciar a atividade informativa dos comunicadores sociais são incompatíveis com a liberdade de expressão” (Disponível em: http://www.oas.org/pt/cidh/expressao/showarticle.asp?artID=26&lID=4 ). 12 Vale conferir no link o comercial padrão nas exibições do Terça Livre: https://www.youtube.com/watch?v=IDMIhljdk7M&t=23s
Conforme os dados do IAP 13, o Grupo Folha recebeu R$ 503.808.021,58 14 de verbas de publicidade federal entre os anos de 2000/2016.
Receita anual com verbas da publicidade do
governo federal para o Grupo Folha (Folha de São Paulo e portal UOL)
2016 R$ 18.219.396,30 2015 R$ 30.543.874,35 2014 R$ 36.515.648,82 2013 R$ 33.914.674,50 2012 R$ 35.047.582,76 2011 R$ 28.931.285,44 2010 R$ 32.105.323,97 2009 R$ 31.807.747,41 2008 R$ 26.125.548,80 2007 R$ 22.513.337,76 2006 R$ 21.026.548,38 2005 R$ 24.276.835,90 2004 R$ 29.936.951,69 2003 R$ 19.448.745,46 2002 R$ 22.615.834,93 2001 R$ 31.393.454,12 2000 R$ 59.385.230,99
Total 2016/2000 R$ 503.808.021,58
Atualizado 06/2020 R$ 597.735.470,08
13 IAP - Instituto para a Acompanhamento da Publicidade - Entidade paraestatal que monitorava os gastos com publicidade do governo federal até março de 2017. 14 Segundo os dados consolidados pelo Instituto de Acompanhamento da Publicidade entre os anos de 2000 e 2016, conforme apurado e publicado pelo jornalista Fernando Rodrigues em: https://www.poder360.com.br/midia/acesse-a-integra-dos-arquivos-sobre-publicidade-da-uniao-de-2000-a-2016/ . Valores atualizados pelo IGP-M até 2016. (doc. 2)
Assim, ao induzir o leitor a crer que Autor recebeu dinheiro do
Governo as Rés prejudicam o Autor, fazendo pairar sobre ele a pecha de
mentiroso (e até criminoso), prejudicando ainda a empresa Terça Livre,
aviltando conceito importante da marca que está intimamente ligado à
reputação comercial da mesma.
Não obstante, a matéria das Rés induz o leitor a crer que o
governo direcionou verbas de publicidade para aliados políticos. Ocorre,
porém, que o simples exame do documento citado na matéria (PLANILHA DA
SECOM) é suficiente para comprovar que isso não ocorreu, senão vejamos:
II.II - DA PLANILHA DA SECOM
Ad argumentandum tantum, consideremos o seguinte texto:
Deputado Paulo Pimenta (PT) nega ter recebido dinheiro de Bolsonaro
para divulgar a reforma da previdência.
Planilha da SECOM, porém, comprova que Paulo Pimenta, deputado
federal, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, foi irrigado
com verbas de Bolsonaro para divulgar a reforma da previdência.
No texto, todos os “elementos de informação” possuem lastro na
realidade, contudo, devido a combinação de (i) ardil semântico e (ii)
omissão deliberada, o texto desinforma e induz o leitor a crer numa
falsa realidade.
Nessa falsa realidade, Paulo Pimenta, homem da política, pessoa de
convicções ideológicas, homem que trabalhou para obstruir a votação da
reforma da previdência, homem que votou contra a reforma da previdência,
aparece como um traidor das próprias convicções, de seus representados e
do seu partido (PT).
Afinal, por que afirmamos que a matéria acima possui “elementos de
informação” com lastro na realidade?
Simples, o “Canal da Resistência” 15, que pertence ao Deputado Paulo
Pimenta, consta na PLANILHA DA SECOM 16, tendo recebido 26.778 17 anúncios
da Reforma da Previdência.
Oras, mas é a mesma PLANILHA DA SECOM objeto da reportagem das Rés?
Sim. É a mesma planilha. E na mesma planilha nós encontramos vários
canais/sites que são críticos e até opositores ao governo, tais como:
Canal Filósofo Paulo Ghiraldelli com 17.278 18 anúncios da Reforma
da Previdência.
Site da Revista Forum com 54.876 19 anúncios da Reforma da Previdência.
Site Diário do Centro do mundo com 1.601 anúncios da Reforma da
Previdência.
Canal Catraca Livre com 10.965 20 anúncios da Reforma da
Previdência.
Site ISTOÉ com 25.494 21 anúncios da Reforma da Previdência.
Site O ANTAGONISTA com 22.348 22 anúncios da Reforma da Previdência; 15 Canal da Resistência - Paulo Pimenta. Disponível em: < http://youtube.com/channel/UC9dBF5Mxf5pMAc7fXdEi8AQ >. 16 A planilha encontra-se disponível para download no site do Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC) – na parte final do processo nº 00077.003303/2019-17, em: <http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Item/displayifs.aspx?List=0c839f31-47d7-4485-ab65-ab0cee9cf8fe&ID=824047&Web=88cc5f44-8cfe-4964-8ff4-376b5ebb3bef>. 17 18,5 vezes mais anúncios que o Autor (1.447). 18 11,9 vezes mais anúncios que o Autor (1.447). 19 37,9 vezes mais anúncios que o Autor (1.447). 20 7,5 vezes mais anúncios que o Autor (1.447). 21 17,6 vezes mais anúncios que o Autor (1.447).
Canal TV 247, com 395 anúncios da Reforma da Previdência.
Canal MBL com 10 anúncios da Reforma da Previdência.
Canal Nando Moura com 60 anúncios da Reforma da Previdência.
Nessa vereda, com tantos sites e canais de críticos e opositores ao
governo, o que motivou o destaque do Autor na matéria das Rés? Por que
nenhum site/canal de crítico/opositor do governo que consta na PLANILHA
da SECOM foi mencionado na matéria?
Por que as Rés omitiram os valores supostamente pagos pelo Google
AdSense aos sites/canais da internet que constam da Planilha? Será que a
matéria teria a mesma repercussão caso as Rés apontassem o valor
supostamente recebido pelo Autor (R$ 21,4 vinte um reais e quatro
centavos) via Google AdSense?
Estariam as Rés interessadas em atacar o modelo atual de
distribuição de publicidade via internet? Haveria um viés ideológico
obnubilando o profissionalismo das Rés? Ou as Rés, por falta de cautela,
não checaram o documento primário que embasou a matéria?
Qualquer que sejam as respostas aos questionamentos, notadamente,
do exame da PLANILHA da SECOM, resta claro que NÃO HOUVE direcionamento
de publicidade para apoiadores do governo, como a matéria induz a crer.
Noutro giro, como já esclarecemos, a remuneração de sites/canais é
feita pelo Google AdSense, com distribuição de impressões por algoritmo,
num leilão virtual, sem contrato entre os sites e o Governo Federal.
Entender de forma diversa é considerar que o deputado Paulo Pimenta
(e outros), líder do PT na Câmara, recebeu dinheiro do Governo para
divulgar a Nova previdência, o que não merece prosperar.
Assim, duas hipóteses se abrem no caso em tela:
A) OU a matéria redigida não é dotada de animus informandi, tendo
as Rés optado pelo animus diffamandi, trazendo uma redação
maliciosa com propósito de atacar a imagem e a honra do Autor,
22 15,5 vezes mais anúncios que o Autor (1.447).
B) OU por negligência e imprudência, não houve suficiente apuração
dos fatos com esclarecimento das relações contratuais existentes na
campanha da Nova Previdência, nem exame do documento primário da
matéria (PLANILHAS DA SECOM).
De todo caso, a matéria veiculada ofende publicamente o requerente
em sua dignidade e reputação, tudo feito sem sequer ouvi-lo previamente.
II.III - DA REPERCUSSÃO DA MATÉRIA
A primeira Ré não apenas compartilhou, como também comentou a
matéria em seu perfil @camposmello no Twitter, esforçando-se a destacar
parte da matéria que trata do Autor, confira-se:
URL: https://twitter.com/camposmello/status/1259106405526712320
Notadamente, a repercussão de tal matéria foi enorme. Somente no
Twitter da primeira Ré, em que ela não apenas divulgou a matéria em
questão como também a comentou (vale frisar), foram 1.000 (mil)
comentários e retweets e 3,6 mil curtidas.
Só na parte que se se refere ao Autor, foram 740 comentários, 463
retweets e 1,7 mil curtidas. Vale conferirmos alguns comentários:
URL: https://twitter.com/RafalimaAlves/status/1259115207328227329
URL: https://twitter.com/ROVENAGMARSHALL/status/1259221300545032195
URL: https://twitter.com/marcoacacao/status/1259109633454637056
URL: https://twitter.com/Joaocf1988/status/1259111427597533184
URL: https://twitter.com/EngDeEsquerda/status/1259162651776757761
URL: https://twitter.com/docasteloalto/status/1259107812896133120
Ainda no Twitter, na postagem da Folha de S. Paulo foram 166
comentários, 1,3 mil retweets e 4,2 mil curtidas, disponível em:
URL: https://twitter.com/folha/status/1258966685127761922
Já na conta do Twitter da Folha Poder, foram 66 comentários, 576
retweets e 1,9 mil curtidas, disponível em:
URL: https://twitter.com/folha_poder/status/1258955864146358272
No Twitter UOL Notícias, 101 comentários e retweets e 325
curtidas, disponível em:
URL: https://twitter.com/UOLNoticias/status/1259068922898382849
Já a página da Uol Notícias do Facebook, que conta com 5,9 milhões
de seguidores, a matéria teve 1,3 mil curtidas, 518 comentários e 839
compartilhamentos, disponível em:
URL: https://www.facebook.com/UOLNoticias/posts/4247853055229478
Vale destacar alguns comentários no site da segunda Ré, disponível
em:
URL: https://comentarios1.folha.uol.com.br/comentarios/6135285?skin=folhaonline
Voltando ao Twitter, vale mencionar o compartilhamento de
jornalistas como Guga Chácara (101 comentários, 524 retweets e 2,8 mil
curtidas) e Xico Sá (27 comentários, 365 retweets e 1,3 mil
curtidas)23.
Também no mesmo dia da publicação das Rés, Nando Moura, músico e
Yutuber, com 286.171 seguidores no Twitter e 3,22 milhões de inscritos
no YouTube publicou o seguinte comentário e o trecho da matéria:
QUE VERGONHA. A VERDADE VAI TODA APARECER. “O canal de YouTube Terça Livre TV, que pertence ao blogueiro Allan dos Santos, consta na planilha da Secom de veículos que receberam anúncios do governo. Segundo o documento, houve 1.447 anúncios no canal."
URL: https://twitter.com/moura_101/status/1259075327881551874
Seu Tweet somou 374 comentários e retweets e 2,5 mil curtidas.
23 Perfis do Twitter: @xicosa, disponível em Link: https://twitter.com/xicosa/status/125909183675856486, e @gugachacra, disponível em: https://twitter.com/gugachacra/status/1259143428547448832.
Seu segundo Tweet, com outro trecho da matéria das Rés, somou 81
comentários e retweets e 1,2 mil curtidas. Destaque de comentários:
URL: https://twitter.com/Alexmabastos/status/1259077436983083008
URL: https://twitter.com/luizlopes_ba/status/1259163923129008128
URL: https://twitter.com/olhosalvinegros/status/1259086692528590853
URL: https://twitter.com/renanmsousa/status/1259076379695632391
URL: https://twitter.com/jaimelevita/status/1259075777724854278
URL: https://twitter.com/ZecaSinatra/status/1259146698703634433
URL: https://twitter.com/ZecaSinatra/status/1259146698703634433
URL: https://twitter.com/john_sotnas/status/1259224884934254593
Também no YouTube, a matéria das Rés serviu de base para
comentários pejorativos sobre o Autor em vídeo de Nando Moura.
URL: https://www.youtube.com/watch?v=Z66T14KKym0
Outro veículo de grande alcance nas redes sociais que reproduziu a
matéria das Rés foi o site O ANTAGONISTA, que conta com mais de 1,2
milhões de seguidores no Twitter.
A reprodução de O ANTAGONISTA teve 604 retweets e 2,1 mil curtidas,
com retweets de FELIPE MOURA BRASIL e ALEXANDRE FROTA. disponível em: O
ANTAGONISTA https://twitter.com/o_antagonista/status/1259157490157129729
; FELIPE MOURA BRASIL
https://twitter.com/FMouraBrasil/status/1259172762788212736 e ALEXANDRE
FROTA https://twitter.com/alefrota77/status/1259180513836838927.
Destaque de comentários:
URL: https://twitter.com/Alexandr_FCosta/status/1259174366664888321
URL: https://twitter.com/alander1989/status/1259180723887579143
URL: https://twitter.com/souzaailtonsou1/status/1259192818557497345
O Tweet do deputado foi destacado em publicação do DIÁRIO DO CENTRO
DO MUNDO com o título: “Frota: “Allan dos Santos recebe dinheiro do
governo e mente ao dizer que não” 24.
Nas redes sociais do deputado/SP “Mamãe Falei”, a publicação das
Rés serviu de matéria prima para comentários pejorativos sobre o Autor
em vídeo:
No Youtube com 361.643 visualizações, 51 mil curtidas:
https://www.youtube.com/watch?v=gJ_aQ5rsSkQ;
No Instagram do deputado com 79.200 curtidas
https://www.instagram.com/tv/CADUlC7AqtK/;
Também no Facebook do deputado
https://www.facebook.com/mamaefalei/posts/2669740143260324:
24 Disponível em: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/frota-allan-dos-santos-recebe-dinheiro-do-governo-e-mente-ao-dizer-que-nao/ (doc. 3).
No Facebook do MBL o mesmo vídeo aqui
https://www.facebook.com/mblivrerj/posts/2594574290790890 e aqui
https://www.facebook.com/mblivrecaxias/posts/233557975007532:
No Instagram do MBL, com 6.429 curtidas, disponível em:
URL: https://www.instagram.com/p/B_-sc92gHy1/
Cabe esclarecer que, conforme divulgado pela imprensa 25, o site
Brasil 247 foi acusado de receber propina do “petrolão” em troca de
apoio ao Partido dos Trabalhadores. A comparação, notadamente, possui
caráter pejorativo.
Noutro giro, merece destacar que a notícia das Rés serviu de
matéria prima para compartilhamento em outros veículos da imprensa
nacional.
A revista ISTOÉ que recebeu R$ 296.300.270,86 verbas de publicidade
federal entre os anos de 2000/2016 26 publicou o seguinte texto: “Verba
publicitária de Bolsonaro abasteceu sites de jogos de azar e fake news,
diz jornal“ 27.
O site DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO, veículo que recebeu R$ 1.408.079
de verbas de publicidade federal entre os anos de 2013/2016 28 publicou
seguinte texto: “Governo Bolsonaro gastou verba de publicidade até com
sites de jogos de azar e fake news“ 29.
Já o site REVISTA FÓRUM, que recebeu R$ 4.201.695,24 de verbas de
publicidade federal entre os anos de 2003/2016 30, publicou: “Bolsonaro
25 Disponível em : Revista Veja <https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/site-brasil-247-recebeu-dinheiro-do-petrolao-a-pedido-do-pt-diz-despacho-do-juiz-moro/>; O Globo <https://oglobo.globo.com/brasil/editora-247-recebeu-propina-pedido-de-vaccari-diz-moro-em-despacho-17065296>; Congresso em Foco <https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/editora-247-recebeu-propina-a-pedido-de-vaccari-diz-lobista/>; Gazeta do Povo <https://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/editora-247-recebeu-propina-para-apoiar-o-pt-diz-moro-em-despacho-484hcz7s7di5r4itf36maoe6s/>; Folha de São Paulo
<https://m.folha.uol.com.br/poder/2015/08/1663849-delator-na-lava-jato-diz-ter-pago-site-pro-governo-com-dinheiro-de-propina.shtml>; e O Antagonista <https://www.oantagonista.com/brasil/os-colaboradores-de-lula/>.
26 Segundo os dados consolidados pelo Instituto de Acompanhamento da Publicidade entre os anos de 2000 e 2016, conforme apurado e publicado pelo jornalista Fernando Rodrigues em: https://www.poder360.com.br/midia/acesse-a-integra-dos-arquivos-sobre-publicidade-da-uniao-de-2000-a-2016/ . Valores atualizados pelo IGP-M até 2016 (doc. 4). 27 Disponível em https://istoe.com.br/verba-publicitaria-de-bolsonaro-abasteceu-sites-de-jogos-de-azar-e-fake-news-diz-jornal/ (doc. 5). 28 Segundo os dados consolidados pelo Instituto de Acompanhamento da Publicidade entre os anos de 2000 e 2016, conforme apurado e publicado pelo jornalista Fernando Rodrigues em: https://www.poder360.com.br/midia/acesse-a-integra-dos-arquivos-sobre-publicidade-da-uniao-de-2000-a-2016/ . Valores atualizados pelo IGP-M até 2016 (doc. 6). 29 Disponível em https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/governo-bolsonaro-gastou-verba-de-publicidade-ate-com-sites-de-jogos-de-azar-e-fake-news/ (doc. 7). 30 Segundo os dados consolidados pelo Instituto de Acompanhamento da Publicidade entre os anos de 2000 e 2016, conforme apurado e publicado pelo jornalista Fernando Rodrigues em: https://www.poder360.com.br/midia/acesse-a-integra-dos-arquivos-sobre-publicidade-da-uniao-de-2000-a-2016/ Valores atualizados pelo IGP-M até 2016 (doc. 8).
gastou dinheiro público em sites de fake news e jogo do bicho para fazer
propaganda da reforma da Previdência” 31.
Também o site BRASIL 247, que recebeu R$ 6.745.767,05 de verbas de
publicidade federal entre os anos de 2011/2016 32, publicou: “Verba
publicitária sobre reforma da Previdência irrigou sites de fake news,
infantis e até de jogo do bicho”33.
Destaque de comentários do site Brasil 247:
Notadamente, é impossível nos dias de hoje rastrear e indicar de
maneira exaustiva todos os espaços de circulação da matéria maliciosa
das Rés, mas é de se supor que outros veículos tenham reverberado a
matéria. Aqui, citamos alguns pela indicação de links da internet:
1. https://muitainformacao.com.br/post/9409-verba-publicitaria-de-
bolsonaro-irrigou-sites-de-jogos-de-azar-e-de-fake-news-na-reforma-
da-previdencia;
2. https://www.folhadedourados.com.br/noticias/brasil-mundo/verba-
publicitaria-de-bolsonaro-irrigou-sites-de-jogos-de-azar-e-de-fake-
news-na-reforma-da-previdencia;
3. https://www.bahianoticias.com.br/noticia/248100-bolsonaro-irrigou-
sites-de-jogos-de-azar-e-fake-news-com-publicidade-da-
previdencia.html;
31 Disponível em: https://revistaforum.com.br/politica/bolsonaro/bolsonaro-gastou-dinheiro-publico-em-sites-de-fake-news-e-jogo-do-bicho-para-fazer-propaganda-da-reforma-da-previdencia/ (doc. 9). 32 Segundo os dados consolidados pelo Instituto de Acompanhamento da Publicidade entre os anos de 2000 e 2016, conforme apurado e publicado pelo jornalista Fernando Rodrigues em: https://www.poder360.com.br/midia/acesse-a-integra-dos-arquivos-sobre-publicidade-da-uniao-de-2000-a-2016/ Valores atualizados pelo IGP-M até 2016 (doc. 10). 33 Disponível em: https://www.brasil247.com/brasil/verba-publicitaria-sobre-reforma-da-previdencia-irrigou-sites-de-fake-news-infantis-e-ate-de-jogo-do-bicho-3hchy95e (doc. 11).
4. https://lfnews.com.br/bolsonaro-irrigou-sites-de-jogos-de-azar-e-
fake-news-com-publicidade-da-previdencia/;
5. https://popularmais.com.br/noticia/2550/verba-publicitaria-de-
bolsonaro-sobre-reforma-da-previdencia-irrigou-sites-de-jogo-do-
bicho-fake-new.html;
6. http://claudiotognolli.com.br/verba-publicitaria-sobre-reforma-da-
previdencia-irrigou-sites-de-fake-news-infantis-e-ate-de-jogo-do-
bicho/;
7. https://vermelho.org.br/2020/05/27/bolsonaro-tem-publicidade-em-
sites-de-fake-news-e-ate-de-jogo-do-bicho/;
8. https://www.esmaelmorais.com.br/2020/05/bolsonaro-gasta-com-
publicidade-em-sites-de-fake-news-e-ate-jogo-do-bicho-diz-pt/.
II.IV - AFINAL O QUE É O TERÇA LIVRE?
Criado por quatro amigos numa terça-feira, em 17 de novembro de
2014, o Terça Livre nasceu com a simples proposta de comentar, sempre às
terças-feiras e em transmissões ao vivo pela internet, as principais
notícias veiculadas na grande mídia.
Sem qualquer experiência com transmissões ao vivo pela internet,
equipamentos precários e nenhum roteiro, o início do Terça Livre foi
muito atrapalhado e divertido.
Porém, apesar da péssima qualidade técnica das transmissões, aos
poucos, o número de pessoas que acompanhavam o Terça Livre crescia e o
público do programa passou a financiar pequenas melhorias nos
equipamentos através das plataformas apoia.se
(https://www.apoia.se/tercalivre) e patreon
(https://www.patreon.com/tercalivre)
Pessoas fatigadas com o formato enlatado do jornalismo convencional
encontravam no Terça Livre um canal onde as notícias eram apresentadas
de maneira honesta e sem o script envernizado de meros leitores de
teleprompter, pois o Terça Livre nunca escondeu sua identificação com
valores cristãos e conservadores, nem sua indignação com o panorama
político.
O público do Terça Livre passou a demandar por uma plataforma que
reunisse o conteúdo dos vídeos e assim nasceu o portal de notícias do
Terça Livre https://www.tercalivre.com.br/.
Desde o início, o público participava ativamente das transmissões
ao vivo do Terça Livre, sempre interagindo com os apresentadores e
outros espectadores, sempre comentando em tempo real todos os assuntos
abordados no programa.
Em janeiro de 2017, a plataforma YouTube lançou o recurso Super
Chat. Com ele, o usuário poderia pagar para ter seu comentário destacado
em transmissões ao vivo. A partir de então, o Super Chat tornou-se uma
nova forma de financiamento do canal.
Em 2018, a plataforma YouTube lançou o recurso Channel Memberships,
o que permitiu aos criadores cobrarem uma taxa mensal para assinantes
interessados em conteúdos exclusivos dos canais.
O formato despojado do programa, com apresentadores que assumiam
suas convicções e não buscavam aparentar neutralidade ou infalibilidade
em todos os assuntos, gradualmente cativava mais e mais pessoas e muitas
pessoas se tornaram membros do Canal Terça Livre no YouTube.
Rapidamente e de forma orgânica, pessoas que desejavam ampliar seus
conhecimentos culturais, filosóficos e políticos, encontraram no Terça
Livre um ambiente de livre pensar onde a educação, a alta cultura e os
valores morais eram valorizados e compartilhados.
Não demorou para que no Terça Livre abrisse um franquia de livraria
virtual (https://livraria.tercalivre.com.br/), onde o público poderia
encontrar as obras de referência que eram comentadas nos programas.
Entre as pessoas que acompanhavam o Terça Livre surgiram grupos de
estudo sobre diversos assuntos, e aos poucos, os grupos de estudos
passaram a ser organizados como cursos livres em plataforma online - o
Terça Livre Cursos.
Paulatinamente a quantidade de cursos oferecidos foi se ampliando,
e hoje o Terça Livre oferece um total de 20 cursos no
https://www.tercalivre.com.br/tlescola/.
São eles: 1) Latim, 2) Latim-Gramática, 3) Inglês, 4) Francês, 5)
Espanhol, 6) Língua Portuguesa, 7) Leitura e Interpretação de Textos, 8)
Literatura, 9) Filosofia do Cinema, 10) História do Brasil, 11) História
da Filosofia, 12) História da Arte, 13) História da Música, 14) História
do Socialismo, 15) História Geral, 16) Biolivre, 17) Tomismo, 18)
Educação Moral e Cívica,19) Música e 20) Pensamentos de Plínio.
Mais tarde, o Terça Livre criou o Terça Livre - Academia
https://www.tercalivre.com.br/tl-academia/cursos/, uma nova plataforma
de estudos com os seguintes cursos: 1) O Estado e a Política Segundo
Tomás de Aquino, 2) Brasil - Terra de Santa Cruz, 3) Filosofia do
Direito e 4) Filosofia da Educação.
Por fim, o Terça Livre lançou a Revista Terça Livre, que atualmente
está na sua 58° edição.
Então, em resumo, por quais meios o Terça Livre financia suas
atividades?
Apoia.se https://apoia.se/tercalivre; Patreon
https://www.patreon.com/tercalivre; Terça Livres Cursos
https://cursos.tercalivre.com.br/; Terça Livre Academia
https://cursos.tercalivre.com.br/terca-livre-academia__1; Livraria
Terça Livre https://livraria.tercalivre.com.br/; Revista Terça
Livre https://revistatercalivre.com.br/app/; Super Chat e Channel
Memberships no YouTube http://bit.ly/MEMBROTL e Coletando doações e
promovendo seus produtos de segunda a sexta feira (manhã, tarde e
noite) nas transmissões ao vivo e às vezes também nos finais de
semana.
Assim, desde a publicação da matéria até o ajuizamento da presente,
o Autor vem experimentando uma série de prejuízos de ordem material e
moral.
O Autor foi atingido em sua dignidade, teve sua imagem manchada e
sua honra maculada.
Sentindo-se impotente perante a situação, o Autor encontra-se
totalmente frustrado em suas legítimas expectativas, tendo de arcar com
os prejuízos advindos da matéria das Rés.
Sem esperanças de uma composição amigável dos prejuízos que sofreu,
vê-se o Autor obrigado, em ultima ratio, a socorrer-se no Poder
Judiciário com a propositura da presente demanda para salvaguarda dos
seus direitos violados.
III - DO DIREITO
O cerne da demanda é o embate entre garantias constitucionais: a
liberdade de expressão jornalística e a inviolabilidade da intimidade,
privacidade, honra e imagem.
Aqui, porém, não se discute se a matéria das Rés deve ou não ser
suscetível de censura. Aqui se discute se a matéria das Rés deve ou não
acarretar reparação (responsabilidade a posteriori).
Embora a Carta Magna garanta o direito de livre expressão à
atividade de comunicação, independente de censura ou licença (inciso IV
do art. 5º e art. 220), é certo que esse direito não pode exceder a
narrativa dos fatos de forma a induzir o leitor a erro e ofender a honra
alheia.
Noutras palavras, deve haver ampla liberdade de imprensa, porém,
com a devida responsabilidade.
Ademais, a liberdade responsável da mídia é regra ínsita ao § 1º do
art. 220, da CRFB/88, que prescreve a observância das disposições do
art. 5º da CRFB/88, notadamente aquelas prescrições que asseguram ao
cidadão o direito à inviolabilidade da honra e imagem, bem como o
direito a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação.
“§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV”.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:[...] IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; [...] X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”
Assim, a imprensa deve ter ampla liberdade para informar a
sociedade acerca de fatos de interesse público, porém o direito de
informação não protege a divulgação de notícias mentirosas, enganosas ou
fraudulentas, que exponham indevidamente a intimidade ou acarretem dano
injusto à honra e imagem dos indivíduos.
Nesse contexto, resta caracterizado o abuso e a ilicitude na
divulgação da notícia maliciosa das Rés.
Vale consignar que no Código de Ética dos jornalistas FENAJ
(Federação Nacional dos Jornalistas, 2010) 34 encontram-se vários
dispositivos que remetem à obrigação de relatar a verdade. Vale
conferir:
Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
34 Disponível em: https://fenaj.org.br/wp-content/uploads/2014/06/04-codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf (doc. 12).
I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários e/ou diretores ou da natureza econômica de suas empresas;
II - a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público; [...] Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação. Art. 7º O jornalista não pode: [...] II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação; Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações: II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes; Art. 12. O jornalista deve: [...] VI - promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável;
Noutro giro, o Código de Ética dos jornalistas FENAJ também contém
dispositivos que remetem à obrigação de respeitar a intimidade e a honra
do cidadão. Vale conferir:
Art. 6º É dever do jornalista: VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão;
Outrossim, o Código de Ética dos jornalistas FENAJ também contém
dispositivos que remetem ao dever de ouvir as partes envolvidas na
notícia divulgada. Vale conferir:
Art. 7º O jornalista não pode: III - impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de idéias; Art. 12. O jornalista deve: I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e
instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas; II - buscar provas que fundamentem as informações de interesse público;
Dessa feita, resta caracterizado o abuso e a ilicitude na
divulgação da notícia maliciosa das Rés também pela ausência de oitiva
do Autor antes da publicação da matéria.
Destarte, OU na publicação da matéria as Rés optaram pelo animus
diffamandi, trazendo uma redação maliciosa com propósito de atacar a
imagem e a honra do Autor OU por negligência e imprudência, não houve
suficiente apuração dos fatos.
Eis que, em tese, configura-se o ato ilícito por parte das Rés, na
forma dos art.186 c/c 927 do CC/02, quando, procederam a divulgação da
matéria, dando azo à consequente prejuízo de ordem material e imaterial
para o Autor.
Ademais, a pretensão autoral escuda-se também na norma prescrita
no art. 12 e art. 20 do CC/02 que garante ao ofendido o direito de
reclamar indenização nos casos de lesão à direitos da personalidade.
Desta feita, a responsabilidade civil das Rés pelo ato ilícito
cometido aponta para o dever de indenizar, pois presentes os seus
elementos caracterizadores (dano, nexo e culpa).
De outra forma, ao exercer de maneira manifestamente abusiva a sua
posição jurídica de vantagem, a responsabilização das Rés fundamenta-se
também no critério objetivo-finalístico, independente de culpa e nada
obsta a possibilidade da indenização reconhecer função punitiva ou
pedagógica que desestimule a reincidência da conduta 35.
35 “A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico”. Enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil - CJF. “O art. 944, caput, do Código Civil não afasta a possibilidade de se reconhecer a função punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil”. Enunciado 379 da IV Jornada de Direito Civil - CJF.
IV- DO DANO MORAL
Até pouco tempo, defendia-se a ideia de que o dano imaterial
estava relacionado a uma conotação psíquica da vítima, sendo assim
compreendido como a dor, o vexame, o sofrimento e a humilhação. Contudo,
tal definição anímica já não serve mais ao agasalho conceitual de dano
moral.
Modernamente, doutrina e jurisprudência entendem de que dano moral
é aquele que advém de circunstância que atenta contra a dignidade da
parte, a teor do que prescreve o enunciado 455 do CJF 36.
Nesse passo, à luz da CRFB/88, notadamente dos incisos V e X do
art. 5º, a visão obtusa do instituto cede lugar ao reconhecimento do
dano imaterial nas mais diversas situações existenciais.
Assim, no atual cenário de legalidade constitucional que reconhece
clara primazia das situações existenciais, não é aceitável que o ser
humano receba tratamento ‘coisificante’ em detrimento de sua dignidade
humana.
Desta feita, pela cláusula geral de tutela da dignidade humana
(art. 1º, III da CFRB/88), o dano moral na presente causa existe in re
ipsa, pois a divulgação sensacionalista de notícia maliciosa pelas Rés
configurada a violação a atributos da personalidade do Autor e encerra,
pois, iniludível força ofensiva à sua honra e imagem.
Neste particular, são valiosas as considerações do Professor Sérgio
Cavalieri Filho, que, ao discorrer sobre a prova do dano moral, afirma:
“O dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre gravidade do ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão por si só justifica a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa, deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral a guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facte que decorre das regras da experiência comum (in Programa de Responsabilidade Civil, Malheiros Editores, São Paulo, 1996).”
36 - “Dano moral indenizável não pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos desagradáveis como dor ou sofrimento” - Enunciado 455 da V Jornada de Direito Civil - CJF.
Noutro giro, a empresa Terça Livre possui como valor agregado aos
seus produtos a diretriz de manter-se exclusivamente com financiamento
privado - sem verbas governamentais 37.
Assim, ao insinuar de maneira maliciosa que o Autor recebeu
dinheiro do Governo e mentiu em depoimento à CPMI, as Rés prejudicam a
empresa Terça Livre, aviltando conceito importante da marca Terça Livre
e sua reputação comercial (honra objetiva).
Destarte, a notícia das Rés causa danos morais também ao Terça
Livre. Nesse sentido é o enunciado nº 277 do STJ, verbis: A pessoa
jurídica pode sofrer dano moral. (Súmula 227, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
08/09/1999, DJ 08/10/1999 p. 126)
Por conseguinte, tem-se que o comportamento das Rés ferem os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o que reclama tutela
específica do Poder Judiciário, especialmente o direito de resposta dos
ofendidos.
V - DO TEXTO PARA DIREITO DE RESPOSTA
Em 09/05/2020, foi publicada a matéria intitulada “Verba publicitária de Bolsonaro irrigou sites de jogos de azar e de fake news na reforma da Previdência”
A matéria levou muitos leitores a crerem que, segundo informações que constam de planilha enviada pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência):
1. o governo direcionou verbas de publicidade para canais de aliados políticos e
2. que valores teriam sido pagos pelo governo a esses canais, em especial, ao Terça Livre TV, que foi mencionado na matéria.
Assim, cabe esclarecer:
37 Nesse sentido, é o enunciado 13 da DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS SOBRE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DA OEA: “ A utilização do poder do Estado e dos recursos da fazenda pública; a concessão de vantagens alfandegárias; a distribuição arbitrária e discriminatória de publicidade e créditos oficiais; a outorga de freqüências de radio e televisão, entre outras, com o objetivo de pressionar e castigar ou premiar e privilegiar os comunicadores sociais e os meios de comunicação em função de suas linhas de informação, atentam contra a liberdade de expressão e devem estar expressamente proibidas por lei. Os meios de comunicação social têm o direito de realizar seu trabalho de forma independente. Pressões diretas ou indiretas para silenciar a atividade informativa dos comunicadores sociais são incompatíveis com a liberdade de expressão” (Disponível em: http://www.oas.org/pt/cidh/expressao/showarticle.asp?artID=26&lID=4 ).
a) que na planilha enviada pela Secom, constam diversos sites/canais de críticos e até opositores do governo, entre os quais:
Canal “Filósofo Paulo Ghiraldelli”, com 17.278 anúncios da Reforma da Previdência.
Site da “Revista Forum”, com 54.876 anúncios da Reforma da Previdência.
Site “Diário do Centro do mundo”, com 1.601 anúncios da Reforma da Previdência.
Canal “Catraca Livre”, com 10.965 anúncios da Reforma da Previdência.
Site “ISTOÉ”, com 25.494 anúncios da Reforma da Previdência. Site “O ANTAGONISTA”, com 22.348 anúncios da Reforma da
Previdência; Canal “TV 247”, com 395 anúncios da Reforma da Previdência. Canal “MBL”, com 10 anúncios da Reforma da Previdência. Canal “Nando Moura”, com 60 anúncios da Reforma da Previdência.
b) que a remuneração dos sites/canais é feita pelo Google AdSense, com distribuição de anúncios por algoritmo, num leilão virtual, sem qualquer contrato entre os sites/canais e o Governo Federal e
C) que de 06 de junho a 13 de julho de 2019, o Terça Livre TV recebeu, via Google AdSense, 1.447 anúncios da campanha Nova Previdência, tendo recebido em tese (não há confirmação de pagamento) o valor de R$ 21,4 (vinte um reais e quatro centavos) do Google AdSense e não do Governo Federal.
VI - CONCLUSÃO
Em 09/05/2020 as Rés publicaram matéria que (i) submete o canal do
YouTube protagonizado pelo Autor – Terça Livre TV a um rol de veículos
definidos como “fake news”; (ii) induz o leitor a crer que o governo
direcionou verbas de publicidade para aliados políticos. (iii) insinua
ser o Autor beneficiário de verbas de publicidade do Governo Federal e
(iv) utiliza-se das palavras proferidas pelo Autor em depoimento na CPMI
no intuito de desacreditá-lo ou, ainda, sugerir contradição da sua fala.
Ao contrário do que a matéria das Rés leva a crer, o Autor (i) não
participa de contrato de publicidade com o governo; (ii) não venceu
licitação específica para esse fim;(iii) não manifesta vontade em
contratar (aspecto volitivo) com o governo; (iv) não assume qualquer
obrigação com o governo e não é remunerado pelo governo.
O esclarecimento das relações contratuais na publicidade do governo
federal em cotejo com o documento primário a que alude a matéria das Rés
corroboram com as teses aqui defendidas, com danos ao Autor comprovados
por farta colheita de material no ecossistema da internet.
Destarte, a matéria prejudica o Autor, fazendo pairar sobre ele a
pecha de mentiroso (e até criminoso), prejudicando ainda a empresa Terça
Livre, aviltando conceito importante da marca que está intimamente
ligado à reputação comercial da mesma, tudo feito sem sequer ouvi-lo
previamente.
Assim, duas hipóteses se abrem no caso em tela:
A) OU a matéria redigida é dotada de animus diffamandi, trazendo
uma redação maliciosa com propósito de atacar a imagem e a honra do
Autor
B) OU por negligência e imprudência, não houve suficiente apuração
dos fatos, com esclarecimento das relações contratuais existentes
na campanha da Nova Previdência e cautela de exame no documento
primário da matéria (PLANILHA DA SECOM).
Destarte, em qualquer das hipóteses, o Autor faz jus a direito de
resposta em desagravo. Alternativamente, havendo negativa das Rés na
publicação de direito de resposta, o Autor faz jus a compensação a
título de danos morais.
VII - DOS PEDIDOS
Do exposto, respeitosamente, requer-se a Vossa Excelência:
1. O recebimento desta ação e a citação postal das Rés, com a
designação de audiência de conciliação, nos termos do art. 319,
VII do CPC;
2. Oferecido o contraditório, seja a ação julgada procedente para
condenar solidariamente as Rés em obrigação de fazer
consubstanciada na publicação de direito de resposta com o mesmo
destaque, publicidade, periodicidade e dimensão da matéria que o
ensejou, sob pena de multa diária arbitrada por V. Ex.ª;
3. Alternativamente, havendo negativa das Rés na publicação de
direito de resposta, requer-se a condenação solidária das Rés ao
pagamento de compensação a título de danos morais, na forma do
art. 944 do CC/02, atendendo-se ao princípio da reparação integral
no seu tríplice aspecto: pedagógico, punitivo e compensatório no
valor de R$ 20.000,00 em face do dano moral in re ipsa
experimentado pelo Autor;
4. Ao final do processo, requer-se a condenação solidária das Rés nas
custas processuais, bem como em honorários advocatícios no valor
de 20% da condenação;
5. Requer, por fim, que as intimações e as publicações sejam
dirigidas aos Drs. JULLIANO DE CASTRO GOMES - OAB/RJ 174.798 e
RENOR OLIVER FILHO - OAB/SP nº. 254.673.
Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas
admitidas em direito, em especial a colheita de depoimento pessoal da
primeira Ré, Patrícia Toledo de Campos Mello, membro do conselho
editorial do jornal Folha de São Paulo e autora da matéria que deu
origem a propositura da ação.
Dá-se a causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
N. termos, respeitosamente
P. deferimento.
Rio de Janeiro/São Paulo, 25 agosto 2020.
JULLIANO DE CASTRO GOMES
OAB/RJ 174.798
RENOR OLIVER FILHO
OAB/SP 254.673