tl1 - gêneros literários

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS Disciplina: Teroria da Literatura I Prof. MSc. Jean Paul d´Antony Costa Silva GÊNEROS LITERÁRIOS - COMENTÁRIOS Turma: G0 Aluno: Fábio José Farias Soares

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trabalho sobre gêneros

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS

Disciplina: Teroria da Literatura IProf. MSc. Jean Paul dAntony Costa Silva

GNEROS LITERRIOS - COMENTRIOS

Turma: G0 Aluno: Fbio Jos Farias Soares

So Cristvo/SE2012SOARES, Anglica. Gneros literrios. 7.ed. (Srie Princpios ; 166) Ed. tica - So Paulo.2007

GNEROS LITERRIOS - COMENTRIOS SOBRE O LIVRO

A autora Anglica Soares d incio ao livro questionando se os gneros existentes abrangeriam todos os tipos de textos literrios, mesmo com o aparecimento de obras que no apresentassem elementos j previstos por estas teorias. Para melhor explicar tal problemtica e fazer com que o leitor tenha um posicionamento mais consciente, ela relata os momentos mais significativos do percurso historiogrfico da teoria dos gneros. Desde a antiguidade greco-romana, poca de grandes filsofos como Plato e Aristteles, os textos so analisados mediante ao tema a que se detm. Ao classificar as obras literrias, Plato tornou-se responsvel pelo o que hoje se entende por gneros literrios. Os primeiros foram a comdia, caracterizada pela representao de homens inferiores (pessoas comuns da plis) e a tragdia, representante de homens superiores (heris), que combinadas deram origem epopeia. Ainda na antiguidade, para empregar literatura uma funo educativa e prazerosa, Hoarcio defendia que o escritor deveria adequar o tema escolhido ao domnio e tom de cada gnero literrio a ser explorado, eliminando o sugirmento de hibridismos. A partir das primeiras classificaes dos gneros, Anglica enfatiza os conceitos dados s obras literrias, por diversos estudiosos, mediante a sua estruturao textual e perodo em que se originaram. Ela ainda ressalta que durante a idade mdia, os gneros no obtiveram destaque, enquadrando-se as obras como de estilo nobre, mdio e humilde, conforme a construo apresentada. No perodo renascentista a teoria do gnero passa a se constiuir como modelo ideal e universal para a representao da arte literria. Baseado neste conceito, surgiu mais um gnero: a poesia lrica, obra composta pelas reflexes do prprio poeta. Ento, manteve-se a ideia Horaciana de que os gneros literrios deveriam apresentar-se sob uma forma fixa, obedecendo regras predeterminadas. Na segunda metade do sculo XVII, os pr-romnticos defensores do hibridismo, com base na observao de que na vida se misturam o belo e o feio, o riso e a dor, o grotesco e o sublime, incorpaoram a diversidade dos gneros em suas obras, criando uma nova forma de representao: o drama. Nos dois sculos seguintes, esta diversidade passa a ser objeto de pesquisa de muitos estudiosos, observando-se que as obras podem aprensentar caractersticas de vrios gneros, mas no projet-los sempre da mesma maneira, devido s influncias hitricas, sociais e culturais empregadas por cada autor. Assim, torna-se mais importante prestar ateno a como cada trao se relaciona com os outros da mesma obra, para reconhecer a qual gneros se aplicam.Aps apresentar a classificao dos principais gneros literrios: narrativo ou pico, lrico e dramtico, Anglica Soares demonstra as suas aplicaes a partir de textos estruturados conforme os parmetros de cada um. Sequencialmente, ela retrata as inmeras categorias menores que englobam os textos, denominadas de subgneros: romance, fbula, epopeia, conto, crnica, ensaio, balada, cano, elegia, haicai, ode, soneto, novela, tragdia e comdia que so conceituados de acordo com a familiaridade entre eles e os gneros primrios. Alm disso, tambm os cacarteriza atravs dos elementos que lhes constituem. Na sequncia, ela comprova que alguns traos estruturadores das obras literrias vm atendendo a uma expectativa lrica, narrativa ou dramtica e que essa mistura de gneros contribui para a conformao de uma ideologia ou do estilo prprio de cada autor. A autora ainda salienta que a contaminao entre os estilos literrios, ou seja, o exagero em mesclar os gneros, pode desestruturar a obra, a exemplo de um poema, transformando-a em apenas um texto. Por fim, Anglica enfatiza que se deve examinar as obras de modo aberto, respeitando os caminhos que cada texto focaliza, em sua relao de concordncia ou discordncia com a concepo dos gneros.Com este livro, Anglica Soares traz tona a determinao de grandes escritores e estudiosos em conceituar os gneros literrios ao longo do tempo. Para tanto, ela aborda tais conceitos de maneira hostrica, demonstrado-os desde o incio dos pensamentos at as concepes atuais. As noes de narratividade, lirismo ou dramaticidade permanecem, pois so transmitidas culturalmente. Assim, imprescindvel que os leitores no abordem um texto literrio, impelidos apenas pela questo dos gneros, mas que a ela se associem sempre as implicaes contextuais, poticas e ideolgicas.