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São Paulo, 10 de janeiro de 2008 – Edição 542 – www.bites.com.br O senador Barack Obama pode até perder a indicação do partido democrata à pre- sidência dos EUA para a máquina bem azeitada e mais profissional da senadora Hillary Clinton, mas ele já garantiu seu lugar na história. Não apenas por ser o primeiro negro com chances reais de ocupar a internet, mas pelo papel que a internet desempenhou até agora na sua campa- nha. A estratégia de Obama de utilizar ao extremo os recursos da web está modificando por comple- to a relação entre a política e os eleitores conecta- dos. A marca do senador está espalhada por todo o mundo virtual. Do Youtube passando pelo Face- book até o serviço de fotos Flickr. E mais do que isso, ele está forçando seus adversários a assu- Como Barack Obama pode se tornar o primeiro presidente dos EUA eleito com a ajuda direta da internet A nanocampanha mir uma postura semelhante à nanomídia naque- la que pode ser considerada a primeira nanocam- panha do planeta. O senador negro percebeu logo que o poder de multiplicação da sua mensagem estava numa poderosa ação de microtargenting e na capacidade dos seus defensores, a maioria de jovens, de criar e distribuir o seu próprio conteúdo por toda a rede. Os números pró-Obama mostram o êxito desse novo modelo de campanha eleitoral numa sociedade onde, segundo a consultoria De- loitte, 45% das pessoas já produzem seu próprio conteúdo e o distribuem pela a web. Só numa das mais famosas redes de relacionamento, o Face- book, Obama tem 222 mil voluntários contra os 67 mil da senadora Clinton, que perdeu a primei- ra disputa pela indicação em Iowa e ganhou por estreita margem em New Hampshire. Nos dados levantados pelo site TechPresident, que acompa- nha o uso da tecnologia na eleição de 2008 nos EUA, a vantagem de Obama é surpreendente. Os vídeos do senador no Youtube já foram vistos m ais de 9 milhões de vezes contra 4,4 milhões de Hillary Clinton, que só leva vantagem nas cita- ções feitas em blogs, de acordo com o Technorati. Clinton conseguiu nas últimas semanas 3,7 mil citações em blogs e Obama atingiu 2,4 mil. Como o quadro ainda está indefinido, a internet ainda será um grande instrumento de campanha dos dois postulantes à cadeira que hoje é ocupada pelo presidente George Bush.

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Como Barack Obama pode se tornar o primeiro presidente dos EUA eleito com a ajuda direta da internet São Paulo, 10 de janeiro de 2008 – Edição 542 – www.bites.com.br

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S ã o P a u l o , 1 0 d e j a n e i r o d e 2 0 0 8 – E d i ç ã o 5 4 2 – w w w . b i t e s . c o m . b r

O senador Barack Obama pode até perder a indicação do partido democrata à pre-sidência dos EUA para a máquina bem

azeitada e mais profissional da senadora Hillary Clinton, mas ele já garantiu seu lugar na história. Não apenas por ser o primeiro negro com chances reais de ocupar a internet, mas pelo papel que a internet desempenhou até agora na sua campa-nha. A estratégia de Obama de utilizar ao extremo os recursos da web está modificando por comple-to a relação entre a política e os eleitores conecta-dos. A marca do senador está espalhada por todo o mundo virtual. Do Youtube passando pelo Face-book até o serviço de fotos Flickr. E mais do que isso, ele está forçando seus adversários a assu-

Como Barack Obama pode se tornar o primeiro presidente dos EUA eleito com a ajuda direta da internet

A nanocampanhamir uma postura semelhante à nanomídia naque-la que pode ser considerada a primeira nanocam-panha do planeta. O senador negro percebeu logo que o poder de multiplicação da sua mensagem estava numa poderosa ação de microtargenting e na capacidade dos seus defensores, a maioria de jovens, de criar e distribuir o seu próprio conteúdo por toda a rede. Os números pró-Obama mostram o êxito desse novo modelo de campanha eleitoral numa sociedade onde, segundo a consultoria De-loitte, 45% das pessoas já produzem seu próprio conteúdo e o distribuem pela a web. Só numa das mais famosas redes de relacionamento, o Face-book, Obama tem 222 mil voluntários contra os 67 mil da senadora Clinton, que perdeu a primei-

ra disputa pela indicação em Iowa e ganhou por estreita margem em New Hampshire. Nos dados levantados pelo site TechPresident, que acompa-nha o uso da tecnologia na eleição de 2008 nos EUA, a vantagem de Obama é surpreendente. Os vídeos do senador no Youtube já foram vistos m ais de 9 milhões de vezes contra 4,4 milhões de Hillary Clinton, que só leva vantagem nas cita-ções feitas em blogs, de acordo com o Technorati. Clinton conseguiu nas últimas semanas 3,7 mil citações em blogs e Obama atingiu 2,4 mil. Como o quadro ainda está indefinido, a internet ainda será um grande instrumento de campanha dos dois postulantes à cadeira que hoje é ocupada pelo presidente George Bush.