totemismo

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Page 1: Totemismo

T

Antropologia Cultural

Cássio Alexandre

“Totemismo”

Page 2: Totemismo

Totemismo" é um conjunto de idéias e práticas baseadas na crença da existência de um parentesco místico entre seres humanos e objetos naturais, como animais e plantas. O conceito refere-se a uma ampla variedade de relações de ordem ideológica, mística, emocional, genealógica e de veneração entre grupos sociais ou indivíduos específicos e animais ou outros objetos naturais, que constituem o totem.

Page 3: Totemismo

O termo deriva da palavra “ototeman”, do idioma dos índios algonquinos, do leste dos Estados Unidos. A raiz gramatical ote indica uma relação de sangue entre irmãos e irmãs, filhos da

mesma mãe, que não podem se casar entre si. 

Page 4: Totemismo

Aplica-se o termo totem a espécies de seres ou de

coisas que todos os membros de uma clã julgam sagrados. São, na maioria das vezes,

animais (o canguru, o opossum, o búfalo, a águia, o falcão, o papagaio, a lagarta), às vezes vegetais (a arvore- do- chá) e, mais raramente,

coisas (a chuva, o mar, determinados astros).

Page 5: Totemismo

Há muitas teorias e hipóteses relacionadas ao totemismo: A primeira foi proposta pelo etnólogo escocês John Ferguson

McLennan, que buscou entender o totemismo numa perspectiva ampla. Em The Worship of

Animals and Plants (1869; O culto de animais e plantas), McLennan não tentou explicar a origem específica do fenômeno do totemismo, mas sim

indicar que toda a raça humana passou pelo estágio totêmico num momento remoto de sua

evolução.

Page 6: Totemismo

No período de grande florescimento da sociologia e antropologia cultural, nas primeiras décadas do século XX, o totemismo atraiu muita atenção. Uma das mais intensas discussões foi sobre a ligação entre totemismo e religião,

negada por alguns, como o americano Alexander Goldenweiser, e afirmada por outros, como o francês Émile Durkheim. Em 1916, o americano Franz Boas

afirmou que o totemismo era uma unidade "artificial", só existente no pensamento dos etnólogos. Essa opinião foi partilhada pelo britânico Radcliffe-Brown. O crítico mais incisivo do totemismo, que negou até mesmo a realidade

do fenômeno, foi Claude Lévi-Strauss. Em Le Totémisme aujourd'hui (1963; O totemismo hoje), ele concluiu que o totemismo não passa de uma expressão simbólica, que

permite ao indivíduo um melhor entendimento da realidade social e da diferenciação de clãs e papéis.

Page 8: Totemismo

Mas a mais publicação sobre o assunto é do sociólogo francês Émile Durkheim (1858 – 1917), que define o totemismo como a

primeira representação sistêmica que o homem fez do mundo e de si mesmo, onde é possível obter uma visão do

mundo. Ainda segundo Durkheim a filosofia e a ciência originaram-se da religião, sendo assim, o

totemismo ofereceu rica contribuição para a organização das construções intelectuais do

homem.

Page 9: Totemismo

Como todas as religiões primitivas o totemismo é rico em cultos e rituais, que podem ser divididos

em quatro tipos:1.      Cultos negativos – são as cerimônias que

visam concentrar sobre uma única pessoa um completo sistema de proibições;

2.      Cultos positivos – são as festas, e celebrações;

3.      Cultos representativos – formas de relembrar as origens, evocando épocas

longínquas;4.      Ritos expiatórios – festas tristes, que tinham por objetivo enfrentar uma catástrofe,

recordá-la ou deplorá-la;

Page 10: Totemismo

FETICHISMO

TABU

AMULETOS MÁGICOS

MITOLOGIA

RITUAIS

Page 11: Totemismo

Enquanto a ciência racionalista e positivista do século XIX desprezava a mitologia, a magia , o animismo e os rituais fetichistas em geral,

Lévi-Strauss entendeu-as como recursos de uma narrativa da história tribal, como expressões legitimas de manifestações de desejos e

projeções ocultas, todas elas merecedoras de serem admitidas no papel de matéria-prima antropológica.

Contrapondo o mito à história ele separou as sociedade humanas em “ frias” e “quentes”, formando então o seguinte quadro delas:

Sociedades "frias" (primitivas)Encontram-se "fora da história", orientando-se pelo modo mítico de pensar, sendo que o mito é definido

como "máquinas de supressão do tempo".

Sociedades "quentes" (civilizadas)Movem-se dentro da história, com ênfase no progresso, estando em constante transformação

tecnológica