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H*""--!-*-^"^^ ** / / ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 17 DE JANEIRO DE 1914 ^ tr-lfeiy K 111 o (Qg ) NUM. 1578 .r^-^yWÍ-í-*^ WI I SEMANA? IO HUMORÍSTICO IIíLUSTRADO NOBSíKO \VlI.K4t) - «OO réis Redaeção, escriptorio e officinas - Rua do Hospicio N. 218 ••• Telephone N. 3515 ¦í ' " í (' ' '*"IA !Wf ^^ -~—^x^' ¦ V"~"—'æ £s?*~Um—~—zw x^ffir ", . , x *\y/<?^ MV f. i. \ jp,,...,i, ¦.tfSLgsslJJ «^/fHS*"^^*""" "~5p-/ -/^tllli| 111!1111 j ÍM0\ELLA Mas-o seu charuto entra nesse buraquinha Ião pequeno "iSlr ^^í^sS r^oELLE Não entra todo, nem é preciso; basta entrar a cabeça.-Jsf*«.W&fll ¦ ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÍO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS RIO GRANDE DO SUL Grande depuraíivo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Vende-se em todas aa Ffaarmaciaj*í e Drogarias,

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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 17 DE JANEIRO DE 1914

^ ,£ tr-lfeiy K 111

o (Qg ) NUM. 1578

.r^-^yWÍ-í-*^

WI ISEMANA? IO HUMORÍSTICO IIíLUSTRADO

NOBSíKO \VlI.K4t) - «OO réis

Redaeção, escriptorio e officinas - Rua do Hospicio N. 218 ••• Telephone N. 3515

¦í ' " í (' ' '*" IA f ^^ -~—^x^' ¦ V"~"—'

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ÍM0\ ELLA — Mas-o seu charuto entra nesse buraquinha Ião pequeno iSlr ^^ í^sS

r^o ELLE — Não entra todo, nem é preciso; basta entrar só a cabeça. -Jsf* «. W&fll ¦

ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÍO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS — RIO GRANDE DO SUL

Grande depuraíivo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Vende-se em todas aa Ffaarmaciaj*í e Drogarias,

17 de Janeiro de 1914 )-( O RIO NU )-(

í.> _&___!!<3

Apezar dc pobremente montada, conse-guiu agradar no theatro S. José a operetaMulher ei força, do Dr. Avelino de Andradee musica do maestro José Nunes.

A peça é toda familiar e feita com espi-rito finíssimo,

t_- Caras c Caretas, o tão decantadomelhor original do Sr. Carlos Bettencourt,caiu redondamente no Rio Branco, onde su-biu á scena. Nada lhe valeu: nem os scena-rios, que são quasi todos novos, nem o guar-da roupa luxuosíssimo e nem o correcto de-sempenho que teve por pai te da troupe da-quelle theatro.

A peça caiu pela pornographia, que édesbragada.

A musica, do maestro Costa Junior, é lin--d i ss i in a,

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MARCA REGISTRADAr— .

Ninguém deve, por amor á economia e bomgosto, mandai' fazer um costume completo, umsimples paletot, um collete ou um par de calças,sem primeiramente ir ali á AlfaiatariaGuanabara, o celebre 34 da rua da Ca-rioca, e verificar o inagnificente e variado sorti-mento de fazendas e roupas de que dispõeaquelle estabelecimento.

Chegar ali e verificar os preços, é ficar fre-guez. Incontestavelmente a Alfaiataria üuana-baia vende tudo bom e barato e póde-se consi-derar sem rival na capital da Republica, quantoá variedade e importância do stock.

Enviam-se instrucções e acceitam-se pedidosdo interior, dando-se agencia.

f* R.-tt__;litil<___[^s_ (

IX" Está para ser pintada a Uolores La-ceira, do S. José.

Com vistas ao Mello e ao Izidio." J_r Diz o maestro do S. Pedro que são"tantos agora os gabirús á volla da Abigail,que elle até receia ficar doido.

Isso é o menos I Outros muitos, e pormuito menos, têm acabado malucos... semautorização da familia !

«ar O Mattos do Recreio tem andado ul-timamente tão esquecido das coisas da vida,que até quiz confundir o Lima Teixeira coma corista do rei Gira.

O Lima viu-se abarbado, mas poude es-capar I

« No S. Pedro as coisas estão ficandocada vez mais pretas entre a Julinlia Martinse a Alice do assombroso Carlos.

Qualquer dia ha caras arranhadas, cabel-los arrancados e vestidos em fraiigalltos I...

_»¦ Chegou ao auge a salisfação do galãMattos, do S. José, por conhecer que tem nasua muito amada Belmira uma poderosa au-xiliar.

_»¦ A Adelia do Marcai do S. Pedio con-seguiu a protecção de um conhecido empre-sario, que lhe chama dengosameiite «sua ca-maradinlia».

Mais vale a quem Deus ajuda..._»' Quem nos havia de dizer que o Pe-

droso daria para conquistador tenaz, depoisde tanto tempo de seriedade?!

E o meiráo é de força I Atira-se- a duaslogo de vez I...

its" Como se terá arranjado uo S. Pedrocom a Lourdes o Carvalho Edú?

Com certeza relembram os felizes temposidos.

» O Alberto Ferreira tem manifestadodesejos de atirar-se á Silvina.

Cuidado I Olha que si a Laura percebe..._f Pede-nos o Palmeira pata que faça-

mos saber aos inteerssados que elle nadatem que ver com a illustre maxixeira portu-gueza Luiza Caldas.

Ahi fica o pedido satisfeito... mas, porfavor, ninguém mais nos venha fazer outrosiguaes ou idênticos.

JOÃO RATÃO.

Au Bifou de Ia Mode -¦ Grande deposito. de calçados, por

atacado e a varejo. Calçado nacional e cslran-geiro pára homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. SO — Te-lephonc 3.660.

ANNUNCIOS ESPECÍAES

Padaria.—Uma senhora que dispõe deuma avantajada padaria offerece os seus ser- Principiou no Rio a fúria carnavalesca;viços a quem desejar servir-se do respectivo . povo

._. _._ uivei.te a yalentona.forno. Dá preferencia aos pães cacetes de tos- Mas—digam-me agora—como se arran-tão. Cartas á Caixa do Correio (3969, a D. j_,-0 aquenes que não têm? Sim, porque éLarga. evidente que só se entregam á folia aquelles~~ que possuem a algibeira mais ou menos re-

Ci.MMnpn._- Senhora viuva, dispondo areada. _-Eu, por exemplo, ainda não pensei este

anno em divertir-me. O arame tem andadoausente do meu bolso, como coisa que é meuinimigo, e eu, sentindo vasia a algibeira, nemsiquer me passa pela mente que vai haverum carnaval. (

A massada, porem, está em que a épocade Momo vem ahi e nesse tempo, pelo me-nos, eu preciso de divertir-me e hei de fazerpor isso.

Como me arranjar ?Hei de ver.Si até essa oceasião a minha algibeira

continuar leve, sigo o conselho de um meuamigo: procuro uma gabirüa da zona e peço-lhe uns cobres emprestados, que, depois, ireipagando a pouco e pouco com beijinhos eabraços.

da sala da frente, alnga-a em boas condiçõesa cavalheiro de tratamento, com direito tam-

_bem_aos fiindos,_qiie-São limpos e arejados.Dirigir-se a lnconsolavel, na redacção á'APomba, órgão da mulher.

Auxilio.—Mulalinha clara, dengosa, naflor da idade, pede o cavalheiro de posiçãoum auxilio de lO.i.00, que pagará em pres-tações de 55.00 ou em 20 visitas que o mes-mo lhe fará em sua casa, com a condição denão demorar mais de uma hora. Quem dese-jar fazer esse magnífico negocio escreva hojemesmo a Chininha, zona chie.

Cachorrinhos de raça, mansos, fieis, ha-bituados a engulir lingüiças de todos os ta-nianhos e grossuras, encontram-se por pre-ços convidativos, devido á grande abundan-cia que existe no mercado, bm todas as casasde... modas.

Solos de clarineta.-Madame Faztudo,estabelecida á rua do Senado, executa na per-feição solos de clarineta, mediante módicaretribuição. O ouvinte é obrigado a levar oinstrumento.

®umffpos«Senhor do commercio deseja

conhecer senhora viuva, que tenha.sua casa mobiliada, para viveremcomo casados; cartas no escripto-rio desta folha etc.»

(Do Vovô.)

Esse marreco é finório,Não põe o cavallo á chuva,Nào quer saber de casório,Quer somente uma viuvaPara viver amigadoNum prédio bem mobiliado. . .

Coisa assim nunca se viuDesde o Leme a Cascadura !Ora, vá ser cara-düraLá... p'ra serra de Petropolis!

X.

Noticias vindas não me lembro de ondedizem que um marido assassinou a esposana própria noite do casamento e suicidou-seem seguida, não deixando nenhumas expli-cações acerca do seu procedimento. Essasnoticias dizem mais que elle e ella, emquantonoivos, eram amicissimos, razão por que cau-sou profundo espanto o oceorrido.

Mas que tolo é o povo IO caso tem explicação.Naturalmente o homem, que se julgava

um valente, no momento propicio rie provaro seu amor á mulher escolhida afrouxou; da-hi, para não soffrer a vergonha que fatal-mente viria, zás—fez uma tragédia!

E olhem que não foi outra coisa.

Quando uma moça se casaNâo merece nem uni rallio, .Vai morar para uma casa,Vai ter homem e um... marido.

A quadra acima, que é um primor de ar-te poética, foi-nos enviada por uma poetisade Nictherov. . .

Tal poetisa é solteira e talvez seja issoo que deu assumpto aquelles seus quatroversos.

ZÉANTONE.

Leiam A VIUVA ALERE — contes,

údo N. 5. Preço $300 pelo Correio $5001rapiu

Hg^^-J—M*!—.*^

)-( O RIO NU )-(

EXPEDIENTE_D í__=jt **í

ASSIGNATURASAnno . . . 12*000 | Semestre. . 7Í000

Exterior: Anno 20*000Numero avulso, 200 réis

Nos Estados e no interior, 300 réis_3_2

"Toda a correspondência, seja deque espécie for, deve ser dirigida aogerente desta folha.-^r_2^35S__rS3-^eT3«^c_*"-S:T3"íSc_!

CARTAS EM TRANSITO

(De um amigo a outro, contan-do a conquista que fez.)

«Basilio amigo.

Apresso-me a escrever-te para te parti-cipar que consegui o que_leseiava da Corina,a bella e espirituosa mulher do coinmenda-"dor X.

Apezar de me haveres affirmado que ei-Ia, embora parecesse uma mulher fácil, esca-pava-se na melhor oecasião, lal como a en-guia por entre os dedos da pessoa que a jul-ga ter segura; -apezar dc qtiercres apostarcommigo em que, após as primeiras investi-das eu desanimaria, porque ella, depois de sedivertir á minha custa, rir-se-ia de mim e medeixaria com cara de lampião apagado, con-tinuei a fazer-lhe a corte e dia a dia mais au-dacioso me mostrava.

E' certo que Corina por vezes tratou-mecomo a um cão, mas não desanimei, confian-do no provérbio «quem porfia mata caça».Fez-me ioda a sorte de desaforos; desfeiteou-me em pleno salão de baile de uni club chie;chamou-me tolo e pretencioso na presença devarias pessoas; mandou o conduetor do bondrestitttir-me a importância da sua passagem,que eu havia pago quando coincidiu virmosjuntos para a cidade; ameaçou-me de quei-xar-se a um guarda civil porque a acompa-nhsi na Avenida; declarou-me peremptória-mente que faria o marido tomar-nle satisfa-ções; fez tudo quanto lhe era possível parame desviar, mas eu cada vez estava mais de-cidido a levar a coisa até o desfecho final.

Preparei um plano. Passei tres dias sema perseguir e mesmo sem a ver. Ao quartodia, encontrei-me com ella frente a frente narua e ia fingir que não linha visto, quando ei-Ia me fez parar e, com um delicioso sorriso,perguntou:—Então já desistiu do seu intento ?

—A que intento se refere V. Ex. ?—inda-guei por minha vez.

—Ora, finjã-se de sonso !—Palavra que não sei de que se trata...— Pois vou usar de franqueza: resolveu

desistir de me fazer a corte?—V. Ex. está enganada. Nunca pensei

nisso... ,Ella coroti, mordeu os lábios e mui-

murou: ,-.«,.¦ j ,—O senhor não esta falando a verdadee quer vingar-se da minha indiffeiença; entre-tanto é o senhor mesmo o culpado, porquenão soube procurar o caminho que vai darao meu coração... .

Ao ouvir taes palavras, senti que a mu-lherzinha estava prompta a entregar-se. Erasó questão de saber qual o tal caminho.

-Mas entâo-disse eu—por que nao me

guiou?.-. __ mostrou _empre tão de-sastrado e os seus assaltos vinham semprede cima para baixo!...

—Como assim?

*4'i —Só se oecupava em me gabar os olhos,p.nariz, a boca, o pescoço, o collo...

,- ,',i —Pois si era só o que meus olhos po-diam ver I

—Mas eu... o senhor sabe... sou casa-da com um homem velho e estou habituadaa ver o amor vir de baixo para cima... Com-prehende ?

—Ah!... Porque não disse isso lia maistempo I Não costumo recuar diante dos maisabsurdos caprichos de tuna mulher bonita...

Nesse mesmo instante, a um convite meu,Corina entrou commigo para um automóvele tocámos para uma casa de modas, onde,abysmado ante a belleza plástica da jovencommendadora, cahi de queixo... no chão;mas quando me levantei... foi aquella des-graça !...

E nunca mais cahi, pois que ella conven-ceu-se de que aquillo só se deve exigir dosvelhos. E continuo a amal-a de cima parabaixo.

Adeus. Sempre teu — Felizardo.»Confere.

INDISCRETO.

PomadaSeccativa de-São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue; alli via qualquerdor, como a erysipela e o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradãs7 43 a~47 e Hospício, 164~"e~l"66.'

Ainda bem!

—Ritinha, deixas, meu bem,Que hoje vá dormir comtigo?—Deixo, então! Isso o que tem?Nào sou mulher de perigo.

PONTO.

Tenentes do Diabo

Magnificente, o baile que o Grupo dosDragões, do Club Tenentes do Diabo, offe-receu no sabbado passado aos sócios e con-vidados.

Os luxuosos e vastos salões da nova Ca-verna regorgitavam do que ha de mais chiee espirituoso entre a rapaziada alegre... deambos os sexos.

Foi uma festa digna dos foros de foliõesde que merecidamente gosam os valorososTenentes !

'INTUEM--'',

Como senti-me felizAnte o teu corpo formoso !.Sei que mil loucuras fizE morri... morri de goso '.

ZE.

Recebemos o 1". numero da Vanguarda,hebdomadário de assumptos militares, littc-rarios e sportivos, de que é redactor-chefe ocapitão Carlos Serzedeilo.

A Vanguarda, que é órgão da guarda na-cional, conta com uma variada collaboraçãoe está muito bem feita.

Auguramos-lhe vida prospera e longa.

17 de Janeiro de 1914 |5___j-

Moítfc ai (C©iihcti[ps©

Para o MOTTE n. 7 da 1« serie

Que fizeste, rapariga?Tens o ventre tão inchado!

Recebemos as seguintes Glosas:

Deixasle-o amarrar-te a liga !Mas que imprudência foi essa?Onde estavas com a cabeça ?Que fizeslc, rapariga ?Que tu tomaste uma espigaE' o que parece provado,Pois de certo em resultadoDesse leu passo imprudente,E' que lu presentementeTens o ventre tão incluído '.

AMBROSIO.

Olhem lá que grande espiga!Como vais sahir agoraDessa encrenca, linda Aurora?Que fizeste, rapariga ?Dia a dia essa barrigaTem o volume augmentado,"Ticamlrrassim be-m-pmv.-iiio.Que alguma coisa indigestaEnguliste... A pança o attesta:Tens o ventre tão incitado!...

(S. Paulo)VAM.

Vamos lá, Josepha, diga:Que protuberancia é essaNo teu ventre?... Vá confessaQue fizeste, rapariga ?—Eu cahi numa cantigaDo primo Jucá, o malvadoEstava sollrego, damnadoE... cu lá fui no arrastão...—Ah ! já sei por que razãoTens o ventre tão inchado!

JACINTHO PRAZERES.

Apontando-lhe a barrigaA' filha pergunta EstellaEmquanto suspira aquella:Que fizeslc, rapariga ?Tua saúde periga,Isto me causa cuidado,Foi teu primo MaldonadoQuem a culpa toda teve,Porque depois que aqui esteveTens o ventre tão inchado!...

ELMANO II.

Ia SerieMOTTE N. 9

Quando a Bcrlha se casou,Levou um grande canudo.

Glosas até o dia 24 do corrente

© @CAMISARIA AMAZONA

A casa quo maisbarato vende

Artigos para corpocama e mesa

Camisas, collarinhos, punhos, cerauhs, meiasc-misetas, len.óes, fronhas. toalha- para

rosto, guardanapós, salas, pIc.— Preços baratissimos —

77 » RUA DA CARIOCA - 77

_._¦ _-5*Ã_ae--?!

)-(O RIO NU )-( 17 de Janeiro de 191

y>àò

Regras de civilidade

CDToda a gente fala ao telephone, entre-

tanto bem poucos se podem gabar dc que ofazem direito, pois para isso é preciso terarte c dispor de certos dotes naturaes.

CDO primeiro cuidado de um cavalheiro que

quer se dedicar ao agradável passatempode falar ao telephone é trazer o bigode sem-pre muito bem raspado, para não arranhar oapparelho.

CDHa, entretanto, elegantes que pela longa

pratica e natural vocação conseguem agradarfalando ao telephone, apezar dos seus gros-sos bigodes.

Para isso, porém, é preciso trazel-os-muito unlados de um óleo perfumado qual-quer e ter o cuidado de nunca tirar a bocade um plione para pôl-a em outro sem desin-fectal-a, para evitar a transmissão de qual-quer moléstia, como por exemplo a consti-pação com a competente pingadeira.

CDAntes, porém, de um smarl se dedicar a

falar ao telephone, deve fazer constantesexercícios gymnasticos com a lingua, de mo-do a tornal-a ágil e macia.

A peor coisa para um candidato a tele-phonista é- ler a lingua dura-e-pouco_iiial_.leavel.

CDDamos esses conselhos dirigidos aos lei-

(ores, porque, incontestavelmente, o homemé que foi destinado a falar ao telephone.

A mulher que fala ao telephone é uma-aberração^—

O quanto tem de chie ver um homem cunia senhora nesse doce prazer, tem de ridi-culover duas mulheres falando ao telephone.

CDQuando uma senhora elegante sentir-se

atacada de spleen, em lugar de buscar distra-hir-se com esse anti-esthelico falarão telepho-ne, tome a clarineta do marido e sole á vou-tade do corpo.

CDIgualmente as senhoritas quando estive-

rem melancólicas não recorram ao telephone.Não procurem também a clarineta, que é

um instrumento que puxa muito pelo peito.Si tiverem a geito um flautim, por exem-

pio, de algum primo, toquem-lhe algumas va-nações; no caso contrario façam bolinhas demandioca, como as bahianas das esquinas.

PETRONIO.

Rio á noiteSeguindo o interesseiro convite da com-

panhia Jardim Botânico, que nas costas dosseus coupons incita em versos bem rimadoso povo carioca a ir gosar o «feérico luar» deCopacabana e aspirar o ar puríssimo quevem do oceano, tomei um bond do Leme, ás22 horas e trinta minutos e dirigi-me paraaquelle frequentadissimo recanto do Rio.

Depois de ingerir uma cerveja morna nobar installado no fim da linha, resolvi dar umpasseio pelas «límpidas areias» da praia echeguei a afastar-me bastante, indo parar aum ponto deshabitado.

Ia já voltar pelo mesmo caminho, quandoouvi umas vozes abafadas que vinham daliperto; prestei attenção e divisei, num localescuro da praia, um vulto. Caminhei uaquel-Ia direcção e, ao chegar a uns cinco metrosde distancia, verifiquei que o vulto não eraum, e sim dois: um homem e uma mulher...sentados uo chão.

Passei por elles calmamente e tão pro-ximo, que pude ver a cuja a passar as mãospelas costas para limpar a areia que ali es-tava agarrada...

Còiiiprehendi que linha chegado na peoroceasião e retrocedi, disposto a deixal-os empaz.

Havia dado alguns passos, quando ouvidistinetaniente o cujo dizer:

—Maldito empata !... Logo no momentosolemne!... Até perdi o... eiitliusiasmo !

—Vamos emuora, então—murmurou amulher.

Parei novamente a observal-os. Ergue-ram-se, limparam-se mutuamente da areia cpuzeiam-se a andar apressadamente.

Passaram por mim: elle, um sujeito jáidoso, ia de cabeça baixa; ella,. moça e ro-

-busta, encarou-me— c—ta-iiçeu-me—mn—e-l-hw-colérico.

Dahi a momentos encontrei-os no bar,abancados a uma mesa, tendo á sua frenteuma garrafa de Cliartreuse...

Naturalmente o velhote procurava—no-excitante licor uma nova reacçao para obtero enthusiasmo que eu tão desastradamentelhe fizera baixar...

Que o tenha conseguido são os meusvotos.

NOCTIVAÜO.

.¦_S5sasa .Dsüjj&MEnciMa

Não ha outra que torne a pelle maismacia. Dá ao cabello a côr que se deseja.~H'

Yonico7 faz crescer o cabello e extirpea caspa. — Ruas: Andradas, 43 a 47 aHospicio, 164 e 166.

11!!i u<íP 1íf*^^r1'

ELLA — Estou muito rouca, não possocantar. Venho consultar o medico.

ELLE — Si me dá licença, aconselho-a atomar o Peitoral de Angico Pelotense, e jáamanhã poderá cantar.

ceou ir irai©©?Commigo veiu o Zé terE me disse, acabrunhado:—Trahiu-me minha mulher,Hoje estou avaccalhado.

-ZEr

Bibliotheca d'0 RIO NU

A CABEÇA DO CARVALHO — Pyrami-dal trabalho do beslunto do iiicomparavel Va-gabundo, 2*000; pelo Correio, 2Í500.

SCENAS DE AI.COVA — Intcressantis-simos episódios da vida de 11111 pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, 1Í500;pelo Correio, 2*000.

AMORES DE UM FRADE —(2- edição,11 1 da .Collecção Amorosa») — Escândalo-s.is peripécias de amor prohibido, acompa-nhado de interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO - (11. 2 da «Col-lecção Amorosa») —Episódios picantes entreum casal recem-unido pelos laços do matri-monio, contados por Mathusalem, 500 réis;pelo Correio, 800 réis.

MADAME MINET — (11. 3 da «CollecçãoAmorosa») — Historia de uma linda viuvinhapatusca, que para comer exige appcritivos cs-

^peciaesTTT&iste-SOO-rs^Hieío-Co-p^-irVíOQxéis.^^CASTA SUZANNA — (11. 4 da «Collec-

ção Amorosa») — Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zella e Lticio d'Amour, que afinal consegue

-entrar em Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecçãode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-chi' de 1» qualidade e acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Esláo publicados os ns. 1, 2, 3, 4 e

_5._ Preço de cada um, 1J000; pelo Correio15500.

O TIO EMPATA — N. 1 dos Contos ra-pidos— Engraçadissimo conto, escripto emlinguagem livre, em que o autor se vê bar-rado pelo tio na oceasião em que ia gosar ascaricias dos cacliorrinhos de duas primasdonzellas—Preço 300 rs.; pelo Correio 500 rs.

A MULHER DE FOGO — N. 2 dos Con-tos rápidos—Mesma linguagem. Historia deuma mulher fogosa que casou eom um inglez.Preço, 300 rs.; pelo Correio 500 rs.

D. ENGRACIA, n. 3 dos Contos Rápidos— Narração das aventuras de um rapaz cmcasa da madrinha. Preço, 300 réis; pelo Cor-reio, 500 réis.

FAZ TUDO — N. 4 dos Contos Rápidos —Impressões de um tabaréo sobre uma mulherda rua do Senado. Preço, 300 reis ; pelo Cor-reio, 500 réis.

A VIUVA ALEGRE — N. 5 — dos Contosrápidos — Historia de uma viuvinha que co-meça a alegrar-se durante o velório do ma-rido.

Todo» os livros acima citados sãoi 11 ns trados com yravuras tiradas donatural.

O DONZEL — Aventuras de um moçoacanhado e que as circumstancias fizeram omaior conquistador do Rio. Preço 1J000;pelo Correio, 1J500.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimaparodia-^ "Ceia dos Cardeacs», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsuas aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

CDOs pedidos dirigidos ao nosso escripto-

rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes, dinheiro ou sellos do Correio,e endereçados a

- A.-VBbLOSOrRua do-Ho&pic-te-n^-S.

-a '^,i2=r_^'^... «i-.__.__ _ m ^Jí£ias3«r3:^=«rri-,'SÍÍ4S__S

17 dc Janeiro de 1914 )-( O RIO NU )-(

cranssnFa.u-üFx DE ir snra idosBraz Tizana.—Para gue é que você tem

um eallo no.gallinheiro ? Para tirar pintos,não é 1

E porque é que você não tira oa pintai-nhos por meio da tal sttggeslão que o patus-co do tal medico diz que você em viagem fezna cara esposa ? Porque saiu tudo gorado,não é ? Logo: você peça entrada como ir-mão remido da grande confraria.

Aquillo só sc obtém com uma coisa quenunca se chamou... sitggestão.

FOLIONA.—O estado de sitio, mesmo quehaja, não inflai nada para V. Ex. se divertir-sc conto quê. Não seria o primeiro Carnavalque se fizesse com tal estado de coisas; porconseguinte, pôde ir se apromptandoparajo-gar os lança-perftimes e confetti á vontade,bem como levar contente os taes beliscõesque os moços dão na gentes n'Avenida. Sjachar que são poucos, dê um pulinho até cáe levará mais.

PÀo PerüHA. — Ahi vai. Compre meiosacco de batatas greladas e uma enxada. Par-ta as batatas em quatro pedaços cada umaè Cúlloqtie esses bôcados-eni-eo¥as-de-Jneia.palmo de fundo e dois de distancia.

Agora essa operação toda se resumenisto:

—Vá plantar batatas !RlTOQülNllA.—Chi! Que desaforo mistu-

rãdo de pouca-vergonha! O tal seu vizinhomais a mulherzinha são mesmo sarados. En-tão elles, á fardinha e á noite, de luz accesa,no sofá da sala, beijam-se, abraçam-se, apal-pam-se c depois... apagam a luz ? I E você,Ritoquinha do coração, fica offendida, rubo-rizada, furiosa ?!

Qual, minha amiga ! Inveja, inveja só éque é !

Olhe : mande-nos o seu retrato e talvezpossamos imitar o ditoso casalzinho.

Sogra Amorosa.—Crime não é absolu-taniente! E, depois, a senhora fazendo essesacrifício ao seu querido genro evita que elle,em busca de variedades, traga algum pracii-le á sua filha.

gmentado a Família, estiver impedida, a boamamãzinha entra no serviço. Fora isso, haaquelles diasiulios em cada mez e assim seugenrozinho não passará jejum.

Mas... francamente: você é uma sograque tem brado (farinas !

Martvr.—A corista a que sc refere mó-ra na casa u. 63 da rua Silva Manoel e traba-lha no theatro S. Pedro.

Sc não nos falha a memória, o amigoainda não ha muito (empo nos escreveu fa-zeudo a mesma pergunta. O que significa es-se interesse ? Será paixão ?

Tome cautela! Olhe que o dono daquellafnictinlia é ranzinza como todos os diabos !

JOÃO DURO.

Licor Tibaina

Além disso, quando a mesma, tendo au-

Novella illustrada (37)

JPr ii pareloílílíSosPOR

j$ .Ioiíjc dr riSa*Ici"U'j* ^^ ^

xCaiiota baixou a cabeça, vencida.

Assim—continuou Cyrillo - - nãotens o direito de me censurar.

A verdade é esta: nâo te agra-dei, sinão terias insistido mais um pouco...

Não digas isso! Desde que te viachei-te encantadora. . . Conscntiste quete beijasse, déste-me as maiores esperan-cas e, uo momento psycholo'gico3 barras-te-nie !

Confesso que liz mal... Mas atua vingança foi immediata e rude!

Enganas-te. . .—Não te faças de innocente ! Quando

estamos juntos os quatro, aproveitas aoceasião para me beijar acintosamentesob o pretexto de persuadir Cláudio deque sou realmente tua amante; mas, logo

que elle se retira, não te oecupas sinão deJulinha. . .

Ora, esta!... Eisso te aborrece?...

O melhor pzzrifictt--~ dor do tírtrztjzze --

& C. - Rua \° de Março, M

Condescendencias que...

jucá, lindo rapaz, pedira á amadaUm beijinho, ao que a bella respondeuQue não. Mas tanto Jucá prometteu,Que a beija... etc. ; c foi-se p'la calada.

Logo a bella, porém, foi requestadaPor um Lulú, a quem de amor prendeu ;Este um beijo pediu que appcteceu ;E a bella diz, já do outro escabriada :—Olha que é beijq-^ó/toma sentido !E o Luiií deti-lli.ía.'üns-tres ou mais abraços,E pediu mais, e mais. . !'e foi servido !...

Anno depois,"do. matrimônio em laços,Outro a bella tornou pafá-marido,Que cm silencio ossoschupa e só bagaços !...

J. SILVEIRA.

© p^sdiijn© íÇaiiPiiiiairall

O commendador Burromeu Pindoca com-mímica aos seus amigos em geral que, si ai-guem fôr troteado por um mascarado com ca-beca de burro não pense ser o commendador,porquanto elle não pretende fazer Carnaval'externo.

Madame A. Bertha Tranqueta previncaos seus freguezes que, estando com a frentetomada para os tres dias de Carnaval, isto é,a sua elegante sala de frente, só pôde servil-os pelos fundos, porém por ahi não passamos grandes prestitos.

A senhorita Gracinda Graciosa Graça, ha-vendo soífrido uma operação na qual perdeuo olho direito, pede aos moços bonitos daAvenida não lhe esguicharem lança-perftimesno olho restante.

Por um alto esforço de reportagem áamericana conseguimos, dando um furo- mãinos collcgas, apanhar os figurinos das fanta-sias de alguns figurões para com a sua des-cripção bem servir os leitores que facilmente

-reconhecerão S. S. Exs. entre o Zé Povinho.Ahi vai:Dr. Edwiqes.—Soberbo dominó de ra-

banetes e cenouras, enfeitado de rodelas debatatas.

CSNDE Des ASTRES.—Rica fantasia deTunnel n. 10 com enfeites de kilometro 99.Virá acompanhado pelo compadre De Unhavestido de descarrillamento.

Dr. Riva-,—Costume de tesoura enfer-rujada parecendo cortar este mundo e o outro,e não cortando nem a cabelleira.

O Val DE ARES. — Opulento costumede Pau d'Agua e matando o bicho em toda aesquina.

E o Dr... o resto depois,, ,..i„ ~ -3

Já leu A VIUVA ALEGRE?.... o n. 5 dosContos Rápidos !-!-E-'-uin suecesso sem iguala sua leitura. '

-Diabo, Cyrillo! Eu não sou deferro! Tenho vinte e dois annos, sangueardente, e é preciso que te lembres de quetua presença junto a mini, na qualidadede meu amante honorário, me impede deter um que o seja de (acto!. . .

— Julguei — e assim m'o allirmou Ju-linha -que não querias mais amante ef-fectivo.

—Isso a gente diz emquanto não en-contra um que sirva. . .

—E. . . já o encontraste porventura?-Já.—Diabo!...—Que prejuizo te pôde causar isso?—Com effeito. . .—Nenhum, não é verdade?. . .—Não deixa, entretanto, de ser um

golpe inesperado essa tua confissão.—E dahi?—E dahi.. .é eu ficar com ciúmes de ti.—Egoista !—Onde está o meu egoísmo ?—Ainda o perguntas! Nâo tratas si-

não de ti, das tuas conveniências; gosasnos braços de Julinha, fazendo-a feliz como teu amor, e eu a representar o papel depáo de cabelleira. . . Isso não pôde con-tinuar e aviso-te que desde hoje mesmo...

-Então e certo que vais tomar uiini

Creio que tenho esse direito. .,".' 'Incontestavelmente! O peor é que.

Cláudio supporá que me amarraste a lata-e rir-se-á de mim.

—Tu !. . . Sempre tu !. , . Só te lem-bras de ti!. . . Mas olha para mim e adi-vinha!. . .

Que queres que eu adivinhe, si ésuma mulher enigmática ?!

—Não vès que eu te quero, Cyrillo !—Minha Carlotinha ! Como sou te-

liz!.. .Abraçaram-se e beijaram-se amoro-

samente, com grande desespero de Leo-nidia, que teve Ímpetos de sahir do seuesconderijo para confundir o amante per-lido.-

O capitão recommendou a Cario ta:—Sobretudo, nem unia palavra a Ju-;

linha, ouviste ?—E por que? Imaginas acaso que

vou consentir que ella continue a parti-lhar commigo do teu amor?

—Ella vai ficar furiosa.

(Continua)

-.!>¦

munir

6 ===|fj| )-(O RIO NU )-(

0 passarinho de Julieta(TRADUCÇAO)

mty*È-.4IP E uma extremidade a outra das

,,,,.-.-* duas grandes salas do Café deBÜsS* Suécia, rebentou com força o ri-

so, ouviu-se um lutrrali'. gigantesco, e o bou-levard, dc boa ou má vontade, foi obrigadoa repetir, como o éco, as exclamações de stir-presa que a estranha entrada de Canardaisarrancava ás mulheres, aos artistas, aos jor-nalistas e aos bebedores, reunidos ali nahora em que os theatros se fechavam.

Canardais estava vestido de vermelhocarregado, da cabeça aos pés: chapéo de fel-tro vermelho, camisa vermelha, collarinho epunhos vermelhos com botões dc coral, ter-no vermelho, botinas vermelhas.

Passada a surpresa, veio logo a curiosi-dade, e Canardais teve de revelar o motivode seu estranho vestuário. Por proposta deum dos assistentes, o rubro personagem as-sentou-se sobre um bilhar e começou nestestermos:Si-querem-saber-por-que estou de luto

vermelho por minha tia materna, a defuntaMme. Coquillard, tenho de vos ler a paginamais interessante da historia de minha vida.De resto, serei o mais breve possivel e vosdirei desde já, para não ter de voltar ao as-sumpto, que me vingo, de vermelho, das ul-timas vontades de uma tia que, por testa-mento, privou seu sobrinho de uma renda de30.000 francos porque elle casou com aamante.

Quanto ao pequeno romance que lhesvou contar, se quizerem repetil-o a outrem,devereis, como eu, chamal-o :

O jpassantil)o òe Uulic-ta

«Por uma manhã de inverno,-passeavaeu no cães da Megisseiie, tendo no bolso ai-gum dinheiro que eu devia aos azares dobaccarat, quando avistei, parada á vitrine deum negociante de pássaros, uma encantadorarapariga de 17 ou 18 annos, vestida á manei-ra das floristas ou das caixeiras de casas demodas. Era quasi loura e tinha os olhosgrandes e negros.

A boca, vermelha como cereja, mas tal-vez um pouco grande, deixava apparecerduas lindas fileiras de dentinhos brancoscomo leite.

A moça parecia em êxtase diante de umdelicioso colibri que parecia todo feito de es-meraldas e topazios.

Desej'oso de apreciar de mais perto tãogalante carinha, approximei-me tambem jun-to ao viveiro encantado.

Apenas tive tempo de, sob pretexto dever os pássaros, fixar a bella desconhecida,quando a pequena, voltando para mim osseus olhos tão brilhantes quando ingênuos,disse-me sem cerimonia:

—Não acha, meu senhor, que é umabelleza ?

—Sim — respondi — a senhora é umabelleza...

Então, fazendo um adorável gesto de fin-gido amúo, ella replicou :

—Mas não é de mim que eu falo, senhor;é do colibri. -

—Agrada-lhe então muito esse passa-rinlio ?

—Oh ! Sim 1¦ l-'iC£-;Si me permitte que eu lh'o offereça...—Offerecer-m'o ? ! — exclamou, com um

brilho de felicidade nos olhos.Sim...

—Mas é que...Em troca, não lhe peço mais do que apermissãoVdéhY vel-o de vez em quando.

Ella reflcctiti um momento e respondeu :—Eu não conheço o senhor, mas parece-

me que estou tratando com um perfeito cn-valheiro. Pois bem: acccito, mas o senhor irálá em casa só para ver o passarinho, não éverdade ?

Palavra de jornalista I—Ah ! O senhor é jornalista? Lera para

eu ouvir os seus artigos.Pobre pequena IEstá combinado.Sua graça ?

-Julieta.—Onde mora ?-Rua Santa Cruz n. 0, 5>\ andar.Poucos instantes depois, Julieta, condii-

zindo o colibri, desapparecia no nevoeiroque vinha do Sena.

Pouco tempo depois, fiz-lhe a minha pri-meira visita.

Só no mundo, ella vivia empolcirada noalto de umaagiia-fiirtada tão escura como hu-mida, mas a sua mansarda era um aposentomuito branco, onde a gaiola do colibri repre-sentava o mais bello ornamento.

Voltei ali freqüentemente, e, ao cabo dcdois mezes, éramos os melhores amigos domundo; mas, «tanto vai o cântaro á fonte,que afinal se quebra», um dia percebemos,ao juntarmos os nossos lábios num beijocommum, que nos amávamos. Que fazer? Aseparação ? A própria Julieta não teria que-rido. E, em vez de nos afastarmos, nos ap-proximamos mais; e o fizemos demasiado,sem duvida, pois uma tarde em que juntoscontemplávamos o colibri... Não sei expli-car como se deu o facto, mas o que é certoé que... a gaiola abriu-se e Julieta perdeu...o seu passarinho.

Passei a noite a consolal-a...E no dia seguinte, em todo o bairro, as

vizinhas repetiam, com uni sorriso malicioso,que Julieta havia perdido... o seu pas-sarinho.

Era verdade. Nove mezes depois, em lo-gar do colibri,fiz conduzir para ali um berço.

Mais tarde ainda, um dia em que ambostínhamos a^cabeça pendida sobre o bercinhobranco e rosa e devorávamos com os olhos ecom os lábios o «nosso homemzinho», comoo chamava Julieta, perguntei á minha amante:

—Queres ser minha mulher perante a so-ciedade, como já o és perante Deus ?

Por única resposta, ella passou seus doisbraços roliços e alvos ao redor do meu pes-coco e deixou cair sobre meus lábios uma la-grima de seus bellos olhos; depois, passadaa emoção, disse, mostrando o nosso filho:

Sim; mas eu quero que elle esteja bemcrescido para se lembrar que assistiu ás bo-das de sua mãi.

Respeitei seu capricho, e eis porque, haapenas oito dias, quando o pequeno estreousuas primeiras ceroulas, houve festa denupcias lá em casa.

E eis tambem por que hontem minha tiaCoquillard morria desherdando-me e por que,emfim, eu estou hoje assim rubro...»

17 dc Janeiro de 1914

A. S.

CDEssa agora é mesmo de encrencar uma

pessoa e abestalhar um cidadão por mais in-telligente que o bruto seja.

Uma filha paia duas mais ? IQue um cujo lenha muitos pais c possa

escolher, á vontade do corpo, o que mais lheagrade ou convenha na oceasião, não é novo.Ha um bandáo de cidadãos nessa magnífica ecommoda posição.

Tambem que um rapaz ou rapariga tenhaum pai para os momentos solemnes e offi-ciaes e outrozinlio para uso particular, e quemuitas vezes é o primo da mania, não é no-vidade alguma. Já era mesmo uso antes daSuzanna nascer.

Ainda tambem o ter um camarada tan-tos e tantos pais, um batalhão delles, de mo-do a ficar reduzido a não ter nenhum, não écaso do outro mundo, nem carece ir á mulherdas cartas. Foi um simples esquecimento damãi, que não tomou nota de quem era o paida criança.

Alas ter duas mais, é o cumulo I Duas ase esgadanharem, a se morderem, a se trata-rem na mais genuína linguagem parlamentarpara provarem por a mais b que a pequenac produeto legitimamente seu!

Que encrenca, rapaziada 1Agora, estudando bem o caso, é de um

christão ficar de boca arreganhada até ás ore-lhas por ver que uma destas mais sentiu to-das as dores do despejo de barriga emquantoa outra-c.que punha o recheio cá para fora áluz do dia, ou da Light si foi á noite.

E dalii é bem possivel que as duas maistenham razão e a pequena haja nascido duasvezes ou em dois pedaços, metade de cadauma.

Mais inteiras, inteirinhas é que não vai!Lá que sejam meias mais pôde ser. Ha

meios pais, meios maridos, meios avós e atémesmo as senhoras casadas são caras meta-des, logo... é lógico que só podem ser meiasmais, porém que uma pimpolha venha aomundo por dois caminhos é uma historiamuito cheia de nós pelas costas.

Eu sempre queria era ver a cara do paida tal menina das duas mais quando elle lácom os botões das ceroulas perguntasse :

—Mas... afinal, qual das duas foi queeu photographei ?

L. REPÓRTER.

Licor TibainaO melhor pttrificei»~- dor do nítrzijzte «*•

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17 de Janeiro de 1914

àt TltL- aí 11 pie ^X%SMW^ M

Collecção amorosa

Na zona chieQuiz o Samuel passar uma carona na

Bety Izabeth, mas foi caipora: quando ia daro fora sen, se explicar, encontrou-se na es-cada com a Lálá, que lhe embargou a sabida.

O üalvão foi assim obrigado a retroce-der e a pagar as despesas.

Que feio fez você, seu Samuel!«a- Disse-nos a Lina Teutonia que actual-

mente está amando tres distinetos cavalheiros:o üandaia, o A. Novaes e o Zeca das Forças(Murrudõ).

E tu agüentas essa carga toda, o Lma è...s& Depois de haver filado o almoço do

Gandaia, o Cavallo de Tilbury mandou preu-dei-o.

Ainda foi pouco...mr No sabbado ultimo encontramos o

Loureiro en, .amistosa palestra com uma corista, na porta do theatro Apollo.

Tome

cuidado, sí« Loureiro ! Si a Sebas-tiana Paulista sabe disso, você fica sem pes-coco !

ttiir Anda de um azar pavoroso a Alice C...de Assobio, depois que arranjou a tal som-bra de seda cor de rosa. _

Pudera! Si o homem das prestações lheten, rezado mil pregas !

tW A Angela Fallabosta agora arranjouum chauffeur. Diz a funecionaria que só as-sim desinfecta a boca con, gazolina.

Livrai... . . ,ttís' Depois que a Chica Lacraia quiz fazer

differença a um civil e foi ao Yi«. distncto,avaccalliou-se toda, apezar de no dia seguintelevar as festas do civilizado rapaz, festas es-sas que, por signal, compunham-se de fruetas.

Já é descaramento 1.ta- O José Vira Barris apaixonou-se por

uma zinha pertencente a outro morador nosobrado da casa de um conhecido figaro nazona Senhor dos Passos.

Cuidado com o páo !...mr A Bemvinda Malhada, da zona Mo-

raes e Valle 9, agora deu para servir de gatomorto com o zinho que a Luizinha mandoupassear. . . _

Também você... sua funecionaria ?m O descaramento da Angela Fallabosta

cheoou a tal ponto, que até chega a oífereceras

"caricias de seu cachorrinho ao primeiroque encontra nas zonas.

|á é !....rs- Si o aspirante da marinha souber que

você, dona Lina Teutonia, andou passeandona zona Gomes Freire acompanhada com oNovaes, a coisa è preta !

Cuidado, olhe o rebenque !.tar Disse-nos a Bcth Izabet que, depois

que veio dos subúrbios, só deixava o seurj» menino Pará beijal-a na... boca.

Que chauffeur de... sorte 1

LINGUA DE PRATA.

DR. NJCOLAU CIANCIOrr

. — ComÚnico ile

Mcilí-o c rijii.r.i.lor «ia Hospital àa Santa Ca:

pratica dos Hospitaes: Broca de Pariz e Pol;Roma. Molesiias das senhoras, vias urinaria- e. syphilis

Consultório: Largo da Carta, 14 das 4 ás 5 - TelephotiB 523

Residência: Rua da Lapa, 63 — Telephons 3330 - Cenlral

Até a presente data,'consta esta collec-ção de romancetes editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores ele um Frade,picaresca historia defrei lgnacio,um san-turrão que soube gosar o que de melhorexiste neste mundo— o amor; n. 2, Noitede Noivado, en, que são narradas as peri-pecias de um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; „. 3, Mada-me Minct, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, atinai não leva a melhor parte...e n.4, Casta Siizaiina, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que não compromettiam asua virgindade. —— —-—Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão de500 réis cada um, constitue uma lei-tura amena, muito recommendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambémpelas lindas e suggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar um defunto. —--- Os pedidos do Correio, aos qtiéies de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte de cada livro,devemserdirigidos a~A V*\\n*n m w mnm l m^á,V. VfcUaJSU - r1o de janeiro

}..>-Afeay3-cff--Ly ^— T * i aglfeS. 1i—i

A collecção completa será enviadaa quem a pedir enviam-c«o a quantia ele 3$00O.

... o Mario Precipício aos beijos e abra-ços com a Carmelia nos Tenentes.

... o donzella José Goulart, contando astaboas da...

... a Didi, vestida de Pai João, a quererentrar a muque nos Tenentes.

... o Gandaia dando a conta do alfaiateao seu marchante Beneficiado.

... a Bemvinda pedindo ao Gandaia pa-ra leval-a a casa, pois tinha receio de encontrar-se com o Garcia Trouxa.

... o Salsicha atrapalhado com a tal his-toria de virar em redondo.

... a Maria dando o discurso na zonaMarrecas com o Henrique Cara Queimada...

... na zona Gomes Freire a Guiomaracompanhada pelo Freitas...

... na zona Visconde de ltauna o Nhonhòatracado com uma crioula...

... o Cafifa e o Nhonhò, no sabbado ul-timo, de automóvel na zona Lapa, em comp.a-nhia de uma donzella... .

... o Loureiro em companhia de umacorista do Apollo...

... a Sebastiana Paulista dando o deses-pero quando soube que o Loureiro lhe faziafalsidades... VÈ TUDO.

BOLSA DE OUROCHAPA SEMANAL

Uma belleza!

Da Rosinha o cachorrinhoE_ mesmo unia tentação !Ai, que bom! Comoré bomzinno !E

'como morde, o ladrão !

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Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &

C; Santos, Drog. Colombo.

V. J COMO.ESTAVA COMO ESTOU

)-( O RIO NU )-(17 dc Janeiro dc 1914

Como ganhar dinheiro facilmente ?Tendes algum desejo que, apezar do vosso esforço, não conseguisJ«^ ™ai\"jJS^

CoSjfjJJ;em vossa familia oi em vosso commercio? Precizaes descobrir alguma C(»za quevos preoccupa? Fazer voltar para vossa companhia alguma P^J^^ £Su-separado? Curar promptamente algum vicio de bebida, jogo ou se^ualismo . Alguma moléstia do cérebro, nervoza ou qualquer outra? Destru r ^0™ «nalef™°'_Recuperar algum objecto que vos tenham roubado? Alcançar bom emprego-,negocio ou prosperidade? Augmentar o poder da vossa vista ou memória? Adivinhainumero de sorte_LA-trahir abundância de dinheiro?

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empregos, resolver favoravelmente as dificuldades du viJtt. e/e.

Las .en_hai.taiii_iiisi.es Aceumulaleiirs Menlales

Resumo dos pareceres de médicos brazileiros:

«As influencias psycliicas por meios indirectos materiaes,sobretudo por meio dos Accumuliidores Mentaes (tambémchamados magnéticos), estão admittidas desde tempos mem o-' riaes pelas sciencias psychicss. Na importante obra De 1'E.xle-riorisalou de Ia Sensibililc, escripta pelo Sr. Coronel A. de Ro-chás, da Escola Polytechnica de Paris, e que é autor acatadono inundo scientilíco, sobretudo como autoridade nas scien-cias psychicas, acha-se claramente demonstrado o inodiis opc-randi do einviileiiieul, fenômeno que pode consistir numa In-fluencia benéfica ou salutar para a pessoa que, com intençãode receber tal influencia, satura com seus Unidos nervozOs oumagnéticos algum accumulador d'esses fluidos. Vários outrosscientistas, inclusive o Sr. Dr. J. Ochorowicz, eminente au-tor de numerozas obras sobre psychismo e psychologia, ten-dem ás mesmas concluzões».

kE' uma expozição clara e eloqüente das forças inviziveisque governam nossas vidas; e, por praticarem seus ensinos,muitas pessoas têm sido beneficiadas mental, fizica e financei-ra mente.— The Nulioits Wcekly, jornal de Boston».—«E' umadas melhores expozições das descobertas a respeito do magne-tismo.—Jornal do Commercio.»—<eE' uma iniciação pratica nosmysterios do magnetismo, hypnotismo c sugestão, reveladoscom muita clareza e simplicidade.—A Tribuna»—«Vem pre-encher uma grande lacuna no estudo da sciencia oceulta.—OPai^». — «Expõe com verdadeira proficiência as questões mais

importantes que se relacionam com o magnetismo. — Correio du Manhã.»—Ha também centenas de cartas notáveisque, em signal de agradecimento, fizeram enthusiasticas referencias. Preço de cada Accumulador 33$ rs.

Um Accumulador sozinho dá rczultado ' - ¦'¦•'-''¦— - ¦¦ r.^ ...,„.,.,i„.. -„.,.]„ .,: .... .i.....,_,. .,.„....,,_, .... , mas os dois (ns. 5 e 6) reunidos tendo força dez vezes maior, são dcefeito rápido e muito mais eficazes para qualquer fim. Os dois custam 66$0O0 rs.

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