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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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Mapeamento das principais dificuldades enfrentadas na implementação do

curso de Administração Pública EaD na Universidade Federal Fluminense -

campus Volta Redonda

Maria Cristina de Almeida Guimarães – Volta Redonda – [email protected] -

UFF/ICHS

Sônia Mota Esteves – Volta Redonda – [email protected] - UFF/ICHS

André Luiz de Oliveira Soares – Volta Redonda - [email protected] - UFF/ICHS

Resumo

Com a intensificação na oferta de vagas em cursos a distância - EaD, no Brasil, torna-se

relevante compreender os principais desafios associados ao processo de implantação e

operacionalização. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo mapear a evolução do curso

de graduação em Administração Pública EaD oferecido pela Universidade Federal

Fluminense, campus Volta Redonda. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas

com os coordenadores e secretários do curso, a fim de verificar as principais dificuldades

enfrentadas desde a implantação e os potenciais pontos de melhoria. Ao fim, percebeu-se que

as principais dificuldades estão relacionadas à falta de recursos financeiros, à escassez de

funcionários e à evasão. Porém, apesar das dificuldades ainda existentes, pode-se verificar o

êxito do curso por meio da nota obtida no Enade em 2017.

Palavras-chave: Educação a distância; Administração Pública; Universidade Federal

Fluminense.

1 – Introdução

No Brasil, o aumento de vagas para o ensino superior tem sido alvo de políticas do

governo, especialmente após o lançamento do Plano Nacional de Educação – PNE, em 1996.

Dentre os programas desenvolvidos, podem-se citar: Programa Universidade para Todos -

PROUNI, Programa de apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

Federais - REUNI, Programa de Financiamento Estudantil - FIES e Universidade Aberta do

Brasil - UAB (ALMEIDA et al., 2014).

Como consequência, só em 2014 foram disponibilizadas mais de 8 milhões de vagas

pelas Instituições de Ensino Superior - IES brasileiras, sendo que a rede federal ofertou 343

mil novas vagas e 114 mil vagas remanescentes para acesso aos cursos de graduação. Em

relação à modalidade a distância, o número de alunos alcançou 1,34 milhão, em 2014,

representando 17,1% das matrículas da educação superior (INEP, 2014).

A oferta de vagas na educação a distância (EaD) vem sendo intensificada no Brasil, e

no mundo, por oferecer vantagens em relação aos cursos presenciais. As vantagens estão

associadas às características apontadas pelos autores Santos e Scherre (2012), tais como: a

flexibilidade de tempo (podendo escolher o horário de estudo), redução dos deslocamentos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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(pode escolher onde estudar, inclusive em casa) e a utilização de diferentes ferramentas e

plataformas como, por exemplo, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA).

Nesse contexto está a UAB, que foi instituída pelo Decreto 5.800 de 8 de junho de

2006 com a finalidade de ampliação da educação superior no País (CAPES, 2016). De acordo

com Poll e Abreu (2010), o convênio UAB/UFF/CEDERJ viabilizou, por exemplo, a criação

de novos cursos de graduação em Volta Redonda, entre eles o de Administração Pública, na

modalidade a distância. Este foi criado como resposta à boa utilização dos recursos públicos e

à atenção ao cidadão.

Apoiado no que foi exposto, este artigo baseia-se na seguinte pergunta para

representar a problemática: Quais as principais dificuldades enfrentadas na implementação de

um curso EaD em um campus do interior de uma universidade federal?

Assim, como objetivo geral, deseja-se mapear a evolução do curso de Administração

Pública EaD da Universidade Federal Fluminense, campus Volta Redonda, a fim de

identificar as principais dificuldades encontradas desde o processo de implantação até os dias

atuais. Como objetivos específicos citam-se: (i) identificar as principais barreiras enfrentadas

sob os pontos de vista estrutural, financeiro e operacional; (ii) propor ações que permitam

minimizar as dificuldades enfrentadas atualmente.

Para a elaboração deste trabalho foi escolhida a Universidade Federal Fluminense

(UFF) de Volta Redonda, por ser considerada uma das melhores universidades do Brasil,

oferecendo vagas nos cursos de graduação presenciais e a distância. Para tanto, foi abordado o

curso de Administração Pública a distância, foco do nosso estudo.

A partir desta introdução, este artigo está estruturado em quatro seções: referencial

teórico, que discorre sobre o contexto da EaD no Brasil, além de reflexões sobre as

potencialidades, dificuldades e pontos de melhoria; método adotado para o estudo;

apresentação e discussão dos resultados; e conclusão.

2 – Referencial Teórico

Os avanços tecnológicos, que ganharam força com a globalização, vêm afetando o

mundo da educação em muitos aspectos (SOUZA e SILVA, 2011). Nesse contexto, está a

EaD (educação a distância), que é uma modalidade de ensino em que a interação professor-

aluno ocorre por meio de recursos tecnológicos, estando eles afastados física e espacialmente

(ALVES, 2011; PUERTA E AMARAL, 2008; SOUZA e SILVA, 2011). Assim, esta seção

tem por objetivo contextualizar a EaD no Brasil, bem como apresentar as principais

potencialidades e problemas enfrentados, além de ações para melhoria da gestão dessa

modalidade de ensino.

2.1- O contexto da EaD no Brasil

Ante a expansão tecnológica mundial e a demanda social por educação de qualidade,

surgiu a necessidade de se implementar cursos que levassem às pessoas a satisfação de seus

anseios educacionais e profissionais. No Brasil, as práticas de EaD tiveram início nos cursos

por correspondência, oferecidos por instituições pioneiras como Instituto Rádio Monitor e

Instituto Universal Brasileiro (ALVES, 2011; VIDAL e MAIA, 2010), passando por diversos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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outros meios (mídias digitais), até alcançar a internet (SOUZA e SILVA, 2011). Hoje essa

modalidade é fundamentalmente online, sendo a internet a principal propulsora da relação

aluno-professor (SOUZA e SILVA, 2011).

O primeiro regulamento legal da EaD, no Brasil, é a Constituição Federal de 1988, que

assegura que a educação é direito de todos e dever do Estado. Dessa forma, “a educação a

distância não pode ser proibida ou discriminada em território brasileiro” (SOUZA e SILVA,

2011, p. 33). Entretanto, somente na década de 1990 a maioria das instituições de ensino

superior - IES começou a se mobilizar para a oferta da EaD (ALVES, 2011; VIDAL e MAIA,

2010), que atualmente está em expansão quanto ao número de instituições e de alunos

(ABED, 2015).

De acordo com Vidal e Maia (2010), a LDB 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional), marca a introdução da EaD na legislação educacional. Por outro lado, o

Decreto 5.622/2005 (que regulamenta o artigo 80 da Lei 9.394/96 e dispõe sobre a EaD no

Brasil) determina que a EaD se caracteriza como uma modalidade de educação que utiliza

recursos tecnológicos para o processo ensino-aprendizagem, reunindo método, gestão e

avaliação particulares (BRASIL, 2005). No entanto, esse decreto foi revogado e substituído

pelo Decreto 9.057, de 25 de maio de 2017, que moderniza a regulamentação da EaD

(BRASIL, 2017). De acordo com Mugnol (2009, p. 347), a LDB “apresenta como fundamento os

princípios da flexibilidade e da avaliação” e incentiva a modalidade EaD. A educação a

distância está presente nos diversos níveis (fundamental, médio, técnico), sendo que, no que

diz respeito ao ensino superior, tem-se a UAB (Universidade Aberta do Brasil).

A UAB foi instituída pelo Governo Federal, por meio do decreto 5.800, de 8 de junho

de 2006, visando ampliar a oferta de vagas no ensino superior do País, por meio da EaD, além

de atender principalmente os professores que trabalham na educação básica da rede pública

(CAPES, 2016).

2.2- Dificuldades e potencialidades da EaD encontradas na literatura

As políticas públicas instituídas pelo governo com intuito de ampliação do acesso ao

ensino superior vêm aumentando o número de vagas nas universidades federais brasileiras

(ALMEIDA et al., 2014).

Nesse cenário, encontra-se a EaD, uma vez que aquele que não tem disponibilidade

para fazer um curso presencial, qualquer que seja o motivo, tem optado por essa modalidade

de ensino oferecida pelas universidades. Porém, muitas são as dificuldades e problemas

enfrentados, tanto pelos alunos quanto pela implementação e gestão desta modalidade de

ensino.

No que concerne às dificuldades enfrentadas pelos alunos, pode-se citar: a não

interação deles, por falta de adaptação ao ambiente virtual ou por não conhecerem a

ferramenta; a evasão, que tem como precedente a falta de tempo para o estudo, devido à rotina

de trabalho intensa; e a não autonomia (LIMA, SÁ e PINTO, 2014).

Diante disso, é importante frisar que no Brasil, de acordo com Nascimento e Vieira

(2016), a educação a distância, especialmente no ensino superior, é alvo de preconceito e

desconfiança, mesmo estando em processo de crescimento contínuo.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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Essas barreiras são motivadas pela não aceitação de que essa modalidade tenha a

mesma qualidade que no ensino regular e/ou por julgarem que na EaD o diploma é obtido

mais facilmente, e, ainda, pela “concorrência com as instituições privadas de ensino”

(NASCIMENTO e VIEIRA, 2016).

Dentre as dificuldades relacionadas à EaD, especificamente no que concerne ao curso

de Administração Pública, estão a dicotomia política/administração, produção insuficiente de

material específico para a área, escassez de profissionais experientes no ensino da

Administração Pública etc. (COELHO, 2008).

Lourenço, Magalhães e Ferreira (2012) também concordam que muitos são os desafios

impostos ao ensino de Administração Pública no País, e um dos mais significativos é a

carência de corpo docente, visto que o professor é fundamental na formação do administrador

público.

2.3- Reflexões sobre as necessidades de melhoria na EaD

A EaD é definida como uma modalidade de educação em que alunos e professores

estão separados física e geograficamente, mas empregam diferentes tecnologias que os

aproximam (ALVES, 2011; FARIA e SALVADORI, 2010; PUERTA e AMARAL, 2008).

Essas tecnologias possibilitaram o crescimento da EaD, porém, há muitas dificuldades

relacionadas ao seu uso.

Nesse contexto, Assman (2005, apud Nascimento e Vieira, 2016) afirma que as

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm seus pontos positivos e negativos, pois

além do fascínio que exercem, há também dificuldades relacionadas à sua utilização e

divergências quanto ao seu reconhecimento.

Assim, para haver melhoria no campo da EaD e amenizar, em parte, as dificuldades

enfrentadas, alguns pontos podem ser observados. Por exemplo, seria interessante adequar os

ambientes virtuais (AVA) às redes sociais para, desse modo, despertar o interesse dos alunos

para a utilização desse tipo de ambiente.

Nesse cenário, Ribas (2015) apresenta um estudo em que é utilizado o Facebook como

ferramenta auxiliar no processo ensino-aprendizagem em EaD. De acordo com a autora, as

relações estabelecidas a partir das redes sociais contribuem positivamente no desempenho

acadêmico dos alunos de EaD, gerando conhecimento. Além disso, o ambiente de

aprendizagem virtual deve fomentar a cooperação e a interatividade (PUERTA e AMARAL,

2008).

Entretanto, a EaD enfrenta dificuldades, também, no campo institucional. Nesse

sentido, Nascimento e Vieira (2016), ao estudar a institucionalização da EaD na Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), identificam algumas dificuldades na implantação e

gestão da EaD.

A partir deste diagnóstico, podem-se propor como ações de melhoria: estabelecer um

canal contínuo de comunicação entre os gestores; criar mecanismos para que o gestor possa

supervisionar o rendimento e o trabalho dos envolvidos em EaD; modernizar os ambientes

virtuais e habilitar em TIC todos os que fazem parte da EaD; aplicar os recursos em outras

áreas da vida do acadêmico, a fim de garantir sua permanência e seu completo

desenvolvimento; garantir infraestrutura necessária para a efetivação dos projetos

pedagógicos.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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3 – Metodologia

A presente pesquisa pode ser classificada como de natureza aplicada que, de acordo

com Silva e Menezes (2005, p. 20), “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e

dirigidos à solução de problemas específicos”. Neste caso, foi realizado o mapeamento do

curso de Administração Pública EaD da UFF, campus Volta Redonda, levantando

dificuldades inerentes ao cotidiano (tanto do ponto de vista da gestão quanto operacional),

desde a implementação do curso até a gestão atual, com intuito de gerar conhecimento que

permita superar tais barreiras, no futuro. Além disso, espera-se que os resultados permitam

direcionar a implementação de novos cursos a distância, na instituição.

Do ponto de vista dos objetivos, trata-se de uma pesquisa exploratória, porque além de

envolver levantamento bibliográfico e documental, foram feitas entrevistas com pessoas que

têm experiências práticas com o problema pesquisado (coordenadores e secretários do curso).

O trabalho pode ser considerado, ainda, um estudo de caso, pois se analisou especificamente o

curso de Administração Pública, a distância, oferecido pela UFF de Volta Redonda.

Ainda quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como descritiva, pois

buscou descrever a evolução do curso, compreendendo as principais etapas de implantação

bem como as dificuldades e problemas enfrentados; visando, assim, propor soluções com o

intuito de cooperar para o enriquecimento do processo de gestão e operacionalização do

curso.

Em relação ao tratamento dos dados, a pesquisa é considerada qualitativa, pois não

envolveu análises estatísticas. Foram feitas entrevistas semiestruturadas, no período de 16 de

fevereiro a 4 de março de 2017, as quais foram gravadas e transcritas para posterior análise.

O roteiro da entrevista, apresentado no Apêndice 1, foi composto por questões que

permitiram avaliar as principais dificuldades enfrentadas na implantação do curso e levantar

potenciais pontos de melhoria sob os pontos de vista de gestão (representado pelos

coordenadores do curso) e operacional (representado pelos secretários). O perfil dos

entrevistados está descrito na Tabela 1.

Tabela 1: Perfil dos entrevistados

Participantes Cargo

Período de atuação no

cargo Período de

experiência no EaD

Participou do

processo de

implantação? Entrevistado 1 Coordenador Out/2010 – atual 2007 - atual Sim Entrevistado 2 Coordenador Dez/2014 – mai/2016 Aproximadamente 10

anos

Não

Entrevistado 3 Secretário Abr/2012 – atual Abr/2012 - atual Não Entrevistado 4 Secretário Jan/2015 – jul/2016 Jan/2015 – jul/2016 Não

Fonte: Elaborado pelos autores

Para complementar as informações obtidas nas entrevistas foram levantadas

informações em documentos oficiais da instituição, como o Guia de Curso.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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4 – Resultados e discussões

O curso objeto de estudo deste trabalho é o bacharelado em Administração Pública

ofertado na modalidade a distância, por meio do Instituto de Ciências Humanas e Sociais –

ICHS da Universidade Federal Fluminense - UFF, na cidade de Volta Redonda (UFF, 2013).

Trata-se de um curso oferecido por meio do Consórcio CEDERJ (Centro de Educação

Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), numa parceria do Governo do Estado do

Rio de Janeiro através da Fundação CECIERJ (Centro de Educação a Distância do Estado do

Rio de Janeiro) e sete universidades públicas situadas no Estado do Rio de Janeiro: UFF

(Universidade Federal Fluminense), CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso

Suckow da Fonseca), UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), UENF

(Universidade Estadual do Norte Fluminense), UFRJ (Universidade Federal do Rio de

Janeiro), UNIRIO (Universidade do Rio de Janeiro) e UFRRJ (Universidade Federal Rural do

Rio de Janeiro). O consórcio conta, atualmente, com mais de 45 mil alunos matriculados nos

15 cursos de graduação a distância oferecidos (CEDERJ, 2017a). Iniciado no segundo semestre do ano de 2010, o curso de Administração Pública EaD

da UFF tem duração de 4 anos e engloba as três linhas temáticas: Gestão Pública da Saúde,

Gestão Municipal e Gestão Governamental. O curso faz parte do Programa Nacional de

Formação em Administração Pública – PNAP, oferecido pelo Governo Federal. O PNAP tem

o objetivo geral de “formar profissionais com amplo conhecimento em administração pública,

capazes de atuar no âmbito federal, estadual e municipal, administrando com competência e

ética as organizações governamentais e não-governamentais” (CEDERJ, 2017b). O conteúdo

das disciplinas está disponível em AVA (ambiente virtual de aprendizagem) sendo necessário,

em algumas ocasiões, que sejam feitos encontros presenciais, por exemplo, para a realização

de provas e a defesa do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

O curso é mantido por recursos federais, estaduais e do próprio município que se

compromete com a parte local (manutenção, luz, água). De acordo com o Entrevistado 1, o

curso EaD tem um custo baixo quando comparado ao presencial (o Entrevistado 2 afirma,

ainda, que ele é menos custoso que outros programas do governo como o PROUNI e o FIES).

Além disso, ele se distingue do curso presencial pelo contingente de alunos e pela

flexibilidade: Primeira diferença é a escala, a escala é muito maior. Temos aí 200 alunos no

presencial e quase 3000 no curso a distância, 20 professores no presencial e quase

60 no curso a distância, 150 tutores, 8 polos, que atendem alunos de mais de 15

estados diferentes [...]A diferença é a flexibilidade, esse é o ponto. Por exemplo, em

vez de ficar quatro horas sentado aqui (de 18 as 22h) você vai ter de estudar 4h

pulverizado [...] (Entrevistado 1)

O contingente de alunos também foi mencionado pelo Entrevistado 3: “No curso

presencial o número de alunos é bem menor, no presencial a entrada de alunos é anual de 50

alunos, na EAD é de 800 alunos por ano, é muita diferença” (Entrevistado 3). Além disso, o

Entrevistado 2 aponta que as grades entre as duas modalidades oferecidas são diferentes:

As grades são diferentes, a grade do a distância, na verdade a gente devido ao

formato do convênio, da parceria, por ser uma politica do PNAP, e tudo mais, ele

não é uma grade, digamos assim, que foi construída por nós, né, a gente tem

algumas mudanças e tudo mais nas ofertas das disciplinas. (Entrevistado 2)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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No que diz respeito à implantação do curso, o Entrevistado 1 afirma que o curso surgiu

em um contexto de expansão do ensino superior, a partir de um edital lançado pelo PNAP. Ele

ressalta, inclusive que:

O edital foi um grande incentivo, localmente tinha uma base de professores aqui

desejosos de colocar o curso, por conta do próprio curso presencial. Então você teria

na verdade a formação presencial e a distância integradas, então, é, esse foi o

principal incentivo. (Entrevistado 1)1

Ainda de acordo com este entrevistado, o curso surgiu para suprir carências existentes

na formação de quadros de gestores públicos e em um cenário de expansão da economia em

que muitos concursos foram realizados, necessitando, assim, de profissionais da área. Quanto

às dificuldades associadas à implantação, o Entrevistado 1 explica que foi difícil “entender o

sistema, a lógica como um todo”, devido a sua complexidade.

Atualmente, verifica-se que a principal dificuldade está associada à falta de recursos, a

qual gera diferentes consequências, como rotatividade de tutores impactando na qualidade do

curso. As principais dificuldades apontadas pelos entrevistados estão listadas na Tabela 2.

Tabela 2: Principais dificuldades/barreiras atuais

Entrevistado 1 Falta de recursos; falta de profissionais com formação na área pública; resistência

em relação à modalidade EaD. Entrevistado 2 Questões burocráticas; falta de recursos; falta infraestrutura em alguns polos; o fato

de o curso Administração Pública não ser a primeira opção do aluno ocasiona

evasão; professores sem experiência na gestão pública; tutores não alinhados às

disciplinas; resistência em relação à modalidade EaD. Entrevistado 3 Questões burocráticas e administrativas; falta de recursos; evasão de alunos; o

calendário acadêmico no que diz respeito à proximidade entre a AP2 e AP3; Pelo

formato do consórcio o aluno fica perdido quando tem que fazer reclamação ou

pedido, não sabe a quem recorrer. Entrevistado 4 Falta de recursos; falta de funcionários; falta de profissionais experientes em EaD;

evasão de alunos; a grande quantidade de alunos é um obstáculo a um atendimento

mais individualizado; padronização do curso; engessamento do curso ao PNAP;

conflito entre o SISTACAD e o IDUFF; professores não conhecedores do ensino a

distância. Fonte: Elaborado pelos autores

No que diz respeito à resistência a modalidade EaD, acrescenta-se que, de acordo com

os entrevistados 1 e 2, a maioria dos alunos sequer reconhece que são alunos da Universidade

Federal Fluminense, não há essa sensação de pertencimento. De maneira complementar, o

fato de o curso não ser a primeira opção do aluno, de acordo com o Entrevistado 2, leva à

evasão.

Adicionalmente é possível elencar as barreiras estruturais, financeiras e operacionais

enfrentadas, atualmente, pela gestão do curso (Tabela 3). Verifica-se que as duas principais

barreiras estão associadas à estrutura deficiente dos polos e insuficiência de recursos.

1 O curso presencial começou a ser oferecido em 2010-1 e o curso a distância em 2010-2

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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Tabela 3: Barreiras dos pontos de vista estrutural, financeiro e operacional Barreira Entrevistado 1 Entrevistado 2 Estrutural Alguns polos com estruturas deficitárias Alguns polos sem infraestrutura; laboratório de

informática sem condições de atender os alunos. Financeira Atraso no pagamento de bolsas Insuficiência de recursos que influencia no

andamento do curso; atraso no pagamento de

bolsas. Operacional Demora na entrega de provas aos

professores para correção1

Falta de funcionários

Fonte: Elaborado pelos autores

Nota: (1) A prova é aplicada no polo, vai para o centro de distribuição no Rio e volta para a secretaria para

retirada do docente/tutor ocasionando na demora mencionada. Este procedimento também foi mencionado, pelo

Entrevistado 3, como uma dificuldade.

Associadas as dificuldades e barreiras mencionadas nas Tabelas 2 e 3, foi possível

mapear as principais reclamações feitas pelos diferentes atores envolvidos no processo EaD:

alunos, coordenadores e professores (conforme Tabela 4).

Tabela 4: Reclamações que alunos, tutores e coordenadores de disciplina já reportaram

aos entrevistados

Reclamação dos alunos Entrevistado 1 Atraso no lançamento de notas

Atendimento inadequado de alguns tutores Entrevistado 2 Atraso no lançamento de notas ou nota errada

Disciplinas com muitas ADs ou ADs inadequadas

Demora ou falta de resposta dos tutores ou respostas inadequadas

Dificuldade de acesso ao coordenador de disciplina

Exigências do curso Entrevistado 3 Atraso de cronograma e sala desatualizada no início de semestre

Horário de vista de prova

Demora na revisão de prova porque o tutor não encaminhou ao professor

Foram buscar a prova no polo e não acharam

Referente às horas das atividades complementares

Referente a notas (Demora no lançamento; sem nota; nota errada)

Pedido de isenção de disciplinas não atendido Entrevistado 4 Falta de contato com tutores e professores

Reclamação dos coordenadores Entrevistado 1 Valores de pagamento

Prazo apertado para correção de provas, principalmente em final de período Entrevistado 2 Postura de alguns tutores

Atraso no pagamento de bolsas Entrevistado 3 Atraso no pagamento de bolsas Entrevistado 4 Grande quantidade de alunos

Reclamação dos tutores Entrevistado 2 Tutor presencial - distanciamento dos coordenadores de disciplina

Tutor a distância - forma inadequada de alunos colocarem dúvida ou crítica

Atraso no pagamento de bolsas Entrevistado 3 Atraso no pagamento de bolsas Entrevistado 4 Grande quantidade de atividades para corrigir

Atraso no pagamento de bolsas Fonte: Elaborado pelos autores

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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É importante ressaltar que, de acordo com o Entrevistado 4, o aluno não aproveita

todas as ferramentas que estão a sua disposição na plataforma (como chat, fórum,

videotutoria, entre outros):

Pensando mais academicamente a questão pedagógica a plataforma oferece muita

coisa que os alunos não usam. Como tutor eu dou videotutoria de duas disciplinas

por semana, desde o começo ninguém entrou, só vão entrar ou pra fazer vista de

prova ou pra pedir nota depois. Eu já fui tutor de [...] e tinha um ou dois alunos que

a gente conseguia sempre fazer videotutoria, fazia aquela orientação mais próxima

do que era o padrão e os trabalhos ficavam ótimos. Porque tinham aqueles alunos

que ligavam uma vez por mês só pra saber por que a nota foi baixa. Então eu acho

que, assim, a gente tem muitos profissionais capacitados pra isso. (Entrevistado 4)

Entende-se que a utilização desses recursos poderia auxiliar na melhoria do

aprendizado e na interação com os tutores. Entretanto, isto não está sob gerência dos

entrevistados, depende da proatividade do aluno. Outro ponto que merece ser evidenciado é a

dificuldade associada ao estágio:

O estágio é uma grande dificuldade por causa da grande quantidade de alunos e por

falta de apoio dos municípios. Além disso, as pessoas que fazem uma atividade de

trabalho, por exemplo, e querem que aquilo seja validado para estágio, mas vai ver,

aquilo ali não tem alinhamento nenhum com a administração pública (Entrevistado

2)

Entretanto, apesar das dificuldades mencionadas ainda serem muitas, já foram

realizadas melhorias ao longo dos anos de oferta do curso, conforme descrito na Tabela 5.

Tabela 5: Melhorias já realizadas, de acordo com os entrevistados

Entrevistado 1

Vista de prova online

Atividade complementar que agora é enviada eletronicamente

Regimentos diversos

Apoio ao movimento estudantil

Entrevistado 2

O TCC que antes era monografia e agora é artigo feito em grupo de até três alunos

Melhoria na sala de coordenação na plataforma onde os alunos tiram dúvidas

Mobilização acadêmica

Atividade complementar que agora é enviada eletronicamente

Análise crítica feita num órgão público em substituição ao estágio

Entrevistado 3

Representação estudantil

Devolução da prova para o aluno

Vista de prova online

Revisão de prova que agora é encaminhada pelo tutor ao coordenador

RGP (residência em gestão pública) para aqueles que não conseguem estágio, nos moldes

de uma consultoria feita numa organização pública, em grupo de 2 ou 3 alunos Entrevistado 4 Melhorias na plataforma e no SISTACAD para facilitar a utilização

Fonte: Elaborado pelos autores

Segundo o Entrevistado 1, almeja-se a excelência do curso desde sua implantação, por

isso trabalhou-se para que barreiras fossem superadas, embora ainda existam muitas outras a

serem vencidas. Contrapondo este relato com o resultado do ENADE de 2017, percebe-se

que, apesar de todos os obstáculos já descritos, o curso de Administração Pública EaD da

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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UFF obteve o conceito 4. Este conceito posiciona-o como o segundo melhor curso do Brasil

na modalidade EaD e o sexto melhor curso considerando todas as modalidades (EaD e

presencial) (UFF, 2017). Este fato também foi apontado pelo Entrevistado 2: “eu acho que as

notas tanto do presencial e a distância [no ENADE], a gente está conseguindo formar bons

alunos dentro do curso”.

Assim, a Tabela 6 sintetiza algumas propostas que poderiam auxiliar no alcance desta

excelência, na visão dos entrevistados.

Tabela 6: Propostas que trariam melhoria ao curso, conforme os entrevistados

Entrevistado 1 Correção automática de provas (com gabarito e correção eletrônica)

Calendário que tivesse um espaço maior entre a AP2 e a AP3 Entrevistado 2 Fazer mudança no modelo de tutoria presencial, pois para ele são necessárias tutorias

somente para as matérias que contêm cálculo.

Tornar o ambiente virtual mais dinâmico

Reduzir o número de polos, pois há alguns “subutilizados” por não conseguirem

preencher as vagas disponíveis.

Alunos de um polo visitarem outro polo uma vez por ano, para minimizar o

distanciamento.

Visitas constantes do coordenador aos polos Entrevistado 3 O CEDERJ disponibilizar um carro para buscar o malote no polo reduziria os

problemas que dependem de sua chegada. Fonte: Elaborado pelos autores

Por fim, os entrevistados apresentaram os desafios para o futuro, os quais estão

associados à própria complexidade do sistema, à falta de recursos e ao aluno. No que diz

respeito à complexidade do sistema, o Entrevistado 2 explica que:

Hoje, sem o CEDERJ seria impossível no desenho que a gente tem do curso ele estar

funcionando. [...] sem essa parceria do CEDERJ ele se torna inviável porque a UFF

não tem condições, por exemplo, de fazer essa logística, essa questão administrativa,

emissão de prova, envio de prova, essa ação nos polos, por mais que a gente saiba

que tenha algumas limitações. (Entrevistado 2)

Além disso, expõe que:

No curso presencial em uma simples conversa seja com o professor, seja na

secretaria, você consegue resolver [o problema] e no a distância não. Você querendo

ou não passa por procedimentos, e esses procedimentos às vezes são mais rigorosos

mesmo. (Entrevistado 2)

No que diz respeito à falta de recursos, isto foi apontado como desafio por todos os

entrevistados, refletindo no gerenciamento do curso, na escassez de funcionários. De acordo

com o Entrevistado 1: Hoje temos outros desafios e um deles é justamente inserir na própria dinâmica do

tutor uma lógica de atuação que fique mais vinculada à dinâmica de qualidade no

atendimento e tudo mais, que é um grande desafio, nem tanto por culpa deles, é mais

também por culpa, muitas vezes, dessa dinâmica institucional que falei

anteriormente que gera, por exemplo: atraso de pagamento, às vezes nem o

pagamento é feito, isso acaba gerando dificuldade gigantesca. (Entrevistado 1)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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Quanto a dimensão aluno, o Entrevistado 4 menciona o desafio associado a motivação

do corpo discente e a evasão. O Entrevistado 2 corrobora este ponto de vista, associando a

visão da sociedade sobre o curso à evasão: “um não entendimento da atuação da formação na

administração pública; as pessoas acharem que a administração pública é uma espécie de

especialização da administração” (Entrevistado 2). Além disso, ele explica que:

O ensino a distância tem uma evasão maior que o ensino presencial normalmente,

porque muitos alunos às vezes é o primeiro contato com o ambiente virtual. A

questão do ensino a distância, a questão da disciplina, é diferente do ensino

presencial. Então o aluno tem que ter uma auto formação, tem que ter uma disciplina

que na verdade é muito mais autônomo que no ensino presencial, então tem que dar

uma autonomia muito grande, então quando têm pessoas mais novas é difícil, então

a evasão é maior (Entrevistado 2)

O Entrevistado 2 também menciona que a possibilidade de participar de projetos de

pesquisa e de extensão ainda é maior para o ensino presencial, o que pode se configurar como

um desafio para os próximos anos. É importante ressaltar que o curso está em constante evolução. Na opinião do

Entrevistado 4: “quando a gente tiver uma geração de professores e tutores que passaram pela

educação a distância, que conhecem a metodologia, eu acho que a gente vai conseguir

melhorar o processo”.

Assim, apesar de todos os desafios e barreiras discutidos nesta seção, pode-se verificar

que o curso já tem colhido frutos:

Dessas linhas de pesquisa [três [áreas temáticas que são as linhas de formação do

TCC] foram derivadas as três especializações e, mais tarde, o mestrado que a gente

conseguiu colocar aqui na UFF e já está rodando a primeira turma de mestrado

profissional em Administração Pública, ou seja, a formação está toda alinhada. Para

que isso acontecesse, nesse módulo, olhando hoje parece tudo bem integrado, mas

foi um desafio gigantesco (Entrevistado 1)

Ressalta-se que, apesar do êxito mencionado pelo Entrevistado 1, a implementação e

gestão do curso em análise lidou (e ainda lida), de forma macro, com os mesmos tipos de

problemas apresentados por Coelho (2008); Lourenço, Magalhães e Ferreira (2012); Lima, Sá

e Pinto (2014); Nascimento e Vieira (2016), embora haja especificidades relacionadas ao

contexto do consórcio CEDERJ e do convênio com a UFF.

Dessa maneira, os resultados apresentados neste trabalho podem auxiliar no

planejamento futuro do curso, pois evidenciou questões a serem solucionadas (tanto do ponto

de vista gerencial quanto operacional). Além disso, poderia auxiliar a implementação de

cursos futuros (até mesmo em outras instituições), pois apresenta tanto as dificuldades

enfrentadas, como as ações de melhorias já adotadas.

5 – Conclusão

Ao longo do trabalho foi possível mapear a evolução do curso de Administração

Pública EaD da Universidade Federal Fluminense, campus Volta Redonda, identificando as

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

12

principais dificuldades encontradas desde o processo de implantação até os dias atuais, bem

como as ações de melhoria já implementadas e os desafios futuros. Dessa forma, acredita-se

que os objetivos tenham sido atingidos.

Em relação à implantação, verificou-se que a principal dificuldade esteve associada à

compreensão de como o sistema funcionaria e que, atualmente, a complexidade do consórcio

se impõe como um dos principais desafios para o futuro. Atualmente, lidam-se com duas

barreiras principais: falta de recurso (que impacta em diferentes dimensões – tutor,

infraestrutura) e evasão de alunos.

Contudo, foi possível verificar que o curso vem obtendo sucesso visto que está entre

os melhores cursos de Administração Pública do País (EaD e/ou presencial) e já oferece

possibilidade de formação integrada: com as especializações e o mestrado. Não obstante,

melhorias precisam ser feitas para resolver as barreiras estruturais, financeiras e operacionais,

bem como os problemas evidenciados neste trabalho.

Como limitação deste estudo, foram feitas apenas quatro entrevistas não envolvendo

outros atores (tutores, professores e alunos) na pesquisa. Assim, como sugestão para novos

estudos, aponta-se: envolver os outros atores na avaliação; estudar outros cursos de

Administração Pública EaD a fim de comparar os desafios e dificuldades; estudar as

especializações e o mestrado oferecidos pela mesma instituição; comparar o curso de

Administração Pública a outros cursos oferecidos na modalidade EaD.

6 – Referências

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a distância no Brasil. 2015. Disponível em:

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20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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APÊNDICE I - Roteiro das entrevistas

Roteiro da entrevista feita com os coordenadores (ponto de vista da gestão)

Experiência profissional -O senhor tem quanto tempo de experiência na UFF?

-Quais cargos o senhor já ocupou na UFF? Qual o cargo atual?

-O senhor tem quanto tempo de experiência na EaD? Qual o cargo atual?

-Há quanto tempo atua no curso de Administração Pública EaD? Qual o período de atuação?

Implantação da EaD - O senhor participou do processo de implantação do curso? Se sim, quais foram as principais

dificuldades/desafios encontrados?

- Mudaria algo no processo de implantação do curso? Se sim, o quê?

Gestão da EaD -Já atuava no curso no primeiro ano em que ele foi oferecido? Se sim, quais foram os

principais desafios àquela época? E hoje? Existe alguma barreira que permanece até hoje?

-Quais as dificuldades enfrentadas no ensino de administração pública, em geral (tanto EaD

quanto presencial)?

-Quais as dificuldades enfrentadas para se operacionalizar um curso a distância? Existe

alguma dificuldade que esteja relacionada ao fato de ser um curso de Administração Pública

(alguma particularidade)?

-Quais as principais diferenças entre a gestão de um curso EaD e o ensino presencial? E em

relação à oferta do curso de Administração Pública EaD e presencial, especificamente.

-Há dificuldades/barreiras que estejam relacionadas especificamente à UFF (ex. burocracia,

hierarquia, recurso etc.) na implementação de um curso a distância? E na operacionalização?

-Cite as principais dificuldades/barreiras encontradas a partir dos seguintes pontos de vista:

estrutural, financeiro e operacional.

- Foi implementada alguma melhoria desde que começou o curso? Qual (is)?

-Quais as maiores dificuldades que alunos, professores e tutores já reportaram para a

coordenação?

-Se tivesse autonomia e pudesse implementar alguma melhoria, qual seria a proposta?

Caracterização do curso (EaD) -O total de alunos no ensino a distância é mais ou menos que no presencial?

-Qual o custo médio de cada aluno do curso?

-O curso é mantido por recursos recebidos de quem? Quanto? Qual o orçamento anual?

-Quais foram os motivos que trouxeram o curso pra UFF? Houve incentivos? Quais?

-O curso existe há quanto tempo? Quando começou?

-Quantos polos existem?

-Quantos tutores são?

-Quais as falhas que existem?

-O curso atende os objetivos da UAB?

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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-Já foi feito algum estudo para descobrir: qual a faixa etária predominante; se há mais homens

ou mulheres; se os alunos trabalham; se estão na primeira ou segunda graduação; qual a média

de duração para o aluno se formar.

Roteiro da entrevista feita com os secretários (ponto de vista operacional)

Ex-secretário -Cargo

-Por quanto tempo você atuou no curso? Qual o período de atuação?

-Que cargos você ocupou?

-Você participou do processo de implantação do curso? Se sim, quais foram as principais

dificuldades?

-Já atuava no curso no primeiro ano em que ele foi oferecido? Se sim, quais foram os

principais desafios àquela época? Quais os desafios atuais? Existe alguma barreira que

permanece até hoje.

-Quais as maiores dificuldades que alunos, professores e tutores já reclamaram?

- Foi implementada alguma melhoria desde que começou o curso? Quais?

-Quais os maiores problemas percebidos por você?

-Depois que saiu você percebeu alguma dificuldade que não enxergava quando atuava no

curso?

Atual secretário -Cargo

-Há quanto tempo você atua no curso? Qual o período de atuação?

-Quais cargos você ocupou?

-Você participou do processo de implantação do curso? Se sim, quais foram as principais

dificuldades?

-Já atuava no curso no primeiro ano em que ele foi oferecido? Se sim, quais foram os

principais desafios àquela época? Quais os desafios atuais? Existe alguma barreira que

permanece até hoje?

-Quais as maiores dificuldades que alunos, professores e tutores já reclamaram?

-Como funciona o curso?

- Foi implementada alguma melhoria desde que começou o curso? Quais?

-Quais os maiores problemas percebidos por você?