trabalho de exteriores e raças
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ANTONIO FERNANDO VASCONCELOS
ESTUDO DAS RAÇAS DE CAPRINOS MAIS CONHECIDAS CRIADAS NO BRASIL
FORTALEZA 2014
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RAÇAS DE CAPRINOS
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O presente trabalho é sobre a classificação e caracterização das principais raças de caprino criadas no Nordeste brasileiro visando, sobretudo, sua rusticidade adquirida ao longo do tempo.
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Assim como os bovinos entre os caprinos existem diversas raças. Esses animais podem ser classificados em diversos
tipos de acordo com sua aptidão: leite, lã, carne, pele; ou possuírem aptidões
mistas tipo: pele e carne, carne e leite ou leite, carne e pele.
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Segundo Leopoldo Costa, os caprinos foram domesticados cerca de 14.000 a.C. nas montanhas Zagros atual Irã. Por serem animais pouco exigentes no tocante a alimentação e porque podem sobreviver se alimentando de tudo, foram os primeiros ruminantes a serem domesticados pelo homem para fornecer carne, leite, pele e lã.
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Quanto a origem da cabra, há duas hipóteses: Hipótese origem única: a partir da Capra
aegagrus, ou cabra-bezuar, dos planaltos ocidentais da Ásia.
Hipótese da origem polifilética ou poligênica: a partir de três espécies selvagens:
1-Capra aegagrus, ou cabra-bezuar, dos planaltos ocidentais da Ásia;
2-Capra falcoeri, da Ásia oriental e indiana, de cornos espiralados;
3-Capra prisca, de Adametz, extinta, possível tronco primitivo.
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MURCIANA Os pelos são curtíssimos, de cor acaju
(castanho avermelhado) a preto, podendo haver exemplares de cor castanho-escuras. A pele é fina e escura, assim como as mucosas.
- Origem: Espanhola. - Aptidão: boa produtora de leite e carne.
Produtividade média de 2,5 Kg de leite/dia, com teor de gordura de 4,5 e período de lactação em torno de 120 dias.
-Adaptabilidade: bom desempenho em clima seco e quente.
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SAANEN São animais com pelos curtos, brancos a
creme, predominantemente lisos.
É uma raça especializada na produção de leite e exerce grande influência nos cruzamentos das regiões Sudeste e Sul do País. É originária da Suíça (Vale do Saanen), onde também é conhecida com o nome de Gessenay.
Aptidão: alta especialização em produzir leite, de 2,5 a 4,8 Kg de leite/dia, com 3,0 a 3,5% de gordura, em períodos de lactação e 255 a 305 dias.
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ANGRO-NUBIANA Pelagem muito variada, frequentemente
malhada ou “tartaruga”, sendo comum combinação de pelos pretos, vermelhos e pardos. A pele é frouxa, as mucosas escuras e os cascos fortes e geralmente escuros.
- Origem: Africana. - Aptidão: produção de leite e carne, produção
em média 2 a 3 Kg de leite/dia, com alto teor de gordura (6%) numa lactação de 210 dias.
- Adaptabilidade: raça rústica e perfeitamente adaptável às diversas regiões do Brasil, salvo nas regiães muito úmidas.
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TOGGENBURG Pelagem de cor marrom, com grande variação de
intensidade, desde marrom escuro até o fluvo e pardo-cinza claro, com duas faixas brancas contínuas, partindo da orelha e passando próximo aos olhos, terminado ao lado da boca. Também apresentam pelos brancos na ponta do focinho, borda de orelhas, parte distal dos membros e na inserção da cauda. Possuem mucosas escuras. Origem: Suíça.
- Aptidão: leiteira, variando de 2,5 a 4,0 Kg/dia, com 3,5 a 4% de gordura para uma lactação com duração de 255 a 290 dias.
- Adaptabilidade: raça rústica suporta condições variadas de clima.
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PARDA ALPINA A pelagem, em geral, é castanho-pardas, com
listra preta na região dor-lombar, nuca, passando os olhos ao focinho. Possuem o chanfro, a ponta das orelhas, a parte distal dos membros e o ventre de cor preta. Os cascos e mucosas são escuros.
- Origem: Suíça - Aptidão: leiteira, com produtividade média
variando de 2,0 a 4,0 Kg/leite/dia para a lactação com duração de 240 a 280 dias.
-Adaptabilidade: animais rústicos, possuindo ótima adaptabilidade ás regiões do semi-árido.
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BOER É a raça de caprina mais especializada na
produção de carne. Pelagem branca em todo o corpo, exceto nas
orelhas e na cabeça, que são de coloração vermelha, variando do claro ao escuro, com faixa branca na face. Pele de coloração escura.
Possuem corpo forte, compacto, com boa conformação muscular, costelas bem arqueadas e peito largo. Excelente conversão alimentar.
- Origem: Africana Adaptabilidade: animais rústicos e bem
adaptados.
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Os caprinos existentes no Brasil descendem, na sua maioria, dos tipos étnicos trazidos pelos colonizadores portugueses. Os principais tipos caprinos nativos são a Moxotó, Canindé, Repartida e Marota, Gurguéia, Azul, Graúna e Nambi e um elevado número de caprinos denominados SRD (sem raça definida), oriundos do cruzamento indiscriminado entre as diferentes populações nativas. Porém, ocorre o risco de extinção de alguns grupos raciais por não apresentar um elevado desempenho.
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MOXOTÓ
É uma raça de pequeno porte, pouca produtora de leite, mas boa produtora de carne e excelentes produtoras de pele. Tem pelos curtos, lisos e brilhantes. Com altura para macho e para fêmea variando entre 50 a 70 cm e com peso médio ao nascer variando de 2,0 a 2,3 Kg e, para adultos, peso está em torno de 34 Kg.
Abaixo dos joelhos e jarretes é de uma coloração escura, o mesmo ocorrendo com o ventre, mucosa, úbero e unhas; garupa curta, larga e bem definida; úbere pequeno, bem inserido e com tetas bem conformadas.
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MAROTA A raça de caprinos Marota é nativa da região
Nordeste do Brasil. Originou-se através de um processo de seleção natural dos ecotipos de caprinos introduzidos pelo português, na época da colonização. Trata-se de um tipo étnico, pouco produtor de leite, formado sob condições desfavoráveis, cuja rusticidade e adaptação lhe proporcionam a capacidade de sobreviver e produzir em ambiente pouco favorável.
O caprino da raça Maroto é de pelagem branca, de pequeno porte.
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CANINDÉ A raça ou tipo de caprino Canindé é nativo do
estado de Piauí. Originou-se dos caprinos trazidos pelos portugueses, na época da colonização. Trata-se de um tipo étnico de carne e leite, com produção de leite superior à registrada nos demais caprinos nacionais. São caprinos de grande rusticidade, alta prolificidade e apresentam características fenotípicas bem definidas.
Pelos curtos e brilhantes, pelagem preta com barriga, pernas e região ao redor dos olhos avermelhados ou esbranquiçados.
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REPARTIDA A raça de caprino Repartida é nativa da
região Nordeste. Como as outras raças nativas originaram-se de um processo de seleção natural dos ecoptipos de caprinos trazidos pelos portugueses, na época da colonização. É uma raça de pequeno porte, pouca produtora de leite, e de grande rusticidade.
Apresentam pelos pretos nos quartos posteriores, nas coxas e pernas. A cauda é preta na parte dorsal e clara nos bordos.
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GURGUÉIA A raça Gurguéia também é nativa do nordeste, tendo
como berço de formação a região do vale do Gurguéia, no estado do Piauí. Alguns sugerem que seja descendente da raça Charnequeira de Portugal. Seu nome se deve a um afluente do Rio Parnaíba com este nome. A formação dessas raça se deu através de um processo de seleção natural ao longo dos anos em condições ambientais adversas, dando origem a animais de grande rusticidade e adaptabilidade, porém de pequeno porte e de baixo potencial leiteiro. Tem pelagem castanha, o ventre e os membros são pretos, e possui uma listra preta no dorso.
Aptidão: Produção de carne e pele. A pele é de ótima qualidade.
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GRAÚNA Sua origem é o nordeste brasileiro, mas sua
ascendência remete, provavelmente, à raça Murciana, trazida da zona árida da região sul da Espanha. Dentre suas características, destaca-se a rusticidade. São animais com peso corporal entre 35 kg e 40 kg e apresentam dupla aptidão, carne e leite.
Em pesquisas realizadas recentemente, foi demonstrado cientificamente a resistência térmica e a capacidade produtiva desse grupo racial quando comparada com outras raça nativas (naturalizadas) de reconhecida adaptabilidade às condições semiáridas.
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O rebanho de caprinos do Brasil está concentrado, principalmente, na região Nordeste. No ano de 1970 o efetivo caprino era da ordem de 14,6 mil animais, elevando-se para 8.236, 5 mil em 2001. Do efetivo nacional de caprinos, 1,4 % encontra-se na Região Norte, 93 % no Nordeste, 2,4 % no Sudeste, 1,9 % no Sul e 1 % no Centro-Oeste. Nessa região a caprinocultura é uma atividade explorada de forma extensiva, cujo rebanho principal é formado de Animais Sem Raça Definida (SRD).
(Por Vânia Rodrigues Vasconcelos e Luiz da Silva Vieira (pesquisadores da Embrapa Caprinos)
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