trabalho de fiscalidade extrafiscalidade parafiscalidade
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Bruna Vasconcellos Barbosa
FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE
Sete Lagoas
2014
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BRUNA VASCONCELLOS BARBOSA
FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE
Trabalho apresentado à Disciplina de Tributário do
Curso de Direito da FASASETE - Faculdade Santo
Agostinho Sete Lagoas.
Professora: Viviane Scoralick Guiscem
Sete Lagoas
2014
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FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE
INTRODUÇÃO
O Direito Positivo não faz referências específicas em relação a classificação
dos signos da fiscalidade, extrafiscalidade e parafiscalidade, de modo que os
mesmos são uma classificação puramente doutrinária. Estas classes são
identificadas de acordo com o instrumento jurídico-tributário utilizado.
A competência tributária é exclusivamente das pessoas políticas, podendo ser
esta a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Tal fato se deve que
estas são as únicas que possuem o poder legislativo, consequentemente, a
possibilidade de instituírem tributos ou a regularidade de suas funções. Porém, como
será mostrado adiante, há uma exceção para tal regra.
A principal função do tributo é gerar recursos financeiros para o Estado,
porém, o mesmo pode ter funções distintas. Pode possuir ainda funções extrafiscal
ou parafiscal. Tal fato se de que as entidades tributárias não são puras, de modo a
viverem em harmonia entre a introdução de expedientes extrafiscais e outros mais
voltados ao setor da fiscalidade. Porém, elas podem em momentos um pode
predominar sobre o outro.
Ressalta-se ainda o fato de que os impostos não podem ser precisamente
definidos, pois os mesmos são imprecisos e fluídos. O máximo em que se consegue
na classificação destes é alegar que certo imposto possui predominância de uma
das classificações.
Em nível de curiosidade, esclarece ainda o fato de que existem aqueles que
criticam este modo de classificação dos tributos. Alegam que todos os tributos
possuem efeito arrecadatório e regulatório, diferindo entre si apenas no grau, em
que uns são mais ou e outros menos.
FISCALIDADE
A fiscalidade é o tributo instituído pela organização jurídica que possui como
único objetivo o abastecimento dos cofres públicos. Os tributos são exclusivamente
para financiar as atividades e a própria existência do Estado. Ou seja, não há
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interferência de outros interesses desviem a atividade impositiva, sejam eles sociais,
políticos ou econômicos.
São exemplos da fiscalidade do IPI, IR, ICMS e o ISS.
EXTRAFISCALIDADE
A extrafiscalidade se dá quando o tributo não possui fins meramente
arrecadatórios. Ele sofre influência de fatores sociais, políticos ou econômicos na
instituição de tributos.
A extrafiscalidade permite ao Estado influir no comportamento dos entes
econômicos, podendo incentivá-los através de iniciativas positivas ou desestimular
as nocividades dos mesmos em prol do bem comum.
Becker preleciona em sua obra que o principal objetivo da extrafiscalidade
“não será a de um instrumento de arrecadação das despesas públicas, mas a de um
instrumento de intervenção estatal no meio social e na economia privada”.
Nesse sentido, insta transcrever ainda o entendimento de Aliomar Baleeiro,
cujo qual denomina que a extrafiscalidade como:
“Costuma denominar extrafiscal aquele tributo que não almeja,
primordialmente, prover o Estado dos meios financeiros adequados a seu
custeio, mas antes visa ordenar a propriedade de acordo com sua função
social ou intervir em dados conjunturais (injetando ou absorvendo a moeda
em circulação) ou estruturais da economia. Para isso, o ordenamento
jurídico, a doutrina e a jurisprudência têm reconhecido ao legislador
tributário a faculdade de estimular ou desestimular comportamento por meio
de uma tributação progressiva ou regressiva da concessão de benefícios e
incentivos fiscais”.
O art. 153, § 4º, I da Constituição Federal alega que a extrafiscalidade irá se
externar mediante método “(...) progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas”.
O aumento ou diminuição das alíquodas e/ou base de cálculos dos tributos
são feitos em nome do interesse coletivo, visando a correção de certas situações
anômalas sociais ou econômicas. Exemplos deste objetivo é o desenvolvimento
econômico, cobrança diferenciada entre aqueles que possuem a maior ou menos
capacidade contributiva e a criação de programas que garantam uma melhor
distribuição de renda, como o bolsa família.
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Becker defende ainda a ideia de que “a intervenção na economia privada, por
meio de regras jurídicas tributárias, é necessidade inadiável, pois somente desta
forma se garantirá à pessoa dignidade.”
Supõe-se que esta classificação tributária é compatível com todos os
impostos, porém, de maneira mais acentuada em uns e menos em outros.
É de fundamental importância trazer a tona o fato de que inexiste critérios
para a determinação do mesmo. Porém, não pode ocorrer o aumento da tributação
de modo a desvirtuar da finalidade. Ou seja, não é permitido usar da extrafiscalidade
para se justificar o aumento tributário da fiscalidade.
A importância de se abordar tal tema se encontra na justificativa de que esta é
uma prática decorrente na nossa atualidade. Políticos vem utilizando de tal método
para justificar aumentos tributários, porém, estes não possuem resultados visíveis na
sociedade.
Por fim, destaca-se o fato de que por meio de simples decreto, pode o/a
Presidente aumentar ou diminuir tais tributos.
Exemplos II, IE, ZFM, prêmios e incentivos fiscais.
PARAFISCALIDADE
Como já mencionado anteriormente, a competência tributária exclusiva das
entidades políticas possuem exceção. Destinam-se a financiar as atividades
paraestatais. Estas entidades particulares possuem grande relevância tanto social
quanto ao próprio interesse público.
Sempre que a lei nomear sujeito ativo diverso do portados da capacidade,
poderá originar duas situações juridicamente distintas, sendo elas:
a) O sujeito ativo não possui o título da competência, mas somente recebe a
responsabilidade de recolher e fiscalizar o tributo, entregando em seguida
o produto arrecadado ao ente político; ou
b) O sujeito ativo, assim como no item anterior, não possui o título da
competência, somente recebe a responsabilidade de recolher e fiscalizar o
tributo, porém, nesta modalidade, o produto arrecadado serão
disponibilizados a ele mesmo, para que seja investido no exercício de
suas próprias atividades específicas.
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Esta segunda modalidade é denominada como parafiscalidade. Ou seja, o
Estado delega capacidade tributária ativa a terceiro.
Esta classe tributária se difere das demais devido ao fato de que esta é
relacionado a capacidade tributária ativa diferente daquelas que detém a
competência para tal. Ou seja, em relação competência de arrecadar tributos para
outra pessoa, seja ela de direito público ou privado. Podemos citar como exemplo as
autarquias, fundações públicas, empresa estatal ou pessoa jurídica de direito
privado. Já as demais classes de impostos, sendo elas as de fiscalidade e
extrafiscalidade, são relacionadas não a capacidade tributária, mas sim à
competência tributária.
Os tributos são cobrados na circunstância de contribuição especial referente
aos interesses de classe profissional ou econômica.
Carvalho preleciona em sua obra que:
“Poderão ser sujeitos ativos de tributos parafiscais as
pessoas jurídicas de direito público, com ou sem personalidade
política, e as entidades paraestatais, que são pessoas jurídicas
de direito privado, mas que desenvolvem atividades de
interesse público.”
Exemplos deste são o FGTS, INSS, SENAI, SESC, OAB e CREA.
BIBLIOGRAFIA
1. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 24. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
2. SABBAG, Eduardo. Direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2012. 42 v. (Saberes
do direito).
3. COSTA, Regina Helena. Curso de : Constituição e Código de Direito Tributário
Nacional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 42 v. (Saberes do direito).
4. SCHOUERI. Luis Eduardo. Direito Tributário. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
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5. BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 1972.
6. BALEEIRO, Alionar.Direito Tributário Brasileiro. 11. Ed. Atualizado por Misabel
Abreu Machado Derzi. Rio de Janeiro: Forense, 2003.