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• Introdução
O presente trabalho visa concluir o aprendizado da disciplina Freud II.
Será composto breve resumo da teoria aprendida durante o semestre, seguidode sua aplicação em filme. Com o intuito de reforçar o aprendizado de causa,
efeito e desdobramentos na pessoa a partir da psicanálise Freudiana. ara
tanto, primeiramente será feita a e!posição resumida da trag"dia #$dipo rei%.
&la " balizadora do #comple!o% ao 'ual a psicanálise se construiu ( o
#Comple!o de $dipo%. O referido comple!o " composto por fases anal, oral,
fálica, lat)ncia e genital, 'ue serão esclarecidas. Os conceitos de neurose e
fi!ação tamb"m serão definidos. ara concluir a parte te*rica serão colocados
os conceitos de #eu ideal% e #ideal de eu%, #ab(reação% e #ressignificação%.
osta a parte te*rica, será feito resumo do filme ao 'ual faremos a
analise. O filme " #+uas idas%, da +isne-. Fábula em 'ue o personagem
principal tem a possibilidade de se reencontrar com ele mesmo criança á na
fase adulta.
O filme foi escolhido, pois apresenta de forma clara e didática algumas
'uest/es da psicanálise 0 sobre ser, 'uerer ser e dever ser( e as 'uest/es do
destino envolvidos neste processo. &m #+uas vidas% o personagem principalpara de fugir de seu destino e passa a ter uma vida integrada ( afetiva, social e
profissionalmente. Sendo esta a vontade da análise terminável. Obetivo do
m"todo psicanal1tico.
Como a mat"ria Freud II tem ainda caráter introdut*rio, apenas as
generalidades de cada fase ed1pica serão e!emplificadas, dei!ando de lado os
pormenores de cada din2mica mental em relação 3 economia ps1'uica.
• O Mito:
O mito conta sobre a hist*ria do rei de 4ebas chamado 5aio 'ue " casado
com a rainha 6ocasta e 'ue untos tem um filho. 7ssim 'ue o bebe nasce, 5aio
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teria sido avisado pelo Oráculo 'ue ele seria assassinado por seu filho, e 'ue
este por sua vez se casaria com sua mulher. 7ssustado, 5aio pede a um de seus
criados 'ue abandone o bebe em algum lugar distante, tendo seus p"s
pregados.
O bebe 'ue era rec"m nascido, " encontrado com os p"s inchados
8levando o nome de $dipodos9 por um pastor da cidade vizinha, Corinto. $dipo "
levado para a cidade e " adotado pelo rei *lipo e pela rainha :"rope, sendo
criado como se fosse verdadeiramente filho do casal.
:ais velho, $dipo decide saber um pouco mais sobre sua historia, e
consulta o Oráculo de +elfos 'ue lhe diz 'ue ele está destinado a matar seu pai
e casar com sua mãe. Com medo de 'ue a profecia de concretizasse, $dipo
foge de Corinto e ura nunca mais voltar. $dipo dirige(se então a 4ebas, e nocaminho encontra um homem mais velho em uma carruagem com alguns
criados. 7mbos discutem sobre 'uem deveria dar passagem e $dipo o mata.
7o chegar em 4ebas descobre 'ue a esfinge estava assolando a cidade
em terror, matando a todos a'ueles 'ue não respondessem a seus enigmas; e
'ue o rei de 4ebas fora morto em sua ornada a procura de auda do Oráculo de
+elfos.
$dipo vai at" a esfinge e " interrogado com o seguinte enigma< #o 'ue
anda com 'uatro pernas pela manhã, duas ao meio(dia e tr)s a noite=% e
responde(lhe corretamente< #o homem, 'ue se arrasta 'uando " um beb),
caminha na maturidade e se ap*ia em uma bengala na velhice%. Com essa
resposta, $dipo vence a esfinge, toma o trono do rei e casa(se com sua esposa
vi>va, 6ocasta.
$dipo e 6ocasta viveram felizes por um tempo, tiveram dois filhos e duas
filhas, at" 'ue uma terr1vel praga assolou a cidade de 4ebas. ?m profeta
declarou 'ue a praga não terminaria at" 'ue o assassino de 5aio fosse e!pulso
da cidade. aralelamente, um mensageiro chegou de Corinto dizendo ao rei
$dipo 'ue seu pai havia morrido e 'ue ele deveria voltar para casa para assumir
seu trono.
$dipo conta para 6ocasta o 'ue o Oráculo havia previsto, e fica aliviado,
pois o perigo de matar seu pai havia passado. 6ocasta lhe diz para não acreditar
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em Oráculos, pois o Oráculo havia dito 'ue seu primeiro marido seria morto por
seu filho e ao inv"s disso, ele foi morto por um desconhecido na estrada para
+elfos.
$dipo se lembra então do encontro fatal na estrada e percebe 'ue eleconheceu e matou seu pai. 6ocasta horrorizada se enforca ao perceber 'ue
casou com seu pr*prio filho, e $dipo arranca seus olhos, ficando cego.
• Definição de “complexo de Édipo”
“... Complexo de Édipo – conjunto organizado de desejos
amorosos e hostis que a criança sente em relação aos pais. Sob a
forma dita positiva, o compleo apresenta!se como na hist"ria de
“#dipo!$ei%& 'esejo da morte do rival que ( a personagem do
mesmo seo e a rivalidade e o desejo seual pela personagem do
seo oposto...% )*a+lanche
ara Freud o comple!o de $dipo " universal. &!iste em todas as culturas,
se dá em torno da proibição do incesto e sublimação das puls/es destrutivas,canalizadas para a vida construtiva em sociedade.
&ste comple!o " caracterizado por diversas fases. Cada uma delas,
'uando não ade'uadamente superadas, forma sintomas caracter1sticos, 'ue
permeiam a economia ps1'uica do indiv1duo sob a forma de recal'ues, chistes,
graceos etc., 'ue manifestam a fantasia da pessoa. &sta vida guiada por
fantasias geram as neuroses, pervers/es. Cada uma com sua particularidade
devida 3 fi!ação em alguma das fases do Comple!o de $dipo. O comple!o de
$dipo " formado pelas fases oral, anal, fálica, lat)ncia e genital.
Segundo 5alanche “... Neurose – afecção psicog-nica em que os
sintomas são a epressão simb"lica de um conflito psquico que tem razes na
hist"ria infantil do sujeito e constitui compromissos entre o desejo e a defesa /...0
Fixação – uma virtualidade prevalecente que abre ao sujeito o caminho de uma
regressão...% )*a+lanche
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7 fase oral " a primeira do comple!o de "dipo. &la está marcada pela
primeira satisfação se!ual encontrada pelo sueito. 7 e!citação da cavidade oral.
&!iste nesta fase a relação com a mãe. & os conflitos desta fase estão
relacionados 3 fantasia de devorar ou ser devorado. 7 lei ou função paterna
começa a'ui. 7 introdução da lei caracteriza o in1cio da triangulação 'ue marcamtodo o comple!o de "dipo, bem como a vida do indiv1duo para sempre
7s pessoas fi!adas nesta fase apresentam, na idade adulta, sarcasmo,
passividade e depend)ncia. Ou sea, a vontade de ser integralmente mantida
pelo outro. São pessoas 'ue gostam de ter atenção todo o tempo. 7creditam
'ue estão sempre em desvantagem, mesmo 'uando não estão, precisam ser
eternamente reparadas.
7 fase anal ocorre durante o aprendizado do controle do esf1ncter. @estafase estão presentes os conflitos entre reter ou e!cretar. &ntre dominar e ser
dominado. Ser auto(suficiente ou dependente. @o caso do adulto ficar fi!ado na
parte anal(retentiva ele será #certinho%, pudico, e!igente al"m do necessário
para consigo mesmo. Será teimoso, por"m pontual.
or outro lado, se a pessoa se fi!ar na fase #e!pulsivo(anal%, ela será
destrutiva, irritável, por vezes desorganizada. Igualmente, os dois tipos se
sobrep/em, formando uma sintomatologia caracter1stica. 8neurose obsessiva9 e
superego tir2nico.
7 fase fálica " o ápice do comple!o. @ele ocorre o comple!o da
castração. &!iste a primazia do falo. 7s pessoas fi!adas nesta fase tendem a ser
sedutoras, teatrais, por"m, inconscientemente se sentem culpadas em relação a
competição com o rival do mesmo se!o. essoas fi!adas nesta fase t)m traços
hist"ricos.
@a fase fálica se dá a descoberta do se!o. & e!iste a escolha de obeto.
Aue marca a inversão se!ual ou curso normal. 7 passagem imperfeita por esta
fase gera problemas para com o se!o oposto e comple!o de inferioridade. 7 fase
de lat)ncia ocorre depois do recalcamento do deseo do se!o oposto e
identificação para com o progenitor do mesmo se!o.
@a fase de lat)ncia, o se!o fica em segundo plano. &!iste a1 a
possibilidade de internalizar novos conhecimentos, a criança aprende e tem
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interesse pelas coisas do mundo. :arca o in1cio da desse!ualização dos pais,
'ue gera vida saudável. 7 fase genital ocorre depois do per1odo de lat)ncia, na
puberdade. O deseo se!ual está fora da pessoa. &la investe sua libido no
e!terior e no movimento. ara 'ue a fase genital sea bem sucedida "
necessária a resolução satisfat*ria das fases anteriores.
Os dados a'ui apresentados sobre o comple!o de "dipo á tornam poss1vel a
analise do filme +uas idas. @o entanto " ainda importante colocar mais um
conceito 0 ab(reação. ab!reação – /...0 processo de descarga emocional que
liberando o afeto ligado a lembrança de um trauma, anule seus efeitos
patol"gicos.% )*a+lance . 7b(reação ocorre no filme.
B “Eu ideal” e “Ideal de Eu”
“...Eo ideal ou Eu ideal /...0 um ideal narcsico de onipot-ncia forjado a
partir do modelo do narcisismo infantil /...0 Ideal de Eu ou Ideal de eo –
inst1ncia da personalidade resultante da converg-ncia do narcisismo)idealização do ego e das identificaç2es com os pais, com seus
substitutos e com os ideais coletivos. 3nquanto inst1ncia diferenciada, o
ideal do ego constitui um modelo a que o sujeito procura conformar!se...%
)*a+lanche
Ideal de ego " a inst2ncia desenvolvida no pr*prio ego, capaz de isolar(se
do resto dele e entrar em conflito com o mesmo, uma vez 'ue " a'uele 'ue
cobra, avalia e e!ige perfeição 0 " a consci)ncia moral, a auto(observação, a
censura. 7onde o ego se avalia.
O ego 8eu9, por sua vez, realiza o princ1pio da realidade, 'ue promete
maior certeza e maior )!ito para alcançar seus obetivos, á 'ue o sueito tem
'ue lidar com a pulsão para conseguir descarregar a mesma de maneira correta.
Ou sea, o principio da realidade tem como prop*sito obter prazer atrav"s da
realidade, fazendo uma alteração real na mesma, para 'ue enfim se possa obter
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prazer. +essa forma, " poss1vel entender 'ue o #ideal de ego% tem e!trema
semelhança com o superego, á 'ue os dois podem ser entendida como a
consci)ncia moral.
Como á dito, o superego tem determinado grau de autonomia, agesegundo suas pr*prias intenç/es e independe do ego para obter sua pr*pria
energia, retirando energia diretamente do id, assim como o ego.
O ideal de ego como o superego são herdeiros do comple!o de $dipo.
Isto ", o superego surge como o herdeiro dessa vinculação afetiva importante na
inf2ncia de cada ser humano. Com o abandono do comple!o de $dipo, uma
criança deve renunciar aos intensos investimentos libidinais 'ue depositou em
seus pais, intensificando as identificaç/es com os mesmos, á 'ue teve uma
perda de obetos em relação aos pais.or"m, o superego " preso em sua força e crescimento se a superação
do Comple!o de $dipo tem )!ito apenas parcial. 7l"m dos pais, a'ueles 'ue
tomaram seu lugar 8pessoas escolhidas como modelos ideais9 podem ser
tomados como modelos identificat*rios.
@ormalmente, o superego se afasta das figuras parentais originais e se
torna mais impessoal. 7l"m do fato de 'ue o superego " diretamente
relacionado as puniç/es e castigos feitos pelos os pais, tendo sua função
proibidora e punitiva, ao passo 'ue o cuidado carinhoso parece não ter sido
assimilado e mantido
• !ist"ria do Filme “Duas #idas”
O filme +uas vidas 84he id9, conta a historia de Duss +uritz, interpretado
por Eruce illis, um empresário bem sucedido, por"m, com uma personalidaderude e arrogante, 'ue atua como Consultor de imagem; avalia as pessoas pela
sua apar)ncia e determina o 'ue se deve ou não melhorar no visual tendo em
mente apenas o status e sucesso financeiro. Duss não possui muitos amigos,
tem uma p"ssima relação com o pai e não " casado nem tem filhos.
Faltando alguns dias para seu aniversário de 'uarenta anos, Duss acorda
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no meio da noite com um barulho estranho e se depara com seu avião vermelho
de brin'uedo antigo no chão da entrada da casa. ensando 'ue foi o pai 'uem
dei!ou lá, como uma medida para 'ue ele fosse em um antar de fam1lia, Duss
volta a dormir e " acordado novamente por um barulho, e dessa vez, se depara
com um menino brincando com o avião vermelho na sala de estar. Dussassustado grita com o menino 'ue pega sua bicicleta e foge da casa, mas Duss
vai atrás dele dirigindo seu caro e acaba em uma pista de aeroporto para avi/es
de pe'ueno porte, perdendo de vista o garoto.
@o dia seguinte, Duss vai at" uma psi'uiatra pedindo por medicamentos
como calmante, pois alega 'ue está tendo alucinaç/es de um garoto. 7
psi'uiatra pergunta para ele sobre sua inf2ncia e +uritz assume uma postura
r1spida, dizendo 'ue ele es'ueceu sua inf2ncia, 'ue ela está no passado. 7o
voltar pra casa, Duss encontra novamente o menino da noite anterior comendopipoca e vendo televisão, e recorre desesperadamente pela medicação para
fazer a alucinação, ou sea, o menino sumir, por"m, não faz efeito. 7o perceber
'ue não esta alucinando, Duss nota 'ue o garoto " e!tremamente familiar e
descobre 'ue o menino " ele mesmo aos oito anos, 'uando tinha o apelido de
Dust-.
O menino entra na rotina de Duss e atrapalha o empresário em suas
reuni/es, no escrit*rio e em sua resid)ncia. @ão sabendo mais como lidar com a
situação, Duss, apresenta o menino para 7m-, sua assistente do escrit*rio,personagem oposto de Duss, pois 7m- " alegre e bondosa, e diz 'ue Dust- "
seu sobrinho. 7 moça fica desconfiada, pois os dois são e!tremamente
parecidos, com e!press/es e maneiras de se movimentar e descobre 'ue Duss
e Dust- são a mesma pessoa. 7 moça desenvolve um bom relacionamento com
Dust- e por isso o menino tenta apro!imar afetivamente Duss e 7m- em um
casamento de um amigo do empresário. Duss fica furioso e magoa 7m-
profundamente, pois a moça descobre 'ue foi enganada em relação a uma
medida tomada por Duss com um cliente.Os dois voltam para casa e Duss tem uma ideia de 'ue se ele puder
lembrar do seu passado, de sua inf2ncia, então Dust- voltaria para casa. ara
isso, eles passam a noite conversando sobre tudo o 'ue aconteceu na vida de
Dust- at" o momento. or"m, isso demonstra ser muito dif1cil para Duss, pois
ele blo'ueou por muitos anos os fatos 'ue ocorreram em sua inf2nciaG
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adolesc)ncia, pois, traziam apenas vergonha e tristeza. &les decidem dar uma
volta com o carro de Duss e o menino o faz lembrar de um marco muito
importante em sua inf2ncia e nesse momento os dois voltam ao passado.
Duss e Dust- vão para a escola em 'ue estudaramGestuda e esse " o diado aniversário dos dois, e nesse dia Duss lembra 'ue brigou com alguns
meninos da escola e 'ue o fato dele ter perdido a luta foi o responsável por
tantos anos de fracasso social at" atingir a idade adulta. or isso, Duss da dicas
a Dust- para 'ue ele ganhe a luta e o menino consegue enfrentar os meninos e
dessa vez ganha a luta.
Com isso, Duss imagina 'ue tudo se resolveu, mas ao ver sua mãe, 'ue
está muito doente, indo busca(lo na escola por conta da briga lembra(se
realmente de tudo 'ue ocorreu em sua inf2ncia. Duss assiste en'uanto Dust-chega em casa e o pai ao descobrir 'ue a mãe teve 'ue se esforçar para buscar
o filho briga e grita com o menino o agarrando pelos braços dizendo 'ue ele
precisa parar de chorar e crescer finalmente, pois sua mãe está morrendo.
Dust- vai chorando ao encontro de Duss perguntando sobre sua mãe e o
empresário e!plica para o garoto 'ue " verdade, 'ue a mãe irá morrer antes do
pr*!imo aniversário e e!plica 'ue o pai está apenas com medo e assustado, por
isso tratou o menino com agressividade, mas 'ue a morte da mãe não " culpa
dele. Duss então percebe 'ue esse momento, essa briga 'ue o pai teve com elefoi o motivo pelo 'ual ele adotou uma postura fria, ego1sta sua vida toda,
ignorando seu pr*prio pai e es'uecendo sua inf2ncia.
ara animar o menino, Duss vai at" uma lanchonete tomar um milHshaHe,
pois, ainda " o aniversário dos dois e encontram com um terceiro Dust-, o
grande responsável por toda a trama, á com setenta anos sendo piloto de avião
8sonho de inf2ncia de Dust-9, com um cachorro chamado Chester e casado com
7m-. 7o verem isso, Duss e Dust- gritam de alegria e percebem 'ue no final das
contas a vida dele nao foi um fracasso como ambos achavam.
• $n%lise do Filme
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O personagem principal demonstra ser por vezes obsessivo. Auer ser auto(
suficiente, viver de acordo com a fantasia de um ideal de si mesmo. 7o mesmo
tempo, em alguns momentos busca pro!imidade. or outro lado, e!istem
per1odos em 'ue o personagem principal se coloca como poderoso e bem
sucedido, tendo traços hist"ricos, pois sente culpa por ter publicado o filme 'uerepara a imagem de uma figura p>blica desprez1vel.
&le " vivido por sua hist*ria, sendo incapaz de estabelecer v1nculos afetivo(
se!uais. Sentia(se culpado pela morte da mãe e isso preudicava a relação de
identificação com seu pai. or outro lado, a perda da mãe fez com 'ue ele
tivesse medo de perder novamente um obeto amado. Inibindo, assim, suas
funç/es afetivo(se!uais. 7o mesmo tempo em 'ue e!istia identificação para com
o pai, e!istia alguma hostilidade, á 'ue ele vivia preso a este conflito.
7o final do filme, pode(se inferir 'ue e!istiu alguma falha da função paterna
para com Duss. O pai não foi capaz de aceitar a morte de sua esposa de
maneira 'ue russ pudesse continuar com o curso normal de seu comple!o de
"dipo. Duss interpretou 'ue estava na mesma posição 'ue seu pai, 'uando na
verdade não estava, fazendo(o acreditar 'ue poderia salva(la de seu c2ncer.
@este momento ocorre a ab(reação. 4anto 'ue o pe'ueno Duss ad'uire
confiança para enfrentar colegas 'ue o oprimiam, e salva o cachorro, podendo
isso ser uma alegoria a apropriação de sua pot)ncia e de seu eu, gerandointegração de sua personalidade, sendo assim, livrando(o de suas inibiç/es e
onipot)ncia infantil. @este momento, o eu ideal se torna ideal de eu, pautado na
realidade.
7inda nesta sena, Duss criança desaparece. & ele volta ao tempo presente,
onde vislumbra a si mesmo no futuro, com fam1lia, cachorro e avião. $ 'uando
aparece na casa de sua funcionaria, por 'uem era platonicamente apai!onado,
com um cachorro. 4em seu amor por ela correspondido.
7ssim, ao assistir o filme #+uas idas%, vimos 'ue o personagem
principal, Duss, sofre uma regressão ao encontrar Dust-, ele mesmo com oito
anos de idade. Com isso, o encontro consigo mesmo fez com 'ue, de alguma
maneira, Duss revivesse tudo a'uilo 'ue o impedia de tornar satisfeito com sua
vida.
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7ssim, o personagem principal criava uma imagem de um homem forte
emocionalmente, rico, bem sucedido, autoconfiante por"m esta suposta força
nasceu de r1gidos mecanismos de defesa e da introeção do obeto no seu ego.
or e!emplo, apesar dele não ter um bom relacionamento com o pai na inf2ncia,
o eito agressivo do mesmo não gerou o trauma para o recal'ue do menino, esim a perda da afetividade, do amor e do carinho da mãe 'ue morreu 'uando
tinha oito anos. 7 castração 8perda do amor9 ustifica(se pela fata de auto(
sufici)ncia dos primeiros anos da inf2ncia, á 'ue a criança era dependente dos
cuidados da mãe.
7ssim, com o sentimento de culpa internalizado pelo o pai, dizendo 'ue a
mãe tinha morrido por ter ido 3 escola resolver o problema da briga 'ue havia
tido com os colegas, Duss tenta superar esse sentimento introduzido pelo o
superego, á 'ue o pai o castigou neste acontecimento, se tornando uma pessoafria e severa, como seu pai. Sendo assim, esta imagem internalizada de seu pai
" desconstru1da 'uando ele volta a lidar com fatos importantes de sua inf2ncia.
Conse'uentemente, Duss entende 'ue a pessoa 'ue ele estava sendo era o
contrário do 'ue ele deseava na sua inf2ncia e passou a se relacionar de
maneira mais efetiva com as pessoas, por e!emplo, 'uando assume seu
namoro com a sua colega de trabalho. +essa forma, Duss viveu escravo do seu
superego durante muito tempo da sua vida, sendo uma coisa 'ue ele não
gostaria de ser, á 'ue se tornou neur*tico por viver em função apenas da suaapar)ncia e!terna para os outros.
Dessignificação e ab reação<
@o filme, vemos 'ue o personagem principal Duss, interpretado por Eruce
illis, ressignifica suas e!peri)ncias vividas depois de entrar em contato consigo
mesmo 'uando criança. Inicialmente, Duss não se lembra de boa parte de sua
inf2ncia por conta do trauma 'ue havia sofrido com a morte de sua mãe, 'ue o
fazia sentir culpado, levando ao recalcamento de boa parte de suas mem*rias
de inf2ncia. ?ma criança aparece então na casa de Duss buscando seuaviãozinho vermelho e ap*s, algum tempo, ele percebe 'ue essa criança era
ele, mantendo então a priori uma relação de afastamento com seu pr*prio eu
criança. $ então 'ue ele se da conta de 'ue deveria tentar aprender com a
criança algumas coisas sobre sua inf2ncia 'ue talvez o trou!esse algumas
respostas sobre o presente. Duss se apro!ima da criança e começa a revisitar
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seu passado, o 'ue o faz lembrar do 'uanto sua vida atual não se parece nem
um pouco com a vida 'ue o pe'ueno Duss sonhava em ter. Duss revive algumas
de suas mem*rias; como por e!emplo 'ue o aviãozinho 'ue aparecera na sua
casa havia sido um presente de sua mãe, e 'ue seu sonho sempre foi ser piloto
de avião. 7lem disso, consegue finalmente entender o por 'u) de sua márelação com o pai, á 'ue ele havia lhe culpado pela morte de sua mãe. Duss
percebe 'ue sua raiva e sua atitude negativa perante aos outros são então fruto
de uma má relação estabelecida com seu pai na inf2ncia, e 'ue sua vida s*
mudaria se conseguisse lidar com essas mem*rias de uma outra forma. O
pe'ueno Duss então desculpa seu pai no passado, fazendo com 'ue ele vá
embora e Duss passa a ter uma nova postura perante as pessoas a sua volta,
dando a entender no final do filme, 'ue finalmente começa a con'uistar a vida
'ue tanto sonhava ( 'ue nada se parecia com a vida 'ue tinha ( .
Delação com a fam1lia<
Duss, o protagonista do filme #+uas idas%, sempre teve uma relação
conturbada com a fam1lia. Seu pai era rigoroso e super protetor de sua esposa,
mãe de russ, 'ue estava doente 'uando o menino tinha apenas oito anos, e veio
a falecer. Com J anos, Duss, não tem mais uma verdadeira relação com seu
pai ou 'ual'uer membro da fam1lia. Ignora as ligaç/es e tentativas de encontro e
declara 'ue #tempo " dinheiro% e não teria tempo para gastar com seus
parentes, apenas che'ues.
Auando o Duss de oito anos viaa no tempo para encontrar sua versão de
J anos " despertada no seu eu mais velho um interesse por seu pai e pela
relação 'ue tinham, 'ue pode ser evidenciada nessa conversa<
“4e fala mais do papai% “Sabe, as vezes ele me deia ajudar meer
no carro, mas se eu faço alguma coisa errada ele grita comigo5 6s
vezes ele me compra sorvete depois... 4as mesmo assim, eu não
gosto de fazer besteira. 7omo na semana passada eu perdi um parafuso fiquei com um medo de contar para ele5 6chei depois no
meu bolso. 8lha, est9 aqui. 3stou com medo de devolver para ele.%
Com oito anos o superego não está completamente desenvolvido, então
os criadores assumem essa posição, sendo vigilantes do comportamento,
ulgando o 'ue " certo ou não, sendo a instancia moral, os observadores e a
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censura. +esse modo, podemos declarar 'ue o pai de Duss era um severo
agente cr1tico, fazendo com 'ue Duss desenvolvesse um Superego impiedoso.
O 'ue pode ser relacionado com a sua escolha de profissão< consultor imagens,
onde ele imp/e seu perfeccionismo e faz com 'ue as pessoas #pareçam bem%.
&ntretanto, de acordo com o seu eu criança significa #mentir o 'ue as pessoassão%.
Duss parou de chorar aos oitos anos o 'ue tamb"m pode ser relacionado
com seu pai severo, 'ue o pede para parar de chorar 'uando ele está
claramente me!ido, desenvolvendo então um Superego tamb"m muito rigoroso.
O 'ue o leva não a s* não chorar, mas tamb"m humilhar a'ueles 'ue choram.
ode ser evidenciado nesse filme tamb"m a clássica relação do
comple!o de "dipo 8disputa entre o progenitor do mesmo se!o pelo amor dooutro progenitor9 na cena em 'ue ap*s uma briga na escola a mãe doente vai
buscar o pe'ueno Duss e ao chegar em casa o pai, ao ver a situação, arranca
sua esposa dos braços do filho dizendo<
“:oc- ficou maluca; :em c9, eu levo voc- para dentro. :oc- /russ0
fica ai5% “+or favor, não o assuste. 3le teve um dia difcil.%
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para o pe'ueno Duss estar lá " para audar sua versão adulta. 7os J anos,
Duss, não se lembra de 'uase nenhum aspecto da sua inf2ncia, se lembra de
pe'uenos e isolados detalhes como o fato de terem se mudado uma d>zia de
vezes. 7 criança então compartilha suas mem*rias fazendo com 'ue, aos
poucos, Duss, se lembre da sua inf2ncia e, portanto, se lembre de 'uem foi e ",se reencontrando com seu verdadeiro eu.
Ideal de &u e &u ideal<
Auando o pe'ueno e o adulto Duss começam a se comunicar um ponto
de discord2ncia fica vis1vel< o 'ue cada um considerava sucesso era muito
divergente. 7 criança acreditava 'ue o )!ito s* se era considerado 'uando se
tivesse uma fam1lia e um cachorro. 6á o adulto baseava o sucesso no trinfo
profissional e monetário. +esse modo, o ideal do ego, 'ue " uma meta a ser alcançada, pois representa o 'ue 'ueremos ser, " muito diferente entre os dois.
odemos considerar 'ue o adulto, não estando feliz com seu ego, passou a
buscar satisfação no ego ideal de tal forma 'ue acabou perdendo o contato com
o seu verdadeiro eu e seus reais deseos e sonhos.
• 7onclusão
7 partir da relação entre o 'ue aprendemos em psicanálise e o filme #+uas
idas% " poss1vel concluir 'ue os personagens, 'ue, na verdade, " o mesmo
com idades diferentes, retratam os conflitos internos do personagem principal,
Duss. Ou sea, os outros dois personagens, o 'ue apresenta a vida na inf2ncia e
o 'ue apresenta a vida no futuro, respectivamente, revelam os motivos dos
conflitos e traumas do Duss, como, por e!emplo, a 'uestão mal resolvida sobre
a perda da mãe, e como ele conseguiria se tornar a pessoa 'ue deseada, á 'ue
se livrou dos conflitos e traumas 'uando passou a ter uma relação com a suainf2ncia. &ssa relação foi de e!trema import2ncia para o personagem Duss,
pois, como vimos durante o trabalho, a pessoa 'ue ele era decorria de todos
conflitos entre o seu surpergo e o ego, devido o comple!o de "dipo, e 'uando se
relaciona dessa maneira, seus conflitos e 'uest/es atuais eram e!plicitadas.
7ssim, muitas coisas 'ue o personagem principal deveria ter entendido antes de
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8/18/2019 Trabalho de RI
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se tornar adulto influenciaram na sua personalidade dura e fria, por e!emplo,
não conseguir se relaciona, á 'ue o mesmo se culpava e se cobrava, devido ao
ideal de ego, pois não havia lidado de maneira correta com o fatos conflituosos
'ue viveu.
• ?ilbiografia
B Confer)ncia KKKII 0 7nsiedade e ida Instintual
B Confer)ncia KKI 0 O +esenvolvimento da 5ibido e 7s Organizaç/esSe!uais
B Desumos 0 Chu Cavalcanti
• 5alanche, ontalis 0 ocabulário de sicanálise