trabalho do liberalismo finalizado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS JOÃO MARCOS PEREIRA Analisando o Brasil Através do Liberalismo

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liberalismo no Brasil

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Analisando o Brasil Atravs do Liberalismo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTOCENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE CINCIAS SOCIAIS

JOO MARCOS PEREIRA

Analisando o Brasil Atravs do LiberalismoVitria

2008

JOO MARCOS PEREIRA

Analisando o Brasil Atravs do Liberalismo

Trabalho apresentado a disciplina de Tpicos Especiais em Cincia Poltica III, do Curso de Cincias Sociais da Universidade Federal do Esprito Santo - UFES, como requisito final de avaliao.

Prof: Mauro Perteson

Vitria

2008

SUMRIO

Ttulo PGApresentao

04

Introduo

05

As principais caractersticas do liberalismo

05

Analisando o Brasil Atravs do Liberalismo

06

Concluso

10

Bibliografia

12

ApresentaoEste trabalho foi desenvolvido como conseqncia de estudos da disciplina de Pensamento Poltico Brasileiro, como o objetivo de apreender a realidade social brasileira atravs do prisma do liberalismo.

IntroduoEste artigo visa analisar alguns pressupostos da teoria liberal, buscando identificar se esses conceitos esto sendo colocados em prtica na vida social e econmica brasileira.

Trabalha os conceitos bsicos do liberalismo, para guiar a anlise do modelo da gesto pblica, e o papel que o Estado liberal dever exercer suas atividades para chegar aos seus objetivos.Trata tambm da forma mais nova do liberalismo, que denominado de neoliberalismo. Argumentando sobre a influencia da globalizao, na poltica brasileira, destacando as conseqncias catastrficas para nossa sociedade.

As principais caractersticas do liberalismo O Liberalismo recebeu varias influencias de diversas teorias e pensadores, entre eles : jusnaturalismo; ecomomia clssica; Iluminismo e as revolues inglesa, americana e francesa.

O ponto fundamental da teoria liberal a liberdade individual, que perpassa toda a discusso do liberalismo. Assim, necessria a existncia de direitos que garantam a liberdade dos indivduos frente ao Estado.O liberalismo luta contra a opresso do Estado, visto que uma defesa jurdica da liberdade. O fim ultimo do Estado buscar o bem-estar social da maioria da sociedade, que esta garantido pela leis constitucionais.

O Estado deve respeitar o espao privado, tendo seu poder limitado e descentralizado, para no impor sua vontade contra as liberdades individuais. O Estado deve ter um papel mnimo na economia, no interferindo na livre concorrncia.

De modo simplificado podemos separar o liberalismo em duas divises: o liberalismo econmico, que se ope ao dirigismo econmico estatal, defendendo a riqueza e a propriedade. E o liberalismo poltico, que nasce como negao ao controle do Estado ( absolutismo ), apoiando a democracia parlamentar e o governo representativo. So quatro os pilares do liberalismo poltico: consentimento individual, representao e governo representativo, constitucionalismo e soberania popular. Antonio Paim demonstra as preocupaes fundamentais dos tericos liberais brasileiros, que buscaram discutir o papel do Estados diante desses temas centrais:

1. O problema social;

2. A famlia e a empresa como instituies nucleares da sociedade;

3. Posicionamento do Estado em face das atividades econmicas;

4. A representao poltica e seu aperfeioamento;

5. A problemtica atual do Estado em geral e do Estado brasileiro em particular;

6. A represso ao terrorismo e ao narcotrfico, assegurada a preservao das liberdades democrticas;

7. Segurana pblica e redefinio do papel das Foras Armadas;

8. As culturas nacionais em face da formao de grandes blocos econmicos;

9. Agenda contempornea da educao liberal;

10. O liberalismo e a questo religiosa.

Analisando o Brasil Atravs do LiberalismoOs intelectuais liberais brasileiros se dedicaram a escrever o modo como o Estado deveria lidar com as questes econmicas e sociais do Pas. Argumentavam sobre a necessidade da descentralizao da maquina pblica na economia e na prestao de servios bsicos.Na atualidade o liberalismo chega a uma nova forma do seu desenvolvimento, Segundo, Grard Dumnil, o neoliberalismo uma nova fase do capitalismo, que se imps a partir do comeo dos anos 1980. Considerando seus traos mais gerais nos pases do Centro, como nos Estados Unidos e na Europa, destacam-se trs caractersticas: uma dinmica mais favorvel da mudana tecnolgica e da rentabilidade, a criao de rendas a favor das classes mais abastadas, e a reduo da taxa de acumulao. O imperialismo na era neoliberal pode se caracterizar pela hegemonia dos Estados Unidos, que drenam fluxos enormes de renda do resto do mundo. Mas esse domnio solapado pelos desequilbrios externos crescentes do pas, a expresso de uma onda extraordinria de consumo por parte das famlias. A dcada de 90 foi marcada por uma forte privatizao nos servios oferecidos pelo Estado brasileiro, ocorrendo uma forte desvalorizao e sucateamentos dos servios pblicos. Surgem no Brasil um predomnio dos servios oferecidos pela iniciativa privada, destacando as reas da Sade ( planos de sade ) e da educao, com as escolas e faculdades particulares. No Brasil, marcado por uma populao na sua maioria de baixa renda, a grande parte das pessoas no podem pagar por esses servios particulares. Como o poder pblico no oferece servios bsicos de qualidade, a maior parte da populao fica a margem do processo de desenvolvimento.

Assim, o processo neoliberal, traz serias conseqncias para a sociedade brasileira, ocorrendo uma forte concentrao de renda nas mos da iniciativa privada. A maior parte da populao, alm de no ter condies de participar da rede de servios oferecidos pela iniciativa privada, tem o acesso aos servios pblicos limitados, pois o Estado retira a sua responsabilidade de oferec-lo.

Na realidade no ocorre o que a teoria liberal preconiza, porque o Estado era para defender o bem-comum da maioria da sociedade, mas o que ocorre o privilegio da burguesia capitalista, em detrimento do empobrecimento da maior parte da populao. Assim, ocorre o contrario da teoria, o Estado esta servindo para gerar o mal-estar da maioria da populao. O grande problema do liberalismo no Brasil que no h igualdade nas oportunidades para todos os indivduos, discusso central da teoria liberal. O individuo que nasce numa famlia pobre, no ter nem de perto as mesmas oportunidade de uma pessoa que pertence a uma famlia com alto poder aquisitivo. Deste modo a riqueza gera cada vez mais riqueza, e a pobreza por sua vez, gera mais pobreza. Segundo, Manuel Cambeses Jnior, a ideologia poltica do neoliberalismo provoca, nos pases em desenvolvimento, nociva doutrina econmica, perpetua a excluso social, incrementa o apartheid tecnolgico e desmantela as foras armadas; alm de resultar-lhes a perda de suas soberanias e a espoliao de suas riquezas nacionais. Os paises desenvolvidos esto mais preparados para as polticas neoliberais, pois de certo modo possuem uma grande classe media, que podem pagar os servios oferecidos pelas redes privadas. O Brasil por suas caractersticas econmicas e sociais, ao implantar o neoliberalismo acarreta uma enorme crise social, pois apenas pouqussimas parcelas da sociedade tem poder econmico para bancar os servios privados.Vemos que na realidade social brasileira os ideais liberais no so colocados na prtica. No podemos chamar esse modelo poltico de uma democracia liberal, pois fere totalmente a teoria defendida pelo liberalismo clssico.

De acordo com os nmeros agregados da riqueza nacional, o Brasil elencado entre os 10 pases mais ricos do mundo. Em tempos passados, j foi o oitavo. A grande contradio est na riqueza do pas e na pobreza de imensas camadas da populao: cerca de 90 milhes de brasileiros, o que equivale a 34% da populao em situao de pobreza e 15% em situao de extrema pobreza (BARROS e CARVALHO, 2003, p.2). Como pode um Pas com uma riqueza impressionante ter indicadores de desenvolvimento social, entre os piores do mundo. Isso demonstra como o Estado brasileiro esta servindo para favorecer uma pequena elite da sociedade.

Deste modo nossa sociedade marcada pela concentrao de renda e altssimos ndices de pobrezas, o Estado tem um papel marcante para a diminuio das desigualdades sociais, no podendo ficar omisso ao comprimento de seu papel de fornecedor de meios para os cidados ascenderem socialmente.

No liberalismo os cidados deveriam possuir os meios econmicos, culturais, polticos e sociais para terem uma vida digna, coisa que apenas uma minoria dos brasileiros possuem. Os indivduos tm um papel fundamental na democracia liberal, contestando e fiscalizando a ao do governo. Devido a falta de um sistema de ensino pblico eficiente, vemos que a formao de cidados conscientes de seus direitos e deveres, fica comprometida. Assim, a funo reivindicatria dos indivduos, base da teoria do liberalismo clssico, no colocada em prtica no Brasil. No Brasil observamos que as liberdade individuais no so respeitadas, uma vez que vrios cidados no tm acesso a servios de educao, sade e segurana. Tambm ficam impedidos de possurem propriedade privada ( casa prpria ), tendo que gastar a maior parte de seu ordenado com o pagamento de alugueis. O salrio dos trabalhadores so baixssimos, mal da para comprar comida e pagar as contas dirias, no sobra nenhum dinheiro para o lazer e a cultura. Esta a situao da maioria dos trabalhadores brasileiros, que s fazem para comer e trabalhar, sendo negado a eles o acesso os bem materiais que produzem.Logicamente o contexto da globalizao vem a piorar a situao do governo brasileiro, nos investimentos na rea social. O Brasil ficou dependente das polticas imperialistas do pases desenvolvidos. O Estado nos ltimos anos vem buscando cortar seus gastos, para poder pagar suas dividas com as instituies internacionais de credito. Acontece que os bilhes de reais que os governo arrecada com os impostos, que so oriundo principalmente das classes mais pobres, so repassados para os paises ricos, em forma de pagamento da divida pblica. Ocorre, assim, um expropriao do dinheiro da populao carente brasileira, que canalizada para as economias desenvolvidas. O governo no Brasil esta servindo para aumentar os nveis de pobreza do Pais, pois repassa quase todos os recursos econmicos, para os rgos internacionais. As classes desfavorecidas economicamente, perdem de duas formas com esse modelo de administrao pblica: A primeira consiste numa alta taxa de impostos, para aumentar o supervit primrio e pagar a divida externa, isso castiga principalmente os assalariados, pois a maior parte de seu dinheiro para pagar impostos diretos e indiretos ( cerca de 50% do salrio do trabalhador, vai para o governo em forma de impostos). A segunda observada na atuao do Estado, que deveria distribuir a renda resultante da arrecadao e investir nos servios pblicos bsicos, beneficiando as parcelas carentes da populao; mas o que ocorre que o governo prioriza o pagamento da divida em detrimento da rea social.Concluso

Na verdade o que vemos nesse modelo de democracia liberal brasileira, no esta de acordo com a teoria liberal, que tem como base a liberdade individual do homem e a busca pelo bem estar da maioria da populao. O Estado, segundo os liberais deveria representar os interreses da sociedade do Pas, mas o que ocorre no Brasil, uma privilegio de uma elite econmica minoritria, em detrimento das outras classes sociais.

No Brasil no podemos dizer que existe o liberalismo, pois a realidade do fatos esto totalmente distorcidos da teoria. Ocorre aqui uma tirania que corrompe nossa poltica e nossas riqueza, as custas da explorao dos trabalhadores assalariados, favorecendo os polticos e donos de capitais locais e estrangeiro. A representao poltica no expressa o anseio da populao, mas usa o poder pblico para interesse prprio, concentrado a riqueza da nao.Deste modo, geralmente os intelectuais argumentam que as mazelas sociais brasileiras so oriunda da teoria liberal, mas como percebemos o liberalismo em si, no defende o uso do Estado para favorecimento de uma elite reduzida.

Assim, os maiores problemas do Brasil no pode ser conseqncia de uma teoria, mas do modelo que ela foi implementada na prtica.

BibliografiaBARROS, Ricardo Paes de e CARVALHO, Mirela de. Desafios para a poltica social brasileira. Rio de Janeiro: IPEIA, 2003.

Paim, Antonio. A agenda Terica dos liberais brasileiros. So Paulo: Cadernos liberais - 1, 1997. PAGE 9

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