trabalho do pcn eja
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trabalho do pcn eja, por eduarda e danieleTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DANIELE COSTA DA SILVA
EDUARDA CRISTINA DA COSTA SILVA
PCN’S DO EJA APLICADO A EDUCAÇÃO FÍSICA
JOÃO PESSOA - PB
2014
DANIELE COSTA DA SILVA
EDUARDA CRISTINA DA COSTA SILVA
PCN’S DO EJA APLICADO A EDUCAÇÃO FÍSICA
Trabalho apresentada à disciplina de Didática Aplicada a Educação Física, ministrada pelo professor Dr. Pierre Normando, do Departamento de Educação Física da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para avaliação da aprendizagem.
JOÃO PESSOA - PB
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
1. INCLUSÃO..................................................................................................4
2. BLOCOS DE CONTEÚDOS.......................................................................7
3. RITMO.........................................................................................................7
4. COMO OS CONTEÚDOS DOS BLOCOS SÃO ORGANIZADOS..............8
5. ENSINAR E APRENDER NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS......8
6. DIVERSIDADE............................................................................................9
7. AUTONOMIA...............................................................................................9
8. APRENDIZAGEM ESPECÍFICA............................................................... 10
9. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS.....................................................................10
10. JUSTIFICATIVA..........................................................................................11
11. PROPOSTAS INTERDISCIPLINARES.......................................................11
12. AVALIAÇÃO................................................................................................11
CONCLUSÃO .......................................................................................................13
RESUMO INFORMATIVO.....................................................................................14
PERGUNTAS DO PCN EJA..................................................................................15
RESUMO DO DEBATE.........................................................................................16
ARTIGO: ORIENTAÇÕES NORTEADORAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NO EJA
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INTRODUÇÃO
Os parâmetros curriculares nacionais (PCN’s), foram criados para organizar
o sistema educacional do país, respeitando todas as diversidades culturais,
garantindo que a educação possa atuar no processo de cidadania, tendo
igualdades de direitos, baseados nos princípios democráticos. Tendo esses
parâmetros objetivos e conteúdos para serem ministrados em determinadas faixas
etárias e as avaliações propostas.
Os PCN’s separados por disciplinas e faixas etárias dos alunos, sendo essas
as séries correspondentes a que os mesmos estariam cursando. O de educação
física não é diferente; o PCN do EJA (educação de jovens e adultos) pra a
educação física mostra como trabalhar com esses alunos de diferentes faixas
etárias sendo a partir dos 16 anos, sem idade limite, tendo como visão a inclusão e
a socialização destes alunos nas aulas de Educação Física.
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1. INCLUSÃO
A inclusão de jovens e adultos representa a possibilidade para os alunos do
contato com a cultura corporal de movimento, acesso a informações, vivências e
valores são compreendidos como direito do cidadão. Em síntese, a apropriação
dessa cultura, por meio da Educação Física na escola, pode e deve se constituir
num instrumento de inserção social, de exercício da cidadania e de melhoria da
qualidade de vida.
Esse conhecimento foi construído pela humanidade ao longo do tempo,
aperfeiçoando as diversas possibilidades de uso do corpo com a intenção de
solucionar as mais variadas necessidades, para os mais diversos fins, como por
exemplo:
• militares, cultuando a ideia do corpo forte, apto ao combate;
• econômicos, visando o incremento da caça, pesca e agricultura;
• religiosos e ritualísticos exercidos em festividades;
• lúdicos relacionados ao lazer e ao entretenimento.
Portanto, cabe à Educação Física formar o cidadão que vai produzi-la,
reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir de jogos, esportes
e ginásticas, em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da
qualidade de vida.
As aulas de Educação Física devem discutir mudanças no comportamento
corporal decorrentes do avanço tecnológico e analisar seu impacto na vida do
cidadão, compreender essas transformações e analisar, partilhar do passado é
apenas o começo do reconhecimento da parte que cabe a cada um no processo
histórico.
É preciso reconhecer que chegou o momento de olhar para esse segmento
da sociedade brasileira e buscar novas formas de viabilizar o seu acesso a esse
saber. Com isso, atrair o convívio do aluno por meio das linguagens da Arte e da
Educação Física. Ampliar a diversidade de uma sociedade que valoriza
intensamente a linguagem escrita e a matemática, Propiciar o contato corporal
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consigo e com os outros, pode dar oportunidade ao aluno de refletir sobre sua
história pessoal e sobre como esta é “gravada” em seu corpo com o tempo.
Os alunos de EJA já possuem uma representação da escola, da atividade
física e da Educação Física escolar, formada a partir das vivências que compõem a
história pessoal de cada um; resgatar as memórias construídas a partir das
diferentes práticas. Isso significa valorizar e respeitar a história pessoal do aluno e,
sobre ela, reconstruir e continuar construindo seus significados sobre a cultura
corporal de movimento. Essas representações podem ser positivas ou negativas
(exaustão, exclusão, os menos habilidosos).
É importante lembrar que a maioria dos alunos de EJA estuda no período
noturno e que, de acordo com a LDBEN n.º 9.394/96, a Educação Física é
facultativa nesses cursos: A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da
escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se às faixas etárias
e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. (Art.
26, § 3)
Os pressupostos dessa lei são questionáveis, porque vinculam a área a um
suposto gasto de energia que os alunos, já exaustos pelo trabalho, não teriam
EDUCAÇÃO FÍSICA condições de suportar no período noturno. Tal conclusão
reflete uma concepção ultrapassada de Educação Física, baseada exclusivamente
em parâmetros energéticos e fisiológicos, e desconhece a possibilidade da
adequação de conteúdos e estratégias às características e necessidades dos
alunos que trabalham bem como a possibilidade de inclusão de conteúdos
específicos – aspectos ergonômicos dos movimentos e da postura, trabalho e
lazer, exercícios de relaxamento e compensação muscular etc.
O esporte como produto de consumo, a mídia vêm contribuindo de forma
decisiva para compor o imaginário social acerca da cultura corporal de movimento:
estabeleceu-se um padrão para o corpo humano. A Educação Física na escola não
pode ignorar os meios de comunicação e as práticas corporais que eles retratam
tampouco o imaginário que ajudam a criar.
Assim, ao propor o princípio da inclusão. Quando a prática do professor
pode ser considerada efetivamente inclusiva? Quando apoia, estimula, incentiva,
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valoriza, promove e acolhe o estudante. Valorizar todos os alunos. Por existirem
alunos que nunca participaram diretamente de atividades de movimento mais
sistematizadas e organizadas – como jogos, práticas esportivas, lutas, ginástica e
atividades rítmicas e expressivas –, o desempenho e a eficiência não devem ser
valorizados demais.
O princípio da diversidade precisa estar presente ao se buscar uma
aprendizagem significativa, entendida aqui como a aproximação entre os alunos e
o conhecimento construído pela cultura corporal de movimento ao longo do tempo.
A escolha de objetivos e conteúdos deverá se pautar pela diversidade presente nas
vivências dos diferentes grupos que chegam à escola. De acordo com a concepção
freiriana, não existe educação neutra, e os conteúdos precisam estar ligados à
realidade, desenvolvidos de maneira não mecânica, sempre buscando uma
reflexão.
É preciso lembrar que os alunos de EJA possuem, na maioria das vezes,
opinião formada sobre a Educação Física, baseada em suas experiências pessoais
anteriores. Se estas foram marcadas por sucesso e prazer, o aluno terá,
provavelmente, uma visão favorável quanto a frequentar as aulas. Ao contrário,
quando o aluno registrou várias situações de insucesso, e de alguma forma se
excluiu ou foi excluído, sua opção será pela dispensa das aulas, ou a passividade
perante as atividades. Transformar essas opiniões se constitui num enorme desafio
para os professores de EJA.
O aluno de EJA, jovem ou adulto, traz preocupações pessoais com o próprio
corpo e sua saúde que em boa medida são definidas pelo meio sociocultural em
que vive. Os objetivos específicos que expressam o papel social da Educação
Física para educação de jovens e adultos são:
-Promover a integração e a inserção de todos os alunos nas práticas
corporais;
- Valorizar, apreciar e desfrutar dos benefícios advindos da cultura corporal
de movimento;
-Perceber e compreender o papel do esporte na sociedade contemporânea.
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2. BLOCOS DE CONTEÚDOS
Considerando as especificidades do curso de Educação de Jovens e Adultos
é importante que a organização do currículo de Educação Física seja regida por
princípios mais coerentes com a realidade e as necessidades concretas dos
alunos.
A distribuição e o desenvolvimento dos conteúdos devem estar relacionados
ao projeto educativo de cada escola e à especificidade de cada grupo. As lutas são
disputas em que o oponente deve ser subjugado com técnicas e estratégias de
desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na
combinação de ações de ataque e defesa. Caracteriza-se por uma regulamentação
específica, a fim de punir atitudes de violência desnecessária e deslealdade.
Podem ser citados, como exemplos de lutas, desde as brincadeiras de cabo-de-
guerra e braço-de-ferro até práticas mais complexas como capoeira, judô e caratê.
Cabe ressaltar que são conteúdos que têm uma relação privilegiada com o
bloco de “Conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades de ginásticas, estes
se explicitam com bastante clareza.
3. RITMO
Em relação ao ritmo, desde a respiração até a execução de movimentos
mais complexos, se requer um ajuste com referência ao espaço e ao tempo. Este
bloco de conteúdos inclui as manifestações da cultura corporal de movimento que
têm como característica comum a intenção explícita de – por meio de gestos e de
ritmos, sons e música – buscar formas de se expressar com o corpo. Tratam-se
especificamente das danças, mímicas, brincadeiras cantadas e cirandas.
Num país com manifestações como o samba, o maracatu, o frevo, o afoxé, a
catira, o baião, o xote, o xaxado, entre tantas outras, é surpreendente o fato de a
Educação Física, durante muito tempo, ter desconsiderado essas produções da
cultura popular como objeto de ensino e aprendizagem. Locais, pode tornar o
trabalho mais completo. Por meio das danças, brincadeiras e cirandas os alunos
poderão conhecer as qualidades do movimento expressivo, como leve/pesado,
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forte/fraco, rápido/lento, fluido/interrompido, bem como perceber sua intensidade,
duração e direção, analisando-as a partir desses referenciais.
4. OS CONTEÚDOS DOS BLOCOS SÃO ORGANIZADOS
EM:
Dos conteúdos atitudinais, e o segundo agrupam conteúdos conceituais e
procedimentais. Os atitudinais são apresentados em primeiro plano, perpassando
os três blocos, pois a aprendizagem de qualquer prática, se não os considera de
forma explícita, reduz-se a mera tecnicidade alienada. Valores – Entende-se por
valores os princípios éticos e as ideias que permitem emitir um juízo sobre as
condutas e seu sentido. Atitudes – As atitudes refletem a coerência entre o
comportamento e o discurso do sujeito.
São as formas que cada pessoa encontra para expressar seus valores e
posicionar-se em diferentes contextos. Normas – As normas são padrões ou regras
de comportamento, construídas socialmente para organizar determinadas
situações; constituem a forma convencionada de concretizar os valores
compartilhados por uma coletividade e indicam o que se pode ou não fazer.
5. ENSINAR E APRENDER NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
Em EJA a faixa etária dos alunos é distinta, podendo ser iniciado a partir dos
16 anos, sem idade limite, sendo todos do mesmo grupo. Sendo assim
caracterizando interesses distintos, desta forma exigindo mais dos professores,
consequentemente qualquer tentativa de organizar os conteúdos pela faixa etária
será reducionista.
A escolaridade está passando por uma busca de identidade, pois são
distintas a construção da autoimagem e da autoestima pra as diferentes idades
neste processo da escolarização, sendo necessário que os alunos observem a
relação da idade com a atividade física.
No EJA o estilo das vestimentas é aparente na pergunta “Como ser, para ser
desejável?” sendo muitas vezes aquele momento o único encontro social dos
alunos; sendo deste modo a Educação Física está responsável pela produção de
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conteúdos dos temas transversais (podendo dentro do tema falar sobre os
gêneros) e de projetos interdisciplinares. Por isso existem três elementos que
precisam ser considerados, que são eles a diversidade a autonomia e a
aprendizagem especifica.
6. DIVERSIDADE
A característica da cultura corporal de movimento é pela diversidade de
práticas, manifestações e modalidades. Sendo assim este conhecimento é
observado pela realidade social e humana do aluno, neste sentido é fundamental
passar as informações para o aluno; a educação física escolar tem uma
diversidade de formas de abordagens. Exemplo: Situação de jogo, improvisação,
circuitos, jogos e brincadeiras; com a escola disponibilizando o espaço para a
execução das atividades, no entanto esse espaço pode ser fora da escola
(comunidade) fazendo assim mais atividades de acordo com o espaço. Exemplo:
Escola na praia pode ser feito caminhadas, jogos na areia, natação e diversas
atividades fora do âmbito escolar.
7. AUTONOMIA
Essa evolução da autonomia dos alunos do EJA dar-se a partir do que foi
aprendido nas aulas ministradas e nos conteúdos vivenciados, dando autonomia
para que os mesmos se apropriem do conhecimento, questionem e tenham o
desejo de saber mais, sendo assim para que isto ocorra não nesta idade não pode
abrir mão dos conceitos, mesmo que a educação física trate da corporeidade no
sentido das relações. Deste modo deve haver a inclusão das TICs, como também
conteúdos procedimentais de pesquisa, organização e observação, o grau de
autonomia pode evoluir considerando os objetos de ensino e procedimentos gerais.
Exemplos: Escolher um time, construção e adequação de materiais, discursão e
elaboração de regras, entre outros. Também podendo atribuir responsabilidades a
estes alunos do EJA na construção de um campeonato ou gincana.
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8. APRENDIZAGEM ESPECÍFICA
“A aula de Educação Física, além de ser um momento de fruição, pode
configurar-se num momento de reflexão sobre o corpo, a sociedade, a ética, a
estética e as relações interpessoais e intrapessoais.” (pag. 222 PCN -EJA)
Nas aulas de atividades rítmicas e expressivas, há momentos de criação,
improvisação, organização (tempo e espaço), pesquisa, confecção (fantasias,
adereços, cenários e instrumentos), apresentação, em resumo tudo o que diz
respeito á aprendizagem corporal específica.
Neste tipo de aprendizagem é necessário que o aluno esteja comprometido,
e coloque sentido na atividade, sendo assim não pode apenas partir a iniciativa do
professor, os alunos devem está engajados do mesmo modo.
9. ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
A educação física no EJA deve proporcionar discursões sobre as praticas
pedagógicas, sendo algumas delas:
• Reconhecer o aluno
• Incentivar a autonomia do aluno
• Refletir criticamente os valores impostos pela mídia
• Variar o quanto possível os espaços e materiais para as aulas
• Convidar sempre a comunidade para interagir
• Estimular e valorizar os progressos dos alunos
Relação entre atividade física e saúde
Objetivo
Produzir um programa básico de AFRS e compreender a prática da atividade
física em diferentes contextos culturais.
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10. JUSTIFICATIVA
Pesquisa sobre o assunto/tema com diferentes fontes de informações assim
podendo gerar mudança de atitudes/hábitos no próprio individuo e nos familiares,
gerando autonomia sobre o assunto (AFRS), podendo expandir-se para a
discursão das diferenças culturais. Está proposta é bem aceita pelos alunos.
11. PROPOSTAS INTERDISCIPLINARES
Estabelecer relações com o tema, podendo ser exemplo dessas relações
ciências, língua portuguesa, geografia e história.
Sendo assim aprendendo procedimentos de pesquisas, interesse para
pesquisar outros assuntos, trabalho em grupo, interpretar e relacionar os textos,
reescrever e analisar, conhecer, discutir e refletir o assunto abordado; para isso o
professor deverá selecionar com antecedência os materiais, propor questões e
atividades práticas.
12. AVALIAÇÃO
Essa avaliação atualmente não é apenas quantitativa, mas qualitativa,
abrangente e processual oferendo ao professor uma reflexão sobre os conteúdos e
estratégias colocadas durantes o período. Essa avaliação pode ser feita durantes
as aulas por meio de observações, porém é necessário que os alunos saibam os
critérios que serão avaliados, e participara oferecendo sugestões. A educação
física deverá verificar a capacidade do aluno de se expressa por diferentes
linguagens sobre a sistematização dos conhecimentos relativos à cultura corporal
de movimento.
“O problema não está no modo de coletar as informações, e sim no sentido
da avaliação, que deve ser de um contínuo diagnóstico das situações de ensino e
aprendizagem.“ (Página 233 PCNs – EJA)
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“A avaliação deve proporcionar um autoconhecimento e uma análise
possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos previamente
traçados.” (Página 233 PCNs – EJA
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CONCLUSÃO
Como vimos neste trabalho é possível sim trabalhar a Educação Física para
o EJA, aproveitando o conhecimento que ele adquiriu ao longo da sua história e
aplicando na realidade deles, tirando aquela visão de educação física mecanicista
e fisiológica ou só esportiva, trabalhar a aula me uma forma mais pratica voltadas
as questões de saúde, bem estar, qualidade de vida, cuidado com o corpo entre
outros.
Mostrar a educação física com formadora de opinião critica e trazer essa
turma que tem diferentes faixas etárias para participar em conjunto da aula embora
seja um desafio trabalhar com pessoas que tem opinião formada a respeito da
Educação Física, que já tem adquirida a sua carga cultural e na maioria das vezes
não aceita ou não quer participar da aula, que traz essa carga de experiências
anteriores como a questão da inclusão ou exclusão do aluno na aula, situações de
insucesso, e de alguma forma se excluiu ou foi excluído, sua opção será pela
dispensa das aulas, ou a passividade perante as atividades.
A aula de Educação Física, vai além de um momento de fruição, pode
configurar-se num momento de reflexão sobre o corpo, a sociedade, a ética, a
estética e as relações interpessoais e intrapessoais. Contudo a evolução da
autonomia dos alunos do EJA dar-se a partir do que foi aprendido nas aulas
ministradas e nos conteúdos vivenciados, dando autonomia para que os mesmos
se apropriem do conhecimento, questionem e tenham o desejo de saber mais,
sendo assim para que isto ocorra não nesta idade não pode abrir mão dos
conceitos, mesmo que a educação física trate da corporeidade no sentido das
relações.
Enfim, cabe ao professor saber com trabalhar com os alunos do EJA, trazer
as suas experiências e conhecer a realidade de cada um, ouvir o que eles acham
da Educação Física e o que eles esperam dela, ai sim a partir deste ponto o
professor conseguirá ter uma noção de como será dado esse ponta pé inicial,
ganhando assim a confiança dos alunos e conquistando eles para participar da
aula não por obrigação mais sim por prazer e que ele possa também externalizar o
que ele aprendeu na escola.
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RESUMO INFORMATIVO
A inclusão de jovens e adultos representa a possibilidade para os alunos do
contato com a cultura corporal de movimento, acesso a informações, vivências e
valores são compreendidos com direito do cidadão e a Educação Física na escola,
pode e deve constituir num grande instrumento de inserção social.
A Educação Física é facultativa nos cursos noturnos, onde essa decisão é
bastante questionada reflete uma concepção ultrapassada de Educação Física,
baseada exclusivamente em parâmetros energéticos e fisiológicos e desconhece a
possibilidade da adequação dos conteúdos.
A influência da mídia como formadora de opiniões, estabelecimento de um
padrão do corpo humano e trazendo o esporte como produto de consumo, contudo
a aesco9la não pode ignorar e caberá ao professor o papel de dialogo crítico
fazendo com que os alunos reflitam no contexto escolar.
Princípios norteadores: inclusão, diversidade, categoria de conteúdo e temas
transversais.
Objetivos específicos do ensino da Educação Física no EJA.
Ensinar e aprender na Educação do EJA: diversidade, autonomia,
aprendizagem específica.
Orientações didáticas.
Avaliação.
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PERGUNTAS PCN EJA
1. O que as aula de Educação Física devem discutir?
As mudanças no comportamento corporal decorrentes do avanço
tecnológico e analisar seu impacto na vida do cidadão.
2. Cite alguns fatores que contribuem para a não pratica da Educação
Física neste programa (EJA)?
Facultatividade para os estudantes que trabalhem, tem filhos ou são
maiores de 30 anos, e oferecidas nas escolas fora do horário regular.
3. Quais são as três principais estratégicas didáticas para colocar em
pratica?
Pesquisa do movimento, experimentação das práticas corporais e analise
de atividades corporais
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RESUMO DO DEBATE
• PCNs da Educação Física (EJA)
De que forma seria elaborada uma atividade para este grupo (EJA)?
A atividade seria inserida/elaborada por meio dos relatos das vivências dos alunos,
sendo assim todos os alunos iriam se integrar de modo que iriam participar das
atividades propostas. Para esse grupo as propostas de atividades são expostas
depois que o professor “investiga” o que os alunos já passaram/vivenciaram da
determinada atividade.
Cite um exemplo de atividade que integre todos os alunos nestas faixas
estarias? Como você aplicaria a atividade? Qual seria a sua forma de
avaliação para esta atividade?
A Dança. Para este grupo como citado anteriormente, seria aplicado com
base no conhecimento dos alunos, no entanto como o grupo é diversificado em
termos de idade e de experiências vividas, então depois de basear-se nos
conhecimentos expostos nas aulas, poderia aplicar um ritmo, sendo esse baseado
no que foi exposto, para os que não conhecem conhecer o determinado ritmo,
fazendo uma diversificação de tempo (músicas dos anos 70) através da aula e do
que será trabalhado nela. A forma avaliativa seria fazendo um desenho
coreográfico ao final da aula, para que os alunos fixem o que aprenderam o que foi
exposto.
Como poderíamos utilizar o espaço da sociedade para uma aula, tendo
em vista que essa escola está localizada na praia?
A aula poderia ser feita na praia, podendo ser de um esporte, que não
poderia ser trabalhado no espaço dentro da escola, um exemplo de esporte é o
atletismo sendo a modalidade o arremesso de dardo, pois os alunos não
precisariam correr, e sairiam do espaço que estariam acostumados. Ou a aula
teórica poderia ser na praia, pois já que muito desses alunos vem dos trabalhos, a
areia da praia já serviria como relaxante para eles.
ORIENTAÇÕES NORTEADORAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA
Rosa Malena Carvalho
Através da experiência com que o PEJA - Programa de Educação de Jovens e Adultos -
encaminha a educação física na educação de jovens e adultos (EJA) da rede pública
municipal do rio de janeiro, objetivamos discutir a importância deste elemento
curricular com todos os envolvidos com a modalidade EJA. Possibilitando expansão
progressiva ao que é oferecido nas escolas e, respeitando a reivindicação dos alunos
pelas aulas de educação física, o grupo gestor do PEJA vem possibilitando construir,
coletivamente, documentos norteadores, referenciais para que as escolas elaborem
projeto-político-pedagógico considerando a diversidade e as pessoas envolvidas no
processo educativo. Assim, percorremos os fluxos que reconhecem que as experiências
e os cotidianos são ricos, plurais e, percebemos os jovens, adultos e idosos desejosos de
práticas pedagógicas favorecedoras da formação de sujeitos autônomos, habilitados/as à
continuidade de seu processo de constituição profissional e de cidadão. Desejando
contribuir com este fluxo, como professores do elemento curricular que tematiza o
universo da cultura corporal, compartilhamos aqui os indicativos, explicitados por nós,
para a orientação da educação física no PEJA e, ao mesmo tempo, colocamos em
discussão o que predominantemente é afirmado como conhecimento, especialmente ao
discutir as práticas pedagógicas desenvolvidas na EJA. Leôncio Soares, Hugo Assmann
e Jocimar Daolio são algumas das referências deste processo.
Palavras-chave: educação física escolar, sujeitos da EJA, conhecimento, cultura.
O que entendemos por “Educação Física”?
Inicialmente aproximados para iniciar a educação física no PEJA (Programa de
Educação de Jovens e Adultos da rede pública municipal do Rio de Janeiro), em 2008,
hoje, com Alan Benevides Lima (EM Euclides da Cunha / [email protected]), Ana
Maria Silva (CIEP Darcy Ribeiro / [email protected]), Izabel Cristina
Marinho (EM Alexandre Farrah / [email protected]), Osvaldo Oliveira (EM
Rubens Berardo / [email protected]), constituímos grupo de amigos e de
estudos. No final de 2009, escrevemos as “Orientações Curriculares para a Educação
Física no PEJA” – o que serve de referência para o artigo aqui apresentado.
Ao abordar a organização do processo de escolarização, identificamos que ainda
há a predominância de entender os corpos e as experiências dos sujeitos como
obstáculo, no máximo percebidas como algo menor, apenas um meio para o que de
“importante” foi escolhido como válido. O que atinge, diretamente, o trabalho do
profissional da educação física.
2
Estas idéias foram produzidas através de uma visão de corpo que o entende
descontextualizado, fragmentado em partes (fruto de ideário linear e cartesiano que
hierarquiza os seres humanos, de acordo com a etnia, o gênero, a opção sexual, a idade,
o tônus muscular, etc). Porém, diferentes sentidos têm sido produzidos para o que
dizemos ser “corpo”, indo além do estritamente biológico, fortalecendo-o como produto
e produtor sócio-cultural. O que significa falar em corporeidades, a qual “pretende
expressar um conceito pós-dualista do organismo vivo. Tenta superar as polarizações
semânticas contrapostas (corpo/alma; matéria/espírito; cérebro/mente) (ASSMANN,
2001, p. 150).
Com este entendimento, a educação física, como prática pedagógica, aborda/
tematiza o conhecimento da área denominada “Cultura Corporal”, através da
contextualização (teórica e prática) dos jogos, das ginásticas, da dança, das lutas, da
forma esportivizada que estas atividades assumem, assim como pela ludicidade e prazer
que o trabalho corporal propicia (jogos e brincadeiras). Estas práticas envolvem
códigos, sentidos e significados da sociedade que os cria e mantêm – sendo, portanto,
produção cultural.
Esta produção cultural é organizada, apropriada e valorizada de acordo com o
tipo de sociedade em que se constitui. As atividades corporais, consideradas produção
histórico-cultural, estão relacionadas com os códigos e significados da sociedade,
constituindo-a e sendo por ela constituída.
Princípios orientadores e conteúdos da educação física na EJA
A perspectiva da cultura corporal muito se aproxima da EJA, quando esta
conduz sua organização pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, emanadas
pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2000, estabelecendo como referência
as três funções principais apontadas nestas diretrizes (reparadora, equalizadora e
qualificadora – esta sendo destacada como o sentido principal, superando o caráter
compensatório na EJA). Isto convida a pensar na educação permanente e na criação de
uma sociedade solidária e heterogênea.
Dentro deste caráter ampliado, os termos “jovens” e “adultos”
indicam que, em todas as idades e em todas as épocas da vida, é
possível se formar, se desenvolver e constituir conhecimentos,
habilidades, competências e valores que transcendam os espaços
formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao
reconhecimento do outro como sujeito. (Soares, 2002, p. 43.)
3
O que significa a possibilidade de viabilizar o acesso e permanência à educação,
independente da idade – materializando, assim, propostas curriculares includentes, com
diferentes sujeitos, saberes, tempos e espaços. Com oportunidades ligadas ao lazer, à
expressão livre e criadora, à curiosidade, à vontade de aprender.
Neste contexto, ao compreender a educação física como prática pedagógica
possível no trabalho da EJA, ressaltamos que são poucos os subsídios teóricos e
acadêmicos específicos desta área. Na condução do trabalho com o PEJA, foram nossos
aliados: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes do MEC
para a EJA, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as orientações gerais da
Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro (MultiEducação) e, o
projeto político pedagógico da unidade escolar.
Estes documentos, embasados pelas discussões realizadas nos fóruns dos
professores desta área (como as do CBCE – Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte),
trazem a perspectiva da cultura corporal como princípio norteador da disciplina na EJA.
A Educação Física enquanto componente curricular da Educação
Básica deve assumir então outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na
cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-
la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do
jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e
práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida (BETTI e
Zuliani, 2002, p.75)
O que nos aproxima de Daolio (2004), quando este afirma que “cultura” é o
principal conceito para a educação física, porque todas as manifestações corporais
humanas são geradas na dinâmica cultural, desde os primórdios do homem até hoje,
expressando-se diversificadamente, com significados próprios no contexto de grupos
sociais específicos. A educação física, na perspectiva da cultura corporal, pode
contribuir nos processos escolares desenvolvidos no contexto heterogêneo e complexo
que é a EJA, quando as práticas corporais são compreendidas como linguagem e
patrimônio sócio-cultural, inserindo-se em um conjunto de múltiplas oportunidades
educativas. O que também favorece a progressiva extensão do que é oferecido nas
unidades escolares.
O acesso a esse universo de informações, vivências e valores é
compreendido aqui como um direito do cidadão, uma perspectiva
de construção e usufruto de instrumentos para promover a saúde,
utilizar criativamente o tempo de lazer e expressar afetos e
sentimentos em diversos contextos de convivência. Em síntese, a
apropriação dessa cultura, por meio da Educação Física na escola,
pode e deve se constituir num instrumento de inserção social, de
exercício da cidadania e de melhoria da qualidade de vida. (MEC.
Educação Física. Vol 3, p. 194)
4
Ao eleger a cultura corporal como concepção, entendemos que a educação física
é responsável pela formação de alunos que possam atingir os seguintes objetivos gerais:
afirmarem-se como; promover atividades que ampliem a cultura corporal; conhecer,
organizar e interferir no espaço de forma autônoma, reivindicando locais adequados
para atividades corporais de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade do ser
humano e um direito do cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida.
Neste processo, como objetivos específicos estabelecem-se: desenvolver a
inserção e a integração de todos os alunos nas práticas corporais, adotando atitudes de
respeito mútuo, dignidade e solidariedade; conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da
pluralidade de manifestações da cultura corporal; promover atividades esportivas,
analisando criticamente o papel do esporte na sociedade contemporânea; reconhecer-se
como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis, relacionando-os
com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva; conhecer a
diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho nos diferentes grupos sociais,
compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando
criticamente os padrões divulgados pela mídia.
Na organização das aulas, são destacados, como eixos orientadores dos
conteúdos da educação física escolar na EJA: a Diversidades (Etnia, Idade, Gênero e
Sexualidade); o Meio-Ambiente; a Saúde, o Lazer e a Mídia. E, ancorados pela cultura
corporal, entendemos os conhecimentos sobre o Corpo, os Jogos e as Brincadeiras, as
Ginásticas, as Atividades Rítmicas e Expressivas, os Esportes e, as Lutas, como grupos
de conteúdos. Na amplitude desta abordagem, os conteúdos não têm valor na execução
dos movimentos, mas como o aluno se apropria de um novo saber, como conecta com
os saberes anteriores. Inclui também, uma dimensão crítica, onde questões sociais e
políticas podem ser desenvolvidas, sem, no entanto, perder o foco da atividade física,
seus benefícios e, a melhoria da qualidade de vida.
Assim, uma abordagem cultural deste componente curricular - Educação Física -
vai ao encontro da diversidade de padrões encontrados na EJA. Cada tema (conteúdo) a
ser desenvolvido pode ser exposto de forma significativa para os alunos, dentro do seu
contexto social, explorando sua bagagem cultural e articulando “o que está fazendo”,
“aprendendo a fazer”, “porque está fazendo” e como “apropriar-se deste fazer”.
Breves considerações, ressaltando o trabalho coletivo
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Sabemos que abordar o corpo como uma construção histórica, social, cultural é
concepção ainda não predominante em nosso cenário social e educacional. Ao organizar
as orientações para a educação física no PEJA, sentimos que a formação é permanente,
vivida como busca e agenciamento constante, procurando reunir e atravessar elementos
e conjuntos cada vez mais abrangentes, integrando diferentes saberes e sujeitos. Um
elemento curricular, isoladamente, dificilmente conseguirá modificar as idéias
predominantes de sua área do conhecimento.
Por isto, acreditamos na tessitura de conhecimentos a partir de uma visão
multifacetada da realidade, que pode ser estudada através de trocas permanentes e da
constante busca de integração e diálogo entre disciplinas, sujeitos, instituições. Neste
processo, a comunicação entre saberes favorece a ampliação da capacidade de
problematização e argumentação, levando em consideração a relação das experiências
escolares para a vida em sociedade. Moacir Gadotti (2004), ao analisar a teoria da
Educação Brasileira - sob o ponto de vista da história e da filosofia -, conclui que
podemos agrupar as principais idéias produzidas sobre a escolarização em dois grandes
grupos: o primeiro percebe-a como um processo uniforme, contínuo, sem conflitos, ou
seja, conservador. Já o segundo grupo de idéias enfatiza a educação como um processo
heterogêneo, cheio de conflitos, com rupturas, ou seja, com possibilidade de
emancipação, de reflexão e mudanças. É com este segundo grupo que nos identificamos
e aproximamos nossas idéias.
Como autores e autoras deste artigo, ao compartilhar as principais idéias
explicitadas no material norteador para a educação física escolar no PEJA, desejamos
discutir com os pares da área (educação física escolar) e àqueles que fazem parte da
modalidade (educação de jovens e adultos) e, neste fluxo, contribuir com o estudo das
experiências e das corporeidades em diferentes formas (não só a competitiva, mas a
expressiva, a lúdica, etc), problematizar o elemento curricular educação física no
conjunto da organização escolar e, potencializar múltiplas possibilidades educativas
ofertadas pela EJA.
Referências:
ASSMANN, Hugo. Paradigmas educacionais e corporeidade. Piracicaba: Unimep,
1994.
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, 1996.
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_______. Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. Brasília: Conselho Nacional
de Educação (CNE), 2000.
________ MEC. Diretrizes para a Educação de Jovens e Adultos - Educação Física
Brasília: Ministério da Educação, s/d, vol 3.
________. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Secretaria de Ensino
Médio. Brasília, MEC/SEM, 1999.
________. Parâmetros Curriculares Nacionais, terceiro e quarto ciclos: Educação
Física. Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF, vol. 7, 1998ª.
________. Parâmetros Curriculares Nacionais, terceiro e quarto ciclos:
apresentação dos temas transversais. Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília,
MEC/SEF, vol. , 1998b.
DAOLIO, Jocimar. Educação Física e o conceito de cultura. Campinas, SP: Autores
Associados, 2004.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 8a ed. São Paulo: Ática,
2004.
PEJA. Orientações Curriculares para a Educação Física no PEJA. Rio de Janeiro:
PEJA/SME: Janeiro de 2010.
SOARES, Leôncio. Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002