trabalho engenhocas lançador por diferença de pressão
TRANSCRIPT
Aléxios Lima
Gabriel Dorsa
Marcos Gravina
Pedro Ramon
Trabalho Engenhocas Lançador por diferença de pressão
Sorocaba
2017
1.Objetivo
Ajudar a entender melhor os conceitos de física de uma maneira mais
dinâmica, no caso, estudar o lançamento oblíquo e a diferença de pressão e criar um
brinquedo.
2. Introdução
Nesse trabalho será apresentado um projeto no qual possui como conceito o
estudo de duas diferentes matérias na física, mas nas quais podem ser unidas e
estudadas a partir de um mesmo experimento, essas duas matérias são respectivamente
o lançamento oblíquo e a diferença de pressão.
Começaremos estudando sobre o lançamento oblíquo, o lançamento
ocorre quando um objeto inicia seu movimento formando um determinado ângulo com a
horizontal. Nesse tipo de lançamento, o objeto executa dois movimentos simultâneos, ao
mesmo tempo em que executa um movimento na vertical, subindo e descendo, também
se desloca horizontalmente.
A análise do lançamento oblíquo deve ser feita levando em consideração o
movimento executado na vertical (eixo y) e o movimento na horizontal (eixo x). Quanto ao
movimento no eixo y, a preocupação será a determinação da altura máxima atingida pelo
corpo, por conta da atuação da gravidade neste eixo o movimento será uniformemente
variado. As análises do movimento no eixo x irão determinar o alcance horizontal do
lançamento, isto é, a distância entre os pontos de partida e chegada. Horizontalmente, o
movimento será retilíneo e uniforme.
Por fim, estudaremos agora sobre a pressão, na qual pode ser definida
matematicamente como força sobre área. O termo pressão é utilizado em diversas áreas
da ciência como uma grandeza escalar que mensura a ação de uma ou mais forças sobre
um determinado espaço, podendo este ser líquido, gasoso ou mesmo sólido. A pressão é
uma propriedade intrínseca a qualquer sistema, e pode ser favorável ou desfavorável
para o homem: a pressão que um gás ou vapor exerce sobre a pá de uma hélice, por
exemplo, pode ser convertida em trabalho. Por outro lado, a pressão da água nas
profundezas do oceano é um dos grandes desafios para os pesquisadores que buscam
novas fontes de recursos naturais.
Existem diversas maneiras de se medir a pressão no dia-a-dia sendo os mais
conhecidos o Piezômetro, o Barômetro e por fim, o Manômetro, no qual é utilizado para
medir pressão de líquidos e gases, assim como existem diversas maneiras de medir a
pressão, também existem diversas unidades para se definir pressão, onde no S.I. a
unidade é o Pascal (Pa). Mas também possuindo outras unidades de medida como o
mmHg, PSI, Bar, Atm, Milibar, entre outras.
Segundo a teoria cinética dos gases, um gás é composto por um grande
número de moléculas que se movimentam muito rápido e de forma aleatória, causando
frequentes colisões entre as moléculas do gás e com as paredes de qualquer tipo de
recipiente. Essas moléculas apresentam certo momento, dado pelo produto entre a
massa e a velocidade da molécula. No instante em que uma molécula colide com uma
parede, as moléculas transmitem momento à superfície, e como consequência produzem
uma força perpendicular à essa superfície. A soma de todas essas forças oriundas de
colisões em uma determinada superfície, dividida pela área da mesma, resulta na
pressão exercida por um gás em um determinado recipiente.
Algumas aplicações da pressão nos gases podem ser observadas na
utilização da pressão que o vapor da água exerce sobre determinada superfície quando
confinado em um espaço fechado. Esse processo pode ser encontrado em usinas
nucleares, onde uma pá gira com a pressão do vapor e converte essa energia em
eletricidade. Além disso, observamos a pressão em gases sendo utilizada diariamente no
freio do ônibus, por exemplo. O freio de veículos pesados conta com um sistema que usa
ar comprimido para cessar o movimento.
Visto que as moléculas dos gases estão em contínua movimentação
desordenada, elas se chocam com as paredes do recipiente que as contém, assim a
intensidade dessa força por unidade de área das paredes dá o valor da pressão exercida
pelo gás.
A Terra está envolvida por uma camada de ar com espessura de
aproximadamente 800 km; e, em razão da gravidade, as camadas superiores
comprimem as que estão embaixo. Assim, a pressão exercida pelos gases presentes na
atmosfera sobre uma unidade de área de determinada superfície nos fornece a pressão
atmosférica.
O primeiro cientista a medir o valor da pressão atmosférica ao nível do mar foi
Evangelista Torricelli (1608-1647) (figura 1). Ele inverteu um tubo preenchido de mercúrio
(Hg) sobre um recipiente contendo o mesmo líquido e observou que o mercúrio não
escoava completamente: ficava um espaço vazio depois que o mercúrio escoava até a
altura de 760mm.
Figura 1 - Evangelista Torricelli e seu experimento.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/pressao-dos-gases.htm
Desse modo, a pressão ao nível do mar passou a ser equivalente a 760
mmHg. Na figura 2, temos as conversões para outras unidades usadas para pressão. No
entanto, lembre-se de que a unidade do SI (Sistema Internacional de Unidades) é o
Pascal (Pa), que é a mesma coisa que a força de 1 N aplicada em 1 m2 de área. Em
outras palavras, 1 Pa é igual a 1N/m2.
Figura 2 – Conversões de unidades para pressão.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/pressao-dos-gases.htm
No entanto, esses valores são apenas ao nível do mar. Se variarmos o lugar
em que se realiza o experimento de medição da pressão atmosférica, veremos que a
pressão varia com a altitude de modo inversamente proporcional, ou seja, quanto maior a
altitude, menor será a pressão atmosférica e vice-versa.
Isso ocorre porque em regiões de grande altitude há uma menor quantidade
de partículas do ar por unidade de volume, por isso a pressão será menor. Quanto maior
for o número de partículas, mais colisões acontecerão e a pressão exercida será maior.
As moléculas do gás, ao se movimentarem, colidem com as outras moléculas
e com as paredes do recipiente onde se encontram, exercendo uma pressão, chamada
de pressão do gás.
Esta pressão tem relação com o volume do gás e à temperatura absoluta.
Ao ter a temperatura aumentada, as moléculas do gás aumentam sua
agitação, provocando mais colisões.
Ao aumentar o volume do recipiente, as moléculas tem mais espaço para se
deslocar, logo, as colisões diminuem, diminuindo a pressão.
Utilizando os princípios da mecânica Newtoniana é possível estabelecer a
equação 1:
(1)
Onde:
p=pressão
m=massa do gás
v=velocidade média das moléculas
V=volume do gás.
Gás perfeito ou ideal: é considerado um gás perfeito quando são presentes as
seguintes características:
O movimento das moléculas é regido pelos princípios da mecânica Newtoniana;
Os choques entre as moléculas são perfeitamente elásticos, ou seja, a quantidade de
movimento é conservada;
Não há atração e nem repulsão entre as moléculas;
O volume de cada molécula é desprezível quando comparado com o volume total do gás.
Energia cinética de um gás: devido às colisões entre si e com as paredes do
recipiente, as moléculas mudam a sua velocidade e direção, ocasionando uma variação
de energia cinética de cada uma delas. No entanto, a energia cinética média do gás
permanece a mesma.
Novamente utilizando-se conceitos da mecânica Newtoniana estabelece-se a
equação 2:
(2)
Onde:
n=número molar do gás (nº de mols)
R=constante universal dos gases perfeitos (R=8,31J/mol.K)
T=temperatura absoluta (em Kelvin)
Para esse experimento foi utilizado somente uma fórmula, na qual é a
equação (3) da velocidade média onde:
V=∆s/∆t (3)
3. Materiais e métodos
3.1 Materiais
- Durepox;
- Bico de bicicleta;
- Lixa;
- Tinta spray;
- 2 joelhos de 20 mm;
- Capo de 40 mm;
- 4 Cotovelos de 20 mm;
- 4 Luvas rosca-liso 20 mm;
- Serra;
- 1 redutor de 25 mm para 20 mm;
- Furadeira;
- Bico de bicicleta;
- Válvula de torneira;
- 1,5m de cano 20 mm;
- 0,5 m de cano 25 mm;
- 0,5 m de cano 40 mm;
- Parafuso Bolt-Action;
- Bomba de pneu de bicicleta;
- 1 Redutor de 40 mm para 20 mm.
3.2 Métodos
Inicialmente iremos nos atentar a todos os materiais que foram utilizados no
experimento para construir o brinquedo na figura 3.
Figura 3 – Todos os instrumentos utilizados para a construção do lançador.
Em seguida, colou-se o capo em uma das extremidades do cano de 40 mm, na
outra extremidade lixou-se e colou-se utilizando a cola PVC o redutor de 40 mm para 20
mm (conforme figura 4).
Figura 4 - Colando o bico da bicicleta com durepox.
Depois de feito isso, cortou-se um pedaço do cano de 20 mm no qual foi
colado na entrada do adaptador, na outra ponta do cano, colou-se uma luva rosca-liso,
em seguida rosqueou-se outra luva com a mesma. Com isso, a parte da câmara de ar
principal estava pronta.
Em seguida cortou-se um pedaço do cano de 20 mm e colou-se na luva, na
outra extremidade do cano foi colado um cotovelo de 20 mm voltado para baixo e em
seguida usou-se o outro cotovelo para nivelar, tendo em mente que foi usado um pedaço
de cano para conectar os dois (conforme figura 5).
Figura 5 - Fixar ao cano o adaptador.
Logo após, cortou-se um pedaço de aproximadamente 18 cm do cano de 20
mm e colou-se na extremidade do cotovelo, na extremidade do cano colou-se um joelho
voltado para cima, em seguida usou-se mais um pedaço do cano de 20 mm e colou-se o
outro joelho formando metade de um retângulo, no qual é a coronha de apoio do
lançador.
Logo após a coronha estar pronta, colou-se um pedaço do cano de 20 mm e
usou-se novamente um cotovelo, dessa vez voltado para cima, e em seguida usou-se o
outro cotovelo para nivelar a curva entre eles. Em seguida colou-se uma luva roca-liso e
em sua extremidade foi rosqueado a válvula no conjunto e em sua extremidade, outra
luva foi colocada, lembrando que para uma melhor fixação foi usado a fita veda-rosca
entre as ligações (conforme figura 6).
Figura 6 - Fixar com durepox o adaptador ao cano.
Para fazer o cano de lançamento, foi colado um pedaço de cano de 20 mm na
luva e em sua outra extremidade foi colado o redutor de 25 mm para 20 mm com a parte
de 25 mm voltada para frente. Em seguida, o cano de 25 mm foi colado no redutor e foi
feito um corte em formato retangular em seu corpo para montagem do sistema de
recarregamento Bolt-Action.
Ao final, inseriu-se o cano de 20 mm dentro do cano de 25 mm previamente
colado no conjunto e suas pontas foram serradas para ficarem igualadas. Para finalizar,
foi feito um furo no cano de 20 mm na parte exposta pelo retângulo do cano de 25 mm
onde foi inserido o parafuso Bolt-Action. Com isso, tanto o sistema de recarga quanto o
lançador estavam finalizados e prontos para uso (conforme figura 7).
Figura 7 – Fixação dos canos.
Tornou-se necessário fixar o “gatilho” do lançador, que será representado
pela válvula, e ficou na parte superior, conforme figura 8.
Figura 8 – Fixando-se a válvula ao cano na parte superior.
Por último, fixar o cano que contém o bico na parte inferior do lançador e o
brinquedo está concluído (conforme figura 9).
Figura 9 – O brinquedo finalizado depois de realizar a última instrução.
.
4. Resultados
Na tabela 1 mostramos os resultados obtidos a partir de lançamentos de um
projétil com diferentes números de bombeadas; a bomba utilizada tinha um medidor de
PSI, os quais foram representados na tabela 1, assim como a distância percorrida em
cada teste. Os alcances foram medidos com o auxílio de uma trena.
Tabela 1: Valores de PSI e alcance(A).
PSI A1(cm) A2(cm) A3(cm) Média (cm)
5 347 352 343 (347 +/- 4)
7 512 550 524 (528 +/- 19)
8 628 622 635 (628 +/- 6)
9 1030 1026 1044 (1033 +/- 9)
0 1360 1348 1350 (1352 +/- 6)
11 1730 1719 1727 (1725 +/- 6)
5. Discussão
Com base nos estudos feitos sobre o lançamento dos projéteis e com relação
ao seu tempo, espaço percorrido e velocidade podem dizer que os dados obtidos foram
um tanto quanto satisfatórios. Pois apesar de ser um experimento no qual possuía atrito
do ar e fatores como o vento interferindo no lançamento, os resultados foram bem
parecidos um com o outro.
Mostrando assim que grande parte depende da velocidade em que o projétil
sai do lançador, podendo ser mais rápido ou mais devagar, tudo dependendo da
quantidade de pressão dentro do sistema como um todo. Onde quanto mais pressão
aplicada no projetil, com mais força ele sairá, assim, com mais velocidade e podendo
percorrer uma trajetória maior.
Deve-se deixar claro também que, por se tratar de um ambiente não perfeito,
quanto mais tempo o projétil passa viajando no ar, mais velocidade ele vai perdendo
devido a, como já dito anteriormente, fatores externos e ao atrito do ar.
Com isso, podemos concluir que com esse experimento, os alunos podem ter
um aprendizado melhor de como a pressão funciona e de como o lançamento obliquo
está presente no nosso dia-a-dia. Onde também é possível notar que, no mundo real,
diferente do que visto em exercícios de física, há outros fatores externos que podem
influenciar os resultados de nossas pesquisas e projetos.
6. Referências Bibliográficas
[1] - http://brasilescola.uol.com.br/fisica/lancamento-obliquo.htm
[2] - http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/hidrostatica/dp/
[3] - http://brasilescola.uol.com.br/fisica/pressao.htm
[4] - http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/EstaticaeHidrostatica/pressao.ph
[5] - http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/movobl.php
[6] - http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lancamento-obliquo.htm
[7] - http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/pressao-dos-gases.htm
[8] - http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/EstudodosGases/gases.php