trabalho mineracao. 01

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MINERAÇÃO

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trabalho em mineração

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1

MINERAOIpatinga, 2009SUMRIO

1- Introduo.................................................................................................2

2- Conceitos bsicos.....................................................................................43- Minerao no Brasil..................................................................................6

4- Ferro.........................................................................................................84.1.1- O minrio de ferro..........................................................................84.1.2- O carvo mineral............................................................................95- Degradao ambiental............................................................................105.1.1- Impactos ambientais da minerao..............................................106- Impactos ambientais da atividade de minerao....................................116.1- Tipo de extrao..............................................................................116.1.1- Extrao de carvo.......................................................................126.1.2- Minerao de ouro........................................................................126.1.3- Chumbo, Zinco e Prata.................................................................126.1.4- Agregados para construo civil...................................................126.1.5- Garimpo........................................................................................137- Conseqncias da minerao no meio ambiente...................................147.1.1- Degradao da paisagem.............................................................147.1.2- Rudos e vibraes.......................................................................147.1.3- Trafego de veculos......................................................................147.1.4- Poeira e gases..............................................................................147.1.5- Contaminao das guas.............................................................157.1.6- Rejeito de estril...........................................................................158- Recuperao de reas degradadas pelas minerao............................17

8.1.1- Medidas de recuperao e reabilitao........................................17

8.1.2- Estratgias de desativao...........................................................18

8.1.3- Procedimentos para desativao de mineradoras........................199- Concluso...............................................................................................2110- Referncias bibliogrficas......................................................................221 INTRODUOO progresso material, tcnico e cultural da civilizao estiveram sempre estreitamente ligado explorao dos recursos minerais, atividade exercida pelo homem desde a pr-histria, como testemunham as galerias e tneis encontrados por arquelogos em numerosos portos da Europa e que datam do perodo neoltico.

A minerao, representada pelos produtos por ela gerados, est presente no cotidiano da sociedade de forma relevante e praticamente indispensvel. O ser humano depende, por ano, de 400 a 500kg de insumos do reino animal e, de acordo com o nvel de desenvolvimento do pas onde vive, consome entre 2000 e 20000kg de insumos de origem mineral. Nos Estados Unidos, considerado um dos pases com melhor padro de vida, o consumo anual per capita de 4145kg de brita, 3890 kg de areia e cascalho, 363kg de cimento, 222kg de argila, 199,5kg de sal, 140,6kg de rocha fosftica, 485,3kg de outros minerais no metlicos, 546,6kg de ferro e ao, 24,9kg de alumnio, 10,4kg de cobre, 6,3kg de chumbo, 5,4kg de zinco, 6,3kg de mangans e 8,6kg de outros metais.

No Brasil, em menor escala, por conta de menor nvel de desenvolvimento, a minerao aparece de forma constante no dia a dia dos brasileiros. De simples artigos em vidro (areia) e cermica (argila) a insumos para computadores e satlites, assim como na fabricao de remdios.

Atuando como base de sustentao para a maioria dos segmentos industriais, a extrao mineral, hoje, desempenha papel fundamental na economia brasileira, no s como geradoras de empregos (cerca um milho de empregos diretos e indiretos) e impostos, como tambm representa fator determinante para o desenvolvimento de elevado nmero de cidades e microrregies.

A atividade de extrao em si responsvel por apenas 3% do Produto Interno Bruto brasileiro, porm, se considerarmos as etapas de transformao de bens minerais (fases onde o produto beneficiado para posterior aproveitamento industrial), esse valor sobe para aproximadamente 26%.

Como referncia do potencial mineral do Brasil, o pas possui: as maiores reservas mundiais de nibio, com 85% das jazidas existentes; a terceira maior reserva de cassiterita do mundo, com 12,2% das jazidas; a terceira maior reserva de bauxita, com 11,1% das jazidas; a quarta maior reserva de caulim, com 9,3% e a quinta maior reserva de minrio de ferro, com 8% do total.

Embora o Nordeste tenha sido pouco influenciado pela atividade mineral, o Estado da Bahia tem vrias cidades onde a minerao trouxe grandes contribuies para o desenvolvimento scio-econmico. Em Jaguarari, em plena zona da seca, as instalaes da Minerao Caraba foram determinantes para a alavancagem regional. O municpio de Teofilndia outro exemplo: as atividades de extrao de ouro, movimentadas pela Companhia Vale do Rio Doce, serviram como base para o desenvolvimento local. Ainda na Bahia, a cidade de Jacobina teve grande impulso a partir das operaes das minas da Minerao Morro Velho. No global, o setor de minerao baiano absorve cerca de 20 000 pessoas em empregos diretos.

Acrescenta-se ainda a existncia, tambm na Bahia, de razovel quantidade de projetos em fase de previabilidade e implantao ou a espera de melhores condies de mercado. Dentre estes podemos destacar: Vandio, em Maracs; Calcrio, em Jacobina; Ouro, em Rio do Pires; Fosfato e Titnio, em Campo Alegre de Lourdes; Zinco e Fosfato, em Irec; Gipsita, em Camamu; Urnio, em Lagoa Real; Caulim, em Alagoinhas e Prado; Ilmenita, Rutilo e Zirconita, em Valena; Rochas Ornamentais em diversas localidades.

Com relao s demais unidades da Federao, sem a incluso dos produtos energticos, a Bahia ocupa o sexto lugar no universo da minerao brasileira, sendo que a produo destes seis estados (MG, PA, SP, MT, GO e BA) representa 76% da produo mineral brasileira. Com a incluso dos produtos energticos, a Bahia passa a ocupar o quarto lugar; Rio de Janeiro, Minas Gerais e Par, nessa ordem, ocupam os trs primeiros lugares.2 - CONCEITOS BSICOSMinerao, atividade econmica tambm designada, num sentido mais amplo, como indstria extrativa mineral ou indstria de produtos minerais, se define na classificao internacional adotada pela Organizao das Naes Unidas (ONU) como a extrao, elaborao e beneficiamento de minerais que se encontram em estado natural slidos, como o carvo e outros; lquido, como o petrleo bruto; e gasoso, como o gs natural. Nessa acepo mais abrangente, inclui a explorao das minas subterrneas e a cu aberto, as pedreiras e os poos, com todas as atividades complementares para preparar e beneficiar minrios e outros minerais em bruto: triturao, lavagem, limpeza, classificao, granulao, fuso, destilao inicial e demais preparativos necessrios comercializao dos produtos sem alterar sua condio primria.

Alguns metais, como o ouro, a prata, o cobre e a platina encontram-se em estado puro. A maioria, porm, se apresenta em combinaes: xidos, carbonatos, sulfetos etc., quase sempre ainda misturados a substncias estreis, constituindo o que se chama ganga. De acordo com o tamanho, a forma, a profundidade e as caractersticas fsicas do minrio, as jazidas podem ser exploradas na superfcie (a cu aberto) ou por meio da lavra subterrnea.Os recursos minerais so bens esgotveis, no renovveis. Por esse fato, tendem a escassez medida que se desenvolve a sua explorao. A seguir, so dadas definies tcnicas para alguns termos utilizados na rea de minerao.

Beneficiamento ou tratamento: processamento da substncia mineral extrada, preparando-a com vistas sua utilizao industrial posterior.

Bota-fora: local para deposio do estril da mina e, s vezes, para o rejeito da usina de beneficiamento.

Capeamento: Camada estril que recobre a jazida mineral e que deve ser retirada para efeito de extrao do minrio na lavra a cu aberto.

Estril: termo usado em geologia econmica para as substncias minerais que no tm aproveitamento econmico.

Jazidas minerais: Massa individualizada de substncia mineral ou fssil, aflorando superfcie ou existente no interior da terra, em quantidades e teores que possibilitem seu aproveitamento em condies econmicas favorveis.

Mina: a jazida mineral em fase da lavra, abrangendo a prpria jazida e a instalao de extrao, beneficiamento e apoio.

Mineral: toda substncia natural formada por processos inorgnicos e que possui composio qumica definida.Minrio: mineral ou associao de minerais que pode, sob condies econmicas favorveis ser utilizado como matria prima para a extrao de um ou mais metais.

Rejeito: rochas ou minerais inaproveitveis presentes no minrio e que so separadas deste, total ou parcialmente, durante o beneficiamento.

3 MINERAO NO BRASILA Indstria Extrativa Mineral brasileira e bastante diversificada. H pelo menos 55 minerais sendo explorados atualmente no Brasil, cada qual com uma dinmica de mercado especifica, singular.A minerao brasileira teve, em 2006, mais um ano de timo desempenho. O efeito do forte crescimento da demanda mundial e do aumento dos preos internacionais de minrios seriam as principais variveis explicativas para a elevao de 8,2% da produo, quando comparado com o ano anterior. Nos ltimos cinco anos, obteve-se um crescimento mdio de 8,1%.No Brasil, havia 2.641 minas em 2006. Deste total, 130 minas eram de grande porte, 625 de mdio porte e 1.886 de pequeno porte, ou 71,4% do total. Operam na modalidade a cu aberto 2.597 minas, 41 subterrneas e 3 mistas. A esse conjunto diversificado de minas destacamse as de classe mundial de nibio em Arax (MG), minrio de ferro no Quadriltero Ferrfero (MG) e Carajs (PA), bauxita em Oriximina (PA), caulim em Barcarena e Ipixuna do Par (PA), grafita em Pedra Azul (MG) e magnesita em Brumado (BA).Do total das minas no Pais em 2006, 86,1% so de minerais destinados a cadeia produtiva da industria de construo civil (amianto, areias, argilas, calcrio, gipsita, rochas britadas e ornamentais). Destes, a areia esta representada por 745 minas, rochas britadas e cascalho com 654 e argilas por 462. Ao longo dos ltimos seis anos esses sete bens minerais vm preservando sua importncia no nmero total de minas.Distribuio percentual das minas de grande portesegundo as substncias minerais, 2006.

Distribuio percentual das minas de mdio portesegundo as substncias minerais, 2006.

Distribuio percentual das minas de pequeno portesegundo as substncias minerais, 2006.

4 FERRO

O ferro um dos elementos mais abundantes da superfcie de nosso planeta. encontrado em quantidade inferior apenas ao oxignio, ao silcio e ao alumnio. Porm, entre esses quatro elementos mais abundantes da Terra, o ferro o que possui maior importncia nas aplicaes industriais e maior ndice de produo.

O ferro tambm possui a particularidade de ser o metal pesado geralmente mais barato, apesar de algumas de suas raras ligas serem mais caras que o prprio ouro.

Quando quimicamente puro, o ferro no utilizado nas atividades industriais, por ser muito flexvel e apresentar oxidao com extrema facilidade. O ferro empregado nas indstrias sempre em liga com outros elementos, principalmente com o carbono, cuja composio nas ligas de ferro varia de 0, 0008% a 6,4%.

As ligas de ferro e carbono, comumente chamadas de minrio de ferro, so de grande importncia nas atividades das indstrias, sendo muito empregadas na metalurgia.3.1.1- O minrio de ferroAs minas fornecedoras de minrio de ferro so de dois tipos: (a cu aberto) e (em galeria). As minas a cu aberto exploradas com mais facilidade, pois possibilitam o emprego de grandes mquinas escavadoras, que diminuem o custo de explorao e favorecem maior rendimento ao trabalho.

J a explorao das minas de galeria exige o emprego de tcnicas especiais de operao, alm da construo de caras instalaes auxiliares para a extrao, como sustentao de arcada dos tneis, elevadores e sistemas de iluminao artificial e ventilao. No Brasil, que possui a sexta maior reserva de minrio de ferro do mundo, a maioria das jazidas a cu aberto.O ferro extrado das minas e levado para as siderrgicas, onde recebe o primeiro tratamento industrial. Nas minas em galeria, o material extrado transportado das regies subterrneas at a superfcie por meio de pequenos vages que correm por estreitos trilhos, ou atravs de correias transportadoras, que so um tipo de esteira que corre levando o ferro at o exterior da mina.

Para que o ferro extrado da mina tenha melhor aproveitamento possvel, necessrio que os pedaos de minrio bruto sejam, no mximo, pouco maiores que o tamanho de um punho fechado. Sendo assim, o minrio fragmentado em um britador e depois classificado de acordo como tamanho dos pedaos.

Os maiores so fragmentados outra vez, a fim de ficarem do tamanho padro desejado. J os menores, que impediriam a circulao do ar e dos gases nos fornos, so unidos termicamente formando aglomerados do tamanho ideal para a utilizao nos fornos.

Antes de ser levado ao alto-forno, o minrio de ferro aquecido a seco, no processo conhecido como calcinao, para que sejam eliminadas algumas substncias que dificultam o processamento siderrgico e contaminam o produto final. Tais substncias so o enxofre, o arsnio, a gua e o anidrido carbnico. Depois da calcinao, o minrio de ferro est pronto para ser levado ao forno da siderrgica.

No forno, para derreter o minrio de ferro, utilizado carvo mineral que, por ser barato e abundante, um dos combustveis fsseis mais utilizados em nosso Planeta, junto com o petrleo e o gs natural, cujas queimas so as maiores responsveis pelo aquecimento global e pela liberao de gases poluentes na atmosfera.

3.1.2- O carvo mineralO carvo mineral o resultado da lenta decomposio de animais e plantas durante milhares de anos, e encontrado nas cores preta ou marrom, sendo extrado do subsolo por meio de processos de minerao.Antes de ser usado para aquecer os fornos das siderrgicas, o carvo mineral deve ser tratado para perder algumas impurezas como o enxofre, e ganhar resistncia para enfrentar as presses elevadas do processo de derretimento do minrio de ferro sem se romper.O carvo deve suportar o peso do minrio que colocado sobre ele, alm de fornecer o calor e os gases necessrios ao derretimento do ferro. Dessa forma, o carvo mineral garante a passagem dos gases e do ar, imprescindveis combusto no alto-forno. Depois de derretido, o ferro poder ser empregado na produo do ao e dos mais variados elementos que origina no meio industrial.

5 DEGRADAO AMBIENTAL 5.1.1. Impactos Ambientais da Minerao A minerao a cu aberto causa destruio completa da rea da jazida, e das reas usadas para depsito de estril e bacias de rejeito. Esses impactos provocam alteraes sobre a gua, o ar, o solo, o subsolo e a paisagem como um todo, desequilibrando processos dinmicos ambientais, os quais so sentidos por toda populao, pois as terras alteradas estaro modificadas para sempre. O impacto ambiental causado pela minerao pode ser tanto intenso, quanto extenso. Quanto intensidade, o impacto da minerao de argila depende de diversos fatores, dos quais se pode destacar a topografia original, o volume total de material extrado, o mtodo de lavra, a caracterstica do material extrado e a relao quantidade de minrio-rejeito-estril.

Quanto extenso, destaca-se a eroso de material superficial pela chuva, que acaba poluindo recursos hdricos, refletindo em toda a bacia na qual a mina est inserida. Os prejuzos no so somente dos proprietrios, pois os impactos se estendem por todo ambiente circunvizinho.No processo de minerao, os impactos diretos alteram caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas do ambiente. O resultado um forte impacto visual, em funo da morte das comunidades de espcies vegetais e animais, alterao no relevo pela modificao da topografia, desestruturao do solo, eroso, assoreamento do sistema de drenagem, perda de matria orgnica, maior incidncia de raios solares e maiores amplitudes trmicas. Comumente podem ser verificadas condies muito favorveis para a formao de camadas compactadas no solo (substrato) que depende de maior ou menor grau das caractersticas do substrato, principalmente em decorrncia do intenso movimento de mquinas.

Dentre os impactos indiretos, incluem-se mudanas na ciclagem de nutrientes, biomassa total, diversidade de espcies, instabilidade do ecossistema, alterao no nvel do lenol fretico e na disponibilidade de gua superficial. As alteraes na topografia podem causar mudanas de direo de fluxos das guas de escoamento superficial, fazendo com que reas que antes estavam em domnio da ao erosiva tornem-se reas de domnio de deposio e vice-versa. No caso da minerao de argila, lagoas de decantao podem desempenhar bem o papel na sedimentao de material particulado, sendo necessrio fazer manuteno regular para evitar o seu rompimento. Tambm pode ocorrer contaminao qumica do solo por vazamento e derramamento de leos e graxas das mquinas que operam no local, ficando a utilizao da rea comprometida para as futuras geraes. 6- IMPACTOS AMBIENTAIS DA ATIVIDADE DE MINERAOAssim como toda explorao de recurso natural, a atividade de minerao provoca impactos no meio ambiente seja no que diz respeito explorao de reas naturais ou mesmo na gerao de resduos.

Os principais problemas oriundos da minerao podem ser englobados em cinco categorias: poluio da gua, poluio do ar, poluio sonora, subsidncia do terreno, incndios causados pelo carvo e rejeitos radioativos.

A seguir, sero relatadas algumas atividades de explorao mineral onde so abordados os impactos ambientais gerados durante o processo de explorao e disposio de seus resduos.

6.1. Tipos de extrao mineral

A figura a seguir demonstra as principais provncias mineiras do Brasil.

Principais provncias minerais do Brasil. 6.1.1. Extrao de Carvo

No caso da minerao de carvo, a cu aberto, que geralmente abrange grandes reas, pode ocorrer poluio nas guas e no ar e por isso, requer um sistema rgido de recuperao da rea depois de minerada.

Na regio carbonfera de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul (Figura 1 reas 1, 4 e 5), a poluio hdrica causada pela drenagem cida provavelmente o impacto mais significativo das operaes de minerao e beneficiamento do carvo mineral. Essa poluio decorre da infiltrao da gua de chuva sobre dos rejeitos gerados nas atividades de lavra e beneficiamento, que alcanam os corpos hdricos superficiais e/ou subterrneos. Essas guas adquirem baixos valores de pH (< 3), altos valores de ferro total, sulfato total e vrios outros elementos txicos que impedem a sua utilizao para qualquer uso e destroem a flora e a fauna aqutica (IBAMA, 2006)6.1.2. Minerao de Ouro

Na provncia aurfera do Quadriltero Ferrfero em Minas Gerais, (Figura 1 Principais provncias minerais do Brasil., rea 40), a presena do elemento txico arsnio merece destaque no que se refere aos efeitos da minerao no meio ambiente. Em Nova Lima e Passagem de Mariana, funcionaram, por vrias dcadas, fbricas de xido de arsnio, aproveitado como subproduto do minrio.Os rejeitos de minrio ricos em arsnio foram estocados s margens de riachos ou lanados diretamente nas drenagens, provocando grande comprometimento ambiental do solo e gua.

6.1.3. Chumbo, Zinco e Prata

As minas de chumbo, zinco e prata do Vale da Ribeira (Figura 1 - rea 42) estiveram ativas durante longo perodo do sculo XX, especialmente nas dcadas de 70 e 80. Os materiais resultantes dos processos de metalurgia e refino do minrio de chumbo foram estocados nas margens do rio Ribeira. As ltimas minas e a refinaria encerraram suas atividades em novembro de 1995.

Foram realizados estudos na populao infantil, nos municpios de Adrianpolis e Cerro Azul no Paran e, Ribeira e Iporanga em So Paulo, envolvendo anlises de chumbo total em sangue e arsnio em urina. As concentraes de chumbo no sangue foram superiores aos limites aceitos pelo Centers for Disease Control - CDC (1991).6.1.4. Agregados para Construo Civil

Os bens minerais (areia, argila e brita) de emprego direto na construo civil, por sua importncia para os setores de habitao, saneamento e transportes, so considerados como bens minerais de uso social.

A produo desses minerais, por fatores mercadolgicos, impe sua atuao prxima dos centros consumidores, caracterizando-se como uma atividade tpica das regies metropolitanas e urbanas.

Os ndices ambientais provocados so grandes e descontrolados, degradando ambientes de delicado equilbrio ecolgico (dunas e manguezais), alterando canais naturais de rios e os aspectos paisagsticos. No geral as cavas so utilizadas como bota-fora da construo civil e at mesmo como lixes.

6.1.5. Garimpos

A garimpagem provoca impactos ambientais comuns a todas as reas submetidas a esse tipo de extrao rudimentar e predatria, principalmente a contaminao dos recursos hdricos.No Brasil existem diversas reas, localizadas nos estados de Minas Gerais e Bahia, que historicamente possuem atividades garimpeira (Figura 1).

Os principais impactos ambientais decorrentes dessa atividade esto relacionados a seguir:

a) desmatamentos e queimadas;

b) alterao nos aspectos qualitativos e no regime hidrolgico dos cursos de gua;

c) queima de mercrio metlico ao ar livre;

d) desencadeamento dos processos erosivos;

e) turbidez das guas;

f) mortalidade da ictiofauna;

g) fuga de animais silvestres;

h) poluio qumica provocada pelo mercrio metlico na biosfera e na atmosfera (IPT, 1992).7- CONSEQUNCIAS DA MINERAO NO MEIO AMBIENTE7.1.1.- Degradao da Paisagem

O principal e mais caracterstico impacto causado pela atividade minerria o que se refere degradao visual da paisagem. No se pode, porm, aceitar que tais mudanas e prejuzos sejam impostos sociedade, da mesma forma que no se pode impedir a atuao da minerao, uma vez que ela exigida por essa mesma sociedade.7.1.2. Rudos e Vibrao

O desmonte de material consolidado (macios rochosos e terrosos muito compactados) feito atravs de explosivos, resultando, em conseqncia, rudos quase sempre prejudiciais tranqilidade pblica. Para minimizar estes impactos podem ser adotadas certas medidas:

- orientao da frente de lavra;

- controle da detonao.

A onda de choque gerada por explosivos apresenta comportamentos distintos, de acordo com a distncia e o tipo de material. Um mtodo para suavizar os impactos causados pela detonao consiste em provocar uma descontinuidade fsica no macio rochoso.

Para evitar rudos decorrentes dos equipamentos de beneficiamento, deve-se aproveitar ao mximo os obstculos naturais ou ento criar barreiras artificiais, colocando o estoque de material beneficiado ou a ser tratado entre as instalaes e as zonas a proteger.

7.1.3. Trfego de Veculos

O trfego intenso de veculos pesados, carregados de minrio, causa uma srie de transtornos comunidade, especialmente naquela situao mais prxima s reas de minerao, como: poeira, emisso de rudos, freqente deteriorao do sistema virio da regio.

7.1.4. Poeira e Gases

Um dos maiores transtornos sofridos pelos habitantes prximos e/ou os que trabalham diretamente em minerao, relaciona-se com a poeira. Esta pode ter origem tanto nos trabalhos de perfurao da rocha como nas etapas de beneficiamento e de transporte da produo.

Estes resduos podem ser solveis, ou particulares que ficam em suspenso como lama e poeira. A contribuio da minerao para a poluio do ar principalmente uma poluio por poeira. A poluio por gases a partir da minerao pouco significativa, e em geral de restringe emisso dos motores das mquinas e veculos usados na lavra e beneficiamento do minrio.

7.1.5. Contaminao das guas

Quanto poluio das guas provocada pela minerao, a maior parte das mineraes no Brasil provoca poluio por lama. A poluio por compostos qumicos solveis, tambm existe e pode ser localmente grave, mas mais restrita. O controle no caso de lama termicamente simples, mas pode requerer investimentos considerveis.

As mineraes de ferro, de calcrio, de granito de areia e argila, da bauxita, de mangans, de cassiterita, de diamante e vrias outras, provocam em geral poluio das guas apenas por lama.

O controle tem que ser feito atravs de barragens para conteno e sedimentao destas lamas. As barragens so muitas vezes os investimentos mais pesados em controle ambiental realizado pelas empresas de minerao. Por outro lado, estas barragens servem tambm para recirculao de gua e podem no ser considerados investimentos exclusivos de controle ambiental. Alm da poluio por lama, muitas mineraes provocam poluio de natureza qumica, por efluentes que se dissolvem na gua usada no tratamento do minrio ou na gua que passa pela rea de minerao.As mineraes de ouro podem apresentar problemas mais complexos de contaminao das guas, por usarem cianetos altamente txicos no tratamento do minrio.

Alm disso, muitos minrios de ouro so rica em arsnio pirita e provocam contaminao por arsnico. Pode-se dizer com segurana que o problema ambiental mais srio provocado pela minerao no Brasil, a contaminao por lama e por mercrio de rios da Amaznia, causada pelos garimpos de ouro. Como os "garimpeiros" usam uma tecnologia rudimentar, o controle ambiental difcil e a contaminao s no muito mais grave porque os rios da Amaznia so muito volumosos e a rea ainda pouco povoada.

7.1.6. Rejeito e Estril

A disposio final de rejeitos no constitui problema mais srio, quando destinados aos trabalhos de recuperao das reas. Entretanto, durante a fase da lavra devem ser observados cuidados especiais para que estes no sejam lanados no sistema de drenagem.

Quando esses depsitos ficam muito volumosos, tornam-se, por si mesmos, instveis e sujeitos a escorregamentos localizados. No perodo de chuvas, devem ser removidos e transportados continuamente at as regies mais baixas e, em muitos casos, para cursos de gua. A repetio contnua do processo provoca o transporte considervel desse material, ocasionando gradativamente o assoreamento dos cursos de gua. Alm do volume provindo do material estril, devem ser consideradas as quantidades advindas da rea das prprias jazidas e o material produzido pela decomposio das rochas e eroso do solo.

O problema pode ser minimizado atravs do adequado armazenamento do material estril e sua posterior utilizao para reaterro de reas j mineradas e de tanques de decantao que retenham os sedimentos finos na prpria rea, preservando a hidrografia.

8 RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS PELA MINERAOGeralmente a necessidade de recuperao de uma rea minerada est diretamente relacionada desativao, total ou parcial, de um empreendimento mineiro. As principais razes para essa desativao podem ser:

1. Exausto: pode estar relacionada aos custos de produo e sua ligao negativa com o lucro obtido pela venda do minrio e/ou concentrado;

2. Obsolescncia: relao com perda de competitividade e/ou por falta de investimentos em pesquisa mineral;

3. Mercado: flutuao de preos, negativa ao investimento, que pode ocasionar o fechamento temporrio;

4. Impactos ambientais: ligado a fatores de ordem ambiental e relaes com as comunidades prximas aos empreendimentos

8.1.1- Medidas de Recuperao e Reabilitao Ambiental

As medidas de recuperao visam corrigir impactos ambientais negativos, verificados em determinada atividade mineira, e exigem solues especiais adaptadas s condies j estabelecidas. Essas solues, geralmente utilizadas em minerao, respaldam-se em observaes de campo e literatura tcnica e no raramente envolvem aspectos do meio fsico.

As principais reas de um empreendimento mineiro onde medidas de recuperao podem ser aplicadas so:

a.) reas lavradas.

Algumas das medidas usualmente empregadas so: retaludamento, revegetao (com espcies arbreas nas bermas e herbceas nos taludes) e instalao de sistemas de drenagem (com canaletas de p de talude, alm de murundus - morrotes feitos manualmente) na crista dos taludes) em frentes de lavra desativadas. A camada de solo superficial orgnico pode ser retirada, estocada e reutilizada para as superfcies lavradas ou de depsitos de estreis e/ou rejeitos. A camada de solo de alterao pode ser retirada, estocada e reutilizada na construo de diques, aterros, murundus ou leiras de isolamento e barragens de terra, remodelamento de superfcies topogrficas e paisagens, conteno ou reteno de blocos rochosos instveis, redimensionamento de cargas de detonao em rochas e outras.b.) reas de disposio de resduos slidos.

As medidas usualmente empregadas so: revegetao dos taludes de barragens (neste caso somente com herbceas) e depsitos de estreis ou rejeitos, redimensionamento e reforo de barragens de rejeito (com a compactao e sistemas de drenagens no topo);instalao, jusante do sistema de drenagem da rea, de caixas de sedimentao e/ou novas bacias de decantao de rejeitos; redimensionamento ou construo de extravazores ou vertedouros em barragens de rejeito; tratamento de efluentes (por exemplo: lquidos ou slidos em suspenso) das bacias de decantao de rejeitos; tratamento de guas lixiviadas em pilhas de rejeitos ou estreis; tratamento de guas subterrneas contaminadas.c.) reas de infra-estrutura e circunvizinhas. Algumas medidas possveis so: captao e desvio de guas pluviais; captao e reutilizao das guas utilizadas no processo produtivo, com sistemas adicionais de proteo dos cursos de gua naturais por meio de canaletas, valetas, murundus ou leiras de isolamento; coleta (filtros, caixas de brita, etc.) e tratamento de resduos (esgotos, leos, graxas) dragagem de sedimentos em depsitos de assoreamento; implantao de barreiras vegetais; execuo de reparos em reas circunvizinhas afetadas pelas atividades de minerao, entre outras.

8.1.2- Estratgias de desativao

As estratgias de desativao de uma minerao so classificadas em:

a) Estratgia corretiva: visa remediar um problema aps sua identificao e diagnstico. um reconhecimento do problema, caracterizando ou formulando o mesmo em termos claros e compreensveis, pelos interessados. Ao planejada e sistematizada prevendo intervenes necessrias para identificar os locais potencialmente poludos antes que sejam descobertos pela populao ou causem danos ambientais significativos.

b) Estratgia preventiva objetiva: eliminar passivos ambientais quando da desativao de um empreendimento industrial; evitar que problemas, como a contaminao de solos e de aqferos se repitam quando do encerramento das atividades atualmente existentes. Apesar do acmulo de passivos durante a vida til da mina, estes devem ser reduzidos ou eliminados quando da desativao do empreendimento. Essa estratgia depende de um plano de desativao, um plano de recuperao de reas degradadas e descomissionamento das instalaes com as respectivas estimativas de custos.

c) Estratgia proativa: evita a acumulao de passivos ambientais durante a operao da mina e minimiza os impactos durante o ciclo de vida desta. Prev a utilizao temporria do solo pensando em novos usos para ele. Considera o planejamento do fechamento e cria a concepo de ciclo de vida de um empreendimento o qual comea na concepo do empreendimento - Avaliao do Impacto Ambiental - aliado a programas de gesto ambiental. Planeja medidas gestoras durante a fase de operao e medidas que devero ser tomadas quando da desativao. Tambm planeja a desativao no perodo que antecede a fase de implantao e os revisa periodicamente ou a cada vez que o empreendimento modificado ou ampliado.

8.1.3- Procedimentos para desativao de mineradoras

Esses procedimentos visam caracterizar a situao em que se encontra o empreendimento mineiro assim como definir o melhor caminho para a desativao deste, considerando a necessidade de medidas de recuperao ambiental e monitoramento. De forma genrica, esses procedimentos podem ser classificados da seguinte forma:

a) Objetivos da reutilizao da rea minerada: estudos de viabilidade econmica e ambiental.

b) Caracterizao preliminar do stio minerado: localizao dos stios com problemas potenciais e verificao do entorno do stio minerado para detectar potenciais fontes externas de poluio.

c) Caracterizao detalhada do stio minerado: objetiva caracterizar os tipos, quantidades de resduos e eventuais contaminaes presentes. Inventariar instalaes, equipamentos e resduos. Investigar solos e guas e estabelecer quantitativos para estimativas dos custos de recuperao ambiental.

d) Plano de desmontagem e recuperao ambiental: desmontar sistemas eltricos e hidrulicos; instalar sistemas mecnicos; remover resduos slidos; desmontar ou demolir edificaes, preencher escavaes; aterrar; nivelar e terraplenar e triar resduos.

e) Obteno de aprovao legal e consulta pblica: licena e autorizao governamental. Consulta pblica caso as obras causem impactos negativos s comunidades circunvizinhas.

f) Licitao e contratao trabalho realizado por terceiros: contrato escrito com a inteno de responsabilizar empreiteiras no caso de no cumprimento do plano de desmontagem e recuperao ambiental.

g) Execuo, acompanhamento e fiscalizao: manter estrito controle das atividades durante as fases de desmontagem e recuperao ambiental.

h) Ensaios comprobatrios: anlise de guas e solos para comprovao de descontaminao. Manuteno de adequado monitoramento.

i) Relatrio final e documentao: relato dos trabalhos executados e histrico do uso da rea.

9 CONCLUSO

Sabe-se que a minerao foi historicamente relevante como fator de atrao de contingentes populacionais para a ocupao do interior do territrio brasileiro e, ainda hoje, e um vetor importante para o desenvolvimento regional. Dada a rigidez locacional que a caracteriza, pois (no se pode mudar o lugar que a natureza escolheu para as jazidas), seu impacto econmico cresce na medida em que so identificadas minas em regies de baixa densidade demogrfica, com atividades produtivas pouco diversificadas.A poluio visual o primeiro efeito visvel da minerao ao meio ambiente. Grandes numerosos casos, impedindo a posterior utilizao. Em alguns casos (grandes jazidas), a reconstituio da paisagem tal qual era antes da extrao difcil. Porm, atravs de conduo adequada das operaes de lavra e de um projeto de recuperao, que leve em conta o destino a ser dada rea futuramente, a degradao ambiental pode ser reduzida e at eliminada. Sendo assim, os cuidados para a recuperao das reas mineradas vo desde a concepo do plano de lavra at a implantao do projeto de revegetao, realizada concomitantemente explorao da mina. Por outro lado, com o conceito cada vez mais forte de desenvolvimento sustentvel, faz-se necessrio um programa eficiente de disposio de resduos gerados por parte da minerao, pois de uma forma geral, precisa-se fazer uso dos bens minerais no momento, porm, precisamos proporcionar um meio ambiente adequado para as futuras geraes que esto por vir.10 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS-Disponvel emhttp://intranet/monografias/mineracao/ -Disponvel em

Manual de recuperao de reas degradadas do estado de So Paulo

-Disponvel em

Avaliao da recuperao de reas degradadas na regio metropolitana de So Paulo

-Disponvel emhttp://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/estudos_ambientais-Disponvel em

http://www.caetemh.com/caete/morro-do-brumado-serra-da-piedade-propostas-de-recuperacao-ambiental/-Disponvel em

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http://orebate-cassioribeiro.blogspot.com/2008/07/o-ao-da-mina-ao-alto-forno.html-Disponivel emhttp://www.dnpm.gov.br/