transtorno de personalidade esquizoide - psicoastro

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Perturbação Esquizoide da Personalidade Continuando com as perturbações do grupo A, vamos agora abordar a Perturbação Esquizoide da Personalidade. Há, como característica essencial nesta perturbação, um padrão persistente de distanciamento das relações sociais e uma restrita expressividade emocional em situações interpessoais. Este padrão surge, em regra, aliás como em todas as perturbações da personalidade, no início da idade adulta e está presente em várias situações. São geralmente pessoas que aparentam não desejar a intimidade parecendo indiferentes a todas as oportunidades para desenvolver relações de proximidade, não parecendo ter, inclusivamente, grande satisfação em fazer parte de uma família ou grupo social. Preferem passar o tempo consigo próprias, aparentando muitas vezes estar isoladas socialmente ou “sozinhas” escolhendo atividades solitárias ou divertimentos que não envolvam os outros. Preferem objetivos mecânicos ou abstratos, tais como computadores ou jogos matemáticos. O interesse em ter experiências sexuais é pouco ou nenhum, não obtendo grande prazer nessas atividades. Têm pouco prazer nas experiências sensoriais, corporais ou interpessoais, como por exemplo: caminhar na praia, ou fazer amor. São pessoas que não têm amigos ou confidentes, exceto talvez um familiar em primeiro grau. São alheias à aprovação ou crítica dos outros, não ficando aborrecidas com o que eventualmente possam pensar delas. Não prestam atenção às normais subtilezas da interação social e, em regra, não respondem apropriadamente às questões sociais, parecendo ineptas socialmente ou superficiais e egoístas. Apresentam usualmente uma máscara exterior sem reação emocional visível e raramente trocam gestos ou expressões mímicas, como por exemplo: sorrisos ou cumprimentos. Segundo relatam estas pessoas raramente vivenciam experiências emocionais intensas e a expressão da raiva ou alegria é quase nula. Nas raras circunstâncias em que estas pessoas se encontram pelo menos temporariamente confiantes em se revelarem, podem tomar consciência de possuírem sentimentos dolorosos, particularmente relacionados com as interações sociais. Tal como na perturbação paranoide da personalidade, esta perturbação pode ser desde logo aparente na infância ou na adolescência com solidão, relacionamento pobre, mau aproveitamento escolar, que marcam estas pessoas como diferentes e as transformam em motivo de troça. Esta perturbação é ligeiramente mais frequente nos homens e pode ter uma prevalência aumentada nos familiares de pessoas com Esquizofrenia ou Perturbação Esquizotópica da Personalidade de que falaremos em seguida. http://www.psicoastro.com/palestras/b-perturbacao-esquizoide-da-personalidade

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Estudando Personalidades

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Perturbação Esquizoide da Personalidade

Continuando com as perturbações do grupo A, vamos agora abordar a Perturbação Esquizoide da Personalidade. Há, como

característica essencial nesta perturbação, um padrão persistente de distanciamento das relações sociais e uma restrita

expressividade emocional em situações interpessoais. Este padrão surge, em regra, aliás como em todas as perturbações da

personalidade, no início da idade adulta e está presente em várias situações.

São geralmente pessoas que aparentam não desejar a intimidade parecendo indiferentes a todas as oportunidades para

desenvolver relações de proximidade, não parecendo ter, inclusivamente, grande satisfação em fazer parte de uma família ou

grupo social.

Preferem passar o tempo consigo próprias, aparentando muitas vezes estar isoladas socialmente ou “sozinhas” escolhendo

atividades solitárias ou divertimentos que não envolvam os outros. Preferem objetivos mecânicos ou abstratos, tais como

computadores ou jogos matemáticos.

O interesse em ter experiências sexuais é pouco ou nenhum, não obtendo grande prazer nessas atividades. Têm pouco prazer

nas experiências sensoriais, corporais ou interpessoais, como por exemplo: caminhar na praia, ou fazer amor. São pessoas que

não têm amigos ou confidentes, exceto talvez um familiar em primeiro grau.

São alheias à aprovação ou crítica dos outros, não ficando aborrecidas com o que eventualmente possam pensar delas. Não

prestam atenção às normais subtilezas da interação social e, em regra, não respondem apropriadamente às questões sociais,

parecendo ineptas socialmente ou superficiais e egoístas.

Apresentam usualmente uma máscara exterior sem reação emocional visível e raramente trocam gestos ou expressões mímicas,

como por exemplo: sorrisos ou cumprimentos.

Segundo relatam estas pessoas raramente vivenciam experiências emocionais intensas e a expressão da raiva ou alegria é quase

nula. Nas raras circunstâncias em que estas pessoas se encontram pelo menos temporariamente confiantes em se revelarem,

podem tomar consciência de possuírem sentimentos dolorosos, particularmente relacionados com as interações sociais.

Tal como na perturbação paranoide da personalidade, esta perturbação pode ser desde logo aparente na infância ou na

adolescência com solidão, relacionamento pobre, mau aproveitamento escolar, que marcam estas pessoas como diferentes e as

transformam em motivo de troça.

Esta perturbação é ligeiramente mais frequente nos homens e pode ter uma prevalência aumentada nos familiares de pessoas

com Esquizofrenia ou Perturbação Esquizotópica da Personalidade de que falaremos em seguida.

http://www.psicoastro.com/palestras/b-perturbacao-esquizoide-da-personalidade