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DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno VI n 158 Disponibilizao: quinta-feira, 14 de julho de 2011 Porto Alegre/RS
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO
PUBLICAES JUDICIAIS
SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEESTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO
Expediente SPLE Nro 101/2011Secretaria do Plenrio Judicial
AUTOS COM DESPACHOINQURITO POLICIAL N 0003321-11.2011.404.0000/PR
RELATOR : Des. Federal LCIO PINHEIRO DE CASTRO
AUTOR : MINISTRIO PBLICO FEDERAL
INDICIADO : VALENTIN DARCIN
DECISO
Cuida-se de procedimento instaurado com a finalidade de apurar a possvel prtica do delito tipificado no artigo 203 do Cdigo
Penal pelo Prefeito do Municpio de Manoel Ribas situado no Estado do Paran. (fl. 04-5)
Consoante se noticia, o indiciado na condio de Prefeito, teria, supostamente, mediante fraude, frustrado direitos trabalhistas de
diversos trabalhadores contratados pela municipalidade por meio de convnio realizado com entidade de assistncia social.
De acordo com denncia de vereadores, bem como de duas pessoas que trabalharam para a prefeitura de Manoel Ribas VALENTIN
DARCIN, agia de forma irregular contratando trabalhadores e pagando-os em vale-compras que s poderiam ser descontados em
dois mercados, de propriedade da famlia. (Relatrio - fl. 120-3).
Igualmente foi requerida apurao criminal e cvel do prefeito no tocante contratao irregular de trabalhador que, estando em
coma, um dia antes de seu falecimento, foi nomeado para ocupar cargo em comisso, possibilitando aos seus familiares benefcios
trabalhistas e previdencirios. Alm de tais irregularidades, restou consignado que a Prefeitura Municipal, por conta de servios
prestados, efetuou 05 (cinco) pagamentos no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) cada a pessoa j falecida.
O caderno apuratrio foi recebido e registrado nesta Corte em 02 de maro de 2011, oportunidade em que, de acordo com o disposto
no artigo 2, 2, da Resoluo 63 do Conselho da Justia Federal, foi remetido ao Ministrio Pblico Federal para as providncias
legais.
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Aps outras diligncias, sobreveio relatrio exarado pelo Delegado da Polcia Federal de Guarapuava (fls.122-5). A seguir, o
presente procedimento foi encaminhado novamente ao Ministrio Pblico Federal.
s fls. 125-7, o Procurador Regional da Repblica, Jos Ricardo Lira Soares, manifestando-se no feito, pugna pela declinao da
competncia deste apuratrio para o Tribunal de Justia do Estado do Paran.
Em face de terem sido a mim distribudos, vieram os autos conclusos. Passo, portanto, a decidir.
Com efeito. O ilustre Procurador Regional da Repblica em sua promoo s fls.125-7, manifestou-se nos seguintes termos:
Do exame dos autos, no se verifica a prtica de crimes em detrimento de bens, servios ou interesse da Unio ou de suas entidades
autrquicas ou empresas pblicas - art. 109, inciso IV, da Constituio Federal - CF.
Apesar dos fortes indcios de irregularidades nas contrataes e pagamentos realizados pela Prefeitura de Manoel Ribas, no se
verificou o emprego de verbas oriundas da Unio.
Eventuais delitos decorrente da irregular aplicao de verbas pblicas, acaso ocorrentes, atingiram unicamente valores integrantes
do errio municipal, pelo que falece competncia da Justia Federal para process-lo.
Por-se-ia cogitar da incidncia do art. 109, inciso VI da CF que atribui Justia Federal a competncia para processar e julgar os
crimes contra a organizao do trabalho.
Conquanto a conduta ora investigada tipifique, em tese, o delito previsto no artigo 203 - frustrao de direito assegurado por lei
trabalhista - a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia consolidou entendimento de que apenas nas condutas atentatrias
aos direitos dos trabalhadores considerados coletivamente se firma a competncia federal. (...).
No caso dos autos, foram afetados direitos individuais das pessoas contratadas pela prefeitura de Manoel Ribas, que foram
remuneradas por seus servios com vale-compras e no em dinheiro, consoante exige a legislao trabalhista.
No se vislumbrou leso ao sistema de rgos e instituies destinado a preservar os direitos trabalhistas coletivamente
considerados, nem a esse direito, pelo que se verifica que os fatos narrados no atraem a competncia da Justia Federal (...)
Tenho que lhe assiste razo. Dispe o artigo 109, VI da Constituio Federal:
Aos juzes federais compete processar e julgar: (...) VI - os crimes contra a organizao do trabalho e, nos casos determinados porlei, contra o sistema financeiro e a ordem econmico-financeira.
A jurisprudncia ptria pacificou o entendimento que delitos desse jaez, perpetrados contra a Organizao do Trabalho, somente
competem Justia Federal - dando vazo ao preceito constitucional acima transcrito - quando ofendem o sistema de rgos e
institutos destinados a preservar, coletivamente, os direitos e deveres dos trabalhadores. Confira-se, a propsito, alguns arestos do
Superior Tribunal de Justia:
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. ART. 203, DO ESTATUTO REPRESSIVO. FRUSTRAO DE DIREITOS
TRABALHISTAS. INEXISTNCIA DE OFENSA ORGANIZAO GERAL DO TRABALHO OU A DIREITOS DOS
TRABALHADORES CONSIDERADOS COLETIVAMENTE. COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL. 1. Compete Justia
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Federal processar e julgar os crimes cometidos contra a organizao do trabalho, quando forem violados direitos dos
trabalhadores considerados coletivamente. 2. Considerando-se que, in casu, o delito do art. 203 do Cdigo Penal foi, em tese,perpetrado em detrimento de apenas um trabalhador, compete Justia Estadual processar e julgar o feito. Precedentes do STJ.3. Conflito conhecido para declarar competente o Juzo de Direito do Foro Distrital de Aruj - SP, o suscitado. (Terceira Seo, CC
108867/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, public. no DJe de 19.04.2010).
PROCESSO PENAL. CONFLITO DE COMPETNCIA. AGRAVO REGIMENTAL. CRIME CONTRA A ORGANIZAO DO
TRABALHO. SUPRESSO DE DIREITOS TRABALHISTAS INDIVIDUALMENTE CONSIDERADOS. COMPETNCIA DA
JUSTIA ESTADUAL. AGRAVO IMPROVIDO. 1. "Compete Justia Federal processar e julgar os crimes contra a organizao
do trabalho, quando tenham por objeto a organizao geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores considerados coletivamente"
(Smula 115/TFR). 2. Havendo a imputao do crime previsto no art. 203 do Cdigo Penal em detrimento de alguns empregados,impe-se a competncia da Justia Estadual. 3. Agravo regimental improvido. (Terceira Seo, AgRg no CC 62750/SP, Rel.Ministro Arnaldo Esteves Lima, public. no DJe de 05.05.2008).
CONFLITO DE COMPETNCIA. DELITO PREVISTO NO ART. 203 DO CDIGO PENAL PRATICADO EM DETRIMENTO DE
ALGUNS EX-EMPREGADOS. CRIME CONTRA A ORGANIZAO DO TRABALHO. INEXISTNCIA. COMPETNCIA DA
JUSTIA ESTADUAL. 1. No havendo leso a direitos de trabalhadores coletivamente considerados ou organizao geral dotrabalho, no h que se falar na competncia da Justia Federal, prevista no art. 109, VI da CF/88. 2. Verificado que o ilcito doart. 203 do Cdigo Penal foi praticado em detrimento de alguns ex-empregados, deve ser declarada competente a Justia Estadual
para instruo e julgamento do feito. Precedentes. (Terceira Seo, CC 47966/MG, Rel. Ministra Maria Thereza De Assis Moura,
public. no DJ de 26.03.2007, p. 197).
Nesse sentido tambm j decidiu o Pretrio Excelso. Veja-se:
CRIME CONTRA A ORGANIZAO DO TRABALHO VERSUS INOBSERVNCIA DE DIREITOS TRABALHISTAS. Deve-se
sopesar o quadro ftico delineado soberanamente pela Corte de origem, no julgamento do recurso extraordinrio, cujas razes
vinculam a caracterizao de crime contra a organizao do trabalho. O simples fato de haver o descumprimento de normastrabalhistas, prevendo direitos dos trabalhadores, no configura o crime a ponto de deslocar a competncia para a JustiaFederal. (Primeira Turma, RE 469632/PA, Rel. Ministro Marco Aurlio, public. no DJe de 17.04.2009).
In casu, no vejo motivos para que o presente apuratrio prossiga nesta seara federal, primeiramente porque, como bem asseverou o
ilustre Procurador Regional da Repblica "no se verificou emprego de verbas oriundas da Unio" pela prefeitura de Manoel
Ribas/PR, e em segundo lugar, de acordo com o noticiado, a hipottica fraude atingiu apenas um reduzidssimo nmero de
trabalhadores, em tese, contratados irregularmente pela administrao municipal, ficando eventual leso adstrita a direitoindividual, o que induz competncia - absoluta - da Justia Estadual (art. 29, X da CF) para o exame do procedimentoinvestigatrio.
Ante o exposto, acolho a manifestao ministerial para declarar a incompetncia da Justia Federal e determinar a remessa dos autos
ao Tribunal de Justia do Estado do Paran. Aps o trnsito em julgado da presente deciso, d-se baixa na distribuio. Intimem-se.
Porto Alegre, 04 de julho de 2011.
MANDADO DE SEGURANA N 0009426-04.2011.404.0000/PR
RELATOR : Juiz Federal GILSON LUIZ INCIO
IMPETRANTE : ANDR LUIZ UCHOA
ADVOGADO : Andr Luiz Uchoa
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IMPETRADO :DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR DA 8A TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL DA 4A REGIAO
INTERESSADO : MINISTRIO PBLICO FEDERAL
INTERESSADO : ABEL PINTO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : Andr Luiz Uchoa
INTERESSADO : SAMIR ALVES DE MELLO
: ROSANGELA DA GRACA MARTINSKI
ADVOGADO : Gilson dos Santos
DECISO
Trata-se de mandado de segurana impetrado por ANDR LUIZ UCHOA contra ato praticado pelo e. Desembargador Federal Luiz
Fernando Wowk Penteado deste egrgio Tribunal Regional Federal, que indeferiu o pedido de carga dos autos.
Sustenta o impetrante que a deciso que lhe negou vista do processo foi proferida em despacho simples e sem fundamentao, assim
como no foi intimado do referido despacho. Alega violao ao direito ampla defesa, com afronta aos dispositivos legais previstos
nos arts. 7, inciso XI, do Estatuto da OAB e 5, inciso LV, da CF.
Requer, liminarmente, que o recurso de apelao - Autos n 0000108.68.2001.404.7009 - seja retirado da pauta de julgamento
aprazada para o dia 06 do corrente ms, suspendendo sua tramitao at o julgamento do presente writ, bem como lhe seja dada vista
dos autos e carga pelo prazo de lei.
o simples relato.
D E C I D O.Em que pesem as argumentaes trazidas pelo impetrante, penso que a deciso ora impugnada, embora sucinta, motivou o
indeferimento da carga do processo pelo encaminhamento dos autos ao revisor.
Desse modo, no vendo clara ilegalidade no ato atacado, indefiro a liminar requerida.Solicitem-se informaes autoridade imputadamente coatora.
Aps, d-se vista ao Ministrio Pblico Federal.
Intime-se.
Porto Alegre, 05 de julho de 2011.
AO PENAL N 0023516-51.2010.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS
AUTOR : MINISTRIO PBLICO FEDERAL
REU : JOAO CARLOS BRUM
ADVOGADO : Valdir Boniatti e outro
REU : JUSSARA TERESINHA PINTO MENDES
ADVOGADO : Jussara Teresinha Pinto Mendes Cortese
DESPACHO
Em cumprimento ao disposto nos artigos 7 e 8 da Lei 8.038/90, delego ao Juiz Federal Diretor do Foro da Subseo Judiciria de
Porto Alegre/RS (artigo 9, 1, da Lei 8.038/90 e artigo 235, 3, do RITRF4 Regio) a citao e a realizao da audincia para
interrogatrio dos acusados, ao fim da qual seus defensores devero ser intimados para apresentao de defesa prvia, no prazo de
05 (cinco) dias.
Expea-se carta de ordem que dever ser acompanhada de cpias da denncia (fls. 03-07), das razes de defesa (fls. 15-19 e 42-58) e
do acrdo proferido pela 4 Seo deste Tribunal, que recebeu a pea acusatria (fls. 205-214).
Intimem-se.
Porto Alegre, 27 de junho de 2011.
REVISO CRIMINAL N 0000130-55.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal NFI CORDEIRO
REQUERENTE : VALDOCI ANTONIO MELCHER reu preso
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: ADELAR FRANCISCO LOURENO reu preso
ADVOGADO : Defensoria Pblica da Unio
REQUERIDO : MINISTRIO PBLICO FEDERAL
DECISO
Trata-se de reviso criminal, proposta por Valdoci Antonio Melcher e Adelar Francisco Loureno, pretendendo a reviso do
processo n 2009.71.14.001530-5/RS, onde foram condenados pelo delito de roubo majorado.
Remetido o feito Defensoria Pblica da Unio, houve requerimento no sentido de que "... seja sobrestada a presente reviso
criminal a fim de que possam ser ouvidas no juzo condenatrio, como forma de justificao, as testemunhas arroladas na exordial,
como tambm que a oitiva da citada policial para esclarecer se existe algum problema pessoal com os condenados, (...)".
Ocorre que, consultando o sistema de acompanhamento processual desta Corte, verifica-se que a ao penal n
2009.71.14.001530-5/RS - objeto da presente revisional -, aps ser digitalizada e ter recebido nmero
5000842-89.2010.404.7114/RS, encontra-se no Gabinete do e. Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz, para julgamento
dos recursos de apelao interpostos pelos rus.
Como se v, no havendo trnsito em julgado da deciso condenatria, incabvel a propositura de ao revisional.
Ante o exposto, nos termos do artigo 37, 2, inciso II, do Regimento Interno deste Regional, nego seguimento ao pedido, poismanifestamente inadmissvel.
Publique-se. Intime-se.
Porto Alegre, 30 de junho de 2011.
SECRETARIA DA 2 TURMATRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO
Expediente Nro 089/2011Secretaria da Segunda Turma
00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0009093-52.2011.404.0000/RS
RELATORA : Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA MNCH
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : CUNHA E CUNHA LTDA/
ADVOGADO : Claudio Merten e outros
DECISO
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, de deciso que indeferiu o redirecionamento das dezesseis
execues fiscais apensas, por entender ter restado configurada a prescrio intercorrente quanto aos scios.
Argumenta a Unio que no ocorreu prescrio intercorrente, pois manteve-se sempre diligenciando na busca de bens da executada.
Aduz, outrossim, que houve diversos marcos interruptivos da prescrio, como a interposio de embargos execuo e o pedido de
parcelamento do dbito. Alega, por fim, que a execuo encontrava-se garantida por penhora, o que retira o interesse em redirecionar
a execuo contra os scios, responsveis subsidirios.
o relatrio. Decido.
Invivel, no caso concreto, uma nica deciso para analisar o pedido de redirecionamento para todas as execues fiscais apensadas.
A razo muito simples. A possibilidade de diferentes provimentos abrir a possibilidade de recursos distintos, o que acarretar em
tumulto processual.
In casu, est a se falar de dezesseis execues fiscais distintas, cada qual relativa a dbitos constitudos em datas diversas. As
citaes ocorreram em datas diferentes e a forma com a qual a Unio diligenciou na busca de bens diferiu em cada execuo.
Ressalta-se, ainda, que em algumas das execues houve penhora, e em outras no.
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Considerando a diferena do suporte ftico de cada uma das execues apensadas, verifico que inmeros podem ser os resultados
das decises. Dependendo de qual das execues se est a analisar, verifica-se a possibilidade de ocorrncia de prescrio material,
de redirecionamento contra os scios, tendo em vista que a Unio manteve-se diligente na busca de bens, ou de prescrio
intercorrente, ante a inrcia da Unio. Destarte, inexequvel uma nica deciso com todos esses provimentos.
O artigo 28 da Lei 6.830/80 possibilita o apensamento de execues fiscais que estiverem em momentos idnticos com a finalidade
de agilizar a prestao jurisdicional.
Nesse sentido, colaciono julgado desta Turma:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO FISCAL. APENSAMENTO. ARTIGO 28 DA LEI 6830/80. MOMENTO PROCESSUAL
DIFERENCIADO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O artigo 28 da Lei 6.830/80 possibilita a reunio de execues fiscais, a requerimento
das partes, se forem contra o mesmo devedor, buscando a economia e a celeridade processuais. 2. Estando os feitos em momentos
processuais diferenciados tal objetivo no seria atingido, pelo contrrio, poderia haver tumulto processual. 3. Apensamento
indeferido. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2007.04.00.021563-1, 2 Turma, Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA
MNCH, POR UNANIMIDADE, D.E. 27/09/2007)
No caso em tela, tendo em vista as circunstncias j mencionadas, o apensamento no gera celeridade, pelo contrrio, ocasiona
tumulto processual.
Ademais, a deciso agravada sequer menciona as especificidades de cada execuo, pois indeferiu o redirecionamento considerando
apenas a data de citao da execuo do processo principal.
Assim, determino, de ofcio, o desapensamento das execues fiscais e a prolao de deciso fundamentada para o pedido de
redirecionamento em cada um dos processos.
Diante do exposto, dou parcial provimento ao agravo de instrumento, nos termos do art. 557, 1-A, do CPC.
Intimem-se. Oportunamente, origem.
Porto Alegre, 07 de julho de 2011.
00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0004392-48.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : PROMAN ENG/ LTDA/
DECISO
Cuida-se de agravo de instrumento, interposto pela Unio Federal, com pedido de efeito suspensivo, em face de deciso que
indeferiu o pedido de redirecionamento da execuo fiscal, verbis (fl. 63):
"Vistos etc. Indefiro, por ora , o redirecionamento da execuo, mngua de comprovao da alegada dissoluo irregular. Sobre o
tema, assinalo que apenas o documento da Secretaria da Fazenda Estadual (fl. 55), de per si, no suficiente para comprovao do
encerramento irregular das atividades da pessoa jurdica executada, devendo vir aos autos outros elementos que comprovem a
situao supracitada. Intime-se."
Em suas razes, a agravante sustenta, em sntese, que basta a devedora ter mudado o seu domiclio fiscal, sem comunicar aos rgos
competentes, para autorizar o redirecionamento do executivo fiscal. Aduz que esse o entendimento do STJ, invocando a Smula
435 desta mesma Corte.
o relatrio. Decido.
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possvel a responsabilizao do administrador no caso de dissoluo irregular da sociedade, consoante precedentes do STJ e desta
Corte. Isto porque seu dever, diante da paralisao definitiva das atividades da pessoa jurdica, promover-lhe a regular liquidao.
No cumprido tal mister, nasce a presuno de apropriao indevida dos bens da sociedade.
Nesse sentido os precedentes do e. STJ, bem como os desta Corte, a saber: STJ: AgRg no AgRg no REsp 776.154/RJ, 1 Turma, Rel.
Min. Luiz Fux, DJ de 19-10-2006; REsp 1.017.732/RS, 2 Turma, rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 07-04-2008; TRF4: AI n
2006.04.00.037195-8/PR, 2 Turma, Rel. Des. Federal Otvio Roberto Pamplona, DJU de 27-02-2007; AC n 2000.04.01.127254-5,
1 Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, D.E. 04-03-2008.
Refira-se, no entanto, como bem exposto pela agravante, a desnecessidade de prova cabal de tal situao, sendo suficiente a
existncia de indcios para o redirecionamento da execuo, tais como a ausncia de bens para penhora, abandono do
estabelecimento e cessao das atividades. Assim, adoto a informao constante nos autos, referente mudana de endereo da
empresa (fl.39v), consubstanciada na Certido do Oficial de Justia que informou no ter localizado a empresa no endereo
indicado. Nesse sentido, alis, o enunciado da Smula n. 435 do Egrgio STJ:
"Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domiclio fiscal, sem comunicao aos rgoscompetentes, legitimando o redirecionamento da execuo fiscal para o scio-gerente".
Em princpio, portanto, basta que a empresa no seja encontrada em seu endereo, com base em precedente do STJ, para justificar o
redirecionamento da actio executiva:
(...) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. DISSOLUO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO DA
EXECUO PARA O SCIO-GERENTE. MATRIA FTICO-PROBATRIA. SMULA N. 07/STJ. ARTIGO 543-C, DO CPC.
RESOLUO STJ 8/2008. ARTIGO 557, DO CPC. APLICAO. (...)
3. Nada obstante, a jurisprudncia do STJ consolidou o entendimento de que "a certido emitida pelo Oficial de Justia atestando
que a empresa devedora no mais funciona no endereo constante dos assentamentos da junta comercial indcio de dissoluo
irregular, apto a ensejar o redirecionamento da execuo para o scio-gerente, a este competindo, se for de sua vontade,
comprovar no ter agido com dolo, culpa, fraude ou excesso de poder, ou ainda, no ter havido a dissoluo irregular da empresa"
(Precedentes:REsp 953.956/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 12.08.2008, DJe 26.08.2008;
AgRg no REsp 672.346/PR, Rel.Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 18.03.2008, DJe 01.04.2008; REsp
944.872/RS, Rel. Ministro Francisco Falco, Primeira Turma, julgado em 04.09.2007, DJ 08.10.2007; e AgRg no Ag 752.956/BA,
Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 05.12.2006, DJ 18.12.2006). (...) (AgRg no Ag 1265124/SP, Rel. Ministro
LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/05/2010, DJe 25/05/2010)
Todavia, a agravante no juntou cpia do contrato social, documento que se reputa indispensvel para a correta aferio acerca de
quais scios estariam sujeitos ao redirecionamento, na linha dos precedentes deste TRF:
"AGRAVO LEGAL. TRIBUTRIO. PROVAS. REDIRECIONAMENTO DA EXECUO. JUCERGS. 1. Insuficiente, para fins de
comprovao da gerncia da empresa na poca da dissoluo irregular, a juntada, apenas, da informao fornecida pela Junta
Comercial do Estado do Rio Grande do Sul - JUCERGS. Para aferio, faz-se necessrio, tambm, a juntada do contrato social daempresa. 2. O agravo legal no traz elementos para alterar o entendimento do julgador. (TRF4, AGRAVO LEGAL EM AGRAVODE INSTRUMENTO N 0005811-06.2011.404.0000, 2 Turma, Juiza Federal VNIA HACK DE ALMEIDA, POR UNANIMIDADE,
D.E. 16/06/2011);
AGRAVO LEGAL. DIREITO TRIBUTRIO. DISSOLUO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO. POSSIBILIDADE. 1. O art.
135, III, do CTN, autoriza o redirecionamento da execuo contra os diretores ou representantes de pessoas jurdicas de direito
privado, quando praticarem atos com excesso de poderes ou infrao lei, contrato social ou estatuto. 2. H nos autos uma
certido de Oficial de Justia que informa o encerramento das atividades da empresa aproximadamente 2 anos. Assim, possvel o
redirecionamento do feito executivo para o scio que exercia cargo de gerncia poca da dissoluo irregular. 3. Somente com ajuntada do contrato social ou outro documento da junta comercial possvel verificar quem gerenciava a executada poca dadissoluo irregular. 4. Agravo Legal parcialmente provido. (TRF4, AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N0001720-67.2011.404.0000, 1 Turma, Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK, POR UNANIMIDADE, D.E. 07/04/2011)"
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Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fundamento no art. 557, caput, do CPC.Publique-se.
Intimem-se.
Porto Alegre, 04 de julho de 2011.
00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0008138-21.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : EDENILSON SCHENATTO
ADVOGADO : Clemir Fernando dos Santos Correa
DECISO
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipao dos efeitos da tutela recursal, interposto pela Unio Federal em face
de deciso singular assim vazada:
"Em se tratando de pedido de restituio de imposto de renda sobre verbas recebidas acumuladamente em ao judicial, os
documentos indispensveis so:
1) cpia da sentena e acrdo, inclusive da homologatria de acordo;
2) clculo de liquidao de sentena, contendo discriminao mensal das parcelas recebidas;
3) cpia do precatrio/requisio expedido e/ou pago:
4) alvar de levantamento expedido ou comprovante de reteno do IR no pagamento pela instituio bancria;
5) contracheques de todo o perodo objeto do clculo da ao previdenciria ou reclamatria trabalhista, conforme o caso, bem
como todas as declaraes de ajuste do imposto de renda relativas ao perodo, ou, caso no tenha laborado no perodo ou parte
dele, cpia da CTPS.
Assim, dever a parte autora, no que couber, providenciar os documentos indispensveis propositura da ao e imprescindveis elaborao do clculo, no prazo de 30 (trinta) dias.Intime-se. imprescindvel a realizao de percia contbil para apurao do imposto de renda devido e de eventual tributo a restituir, o que
resultar em uma tramitao mais clere do processo, cujo provimento judicial objetivado a apurao da existncia de crdito em
favor do autor.
Nomeio para o encargo o contador Pedro Edmundo Boll. Em decorrncia do benefcio da Gratuidade de Justia concedido ao()autor(a), os honorrios periciais devero ser suportados pelo(a) vencido(a), ao final do processo (art. 11, Lei n. 1060/50).
Considerando a restrio oramentria existente para o custeio de percias pela Justia Federal, a fim de evitar maiores delongas
no julgamento do feito, tal valor ser pago ao perito quando do pagamento do precatrio/requiso de pequeno valor, em caso de
procedncia da ao.
Assim, intime-se o perito para dizer se aceita o encargo e o valor dos respectivos honorrios, no prazo de 5 dias.Aps, intimem-se as partes, a comear pela parte autora, para, querendo, formularem quesitos e indicar assistente tcnico, noprazo de 10 dias.Decorrido o prazo, remetam-se os autos ao perito, para apresentao do laudo em 30 dias.Dever, o perito, elaborar clculo observando o seguinte:
a) o regime de competncia, considerando as tabelas e alquotas progressivas vigentes nas pocas prprias, bem como a soma dos
rendimentos da parte autora, ms a ms, nos perodos respectivos;
b) caso os rendimentos apurados em pocas prprias superem o limite de iseno do imposto de renda, os valores de tributo
apurados devem ser atualizados pelo INPC at a data da reteno ocorrida de forma acumulada.
c) eventual saldo de imposto a restituir dever ser corrigido pela taxa Selic desde a data da reteno.
d) imposto j retido na fonte dever ser abatido considerando apenas o quantum referente verba questionada na demanda (se o
autor no discute incidncia de imposto de renda sobre juros de mora, o imposto sobre este montante no poder ser descontado
como imposto j antecipado).
e) no tocante aos juros moratrios, devero ser elaborados dois clculos, um fazendo incidir o imposto de renda sobre tais verbas eoutro considerando-as isentas da tributao (observar item "c").
Em seguida, d-se vista s partes, a comear pela parte autora, pelo prazo de 15 dias.Nada sendo requerido, venham conclusos para sentena."
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Posteriormente reconsiderada, em parte, pelo magistrado a quo:
"Reconsidero, em parte, a deciso das fls. 55/56.
Em se tratando de processo com concesso da gratuidade da justia (Lei n 1060/50), os honorrios sero pagos pela Justia
Federal, no valor mximo fixado para percias (Resoluo n 558, de 22 de maio de 2007, da Presidncia do Conselho da Justia
Federal - R$ 234,80).
Tendo em vista a petio da parte autora (fls. 58), intime-se a Unio para que, no prazo de 30 (trinta) dias, junte as declaraes deajuste anual relativas ao perodo abrangido pela reclamatria trabalhista/ao previdenciria bem como relativas ao(s) ano(s)
calendrio(s) de recebimento dos respectivos valores.
Na mesma oportunidade, intime-se a Unio para que formule quesitos e indique assistente tcnico. Aps, intime-se a parte autora
para que formule quesitos e indique assistente tcnico, no prazo de 10 (dez) dias.
Em seguida, remetam-se os autos ao perito para apresentao do laudo em 30 (trinta) dias. O perito dever elaborar clculo
observando o determinado na deciso da fl. 56. Juntado o laudo, d-se vista s partes, a comear pela parte autora, pelo prazo de
15 (quinze) dias Oficie-se ao Ncleo de Planejamento, Oramento e Finanas, solicitando os honorrios periciais. Aps, nada
sendo requerido, venham conclusos para sentena."
A agravante busca a reforma da deciso, alegando, que a natureza do provimento jurisdicional buscado, no momento, limita-se ao
reconhecimento do direito pleiteado e no apurao do seu exato valor. Requer pela antecipao dos efeitos da tutela recursal.
o breve relatrio. Decido.
A insurgncia merece trnsito. Com efeito, as turmas componentes da 1 Seo deste TRF tem entendido que, nas hipteses de ao
de conhecimento ajuizada com o propsito de obter o reconhecimento de direito correo do clculo do valor devido a ttulo do
imposto de renda incidente sobre os crditos apurados nos autos de processo trabalhista, no se faz necessrio a realizao de
percia.
Seguem os precedentes exemplificativos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DE PEDIDO DE RESTITUIO DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE VERBAS RECEBIDAS
ACUMULADAMENTE EM AO JUDICIAL. DESNECESSIDADE DE PERCIA NA FASE DE CONHECIMENTO
1. Nas aes de conhecimento, ajuizadas com o propsito de obter o reconhecimento de direito correo do clculo do valor
devido a ttulo do imposto de renda incidente sobre os crditos apurados nos autos de processo trabalhista, no se faz necessria a
realizao de percia.
2. Agravo provido (2 Turma, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0000365-22.2011.404.0000, de minha relatoria, DE. 29/03/11);
TRIBUTRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPOSTO DE RENDA. PERCIA CONTBIL.
Merece acolhida a insurgncia do recorrente, porquanto no h necessidade de, nesta fase processual, realizar percia contbil
para quantificar os valores correspondentes ao direito eventualmente reconhecido, j que o clculo do indbito dever ser feito no
momento da liquidao do julgado (2 Turma, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0033736-11.2010.404.0000, Des. Federal
LUCIANE AMARAL CORRA MNCH, Publicado em 24/02/2011)
TRIBUTRIO E PROCESSUAL CIVIL. IMPOSTO DE RENDA. VALORES PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. PROVA
PERICIAL.
1. Considerando que o provimento jurisdicional almejado no processo de origem limita-se a reconhecer o direito restituio dos
valores pagos indevidamente ou a maior, mostra-se desnecessria a juntada das declaraes de ajuste anual do imposto de renda,
bem como dos contracheques, pois no h necessidade de, neste momento, quantificar-se os valores correspondentes ao direito
reconhecido.
2. Evidentemente que esses documentos no consistem em prova do fato constitutivo do direito do autor, bastando a demonstrao
da incidncia indevida do tributo sobre as verbas recebidas. Ademais, no h olvidar que a Receita Federal tem acesso s
declaraes de rendimentos das pessoas fsicas.
3. Da mesma forma, mostra-se intil e irrelevante a produo de prova pericial, pois o clculo do indbito dever ser feito no
momento da liquidao do julgado (1 Turma, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0018024-78.2010.404.0000, Des. Federal JOEL
ILAN PACIORNIK, DE 24/09/10);
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Nestes termos, dou provimento, de plano, ao agravo de instrumento.Comunique-se. Publique-se.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00004 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0009421-79.2011.404.0000/PR
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : MARIA BERNADETE DOS SANTOS
ADVOGADO : Guilherme Valrio Linhares da Silva e outro
AGRAVADO : REMA CONSTRUCAO E INCORPORACAO LTDA/ massa falida
: RENATO JOSE BITTENCOURT
DECISO
Cuida-se de agravo de instrumento, interposto pela Unio Federal, com pedido de efeito suspensivo, em face de deciso que acolheu
a exceo de pr-executividade excluindo a scia Maria Bernardete dos Santos do plo passivo da execuo fiscal (fls. 227/229):
"Maria Bernadete dos Santos interpe exceo de pr-executividade, nas fls. 182/187, sustentando, em breve sntese, que foi
indevida sua incluso no plo passivo da execuo, diante da impossibilidade de redirecionamento da execuo contra os scios,
por se tratar de dbitos do FGTS, no se permitindo, portanto, a aplicao do art. 135, do Cdigo Tributrio Nacional, motivo pelo
qual, inclusive, os scios Edlio Mnica e Regina Ivone Berneck Mnica foram anteriormente excludos da lide, conforme deciso
proferida nas fls. 108/117. Requer o levantamento dos valores indevidamente bloqueados em sua conta bancria, via sistema
Bacenjud.
O desbloqueio foi deferido pela deciso da fl. 188.
Manifestou-se a Fazenda Nacional, nas fls. 208/212, sustentando que a deciso que excluiu os scios baseou-se exclusivamente no
art. 135, III, do Cdigo Tributrio Nacional, mas que legtima a incluso da excipiente no plo passivo, com base no que dispe o
art. 10, do Decreto n 3.708/1919 e art. 50, do novo Cdigo Civil, que no seu art. 1052, afasta a limitao da responsabilidade na
hiptese de prtica de ato ilcito, e ainda, o art. 1.082, que dispe: "As deliberaes infringentes do contrato ou da Lei tornam
ilimitada a responsabilidade dos que expressamente a aprovaram." Sustenta que, nos moldes do art. 1016, do atual Cdigo Civil,
praticado ato contrrio lei, devem ser includos os scios responsveis para que respondam pessoalmente pela dvida da
sociedade. Enfatiza que sendo o FGTS regido por legislao especfica, no caso a Lei n 8.036/1990, eventuais ilegalidades
praticadas pelos administradores, por serem condutas ilcitas, podem resultar na responsabilizao pessoal destes, conforme dispe
o art. 23 da mencionada lei, e que, no caso, a falta de recolhimento do FGTS configura ato ilegal que autoriza a responsabilizao
pessoal dos administradores da empresa executada. Requer a rejeio do presente incidente e a expedio de mandado de penhora
a ser cumprido no endereo da fl. 178.
DECIDO.
Os argumentos delineados na deciso das fls. 108/117, que excluiu os scios Edlio Mnica e Regina Ivone Berneck Mnica da lide,
permanecem inalterados.
Oportuno observar, ainda, que o Superior Tribunal de Justia j teve a oportunidade de se manifestar acerca da matria em exame,
acolhendo a tese acima referida, como se colhe, v.g., do seguinte julgado (REsp 898274/SP, Relator Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, 1 Turma, DJ 01.10.2007):
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL. FGTS. REDIRECIONAMENTO. DVIDA
NO-TRIBUTRIA. INAPLICABILIDADE DO ART. 135, III, DO CTN.
1. As contribuies destinadas ao FGTS no possuem natureza tributria, mas de direito de natureza trabalhista e social, destinado
proteo dos trabalhadores (art. 7, III, da Constituio). Sendo orientao firmada pelo STF, "a atuao do Estado, ou de rgo da
Administrao Pblica, em prol do recolhimento da contribuio do FGTS, no implica torn-lo titular do direito contribuio,
mas, apenas, decorre do cumprimento, pelo Poder Pblico, de obrigao de fiscalizar e tutelar a garantia assegurada ao empregado
optante pelo FGTS. No exige o Estado, quando aciona o empregador, valores a serem recolhidos ao Errio, como receita pblica.
No h, da, contribuio de natureza fiscal ou parafiscal." (RE 100.249/SP). Precedentes do STF e STJ.
2. Afastada a natureza tributria das contribuies ao FGTS, consolidou-se a jurisprudncia desta Corte no sentido da
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inaplicabilidade das disposies do Cdigo Tributrio Nacional aos crditos do FGTS, incluindo a hiptese de responsabilidade do
scio-gerente prevista no art. 135, III, do CTN. Precedentes.
3. Recurso especial provido.
Posteriormente, aquela Corte Superior pacificou o entendimento acerca do alcance da norma em exame, nos termos da Smula
353: "As disposies do Cdigo Tributrio Nacional no se aplicam s contribuies para o FGTS."
De outro lado, as normas do Cdigo Civil mencionadas pela Fazenda Nacional no se prestam a modificar o entendimento
anteriormente manifestado, uma vez que o mero inadimplemento das contribuies devidas ao FGTS no configura ato ilcito que
autorize a desconsiderao da pessoa jurdica. Por conseguinte, impende seja acolhido o argumento da excipiente para exclu-la da
lide.
ANTE O EXPOSTO, ACOLHO a exceo de pr-executividade, para excluir a excipiente Maria Bernadete dos Santos do plo
passivo da execuo fiscal. Retifique-se a autuao.
Manifeste-se a Fazenda Nacional sobre o prosseguimento da execuo."
A agravante (Unio) alega que o redirecionamento do feito executivo em face da scia acima mencionada se justifica, na medida em
que o no recolhimento das contribuies ao FGTS configura infrao lei, o que autoriza sua manuteno no polo passivo da
execuo.
o relatrio. Decido.
O crdito exequendo refere-se a valores no recolhidos ao FGTS. Inicialmente, cumpre referir que, segundo a smula 353 do STJ, "as disposies do Cdigo Tributrio Nacional no se aplicam s
contribuies para o FGTS". Confira-se, nesse sentido, os seguintes precedentes do STJ:
EXECUO FISCAL. CONTRIBUIO PARA O FGTS. REDIRECIONAMENTO DA EXECUO PARA OSSCIOS-GERENTES. ART. 135 DO CTN. INAPLICABILIDADE. - A Eg. Primeira Seo pacificou o entendimento de que a
responsabilidade tributria imposta ao scio-gerente, administrador, diretor ou equivalente, s se caracteriza quando h
dissoluo irregular da sociedade ou se comprova infrao lei praticada pelo dirigente. O simples inadimplemento no
caracteriza infrao legal. - Recurso especial improvido. (REsp 565986/PR, 2 Turma, rel. Min. Francisco Peanha Martins, DJ
27/06/2005)
RECURSO ESPECIAL. FGTS. EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO PARA O SCIO-GERENTE. IMPOSSIBILIDADE.VIOLAO DE DISPOSITIVOS LEGAIS. PREQUESTIONAMENTO.
1. invivel a apreciao, em sede de Recurso Especial, de matria sobre a qual no se pronunciou o tribunal de origem,
porquanto indispensvel o requisito do prequestionamento.
2.O redirecionamento da execuo fiscal, e seus consectrios legais, para o scio-gerente da empresa, somente cabvel quando
reste demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infrao lei ou contra o estatuto, ou na hiptese de dissoluo irregular
da empresa. 3. As contribuies para o FGTS no tm natureza tributria, por isso so inaplicveis s execues fiscais destinadas cobrana dessas contribuies, as disposies do Cdigo Tributrio Nacional.
4. Precedentes da Corte.
5. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 573159/RS, 1 Turma, rel. Min. Luiz Fux, DJ 27/09/2004).
No entanto, em que pese no seja possvel a responsabilizao com fulcro no CTN, por no ter o FGTS natureza tributria, ela pode
ter por base outros ordenamentos legais, em especial o art. 10 do Decreto n 3.708/19 e os arts. 344 e 345 do Cdigo Comercial, para
os fatos anteriores vigncia do Novo Cdigo Civil (janeiro de 2003), e, aps a entrada em vigor do novo diploma civil, com base
nos seus arts. 1.080 e 1.016, este ltimo combinado com o 1.053, e no art. 1.103, devendo, entretanto, haver indcio de prova de
excesso de mandato ou violao lei ou ao contrato social, ou, ainda, quando caracterizada a dissoluo irregular da empresa, tudo
como vm entendendo esta Corte e o Egrgio Superior Tribunal de Justia.
Registre-se, contudo, que o mero inadimplemento das parcelas devidas ao fundo no consiste em infrao legal, visto que, se assim o
fosse, o scio-gerente sempre responderia pelas dvidas ao FGTS, j que a existncia daquelas decorre sempre do no-pagamento da
exao. Exige-se, portanto, o elemento subjetivo, consistente na infrao lei, ao contrato social ou ao estatuto, ou, ainda, o excesso
de mandato.
Sendo somente este o fundamento da insurgncia, de rigor a manuteno da deciso agravada, nos termos em que proferida,
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porquanto afeioada ao entendimento deste Regional.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fundamento no art. 557, caput, do CPC.Publique-se.
Intimem-se.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00005 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0009225-12.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : KHRONOS SISTEMAS LTDA/ ME e outros
: FABIO DE SANS LESSA DA ROSA
: CARLOS ALFREDO RADANOVITSCK
DECISO
Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto pela Unio Federal, em face de deciso que
indeferiu a indisponibilidade dos bens consoante determina o artigo 185-A do CTN (fl. 124).
Em suas razes, a agravante sustenta que esto presentes os requisitos para a aplicao do referido dispositivo, porque houve
diligncias anteriores na busca de bens que restaram frustradas. Aduz, ainda, que a medida relevante para a constrio de
patrimnio futuro.
o relatrio. Decido.
Em relao decretao de indisponibilidade de bens, tem-se que, se esgotadas as buscas por bens passveis de constrio sem
resultados efetivos, compete ao Poder Judicirio determinar a indisponibilidade prevista no art. 185-A, do CTN, bem como, visando
resguardar a efetividade da medida, comunicar a deciso a todos os rgos e entidades que promovam registros de transferncias de
bens e direitos.
Assim dispe o art. 185-A do CTN:
"Na hiptese de o devedor tributrio, devidamente citado, no pagar nem apresentar bens penhora no prazo legal e no forem
encontrados bens penhorveis, o juiz determinar a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a deciso,
preferencialmente por meio eletrnico, aos rgos e entidades que promovem registros de transferncia de bens, especialmente ao
registro pblico de imveis e s autoridades supervisoras do mercado bancrio e do mercado de capitais, a fim de que, no mbito
de suas atribuies, faam cumprir a ordem judicial".
A decretao da indisponibilizao de bens, por ser medida extrema de interveno no patrimnio do devedor, adotvel apenas no
caso de no haver outra forma possvel de garantir a dvida. Assim sendo, no prescinde de comprovao clara, a cargo do
exeqente, da inexistncia de outros bens passveis de penhora. Esta Corte, a propsito, tem entendido ser necessria, ao menos, a
comprovao nos autos por parte do ente exeqente de que o devedor no possui bens mveis, imveis ou veculos aptos penhora,
No caso em apreo, o executado j foi citado, no pagou a quantia exigida e tampouco garantiu o juzo. No que concerne no
localizao de bens penhora, compulsando os autos, constata-se a existncia de diligncias na busca de veculos e imveis no
Sistema DOI, RENAVAN e BACENJUD, nada sendo localizado em nome da empresa. Assim, verifica-se a presena dos requisitos
autorizadores para o deferimento da medida prevista no art. 185-A, do CTN.
Entretanto, este Colegiado tem entendido que o deferimento do pedido para oficiar rgos e entidades que promovem registro de
transferncias de bens deve ficar limitado aos Cartrios de Registro de Imveis e aos Cartrios de Ttulos e Documentos do
Municpio em que sediada a executada, alm do DETRAN do respectivo Estado, sob pena de prejudicar a clere e eficaz prestao
jurisdicional.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECRETAO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS DO EXECUTADO E COMUNICAO
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AOS RGOS REGISTRAIS. ART. 185-A DO CTN. INCUMBNCIA DO JUZO. LIMITE DO NMERO DE EXPEDIO DE
OFCIOS.
1. A indisponibilidade de bens (prevista no art. 185-A, do CTN) medida assecuratria que objetiva a eficcia futura da cobrana
fiscal, que, quando deferida, implica em comunicar os rgos competentes, incumbncia que recai no prprio Juzo.
2. No se pode exigir, entretanto, diante do nmero de execues fiscais que tramitam perante a Justia Federal, que sejam
expedidos tantos ofcios quantos os solicitados pela parte agravante, sob pena de prejudicar a clere e eficaz prestao
jurisdicional. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0003566-22.2011.404.0000, 2 Turma, de minha relatoria, POR
UNANIMIDADE, D.E. 05/05/2011)"
Ante o exposto dou parcial provimento ao agravo de instrumento, para determinar a expedio de ofcios aos Cartrios deRegistro de Imveis e aos Cartrios de Ttulos e Documentos, alm do DETRAN do respectivo Estado.
Comunique-se.
Publique-se.
Intimem-se.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00006 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0006761-15.2011.404.0000/RS
RELATORA : Juza Federal VNIA HACK DE ALMEIDA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : NELSON LUIZ DA COSTA
DECISO
Trata-se de execuo fiscal onde o Fisco busca a cobrana de contribuies individuais. O dbito da CDA 37.021.905-8 refere-se a
contribuies do contribuinte individual - "comprovao do exerccio de atividade remunerada para obteno de benefcios" (CDA
fl. 05), do perodo de 03/1983 a 03/1995, constitudo em 29/08/03 e com ajuizamento da execuo em 22/10/09. O dbito inscrito
sob n 37.021.906-6 diz respeito s competncias vencidas at 31/12/97.
Entendo que h decadncia.
Em razo da ausncia de cobrana das contribuies previdencirias em poca oportuna, o fisco no mais poderia exigi-las, porque
extinto o crdito tributrio.
Dessa forma, estaria a parte autora impossibilitada de ver computado o tempo de atividade na condio de trabalhadora rural, para
fins de contagem recproca, no fosse uma oportunidade conferida pelo legislador de, mediante o alcance de indenizao
Previdncia Social, aproveit-lo.
Portanto, a indenizao em questo no pode ser confundida com as contribuies previdencirias propriamente ditas. Estas
sim, de natureza tributria, esto sujeitas aos prazos de decadncia e prescrio. A indenizao, diferentemente, no possui
carter compulsrio nem se submete aos referidos institutos legais, contemplando relao distinta, de natureza previdenciria, por
intermdio da qual permite-se ao segurado a obteno de vantagem mediante compensao Previdncia.
Esse o entendimento deste Tribunal:
EMENTA: TRIBUTRIO. CERTIDO DE TEMPO DE SERVIO. AUTNOMO. CONTAGEM RECPROCA. INDENIZAO.
OBRIGATORIEDADE. PRESCRIO. INOCORRNCIA. 1. pressuposto para a expedio de certido de tempo de servio e
conseqente aproveitamento, junto a regime estatutrio de previdncia, do perodo de trabalho na condio de autnomo o
recolhimento das respectivas contribuies previdencirias ou da correlata indenizao. 2. Em se tratando de indenizao, que no
possui carter de compulsoriedade e apenas viabiliza o aproveitamento de perodo de trabalho em que no houve o oportuno
recolhimento de contribuies previdencirias, no h falar em prescrio. (TRF4, AC 2001.71.00.022971-1, Segunda Turma,
Relator Otvio Roberto Pamplona, D.E. 02/05/2007)
DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 13 / 890
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Tambm nesse sentido:
TRIBUTRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TEMPO DE SERVIO. INDENIZAO. PRESCRIO. DECADNCIA.
INOCORRNCIA. CLCULO. MULTA E JUROS AFASTADOS. LEI 8.212/91. 1. A indenizao no possui carter compulsrio
nem se submete aos referidos institutos legais, contemplando relao distinta, de natureza previdenciria, por intermdio da qual
permite-se ao segurado a obteno de vantagem mediante compensao Previdncia. 2. Em se tratando de indenizao, que no
possui carter de compulsoriedade e apenas viabiliza o aproveitamento de perodo de trabalho em que no houve o oportuno
recolhimento de contribuies previdencirias, no h falar em prescrio. 3. A indenizao deve ser calculada com base na
remunerao percebida por ocasio do requerimento, sobre a qual incidem as contribuies para o regime especfico de
previdncia social a que est filiado o autor, respeitado o limite mximo do salrio-de-contribuio do Regime Geral, conforme
previsto no art. 45, 3, da Lei 8.212/91, ficando afastada a incidncia de multa e juros moratrios contemplados no 4 do mesmo
artigo (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.038174-6, 2 Turma, Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRA
MNCH, POR UNANIMIDADE, D.E. 28/10/2010)
Conforme considerado na deciso agravada, os valores esto decados. No pode o Fisco buscar a cobrana deles, sob o pretexto de
que o pedido do contribuinte (cmputo de tempo de servio antigo mediante recolhimento da citada indenizao) teria afastado a
decadncia/prescrio.
Correta a deciso agravada.
Diante do exposto, nego provimento ao recurso de agravo de instrumento, com fundamento no 1- A do artigo 557 do CPC, porque
a deciso recorrida est conforme a jurisprudncia dominante neste Regional, no STF ou STJ.
Intimem-se. Aps, com as cautelas de estilo, remetam-se os autos Vara de origem.
Porto Alegre, 08 de julho de 2011.
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOExpediente Nro 090/2011
Secretaria da Segunda Turma
00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0008996-52.2011.404.0000/PR
RELATORA : Juza Federal VNIA HACK DE ALMEIDA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : O BOTICARIO FRANCHISING S/A
ADVOGADO : Flavio Zanetti de Oliveira e outros
DECISO
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, diante do trnsito em julgado do mandado de segurana, autorizou
o levantamento de 18,7958% dos depsitos efetuados judicialmente e, ainda, autorizou a converso em renda da Unio do valor
remanescente. In verbis:
Trata-se de mandado de segurana ajuizado por Scorpius Assessoramento de Marketing S/C Ltda contra ato do Delegado da
Receita Federal em Curitiba, no qual se insurge contra a edio da Lei n 9.718/98, arts. 2, 3 e 9. Requer seja reconhecido seu
direito ao recolhimento do PIS, conforme a previso da Lei Complementar n 07/70, sem quaisquer dos acrscimos determinados
pela Lei n 9.718/98.
Processado o feito, foi proferida sentena, s fls. 76/79, complementada s fls. 120/121, que julgou procedente o pedido formulado
na inicial de fls. 02/23, e concedeu a segurana, "reconhecendo incidentalmente a inconstitucionalidade da Lei n 9.718/98, no
tocante a alterao da base de clculo do PIS (artigos 2 e 3), permanecendo a exao devida com base na Lei Complementar n
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07/70, tendo como elemento material de incidncia o imposto de renda devido".
Em grau de apelao, o e.Tribunal Regional Federal da 4 Regio deu provimento remessa oficial, entendendo pela
constitucionalidade da Lei n 9.718/98, conforme fls. 136/143. opostos embargos de declarao pela parte impetrante, aos quais foi
dado provimento para fins de prequestionamento (fls. 152/156).
A deciso proferida pelo e.Tribunal Regional Federal da 4 Regio, restou mantida pelo c.Superior Tribunal de Justia, consoante
decises das fls. 287/293 (recurso especial), fls. 347/357 (agravo regimental), fls. 372/377, fls. 382/387 (embargos de declarao),
fls. 520/525 (embargos de divergncia), fls. 544/550 (agravo regimental).
s fls. 572/573 e 612/613, o c. Supremo Tribunal Federal deu "parcial provimento ao recurso extraordinrio, com esteio no
disposto no artigo 557, 1-A, do CPC, para afastar a aplicao do 1 do artigo 3 da Lei n 9.718/98", tendo a referida deciso
transitado em julgado em 30/10/2008, de acordo com a certido da fl. 647.
Com o retorno dos autos da Superior Instncia, a parte impetrante, s fls. 657/658, informou ao Juzo que, equivocadamente,
depositou, na conta judicial vinculada a estes autos, diversas parcelas referentes COFINS, discutida no mandado de segurana n.
2000.70.00.005170-8, em trmite na 3 Vara Federal. Juntou documentos s fls. 659/814.
fl. 824, foi determinada a correo dos depsitos efetuados nestes autos, determinando-se a transferncia dos valores referentes
COFINS para conta vinculada ao Juzo da 3 Vara Federal.
A parte impetrante, s fls. 846/847, apresentou como passvel de levantamento o correspondente a 18,7958% dos valores
depositados nos autos e requereu que o remanescente fosse convertido em renda da Unio.
Intimada, a Unio discordou do percentual apresentado, ao argumento de que nos documentos anexados pela impetrante "no foi
possvel comprovar a natureza das excluses e sua relao com o faturamento. As informaes sobre as bases de clculo da
contribuio que o contribuinte prestou nas DIPJ - Declarao de Informaes da Pessoa Jurdica dos ano-calendrio 2000 a 2002
(fls. 266 a 292) tambm no foram suficientes para relacionar as excluses do faturamento" (fls. 933). Entende a Unio que o valor
devido impetrante de 16,62% dos valores depositados (fl. 866).
A parte impetrante se manifestou, s fls. 938/941, sustentando que "a r no se insurge quanto aos valores de "receitas financeiras"
e "outras receitas" indicadas pela Impetrante s fls. 854/855. O questionamento da Unio se limita s "excluses" efetuadas pela
Empresa sobre o faturamento. Contudo, essa rubrica ("excluses") refere-se s dedues legalmente previstas para a apurao da
base de clculo do PIS, no sendo sequer, objeto de discusso nos presentes autos, que, repita-se, diz respeito s receitas
financeiras e no-operacionais." (fl. 939).
Remetidos os autos Contadoria, que elaborou as contas das fls. 943/946 e 956/960, sobre as quais as partes se manifestaram.
o breve relatrio. Decido.
Indefiro o requerimento da Unio de levantamento em favor da impetrante do montante correspondente a 16,62% do valor
depositado. Isso porque, os depsitos efetuados nos autos esto sujeitos ao desfecho da ao original. Assim, se procedente o
pedido, os valores devem ser levantados; se improcedente, devero ser convertidos em renda da Unio.
Considerando que, nestes autos, foi concedida a segurana os depsitos efetuados em conta vinculada pertencem impetrante. No
entanto, o levantamento poder ser parcial, desde que haja requerimento para tanto. Assim, diante do pedido efetuado fl. 846,
defiro o levantamento do montante correspondente a 18,7958% dos depsitos efetuados e a converso em renda da Unio do valor
remanescente.
Anoto, por oportuno, que eventuais dbitos da parte impetrante em favor da Unio devero ser cobrados em observncia aos
procedimentos legais de constituio do crdito e inscrio em dvida ativa.
Relata a Unio que a impetrante ajuizou mandado de segurana visando desobrigar-se do recolhimento do PIS, com base de clculo
alterada pela Lei n 9.718/98. Com o trnsito em julgado, considerando haver valores em depsito judicial, a parte agravada props
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os percentuais de levantamento e de converso em renda da Unio quanto aos valores em depsito judicial vinculados ao feito.
Ressalva a Unio que a impetrante deveria demonstrar a origem das receitas, para fins de comprovao de adequao da base de
clculo. Alm disso, considerar os acrscimos legais devidos relativos ao atraso do pagamento. Contudo, no o fez. Sustenta que,
desta forma, passvel de levantamento pela parte impetrante o percentual de 16,6223%; e, converter em renda da Unio 83,3777%.
Requer a suspenso liminar da deciso agravada, at julgamento final do agravo. Por fim, pede a reforma da deciso.
Vejo grande perigo nesta quadra processual, tendo em vista que a expedio de alvar para levantamento dos depsitos est em vias
de acontecer. Assim, para garantir resultado til deste recurso, se acaso provido ao final, convm impedir a integral liberao dos
depsitos discutidos.
Considerando que a Unio concordou com a liberao de 16,6223%, enquanto que a parte busca liberar 18,7958%, entendo razovel
liberar apenas os valores que h concordncia da Unio, mantendo o restante bloqueado at a apreciao deste recurso pela Turma.
Ante o exposto, defiro parcialmente o pedido da Unio apenas para determinar que o levantamento dos depsitos limite-se a
16,6223% do montante total.
Intimem-se, sendo a parte agravada para contrarrazes.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0006210-35.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : FRANCISCO MODEL HENDLER ME sucesso
ADVOGADO : Miriam Matias de Souza e outros
AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
DECISO
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto contra deciso singular assim vazada (fl. 59):
"1. Trata-se de ao declaratria de inexistncia de dbito objeto de execuo fiscal, a qual tramita perante a 2 Vara Judicial da
Comarca de Taquari (processo n. 071/11000000736).
2. Considero haver conexo entre a presente ao ordinria e a execuo mencionada, independentemente da existncia de
embargos, constituindo-se aquela uma questo prejudicial externa a esta.
3. Nesse passo, como a competncia do Juzo especializado em Execues Fiscais possui natureza absoluta, em razo da matria,
atrai o julgamento das causas conexas ao processo executivo.
4. Corroborando o aqui exposto, colaciono precedentes do TRF4:
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETNCIA. EXECUO FISCAL E AO DECLARATRIA. CONEXO.
COMPETNCIA DO JUZO DA VARA DE EXECUES FISCAIS.
1. Na esteira da jurisprudncia do STJ, reconhece-se a conexo entre a ao anulatria do dbito e a execuo fiscal, mas, em se
tratando de competncia funcional e, portanto, absoluta, devem os autos da anulatria prosseguirem no juzo da Vara de Execues
Fiscais, e no o contrrio.
2. Embora no haja pedido na Ao Declaratria para que seja anulado o lanamento tributrio que respalda a execuo fiscal, h
ntido carter incidental na demanda, visto que a autora alega possuir crditos perante o exeqente que no foram admitidos. Alm
de postular o reconhecimento do direito de compensar os referidos crditos, busca a continuao do contrato de parcelamento cuja
resciso resultou no ajuizamento da execuo fiscal, bem como a suspenso do processo executivo. Assim, efetivamente
vislumbra-se a mesma finalidade da ao de embargos do devedor, o que ensejaria a possibilidade de eventuais decises conflitantes,
caso os processos tenham seguimento em juzos diversos.
(TRF4, CC 200704000250151/SC, 1 SEO, DATA DA DECISO: 05/11/2007, RELATOR(A) JOEL ILAN PACIORNIK)
CONFLITO DE COMPETNCIA. ANULATRIA DE DBITO. EXECUO FISCAL. CONEXO. REUNIO DOS FEITOS.
COMPETNCIA DO JUZO DA EXECUO.
1. A ao de conhecimento mantm relao de prejudicialidade com a execuo fiscal, posto que, se a impugnao vier a ser
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acolhida, o ttulo executivo restar desconstitudo; assim, os processos devem ser reunidos por fora da conexo.
2. Havendo, no caso dos autos, Juzo com competncia absoluta - o Juzo Federal das Execues Fiscais -, neste devero ser
reunidos os feitos.
3. Precedentes desta Seo e do e. STJ.
4. Competncia do Juzo Suscitado.
(TRF4, CC 200604000343513/PR , 1 SEO, DATA DA DECISO: 04/06/2007, RELATOR(A) LUCIANE AMARAL CORRA
MNCH)
5. Ante o exposto, declino da competncia em favor da Vara de Execues Fiscais.6. Preclusa a deciso, oficie-se 2 Vara Judicial da Comarca de Taquari, requisitando os autos da execuo fiscal para
redistribuio por dependncia ao presente feito.
7. Aps, apensem-se os autos e encaminhem-se ambos SRIP para redistribuio Vara de Execues Fiscais desta Subseo,
competente para julgar e processar os feitos em razo da conexo instrumental."
A agravante alega, em sntese, que a deciso agravada contraria o entendimento segundo o qual, a Justia Estadual, tendo
competncia para processar e julgar as execues fiscais, tambm tem atribuio legal de cuidar das aes que funcionem como
oposio do executado ao pleito Fazendrio. Pugna que os autos da anulatria sejam remetidos para a Comarca de Taquari/RS, face
conexo com a ao executiva que l tramita.
o relatrio.
Decido.
A insurgncia merece acolhida.
pacfica a jurisprudncia, inclusive da 1 Seo deste Regional, no sentido de reconhecer que, em havendo conexo entre ao
anulatria e a execuo fiscal, a reunio dos feitos deve ocorrer no juzo da execuo, por fora da competncia funcional absoluta
daquele juzo especializado, verbis:
"TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. AO ANULATRIA. CONEXO. COMPETNCIA FUNCIONAL DO JUZO DA
EXECUO. 1. A jurisprudncia reconhece a conexo entre a ao anulatria do dbito e a execuo fiscal, mas, em se tratando
de competncia funcional e, portanto, absoluta, devem os autos da anulatria ser enviados ao juzo em que tramita a execuo
fiscal, e no o contrrio, como quer a agravante. 2. O Superior Tribunal de Justia vem entendendo que, por fora do art. 109, 3,
da Constituio Federal, se inserem na competncia delegada do art. 15, inciso I, da Lei n 5.010/66 no somente as execues
fiscais da Unio e suas autarquias, ajuizadas contra devedores domiciliados em comarcas do interior que no sejam sede de vara
da Justia Federal, mas, tambm, quaisquer aes que gravitam em torno do crdito que venha a ser perseguido na execuo fiscal.
Precedentes. (TRF4, AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5001289-45.2011.404.0000, 1a. Turma, Des. Federal
JOEL ILAN PACIORNIK, POR UNANIMIDADE)"
" CONFLITO DE COMPETNCIA. CONEXO DE AES. AO DE EXECUO FISCAL E AO ORDINRIA. 1. Existindo
conexo entre a ao ordinria e as execues fiscais, deve haver a reunio dos processos para julgamento conjunto dos feitos no
juzo da execuo, em face da competncia funcional absoluta deste rgo especializado. 2. Conflito de competncia conhecido
para declarar competente o Juzo Suscitado. (TRF4, CONFLITO DE COMPETNCIA N 0024169-53.2010.404.0000, 1 Seo,
Juiz Federal SEBASTIO OG MUNIZ, POR UNANIMIDADE, D.E. 18/10/2010)"
CONFLITO DE COMPETNCIA. ANULATRIA DE DBITO. EXECUO FISCAL. CONEXO. REUNIO DOS FEITOS.
COMPETNCIA DO JUZO DA EXECUO. 1. A ao de conhecimento mantm relao de prejudicialidade com a execuo
fiscal, porquanto, se a impugnao vier a ser acolhida, o ttulo executivo restar desconstitudo; assim, os processos devem ser
reunidos por fora da conexo. 2. Havendo, no caso dos autos, Juzo com competncia absoluta - o Juzo Federal das Execues
Fiscais -, neste devero ser reunidos os feitos. 3. Precedentes desta Seo e do e. STJ. 4. Competncia do Juzo Suscitante. (TRF4,
CONFLITO DE COMPETNCIA N 0032479-48.2010.404.0000, 1 Seo, Juiza Federal VNIA HACK DE ALMEIDA, POR
UNANIMIDADE, D.E. 16/12/2010)
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No mesmo sentido, a orientao do STJ:
TRIBUTRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. AO DESCONSTITUTIVA DO TTULO. CONEXO. LITIGNCIADE M-F.
1. No incorre em omisso o julgado hostilizado quando a lide apreciada, no estando obrigado a analisar todos os pontos
suscitados pelas partes.
2. Este Tribunal reconhece a conexo entre a ao desconstitutiva de ttulo e a execuo, o que torna obrigatria a reunio dosprocessos para julgamento simultneo. 3. Contudo, a competncia funcional absoluta do juzo da execuo determina a reunio dos feitos nesse rgo, e no no foro emque tramita a ao ordinria, como pretende o recorrente. 4. A pretenso de se afastar a multa aplicada em decorrncia da litigncia de m-f depende do revolvimento do conjunto
ftico-probatrio dos autos, o que esbarra no bice da Smula 7 deste Tribunal. 5. Recurso especial improvido." (STJ, Resp n
783376/RO, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, j. 17/11/2005, DJU de 28/11/2005)
Irrelevante, por outro lado, que o feito executivo tramite na Justia Estadual, por fora da competncia delegada, sendo ele o juzo
competente para apreciar os incidentes da execuo, inclusive as aes que funcionam como sucedneo dos embargos, conforme
orientao da Primeira Seo do STJ, verbis:
PROCESSUAL CIVIL - CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA - AO ANULATRIA DE DBITO FISCAL - CONEXO
COM A CORRESPONDENTE EXECUO FISCAL - ALCANCE DA COMPETNCIA FEDERAL DELEGADA (ART. 15, I, DA
LEI N. 5.010/1.966) - PRECEDENTES.
1. possvel a conexo entre a ao anulatria e a execuo fiscal, em virtude da relao de prejudicialidade existente entre tais
demandas, recomendando-se o simultaneus processus.
2. A jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia no sentido de que competncia federal delegada para processar a ao deexecuo fiscal proposta pela Fazenda Nacional (art. 15, I, da Lei n. 5.010/66), se estende tambm para a oposio do executado,seja ela promovida por embargos, seja por ao declaratria de inexistncia da obrigao ou desconstitutiva do ttulo executivo. 3. Precedentes: CC 98.090/SP, Rel. Min. Benedito Gonalves, Primeira Seo, DJe 4.5.2009; CC 95.840/SP, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, Primeira Seo, DJe 6.10.2008; CC 89267/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Seo, DJ
10.12.2007 p. 277.
Agravo regimental improvido. (AgRg no CONFLITO DE COMPETNCIA N 96.308 - SP (2008/0119528-6), Primeira Seo, rel.
Min. Humberto Martins, DJe de 20/04/2010)
No caso, havendo execuo fiscal j ajuizada na Comarca de Taquari/RS, para l que devem ser remetidos os autos da anulatria,
no havendo falar em declinao de competncia para a Vara de Execues Fiscais de Novo Hamburgo/RS.
Frente ao exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, forte no art. 557, 1, do CPC.Publique-se. Intimem-se.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0008960-10.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : JOSE ALCEU DE OLIVEIRA
ADVOGADO : Norberto Baruffaldi e outros
AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
DECISO
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto contra deciso singular assim vazada (fl. 14):
A deciso proferida pelo Egrgio Tribunal Regional Federal da 4 Regio, determinou o retorno dos autos origem para que novos
clculos sejam elaborados pela parte exequente, em ateno aos critrios indicados neste julgado, ou, ainda, para que sejam
promovidas diligncias ou eventual liquidao de sentena, caso a parte no disponha dos elementos para a apurao.
Considerando que encontram-se presentes nos autos os elementos para a elaborao do clculo, cumpre ao embargado dar
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cumprimento ao determinado pelo TRF.
Assim sendo, indefiro o pedido da fl. 82.
Intime-se o embargado para que, no prazo de 30 (trinta) dias, d integral cumprimento deciso referida.
Cumprido, d-se vista Unio.
Nada mais sendo requerido, venham conclusos para sentena.
O agravante alega, em sntese, que a deciso agravada deve ser reformada, tendo em vista que direito seu que os autos sejam
remetidos Contadoria do Juzo para feitura do clculo, ainda mais que os documentos solicitados j se encontram nos autos.
Colaciona jurisprudncia a favor de sua tese.
o relatrio. Decido.
A insurgncia no merece acolhida, porque a recorrente busca, apenas, desonerar-se do nus da apresentao dos clculos.
A deciso deste TRF nos autos da Apelao Cvel n 0023034-17.2008.404.7100 foi clara no sentido de determinar a anulao da
sentena recorrida "para que novos clculos sejam elaborados pela parte exequente, em ateno aos critrios indicadosneste julgado" (vide fl. 110) (destaquei).
Assim, a remessa dos autos ao Contador do Juzo (pedido que foi rejeitado) medida extravagante ao que restou decidido. Ao
agravante, portanto, que compete a feitura dos clculos, nos exatos termos em que decidiu o Togado Singular.
No demais referir que os precedentes colacionados na inicial dizem respeito a casos onde o juiz da execuo manifesta dvidas
quanto ao clculo, o que, a toda evidncia, no se aplica espcie.
Frente ao exposto, por manifestamente improcedente, nego seguimento ao agravo de instrumento, forte no art. 557, caput, do CPC.Publique-se. Intimem-se.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00004 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0004268-65.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : BRECHO LAS MANITAS LTDA/ ME e outro
: ELIANA CORTES PIMENTEL
DECISO
Cuida-se de agravo de instrumento, interposto pela Unio Federal, com pedido de efeito suspensivo, em face de deciso que,
reconsiderando deciso anterior, excluiu um dos scios do polo passivo da execuo fiscal e indeferiu a incluso de outro (fl. 103):
"De outro lado, o redirecionamento do feito foi deferido em razo de haver indicativos de violao lei suficientes para a
incidncia do art. 135, III, do CTN, em face da dissoluo irregular. No entanto, o gerente eventualmente o contemporneo
poca do fato que motivou o redirecionamento, no se podendo, no caso sub judice, falar em redirecionamento contra scios que j
no mais faziam parte da empresa quando da ocorrncia do fato equiparado pela jurisprudncia para fins de redirecionamento
infrao lei, bem como contra scios que no exerciam poderes de gerncia. Diante dessa premissas, vista do docuemnto das
fls. 71/72, revogo o despacho da fl. 74, em relao a RODRIGO PIMENTEL PAVAN e indefiro o pedido de redirecionamento com
relaio ao ex-scio DANIEL DA COSTA FRANCO."
Em suas razes, a agravante sustenta, em sntese, que as pessoas citadas na deciso agraavda eram scios-gerentes da empresa
executada no perodo dos fatos geradores dos tributos cobrados, de modo que este fato atrai sua responsabilidade pelo
inadimplemento da obrigao tributria.
o relatrio. Decido.
Responsabilidade pessoal do administrador pelo no pagamento do tributo
De acordo com o art. 135, inciso III, do CTN, o administrador responde pelos dbitos tributrios da pessoa jurdica somente na
hiptese de ter agido com excesso de poderes ou contrariamente lei, ao contrato social ou aos estatutos, verbis:
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"Art. 135. So pessoalmente responsveis pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias resultantes de atos praticados
com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos:
I - omissis;
II - omissis;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de direito privado".
Consolidou-se, por sua vez, na jurisprudncia, o entendimento de o mero inadimplemento da obrigao tributria, por si s, no atrai
a incidncia do art. 135 do CTN e, por conseguinte, a responsabilidade solidria do scio-gerente.
Nesta exata linha de conta o enunciado da Smula n 430 do e. STJ:
"O inadimplemento da obrigao tributria pela sociedade no gera, por si s, a responsabilidade solidria do scio-gerente".
No caso dos autos, no h nenhum elemento de prova a indicar que o administrador contra quem requerido o redirecionamento
tenham agido com infrao lei, ao contrato social ou estatutos, ou com excesso de poderes, no sendo possvel, dessarte, o
redirecionamento da execuo com base na mera alegao de inadimplemento da obrigao tributria.
Delimitao temporal
O scio que assume a gerncia da sociedade, aps a gerao dos dbitos tributrios, assume tambm estes, de forma que responder
por eles se extinguir irregularmente a sociedade. De fato, o scio no pode ser responsabilizado por atos praticados em perodo
anterior ou posterior a sua gesto, razo pela qual o scio responsvel pelo inadimplemento no responde, necessariamente, pela
dissoluo.
Nesta linha, os recentes arestos deste Colegiado:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. REDIRECIONAMENTO. AUSNCIA DE PROVAS DE QUEM ERA O REPRESENTANTE LEGAL
NA POCA DO FECHAMENTO.
1. No respeitante alegao de dissoluo irregular da empresa executada, entendimento desta Turma que aquela, por si s, no
enseja o redirecionamento da execuo. Contudo, o encerramento das atividades da empresa sem a liquidao por processo
especfico indcio de dissipao dos bens por parte de seus administradores, cabendo aos scios o nus de comprovar, via
embargos, que esses bens no foram desviados, dilapidados ou aplicados no pagamento de credores, sem a observncia das
preferncias legais.
2. O redirecionamento possvel ao gestor que exerceu suas funes ao tempo da dissoluo irregular, por ser, em tese, o
responsvel pela dissipao dos bens da empresa, eis que, durante o perodo de sua gesto, estava a par da situao de
inadimplncia fiscal, cabendo-lhe solver os dbitos da pessoa jurdica.
3(...) (2 Turma, AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.036657-5, Juza Federal VNIA HACK DE
ALMEIDA, Publicado em 10/12/2009)"
TRIBUTRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REDIRECIONAMENTO DA EXECUO FISCAL. DISSOLUO IRREGULAR
DA EMPRESA. RESPONSABILIDADE DO SCIO PELA DISSOLUO. DESPROVIMENTO.
1. possvel a responsabilizao do scio-administrador no caso de dissoluo irregular da empresa, consoante precedentes do
STJ e desta Corte. Isto porque seu dever, diante da paralisao definitiva das atividades da pessoa jurdica, promover-lhe a
regular liquidao, realizando o ativo, pagando o passivo e rateando o remanescente entre os scios ou os acionistas.
2. No caso dos autos, h de se atentar que o ato pelo qual o scio est sendo responsabilizado, isto , o ato que culminou na sua
responsabilizao foi a dissoluo irregular, e no o mero inadimplemento. Assim, importante frisar que, ao tempo de tal ato
infracional, qual seja, a dissoluo irregular da sociedade, o scio em comento estava frente da sociedade, em pleno exerccio de
seus poderes de gerncia.
3. Na medida em que, no momento da dissoluo irregular da pessoa jurdica, conforme reconhece o prprio recorrente na inicial,
o scio era o responsvel pela empresa dissolvida irregularmente, deve ser mantida a deciso recorrida. 4. Agravo de instrumento
desprovido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO N 2009.04.00.030748-0, de minha relatoria, Publicado em 12/11/2009).
Assim, admissvel a responsabilizao somente do scio gerente que assim figurava poca da dissoluo irregular. No pode a
execuo ser redirecionada ao scio gerente que deu origem ao dbito porque este no incorreu nas causas que possibilitam a
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incluso do responsvel tributrio no polo passivo do executivo fiscal, dispostas no artigo 135 do CTN.
Destarte, correta a deciso que reconsiderou a deciso que havia deferido o redirecionamento da execuo, porquanto o scio em
questo (RODRIGO PIMENTEL PAVAN ), de fato, no participava da empresa quando da suposta dissoluo irregular, o mesmo
valendo para o outro scio (DANIEL DA COSTA FRANCO) de modo que tambm em relao a este tlimo a deciso agravada
deve prevalecer, agora no sentido de obstar sua incluso no plo passivo da execuo.
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fundamento no art. 557, caput, do CPC.Publique-se. Intimem-se.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00005 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0006269-23.2011.404.0000/SC
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : ARQMDIA STANDS LTDA/ ME
ADVOGADO : Hipocrates Fernandes
AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
DECISO
Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto em face da deciso singular que indeferiu a exceo
de pr-executividade (fl. 77), in verbis:
"1. Aps o bloqueio de valores atravs do sistema Bacenjud, ope a executada exceo de pr-executividade requerendo a
liberao dos valores bloqueados, alegando que o dbito em execuo estaria parcelado, antes mesmo da efetivao do bloqueio.
Requer, ainda, condenao da exeqente por danos morais e patrimoniais.
2. Intimada, a exeqente esclareceu que o parcelamento que postulou a executada com base no art. 1 da Lei 11.941/09, mas que
deveria ter sido requerido com base no art. 3 da referida lei, uma vez que este dbito j foi objeto de parcelamentos anteriores.
3. Ademais, conforme informa a exeqente, o parcelamento ainda no foi deferido, pois pende de anlise o processo administrativo
16537.000620/2010-19, em que a executada foi intimada para juntada de documentos.
4. Em sendo assim, a exeqente diz que o dbito no est parcelado. No cabe ao Juzo realizar, em sede excepcional, anlise do
pedido de parcelamento realizado pela executada, se foi feito na forma da lei ou no.
5. Por este motivo, tendo em vista a presena de questo prejudicial homognea externa, determino que estes autos executivos
aguardem o julgamento do processo administrativo n. 16537.000620/2010-19 e indefiro, por ora, o pedido de levantamento dos
valores bloqueados, tudo na forma do art. 265, IV, "b" do CPC.
6. A orem para transferncia para conta judicial vinculada aos autos j foi dada. Assim, aguarde-se a notcia do depsito.
7. Intimem-se as partes."
Alega a agravante, em sntese, ter sido indevido o bloqueio do dbito via BACENJUD, uma vez que o valor encontra-se parcelado
junto ao ente tributante. Aduz ntida lacuna do decisum no que diz respeito aos pedidos formulados em sede de exceo de
pr-executividade: multa por suposta litigncia de m-f, pagamento dobrado do valor exeqendo e pagamento de dano moral por
ter que pegar emprestado a terceiros, recurso financeiros para arcar com seus compromissos. Requer pelo recebimento do recurso no
seu duplo efeito e, ao final, seu total provimento.
o relatrio. Decido.Inicialmente, cabe lembrar que a questo relativa ao parcelamento do crdito fiscal controversa, em face da manifestao da
exequente (fls. 67/68), a qual, manifestou-se contrariamente liberao dos valor constritos, destacando que "a opo do
contribuinte pela parcelamento institudo pela Lei 11.941/2009, da forma em que realizada (artigo 1) no abarca o crdito em
execuo nestes autos (CDA 91 6 06 0215545-79)."
As questes fticas trazidas aos autos demandam, necessariamente, aprofundamento na anlise das provas, sendo, pois, inviveis de
serem apreciadas via exceo de pr-executividade. sabido que a exceo de pr-executividade somente admite o acolhimento das
pretenses quando estas forem formuladas de modo a estampar o direto averiguvel de plano. Qualquer considerao ou anlise
mais aprofundada impede o manejo desse incidente. Nesse sentido, a pacfica jurisprudncia deste TRF:
DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 21 / 890
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AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTRIO. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. ADMISSIBILIDADE RESTRITA.
1. A exceo de pr-executividade, por sua peculiar natureza, sempre teve restrito mbito de admissibilidade, adstrita a questes de
ordem pblica, como a ausncia de pressupostos processuais e condies da ao, ou nulidade do ttulo executivo, comprovada de
plano pelo juzo.
2. Para que a exceo de pr-executividade possa ser admitida, indispensvel que o vcio indicado apresente-se com tal evidncia
a ponto de justificar o seu reconhecimento de plano pelo juzo, sendo desnecessria qualquer dilao probatria.
3. No caso, a questo atinente s supostas notificaes equivocadas do executado, realizadas na seara administrativa, demanda
efetiva dilao probatria a ser solvida na sede prpria dos embargos execuo (2 Turma, AGRAVO DE INSTRUMENTO N
2009.04.00.044943-2, de minha relatoria, j. em 10/03/2010);
AGRAVO LEGAL. (ART. 557, 1, DO CPC). AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. EXECUO
FISCAL. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. MANUTENO DA DECISO.
1. Embora sem previso legal, a exceo de pr-executividade tem sido admitida quando se estiver diante de vcio afervel de plano,
que torne nulo o ttulo executivo ou a prpria execuo, despontando com tal evidncia a ponto de justificar o seu conhecimento de
ofcio pelo magistrado, sendo dispensvel, nesse caso, a garantia do juzo por meio de penhora dos bens da executada. 2. A exceo
de pr-executividade no comporta a discusso de questes que efetivamente demandarem dilao probatria, matrias a serem
invocadas somente em embargos execuo. (1 Turma, AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO N
2009.04.00.035643-0, Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA, Publicado em 03/03/2010)"
Com efeito, pendendo dvida sobre o efetivo parcelamento do crdito tributrio em questo, consoante bem destacado na deciso
objurgada, mostra-se temerrio, ao menos por ora, autorizar a liberao do valor bloqueado via BACENJUD (R$ 14.086,00), at que
a situao se esclarea. Cumpre gizar que, uma vez rejeitado o pedido central do incidente eleito, desnecessrio se faz qualquer
deliberao acerca dos demais pedidos veiculados na exceo: multa por suposta litigncia de m-f, pagamento dobrado do valor
exeqendo e pagamento de dano moral por ter que pegar emprestado a terceiros, recurso financeiros para arcar com seus
compromissos. De qualquer sorte, cumpre atentar para o fato de que o Juiz determinou a suspenso do executivo fiscal, at o
julgamento do processo administrativo n 16537.000620/2010-19, por entender presente, na espcie, questo prejudicial externa.
Ante o exposto, indefiro o pedido de efeito suspensivo.Intime-se a agravada para, querendo, oferecer resposta.
Aps, retornem conclusos para incluso em pauta.
Porto Alegre, 11 de julho de 2011.
00006 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0005735-79.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : EWALDO ZIMMERMANN
ADVOGADO : Gleison Machado Schutz e outro
AGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
DECISO
Cuida-se de agravo de instrumento, interposto em face de deciso que indeferiu o pedido de antecipao dos efeitos da tutela,
formulado em ao ordinria ajuizada com o propsito de (fl. 268).
"Indefiro o pedido de antecipao dos efeitos da tutela, reportando-me deciso que, nos autos da ao executiva, j reconheceu
que o ajuizamento de ao anulatria no tem o condo de suspender a exigibilidade do crdito tributrio"
O agravante repisa os termos da ao anulatria de dbito fiscal, objetivando o reconhecimento da no incidncia do imposto de
renda sobre o montante que recebeu em ao judicial movida contra o INSS, bem como a imediata suspenso da exigibilidade do
crdito tributrio. Aduz que a urgncia se justifica na medida em que, acaso no deferida a antecipao da tutela, determinando a
suspenso da exigibilidade do crdito tributrio em cobrana na ao de execuo fiscal conexa com a ordinria, sofrer os atos
expropriatrios, cujas consequncias so nefastas, ainda mais que a matria de fundo j est pacificada neste Tribunal em favor dos
contribuintes.
o relatrio. Decido.
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Em juzo de cognio sumria, vislumbro relevncia nos argumentos do recorrente, porquanto sobre os valores recebidos a ttulo de
indenizao no incide imposto de renda. Confira-se a jurisprudncia sobre o tema:
"IMPOSTO DE RENDA. BENEFCIOS PREVIDENCIRIOS RECEBIDOS DE FORMA ACUMULADA. LEI N 7.713/1988, ART.
12. CTN, ART. 43.O artigo 12 da Lei n 7.713/1988, que prev a incidncia do imposto de renda sobre os rendimentos recebidos de
forma acumulada, deve ser interpretado conjuntamente com o artigo 43 do Cdigo Tributrio Nacional, que define o fato gerador
do imposto de renda.No caso dos autos, os valores foram recebidos acumuladamente, devido ao reconhecimento judicial da
existncia de diferenas no benefcio previdencirio do contribuinte pagas a menor pelo INSS. Deste modo, se tais valores tivessem
sido pagos mensalmente, estariam isentos da incidncia do imposto de renda ou teriam sofrido retenes de menor monta. Isso
porque, considerando-se o pagamento individualizado do benefcio ms a ms, este poderia no ultrapassar o limite de iseno do
tributo ou ser corretamente enquadrado nas faixas de incidncia, deixando de ser tributado na alquota mxima. de ser afastada a
incidncia do imposto de renda sobre o montante recebido de forma acumulada pela parte autora, sob pena de desrespeito ao
princpio da isonomia tributria. A parte autora, por ter recebido os valores de seu benefcio previdencirio de forma acumulada,
no pode sofrer tributao diferenciada daquela dispensada aos segurados cujas quantias foram pagas mensalmente (STJ, 1
Turma, REO 2006.70.004322-7, Rel. FRANCISCO DONIZETE GOMES, DE 29/01/08);
"TRIBUTRIO. IMPOSTO DE RENDA. PARCELAS ACUMULADAS. JUROS DE MORA. NATUREZA INDENIZATRIA. 1. A
tributao dos valores que so pagos de uma s vez no pode se dar sobre o montante total acumulado, sob pena de ferir os
princpios constitucionalmente garantidos da isonomia tributria (art. 150, II, da CF/88) e da capacidade contributiva ( 1 do art.
145 da CF/88). 2. Os juros de mora incidentes sobre parcelas reconhecidas judicialmente no esto sujeitos ao imposto de renda. 3.
Sem condenao no pagamento de honorrios advocatcios, consoante disposto nas Smulas 105 do STJ e 512 do STF. 4. Apelao
e remessa oficial desprovidas. (TRF4, Apelao Cvel N 5000279-07.2010.404.7111, 2a. Turma, Des. Federal OTVIO ROBERTO
PAMPLONA, POR UNANIMIDADE,)"
Quanto ao periculun in mora, tenho-o como presente, em face de que o autor agravante est em risco de ter seus bens penhorados
por conta da execuo fiscal conexa com a ordinria.
Ante o exposto, defiro o pedido de efeito suspensivo ativo, nos termos em que postulado.Comunique-se o Juzo a quo.
Intimem-se, sendo a parte agravada para, querendo, apresentar resposta nos termos do art. 527, inciso V, do CPC.
Porto Alegre, 12 de julho de 2011.
00007 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0006978-58.2011.404.0000/RS
RELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA
AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional
AGRAVADO : UTILFERTIL IND/ E COM/ DE FERTILIZANTES LTDA/
ADVOGADO : Maurivan Botta e outro
DECISO
Cuida-se de agravo de instrumento interposto pela Unio Federal, em face de deciso singular assim vazada (fl. 577):
"Trata-se de embargos declaratrios opostos pela Unio contra a deciso proferida fl. 577. Alegou, em sntese, a existncia de
contradio no decisum.
o breve relato. Decido.
Dispe o artigo 463 do CPC que o provimento jurisdicional s pode ser modificado nos casos de correo de erro material,
equvoco de clculo, ou naquelas situaes passveis de embargos declaratrios (omisso, contradio ou obscuridade).
No presente caso, contudo, no constato a existn