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Sinalética
Trilho Torgueano de Provesende
S. Cristóvão do Douro Pinhão
Recomendações e cuidados aos caminhantes - Não saia do trilho limitado pelo Mapa; - Use roupa e calçado confortável e adequado à época do ano; - Não deite lixo para o chão, levando-o até ao caixote mais próximo; - Não faça lume; - Respeite a fauna e a flora, não recolha plantas, nem apanhe animais.
"Não é descer de Sabrosa para o Pinhão, estacar em São Cristóvão, e abrir a boca de espanto. Não é ir a São Leonardo de Galafura ou ao Miradouro de São Brás, olhar o caleidoscópio, e ficar maravilha-do. É compreender toda a significação da tragédia, desde a tentação do cenário, à condenação de Pro-meteu, ao clamor do coro."
Miguel Torga (in "Um Reino Maravilhoso")
Contactos Úteis:
Número Emergência Nacional: 112 Bombeiros Voluntários de Provesende: 254 732 492 GNR de Sabrosa: 259 939 412 Câmara Municipal de Sabrosa: 259 937 120
Mapa do Percurso
Ficha Técnica:
Distância 5KM
Desnível 510m
Tempo 1h30m
Condição Física Baixa
Percurso
Inicio:
Largo da Igreja de Provesende (590m),
passagem na Quinta do Junco (350m).
Fim:
Pinhão (80m) altitude.
Território
A região do Douro é um exemplo de unidade, quase única,
alcançada entre o Homem e a Natureza criando um ecossiste-
ma único modelado por socalcos. É uma das mais antigas (a
cultura da vinha na região remonta ao período da ocupação
romana), e importantes regiões demarcadas do mundo.
O esforço do homem na conversão dos solos inóspitos em
vinhas resultou na aplicação de três formas distintas de planta-
ção: em socalcos, em patamares e ao alto. As vinhas dispõem-
se do cimo dos vales profundos até à margem do rio e criam
uma paisagem magnífica reconhecida pela UNESCO como
Património da Humanidade em 2001.
No que se refere à ictiofauna de água doce, o Rio Pinhão é um afluente do Rio Douro que têm achigã (Micropterus salmoi-des) e a carpa (Cyprinus carpio) (espécies estranhas aos nossos rios que acabam por alterar o equilíbrio ecológico dos ecossis-temas), o barbo (Barbus bacagei), a boga portuguesa (Chondrostoma lusitanicum), entre outras.
Geologia e Solo Sob o ponto de vista geológico, o Vale do Douro e os seus afluentes, pertence à formação geológica do Complexo Xisto – Grauváquico ante – ordovício, com algumas inclusões de uma formação geológica de natureza granítica, envolvente. No que se refere à bacia hidrográfica do rio pinhão afloram rochas metassedimentares do Complexo Xisto-Grauváquico (CXG), que se localizam no sector sul da bacia, enquanto que a norte afloram granitos tardi a pós tectónicos intrídos durante a oro-genia hercínica. O solo é muito ácido devido ao alto nível de cálcio e magnésio, apresentando ainda excesso de alumínio. O tipo de clima é mediterrâneo caracterizando-se por ter inver-nos muito frios e verões muito quentes e secos. Verifica-se que no fundo dos vales permanece aprisionado um elevado nível de humidade atmosférica sob uma forte radiação solar inciden-te. Um outro factor que nunca poderá ser omitido quando caracterizamos climaticamente esta região, é a exposição e a orientação dos seus terrenos, que demarcará sem dúvida algu-ma, o comportamento das suas vinhas. Devido às característi-cas edafo-climáticas da sub-região Cima Corgo, os bagos de uva atingem uma maior concentração de açúcar sendo conside-rada uma área perfeita para a produção de vinhos do porto vintage.
O Trilho Torgueano de Provesende-S. Cristóvão do Douro-
Pinhão situa-se no nordeste de Portugal, na região do Douro,
sub-região Cima Corgo, e encontra-se rodeada de montanhas
que lhe dão características mesológicas e climáticas particula-
res.
No Cima Corgo a paisagem é caracterizada por encostas íngre-
mes, e no profundo vale do rio Pinhão as condições do clima
são agrestes. Nesta zona a área de vinha não é tão extensa
como se verifica nas sub-regiões do Baixo Corgo e Douro
Superior, mas, em geral é de alta qualidade e, segundo os espe-
cialistas, é o berço de grandes vinhos do Porto.
Fauna e Flora
A cultura da vinha predomina na região, no entanto esta cultura é
intercalada por algumas oliveiras e pequenas manchas arbustivas.
A mediterraneidade é bem evidente na flora autóctone da região,
refugiada no fundo dos vales apertados e declivosos e em muitos
dos designados “mortórios” (antigas vinhas abandonadas há cerca
de um século após a crise da filoxera e onde a sucessão secundá-
ria reconstruiu o estrato arbustivo mediterrâneo), eventualmente
podem ser encontradas pequenas árvores como a azinheira
(Quercus ilex spp rotundifolia), o zimbro (Juniperus communis),
as oliveiras (olea europaea) e ainda alguns pinheiros como a
espécie Pinus pinaster. Esta vegetação é predominante, de folha
persistente ou perene e apresenta folhas espessas e pequenas, o
que ajuda a reduzir as perdas de água por evapotranspiração.
Algumas plantas podem também ter espinhos, o que as protege
dos animais, pois evita que sejam comidas.
Devido à intervenção humana no cultivo da vinha, a flora arbusti-
va é predominante. Aqui, podemos encontrar especialmente
arbustos esclerófitos, aparecendo ainda, ervas aromáticas e gramí-
neas. Assim, temos como espécies predominantes a carqueja
(Pterospartum tridentatum), o medronheiro (Arbustos unedo), as
estevas (Cistus ladanifer) e o rosmaninho (Rosmatinusd officina-
lis).
As vinhas são intercaladas com oliveiras que possuem uma rica e
diversificadas comunidade de aves. A cotovia-montesina
(galerida theklae) bem como a cotovia pequena (Lullula arbo-
rea), nidificam no solo, sob a protecção de pequenos arbustos que
crescem à sombra da oliveira. Podemos ainda encontrar o estorni-
nho-preto (Sturnus unicolor), o champim-real (Parus major), o
chapim-azul (Parus caeruleus), o mocho-galego (Athene noctua),
a poupa (Upupa epops), o pardal-montês (Passer montanus) e a
rola-comum (Steptopelia turtur). A partir do Outono, vinhas e
olivais fornecem uma quantidade substncial de frutos a tordos
(Turdus philomelos), estorninhos (Sturnus vulgaris), perdizes
(Alectoris rufa), raposas (Vulpes vulpes), entre outros animais
selvagens.