trovadorismo (1189 ou 1198-1434). características primeira manifestação literária em língua...
TRANSCRIPT
Trovadorismo(1189 ou 1198-1434)
Características
• Primeira manifestação literária em língua portuguesa;
• Original de Provença, no sul da França;
• Trovadores: de origem nobre, compunham as poesias e as melodias que a acompanhavam;
• Jograis: de origem vilã, divulgavam a obra de trovadores já famosos.
Cantigas
Líricas
De amor De amigo
Satíricas
De escárnioDe
maldizer
Cantigas de amor
• Ambientação aristocrática;• Origem provençal;• Eu-lírico masculino e sofredor;• A mulher amada é uma figura
idealizada, distante;• Sempre está acometido da “coita”,
que significa “sofrimento por amor”;• Vassalagem amorosa.
A deusa da minha rua(Nelson Gonçalves)
A deusa da minha ruaTem os olhos onde a luaCostuma se embriagar.Nos seus olhos, eu suponhoQue o sol, num dourado sonhoVai claridade buscarMinha rua é sem graçaMas quando por ela passaSeu vulto que me seduzA ruazinha modestaÉ uma paisagem de festaÉ uma cascata de luz
Na rua, uma poça d’águaEspelho da minha mágoaTransporta o céu para o chãoTal qual o chão da minha vidaA minha alma comovidaO meu pobre coraçãoInfeliz da minha mágoaMeus olhos são poças d'aguaSonhando com o seu olharEla é tão rica, e eu tão pobreEu sou plebeu e ela é nobreNão vale a pena sonhar
Cantigas de amigo
• Origem popular;• Marcas de literatura oral que
facilitam a memorização, como refrões e estribilhos;
• Origem ibérica;• Eu-lírico feminino, mas autor
masculino;• Lamento pela ausência do amado ou
alegria pelo próximo encontro;• Não há vassalagem amorosa.
Com açúcar, com afeto(Chico Buarque)
Com açúcar, com afetoFiz seu doce prediletoPra você parar em casa.Qual o quê!Com seu terno mais bonitoVocê sai, não acreditoQuando diz que não se atrasa.
Você diz que é operário.Sai em busca do salárioPra poder me sustentar.Qual o quê!No caminho da oficinaHá um bar em cada esquinaPra você comemorarSei lá o quê.
Sei que alguém vai sentar junto;Você vai puxar assuntoDiscutindo futebol.E ficar olhando as saiasDe quem vive pelas praiasColoridas pelo sol.
Vem a noite e mais um copo,
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar.Na caixinha um novo amigoVai bater um samba antigo
Pra você rememorar.
Quando a noite enfim lhe cansa,
Você vem feito criançaPra chorar o meu perdão,
Qual o quê!Diz pra eu não ficar sentida.
Diz que vai mudar de vidaPra agradar meu coração.
E ao lhe ver assim cansado,Maltrapilho e maltratado,Ainda quis me aborrecer,
Qual o quê.Logo vou esquentar seu
prato.Dou um beijo em seu
retratoE abro meus braços pra
você.
Cantigas de escárnio
• O eu-lírico satiriza alguém;• Sátira indireta, com uso de duplo
sentido;• Intenção de que o destinatário não
seja reconhecido.
Crônica(Humberto Gessinger)
Já não passa nenhum carro por aquiJá não passa nenhum filme na TVVocê enrola outro cigarro por aíE não dá bola pro que vai acontecerMais um pouco e mais um século terminaMais um louco pede troco na esquinaTudo isso já faz parte da rotinaE a rotina já faz parte de você
Que tem idéias tão modernasÉ o mesmo homem que vivia nas cavernas
Todo mundo já tomou a coca-colaE a coca-cola já tomou conta da china
Todo cara luta por uma meninaE a Palestina luta pra sobreviverA cidade, cada vez mais violenta
(Tipo Chicago nos anos quarenta)E você, cada vez mais violento
No seu apartamento ninguém fala com você
Que tem idéias tão modernasé o mesmo homem que vivia nas cavernas
Cantigas de maldizer
• Sátira direta;• Agressão verbal à pessoa satirizada;• O nome dessa pessoa pode ou não
ser revelado.
Invejoso(Arnaldo Antunes/Liminha)
O carro do vizinho é muito mais possanteE aquela mulher dele é tão interessantePor isso ele parece muito mais potenteSua casa foi pintada recentemente
E quando encontra o seu colega de trabalhoSó pensa em quanto deve ser o seu salárioQueria ter a secretária do patrãoMas sua conta bancária já chegou no chão
Na hora do almoço vai pra lanchoneteTomar seu copo d'água e comer um croqueteEnquanto imagina aquele restauranteAonde os outros devem estar nesse instante
InvejosoQuerer o que é dos outros é o seu gozoE fica remoendo até o ossoMas sua fruta só lhe dá caroço
InvejosoO bem alheio é o seu desgostoQueria um palácio suntuosomas acabou no fundo desse poço
Depois você caminha até a academiaSem automóvel e também sem companhiaQueria ter o corpo um pouco mais sarado
Como aquele rapaz que malha do seu lado
E se envergonha de sua própria namoradaAchando que os amigos vão fazer piadaQueria uma mulher daquelas de revista
Uma aeromoça, uma recepcionista
E quando chega em casa liga a tevêVê tanta gente mais feliz do que você
Apaga a luz na cama e antes de dormirFica pensando o que fazer pra conseguir
O que é dos outros...
Novelas de cavalaria
• Narrativas ficcionais de acontecimentos históricos;
• Ligadas às aventuras de cavaleiros medievais;
• Noção maniqueísta da luta entre o Bem e o Mal;
• Transmitiam os ideais cristãos através da conduta dos cavaleiros.