tu es aquilo 2 gangaji completo

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  • 7/24/2019 Tu es Aquilo 2 Gangaji Completo

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    Tu s Aquilo

    [you are That]

    Gangaji

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    A quietude revela a presena do Ser. Tu s essa presena do Ser. Recebe-te a Ti mesmo.Bebe-te a Ti mesmo. Alimenta-te de Ti mesmo. Comea a tua explorao dAquilo. Noestou a dizer para explorares os teus pensamentos. J exploraste os teus pensamentos eeles levaram-te to longe quanto eles te podem levar. No estou a dizer para explorares astuas emoes, os teus sentimentos, as tuas sensaes ou as tuas circunstncias. Explora-

    te a Ti mesmo. Aquilo que antes, durante e depois de todos os objectos na conscincia.AQUILO!- Gangaji

    Em 1990, Antoinette Roberson Varner encontrou o seu amado mestre H.W.L.Poonja, nas margens do sagrado rio Ganges, na ndia. Nesse encontro, averdadeira realizao que havia buscado durante a sua vida foilhe revelada.Confirmando a sua realizao do verdadeiro eu Poonjaji deu-lhe o nome deGangaji e indicou-a a continuar a sua transmisso pelo Ocidente.Hoje Gangaji realiza Satsang pelos Estados Unidos e fora.

    A mensagem de Verdade e Paz de Gangaji vibra agora pelo mundo.Independentemente da cultura de cada um, da sua religio ou circunstnciafsica, a essncia da sua mensagem ressoa claramente como a Verdade no coraode todos. O que a Gangaji livremente transmite um presente incomensurvel. o presente do Ser para o Ser e reconhecido, sem dvida, sendo Aquilo quesempre aqui tem estado.

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    ndice

    A Busca pela Iluminao 4

    O Desafio da Entrega 8

    Expondo o Centro do Sofrimento 27

    A Experincia Directa Revela o Ser 42

    Libertando a Raiva 57

    Estados e Experincias

    O Sexo e o Verdadeiro Significado doTantra

    Pais e Filhos

    Estando no Mundo

    O Fogo de Servio [The Fire of Service]

    Auto-dvida: O ltimo Obstculo

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    A Busca pela Iluminao

    Tens te imaginado como sendo um corpo e nesta imaginao estsdesesperadamente a tentar encontrar o segredo para a libertao desse corpo.

    Talvez tenhas estudado determinadas tradies espirituais orientais ou talveztenhas estudado determinadas tradies espirituais ocidentais. Talvez estejasenvolvido em determinadas actividades aquisitivas. Todas estas actividades

    fazer-para-conseguiresto relacionadas com a libertao do teu corpo.O teu corpo no pode ser libertado. O teu corpo est fadado a desaparecer. O teucorpo est limitado pelo nascimento, pela fome, pela doena, pela morte, pelagentica e pelo ambiente. No entanto, se olhas para Aquilo que permeia o teu oteu corpo, Aquilo que rodeia o teu corpo, Aquilo em que o teu corpo surge,Aquilo por que ele existe e Aquilo para onde ele retorna, encontras a liberdadeem si. Este encontro libertao.

    O conceito de iluminao vem do reconhecimento ou do insight,Meu Deus, tenhovivido na ignorncia. Quero abandonar a ignorncia. Este reconhecimento um pontoevolucionrio numa vida.As pessoas comeam por chegar at busca espiritual a partir de uma ideiaegocntrica do que iro obter. O comeo da busca espiritual o aspecto positivodo ego, Estou cansado de sofrer. Quero ser feliz. Eu vejo felicidade na metaespiritual. Eu quero ser feliz um pensamento que vem de um ego desenvolvido,um ego em funcionamento e integrado.Com coragem e orientao, surge a deciso de virar costas s foras quealimentam a ignorncia e receber as foras que alimentam a iluminao. Tudoisto imensamente importante.A busca pela iluminao toma inmeras formas. Talvez a primeira seja a tentativade seguir o cdigo e prticas da religio. Normalmente a seguinte a tentativade jogar fora o cdigo ou religio e viver de acordo com o cdigo pessoal. Poderhaver esperana superficial de que vestindo ou agindo como os Budistas ou osHindus ou os Sufis vestem ou agem, alguma da sua sabedoria acumulada sejatransferida. Apesar de teres tentado a iluminao, continuamente vens dar aoque parecer ser um beco sem sada. Nesta altura, ao invs de experienciar ofim,a busca normalmente comea com um novo ou diferente cdigo ou religio ourebelio.No podes experienciar a verdadeira felicidadefazendoalguma coisa. Claro que

    podes experienciar momentos de felicidade. Mas para reconhecer que s aquiloque felicidade, deves abandonar todos os veculos de fuga. O fim deve serexperienciado. Estou a falar em desistir de todas as coisas.Que surpresa perceber que a verdadeira felicidade requer largar mo de tudo!Para receber o objectivo final, devers deixar de tentar conseguir alguma coisa. Aideia de tideve acabar. Quando desistes da ideia de iluminao, tu vs para oque a ideia de iluminao aponta.Se conseguires ver que aquilo que tupensavasque querias no te deu aquilo querealmentequeres, ento ests pronto. Ests maduro. Maturidade tem muito poucoa ver com a idade ou com a educao ou com prtica espiritual. A maturidade

    reflecte a inteligncia impiedosa em dizer a verdade. A verdade que,

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    independentemente do quanto tenhas gostado das tuas relaes e circunstncias,essas coisas no te deram aquilo que permanente e eterno.Este reconhecimento um brusco acordar, uma desiluso. At que a desilusoacontea existe uma espcie de estado de transe em que vagueias pela vidatentando agarrar as coisas que queres e rejeitar as coisas que no queres na

    esperana de encontrar a eterna felicidade.Atravs da desiluso, do despertar brusco e da verdade impiedosa tu podes,realmente, descobrir o que de facto queres. Se por sorte o que tu realmente queres a verdade eterna, ento tem a coragem para parar de procurar pela verdadeeterna nas coisas. Quer a tua busca se faa nas palavras, na filosofia ou naespiritualidade, pra de procurar. Quando paras de procurar, podes descobrir averdade eterna. Demora menos do que um instante.Tens muita sorte se sentes o desejo pela Verdade mas, na tua busca pela verdade,o que procurado uma imagem ou uma ideia ou algum conceito baseadonaquilo que te foi ensinado, ou naquilo que leste, ou naquilo que imaginas ser ou

    naquilo que recordas de algum vislumbre passado. Tudo isto coisasmentais.Podero ser coisas lindas mas mesmo os conceitos mentais mais subtis so coisas.O grande presente oferecido pelo meu Mestre, Sri Poonjaji e pelo seu Mestre, SriRamana Maharshi, a orientao para Ser Silencioso. Para no olhar para a mentecomo o ponto de referncia de quem tu s.O que dizer sobre o que revelado na quietude? Muito do que foi dito apontapara isso. Nada do que foi dito pode tocar a verdadeira revelao. Palavras comoinfinito, eternidade, graa, Ser, Verdade, Deus, todas apontam para o que revelado na quietude absoluta. No entanto, o momento em que revelado concebido como uma coisa, algo, e ento a revelao tambm aponta noutra

    direco que no a verdade.Aquilo que tu s intocado por qualquer ideia de ignorncia ou iluminao. Oconceito de iluminao aponta para a liberdade e para a verdade do nosso sermas se te colares ao conceito, deixas passar despercebido o que estava presentemesmo antes de teres ouvido a palavra. Deixas passar despercebido o que estpresente quando o teu corpo se encontra no estado de sono profundo. Deixaspassar despercebido o que permanece quando o teu corpo j se foi h muito.H um momento em que por graa milagrosa e misteriosa, tu ficas sem palavras,sem conceitos, sem buscas, sem esforo, sem identificao. Nesse momento, uminstante fora do tempo, d-se a realizao de que, quem tu s, quem tu realmentes, nunca foi tocado por nenhum conceito. Este exacto instante de realizao ,na verdade, aquilo para que o conceito de iluminao aponta.Os hbitos e truques da mente so obviamente muito fortes e eles podemreaparecer. Tu podes pensar, Oh, consegui! Agora estou iluminado. Estepensamento j um truque da mente. Este pensamento pressupe j umaentidade separada da conscincia, separada daquilo que revelado no instanteem que a actividade da mente cessa. Ao pensar, Oh, Eu consegui. Estou iluminado,tem de seguir-se, Oh, perdi-o. No estou iluminado.J deves ter passado por istomuitas vezes. Ambos os conceitos so lados opostos da mesma moeda. Hsofrimento em ambos. Ambos vm do pensamento, Eu sou alguma coisa e ailuminao outra coisa que eu tenho que ter para ser feliz.

    Aquilo que tu s no tem necessidade, no deseja e no teme a ignorncia nem ailuminao. Aquilo que tu s livre de qualquer conceito. O conceito de

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    iluminao aponta para realizao disso. O conceito de ignorncia aponta parano realizao disso. No momento em que te colas a qualquer conceito deignorncia ou qualquer conceito de iluminao enquanto realidade, j ests naexperincia de ignorncia outra vez. Consegues ver como o mecanismo da mente subtil?

    A mente inclui todos os pensamentos - mentais, fsicos, emocionais oucircunstanciais. Todos os truques da mente so baseados na ideia de que tu salguma coisa. Tu no s uma coisa. Tudo o que aparece, aparece na vastido daeterna verdade. Quando te identificas com uma coisa mental, fsica, emocionalou circunstancial e acreditas que essa identificao real, tu deixas passardespercebida a realidade da vastido do Ser.A realizao to absolutamente simples e esta simplicidade o que a temguardado como o mais profundo segredo, inerentemente protegido pelo podercorruptor da mente. Todo o esforo, toda a prtica, toda a comparao e todos oscdigos so vistos como irrelevantes na vastido desta absoluta simplicidade. No

    momento da realizao d-se a ltima liberdade, verdade eterna. O esplendor daverdade derrete a mente numa submisso radiante ao inominvel. Se existir omnimo de apego a alguma coisa, ento mais uma vez, a mente apanhada naidentificao errnea e o sofrimento experienciado.A oportunidade que a tua mente particular tem de ver que tu s a fora animadaque d mente o seu aparente poder. Este presente de Ramana, atravs de Papaji, o convite para parares a corrente da mente, para parares e reconheceres quemtu s. Isto pode ser reconhecido de imediato simplesmente sendo silencioso. Tununca o irs ver procurando nos teus pensamentos. Podes ter compreensointelectual, mas tu nunca ficars inteiramente satisfeito at Te abraares a

    verdade que tu s.Tu no podes fazer o Silncio. Tu s o Silncio. S quem s. S silencioso absoluta, completamente silencioso e v aquilo que anterior a qualquerpensamento, a qualquer conceito, a qualquer imagem de quem, ou do qu, ou dequando, ou de como, ou de porqu.O Silncio a presena do Ser. Tu s a presena do Ser. Recebe-te a Ti mesmo.Bebe-te a Ti mesmo. Alimenta-te de Ti mesmo. Comea a tua explorao dAquilo.No estou a dizer para explorares os teus pensamentos. J exploraste os teuspensamentos e eles levaram-te to longe quanto eles te podem levar. No estoua dizer para explorares as tuas emoes, os teus sentimentos, as tuas sensaesou as tuas circunstncias. Explora-te a Ti mesmo. Aquilo que antes, durante edepois de todos os objectos na conscincia. AQUILO. Essa presena do Ser quem tu s.No estou a tentar ensinar-te isto. No h forma possvel de te ensinar quem s.No h forma possvel de aprenderes quem s. A mensagem que eu trago simplesmente que tu, no corao da conscincia, reconheas sem sombra dedvidas a verdade do teu prprio ser.Tudo o que necessrio para esse reconhecimento que tu desvies a tua atenodas usuais fixaes e preocupaes. Deixa a ateno descansar na verdade desatsang, sem forma e presente como o mago do Ser.

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    O Desafio da Entrega

    Podero existir impulsos estratgicos para lutar, para negar, para cair na

    indulgncia, para fingir, para proteger, para ignorar e para banalizar; mas maisprofundo do que todos estes o chamado a apenas ser. Ao entregares-te a ser,uma entrega ainda mais profunda revelada. S. S mais. Descobre se conseguesencontrar um limite para ser. Nesta descoberta deves entregar todas as ideias dequem tu s, onde tu s, como tu s, o que tu s, e mais. Entrega todas as ideias aopuro ser e ento v.Quanto mais te entregas mais s chamado a entregares-te. No h nenhuma pistade aterragem1 em que tu possas dizer, Agora terminei com a entrega. schamado a entregares toda a possibilidade de aterragem - todos os conceitossobre tudo, todos os conceitos sobre nada, todos os conceitos de ti mesmo, todosos conceitos sobre os outros, e mais.

    Obviamente, no se trata de uma rendio em derrota. uma rendio vitoriosa. uma rendio paz. A paz que . A rendio no faz a paz ou elabora a paz,mas revela a paz que .Entrega tudo por um instante e v o que fica.Poder haver um enorme medo que algo seja perdido na entrega. Mas diz averdade, o que que foste capaz de guardar? Em ltimo caso podes ficar com oteu corpo, claro. No podes ficar com as tuas filosofias. Toda a tua rede, as fortesconcluses foram-se finalmente, nada, menos do que p.No estou a convidar-te a entregares-te a mim, Gangaji. No estou a dizer parate entregares ao teu ser elevado. Estou a dizer para te entregares Verdade,

    quilo que contm tudo.O tesouro na entrega usa tudo como um sinal para uma entrega mais profunda boas circunstncias, ms circunstncias, conforto, desconforto, beleza esofrimento. Cai mais e mais profundamente; sem permanecer em lugar algum,sem aterrar em lugar nenhum.

    Voc usa muito a palavra entrega.

    a minha palavra favorita. No causa terror na mente? Oh, que doce terror. Quedoce terror esta entrega.

    Voc poderia dizer o que significa entregar-se?

    Posso dizer-te o que no significa entregar-se. Podemos comear por a.No estou a referir-me a entregares-te aos teus pensamentos, aos quais te tensvindo a entregar. No estou a referir-me entregares-te s tuas emoes, s quaiste tens vindo tambm a entregar. No estou a referir-me a entregares-te acircunstncias particulares. Eu quero dizer para entregares todos ospensamentos, emoes e circunstncias quilo que maior e mais profundo.

    1Aterragem = aterrisagem

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    Entrega a tua identidade. Entrega o teu sofrimento quilo que mais prximo doque a identidade, mais profundo do que o sofrimento.Sim, eu amo a palavra entrega.Tu vs vitoria ou derrota nesta entrega?

    Voc est a perguntar-me?

    Sim! No finjamos estar satisfeitos com a teoria!

    No sei o que responder.

    A nica forma que tens de responder entregares tudo em um segundo. Apenasum segundo de absoluta e completa entrega e, ento, diz-me, vitoria ou derrota?Larga a teoria. Agora, desiste do teu nome, dos teus pais, da tua histria, das tuasrelaes, do teu possvel futuro. Desiste de tudo por um instante.

    Qual o resultado? Qual o relatrio dessa entrega?

    Faz-me pensar em

    Ento larga isso tambm.

    (risos)

    Ests a aproximar-te. Ests a mostrar os sinais agora. Os pensamentos afastam-se; o riso comea.

    Desiste de tudo em um segundo. s livre para pegar em tudo outra vez. Apenaspor um segundo, coloca tudo de lado muito simplesmente, muito facilmente,muito rapidamente. Diz-me, nesse segundo, alguma coisa querida ounecessria?

    Parece muito espontneo.

    Sim, agora larga at a espontaneidade. Larga qualquer rtulo do que isso . Largaqualquer concluso do que te ser dado se te entregares. Entendes? Muita gentetenta e faz um acordo: Eu entrego-me se. Eu entrego-me se eu conseguir isto eisto e isto. Eu estou a encorajar a entrega incondicional.Tu podes achar que entregares-te significa perder alguma coisa. Na realidade,tudo o que perdido o poder dos teus pensamentos e emoes e circunstnciasditarem um ponto de vista sobre a realidade da vida. Esta a vitria, a vitriamais sublime. No pode ser entendida. No pode ser imaginada. Pode serexperienciada directamente e esta a tua oportunidade. Este o teu tempo. Este o convite de Satsang.

    Como eu largo tudo?

    Esta uma pergunta essencial. Reconhece como tens tentado manter tudo junto.

    Ento tu vers que nenhuma tentativa foi bem sucedida. Apesar da aparncia de

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    sucesso, reconhece que em ltima instncia impossvel manter tudo junto. No um alvio?H uma crena, ou programao-mental, ou lavagem-cerebral que diz serpossvel manter tudo junto. Comea quando aprendes o teu nome. Quantas vezestens de ouvir o teu nome at aprenderes a pensar, Ok, sim, isso quem eu sou.

    O teu nome esquecido todas as noites quando vais dormir e tem de serlembrado todas as manhs. Claro, ests muito acostumado a lembrares-te porisso quando sais do teu estado de adormecimento o teu nome surge e tufacilmente o vestes. A tua ocupao est espera e tu vestes a tua ocupao.Sucesso ou fracasso est espera. Insignificncia ou superioridade est espera.Agora podes perguntar como permanecer nu.V que tudo aquilo que vestiste iluso, faz-de-conta. Tu no s o teu nome,embora o tenhas memorizado bem. Tu no s sucesso nem fracasso, emborapossas ter avaliado as circunstncias com bastante cuidado. Reconhece que exigealgum esforo lembrar e vestir o nome, avaliao, concluso, incorporar algo.

    Simplesmente v que tu ests, na verdade, sempre nu. Reconhece que a ilusoapenas surge para cobrir quem tu s. V a qualidade resplandecente da presenaque no pode ser coberta pelo nome e nem pela forma.Conheces a estria O Rei vai nu? O Rei caminha pelas ruas nu porque ele levadoa pensar que tem muitas vestimentas diferentes e belas. Como ele o Rei todosquerem mant-lo satisfeito e feliz. Quase todos os seus sbditos dizem, Oh,linda vestimenta nova. Sim, muito bela. Excepto um jovem inocente queverdadeiramente diz, Mas espera, tu no tens nada vestido. Tu na verdade estsnu!Este o propsito do mestre na tua vida. O mestre diz, Tu achas que ests mal

    vestido ou bem vestido, mas a tua nudez resplandece na sua glria, na suabeleza.O que quer que penses que tens vestido, apenas pensamento, e umpensamento pesado e desnecessrio. Quer tu te vistas com pensamentos do que certo e do que errado, quem tu s beleza despida, glria, no-coisa intocada.Pra de pensar o contrrio e v. A tu no precisars de passar pelo aborrecimentode largar tudo. Tu irs reconhecer, Ah! No h nada l mesmo. Aquilo a que eu

    pensava poder segurar-me simplesmente um pensamento e pensamentos so feitos denada. Eles parecem ser algo e eles so experienciados como algo mas, na realidade, eles sonada.Como largar tudo uma pergunta muito boa. O nico problema com a pergunta que ela presume haver algo para ser largado. Esta presuno baseada noprocesso de catalogao, no processo de crena e no processo agir-como-se.No ajas como se. No catalogues. No processes. Apenas s.Sri Ramana Maharshi muitas vezes disse, S como s.Ser como s antes do nome, antes da roupa. S Isso. O esforo est em nomeare vestir e na avaliao que se segue do que foi nomeado e vestido e na suacomparao com outros nomes e outras roupas.S como s. Ento tu vers como eu vejo e tu dars uma enorme gargalhada, umaprofunda gargalhada, uma verdadeira gargalhada.

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    H essa verdade que eu conheo profundamente, mas viv-la um desafio para mim.

    Sim, o desafio da entrega um grande desafio. Que desafio! No gostas de umdesafio? Claro que gostas.

    Claro que gosto.

    Sim! Este desafio vai contra toda a mar de condicionamento. O desafio oconvite a Satsang. Satsang no uma fuga do desafio, uma esperana de que tepossas defender contra o desafio. penetrar na profundeza e no centro daexperincia e ver aquilo que j existe, puro e indesafiado, sem necessidade dedefesa, de proteco ou mesmo de manuteno. Aquilo que s Tu prprio.Quando ests pronto para encontrar este desafio, acabaram as tuas lamriassobreporque elese eue deveriaepoderia. Acabou.As pessoas, por vezes, tm a ideia infantil de que uma vida espiritual qualquer

    coisa como aprender A, B, C, D; e que ento recebes uma boa nota, uma boaavaliao que prova que tu s muito bom. Obtns um diploma no domnioespiritual e ento podes dormir outra vez.Uma vida espiritual verdadeira a realizao da infinita totalidade do Serenquanto descoberta no corao da vacuidade. Cada momento de cada dia umveculo para essa realizao. Bons momentos so veculos belos, agradveis.Maus momentos so veculos horrveis, desagradveis. Ainda assim, todos sohonrados como o veculo para a realizao de quem somos.

    Este individuo em particular experiencia muita frustrao porque sabe que no h limites

    mas identifica-se com a iluso a maior parte do tempo.Apenas por um momento, reconhece a graa sublime que permite que tu digas,com toda a claridade e sem fingimento, que experienciaste a ausncia de limites.Que vida abenoada! Que vida cheia de graa. Agora, d a esta graa mais pesodo que ests a dar frustrao.Se tendncias anteriormente suprimidas ou permitidas surgirem depois destaexperincia milagrosa de ausncia de limites, como ser o encontro com isso? Emque contexto isso ser visto? A relao comum com o surgimento de tendnciasdo passado uma baralhao da actividade mental no sentido de, ou conseguiralgo de volta, ou afastar algo. No teu caso a frustrao surgiu. ptimo. Agora afrustrao o fogo. Joga-te no fogo. No tentes consertar a frustrao. No tentesignor-la, ultrapass-la, control-la ou reprimi-la. Experiencia directamente afrustrao. Descobre directamente quemest realmente frustrado.

    Posso estar enganado, mas sinto como se estivesse sentado neste fogo h muito tempo.

    Ests enganado. Sentar neste fogo por apenas um instante revela que no hnenhuma entidade a sofrer! H apenas liberdade ilimitada do ser. Ento, se tusentes que ests sentado nele h algum tempo, reconhece que ests sentado numaideia que tens dele, normalmente juntamente com a ideia de te veres livre dele.

    Tudo isto pressupe uma entidade que est em algum lugar.

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    Pergunta-te a ti mesmo, E se, em cada instante do resto dos dias destaexperincia particular de individualidade, s existisse frustrao total eabsoluta?Vs o alvio que isto ? Por um instante, se parares de lutar contra isso, tu vs oque existe no centro da frustrao. Ento tu vais directamente descobrir a

    resposta secreta a quemest frustrado.Joga-te no fogo!

    Sinto medo de virar as costas, coisa que j fiz muitas vezes, porque a vida normal parecemais segura.

    Expuseste o teu medo de virar as costas outra vez, o medo de que possas maisuma vez vender a tua alma. A tua abertura para expores esse medo ao invs de

    fingir que virar as costas no possvel, a tua determinao em estar vigilante.A abertura expe tudo. O desafio da entrega agora ainda maior porque atentao para identificar-se e tentar colar-se a bons sentimentos.

    J tentei isso e no nada bom.

    Maravilhoso! Isto a sabedoria a falar. Realmente no nada bom identificar-secom o que quer que seja. Entrega-te. Entrega-te verdade. Entrega-te ao ser,infinitamente. Enquanto existir corpo fsico na forma, h alguma sensao deidentificao. Enquanto esta sensao estiver presente, entrega-a verdade

    sublime. Ento, a sensao de que tu s o corpo um presente. Estars sempre aentregares-te ao fogo desconhecido. Uma entrega mais profunda, maior, comapostas mais elevadas. Isto a vida verdadeiramente vivida; no atravs de umaespcie de imagem de segurana, mas directamente, abertamente, sem saber.

    Parece um enorme presente.

    um enorme presente. um presente de valor incalculvel. Honra o presente.No o trates de forma casual. sagrado. santificado. No o diminuas denenhuma forma e v. Deixa que o presente santificado viva a vida que tu chamasde tua. Deixa que o presente tome conta da tua vida.De forma abenoada, ele toma aquilo que sempre foi Dele. O que assumiste comosendo teu, regressa sua fonte.A metfora de Lcifer, o anjo preferido de Deus, o anjo da luz, o anjo da mente, a histria de, Eu, meu. O meu poder, a minha glria, a minha vida, as minhasaces, as minhas conquistas, a minha vitria. Por fim, de forma abenoada, ho regresso da mente sua fonte. De onde Lcifer recebe o seu poder? Quandoisto for reconhecido, Lcifer j no o diabo, j no est em oposio, j no estao servio das alucinaes de eu e meu. Ento, o Lcifer pode, de novo,servir Deus. A mente pode servir a sua fonte. O regresso a entrega.Deixa Deus ter-te. Desiste de toda a ideia e de toda a imagem do que Deus . Pra

    de colocar limitaes a Deus. Deixa que Deus tenha a tua vida. Pode nem sempre

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    ser confortvel mas o que uma vida de conforto em comparao com estaservido sagrada?Sim, no vendas a tua alma por conforto. uma venda miservel e no trazdescanso. Poder haver uma altura de emoo momentnea ou umamomentnea cessao de dor, mas tu j fizeste isto demasiadas vezes. Tu sabes

    que nunca sers feliz at que entregues todos os teus fardos desnecessrios. Porque adiar? Qualquer adiamento mais um fardo desnecessrio.

    Vejo-me vestir o vu da ignorncia ao invs de viver atravs daquilo que sei ser a verdadebvia.

    Sim, tens a escolha de te deitares e esconderes no labirinto da mente. Quandoescolhes no te esconderes, escolhes descobrires quem s.

    Escolheste esconder-te da verdade quando assumes, acreditas e praticas que tus o teu nome, o teu corpo, a tua histria, as tuas emoes e os teus pensamentos.A disposio para ver a disposio para largar mo da opo de mentir,esconder ou procurar conforto na esperana e na crena. a vontade deexperienciar o corao da destruio. De ver a escandalosa verdade de que,mesmo na tentativa de esconder, nada est verdadeiramente escondido.Tu tens liberdade de escolha. Por muito tempo tu escolheste esconder-te e depoisescolheste negar que estavas escondido. Tu escolheste usar palavras de liberdadee usar conceitos de liberdade. Agora tens a opo de ser quem realmente s. Vquem tu s e finalmente vers a divina inexistncia de opes!

    Na tua imaginao tu tens forma, caractersticas, qualidades, aspectos e isto podeser comparado a outras formas do passado, do presente e do futuro. No h nadade errado com a imaginao. Apenas no tem nada a ver com quem tu realmentes. A imaginao um poder enorme e desse poder derivam grandiosasexperincias de prazer e dor.At que, numa vida particular, surge o desejo de conheceres quem realmentes.Esta uma vida com muita sorte. Nesse perodo, satsang surge na tua conscinciada forma mais inesperada. Em satsang, pelo menos tu ouves com os teus ouvidos: perfeitamente possvel para ti, neste momento, descobrires a verdade de quemtu s e viver o resto da experincia desta vida em servio devocional a isso.Tu tens sido isso sempre. Nesta vida particular tu tens a oportunidade dedescobrires o que, em verdade, tu tens sempre sido. um momento muitosagrado. Um momento de seriedade e um momento de alegria. um momentode escolha.Eu felicito-te. De alguma forma foste arrastado a descobrir o que d o poder mente, ao corpo, imaginao, iluso e a todo o cosmos. Nesta descoberta, noesperes por ningum nem por nada. No esperes porque est aqui e agora.

    Eu tive este pensamento, Entregar-me a qu? Mas acho que simplesmente entregar-

    se.

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    Entregar todo o teu sofrimento. Entregar todas as tuas ideias de no sei, nodeveria ser, eu no, no pode ser, demasiado simples. Entrega-os e v. Como umaexperincia, entrega a tua dvida.

    E a minha resistncia? Para que ela serve? Qual o seu papel?

    Quando eras criana, brincaste ao esconde-esconde e, no incio, resistias a serencontrado. Depois comeaste a reconhecer que afinal querias ser encontrado.H uma enorme alegria em ser encontrado, embora tu pudesses ter pensado quetinhas o esconderijo perfeito. Talvez agora tu comeces a reconhecer que este jogoafinal tem a ver com ser encontrado. Tu achavas que tinha apenas a ver comesconder-se. O preldio esconder-se, mas o verdadeiro pinculo deste jogo quetens vindo a jogar em ti mesmo ser encontrado. Nessa altura a resistncia estresolvida.A resistncia pode surgir, mas deixa-a surgir na disposio em ser encontrado.

    Pode haver a tentao para permanecer escondido mas ainda existe oreconhecimento de algo maior a ser encontrado, independentemente deexpectativas de como sers encontrado, de quando sers encontrado ou de comoser quando fores encontrado. Abrir a tua mente, abrir o teu disfarce, abrir a tuaresistncia o anncio da prontido em ser encontrado.Ao falar em resistncia a resistncia j passado. No penses nela. No entresnuma relao com ela. Quando sentires uma contraco, deixa-a ficar. Se acharesque isso no deveria ser ou que deveria ser diferente, ser dada mais fora resistncia. Deixa-a estar e no ter poder.Tu s bem-vindo a satsang em qualquer estado de mente (state of mind). No

    importa. Em no obedecer ao impulso de fuga, ou ao impulso para se fechar, ouao impulso para rejeitar, existe a possibilidade de tu Te encontrares.S encontrado. S eternamente encontrado. Encontrar-se a revelao ilimitada to subtil, to imensa, to indescritvel. Encontra-Te em toda a parte.

    Ento, podemos dizer entrega-te a ser encontrado?

    Sim! Sim!

    A minha mente est mais calma mas ela quer analisar e memorizar. Eu digo a mim mesmopara relaxar, ser silencioso, ir mais fundo. Sinto-me encalhado e ento comeo a sentir-me separado daquilo que sou. Por favor, ajude-me a finalmente entregar-me.

    A ajuda est aqui. Tu nunca ests separado da ajuda. Sempre que pedes ajuda, aajuda apresenta-se. maravilhosamente humilde pedir por ajuda. bom deixarde lado a ideia de independncia. Apenas diz, Por favor ajude-me e tu versinstantaneamente que todo o ser iluminado de todos os domnios conhecidos edesconhecidos, de todas as dimenses cartografadas ou no, estarimediatamente a apoiar-te, a ajudar-te, a lembrar-te, a empurrar-te, a puxar-te, a

    envolver-te, a segurar-te, a abanar-te o que quer que seja necessrio. O teu

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    pedido de ajuda trespassa toda a arrogncia do passado. Tu s ajudado deimediato porque ests a dirigir-te verdade que s.

    Eu sei que a entrega est presente agora mas tambm sei que sinto muito medo disso. como se eu estivesse prestes a ser alimentado e ento abro a minha boca e digo, No me

    alimentes.

    Tu abriste a tua boca mas fechaste a tua mente. Tu sabes que a tua mente fechada se imediatamente tens uma ideia ou imagem de como a ajuda deve ser,quando ela vir, quanto tempo demorar, o que deveria fazer e o que no deveriafazer. No aquela velha estria? A repetio desta velha estria no umverdadeiro pedido de ajuda. A ajuda no est separada da vontade de a receber.A mais profunda ajuda j est presente apenas esperando ser chamada, apenasesperando ser convidada, apenas esperando que tu termines este entediante jogode te esconderes.

    Ainda no fui capaz de aceitar que o Ser me quer.

    Tu s total e completamente desejado pelo teu Ser. A liberdade quer-te para si.Nunca falo de liberdade enquanto liberdade do corpo ou qualquer imagem quetens e a que chamas de eu. O corpo no livre e no precisa ser livre. No estoua falar de liberdade emocional. No estou a falar de liberdade para fazeres o quequeres fazer. Estou a falar da liberdade que j livre, do silncio que j silencioso, da felicidade que j feliz. Enquanto contas a tua estria dedesmerecimento, est em ti um oceano de felicidade. Isso o que te chama. Abre

    a tua mente e v.

    Voc disse-me para eu relaxar completamente e agora a minha dvida que a vidacontinue a ser como era antes.

    Ento no ests relaxado. Ainda ests a mastigar na tua dvida. necessrioesforo para seguir o pensamento da dvida e depois os pensamentos queseguem esses pensamentos. Em pouco tempo tu, obviamente, no estarsrelaxado.Para relaxares mentalmente, deixa todas as linhas e cordas no passado. Onde estantesnuma mente silenciosa? Para lembrar como era antesrequer algum esforo.V como agora.No estou a dizer que tens de passar a tua vida completamente relaxado. Tu slivre! s livre para lutar. s livre para estar tenso. s livre para seguir todas asdvidas. s livre para duvidar infinitamente. E s livre para relaxar e seres quems.Talvez no tenhas visto que podes relaxar. Podes deixar os teus pensamentoscessarem e podes ver o que se revela por si mesmo.Tu vers que no podes ser como eras antes porque aquilo que imaginaste ser,

    no eras tu! V o que agora e v que sempre tens sido isso.

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    Ia dizer-lhe o quanto eu realmente quero a realizao mas depois de verificar de formahonesta e radical, descobri que no posso dizer nada mais alm de, Ajude-me. Eu queroquerer a realidade mas esta manh vi-me frente a frente com o meu condicionamento e

    desejos de vidas.

    Este um momento importante. Tu ouves falar de iluminao, tu ouves falarsobre a possibilidade de realizao e tu dizes, Oh sim. Eu quero isso. ptimo.Parece-me maravilhoso e ento serei feliz para sempre. Ento as pessoas irorespeitar-me. Ento as pessoas iro amar-me. Ento as pessoas iro dar-me aquiloque quero. Sim. Eu quero isso!Isso est tudo certo. Esta a forma como deve ser no incio. Tem de haver algumapelo atravs do ego. Mas assim que s arrastado mais profundamente para averdade do que te impede de seres feliz, para aquilo que te impele a procurar a

    felicidade encarnao aps encarnao, surge a sabedoria discernente. nestemomento que a verdadeira escolha possvel.Quando ests frente a frente com o condicionamento, a escolha real.H uma espcie de transe espiritual em que eu ouo as pessoas dizerem, Notenho escolha. J est tudo decidido. Nada h que eu possa fazer. Isto lixoconceptual. Tu tens toda a escolha. Tu s a prpria conscincia. Como podes noter escolha? Tu podes escolher negares-Te e tu podes escolher afirmares-Te. Tupodes escolher virar as costas a Ti mesmo, tu podes escolher entregares-te a Timesmo. Tu podes escolher conheceres-Te.Tu podes escolher continuar a dizer que no tens qualquer escolha. Apenas no

    esperes que eu acredite ou aceite. No ter escolha uma ideia infantil. Primeiroescolhe. Ento nessa altura talvez tu possas dizer que no tens escolha mas noantes. At que essa escolha seja feita, tudo o resto apenas uma teoria de no terescolha, uma zona segura, uma desculpa esfarrapada para sofrer.Agora pergunta, O que realmente quero? Quando o prazer dos sentidos surge,tu podes perguntar-te mais profundamente, O que eles iro dar-me? O que euquero deles? Se, na verdade, o que tu procuras beleza, paz, amor e verdade ptimo. Tu no tens de ir a lugar nenhum para isso. Olha os desejos e as tentaesde frente e eles iro arder nesse olhar. Tudo arde nisso.Se o que queres mais excitao, mais estmulos, mais imaginao, mais fantasia,ento segue os desejos e relata-me qual o resultado.

    Como voc descreveria o primeiro passo para controlar os desejos?

    Gostei da pergunta mas ao invs de controlar os desejos, eu sugiro que tu teentregues quilo de onde os desejos surgem. Para descobrir de onde os desejossurgem, tens de enfrentar o desejo. A actividade mental comum ou termosmuito medo dos nossos desejos ou estarmos apaixonados por eles. A maiscomum ceder aos desejos e atravs da indulgncia descobrir que ela no traz

    satisfao. A indulgncia traz insatisfao. Com a indulgncia, o demnio dosdesejos cresce ainda mais.

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    Alguns tentaram tambm reprimir os desejos e esta represso normalmente leva rigidez e indulgncia encoberta.Aqui eu estou a dizer para simplesmente encontrar o centro do prprio desejo.

    Alguns desejos podem matar-te se os encontrares.

    No. Eles podem matar-te se cederes a eles.

    No disso que voc est a falar?

    Eu no estou a falar de indulgncia. No movas o mnimo em direco ao desejonem para longe do desejo, segue sim o rasto do desejo, com a tua conscincia, ataonde ele nasce. possvel que tenhas um enorme desejo por lcool, por sexo ou por outrasactividades que produzem prazer. Tens ento perseguido lcool ou sexo ou o que

    quer que seja. Tens perseguido isso e percebeste que essa perseguio est amatar-te espiritualmente, emocionalmente e fisicamente. Do que eu estou a falar de parar a perseguio, parar a rejeio e encontrar a verdadeira experincia dodesejo.Por que no o fazes agora, e a vs qual a resposta. Nessa altura no estaremos afalar teoricamente.

    Quando voc diz ir em direco a ele

    Acho que ests a entender encontrarcomo ir em direco ou alimentar o desejo,

    ou dar-lhe o que imaginas que ele precisa. No estou a dizer para lhe ser dadonada. Estou a dizer para parares de dar tudo e para parares de tirar tudo paraque tu fiques nu nesse poder que surge. Nessa nudez, sem mover o mnimo paraalimentar, para dar, para rejeitar, para ignorar ou para controlar, descobredirectamente o que o centro do desejo, o que a sua raiz. Nisso, tu descobresdirectamente o que tu realmente ests a desejar, no tendo nada a ver com lcoolou sexo ou qualquer outra coisa.

    No consigo entender.

    O mais profundo ensinamento de Ramana aponta-nos para Ser Silencioso. Aoaquietarmo-nos poder surgir um momento de desejos passados queanteriormente foram alimentados ou rejeitados. Ambas, alimentar (indulgncia)e rejeitar, so actividades egocntricas e geram mais karma, mais sofrimento. Aoseres silencioso, ests finalmente nu na experincia directa do desejar sem movero mnimo para cuidar desse desejo ou o mnimo para encobrir esse desejo.

    Estou a falar de uma enorme chama, um enorme, intenso, fogo. Este fogo queimatudo o que cobre aquilo que est permanente e eternamente, sem desejo, emfelicidade suprema. Fica despido na consumao ardente com o Ser enquantoamor e preenchimento.

    Alimentar os desejos pode matar-te. J te matou vezes sem conta. Rejeitar,ignorar e controlar os desejos tambm te matou vezes sem conta. Agora podes

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    olhar de frente esta morte, directamente. Aprendeste atravs dos muitos milhesde anos de evoluo como alimentar e rejeitar os desejos. Isto conhecido. Umavez conhecido, podes coloc-lo de lado. O que no foi experienciado? O que desconhecido?Quando eu falo em entrega, no estou a falar em indulgncia, reaco ou

    cedncia. Estou a apontar para o centro do teu ser. Ento, como vai ser? Dependede ti.

    O primeiro passo ento meditar ou apenas sentar com o desejo?

    Tu j deste o primeiro passo quando questionaste o que fazer com estes desejos.No teu reconhecimento maduro das aces em direco ao desejo ou contra odesejo, tu descobriste a que estas aces te levaram. Alimentar, agir comindulgncia e reprimir a mente a apontar para fora na tentativa de resolver oucuidar dos desejos. Eu estou a apontar para dentro da fonte do que surge para

    dentro do fogo, atravs do fogo, no alimentando o desejo e no o rejeitando. Tuvais em direco a ele para descobrir o que ele realmente . Realidade a nossapreocupao aqui. O que isto, realmente? Quem sou eu, realmente?Para este encontro tu no podes ter qualquer referncia de pensamentospassados, actividades passadas ou concluses passadas. Deves serabsolutamente silencioso. Ser silencioso quer dizer que toda a actividade mentalcessa. A a experincia directa revela o que . Nada h a fazer. Simplesmente prade fazer o que tens vindo a fazer e ento a realidade imediata.

    Obrigado.

    Depois de experienciar o despertar e o aprofundamento desse despertar, hbitosinconscientes maus e estpidos continuam a manifestar-se na minha vida. O que fazer?

    Pra-os. No bvio? Qualquer coisa que seja m ou estpida, pra-a logo, deimediato. Quando bvio no h desculpa e isto em si mesmo oaprofundamento. No arranjes desculpas. Pe fim estupidez e ao que teprejudica. Quando a estupidez surge de aces passadas, escolhas passadas,desejos passados bvio se estiveres disposto a que eles sejam bvios. Seestiveres disposto a ver, no estars disposto a dormir naquilo que mau eestpido, mas v-lo, senti-lo, experienciar a sua enorme e omni-direccional dor. agonizante. Deve ser agonizante. A disponibilidade para a total entrega esensibilidade a disponibilidade para impedir que algo passe sem ser visto.Podes ter passado muitos anos negando o bvio. Toda a nossa cultura construda nessa negao e desvio. A nossa subcultura em particular, fora algumdesejo por liberdade individual e de quebrar os laos com a gerao anterior,tambm tem passado anos negando o que obviamente estpido.S silencioso e fala a verdade. Neste momento ningum te pode dizer esta

    verdade. Ningum te pode dizer para fazeres determinada aco ou para nofazeres determinada aco. simplesmente bvio quando surge. No importa

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    qual a estria ou justificao te contes a ti mesmo, a disponibilidade para ver oque estpido revela a possibilidade da entrega ao que no estpido inteligncia pura, eterna.Tens agora a oportunidade para experienciar total e inteiramente o impulso denegar a estupidez ou de ceder estupidez. Este impulso, quando directa e

    totalmente experienciado, queima a estupidez! Neste fogo, h, como disseste, umaprofundamento. Mais profundo, sempre mais profundo. previsvel que estes velhos hbitos surjam. Eles tm sido alimentados enutridos e praticados ao longo de muito tempo. Eles sabem onde ir buscar umaboa refeio. espectvel que eles apaream e eles sabem como puxar as cordasdo teu corao e do teu pescoo. Estes so os truques da mente mas o agente foiexposto. No despertar visto que tanto negando os impulsos como seguindo osimpulsos se continua como sonmbulo.No estou aqui para te ensinar algum cdigo de conduta. No precisas que eu teensine isso e isso j foi tentado e no foi bem sucedido. O ltimo cdigo de

    conduta apenas tem de ser afastado para o prximo cdigo de conduta ter lugar.A realizao de quem tu s no tem a ver com um cdigo de conduta. simplesmente o reconhecimento do que bvio e do que estpido. Estou a falarde maturidade bsica.No s mais uma criana e o preenchimento no ser encontrado na tentativa deregressar infncia. Reconhece e sente o impulso agonizante para fazer algomuito estpido ou para reprimir esse acto, o que tambm muito estpido. Nessesimples reconhecimento, existe a grande oportunidade para directamenteexperienciar o que quer que surja. Ento, mesmo estes impulsos passados, estastendncias latentes, este material subconsciente, so todos veculos para o

    aprofundamento na vontade de arder na entrega.As pessoas muitas vezes perguntam sobre os vcios; o desejo que consigo carregao impulso em encontrar certa substncia ou certa coisaque o satisfaa. O impulso em si mesmo o desejo por preenchimento. Eu sempre digo para saltardirectamente no fogo do desejo. Este salto no ceder ao impulso nem negar oimpulso. Em cada surgimento destes impulsos h a mais profunda oportunidadepara queimar as camadas de identificao errnea e sofrimento.Tu conheces os momentos em que h a sensao ou pensamento, Eu no devosentir isto ou eu enlouqueo. Eu devo fazer aquilo. Eu devo ter isto. Se eu ao menos otivesse mais uma vez, ficaria saciado.Pra com esta venda. Ainda que toda a sociedade apoie esta venda e que muitagente esteja a fazer fortunas com esta venda; pra. Isto muito, muito simples.No necessita de uma anlise exaustiva.Este o desafio da entrega. O que quer que penses que eu quero dizer comentrega, eu quero dizer algo mais profundo. Por favor, entende que a verdadeiraentrega no represso, nem negao, nem ignorncia, nem cedncia, nem odescartar. Entrega a disposio para ser crucificado.Alguns impulsos so extremamente fortes. Alguns deles so bioqumicos. Algunstm sido praticados e adorados. Na entrega crucificao do momento, h aressurreio. Quando a entrega total acontece h a descoberta de que, quandotudo perdido, tudo encontrado. Toda a paz e felicidade mais profunda que tu

    tens, sem sucesso, procurado nas actividades habituais e prejudiciais so vistas,no por se seguir o hbito e no por se negar o hbito, mas por se estar disposto

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    a arder no impulso sem o movimento da mente em nenhuma direco. Entrega-te.

    Tenho-a ouvido falar em determinao. H alguma diferena entre determinao eentrega?

    Entrega total determinao sem esforo. Determinao significa estar dispostoa ver a menor tendncia para virar costas verdade. Determinao significa estarentregue a ver a verdade ao invs de ver as coisas de determinada maneira. Aoinvs de ver iluminao ou ignorncia, tu ests entregue a simplesmente ver. Vermais e mais profundamente.H sempre mais que podes ver e isto glorioso. Glorioso! Cada instante a vidad-te a oportunidade de uma determinao mais profunda, de uma entrega mais

    profunda, de uma humildade mais profunda. A cada instante, em cada direco.Essa a glria da percepo limitada. Essa a glria da existncia condicionada.Porque tu tens sido condicionado a ver a coisas de certa forma, tu agora tens aoportunidade infinita para ver atravsdo condicionamento. Todo o esforo nasubida da montanha agora recompensado.Tu podes ter um tempo interminvel de tendncias latentes e hbitos da menteque viro chamar. Deixa-os vir! Eles so veculos e presentes para uma entregamais e mais profunda, para uma humildade mais e mais profunda, um ficar semcho mais profundo, ser chamado terra. Sempre podes ser mais profundamenteprostrado verdade interminvel.

    Estou sempre a pensar que o consegui; mas depois dou com a cara no cho. H algummomento ou estdio em que a entrega e a determinao terminem?

    No. Determinao, que entrega, gloriosamente necessria enquanto o corporespirar.Eu digo-te continuamente que ser naturalmente fcil; no entanto, apenasexperienciado como fcil se fores verdadeiro para com a Verdade. No o serverdadeiro para com determinados fenmenos que ocorrem. No o serverdadeiro para com determinadas exploses bioqumicas. Se fores verdadeiropara com os fenmenos, irs ento pelo caminho que a existncia condicionadatem seguido ao longo dos tempos. Eu prometo-te isso. Mas no tens de confiarnas minhas promessas. Simplesmente diz a verdade sobre as tuas prpriasexperincias ao longo do tempo e vers que assim . uma dura verdade porqueh muita idealizao infantil sobre a forma como as coisas deveriam ser.Essa dura verdade, se encontrada na determinao pela verdade absoluta, no nada. Sem esforo. O esforo, a luta e a experincia de dar com a cara no cho,vm da tentativa de apegar-se a determinado fenmeno ou de tentar conseguiralgo outra vez, ou tentar algo em algum outro lugar. Quer seja o fenmeno

    chamado poder pessoal ou o fenmeno chamado excitao sexual, ou ofenmeno chamado poder espiritual, so tudo armadilhas da mente.

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    Nada h de errado com os fenmenos. Alguns fenmenos so deliciosos e outrosfenmenos so horrorosos; mas todos os fenmenos so simplesmentefenmenos. Se tentas colar-te a algum deles, se ambicionas algum deles, irsexperienciar-te como limitado. Irs seguir a mente, subtil ou grosseiramente. Aimportncia de satsang surgir na tua conscincia vezes sem conta a de apontar

    para esta verdade to bsica.Todos os livros e todos os professores dizem sempre que o ser desperto muitoraro. Isto pode ter sido verdade no teu passado e no passado colectivo. Se istopermanece verdade no presente e no futuro depende de ti, sabe. Auto-conhecimento exige uma determinao que total, desconhecida. Quando adeterminao total, ento a determinao flui.A tua vida, como tu a vives agora, o reflexo do que tu realmente queres. Seestiveres mesmo determinado a entregares-te verdade, ento irs viver a tuavida na entrega a isso e no a nenhum fenmeno. Se te entregares verdade quenenhum fenmeno alguma vez tocou, tu s livre. A tua vida ento um guia de

    liberdade. Liberdade que nada tem a ver com conforto ou desconforto, compreferncias, com empolgao ou aborrecimento. A verdadeira liberdade. Averdade que tu s esta liberdade e estes fenmenos so simples mscaras,roupas, nuvens que passam, momentos qumicos ou elctricos.O padro comum ou normal voltar ao transe, reencarnar no sofrimento.Quando o que foi afastado surge noutra forma, atravs de outra porta,prometendo mais glria, mais beleza, mais emoes, a tentao ser dizer, Oh,sim. Esperei por isto toda a vida. Mais tarde cuido da verdade.A determinao firme , na realidade, a possibilidade mais extraordinria, maisincomum da tua vida. Tu tens o total apoio de todos os Seres despertos em todos

    os domnios atravs do tempo e, ainda assim, depende de ti. Tu s apoiado, tu sencorajado, tu s abanado, tu s bajulado e ainda assim depende de ti.A verdadeira determinao o acto mais impiedoso de uma vida. a disposioa morrer para qualquer esperana de prazer. a disposio para entregar-se verdade. No podes entregar-te verdade na tentativa de obter mais algumprazer. Claro que j tentaste fazer esse acordo e o que tu conseguiste foi maissofrimento talvez com prazer extremo mas por fim, mais sofrimento.Podes contar com a tentao dos mais profundos, dos mais emocionantesfenmenos. Podes contar que surja aquilo por que ests esfomeado, aquilo queest latente nos mais secretos intervalos da tua mente. Quer seja a exibio do teupoder pessoal ou a fome pela alma gmea, ou a obteno de riqueza ou algumreconhecimento pessoal, ir apresentar-se porque so tendncias subconscientesque aguardam pelo pela hora do ataque.O que torna a determinao difcil a tentativa de te segurares a alguma ideia degratificao pessoal. Ironicamente, isto em si mesmo o inferno. Quando tedispes a olhar de frente a tentao, seja horrvel ou requintada, inteira ecompletamente, quando te dispes a morrer para todas as fantasias degratificao pessoal, tu descobres a gratificao como sendo quem tu s.Sers empurrado, puxado e revirado, sers atacado pelos lados e por trs, serspresenteado com flores e doces e fars parte de um clube. A isto d-se o nome deLeela, a brincadeira do Ser ou o sonho de Deus. A Leela joga muito pesado. Se te

    entregas verdade ento esta brincadeira apenas te ir empurrar para mais fundona verdade. Se te entregas a alguma experincia fenomenal, sers puxado da

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    experincia do teu prprio ser enquanto gratificao para a busca de mais, oude diferente ou de melhor, os nomes do inferno.

    Parece que me foi dada uma mente muito activa. Est constantemente a receber e averificar tanta coisa. Neste momento um grande produtor tem dado muita ateno minha msica e este fenmeno de que voc estava a falar muito grande. H um grandelbum e toda esta ateno e uma tourn. Estava to feliz em estar aqui, e agora : Estoua conseguir chegar l. Vou conseguir chegar l.

    H muitas pessoas que foram antes de ti e que caram nessa mesma armadilhade fama e dinheiro e reconhecimento. Usa a sua queda como encorajamento parauma determinao focada.Volta a ateno da mente activa para si mesma e v o que descoberto. Bajulao

    e adorao vm e vo. dio e ataque vm e vo. Eles no tm significado se a tuaateno estiver na verdade da felicidade divina que est em ti.Uma corrente de felicidade divina revelar-se- um rio de felicidade divina. Umrio de felicidade divina fluir naturalmente para o oceano de felicidade divina.Um oceano de felicidade divina ascende a um cu de felicidade divina. O cu doSer eterno a verdade. Se a vida te presenteia com rosas ou se te presenteia comcinzas, fica atenta verdade. Poders gostar de rosas e odiar cinzas, mas ficaatenta verdade.

    Eu noto que a minha mente est atenta a todos os fenmenos que ocorrem no momento.

    E a verdade?

    A verdade parece tomar conhecimento de todos os fenmenos.

    At onde isso te conduziu?

    quase como se um balo sado da mente comeasse a comentar sobre o que certasaparncias significam.

    Isso tudo imaginao. Se ficares atenta verdade, percebes aquilo que nenhumfenmeno alguma vez tocou. Tu percebes a verdade do teu Ser. Isso no querdizer que tu odeies os fenmenos e isso no quer dizer que tu ames os fenmenos.Isso quer dizer que ests atenta verdade.A verdade permanente. Os fenmenos so impermanentes. Tu conheces estadistino essencial das tuas experincias dirias. No esotrico. muitoconcreto. Os fenmenos vm e vo. Os pensamentos vm e vo. As emoes vme vo. As respostas das pessoas vm e vo. A tua atitude sobre ti mesma vem evai. O bom, o mau, em cima, em baixo, excitado, aborrecido; tudo isso bem e vai.A verdade permanece presente, viva, acessvel, cheia de felicidade. Atenta paraa verdade e os fenmenos so simplesmente vindas e idas. No s so apenas

    vindas e idas como so veculos para uma mais profunda realizao.

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    Era a isso que me estava a referir.

    Os fenmenos no so veculos para uma realizao mais profunda da verdadese estiveres atenta aos fenmenos ao invs da verdade.

    No so eles um e o mesmo?

    J percebeste que os fenmenos no so nada? De outra forma ests a usar umconceito espiritual para justificar seguires os fenmenos e ento te questionaresporque continuas a sofrer.Usar a verdade espiritual para servir o entendimento egocntrico um truque damente e eu vejo-o tomar formas trgicas. Esquece qualquer conceito de um e omesmo. Se te ests a lembrar disso, ests a us-lo como justificao para seguiresos fenmenos e isso a armadilha.Esquece tudo e nesse instante v o que permanente. Toma ateno a isso.

    Entrega-te a isso. Nessa altura a mente no pode estar ocupada. A mente s podeestar ocupada quando ests a tomar ateno aos fenmenos. Na quietude damente, a mais profunda realizao naturalmente surge porque j l est. Na tuaateno aos fenmenos, no vs aquilo que, na verdade, tu esperas que osfenmenos te dem ou aquilo que tu esperas que os fenmenos mantenhamafastado.A entrega um corte impiedoso e no-sentimental. O desejo por este corte arazo pela qual as pessoas tradicionalmente se retiram do mundo dos fenmenose vivem a vida de um sadhu, ou de um recluso, ou de um monge. O mundo dosfenmenos que deve ser deixado o mundo da tua prpria mente. Entrega as

    tuas interpretaes, as tuas medidas e as tuas qualificaes por, pelo menos, uminstante. Nessa entrega, v o que est disponvel. Ento tu tens a oportunidadede escolha livre, de inteno verdadeira.Posso garantir-te que muitas pessoas querem os fenmenos e por isso elas iropassar muitas vidas perseguindo fenmenos. Se o que tu queres a verdade,ento tira um momento para largar tudo aquilo que pensavas que te iria dar averdade e experiencia aquilo que j aqui est. Nessa altura e apenas nessa alturatu tens verdadeira escolha.

    todo o processo apenas entregar-se aquilo que ?

    Sim, e se tu te queres entregar ao que , primeiro tens de descobrir o que .Entendes? O que , a verdade. A verdade presena permanente, eterna,imutvel. Se te entregas aos fenmenos chamando-os de apenas o que , estsa pregar um feio truque a ti mesma. Ento ters mordido o co que te ir morderde volta porque pareceu algo fofo e doce.Muitas vezes ouo, Ei, estou apenas indo conforme aquilo que , sabes. Amaaquele com que ests, certo? Todos tentamos isso em nome da liberdade, emnome da verdade, em nome da escolha mas secretamente em nome de Tenhoque ser eu.Isso no aquilo que . O que , imutvel. Todos os fenmenos surgem disso,

    nunca existem separados disso e a isso retornam. Mas na profunda doena da

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    existncia condicionada a ateno apenas tem sido dada aos fenmenos e, nisso,tem havido sofrimento desnecessrio. possvel parar o sofrimento desnecessrio. Apenas quando a verdade vista osfenmenos no so um problema.Somos treinados de acordo com o que ouvimos as pessoas dizerem. Se gostamos

    do que elas dizem, se h uma ressonncia com a energia ou se coisas simpticasacontecem, ento quando elas falam ns queremos aprender e lembrarmo-nos doque elas dizem. Mantemos nas nossas mentes aquilo que ns pensamos que tudoaquilo quer dizer e modelamos os nossos conceitos a partir disso. Isso no tem aver com realizao. A verdade final nunca foi falada e nunca poder ser falada.O que pode ser falado, o que tem sido falado, vem e vai. Eu estou a falar do queem todas a vindas e idas. Isto o que tu verdadeiramente s, .Se por um instante tu te entregares ao que ao invs de te entregares aosfenmenos, ento tu honestamente tens uma escolha. Isso no quer dizer quesejas menos aquilo quese escolheres seguir os fenmenos. Talvez tu gostes de

    sofrer. Talvez tu gostes mais de drama do que paz. Tudo est bem emdeterminados momentos mas ests aqui em satsang para descobrir apossibilidade de escolher a verdade a verdade permanente, eterna, que nuncavai a lugar nenhum.

    Digo muitas coisas em satsang mas a verdade que eu realmente s digo umacoisa nas muitas formas diferentes que esta mente elabora. O que eu estou a dizer simplesmente para confiares em Ti.

    Quando eu digo para confiares em Ti, eu quero dizer para confiares na verdadeque s. Para esta verdade ser completa, primeiro tens de descobrir quem s. Nopodes esperar mais e no podes confiar na interpretao de outrem minha, dosteus pais, do teu governo. Tu tens de descobrir directamente quem s. Ento tuters a oportunidade para confiar nessa descoberta total e completamente.Entregar todos os pensamentos, todas as emoes, todas as interpretaes darealidade e ver o que vem dessa verdade.

    Gangaji eu entrego-me.

    Esta declarao um levantar-se, um afastar-se das massas de auto-dio e auto-dvida. ptimo. A tua entrega eternamente aceite e celebrada.Agora, o que foi perdido nesta entrega?

    O julgamento de outrem. O julgamento de mim mesma.

    O que foi encontrado?

    O que sempre aqui tem estado!

    isso! Na entrega o que encontrado o que sempre aqui tem estado. No era

    j tempo de te renderes ao que sempre aqui tem estado? Que vitria a entrega.

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    Eu vejo o teu rosto abrir-se e as lgrimas correrem. No sei se estas palavrasfazem sentido para ti. No importa. Algo reconhece-se e se agita nessereconhecimento. O subproduto desse reconhecimento - o tremor, as lgrimas e adeclarao, Eu entrego-me,- um lindo evento.No existe fim para a entrega. Quando tu declaras Eu entrego-me o comeo.

    O porto da entrega est escancarado e tu caminhas por ele. Agora est acomear. Aquilo que sempre aqui tem estado comea a manifestar a suaeternidade atravs da mente que se rendeu perante isso.

    Acabei de perceber que tu ests constantemente a entregar-te.

    Sim!

    No como se tivesses chegado a algum lugar.

    Eu cheguei a lugar nenhum (nowhere2) e no encontro limites neste lugarnenhum (nowhere). Sempre que alguma parecena de chegada surge, eudescubro ser lugar nenhum, nada. A entrega no foi algo que me aconteceuumdia. algo que.O grande medo da entrega que alguma espcie de fora niilista tome conta ouque alguma lavagem cerebral acontea, mas bvio que todos j recebemos umalavagem cerebral. Essa a natureza da existncia condicionada.Ests disposta a entregar todo o condicionamento? No substituir por uma nova

    filosofia ou por um novo ponto de vista, mas entregar tudo, para que aquilo que anterior a qualquer ponto de vista possa ser revelado.

    sempre novo!

    verdade. De outra forma a realizao seria algo que havia acontecido ontem,no passado. A realizao algo absolutamente novo e ao mesmo tempo vistocomo algo que sempre tem sido.No h fim para a entrega, no h fim para a conscincia, no h fim para ser,no h fim para Deus, no h fim para a verdade, no h fim para quem tu s.

    2Nowhere em portugus significa lugar nenhum, mas se separarmos a palavra ficaNoweHere=Agorae

    Aqui. Um belo jogo de palavras que a lngua inglesa permite

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    Expondo o Centro do Sofrimento

    A maioria das pessoas est firmemente convencida de que se conseguirem livrar-se do sofrimento, a felicidade atingida.

    J tentamos tudo para nos vermos livres do sofrimento. J fomos a todos oslugares para nos vermos livres do sofrimento. J compramos tudo para nosvermos livres dele. J ingerimos tudo para nos vermos livres dele. Por fim,quando j se tentou o bastante, surge a possibilidade de maturidade espiritualestando disposto a parar de tentar futilmente livrar-se de, e, em vez disso,experienciar o sofrimento. Nesse instante momentneo, d-se a realizaodaquilo que est para alm do sofrimento, daquilo que intocado pelosofrimento. D-se a realizao de quem somos verdadeiramente.

    Sou uma pessoa que tem estado envolvida com a poltica a maior parte da vida. Sou muitopreocupado com os direitos humanos e igualdade e justia. Acredito que se os ditadoresassassinos e ambiciosos sassem do caminho, as pessoas encontrariam a paz.

    Mas depois, venho a um satsang em que voc fala sobre auto-investigao. Voc falousobre voltar-se para dentro e colocar o foco na pergunta, Quem sou eu? Nessa altura

    fez-se luz. Quem sou eu? apareceu em todo o lugar. Vejo agora que focar no que estfora no soluo. A nica possibilidade para a paz est em mim.

    Quando o teu corao se abre, a tua vida paz. A paz estar disposto a ver tudo.Estar disposto a ver inteira e completamente cada impulso de separao e

    aquisio e ambio. Estar disposto a ver dio e guerra. A promessa deste ver o fim da guerra.Quando a guerra pessoal acaba, a tua vida j no est mais limitada ao pessoal.A tua vida ento voltada para a paz e reconciliao. Ento a tua vida asoluo a essas perguntas exigentes de justia e direitos humanos que tens feitotoda a tua vida. A tua vida uma vida vivida para determinao.Honra a vida que paz. Faz vnias vida em paz. Apoia a vida em paz. Serve avida em paz. Sempre que te sentires vacilar, pede a todos os servidores da pazpara te lembrarem daquilo que sempre pacificamente vivo em ti.A maior parte das pessoas vem aos encontros espirituais ou religiosos em busca

    da iluminao pessoal. assim que comea. A falta de preenchimento pessoalimpulsiona a revelao do auto-dio e o resultado da guerra mental/emocional.Ao olhar o sofrimento de frente, conscientemente, sem recurso s infinitasestratgias de fuga, ao olh-lo em todo o seu horror e estar disposto a continuara v-lo enquanto ele a estiver, fim ao horror pode ter lugar.Veremos o que acontece quando mais pessoas estiverem dispostas a desistir dassuas guerras pessoais. J vimos o que acontece quando as pessoas no estodispostas a desistir delas, quando apenas esto dispostas a tentar mudar osoutros. Temos visto isto vezes sem conta.Estou a pedir-te que te afastes do rebanho, que te exponhas a todos os tipos deperigos e insegurana. Estou a pedir-te um instante de pura meditao, umsegundo de silncio.

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    O rebanho a actividade da mente. Para conhecer a paz que estpermanentemente presente, deves estar disposto a experienciar a exposio.

    Eu quero viver esta vida aberto e exposto a tudo o que venha, nunca vacilando na minhadevoo paz por todos os seres.

    Estou feliz por ouvir que falas assim de forma to verdadeira e to clara. Est nahora.

    Estou muitssimo preocupado com o facto de 20% da populao do mundo consumir eser responsvel por 80% dos recursos naturais do mundo. Estou preocupado com o factode, no prximo sculo, a populao do mundo duplicar e depois quadruplicar.

    O sofrimento no est limitado a um grupo de pessoas que vive em pobreza oua um grupo de pessoas que vive em abundncia. O sofrimento quase universal.Se ests preocupado em realmente chegar at raiz do sofrimento, que, no casoque descreveste, manifestado atravs do enorme impulso para consumir eadquirir, ento vamos conversar. Se ests apenas preocupado em dizer, Mau,mau, mau, ento o teu dedo apontando no diferente de qualquer pretextoutilizado para fazer guerra ao longo dos tempos. Podemos estudar a Histriapara ver at onde, de facto, esses pretextos levaram.Ento diz-me, por favor, o que realmente queres?

    Bem, estou preocupado com o sofrimento que esses factos acabam por gerar.Se ests apenas preocupado com o sofrimento que esses factos revelam, estspossivelmente a deixar passar despercebido a raiz do sofrimento. Conseguir queeste grupo particular deixe de fazer isto ou aquilo no ir tocar a raiz dosofrimento. Enquanto a raiz permanecer, o sofrimento surgir vezes sem conta.

    O que fao com essa informao?

    Por um momento, larga todos os factos sobre tudo. Garanto-te que, para ondequer que olhes, podes encontrar algum facto apontando para o sofrimento. tentador parar nos factos e ento reunir mais factos a sua volta.Ir raiz do sofrimento no desculpa a ganncia e a posse e o consumo. Mas separares a tua investigao na manifestao do sofrimento, se apenas cortares ofruto ou a flor, ento a raiz do sofrimento cresce mais forte. Tens de perceber istopela Histria.Sempre que houve revoluo, at mesmo com idealismo puro, quer tenha sidorevoluo poltica, revoluo religiosa ou revoluo ecolgica, ela falhou emerradicar o sofrimento. A raiz do sofrimento deve, por fim, ser exposta e estaexposio comea exactamente onde ests.No sou, de forma alguma, contra o comprometimento a uma causa. Estou a

    dizer que, antes de te comprometeres a alguma coisa, sem apontar para fora,descobre a raiz da ganncia. Primeiro descobre a raiz do medo, do dio e da

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    agresso. Ento, seja qual for a causa que apoias, ser apoiada a partir daconfiana do Ser. Ento a tua causa no mais sobre mudar factos e estatsticas. sobre expor a raiz do sofrimento e revelar a fonte da felicidade.

    Obrigada. Quando fiz a pergunta no sabia se iria de facto entender a resposta.

    Eu tambm no sabia. Quando no se sabe o que vai ser dito e no se sabe o quevai ser entendido, d-se o verdadeiro falar. D-se o verdadeiro ouvir.Eu tive algumas experincias em envolvimento com grupos polticos. Uma vezfui mesmo parar na cadeia por protestos pacficos contra uma medida tomadapelo governo. No meu envolvimento, descobri algo interessante. Descobri que araiz da maior parte da aco poltica tem como fundamento dizer que outrapessoa est enganada para no se sentir, no se experienciar a prpria sensaode vazio ou incompletude ou engano. Eu descobri isso na minha prpria mentee observei isso nos outros, de que havia primariamente um investimento em

    manter a luta. Ironicamente, havia mais energia dispendida em manter a luta doque na sua resoluo.Infelizmente, esta dinmica est presente na maioria das naes, na maioria dassociedades, na maioria das culturas, na maioria das sub-culturas, na maioria dosgrupos religiosos, na maioria das famlias e na maioria dos indivduos.Qualquer tipo de aco , na maior parte dos casos, uma tentativa para fugir domedo de ser nada. H a esperana de que, Se eu fizer isto, ento eu serei algumacoisa, e esta coisa valer alguma coisa. Esse valor ir, pelo menos por um momento, fazer-me esquecer de que eu possa realmente no ser nada.A verdade que tu realmente no s nada! Sem ser experienciado este nada

    aterrador e uma frentica actividade mental gerada para preencher o queparecer ser o vazio do nada. A piada sublime e a grande descoberta que, nadisposio para ver nada, tu encontras o preenchimento; tu encontras a pazinerente. Ento no h necessidade de eles fazerem alguma coisa para que tesintas total. A aco que se segue ao preenchimento pura, espontnea, criativae intuitiva, no tendo nada a ver com a necessidade de algo que falta. Ocomprometimento para com a paz e para com o seu transbordar, quer este sed espiritual ou politicamente, atravs das artes, falando ou em silncio.Depois de esta descoberta ter sido feita, ento sim, poder haver polticasiluminadas, religies iluminadas, famlias iluminadas, relaes iluminadas detodos os tipos.A possibilidade para, nesta vida, neste momento, agora, expor a raiz dosofrimento. Quando a raiz exposta luz da verdade no pode sobreviver. Entotoda a rvore do teusofrimento termina. Sem a raiz, no pode continuar.Para muitos de ns neste pas de abundncia, no h a real necessidade de pensarna prxima refeio. No h a real necessidade de preocupar-se onde dormir noite ou se algum ir abater-te a tiro. Por isso, no existe mais nenhumadesculpa para evitar esta descoberta essencial. Se ests distrado, ests a serdistrado por assuntos triviais.Descobre quem tu s e deixa que a tua vida seja vivida a partir dessa descoberta.Ento veremos.

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    Tenho enormes problemas em aceitar o sofrimento que vai pelo mundo e pergunto-me seno estado de verdadeiro amor tudo visto como ok.

    A verdadeira aceitao no condescendente com a fome ou com o dio ou o

    com sofrimento. Ela v atravsda violenta fragmentao a totalidade inerente.Esse ver atravsserve o fim da fome ou do dio ou do sofrimento.

    No apenas o grande sofrimento mas todas as coisas pequenas tambm.

    Sim, o sofrimento mundano assim como o sofrimento profundo. O verdadeiroamor tem, como sua natureza, compaixo infinita pelo sofrimento.Quando dizes, Tenho problemas com o sofrimento, estou a sofrer por causa dosofrimento, quem este eu? Quemest a sofrer?

    Por vezes discordo com ele.

    Este euque discorda com ele e concorda com ele, quem este eu? Onde est esteeu?

    Na minha mente.

    Onde est esta mente? Podes particularizar esta mente ou este eu como umaentidade separada? Eu sei que podes imagin-lo dessa forma, mas olhandodirectamente para a imaginao, este euparticularizavel na totalidade do ser?

    No, no .

    Excelente. No s separado da totalidade do ser, como o teu dedo do p no separado da totalidade do teu corpo. Se o teu dedo di, ests consciente de que oteu dedo est a doer. A verdadeira compaixo reconhece a experincia da dor esocorre o dedo o melhor possvel. Se o dedo no foi socorrido na sua dor, poderinfectar, e a talvez o p ou mesmo a perna tenham de sofrer por causa dadesateno.A verdadeira compreenso no significa negligenciar o mundo. Se o teu dedono a totalidade do teu corpo, tambm no separado da totalidade do teucorpo. Muda o penso. Usa remdios. Com compaixo, socorre o teu verdadeiroEu, seja qual for a forma em que surges enquanto outro ser humano, enquantooutra espcie, enquanto o universo inteiro.Compaixo um aspecto do amor, no uma estria de amor sentimental ou com

    julgamentos. No dedo mau, ou pobre dedo, ou dedo errado, ou dedoestpido. ateno compassiva. Amor.

    H uns dois satsangs atrs eu fiz uma pergunta sobre o sofrimento. No me lembro o que

    voc disse mas realmente deixou-me zangado.

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    Isso acontece s vezes.

    O que eu pensei foi, Como te atreves? Como te atreves a tirar-me isto e dessa forma tosimples! Mas sabe, eu sa daqui com tal luminosidade. Uma luminosidade que nuncahavia sentido antes. O que tenho descoberto desde ento alegria o outro lado, talvez.

    No diria que a alegria o outro lado do sofrimento. Essa na verdade a boanotcia sobre a alegria. Quando experiencias a alegria directamente, no lheencontras fim; no lhe encontras limite. Nem mesmo uma causa para ela! Quandoexperiencias o sofrimento directamente, vs que ele nem ali est. Estas so ptimasnotcias!

    O que eu descobri que me tenho tornado muito mais vulnervel ao mundo.

    Excelente.

    Escrevi no meu dirio esta manh perguntando, Para onde foi este desejar? Este desejarque est ligado ao sofrimento. O que eu escrevi foi que ele se transformou numa simples

    prece de agradecimento.

    Isto to lindo, to imediato! Isto o incio. A entrega revela a mente aberta e amente aberta est livre da imaginada separao do puro, livre conscincia, que felicidade suprema.

    Eu ouvi dizer que o sofrimento voluntrio e alegria involuntria.

    Gostei! Eu acrescentaria que o sofrimento causado e a alegria sem causa. Sederes uma causa alegria ento haver sofrimento. Realiza a alegria sem causa. a tua natureza inerente.No estou a falar de uma alegria tipo la-la, ha-ha-ha. Estou a falar da alegriaque chega a permitir a tristeza. Estou a falar da alegria de ser, de apenas ser, semnecessitar de nada, sem necessitar das circunstncias certas, sem necessitar doestado preferido apenas o puro Ser reconhecendo-se a Si mesmo comoconscincia e deleitando-se na Sua descoberta.

    Eu venho de uma estrutura em que muita ateno dada ao sofrimento e esta semana emsatsang estive muito emotiva. Foi sem dvida uma das semanas mais ricas da minha vidacom muita dor e desgosto, uma alegria incrvel, e profunda compreenso.Uma das coisas que me aconteceu, e que foi to extraordinrio, foi ver alm do sofrimentoalgo to maior e elevado. No sei de facto o que aconteceu, mas espero conseguir voltar aisso. Eu vi o sofrimento como uma nuvem e vi que h toda esta luz e cu e muito mais

    para l da nuvem.

    Isto essencial. Antes de uma experincia como esta, tudo o que falado em

    satsang parece abstracto ou terico. No centro da emotividade extrema, aquiloque intocvel por qualquer emoo revelou-se. Tu tiveste um vislumbre da

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    verdade. Este vislumbre, esta percepo, est agora na memria. Embora nopossas regressar experincia, a sua memria um testemunho.No tentes recapturar esse momento. Algo na tua identidade pessoal foi agoracortado. Alguma identificao com sentimentos ou circunstncias ou emoescomo o limite da realidade foi cortado e o que ilimitado revelou-se.

    No podes voltar ao teu verdadeiro Eu porque tu j l ests. Tu ests onde o teuverdadeiro Eu est.Estou muito feliz por ti. um momento de grande alegria. o belssimo dobrardo sino pela morte da identificao pessoal. Uma morte que uma celebraodaquilo que imortal.

    Tenho estado numa posio em que o Ser responde a todas as minhas perguntas. Noentanto, recentemente as perguntas tm surgido mas no tem havido resposta. H apenas

    a recorrncia destas perguntas que exigem uma resposta e eu percebo que quero negaristo.

    As perguntas no tocam a verdadeira resposta nem nunca a perturbam. Quepiada maravilhosa. Se negas a pergunta, a pergunta assume o vu da realidadeprojectada. Se alimentas a pergunta com uma explicao e anlise metafsica, elaassume o vu da realidade mental. Se entregas a pergunta resposta, a perguntaest em paz. Ento a prpria pergunta foi liberada, libertada, e j no est nadimenso do fantasma esfomeado.As lembranas so um fantasma esfomeado, gritando por libertao. Liberta o

    fantasma.Parece que experiencio paz mas depois h um retorno repentino ao sofrimento e pergunto-me Como que eu voltei para aqui?

    H paz e, em paz, algumas lembranas de sofrimento passado surgem. Nofeches a porta paz tentando manter as lembranas passadas trancadas nadimenso do sofrimento. O sofrimento ir continuar a bater porta. Isto o queeu quero dizer com fantasma esfomeado.O momento de paz um anncio de satsang. A paz d as boas-vindas a todos.D as boas-vindas a tudo o que surja, seja qual for o seu disfarce, seja qual for asua associao passada. previsvel que estas associaes passadas, estesfantasmas esfomeados, estas tendncias latentes surjam. Na verdade, no teuanncio de paz h um pedido para o passado ser libertado. H algum demniopassado em alguma dimenso de lembranas que ouve, Ah, satsang. Esta aminha oportunidade. Talvez agora eu seja admitido em satsang.

    H quase um esforo para estar em no-mente quando o sofrimento surge.

    O teu esforo o sofrimento! Reconhece que o teu esforo revela uma crenalatente de que no-mente algo que no teu agora. No-mente verdade agora.

    Tudo surge nisso. Tu no podes no estar em no-mente. Tu no podes deixar oSer.

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    Quando uma destas tendncias latentes ou pensamentos se formam ou quandodemnios ou fantasmas esfomeados surgem, a oportunidade para descobrirdirectamente se h limites para paz, de verdade. No o que tu acreditaste seremesses limites ou que tu imaginaste que te tenha tirado da paz, mas de verdade,quais so os limites da paz? No h necessidade para provocar uma guerra contra

    a tua experincia de no-paz. Convida para a paz tudo que surge. Aquilo quesurge e bem-vindo a satsang ir desaparecer ou revelar-se, na verdade, comosendo a prpria paz.

    Eu estou consciente dos meus pensamentos e julgo-me por os ter. Tenho medo de largar omeu julgamento sobre eles.

    Medo de que ento sejas uma pessoa m?

    O meu julgamento de que eu sou uma pessoa m.

    Ensinam-nos que somos essencialmente maus, que somos essencialmenteselvagens e que temos de aprender a ser bons. Obviamente h certas coisas quetemos que aprender e o condicionamento em si no problema. Quando ocondicionamento est coberto com a crena de que s essencialmente mau, h umenorme e desnecessrio sofrimento.Os nossos pais ensinaram-nos dessa forma. Os seus pais ensinaram-lhes dessamesma forma. , sem dvida, a forma como as nossas escolas nos ensinam. a

    forma como os nossos polticos falam connosco e a crena consensual. Tuacreditas que Buda essencialmente bom. Tu acreditas que Cristo essencialmente bom. Mas ainda existe a crena de que tus basicamente mau. Jtiveste emoes negativas. J fizeste coisas ms. Tens a prova que s mau e sofrescom essa prova.Esta a armadilha e, nessa crena, h uma profunda falta de vontade emexperienciar a violncia interna. Falta a disposio para experienciardirectamente a maldade que tu imaginas ser.

    Eu vejo que a cada vez que eu julgo algum ou alguma coisa um pensamento na minhamente. Eu reconheo isso e julgo o julgamento.

    No estou a dizer que h algo de errado com o julgamento. Obviamente, osjulgamentos tambm fazem parte da brincadeira e se tu vires algo como mau tudeves aperceber-te que o vs como mau. No vais querer entrar numa apatiafilosfica. Sabes que h situaes em que deves gritar, Isto mau. Isto errado.Pra!Estou a referir-me litania interna que praticas semanalmente, diariamente oude hora em hora. Ao evitares a experincia directa, o que sentido como mau natua prpria mente mantido sem transformao. H uma crena profundamenteenraizada de que tu deves continuar a tentar fazer a coisa certa e depois analisar

    cada acto pois se no o fizeres a tua maldade poder escapar-se.

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    Nada h de errado com a inteno de parar de contribuir para a maldade domundo, a no ser pelo facto de isso te manter na mente. Se te mantns julgandoe depois julgando os julgamentos, atravs do julgamento tu perpetuas o diodirigido a ti mesmo.Aqui est a oportunidade para abrires a tua mente totalmente a toda a

    negatividade que tens alimentado ou pensado. Pensamentos horrveis podemsurgir na mente, e sim, deves assumir a responsabilidade por isso. Assumir aresponsabilidade parar a armadilha mental de, Eu sou mau. Eu no deveria pensarisso. Tenho que praticar o bem. Assumir a responsabilidade estar disposto arealmente experienciar a enorme dor com que no tens querido encontrar-te. muito fcil contar histrias de como foste magoado mas tu magoaste pelomenos tantas vezes quantas as que foste magoado. E sempre a mesma dor.Sente o sofrimento que j causaste. O que quer que tenhas feito a algum fizeste-o a ti mesmo, e ao negares isso tu ds poder ao sofrimento para sofrimento futuro.Quando experiencias a dor do sofrimento que causaste, sabes sem qualquer

    dvida que o fizeste a ti mesmo. Isto em si mesmo uma revelao. Nisso tudescobres o que est por baixo da dor.Digo-te que o que causa dor a ignorncia. Em determinada altura tu acreditasteque precisavas de ter algo para ti mesmo e esta crena levou ganncia e luxriae ao dio e violncia. Nesse sentimento de necessidade, est o grmen, asemente do desejo por Ti mesmo. Quando ests disposto a experienci-lo at aocentro, tu vs que esta dor que te foi infligida e que infligiste a outros teve semprecomo base a ignorncia. Foi baseada na concepo errnea de que eu no sou.Experiencia o nopara realizares o eu sou. Eu sou puro, imaculado, sattvic 3,naturalmente limpo do passado no seu prprio auto-reconhecimento. a porta

    para a auto-realizao. Tu no s nada que possa ser purificado porque tu no snada que possa ser conspurcado.Manter a porta aberta para encontrar o teu karma, para encontrar as tuas crenassubconscientes, para experienci-las todas inteiramente, libertar o passado eoferecer-lhe liberdade.

    Vejo que as pessoas fingem estar abertas e divertirem-se quando na verdade esto emsofrimento.

    Sim, este fingimento a negao do sofrimento e o fingimento ele prpriosofrimento. Tanto a negao do sofrimento como o entretenimento do sofrimentolevam a mais sofrimento. No estou a falar de colocar um rosto sorridente. Euestou a falar de nenhum rosto. Ento tu vs a falsidade. Tu vs o fingimento. Tuvs o sofrimento. E, mais importante, tu vs o que sempre mais profundo doque o fingimento ou o sofrimento. Tu vs a bondade natural brilhando atravsdas mscaras de sofrimento.Consegues seguir-me?

    As dvidas surgem.

    3nota de rodap do livro: sattvic Puro, tranquilo, reflexo da Verdade.

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    Quando as dvidas surgem, convida as dvidas a nenhuma-dvida. O segredono tentar ultrapassar as dvidas ou ceder-lhes, coloc-las de lado ou neg-las.Convida-as a satsang e ento tu vers o hbito particular em duvidar e, maisimportante, vs o que est na raiz do duvidar.

    Convidar a dvida ilimitada verdade de ser uma forma de reconhecer avastido de ser ningum. Na vastido, na totalidade, o sofrimento do outro noest separado do teu sofrimento. Ele aparece em ti.

    Eu duvido que seja suficientemente forte ou suficientemente grande para descobrir o quevoc est a sugerir.

    A tua dvida o teu colar de escravo. Destranca o teu colar de escravoquestionando quem precisa de ser grande e forte. Agora, neste momento.

    Agora?

    Sim. Agora. Quemno suficientemente grande ou forte?

    (depois de algum tempo)No h ningum apenas espao apenas vastido.

    Onde est a dvida nisto?

    Em lugar nenhum.

    Gangaji, parece que eu posso usar a experincia de separao como uma placa indicativade direco em como realmente estou conectado com Eu sou.

    Sim! Isto o sino de dharma soando. Se existe uma experincia de separao, seh uma experincia de sofrimento, de apegar-se ou rejeitar a dor, podesperguntar a ti mesmo, O que realmente se passa aqui? Quem est a sofrer? Quem estseparado?Ento a experincia e a percepo da dualidade, a prpria iluso, soveculos que apontam para a verdade. Nada precisa ser rejeitado. Se a experinciade separao surge, tambm isso te pode levar mais profundamente at verdade que est antes e alm de qualquer ideia de separao ou unio.

    Poderia falar da distino entre dor e sofrimento e o papel do sofrimento no caminho dailuminao?

    A dor simplesmente dor, sensaes no corpo fsico e emocional. Sofrimentoacontece no tempo e tem consigo alguma histria sobre a dor. A histria gera

    entranados e transformaes quem causou a dor, porqu, quando, como, e pora fora. Pode existir um enorme investimento na histria e, por isso, a relutncia

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    em deixar tudo ir. Se tu deixasses tudo ir, significaria que todas aquelas horas,todos aqueles anos, todas aquelas vidas com a preocupao Ento e eu?estariam acabados. Acabados sem retorno de investimento. Todas as histriasrecebem a sua fora desta resistncia em deixar ir.Quando a histria da dor libertada, a dor pode ser experienciada como ela .

    Como deixar a histria ir?

    Abre a mente experincia. Experiencia o que quer que chegue sem filtrar oujulgar. Como a mente est aberta, os conceitos caem. Abrir a mente dor ou aqualquer outro fenmeno fsico, emocional ou mental, pode revelar o que est nocentro de todos os fenmenos. A dor, experienciada sem histria, revela anatureza de Buda.O sofrimento nada revela excepto mais histria sobre a dor. O sofrimento a

    justificao, a culpa, o sentimentalismo e a dramatizao da dor.

    Ao abrir a mente, a dor descoberta como sendo coisa nenhuma. Esta coisanenhuma que aparece como dor absoluta. inteligncia, claridade, alegria epaz. A verdade de Ti mesmo descoberta no centro da dor. A dor potencialmente um veculo para a revelao da verdade. Se a histria da dor forseguida, o veculo despercebido e ento a dor desperdiada como mais uminvestimento em sofrimento desnecessrio.Com certeza todos ns j experienciamos dor de um tipo ou de outro emocionale fsica, pessoal ou mundial. Se tivesses tido a experincia de entrega no momentoem que a dor surge, no resistindo mas abrindo-te verdadeiramente, ento teriasdescoberto paz no centro da dor. Nesta descoberta, tu no ests mais preocupado

    com o sofrimento pessoal.Tu vs que quando h um fim do sofrimento pessoal tu ests disposto aexperienciar a dor para alm de qualquer ideia de tua dor. Ests disposto aexperienciar a dor do teu vizinho, a dor dos teus pais, a dor dos teus filhos, a dorde todo o universo e nisso h menos negao da dor, menos dramatizao da dor.Ento os pensamentos circulando em torno do evitar a dor e da aquisio deprazer (na esperana de alguma segurana) perdem o seu poder. Quando estsdisposto a abrir-te, ests disposto a serinteiramente. Ento dobras-te perante ador como sendo o satguru surgindo enquanto dor, como sendo a verdadesurgindo enquanto dor, como sendo Deus surgindo enquanto dor.Esta oportunidade est disponvel a todos.

    Eu realmente sei que no sou este corpo, porm tenho um problema com enxaquecas. Euainda quero que a dor se v embora.

    Bom, pra de querer que ela v embora.

    J fiz isso tambm.

    O que j fizeste foi parar de querer que a dor se v embora na tentativa de queela se v embora!

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    Voc est certa, mas nada funciona.

    J tentaste deixar a dor estar.

    Aquilo que eu consegui at agora continuar alegre e com vida e maravilhosa mesmo coma enxaqueca. Mas continuo a odiar a dor. Di e parece interpor-se no caminho.

    Muitos corpos tm condicionamentos que doem. Alguns corpos doem mais doque outros corpos. Se experienciares a dor totalmente, tu descobres aquilo queest mais perto do que o corpo, mais perto do que a dor. Descansa nisso. A dorvem, a dor vai, tu descansas no que est mais perto. No lutes mais tentandofazer algo com a dor. Cuida do corpo, mas se o teu corpo no melhorar das suasenxaquecas, descansa naquilo que no vem nem vai. Desiste da luta.O corpo ter dias melhores e dias piores. Esta a natureza dos corpos. Mas aquilo

    que no se vai embora no faz julgamento sobre dias bons e dias maus.Descansa naquilo em que no existe julgamento. Especialmente num mau diapara o corpo, descansa nisso. Ento vers. Sem procurar por isso vers que atmesmo a dor tem beleza. At mesmo aquilo que odeias, no seu centro, beleza.Um dia poders mesmo agradecer este presente. Tu poders dizer, Estou gratapor este presente que me forou a ver na dor o que eu imaginava estar em outrolugar. Se imaginares que a verdade est apenas presente nas boas sensaesfsicas ou boas sensaes emocionais, essa uma verdade limitada.Houve uma altura em que o corpo de Ramana foi comido por bichos pestilentos.H uma altura em que o teu corpo ser comido por vermes e bichos pestilentos.

    Antes que esse tempo chegue, descobre o teu Ser como no sendo limitado peloteu corpo. Tu no ests separado do teu corpo e no ests limitado a ele. Descobreimediatamente, instantaneamente, o que eterno. No por fazer algo mas porapenas ser. Descobre se h limites a ser.

    A dor parece uma energia muito forte. Quase como felicidade sublime.

    Quando conheces o centro da dor, conheces o segredo da dor. Nesse instante,conheces a felicidade sublime. H apenas o centro ali. Tudo o resto imaginrio.

    O que fazer quando a dor ou sensaes do corpo vm vezes sem conta?

    Tu mantns a noo de que a dor no deveria vir outra vez? Quando estepensamento visto e terminado, onde est o registo da dor vindo e indo?

    A conscincia o registo.

    A conscincia tem o julgamento de Oh no, outra vez no?

  • 7/24/2