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18-02-2014
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Tuberculose bovina – gap analysis
João Niza Ribeiro, Nuno Vieira de Brito, Rui Perestrelo
Vieira
INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO EM SAÚDE ANIMAL
Lisboa, Auditório Faculdade de Medicina Veterinária, 19 de Fevereiro 2014
Percurso da apresentação
• Enquadramento
– do problema e importância da tuberculose bovina
– aspetos relevantes da epidemiologia
• Resultados da análise do grupo
• Recomendações
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Importância da tuberculose na espécie humanaDALY (Disability adjusted life years) - The disability-adjusted life
year (DALY) extends the concept of potential years of life lost
due to premature death to include equivalent years of “healthy”
life lost by virtue of being in states of poor health or disability.
One DALY can be thought of as one lost year of “healthy” life,
and the burden of disease can be thought of as a measurement
of the gap between current health status and an ideal situation
where everyone lives into old age, free of disease and
disability.(WHO, The Global Disease Burden, 2004 update)
DALYs = (YLL) + (YLD)
(YLL - the years of life lost due to premature mortality)
(YLD - years lost due to disability)
Incidência de M. bovis na espécie humana
Até à primeira metade do Séc. XX a tuberculose
humana devida a M. bovis, na Europa e nos
Estados Unidos da América rondava os 20%.
A via de exposição principal era a via alimentar,
através da ingestão de leite cru e da carne de
bovinos infetados e doentes .
A segunda forma de exposição era devida à
atividade profissional dos doentes sobretudo
ligados à exploração pecuária e a matadouros.
O controlo introduzido na cadeia alimentar,
pasteurização obrigatória do leite de consumo e
inspeção sanitária reduziram eficazmente estas
vias de exposição. Os planos e programas de
erradicação iniciados após a segunda guerra
mundial contribuíram para diminuir ainda mais a
exposição humana.
Na UE o risco de novos casos de tuberculose
humana por M. bovis:
• é de 1/3.000.000 h (0.03/100.000);
• 70% são habitantes nativos do país
• entre os habitantes nativos risco é duas vezes
maior nos países não OTF (84,6% vs 45,4%)
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Situação europeia relativamente a M. bovis
Tuberculose bovina em Portugal nos anos recentes
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EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE BOVINA
Um olhar sobre a epidemiologia• Um agente muito resistente que sobrevive longo tempo no ambiente.
• Transmite-se por via aérea e por ingestão.
• Tem uma incubação lenta, evolui frequentemente de forma crónica e elimina-se
muito antes de os animais infetados manifestarem a doença.
• Dentro de cada espécie, incluindo a humana há marcadas diferenças individuais na
suscetibilidade à doença.
• Os Mycobacterium do complexo tuberculosis têm um imenso leque de espécies
suscetíveis algumas das quais se comportam-se como reservatório em certas
situações.
• Os programas de erradicação nos bovinos têm conhecido retrocesso em
determinados países Europeus e em certos estados dos EUA devido à interação
entre as espécies reservatório e os bovinos.
• Na última década tornou-se evidente que a erradicação, em muitos países, só será
possível com o controlo nas espécies selvagens reservatório.
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Um olhar sobre a epidemiologia
Rui Perestrelo
Um olhar sobre a epidemiologia
Rui Perestrelo
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RESULTADOS DA GAP ANALYSIS
Resultados da gap analysis
• Das doenças tratadas pelo MG a bTB foi a que apresentou um “score” mais elevado.
• Lacunas relevantes para o controlo
– Testes, rastreio e diagnóstico – métodos usados, princípios, SE e ES.
– O importante papel da inspeção sanitária
• (“Scientific Opinion on the public health hazards to be covered by
inspection of meat (bovine animals) ” – 2013 EFSA – que futuro?)
– Vacinas
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Resultados da priorização de doenças no Mirrorgroup.
MIRROR GROUP PORTUGAL
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DOENÇA EPIDEMIOLOGIA E RISCO 60,72 65,4 72,99 62,85 60,71 57,57 65,75
IMPACTO NA SOCIEDADE 62,48 64,64 36,91 44,23 57,39 41,74 33,33
IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA 62,48 65,06 36,28 60,48 60,94 22,92 18,43
IMPACTO NO COMÉRCIO 60,26 45,38 42,02 22,26 57,13 37,56 35,37
BEM ESTAR E SAÚDE ANIMAL 49,98 45,9 47,65 43,98 54,22 49,98 43,97
FERRAMENTAS DE CONTROLO 2,17 -16,67 23,82 21,33 -58,31 16,67 11,83
PONTUAÇÃO FINAL 298,09 269,71 117,84 255,13 232,08 226,44 208,68
Conceptualização do ciclo de erradicação• Os programas
sanitários levados a cabo pela Autoridade Sanitária dos EM têm por objetivo criar regiões e países livres de bTB.
• A saúde pública e a segurança alimentar bem como a saúde e bem-estar animal beneficiam destes programas.
Teste e deteção
Classificação de explorações e
regiões
Identificação de explorações
infetadas
Saneamento e erradicação das
explorações infetadas
Manter explorações e regiões livres
Infeção de reservatórios
selvagens
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Deteção, métodos de ensaioMétodos de ensaio:Diretos: Isolamento microbiológico, PCR,
outros métodos moleculares.
Indiretos: IDT, γ-IFN, ELISA, Inspeção
sanitária.
Objetivos:•Deteção de explorações infetadas;
•Deteção de animais infetados;
•Deteção de animais excretores - “bacilíferos”
•Separação de animais vacinados de animais infetados (desejável)
Pina Fonseca DGV, 2011.
Vacinação
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RECOMENDAÇÕES
Recomendações• Testes:
– A sensibilidade e especificidade dos métodos de ensaio usados no diagnóstico individual para o controlo devem ser melhoradas e a padronização dos ensaios laboratoriais e da tuberculina, na Europa é desejável.
– A deteção precoce e de forma sensível dos animais “bacilíferos” é importante para erradicação da bTB nos efetivos bovinos.
– A introdução de novos métodos de ensaio ou a melhoria dos existentes são vias possíveis. Associação dos testes com vacinas DIVA.
• Vacinas: – A utilização de vacinas para conter e, se possível, reduzir o nível de infeção e
doença, em espécies selvagens em contacto com bovinos, poderá ser uma via com futuro, para auxiliar a criação de territórios oficialmente indemnes de TB;
– Em determinadas circunstâncias epidemiológicas a inclusão de vacinas nos programas de erradicação poderá ser benéfica;
• Países europeus como o Reino Unido, onde há presentemente dificuldade de controlo aparente, têm hoje uma política científica aberta e ativa para a introdução de vacinas (DIVA) no controlo de infeção em bovinos, mantêm um debate nacional nesse sentido e mantêm uma frente negocial ativa com a Comissão Europeia.