tuberculose em idade pediátrica
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Tuberculose em Idade Pediátrica:Experiência de 10 Anos de uma Unidade de Infeciologia
Madalena A Borges, Ana Paula Rocha, Carlota V Macedo, Tiago M Silva, Catarina Gouveia, Flora Candeias, Luís Varandas, Maria João Brito,
Unidade de Infeciologia, Hospital Dona Estefânia, CHLC-EPE
Introdução
• Tuberculose (TB): importante problema de saúde1
• Desafio em idade pediátrica2
Evolução rápida para doença após a infecção (40%)Maior risco de doença extrapulmonar, disseminada e graveAusência de critérios clínicos standardVariabilidade clínicaDificuldade no isolamento do agente
Crianças - 10 a 20% do peso global da TB2
1 - World Health Organization, Global tuberculosis report. France, 20172 - Perez-Velez C.M., Pediatric tuberculosis: new guidelines and recommendations. Curr Opin Pediatr. 2012; 24:319-328
Tuberculose em Portugal20143,4
• Incidência TB: < 20/100.000• Incidência TB meníngea: < 1/10.000.000• Incidência TB na população estrangeira: 95,4/100.00020165
• Incidência TB: 18/100.000• Incidência TB na população estrangeira: 86,7/100.00020176
• Incidência TB: 16,4/100.000 (dados provisórios)• Incidência TB na população estrangeira: 83,7/100.000• Incidência TB em crianças 0-5 anos: 6,1/100.000
DISTRIBUIÇÃO DA DOENÇA POR BOLSAS
Predomínio nos distritos de Lisboa e Porto
BCG apenas em grupos de risco
País de baixa incidência
3 - Estratégia de vacinação contra a tuberculose com a vacina BCG, DGS, NORMA Nº 006/20164 - DGS, Programa nacional para a infeção VIH, SIDA e Tuberculose, 20155 - DGS, Programa nacional para a infeção VIH, SIDA e Tuberculose, 20176 - DGS, Programa Nacional para a Tuberculose, Tuberculose em Portugal, Desafios e Estratégias, 2018
• Caracterizar os casos de TB doença em menores de 18 anos com necessidade de internamento num Hospital Pediátrico Terciário em área metropolitana
Material e Métodos
• Estudo transversal retrospetivo, observacional e descritivo • Consulta de processos clínicos dos doentes com TB doença internados • Período: janeiro de 2008 a dezembro de 2017 (10 anos) • Análise estatística com recurso a SPSS®
Objetivos
10,1 casos/ano56,5% ♂; [1,7M– 17,9A]; mediana 14,3A
Resultados n=101 casos
Nacionalidade %Portugal 51,5PALOP 42,6Outros 5,9Contacto conhecido com TB %Sim 44,6No agregado familiar 25,7Diagnóstico por rastreio 9,9
0
5
10
15
20
25
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Nº
de c
asos
(n=1
01)
Ano
Distribuição dos casos de TB ao longo dos anos
Vacinação BCG 92,1%
Doença crónica n=19
Terapêutica imunossupressora n=4
Tosse, febre, astenia, perda ponderal, toracalgia
Clínica mais frequente
Prova tuberculínicaPositiva 59/76
IGRAPositivo 35/49
Identificação do agente em 66,3% (n=67)
Resultados
TEP DIAGNÓSTICOS
50 doentes
%relativa
Ganglionar 22 44Óssea 11 22Meníngea 7 14Miliar 4 8Peritoneal 3 6Pleural 3 6Intestinal 2 4Cutânea 1 2Outras Classificações n %TB bacilífera 24 23,8TB resistente 11 10,9
CLASSIFICAÇÃO n %Pulmonar (TP) 51 50,5Extrapulmonar (TEP) 50 49,5
COMPLICAÇÕES (n=11)
Derrame pleural Fístula broncopleuralLesão do palato duroAbcesso paravertebralCifoseSíndrome ativação macrofágica
611111
COMPLICAÇÕES DE TERAPÊUTICA (n=11)HiperuricémiaHepatite
65
Duração média de internamento: 24,33 diasTB bacilífera média 37,5vs.20,78 dias, p<0,001
NÃO SE REGISTARAM ÓBITOS
Resultados
TP (n=51) TEP (n=50) p-valueMédia de idades 13,7 anos 9,8 anos p < 0,05Não naturais de Portugal 43,1% 54% não significativoComplicações 16% 6% não significativoDuração internamento (média) 21,3 dias 27,3 dias não significativoDuração terapêutica (média) 7 meses 9,6 meses p < 0,05
Conclusões
TB impacto → Amostra significativa com formas graves em 8,9% casos (TB meníngea e/ou miliar)
Pico em 2017 → Limitações das estratégias nacionais de saúde pública
92,1% vacinados → BCG não eficaz na transmissão de TB
Clínica inespecífica + Dificuldade no isolamento do agente → Suspeição clínica fundamental
TEP neste estudo → mais frequentes em idade pediátrica; maior complexidade de diagnóstico e tratamento
Internamentos prolongados → Impacto social e económico
Rastreio em crianças de PALOPs, imunodeprimidos e doentes crónicos → FUNDAMENTAL!