tuberculose em pediatria
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TB pediatriaTRANSCRIPT
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PRATICA MEDICAEspcie
ASSISTENCIALEspecialidade
MEDICOPediatriaStatusAprovado
Cdigo Legado Cdigo do DocumentoDI.ASS.15.2
Verso2
Data Criao19/07/201319/07/2013
Data Reviso19/11/2014
ElaboradorFernanda Viveiros Moreira de SaFernanda V. M. de S
RevisorEduardo Juan Troster
Parecerista Aprovado porAdriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape
Data Aprovao19/11/2014
DOCUMENTO OFICIAL
Tipo DocumentalDiretrizAssistencial
Ttulo DocumentoTuberculose em pediatria
Tuberculose em pediatria
INTRODUO
A tuberculose (TB) continua sendo um importante problema de sade em todo o mundo, exigindo o desenvolvimento de estratgias para o seu controle considerando aspectos humanitrios, econmicos e de sade pblica.
A tuberculose uma doena infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, bactria transmitida por via area em praticamente a totalidade dos casos.
A infeco ocorre a partir da inalao de ncleos secos de gotculas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro de doente com tuberculose ativa de vias respiratrias (pulmonar ou larngea). Os doentes bacilferos, isto , aqueles cuja baciloscopia de escarro positiva, so a principal fonte de infeco. Doentes de tuberculose pulmonar com baciloscopia negativa, mesmo que tenham resultado positivo cultura, so muito menos eficientes como fontes de transmisso, embora isto possa ocorrer. As formas exclusivamente extrapulmonares no transmitem a doena.
Segundo boletim divulgado pela Organizao Mundial da Sade (OMS), em 2011 foramnotificados 5,8 milhes de casos novos de tuberculose no mundo, o equivalente a quase 2/3 dos 8,7 milhes de casos estimados. Nesse mesmo ano, contabilizou-se 1,4 milhes de mortes por tuberculose, doena curvel e evitvel.
Pela primeira vez, em 2012, a OMS divulgou estatsticas referentes faixa etria peditrica (idade < 15 anos). Estima-se 490.000 casos de tuberculose no mundo, o equivalente a 6% do total dos 8,7 milhes de casos novos, e 64.000 mortes por TB em 2011.
De acordo com os ltimos dados da OMS, o Brasil o 111 no ranking em taxa de incidncia de TB. Dentre os 22 pases considerados de alta carga, e que concentram 82% dos casos de tuberculose no mundo, o Brasil o 17 em nmero de casos, e o 22 em taxas de incidncia, prevalncia e mortalidade.
Dados do boletim epidemiolgico do Ministrio da Sade de 2012 revelam que, no ano anterior, o pas registrou 70.047 casos novos de tuberculose. Em 2012, a taxa de incidncia da doena foi de 36,1/100 mil habitantes. Em 2010, o nmero aproximado de bitos foi de 4,6 mil e a taxa de mortalidade em 2,4/100 mil habitantes. Isso coloca a TB como 4 causa de mortes por doenas infecciosas e a 1 causa de mortes dentre as doenas infecciosas definidas dos pacientes com AIDS.
No ano 2000, a Organizao das Naes Unidas (ONU), ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu oito Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODM), que no Brasil so chamados de oito Jeitos de Mudar o Mundo. A tuberculose est contemplada no 6 objetivo intitulado: combater a AIDS, a malria e outras doenas.
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O Plano Global para o Combate da Tuberculose 2011-2015 (The Global Plan to Stop Tuberculosis 2011-2015) proposto pela OMS tem como viso livrar o mundo da tuberculose. Seu objetivo reduzir drasticamente a carga da doena at 2015, de acordo com o que foi pactuado nos ODM. O plano est dividido em seis componentes: expandir a estratgia DOTS (Direct Observed Treatment Strategy, Short-Course Tratamento Diretamente Observado, em portugus) com qualidade; visar a coinfeco TB/HIV, tuberculose multidrogarresistente (TB MDR) e as necessidades de populaes pobres e vulnerveis; fortalecer o sistema de sade baseado na ateno primria; empoderar portadores de tuberculose e a sociedade civil organizada; envolver todos os prestadores de servios de sade; e possibilitar e promover pesquisas.
O Plano ainda apresenta, como principais metas: reduzir, pela metade, a incidncia e a mortalidade por tuberculose at 2015, comparados aos valores de 1990, e eliminar a tuberculose como problema de sade pblica at 2050.
OBJETIVO
Busca ativa de Sintomticos Respiratrios (pessoas com tosse por tempo 3 semanas) para identificar precocemente os casos bacilferos, interromper a cadeia de transmisso da tuberculose e reduzir a incidncia da doena a longo prazo.
Diagnosticar a TB precocemente
Encaminhar para tratamento adequado
APLICABILIDADE
Crianas e adolescentes com quadro clnico sugestivo e/ou contactuantes.
DIRETRIZ
A TB na criana, principalmente nos menores de 10 anos, apresenta especificidades que devem ser consideradas durante sua investigao diagnstica. A forma pulmonar, diferentemente do adulto, costuma ser abacilfera (negativa ao exame bacteriolgico) devido ao reduzido nmero de bacilos nas leses. Alm disso, crianas, em geral, no so capazes de expectorar.
Ao trmino da infncia e ao incio da adolescncia aparecem formas semelhantes s encontradas em adultos. As leses so mais extensas, nos teros superiores dos pulmes, escavadas, disseminadas bilateralmente. Os pacientes geralmente apresentam sintomas respiratrios e so mais frequentemente positivos baciloscopia. Nesta faixa de idade fcil realizar o exame de
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escarro e o diagnstico pode ser comprovado pelos mtodos bacteriolgicos convencionais (baciloscopia e cultura).
H predomnio da localizao pulmonar sobre as demais formas de tuberculose, isto , as formas extra pulmonares.
TB Pulmonar na criana
As manifestaes clnicas podem ser variadas. O achado clnico que chama ateno na maioria dos casos a febre, habitualmente moderada, persistente por 15 dias ou mais e frequentemente vespertina. So comuns irritabilidade, tosse, perda de peso, sudorese noturna, s vezes profusa; a hemoptise rara. Muitas vezes, a suspeita de tuberculose feita em crianas com diagnstico de pneumonia sem melhora com o uso de antimicrobianos para germes comuns.
Os achados radiogrficos mais sugestivos da tuberculose pulmonar em crianas so:adenomegalias hilares e/ou paratraqueais; pneumonias com qualquer aspecto radiolgico, de evoluo lenta, s vezes associadas adenomegalias mediastnicas, ou que cavitam durante a evoluo; infiltrado nodular difuso (padro miliar).
O diagnstico de tuberculose pulmonar, na prtica, segundo o sistema de escore validado em nosso meio est resumido na Tabela 1.
O lavado gstrico somente indicado quando for possvel a realizao de cultura para M. tuberculosis. O exame de escarro (baciloscopia e cultura), em geral, possvel a partir dos 5 ou 6 anos de idade.
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Tabela 1 - Escore para diagnstico de TB pulmonar
Escore para diagnstico de TB pulmonar Pontuao
Critrios clnicos
Febre ou sintomas como: tosse, adinamia, expectorao, emagrecimento, sudorese > 2 semanas
15 pontos
Assintomtico ou com sintomas < 2 semanas 0 pontos
Infeco respiratria com melhora aps uso de antibiticos para germes comuns ou sem antibiticos
-10 pontos
Critrios radiolgicos
- Adenomegalia hilar ou padro miliar
- Condensao ou infiltrado (com ou sem escavao) inalterado > 2 semanas
- Condensao ou infiltrado (com ou sem escavao) > 2 semanas evoluindo com piora ou sem melhora com antibiticos para germes comuns
15 pontos
Condensao ou infiltrado de qualquer tipo < 2 semanas 5 pontos
Radiografia normal -5 pontos
Contato com adulto tuberculoso
Prximo, nos ltimos 2 anos 10 pontos
Ocasional ou negativo 0 pontos
Teste tuberculnico
5 mm em no vacinados com BCG; vacinados 2 anos; imunossuprimidos ou
10 mm em vacinados < 2 anos
15 pontos
0 - 4 mm 0 pontos
Estado nutricional
Desnutrio grave 5 pontosObs: Esta interpretao no se aplica a revacinados em BCG
Interpretao: 40 pontos (diagnstico muito provvel): iniciar o tratamento 30 a 35 pontos (diagnstico possvel): pode ser considerado como indicativo de
tuberculose e orienta o inicio de tratamento da criana a critrio clnico. 30 pontos (diagnstico pouco provvel): a criana dever continuar a ser investigada.
Dever ser feito diagnstico diferencial com outras doenas pulmonares e podem ser
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empregados mtodos complementares de diagnstico nesse sentido, como lavado gstrico, broncoscopia, escarro induzido, punes e mtodos rpidos.
TB extrapulmonar na crianaCerca de 20% dos casos de TB em crianas tem apresentao extrapulmonar. As formas mais
frequentes so: ganglionar perifrica, pleural, ssea e a meningoenceflica
Tuberculose ganglionar perifrica - forma mais frequente de TB extrapulmonar em crianas e pacientes HIV soropositivos. Cursa com aumento subagudo, indolor e assimtrico das cadeias ganglionares cervical anterior e posterior, e da supraclavicular. Ao exame fsico, os gnglios apresentam-se habitualmente endurecidos ou amolecidos, aderentes entre si e aos planos profundos, podendo evoluir para flutuao e/ou fistulizao espontnea, com a inflamao da pele adjacente. O diagnstico obtido por meio de aspirado por agulha e/ou bipsia ganglionar, para realizao de exames bacteriolgicos e histopatolgicos.
Tuberculose ssea - mais comum em crianas (10 a 20% das leses extrapulmonares na infncia), ou em pessoas entre as 4 e 5 dcadas. Acomete frequentemente a coluna vertebral e as articulaes coxofemoral e do joelho. A TB de coluna (mal de Pott) responsvel por cerca de 1% de todos os casos de TB e por at 50% de todos os casos de TB ssea. O quadro clnico a trade dor lombar, dor palpao e sudorese noturna, e afeta mais principalmente a coluna torcica baixa e a lombar.
Tuberculose pleural - mais comum forma de TB extrapulmonar em indivduos HIV soronegativos, principalmente jovens. Cursa com dor torcica do tipo pleurtica. A trade astenia, emagrecimento e anorexia ocorre em 70% dos pacientes, e febre com tosse seca em 60%. Eventualmente, apresenta-se simulando pneumonia bacteriana aguda, e a dispneia pode aparecer apenas nos casos com maior tempo de evoluo dos sintomas. A cultura, associada ao exame histopatolgico do fragmento pleural, permite o diagnstico em at 90% casos. Os rendimentos da baciloscopia e da cultura do lquido pleural so respectivamente menores que 5% e 40%.
Empiema pleural tuberculoso ocorre como consequncia da ruptura de uma cavidade tuberculosa para o espao pleural e, por isso, alm de lquido no espao pleural, muitas vezes ocorre tambm pneumotrax secundrio fstula broncopleural. Clinicamente, indistinguvel de um empiema pleural por bactria comum.
Tuberculose pericrdica - tem apresentao clnica subaguda e geralmente no se associa TB pulmonar, embora possa ocorrer simultaneamente TB pleural. Os principais sintomas so dor torcica, tosse seca e dispneia. Pode haver febre, emagrecimento, astenia, tontura, edema de membros inferiores, dor no hipocndrio direito (congesto heptica) e aumento do volume abdominal (ascite). Raramente provoca clnica de tamponamento cardaco.
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TB meningoenceflica - responsvel por 3% dos casos de TB em pacientes HIV soronegativos, e em at 10% dos casos em pacientes HIV soropositivos. A meningite exsudativa a apresentao clnica mais comum e mais frequente em crianas < 6 anos de idade. Clinicamente, pode ser subaguda ou crnica (sinais e sintomas com durao superior a 4 semanas). Na forma subaguda, cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, alteraes de comportamento, sonolncia, anorexia, vmitos e dor abdominal associados febre, fotofobia, e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas. Eventualmente, apresenta sinais focais relacionados a sndromes isqumicas locais, ou ao envolvimento de pares cranianos (pares II, III, IV, VI e VII). Pode haver hipertenso intracraniana (edema de papila). Na forma crnica, o paciente evolui vrias semanas com cefaleia, at que o acometimento de pares cranianos faz o mdico suspeitar de meningite crnica. Ocorre doena pulmonar concomitante em at 59% dos casos. Outra forma de TB do sistema nervoso central a forma localizada (tuberculomas). Nesta apresentao, o quadro clnico o de um processo expansivo intracraniano de crescimento lento, com sinais e sintomas de hipertenso intracraniana. A febre pode no estar presente. A coleta de lquor est indicada na suspeita clnica e geralmente revela pleocitose (10-1000 clulas/ml) com predomnio de linfcitos, protena aumentada (0,5 a 3g/l) e glicorraquia diminuda (90%); mas a especificidade no to boa (
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Tabela 2 Recomendaes para o tratamentoSituao Esquema Indicado Local de realizao
Caso novo: pacientes que nunca foram tratados para TB ou trataram por 30 dias, que necessitem de novo tratamento por:
-Recidiva aps cura (RC) ou
-Retorno aps abandono (RA)
Esquema Bsico at o resultado da cultura e TS*
Ateno BsicaReferncia Terciria(dependendo doresultado do TS)
Tratamentos especiais: hepatopatias, efeitos colaterais maiores, HIV/AIDS, uso de imonossupressores
Esquemas Especiais Referncia Secundria
Tuberculose meningoenceflica Esquema para Meningoencefalite Hospitais inicialmente
Falncia por multirresistncia, mono e polirressistencia ao tratamento antiTB.
Esquemas Especiais para mono/poli e multirresistncia
Referncia Terciria
*TS (teste de sensibilidade)
Esquema bsico para crianas < 10 anos (EB) (2RHZ /4RH): Rifampicina (R)+ Isoniazida (H) + Pirazinamida (Z) por 2 meses Rifampicina (R) + Isoniazida (H) por mais 4 meses
Tabela 3- Esquema bsico para crianas < 10 anos (EB) (2RHZ /4RH):
Fases dotratamento
Frmacos Peso do doente
At 20kg >20 a 35kg >35 a 45kg > 45kg
mg/kg/dia mg/dia mg/dia mg/dia
2 RHZ
Fase deataque
R 10 300 450 600
Z 10 200 300 400
H 35 1000 1500 2000
4 RH
Fase demanuteno
R 10 300 450 600
H 10 200 300 400
Esquema bsico para crianas > 10 anos e adolescentes (EB) (2RHZE/4RH) Rifampicina (R) + Isoniazida (H) + Pirazinamida (Z) + Etambutol (E) por 2 meses Rifampicina (R) + Isoniazida (H) por mais 4 meses
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Tabela 4- Esquema bsico para crianas > 10 anos e adolescentes (EB) (2RHZE/4RH)Regime Frmacos Faixa de peso Unidade/dose Meses2 RHZEFase Intensiva
RHZE150/75/400/275comprimido em dose fixacombinada
20 a 35 kg 2 comprimidos 236 a 50 kg 3 comprimidos
> 50 kg 4 comprimidos
4RHFase demanuteno
RHComprimido oucpsula 300/200 ou 150/100
20 a 35 kg 1 comp ou caps300/200mg
4
36 a 50 kg 1 compr ou caps300/200 mg + 1 comp ou caps150/100 mg
> 50 kg 2 comp ou caps300/200mg
Esquema para a forma meningoenceflica da tuberculose: Esquema bsico, prolongando-se a fase de manuteno.
Observaes:a) Nos casos de concomitncia entre tuberculose meningoenceflica e qualquer outra
localizao, usar o Esquema para a forma meningoenceflica.b) Na meningoencefalite tuberculosa deve ser associado corticosteride ao esquema anti-TB:
prednisona oral (1 -2 mg/kg /dia) por quatro semanas ou dexametasona intravenoso nos casos graves (0.3 a 0.4 mg /kg /dia), por 4-8 semanas, com reduo gradual da dose nas quatro semanas subsequentes.
As reaes adversas mais frequentes ao esquema com RHZ, utilizado por muitos anos no Brasil, so: mudana da colorao da urina (ocorre universalmente), intolerncia gstrica (40%), alteraes cutneas (20%), ictercia (15%) e dores articulares (4%). Deve ser ressaltado que quando a reao adversa corresponde a uma reao de hipersensibilidade grave como plaquetopenia, anemia hemoltica, insuficincia renal, o medicamento suspeito no pode ser reiniciado aps a suspenso, pois na reintroduo a reao adversa ainda mais grave.
Infeco Latente (ILTB)
A susceptibilidade infeco universal. A maioria das pessoas resiste ao adoecimento aps a infeco e desenvolve imunidade parcial doena; no entanto alguns bacilos permanecem vivos, embora bloqueados pela reao inflamatria do organismo. Cerca de 5% das pessoas no conseguem impedir a multiplicao dos bacilos e adoecem na sequncia da primo-infeco. Outros 5%, apesar de bloquearem a infeco nessa fase, adoecem posteriormente por reativao desses bacilos ou em consequncia de exposio a uma nova fonte de infeco.
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Fatores relacionados competncia do sistema imunolgico podem aumentar o risco deadoecimento. So fatores de risco: infeco pelo HIV, doenas ou tratamentos imunodepressores; idade < 2 anos ou > 60 anos; desnutrio. O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos aps a primo-infeco, mas o perodo de incubao pode se estender por muitos anos e mesmo dcadas.
A indicao do uso da Isoniazida para tratamento da ILTB depende dos seguintes fatores: o resultado do PT (prova tuberculnica), a idade, a probabilidade de ILTB e o risco de adoecimento(Tabela 5).
Os grupos com indicao de tratamento so:
1- Crianas < 10 anos contatos de casos bacilferos: PT 5 mm - em crianas no vacinadas com BCG, crianas vacinadas h mais de 2 anos
ou qualquer condio imunossupressora; PT 10 mm em crianas vacinadas com BCG h menos de 2 anos
2- Em crianas (>10 anos) e adolescentes: A relao risco-benefcio do tratamento deve ser avaliada caso a caso. A idade um dos
fatores de risco para hepatoxicidade pela Isoniazida e reduzido risco acumulado de adoecimento
As indicaes de tratamento da ILTB seguem as seguintes recomendaes: Risco Maior: indicado tratamento em qualquer idade Risco Moderado: indicado tratamento em < 65 anos Risco Menor: indicado tratamento em < 50 anos
Tabela 5 - Indicaes de tratamento da ILTBRisco PT 5mm PT 10mm Converso do PT*
Maior HIV Silicose Contato de TB bacilfera- Contatos > 10 anos; - Contatos < 10 anos no vacinados com BCG ou vacinados h > 2 anos
Contato < 10 anos vacinados com BCG h < 2 anos
Profissional de sade
Uso de inibidores doTNF-
Neoplasia de cabea e pescoo Profissional de laboratrio de micobactria
Alteraes radiolgicas fibrticas sugestivas de sequela de TB
Insuficincia renal em dilise Trabalhadores de instituies de longa permannciaTransplantados em terapia
imunossupressoraModerado Uso de corticosterides (>15 mg de
prednisona >1 ms)Diabetes mellitus
Menor Baixo peso (
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Investigao dos contatos
O contato definido como toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o caso ndice no momento do diagnstico da TB. A avaliao do grau de exposio do contato deve ser individualizada considerando-se a forma da doena, o ambiente e o tempo de exposio (Fluxogramas 1 e 2).
Considerando que crianas com TB em geral desenvolvem a doena aps transmisso por um contato adulto bacilfero, preconiza-se a investigao de todos os seus contatos, a fim de se identificar os casos de infeco latente pelo M. tuberculosis (ILTB), e principalmente o caso ndice, interrompendo a cadeia de transmisso.
Fluxograma 1 - Avaliao de contatos: crianas (< 10 anos).
(*) Empregar Quadro 1 (Escore para diagnstico de TB pulmonar)(**) PT 5mm (em crianas no vacinadas com BCG, vacinadas h mais de 2 anos ou portadora de condio imunossupressora) ou PT 10 mm em crianas vacinadas com BCG h menos de 2 anos.
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Fluxograma 2 - para investigao de contatos: crianas (>10 anos), adolescentes e adultos
Vacinao com BCG
A vacinao com o Mycobacterium bovis atenuado, conhecido como bacilo de Calmette e Gurin (BCG) exerce poder protetor contra as manifestaes graves da primo-infeco, como as disseminaes hematognicas e a meningoencefalite em menores de 5 anos, mas no evita a infeco tuberculosa. A imunidade se mantm por 10 a 15 anos.
Indicaes:
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1. Recm-nascidos, com peso 2 kg e sem intercorrncias clnicas. Sempre que possvel, a vacina deve ser aplicada ainda na maternidade.
2. Crianas < 5 anos de idade que nunca foram vacinadas.3. Contatos de doentes com hansenase
Recomenda-se revacinar:1. Lactentes que foram vacinados com BCG ao nascer e no apresentem cicatriz aps 6 meses.
Revacinar apenas uma vez, mesmo que no apresente cicatriz novamente.
Contraindicaes relativas Recm-nascidos com peso < 2 kg. Afeces dermatolgicas no local da vacinao ou generalizadas. Uso de imunodepressores (prednisona na dose 2mg/kg/dia para crianas,) ou
submetidas a outras teraputicas imunodepressoras (quimioterapia antineoplsica, radioterapia etc.). A vacina BCG dever ser adiada at 3 meses aps o fim do tratamento
OBS: Nesses casos, a vacinao ser adiada at a resoluo das situaes apontadas.
Contraindicaes absolutas HIV positivos: adultos (independentemente dos sintomas) e crianas sintomticas Imunodeficincia congnita.
Evoluo normal da leso vacinalA vacina BCG geralmente no provoca reaes gerais, tais como febre ou mal-estar. Desde que a injeo intradrmica seja corretamente aplicada, a leso vacinal evolui da seguinte
forma:
2 semana: palpa-se uma zona endurecida cujas dimenses variam de 3 a 9 mm; 5 - 6 semana: o centro dessa leso amolece, formando uma crosta; 7 semana: queda da crosta, deixando em seu local uma lcera de cerca de 2 a 6 mm de
dimetro; 8 - 13 semana: desaparecimento lento da lcera, deixando como resultado uma cicatriz
plana, com dimetro de 3 a 7 mm.
Em alguns casos, essa cicatrizao mais demorada, e pode prolongar-se at o 4 ms e, raramente, alm do 6 ms.
O infarto ganglionar axilar, no supurado, pode ocorrer durante a evoluo normal da leso vacinal, e desaparece espontaneamente, sem necessidade de tratamento medicamentoso e/ou cirrgico (drenagem).
Eventos adversos e conduta
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Cdigo Legado Cdigo do DocumentoDI.ASS.15.2
Verso2
Data Criao19/07/201319/07/2013
Data Reviso19/11/2014
ElaboradorFernanda Viveiros Moreira de SaFernanda V. M. de S
RevisorEduardo Juan Troster
Parecerista Aprovado porAdriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape
Data Aprovao19/11/2014
DOCUMENTO OFICIAL
Tipo DocumentalDiretrizAssistencial
Ttulo DocumentoTuberculose em pediatria
As complicaes da vacina BCG, aplicada por via intradrmica, so pouco frequentes, sendo a maioria delas resultante do tipo de cepa, tcnica incorreta, como aplicao profunda (subcutnea), inoculao de dose excessiva ou contaminao.
As outras complicaes, como abscessos no local da aplicao, lcera de tamanho exagerado (>1 cm) e gnglios flutuantes e fistulisados, devem ser tratadas com a administrao de Isoniazida, na dose de 10mg/kg/dia (mx 300 mg), at a regresso da leso, que geralmente ocorre em torno de 45 dias.
Os abscessos frios e os gnglios infartados podem ser puncionados quando flutuantes, mas no devem ser incisados.
A cicatriz quelide pode ocorrer em indivduos com propenso gentica, independentemente da tcnica de aplicao. Seu aparecimento mais frequente em pessoas j infectadas ou naquelas revacinadas.
Outras complicaes, como lupus vulgaris e osteomielite so raras, no havendo registro de ocorrncia no Brasil. Leses generalizadas so ainda mais raras e, em geral, associadas deficincia imunolgica.
Nos casos de reao lupide, leses graves ou generalizadas (acometendo mais de um rgo) a indicao de tratamento deve ser com o Esquema (RHE2/RH4):
Isoniazida (10mg/kg/dia) + Rifampicina (10mg/kg/dia) + Etambutol (25mg/kg/dia) 2 meses Isoniazida (10mg/kg/dia) + Rifampicina (10mg/kg/dia) por mais 4 meses.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. Ministrio da Sade. Manual de Recomendaes para o Controle da Tuberculose no Brasil. 2010
2. World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2012.3. Ministrio da Sade - Boletim Epidemiolgico - Especial Tuberculose. Secretaria de
Vigilncia em Sade - Volume 43 - maro 20124. Thwaites G., Fisher M. et al. British Infection Society guidelines for the diagnosis and
treatment of tuberculosis of the central nervous system in adults and children. Journal of Infection (2009) 59, 167-187
ELABORAO DESTE DOCUMENTOAutora: Fernanda Viveiros Moreira de S
Ncleo de Pediatria Baseada em Evidncias (participantes do grupo poca da discusso):Adalberto Stape; Ana Claudia Brando; Bianca Seixas Soares Sgambatti; Debora Ariela Kalman;
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Diretoria
PRATICA MEDICAEspcie
ASSISTENCIALEspecialidade
MEDICOPediatriaStatusAprovado
Cdigo Legado Cdigo do DocumentoDI.ASS.15.2
Verso2
Data Criao19/07/201319/07/2013
Data Reviso19/11/2014
ElaboradorFernanda Viveiros Moreira de SaFernanda V. M. de S
RevisorEduardo Juan Troster
Parecerista Aprovado porAdriana Vada Souza Ferreira | Adalberto Stape
Data Aprovao19/11/2014
DOCUMENTO OFICIAL
Tipo DocumentalDiretrizAssistencial
Ttulo DocumentoTuberculose em pediatria
Eduardo Juan Troster; Elda Maria Stafuzza Gonalves Pires; Fernanda Viveiros Moreira de S; Flvia Panico Rossi; Gaby Ceclia Yupanqui Guerra Barbosa.
RESUMO
ANEXOS
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DERCRIO RESUMIDA DA REVISOEduardo Juan Troster (31/08/2013 10:27:14 AM) - Gostaramos de salientar aspectos importantes do diagnstico conforme est na diretriz: " as manifestaes clnicas podem ser variadas. O achado clnico que chama ateno na maioria dos casos a febre, habitualmente moderada, persistente por 15 dias ou mais e frequentemente vespertina. So comuns irritabilidade, tosse, perda de peso, sudorese noturna, s vezes profusa; a hemoptise rara. Muitas vezes, a suspeita de tuberculose feita em crianas com diagnstico de pneumonia sem melhora com o uso de antimicrobianos para germes comuns."
Eduardo Juan Troster (13/11/2014 03:15:16 PM) - Diretriz revisada e reformatada.
INTRODUODIRETRIZREFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS