turmas de pós-graduação confirmadas!!! - gestão e planejamento de ... · 1) correção do...
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Turmas de pós-graduação confirmadas!!!
- Gestão e Planejamento de Tributos;
- Controladoria, Auditoria e Finanças!
Ainda dá tempo de fazer sua inscrição...
Boletim CONT-TRIB-JUR em 01.março.2017.
“Que ninguém se engane, só se consegue a
simplicidade através de muito trabalho. ”
(Clarice Lispector)
Para quem perdeu a aula do Mauro Negruni (Pós do IPECONT/FAI) assistam agora:
As novas obrigações do SPED-REINF e DCTF
Web
https://www.eventials.com/IPECONTConsultoriaeEducacao/as-novas-obrigacoes-do-sped-reinf-e-dctf-web/
Publicação de Nova Versão do Programa da ECD
22 de fevereiro de 2017
Versão 4.0.1 do programa da ECD
Foi publicada a versão 4.0.1 do programa da ECD, com os seguintes ajustes:
1) Correção do problema da assinaturas a partir da restauração de cópia segurança de ECD parcialmente
assinadas.
2) Correção da exceção de Java no leiaute 5 quando com registro 0000 estava incompleto (sem o campo
flag do conglomerado, por exemplo).
3) Correção da exceção de Java na importação de ECD no leiaute 5 com registro J800 no formato de anterior,
sem os novos campos.
4) Correção da exceção de Java na transmissão de ECD com o número de ordem informado com zeros a
esquerda.
5) O programa estava habilitando a edição do bloco K para leiaute 5 e permitindo informar “S” no campo
0000.IND_ESC_CONS. Como os testes do conglomerado ainda não foram concluídos, na versão 4.0.1
foram feitas as seguintes alterações:
Criar ECD: O campo 0000.IND_ESC_CONS (indicador de consolidação) deverá aparecer preenchido com
N e desabilitado para edição em todos os leiautes.
Importar ECD (leiaute 5): O campo 0000.IND_ESC_CONS deverá ser válido apenas quando preenchido
com “N”. Se for preenchido com “S” exibirá a seguinte mensagem de erro “Nesta versão ainda não é
possível a informação das demonstrações contábeis consolidadas pela controladora. O campo
IND_ESC_CONS, do registro 0000, dever ser preenchido com “N” e os registros do bloco K, caso existam,
devem ser excluídos”.
Fonte: Sítio SPED
As principais questões tributárias de 2017 e 2018
As alterações tributárias para o ano de 2017 e 2018 poderão influenciar
significativamente as rotinas de qualquer empresa
22/02/2017 08:10:29
As alterações tributárias para o ano de 2017 e 2018 poderão influenciar significativamente as rotinas de
qualquer empresa.
A mudança do Simples Nacional, o Bloco K, a obrigatoriedade do EFD Fiscal para as empresas industriais
ou equiparadas nos estados do DF e PE, eSocial, EFD Reinf, DCTF Web, entre outras alterações,
preocupam tanto empresas como os escritórios de contabilidade.
Com alteração na regra de cálculo do Simples Nacional, vem a preocupação com relação à carga
tributária, se ela vai ser reduzida pela nova sistemática, ou se deverá ser feito um planejamento tributário
para evitar o aumento da carga tributária.
Muitas vezes quando se percebe que a empresa esteve por muito tempo recolhendo tributos
equivocadamente a maior, torna-se necessário entrar com processos de recuperação tributária na esfera
administrativa, o que é um processo moroso e desgastante para qualquer empresa. E que pode ser evitado
ou, pelo menos, reduzido.
Com a vinda de novas obrigações acessórias, os escritórios de contabilidade terão mais trabalho, e terão de
despender mais tempo para o fechamento de cada empresa, isso, com certeza, se refletirá nos honorários,
afinal nada mais justo.
Apesar de muito repercutida, a vinda dessas alterações realmente era necessária, o Simples Nacional, já
estava com a sua tabela defasada.
Os estados do DF e PE terão uma declaração própria e já consolidada para a apuração do IPI.
O Bloco K forçará as empresas a darem mais atenção ao seu controle de estoque o que gerará mais
organização.
E o esocial, EFD Reinf, e DCTF WEB unificarão e tornarão mais dinâmicos os envios de informações ao
Fisco.
Cada empresa em cada segmento que atue, precisa rever a sua organização interna para saber como essas
alterações irão afetá-las diretamente.
Para isso, deve-se contar com o apoio do contador, que é o profissional mais preparado para auxiliar a
empresa neste período de mudança.
Quanto antes às empresas estiverem preparadas, evitarão gastos desnecessários com tributos, que poderão
ser reduzidos, ou processos que poderão ser simplificados.
A verdade é que só saberemos como estas alterações influenciarão a vida dos empresários e contadores na
prática.
Por isso é necessário investir na capacitação tributária dentro e fora da contabilidade, mas principalmente
não temer estas mudanças, pois elas permitirão expandir os horizontes da empresa, ajudando ela a se
desenvolver mais e de forma mais organizada.
Fonte: Contabilidade na TV
STF retoma julgamento sobre incidência do
ICMS na base de cálculo de PIS e Cofins
22 fev 2017 – IR / Contribuições
O Supremo Tribunal Federal voltará do Carnaval para definir uma discussão tributária acompanhada com
atenção pela Fazenda Nacional. A presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, pautou para o dia 9 de
março o julgamento de um recurso que discute se o valor de ICMS pago por empresas, mas repassado ao
consumidor, integra a base de cálculo do PIS e da Cofins. A relatora é a ministra Cármen.
A definição é bastante aguardada. O Supremo vai discutir, num recurso com repercussão geral, se o valor
registrado em balanço como ICMS pode ser considerado receita bruta, ou faturamento, para efeitos de
cálculo de PIS e Cofins. Embora o imposto sobre circulação seja pago pelas empresas, o preço é repassado
aos consumidores. Portanto, é registrado no balanço como uma entrada de dinheiro.
Para a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), isso significa que entrou dinheiro no caixa da
empresa e, portanto, o ICMS pode ser computado como faturamento. Ou seja, deve ser computado como o
valor sobre o qual incidem as contribuições sociais, como o PIS e a Cofins.
O RE tem repercussão geral reconhecida, e a tese a ser aplicada nele deverá ser replicada em todos os
recursos em trâmite no país. A União calcula que, se perder, deixará de arrecadar R$ 250 bilhões. Na
conta, no entanto, a PGFN considera que todos os contribuintes que têm processos pendentes vencerão
todas as questões em litígio.
Recomeço
A questão já foi debatida pelo Supremo. Em outubro de 2014, o tribunal concluiu o julgamento de um
recurso que discutia a mesma tese, mas que não tinha repercussão geral. E definiu que o ICMS é “conceito
estranho ao de faturamento” e, portanto, não compõe a base de cálculo de contribuições sociais.
Mas não é possível prever o resultado do julgamento. Naquela ocasião, o Supremo discutia um recurso de
autoria da distribuidora de peças Auto Americano, representada pelo escritório Machado, Meyer, Sendacz
e Opice Advogados. A empresa ganhou por sete votos a dois. Marco Aurélio (relator), Cármen, Ricardo
Lewandowski, Ayres Britto, Cezar Peluso, Celso de Mello e Sepúlveda Pertence ficaram do lado da
companhia, e Gilmar Mendes e Eros Grau foram a favor da Fazenda.
Portanto, dos sete vencedores, apenas quatro continuam no Supremo hoje: Marco Aurélio, Celso, Cármen
e Lewandowski. Da composição atual, seis ministros nunca discutiram a questão no STF. São eles Luiz
Edson Fachin, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. E ainda há uma cadeira vaga,
diante da morte do ministro Teori Zavascki.
Caso antigo
A participação do ministro Toffoli na discussão do dia 9 de março ainda é dúvida. O recurso da Auto
Americana chegou ao Supremo em 1999 e foi enviado e retirado da pauta do Pleno várias vezes. Em 2006,
quando já havia sete votos a favor do contribuinte, o ministro Gilmar Mendes pediu vista.
Em outubro de 2007, já diante da derrota virtual da Fazenda, o então advogado-geral da União, Dias
Toffoli, ajuizou uma Ação Declaratória de Constitucionalidade 18 para discutir o mesmo assunto. Em
dezembro do mesmo ano, chegou o recurso que foi pautado para o dia 9.
Quando o caso da Auto Americana foi pautado pela última vez, em 2014, a AGU pediu que o Supremo
não discutisse aquele recurso, já que a União já estava derrotada. A intenção do governo era que a
discussão começasse do zero, por meio da ADC ou do recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecida.
A tese da AGU era a de que processos de controle concentrado de constitucionalidade, como são as
ADCs, devem ter prioridade sobre os processos de controle difuso, como é o caso dos recursos
extraordinários. A AGU ainda pedia que o recurso com repercussão também furasse a fila, já que a
solução de casos com repercussão geral se aplica aos demais recursos que discutem a mesma tese.
Mas perdeu. E a discussão recomeçará do zero no dia 9, com um recurso com repercussão geral.
Processo: RE 574.706 - Fonte: Conjur
Eu já havia pensado muito nisso. Vejam que tese interessante dessa decisão...
Regime de substituição
Juiz reconhece exclusão do ICMS-ST da base de cálculo de
PIS e Cofins
24 de fevereiro de 2017, 14h58
Por não representar receita ao contribuinte, o ICMS em substituição tributária (ICMS-ST) deve ser
excluído da base de cálculo do PIS e da Cofins. A decisão é do juiz Leonardo Cacau Santos La Bradbury,
da 2ª Vara Federal de Florianópolis, ao conceder segurança a uma empresa de tintas, declarando o direito
de a empresa excluir da base cálculo do PIS e da Cofins o valor do ICMS-ST.
A empresa encontra-se sujeita, na grande maioria de suas mercadorias, à substituição de ICMS para frente.
Esse regime, fundado no parágrafo 7º do artigo 150 da Constituição Federal, representa técnica pela qual o
contribuinte substituto (importador/fabricante/fornecedor vendedor), além de recolher o próprio ICMS
devido sobre a operação da venda da mercadoria, recolhe também (e antecipadamente) o ICMS que será
devido pelo adquirente do produto (contribuinte substituído/revendedor) quando este vier a revender a
mercadoria ao consumidor final.
Desse modo, ao contribuinte substituído compete, quando adquire a mercadoria para revenda,
reembolsar ao contribuinte substituto o valor por esse pago antecipadamente a título de ICMS-
Substituição (ICMS-ST). E, justamente por se tratar de reembolso, tem-se decidido que os valores
respectivos não representam custo de aquisição da mercadoria, mas encargo incidente na venda da
mercadoria ao consumidor final.
Por isso, a empresa ingressou com ação pedindo a exclusão da parcela referente ao ICMS-
ST da base de cálculo do PIS e da Cofins. Conforme a ação, a manutenção dessa parcela contraria
decisão do Supremo Tribunal Federal que já entendeu que o ICMS comum deve ser excluído desse
cálculo. A empresa foi representada pelo escritório Rossini, Krauspenhar & Pescador Advocacia.
"Não obstante a decisão do STF trate apenas da contribuição para a Cofins, aplica-se, por analogia,
às contribuições para o PIS o mesmo raciocínio, porquanto possuem a mesma base de cálculo",
explica o juiz em sua decisão.
De acordo com o magistrado, sequer com base na Lei 12.973/14, que alterou a definição de receita
bruta, é possível incluir o ICMS na base de cálculo. Isso porque, segundo o juízo federal, "a Lei
12.973/14, ao fazer incluir sobre o conceito de receita bruta tributo da competência de unidade da
Federação, como o ICMS (ônus fiscal), vai de encontro ao já decidido pelo Pleno do Supremo
Tribunal Federal que reconheceu, no julgamento do RE 240.785". Nesse recurso extraordinário, o
STF declarou a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins, por
entender que os valores referentes àquele tributo não têm a natureza de faturamento ou receita.
Clique aqui para ler a decisão.
MS 501528046.2016.4.04.7200/SC
Revista Consultor Jurídico, 24 de fevereiro de 2017, 14h58
IRPF:
Confira as regras da Declaração do IRPF 2017
24 de fevereiro de 2017
Na manhã de hoje (22/2), a Receita Federal anunciou em coletiva de imprensa as principais novidades e
regras do Imposto de Renda das Pessoas Físicas para este ano. Entre as inovações está a atualização
automática do programa gerador de declarações do Imposto de Renda Pessoa Física – PGD IRPF. Agora é
possível atualizar a versão do aplicativo, sem a necessidade de baixar o programa. A atualização poderá ser
feita automaticamente ao abrir o PGD IRPF 2017 ou pelo declarante, por meio do menu – ferramentas –
verificar atualizações.
Além disso, em relação à inclusão de CPF para dependentes na DIRPF, a obrigatoriedade passa a ser a partir
dos 12 anos ou mais, completados até a data de 31/12/2016, conforme Instrução Normativa RFB nº 1688,
de 31/1/2017. A entrega da declaração também poderá ser feita sem a necessidade de instalação do
Receitanet. O programa Receitanet foi incorporado ao – PGD IRPF, não sendo mais necessário sua
instalação em separado. Esse ano o sistema também irá recuperar os nomes ao digitar o número do CPF ou
CNPJ.
Segundo o auditor-fiscal Joaquim Adir, supervisor nacional do IR, a expectativa é de que 28,3 milhões de
contribuintes entreguem a Declaração do IRPF 2018. O prazo de entrega vai de 2 de março a 28 de abril de
2017 e o programa para preenchimento da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Física de 2017, referente ao ano-calendário de 2016, estará disponível para download amanhã no site da
Receita Federal.
Vale lembrar que a partir do dia 23 de fevereiro o rascunho da declaração ficará disponível apenas para
importação de dados, retornando às demais funções no dia 2 de maio, já como rascunho da declaração de
2017.
Participaram também da coletiva o chefe da Divisão de Impostos sobre a Renda de Pessoa Física e a
Propriedade Rural, auditor-fiscal Newton Raimundo Barbosa e a auditora-fiscal Andréa Legal. Eles
informaram à imprensa as regras gerais do IRPF 2017, que estão na Instrução Normativa RFB 1.960,
publicada no DOU de hoje, 22/2/2017.
Saiba mais sobre as regras do IRPF 2017. Assista aqui a entrevista com o auditor-fiscal Joaquim Adir,
supervisor nacional do IR.
Fonte: RFB
DECLARAÇÃO DO IRPF 2017
Período de Entrega.
A Declaração de Ajuste Anual deve ser apresentada no período de 2 de março a 28 de abril de 2017.
O programa gerador da declaração – PGD IRPF/2017 – estará disponível para download na página da
Receita Federal na Internet a partir das 9 horas do dia 23 de fevereiro de 2017.
A recepção das declarações terá início às 8 horas do dia 2 de março de 2017 e término às 23:59:59 do dia
28 de abril de 2017.
Obrigatoriedade de apresentação
Pessoa Física residente no Brasil, que em 2016:
Recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste anual na declaração, cuja soma foi superior a R$
28.559,70, tais como: rendimentos do trabalho assalariado, não-assalariado, proventos de
aposentadoria, pensões, aluguéis, atividade rural;
Recebeu rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi
superior a R$ 40.000,00;
Realizou em qualquer mês do ano-calendário: alienação de bens ou direitos em que foi apurado ganho
de capital, sujeito à incidência do imposto (preencha o item Demonstrativo de Ganhos de Capital e/ou
Demonstrativo de Ganhos de Capital em Moeda Estrangeira); ou operações em bolsas de valores, de
mercadorias, de futuros e assemelhadas (preencha o item Demonstrativo de Apuração de Ganhos –
Renda Variável – Operações Comuns e Day-Trade);
Teve a posse ou a propriedade bens ou direitos, em 31/12/2016, inclusive terra nua, cujo valor total
foi superior a R$ 300.000,00 (conforme instruções de preenchimento da ficha Bens e Direitos);
Passou à condição de residente no Brasil e encontrava-se nessa condição em 31/12/2016;
Optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o Ganho de Capital auferido na venda
de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais
localizados no País, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato de venda, nos termos do
art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005.
Obrigatoriedade de CPF para dependentes
Redução para 12 anos – Obrigatoriedade de informar o CPF de dependentes/alimentandos com 12
anos ou mais, completados até a data de 31/12/2016, conforme IN RFB nº 1.688, de 31/01/2017
Limites • Rendimentos Isentos e Não Tributáveis > 65 anos
– Janeiro a Dezembro R$ 1.903,98
– Anual (incluindo 13º Salário) R$ 24.751,74 (13 x 1.903,98)
• Desconto Simplificado – R$ 16.754,34
• Despesas com instrução - R$ 3.561,50
• Dedução com Dependentes - R$ 2.275,08
• Limite de Dedução da Contribuição Patronal paga em 2016 na condição de empregador doméstico: -
R$ 1.093,77
Novidades do Programa
i) Atualização automática do programa
• Com a funcionalidade de atualização automática do PGD IRPF é possível atualizar a versão do aplicativo, sem
a necessidade de realizar o download no sítio da Receita Federal na internet.
• A atualização poderá ser feita, automaticamente, ao abrir o PGD IRPF ou pelo declarante, por meio do Menu
– Ferramentas – Verificar Atualizações.
• Havendo alteração da versão do PGD IRPF 2017, se o contribuinte estiver on-line, sem que ele solicite, será
informado dessa atualização e caso se manifeste favorável, automaticamente o programa que se encontra
instalado em seu computador, será atualizado.
ii) Entrega sem necessidade de instalação do Receitanet
• Neste ano, o programa Receitanet foi incorporado ao PGD IRPF, não sendo mais necessária sua instalação em
separado.
iii) Recuperação de Nomes
• Ao digitar ou importar um nome para um CPF/CNPJ, o sistema armazenará o nome para facilitar o
preenchimento campos subsequentes. Os nomes armazenados são nomes informados pelo declarante,
manualmente ou por meio das funcionalidades de importação, não são fornecidos pelas bases da Receita
Federal do Brasil. Após armazenados, os campos referentes aos nomes serão preenchidos automaticamente
conforme CPF/CNPJ digitados.
• A funcionalidade poderá ser desativada no Menu – Ferramentas – Recuperação de Nomes.
iv) Rendimentos Isentos e Não tributáveis
• Remodelagem da Ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis
• Essa ficha será aberta – iniciada com uma tabela zerada - (do mesmo modo que a Ficha de
Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ) ao incluir um “Novo” registro o contribuinte informa o
tipo do rendimento e dependendo do tipo desse rendimento devem ser informados, beneficiário
(Titular ou Dependente), CPF/CNPJ e o(s) valor(es).
• Ao abrir essa Ficha, serão visualizadas duas abas – Rendimentos e Totais.
• Na aba “Rendimentos” - somente ficarão disponíveis para visualização os valores dos Rendimentos
preenchidos pelo contribuinte.
v) Na aba “Totais” - Estarão disponíveis para visualização tanto os Rendimentos preenchidos pelo
contribuinte como os importados de outras fichas ou Demonstrativos.
vi) Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva
• Ao abrir essa Ficha, serão visualizadas duas abas – Rendimentos e Totais.
• Rendimentos - somente ficarão disponíveis para visualização os valores dos Rendimentos
preenchidos pelo contribuinte.
• Totais - Estarão disponíveis para visualização tanto os Rendimentos preenchidos pelo contribuinte
como os importados de outras fichas ou Demonstrativos.
Forma de Elaboração da Declaração
I – por computador, mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração (PGD);
II – por computador, mediante acesso ao serviço “Declaração IRPF 2017 on-line”, disponível no Centro
Virtual de Atendimento (e-CAC); e
III – por dispositivos móveis, tablets e smartphones.
Declaração de Ajuste Anual Pré-Preenchida
O contribuinte pode utilizar a Declaração de Ajuste Anual Pré-preenchida, mediante uso de certificado
digital, desde que:
I - tenha apresentado a Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2016, ano-calendário de
2015; e
II - no momento da importação do arquivo referido no § 1º, as fontes pagadoras ou as pessoas jurídicas ou
equiparadas, conforme o caso, tenham enviado para a RFB informações relativas ao contribuinte
referentes ao exercício de 2017, ano-calendário de 2016, por meio da:
a) Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf)
b) Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed); ou
c) Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob).
Número de declarações esperada até 28 de abril de 2017 - 28.300.000
Download do programa do IRPF 2017 é liberado
Programa gerador da declaração do Imposto de Renda 2017 pode ser baixado a partir das 9h. Confira os
prazos deste ano e a multa por atraso
23/02/2017 09:07:08
O programa gerador da declaração do Imposto de Renda 2017 está disponível para download a partir das
9h desta quinta-feira (23), no site da Receita Federal.
Clique aqui para fazer o Download do programa direto no site da Receita Federal. Alternativamente faça
o download pelo nosso servidor em www.contabeis.com.br/forum/arquivos/IRPF2017Win32v1.0.exe
O prazo de entrega da declaração começa no dia 2 de março e termina em 28 de abril, mas o contribuinte
já pode preencher e importar informações de declarações anteriores para o programa.
Este ano, quem já tem o programa gerador instalado não precisa fazer um novo download, pois será
possível atualizá-lo automaticamente. Para isso, o contribuinte deve clicar em “Menu”, “Ferramentas” e
“Verificar atualizações”.
Outra novidade é que não é mais necessário baixar o programa Receitanet separadamente, pois ele foi
incorporado ao programa gerador do Imposto de Renda 2017.
Quanto mais cedo o contribuinte enviar as informações à Receita, a partir do início do prazo de entrega da
declaração, maiores são as chances de receber a restituição do imposto nos primeiros lotes, que devem ser
liberados a partir de 16 de junho.
Multa por atraso
O contribuinte pode enviar a declaração do Imposto de Renda 2017 entre às 8h do dia 2 de março e às
23h59 do dia 28 de abril.
Quem não entregar a declaração dentro do prazo deverá enviá-la com atraso e pagará uma multa de, no
mínimo, R$ 165,74, descontada do valor da restituição. A multa incide a partir do primeiro dia útil após o
término do prazo de envio da declaração, dia 2 de maio, até a entrega efetiva da declaração.
A cada dia, a Receita cobra juros equivalentes ao percentual de 1% ao mês, até um limite de 20% sobre o
total do imposto devido em 2016.
Retificação
Se a declaração for entregue dentro do prazo e o contribuinte constatar erros, omissões ou inexatidões, ele
pode entregar uma declaração retificadora a qualquer momento para fazer as correções, sem pagar
qualquer multa por atraso.
Apesar de não pagar multa, ao alterar o modelo, no entanto, quem se adiantou para ter prioridade na
restituição perde a vantagem, uma vez que a data da declaração retificadora se sobrepõe à data da
declaração original.
Imposto a pagar
No dia 28 de abril, também vence o prazo para quem ainda tem Imposto de Renda a pagar. O imposto
pode ser pago à vista ou em até oito vezes, desde que o valor de cada prestação seja maior que 50 reais e
que o valor total seja maior que 100 reais.
Se o contribuinte parcelar o IR, ele precisa pagar a primeira prestação até o dia 28 de abril. As prestações
restantes vencem no último dia útil dos meses seguintes.
A partir da segunda cota, o contribuinte deve pagar um acréscimo de 1% sobre o valor do imposto, mais a
variação da taxa básica de juros (Selic) acumulada do dia 30 de abril até o mês anterior ao do pagamento.
O contribuinte pode quitar o imposto de três formas: por transferência bancária nos bancos autorizados
pela Receita; com a emissão do DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) e pagamento
em qualquer agência bancária, ou por débito automático em conta corrente.
Fonte: Exame.com
Receita pedirá e-mail e número de
celular na declaração de IR deste ano
A Receita Federal passará a pedir e-mail e número de celular dos contribuintes na
declaração de Imposto de Renda d2017 (ano-base 2016). O preenchimento dessas informações não será obrigatório. A Receita garante que os dados serão coletados
somente para ampliar o cadastro e só serão utilizados com aviso-prévio e
autorização dos contribuintes.
Segundo o supervisor do Imposto de Renda, Joaquim Adir, a Receita continua a não enviar e-mails para os contribuintes.
CPF de dependentes
Em entrevista para apresentar informações sobre a declaração deste ano, Adir disse ainda que nos próximos anos é possível que a Receita passe a exigir CPF de todos
os dependentes de qualquer idade. Na declaração deste ano, dependentes com 12 anos ou mais devem ter o CPF informado. Em 2016, a idade para obrigatoriedade
de apresentação do CPF era 14 anos.
— Muitos cartórios já emitem a certidão de nascimento com o CPF. É uma garantia de identificação, facilita o trabalho de cruzamento, argumentou.
A partir das 9h de amanhã (23), o programa de geração da declaração já poderá
ser baixado pela internet e o envio será liberado a partir das 8h do dia 2 de março. O prazo vai até as 23h59m59s, no horário de Brasília, do dia 28 de abril.
Fonte: Agência Brasil - Associação Paulista de Estudos Tributários, 23/2/2017 18:58:48
Contribuinte que assina carteira de doméstica terá
dedução menor
Receita libera nesta quinta-feira às 9h programa do Imposto de Renda. Envio começa em
2 de março
23/02/2017 11:00:00
O Dia
Rio - Uma medida da Receita Federal pegará o contribuinte que tem empregada doméstica com carteira
assinada de surpresa: a dedução do pagamento do INSS na declaração do Imposto de Renda (IR) foi
reduzida de R$1.182,20 para R$1.093,77. Isso fará com que a restituição fique menor, ou em alguns casos
o empregador pague mais imposto.
A mudança ocorreu devido à alteração na legislação das domésticas, que baixou a alíquota da contribuição
previdenciária para os empregadores. Em novembro de 2015, a parte patronal do INSS caiu de 12% para
8%.
O contribuinte já pode começar hoje a preencher a declaração do IR deste ano. A Receita libera a partir
das 9h o programa para acerto de contas em www.receita.fazenda.gov.br. Mas o envio do documento só
será permitido a partir de 2 de março e deve ser feito até 28 de abril. Estão obrigadas a declarar pessoas
físicas que tenham recebido no ano passado rendimentos tributáveis acima de R$28.559,70. A Receita
estima o envio de 28,3 milhões de declarações este ano.
Segundo Joaquim Adir, supervisor do IR, contribuintes só vão precisar baixar um programa para prestar
contas. A ferramenta geradora da declaração e o Receitanet, que transmite o documento, estarão juntos. É
possível fazer por meio de dispositivos móveis, como tablets e smartphones, com o download do
aplicativo “IRPF”.
De acordo com a Receita, a pessoa que manteve instalado no computador o programa de 2016 não vai
precisar baixar o novo. Segundo o Fisco, bastará atualizar. Mais uma inovação será o pedido para que os
contribuintes informem o e-mail e o celular. Só que o preenchimento não será obrigatório. O objetivo do
Fisco é melhorar a qualidade do banco de dados.
O contribuinte pode optar entre modelo simplificado, que terá dedução de 20% do valor dos rendimentos ,
limitada a R$16.754,34, ou pelo completo, indicada a quem possui dependentes e gastos com Saúde e
Educação. Os limites das deduções neste caso serão de R$ 2.275,08 com cada dependente; R$3.561,50
para despesas com Educação. Não há limite para despesas médicas. Os responsáveis terão que informar o
CPF de dependentes acima de 12 anos de idade.
O primeiro lote de restituição do IR está programado para sair no dia 16 de junho e o sétimo e último, em
15 de dezembro.
Correção da tabela do Imposto de Renda será
definida em março
23/02/2017 17h40 - Brasília
Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
A correção de 5% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física só será definida no fim de março, na
divulgação da programação orçamentária de 2017, disse hoje (23) a secretária do Tesouro Nacional, Ana
Paula Vescovi.
Inicialmente, a secretária do Tesouro tinha informado que o Orçamento deste ano reservava recursos para
a correção de 5% da tabela do Imposto de Renda. Por volta das 18h20, no entanto, o Ministério da
Fazenda enviou um esclarecimento de que a medida não consta da peça.
Em 22 de março, o Planejamento divulgará o primeiro Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, com a
definição dos recursos a serem contingenciados (bloqueados) para o cumprimento da meta de déficit
primário de R$ 139 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco
Central). O volume de despesas discricionárias (não obrigatórias) a ser contingenciado é definido com
base na estimativa de receitas e nos parâmetros da economia.
Oficialmente, o Orçamento ainda prevê crescimento de 1,3% para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos
bens e dos serviços produzidos no país) em 2017. As instituições financeiras, no entanto, preveem
expansão de apenas 0,48%, de acordo com a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com
instituições financeiras divulgada pelo Banco Central.
Um crescimento do PIB menor que o previsto poderá fazer o governo depender de outras fontes de
receitas para cumprir a meta de déficit primário, como um novo programa de regularização de ativos no
exterior (conhecido como repatriação) e o programa de renegociação de dívidas com a União.
Restos a pagar
O superávit de R$ 18,968 bilhões em janeiro – o terceiro melhor da história para o mês – foi obtido graças
à queda das despesas (13,2% em valores corrigidos pela inflação) em ritmo maior que a queda das receitas
(9,1% em valores corrigidos pela inflação). Os investimentos contribuíram significativamente para o
esforço fiscal, com redução de 79,3% em relação a janeiro do ano passado.
De acordo com a secretária do Tesouro, a queda significativa dos investimentos decorre da redução de
restos a pagar (verbas de anos anteriores que ficam para os exercícios seguintes).
Tradicionalmente, o Tesouro deixava um volume significativo de despesas a serem executadas no início
do ano seguinte, mas, no ano passado, a equipe econômica aproveitou a entrada de recursos da repatriação
para diminuir o volume de restos a pagar, o que reduziu a execução de despesas não obrigatórias em
janeiro.
“Até recentemente, os restos a pagar eram jogados para janeiro. Com a reorganização orçamentária, a
despesa discricionária diminuiu no primeiro mês do ano porque decidimos executar parte dos gastos em
2016”, explicou Ana Paula Vescovi.
Texto atualizado às 18h38 para correção de informação após esclarecimento do Ministério da Fazenda.
Ao contrário do que havia dito a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, o Orçamento não prevê
recursos para a correção da tabela do Imposto de Renda.
Edição: Luana Lourenço
Receita Federal disponibiliza programas
auxiliares da Declaração de 2018
24 de fevereiro de 2017
Foram publicadas hoje no DOU de hoje Instruções Normativas que regulamentam programas auxiliares de
preenchimento obrigatório, como carne-leão e ganhos de capital. Vale destacar que estas regras não se
referem à Declaração de 2017. Elas disciplinam a utilização de programas do IRPF, cujos dados serão
preenchidos até o fim de 2017 e posteriormente transferidos para a Declaração do exercício 2018.
As normas são as seguintes:
A IN RFB nº 1691 aprova o programa multiplataforma Livro Caixa da Atividade Rural. Esse programa se
destina à apuração, pela pessoa física, do resultado decorrente da exploração de atividades rurais.
A IN RFB nº 1692 inclui o código de atividades relativo aos profissionais corretores e administradores de
imóveis dentre aqueles que devem utilizar o programa multiplataforma Recolhimento Mensal Obrigatório
(carnê-leão), devendo informar o número do registro profissional, bem como identificar, pelo número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), cada titular do pagamento pelos serviços por eles prestados.
Assim como já são obrigados os profissionais da área de saúde e advogados.
A IN RFB nº 1693 aprova o programa multiplataforma Ganhos de Capital. Esse programa se destina à
apuração, pela pessoa física, do ganho de capital e do respectivo imposto nos casos de alienação de bens e
direitos de qualquer natureza, inclusive no recebimento de parcelas relativas à alienação a prazo, efetuada
em anos anteriores, com tributação diferida.
A IN RFB nº 1694 aprova o programa multiplataforma Recolhimento Mensal Obrigatório (Carnê-Leão),
para apuração de valores relativos ao recolhimento mensal do IRPF. Esse programa poderá ser utilizado,
inclusive, pela pessoa física, residente no Brasil, que tenha recebido rendimentos de outra pessoa física ou
de fonte situada no exterior.
A IN RFB nº 1695 aprova o programa multiplataforma Ganhos de Capital em Moeda Estrangeira. Esse
programa se destina à apuração, pela pessoa física residente no Brasil, do ganho de capital e do respectivo
imposto decorrentes da alienação de bens ou direitos e da liquidação ou resgate de aplicações financeiras,
adquiridos em moeda estrangeira, bem como da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie,
inclusive no recebimento de parcelas relativas à alienação a prazo, efetuada em anos anteriores, com
tributação diferida.
Todos esses programas se aplicam aos fatos geradores ocorridos no período de 1º de janeiro a 31 de
dezembro de 2017. Para assistir a integra da coletiva clique aqui.
Fonte: RFB
DECLARAÇÃO IRPF - OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA - SÓCIO,
ACIONISTA OU TITULAR DE EMPRESA
Equipe Portal Tributário
A partir de 2010, acabou a obrigatoriedade da pessoa física sócia de empresa apresentar a Declaração de
Imposto de Renda - DIRPF.
Tais contribuintes só terão que apresentar declaração se estiverem em um dos outros quesitos de
obrigatoriedade.
Atualmente, as regras para a declaração estão contidas na IN RFB 1.613/2016.
QUEM DEVERÁ DECLARAR?
Em decorrência, estará obrigada a apresentar a Declaração do Imposto de Renda, a pessoa física residente
no Brasil que se enquadre nas demais condições de entrega obrigatória, adiante listados:
1. recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior ao limite
mínimo fixado para não entrega da declaração; no ano-base de 2016 este limite é de R$ 28.123,91 (vinte e
oito mil, cento e vinte e três reais e noventa e um centavos);
2. recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi
superior ao limite mínimo fixado para não entrega da declaração; no ano-base de 2016 este limite é de R$
40.000,00;
3. obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do
imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
4. relativamente à atividade rural:
a) obteve receita bruta ao limite mínimo fixado para não entrega da declaração;
b) pretenda compensar prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário da
declaração;
5) teve, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor
total superior ao limite mínimo fixado para não entrega da declaração;
Nota: neste caso fica dispensada a pessoa física que, na constância da sociedade conjugal ou da união
estável, tenha os bens comuns declarados pelo outro cônjuge ou companheiro, desde que o valor total dos
seus bens privativos não exceda ao limite.
6) passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nesta condição se encontrava em 31 de
dezembro; ou
7) optou pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de
imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados
no País, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da celebração do contrato de venda, nos termos do
artigo 39 da Lei 11.196/2005.
COMO DEPENDENTE
Fica também dispensada a entrega nos casos em que a pessoa física conste como dependente em
Declaração de Ajuste Anual apresentada por outra pessoa física, na qual tenham sido informados seus
rendimentos, bens e direitos, caso os possua.
Interessante destacar que, mesmo desobrigada, a pessoa física pode apresentar a declaração
facultativamente. Assim, por exemplo, se em algum momento a pessoa física sofreu retenção de imposto
de renda na fonte e no acumulado do ano tal imposto não seria devido, é possível apresentar a Declaração
de Ajuste para reaver o valor antecipado a maior.
ATÉ O EXERCÍCIO DE 2009
O sócio ou titular de empresa estava obrigado a apresentar a Declaração de Ajuste Anual do IRPF - até o
ano-calendário de 2008, exercício de 2009.
O contribuinte pessoa física que, em qualquer mês do ano-calendário, tivesse participado do quadro
societário de empresa, inclusive inativa, como titular, sócio ou acionista, ou de cooperativa, estava sujeito
à apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda no exercício seguinte à da respectiva
participação.
Ficava dispensada de apresentar a Declaração de Ajuste Anual a pessoa física que tivesse participação em
sociedade por ações de capital aberto ou cooperativa, cujo valor de constituição ou aquisição tenha sido
inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Base: Instrução Normativa RFB 918/2009, art. 1º, III, e § 1º, I.
DESPESAS QUE PODEM OU NÃO SER DEDUTÍVEIS DO IMPOSTO DE RENDA
Descrição É Permitida a
Dedução?
Observação
Pensão Alimentícia - judicial Sim Até o limite fixado pela ação
judicial
Pensão paga por liberalidade Não
Pensão alimentícia – sentença estrangeira Sim Desde que homologada pelo
STF
Filhos que recebem Pensão Alimentícia podem ser
dependentes de quem paga a respectiva pensão * vide nota 1
Não
Filho que nasce e morre no ano - *vide nota 2 Sim Observar o limite anual por
dependente
Filho Universitário que completou 25 anos no ano-calendário
da declaração
Sim Observar o limite anual por
dependente
Irmão, neto, bisneto podem ser dependentes Sim Mediante guarda judicial
Sogro e sogra que não aufiram rendimentos, tributáveis ou
não, superiores ao limite de isenção anual
Sim Desde que declaração seja em
conjunto com o cônjuge
Menor pobre que o contribuinte crie e eduque e detenha a
guarda judicial
Sim Observar o limite anual por
dependente
Despesas médicas ou de hospitalização os pagamentos
efetuados a médicos de qualquer especialidade, dentistas,
psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, hospitais, e as despesas provenientes de
exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos
ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. *vide nota 3
Sim Sem limite de dedução
Despesas de instrução de deficiente físico ou mental, desde
que a deficiência seja atestada em laudo médico e o
Sim Não há limite para dedução
pagamento efetuado a entidades destinadas a deficientes
físicos ou mentais.
As despesas referentes a acompanhante, inclusive de quarto
particular utilizado por este
Não
Despesas médicas cobertas por apólices de seguro Não
Exame DNA para investigação de paternidade Não
Internação hospitalar em residência Sim Não há limite para dedução
Aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas pernas e braços
mecânicos, cadeiras de rodas, andadores ortopédicos,
palmilhas e calçados ortopédicos, e qualquer outro aparelho
ortopédico destinado à correção de desvio de coluna ou
defeitos dos membros ou das articulações.
Sim Não há limite para dedução
Marcapasso Sim Não há limite para dedução
Gasto parafusos e placas nas cirurgias ortopédicas ou
odontológicas
Sim Não há limite para dedução
Gasto com prótese dentária os aparelhos que substituem
dentes, tais como dentaduras, coroas, pontes
Sim Não há limite para dedução
O gasto com colocação e manutenção de aparelho ortodôntico
é dedutível como despesa médica
Sim Não há limite para dedução
O gasto com colocação de lente intra-ocular em cirurgia de
catarata
Sim Não há limite para dedução
Gastos com transfusão de sangue, bem como os pagamentos
feitos a laboratórios de análises clínicas e radiológicas,
correspondentes a serviços prestados ao contribuinte e seus
dependentes
Sim Não há limite para dedução
Os pagamentos feitos a profissionais de saúde, como
massagista e enfermeiro
Sim Não há limite para dedução
Os gastos com UTI no ar Sim Não há limite para dedução
Planos de saúde Sim Não há limite para dedução
Despesas médicas descontas em folha de pagamento sim Apenas o valor descontado
em folha de pagamento
Despesas com instrução de portador de deficiência física ou
mental devem ser declaradas como despesas médicas
Sim Desde que conste laudo
médico atestando a
deficiência – não há limite
Os gastos com medicamentos Não
Gastos com medicamentos por ocasião de internamento Sim Devem ser incluídos na nota
fiscal do hospital
Despesa com parto na declaração do marido Sim Desde que a esposa esteja
declarada como dependente
do esposo – não há limite
Plano de saúde – declaração em separado – suportado pelo
outro cônjuge
Sim Desde que
apresentadas Declarações
completas de ambos – não há
limite
Despesas médicas e com instrução de filho não incluído como
dependente na declaração de ajuste de quem efetuou o
pagamento dessas despesas - referentes a filho que esteja
sendo declarado como dependente por um dos cônjuges ainda
que os recibos tenham sido emitidos em nome de outro
cônjuge.
Sim
Não há limite para dedução
Gastos efetuados com passagem e hospedagem no Brasil ou
no exterior para fins de tratamento médico ou hospitalar pelo
contribuinte ou dependente
Não
Gastos efetuados com médico não-residente no Brasil Sim Não há limite para dedução
Pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de
seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino,
relativamente:
1. à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-
escolas;
2. ao ensino fundamental;
3. ao ensino médio;
4. à educação superior, compreendendo os cursos de
graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e
especialização);
5. à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e
o tecnológico.
Sim Observar o limite anual
individual por dependente e
do contribuinte. Ou seja, se
um dos dependentes gastou
menos que o limite não pode
ser compensado com quem
gastou mais
Gastos efetuados com uniforme, transporte, material escolar e
didático, com a aquisição de máquina de calcular e
microcomputador
Não
Contribuinte que pague instrução de neto, bisneto, irmão,
primo ou sobrinho pode deduzir essas despesas
Não Somente nos casos em que
mantiver a guarda judicial
dos mesmos
As despesas relativas à elaboração de dissertação de mestrado
ou tese de doutorado podem ser deduzidas como gastos com
instrução
Não
As despesas com a aquisição de enciclopédias, livros,
publicações e materiais técnicos
Não
Os pagamentos de cursos preparatórios para concursos ou
vestibulares, bem como as respectivas taxas de inscrição,
podem ser deduzidos como despesas de instrução
Não
Idioma, música, dança, esporte, corte e costura Não
As despesas efetuadas com instrução de menor internado em
instituição que crie e eduque desvalidos e abandonados
Não
As contribuições pagas às Associações de Pais e Mestres são
consideradas despesas com instrução
Não
Despesas com instrução no exterior Sim Observer o limite anual por
dependente
Viagens e estadas para estudo Não
Filho que trancou matrícula na Faculdade ou escola técnica –
maior de 21 até 24 anos
Não
*1 - Entretanto, excepcionalmente, no ano em que se iniciar o pagamento da pensão, o contribuinte pode efetuar a dedução correspondente ao valor total anual, caso os filhos tenham sido considerados seus dependentes nos meses que antecederam o pagamento da pensão naquele ano. *2 É admissível a dedução pelo valor total anual da dedução de dependente. *3 A dedução dessas despesas é condicionada a que os pagamentos sejam especificados, informados na Relação de Pagamentos e Doações Efetuados da Declaração de Ajuste Anual, e comprovados, quando requisitados, com documentos originais que indiquem o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu. Admite-se que, na falta de documentação, a comprovação possa ser feita com a indicação do cheque nominativo com que foi efetuado o pagamento.
Base legal: Regulamento do Imposto de Renda, artigos 74 a 82 e Perguntas e Respostas - IRPF/RFB.
Postado em 24/02/2017 - Fonte: Folha de Londrina - PR
Alerta para os contribuintes
Com sistemas cada vez mais modernos, novas leis e normas instituídas, o governo está cercado de dados
dos quais o contribuinte nem imagina. O cruzamento de informações entre órgãos e instituições privadas é
comum, principalmente quando o assunto envolve dinheiro.
Um exemplo é a instrução normativa nº1.571, de 2 de julho de 2015, que instituiu a obrigatoriedade da e-
Financeira, destinada às instituições financeiras, obrigando-as a apresentarem informações dos
contribuintes que possuam conta corrente bancária, ou que possuam movimentação financeira por meio de
instituições ligadas às entidades regulamentadas. Depósitos, transferências bancárias, previdência privada,
fundo de aposentadoria, seguros, transações de compra de moeda estrangeira ou remessas de dinheiro ao
exterior são algumas das informações disponibilizadas à Receita Federal.
"Para as pessoas físicas, a prestação das informações financeiras dos clientes se dará quando a
movimentação mensal ou saldo em conta for igual ou superior a R$ 2 mil. No caso das pessoas jurídicas, a
prestação das informações financeiras das empresas se dará quando a movimentação mensal ou saldo em
conta for igual ou superior a R$ 6 mil", explica o diretor do Sescap-Ldr, Júnior Mafra.
Mas não é apenas a e-Financeira que abastece o governo de informações importantes. Outras declarações
como de Serviços Médicos e de Saúde (DMED), Declaração de operações por Cartões de Crédito
(DCRED) e Declaração de informações sobre atividades imobiliárias (DIMOB) entregues por
profissionais, entidades e empresas no mês de fevereiro colaboram com o sistema.
O presidente do Sescap-Ldr, Jaime Cardozo, ressalta que é preciso ficar atento para não cometer nenhum
equívoco. "De modo geral, o contribuinte pensa e fala apenas na Declaração do Imposto de Renda Pessoa
Física, que não deixa de ser importante, e esquecem de várias outras tão importantes quanto, e que são
grandes aliadas do ‘Leão’, e posteriormente formam a base de dados que será usada no cruzamento de
informações", comenta.
Vale destacar que essas declarações são independentes umas das outras, mas quando se trata do
cruzamento de informações, uma declaração oferece suporte à outra. Praticamente lincadas, ocorre o
cruzamento dessas informações e na sequência é que vem o perigo do contribuinte cair na "malha fina".
Cartões Outro grande vilão da malha fina são os cartões de créditos. As operadoras de cartões são obrigadas a
informarem à Receita as operações acima de R$ 5 mil mensais por meio da Declaração de Operações com
Cartão de crédito (Decred) de pessoa física e RS 10 mil no caso de pessoa jurídica.
Entre os problemas mais comuns, segundo especialistas, estão os relacionados à inconsistência entre a
informação da fonte pagadora e da DIRF pela omissão de rendimento eventual ou de dependente; assim
como o atraso ou falta de apresentação da DIRF e DMED, o que acarreta a retenção das declarações de
pessoas físicas, atrasando eventual restituição.
"É preciso informar todas as fontes de renda recebidas no ano e os valores do imposto de renda retido, se
for o caso, pois a Receita Federal possui estas informações através da DIRF. Não esquecer de lançar
valores de resgate de previdência privada e observar a variação patrimonial em confrontação com os
rendimentos recebidos", orienta o presidente do Sescap-Ldr, alertando os empresários para que redobrem a
atenção, pois caso cometam algum tipo de falha e deixem de declarar parte de suas receitas terão que
prestar contas para o fisco.
Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços
Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr)
O Leão ataca a economia digital
Empresas como Netflix, Spotify, Deezer e Uber começam a se enquadrar na legislação
tributária brasileira. Mas leis antigas abrem brechas para uma guerra judicial
Aplicativos de transporte, como o Uber, foram os primeiros a serem regulados (Crédito: Montagem sobre
foto)
Roger Marzochi
17.02.17 - 19h00 - Atualizado em 17.02.17 - 19h04
Poucas coisas geram tantas reações como os serviços da economia digital. Eles são ao mesmo tempo
amados e odiados. Mas uma crítica que sempre alveja empresas como Uber, Netflix, Spotify ou Deezer é a
de que elas não pagam impostos. Ao menos, os mesmos que setores semelhantes da economia tradicional
são obrigadas a recolher. Com isso, teriam uma vantagem sobre os concorrentes. Pouco a pouco, no
entanto, o Leão dos tributos começa a mostrar suas garras para esses aplicativos. No fim do ano passado, o
presidente Michel Temer sancionou uma lei que obriga as empresas de streaming de música e de vídeo a
pagar ISS de no mínimo 2% sobre o seu faturamento.
No dia 8 de fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a transmissão de música pela
web é uma execução pública, sobre a qual o Escritório Central de Arrecadação (Ecad) tem a prerrogativa
de fazer a cobrança de direito autoral. Não havia dúvida de que, em algum momento, essas empresas
seriam enquadradas pela legislação brasileira. Por um lado, o objetivo é dar tratamento isonômico. Por
outro, uma parte dessa conta pode ser paga pelos consumidores, por meio de aumento de preços.
Os aplicativos de transporte de passageiros, como Uber e Cabify, foram os primeiros a serem
enquadrados. Em várias cidades ao redor do Brasil, eles já pagam um outorga para que seus carros possam
rodar. Em São Paulo, por exemplo, o custo é de R$ 0,10 por quilômetro rodado.“ É um valor que dá para
administrar, mas é alto”, diz Daniel Velazco-Bedoya, CEO do Cabify. O ataque do Leão sobre as
companhias da economia digital pode dar início a uma guerra jurídica. A razão é simples: não existe no
País a definição de atividade de empresas de streaming, seja de música, como Deezer, Spotify, Apple
Music, ou de vídeo, como Netflix, Globo Play e Amazon Prime Vídeo.
Logo, há margem para contestar a cobrança do ISS. “Do ponto de vista jurídico, o streaming não é um
serviço”, afirma Valdirene Lopes Franhani, sócia do Braga & Moreno Consultores & Advogados. O
exemplo do serviço de streaming de música Deezer ilustra essa situação. A empresa é obrigada a pagar
tributos federais sobre a renda, como IR e COFINS, como qualquer empresa instalada no País. Mas,
sediada no município de São Paulo, a companhia não conseguiu se ajustar de imediato na tributação sobre
atividade econômica para recolher ISS, que é um tributo municipal.
“Ficamos um tempo sem saber em que categoria a empresa se encaixava, porque a legislação é antiga”,
afirma Bruno Vieira, CEO do Deezer. Para evitar problemas, a companhia decidiu se enquadrar como uma
empresa de licenciamento de software, recolhendo 2% de ISS sobre o seu faturamento. “A insegurança
jurídica é muito grande para essas operações”, diz o advogado José do Patrocínio, professor de Gestão
Tributária da Faculdade Fipecafi. Enquanto não começa a guerra jurídica, os municípios estão se
mobilizando. Porto Alegre começará a cobrar de empresas de streaming em março deste ano.
São Paulo pretende iniciar a cobrança em janeiro de 2018. De acordo a prefeitura, não se sabe qual será
a alíquota, mas a expectativa é de arrecadar anualmente R$ 22 milhões com streaming de vídeo e
R$ 300 mil, com áudio. “Se a alíquota for de 2%, não haverá impacto para o cliente, porque já pagamos
como licenciamento de software”, afirma Vieira, da Deezer. O CEO da Netflix, Reed Hastings,
reivindicou apenas que as regras sejam aplicadas a todos igualmente. “Em geral, pagamos todos os
impostos referentes ao país quando é necessário”, disse ele, que esteve no Brasil no início de fevereiro.
Spotify, Apple Music, Globo Play preferiram não se pronunciar.
O Ecad também deve partir para cima das empresas de streaming de música. É fato que boa parte delas já
paga direito autoral. No ano passado, Spotify, Vevo e Apple Music desembolsaram R$ 2,4 milhões,
apenas 1% da arrecadação total da entidade. Mas esses valores tendem a crescer. “Foi o primeiro caso
julgado pelo STJ e isso tem uma importância maior”, diz Clarisse Scorel, diretora jurídica do Ecad. Como
dizia Benjamim Franklin, um dos escritores da Declaração de Independência e da Constituição dos
Estados Unidos. “Nada mais certo nesse mundo do que a morte e os impostos.” De fato: no analógico e no
digital.
O novo Simples Nacional
10:00
19/02 - Carla Lidiane Müller para Notícias Contábeis do Contabilidade na TV*
A sua empresa está suficientemente preparada para as alterações do Simples em 2018?
Em 2018 teremos muitas mudanças no Simples, mas o que mais vai mudar é a sistemática de cálculos para
geração da DAS.
O novo formato do Simples enxugou as tabelas para que cada uma contenha apenas 6 faixas e teve a redução
de um anexo, que em vez de 6 serão 5.
Os prestadores de serviços é quem sentirão mais essa mudança, pois agora as empresas que anteriormente
eram enquadradas somente observando a sua atividade em um determinado anexo, terão de verificar também
o valor mensal da sua folha de salários.
Isso porque, caso a folha da empresa no mês ficar menor que 28% de seu faturamento, a empresa se
enquadrará em um anexo, e se for superior a isso será em outro.
Apesar de as alterações só efetivamente vigorarem em 2018, já é interessante verificar e ter uma projeção
de como ficará a tributação das empresas pelas novas regras do Simples, observando sempre dentro dos
ditames legais, quais as regras de tributação mais vantajosas para as mesmas.
Com as novas tabelas do Simples Nacional, a Receita pretende estimular o micro e pequeno empreendedor
a se desenvolver com mais segurança.
A lei 155/16, que trouxe estas mudanças, acabou ficando conhecida como “Crescer sem medo”, justamente
para garantir a segurança e viabilidade dos micro e pequenos empreendimentos do país.
Entre as novas regras de sistemática de cálculo, a empresa trabalhará com 2 alíquotas no Simples, uma
chamada de alíquota efetiva, e outra de alíquota nominal.
Para cálculo do Simples, se tem na tabela por faixa de enquadramento a alíquota nominal, mas é necessário
encontrar a alíquota efetiva por meio da seguinte equação:
Onde RBT12 é a receita dos últimos 12 meses anteriores ao período de apuração; Aliq é a alíquota de faixa
de enquadramento da empresa na tabela do Simples (alíquota nominal); e PD é o valor de parcela de
dedução, também constante nas novas tabelas do Simples.
O Congresso ao aprovar a LC 155/16 trouxe muitas vantagens para o micro e pequeno empreendedor, como
um parcelamento estendido em 120 meses, trouxe a figura do investidor anjo, e regulamentou algumas
outras atividades.
Mas o cálculo em si do Simples ficará a partir de 2018 mais complexo do que já era, e mais uma vez pode
se dizer que o Simples realmente não está mais Simples.
Fontes utilizadas na pesquisa:
www.planalto.gov.br
*Carla Lidiane Müller - Bacharel em Ciências contábeis. Cursando MBA em Direito Tributário
Artigo – Alienação de imóvel: Isenção de IR em
ganho de capital na venda de imóvel vale para
quitar segundo bem adquirido Por Osvaldo R. da Cruz, conselheiro do CFC
A tributação sobre o Ganho de Capital foi recentemente alterada pela Lei nº 13.259, de 16 de março de
2016, passando de 15% sobre o ganho apurado para uma tabela progressiva, que varia de 15% a 22,5%, em
função da faixa do ganho auferido, o qual deve ser calculado pelo programa “Ganho de Capital” constante
do sítio da Receita Federal do Brasil. Esse assunto será abordado em outro comentário, não obstante, por
oportuno, lembramos que, apesar de a lei ser de março de 2016, a alteração só produz efeito a partir de 1°
de janeiro de 2017, conforme Ato Declaratório Interpretativo n° 3/2016, verbis:
Ato Declaratório Interpretativo RFB Nº 3, de 27 de abril de 2016
(Publicado no DOU de 29/04/2016, seção 1, pág. 28)
Dispõe sobre a produção de efeitos dos arts. 1º e 2º da Lei nº 13.259, de 16 de março de 2016, conversão da
Medida Provisória nº 692, de 22 de setembro de 2015.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe conferem os
incisos III e XXVI do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado
pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto no § 2º do art. 62 da Constituição
Federal, declara:
Art. 1º Os arts. 1º e 2º da Lei nº 13.259, de 16 de março de 2016, conversão da Medida Provisória nº 692,
de 22 de setembro de 2015, produzirão efeitos a partir de 1º de janeiro de 2017.
JORGE ANTONIO DEHER RACHID
O objetivo central deste comentário é a decisão da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
favorável aos contribuintes, que teve como relator o ministro Herman Benjamin, que foi voto vencido. A
divergência foi aberta pelo ministro Mauro Campbell Marques, que apresentou voto-vista favorável ao
contribuinte, no que foi acompanhado pela maioria.
Decisão do STJ – Ganho de Capital isento na aquisição de outro imóvel
A isenção do Imposto de Renda sobre o lucro da venda de imóvel residencial, prevista em lei nos casos em
que o montante é utilizado para aquisição de outro imóvel, é válida também quando o objetivo é quitar
débito de imóvel já possuído pelo contribuinte, comprado à prestação. Assim decidiu a 2ª turma do STJ.
De acordo com o art. 39 da Lei nº 11.196/2005, a isenção se dá nos casos em que o montante é utilizado no
prazo de 180 dias para aquisição de novo imóvel residencial. Com o entendimento, o colegiado considerou
ilegal restrição estabelecida no art. 2º, parágrafo 11, I, da Instrução Normativa nº 599/2005, da Receita
Federal, que excluía da isenção fiscal a possibilidade de o contribuinte utilizar o ganho de capital para quitar
financiamento de imóvel já adquirido, abaixo transcrita:
I N - SRF Nº 599, de 28.12.2005
.........................................................................................
Art. 2º Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de
imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do
contrato, aplique o produto da venda na aquisição, em seu nome, de imóveis residenciais localizados no
País.
..................................................................................
§ 11. O disposto neste artigo não se aplica, dentre outros:
I - à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar, total ou parcialmente, débito
remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de imóvel residencial já possuído pelo alienante;
...............................................................................
Ganho
O entendimento da 2ª turma foi formado após analisar um recurso interposto pela Fazenda Nacional contra
decisão favorável obtida por um contribuinte de Santa Catarina na Justiça Federal (JF).
Como a Receita tinha entendimento de que essa operação não dava direito à isenção, o contribuinte ajuizou
Mandado de Segurança na JF e obteve decisão favorável. A Receita recorreu, então, ao STJ. O recurso foi
relatado pelo ministro Herman Benjamin.
O ministro aceitou os argumentos apresentados pela Receita Federal, mas a maioria da Turma acabou
seguindo a divergência aberta pelo ministro Mauro Campbell Marques, que apresentou voto-vista favorável
ao contribuinte. Para ele, a restrição imposta pela Instrução Normativa “torna a aplicação da norma quase
impossível”.
Sem liquidez
No voto divergente, o ministro Campbell salientou que a grande maioria das aquisições imobiliárias é feita
mediante financiamento de longo prazo, porque a regra é que a pessoa física não tem liquidez para adquirir
um imóvel residencial à vista. "A pessoa física geralmente adquire o segundo imóvel ainda 'na planta' (em
construção), o que dificulta a alienação anterior do primeiro imóvel, já que é necessário ter onde morar. A
regra, então, é que a aquisição do segundo imóvel se dê antes da alienação do primeiro imóvel."
Segundo o ministro, a finalidade da norma é alcançada quando se permite que o produto da venda do imóvel
anterior seja empregado, no prazo de 180 dias, na aquisição de outro imóvel, "compreendendo dentro desse
conceito de aquisição também a quitação do débito remanescente do imóvel já adquirido ou de parcelas do
financiamento em curso firmado anteriormente".
Giro de capital
Mauro Campbell Marques ressaltou que, se o objetivo da norma é dinamizar a economia, "indubitavelmente,
o aumento da liquidez no mercado proporcionada pela isenção do capital empregado no pagamento de
contratos a prazo e financiamentos anteriores estimula os negócios de todos os atores desse nicho:
compradores, vendedores, construtores e instituições financeiras".
"Não se pode olvidar que o pagamento, pelas pessoas físicas, dos financiamentos anteriores em curso às
instituições financeiras permite que estas tenham capital para emprestar às construtoras, a fim de serem
construídas as novas unidades habitacionais, e também permite que tenham capital para emprestar a novos
adquirentes de imóveis. Fomenta-se, assim, um círculo virtuoso. Esse o objetivo da norma."
Processo relacionado: REsp 1.469.478
Informações: STJ
Fonte: Migalhas
Considerando que se trata de uma decisão sensata, com sólidos argumentos, e a favor dos nossos clientes;
considerando que este assunto, além de importante, é de muitos questionamentos, por parte dos
contribuintes; considerando que se aproxima a hora de prestar contas ao fisco dos rendimentos e ganhos
auferidos no ano que passou; considerando que a lei foi alterada em março de 2016, todavia, com efeitos
que só se iniciarão a partir do primeiro dia do ano em curso; e considerando, também, que nesse ínterim,
ocorreram muitas alienações de imóveis, resolvemos participar esses comentários.
Por fim, Lembramos que a decisão comentada não tem efeito erga omnes, ou seja, só vale para as partes.
Entretanto, no nosso sentir, por consolidar argumentos robustos, forma um bom direito para ser arguido
em instâncias próprias.
Fortaleza, fevereiro de 2017.
Proposta de reforma tributária foca nos tributos sobre
consumo
20 fev 17
A reforma tributária que deve ser encaminhada pelo Governo ao Congresso no segundo semestre deverá
tributar mais a renda e os ganhos de capital e menos o consumo.
A afirmação foi feita pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante seminário para gestores da
Caixa Econômica Federal. Segundo o ministro, essa é uma tentativa de reorganizar o sistema tributário
brasileiro.
“A verdade é que tributamos muito o consumo e muito pouco a renda e os ganhos de capital. Temos que
aprender a fazer como fazem os povos desenvolvidos, que tributam mais a renda e os ganhos de capital e
menos o consumo”, afirmou.
Ele ainda comentou que a tributação do consumo afeta a base da pirâmide, já que quem paga mais
impostos são os mais pobres.
Reforma tributária
No mesmo evento, o presidente Michel Temer minimizou as mudanças no sistema tributário. “Vamos
tentar agora, não vou falar exatamente em uma reforma tributária, mas uma simplificação do sistema
tributário, na qual o governo já está trabalhando para que possamos desburocratizar vários procedimentos
que trarão agilidade para os investimentos nacionais e estrangeiros no nosso País”, disse.
Tributos sobre o consumo
A Associação dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Afresp) em parceria com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), lançou no dia 10 de fevereiro um projeto para apresentar
propostas para a tributação do consumo no Brasil.
Batizada de Movimento Viva, a iniciativa prevê a realização de estudos e discussões sobre a crise fiscal
que atinge diversos estados. Um dos focos do projeto é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS), prerrogativa estadual.
As propostas elaboradas serão apresentadas durante seminário internacional sobre o tema nos dias 29, 30 e
31 de maio. O projeto tem apoio da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais
(Febrafite).
Proposta de simplificação tributária é insuficiente,
avaliam especialistas
Medidas em discussão pelo governo tem potencial para reduzir o número de horas gastas pelas
empresas para preparar e pagar obrigações com o fisco, entretanto, não dispensam reforma real
São Paulo - A simplificação de impostos em discussão no governo federal deve ser insufuciente para agilizar
o processo tributário brasileiro, dizem especialistas ouvidos pelo DCI. Para eles, mesmo com a implantação
de um plano, os maiores problemas do País só serão resolvidos com uma ampla reforma.
A sócia do DDSA Advogados, Sabine Schuttoff, avalia que as medidas propostas até agora estão muito mais
voltadas a facilitar o cumprimento das obrigações acessórias, relativas aos sistemas para pagamento de
imposto, do que em reformar as obrigações que tratam da apuração fiscal. "Essa parte de obrigações
acessórias, que é referente ao livro e o ambiente que fica por trás do pagamento de impostos, é algo que
toma muito tempo das empresas e realmente precisa mudar, mas isso não basta", avalia.
Um levantamento do Banco Mundial revela que as empresas brasileiras são as que gastam mais tempo, em
média, na preparação e pagamento de impostos. Com base no estudo, o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, anunciou recentemente que a Receita Federal prepara um programa de "desburocratização
tributária". Uma das metas desse plano é reduzir o tempo gasto com a regularização de débitos com o fisco,
de 2.038 horas para menos de 600 horas por ano.
Na opinião de Sabine, será difícil cumprir o objetivo do governo sem uma unificação dos impostos (federais,
estaduais e municipais). "Na medida em que fosse simplificado o sistema, com uma Reforma Tributária
mais ampla, aí sim teríamos uma aceleração da queda no número de horas gastas", avalia ela.
Já sócia-gerente da De Biasi Consultoria, Auditoria e Outsourcing, Alessandra Borrego Matheus, observa
que a unificação de imposto, pelo menos dez tributos principais poderiam ser unificados, seria positiva para
o sistema brasileiro. "Do contrário, não há ganho relevante", acredita.
Nesse sentido, o relator da Comissão da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, Luiz Carlos Hauly
(PSDB-PR), defende a criação do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) e a fusão do Programa de
Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). No entanto,
nada foi confirmado pelos membros do Executivo.
O IVA, por exemplo, agregaria todos os fiscos estaduais e substituiria o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS), de modo a se tornar um único imposto
sobre o consumo - como já ocorre em países europeus.
Acessórias
Meirelles também comentou a possibilidade de unificar o pagamento de 13 tributos em uma guia do eSocial
(programa digital de escrituração fiscal), o que funcionaria para todos estados e municípios. Para o sócio do
Candido Martins Advogados, Alamy Candido, a proposta eliminaria muitos custos das empresas. "Seriam
necessárias uma menor quantidade de pessoas para trabalhar com a declaração de imposto", complementa
ele.
A criação de uma nota fiscal eletrônica nacional também estaria em discussão, de acordo com os
especialistas, em oposição ao modelo praticado hoje de um padrão de nota para cada município. Já existem
consultorias dedicadas a mapear todos os layouts de notas existentes para ajudar as empresas, conta
Alessandra "Uma companhia com atuação nacional precisa conhecer os modelos de nota fiscal de todos os
municípios para poder faturar", explica a advogada.
Na opinião dela, a medida seria muito interessante, mas levaria pelo menos cinco anos para ser
implementada. "Exige tempo para que algo assim seja integrado ao Sistema Público de Escrituração Digital
[Sped]", garante.
Pela previsão do governo federal, após a implantação do programa tributário, haverá um período de testes
em cinco estados antes de entrar em vigor para todo o País.
Avanço
Alamy Candido alerta que outros governos tentaram modificar o sistema fiscal, entretanto, as alterações se
restringiram às obrigações acessórias. Ele ressalta que as últimas atualizações do Sped, por exemplo,
poderiam ter ido além da digitalização e caminhado para uma unificação.
"O controle da Receita Federal é um dos mais modernos. O governo deveria já ter usado esse sistema para
unificar cadastros, identificar pessoas físicas e jurídicas usando um dado e fazer uma declaração para todos
os tributos", diz.
Candido afirma que todas as etapas da vida de uma empresa envolvem muita burocracia tributária, o que
precisa mudar. "Hoje, a constituição, a operação e a liquidação das empresas envolvem complexidade
tributária. Uma reforma, se bem executada, resolveria"
Para quem não pode esperar pela reforma tributária, Candido explica que é muito importante fazer um bom
planejamento dos seus tributos. "O planejamento tributário eficiente não elimina a burocracia, mas pelo
menos pode simplificar a estrutura dos pagamentos, fazendo o empresário ganhar tempo".
Sabine Schuttoff destaca que os próximos meses serão cheios de novas Instruções Normativas da Receita
Federal para instituir as regras, e essa avalanche poderá confundir alguns empresários. Contudo, ela ressalva
que cada esforço no sentido de simplificar a legislação tributária no País tem que ser aplaudido.
Ricardo Bomfim
Postado em 24/02/2017 - Fonte: DCI - SP - Por: Ricardo Bomfim
Esclarecida divergência sobre suspensão do PIS/Cofins na
aquisição interna para exportação
Solução de Divergência COSIT 16/2017
data: 09/02/2017 - 375 acessos
SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA 16 COSIT, DE 3-2-2017 (DO-U DE 9-2-2017)
SUSPENSÃO DA COBRANÇA – Drawback
Cosit esclarece suspensão do PIS/Cofins nas aquisições internas por beneficiários do Drawback A Cosit – Coordenação-Geral de Tributação, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovou as seguintes ementas da Solução de Divergência em referência: "Até 12 de maio de 2008, não havia a possibilidade de suspensão da Cofins, incidente sobre o faturamento, relativamente às compras internas com fim exclusivo de exportação, pois dependia da ampliação da regulamentação então vigente ou da implementação de regulamentação específica do art. 59 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Entre 13 de maio de 2008 e 24 de abril de 2010, houve a possibilidade de suspensão da Cofins, incidente sobre o faturamento, relativamente às aquisições internas de beneficiários do regime aduaneiro especial de Drawback, denominado de Drawback Verde-Amarelo, conforme enquadramento à Instrução Normativa RFB nº 845, de 12 de maio de 2008, e à Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1.460, de 18 de setembro de 2008, ou ao art. 17 da Medida Provisória nº 451, de 15 de dezembro de 2008, disciplinado pela Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1, de 1 de abril 2009, observadas as respectivas vigências. A partir de 24 de abril de 2010, a aquisição no mercado interno de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportado passou a ser realizada com suspensão da Cofins, incidente com base no faturamento, nos termos do art. 12 da Lei nº 11.945, de 04 de junho de 2009, disciplinado pela Portaria Conjunta RFB/Secex nº 467, de 25 de março de 2010, no regime especial denominado de Drawback Integrado. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de 1992, art. 3º; Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 14, § 2º, III; Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 59; Instrução Normativa RFB nº 845, de 12 de maio de 2008; Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1.460, de 18 de setembro de 2008; Medida Provisória nº 451, de 15 de dezembro de 2008, art. 17; Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1, de 1º de abril de 2009; Lei nº 11.945, de 4 de junho de 2009, art. 12; e Portaria Conjunta RFB/Secex nº 467, de 25 de março de 2010. ............................ Até 12 de maio de 2008, não havia a possibilidade de suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep, incidente sobre o faturamento, relativa a compras internas com fim exclusivo de exportação, pois dependia da ampliação da regulamentação então vigente ou da implementação de regulamentação específica do art. 59 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Entre 13 de maio de 2008 e 24 de abril de 2010, houve a possibilidade de suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep, incidente sobre o faturamento, relativa às aquisições internas de beneficiários do regime aduaneiro especial de Drawback, denominado Drawback Verde-Amarelo, conforme enquadramento à Instrução Normativa RFB nº 845, de 12 de maio de 2008, e à Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1.460, de 18 de setembro de 2008, ou ao art. 17 da Medida Provisória nº 451, de 15 de dezembro de 2008, disciplinado pela Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1, de 1 de abril de 2009, observadas as respectivas vigências. A partir de 24 de abril de 2010, a aquisição no mercado interno de mercadoria para emprego ou consumo na
industrialização de produto a ser exportado passou a ser realizada com suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep, incidente com base no faturamento, nos termos do art. 12 da Lei nº 11.945, de 04 de junho de 2009, disciplinado pela Portaria Conjunta RFB/Secex nº 467, de 25 de março de 2010, no regime especial denominado de Drawback Integrado. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de 1992, art. 3º; Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 14, § 2º, III; Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 59; Instrução Normativa RFB nº 845, de 12 de maio de 2008; Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1.460, de 18 de setembro de 2008; Medida Provisória nº 451, de 15 de dezembro de 2008, art. 17; Portaria Conjunta RFB/Secex nº 1, de 1º de abril de 2009; Lei nº 11.945, de 4 de junho de 2009, art. 12; e Portaria Conjunta RFB/Secex nº 467, de 25 de março de 2010.” Íntegra da Solução de Divergência.
Fonte: COAD
Alíquota de 4% da Cofins não se aplica às sociedades corretoras de seguros
Súmula STJ 584/2017
data: 06/02/2017 - 614 acessos
SÚMULA 584 STJ, DE 14-12-2016 (DJe, DE 1-2-2017)
ALÍQUOTA – Elevação
Alíquota de 4% da Cofins não se aplica às sociedades corretoras de seguros A Primeira Seção, na sessão ordinária de 14-12-2016, aprovou o seguinte enunciado de Súmula, que será publicado no Diário da Justiça eletrônico do Superior Tribunal de Justiça, por três vezes, em datas próximas, nos termos do art. 123 do RISTJ: "As sociedades corretoras de seguros, que não se confundem com as sociedades de valores mobiliários ou com os agentes autônomos de seguro privado, estão fora do rol de entidades constantes do art. 22, § 1º, da Lei n. 8.212/1991, não se sujeitando à majoração da alíquota da Cofins prevista no art. 18 da Lei nº 10.684/2003." Referência: CPC/2015, art. 1.036. Lei nº 8.212, de 24/07/1991, art. 22, § 1º. Lei nº 9.718, de 27/11/1998, art. 3º, § 6º. Lei nº 10.684, de 30/05/2003, art. 18. REsp 1.400.287-RS (*) (1ª S 22/04/2015 – DJe 03/11/2015). REsp 1.391.092-SC (*) (1ª S 22/04/2015 – DJe 10/02/2016). EAREsp 329.732-RS (1ª S 13/05/2015 – DJe 01/07/2015). EAREsp 342.463-SC (1ª S 27/05/2015 – DJe 01/06/2015). AgRg no AREsp 403.669-RS (1ª T 19/05/2015 – DJe 28/05/2015). AgRg no AREsp 402.105-RS (1ª T 20/10/2015 – DJe 06/11/2015). AgRg no AREsp 327.554-RS (2ª T 10/11/2015 – DJe 20/11/2015). (*) Recursos repetitivos.
Fonte: COAD
Recurso sobre cálculo de PIS para prestadores de
serviço é suspenso
24 de fevereiro de 2017
Pedido de vista do ministro Marco Aurélio suspendeu o julgamento, pelo Plenário do Supremo Tribunal
Federal (STF), do Recurso Extraordinário (RE) 607642, com repercussão geral reconhecida, em que a
empresa Esparta Segurança Ltda. questiona a constitucionalidade da sistemática instituída pela Medida
Provisória (MP) 66/2002, convertida na Lei 10.637/2002, que prevê tributação não cumulativa do PIS
incidente sobre o faturamento das pessoas jurídicas prestadoras de serviços. Na sessão desta quarta-feira
(22), o ministro Dias Toffoli (relator) votou pelo provimento do recurso, por entender que a lei ainda é
constitucional, e seu entendimento foi seguido por seis ministros do Tribunal.
Na tese de repercussão geral, o ministro Toffoli propõe advertir o Congresso Nacional de que as leis sobre
o tema estão em processo de inconstitucionalização, em razão da ausência de critério nas sucessivas
alterações legislativas que incluíram setores da economia entre os abrangidos pela não cumulatividade.
Apesar de verificar a existência de inconsistências nas alterações legais, o ministro considera que não seria
correto declarar inconstitucionalidade específica apenas para determinados contribuintes, pois entende não
haver elementos que evidenciem conduta censurável do legislador.
O relator observou que a diferenciação em regimes tributários é comum e necessária para evitar
desequilíbrios entre os diversos setores da economia. Para o ministro, a Constituição Federal (artigo 195,
parágrafo 12) autoriza a coexistência dos sistemas tributários cumulativo e não cumulativo. Salientou que,
segundo a norma constitucional, a lei definirá os setores de atividade econômica para o qual as
contribuições serão não cumulativas, sem registrar a fórmula que serviria como ponto de partida. Observa
que, ao contrário do que ocorre com o IPI e o ICMS, não é permitida a escolha entre a incidência de uma
ou outra técnica de incidência da não cumulatividade das contribuições sobre o faturamento.
O ministro salientou que, embora se reconheça que, neste caso, haja maior liberdade para discriminar a
não cumulatividade, isso não significa que o legislador possa querer ou prever tudo. Para ele, como foi
feita a opção pela coexistência dos regimes, o legislador deve ser coerente e racional ao definir os setores
da economia que se submeterão a cada uma das sistemáticas de cobrança do tributo, a fim de não gerar
desequilíbrios concorrenciais ou discriminações arbitrárias e injustificadas. Destacou que, como se trata de
contribuições calculadas com base na receita ou faturamento, sua não cumulatividade deve vista como
técnica voltada a evitar o chamado “efeito cascata”.
Em seu entendimento, estando presentes a racionalidade e a coerência do ato legislativo discriminatório,
não há ofensa ao princípio da igualdade. No caso específico do setor de serviços, ao qual pertence a
empresa recorrente, o ministro salienta que não há tratamento discriminatório entre empresas que tem
muito gasto com mão de obra e as que tem pouco, pois a base de cálculo é o faturamento e não os repasses
às pessoas físicas.
Acompanharam o relator os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux,
Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Em seguida, o ministro Marco Aurélio pediu vista dos autos.
Leia a íntegra do voto do relator.
Fonte: COAD
Ministros do STF criticam forma de recolhimento
do PIS
24 de fevereiro de 2017
A maioria do Supremo Tribunal Federal já votou pela constitucionalidade do sistema não cumulativo da
contribuição para o PIS incidente sobre o faturamento das pessoas jurídicas prestadoras de serviços. No
entanto, o julgamento do processo, iniciado nessa quarta-feira (22/2), foi interrompido com o pedido de
vista do ministro Marco Aurélio Mello.
No pior cenário, a Fazenda Nacional estima uma perda de arrecadação de R$ 290 bilhões, em cinco anos,
caso o STF declare inconstitucional a técnica de não cumulatividade do PIS e Cofins, em conjunto. O
montante considera a totalidade dos contribuintes que passariam a recolher a contribuição pelo regime
cumulativo.
Por enquanto, sete ministros, incluindo o relator do caso, ministro Dias Toffoli, votaram pela
constitucionalidade da técnica de recolhimento, que gerou aumento da alíquota, com a possibilidade de
aproveitamento de créditos.
O caso que envolve a Esparta Segurança Ltda e a União ganhou repercussão geral. Quando o processo foi
finalizado, 947 ações sobre o mesmo tema serão solucionados em instâncias inferiores.
Segundo Toffoli, embora a lei 10.637/2012, no seu estágio atual, já não satisfaz à justiça, a sistemática legal
da não cumulatividade tem grande relevância na prevenção dos desequilíbrios da concorrência, bem como
na modernização do sistema tributário brasileiro.
“Portanto, é razoável manter, no momento, a validade do artigo 8º da Lei 10.637 bem como do artigo 15,
V, da Lei 10.833 no que tange das aplicações das normas atinentes à sistemática não cumulatividade da
Cofins e das contribuições ao PIS devido a falta de uma conduta censurada do legislador”, afirmou Toffoli.
Além disso, o ministro afirmou que não seria razoável declarar a inconstitucionalidade da legislação por
conta das imperfeições sistêmicas e fazer com que tudo retorne para o regime cumulativo e nem permitir
que o Poder Judiciário diga que todo o setor de prestação de serviço deva, necessariamente, ficar submetido
ao regime cumulativo. Isso porque, afirma, tal regime, enquanto vigia isoladamente, trazia, além da perda
da eficiência econômica, sérios desequilíbrios de concorrência, notadamente por conta da indução à
verticalização artificial de empresas.
“Considerada, portanto, a ausência de elementos que possam corroborar e evidenciar que o legislador, no
momento da elaboração da lei, estaria em condições de identificar o estado de inconstitucionalidade, devido
à complexidade da adoção gradual da sistemática não cumulativa para contribuições que incidem sobre a
receita ou o faturamento, com adaptações das técnicas conhecidas e já utilizadas no direito brasileiro para
impostos incidentes sobre o valor agregado (ICMS/IPI)”, afirmou.
Ao seguir o voto do relator, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que a técnica de tributação não
cumulativa do PIS é constitucional e o ministro Luiz Fux afirmou que prestadoras de serviço têm outras
formas de se compensar como valores gastos a arrendamento mercantil. Votaram no mesmo sentido os
ministros Rosa Weber, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.
Ainda durante o julgamento do Recurso Extraordinário 607.642, os ministros apontaram para a necessidade
de reforma diante das inúmeras mudanças do regime tributário sucessivas à MP 66/02. Por isso, eles
chegaram a cogitar a possibilidade de fixar um prazo para que o Congresso se manifeste sobre o assunto.
Mas não houve decisão hoje sobre esse ponto.
A sugestão sugeriu logo no voto do relator Dias Toffoli e a ideia foi vista com bons olhos pelo ministro
Ricardo Lewandowski.
“A Corte está evitando intervir num assunto que é de competência do parlamento, mas este tema merece
uma profunda reflexão. O sistema tributário é caótico”, afirmou Lewandowski e complementou:
“Vale a pena fazermos uma advertência ao Congresso para refletir sobre esse tema também sobre aspecto
do federalismo, porque as contribuiçõe sociais instituídas a larga e de forma generosa acabam provocando
um desequilíbrio da partilha das receitas tributárias”, ressaltou Lewandowski.
O procurador da Fazenda Nacional Miquerlam Cavalcante, que atua no caso, afirmou que o regime tributário
realmente precisa ser aperfeiçoado, mas isso não pode ser feito casuisticamente nem no legislativo e nem
no judiciário.
“Há de ser feito algo genérico, uma remodelação apropriada com a discussão de toda a sociedade e o local
apropriado seria o Congresso Nacional. Sem casuísmos, sem de forma a simplificar o sistema”, afirmou.
Cofins
A discussão sobre o mesmo tema, mas em relação ao Cofins, também está no STF. Em outubro, o plenário
do tribunal começou o julgamento do Recurso Extraordinário 570.122 que discute a instituição da não
cumulatividade da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
O processo tem apenas um voto favorável à tese do contribuinte, do relator ministro Marco Aurélio, e cinco
votos em sentido contrário. No entanto, o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Dias
Toffoli.
Toffoli já devolveu o pedido de vista e aguarda a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, pautar o
caso para o plenário.
No recurso, a farmacêutica gaúcha Geyer alega que a tributação não poderia ter sido introduzida por medida
provisória (MP 135/2003, convertida na Lei 10.833/2003), e ainda fere o princípio da isonomia e tem caráter
confiscatório.
O RE também tem repercussão geral reconhecida e solucionará pelo menos 600 processos sobrestados na
origem.
Os dois tributos, PIS e a Cofins, são discutidos em processos diferentes, uma vez que são regidos por leis
distintas. Enquanto o PIS é tratado na Lei 10.637/2012, a Cofins é regida pela Lei 10.833/2003
Fonte: JOTA
Contribuintes parcelam débitos com a União pelo
Programa de Recuperação Tributária
23 de fevereiro de 2017
Quase 4 mil contribuintes com débitos inscritos na Dívida Ativa da União já aderiram ao Programa de
Recuperação Tributária (PRT) e parcelaram R$ 1.154.965.593,74 em tributos devidos. Os dados são do
balanço mais recente da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), divulgado no dia 15 de fevereiro,
dias após a sua entrada em vigor em 1 de fevereiro. O PRT foi instituído via Medida Provisória nº 766, de
4 de janeiro.
Anunciado no início do ano como uma das ações do governo para ajudar as empresas num momento de
crise, o programa inclui ainda dívidas tributárias junto à Receita Federal. Os dados da adesão dos
contribuintes devedores à Receita ainda não foram divulgados. De acordo com o coordenador da Dívida
Ativa da União da PGFN, Cristiano Neuenschwander, houve adesão significativa de grandes empresas ao
PRT.
A expectativa é que a maioria dos devedores opte por parcelar os débitos em 120 vezes. Os dados mostram
também que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional recuperou R$ 14,542 bilhões em dívidas tributárias
e administrativas em 2016. O valor nominal ficou próximo ao arrecadado em 2015, que foi de R$ 14,543
bilhões, mas, descontada a inflação, houve queda real de 8,3%. Desse montante, a maioria se refere a dívidas
tributárias (R$ 8,41 bilhões) e previdenciárias (R$ 4,15 bilhões). Foram recolhidos ainda R$ 125,5 milhões
relativos a dívidas com o FGTS, que também são cobradas pela PGFN.
Outros R$ 10 bilhões foram depositados judicialmente. O estoque da dívida ativa chegou a R$ 1,84 trilhão
em 2016. Desse total, 64,53% são devidos por apenas 0,32% das empresas e pessoas jurídicas inscritas.
“Nosso foco são os grandes devedores”, afirmou o procurador-geral da Fazenda Nacional, Fabrício da
Soller, presente à divulgação do documento. Para aumentar a arrecadação, a procuradoria trabalha em
algumas frentes, como na mudança da lei de execuções fiscais. De acordo com o procurador, um novo
projeto está em fase final de elaboração e deverá ser enviado para análise da Casa Civil.
Outra mudança é a classificação da dívida ativa por nível de recuperabilidade, para dar mais foco à cobrança.
De acordo com o balanço da PGFN, no ano passado foram mantidos quase R$ 600 bilhões em autuações da
Receita Federal em órgãos como o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (R$ 97,1 bilhões), Superior
Tribunal de Justiça (R$ 265 bilhões) e Supremo Tribunal Federal (R$ 220 bilhões).
A PGFN está concluindo um projeto de nova lei de execuções fiscais, que será enviada ao aval do Ministério
da Fazenda e Casa Civil. De acordo com Soller, a principal mudança será a determinação para que União,
estados e municípios não recorram à Justiça para cobrar débitos em que não foi encontrado indício de
patrimônio do contribuinte devedor, como bens em seu nome ou movimentação bancária.
A intenção é reduzir o volume de processos de execução fiscal no Judiciário e aumentar a efetividade da
cobrança. “O maior volume de processos no Poder Judiciário se refere à execução fiscal. Vamos mudar a
lógica da cobrança e dar agilidade aos processos que são realmente recuperáveis”, afirmou o procurador-
geral da Fazenda Nacional.
A adesão deve ser feita por meio de requerimento a ser protocolado no site da Receita Federal, o prazo já
teve início e vai até 31 de maio. Ficaram de fora do PRT os débitos de micro e pequenas empresas com o
Simples Nacional e de empregadores domésticos pelo Simples Doméstico. O programa abrange dívidas
vencidas até 30 de novembro de 2016 de pessoas físicas e jurídicas, inclusive os provenientes de
parcelamentos anteriores e em discussão administrativa ou judicial.
Fonte: Jornal do Comércio
1ª Turma: ICMS com base reduzida não gera
crédito
23 de fevereiro de 2017
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento de que uma empresa
transportadora, que optou pelo regime de base de cálculo reduzida, não tem a possibilidade de creditamento,
mesmo que seja proporcional, no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Por maioria
de votos, os ministros deram provimento a um recurso (segundo agravo regimental) no Agravo de
Instrumento (AI) 765420, interposto pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a empresa Rodemave
Transportes Ltda.
A questão envolve norma gaúcha que instituiu regime tributário opcional para empresas transportadoras,
contribuintes do ICMS, para a manutenção do regime normal de crédito e débito do imposto ou a apuração
do débito com o benefício da redução da base de cálculo, sendo vedada, nesse caso, a utilização de quaisquer
créditos relativos a entradas tributadas.
Segundo o tribunal de origem, está em jogo o regime de tributação favorecido às empresas prestadoras de
serviço de transporte consistente na redução da base de cálculo para o percentual de 80%, condicionada ao
abandono do regime de apuração normal de créditos e débitos.
Em setembro de 2015, o relator do processo, ministro Marco Aurélio, negou provimento ao recurso do Rio
Grande do Sul. Segundo ele, a norma que estipular o estorno dos créditos é inconstitucional por violar o
princípio da não cumulatividade, “ocorrendo a saída do produto com incidência do imposto em
quantificação reduzida da base correspondente, ausente o poder de escolha pelo contribuinte”. “Presente o
regime opcional, há de se preservar, ao menos, o conteúdo mínimo do princípio, o que implica o dever de a
lei resguardar o uso dos créditos na proporção da saída tributável”, destacou.
Voto-vista
Na sessão desta terça-feira (21), a ministra Rosa Weber apresentou voto-vista e divergiu do relator, ao
considerar que o recurso extraordinário deve ser provido, pois o tribunal estadual julgou favoravelmente ao
contribuinte, possibilitando o aproveitamento proporcional. Inicialmente, a ministra observou que, à luz do
princípio da não cumulatividade, o caso discute a possibilidade ou não do aproveitamento de créditos fiscais
de ICMS por empresas transportadoras em hipóteses em que a legislação estadual faculta ao contribuinte
optar por um regime especial de tributação com base de cálculo reduzida, mediante expressa renúncia ao
aproveitamento de créditos relativos ao imposto pago em operações anteriores, ainda que proporcional.
Para a ministra, uma vez que a transportadora contribuinte optou pela base de cálculo reduzida, “não há
possibilidade de creditamento, sequer proporcional”. O voto divergente foi seguido pelo ministro Luís
Roberto Barroso.
Fonte: Supremo Tribunal Federal
Receita Federal disciplina processo de consulta
relativo ao Projeto BEPS
23 de fevereiro de 2017
Foi publicada hoje no Diário Oficial da União a IN RFB nº 1689/2017 que dispõe sobre solução de
consulta referente ao projeto BEPS, sigla em inglês para Base Erosion Profit Shifting – Erosão da
Base Tributável e Transferência de Lucros.
O Projeto BEPS, coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE,
objetivou estudar medidas de combate à evasão e elisão fiscal, através da transferência artificial de lucros
para países com baixa tributação e contou com a participação não somente dos países-membros da OCDE,
mas também dos países-membros do Grupo dos 20 – G20 do qual o Brasil faz parte.
Esse projeto tem diversos padrões mínimos, entre os quais está o de combate às práticas tributárias
danosas. Uma das medidas desenhadas com este fim é a troca de informações compulsória, entre as
administrações tributárias, das rulings que emitem. O conceito de ruling abarca qualquer orientação dada,
informações prestadas, acordos firmados pela administração tributária em relação a determinado
contribuinte ou grupo de contribuintes. No caso do Brasil, enquadram-se no conceito qualquer solução de
consulta ou solução de divergência emitidas pela Receita Federal.
Poderão ser objeto de troca de informações três categorias de rulings, a saber:
i) regimes tributários preferenciais (aqueles dentro do escopo do Fórum de Práticas Danosas da OCDE
cuja taxa de tributação efetiva seja baixa ou nula);
ii) acordos antecipados de preços ou preços de transferência; e
iii) estabelecimento permanente.
Nesse sentido, a IN esclarece que os contribuintes que ingressarem com consultas que abordem uma das
três categorias acima devem incluir na consulta a identificação:
– do controlador direto e do controlador final da pessoa jurídica que formulou a consulta, bem como seus
países de domicílio, na hipótese de serem no exterior;
– dos países de residência de todas as partes relacionadas com as quais o contribuinte efetua transações
objeto da consulta; e
– do país de residência da matriz e do estabelecimento permanente.
Fonte: RFB
Não há imunidade de ICMS para aquisições por
entidades filantrópicas, decide STF
Nesta quinta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento do Recurso
Extraordinário (RE) 608872, com repercussão geral reconhecida, que discutiu a tributação de um hospital
na cidade de Muriaé (MG) e negou a imunidade tributária relativa ao Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre as aquisições feitas por entidade filantrópica. O voto do
ministro Dias Toffoli (relator), pelo provimento do recurso interposto pelo Estado de Minas Gerais, foi
acompanhado por unanimidade.
De acordo com o ministro Dias Toffoli, há debates no STF sobre a temática desde a primeira metade dos
anos 1960, com entendimento consolidado na Súmula 591, de 1976, relativamente ao Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), segundo a qual “a imunidade ou a isenção tributária do comprador não se
estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados”.
O relator citou entendimentos do Tribunal segundo os quais a incidência não implica tributar patrimônio,
renda ou serviços da entidade beneficente filantrópica, mas traz mera repercussão econômica para o
comprador. O repasse dos custos nesses casos é de difícil mensuração, uma vez que depende de outros
fatores que influem no preço, como a margem de lucro.
Para fim de repercussão geral, foi fixada a seguinte tese: “A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus
beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo
irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica do
tributo envolvido”.
RE 566622 e ADIs 2028, 2036, 2228 e 2621
Foi concluído hoje também o julgamento de um conjunto de processos relativos a exigências introduzidas
pela Lei 9.732/1998 para alterar a definição de entidade beneficente de assistência social para fim de
concessão de isenção tributária. A discussão era relativa à possiblidade de lei ordinária tratar de requisitos
definidos em lei complementar quando à imunidade.
O julgamento do RE, interposto pela Entidade Beneficente de Parobé (RS), foi concluído após votos dos
ministros Ricardo Lewandowski, reajustando o voto anteriormente proferido, e Celso de Mello,
acompanhando o relator, ministro Marco Aurélio, que dava provimento e concluiu o voto afirmando “que,
em se tratando de imunidade, a teor do disposto no artigo 146, III, da Constituição Federal, somente lei
complementar pode disciplinar a matéria”. O resultado foi pelo provimento do recurso, vencidos o
ministros Teori Zavascki (falecido), Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Assim, no RE 566622 foi fixada a seguinte tese, para fim de repercussão geral: “Os requisitos para o gozo
de imunidade hão de estar previstos em lei complementar”.
Nas ADIs, houve prosseguimento do julgamento com o voto do ministro Marco Aurélio, pelo procedência
parcial, e do ministro Celso de Mello, que converteu as ADIs para arguições de descumprimento de
preceito fundamental (ADPF) e votou pela sua procedência integral.
Devido à complexidade da votação, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, adiou a proclamação do
resultado dos julgamentos para a próxima sessão, na quinta-feira (2).
FT/CR
Leia mais:
22/02/2017 - Plenário inicia julgamento sobre imunidade de ICMS a entidade filantrópica
19/10/2016 - Retomado julgamento sobre imunidade tributária para entidades beneficentes
Processos relacionados ADI 2036
ADI 2028
ADI 2228
ADI 2621
RE 566622
RE 608872
DOAÇÕES DE MERCADORIAS – EFEITOS
TRIBUTÁRIOS
1 – INTRODUÇÃO
Neste procedimento abordaremos sobre a demonstração do tratamento contábil e tributário, mais
especificamente em relação ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), à Contribuição Social sobre o
Lucro (CSL), à Cofins, à contribuição para o PIS-Pasep e ao Simples Nacional nas doações de
mercadorias, com base na legislação em vigência: Decreto nº 70.235/1972 Decreto nº 7.574/2011 Lei
Complementar nº 123/2006 Lei nº 10.406/2002 Lei nº 10.637/2002 Lei nº 10.833/2003 Lei nº 11.941/2009
Lei nº 9.249/1995 Lei nº 9.718/1998 Resolução CGSN nº 94/2011 Solução de Consulta nº 58/2012.
2 – CONCEITOS
O recebimento ou envio de mercadorias a título de doação comumente suscita dúvidas sobre o seu efetivo
enquadramento, tratamento fiscal e contábil, e não raro essas doações confundem-se com as operações de
bonificação em mercadorias.
2.1 – DOAÇÃO
Conforme prescreve o art. 548 do Código Civil (Lei nº 10.406/2002 ), considera como doação o contrato
em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, de
forma isolada, desvinculada de qualquer compra.
2.2 – BONIFICAÇÃO
Bonificações são entendidas, por diversos autores no campo de Direito Comercial, como a concessão feita
pelo vendedor ao comprador, ao diminuir o preço do produto ou serviço ou entregando quantidades
maiores do que as estipuladas contratualmente, dando neste momento um desconto incondicional ao
comprador. Estes bens devem estar atrelados à uma nota fiscal de venda para ter esta classificação. Bens
recebidos em separado de nota fiscal de venda, não serão classificados como bonificação de mercadorias.
As bonificações, dentro deste contexto, podem ser concessões recebidas tanto em dinheiro como em
mercadorias e diferenciam-se de abatimentos que são concedidos após as vendas em função de avarias ou
outro motivo que seja descoberto posteriormente por garantias ou seguros. As bonificações no setor de
vendas estão na maioria das vezes, vinculadas ao desempenho de vendas do varejista ou atacadista,
desenvolvendo forte influência no custo das mercadorias adquiridas.
O benefício em prol do comprador pode ocorrer por ocasião da compra de certa quantidade de
mercadorias para revenda, onde o adquirente será beneficiado por uma bonificação recebida em
mercadorias. Tal bonificação se refere, normalmente, a um acréscimo no número de
unidades mercadorias recebidas ou no peso destes produtos. Este conceito não pode se misturar ao evento
de doação de mercadorias, que se caracteriza pela remessa de bens a uma empresa ou pessoa, sem a
vinculação direta à uma compra de mercadorias, conforme demonstrado anteriormente. Existem
características necessárias para a configuração da bonificação em mercadorias que as separam das
situações em que a operação é de doação.
Conceitua-se bonificação de mercadorias como desconto comercial dado dentro do documento fiscal por
meio de entrega de quantidade maior de mercadorias pelo mesmo preço (chamada dúzia de 13 ou quilo de
1.200 kg).
Nessa hipótese, o custo da mercadoria será rateado pelo total recebido, inclusive as bonificadas, pelo valor
unitário pago de cada mercadoria. Não há lançamento contábil a ser feito em conta de receita operacional.
Caso as bonificações não constem do mesmo documento fiscal de compra das mercadorias, mas em nota
fiscal separada com a mesma data, indicando no corpo desta o número da nota fiscal de compra, somente
poderá ser enquadrada como bonificação se for comprovado que ela está atrelada à aquisição das
mercadorias e não depende de nenhum evento futuro para a sua realização.
Portanto, a concessão de bonificação em mercadorias desvinculada de uma operação de venda constitui
doação (Solução de Consulta Disit nº 136/2012 da 10ª Região Fiscal – Rio Grande do Sul).
3 – TRATAMENTO CONTÁBIL
No caso da ausência de comprovação de que essas bonificações estejam relacionadas com a aquisição das
mercadorias, essa operação será caracterizada como doação, devendo o registro contábil ser efetuado da
seguinte forma:
1. a) pelo donatário:
D- Estoques (Ativo Circulante)
C- Outras Receitas Operacionais (Conta de Resultado)
1. b) pelo doador:
D- Doações (Conta de Resultado)
C- Estoques (Ativo Circulante)
Nota: Deve ainda ser observada a incidência de ICMS na operação, e os tributos devem ser normalmente
reconhecidos.
Já a pessoa jurídica que recebeu mercadorias em bonificação constante no documento fiscal de compra das
mercadorias efetuará o seguinte registro contábil:
D – Estoques (Ativo Circulante)
D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante)
D – PIS-Pasep a Recuperar (Ativo Circulante)
D – Cofins a Recuperar (Ativo Circulante)
C – Fornecedores (Passivo Circulante)
Nesse caso, o custo da mercadoria será rateado pelo total recebido, inclusive as bonificadas pelo valor
unitário pago por mercadoria.
No caso de a mercadoria ser destinada ao Ativo Imobilizado (Ativo Não Circulante), no registro contábil,
será substituída a conta Estoque pela conta do Ativo Imobilizado.
Atente-se que, na hipótese de bonificação constante em documento fiscal, não há lançamento em conta de
receita operacional.
4 – TRATAMENTO TRIBUTÁRIO NA DOAÇÃO
4.1 – IRPJ e CSL
A doação será considerada como:
1. a) receita a ser registrada na conta “Outras receitas operacionais”, conforme mencionado no tópico
3 e, nessa hipótese, o donatário está sujeito à tributação pelo Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
(IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), conforme for à opção, pelo lucro real ou
presumido. No caso de opção pelo lucro presumido, o valor da doação será acrescido à base de
cálculo do IRPJ e CSL;
2. b) no caso do doador, essas doações (despesas) são indedutíveis na determinação do lucro real e da
base de calculo da CSL, exceto aquelas destinadas às entidades sem fins lucrativos, nos termos do
art. 13, § 2º, da Lei nº 9.249/1995.
4.2 – COFINS E PIS-PASEP
Com relação aos valores decorrentes da doação:
10. a) para o donatário, deverá ser incluída essa receita na base de cálculo da contribuição para o PIS-
Pasep e da Cofins no regime não cumulativo (Lei nº 10.637/2002, art. 1º , e Lei nº 10.833/2003,
art. 1º ). No entanto, a receita de doação não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS-
Pasep e da Cofins, para efeito da apuração no regime cumulativo, por força do disposto no art. 79,
XII, da Lei nº 11.941/2009 , que revogou parcialmente o art. 3º da Lei nº 9.718/1998 ; nessa
hipótese, a base de cálculo limita-se ao faturamento da pessoa jurídica;
11. b) para o doador, a concessão de bonificação em mercadorias desvinculada de uma operação de
venda constitui doação, não estando incluída entre as hipóteses de incidência da contribuição para
o PIS-Pasep e da Cofins por não configurar receita (Solução de Consulta Disit nº 136/2012 da 10ª
Região Fiscal – Rio Grande do Sul).
Em regra no regime não cumulativo, a pessoa jurídica faz jus ao crédito da contribuição para o PIS-Pasep
e da Cofins às alíquotas de 1,65% e de 7,6%, respectivamente e, ainda, nas situações elencadas na Lei nº
10.637/2002 , art. 3º , e na Lei nº 10.833/2003 , art. 3º . Contudo, não há crédito a ser apropriado das
referidas contribuições na aquisição de bens para serem doados (Solução de Consulta Disit nº 208/2011 da
9ª Região Fiscal – Paraná e Santa Catarina), porquanto o direito ao crédito, nessa hipótese, teria cabimento
se tais bens adquiridos fossem destinados à revenda ou utilizados como insumo na prestação de serviços e
na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.
4.3 – QUADRO RESUMO
Tributação Pelo Lucro Presumido – Incidência Cumulativa
IRPJ – 15% Sobre o valor recebido em doação de mercadorias;
CSLL – 9% Sobre o valor recebido em doação de mercadorias;
Pis/Pasep – não sofre tributação;
Cofins – Não sofre tributação.
Nota: Não incide tributação sobre as Outras Receitas Operacionais, segundo a alteração promovida pela
Lei 11.941/09, com efeitos a partir de maio de 2009.
Tributação Pelo Lucro Real – Incidência Não Cumulativa
IRPJ – 15% Sobre o valor recebido em doação de mercadorias;
CSLL – 9% Sobre o valor recebido em doação de mercadorias;
Pis/Pasep – 1,65%;
Cofins – 7,6%.
Nota: Os valores recebidos em doação de mercadorias devem ser alocados na DRE, como Outras Receitas.
Estes valores não tem previsão de exclusão da base de cálculo do Pis/Pasep e Cofins nos tratamentos da
tributação Não Cumulativa, disciplinados pelas Leis 10.637 de 2002 e 10.833 de 2003.
4.4 – SIMPLES NACIONAL
Para efeito da microempresa (ME) e da empresa de pequeno porte (EPP) optante pelo Simples Nacional, o
valor devido mensalmente, por pessoa jurídica comercial, será determinado mediante aplicação das
alíquotas constantes da tabela do Anexo I à Lei Complementar nº 123/2006 sobre a receita bruta auferida
no mês.
Considera-se receita bruta, para fins do Simples Nacional, o produto da venda de bens e serviços nas
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia,
não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
Portanto, a receita decorrente de bens recebidos em doação também não sofre a incidência da tributação
no Simples Nacional por ausência de previsão legal, conforme o teor da decisão da Solução de Consulta nº
58/2012 da 4ª Região Fiscal (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) transcrita a seguir:
As remessas de mercadorias a título de bonificação, doação (art. 538 do Código Civil) ou brinde não são
tributadas pelo Simples Nacional, visto que não constituem receita bruta da empresa. Todavia, ressalte-se
que tal bonificação deve corresponder a um desconto incondicional, constante da mesma nota fiscal que
acompanha as mercadorias que deram origem ao prêmio, ou haja um contrato formal que preveja as
condições negociais sobre a venda e concessão de bonificações, e não dependa de evento posterior à
emissão do documento fiscal. A seu turno, os brindes devem destinar-se a promover a empresa, e não
necessariamente seus produtos, distinguindo-se, portanto, das amostras, podendo, no entanto, a estas ser
assemelhados, desde que representados, exclusivamente, por objetos distribuídos, de forma gratuita, a
clientes ou não, com a finalidade de promoção, de diminuto ou nenhum valor comercial, e apresentem
índice moderado em relação à receita bruta da empresa.
Lei Complementar nº 123/2006 , art. 18 , §§ 1º a 3º; Resolução CGSN nº 94/2011 , arts. 2º , II, 16 e 17
Notas:
(1) O processo de consulta segue o rito do Decreto nº 70.235/1972 , arts. 46 a 58, e suas decisões
produzem efeitos somente àquele que a formulou, não se aproveitando aos demais contribuintes.
(2) O processo de consulta sobre a aplicação da legislação relativa ao Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno
Porte (EPP) – Simples Nacional tem sua regulamentação baseada na Lei Complementar nº 123/2006 , art.
40 , no Decreto nº 7.574/2011 , arts. 93 e 95, e na Resolução CGSN nº 94/2011 , arts. 111 a 115.
5 – CONTABILIZAÇÃO DOS EVENTOS
5.1 – CONTABILIZAÇÃO DOS EVENTOS DE BONIFICAÇÃO
Conforme dispõe a Resolução CFC nº 1.170/2009, determina como questão fundamental na contabilização
dos estoques, quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as
respectivas receitas sejam reconhecidas. No item 09, determina que os estoques de mercadorias devem ser
mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.
Assim, o valor da mercadoria bonificada, poderá ser lançada na seguinte forma:
A empresa JB adquire doze caixas do produto XYZ por R$ 7.200,00 e recebe treze caixas deste produto,
sendo uma a título de bonificação. O pagamento foi à vista.
Nota: Nos lançamentos exemplificativos não serão evidenciados os tributos incidentes da operação.
1. a) – Lançamento contábil na empresa que concede a bonificação
A empresa fornecedora registrará o pagamento à vista em contrapartida da receita auferida e as treze
caixas do produto XYZ serão baixadas do estoque em contrapartida do Custo da Mercadoria Vendida
(CMV).
D – Caixa/Bancos (Ativo Circulante) 7.200,00
C – Receita (Conta de Resultado) 7.200,00
D – CMV (Conta de Resultado) 4.000,00
C – Estoque de mercadorias (Ativo Circulante) 4.000,00
1. b) – Lançamento contábil na empresa que recebe a bonificação
A empresa JB Ltda, contabilizará no estoque as treze caixas do produto XYZ por R$ 7.200,00. Neste caso,
o custo unitário na fixa de estoque da mercadoria em questão é reduzido, pois o rateio do volume recebido
confrontado com o valor da nota fiscal. Na empresa que forneceu os produtos, cada caixa do produto
XYZ é vendido ao preço unitário de R$ 600,00. No entanto, como uma caixa do produto foi concedido em
bonificação as treze caixa do produto XYZ serão registrados por R$ 7.200,00 e, o custo unitário será
menor, R$ 553,84.
D Estoque de mercadorias (Ativo Circulante) 7.200,00
C Caixa/Bancos (Ativo Circulante) 7.200,00
5.2 – CONTABILIZAÇÃO DOS EVENTOS DE DOAÇÃO
A doação de mercadorias não se confunde com as mercadorias bonificadas.
Como na doação a pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra,
de forma isolada, desvinculada de qualquer compra, este valor dos bens doados devem ser reconhecidos
no doador como despesas. Estas despesas por serem mera liberalidade não são dedutíveis no Lucro Real,
devendo ser adicionadas à base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
1. a) – Contabilização na empresa que remete os bens
D – Despesas (DRE)
C – Estoque de mercadorias (AC)
1. b) – Contabilização na empresa que recebe os bens:
D – Estoque de Mercadorias (AC)
C – Outras Receitas Operacionais (DRE)
Fonte: LegisWeb
Proposta de simplificação tributária é insuficiente
24 fev 2017 Barbara Lima
Medidas em discussão pelo governo tem potencial para reduzir o número de horas gastas pelas empresas
para preparar e pagar obrigações com o fisco, entretanto, não dispensam reforma real
São Paulo – A simplificação de impostos em discussão no governo federal deve ser insuficiente para agilizar
o processo tributário brasileiro, dizem especialistas ouvidos pelo DCI. Para eles, mesmo com a implantação
de um plano, os maiores problemas do País só serão resolvidos com uma ampla reforma.
A sócia do DDSA Advogados, Sabine Schuttoff, avalia que as medidas propostas até agora estão muito mais
voltadas a facilitar o cumprimento das obrigações acessórias, relativas aos sistemas para pagamento de
imposto, do que em reformar as obrigações que tratam da apuração fiscal. “Essa parte de obrigações
acessórias, que é referente ao livro e o ambiente que fica por trás do pagamento de impostos, é algo que
toma muito tempo das empresas e realmente precisa mudar, mas isso não basta”, avalia.
Um levantamento do Banco Mundial revela que as empresas brasileiras são as que gastam mais tempo, em
média, na preparação e pagamento de impostos. Com base no estudo, o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, anunciou recentemente que a Receita Federal prepara um programa de “desburocratização
tributária”. Uma das metas desse plano é reduzir o tempo gasto com a regularização de débitos com o fisco,
de 2.038 horas para menos de 600 horas por ano.
Na opinião de Sabine, será difícil cumprir o objetivo do governo sem uma unificação dos impostos (federais,
estaduais e municipais). “Na medida em que fosse simplificado o sistema, com uma Reforma Tributária
mais ampla, aí sim teríamos uma aceleração da queda no número de horas gastas”, avalia ela.
Já sócia-gerente da De Biasi Consultoria, Auditoria e Outsourcing, Alessandra Borrego Matheus, observa
que a unificação de imposto, pelo menos dez tributos principais poderiam ser unificados, seria positiva para
o sistema brasileiro. “Do contrário, não há ganho relevante”, acredita.
Nesse sentido, o relator da Comissão da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, Luiz Carlos Hauly
(PSDB-PR), defende a criação do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) e a fusão do Programa de
Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). No entanto,
nada foi confirmado pelos membros do Executivo.
O IVA, por exemplo, agregaria todos os fiscos estaduais e substituiria o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS), de modo a se tornar um único imposto
sobre o consumo – como já ocorre em países europeus.
Acessórias
Meirelles também comentou a possibilidade de unificar o pagamento de 13 tributos em uma guia do eSocial
(programa digital de escrituração fiscal), o que funcionaria para todos estados e municípios. Para o sócio do
Candido Martins Advogados, Alamy Candido, a proposta eliminaria muitos custos das empresas. “Seriam
necessárias uma menor quantidade de pessoas para trabalhar com a declaração de imposto”, complementa
ele.
A criação de uma nota fiscal eletrônica nacional também estaria em discussão, de acordo com os
especialistas, em oposição ao modelo praticado hoje de um padrão de nota para cada município. Já existem
consultorias dedicadas a mapear todos os layouts de notas existentes para ajudar as empresas, conta
Alessandra “Uma companhia com atuação nacional precisa conhecer os modelos de nota fiscal de todos os
municípios para poder faturar”, explica a advogada.
Na opinião dela, a medida seria muito interessante, mas levaria pelo menos cinco anos para ser
implementada. “Exige tempo para que algo assim seja integrado ao Sistema Público de Escrituração Digital
[Sped]”, garante.
Pela previsão do governo federal, após a implantação do programa tributário, haverá um período de testes
em cinco estados antes de entrar em vigor para todo o País.
Avanço
Alamy Candido alerta que outros governos tentaram modificar o sistema fiscal, entretanto, as alterações se
restringiram às obrigações acessórias. Ele ressalta que as últimas atualizações do Sped, por exemplo,
poderiam ter ido além da digitalização e caminhado para uma unificação.
“O controle da Receita Federal é um dos mais modernos. O governo deveria já ter usado esse sistema para
unificar cadastros, identificar pessoas físicas e jurídicas usando um dado e fazer uma declaração para todos
os tributos”, diz.
Candido afirma que todas as etapas da vida de uma empresa envolvem muita burocracia tributária, o que
precisa mudar. “Hoje, a constituição, a operação e a liquidação das empresas envolvem complexidade
tributária. Uma reforma, se bem executada, resolveria”
Para quem não pode esperar pela reforma tributária, Candido explica que é muito importante fazer um bom
planejamento dos seus tributos. “O planejamento tributário eficiente não elimina a burocracia, mas pelo
menos pode simplificar a estrutura dos pagamentos, fazendo o empresário ganhar tempo”.
Sabine Schuttoff destaca que os próximos meses serão cheios de novas Instruções Normativas da Receita
Federal para instituir as regras, e essa avalanche poderá confundir alguns empresários. Contudo, ela ressalva
que cada esforço no sentido de simplificar a legislação tributária no País tem que ser aplaudido.
Ricardo Bomfim, FONTE: DCI
Créditos de PIS/COFINS para uso e consumo –
solução de consulta COSIT/2017
24 de fevereiro de 2017
ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins
EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. MATERIAIS DE USO E CONSUMO.
FERRAMENTAS E UTENSÍLIOS DE PEQUENO VALOR.
Os materiais de uso e consumo, ferramentas e utensílios de pequeno valor que se desgastam em
função da ação exercida sobre o produto em fabricação permitem a apuração de créditos da Cofins
na modalidade aquisição de insumos, conforme disposto no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833, de
2003, observados os demais requisitos normativos e legais atinentes à matéria.
Vinculada à Solução de Divergência Cosit nº 7, de 23 de agosto de 2016, publicada no Diário Oficial da
União (DOU) de 11 de outubro de 2016.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, inciso II; Instrução Normativa SRF nº 404, de
2004, art. 8º, I, “b” e § 4º.
ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep
EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. MATERIAIS DE USO E CONSUMO.
FERRAMENTAS E UTENSÍLIOS DE PEQUENO VALOR.
Os materiais de uso e consumo, ferramentas e utensílios de pequeno valor que se desgastam em função da
ação exercida sobre o produto em fabricação permitem a apuração de créditos da Contribuição para o
PIS/Pasep na modalidade aquisição de insumos, conforme disposto no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833,
de 2003, observados os demais requisitos normativos e legais atinentes à matéria.
Vinculada à Solução de Divergência Cosit nº 7, de 23 de agosto de 2016, publicada no Diário Oficial da
União (DOU) de 11 de outubro de 2016.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, inciso II; Instrução Normativa SRF nº 247, de
2002, art. 66, I, “b” e § 5º.
FAUSTO VIEIRA COUTINHO
Coordenador
Substituto
Fonte: Receita Federal
Brasileiros que moram fora tem até o dia 28 para
informar a situação à Receita
23 de fevereiro de 2017
A entrega da Comunicação de Saída Definitiva do País neste ano vale para as pessoas que, em 2016, saíram
de forma permanente do Brasil. A Comunicação e a Declaração de Saída Definitiva podem ser preenchidas
pelo programa Receitanet, cujo download gratuito está disponível no site da Receita Federal. “O expatriado
que apresentar a Comunicação e a Declaração à Receita não precisa cumprir as obrigações novamente
enquanto permanecer no exterior nem declarar o Imposto de Renda no Brasil”, informa a especialista na
legislação tributária do Brasil e Estados Unidos, Melissa Fernandes.
Quem deixou o País em 2015 de forma temporária e ficou ausente por, no mínimo, 12 meses consecutivos
também deve cumprir a obrigação. Na primeira situação, o prazo para enviar à Receita começa na data em
que o indivíduo saiu do país. Já no segundo caso, conta- -se a partir do dia seguinte àquele em que se
completou um ano de ausência, quando o indivíduo se torna não residente.
A Comunicação de Saída Definitiva não pode ser confundida com outra obrigação fiscal importante para
aqueles que residem no exterior, de nome parecido: a Declaração de Saída Definitiva, que deve ser
apresentada entre o primeiro dia útil de março e o último dia útil de abril do ano posterior ao da saída
definitiva ou da caracterização da condição de não residente. “A Declaração de Saída Definitiva é
independente da Comunicação de Saída Definitiva, e é obrigatório o envio de ambos os documentos”,
ressalta Melissa.
A especialista explica que é fundamental que os expatriados – pessoas que residem legalmente em outro
país – apresentem Comunicação de Saída Definitiva do País dentro do prazo. Deixar de entregá-los expõe
ao fisco brasileiro os rendimentos provenientes de fontes situadas no Brasil e no exterior. O cidadão
ficaria, então, obrigado a enviar a Declaração de Ajuste Anual como se fosse residente no Brasil. Se a
Declaração de Saída Definitiva for entregue com atraso, as penalidades são iguais às da Declaração de
Ajuste Anual: multa de 1% ao mês ou fração de atraso sobre o imposto de renda devido.
O valor mínimo é de R$ 165,74 e o máximo é de 20% do imposto devido. Outro ponto que merece
atenção é o pagamento da condenação judicial ou do acordo celebrado em ação trabalhista, que terá
cobrado percentual de Imposto de Renda a ser recolhido na fonte. Após a retenção, esse valor deverá ser
declarado no ano subsequente ao seu recebimento. É o que alerta a advogada Débora Ferrareze Patussi, do
Gelson Ferrareze Sociedade de Advogados, de São Paulo, que elucida seus preceitos.
Fonte: Jornal do Comércio – RS
Variações cambiais
Resumo:
Analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos, os detalhes de como contabilizar as operações com
variação cambial, também daremos uma "pincelada" nas regras tributárias disciplinadoras do tema. Para
tanto, utilizaremos como fonte de estudo os princípios de contabilidade atualmente aceitos no Brasil, bem
como as regras tributárias vigentes nos dias atuais, principalmente a Instrução Normativa RFB nº
1.079/2010 que dispõe sobre o tratamento tributário aplicável às variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações do contribuinte em função da taxa de câmbio.
1) Introdução:
Tecnicamente falando, variações cambiais são variáveis monetárias decorrentes das alterações nas taxas
de câmbio em um determinado período, sofrida por direito de crédito ou por obrigações contratadas em
moeda estrangeira. Elas podem variar para mais ou para menos, dependendo da oscilação/variação do
câmbio.
Essas variações, como não poderia deixar de ser, deverão estar registradas na contabilidade da entidade
quando do levantamento do seu Balanço Patrimonial (BP), observado o regime de competência contábil.
Podemos observar essa regra, inclusive, nos artigos 183, caput, I e 184, caput, II da Lei nº 6.404/1976
(Lei das S/A's), in verbis:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos,
classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda;
e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou
contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais
aplicações e os direitos e títulos de crédito;
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
(...)
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda
nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço (Grifo nossos);
Portanto, temos que a entidade que possuir direitos a receber e/ou obrigações a pagar em moeda
estrangeira deverá, por ocasião do levantamento do seu Balanço, proceder à atualização da expressão
monetária, em reais, desses valores com base na taxa cambial vigente naquela data.
Apesar da legislação societária e contábil determinar que o reconhecimento das variações cambiais na
escrituração deve ser feito pelo regime de competência, para fins de apuração da Base de Cálculo (BC) do
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL), as receitas
de atualizações monetárias decorrentes das variações da taxa de câmbio, à opção do contribuinte, podem
ser reconhecidas pelo regime de caixa.
Importante destacar que a adoção do regime de caixa não deve alterar os critérios de contabilização dos
resultados, que são sempre registrados, para fins societários e contábeis, segundo o regime de
competência. Desta forma, os ajustes necessários para a determinação do Lucro Real, devem ser efetuados
diretamente no respectivo livro de apuração (Lalur), mediante adições e exclusões ao lucro contábil.
Nos próximos capítulos analisaremos nos detalhes como contabilizar as operações com variação cambial,
também daremos uma "pincelada" nas regras tributárias disciplinadoras do tema. Para tanto, utilizaremos
como fonte de estudo os princípios de contabilidade atualmente aceitos no Brasil, bem como as regras
tributárias vigentes nos dias atuais, principalmente a Instrução Normativa RFB nº 1.079/2010 que dispõe
sobre o tratamento tributário aplicável às variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do
contribuinte em função da taxa de câmbio.
Esperamos que todos tenham uma ótima leitura e saibam que estamos sempre à disposição para buscar na
legislação atualmente em vigor o melhor para vocês, nossos estimados leitores.
Base Legal: Arts. 183, caput, I e 184, caput, II da Lei nº 6.404/1976 e; Preâmbulo e art. 2º da IN RFB nº
1.079/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
2) Variações cambiais:
As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações (variação cambial) podem ser ativas ou
passivas, conforme segue:
a. variações ativas: são os ganhos de câmbio, ou seja, quando ocorre a elevação dos valores dos
direitos ou a diminuição dos valores das obrigações; e
b. variações passivas: são as perdas de câmbio, ou seja, quando ocorre diminuição dos valores dos
direitos e a elevação dos valores das obrigações.
As variações cambiais dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de
câmbio serão consideradas, para efeitos da legislação do IRPJ, como receitas ou despesas financeiras,
conforme o caso. Essa regra, podemos encontrar no artigo 375 do RIR/1999, in verbis:
Art. 375. Na determinação do lucro operacional deverão ser incluídas, de acordo com o regime de
competência, as contrapartidas das variações monetárias, em função da taxa de câmbio ou de índices ou
coeficientes aplicáveis, por disposição legal ou contratual, dos direitos de crédito do contribuinte, assim
como os ganhos cambiais e monetários realizados no pagamento de obrigações.
Parágrafo único. As variações monetárias de que trata este artigo serão consideradas, para efeito da
legislação do imposto, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso. (Grifo nossos)
Base Legal: Art. 375 do RIR/1999 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
3) Regime de caixa X regime de competência:
No regime de caixa, apenas quando da liquidação da operação é que será reconhecido o ganho ou a perda
cambial. Tal regime revela-se uma forma mais segura e conservadora para o contribuinte, posto que não
será necessário oferecer à tributação a variação cambial ativa decorrente de operação ainda não liquidada e
que, inclusive, pode não se realizar.
Já no regime de competência, a variação cambial é reconhecida a cada período, independentemente da
liquidação da operação. Assim, se ocorrer no período uma variação cambial passiva (despesa), já nesse
período ela irá reduzir o lucro da empresa e, talvez, o montante do IRPJ devido. Ao contrário, caso ocorra
no período uma variação cambial ativa (receita), ela irá implicar aumento no lucro e, talvez, a majoração
do tributo devido.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
4) Taxas cambiais a serem utilizadas:
Para o cálculo das variações cambiais deverão ser utilizadas as taxas cambiais verificadas no fechamento
do mercado de câmbio, no último dia útil de cada mês, que são fornecidas pelo Banco Central do Brasil
(Bacen), através do site www.bcb.gov.br, lembrando que:
a. na atualização de direitos de créditos, devem ser utilizadas as taxas para compra;
b. na utilização de obrigações, devem ser utilizadas as taxas para venda.
Nunca é demais lembrar que a RFB também divulga, mensalmente, o valor das taxas de câmbio para fins
de elaboração de Balanço, por meio de Atos Declaratórios Executivos Cosit, contendo as cotações das
principais moedas. Esses Atos podem ser livremente consultados no site www.receita.fazenda.gov.br.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
5) Tratamento tributário:
O tratamento tributário (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins) aplicável às variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, obedece às disposições constantes
da Instrução Normativa RFB nº 1.079/2010. Nós próximos subcapítulos veremos essas disposições nos
seus detalhes.
Base Legal: Art. 1º da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
5.1) Regime de caixa:
As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de
câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da Base de Cálculo (BC) do IRPJ, da CSLL, da
contribuição para o PIS/Pasep e da contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), bem
como da determinação do lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente operação, segundo
o regime de caixa.
Portanto, para fins tributários o regime de caixa é a regra e o regime de competência é uma opção. Já para
fins contábeis, o regime de competência é a única opção válida!
Base Legal: Art. 30 da MP nº 2.158-35/2001 e; Art. 2º da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax
Contabilidade em 27/01/17).
5.2) Regime de competência:
À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da Base de
Cálculo dos tributos referidos no subcapítulo 5.1, segundo o regime de competência.
A opção pelo regime de competência aplicar-se-á, de forma simultânea, a todo o ano-calendário e a todos
os tributos referidos no subcapítulo 5.1.
A materialização dessa opção, a partir do ano-calendário de 2011, deverá ser feita mediante comunicação
à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) por intermédio da Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF) relativa ao mês de adoção do regime, não sendo admitida DCTF retificadora,
fora do prazo de sua entrega, para essa comunicação (1).
Nota Tax Contabilidade:
(1) Até 31/12/2010, o artigo 30 da MP nº 2.158-35/2001 permitia que o contribuinte alterasse durante o
período de apuração a opção do regime de tributação das variações cambiais (caixa x competência), desde
que seus efeitos fossem aplicados a todo o ano-calendário. A partir de 01/01/2011, com a nova redação
dada ao artigo 30 da MP nº 2.158-35/2001, pela Lei 12.249/2010, a opção pelo regime de tributação das
variações cambiais (caixa x competência) somente poderá ser exercido no mês de janeiro do respectivo
ano-calendário ou no mês do início de atividades, sendo irretratável, salvo em situação de elevada
oscilação da taxa de câmbio (Ver subcapítulo 5.2.1 abaixo).
Base Legal: Art. 30 da MP nº 2.158-35/2001 e; Arts. 3º e 4º da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax
Contabilidade em 27/01/17).
5.2.1) Alteração da opção:
O direito de alteração do regime de competência para o regime de caixa, no reconhecimento das variações
monetárias, no decorrer do ano-calendário é restrito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de
câmbio.
Essa alteração deverá ser informada à RFB por intermédio da DCTF relativa ao mês subsequente ao qual
se verificar a elevada oscilação.
Base Legal: Art. 5º da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
5.2.2) Oscilação elevada:
Ocorre elevada oscilação da taxa de câmbio quando, no período de um mês-calendário, o valor do dólar
dos Estados Unidos da América (EUA) para venda apurado pelo Bacen sofrer variação, positiva ou
negativa, superior a 10% (dez por cento).
Para determinar a variação do dólar no mês é necessário comparar os valores do dólar no 1º (primeiro) e
no último dia do mês-calendário que possuem cotação publicada pelo Bacen.
Caso o cálculo da oscilação seja superior a 10% (dez por cento), a alteração do regime de competência
para o regime de caixa para reconhecimento das variações monetárias poderá ser efetivada no mês-
calendário seguinte àquele em que ocorreu a elevada oscilação da taxa de câmbio.
Registra-se que a alteração do regime faz com que o contribuinte aplique o novo regime para todo o ano-
calendário (2).
A título de exemplo, suponhamos que a taxa do dólar de venda do 1° (primeiro) dia do mês janeiro/20X1
seja de R$ 3,1000 (três reais e dez centavos) e no último dia desse mesmo mês seja de R$ 3,4500 (três
reais e quarenta e cinco centavos). Com base nesses dados, temos o seguinte cálculo da oscilação elevada:
1° cálculo: R$ 3,1000 - R$ 3,4500 = R$ 0,3500;
2° cálculo: R$ 0,3500 / R$ 3,1000 = 0,1129;
3° cálculo: 0,1129 x 100 = 11,29%.
Fazendo a prova dos 9 (nove), se aplicarmos os 11,29% sobre o 1° (primeiro) valor do dólar de venda e
somando ao mesmo tem-se o último valor do dólar do mês janeiro/20X1.
Nota Tax Contabilidade:
(2) Na hipótese de ter ocorrido elevada oscilação da taxa de câmbio nos meses de janeiro a maio de 2015,
a alteração de regime poderá ser efetivada excepcionalmente no mês de junho de 2015.
Base Legal: Art. 5º-A da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
5.3) Alteração do regime de um ano-calendário para outro:
Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de caixa
para o critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de competência, deverão ser
computadas na Base de Cálculo (BC) do IRPJ, da CSLL, da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
em 31 de dezembro do período de encerramento do ano precedente ao da opção, as variações monetárias
dos direitos de crédito e das obrigações incorridas até essa data, inclusive as de períodos anteriores ainda
não tributadas.
Já na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de
competência para o critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de caixa, no período
de apuração em que ocorrer a liquidação da operação, deverão ser computadas na Base de Cálculo (BC)
do IRPJ, da CSLL, da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações relativas ao período de 1º de janeiro do ano-calendário da opção até a data da
liquidação.
Base Legal: Arts. 6º e 7º da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
5.4) Alteração do regime no curso do ano-calendário:
Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de
competência para o critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de caixa no decorrer
do ano-calendário, prevista no subcapítulo 5.2.1 acima, no momento da liquidação da operação, deverão
ser computadas na Base de Cálculo (BC) do IRPJ, da CSLL, da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações relativas ao período de 1º de janeiro do
ano-calendário da alteração da opção até a data da liquidação.
Ocorrendo a referida alteração deverão ser retificadas as DCTF, Escrituração Fiscal Digital das
Contribuições incidentes sobre a Receita (EFD-Contribuições) e demais obrigações, cujas informações
sejam afetadas pela mudança de regime, relativas aos meses anteriores do próprio ano-calendário.
Base Legal: Art. 8º da IN RFB nº 1.079/2010 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
6) Tratamento contábil:
Contabilmente, a variação cambial deverá ser lançada a débito ou a crédito da conta que originou o direito
ou a obrigação, tendo como contrapartida contas de resultado, de "Variações Cambiais Ativas (CR)" ou de
"Variações Cambiais Passivas (CR"), conforme o valor apurado da variação seja uma receita ou despesa,
respectivamente.
Se a moeda nacional se desvalorizar em relação à moeda na qual foi realizado o negócio (quando ocorrer
elevação da taxa de câmbio), as atualizações com base nas taxas cambiais geram variação cambial passiva
(despesa) nas obrigações e variação cambial ativa (receita) nos direitos de crédito.
Por outro lado, se no período a que se referir à atualização cambial, a moeda nacional se valorizar frente à
moeda estrangeira (quando ocorrer à diminuição da taxa de câmbio), as atualizações com base nas taxas
cambiais geram variação cambial passiva (despesa) nos direito de crédito e variação cambial ativa
(receita) nas obrigações.
Desta forma, enfatizamos que a empresa deverá efetuar o acompanhamento individualizado de cada
operação e no registro das operações ela deverá observar que:
a. as variações cambiais devem ser apuradas, no mínimo, em períodos correspondentes aos meses-
calendário;
b. antes do registro das liquidações ocorridas, ainda que parciais, deve ser apurada a variação cambial
verificada entre a data da última apuração e a data da liquidação;
c. a variação cambial liquidada deve ser calculada mediante a multiplicação do valor liquidado em
moeda estrangeira pela diferença entre o valor da cotação da moeda na data da liquidação, total ou
parcial, da operação, e o valor da cotação da moeda na data de início da operação.
Base Legal: Art. 375 do RIR/1999 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
6.1) Exemplo prático:
A título de exemplo, suponhamos que a empresa Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda., pessoa
jurídica com sede no Município de Campinas/SP, possua em 30/09/20X1 os seguintes direitos de créditos
e de obrigações em moeda estrangeira:
Direito / Obrigação Valor
Clientes no mercado externo US$ 3.000.000,00
Contrato de financiamento em moeda estrangeira US$ 1.500.000,00
No dia 30/09/20X1, data em que a Vivax levantou seu Balancete mensal, as cotações do dólar eram de R$
3,5380 para compra e de R$ 3,5860 para venda. Desta forma, o referido Balancete apresentava os
seguintes saldos em reais (R$):
Direito / Obrigação Valor
Clientes no mercado externo (US$ 3.000.000,00 X 3,5380) R$ 10.614.000,00
Contrato de financiamento em moeda estrangeira (US$ 1.500.000,00 X 3,5860) R$ 5.379.000,00
Em 31/10/20X1, as cotações do dólar foram de R$ 3,5750 para compra e de R$ 3,6150 para venda.
Portanto, admitindo-se não ter havido alteração nos saldos em dólares de 30/09/20X1, teremos os
seguintes os seguintes saldos em reais (R$) no fechamento do Balancete do mês de outubro/20X1:
Direito / Obrigação Valor
Clientes no mercado externo (US$ 3.000.000,00 X 3,5750) R$ 10.725.000,00
Contrato de financiamento em moeda estrangeira (US$ 1.500.000,00 X 3,6150) R$ 5.422.500,00
Uma vez concluído essas análises, a Vivax deverá efetuar o lançamento contábil da variação monetária
decorrente das alterações das taxas de câmbio. Para tanto, a mesma deverá efetuar os seguintes
lançamentos contábeis:
Pelo reconhecimento da variação cambial dos direitos de créditos em moeda estrangeira, em virtude
da desvalorização do real:
D - Clientes no Exterior (AC) _ R$ 111.000,00 (3)
C - Variações Cambiais Ativas (CR) _ R$ 111.000,00
Pelo reconhecimento da variação cambial das obrigações em moeda estrangeira, em virtude da
desvalorização do real:
D - Variações Cambiais Passivas (CR) _ R$ 43.500,00 (4)
C - Financiamento em Moeda Estrangeira (PC ou PNC) _ R$ 43.500,00 (5)
Legenda:
AC: Ativo Circulante;
CR: Conta de Resultado;
PC: Passivo Circulante; e
PNC: Passivo Não Circulante.
Notas Tax Contabilidade:
(3) Valor da variação cambial = Saldo em Reais da conta em 31/10/20X1 - Saldo em Reais da conta em
30/09/20X1 ==> Valor da variação cambial = R$ 10.725.000,00 - R$ 10.614.000,00==> Valor da
variação cambial = R$ 111.000,00.
(4) Valor da variação cambial = Saldo em Reais da conta em 31/10/20X1 - Saldo em Reais da conta em
30/09/20X1 ==> Valor da variação cambial = R$ 5.422.500,00 - R$ 5.379.000,00 ==> Valor da variação
cambial = R$ 43.500,00.
(4) De acordo com o artigo 180 da Lei nº 6.404/1976, as obrigações da companhia, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no Passivo
Circulante (PC), quando se vencerem no exercício seguinte, e no Passivo Não Circulante (PNC), se
tiverem vencimento em prazo maior.
Base Legal: Art. 180 da Lei nº 6.404/1976 e; NBC TG 02 (Checado pela Tax Contabilidade em 27/01/17).
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 28/01/2017 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado até a legislação
vigente em 22/02/2017 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações
legais.
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A utilização para fins exclusivamente educacionais é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Variações cambiais (Area: Manual de Lançamentos Contábeis). Disponível em: http://www.tax-
contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=518. Acesso em: 26/02/2017.
Direito do Agronegócio
A partir de abril, incidirá IPI também sobre ração para cães e
gatos
17 de fevereiro de 2017, 8h00
Por Gustavo Ventura
É com muita satisfação que participamos, ao lado de valorosos colegas, da coluna Direito do Agronegócio
da ConJur. Certamente será um importante espaço para difundirmos a ciência do Direito aplicada a
questões que envolvam o agronegócio, em todos os seus diversos segmentos.
Para demonstrar o quão são variadas as discussões, escolhemos tratar em nosso primeiro artigo de um
segmento bem específico: a indústria de alimentos para cães e gatos, que igualmente compõem o universo
do agronegócio.
Como se sabe, o chamado mercado pet é um dos que menos sentiram a crise econômica que
atravessamos[1], além de manter um ritmo de investimentos em seus diversos segmentos[2].
O objetivo do presente artigo é abordar a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)
sobre as rações (alimentos compostos completos) para cães e gatos antes e depois da publicação do
Decreto 8.950, de 29 de dezembro de 2016, que instituiu uma nova tabela do IPI.
Nesse universo, as indústrias que produzem alimentos para cães e gatos estão diante de uma discussão
interessante no âmbito do Direito Tributário: a não incidência do IPI incidentes sobre as rações até 31 de
março de 2017, em função das inovações trazidas pela nova tabela do IPI, conforme passamos a
demonstrar.
O IPI, previsto no artigo 153, IV[3], da Constituição Federal, tem como a sua principal hipótese de
incidência as operações com produtos industrializados no mercado interno. O Código Tributário Nacional
estabelece as suas normas gerais nos artigos 46 a 51.
Como se sabe, as alíquotas do IPI são definidas por decreto, onde uma tabela anexa traz os mais diversos
produtos. As operações com produtos industrializados constantes do Capítulo 23 da Tabela do IPI
referem-se à produção de alimentos para cães e gatos. E a norma sofreu importante inovação pelo Decreto
8.950/2016, ao prescrever de maneira clara a incidência do imposto sobre os chamados alimentos
compostos completos, com base na alíquota de 10%, o que não existia no Decreto 7.660/2011, que até
então tratava da matéria.
Porém, até 31 de março de 2017, em face do chamado princípio da anterioridade tributária, previsto no
artigo 150, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, quem produz alimentos compostos completos
para cães e gatos — tecnicamente diferente de mero alimento, pois busca atender a todas as necessidades
nutricionais desses animais — deve ser inserido no item 2309.90.10 cuja alíquota é zero, nos termos da
tabela prevista no Decreto 7.660/2011.
Para a devida compreensão do tema, se faz necessário analisar as normas que tratam da fiscalização e da
produção de alimentos para animais.
A matéria é regulada pela Lei 6.198/74, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos
produtos destinados à alimentação animal:
“Art 1º A inspeção e a fiscalização dos produtos destinados à alimentação animal, (Vetado) serão
efetuadas, em todo o território nacional, obrigatoriamente, desde a produção até a comercialização,
nos termos desta Lei.
Art 2º A inspeção e a fiscalização referidas no Art. 1º, a cargo do Ministério da Agricultura, terão
em vista os aspectos industrial, bromatológico e higiênico-sanitário e far-se-ão: (...)
c) Nos estabelecimentos industriais;
O Decreto 6.296/2007 é a norma que regula os termos da Lei 6.198/74. Trata-se de uma norma que dispõe
sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal. Até então, a
regulação coube ao Decreto 76.986/76.
Nesse contexto, o Decreto 6.296/2007 prescreve a obrigatoriedade da empresa que pretende produzir
alimentos[4] para animais ser cadastrada no Ministério da Agricultura:
“Art. 6o Todo estabelecimento que produza, fabrique, manipule, fracione, importe e comercie
produto destinado à alimentação animal deve, obrigatoriamente, estar registrado no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
§ 1o O registro de estabelecimento será efetuado por unidade fabril e terá prazo de validade de cinco
anos, podendo ser renovado, pelo mesmo período, sucessivamente.
§ 2o A renovação do registro de que trata o § 1o deverá ser pleiteada com antecedência de até
sessenta dias de seu vencimento. (...)”
Além disso, o Ministério da Agricultura, por meio das Instruções Normativas 15/2009 e 30/2009
prescrevem, tecnicamente, quais são os tipos de alimentos para animais, de acordo com as suas
características nutritivas, o que tem influência direta na classificação constante na posição 23.09 da TIPI,
já acima transcrita. O art. 3º, do anexo I, da Instrução Normativa nº 30/2009, conceitua o que são animais
de companhia e alimento completo.
“Art. 3º Para os efeitos desta Instrução Normativa, considera-se:
I - animais de companhia: os animais pertencentes às espécies criadas e mantidas pelo homem para
seu entretenimento, sem propósito de fornecimento de produtos ou subprodutos de interesse
econômico;
II - alimento completo: é um produto composto por ingredientes ou matérias-primas e aditivos
destinado exclusivamente à alimentação de animais de companhia, capaz de atender integralmente
suas exigências nutricionais, podendo possuir propriedades específicas ou funcionais;
Portanto, de acordo com IN 30/2009 (MAPA) cães e gatos são tecnicamente considerados animais de
companhia, uma vez que não fornecem produtos ou subprodutos de interesse econômico. Por sua vez o
chamado alimento completo apresenta a característica de atender integralmente as necessidades
nutricionais dos animais, sendo diferentes de outros produtos industrializados como, por exemplo, o
alimento específico e o produto mastigável.
Como se sabe, o Direito Tributário não se presta a conceituar elementos fora do seu âmbito de regulação
(lançamento, obrigação, crédito etc.), ao contrário, se vale dos conceitos trazidos pelas normas específicas
dos diversos ramos do direito positivo. É tão relevante tal premissa, que o CTN, em seu artigo 110,
prescreve que a lei tributária não pode alterar o conteúdo e o alcance de institutos e formas de direito
privado.
Assim, para a correta interpretação da posição 23.09, constante da Tabela do IPI, é indispensável
interpretar os conceitos constantes no ordenamento jurídico pátrio em relação aos alimentos para animais.
Sobre o tema da classificação dos produtos na tabela do IPI, Paulo de Barros Carvalho faz o seguinte
comentário:
“Antes de mais nada, porém, uma advertência tratando-se de classificação produzida na linguagem
prescritiva do direito, está informada por critérios exclusivamente jurídicos. As diretrizes que
orientam a distribuição das posições, subposições, itens e subitens devem ser pesquisadas nos
limites do ordenamento positivo brasileiro, descabendo falar-se em recursos de outras Ciências,
como expedientes técnicos que justifiquem o alojamento das mercadorias em vários compartimentos
da tabela.... A observação é útil porque um sistema de classificação, como o de que falamos, é algo
sobremaneira complexo, em que as múltiplas classes e subclasses se cruzam e entretecem,
reivindicando a atenção do intérprete para o correto isolamento do objeto procurado.”[5]
A ressalva de Paulo de Barros Carvalho é relevante e pode ser aplicada ao que aqui se defende. Em regra,
a posição 23.09 trata de preparação dos tipos de alimentação para animais.
A tabela do IPI inserida pelo Decreto 7.660, subitem 2309.10.00., os alimentos para cães e gatos —
animais de companhia — recebem tratamento específico e a legislação prescreve a alíquota de 10%.
Portanto, é dever das indústrias recolherem o IPI, caso venha a produzir alimentos para cães e gatos, desde
que não sejam alimentos compostos completos, cuja incidência ocorrerá apenas a partir de abril de 2017,
em função das inovações trazidas pelo Decreto 8.950/2016. A tabela vigente até o fim de março assim
estabelece:
Assim, a interpretação da tabela deve levar em consideração o produto (alimentos para animais), sendo
necessário verificar se existe subitem específico, como é o caso dos alimentos compostos completos,
classificado no item 2309.90.10.
Portanto, no caso de operações com alimentos compostos completos, ainda que sejam destinados a
alimentação de cães e gatos, não há dúvida que a classificação correta é a 2309.90.10 e não a 2309.10.00,
nos termos do Decreto 7.660/2011.
A classificação 2309.90.10 não se trata de animal específico, como ocorre com a primeira, mas a diferença
que se verifica entre as duas classificações é o tipo de alimento produzido, na primeira hipótese, qualquer
alimento; na segunda, um alimento que busque fornecer ao animal ‘a totalidade dos elementos nutritivos
necessários para uma alimentação diária racional e equilibrada (alimentos compostos completos).
Fazendo uma releitura do artigo 11, da Lei 4.502/64, a classificação se faz pelos dizeres das posições e
incisos pelas notas de cada uma das alíneas, capítulos e, supletivamente, pelas regras que se seguem.
Entre as “preparações dos tipos utilizados para alimentação de animais”, descrita na posição 23.09, existe
regra específica, contida no 2309.90.10., devendo essa prevalecer.
De fato, a mera leitura das regras de interpretação utilizadas pela própria Receita não deixa dúvidas em
relação à aplicação da regra específica. Segundo elas, a classificação das mercadorias na Nomenclatura se
faz da seguinte forma:
(...) 3.Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições por aplicação
da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se da forma seguinte:
a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais
posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto
misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados
para venda a retalho, tais posições devem considerar-se, em relação a esses produtos ou artigos,
como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou
completa da mercadoria.
b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião
de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho,
cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3 a), classificam-se pela matéria ou
artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta determinação.
c) Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria
classifica-se na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de
validamente se tomarem em consideração.
Portanto, a matéria trazida se baseia na interpretação das normas tributárias de incidência do IPI em
relação aos alimentos para animais, que por sua vez é objeto da legislação específica aqui analisada.
O Superior Tribunal de Justiça, em decisão irretocável de sua 1ª Turma, já teve a oportunidade de se
manifestar sobre a matéria e decidiu que não há incidência de IPI em preparações alimentares completas
para cães e gatos, no Recurso Especial 953.519 – SP, cujo relator foi o ministro Luiz Fux, hoje no
Supremo Tribunal Federal.
A partir da interpretação da legislação sobre a alimentação animal, foi possível realizar a correta
interpretação da posição 23.09 Tabela do IPI, de forma a verificar que os alimentos compostos completos,
independentemente de serem vendidos para cães e gatos, estão submetidos à alíquota zero. Assim, é
devido o IPI (alíquota de 10%) apenas nos casos de venda de alimentos para cães e gatos que não sejam
alimentos compostos completos, sob a égide do Decreto 7.660/2011.
É de se destacar que é um equívoco partir da premissa de que os alimentos para cães e gatos seriam mais
específicos do que o tipo do alimento produzido. Ora, conhecendo a legislação do Ministério da
Agricultura que trata do tema, resta evidente que os alimentos compostos completos referem-se a um tipo
mais específico do que o mero alimento e isso foi reproduzido na própria TIPI.
É evidente que o ponto de vista aqui defendido não é acolhido pela Receita Federal. Todavia, o governo
federal, ao inovar com a publicação do Decreto 8.550, de 29/12/2016, estabeleceu – agora de maneira
clara – a intenção de tributar os alimentos compostos completos para cães e gatos, em seu Capítulo 23[6].
A mera leitura da tabela atual demonstra, de maneira clara, que os alimentos compostos completos para
cães e gatos está agora no âmbito da incidência do IPI, por ser uma exceção explícita a alíquota zero
aplicada aos demais alimentos compostos completos.
Cabe aqui destacar que a inovação trazida pelo Decreto 8.580/2016 não serviu para aclarar uma
obscuridade. Em absoluto. Trata-se de uma de inovação normativa que inclui no campo de incidência do
IPI as operações internas com alimentos compostos completos para cães e gatos, o que deve respeitar, a
chamada anterioridade tributária.
Concluímos que as indústrias que produzem alimentos compostos completos para cães e gatos estarão
obrigadas ao recolhimento do IPI, com base em uma alíquota de 10%, a partir de abril de 2017, nos termos
da ex 1, constante na posição 2309.90.90 (veja abaixo), inovada pelo Decreto 8.580, de 29 de dezembro de
2016, não existindo previsão legal para tal cobrança no Decreto 7.660/2011, ainda vigente.
[1]http://economia.estadao.com.br/blogs/sua-oportunidade/mercado-pet-resiste-e-mostra-ser-opcao-para-
empreender/
[2]http://www.valor.com.br/empresas/4856890/nestle-planeja-dobrar-operacao-em-racao-animal-no-
brasil-ate-2020
[3]Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado
nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma
da lei.
[4]Por muitos anos a matéria foi regulada pelo o Decreto 76.986/76, revogado pelo Decreto 6.296/2007.
[5] Direito Tributário Linguagem e Método, 2008, pág. 621, Ed. Noeses.[6] Capítulo 23 da atual tabela do
IPI.
Gustavo Ventura é advogado, especialista em Direito Tributário pela Universidade de Santiago de
Compostela e mestre pela PUC-SP. Professor de pós-graduação e presidente da comissão de Direito
Financeiro do Instituto dos Advogados de Pernambuco.
Revista Consultor Jurídico, 17 de fevereiro de 2017, 8h00
Opinião
Imposto sobre Serviços não incide sobre contratos de
franquia
20 de fevereiro de 2017, 11h30
Por Henrique Napoleão Alves e Eduardo Junqueira Coelho
Prática de origem estrangeira, o franchising se caracteriza pelo acordo entre franqueador e franqueado por
meio do qual o último passa a usar o modelo de negócio e a marca do primeiro.
A marca é inserida, aí, como parte importante do modelo de negócio e como uma das responsáveis por
permitir que o franqueado já obtenha um certo número de clientes (por ela atraídos) logo no início de seu
novo empreendimento (SHERMAN, Andrew J. Franchising & licensing: two powerful ways to grow your
business in any economy. 3 ed. New York: American Management Association, 2004, p.11-12). O
conjunto de direitos dados ao franqueado costuma ser amplo, usualmente abarcando um conjunto de
marcas e códigos (logotipo, design, uniformes, etc.) e, em especial, o “know-how”, cuja transmissão se dá
por meio de manuais, programas de treinamento e de suporte (SHERMAN, op. cit., p.107).
Em poucas palavras: cuida de espécie de “locação” ou “cessão” de um modelo de negócio, mediante
pagamento de valor, enquanto durar o uso ou locação do negócio em questão.
Pelo menos trinta e três países possuem regulação jurídica explícita sobre o franchising, dentre eles o
Brasil, que define legalmente a “franquia” como o sistema pelo qual o franqueador cede ao franqueado “o
direito de uso de marca ou patente”, “o direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou
serviços” e “o direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador” (artigo 2º da Lei 8.955/1994).
A definição legal brasileira é sábia. Sendo “locação” ou “cessão” de todo um modelo de negócio, o
franchising pode adquirir inúmeras feições, cada qual com um ou mais elementos da definição legal.
Independentemente das variações, há algo comum a todo franchising: os diferentes direitos e atividades
envolvidos sempre servem ao fim último de proporcionar ao franqueado a reprodução do negócio
concebido pelo franqueador.
O contrato de franquia tipicamente abrange prestações recíprocas de natureza variada. Ambas as partes
assumem obrigações de dar e de fazer, todavia indivisíveis, porquanto partes de um todo (a franquia), de
uma locação ou cessão de todo um modelo de negócio. Neste sentido, foi compreendido como um
contrato que abrange “prestações recíprocas e sucessivas com o fim de se possibilitar a distribuição,
industrialização ou comercialização de produtos, mercadorias ou prestação de serviços, nos moldes e
forma previstos em contrato de adesão”. (SIMÃO FILHO, Adalberto. Franchising. 3 ed. São Paulo: Atlas,
1998, p.36, 42). Em sentido semelhante, o Superior Tribunal de Justiça salientou que o contrato de
franquia é “formado por vários elementos circunstanciais” (AgRg no Ag 746597/RJ).
No debate sobre a incidência ou não de ISSQN sobre franquia, destacam-se três linhas argumentativas: (1)
comparação entre franquia e locação de bem móvel; (2) comparação entre franquia e o conceito
constitucional de serviço para fins tributários; (3) exame da questão diante da distinção entre atividade-
meio e atividade-fim.
Sobre o ponto (1), argumenta-se que, antes da LC 116, o contrato de franquia deveria ser tributado pelo
ISSQN a título de “locação de bem móvel” (item 79 da lista anexa ao Decreto-lei 406/68). Contudo, no
leading case sobre interpretação jurídica sobre a incidência do ISSQN (RE 114354/RJ), o Supremo
Tribunal Federal assentou que, na cobrança desse tributo, não cabe incluir atividades-meio e não cabe
incidência por analogia (o que, aliás, remonta ao clássico acórdão do STF no caso RE 78927/RJ, ocasião
na qual Aliomar Baleeiro afirmou a impossibilidade de cobrança do Imposto Municipal sobre Serviços
através de ampliação dos itens taxativos da lista por emprego de analogia).
Mais recentemente, em 2014, o mesmo STF, em Plenário, reafirmou os critérios tributários interpretativos
da vedação de incidência analógica e a necessidade de respeito aos conceitos de direito privado adotados
pelo direito tributário, “na forma do artigo 110 do CTN, à luz da interpretação conjunta do artigo 146, III,
combinado com o artigo 155, inciso II e parágrafo 2º, IX, “a”,” todos da Constituição (cf. RE 540829/SP;
RE 602295 AgR/RJ).
Os critérios adotados pelo STF levam à conclusão da impossibilidade de incidência tributária da franquia
como se “locação de bem móvel” fosse; afinal, a tese contrária desconsideraria a relação entre meio e fim
própria da franquia e das múltiplas atividades e direitos que podem lhe compor, promoveria analogia entre
locação de bem móvel e a vária prática da franquia e, por fim, equipararia institutos diferentes (locação e
franquia), contrariando, assim, o respeito constitucional e infraconstitucional aos conceitos de direito
privado adotados na seara tributária.
De toda sorte, mesmo se fossem afastados os critérios do STF mencionados até aqui, a incidência a título
de locação de bem móvel ainda assim esbarraria no entendimento afirmado pela mesma Corte
Constitucional em sede de Súmula Vinculante (ref. Súmula Vinculante 31).
Quanto ao ponto (2), nos mesmos termos do entendimento consubstanciado na Súmula Vinculante 31, o
STF também afirmou a existência de um “conceito constitucional de serviço que provém do direito
privado”, cujo núcleo consiste em obrigação de fazer (cf. RE 602295 AgR/RJ; RE 446.003-AgR; AI
623.226-AgR). Em linhas gerais, o fato gerador do ISS enquadra-se no conceito de serviço, prestado com
autonomia, na mesma linha da definição do Código Civil já revogado, no seu artigo 1.216, constante do
artigo 594 do Código Civil atual.
A franquia, no entanto, não se amoldaria a tal conceito, por ser contrato que envolve prestações recíprocas
de natureza variada. Ambas as partes assumem obrigações de dar e de fazer, indivisíveis porquanto partes
de um todo, a franquia, a cessão de um modelo de negócio (que, de sua parte, evidentemente não pode ser
reduzido a um fazer).
Esse mesmo entendimento já foi adotado pelo Superior Tribunal de Justiça em inúmeras oportunidades
(AgRg no Ag 746597 / RJ; AgRg no Ag 581593 / MG; REsp 222246 / MG; REsp 189.225; etc.), e
coincide com a forma pela qual a doutrina examinou a questão, ao afirmar que o conceito constitucional
de serviço tributável abrange “a) as obrigações de fazer e nenhuma outra; b) os serviços submetidos ao
regime de direito privado não incluindo, portanto, o serviço público (porque este, além de sujeito ao
regime de direito público, é imune a imposto, conforme o artigo 150, VI, "a", da Constituição); c) que
revelam conteúdo econômico, realizados em caráter negocial - o que afasta, desde logo, aqueles prestados
a si mesmo, ou em regime familiar ou desinteressadamente (afetivo, caritativo, etc.); d) prestados sem
relação de emprego – como definida pela legislação própria - excluído, pois, o trabalho efetuado em
regime de subordinação (funcional ou empregatício) por não estar in comércio.” (BARRETO, Aires F. ISS
- Não incidência sobre Franquia. Revista de Direito Tributário, n. 64, p.216, 221).
Em relação ao ponto (3), em muitas ocasiões diferentes ao longo do tempo, o mesmo STF logrou afirmar e
reafirmar que não pode haver incidência de ISSQN em relação às chamadas atividades-meio (AI 601009
AgR / MG; RE 114.354; RE 108.665; RE 105.844; RE 97.804; etc.); o mesmo ocorreu no âmbito do STJ
(v.g., AgRg no AREsp 445726 / RS; REsp 883254/MG; AgRg nos EDcl no AREsp 48.665/PR; AgRg no
REsp 1.192.020/MG; REsp 883.254/MG; etc.).
O contrato de franquia tem como atividade-fim a cessão de um modelo de negócio (do qual a marca é um
dos itens importantes), para o qual concorrem uma multiplicidade de atividades de ambas as partes.
Desmembrá-lo para fins tributários equivale a violar a distinção entre atividade-meio e atividade-fim e da
intributabilidade da atividade-meio no âmbito do ISSQN, consagrada em diferentes decisões dos tribunais
superiores. Além disso, contraria a unicidade que o contrato de franquia caracteristicamente confere à
diversidade de relações jurídicas que congrega (e a proteção especial dada aos conceitos de direito privado
pelo artigo 110 do CTN).
Henrique Napoleão Alves é sócio do escritório Sacha Calmon – Misabel Derzi Consultores e Advogados,
professor universitário e Doutor em Direito pela UFMG.
Eduardo Junqueira Coelho é mestre em Economia pela UFV e sócio conselheiro do Sacha Calmon –
Misabel Derzi Consultores e Advogados.
Revista Consultor Jurídico, 20 de fevereiro de 2017, 11h30
Opinião
Verdades de uma realidade desigual na relação contribuinte e
Fisco
21 de fevereiro de 2017, 6h06
Por Ricson Moreira Coelho da Silva
Há dois problemas que precisamos sublinhar sobre a relação fisco contribuinte, que tem interferido,
diuturnamente, no dia a dia daqueles que lidam com a seara tributária.
O primeiro e maior deles diz respeito à impossibilidade, haja vista o contido no artigo 170-A do Código
Tributário Nacional e o previsto no artigo 74 da Lei 9.430/96, de se compensar crédito reconhecido
judicialmente, porém não transitado em julgado.
É que, embora em algumas dessas oportunidades, o tema já tenha sido objeto de recurso repetitivo,
fixando tese a favor do contribuinte e não guarde repercussão geral ou ofensa direta à Constituição
Federal, como no caso da discussão pertinente ao aviso prévio indenizado, haja vista o decidido pelo
Supremo Tribunal Federal, traduzido na nota de dispensa de recurso 485/2016, da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional, ainda assim, acaso não haja trânsito em julgado, o contribuinte detentor de uma medida
liminar está proibido de compensar tal montante.
Nesse sentido, observa-se no que se refere aos processos em andamento, o destaque para a questão
pertinente “a volta dos que nunca foram”. Com efeito, afinal, se como dito acima, não se pode compensar
um crédito liminar reconhecido por decisão judicial antes do trânsito em julgado, uma liminar cassada
durante o transcorrer do processo, efeito nulo teria, pois, a princípio não cabe modulação de efeitos de
decisão endoprocessual.
Contudo, já assistimos a tal espécie (modulação) em recente julgamento do Ministro Napoleão Maia do
Superior Tribunal de Justiça, o qual, em questão versando sobre abono de permanência, modulou a
decisão final de processo judicial, concedendo ultratividade processual à decisão liminar que reconhecia a
inexigibilidade da cobrança em destaque [1].
O segundo deles diz respeito à constante insegurança jurídica decorrente da mudança jurisprudencial de
entendimentos sobre questão de incidência e não incidência e sua influência sobre processos já julgados
ou em julgamento. É que apesar de difícil controle e às vezes até bem quista por alguns setores, a
constante vacilação da jurisprudência sobre questões de incidência e não incidência tributária causa
prejuízo enorme na relação que se propõe discutir, notadamente quando se pensa sobre o ponto de vista da
segurança jurídica.
Ora, nesse contexto, como agir?
Se a empresa nada faz, ela pode aguardar que uma decisão judicial tomada em sede de repetitivo ou de
repercussão geral reconheça a ilegalidade ou inconstitucionalidade de uma exação tributária e a partir daí,
ao vincular a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, ela não tenha mais
contra si auto de infração e/ou execução fiscal ajuizada contra si.
Contudo, questiona-se, por quanto tempo haverá de esperar?
Daí que a medida mais racional é ajuizar ações que demonstrem a ilegalidade e inconstitucionalidade de
certas cobranças, afinal os efeitos prospectivos não lhe satisfazem por inteiro.
Nesse ínterim há de correr o risco, veja-se, que se afirma “o risco” de uma decisão liminar initio litis que
lhe garanta o direito de se furtar à cobrança. Mas que cobrança? Apenas a derivada de auto de infração?
Ou as execuções fiscais ajuizadas em razão de dita exação?
No que concerne aos autos de infração será razoável que o auditor lance o tributo, porém que em seguida
o declare suspenso, já no diz respeito à execução, se valerá a Procuradoria de menção à jurisprudência que
impede a discussão de formação do título em razão de causa que é posterior à inscrição.
Contudo, voltemos à situação na qual o contribuinte alcança provimento provisório e suspende a
exigibilidade do tributo. Nesse caso, o crédito não é extinto enquanto não houver o trânsito em julgado, o
que o impede de compensar tais valores. De outro lado, a jurisprudência pode mudar e a decisão pode ser
cassada, nesse caso, pululam questionamentos sobre a possibilidade de modulação dos efeitos da decisão,
tal qual acima destacado.
Assim, se a modulação vale para decisões passadas em julgado, por que não igualmente valeria para
decisões provisórias com ar de definitiva, que se alongam anos a fio no tempo? Apenas por não haver
transitado em julgado? Por não ter ato declaratório de dispensa a respeito? Por que o judiciário pode
vacilar sua jurisprudência em detrimento da segurança jurídica e cujo risco deve ser assumido
inteiramente pelo contribuinte?
É que, o contribuinte nesse contexto de litigância de massa, normalmente cede ao modismo e embarga na
justa expectativa de conseguir provimento que o livre do pagamento de dita exação. E não sem razão, pois
muitas das vezes o faz amparado por decisões do próprio Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo
Tribunal Federal. Todavia, em seguida, por circunstâncias próprias do sistema judicial, a decisão é
reformada. Isso sem falar na hipótese na qual essa reforma decorre de alteração judicial a incidir sobre
decisão judicial passada em julgado, o que acaba por ensejar ação rescisória nos termos do artigo 492, ou
em última instância a própria não homologação de pedido de compensação que já pendia de análise há
alguns anos, embasada em decisão transitada em julgado, cujo entendimento foi alterado alguns anos
depois em período anterior aos cinco anos previstos para homologação por parte da fazenda.
Pois bem, será que essa discussão de fato se eternizará nos tribunais? Precisamos de uma mudança
legislativa para encarar esses problemas? Eis as cenas dos próximos capítulos jurisdicionais. Capítulos
estes, que a se pensar em uma relação mais equilibrada, terão que enfrentar a questão sobressalente à
presente discussão, a saber, até que ponto uma decisão judicial poderá, ainda que não definitiva,
influenciar pedidos de compensação e execuções fiscais em trâmite?
1 Nesse sentido, verificar discussão já empreendida neste periódico por Roberto Duque Estrada:
http://www.conjur.com.br/2016-set-14/consultor-tributario-stj-reconhece-mutacoes-tese-tributaria-nao-
afetam-direitos
Ricson Moreira Coelho da Silva é mestre em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da USP,
especialista em Direito Constitucional pela PUC-SP e em Administração Pública pela FGV. Graduado em
Direito pela UFPE, professor da Unieuro-DF e da ESAF e procurador da Fazenda Nacional, com atuação
nos tribunais superiores em Brasília.
Revista Consultor Jurídico, 21 de fevereiro de 2017, 6h06
Consulta sobre interpretação da legislação tributária alterada
regras
21 fev 2017 - IR / Contribuições
A Instrução Normativa RFB nº 1.689/2017 - DOU 1 de 21.02.2017 alterou a Instrução Normativa RFB nº
1.396/2013, que dispõe sobre o processo de consulta relativo à interpretação da legislação tributária e
aduaneira e à classificação de serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no
patrimônio, no âmbito da Receita Federal do Brasil (RFB).
Destacamos que, além dos requisitos previstos para a sua formulação, a consulta deverá conter as
informações estabelecidas a seguir, devendo, também, indicar os dispositivos da legislação pertinente que
ensejaram a apresentação da consulta, bem como dos fatos a que será aplicada a interpretação solicitada,
quando abrangerem matérias sobre preços de transferência, Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), ou estabelecimento permanente:
a) a identificação do controlador direto e do controlador final da pessoa jurídica que formulou a consulta,
bem como seus países de domicílio, na hipótese de serem no exterior;
b) a identificação dos países de residência de todas as partes relacionadas com as quais o contribuinte
efetua transações objeto da consulta; e
c) a identificação do país de residência da matriz e do estabelecimento permanente, na hipótese do
estabelecimento permanente.
Ressalta-se que, após essas providências, será encaminhado às administrações tributárias dos países de
domicílio das pessoas referidas anteriormente, com os quais o Brasil tenha acordo para troca de
informações, sumário da resposta à consulta. Em face dessa nova regra, relativamente às soluções de
consulta emitidas após 1º.01.2010, o consulente poderá ser intimado a apresentar as informações referidas
Fonte: LegisWeb
Receita pretende adiar entrega da DCTF de inativas
22 fev 2017 - IR / Contribuições
A obrigatoriedade da apresentação da Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa
vigorou até a declaração relativa ao ano-calendário de 2015, conforme disposto na Instrução Normativa
1.605 RFB/2015, a qual deveria ter sido entregue no período de 2 de janeiro a 31 de março de 2016. A
partir de janeiro de 2016, com a extinção da DSPJ - Inativa, as pessoas jurídicas inativas passaram a ser
obrigadas apenas à apresentação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF),
conforme disposto no art. 3º da Instrução Normativa 1.599 RFB/2015.
Na DSPJ, a inatividade era declarada no exercício seguinte, ou seja, uma pessoa jurídica que esteve inativa
no ano-calendário de 2015 informou esta condição à RFB na DSPJ - Inativa 2016. Na DCTF, a inatividade
é declarada no mês de janeiro de cada ano-calendário, ou seja, as pessoas jurídicas que estiverem inativas
no mês de janeiro devem apresentar a DCTF relativa a este mês, informando esta condição, e ficam
desobrigadas de apresentar a DCTF a partir de fevereiro. As pessoas jurídicas inativas devem apresentar a
DCTF apenas nas hipóteses previstas no inc. III do § 2º do art. 3º da IN 1.599 RFB/2015.
Excepcionalmente para o ano-calendário de 2016, as pessoas jurídicas inativas deveriam apresentar a
DCTF relativa ao mês de janeiro até 21 de julho de 2016, ainda que tivessem apresentado a DSPJ - Inativa
2016, conforme disposto no art. 10-A da IN RFB nº 1599/2015.
Uma vez que o PGD DCTF está sendo alterado para simplificar o preenchimento da declaração pelas
pessoas jurídicas inativas, incluindo a dispensa da exigência de certificado digital, a transmissão de DCTF
sem débitos referente aos períodos de apuração a partir de janeiro de 2017, na versão atual do programa
(DCTF Mensal 3.3), está suspensa. O prazo para a apresentação da DCTF relativa ao mês de janeiro de
2017 é até o décimo quinto dia útil do mês de março de 2017, porém, para evitar transtornos, será
concedido, em breve, novo prazo para as pessoas jurídicas inativas.
Fonte: Receita Federal do Brasil
PIS/COFINS – Impossibilidade de crédito em
dispêndios com serviços de divulgação da localização web
Solução de Consulta 99033 Cosit
DOU de 22/02/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. INSUMOS.
SERVIÇOS DE DIVULGAÇÃO DE LOCALIZAÇÃO WEB EM FERRAMENTA DE BUSCA DA INTERNET. IMPOSSIBILIDADE.
Na sistemática de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep, não há possibilidade de creditamento, na modalidade aquisição de insumos, em relação
aos dispêndios com serviços de divulgação da localização web da pessoa jurídica em ferramenta de busca na rede mundial de computadores (internet). (VINCULADA À
SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 7, DE 23 DE AGOSTO DE 2016, PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 11 DE OUTUBRO DE 2016.) DISPOSITIVOS
LEGAIS: art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002; art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004; art. 66 da Instrução Normativa SRF no 247, de 2002.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL –
COFINS
EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. INSUMOS.
SERVIÇOS DE DIVULGAÇÃO DE LOCALIZAÇÃO WEB EM FERRAMENTA DE BUSCA DA
INTERNET. IMPOSSIBILIDADE.
Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, não há possibilidade de creditamento, na modalidade aquisição de insumos, em relação aos dispêndios com
serviços de divulgação da localização web da pessoa jurídica em ferramenta de busca na rede mundial de computadores (internet). (VINCULADA À SOLUÇÃO DE
DIVERGÊNCIA COSIT Nº 7, DE 23 DE AGOSTO DE 2016, PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 11 DE OUTUBRO DE 2016.) DISPOSITIVOS LEGAIS: art. 3º
da Lei nº 10.833, de 2003; art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004; art. 8º da Instrução Normativa SRF nº 404, de 2004.
Fonte: Normas – RFB
Associação Paulista de Estudos Tributários, 22/2/2017 17:46:24
Contribuinte obtém no Carf nova vitória sobre Cofins
Tiago Conde: transferência é necessária para a atividade empresarial
A 3ª Turma da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(Carf) confirmou um entendimento importante para as empresas. Ao julgar processo da ArcelorMittal Brasil, o órgão reconheceu que despesas com frete para
transporte de produtos acabados entre estabelecimentos de uma mesma empresa geram créditos de PIS e Cofins.
Em janeiro, a Câmara Superior analisou, pela primeira vez, o tema, contrariando
precedentes de turmas e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão, favorável à Carglass Automotive, foi por voto de qualidade – desempate pelo presidente da
turma.
Porém, para advogados, o novo precedente é importante por consolidar o entendimento na Câmara Superior do órgão. No caso, os conselheiros cancelaram
uma autuação referente a 2005 que chega a R$ 25 milhões, segundo fontes.
No julgamento, o advogado da companhia no Carf, Tiago Conde, do Sacha Calmon
Misabel Derzi Consultores e Advogados, argumentou que é impossível dissociar o produto acabado da efetiva operação de venda. A ArcelorMittal Brasil tem uma rede
de estabelecimentos de distribuição e serviços para atender os clientes. A companhia produz a chapa de aço em uma de suas plantas e a transporta para
outro estabelecimento, onde será comercializada.
Por considerar que o produto compõe a operação, a empresa considera devido o
aproveitamento de créditos de PIS e Cofins. "A transferência [entre estabelecimentos] é muito necessária para a atividade empresarial. Ela tem que
compor a operação do produto", afirmou o advogado.
A 1ª Turma da 3ª Câmara da 3ª Seção permitiu o aproveitamento de créditos quando julgou o caso, em 2012. A Fazenda Nacional recorreu mas o pedido foi
negado pela Câmara Superior, por maioria. Uma parte do recurso ainda foi considerada prescrita.
No julgamento, os conselheiros também aceitaram o recurso do contribuinte,
referente a créditos de sucata, considerado insumo na siderurgia. A empresa aproveitava o crédito com base nos valores da nota fiscal de entrada. O Fisco,
porém, não reconheceu o valor por haver diferença com a nota do fornecedor – com
montante inferior, em decorrência das perdas de sucata no transporte.
Nesse ponto, a turma havia decidido que o custo efetivo era o valor da sucata registrado na nota fiscal de compra, emitida pelo fornecedor, e sobre o qual
incidiram as contribuições. A empresa recorreu e a Câmara Superior reformou o entendimento. A decisão foi unânime.
Apesar de mais específica, essa discussão sobre a sucata pode ser usada como
parâmetro em outros ramos industriais, segundo Conde. Entre eles, os setores de óleo e gás e de mineração.
De acordo com a advogada Diana Piatti Lobo, do Machado Meyer Advogados, a
decisão sobre o frete é importante porque, mesmo com o precedente favorável, as empresas aguardavam uma confirmação, tendo em vista precedentes mais antigos
em sentido contrário. Na nova decisão, acrescenta, além de considerar que o
produto seria insumo, e por isso haveria o direito a crédito, os conselheiros também entenderam que a mercadoria integra a operação de venda.
"Várias empresas usam em seu modelo logístico um centro de distribuição", diz a
advogada. Ela destaca que o precedente anterior envolvia uma empresa comercial e prestadora de serviços. Agora, uma indústria. "Há sinalização em dois ramos."
A Receita Federal é bem restritiva no conceito de crédito, segundo a advogada
Fernanda Sá Freire Figlioulo, do Machado Meyer Advogados. "O frete é um componente essencial e é negado de forma sistemática", afirma.
A procuradora da Fazenda Nacional Maria Concília de Aragão Bastos vai esperar a
publicação do acordão para decidir se recorrerá por meio de embargos de declaração, recurso usado em casos de omissão, contradição ou obscuridade. A
Fazenda Nacional não pode recorrer ao Judiciário após decisão desfavorável na