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Foi a partir de mulheres comgrande motivação comu-nitária que surgiu a UNIVENS
– Cooperativa de CostureirasUnidas Venceremos Ltda –. Commuita persistência e atuaçãoem três frentes distintas: a cos-tura, a multimistura e por últimoa serigrafia que estampa e per-sonaliza os produtos da confec-ção, esse grupo de costureirasconseguiram uma sede própriaem Porto Alegre. Além do apoiode parceiros internacionais pormeio de articulações feitas pelaUNISOL Brasil. Atualmente, inte-gram a cadeia produtiva do al-godão agroecológico, que ofe-rece um produto 100% coope-rativado, cultivado por peque-nos agricultores, chegando naponta aos empreendimentosda Economia Solidária. Essa ca-deia se chama Justa Trama.
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Cooperativa Refazendo, de São Bernardo do Campo, SP
Oito empreendimentos – Associação Refa-zendo de São Bernardo do Campo; Cooper-pires de Ribeirão Pires; Coopernatuz deOsasco; Cooperlimpa de Diadema; Cooper-vida de São Carlos; Corpe de Penápolis; Coo-persul de Santa Fé do Sul e Acoop deCampinas, que congrega 15 grupos –, foramcontemplados através do edital da FU-NASA/Ministério da Saúde. Com a concessãodesse edital, os empreendimentos irão ser be-neficiados com equipamentos podendo me-lhorar suas condições de trabalho e renda.
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u Associações de guias tu-rísticos promovem o turismolocal e produzem artesa-nato no município de Ca-choeira da Praia, PI.
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jornal
Ano I u Edição 05 u Outubro/2010 u Distribuição Gratuita u Tiragem: 4 mil exemplares
u Diretor do Sebrae falasobre a parceria entre UNI-SOL Brasil e Sebrae Nacio-nal e conta, ainda, sobreos novos projetos. Página 2
Parceria da UNISOL Brasil com SEBRAE
Catadores recebem apoio da FUNASA
Cooperativas de turismoem Cajoeiro da Praia, PI
Costureirada Univens
CarlosAlberto, Diretor
doSEBRAE
Cooperativas de Turismo da UNISOL
Cooperativa Univens integra cadeiaJusta Trama, da UNISOL Brasil
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Passadas as eleições, é hora de retomar osdebates sobre os marcos jurídicos da EconomiaSolidária. Destaco a importância destas normaspara dar consistência aos empreendimentosde todo o país.
Primeiro, a Lei Geral da Economia Solidária,que visa apoiar e incentivar as diversas iniciativas,sustentáveis, voltadas ao desenvolvimento daEconomia Solidária. As propostas estão em de-bate no âmbito da SENAES - Secretaria Nacionalda Economia Solidária do Ministério do Trabalhoe Emprego - Governo Lula. Logo serão enviadasao Congresso Nacional, visando a aprovaçãoda lei federal sobre o tema.
Segundo, a Lei Geral do Cooperativismo,que busca substituir a lei atual (5764/71), poralgo mais eficaz, que não apenas discipline ofuncionamento societário das cooperativas,mas também crie os mecanismos adequadosde apoio e incentivo ao cooperativismo vigorosoe plenamente sustentável.
Terceiro, as leis tributárias em matéria coo-perativista, que visam dar o tratamento tributárioadequado às cooperativas, de maneira justa eequilibrada, e nova abordagem ao "ato coo-perativo". Juntamente com isto, existe uma pro-posta para se assegurar às cooperativas depequeno porte o mesmo tratamento conferidoàs empresas de pequeno porte pelo SuperSim-ples (Lei Complementar n. 123/2006), com tri-butação mais equilibrada e simplificada.
Quarto, as Cooperativas de Trabalho: O Pro-jeto de Lei já está aprovado na Câmara e noSenado, retornou novamente à Câmara, ondeaguarda a última votação no Plenário. É impor-tante a sua aprovação já que o texto é frutode amplo debate havido junto ao movimentoda Economia Solidária e outros setores do coo-perativismo.
Quinto, as Cooperativas Sociais, que aguar-dam a regulamentação, por decreto presiden-cial, da lei em vigor (n. 9867/99), muito genéricae superficial. O objetivo é propiciar condiçõesespeciais de apoio às cooperativas que reúnempessoas em condições de desvantagem social,econômica, pessoal etc.
Sexto, o Arrendamento de Ativos de empresaem crise, sem sucessão de dívidas: Afasta a su-cessão de dívidas trabalhistas quando houvero arrendamento ou comodato dos ativos daempresa, mediante assistência sindical
Enfim, são estas as propostas em debate.Temos a expectativa de que conseguiremosavançar bastante nos próximos anos e contamoscom a ativa participação de todas as coope-rativas e associações envolvidas com o tema.
Marcelo Mauad – Assessor Jurídico da UNISOL
Brasil
ParceirosEditorial Dr. Marcelo Mauad
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e UNISOL Brasil: Parceria SEBRAE Os Marcos Jurídicos da
Economia Solidária
entidades apóiamempreendimentos
institucionais do Sebrae e da UNISOL”,destaca o diretor do Sebrae.
Na primeira edição, em 2005, a par-ceria entre as duas instituições envolviasomente os empreendimentos dos se-tores de metalurgia e construção Civil.O atual convênio de cooperação entreSebrae e UNISOL Brasil abrange dez se-tores prioritários: reciclagem, construçãocivil, apicultura, fruticultura, cooperativassociais, confecção e têxtil, agriculturafamiliar, alimentação, metalurgia e ar-tesanato.
Iniciada em novembro de 2008, aatual aliança tem seu término previstopara junho do próximo ano. A parceria,porém, é ainda mais ampla, pois envolvetambém o crédito a esses empreendi-mentos. Nesse sentido, o Sebrae já im-plementou projetos de parceria com aEcosol, central de cooperativas de cré-dito. "A parceria entre o Sebrae e a UNI-SOL é estratégica para o fortalecimentoda Economia Solidária e disseminaçãoda cultura da cooperação para os mi-lhões de pequenos empreendedoresbrasileiros. Juntos somos fortes!", enfatizaCarlos Alberto.
Carlos Alberto, Diretor do SEBRAE
Um total de 457 micro e pequenosempreendimentos vem sendoatendidos pelo Sebrae a partir
da parceria com a UNISOL Brasil, queconta com 627 iniciativas do gênerona maioria dos estados brasileiros e noDistrito Federal. A informação é do dire-tor-técnico do Sebrae, Carlos Albertodos Santos, ao assinalar que houve umcrescimento significativo do apoio dadoa associações, cooperativas e empresasautogestionárias, apoiadas pela coo-peração entre as duas instituições.
A parceria Sebrae e UNISOL Brasilcomeçou em 2005 com 99 empreendi-mentos e alcançou 230 ao final de2008, quando foi renovada e se propu-nha a atender 450 iniciativas do gênero.As principais ações viabilizadas peloSebrae foram: assessoria técnica aosempreendimentos, capacitações emassociativismos, cooperativismo e au-togestão, intercâmbios entre empreen-dimentos, oficinas setoriais e participa-ção em feiras.
“O apoio às atividades que impulsio-nem os empreendimentos de pequenoporte no País para que possam gerarmais emprego, renda e prosperidadefaz parte da missão do Sebrae”, assinalaCarlos Alberto. Segundo ele, o Sebraebusca promover também a organização,a sustentação e a sustentabilidade dessesempreendimentos, atuando com focona inovação, no acesso a mercado ena melhoria da gestão e dos processosde produção.
Além do aumento da renda dos pro-tagonistas desses empreendimentos, queampliaram o seu faturamento, depoisde renovada, a parceria pretende tornarviável oito redes de setoriais de comer-cialização. “A eficiência desses canaisde distribuição dos produtos da econo-mia solidária vão garantir um retornomais seguro aos empreendedores querespondem coletivamente aos objetivos
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Turismo
A cidade de Rio Branco, no Acre, foi ce-nário para a II Feira Internacional Panama-zônia de Economia Solidária e AgriculturaFamiliar, que se realizou de 20 a 24 de ou-tubro.
Para os que não conhecem, a Pana-mazônia é uma feira de caráter internacio-nal, com o objetivo de promover aintegração, troca de experiências, divulga-ção de produtos e fortalecimento da Eco-nomia Solidária.
Neste ano, uma superestrutura foi mon-tada no Horto Florestal de Rio Branco, paraabrigar os 300 expositores de todos os Esta-dos do Brasil que se reuniram durante os
cinco dias de feira. Tendo reunido mais de 300 expositores e
representantes de nove países da Américado Sul e Central - Guatemala, México, Bolí-via, Peru, Uruguai, Venezuela, Argentina,Paraguai e Chile -, além do Brasil, que foi re-presentado por nove estados.
Os representantes desses países se reu-niram em seminários realizados durante afeira, visando interesses em comum, a inte-gração desses países e uma nova forma dese fazer economia.
Com a meta de superar os 70 mil visitan-tes do ano passado, as novidades desteano foram muitas, e encheram os olhos de
quem esteve por lá. Entre elas, uma gamavariada de produtos, venda de mel, pisci-cultura, e uma exposição de artesanato.
Em meio a este cenário, a UNISOL Brasilesteve como apoiadora do evento, e inte-grou o corpo de expositores levando algunsde seus empreendimentos filiados. Esta já éa segunda vez que a central participa dafeira, já tendo participado pela primeira vezem 2007 e retornando agora em 2010. “Essefoi um evento importante comercialmentepara a UNISOL Brasil e para os empreendi-mentos, já que se tratou de uma feira inter-nacional”, afirma Terezinha, assessoratécnica da UNISOL Brasil, na AM.
UNISOL Brasil participa da Feira PanamazôniaFeira
Associações de turismo fazemparte da UNISOL BrasilA
lém de cultura, artesanato, respon-sabilidade social e consciência am-biental, a UNISOL Brasil também tem
ligação com o turismo, como é o caso dasassociações Nativos Arte EcoTur e a BarraTur,ambas filiadas a central de cooperativas,e focadas na área do ecoturismo na co-munidade de Barra Grande no municípiode Cajoeiro da Praia, Piauí.
A Nativos Arte EcoTur, associação deartesanato e ecoturismo, nasceu em 2009,mesmo ano em que se filiou a UNISOL Brasil,com o objetivo de desenvolver a parteambiental e social da região, além degerar renda para os 14 associados.
Seu foco, além do ecoturismo é a con-fecção de artesanatos onde são empre-gados materiais naturais: sementes, conchase materiais recicláveis como garrafas pet.Comercializando suas peças na própriasede da associação.
Já a parte de ecoturismo consiste emoferecer serviços de ‘condutores de visi-tantes’, também conhecidos como guiaturísticos, mostrando aos visitantes roteirosbelíssimos, desde os cavalos marinhos, pes-caria, até as trilhas. Esse trabalho funcionamais efetivamente na época de temporadae aos finais de semana, nestes períodos, aassociação chega a receber em médiadez pessoas por final de semana.
Davi dos Santos Soares, presidente efundador da associação Nativos Arte EcoTur,afirma que “a Nativos Arte foi fundadacom o objetivo de explorar o artesanato edar continuidade ao trabalho feito no eco-turismo da região”.
Mas o que alguns não sabem é que aNativos Arte EcoTur, é um braço da BarraTur– Associação de condutores de turismo debarra grande-, associação com os mesmosprincípios de oferecer roteiros a turistas,
que estão a procura do melhor da regiãode Cajoeiro da Praia.
Filiada a UNISOL Brasil desde 2009 ecom mais de seis anos de existência, a as-sociação reitera o propósito de preservaro ecossistema de Barra Grande, além deoferecer uma oportunidade de empregopara os jovens da região. Atualmente comoito cooperados, que comandam os pas-seios pelos manguezais, igarapé, desven-dando a rota do cavalo marinho e o nialdas garças.
Essa associação é formada em sua maio-ria por jovens filhos de pescadores quehoje encontram na BarraTur uma forma al-ternativa de renda para ajudar suas famílias,além do trabalho de cidadania que vêmexercendo na comunidade com a cons-cientização ambiental e a ajuda socialpara a cidade tornando-a mais conhecidaatravés da divulgação de sua belezas.
Associações deturismo de
Cajoeiro daPraia, PI,
Nativos ArteEcoTur eBarraTur
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Empreendimentos
Foi em 1996 que 35 mulheresentraram no Hospital Con-ceição com a proposta de
costurarem para o mesmo. “Elesnos colocaram que era neces-sário sermos uma entidade: coo-perativa ou associação. Foi en-tão que descobrimos que noBrasil deve se ter no mínimo 20pessoas para formar uma coo-perativa”, afirma Nelsa Nespolo,Diretora dos Setoriais da UNISOLBrasil.
Foi assim, através de mulhe-res entre os 18 e 76 anos, porémcom grande motivação comu-nitária e de cooperação, quesurgiu a UNIVENS – Cooperativade Costureiras Unidas Vence-remos Ltda –. “Sempre acredi-tamos no real sentido destenome”, relembra Nelsa, tam-bém integrante da cooperativa.
Em meio a tempo difíceis,até passarem por todo trâmitejurídico e administrativo em bus-ca da regularização da coo-perativa, muitas mulheres de-sistiram. O começo foi difícil,muitas não se conheciam e ti-nham de trabalhar juntas.
Em paralelo, formou-se outrogrupo responsável por produzira ‘multimistura’ - complementoalimentar, composto de folhade aipim, farelo de arroz, cascado ovo, sementes e farinha demilho. Indicado para desnutri-ção e prevenção de doençasdiversas -.
O que começou com umtrabalho voluntário, acaboutransformando-se em fonte derenda, e após a cooperativaparticipar de diversas licitações,o Hospital Conceição finalmen-te adotou a ‘multimistura’, dis-tribuindo-a temporariamenteaos postos de saúde.
Com o tempo a UNIVENSpassou a ter três frentes: a cos-tura, a multimistura e por últimoa serigrafia que estampava epersonalizava os produtos daconfecção.
Foi quando começaram
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também, a produzir camisetaspara sindicatos, colégios e aospoucos passaram a produzirtambém para fora de Porto Ale-gre. Trabalho que teve iníciocom o apoio do Sindicato dosMetalúrgicos de POA,
Os negócios iam indo bem,mas ainda haviam algumasquestões pendentes com a in-fra-estrutura da costura, nemtodas tinham máquinas paratrabalhar. Mas através da ONGCAMP, conseguiram a infra-es-trutura necessária. Mais tarde
conseguiram o apoio da Cáritas,e compraram mais duas má-quinas além da ajuda na cria-ção de um fundo de giro paraa matéria-prima.
Com o grupo da multimis-tura aconteceu o mesmo, atra-vés de um projeto da fundaçãoIOSPH, a cooperativa conseguiuse equipar com um fogão e umliquidificador industrial, bujãode gás e a misturela para torraro farelo.
Mas toda infra-estrutura nãoé suficiente sem a capacitação
dos cooperados. Por isso, essasbatalhadoras mulheres foramatrás também de capacitaçãoprofissional, o que conseguirampor meio do apoio de uma im-portante parceira, a SMIC - Se-cretária Municipal da Indústriae Comércio -.
“Fizemos todo o processolegal e burocrático como umaprendizado de vida. Talvezessa seja, a primeira barreira asuperar, acreditar que somoscapazes, pois sempre nos dis-seram que a nossa função eravender a mão de obra, e queoutros com o acumulo de co-nhecimento universitário é quefariam a parte administrativa”,afirma Nelsa Nespolo.
Mas ainda havia o desafioda conquista de um local defi-nitivo para a cooperativa, umterreno para a construção dasede. Mais um ponto que tam-
UNIVENS: a história de grand
Hoje, a cooperativa Univensestá na cadeia do algodãoecológico, a Justa Trama, ondeparticipam 761 trabalhadoresdesde o plantio do algodão, afiação e tecelagem, até aconfecção de roupas em escala
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bém foi conquistado com aeconomia de vários anos.
Hoje, existe uma cadeia pro-dutiva de algodão agroecoló-gico, que oferece um produto100% cooperativado, cultivadopor pequenos agricultores ouassentados do MST, passandopor cooperativas de massa fa-lida e chegando na ponta aosempreendimentos da EconomiaSolidária. Essa cadeia se chamaJusta Trama.
Hoje, a cooperativa Univensestá inserida nesta cadeia ondeparticipam 761 trabalhadores,desde o Ceará com o plantiodo algodão, Minas Gerais coma fiação e tecelagem, SantaCatarina com as roupas maisartesanais, Rio Grande do Sulcom roupas em escala, e Ron-dônia com as sementes daAmazônia que fazem os deta-lhes das peças.
Após essa estrutura ser es-quematizada e colocada emprática, vários parceiros foramsendo articulados, entre eles acooperativa de papel recicla-do “Reciclando pela Vida”, epor último, o “Centro Social
Nova Geração” sob a respon-sabilidade da CooperativaNova Geração, que criou acreche “Escolinha de Educa-ção Popular Nova Geração”,que atende hoje em torno de70 crianças de 2 a 10 anos deidade. Esta creche foi um es-paço criado para que os filhosdas costureiras das cooperati-vas e crianças da comunidadeque necessitam, possam ficar.Essas duas iniciativas tambémtiveram o apoio da ACSUR eCONOSUD.
Todos os envolvidos na JustaTrama são filiados a UNISOL Bra-sil, central que possibilitou a ar-ticulação e a construção dacadeia.
“Fazemos parte da UNISOLBRASIL pois temos que ter umacentral de representação queabra relações com todo o mo-vimento social nesta luta pelaconstrução de uma sociedademais justa e verdadeiramentemais solidária na economia enas relações humanas”, afirmaNelsa Nespolo, Diretora dos Se-toriais da UNISOL Brasil e inte-grante da Univens.
ndes mulheresEssa é a história de um em-
preendimento que se tornouum exemplo do poder da trans-formação que o trabalho, juntoao cooperativismo, pode terna vida das pessoas.
A Artetaba – Associaçãodos Artesãos de Tabatinga-,começou em 2004, localizadaem uma cidade que faz fron-teira com a Colômbia e como Peru. Em uma época emque as madeireiras e a pesca,meios que eram a base eco-nômica da região, estavamenfraquecidos.
Sem essas formas de subsis-tência, os moradores da co-munidade ficaram vulneráveisao tráfico de drogas, que seproliferou rapidamente na re-gião, “teve época em que vi-mos uma família inteira ser pre-sa por estar envolvida com otráfico”, afirma Terezinha Filha,Presidente da Artetaba.
Foi em meio a este cenário,que um grupo de artesãs en-controu na confecção de bio-jóias uma alternativa de tra-balho digno para contrapor arealidade que era vivida atéentão. “Algo tinha de aconte-cer para mostrar para aquelepovo que existia outra formade trabalho honesto”, relembraTerezinha. A partir dai, umalonga caminhada se impôspela frente, e o primeiro passo,era a capacitação para o tra-balho. O primeiro curso que fi-zeram foi voltado para a áreade confecção de bio-jóias,promovido pelo SEBRAE no anode 2004. Aplicada em umaigreja, a capacitação comfoco no processamento de se-mentes e produção de bio-jóias, acabou recebendo gran-de adesão da comunidade.
Com o passar do tempo, ea adesão cada vez maior porparte da comunidade, a as-sociação percebeu que podiafazer mais do que bio-jóias coma simples finalidade comercial.“Nós queríamos chegar na raiz
do problema, e o artesanatoera apenas uma ferramentapara chegar até as pessoas”,afirma Terezinha.
O trabalho se deu de formatão rápida e concisa, que ape-nas um ano após sua formali-zação, em 2005, a Artetaba jáestava dentro do presídio deTabatinga levando seu trabalhode artesanato para as presidiá-rias. Hoje esse trabalho se ex-pandiu para além das fronteirasbrasileiras, chegando no presídiomasculino da Colômbia, ondedez homens, chamados de co-laboradores, cuidam de todaa parte do processamento dassementes, recebendo semanal-mente uma saca com 50 kgde caroço de açai. As mulheresno presídio de Tabatinga, sãoresponsáveis pela produção dasembalagens dessas bio-jóias,um trabalho feito em total inte-gração.
Em 2006, com uma estruturamontada e a produção a todovapor, a Artetaba foi ao I En-contro Nacional de EconomiaSolidária, no Amazonas, ondetiveram pela primeira vez, con-tato com as experiências daUNISOL Brasil filiando-se a ela.
“A UNISOL foi o divisor deáguas, ela nos deu um fococonsistente da importância dotrabalho que nós tínhamos quetomar na nossa região, fazendocom que o governo e entida-des locais contribuíssem cadavez mais com essa mudançasocial, porque eles começarama acreditar em nós”, explicaTerezinha Silva Barbosa Rose-nhaim, presidente e fundadorada Artetaba e coordenadorado Setorial de CooperativasSociais da UNISOL Brasil.
Atualmente a Artetabaconta com 110 cooperadosentre homens, mulheres, ribei-rinhos, indígenas, peruanos, co-lombianos, ex-detentos. Pro-vando que a arte e o coope-rativismo podem oferecer umaoportunidade melhor de vida.
Cooperativismo sem fronteiraschega a Tabatinga, AM
Empreendimento
NelsaNespolo,Diretora dosSetoriais daUNISOLBrasil, emstand daJusta Trama
À esquerda, a Sede da
Univens emPorto Alegre; àdireita, a creche
Escolinha deEducação
Popular NovaGeração
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Dentre muitos par-ceiros e articula-ções, a UNISOL
Brasil desenvolve umaparceria com o InstitutoIntegra, fundado em2003 com o objetivo dedesenvolver projetos emparceria com iniciativasdos setores privado, pú-blico e grupos sociais or-ganizados.
Sua principal finalida-de é a promoção do de-senvolvimento econômi-co e social, o combateà pobreza, a promoçãode direitos estabelecidose a construção de novosdireitos, a preservação econservação do meioambiente e o desenvol-vimento sustentável.
O Instituo engloba di-versas áreas como: en-genharia, arquitetura, ad-ministração, economia,direito, psicologia, con-tabilidade, ciências so-ciais, assistência social eeducação.
Para o desenvolvi-mento destas atividadesatua em projetos decooperação técnica einstitucional e / ou con-vênios e parcerias comentidades privadas e pú-blicas, além de prestarserviços de consultoria,de planejamento eapoio voltados paraações de interesse pú-blico. Atua de forma in-terdisciplinar para o de-senvolvimento da Eco-nomia Solidária comosua principal tarefa.
Um exemplo da atua-ção do instituo é o projetoPronasci – Programa Na-cional de Segurança Pú-blica com Cidadania -,desenvolvido pelo Integra
UNISOL Brasil desenvolve projetos eProjetos
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em parceria com a UNI-SOL Brasil, SENAES/MTE en-tre outras instituições.
O programa Pronasciatravés do projeto A Eco-nomia Solidária como es-tratégia de prevençãoa violência, atende jo-vens de 18 a 29 em si-tuação de vulnerabilida-de social ou que já esti-veram em conflito coma lei, presos ou egressosdo sistema prisional, esuas respectivas famílias
e comunidades. Seu prin-cipal objetivo é identificaras potencialidades e mo-bilizar as comunidadeslocais, e difundir a culturade paz aliada aos prin-cípios da economia soli-daria e do Pronasci. epor meio de articulaçãoe a criação de uma redede parceiros locais, pos-sibilitar o fortalecimentode empreendimentoseconômicos solidários eassociações, visando
como fim, a redução daviolência no Brasil.
Outro projeto ligadoao Instituto Integra emparceria com a UNISOLBrasil é o Neates - NúcleoEstadual de AssistênciaTécnica em EconomiaSolidária no Estado deSão Paulo -, que visa pro-mover a assistência téc-nica permanente aosempreendimentos auto-gestionários, a fim de es-timular os grupos de tra-balhadores cooperadosa se organizarem paraque tenham melhor pers-pectiva de renda e tra-balho, através de con-sultorias diretas nos em-preendimentos, presta-das por profissionais comconhecimentos e habili-dades específicos, tor-nando-se um instrumentode apoio na organiza-ção e na melhoria dagestão e do processoprodutivo, no desenvol-
vimento de novos pro-dutos e na otimizaçãoda utilização de máqui-nas e equipamentos.
É importante ressaltarque existe um objetivoem comum entre essesprojetos que são levadospelas instituições: UNISOLBrasil, Instituto Integra eseus respectivos parcei-ros; que é a busca pormelhores condições paraos empreendimentos deEconomia Solidária.
Com diferentes for-mas de atuação e pú-blico alvo diversificado,ambos projetos buscamatravés de uma acãomaior o desenvolvimentoeconômico solidário esustentável. Por meio dasferramentas da Econo-mia Solidária como for-mas de construir e con-tribuir com esses em-preendimentos, favore-cendo a essa nova for-ma de economia.
Eugênio Alves Soares, advogado eassessor técnico do Neates
entrega documentos deformalização para a Cooperseleta
Aguinaldo Lima,coordenador de
projeto da UNISOLBrasil, em
momento formação
parceria com o Instituto Integra
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Setorial
UNISOL Brasil realiza encon-tro do Setorial da Apicul-tura, entre os dias 6 e 7 de
outubro no Centro de TecnologiaApícola do Piauí (CENTAPI).
Estiveram presentes neste en-contro, cooperados de diversosestados - Acre, Piauí, Rio Grande
Tema: Participação Econômica dos Sócios
Os membros contribuem de forma igualitária econtrolam democraticamente o capital de sua
cooperativa. Parte destes capitais são propriedadecomum de todos os cooperados. As sobras podemser destinadas ao desenvolvimento da cooperativa
ou então divididos entre os sócios.
terceiro princípio do cooperativismo
notas do leitor
7jornal
Irá acontecer a 17conferência regionalda ACI Américas –Aliança CooperativaInternacional – emBuenos Aires de 22 a 26de novembro.
UNISOL Brasilparticipa com um
stand da nona edição da
“Expo Brasil Desenvolvi -
mento Local” evento
promovido peloSEBRAE, com enfoque
na reciclagem, que
acontece de 1 a 3 de
dezembro no Rio de
Janeiro.
AUNISOL Brasil realizao setorial da
reciclagem que aconteceno rio de Janeiro, de 1 a 3de dezembro
AUNISOL Brasil
participa do I
Congresso de Economia
Solidária em Lima no
Peru entre os dias 17 e
18 de novembro.
Acontece a IConferência de
Economia Solidária emOsasco, SP de 24 a 25 denovembro.
Diversosempreendimentostiveram seusrepresentates noencontro do Setorialde Apicultura
Setorial de Apiculturarealiza encontro no Piauí Apicultores de diversos estados sereúnem no setorial da UNISOL Brasil
Estão indo pro ar
todas as sextas-
feiras às 20hs pela TVT –
TV dos Trabalhadores,
nos canais UHF 48 em
São Paulo e UHF 26 no
Rio de Janeiro, o
Coopera Brasil, vídeo
das experiências dos
empreendimentos da
UNISOL Brasil.
do Sul, Bahia, Rio de Janeiro,Ceará, Mato Grosso, Pernambu-co, Pará, São Paulo e Mato Gros-so do Sul -, afim de trocar expe-riências sobre o cooperativismoe associativismo.
Durante o encontro, os parti-cipantes tiveram a oportunidade
de elaborar o plano de açãodo Setorial da Apicultura da UNI-SOL Brasil, onde foi destacado ainclusão social, geração de ren-da, articulação entre os parcei-ros, comercialização, produção,equipamentos, extensão rural eassistência técnica. E ao final doevento foram escolhidos cincorepresentantes de cada regiãodo Brasil para ajudar a coordenaro setorial apícola da UNISOL Bra-sil.
Visitação à Casa Apis
Tonel de mel
produzidopela Casa
Apis
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Apoio
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você sabia?
1 Que, de acordo com a Pesquisa Nacional deSaneamento Básico realizada pelo IBGE em
2000, coleta-se no Brasildiariamente 125,281 miltoneladas de resíduosdomiciliares?
2 Que, 52,8% dosmunicípios
brasileiros dispõem seusresíduos em lixões?
3 Que, hoje estima-seque 1 em cada 1000
brasileiros é catador?
4 Que, 3 em cada 10catadores gostariam
de continuar na cadeiaprodutiva da reciclagemmesmo que tivessem umaalternativa?
5 Que, existem quatro tipos de catadores? l os trecheiros: que vivem no trecho entre
uma cidade e outra, catam lata pracomprar comida;l os catadores do lixão: catam
diuturnamente, fazem seuhorário, catam há muito tempoou só quando estão sem serviçode obra, pintura etc; l os catadores individuais:catam por si, preferem trabalharindependentes, puxam carrinhosmuitas vezes emprestados pelocomprador que é o sucateiro oudeposista; l e os catadores organizados:
em grupos autogestionários ondetodos são dono do
empreendimento, legalizados ou emfase de legalização como cooperativas,
associações, ONGs ou OSCIPs.
u Colabore. Enviesuas sugestões
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exped
iente O Jornal UNISOL Brasil é uma publicação da UNISOL Brasil Central de Cooperativas
e Empreendimentos Solidários u Jornalista Responsável: Marianna Fanti u MTB 55.401u Tiragem: 4 mil exemplares u Distribuição Gratuita u Projeto Gráfico e Diagramação:Fundação PoliSaber u Endereço: Travessa Monteiro Lobato, 95 - 1º andar Centro -S.Bernardo do Campo - SP - CEP 09721-140 u E-mail: [email protected] u Site: www.unisolbrasil.org.br u Telefone para contato: (11) 4127-4747
Apoio:Realização:
AUNISOL Brasil através dasua equipe de assessorestécnicos, apoiou a ela-
boração de projetos em proldos catadores, através do editalda FUNASA/Ministério da Saúde,foram contemplados oito em-preendimentos – Associação Re-fazendo de São Bernardo doCampo; Cooperpires de RibeirãoPires; Coopernatuz de Osasco;Cooperlimpa de Diadema; Coo-pervida de São Carlos; Corpede Penápolis; Coopersul de San-ta Fé do Sul e Acoop de Cam-pinas, que congrega 15 grupos.
Com a concessão desse edi-tal, os empreendimentos irãoser beneficiados com equipa-mentos como prensa, balança,empilhadeira e carrinhos elétricosnecessários para o seu trabalho.
Melhorando as condições, au-mentando a quantidade de ma-terial coletado e conse qüen te -mente aumentando a renda des-ses trabalhadores.
“A UNISOL e os empreendi-mentos beneficiados poreste edital, comemoramessa conquista que seráimportante na consoli-dação dos mesmos”, afir-ma Gilson Gonçalves, Di-retor Tesoureiro da UNI-SOL Brasil.
Foi aberta a segundachamada para este mes-mo edital, confira mais in-formações acessando olink: http://www.funasa.gov.br:8080/siscanot/noticias/not_2010/not.php?cod=722
Catadores recebem apoio da FUNASAOito empreendimentos são beneficiados
Empreendimentosbeneficiados peloedital da Funasa,irão receberequipamentosnecessários paramelhorar acondição de seutrabalho
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