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ESTA HISTÓRIANOS ATINGE ATODOS E TOCA LÁ NO FUNDO DA ALMA. CADA UM VAI SEENCONTRAR NELA,AQUI OU ALI,EM UM OU OUTROPERSONAGEM,E EMOCIONAR-SE.MARIA VALÉRIA REZENDE
UÓLACE EJOÃO VICTOR
ROSA AMANDA STRAUSZ
ILUSTRAÇÕES GUSTAVO PIQUEIRA E SAMIA JACINTHO
9 7 8 8 5 7 7 0 6 1 2 0 4
ISBN 978-85-7706-120-4
9570303000001
EditoraMediação
EditoraMediação
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ROSA AMANDA STRAUSZILUSTRAÇÕES GUSTAVO PIQUEIRA E SAMIA JACINTHO
UOLACE EJOAO VICTOR
PRÊMIO JOÃO-DE-BARRO – 1998 PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
ALTAMENTE RECOMENDÁVEL – 1999 FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL E JUVENIL – FNLIJ
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ROSA AMANDA STRAUSZILUSTRAÇÕES GUSTAVO PIQUEIRA E SAMIA JACINTHO
UOLACE EJOAO VICTOR
PRÊMIO JOÃO-DE-BARRO – 1998 PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
ALTAMENTE RECOMENDÁVEL – 1999 FUNDAÇÃO NACIONAL DO LIVRO INFANTIL E JUVENIL – FNLIJ
EditoraMediação
1a- edição
Porto Alegre – 2018
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Strausz, Rosa AmandaUólace e João Victor / Rosa Amanda Strausz ;
ilustrações Gustavo Piqueira e Samia Jacintho. —1. ed. — Porto Alegre, RS: Mediação, 2018.
ISBN 978-85-7706-120-4 (aluno)ISBN 978-85-7706-122-8 (professor)
1. Literatura juvenil I. Piqueira, Gustavo.II. Jacintho, Samia. III. Título
18-16889 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:1. Literatura juvenil 028.5
Copyright © Rosa Amanda Strausz, 2018 Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Mediação Distribuidora e Livraria - EIRELI - EPP
Av. Taquara, 386/908 - Petrópolis Porto Alegre/ RS CEP 90460-210 Fone (51) 3330 8105 [email protected]
www.editoramediacao.com.br
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa do Editor.
Coordenação Editorial: Jussara HoffmannEditoração: Setor Editorial Mediação
Rosa Amanda Strausz nasceu no Rio de Janeiro e é jornalista. Em cerca de vinte anos de
ofício, lançou mais de vinte livros, entre eles Uólace e João Victor, que foi adaptado para
a TV na minissérie Cidade dos Homens. Publicado com o título Un garçon comme moi na
França, foi finalista do Prix Tantam, que elege as melhores publicações do Salão do Livro
e Imprensa para Jovens de Marselha. Foi a primeira vez que um autor brasileiro chegou
às finais desse prêmio.
Iolanda Rodrigues Biode — Bibliotecária — CRB-8/10014
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PARA MARIA VALÉRIA REZENDE QUE, LITERALMENTE, ME ABRIU OS OLHOS.
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Maria Valéria Rezende
Esta história nos atinge a todos e toca lá no fundo da alma. Cada um vai se encontrar nela, aqui ou ali, em um ou outro personagem, e emocionar-se.
Já nascemos num mundo dividido, basta lembrar o percurso que fiz hoje, pelas ruas: a cidade é uma sucessão de muros, grades, paredões, cercas, “bairros bons” e “bairros ruins”, o asfalto e a favela. Essas divisões até podem ser fáceis de derrubar, de pular por cima, de dar a volta e achar uma passagem.
Mais difíceis são outras cercas, escondidas na cabeça da gente, que velam o nosso olhar em relação ao outro que parece tão diferente. E essas fazem sofrer:
— De jeito nenhum! Que ideia namorar uma menina negra!...
— Não traga mais esse surfista aqui em casa. Ele mora num condomínio de luxo, é um folgado, filhinho de papai... Você tem é de dar duro no estudo e no trabalho pra ser alguém na vida!...
— Está proibida de se encontrar com esse rapaz. Não tem onde cair morto! Só quer se aproveitar da nossa boa situação...
— Não quero você andando com esse rapaz. Ele é rico e branco, só pode querer se aproveitar de você...
Cresci num meio de imigração japonesa e ouvia di-zer: “Japonês tem tudo a mesma cara”. Eu concordava.
CONVITE À LEITURA
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Até ter uma colega nissei e frequentar a casa dela, conhecer seus pais e oito irmãos. Descobri logo: não tinham todos a mesma cara, cada um era um, bem diferente, em poucos dias eu sabia o nome de todos, sem nunca confundi-los. Iguais em todos eles, e diferentes dos meus, só mesmo os olhos puxados! No resto éramos humanos como os demais e com muitíssimo mais semelhanças do que diferenças en-tre nós!
Entendi: nosso olhar embaçado pelas ideias feitas, plantadas em nossa cabeça por uma velha mentalidade, nos cega para as semelhanças profundas entre todos os humanos, e preconceitos são como lupa para aumentar as diferenças sempre superficiais. Há coisa mais superficial do que pele e cabelo? Ou do que roupa e moradia, simples embalagens que envolvem seres humanos completos, iguais a mim e a você, logo abaixo da superfície? Desde então, presto mais atenção em quem parece diferente de mim, e o mundo se tornou imensamente mais interes-sante e rico!
Tudo de novo começa com um olhar atento, livre de falsas certezas!
Leia este livro emocionante e conclua se concorda ou não comigo.
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A galinha de plástico começa a cocoricar. Esse som de fa-zenda eletrônica me mata!
Era diferente quando eu estava de férias na fazenda, com meu amigo Zé. Lá, a gente acordava com o barulho dos galos de verdade. Dava até vontade de levantar da cama. Mas hoje não estou de férias, e sim em semana de provas.
Mamãe me deu esse galináceo artificial assim que eu voltei da fazenda. Tadinha! Ela achava que ia me aju-dar a acordar.
O cocoricó paraguaio continua.— Cala a boca, sua galinha de pilha!Mamãe entra no quarto. Ela deve ter um galo de ver-
dade dentro do cérebro: não precisa de despertador ne-nhum. Mal o dia clareia, dá uma espreguiçada e levanta no maior bom humor.
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— Já está xingando a pobre da Efigênia! — diz ela, com seu sorriso de hortelã.
— Essa galinha de camelô me irrita.— João Victooooor!Quando a mãe fala desse jeito, é sinal para eu parar
de reclamar. É como se meu nome fosse uma senha. De-pendendo da hora, “João Victooooor” pode querer dizer: não responda a sua avó, vá logo para o banho, não rabisque o caderno ou levante da cama sem reclamar. É sempre uma lembrança para que eu seja gentil e educado. Mamãe me bo-tou esse nome porque é um nome nobre. Cada vez que diz “João Victor” é como se estivesse prevendo um futuro glo-rioso para mim. E é claro que o futuro João Victor glorioso será um homem educadíssimo, culto, charmoso e rico.
Deve ser por isso que mamãe nunca me botou apelido, nem deixa que ninguém ponha.
De minha parte, tento colaborar com os sonhos dela. É bom mesmo que alguém fique rico nesta casa. Por en-quanto, o dinheiro vive apertado.
Se, para isso, a tarefa de hoje é acordar cedo e en-frentar uma prova de ortografia, vamos nós!
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