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CONRADO FERNANDO SCHRAMME GRAYCIELLE SANTOS PEREIRA DIREITO TRIBUTÁRIO

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Page 1: Ultimo Tributario

CONRADO FERNANDO SCHRAMMEGRAYCIELLE SANTOS PEREIRA

DIREITO TRIBUTÁRIO

FACULDADE EDUCACIONAL DE ARAUCÁRIAARAUCÁRIA – PARANÁ

2008

Page 2: Ultimo Tributario

IMPOSTOS  

Os impostos são quantias pagas pelos contribuintes, pessoas físicas e jurídicas,  cujo valor arrecado não dão um retorno ao contribuinte sobre o fato gerador.                                                                      

Impostos (art 145da CF) sao exceções desvinculadas de qualquer atuação estatal, decretadas exclusivamente em função do jus imperii do Estado. Seu fato gerador é sempre uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte ( Harada)313

 Normalmente os impostos são classificados em diretos ou indiretos e em fixos

proporcionais ou progressivos.Os impostos indiretos são aqueles em que há uma repercussão econômica do

encargo tributário, ou seja, neste tipo de classificação de imposto os contribuintes podem transferir o ônus da contribuição, total ou parcialmente, para terceiros.  Já os imposto diretos são aqueles em que não há repercussão econômica do encargo tributário, em que os contribuintes são os mesmos indivíduos que arcam com o ônus da respectiva contribuição.

Imposto direto seria aquele em que não há repercussão econômica do encargo tributário isto é , aquela pessoa que praticou o fato tipificado na lei suporta o respectivo ônus fiscal. O imposto indireto seria aquele em que o ônus financeiro do tributo é transferido ao consumidor final, por meio do fenômeno da repercussão econômica. (Harada pg. 313)

  

Os imposto classificados como fixos, ou seja aqueles com alíquotas fixas, em que o montante a pagar é representado por uma quantia predeterminada.   Nos impostos proporcionais as alíquotas são mantidas, em que sua arrecadação só aumenta à proporção em que aumenta o valor sobre o qual incide             

 O proporcional é aquele que mantém a mesma alíquota, qualquer que seja o

valor tributável. (HARADA pg. 314)  

Os impostos progressivos caracterizam-se pelo fato de que suas alíquotas só aumentam à medida que o valor tributável vai aumentando.

                                               Imposto progressivo é aquele que exige uma alíquota maior a medida que o

valor tributável vai aumentando. (HARADA, 314)

IMPOSTOS FEDERAIS

De acordo com o art 153 da Constituição Federal, são os impostos federais:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

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VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO

O imposto de importação é um imposto de competência da União sobre a importação de produtos estrangeiros.

Este imposto tem a função de ser extrafiscal, em que muitas da vezes não tem como objeto a arrecadação e sim razões políticas econômicas.

Imposto dos mais antigos do mundo, o de importação envolveu de receita puramente fiscal para instrumento extrafiscal destinado a proteção dos produtos nacionais e, mais tarde, também a do cambio e do balanço de pagamentos.(Aliomar Baleiro, Direito Tributário Brasileiro, Editora Florense, 11º edição, p.212)

Esses imposto, existem em todos os paises, tem a função de regular o comercio internacional, sempre sujeito a oscilações conjunturais (HARADA, Kiyoshi, Direito Financeiro e Tributário, Editor Atlas, 11º Edição, p .370)

O fato gerador do imposto de importação consuma-se com a entrada dos produtos no território nacional, conforme os seguintes autores:

O imposto de importação tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no território nacional consoante o art 19 do CTN que foi recepcionado pela Carta Política vigente( HARADA, op. cit., p.370)

O momento de ocorrência do fato jurídico coincide com a entrada do produto estrangeiro no território nacional.( Aliomar Baleiro, op. cit., p 216)

Devido o caráter regulatório do imposto de importação, este não esta sujeito ao principio da anterioridade, previsto na Constituição Federal vigente:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;III - cobrar tributos:a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

Embora este imposto não esteja sujeito ao principio da anterioridade, o poder executivo não pode alterar a base de calculo deste imposto e sim a alíquota, somente, atendendo as condições e limites fixados em lei.

Por isso, se acham livres do principio da anterioridade tributária, a fim de proporcionar ao Governo da União flexibilidade no exercício do poder ordinário, através destes impostos(..) Entretanto o executivo não pode mais alterar a base de

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calculo desses impostos, como no sistema constitucional anterior, mas tão somente suas alíquotas, atendidas as condições e os limites fixados em lei. ( HARADA, op. cit., p.370)

Por isso mesmo, goza de regime especial. Não depende de decretação antes do inicio do exercício ( art 153, § 29 da CF) e suas alíquotas são flexíveis, podendo o executivo fixá-las dentro do mínimo e do máximo estabelecidos em lei ( Aliomar Baleiro, op. cit., p 212)

Existem duas espécies de alíquotas no imposto de importação. Uma é a alíquota específica e a outra e a alíquota ad valorem. A alíquota é estabelecida pela quantidade do produto, fixa por unidade e já na alíquota ad valorem é estabelecido o critério de proporcionalidade.

Essas tarifas são organizadas para cobrança de direitos específicos ou de ad valorem. No primeiro caso, a tarifa estabelece um quantum, fixo por unidade (p.ex.., 1 relógio, 1 termonetro, ou tantos centavos por quilo de máquinas ou automóveis, etc) (...) No segundo caso, os direitos são estabelecidos por um critério de proporcionalidade ao valor: 20%, 30%, 100% ou mais, ad valorem. ( Aliomar Baleiro, op. cit., p 212)

A base de calculo do imposto de importação esta prevista no art 20 do CTN:

Art. 20. A base de cálculo do imposto é:I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei

tributária;II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu

similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;

II - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação.

De acordo com Aliomar Balleiro, na sua obra Direito Tributário Brasileiro:

Sem prejuízo do disposto na tarifa ( LEI 3.244/57), o CTN, no art 20, estabelece bases de calculo diferentes para os direitos aduaneiros, conforme se trate de específicos, ou ad valorem ou de arrematação de mercadoria levada a leilão por motivo de apreensão, abandono etc. ( Aliomar Baleiro, op. cit., p 217)

Contribuinte de imposto de importação é o importador ou a quem a ele a lei equipar e o arrematante de produto apreendido ou abandonado, conforme o artigo 22, inc I do CTN:

Art. 22. Contribuinte do imposto é:

 I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II- o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.

O contribuinte ou sujeito passivo da obrigação tributaria (CTN, ART 121) é, em principio, o importador, geralmente firma comercial. Mas o imposto alfandegário é exigível de quem quer que, a qualquer titulo no território nacional mercadoria estrangeira, ressalvadas as exceções da lei. Esta pode equiparar ap importador outra pessoa. ( Aliomar Baleiro, op. cit., p 220)

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IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO

Compete a União instituir e cobrar o imposto de exportação, conforme o artigo 153, inc II da Constituição Federal:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:I - importação de produtos estrangeiros;II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

O imposto de exportação tem função predominantemente extrafiscal, e a ele não se aplica o principio da anterioridade, neste sentido discorre os seguintes doutrinadores:

Presta-se mais como instrumento de política econômica do que como fonte de recurso financeiros para o Estado. Por isto é que ele não se aplica o principio da anterioridade da lei em relação ao exercício financeiro de cobrança ( MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2004, pg.330)

Autores existem que advogam sua eliminação ou então sua restrição como forma de aumentar a competividade de produtos nacionais nos mercados internacionais ( HARADA, op. cit., p.370)

O fato gerador do imposto de exportação é a saída do Território Nacional, do produto nacional ou nacionalizado indicado em lista aprovada pelo Poder Executivo. Se o produto não constar nesta lista, o caso não é de incidência tributária.

A expedição da guia de exportação não é o fato gerador do tributo. È simplesmente o momento em que se considera, para fins de cobrança do imposto, exteriorizado o fato exportação ( MACHADO, op.cit., p.331)

O fato gerador não é negocio jurídico da compra e venda do exportador para o extrangeiro, ms o fato material da saída de produto nacional, ou nacionalizado, para outro país, qualquer que seja o motivo que o remeta (Aliomar Baleiro, op. cit., p 222)

O Imposto de exportação tem como fato gerador a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional, conforme art 23 do CTN.( HARADA, op. cit., p.371)

A Alíquota do imposto de exportação pode ser especificas ou ad valorem, tendo os mesmo conceitos já mencionados no imposto de importação.

O produto sujeito à alíquota específica terá como base de calculo a unidade de medida adotada pela lei, e o produto sujeito a alíquota ad valorem terá como base de calculo o seu preço normal ou o preço que um similar teria ao tempo da exportação, conforme o artigo 24 do CTN:

Art.24. A base de cálculo do imposto é:I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes

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sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do financiamento.

No imposto de exportação será o contribuinte o exportador ou quem a lei equiparar.

O CTN diz que o contribuinte é o exportador, mas não define o conceito deste. Nem era necessário fazê-lo, porque evidentemente é quem expede a mercadoria, por qualquer meio, ou a leva consigo para fora do pais. E a lei pode equiparar terceiro ao exportador. (Aliomar Baleiro, op. cit., p 222)

O lançamento do imposto de exportação geralmente é feito por declaração prestada pelo exportador, porem esta declaração pode ter qualquer dos seus elementos recusados pela Administração Tributária, principalmente acerca sobre o preço das mercadorias. Pode também este importo ser objeto de lançamento por ofício, nos termos do artigo 149 do CTN.

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CAMBIO E SEGURO OU RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS

O IOF, Imposto sobre operações de crédito, cambio e seguro é de competência privativa da União Federal, conforme art 63 do CTN.

O IOF não está sujeito ao princípio da anterioridade nem da legalidade bem como o Poder Exetutivo, atendidos as condições e limites da lei, pode ser alterar sua alíquota.

O produto de sua arrecadação não pode mais ser destinado á formação de reservas monetárias ou de capital para financiamento de programas mas de desenvolvimento econômico como regime constitucional vigente. Porem agora se encontra livre do principio da anterioridade. (HARADA, op. cit., p.371)

Conforme o art 63 do CTN, este imposto se desdobra em quatro partes:

Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:

I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;

III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.

Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito.

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A base de calculo e as alíquotas do IOF é de acordo com o tipo de operação, segundo o art 64 do CTN a base de cálculo será:

Art. 64. A base de cálculo do imposto é: I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preço.

Em cumprimento a Constituição Federal o Poder Executivo não pode alterar a base de calculo e sim apenas a alíquota.

Os Contribuinte são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito. Ver

O lançamento é feito por homologação, em que o contribuinte primeiramente efetua o pagamento e posteriormente é realizado o lançamento pelo Fisco.

IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS

Este imposto também é de competência da União. Embora se haja a previsão de tal imposto, até o presente momento não se foi criado nenhuma lei para definir o conceito de grandes fortunas, razão a qual pela maioria por autores levam a entender que tal inércia do legislador é puramente política.

Este tributo foi uma novidade introduzida pela Carta de 1988, com nítida natureza ideológica. É fácil imaginar-se que um imposto desse teor gere descontentamento, sendo encarado por muitos como um desestímulo a criação de bens e riquesas.( Celso Ribeiro Bastos, Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário, 7ºEdição,Ed. Saraiva, 1999, pg 252)

O verdadeiro motivo da não instituição do imposto sobre grandes fortunas é de ordem política. Os titulares de grandes fortunas, se não estão investidor de poder, possuem inegável influencia sobre os que exercem (MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2004, pg.330)

Por razoes políticas esse imposto não foi instituído até hoje e nem será criado no futuro, confirmado a velha tradição brasileira de o rico fica a margem da tributação ( HARADA, op. cit., p.383)

IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)

O ITR, imposto extrafiscal, de competência antigamente dos Estados, posteriormente municipal, e hoje da União, tem sua arrecadação pertencente aos municípios, na ordem de 50%, conforme expresso na Constituição Federal em seu art. 158, inc. II.

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Este Tributo tem seu caráter de extrafiscalidade, visto que o mesmo tem como objetivo regular e combater o surgimento de grandes latifúndios improdutivos. Por este motivo, a Lei nº 9.393/1996 estabelece alíquotas progressivas em função à área do imóvel e do grau de sua utilização.

O fato gerador do referido tributo, conforme Hugo de Brito Machado:

“A incidência do imposto em estudo, de acordo com o art. 29 do CTN, é sobre os imóveis por natureza situados fora da zona urbana do Município. A Lei nº 5.868, de 12.12.1972, determinou que, para o fim da incidência desse imposto ‘considera-se imóvel rural aquele que se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agroindustrial e que, independentemente de sua localização, tiver área superior a 1 (um) hectare.’ (art.6º) E os imóveis que não se compreendam nesse conceito ficaram, segundo a referida Lei, sujeitos ao imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, independentemente de sua localização.” (pg. 364)

Conforme a Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, a qual dispões sobre o sitado imposto:

Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, em 1º de janeiro de cada exercício, localizado fora da zona urbana do município.

Caso um imóvel pertença a mais de um município, deverá ser enquadrado naquele em que se encontrar sua sede, e se não houver, naquele em que se localize sua maior parte.

A alíquota utilizada varia com a área da propriedade e seu grau de utilização. A base de cálculo é o valor da terra sem qualquer tipo de benfeitoria ou beneficiamento (inclusive plantações): ou seja, é o valor da terra nua.O ITR tem sua alíquota variável de acordo com a área do imóvel e seu grau de utilização, tendo como mínima o valor de 0,03% e máximo 20%. Esta estipulação quanto ao grau de utilização, o tamanho do imóvel e suas respectivas alíquotas encontram-se previstas no artigo segundo da Lei 9393/96.

Conforme a Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, a qual dispões sobre o sitado imposto:

Art. 3º A base de cálculo do imposto é o Valor da Terra Nua (VTN), apurado no dia 31 de dezembro do exercício anterior.§ 1º O VTN é o valor do imóvel, excluído o valor dos seguintes bens incorporados ao imóvel:I - Construções, instalações e benfeitorias;II - Culturas permanentes e temporárias;III - Pastagens cultivadas e melhoradas;IV - Florestas plantadas.§ 2º O Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) por hectare, fixado pela Secretaria da Receita Federal ouvido o Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, em conjunto com a Secretaria de Agricultura dos Estados respectivos, terá como base levantamento de preços do hectare da terra nua, para os diversos tipos de terras existentes no Município.§ 3º O VTN aceito será convertido em quantidade de Unidade Fiscal de Referência (Ufir) pelo valor desta no mês de janeiro do exercício da ocorrência do fato gerador.§ 4º A autoridade administrativa competente poderá rever, com base em laudo técnico emitido por entidades de reconhecida capacitação técnica ou profissional devidamente habilitado, o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm), que vier a ser questionado pelo contribuinte.

Proprietário que cultiva em suas terras, só ou com sua família, tendo terras que não ultrapassem a estipulada medida prevista, não tendo outros imóveis, não terá a incidência do ITR em sua terra.

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O contribuinte deste imposto, em regra, é o proprietário do imóvel, mas desconhecendo este, ou em caso de enfiteuse, o contribuinte do imposto será aquele que se encontrar em posse da propriedade, a qualquer título.

Conforme a lei 8.847/94:Art. 2º O contribuinte do imposto é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor, a qualquer título.

Segundo Kiyoshi Harada:

“O referido imposto não sofreu modificação substancial em relação à ordem constitucional anterior. Limitou-se a Carta Política de 1988 a retirar do Município metade do produto da arrecadação que, segundo a Constituição anterior pertencia integralmente ao município de situação do imóvel...”. (Harada, Pg. 381)

IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)

Recai sobre praticamente qualquer procedimento que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para o consumo, é considerada industrialização, incluindo-se: transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou recondicionamento.

Conforme Hugo de Brito Machado:“A competência para instituir e cobrar o imposto sobre produtos

industrializados constitui significativa parcela de poder político que se concentra em mãos do Governo Federal, não obstante considerável parcela de sua arrecadação seja destinada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos dos art. 159, incisos I e II, da Constituição de 1988”.

E, também conforme Hugo de Brito Machado, a função do IPI e:“Embora utilizado como instrumento de função extrafiscal, sendo, como é, por

força de dispositivo constitucional, um imposto seletivo em função da essencialidade do produto, o imposto sobre produtos industrializados tem papel da maior relevância no orçamento da União Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Até a pouco tempo, o tributo de maior expressão como fonte de receita, posição que vem sendo ocupada atualmente pelo imposto de renda, provavelmente em raão de substanciais reduções operadas nas alíquotas do IPI, muitas das quais foram reduzidas a zero. (Machado, Hugo de Brito, Pg. nº349)

As alíquotas deste imposto estão previstas na Tabela do IPI. E é um imposto seletivo, tem as alíquotas maiores para produtos supérfluos, alíquotas menores para produtos essenciais e alíquotas ainda mais elevadas para produto prejudiciais a saúde. Pode-se notar isso verificando alíquotas como a do cigarro, que tem o fim de reduzir o índice de fumantes.

Para Hugo de Brito Machado, as alíquotas do IPI:“A Constituição Federal estabelece que o IPI será seletivo em função da

essencialidade do produto. Isto quer dizer que ele deve ter alíquotas diferentes em razão da essencialidade do produto sobre o qual incide. As alíquotas devem ser inversamente proporcionais à essencialidade dos produtos.” (Machado pg. nº 351)

Conforme Kiyoshi Harada:

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“A Carta Magna permite que o Executivo, sob condições e limites estabelecidos em lei, altere as alíquotas do IPI, bem como subtraia esse imposto da aplicação do princípio da anterioridade”. (Harada, Pg.379)

O IPI é um imposto não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação, com o montante cobrado nas operações anteriores. A não-comutatividade é um principio constitucional previsto no art. 153, § 3º, II CF.

Hugo de Brito Machado explica a não cumulatividade da seguinte forma:“Para o fim de definir a não cumulatividade, tem-se a metodologia do crédito

financeiro e a do crédito físico. Pela primeira, todo e qualquer bem adquirido pela empresa que tenha sido tributado pelo imposto enseja o crédito correspondente. Não importa qual seja a sua utilização. Pela segunda, só enseja crédito do imposto a entrada de bens destinados a integrar fisicamente o produto industrializado.”

(Machado Pg. nº 353).“O princípio da não cumulatividade existe para impedir que o ônus do imposto

se vá acumulado em cada operação. Se já incidiu sobre o insumo, não se deve reproduzir esse ônus no produto final.”.

(Machado pg. nº355)

Os contribuintes deste imposto são o importador ou aquele a quem a lei equiparar, o industrial ou aquele a quem a lei equiparar, o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes citados, o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Para os efeitos desse imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

Para este imposto, cada estabelecimento de uma mesma empresa, é considerado como um contribuinte autônomo, visto que, muitas vezes, uma empresa possui vários estabelecimentos, e às vezes, cada um destinado à um exercício de atividades diferentes. Então, para os efeitos do IPI, considera-se cada estabelecimento como um contribuinte autônomo.

O recolhimento do IPI deverá ser efetuado por meio do documento de arrecadação, referido no art. 366 da RIPI.

O Decreto nº 6.006/06 aprova a Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados TIPI.

IMPOSTO SOBRE A RENDA (IR)

Este imposto de competência da união recai sobre a aquisição da disponibilidade econômica, é o efetivo recebimento da renda, Regime de caixa, portanto.

Sacha Calmon Navarro, em sua obra, relaciona o IR com o principio da anterioridade:

"Assim sendo, faz-se necessário não apenas precisar o dia em que ocorre o fato gerador, mas precisar igualmente o dies a quo e o dies ad quem quando se tratar de "fato gerador" composto de conjunto de fatos na duração do tempo. Caso contrário, não se teria como operacionalizar em relação a estes o princípio da anterioridade. O imposto sobre a renda anual caracteriza bem a hipótese. Neste, importa saber quando começa o fato gerador... A lei deve ser prévia ao seu início". (Navarro pg. nº 235)

A justificativa para este ser um imposto federal, é que desta forma, ele pode ser usado como um instrumento de distribuição de renda, visando manter em equilíbrio o desenvolvimento econômico de diversas regiões, visto que os recursos recolhidos por

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ele farão parte do orçamento anual. O IR é figurado como a principal fonte de receita tributária da União. Pode-se afirmar que o IR tem função extrafiscal, visto que ele é usado para fazer a adequada distribuição de renda, podendo assim, proporcional a determinadas regiões ou setores, um maior desenvolvimento, para assim manter um equilíbrio econômico.

Conforme aponta Brandão Machado apud Zilveti (1998, p. 36):O imposto em que mais sobreleva o princípio (da capacidade contributiva) é,

sem dúvida, o da renda, especialmente o da pessoa física, cujos rendimentos tributáveis se apuram segundo o regime financeiro, a que o direito anglo-americano chama "cash basis". E é exatamente na apuração da renda tributável, inclusive ganhos de capital, da pessoa física que o aplicador da lei deve ter presente o princípio, para interpretá-la rigorosamente em função dele. (Zilveti, pg. 36):

A Constituição Federal, em seu artigo 153, §2, inciso I, apresenta os princípios que norteiam este tributo:

Generalidade: todas as pessoas físicas ou jurídicas que auferirem renda ou proventos deverão ser tributadas;

Universalidade: impõe à tributação de todos os proventos e as rendas, desta forma o campo de incidência do imposto deve ser o mais amplo possível;

Progressividade: as alíquotas deverão ser graduadas segundo a capacidade econômica do contribuinte.

O fato gerador deste imposto é o auferimento de renda e de proventos de qualquer natureza. Renda deve ser entendida de forma abrangente, como todos os acréscimos patrimoniais derivados do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.

A base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Física é o seu rendimento, sendo permitidas as deduções, tais como pensões alimentícias e encargos por dependentes, as alíquotas podem variar de 0,005% até 30%.

A cada ano é feita a tabela do IRPF, e nela é se encontram os valores anuais das alíquotas em relação aos rendimentos pessoais, e em cima deste valor, é feito o debito do imposto. É feita, anualmente, a declaração de rendimentos, através da qual se chegará ao valor real do imposto, e o valor que se chega por esta declaração dirá se é necessário restituir ou completar o valor pago pela tabela.Em relação à renda obtida no exterior, Lei nº 9.532, de 10/12/97 estabelece que:

"Art. 1º Os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas serão adicionados ao lucro líquido, para determinação do lucro real correspondente ao balanço levantado no dia 31 de dezembro do ano-calendário em que tiverem sido disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, os lucros serão considerados disponibilizados para a empresa no Brasil:

a) no caso de filial ou sucursal, na data do balanço no qual tiverem sido apurados;

b) no caso de controlada ou coligada, na data do pagamento ou do crédito em conta representativa de obrigação da empresa no exterior.

c) na hipótese de contratação de operações de mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada, possuir lucros ou reservas de lucros;

d) na hipótese de adiantamento de recursos, efetuado pela coligada ou controlada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocorra em prazo superior ao ciclo de produção do bem ou serviço.

§ 2º Para efeito do disposto na alínea "b" do parágrafo anterior, considera-se:

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a) creditado o lucro, quando ocorrer a transferência do registro de seu valor para qualquer conta representativa de passivo exigível da controlada ou coligada domiciliada no exterior;

b) pago o lucro, quando ocorrer:1. o crédito do valor em conta bancária, em favor da controladora ou coligada

no Brasil;2. a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária;3. a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para qualquer outra

praça;4. o emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer praça, inclusive no

aumento de capital da controlada ou coligada, domiciliada no exterior.""§ 7º  Considerar-se-á disponibilizado o lucro:a) na hipótese da alínea "c" do § 1o:1. na data da contratação da operação, relativamente a lucros já apurados pela

controlada ou coligada; 2. na data da apuração do lucro, na coligada ou controlada, relativamente a

operações de mútuo anteriormente contratadas;b) na hipótese da alínea "d" do § 1o, em 31 de dezembro do ano-calendário em

que tenha sido encerrado o ciclo de produção sem que haja ocorrido a liquidação."A cobrança do IR sobre as Pessoas jurídicas encontra-se específica no CTN, em

seu art. 44. Ele recai sobre o lucro liquido da pessoa jurídica, o que é apurado através da escrituração contábil e fiscal. O lucro líquido é o lucro restante após as deduções legais relativas às despesas gerais, amortizações, ou quais quer outras, realizadas para funcionamento e realização do mesmo.

Ricardo Mariz de Oliveira, ao tratar do tema, assevera que:“De fato, cem unidades de renda devem ser sempre tributadas pela mesma

forma, sejam elas advindas do comércio, ou da especulação financeira, ou mesmo de atividades ilícitas.

A causa eficiente e produtora da renda é fator que não autoriza tratamentos díspares para efeito de imposto de renda, porque, para este, cem unidades de acréscimo patrimonial advindas de uma origem têm o mesmo conteúdo intrínseco essencial e que identifica o fato gerador e neste resultado, do que cem unidades de acréscimo patrimonial advindas de outra origem qualquer.

Portanto, "sustenta o renomado professor" a seletividade da tributação em separado de determinadas rendas, contraria a norma constitucional ora discutida, além de violar os critérios da generalidade e da progressividade, assim como o da universalidade por distinguir pessoas em decorrência das atividades de onde extraem seus ganhos.

No imposto sobre a RENDA, a grandeza ínsita ao fato gerador é o acréscimo do patrimônio dessa pessoa, a comparação entre seu patrimônio anterior e seu patrimônio atual, a qual somente pode ser feita vinculando-se fatos de ganhos e de perdas que, por si, estariam dispersos, mas que se associam através da pessoa que o experimenta.

A tributação isolada de determinada renda, sem sua associação aos demais elementos positivos e negativos de mutação patrimonial do contribuinte, ignora o requisito do caráter pessoal e da capacidade econômica individual ".

O lucro possui três formas de determinação que seriam:a) Lucro real – Cálculo pela realidade dos negócios;b) Lucro presumido – independentemente da realidade dos negócios, presume-se o lucro;

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c) Lucro Arbitrado – percentuais fictícios de lucro e com agravamento de 20% sobre o lucro presumido.

De acordo com a legislação, a empresa deverá verificar se sua atividade obriga-a a se enquadrar em uma das formas de apuração; sendo facultativo, caberá a empresa optar pela mais vantajosa.

O lucro real é apurado em balanço regular, sendo obrigados, por exemplo, a este regime, as empresas que tenham a receita total do ano anterior, superior a vinte e quatro milhões de reais, ou cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimento, de desenvolvimento, sociedades de crédito, que usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção o redução de impostos. Esta previsão encontra-se no artigo 246 do Regulamento do Imposto Sobre a Renda.

O método de cálculo pelo Lucro Real é o que mais se aproxima da realidade negocial, na qual se oferece à tributação o resultado econômico positivo, ou seja, tributa-se apenas a diferença positiva entre a Receita e o custo de produção. A apuração poderá ser por período trimestral, dividindo o ano em quatro trimestres; ou por período anual, com recolhimento mensal, a título de antecipação do pagamento, com bases nos percentuais de lucro presumido.

O lucro presumido é um alternativa que muitas empresas optam, sendo que o lucro passa a ser calculado por um valor fixo de receita, desconsiderando o valor dos registros de custo de produção da receita, valendo o coeficiente legal de lucro estimado para a atividade e não o lucro líquido retirado dos registros contábeis. As firmas individuais e as pessoas jurídicas cuja receita bruta seja inferior a determinado montante e que atendam, ainda, a outras exigências da lei ficam dispensadas de fazer a escrituração contábil de suas transações, e o imposto de renda, nestes casos, e calculado sobre o lucro presumido, que é determinado pela aplicação de coeficientes legalmente definidos, sobre a receita bruta anual, conforme a natureza da atividade. Para a apuração da receita bruta é sempre considerado o ano civil.

O lucro arbitrado é um método de calculo do lucro líquido, utilizado na totalidade pelo fiscal, mensura-se a base de cálculo por valores fictícios e dissociados da realidade do negócio, ou seja, estima-se o lucro líquido com base em percentuais ou por critérios, independentemente do resultado do lucro apurado pela contabilidade do contribuinte. É usado normalmente, quando a pessoa jurídica não mantém escrituração na forma das leis comerciais e ficais, deixa de elaborar as respectivas demonstrações financeiras, ou tem sua escrituração desclassificada pela fiscalização ou optou indevidamente pela tributação com base no lucro presumido. O arbitramento não exclui a possibilidade de se aplicar uma penalidade, se for o caso.

São contribuintes deste imposto e terão seus lucros apurados de acordo com o decreto 3000/1999 (Regulamentação do imposto sobre a renda) as pessoas jurídicas e as empresas individuais.

IMPOSTOS ESTADUAIS

Os impostos Estaduais estão previstos na Constituição Federal de 1988 no art. 155:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS OU DOAÇÃO (ITCMD)

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos. È o que estabelece a vigente Constituição Federal, em seu art. 155, I. O imposto sobre heranças e doações é, portanto, da competência estadual.

A função desse imposto é fiscal, pois objetiva a arrecadação de recursos para os Estados e o Distrito Federal. Este tributo também tem uma função extrafiscal, que seria a função de desestimular a concentração de riquezas. Quanto ao fato gerador, caberá à lei estadual estabelecê-lo, tendo em vista a observância das linhas mestras traçadas pela Constituição Federal. No entanto, não é precipitado dizer que será “[...] a transmissão, a causa morte ou por doação, de quaisquer bens ou direitos” (Ricardo Lobo Torres, 2002, p. 344).

A aliquota do ITCMD máxima fixada pelo Senado Federal, salvo esta limitação, prevalece à liberdade dos Estados e do Distrito Federal para o estabelecimento de tais alíquotas.

A base de cálculo desse imposto há de ser fixada pela lei da entidade competente para instituir o tributo. Deve ser, em princípio, o valor de mercado do bem objeto da transmissão. Pode ser menor, mas não maior, pois estaria atingindo riqueza outra que não o próprio bem transmitido.

O contribuinte, no caso de herança, o herdeiro, e no caso de doação pode ser tanto o doador quanto o donatário.

Baleeira (2002, p. 387) corrobora:“O herdeiro, pelo fato de adquirir um quinhão hereditário ou um legado, logra

um aumento de sua capacidade econômica. Logo, o momento é oportuno para que essas novas faculdades sejam objeto de uma tributação enérgica, pois o incremento econômico se logrou sem nenhum trabalho ou esforço do contribuinte. Não importam as objeções econômicas dos clássicos, porque todo imposto cerceia a acumulação de capitais privados, embora opulente os capitais nacionais ou públicos.”

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA)

O IPVA, Imposto sobre a propriedade de veículos automotores, é de competência dos Estados e do Distrito Federal e tem função predominantemente extrafiscal.

O IPVA, como é conhecido esse imposto, tem função predominantemente fiscal. Foi criado para melhorar a arrecadação dos Estados e Municípios. Tem, todavia, função extrafiscal, quando disciplina, por exemplo, em função do combustível utilizado. ( MACHADO, op. cit., 404)

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O IPVA tem como fato gerador à propriedade de um veiculo automotor em decorrência do licenciamento.

O imposto é anual e tem como fato gerador a propriedade de veiculo automotor de qualquer espécie, aeronaves, embarcações e veículos terrestres e, em relação ao veiculo novo, o fato gerador considera-se ocorrido na data de sua primeira aquisição, pelo que o fabricante não é o contribuinte deste imposto.( HARADA, op. cit., p.401)

Tem-se entendido, porém, que a propriedade não é fato gerador do imposto antes do licenciamento do veiculo pelo órgão competente. ( MACHADO, op. cit., 405)

A alíquota do IPVA é fixa é definida de acordo com a legislação de cada estado.

A alíquota do IPVA é fixa. Não é indicada em porcentagem, pelo menos em alguns Estados, mas em valor determinado, em referencia ao ano de fabricação, a marca e ao modelo do veículo. ( MACHADO, op. cit., 405).

A base de calculo do IPVA é o valor venal do veiculo, ao qual se chega pelo seu ano de fabricação, marca e modelo.

A Base de calculo é o valor do veiculo, ao qual se chega indiretamente, pelo seu ano de fabricação, marca modelo. ( MACHADO, op. cit., 405).

O contribuinte do IPVA é o proprietário do veiculo automotor, presumindo-se esteja licenciado o veiculo no nome desta.

O lançamento do IPVA é feito por ofício, em que a Secretaria da Fazenda do Estado emite um documento para que o proprietário do veiculo efetue o pagamento.

IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS)

A Constituição Federal de 1988 ampliou o objeto de abrangência desse imposto, de forma que, além da circulação de mercadorias (já tributada por ICM no Texto Constitucional anterior) incluiu as prestações de serviços interestaduais e intermunicipais; e de comunicações.

Quanto às operações de circulação de mercadorias, houve a ampliação de sua compreensão a partir do detalhamento constante do art 2° da Lei Complementar 87/96, em substituição ao Decreto Lei 406/68 e co Convênio ICMS 66/88.Assim, o fato gerador desse imposto, segundo Torres (2002, p. 346) bem como a corrente doutrinária e jurisprudencial dominantes é:

“[...] a circulação econômica das mercadorias revestidas obrigatoriamente de qualquer forma jurídica. Todo ato jurídico que implique circulação econômica de mercadoria, independentemente de sua natureza gratuita ou onerosa, será fato gerador de ICMS; da mesma forma as situações jurídicas que legitimem a circulação econômica, como, por exemplo, a situação do industrial e do comerciante que promovem as remessas de mercadorias de um estabelecimento para outro de seus estabelecimentos, bem como o autoconsumo da mercadoria sem a sua circulação física para fora do estabelecimento, posto que para o ICMS é indiferente que haja, ou não, a transferência de domínio.” (Torres, pg. 346)

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Em relação ao Fato Gerador, é a lei material de cada ente político que cria o imposto previsto na Constituição, definindo o respectivo fato gerador. E a lei ordinária, ao definir o fato gerador do imposto, deve obediência à lei complementar. Não porque esta goza de superioridade eficacial, como proclamada por parcela da doutrina, mas, porque é de sua competência definir o fato gerador de impostos discriminados na Carta Magna.

Isso não quer dizer que a lei complementar deva sempre prevalecer sobre a lei ordinária. Se aquela estabeleceu uma restrição que a conceituação constitucional do imposto não admite, sua inconstitucionalidade poderá ser provocada pelo sujeito ativo do tributo. Se, ao contrário, ela estabeleceu uma ampliação do imposto em relação ao que foi outorgado pela Carta Política, caberá ao sujeito passivo questionar a norma da lei complementar.

Por isso, a expressão ‘operações relativas à circulação de mercadorias’ pressupõe, no mínimo, movimentação da mercadoria que configure etapa no seu curso desde a fonte de produção, esta abrangendo também a importação, até o consumo final. Sem que haja um deslocamento em direção ao consumo não há que se falar em circulação de mercadorias. Do contrário seria o mesmo que afirmar que determinada mercadoria circula quando alguém a transfere da mão esquerda para a mão direita.Respeitada a conceituação constitucional do imposto, cabe à lei complementar definir o fato gerador, como retro mencionado.

No caso do ICMS, a Lei Complementar nº 87/96, embora não possa ser considerado um primor legislativo, porque aprovada de afogadilho, ao definir o fato gerador em seus artigos 1º e 2º dispõe em seu art. 3º sobre hipóteses de não incidência, misturando casos de imunidades (incisos I, II, etc.) com hipóteses de exclusão do campo abrangido pela tributação, ou seja, casos de não-incidência expressa.Dentre as hipóteses de não-incidência destaca-se a do inciso VIII in verbis:

VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário.’

Logo, as operações de arrendamento mercantil estão expressamente excluídas do campo de incidência, contido no § 1º do art. 2º da citada Lei Complementar que assim prescreve:

1º O imposto incide também:

1 – sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando de tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento’.

A função do ICMS é predominantemente fiscal. É fonte de receita bastante expressiva para o Estado e para o Distrito Federal. Tem sido usado também com função extrafiscal, mas essa prática é desaconselhável, em virtude das práticas fraudulentas que o tratamento diferenciado pode estimular. A constituição federal de 1988 possibilitou o seu uso de forma seletiva em relação a essencialidade do produto, sendo essa sua forma extrafiscal.

Em relação a alíquota do ICMS, na vigência da Constituição anterior, o ICM não tinha cunho seletivo, e portanto tinha uma alíquota única dentre as mercadorias,

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distinguindo apenas, portanto, em função de ser uma operação interna, interestadual ou de exportação.

Se o adquirente de um bem destinado ao consumo ou ao ativo fixo não é contribuinte do imposto, a alíquota aplicável é a interna. É irrelevante o fato de estar o adquirente domiciliado, ou sediado, em outro Estado. Se o adquirente é contribuinte do imposto, fato que comprovará facilmente junto ao vendedor, a alíquota aplicável é a interestadual. Se o contribuinte do ICMS adquire mercadoria em outro Estado e a destina ao consumo próprio, ou ao ativo fixo, pagará ao Estado de sua sede diferença respectiva.

Adão Nilton Alencar, dissertando sobre a regulamentação deste tributo em Minas Gerais ressalta:

"desde que o serviço de transporte intermunicipal e interestadual foi incluído na competência tributária estadual, as autoridades fazendárias vêm manifestando o entendimento, aliás, correto, da não ocorrência do fato gerador do ICMS, na hipótese do transporte efetuado por meio de veículo do próprio estabelecimento, quer remetente ou destinatário da mercadoria."

Questão importante envolvendo as alíquotas do ICMS diz respeito à seletividade. Nos termos da vigente Constituição Federal, esse imposto poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias. A seletividade é, assim, facultativa. Entretanto, se o legislador estadual resolver adotar a seletividade, terá esta de ser sempre em função da essencialidade da mercadoria. O critério da seletividade não pode ser outro. Há de ser sempre o da essencialidade, de sorte, que a mercadoria considerada essencial há de ter alíquotas mais baixas, e a menos essencial, cuja graduação vai até aquela que se pode, mesmo, considerar supérflua, há de ter alíquotas mais elevadas. Sempre, é claro, observado os limites impostos pelo Senado Federal.

A base de calculo do ICMS, como regra geral, é o valor da operação relativa à circulação da mercadoria, ou o preço do serviço respectivo. A Lei complementar n. 87/1996, todavia, estabelece várias normas para situações específicas.

Na base de cálculo incluem-se as despesas recebidas do adquirente, ou a este debitadas, bem como os descontos condicionais a este concedidos, mas não se incluem os descontos incondicionais, porque evidentemente não integram estes o valor da operação. Condicional é um desconto cuja efetivação fica a depender de evento futuro e incerto, como, por exemplo, o pagamento em certo prazo. Incondicional é o desconto que se efetiva no momento da operação. Assim, o desconto para pagamento à vista é um desconto incondicional, cujo valor não integra a base de cálculo do imposto.

Não havendo indicação do valor da operação, ou não sendo determinado o preço do serviço, a base de calculo será, respectivamente:

a) o preço corrente da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista no local da operação, ou na região, se inexistente o primeiro, e

b) o valor corrente do serviço no local da prestação.

Se expressa José Eduardo Soares de Melo, quando afirma:

"A base de cálculo constitui o aspecto fundamental da estrutura de qualquer tipo tributário por conter a dimensão da obrigação pecuniária, tendo a virtude de quantificar o objeto da imposição fiscal, como seu elemento nuclear, o verdadeiro cerne da hipótese de incidência normativa."

A não cumulatividade do ICMS esta prevista constitucionalmente, “compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestações de

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serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal” (CF, art. 155, § 2º, inc. I).

Para melhor entendimento da regra, nos valemos do seguinte esquema, proposto pelo professor Sacha Calmom:

A) entradas tributadas geram crédito;

a.1) entradas isentas ou imunes não geram crédito;

B) saídas tributadas geram débitos;

b.1) saídas não tributadas (isentas ou imunes) não geram débitos;

C) período de apuração;

D) matéria apurável: todas as entradas e saídas tributáveis (somatórios).

+débitos – créditos = imposto a pagar

- débitos + créditos = crédito a transferir Nesse sentido, a lição do ilustre professor Carrazza nos esclarece:

Efetivamente, a regra não encerra mera sugestão, que o legislador ou a Fazenda Pública poderão, ou não, acatar. Ela aponta sim uma diretriz imperativa, que dá ao contribuinte o direito de ver observado, em cada caso concreto, o princípio da não-cumulatividade do ICMS"(3).

Para Hugo de Brito Machado, a não cumulatividade do ICMS constitui um dos graves defeitos de nosso sistema tributário. Técnica copiada dos franceses, que a instituíram nos anos 50, como forma de incrementar a integração da Comunidade Econômica Européia, foi adotada entre nós pela Emenda Constitucional nº18/1965. Estes graves defeitos são principalmente ocasionados pela dimensão continental de nosso país, e a grande desigualdade econômica presente em nosso território.

IMPOSTOS MUNICIPAIS

Os Imposto Municipais são os previstos no art 156 da Constituição Federal

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:I - propriedade predial e territorial urbana;II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA

O IPTU tem como fato a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município, conforme previsão do artigo 32 do CTN.

A posse prevista pelo fato gerador é de conteúdo é de conteúdo econômico, excluindo assim como por exemplo o locatário.

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Como já dissemos anteriormente, a palavra propiedade empregada no texto constitucional não pode ser entendida em sua acepção exclusivamente jurídica, com total abstração de seu aspecto econômico, sob pena acarretar não só graves distorções e inhustiças, com a violação do principio da capacidade contributiva ( HARADA, op. cit., p.405)

Os imóveis tributados são os situados na zona urbana do Município. A lei Municipal prevê os requisitos para definição de zona urbana, observado o requisito mínimo de existência previsto no § 1º do CTN:

§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado

Tem como base de calculo o IPTU, o valor venal do imóvel.

é aquele que o bem alcançaria se fosse posto à venda, em condições normais. O preço, neste caso, deve ser o correspondente a uma venda à vista, vale dizer, sem incluir qualquer encargo relativo a financiamento ( MACHADO , ver pg)

Com o advento da emenda constitucional 29/2000 se há possibilidade a progressividade do Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana

Art. 3º O § 1º do art. 156 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:"Art.156 ”...""§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:" (NR)"I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e" (AC)*

"II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel." (AC)

Tal progressividade tanto pode ser fiscal e extrafiscal. A progressividade fiscal caracteriza-se pelo fato de que sempre que possível o imposto será graduado conforme a capacidade econômica do contribuinte.

A progressividade fiscal , decretada no interesse único de arrecadação tributária tem seu fundamento no preceito programático representado pelo §1º do art 145 da CF, segundo o qual sempre que possível, o imposto será graduado conforme a capacidade econômica do contribuinte ( HARADA, op. cit., p.406)

Já a progressividade extrafiscal caracteriza-se pelo fato de considerar a função social da propriedade urbana .

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Já a progressividade extrafiscal tem seu fundamento no poder de policia, O poder de policia, tal qual conceituado pelo art.78, do CTN, nada mais é do que a atividade inerente do poder publico que objetiva, no interesse publico, intervir na propriedade e na liberdade dos indivíduos, impondo-lhes comportamentos comissivos ou omissivos. ( HARADA, op. cit., p.407- 408)

O IPTU é imposto que tem como contribuinte o proprietário ou o possuidor por direito real.

IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO INTER VIVOS, A QUALQUER TITULO, POR ATO ONEROSO, DE BENS IMÓVEIS

Conhecido como ITBI, Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer titulo, por ato oneroso, de bens imóveis é de competência dos Municípios.

Tem fato gerador este imposto é a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de bens imóveis.

A base de calculo é o valor venal do imóvel que, ou senão o preço alcançado nas operações de compra e venda no mercado Imobiliário.

A base de calculo é o valor venal do imóvel que, outra coisa não é senão aquele preço alcançado nas operações de compra e venda à vista, consideradas as condições normais do mercado imobiliário. ( HARADA, op. cit., p.410)

O Município é livre para estabelecer alíquotas, podendo também estabelecer alíquotas progressivas.

Poderá, também, estatuir alíquotas progressivas em razão da variação do valor venal, com base no salutar dispositivo programático do 1§ do art 145 da CF. ( HARADA, op. cit., p.411)

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS

O fato gerador do imposto sobre serviços a prestação de serviços definidos em lei complementar.

A definição dos serviços tributáveis pelos Municípios em lei

complementar é requisito indispensável para a instituição e cobrança de imposto . ( Celso Ribeiro Bastos, op. cit., p270)

Tem se como base de calculo do ISS, o preço do serviço, compreendidos todos os valores que compõe o contravalor da prestação de serviços, incluindo todos os gasto, exceto nos casos previstos em lei complementar.

A lei complementar é ainda competente para estabelecer a base de calculo de impostos previstos na Constituição( art 14, III, a) pelo que são inconstitucionais s leis locais que estabelecem distinções entre sociedades uniprofissionais e pluriprofissioanais para efeito de tributação por meio de alíquotas fixas.( Harada, op. cit., pg 417)

A alíquota do imposto sobre serviços quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, as alíquotas

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serão fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes.

O contribuinte do ISS é o prestador de serviço.

O texto do decreto lei nº 406/68 estipula que o contribuinte do ISS será o prestador de serviço ( art 10), abrangendo, assim, toda e qualquer pessoa que praticar atividade tributada pelo ISS, exceto as que o façam em relação de emprego, os trabalhadores avulsos, e os diretores de menbros de conselho consultivo ou fiscal de sociedades. ( Celso Ribeiro Bastos, op. cit., p271)

O local aonde é devido o ISS é o Município onde o serviço é prestado.

Merece rápida menção a questão do locaal em que é devido o ISS. Desde a criação do imposto houve a estipulação, em caráter generic, de que o tributo deve ser pago onde o serviço é prestado. ( Celso Ribeiro Bastos, op. cit., p271)

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Planejamento Tributário é um conjunto de sistemas legais que objetivam a economia de encargos tributários.

Entendemos que o planejamento tributário, em parcas palavras, e parafraseando o Prof. Heleno Tavera Tôrres, consiste na técnica de organização preventiva de negócios jurídicos com o foco em lítica economia de tributos. (Heleno Taveira Tôrres. Direito Tributário e Direito Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 175)

Denomina-se planejamento fiscal ou tributário lato senso a análise do conjunto de atividades atuais ou dos projetos de atividades econômico-financeiras do contribuinte (pessoa física ou jurídica), em relação ao seu conjunto de obrigações fiscais com o escopo de organizar suas finanças, seus bens, negócios, rendas e demais atividades com repercussões tributárias, de modo que venha a sofrer o menor ônus fiscal possível. (MARINS, James. Elisão tributária e sua regulação. São Paulo: Dialética, 2002, pg 33)

Evasão é quando o contribuinte utiliza-se de meios ilícitos e fraudulentos para se evitar, retardar ou reduzir o pagamento de encargos tributários.

Elisão é o meio licito praticado pelo para se redução do montante devido do imposto.

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

É a atividade que se desenvolve no âmbito do processo administrativo fiscal, é do ponto de vista formal ou orgânico, de natureza administrativa, embora o seu conteúdo seja, em alguns casos, de natureza jurisdicional. A atividade administrativa desenvolvida pela autoridade é sempre vinculada.

O processo administrativo fiscal possui cinco espécies:a) determinação e exigência do crédito tributário;b) consulta;

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c) repetição de indébito;d) parcelamento de débito;e) reconhecimento de direitos.

Na lição de RUI BARBOSA NOGUEIRAé a forma administrativa de exame e apuração das possíveis obrigações e, como elas, igualmente regulado por lei e, por isso mesmo, a própria forma de proceder constitui um direito assegurado às partes. É o ‘devido processo legal’. Para que a solução não venha a ser errônea ou resulte em injustiça, a lei prevê um método, uma carta ordem. O procedimento fiscal é, pois, um ordenamento do modo de proceder para que tanto a imposição, como a arrecadação e a fiscalização sejam feitas na medida e na forma previstas na lei.1 – Determinação e exigência do crédito tributário:

É a espécie mais importante de processo administrativo fiscal, é aquela utilizada para a constituição do crédito tributário e à sua cobrança dita amigável. É o processo de acertamento, ou processo de determinação e exigência do crédito tributário. É o processo de lançamento tributário. É regulado pelo Decreto 70.235/72.

Este procedimento divide-se em duas fases, contenciosa e não contenciosa. A fase não contenciosa é essencial no lançamento de oficio de qualquer tributo, se inicia com o primeiro ato da autoridade competente para fazer o lançamento, tendente à realização deste, necessariamente um ato escrito, e necessariamente deve ser dado à parte passiva correspondente ao ato, conhecimento deste ato. Ordinariamente a ação fiscal tem início com a lavratura de um termo denominado “Termo de Início de Fiscalização”, e, tem como prazo para formalização e inicio da fiscalização o prazo de 60 dias, prorrogáveis por igual período.

A fase não contenciosa termina com o termo de encerramento de fiscalização, que será acompanhado de um auto de infração nos casos em que alguma infração da legislação tributaria tenha sido constatada. Denomina-se auto de infração o documento no qual o agente da autoridade da Administração tributária narra a infração ou as infrações da legislação tributária atribuídas por ele ao sujeito passivo das obrigações tributárias, no período abrangido pela ação fiscal.

Da lavratura do auto de infração deve ser cientificado o autuado. Isto ordinariamente é comprovado com assinatura do autuado no próprio auto de infração.

A assinatura do autuado não significa sua aceitação em relação ao que lhe é imputado, nem a sua recusa em assinar pode ser tida como infração.

A fase contenciosa é exigência do crédito tributário começa com a impugnação do lançamento. Seguem-se os atos de instrução do processo, como a realização de diligências e de perícias, quando necessários, e o julgamento em primeira instância.

O ônus da prova dos fatos em disputa no procedimento administrativo fiscal são de quem os alega.

No procedimento administrativo fiscal cabem especialmente as provas documental e pericial, e na apreciação prevalece o principio do livre convencimento do julgador.

Desta decisão cabe recurso a um órgão superior, normalmente um colegiado, e deste pode haver ainda um recurso especial, que tem a finalidade de preservar a uniformidade dos julgados do órgão, como acontece no caso dos tribunais federais. É obrigatório remeter a reexame a um órgão superior, quando a decisão de primeira instancia for favorável ao contribuinte.

É inconstitucional a exigência de depósito como condição para interposição de recurso administrativo.

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A lei 9.532/97, estabeleceu que a autoridade fiscal competente procederá o arrolamento de bens e direitos do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por cento de seu patrimônio conhecido, e o valor total desses créditos seja superior a quinhentos mil reais. A tarefa de arrolamento é de competência da autoridade fiscal. E este termo de arrolamento deve ser levado ao registro público.

Na assertiva de JAMES MARINSa etapa contenciosa (processual) caracteriza-se pelo aparecimento formalizado do conflito de interesses, isto é, transmuda-se a atividade administrativa de procedimento para processo no momento em que o contribuinte registra seu inconformismo com o ato praticado pela administração, seja ato de lançamento de tributo ou qualquer outro ato que, no seu entender, lhe cause gravame, como a aplicação de multa por suposto incumprimento de dever instrumental. A mera bilateralidade do procedimento não é suficiente para caracterizá-lo como processo. Pode haver participação do contribuinte na atividade formalizadora do tributo e isso se dá, por exemplo, quando este junta documentos contábeis que lhe foram solicitados ou quando comparece ao procedimento para esclarecer esta ou aquela conduta ou procedimento fiscal que tenha adotado na sua atividade privada. Até esse ponto não se fala em litigiosidade ou em conflito de interesse, até porque o Estado ainda não formalizou sua pretensão tributária. Há mero procedimento que apenas se encaminha para a formalização de determinada obrigação tributária (ato de lançamento). Após essa etapa, que se pode mostrar mais ou menos complexa, praticado o ato de lançamento e portanto, formalizada a pretensão fiscal do Estado, abre-se ao contribuinte a oportunidade de insurgência, momento em que, no prazo legalmente fixado, pode manifestar seu inconformismo com o ato exacional oferecendo sua impugnação, que é o ato formal do contribuinte em que este resiste administrativamente à pretensão tributária do fisco. A partir daí instaura-se verdadeiro processo informado por seus peculiares princípios (que são desdobramentos do due process of law) e delimita-se o instante, o momento em que se dá a alomorfia procedimento processo modificando a natureza jurídica do atuar administrativo.

(MARINS, James Direito Processual Tributário Brasileiro. São Paulo: Dialética, 2001, p. 162.)

2 – Consulta

O processo de consulta tem por fim ensejar ao contribuinte a oportunidade para eliminar dúvidas que tenha na interpretação da lei tributaria. Em face de dúvida, formula consulta ao fisco. A consulta pode ser formulada tanto em face do caso concreto, como diante de uma simples hipótese formulada pelo contribuinte.

A resposta a uma consulta não é simples manifestação de um ponto de vista pela autoridade fiscal. Se contrária ao contribuinte, tem o efeito de obrigá-lo a assumir o entendimento nela contido, sob pena de sofrer a penalidade cabível, ensejando, por isto, a impetração de mandado de segurança contra a autoridade ou órgão por ela responsável. Se favorável ao contribuinte, vincula a Administração Tributária.

3 – Outros Processos Administrativos Tributários

Existem, ainda, outros procedimentos administrativos no âmbito da Administração tributária, tais como o de repetição do indébito, o de parcelamento de dívidas fiscais e o de reconhecimento de direitos.

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O parcelamento de débitos fiscais e um outro processo muitas vezes colocado à disposição do contribuinte com o fito de estimular o adimplemento da obrigação tributária.

O processo administrativo de reconhecimento de direitos destina-se à formalização de isenções e imunidades que estejam a depender de manifestação da autoridade da Administração Tributária.

Os prazos previstos na legislação tributária devem ser contados em dias corridos, e seu dia de inicio e dia de fim, devem ocorrer em dia útil que a repartição publica tenha seu normal expediente.

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BIBLIOGRAFIA

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