um dos usos dos verbos auxiliares

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Um dos Usos dos Verbos Auxiliares Considere a seguinte oração: You study English at FBCA. Percebe-se que é uma afirmativa, cujo tempo verbal é o presente simples. Quais características, porém, embasam tal conclusão? Quanto ao fato de que é uma afirmativa, há três (das quais duas são elementares): 1.ª) a oração termina em ponto final; 2.ª) nela, obviamente, não aparece o advérbio de negação not, que, conciliado a um verbo, torná-la-ia negativa; 3.ª) o sujeito antecede o verbo principal, o que vem a ser a característica mais importante para o desenvolvimento do raciocínio que envolve a questão estrutural da oração em inglês, que, sintaticamente, é uma língua considerada SVC (ou seja, que se dispõe nesta ordem: sujeitoverbocomplemento) no que tange às orações afirmativas e negativas. O que prova que o tempo em que o verbo principal (to study) está conjugadoé o presente simples do modo indicativo (ou, em inglês, simple present tense) é o fato de ele aparecer na sua forma básica (study), a qual é considerada a própria conjugação de presente para a maioria dos sujeitos. Se a referida oração for traduzida para o português, obter-se-á: Você estuda inglês 1 na PIBA. Sendo essa oração uma afirmativa é lógico!também na língua portuguesa, no caso de se objetivar transformá-la numa interrogativa, basta trocar o ponto final pelo qual é encerradapor um ponto de interrogação. Isso tudo, faz-se necessário lembrar, no nosso idioma. Conclui-se, portanto, que as estruturas de uma afirmativa e de uma interrogativa podem ser as mesmas (isto é, idênticas) em português. Em inglês, todavia, se o objetivo for transformar a aludida afirmativa em interrogativa, não será possível simplesmente trocar o ponto final pelo de interrogação. Mas por que não? Porque as interrogativas e as interrogativas negativas obedecem a uma regra(ou ordem sintática) que determina a vinda de um verbo antes (ou à esquerda) do sujeito: VSC (verbosujeitocomplemento). [Parece pertinente reforçar que essa ordem sintática das interrogativas e das interrogativas negativas (VSC) é diferente daquela das afirmativas e negativas, que se submetem à normaque exige sempre um sujeito antes dos verbos que nelas venham a aparecer (SVC)]. 1 O autor deste texto refere-se ao idioma inglês, não ao título de uma disciplina escolar ou acadêmica. Por isso, emprega-se a inicial minúscula.

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Page 1: Um dos usos dos verbos auxiliares

Um dos Usos dos Verbos Auxiliares

Considere a seguinte oração:

You study English at FBCA.

Percebe-se que é uma afirmativa, cujo tempo verbal é o presente simples. Quais

características, porém, embasam tal conclusão?

Quanto ao fato de que é uma afirmativa, há três (das quais duas são

elementares):

1.ª) a oração termina em ponto final;

2.ª) nela, obviamente, não aparece o advérbio de negação not, que, conciliado a

um verbo, torná-la-ia negativa;

3.ª) o sujeito antecede o verbo principal, o que vem a ser a característica mais

importante para o desenvolvimento do raciocínio que envolve a questão estrutural da

oração em inglês, que, sintaticamente, é uma língua considerada SVC (ou seja, que se

dispõe nesta ordem: sujeito—verbo—complemento) no que tange às orações afirmativas e

negativas.

O que prova que o tempo —em que o verbo principal (to study) está

conjugado— é o presente simples do modo indicativo (ou, em inglês, simple present tense)

é o fato de ele aparecer na sua forma básica (study), a qual é considerada a própria

conjugação de presente para a maioria dos sujeitos.

Se a referida oração for traduzida para o português, obter-se-á:

Você estuda inglês1 na PIBA.

Sendo essa oração uma afirmativa —é lógico!— também na língua portuguesa,

no caso de se objetivar transformá-la numa interrogativa, basta trocar o ponto final —pelo

qual é encerrada— por um ponto de interrogação. Isso tudo, faz-se necessário lembrar, no

nosso idioma. Conclui-se, portanto, que as estruturas de uma afirmativa e de uma

interrogativa podem ser as mesmas (isto é, idênticas) em português.

Em inglês, todavia, se o objetivo for transformar a aludida afirmativa em

interrogativa, não será possível simplesmente trocar o ponto final pelo de interrogação.

Mas por que não?

Porque as interrogativas e as interrogativas negativas obedecem a uma

“regra” (ou ordem sintática) que determina a vinda de um verbo antes (ou à esquerda) do

sujeito: VSC (verbo—sujeito—complemento). [Parece pertinente reforçar que essa ordem

sintática das interrogativas e das interrogativas negativas (VSC) é diferente daquela das

afirmativas e negativas, que se submetem à “norma” que exige sempre um sujeito antes dos

verbos que nelas venham a aparecer (SVC)].

1 O autor deste texto refere-se ao idioma inglês, não ao título de uma disciplina escolar ou acadêmica. Por

isso, emprega-se a inicial minúscula.

Page 2: Um dos usos dos verbos auxiliares

Antes, entretanto, de o verbo principal (da afirmativa) ser “jogado” numa

posição anterior à do sujeito —a fim de transformá-la numa interrogativa—, ele deve ser

analisado porque pode ser “forte” (a minoria) ou “fraco” (a esmagadora maioria).

Os verbos “fortes” da língua inglesa são:

— os modais: can, could, may, might, should, ought, must e shall;

— e o verbo to be.

(Existem outros, contudo, que tanto podem ser encarados e utilizados como “fortes” quanto

como “fracos”. Exemplos: to have, to need e to dare.)

Então, voltando à oração em epígrafe:

You study English at FBCA.

Constata-se que o verbo principal (to study) é fraco e não pode, portanto,

“pular” para a posição anterior à do sujeito (para que se execute, assim, a transformação da

afirmativa em interrogativa)!

O que fazer, então?

Já que o verbo principal daquela afirmativa não tem “força” para proporcionar a

sua transformação em interrogativa, necessário será, por conseguinte, recorrer a outros

“instrumentos”: os verbos auxiliares, que são:

1º) do → do presente simples;

2º) did → do passado simples;

3º) will → do futuro simples;

4º) would → do condicional (ou futuro do pretérito).

Para manter a coerência temporal, recorre-se, nesse caso, ao auxiliar do,

obtendo-se:

Do you study English at FBCA?

Respostas curtas: Yes, I do. / No, I do not (don’t).

Por que se usa o verbo auxiliar na resposta curta?

Bem, pelo fato de a língua inglesa ser muito mais rígida que a portuguesa no que

diz respeito ao uso dos verbos transitivos (diretos ou indiretos), se o verbo principal (da

pergunta) for usado na resposta, esta deixará de ser curta porque tal verbo exige o

complemento (objeto), fazendo, assim, com que todos os elementos da pergunta —exceto o

verbo auxiliar (no presente ou no passado simples)— sejam utilizados na formação da

resposta.

Os verbos auxiliares, todavia, por si sós, têm a propriedade de subentender, ou

seja, de dar por respondido todo o conteúdo da pergunta.

Desse modo, torna-se de suma importância a distinção definitiva entre os verbos

auxiliares e os principais (ou comuns):

O verbo principal:

Page 3: Um dos usos dos verbos auxiliares

1) tem função na oração;

2) tem significado;

3) por conseguinte, tem tradução;

4) e tem infinitivo.

O verbo auxiliar, por sua vez, tem somente função, que é a (1) de fazer tudo

aquilo que, estruturalmente, o verbo principal —por ser “fraco”— não consegue; e (2) de

modificar ou simplesmente indicar o tempo em que o principal será entendido. Logo, o

auxiliar não tem significado e, por isso, não tem tradução. Também não tem —nem

sequer— infinitivo.

Will e Would

Como conseqüência de os verbos comuns não terem forma própria de

conjugação para os tempos futuro simples e condicional, os verbos auxiliares

correspondentes a esses tempos (respectivamente, will e would) aparecerão em todas as

formas de oração, ou seja, nas afirmativas, nas negativas, nas interrogativas e nas

interrogativas negativas. Em cada uma dessas formas de oração, eles aparecerão na posição

sintática típica de cada uma delas. Exemplos:

Futuro Simples:

He will study English at FBCA. / He’ll study English at FBCA. (afirmativa)

Will he study English at FBCA? (interrogativa)

He will not (won’t) study English at FBCA. / He’ll not study English at FBCA. (negativa)

Will he not study English at FBCA? / Won’t he study English at FBCA? (interrogativa

negativa)

Condicional:

I would go there. / I’d go there. (afirmativa)

I would not (wouldn’t) go there. / I’d not go there. (negativa)

Would you go there with me? (interrogativa)

Would you not go there with me? / Wouldn’t you go there with me? (interrogativa negativa)

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