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UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE A HISTÓRIA DE JOÃO PESSOA
Matheus Henrique de Souza Genuino Oliveira
Bolsista PIBID-Geografia/Universidade Federal da Paraíba
Juliana Candido da Silva
Discente em Geografia da Universidade Federal da Paraíba
1. INTRODUÇÃO
A produção do espaço é um processo de constantes mudanças ao longo do tempo, isto é,
o que existe no presente e possivelmente existirá no futuro, baseia-se em construções
passadas. A cidade pode ser compreendida como sendo: um produto de várias formas,
imagens, movimentos, sobrepostos e justapostos ao longo do tempo no espaço, fruto do
trabalho humano associado às condições naturais do local e que, de acordo com o modo
de produção dominante, desenvolvem-se. Esta organização espacial urbana “carregada”
de historicidade, sob uma perspectiva geográfica será o objeto de estudo deste trabalho,
enfocando-se o crescimento urbano da cidade de João Pessoa.
Convém, portanto, apresentar nesta pesquisa, recortes da história de João Pessoa,
sobretudo, destacando o entendimento de como se deu sua evolução urbana no espaço e
no tempo, saindo do atual Centro Histórico indo até a orla marítima, destacando de
maneira geral, três grandes momentos de sua história: os antecedentes da formação
territorial; a expansão da cidade e o processo de consolidação urbana.
2. OBJETIVOS
O objetivo do trabalho é apresentar a compreensão dos aspectos objetivos e subjetivos
concernentes à paisagem/mundo vivido apresentam-se em uma visão holística da
experiência com o espaço e como esses aspectos combinam entre si. Aproximando-os
da realidade das paisagens geográficas, naturais ou construídas, concebendo a paisagem
como sendo a concretude da realidade.
Para Buttimer (1985) citado por Lima (2000), a perspectiva geográfica, poderia ser
considerada como o substrato latente da experiência, este autor afirma ainda que deveria
haver uma tentativa de sincronização diária entre a mente, o conhecimento e a ação,
sobre a visão da paisagem e o contato da ação humana com a natureza. Estes aspectos
foram explorados dentro da história do crescimento urbano de João Pessoa, atual capital
do Estado da Paraíba.
3. METODOLOGIA
As reflexões para a construção deste texto emergem a partir de estudos e leituras da
bibliografia citada abaixo, comparação e confecção de mapas os quais através deles foi
possível uma análise espacial de João Pessoa, contando ainda com algumas visitas ao
campo. O desejo de estudar e escrever sobre a formação da cidade, surge ainda da
tentativa de apreensão de como se constituiu a estrutura espacial (espacialidade) na atual
capital paraibana, isto é, esta “caminhada histórica” sintetiza e faz uma releitura os
trabalhos existentes da Geografia histórica local, apoiado em uma visão geográfica.
Na tentativa de um rompimento frente aos estudos existentes sobre João Pessoa de
cunho tradicional, cujo resultado são as contínuas repetições sobre o atraso, a pobreza, a
lentidão, a carência, feitos esses que são frutos das más administrações e da falta de
interesse político e que acabam por empobrecer esse passado tão rico.
Por compreender que a riqueza deste passado é de extrema importância para se entender
a organização espacial atual de João Pessoa, esta pesquisa direcionar-se no centro das
diversas transformações do meio urbano pessoense ao longo de sua história. Foram
destacadas nesse artigo, a história e a evolução urbana de João Pessoa, a partir dos eixos
de expansão e do conceito de percepção geográfica.
4. ANTECEDENTES DA FORMAÇÃO DE JOÃO PESSOA
Todo esse processo de formação da cidade é marcado por diversas tentativas resistentes
e vãs de conquista, como a vinda de Frutuoso Barbosa em 1582, quando ele e sua tropa
acabam caindo na armadilha dos índios e dos franceses e quando também ele perde seu
filho em um combate, como no episódio da “Tragédia de Tracunhaém”. Segundo
Araújo (2012), a conquista se efetiva apenas na quinta tentativa, momento em que
Frutuoso Barbosa captura embarcações francesas, com o apoio do capitão espanhol
Diogo Flores (vindo da Bahia) e Filipe de Moura de Pernambuco expulsam os franceses
e conquistam-na. Ainda segundo Araújo (2012) os primeiros registros sobre a Paraíba
são feitos pelos jesuítas e eles creditam a conquista da Paraíba, a Martim Leitão.
Araújo (2012) afirma que a conquista da Paraíba agradou, porém onde a cidade se
colocara, não agradou ao rei Filipe da Espanha (que era rei de Portugal na época da
conquista) porque, ele havia idealizado que a cidade fosse construída onde hoje é a atual
Cabedelo. Situada em uma planície flúvio-marinha, próximo ao estuário do rio Paraíba
constituição recente em termos morfológicos e geológicos, cerca de cinco mil anos, uma
região baixa e plana, fato que não favorecia a defesa do território, se porventura
houvesse algum ataque.
Ao seguir o curso do rio Paraíba (sentido Cabedelo-João Pessoa) os descobridores
observaram alguns afloramentos calcários, que serviram de base para as primeiras
edificações, afloramentos de água doce e uma área mais elevada que funcionava como
atalaia (torre de vigia) tendo em vista possíveis ataques holandeses ou franceses,
resolveu constituir ali a cidade. Estabelecendo-se então no largo da igreja de São Frei
Pedro Gonçalves, mirando o rio Sanhauá e o Porto do Capim que se transformaria no
porto da cidade por muitos anos, onde nasce e se constitui propriamente dita a cidade de
“Parahyba”. Desde então, sua área foi limitada do rio (Sanhauá) ao mar (Oceano
Atlântico), marcada morfologicamente pelo Baixo Planalto Costeiro.
Figuras 01 e 02 – Porto Internacional do Varadouro (1920) (Antigo Porto do Capim);
Vista do Rio Sanhauá, ao fundo o
Largo de São Frei Pedro Gonçalves
(dias atuais).
Fonte: Disponível em:
<https://www.facebook.com/sospatrimoniohistoricojp/photos/a.690462164323985.1073741828.6902349
41013374/1009428435760688/?type=3&theater>; <http://enceaufpb.blogspot.com.br/p/a-parahyba-em-
foco.html >Acesso em 25/06/2016.
5. JOÃO PESSOA: DA FUNDAÇÃO AO SÉCULO XIX.
O que atualmente se constitui como sendo o sítio urbano de João Pessoa, durante seu
crescimento passou por um longo processo de formação histórico-territorial. Fundada
em 05 de Agosto de 1585 e desde então nascida como cidade devido ao temor português
frente às invasões francesas, a cidade durante muitos anos desenvolveu-se em torno da
atual parte central, entre os bairros do Varadouro e das Trincheiras. A cidade de
Parahyba nasce como uma das sedes da capitania real ultrapassando os estágios de vila
ou povoado, fato comum em outras localidades na época. A padroeira do lugar que
nascia Nossa Senhora das Neves foi homenageada, com os colonizadores portugueses a
batizando de Cidade Real de Nossa Senhora das Neves.
Entretanto, mesmo possuindo uma cadeia, um pelourinho, uma câmara e quatro ordens
religiosas instaladas (Beneditino, Carmelita, Franciscano e Jesuíta), traços marcantes da
colonização portuguesa na formação de uma cidade, no que tange a evolução urbana,
João Pessoa, apenas por volta de 1750 toma forma de cidade. Permanecendo ainda em
seu formato inicial do Varadouro às Trincheiras e da Lagoa à Cruz do Peixe (inicio da
atual Avenida Epitácio Pessoa) até o início do Século XX. Viver na cidade naquela
época era extremamente inerte, os grandes engenhos eram “onde tudo acontecia”
socialmente, abrigava a elite, e por haver imensas dificuldades de locomoção, a
sociedade ainda caracterizava-se como agrária. Devido a tal fato seu traço pouco se
alterou (Figura 3), durante cerca de 150 anos. Na cidade, (no espaço urbano) por ser
pouco desenvolvida na época moravam os menos favorecidos e lhe restara naquele
momento apenas as funções comerciais, administrativas e religiosas.
Figura 03 - Mapa atual de João Pessoa com sobreposição do traçado urbano de 1855
Fonte: “Planta da Cidade da Parahyba de 1855” (Acervo do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba -
IHGP) e “Planta Base da Cidade de João Pessoa” (Prefeitura Municipal de João Pessoa - PMJP). Edição
Martins e Maia (2013).
Com o passar dos anos, sobretudo a partir do século XIX, várias alterações ocorreram
no ramo político, econômico e social e, desencadearam uma verdadeira transformação
na sociedade brasileira. Grandes exemplos desta reforma social são: a Independência do
Brasil (1822); a criação da Lei de Terras (1850); a abolição da escravatura (1888); a
Proclamação da República (1889); a alta comercialização do algodão, e a substituição
dos engenhos por usinas. Estas alterações fizeram com que as cidades assumissem uma
nova posição no cenário econômico e político do país. Neste momento parte da
população do campo passou a residir nas mesmas, especialmente a elite agrária, que
formou uma elite urbana e que, aos poucos, iria inserir na sociedade novos valores, isto
é, novos olhares sobre a cidade, especialmente a partir da República. (Maia; Martins,
2015)
6. CONSOLIDAÇÃO DA EVOLUÇÃO URBANA PESSOENSE: SÉCULO XX
Em 1906, foi criada a Ferrovia de Tambaú perpassando os limites da cidade, ligando-a à
praia de Tambaú. A praia até então era ocupada permanentemente apenas por uma
comunidade de pescadores - que tinha como sustento a pesca e a extração do coco -, e
por um grupo de franciscanos, que lá construiu uma capela e uma missão para
catequizar os membros da comunidade que ali habitavam conforme afirma Leitão
(1998), citado por Martins e Maia, 2015. A organização de João Pessoa enquanto
espaço urbano consolidado se dá a partir da década de 1910, neste interim são
estabelecidos os serviços de abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e,
os bondes começaram a ser convertidos para a tração elétrica, visto que a locomoção se
dava através da tração animal, observa-se então, uma expansão no espaço urbano
pessoense (Figura 4).
Os anos 1920 foram caracterizados por uma intensa movimentação sócio-cultural nas
cidades brasileiras, desde as artes notadamente marcadas pela Semana de 1922 e
posteriormente pela “Geração de 30”, chegando até as cidades, inspiradas na cidade do
Rio de Janeiro, capital do Brasil e expoente mor da modernização urbana no país. João
Pessoa se insere nesse contexto, entre outros aspectos, na idealização da construção de
uma avenida que ligasse o Centro (comércio, serviços e atividades eclesiásticas) à praia
(local de lazer).
Figura 04 - Mapa atual de João Pessoa com sobreposição do traçado urbano de 1929
Fonte: “Planta da Cidade da Parahyba de 1929” (Acervo IHGP) e “Planta Base da Cidade de João
Pessoa” (PMJP). Edição Martins e Maia (2014).
O governador era Camillo de Holanda (1916-1920) e havia o projeto de construção da
Avenida Epitácio Pessoa, ligando a cidade a um porto que iria ser construído em
Tambaú devido à fragilidade do Porto do Capim, além de João Pessoa estar perdendo
recursos para Mamanguape na época. Segundo Martins e Maia (2015) a obra do porto
offshore não foi executada por questões financeiras e por questões naturais,
posteriormente é construído o Porto de Cabedelo. Já a construção da Epitácio arrasta-se
por longos anos e é concluída apenas por volta dos 1950.
A Avenida Epitácio Pessoa marcou de fato a expansão da cidade para leste. Destacam-
se as transformações pelas quais o espaço urbano pessoense passou a partir de então: a
criação de novos bairros ao longo da Avenida – Bairro dos Estados (1950); Conjunto
Pedro Gondim (1968), Expedicionários (Década de 1950), Jardim Miramar (Década de
1950) entre outros, além da construção de clubes, como o Esporte Clube Cabo Branco,
no bairro de Miramar em 1952. Ao passo que a elite ocupava o eixo leste próximo ao
centro e em direção à praia, as classes populares se colocavam na expansão do eixo sul,
tendo como base a Avenida Cruz das Armas.
Os prismas desta expansão em direção a atual zona sul da cidade são a construção do
campus I da Universidade Federal da Paraíba (anteriormente descentralizada), na
década de 1970 e, posteriormente, a criação dos conjuntos habitacionais a partir de
incentivos dos governos militares fazendo surgir os bairros do Castelo Branco, Ernesto
Geisel, Costa e Silva (1971), etc. Conjuntos esses que posteriormente deram origem a
novos bairros, como se observa na Figura 05.
Figura 05- Mapa dos Bairros de João Pessoa (Destaque para a Formação Inicial e para
Bairros criados no Século XX).
Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa; AESA-PB. Elaboração: Laíse Silva; Matheus Oliveira
(2016).
Percebe-se a partir de então, da industrialização e expansão urbana, a evolução
populacional urbana (Tabela 1) e a “escassez” da população rural em João Pessoa. A
expansão para a zona Sul se deu ao redor da “Mata do Buraquinho”, extensa área verde
da capital, atual Jardim Botânico de João Pessoa (Reserva de Vida Silvestre). Esse fato
do crescimento da população com extrema rapidez fez com que, sobretudo nos bairros
periféricos fossem evidenciadas as fragilidades no planejamento urbano da cidade.
Tabela 1- Evolução populacional do Município de João Pessoa-PB
Ano 1970 1980 1990 2000 2007 2010
Urbana 213.569 326.582 497.600 597.934 674.762 742.478
Rural 7.977 3.360 0 0 0 0
População 221.546 329.942 497.600 597.934 674.762 742.478
Fonte: IBGE, 2014
Já para leste, na orla marítima propriamente dita, a ocupação residencial de fato se deu
de maneira lenta, mesmo com a abertura da Avenida Epitácio Pessoa (Figuras 06 e 07),
os bairros do Jardim Manaíra, Tambaú e Cabo Branco foram ocupados gradativamente.
O símbolo maior da modernização e desta reestruturação do uso e ocupação do solo em
João Pessoa, em especial do litoral seu a partir da construção do Hotel Tambaú (1971),
que representaria progresso para a cidade, com o uso do turismo de “sol e mar”.
Figuras 06 e 07 – Vista da Avenida Epitácio Pessoa, quase totalmente pavimentada e
Avenida Epitácio Pessoa na atualidade
Fonte: Soares e Tinem (2008); Disponível em: < http://www.joaopessoa.pb.gov.br/arvores-da-epitacio-
pessoa-serao-podadas-para-evitar-transtornos-a-populacao-durante-as-chuvas/ > Acesso em 25/06/2016.
7. RESULTADOS PRELIMINARES
A reprodução do espaço urbano tem como condição a lógica de valorização capitalista,
a aplicação desta lógica em João Pessoa perpassou os limites do tempo e do espaço
acabando por não preservar corretamente sua história. Percebeu-se através desta
pesquisa que a falta de percepção sócio-cultural da população, resultado do desinteresse
político e da maneira contraditória e desigual com a qual o capital se reproduz fez com
que a cidade crescesse rapidamente e frágil urbanisticamente, inchando e “esquecendo”
sua rica historicidade.
Constatou-se que a partir da ocupação da Avenida Epitácio Pessoa, por volta da década
de 1950, com a construção de residências e estabelecimento de novos bairros, há um
efetivo crescimento urbano. Tal processo comprova-se através das ações políticas
voltadas para a expansão da cidade apenas nas décadas de 1960 e 1970. Este fato acaba
por transformar o espaço físico-social da cidade, resultante da recente industrialização e
para aquela época, da modernização urbana. A partir de então, ao centro da cidade
restam apenas fins comerciais, surgem posteriormente novos “centros comerciais” como
o Bairro de Mangabeira, e a orla, a utilização do turismo e do lazer como fins principais.
Mesmo descentralizada, a cidade após 1980 até os dias atuais passa a não ser mais uma
cidade eminentemente fluvial, como já fora no passado para ser uma cidade marítima.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pesquisas que fluem neste sentido de “passear” pela história, neste caso específico pela
história de João Pessoa, cuja base são os estudos acadêmicos surgem na intenção de
oferecer uma visão atenta sobre o espaço, ou seja, uma percepção aguçada sobre o meio.
Meio esse que sofre constantes metamorfoses, este artigo em sua essência buscou
compreender a geografia dentro da história, tentando despertar o desenvolvimento de
uma consciência histórico-geográfica.
Concluímos em conjunto com Martins (2014) que estudar a cidade não é uma tarefa
simples, é um exercício complexo que abrange não apenas sua forma, sua configuração
física, mas também os processos que nela se realizam e que a caracterizam. É, portanto,
uma tarefa desafiadora, que transcende aquilo que os olhos veem.
9. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, E. M de. Água e Rocha na Definição do Sitio de Nossa Senhora das
Neves, Atual Cidade de João Pessoa-Paraíba. 297p. Tese (Doutorado). Universidade
Federal da Bahia. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Salvador,
2012.
LIMA, S. T. de. Alguns Pontos Sobre a Percepção de Paisagem. In: Geografia e
Literatura, Geosul, Florianópolis, v.15, 0.30, p 7-33, jul./dez. UFSC, 2000.
MARTINS, P. D. Paisagem em movimento: as transformações na avenida
Presidente Epitácio Pessoa de 1980 a 2001. 183p. Dissertação (Mestrado).
Universidade Federal da Paraíba. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo, João Pessoa, 2014.
MARTINS, P. D.; MAIA, D. S. A Produção do Espaço e da Paisagem da Avenida
Epitácio Pessoa, João Pessoa, PB. Urbana Ciec Unicamp - Revista do Centro
Interdisciplinar de Estudos sobre a Cidade, v. 7, p. 172-198, Campinas, 2015.
MARTINS, P. D.; MAIA, D. S. O Caminho que Leva ao Mar: a Avenida Epitácio
Pessoa, via de expansão e de estruturação da cidade de João Pessoa-PB. In: XVI
ENANPUR, Belo Horizonte, 2015.
SOARES, T. G.; TINEM, N. Hotel Tambaú e a modernidade da capital da Paraíba.
Os Jornais como instrumento de construção da História da Arquitetura. In:
Arquitetura e Documentação, 2008, Belo Horizonte. Anais do Seminário Latino-
Americano Arquitetura & Documentação, 2008.